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06 O Cuidar e o Educar

O documento discute as diferenças entre cuidar e educar na Educação Infantil. Cuidar envolve atender às necessidades físicas e emocionais das crianças, enquanto educar se refere à promoção da aprendizagem. Ambos são essenciais para o desenvolvimento integral das crianças. O texto também descreve a evolução histórica da Educação Infantil no Brasil.

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06 O Cuidar e o Educar

O documento discute as diferenças entre cuidar e educar na Educação Infantil. Cuidar envolve atender às necessidades físicas e emocionais das crianças, enquanto educar se refere à promoção da aprendizagem. Ambos são essenciais para o desenvolvimento integral das crianças. O texto também descreve a evolução histórica da Educação Infantil no Brasil.

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O CUIDAR E EDUCAR

O Cuidar e o Educar

Cuidar e educar são palavras que acarretam significados diferentes em nossa sociedade, porém nas
duas últimas décadas vem surgindo novos debates e questionamentos sobre o currículo das escolas
de Educação Infantil e seu papel no desenvolvimento das crianças durante os primeiros anos de vida.

Durante o início do século XIII um educador alemão chamado Friedrich Froebel (1782-1852) foi forte-
mente influenciado pelas contribuições pedagógicas de Pestalozzi, e fundou os Kindergarden. Os jar-
dins de infância criados por Froebel tinham como prioridade valorizar a infância, pois ele acreditava que
através das brincadeiras as crianças realizavam aprendizagens e sintetizavam as suas concepções de
mundo. Se focou no trabalho com crianças em idade pré-escolar. Segundo Aranha:

Froebel privilegiava a atividade lúdica por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para
o desenvolvimento sensório-motor e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. Estava con-
vencido de que a alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranquila. (2006,
P. 201)

Em contrapartida as creches surgiram tanto no Brasil como na Europa, com o intuito de atender as
necessidades das operárias de possuírem um espaço para guardar seus filhos durante sua jornada de
trabalho. Com um caráter extremamente assistencialista, o único objetivo era atender as necessidades
básicas das crianças, tais como, alimentação e sono.

Em nossa sociedade desde o final da década de 1950, prevaleceu a concepção das creches como um
mal necessário, um espaço de má qualidade e poucos recursos. Esta situação só começou a mudar
depois da década de 1970, com o final da ditadura e o surgimento de movimentos populares com o
objetivo de reformar o ensino público do ensino primário até o nível superior.

Com a chegada da constituição de 1988 surgiram novas mudanças muito importantes para a educação
pública, pois, a partir desta Lei Magna é que foi estabelecida a Lei de Diretrizes e Bases Da Educação
Nacional nº 9394/96 que está em vigor até hoje e estabelece como deve funcionar a educação dentro
de todo o território nacional nas escolas públicas e privadas.

O atendimento em creches e pré-escolas para crianças de zero a seis anos, que já havia sido garantido
na constituição de 1988, passou a ser considerado como Educação Infantil e foi integrado a Educação
Básica como a primeira etapa de ensino.

Entretanto como não se tornou obrigatório ficou sendo de responsabilidade do município e do estado.

Em 2013 a Lei 12.796, de 4 e abril, prevê a obrigatoriedade da matrícula das crianças aos 4 anos de
idade no ensino básico, devido esta medida a Educação infantil passou a ser considerada obrigatória
e ficou sobre a responsabilidade primeiramente dos municípios.

Devido esta medida começaram a surgir novos questionamentos sobre as práticas pedagógicas na
Educação Infantil. O principal ponto questionado foi a participação das crianças em sua aprendizagem,
torná-las protagonista do seu processo de desenvolvimento, desfazendo a concepção de que a criança
é uma tábua rasa. Para que a prática pedagógica aconteça de forma significativa é necessário que haja
equilíbrio entre cuidar e educar.

Faz-se preciso pensar e entender que a criança realiza a leitura de seu contexto e reflete suas apren-
dizagens através de brincadeiras. A valorização da criança em seu processo de aprendizagem inicia
com os bebês na primeira infância, um período importante, pois, durante os primeiros meses de vida o
bebê se desenvolve muito rápido e aprende a fazer inúmeras conexões entre o que sente e o mundo
ao seu redor.

É necessário que haja alguém atendo as necessidades físicas e emocionais deste pequeno ser em
formação, pois ele é incapaz de sobreviver sozinho. Segundo Ortiz e Carvalho:

Consideramos que essa ação especifica são o que, no senso comum, chamamos de cuidados básicos
ou resposta às necessidades primordiais do bebê [...] o organismo humano é, incapaz de responder a
um estado de tensão fisiológica sozinho; o bebê é extremamente dependente do adulto para sua so-
brevivência. (2012, p. 33)

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O CUIDAR E EDUCAR

A Educação Infantil é uma das etapas mais importantes da vida da criança, portanto o Cuidar e o Educar
são essenciais para o seu desenvolvimento neste período. A criança necessita de brincar, descobrir,
aprender e explorar o mundo a sua volta, pois, o contexto sócio-histórico em que a criança está inserida
é de grande importância para que o desenvolvimento dos aspectos físico, cognitivo, afetivo e emocio-
nal.

