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TCC Quingas 2023 - 114321

Este trabalho propõe a construção de um túnel de vento de baixo custo na Faculdade de Engenharia e Tecnologia. O documento descreve os tipos de túneis de vento e as etapas para projetar e dimensionar as peças do túnel proposto utilizando o software SolidWorks. O túnel terá circuito aberto e poderá ser usado para ensino e medição de coeficientes aerodinâmicos.

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TCC Quingas 2023 - 114321

Este trabalho propõe a construção de um túnel de vento de baixo custo na Faculdade de Engenharia e Tecnologia. O documento descreve os tipos de túneis de vento e as etapas para projetar e dimensionar as peças do túnel proposto utilizando o software SolidWorks. O túnel terá circuito aberto e poderá ser usado para ensino e medição de coeficientes aerodinâmicos.

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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

Proposta de construçao de um tunel de vento na Faculdade de Engenharia e


Tecnologia

Lucas Lepa Jose Quinga


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA

Proposta de construçao de um tunel de vento na Faculdade de Engenharia e


Tecnologia

Lucas Lepa Jose Quinga

Trabalho de Fim de Curso Elaborado para a obtenção do


grau de Licenciado em Engenharia Eléctrica, no
Departamento de Engenharia, sob orientação do Professor
Mestre, José Teixeira Gonçalves.

Moçâmedes, 2023
UNIVERSIDADE DO NAMIBE

Unidade Orgânica: Faculdade de Engenharias e Tecnologias.

Departamento de: Engenharia Eléctrica.

Trabalho de Fim de Curso apresentado a Faculdade de


Engenharia e Tecnologias da Universidade do Namibe,
Como parte dos requisitos para aquisição do grau de
Licenciado em Engenharia Eléctrica.

Proposta de construçao de um tunel de vento na Faculdade de Engenharia e Tecnologia

Apresentado por: Lucas Lepa Jose Quinga

N º de Estudante: 2018113899
N º de Registo do Trabalho:

Orientado por

_____________________________
José Teixeira Gonçalves, MSc

Moçâmedes, 2023
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus, que sempre foi e será o


autor da minha vida, do meu destino, meu guia,
socorro presente na hora da angústia.

A minha mãe Marcelina Jose que, desde cedo,sozinha


e para mi mae e pai ao mesmo,me ensinou que e
possivel seguir enftrente mesmo quando algumas
pessoas que amamos se afastam de nos e plantou em
mi o valor da educação para se entender o mundo e
mostroume com muita paciência e amor, que não há
limites para a busca de um sonho, para se querer
sempre mais da vida e ser feliz..

Ao meu tutor Jose Gonçalves, pela paciência na


orientação e incentivo que tornaram possível a
conclusão desta monografia.

i
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus por ter me mantido na direçao certa durante a minha
formação com saúde e sabedoria para chegar até o final.

Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me deram durante toda a minha vida.

Um agradecimento ao meu orientador pela dedicação do seu tempo ao meu projecto de


pesquisa.

Um agradecimento especial as minhas manas Madalenal Kinhama,Pepita de Melo e Victorino


Kinhama confiança, amor, dedicação e acompanhamento durante a minha formação e não
só…

Também quero agradecer a Universidade do Namibe em particular a Faculdade de


Engenharias e Tecnologias e o seu corpo docente nas pessoas

ii
RESUMO
O presente trabalho tem por objetivo a construção de um túnel de vento subsônico com foco no
ensino didático e de baixo custo para fins acadêmicos. Neste estudo, realizou-se uma revisão
bibliográfica, elencando os diferentes tipos de túneis, bem como as particularidades que as
distinguem. Dentre os tipos de túneis de vento existentes no mercado, optou-se pelo tipo de
circuito aberto para a fabricação, pela sua simplicidade construtiva, um dos principais objetivos
deste trabalho. Após a revisão bibliográfica, foram realizados os cálculos pertinentes ao
equipamento em questão. Com a utilização do software SolidWorks foi realizado o desenho de
todas as peças, além do dimensionamento dos componentes do túnel de vento. Em uma próxima
etapa, o equipamento poderá ser melhorado, podendo determinar-se os padrões de fluxo e medir
os coeficientes aerodinâmicos.
Palavras-chave: Túnel de vento. Aerodinâmica. SolidWorks.

