Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil
Ricardo Felipe Sousa Paiva
Tony Andrade
RESUMO
A necessidade de diminuição do desperdício com matérias na construção civil e
reaproveitamento de resíduos no canteiro de obras surgiu do dever de diminuir os
efeitos no meio ambiente. Com isso as tecnologias de reciclagem de entulhos têm se
destacado no setor da construção civil. Equipamentos como britadores, separadores
e peneiras são utilizados para processar e separar os resíduos em diferentes
frações, permitindo a recuperação de concreto, tijolos, metais e outros materiais
recicláveis. O projeto trata de um estudo teórico, com base em pesquisas
bibliográficas e documentais sobre o tema. Conclui-se que são raras as empresas
de Construção Civil que realizam um estudo de perdas para melhorar seu
desempenho e lucratividade, o que torna as obras muito mais caras do que
deveriam ser, porém, se o gerenciamento de resíduos for implementado de forma
eficiente poderá sim gerar economia financeira e diminuição nos desperdícios de
matérias e um reaproveitamento total dos resíduos que são gerados em obras.
Palavras-chave: Construção Civil 1. Resíduos sólidos 2. Reaproveitamento de
Resíduos 3. Reciclagem de Resíduos 4. Diminuição de desperdício 5.
1 INTRODUÇÃO
A intensa produção de resíduos sólidos de origem da construção civil é um
dos grandes problemas ambientais na atualidade, decorrente da expansão urbana,
do crescimento populacional desordenado, das inúmeras construções, aliado a
melhoria do poder aquisitivo e a cultura do consumismo, são aspectos relevantes
para a formação de algumas problemáticas, tal qual a da destinação inadequada dos
resíduos sólidos produzidos na construção civil.
Desse modo, é notório a geração de vultosas quantidades de resíduos
sólidos das mais diversas naturezas. Frente a esta perspectiva há uma grande
preocupação acerca da gestão desses materiais, além de se tornar um dos grandes
desafios para a gestão pública.
Sobreleva ainda que, por muitos séculos o homem fez uso em larga escala
dos recursos naturais, desprovido da preocupação da escassez de tais
ecossistemas, sendo as sobras de materiais abandonadas em aterros, rios e
córregos, ou seja, não se dava uma destinação correta. Com a devastação
ambiental, surgiu os cuidados em racionalizar os materiais, dando assim o primeiro
passo para o fomento do reuso e reciclagem dos resíduos sólidos da construção civil
para múltiplos itens no segmento industrial, bem como a sociedade buscou também
criar vários produtos.
A reciclagem destes matérias é fundamental para a promoção da proteção
ambiental, sendo largamente utilizada em diversos países ao redor do mundo.
Contudo, é notório que no Brasil ainda é incipiente iniciativas voltadas para criar
novas destinações aos resíduos sólidos da construção civil.
A ausência do Plano de Gerenciamento, ou até mesmo de planejamento,
resulta na geração dos resíduos, sendo um dos principais problemas das
Construtoras. Inicialmente, o resíduo é oriundo do material de consumo, pelo qual as
empresas pagam alto valor, para contratação da mão-de-obra para cuidar do
resíduo na obra, além dos gastos com transporte e destino final.
Neste contexto, como o incentivo a reciclagem de resíduos da construção civil
pode gerar benefícios ao meio ambiente e renda para quem recicla ou reaproveita
os resíduos?
Sob a perspectiva do referencial teórico a Reciclagem de Resíduos Sólidos da
Construção Civil, este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo, contribuir
para o desenvolvimento sustentável, com a redução de impactos socioambientais,
minimizando a retirada de recursos da natureza, incentivar a reutilização de
materiais descartados, utilizando novas tecnologias e aumentando a vida útil de
aterros, bem como a criação de alternativas tecnológicas de menor custo para
construção civil. São objetivos específicos deste estudo descrever o contexto
histórico e teórico sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil;
descrever o processo de demanda e retirada de matéria prima da natureza, bem
como a exploração dos recursos naturais; fomentar a redução do envio de resíduos
da construção civil para aterros, aumentando assim a sua vida útil; destacar a
importância do engenheiro civil na melhoria da gestão de resíduos sólidos da
construção civil.