Tanto o Cuidar e o Educar são essenciais ao desenvolvimento das crianças no período que se encontra
na Educação Infantil, mas os profissionais não devem esquecer-se de que o trabalho deve ser elabo-
rado previamente planejando o que vai realizar, organizando os espaços, preparando o material a ser
usado para que possa desenvolver um bom trabalho e possam assim estar estimulando os processos
de desenvolvimento da criança num todo. Portanto, neste artigo faz-se uma reflexão sobre o que con-
siste o cuidar e o educar, bem como, discute-se as bases do significado de cuidar e educar, ressaltando
seu caráter de unicidade, ao invés de dupla tarefa.

Para o trabalho ser realizado foi elaborado uma pesquisa bibliográfica onde foram consultados diversos
autores onde podemos destacar Freire, Oliveira, Vitória e principalmente o Referencial Curricular Naci-
onal da Educação Infantil. Cuidar e Educar são duas funções diferentes, mas devem ser associadas
para o desenvolvimento da aprendizagem integral da criança.

Para a criança ter um bom desenvolvimento ela depende do cuidar e do Educar, sendo que o Cuidar
envolve a dimensão afetiva, como por exemplo, os aspectos biológicos do corpo, como a qualidade de
uma boa alimentação, dos cuidados com a saúde, a higiene do corpo o bem estar, etc. Já o Educar
está relacionado à educação, a promoção da aprendizagem proporcionando conhecimentos necessá-
rios para sua formação pessoal na vida adulta.

Sabemos que a Educação Infantil é considerada a primeira etapa da educação básica (título V, capitulo
II, seção II, art. 29), tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade.
Para todos esses aspectos é possível estabelecer elos, interações ou relações desde que à ação pe-
dagógica esteja permanentemente e em total vigilância.

Não podemos esquecer que o espaço em que a criança convive exige a presença e a mediação dos
adultos para conduzir as atividades e proporcionar um ambiente educativo, seguro e afetivo com pes-
soas qualificadas para poder acompanharem de forma correta as crianças nesse processo de constru-
ção do conhecimento para o desenvolvimento da aprendizagem significativa.

O objetivo da pesquisa é apresentar uma breve discussão para compreender melhor o ato de cuidar e
Educar na Educação Infantil.

Para alcançar o objetivo proposto foi necessária além das experiências pessoais uma pesquisa biblio-
gráfica onde foram consultados diversos autores que podemos destacar dentre eles: Ferreira, Freire,
Vitória e principalmente o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil.

O ato do Cuidar e do Educar implica em reconhecer que o desenvolvimento, a construção dos saberes,
a constituição do ser não ocorre em momentos e de maneiras compartimentada. Por isso devemos
garantir que o Educar e o Cuidar aconteçam de forma integrada através da ação conjunta de todos os
profissionais envolvidos neste contexto educacional.

De acordo com os PCN’s:

“A expansão da Educação Infantil no Brasil e no mundo tem ocorrido de forma crescente nas últimas
décadas, acompanhando a intensificação da urbanização, a participação da mulher no mercado de
trabalho e as mudanças na organização e estrutura das famílias. Por outro lado, a sociedade está mais
consciente da importância das experiências da primeira infância, o que motiva demandas por uma edu-
cação institucional para crianças de zero a seis anos”. (PCN’s, 1998, v.1, p.11).

A Educação Infantil passou por muitas transformações caracterizando-se historicamente pelo assisten-
cialismo, com isso as creches tinham somente a função de cuidar das crianças das mães que trabalha-
vam na indústria e, também como empregadas domésticas, mas, não se preocupava em educar.

Somente a partir da constituição de 88 surge uma nova concepção de Educação Infantil onde começa
a se destacar o cuidar e o educar como pontos fundamentais e imprescindíveis para o trabalho com as
crianças. Onde ficou assegurado na Constituição Federal de 1988, em seu em seu artigo 208, o inciso

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O CUIDAR E EDUCAR

IV: “[...] O dever do Estado para com a educação será efetivado mediante a garantia de oferta de cre-
ches e pré-escolas às crianças de zero a seis anos de idade” (BRASIL, 1988).

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI) traz no artigo 29 que a Educação In-
fantil tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físicos, psicológicos,
intelectual e social, completando a ação da família e da comunidade. As habilidades e as competências
apontadas são desenvolvidas na criança através da interação dela com o meio, e fica clara aí a valori-
zação a socialização e a discussão, propondo orientações curriculares tendo como embasamento o
processo de desenvolvimento e de aprendizagem da criança.

De acordo com Ferreira (1989, p.146) cuidar significa: “imaginar, meditar, cogitar, julgar, supor. Aplicar
atenção, o pensamento, a imaginação. Ter cuidado. Fazer os preparativos. Prevenir-se. Ter cuidado
consigo mesmo”, em outras palavras podemos dizer que cuidar é dar atenção é se preocupar com os
cuidados básicos para que a criança se sinta bem.

O Cuidar exige que os profissionais fiquem atentos aos imprevistos que possam acontecer com as
crianças e se preocupe com os cuidados necessários ao desenvolvimento. A criança precisa se ali-
mentar, adquirir hábitos de higiene a interagir com o outro, pois tudo isso que ela recebe nesta fase é
muito importante e ajuda no desenvolvimento da aprendizagem da mesma.

De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI, 1998):

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas


de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de rela-
ção interpessoal, de ser, e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito, confiança,
aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (RCNEI, 1998, p.23).