iii
ABSTRACT
The present work aims to build a subsonic wind tunnel with a focus on didactic and low-cost
teaching for academic purposes. In this study, a bibliographic review was carried out, listing
the different types of tunnels, as well as the particularities that distinguish them. Among the
types of wind tunnels on the market, the open circuit type was chosen for manufacturing, due
to its constructive simplicity, one of the main objectives of this work. After the bibliographic
review, the calculations related to the equipment in question were performed. With the use of
SolidWorks software, the design of all parts was carried out, in addition to the dimensioning of
the components of the wind tunnel. In a next step, the equipment can be improved, being able
to determine the flow patterns and measure the aerodynamic coefficients.
Keywords: Wind tunnel. Aerodynamics. SolidWorks.

iv
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Primeiro esboço de uma nave tripulada de Leonardo Da Vinci ................................ 4


Figura 2 Nasa history divisio..................................................................................................... 6
Figura 3 Túnel de Vento AATV-H50.......................................................................................... 7
Figura 4 Camada limite em uma placa plana ........................................................................... 8
Figura 5 Desenho esquematizado de um tunel de vento de circuito aberto .............................. 9
Figura 6 Túnel de vento de circuito fechado e seção de testes fechada .................................. 12
Figura 7 Difusor em Túnel de vento aberto. ............................................................................ 14
Figura 8 Placa de honeycomb hexagonal e seus elementos. ................................................... 15
Figura 9 Seção de contração em Túnel de vento aberto. ........................................................ 15
Figura 10 Seção de teste em Túnel de vento aberto. ............................................................... 16
Figura 11 Tipos de secção de ensaios ..................................................................................... 16
Figura 12 Secção de ensaios aberta ........................................................................................ 17
Figura 13 Secção de ensaios fechada ...................................................................................... 18
Figura 14 Layout de um bocal ................................................................................................. 19
Figura 15 Tela de estabilização............................................................................................... 20
Figura 16 Túnel de vento fechado ........................................................................................... 21
Figura 17 Túnel de vento aberto.............................................................................................. 22
Figura 18 Faculdade engenharia e tecnologia. ....................................................................... 24
Figura 19 Geometria do tunel de vento proposto de circuito aberto. ..................................... 25
Figura 20 Câmara de estabilização......................................................................................... 26
Figura 21 Dimensões do sistema de acionamento ................................................................... 27
Figura 22 Dimensões do sistema de acionamento ................................................................... 27
Figura 23 Circuito PWM ......................................................................................................... 28

v
LISTA DE SIGLAS

Tv………………………………………………………………………………..Tunel de vento

CTA……………………………………………………….Centro Tecnólogico da Aeronautica

ITA……………………………………………………..Insstituto Tecnológico da Aeronautica

FET…………………………………………………….Faculdade de Engenharia e Tecnologia

CD………………………………………………………………………..Coeficiente de arrasto

FD………………………………………………………………………………Força de arrasto

Pest……………………………………………………………………………...Pressão estatica

Ptot………………………………………………………………………………...Pressão total

vi
ÍNDICE

DEDICATÓRIA .......................................................................................................................... i

AGRADECIMENTO .................................................................................................................ii

RESUMO ..................................................................................................................................iii

ABSTRACT .............................................................................................................................. iv

LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ v

LISTA DE SIGLAS .................................................................................................................. vi

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1

CAPITULO I. FUNDAMENETAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 4

1.1 Resenha Historia do túnel de vento .................................................................................. 4

1.2 Teoria simples incluída ..................................................................................................... 6

1.3 Conceitos da mecânica dos fluidos necessários para a fabricação de um túnel de vento . 7

1.3.1 Fluido ......................................................................................................................... 7

1.3.2 Escoamento laminar e turbulento ............................................................................... 7

1.3.3 Camada Limite ........................................................................................................... 8

1.4 Conceito e funcionamento basico ..................................................................................... 8

1.4.1 Equação da continuidade............................................................................................ 9

1.4.2 Equação de Bernoulli ................................................................................................. 9

1.4.3 Número de Mach ...................................................................................................... 10

1.4.4 Número de Reynolds ................................................................................................ 10

1.4.5 Arrasto ...................................................................................................................... 10

1.4.6 Pressão...................................................................................................................... 11

1.4.7 Ventilador / Motor .................................................................................................... 11

1.5 Classificação dos túneis de vento ................................................................................... 11