___________________
Acadêmico(a) do curso de Engenharia Civil da FACULDADE ANHANGUERA DO MARANHÃO
Orientador(a). Docente do curso de Engenharia Civil da FACULDADE ANHANGUERA DO
MARANHÃO
2 DESENVOLVIMENTO
A escolha deste tema é relevante, pois uma das problemáticas enfrentadas
pela sociedade refere-se à quantidade de resíduos sólidos descartada de forma
inadequada no meio ambiente, uma vez que o consumo de produtos e serviços tem
gerado resíduos em excesso e dispostos em locais inapropriados.
O crescimento desordenado da população mundial, a alta densidade
demográfica das grandes cidades e o crescimento econômico, estão entre as
principais causas que favorecem geração de resíduos sólidos na construção civil.
Esses resíduos geram danos enormes ao meio ambiente e a qualidade de vida da
sociedade, podem causar enchentes, proliferação de vetores nocivos à saúde
pública, degradação da vegetação, entre outros. A reciclagem e reaproveitamento
dos resíduos podem trazer benefícios sociais, ambientais e econômicos.
Em setembro de 2011 o Ministério do Meio Ambiente publicou uma versão
preliminar do documento intitulado “Plano Nacional de Resíduos Sólidos” O plano
apresenta conceitos e propostas que refletem a interface entre diversos setores da
economia compatibilizando crescimento econômico e preservação ambiental com
desenvolvimento sustentável. É necessário soluções eficientes para minimizar os
danos causados, bem como medidas que regulamentem o descarte do entulho
produzido. O engenheiro civil tem papel fundamental nisso, planejando bem a obra,
criando estratégias de reaproveitamento e descartando de forma correta o resíduo.
Destarte, o estudo irá contribuir para estimular a transformação da referência
futura da atuação do engenheiro civil no âmbito da gestão ambiental, mais
especificamente, da gestão dos resíduos sólidos oriundos dos canteiros de obras,
com ampliação dos horizontes sobre metodologias de gestão e implantações de
estratégias inovadoras que possam ser realizadas.
Através de uma pesquisa realizada por Franchi et al. (1993), apud Lima
(1999) foi calculado o desperdício total dos materiais, estando inclusos nos
resultados a parcela que sai da obra como entulho e a parcela que fica incorporada
à obra. Segundo os autores, os insumos estudados representam aproximadamente
20% dos custos das obras.
Com tanto desperdício na construção o setor se viu obrigado a promover o
conceito de sustentabilidade na elaboração de seus projetos.
Segundo a Norma Brasileira ABNT NBR – 10004:2004 Classificação de
Resíduos Sólidos (de 30 de novembro de 2004) e o Art. 3º, inciso XVI da Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), nº 12.305 de 02 de agosto de 2010 e
regulamentada em 23 de dezembro de 2010, os resíduos sólidos encontram-se em
estado sólido e semissólido, são materiais descartados resultante de atividade
humana da sociedade, sendo de origens diversas, da indústria, domiciliar, área da
saúde, agricultura, da construção civil e comércio. Incluem-se materiais orgânicos
em decomposição que são inviáveis seu retorno na rede de tratamento de esgoto,
inclusive os dejetos que ficam economicamente inviáveis até com as mais
sofisticadas tecnologias a disposição.
Segundo o Art. 2º da Resolução CONAMA Conselho Nacional de Meio
Ambiente, nº 307 (de 05 de julho de 2002), os Resíduos da Construção Civil (RCC)
são definidos como materiais oriundos de edificações, reparos e reformas, além de
demolição de construções, assim como os resultantes de terraplanagem e alteração
do solo, podendo ser chamados de entulhos.
A variabilidade de substâncias e materiais que compõem os resíduos
demarca a sua heterogeneidade e complexidade de gestão. Conhecendo as suas
características, é possível avaliar o potencial de aproveitamento e as consequências
resultantes do seu desaproveitamento. Uma análise do Ciclo de Vida dos resíduos
permite aferir qualitativamente e quantitativamente as consequências positivas ou
negativas, que imputam ao Ambiente (RODRIGUES, 2005).