O Educar tem um papel fundamental na Educação Infantil, pois na maioria das vezes vemos as crianças
como seres indefesos e inocentes e, até mesmo incapazes, mas isso são formas errôneas de se ver
as crianças. Ao contrário do que pensamos, elas são surpreendentes e capazes de ações e atitudes
inesperadas pelo adulto e é por meio das capacidades de pensar, agir, sentir das crianças que o Educar
deve ser fortalecido cada vez mais começando pela Educação Infantil.

Já o Cuidar, na maioria das vezes é influenciado pela família através dos valores em relação à saúde
e ao desenvolvimento infantil, visto que as necessidades básicas como a alimentação, a medicação, a
proteção, a higiene, enfim tantas outras podem ser modificadas com o contexto sócio cultural.

Sobretudo os professores não podem deixar de lado ainda as necessidades afetivas que servem tam-
bém de base para que desenvolva um trabalho educacional que favoreça e conduza na descoberta e
construção de sua identidade, apropriando-se de saberes necessários à constituição de sua autonomia
para o desenvolvimento do ensino aprendizagem.

O Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI, 1998) diz que o Cuidar, serve de sub-
sídio no momento em que afirma:

O desenvolvimento integral depende dos cuidados relacionais, que envolvem a dimensão afetiva e dos
cuidados com a saúde, quanto da forma como esses cuidados são oferecidos e das oportunidades de
acesso aos conhecimentos variados, (RCNEI, 1998, p.24).

Através do Cuidar auxiliamos a criança em seus primeiros passos, descobertas, e ajudamos a desen-
volver suas capacidades, explorando sua criatividade. Devemos lembrar que os cuidados não se refe-
rem apenas aos aspectos do corpo, mas envolvem também uma dimensão afetiva, pois a criança pre-
cisa se sentir amada pelas pessoas a sua volta.

Ainda no Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (RCNEI, 1998) a respeito do cuidar diz
que:

O cuidado precisa considerar, principalmente, as necessidades das crianças, que quando observadas,
ouvidas e respeitadas, podem dar pistas importantes sobre a qualidade do que estão recebendo. Os
procedimentos de cuidado também precisam seguir os princípios de promoção da saúde. Para se atin-
gir os objetivos dos cuidados com a preservação da vida e com o desenvolvimento das capacidades

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O CUIDAR E EDUCAR

humanas, são também necessário que as atitudes e procedimentos estejam baseados em conheci-
mentos específicos sobre desenvolvimento biológico, emocional e intelectual das crianças, levando em
conta diferentes realidades sócio-culturais (RCNEI, 1998, p. 25).

A influência das crenças e dos valores na forma de Cuidar da saúde, da educação e até do desenvol-
vimento infantil podem ser modificadas e acrescidas de outras de acordo com o contexto sócio cultural
em que ela vive. E estas ações podem ressaltar o desenvolvimento integral da criança, visto que as
necessidades básicas para se Cuidar de uma criança como: alimentação, saúde, proteção, higiene,
etc., são as mesmas em qualquer situação em que vive. Desta forma fica claro, no papel designado ao
Cuidar, a necessidade de envolvimento e comprometimento do professor com a criança em todos os
seus aspectos, e a compreensão sobre o que ela sente e pensa o que traz consigo a sua história e
seus desejos.

Tanto os professores como as famílias devem valorizar muito esta etapa educacional da vida das cri-
anças.

De acordo com Vitória, 2002:

É fato que o processo educativo é realizado de várias formas: na família, na rua, nos grupos sociais, e
também na escola. Educar, nessa primeira etapa da educação básica, não pode ser confundido com
cuidar, ainda que as crianças necessitem de cuidados elementares. Por isso cuidar e educar são con-
ceitos que devem estar associados ao tratamento dispensado à criança, já que alem de receber cuida-
dos básicos, a criança precisa desenvolver sua identidade pessoal e social. (VITÓRIA 2002, p. 18).

Fica claro que o processo educativo acontece em todos os ambientes, não exclusivamente na escola,
pois, a família, o grupo social são os grandes responsáveis pelas experiências que ela adquire. Deve-
mos destacar que os primeiros contatos que a criança recebe com o meio acontecem na família. Tanto
o Cuidar como o Educar serve de base para serem trabalhados no desenvolvimento da aprendizagem.

Freire, 1983 destaca que:

Quando se tira da criança a possibilidade este ou aquele espaço da realidade, na verdade se está
alienando-a da sua capacidade de construir seus conhecimentos. Porque o ato de conhecer é tão vital
quanto comer ou dormir, e eu não posso comer por alguém, (FREIRE, 1983, p. 36).

O Cuidar e o Educar na Educação Infantil são eixos inseparáveis que, caracterizam e constituem o
espaço e o ambiente escolar nesta etapa da educação, pois um complementa o outro e ambos preci-
sam estar integrados para auxiliarem no processo do desenvolvimento e na construção da autonomia
da criança.

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil observamos a questão do Cuidar e Edu-
car:

As instituições de Educação Infantil devem definir em suas propostas pedagógicas, práticas de educa-
ção e cuidados, que possibilitem a integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivo
linguísticos e sociais da criança, entendendo que ela é um ser completo, total e indivisível. (Resolução
nº022/98, artigo 3º inciso III).