1.5.1 Circuito fechado ....................................................................................................... 11

1.5.2 Circuito aberto .......................................................................................................... 12

vii
1.5.3 Circuitos especiais .................................................................................................... 12

1.6 Classificação quanto a velocidade .................................................................................. 12

1.6.1 Túnel de vento de baixa velocidade ......................................................................... 12

1.6.2 Túnel de vento transônico ........................................................................................ 13

1.6.3 Túnel de vento supersônico ...................................................................................... 13

1.6.4 Túnel de vento hipersônico ...................................................................................... 13

1.7 Elementos de um túnel de vento ..................................................................................... 13

1.7.1 Sistema de acionamento ........................................................................................... 13

1.7.2 Difusor...................................................................................................................... 14

1.7.3 Câmara de estabilização ........................................................................................... 14

1.7.4 Secção Contração ..................................................................................................... 15

1.7.5 Seção de testes .......................................................................................................... 15

1.7.6 Bocal......................................................................................................................... 19

1.7.7 Ventilador ................................................................................................................. 19

1.7.8 Telas e colmeias ....................................................................................................... 19

1.7.9 Sistema propulsor ..................................................................................................... 20

1.8 Critérios de seleção de túnel de vento ............................................................................ 20

1.8.1 Critério geométrico .................................................................................................. 20

1.8.2 Critério de velocidade .............................................................................................. 22

1.9 Tipos de ventiladores ...................................................................................................... 22

1.10 Importância da construção de tunes de vento ............................................................... 23

CAPILO II. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 24

2.1 Caracterização geral da faculdade de engenharia e tecnologia ....................................... 24

2.2 Fundamentação do tunel de vento proposto ................................................................... 24

2.3 Caracteristicas fundaamentais do tipo de tunel de vento proposto ................................. 25

2.4.1 Fases de construção do tunel de vento proposto ...................................................... 26

viii
2.5 Pesquisas usadas no trabalho .......................................................................................... 28

2.5.1 Pesquisa exploratória................................................................................................ 28

2.5.2 Pesquisa descritiva ................................................................................................... 28

2.5.3 Pesquisa quantitativa ................................................................................................ 29

2.5.4 Pesquisa qualitativa .................................................................................................. 29

2.6 Métodos de colecta de dados .......................................................................................... 29

2.7 Delimitação do tema ....................................................................................................... 29

CAPILO III. ANÁLISES E TRATAMETO DOS RESULTADOS ........................................ 31

3.1 Resultado da observação e entrevista ............................................................................. 31

3.2 Dimensionamento projeto do túnel de Vento ................................................................. 31

3.2.1 Seção de teste ........................................................................................................... 32

3.2.2 Bocal convergente .................................................................................................... 33

3.2.3 Bocal divergente ou Difusor .................................................................................... 34

3.2.4 Câmara de estabilização ........................................................................................... 35

3.3 Resultados finais ............................................................................................................. 36

CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 37

RECOMENDAÇÕES............................................................................................................... 38

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 39

NEXOS

ix
INTRODUÇÃO
O túnel de vento é um dispositivo amplamente utilizado para o estudo do comportamento de
fluídos deslocando-se sobre objetos com variadas formas, apresentando-se como uma
ferramenta essencial para a compreensão de fenômenos relacionados com a área de
aerodinâmica. Sendo assim, possibilita que, na prática, fenômenos como escoamento, presença
de vórtices, forças, como por exemplo, de sustentação e arrasto possam ser visualizadas e
medidas, auxiliando a construção de protótipos e modelos de estruturas sujeitas a ação de
fluidos como ar ou água, equipamentos estes desenvolvidos e estudados na área da engenharia
da mobilidade (Carminatti & Konrath, 2019).

A aerodinâmica é uma área que, atualmente, enfrenta escassez de mão de obra qualificada, já
apontando para a necessidade de investimentos em formação de pessoal capacitado, que possam
dar prosseguimento aos trabalhos relativos aos temas em centros de pesquisa e ensino no país.
Relatos de engenheiros que atuam nesta área, em renomados centros de pesquisa do país, como
o Centro Tecnológico da Aeronáutica (CTA) e o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA),
indicam que se não houver investimento na formação de profissionais voltados para esta área
de trabalho, tornar-se-á inviável a continuidade de estudos nesta linha, sendo este um grave
problema para o desenvolvimento da pesquisa e consequentemente avanços tecnológicos na
área de engenharia aeronáutica, naval, automobilística entre outros (Anderson, 2010).