De acordo com a PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos, nº 12.305 (de
02 de agosto de 2010), os resíduos sólidos são classificados:
I - Quanto à origem:
a) Resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em
residências urbanas;
b) Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de
logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;
c) Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;
d) Resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os
gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;
e) Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas
atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;
f) Resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações
industriais;
g) Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde,
conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama e do SNVS;
h) Resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas,
reparos e demolições de obras de edificações, incluídos os que resultam do preparo
e escavação de terrenos para obras;
i) Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e
silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;
j) Resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos,
terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;
k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
II - Quanto à periculosidade:
a) Resíduos perigosos: aqueles que, por suas características de inflamáveis,
corrosivos, reativos, tóxicos, patogênicos, carcinogênicos, e teratogenicidade,
apresentam grande risco à saúde pública quanto ao meio ambiente, de acordo com
lei, regulamento ou norma técnica;
b) Resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.
De acordo com a Norma Brasileira ABNT NBR – 10004:2004 (Classificação
de Resíduos Sólidos) de 30 de novembro de 2004, os resíduos podem ser
classificados em Classe I e II, sendo Classe I os perigosos e Classe II os não
perigosos, se subdividindo ainda em não perigosos não inertes e não perigosos
inertes.
Os resíduos de classificação I (perigosos) tem em sua característica a
periculosidade, pois suas propriedades físicas, químicas ou infectocontagiosas são
de relevante risco à saúde pública e ao meio ambiente. Estes podem apresentar
característica inflamável, corrosiva, reativa, tóxica e/ou patogênica.
Os resíduos de classificação II (não perigosos) podem ser não inertes, ou
inertes. Os não inertes não se enquadram como perigosos, nem como inertes e
podem ser biodegradáveis, combustíveis ou solúveis em água. Já os inertes são
todos os resíduos que segundo a ABNT NBR 10007 (Amostragem de resíduos
sólidos), quando amostrados e submetidos a um contato de forma dinâmica e
estática com água deionizada ou destilada, em temperatura ambiente, conforme
ABNT NBR 10006 (Obtenção do extrato solubilizado de resíduos sólidos), não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade de água, com exceção do aspecto, cor, turbidez, dureza e
sabor.
De acordo com a Resolução CONAMA nº 307/2002, os Resíduos de
Construção Civil podem ser classificados como resíduos de classe A, B, C ou D.
Resíduos de classe A, são resíduos que podem ser reaproveitados ou
reencaminhados para reciclar como os provenientes de obras novas, demolidas, ou
reformadas, e renovações de construções (tijolos, blocos, telhas, cerâmicas, placas
de revestimento), materiais como o concreto e a argamassa além dos resíduos
resultantes da terraplanagem;
Resíduos da classificação B são recicláveis com outros destinos (plásticos,
papel/papelão, metais, vidros, madeiras, etc...).
Resíduos classe C, para esse tipo de resíduo não possui tecnologia ou
aplicação que possibilite ou que permita seu reaproveitamento, tais como os
produtos nativos do gesso; já os resíduos de classe D, perigosos naturais do
processo de construção e de demolição, tais como tintas, solventes, óleos e outros;
e os que são de origem modificações que passam por repaginação como os de
clínicas radiológicas.
Segundo Almeida et al., (2004), as políticas ambientais são aquelas políticas
que apresentam uma preocupação explicita quanto à proteção, conservação e uso
dos recursos naturais e do meio ambiente. Essas políticas, expressas na legislação
e na organização institucional correspondente, definem os instrumentos de
intervenção do Estado na administração dos recursos e da qualidade do meio
ambiente.
A Legislação Ambiental é considerada como maior instrumento que disciplina
condutas para a preservação dos recursos naturais. A conscientização sobre a
necessidade de conservação e preservação do meio ambiente para os presentes e
futuras gerações é fundamental. O conhecimento da lei para entendimento dos
deveres e prerrogativa dos cidadãos é imprescindível.
No Brasil, os resíduos sólidos se classificam seguindo os critérios da Agência
de Proteção Ambiental Americana (USEPA), com algumas adaptações (CAMERA,
2010). Logo abaixo, serão apresentadas as Legislações Ambientais pertinentes aos
resíduos sólidos:
• Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 23 de dezembro de 2010 - Dispõe
sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes
relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os
perigosos, a responsabilidade daqueles que geram e do poder público e aos
instrumentos econômicos aplicáveis.