Fica claro a proposta de integração entre o Cuidar e o Educar na Educação Infantil, no entanto, são
duas práticas que devem caminhar de maneira indissociável, auxiliando a criança para desenvolver
suas capacidades de conhecer-se e valorizar-se, compreendendo a importância de si mesma e respei-
tando o diferente, o outro, cultivando valores de solidariedade, cooperação e amizade para o seu de-
senvolvimento.

Para Cuidar é preciso um comprometimento com o outro, com sua singularidade, ser solidário com
suas necessidades, confiando em suas capacidades. Isso inclui o que a criança sente, pensa o que ela
sabe sobre si e o mundo, visando à ampliação desse desenvolvimento e de suas habilidades, que, aos
poucos, tornarão mais independentes e mais autônomas.

Já para Educar, é necessário que o professor crie situações significativas de aprendizagem, se quiser
alcançar o desenvolvimento de habilidades cognitivas, psicomotoras e sócio afetivo, e que fundamental

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O CUIDAR E EDUCAR

que a formação da criança seja vista como um ato inacabado, sempre é sujeito a novas inserções, e
novos recuos, a novas tentativas.

A equipe da instituição deve trabalhar em conjunto para que a ação do Cuidar e do Educar aconteça
de forma integrada. O professor precisa interagir com essas duas ações em sua prática de uma forma
criativa e dinâmica, onde todos os espaços e momentos vivenciados na escola favoreçam a construção
da aprendizagem.

A formação do educador também de suma importância e deve estar baseada na concepção de Educa-
ção Infantil para entender as reais necessidades das crianças. Ele deve ser criativo, flexível, atendendo
à individualidade e ao coletivo, devendo buscar a superação da dicotomia educação/assistência, le-
vando em conta o duplo objetivo da Educação Infantil de Cuidar e Educar.

Com os estudos chegamos á conclusão que as práticas de Cuidar e Educar são indissociáveis no
trabalho com a Educação Infantil. Quando atendemos as necessidades das crianças estamos cuidando
e no momento em que ensinamos estamos educando, e esta prática requer que os profissionais tenham
objetivos em suas ações.

A escola de Educação Infantil deve compreender que o espaço e o tempo em que à criança vive exigem
cuidados físicos e crie condições para o desenvolvimento cognitivo, simbólico e emocional proporcio-
nando condições para o desenvolvimento integral da criança.

Como vimos Cuidar e Educar, de acordo com as novas diretrizes deve caminhar junto. O planejamento
educacional deve contemplar estas ações sendo que o professor deve ser o mediador para que a cri-
ança se relacione com as demais e também deve estimular a realização das mais diversas atividades
pedagógicas proporcionando às crianças momentos que aprendam a tomar decisões direcionadas ao
aprendizado e possam construir hábitos e atitudes corretas.

Portanto no Cuidar e Educar deve estabelecer uma visão integrada do desenvolvimento da criança com
base em concepções que respeitem seus interesses e necessidades para que ocorra desta forma o
desenvolvimento integral da mesma.

A importância para o desenvolvimento da criança deve começar desde os seus primeiros momentos
de vida. Desde os primeiros meses de vida, a criança demonstra sinais de interação com o ambiente
que a cerca, seja no olhar que acompanha os passos da mãe e dos profissionais que estão ao seu
redor no dia-a-dia na unidade, seja no sorriso que dá para quem está presente. O estímulo dado à
criança desde cedo, é que vai determinar seu desenvolvimento. Por isso, é importante saber como agir
para garantir um crescimento saudável e enriquecedor às crianças.

E a educação infantil tem como objetivo não apenas cuidar, mas também educar as crianças que ali
estão, não que devemos assumir o papel de pai e mãe, mas um educar no sentido pedagógico que
venha contribuir para o desenvolvimento integral da criança em todas as áreas. Hoje, a nossa educação
infantil que faz parte da educação básica do País não possui mais um caráter assistencialista como era
antigamente, é também educativo. Sabemos a importância e o papel pedagógico, educativo e social
desta fase da criança, mas infelizmente, algumas pessoas que ainda possuem uma visão errada da
nossa educação infantil pensa que ali somente cuida.

Acredito que cuidar e educar estão fundamentados ao ofício e a excelência do verdadeiro educador,
pois quando cuidamos, educamos; essa é a maneira mais saudável e motivadora para garantir o de-
senvolvimento da criança, envolvendo os aspectos físicos, emocionais, sociais, cognitivos. Sentir en-
tusiasmo e ousadia de se construir um profissional com um perfil que se funde em experiências e
competências pedagógicas, capazes de entender as necessidades e interesses das crianças em cada
momento e a realidade vivida por elas.

Entendo que o professor é um mediador de novas conquistas e precisa sempre oferecer diversas pos-
sibilidades educacionais para que a criança descubra suas potencialidades. Atento e carinhoso, ele
amplia e sistematiza os conhecimentos, sempre valorizando e respeitando as hipóteses, interesses, a
criatividade e maneiras de expressão das crianças.

Portanto, é de grande importância de se trabalhar com a construção do vínculo afetivo diante do seu
impacto no desenvolvimento humano integral. Não basta apenas conhecer materiais e técnicas peda-
gógicas, mas é preciso ter sensibilidade, elucidação, produzir motivação, ajudar a criança a encontrar

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o caminho de descobertas e compreensão do mundo para que ela possa construir sua própria identi-
dade e se humanizar de maneira lúdica, colorida e educativa.

De acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI (1998), o professor
tem um papel muito importante na construção de uma proposta curricular de qualidade, para tanto se
faz necessário que ele esteja comprometido com a prática educacional, estando, dessa forma, prepa-
rado para lidar com eventuais situações que possam a vir acontecer no decorrer do cotidiano escolar.
O trabalho direto com as crianças pequenas exige que o professor saiba trabalhar com conteúdos de
naturezas diversas que abrangem desde cuidados básicos essenciais até conhecimentos específicos
provenientes das diversas áreas do conhecimento. E por sua vez, demanda também uma formação
bastante ampla e profissional que deve tornar-se ele também um aprendiz, refletindo constantemente
sobre sua prática, dialogando com as famílias e buscando informações necessárias para o trabalho
que desenvolve.

O professor também deve fazer sua parte, procurando uma contínua formação tentando fazer de cada
momento de cuidado, um momento educativo e lúdico. Deve estar ainda sempre fazendo cursos que
possam facilitar suas práticas no cotidiano escolar, para dessa forma estar preparado para trabalhar e
enfrentar os obstáculos do dia a dia escolar, assim como incluir em seus planejamentos atividades que
integrem o cuidar e o educar de forma prática.

Penso que para ter uma educação infantil de qualidade, é importante que o cuidar e o educar andem
juntos, e que família e escola estejam conscientes de seus papéis, pois, escola não trabalha sozinha,
é preciso da parceria dos pais onde precisam ajudar na educação do filho através do diálogo, dos
estímulos, participando das reuniões, levar a crianças todos os dias na creche ou escola, pois a assi-
duidade é de suma importância para que a criança tenha uma boa adaptação e socialização ao ambi-
ente, aos colegas e professores e um bom desenvolvimento no ensino aprendizagem.

Enfim, a família está por trás do sucesso escolar do filho, se colaborar para que isso aconteça, pois
escola e família tem os mesmos objetivos, que é o sucesso na aprendizagem do filho de forma signifi-
cativa.

A realidade tem mostrado as dificuldades instaladas ao longo de décadas de uma prática nas institui-
ções de educação infantil, em que cuidar remete à ideia de assistencialismo e, educar à de en-
sino/aprendizagem.

Buscamos discutir a questão principal partindo do pressuposto: será que os educadores estão cum-
prindo seu papel do cuidar e educar dentro dos espaços das escolas e porque alguns não desenvolvem
a prática pedagógica e se acomodam exercendo somente o cuidar?

A pesquisa tem como objetivo compreender, e refletir sobre as práticas assistencialistas ainda existen-
tes em creches e escola, melhorar a qualidade no atendimento para o reconhecimento e valorização
dos educadores entrevistados.

Os objetivos específicos estão respaldados em:

- Identificar a natureza das relações do cuidar e o educar;

- Analisar o histórico e evolução da educação infantil referente ao cuidar e educar;

- Observar e comparar as concepções dos educadores em relação à verdadeira função da escola.

A pesquisa será embasada no (RECNEI, 2008), pois concebem a qualidade de ensino desse nível de
ensino, tornando se referencia para orientar as práticas pedagógicas. De acordo com o MEC (1995),
os critérios para atendimentos em creches primeiramente devem respeitar os direitos fundamentais de
todas as crianças envolvidas nesse meio.

Conforme consta na Lei de Diretrizes e Bases 9.394, art. 29° a educação infantil, primeira etapa da
educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade,
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da co-
munidade. Essa lei evidencia o comprometimento com os educadores, pais, comunidade e poder pú-
blico.

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Diante disso, a escolha deste tema surgiu quando comecei a trabalhar em uma escola municipal, no
município de Cuiabá. Antes de começar a trabalhar não sabia qual era papel das escolas, depois com
a convivência e a experiência, pude perceber a ação do cuidar e educar.

O mundo em que vivemos passa por diversas modificações, e uma das maiores preocupações é o que
diz a respeito da educação, principalmente na educação infantil que a criança está em processo de
construção de conhecimento. E na correria do dia a dia os pais colocam seus filhos nas escolas, alguns
se preocupam com os filhos se estão e boas mãos, e se estão cumprindo com o papel pedagógico com
base nas leis do direito da criança. E a cada dia que passa as exigências no mercado de trabalho
aumentam, e muitos não têm condições de pagar escolas particulares e optam pela escola confiando
na competência da gestão escolar.

Assim investigaremos a consciência do profissional com relação à atuação dos professores e de técni-
cos de desenvolvimento infantil (TDIs) . Essa pesquisa será através de entrevistas com os Professores
e Técnicos de Desenvolvimento Infantil. Surge também interrogações como futura Pedagoga.

O intuito maior é compreender as concepções dos educadores referentes ao cuidar e educar na edu-
cação infantil. A fim de contribuir para os educadores, para que o trabalho nas creches não continue
no cuidado e assistencialismo.

O tipo de pesquisa utilizado foi a pesquisa de campo, que procede a observação de fenômenos junta-
mente com a análise de dados com fundamentação teórica, objetivando sua compreensão, explicação
do problema pesquisado. Os objetivos propostos nesta pesquisa são de cunho qualitativo.