O presente trabalho visa auxiliar, estudantes do curso de Engenharia e não so dar Mobilidade,
a visualizarem e compreenderem os conceitos e processos envolvidos no desenvolvimento de
um projeto e construção de um túnel de vento, para uso didático, bem como durante sua
utilização. O objetivo final do presente projeto é a formação de estudantes na área de
aerodinâmica, que sejam capazes de desenvolver suas habilidades e conhecimentos a fim de
serem inseridos, futuramente, nesta área de trabalho, atualmente carente de formação de novos
profissionais.O equipamento tem como foco principal, auxiliar disciplinas que possam se
prevalecer de seu uso para a apresentação de alguns conceitos na prática, bem como auxiliar,
mesmo que em pequena escala, projetos de pesquisas e de extensão já desenvolvidos na
universidade, contribuindo de forma integrada para o desenvolvimento dos estudantes,
estimulando-os à especialização nesta promissora linha de trabalho (Carminatti & Konrath,
2019).

Os túneis de vento capazes de analisar objetos em tamanhos reais não são comuns, e devido
suas dimensões tornam-se caros. Além disso, muitos ensaios aerodinâmicos ainda não são

1
produzidos adequadamente em simulações realizadas por computadores. Dessa forma, uma
alternativa para realizar estudos de fluxo de ar de forma adequada é utilizar modelos menores
de túneis de vento com objetos em tamanho reduzido. Esses são uma alternativa para o ensino
em graduação, sendo fundamental nas aulas práticas de aerodinâmica dos cursos de graduação
de Engenharia Mecânica e em outros cursos que oferecem disciplinas na área de mecânica dos
fluidos ou fenômenos de transportes. Entretanto, devido ao alto custo, muitas instituições
deixam de adquirir o equipamento para fins didáticos, e acabam não conseguindo aliar a teoria
à prática no estudo da aerodinâmica (Costa, 2013).

Justificativa: A falta de tunel de vento dentro da academica universitaria tem impossibilitado


possives análises e teste relacionado com projetos de estudo e pesquisas aoredinamicos dai que
como possiveis soluçoes para a construçao de projectos aerodimicos propoe-se a implantaçao
de um tunel de ventos para possiveis simulaçao e correçoes de comportamentos de ventos para
testes de projetos dentro da aerodimica.
Problema de investigação

Como projectar a construçao de um tunel de vento na faculdade de engenharia e tecnologias


(FET)?

Objectivo geral

Propor a construçao de um tunel de vento na faculdade de engenharia e tecnologias (FET).

Objetivos específicos
 Elaborar a revisao bibliografica a respeito do tema;
 Projectar a construçao de um tunel de vento;
 Dimensionar um tunel de vento.

Objecto de estudo

Construçao de um tunel de vento na faculda de engenharia e tecnologia

Campo de acção
Proposta de construçao de um tunel de vento na faculda de engenharia e tecnologia.

Hipótese
Se for proposta a construçao e o dimencionamento de um tunel de vento na faculdade de
engenharia e tecnologia ira acolmatar ou diminuir algumas dificuldades que certos estudantes
veem enfrentado nos estudos e pesquisas do mesmo.

2
Resultados a esperar
 Construir um tunel de vento de modo a facilicitar projetos de pesquisa e estudos ligadas
a aerodinamica
 Realizar a simulacao de projestos de estudos dentro na faculdade de engenharia e
tecnologia
 Reduzir o nivel de dificuldade de pesquisas e estudos por parte dos estudantes.
Metodo de investigaçao

Para a realizaçao deste trabalho foram aplicadas as seguintes pesquisas e metodos

Quantos aos objetivos são:


 Exploratia
 Descritiva
Quanto a abordagem,as pesquisas são:
 Quantitativas
 Qualitatitivas
Metodos de coleçao de dados
 Entrevista
Instrumentos e ferramentas a usar:
 Computador
 Impressora
 Pendrive
 Tinteiro
 Resma de papel
Estrutura do trabalho
Este trabalho está estruturado em três capítulos, precedidos de uma introdução que compreende:
problema, objectivo geral, objectivos específicos, justificação da investigação, hipótese e
metodologia do trabalho. No primeiro capítulo apresenta a fundamentação teórica. No segundo
capítulo, os materiais e métodos, e no terceiro capítulo à análise e tratamento dos resultados.
Consta, além disso, de conclusões, sugestões, referências bibliográficas e anexos.