De acordo com o Art. 6º desta, serão apresentados os princípios, conforme a
seguir:
I - a prevenção e a precaução;
II - O poluidor-pagador e o protetor-recebedor;
III - a visão sistêmica, na gestão dos resíduos sólidos, que considere
as variáveis ambiental, social, cultural, econômica, tecnológica e de
saúde pública;
IV - o desenvolvimento sustentável;
V - a ecoeficiência, mediante a compatibilização entre o fornecimento,
a preços competitivos, de bens e serviços qualificados que satisfaçam
as necessidades humanas e tragam qualidade de vida e a redução do
impacto ambiental e do consumo de recursos naturais a um nível, no
mínimo, equivalente à capacidade de sustentação estimada do
planeta;
VI - a cooperação entre as diferentes esferas do poder público, o
setor empresarial e demais segmentos da sociedade;
VII - a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos;
VIII - o reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável
como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e
renda e promotor de cidadania;
IX - o respeito às diversidades locais e regionais;
X - o direito da sociedade à informação e ao controle social;
XI - a razoabilidade e a proporcionalidade.
• CONAMA – Resolução 307/2002, de 05 de julho de 2002 - Primeira
Resolução no Brasil a estabelecer regras, medidas e técnicas que auxiliem e
melhorem a administração dos Resíduos da Construção Civil (RCC), tomando as
ações disciplinares necessárias para a minimizar os impactos no meio ambiente.
• Resolução nº 448, de 18 de janeiro de 2012 - Dispõe sobre a alteração da
Resolução nº 307 de 05/07/2002, que estabelece normas, parâmetros, e métodos
para a melhoria da administração desses resíduos gerados pela construção civil.
Especifica, ainda, que os causadores deverão ter como meta prioritária a não
criação desses resíduos e, a redução, reutilização, a reciclagem, o tratamento dos
resíduos sólidos e a disposição final ambientalmente adequada aos rejeitos. Ainda
especifica que os resíduos da construção civil não serão permitidos seu descarte em
aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas improprias, nascente d’água, terrenos
vazios e em áreas protegidas por Lei. Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil serão elaborados e implementados pelos grandes geradores e
terão como objetivo estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e
destinação ambientalmente adequada aos resíduos.
Os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil de
empreendimentos e atividades sujeitos ao licenciamento ambiental serão analisados
dentro do processo de licenciamento, junto aos Órgãos competentes.
• NBR 10.004:2004 - Esta Norma classifica os resíduos sólidos quanto aos
seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que possam ser
gerenciados adequadamente.
• NBR 10.005:2004 - Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para a obtenção
de extrato lixiviado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos classificados
pela ABNT NBR 10004 como classe I – perigosos - e classe II – não perigosos.
• NBR 10.006:2004 - Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para obtenção de
extrato solubilizado de resíduos sólidos, visando diferenciar os resíduos
classificados na ABNT NBR 10004 como classe II A - não inertes – e classe II B –
inertes.
• NBR 10.007:2004 - Esta Norma fixa os requisitos exigíveis para amostragem
de resíduos sólidos.
• NBR 12.235/1987 - Dispõe sobre o armazenamento de Resíduos Sólidos
Perigosos, que fixa condições exigíveis para armazenamento de resíduos sólidos
perigosos, de forma a proteger a saúde pública e o meio ambiente.
• NBR 7500/2009 - Esta Norma estabelece a simbologia convencional e o seu
dimensionamento para produtos perigosos, a ser aplicada nas unidades de
transporte e nas embalagens, a fim de indicar os riscos e os cuidados a serem
tomados no transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento, de
acordo com a carga contida. Também estabelece características complementares ao
uso dos rótulos de risco, dos painéis de segurança, dos rótulos especiais e dos
símbolos de risco e de manuseio, bem como a identificação das unidades de
transporte e o emprego de rótulos nas embalagens de produtos perigosos,
discriminados na Portaria nº 204 do Ministério dos Transportes. Apresenta a
identificação das embalagens e os símbolos de manuseio e de armazenamento para
os produtos classificados como não perigosos para transporte.
• NBR 11.174/1989 - Dispõe sobre o armazenamento de resíduos classes II A
(Não-inertes) e II B (Inertes).
• NBR 13.221/1989 - Dispõe sobre o transporte de resíduos – Procedimentos.