Os sujeitos participantes foram selecionados com critério de estar atuando em creche no mínimo á um
ano. A entrevista foi realizada com 3 (três) Professores e Técnicas de Desenvolvimento Infantil, em
uma escola municipal da cidade de Cuiabá.

A coleta de dados foi feita com perguntas abertas, designadas aos educadores. Com a pretensão de
estimular os entrevistados á desenvolver projetos que estimulem a ação do cuidar e educar.

As entrevistas ocorreram no local de trabalho com as seguintes questões: Qual a sua formação? E há
quanto tempo trabalha como Professor e Técnico de Desenvolvimento Infantil? Qual é sua função den-
tro da escola? O que significa o cuidar e educar para você? É possível cuidar e educar ao mesmo
tempo? Por quê? O que você poderia fazer como educador para melhorar o reconhecimento e a valo-
rização da verdadeira função da escola?

As entrevistas foram transcritas para o papel, respeitando a autenticidade da fala de cada um.

Com o objetivo de compreender, e refletir sobre as práticas assistencialistas ainda existentes em escola
e melhorar a qualidade no atendimento para melhor reconhecimento e valorização dos educadores
entrevistados. Foram realizadas em uma única vez pela pesquisadora desse estudo, ocorreu em 19 de
novembro de 2012.

Em nenhum momento durante a entrevista foi solicitado o nome dos participantes por motivo de anoni-
mato do pesquisado.

A pesquisa partiu de estudos de grandiosos autores: como Paulo Freire (1996), Eulália Bassedas
(1999), Teresa Huguet (1999), Isabel Solé (1999), e o RECNEI (2008). Esses autores contribuíram
teoricamente com o tema abordado.

Uma outra fonte de pesquisa foi a LDB (Leis de Diretrizes e Bases da Educação) documento de suma
importância para educação, que passa por reformulações para atender a educação infantil desde a
primeira etapa da educação básica, com a ?nalidade do desenvolvimento integral da criança. Já no
titulo VI ressalta a importância dos profissionais da educação, com ênfase na formação para atuar
dentro da sala de aula.

Paulo Freire apontou no livro “Pedagogia da Autonomia” a necessidade da formação do docente, jun-
tamente com a prática reflexiva. Sua preocupação de educador, destacando o leitor á criticidade.

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Eulália Bassedas, Teresa Huguet, Isabel Solé, em aprender e ensinar á educação, um livro útil de
reflexão, análise da prática com ênfase em planejamento, destacando como ferramenta de organização
para o educador.

Por fim na tentativa de compreender o cuidar e o educar na educação infantil a fonte utilizada foi o
RECNEI 2008, volume 1 e 2 que concebem a qualidade de ensino desse nível de ensino, tornando se
referencia para orientar as práticas pedagógicas.

Desenvolvimento da Pesquisa

Histórico da Educação Infantil

As creches e pré-escolas surgiram a partir da revolução industrial. Com a necessidade de um lugar fora
do lar, para as crianças. Outro fato que deve ser lembrado que para alguns naquela época, essas
instituições iriam proporcionar conforto, segurança contra as influencias negativas. Podemos dizer en-
tão que as creches surgiram a partir de mudanças econômicas, políticas e sociais que ocorreram na
sociedade.

E com as mulheres no mercado de trabalho, as famílias foram se organizando, com um novo papel da
mulher e com isso a necessidade de ter um lugar para deixar as crianças aumentou.

A trajetória da creche foi marcada pelo assistencialismo, durante muito tempo para abrigar crianças, a
preocupação era somente com a higiene. Depois de muitos movimentos sociais e reivindicações na
década de 80, chegaram conclusão que as creches visavam o pleno desenvolvimento das crianças.
Finalmente a constituição de 1988 reconhece como direito da criança e dever do Estado o acesso à
educação com creches e pré-escolas.

Formação Do Educador Infantil

O profissional da educação infantil tem que gostar do que faz ter competência com planejamentos,
trabalhar com conteúdos de naturezas diversas e com os cuidados básicos.

O mundo passa por diversas modificações e exige qualificação no mercado de trabalho. O educador
deve estar sempre com seus conhecimentos atualizados. Compete a ele uma participação integral com
a gestão da instituição.

A formação do educador na educação infantil é um direito das crianças e dos próprios educadores.

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licen-
ciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como
formação mínima para o magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fun-
damental, a oferecida em nível médio, na modalidade normal. (LDB-9394/96 TITULO VI, ART.62)

A formação de docentes para trabalhar em escolas deve ter nível superior e os Técnicos de Desenvol-
vimento Infantil o magistério. Significa um avanço na educação, antigamente qualquer individuo sem
formação, poderia trabalhar nas instituições de ensino, principalmente nas creches, a preocupação
evidenciava somente o cuidado aos pequenos.

Perfil do Profissional da Educação Infantil

As atuais reflexões em relação ao papel do adulto na educação de crianças pequenas estão incluídas
na LDB (Lei de Diretrizes e Bases), na nova concepção de creche e pré - escola.

A função do profissional da educação infantil vem passando por diversas modificações e reformulações
ao longo do tempo. Estudo sobre a concepção da criança vem determinando a formação do educador
infantil.