3
CAPITULO I. FUNDAMENETAÇÃO TEÓRICA
1.1 Resenha Historia do túnel de vento
Antes do aparecimento do primeiro túnel de vento projetado por Frank H. Wenham em
1871, outros investigadores já tinham criado os seus próprios engenhos para estudar
aerodinamicamente os seus modelos, sendo necessário remeter a anos anteriores.Tudo
começou com o desejo de o homem conseguir voar. Existiram vários registos de
tentativas mal sucedidas de voos, alguns a tentar voar imitando os pássaros. Engenheiro
e arquiteto, Leonardo Da Vinci foi a primeira pessoa a dedicar-se a projetar uma máquina
capaz de voar carregando um ser humano. Inspirou-se no voo dos pássaros para a
construção do primeiro projeto de aeronave em 1485-1489. Contudo nunca colocou em
prática os seus desenhos, mas estes ficaram preservados. Na Figura 1 está representado
o primeiro esboço de Leonardo Da Vinci de uma aeronave tripulada (NASA, 2002).

Figura 1
Primeiro esboço de uma nave tripulada de
Leonardo Da Vinci

Fonte: (NASA, 2002)

Posteriormente várias tentativas foram realizadas por aeronautas, mas sem sucesso.
Rapidamente perceberam que, para voar o homem precisava de entender o escoamento
de ar sobre as superfícies das aeronaves, começando-se a contruir laboratórios onde
pudessem realizar os testes. Para a construção, foi tido em conta o trabalho sobre o
princípio da reciprocidade, que afirma ser indiferente mover um corpo num fluido
estacionário ou mover o fluido em torno de um corpo estacionário, Vários esquemas
mecânicos foram realizados, tendo surgido o dispositivo mais simples e barato, o braço
giratório.
Este dispositivo serviu para os investigadores, como Benjamin Robins (1707-1751) e
George Cayley (1773-1857), Hiram Maxim (1840-1916), concluírem (NASA, 2002):
4
• A forma do objeto parecia afetar a resistência, ou arrasto do ar;
• A teoria proposta por Isaac Newton não descreve adequadamente a relação
complexa entre o arrasto, a forma e a orientação do modelo e a velocidade do ar;
Ou seja, diferentes formas, embora apresentassem a mesma área para determinado
escoamento do ar, nem sempre apresentava o mesmo arrasto;
• O motor das aeronaves é apenas necessário para criar movimento para a frente e a
sustentação será desenvolvida pela resistência do ar através das asas, revolucionando o
design das aeronaves;

• Aerofólios curvos fornecem maior sustentação com o mínimo de resistência;


• O arrasto produzido por uma estrutura era maior do que a soma do arrasto gerado por
um componente individual. A esta perturbação dá-se o nome de interferência
aerodinâmica.

Usados para medir o fluxo de ar em muitas experiências com os primeiros aviões, na


construção civil e outros. Depois da Segunda Guerra Mundial, engenheiros ligados à
competições automobilísticas começaram a usar túneis de vento, em busca de uma
vantagem em relação aos concorrentes, medindo a eficiência dos dispositivos
aerodinâmicos de seus carros. Mais tarde essa tecnologia passou a ser empregada em
carros de passageiros e de carga, podendo explicar o porquê dos formatos aerodinâmicos
existentes em vários materiais construídos pelo homem, como também pela própria
natureza.

O primeiro túnel de vento que se tem notícia, acionado por uma máquina a vapor, foi construído
na Inglaterra em 1871, por Frank Wenham (Oliveira, 2015).
O primeiro túnel de vento moderno foi construído por Ludwig Prandtlemem plena Primeira
Guerra Mundial, em 1917. Pois no de 1918 já existiam aviões de caça em condições de atingir
200 km/h, armados com duas metralhadoras, capazes de atingirem 6.000 metros de altitude,
tornado assim, muito útil o estudo desses aviões em túneis de vento que possibilitou alcançar
toda esta velocidade e que fosse bastante ágil no ar. Ludwig Prandtl foi quem introduziu o
conceito da camada limite descrevendo a região de contato entre um fluido incompressível em
movimento relativamente a um sólido (Vincensi, 2014).
Em 1936 foi inventado o primeiro túnel supersônico, portanto, atingindo velocidades acima da
velocidade do som onde o número de Mach é maior que um. E os Estados Unidos fabricou o
seu primeiro túnel supersônico perto do final da Segunda Guerra Mundial, em 1942. Percebe-