• NBR 13.463/1995 - Dispõe sobre a coleta de resíduos sólidos.
• Resolução CONAMA nº 275/2001 - Dispõe sobre a simbologia dos resíduos.
• NBR 11.175/1990 - Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos
perigosos – padrão de desempenho.
• Portaria Minter nº 53/1979 - Dispõe sobre o destino e tratamento de
resíduos.
• NBR 15.112/2004 - Dispõe sobre os resíduos da construção civil e resíduos
volumosos - Áreas de transbordo e triagem - Diretrizes para projeto, implantação e
operação.
• NBR 15.113/2004 - Dispõe sobre os resíduos sólidos da construção civil e
resíduos inertes – Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação.
• NBR 15.114/2004 - Dispõe sobre os resíduos sólidos da construção civil -
Áreas de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação e operação.
• NBR 15.115/2004 - Dispõe sobre os agregados reciclados de resíduos
sólidos da construção civil - Execução de camadas de pavimentação -
Procedimentos.
• NBR 15.116/2004 - Dispõe sobre os agregados reciclados de resíduos
sólidos da construção civil.
- Utilizado para pavimentação e preparo de concreto não estrutural
Requisitos: Resolução CONAMA nº 307/2002.
2.1 Metodologia
Para estudar o problema descrito será realizada uma revisão bibliográfica
acerca do tema, com um trabalho de natureza descritiva e qualitativa, e uso na
fundamentação teórica, usando como base de dados trabalhos acadêmicos, artigos
na internet, periódicos nacionais e/ou internacionais e livros.
Vale ressaltar que todos os trabalhos que serão utilizados como fontes
utilizando-se as seguintes bases de dados: Google Acadêmico, SciELO a partir da
questão norteadora: Como o incentivo a reciclagem de resíduos da construção civil,
pode gerar benefícios ao meio ambiente e renda? possuir alguma relação ao tema
proposto, e por fim, desfrutar de caráter científico, constituindo-se como os métodos
de inclusão e exclusão para a elaboração consistente deste estudo.
Na sequência, para a criação dos conhecimentos serão selecionados
trabalhos utilizando como parâmetros a base de dados e os métodos citados
anteriormente, associado ao uso das palavras chaves, a saber: Construção Civil;
Resíduo Sólido; Produção Sustentável; Entulho; Reciclagem.
Para a realização do estudo foram definidas as etapas que a metodologia
compreende, como a seleção do tipo de pesquisa, a área de abrangência, os
instrumentos de coleta de dados, no período de fevereiro de 2024 a maio de 2024.
2.2 Resultados e Discussão
Nos tempos remotos, alguns pensadores como Platão e Aristóteles
demonstraram em seus escritos, certa preocupação no que tange ao
comportamento humano e ao consumo. Assim, Platão pregava que a humanidade
deveria reduzir ou exterminar integralmente seus apetites e desejos, o que por outro
lado, o pensador Aristóteles falava que o consumo funcionava como o contrário da
nobreza, motivo pela qual o homem deveria aprimorar a virtude da moderação,
devendo assim consumir apenas o necessário para sua vida e atividade política
(LEMOS, 2011).
Portanto, a necessidade de conservação dos atributos e elementos naturais
consiste em assegurar a biodiversidade, a manutenção dos sistemas ecológicos,
diversidade das paisagens, melhoria da qualidade de vida humana, estabelecimento
de condições propícias à sustentabilidade socioambiental (MANETTA et al., 2016).
Nessa linha de raciocínio, o ambiente natural está sofrendo uma exploração
imensa que põem em risco a estabilidade dos seus sistemas de sustentação, que
tem como resultado dessa exploração excessiva, a não é dividido igualmente e uma
pequena parte da população se beneficia desta riqueza. Assim, se o consumo
exagerado já demostrava desigualdade dentro de uma mesma geração, o
ambientalismo veio mostrar que o estilo de vida pode frustrar a garantia de serviços
ambientais equivalentes para as futuras gerações (LEONARDO, 2011).
A Gestão Integrada de Resíduos Sólidos é determinada pela PNRS como
uma reunião de atividades direcionadas para a procura de soluções para a grande
quantidade de resíduos sólidos, de maneira a considerar as proporções do
segmento político, econômico, ambiental, cultural e social, em prol da efetivação de
um desenvolvimento sustentável da sociedade (BERTICELLI; PANDOLFO; KORF,
2017).
O Sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos atua
diretamente em duas etapas, a saber: na recolha, e no tratamento e deposição.
Desse modo, a recolha poderá ser seletiva, especializada, indiferenciada ou seletiva
de materiais recicláveis. A primeira atua na seleção de material orgânico, enquanto
que a segunda recolhe produtos em especifico como produtos de origem hospitalar.
Já a terceira trata-se do processo de recolha tradicional, e pôr fim a quarta que se
trata dos ecopontos e ecocentros que coleta produtos das classes de plásticos,
metais e vidros, dando destinação correta. O tratamento e deposição final desse
sistema reúne a criação de unidades de valorização, tratamento e deposição
controlada (SANTOS, 2011).
Nos dias modernos, uma boa gestão dos resíduos deverá ser vinculada
diretamente com o domínio sistemático do processo de industrialização, comércio,
construção civil e demais segmentos econômicos e sociais, em que o crescimento
da população reflete diretamente no aumento do consumo de produtos, que está
diretamente relacionada ao aumento também do número de material descartado,
muitas vezes, sem o devido cuidado com o meio ambiente, sendo o abandono do
material realizado em qualquer espaço (CUSTÓDIO, 2010).
Segundo Barbieri (2010), o cenário brasileiro no que tange à gestão e
gerenciamento dos resíduos sólidos, ainda, está relacionada somente as práticas
para destinação final, não aos métodos de prevenção da poluição e/ou redução da
geração de resíduos na fonte.
A gestão integrada de resíduos foi criada com base em uma abordagem
ambiental diferente, sendo caracterizada por uma reunião de princípios que
organizam o correto gerenciamento do lixo com base nos aspectos ambientais e
econômicos, em prol de sedimentar uma maneira sustentável e socialmente
aceitável para o bem-estar social (BERTICELLI; PANDOLFO; KORF, 2017).
A terminologia integrada remete a ideia de uma visão holística, que reúne
todos os cursos de produção de resíduos, a fim de elaborar estratégias para o
controle dos resíduos de formato sólidos, líquidos e gasosos. É notório asseverar
que diante da vasta flexibilidade e peculiaridades de cada região e das condições
locais, a gestão integrada de resíduos não determina soluções padronizadas,
apenas destaca princípios para nortear as atividades, em que cada região deverá
criar sistemas próprios como respostas aos problemas que assolam sua localidade
(NASCIMENTO, 2012).
Os sistemas de gestão dos resíduos sólidos quando bem planejados, tem
seu funcionamento conectado a todas as esferas da sociedade, em que as partes
interessadas participam do planejamento, implementação, e monitoramento das
mudanças. Assim, as partes que possuem interesse nesse sistema são compostas
por prestadores de serviços, os clientes e a agentes externos, com a inclusão do
governo nacional e local, que tem a tarefa de organizar os aspectos e condições
para que esse sistema seja implantado e tenha bons resultados, em que se
vislumbra uma mudança real, consistente, com valorização do meio ambiente e
consequentemente, da qualidade de vida da sociedade (SANTOS, 2011).
Na seara da construção civil, nota-se que está em constante crescimento, no
que tange as metodologias e técnicas de construção, a fim de promover maior
segurança e durabilidade da estrutura predial atrelado ao compromisso com a
qualidade ambiental da obra (MORAIS; JÚNIOR, 2018).
Nesse ínterim, o bom gerenciamento dos resíduos sólidos nos canteiros de
obras seja de porte pequeno, médio ou grande, apresenta-se como primordial para a
promoção da qualidade na gestão ambiental dos grandes centros urbanos. Os
resíduos, também denominados de “entulho”, exigem uma correta e eficaz gestão a
fim de que possa diminuir os impactos ambientais, bem como os custos no
segmento social e econômico. Os “entulhos” correspondem as sobras oriundas das
construções e demolições, e por conseguinte, deverão ser administrados pelo
responsável na obra, desde da sua origem até a destinação final, a fim de que seja
evitado ou amenizado potenciais impactos ambientais (MATTOS, 2013).