O profissional deve estar atento ás mudanças e á diversidades das crianças com as quais trabalham,
para atender com qualidade no desenvolvimento integral.

Como dizia FREIRE, em Pedagogia da Autonomia, pg. 35: ensinar exige risco, aceitação do novo e
rejeição a qualquer forma de discriminação.

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Significa que para ensinar o educador deverá aceitar as mudanças decorrentes do dia a dia e amparar
qualquer tipo de discriminação.

O professor da educação infantil, precisa de mais formação continuada para ser reconhecido social-
mente e garantir aprendizagens eficazes.

O cuidar e educar como elementos articuladores da ação pedagógica

De acordo com a lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDB), o cuidar e o educar devem agir
em conjunto, juntamente com a equipe pedagógica da instituição. Assim garantido uma forma inte-
grada, nas metodologias aplicadas.

Art. 5º A Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, é oferecida em creches e pré-escolas,
as quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimen-
tos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no
período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do
sistema de ensino e submetidos a controle social.(Resolução CNE/CEB 5/2009. Diário Oficial da União
de Brasília,18 de dezembro de 2009, Seção 1, p. 18.)

Com base na resolução do art. 5° a educação infantil deve ser oferecida em creches para crianças de
0 á 3 anos e pré- escolas de 4 a 5 anos. Antigamente as creches se preocupavam em somente abrigar
crianças, sem nenhum intuito de aprendizagem. Após varias reivindicações, reconheceram a necessi-
dade de acrescentar o educar em creches e pré-escolas.

Representa um avanço na qualidade de ensino da educação infantil, com ênfase em incluir o educar,
garantindo melhoria na proposta pedagógica e suprindo as exigências dos novos desafios da educa-
ção.

Existem duas concepções que devem ser articuladas nas instituições (escolas) como:

Compreender o cuidar, na dimensão institucional, é estar atento aos movimentos das crianças, preve-
nindo para que nada de mal aconteça. Por outro lado o cuidar preocupa-se também nos aspectos que
fazem parte da necessidade do individuo, como alimentação, saúde, segurança e afetividade.

Conforme definição da língua portuguesa cuidar significa: imaginar, meditar; cogitar. 2.julgar, supor. T.i.
3.cuidar (2). 4. aplicar à atenção, o pensamento, a imaginação. 5.ter cuidado (2). 6. fazer os preparati-
vos. 7. cuidar (2). P.8. Prevenir se. 9. ter cuidado consigo mesmo. (FERREIRA, Aurélio Buarque de
Olanda, 1910-1989 miniaurelio século XXI escolar: o minidicionario da língua portuguesa. 4. ed.rev.am-
pliada.-Rio de Janeiro: Nova Fronteira,2000.)

Implica, dessa forma, em fazer o melhor para criança, de acordo com a necessidade de cada um. O
termo cuidar é responsabilidade, dedicação. Os profissionais envolvidos se encarregam de estar aten-
tos ás atitudes e procedimentos tomados dentro da instituição.

O cuidado na UEI (Unidade de Educação Infantil) deve-se basear nos princípios da preservação da
vida para um mundo melhor relevando o seu contexto sociocultural.

Um educador de qualidade respeita as necessidades de cada criança, quando ouvidas, interpretadas


e respeitadas as tomadas de decisões procedimentais são feitas com sucesso.

O cuidar está interligado a tudo o que acontece no dia a dia na escola, desde a alimentação, até a
segurança. Na hora da refeição todo cuidado é pouco. A atenção nos atos que a criança faz como não
jogar o alimento fora, cuidar para que o outro colega não pegue sua refeição e observar e incentivar as
crianças na alimentação são pequenas coisas, mas que fazem parte do seu desenvolvimento integral.

O educar se refere ao aprendizado da criança. Fator esse que contribui para o processo de formação,
juntamente com o cuidar. A família e a instituição é a base para educá-lo, aspectos esses que devem
se unir para um bom resultado.

Na tendência cognitiva de trabalho na educação infantil a criança concebida como um ser construtor,
que pensa e, como tal, constrói seu conhecimento, reinventa conteúdos, aprende a partir da interação
que estabelece com o meio físico social desde o seu nascimento, passando por diferente estagio de

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desenvolvimento com isso o professor tem que ter bastante conhecimento sobre o cognitivo infantil.

Ensinar a criança conhecer, a cuidar de si, a explorar o ambiente é uma forma de educar. Mostrar para
as crianças as transformações que ocorrem no mundo, é colaborar com o ensino e aprendizado, uma
ferramenta fácil, principalmente quando usado os fatos vivenciados no dia a dia.

Esta pesquisa foi realizada em uma escola municipal de Cuiabá, Mato Grosso. Esta instituição atende
crianças de quatro e cinco anos. Atualmente atende 100 crianças, com duas salas no período matutino
e duas no período vespertino. O diretor da escola foi educado e entendeu a preocupação a respeito do
assunto abordado na pesquisa.

A escola conta com 04 professores e 02 técnicos de desenvolvimento infantil, onde em cada sala ficam
oito técnicos em cada período com aproximadamente 25 crianças. Na sala onde foi feita a entrevista
conta com quatro educadoras que já possuem Pedagogia, as outras 2 estão cursando. Sendo uma
efetiva, e cinco contratadas pela prefeitura de Cuiabá.

Ao entrar na instituição com o questionário as educadoras ficaram assustadas, perguntaram o porquê


da entrevista, foi explicado e concordaram em responder o questionamento. Não aconteceu nenhum
tipo de interferência durante a pesquisa.

Primeiramente foi observado o Plano Político Pedagógico da instituição, onde se encontra em atualiza-
ção, pelos educadores e demais funcionários da escola. Muito bem elaborado, mas falta fazer alguns
ajustes.

De acordo com resolução de Brasília, as creches se caracterizam por ambientes não domésticos, mas
instituições onde se desenvolvem o cuidar e educar tantos públicos ou privados.

Na educação infantil existem dois aspectos articulados, o cuidar e o educar e devem ser compreendidos
com a prática, focalizando o atendimento as necessidades físicas, emocionais, afetivas, cognitivas e
sociais de forma integrada.

Já a educadora 3: Cuidar de crianças especiais, entende-se que ela somente cuida não educa , e
trabalha com crianças há 02 anos. Muitos não conhecem sua função e não se valorizam e a mesma
disse que os pais as consideram como babás.

Para que haja sucesso em qualquer tipo de instituição, a proposta pedagógica é á identidade da insti-
tuição, construída coletivamente e concretizada em um bom planejamento. Serve como uma referência
para instituição não podendo ser encarada como uma lei rígida que tem que ser seguida. Deve ser
flexível e de acordo com a realidade e a necessidade do aluno, devendo considerar as orientações
contidas no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RECNEI).

Considerando a dimensão histórica, sobre a educação de crianças até os cinco anos de idade, adotou
se três princípios básicos, a saber: éticos, políticos e estéticos.

Art. 6º As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os seguintes princípios:

I – Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao


meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades.
II – Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.
III – Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas dife-
rentes manifestações artísticas e culturais.

Esses princípios devem orientar as práticas educativas, com o objetivo de construção de uma socie-
dade democrática e justa, dando ênfase á valorização da construção de identidades.

Uma atenção particular deve ser voltada para as crianças com necessidades especiais que, devido ás
suas características peculiares, estão mais sujeitas á discriminação. Ao lado dessa atitude geral, po-
dem criar situações de aprendizagem em que a questão da diversidade seja tema de conversa de
trabalho. (RECNEI 2008, vol. 2, pág.41)

Implica o educador saber trabalhar com criatividade e incluir a criança especial juntamente com as
outras crianças, criando situações de aprendizagens com os recursos que a escola favorece.

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O domínio da fala diversifica as modalidades de interação, favorecendo o intercâmbio de idéias, reali-


dades e pontos de vista. A observação das interações espontâneas revela o quanto as crianças con-
versam entre si. Não seria possível inventariar os possíveis temas de conversa, pois o repertório é
infinito, refletindo vivências pessoais, desejos, fantasias, projetos, conhecimentos.

Por exemplo, ao conversarem sobre assuntos do universo familiar de cada um, todos os participantes
se enriquecem, pela oportunidade de expressão e de contato com outras vivências. Dada a importância
do diálogo na construção de conhecimento Para que a deliberação coletiva sobre regras de convivência
seja transformada em conteúdo mais sistematizado, pode-se pensar no registro delas.

Dependendo a dificuldade do aluno especial, alguns jogos e brincadeiras de parque ou quintal, envol-
vendo o reconhecimento do próprio corpo, o do outro e a imitação, podem se transformar em atividades
da rotina. Bons exemplos são “Siga o Mestre” e “Seu Lobo”3 , porque propõem a percepção e identifi-
cação de partes do corpo e a imitação de movimentos.

Durante a pesquisa, foi observado que o cuidar e o educar são inseparáveis. Alguns educadores co-
nhecem a verdadeira função da escola, cuidam e educam as crianças nas instituições. Algumas escolas
ainda lutam com a dicotomia do assistencialismo.

Essa pesquisa foi enriquecedora, pois para as educadoras da escola de Cuiabá MT, que ficaram felizes
com a entrevista, e será desenvolvido um projeto para que todos conheçam a função da creche e o
binômio cuidar e educar, voltado para os educadores, comunidade e pais, melhorando assim a valori-
zação do trabalho desenvolvido com as crianças dessa instituição.

Os debates apontaram à necessidade das escolas adotarem de forma integrada o cuidar e o educar, a
fim de permear todo projeto pedagógico da instituição, com um único objetivo o desenvolvimento inte-
gral das crianças respeitando seus aspectos físicos, intelectual e social.

A respeito da formação do educador, precisa melhorar ainda mais, deve haver um comprometimento
com a equipe gestora da instituição e elaborar um método para colocar em prática tudo que é falado
nas reuniões de roda de conversa.

Para concluir com relação á entrevista feita, a equipe gestora deve se unir coletivamente, e estar por
dentro do que acontece no dia a dia da escola, ver se o planejamento está sendo e feito e executado.

Tudo isso contribui para o binômio cuidar e educar, pois o ser humano quando não é cobrado ele acaba
se acomodando, não querendo sair da sua zona de conforto e ficando no comodismo e somente nas
práticas assistencialistas.

Compete também o poder público tomar consciência sobre as políticas públicas no que diz a respeito
do direito á infância, para melhorar a forma de atendimento nas instituições de educação infantil.

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