É importante destacar que são necessários maiores investimentos em
formação e qualificação profissional da engenharia civil no intuito de promover maior
segurança no uso das técnicas de construção, prevenção de anomalias, e adoção
de metodologias que promova maior controle dos problemas ambientais
relacionados aos canteiros de obras, fato que exige profissionais mais
comprometidos e que estejam dispostos a oferecer melhor conforto, segurança,
correto manuseio dos resíduos sólidos, compromisso ambiental e qualidade de vida
aos clientes (MORAIS; JÚNIOR, 2018).
Assim, deve-se buscar a sistematização das ações da construção civil
guiadas por conhecimentos técnicos, práticos e científicos, com a padronização das
técnicas, e com o estímulo à formação de um novo perfil profissional. Cabe inferir
então que o gerenciamento ambiental deve seguir uma análise multilateral,
considerando que os problemas ambientais e suas soluções são determinados por
fatores tecnológicos, bem como por questões econômicas, sociais, físicas, culturais
e políticas. Sendo assim, é o sistema proposto é integrado, visando propostas
sustentáveis em todos os setores (NETO, 2012).
3 CONCLUSÃO
É preciso mostrar para todos os envolvidos na cadeia da construção civil o
quão importante é a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos eficiente
e o quanto isso pode contribuir não só para a preservação do meio ambiente, mas
também para um melhor aproveitamento dos recursos financeiros, visto que, dessa
forma, seria possível economizar até 30% do custo total de uma obra, como foi
comprovado no estudo de Picchi (1993). O fato é que as áreas de descarte de
entulho estão cada vez mais escassas, os órgãos públicos, na busca por soluções
para contornar o problema, começam a exigir que as empresas apresentem um
plano de controle de resíduos de suas obras e as empresas, por sua vez, terão, de
alguma forma, que se adaptarem a esse novo cenário que envolve a construção civil
no Brasil.
REFERÊNCIAS
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edição, 2010.
BERTICELLI, Rodolfo; PANDOLFO, Aritana; KORF, Eduardo. A gestão integrada de
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Sustentabilidade Ambiental, Florianópolis, v. 5, n.2, p. 711-744, 2017.
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LEMOS, Patrícia Faga Iglecias. Resíduos sólidos e responsabilidade civil pós-
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LEONARDO, Annie. A história das coisas: da natureza ao lixo, o que acontece
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Heloisa Mourão. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
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MORAIS, Gabriela; JUNIOR, Alberto Casado Lordsleem. Gestão da manutenção
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http://www.nppg.org.br/patorreb/files/artigos/80584.pdf>. Acesso em: 20 mai.2020.
NASCIMENTO, Luís Felipe. Gestão ambiental e sustentabilidade. UFJF, 2012.
Disponível
em:<http://www.ufjf.br/engsanitariaeambiental/files/2012/09/livrotexto_gestao_ambie
ntal_sustentabilidade2.pdf>. Acesso em: 20 mai.2020.
NETO, Michel João Haddad. Reciclagem de resíduos da construção civil - a
engenheira – o engenheiro – a geração do resíduo – seu uso e alternativas.
[Monografia]: Ponta Grossa, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, 2012.
SANTOS, Mateus Carlos dos. Desenvolvimento sustentável: interpretações
crítico-científicas. Universidade Estadual de Londrina, 2011.
ARTIGO - Atividade 1
Critérios de Correção Valor Pontos
Apresentação do título, a autoria, o tema
devidamente contextualizado, a justificativa, o
problema de pesquisa e os objetivos geral e
(0 - 200) 200
específico.
Apresentação da metodologia aplicada de
acordo com os objetivos propostos, definindo de
forma detalhada o desenvolvimento da pesquisa,
tais como: temporal idade, critérios de inclusão e
(0 - 300) 300
exclusão, bases
utilizadas e referencial teórico
Apresentação dos Resultados e Discussão
baseada na fundamentação teórica, com uma breve
revisão de literatura, das principais obras e autores
(0 - 1000) 1000
que tratam do tema escolhido
Atividade elaborada no modelo disponível no
AVA, respeita as regras ortogramaticais, citação e
formatação correta de acordo com as normas da
(0 - 200) 200
ABNT.
Referências contemplam todas as obras e
autores que foram citados no trabalho, atendendo (0 - 300) 300
à formatação da ABNT.
Total de Pontos Obtidos - (0 a 2000 pontos) 2000