5
se então, que à medida que o mundo estava com muitos problemas, sofrendo com a Primeira e
a Segunda Guerras Mundiais, a ciência entrava em cena para poder sanar as necessidades e
objetivos da guerra (Oliveira, 2015).
A partir daí, vários equipamentos deste tipo têm sido desenvolvidos nas universidades,
atendendo a empresas e facilitando o processo de ensino/aprendizagem em cursos de engenharia
civil e mecânica, relacionados com o setor veicular, bem como alguns cursos relacionados com
o setor de transporte, principalmente no que diz respeito à área de infraestrutura. Os primeiros
túneis de vento eram constituídos apenas de uma seção de testes quadrada e um ventilador que
propiciava a circulação do ar em seu interior. As aeronaves desenvolvidas pelos irmãos Wright
fizeram uso de um dispositivo neste formato para a avaliação de suas propriedades
aerodinâmicas (Santos A. , 2014).
Figura 2
Nasa history divisio

Fonte: (NASA, 2002)

1.2 Teoria simples incluída


Em um túnel de vento há um grande interesse na avaliação do comportamento de um fluido
quando o mesmo desloca-se sobre superfícies com geometrias variadas, bem como a forma
como estas estruturas reagem à ação deste fluido sob uma dada velocidade. Basicamente, a
maioria dos conceitos envolvidos em túneis de vento se relaciona com a área de mecânica dos
fluidos, mais especificamente, com aerodinâmica, quando o fluido em questão é o ar.O
comportamento de um fluido pode ser descrito basicamente de duas formas distintas:
escoamento laminar e escoamento turbulento. A compreensão das diferenças entre estes dois
6
regimes de escoamento, bem como a capacidade de identificá-los na região de interesse, é
fundamental para a correta realização de cálculos.Um conceito muito importante, para a
elaboração de túneis de vento, tem relação com a camada limite, que é uma região delgada
adjacente à superfície do objeto onde os efeitos viscosos são importantes (Pritchard, 2011).

Figura 3
Túnel de Vento AATV-H50

Fonte: (Aeroacool, 2021)

1.3 Conceitos da mecânica dos fluidos necessários para a fabricação de um túnel de


vento
Em um túnel de vento é interessante que os testes sejam feitos em uma região externa à camada
limite, ou seja, na região de corrente livre, sob velocidade constante, uma vez que dentro desta
camada a velocidade poderá sofrer alterações. Estes cálculos objetivam construir uma seção de
testes com uma entrada menor que a saída, viabilizando um escoamento laminar de corrente
livre, de forma homogênea em toda a área de testes (Santos, 2014).

1.3.1 Fluido

Quando trabalhamos com um fluido, temos um sentimento comum que é oposto aquele do
trabalho com um sólido: os fluidos tendem a escoar quando interagimos com eles (por exemplo,
quando você agita seu café de manhã); os sólidos tendem a se deformar ou dobrar (por exemplo,
quando você bate sobre um teclado, as molas sob as teclas se comprimem). O fluido é uma
substância que se deforma continuamente sob a ação de uma tensão de cisalhamento
(tangencial), não importando o quão pequeno seja seu valor (Donald, 2014).

1.3.2 Escoamento laminar e turbulento

O escoamento laminar ocorre quando as partículas do fluido se movem ao longo de trajetórias


bem definidas, apresentado em forma de lâminas ou camadas. As camadas escorregam sobre a
7
adjacente, havendo somente troca de quantidade de movimento molecular. Ao contrário do
escoamento laminar, quando as partículas do fluido se movem em trajetórias irregulares, com
movimento aleatório, o fluxo do fluido é conhecido como escoamento turbulento.

1.3.3 Camada Limite

Prandtl mostrou que muitos escoamentos viscosos podem ser analisados dividindo o
escoamento em duas regiões, uma perto das fronteiras sólidas e outra cobrindo o resto do
escoamento. A camada-limite é a região adjacente a uma superfície sólida na qual tensões
viscosas estão presentes, em contraposição à corrente livre onde as tensões viscosas são
desprezíveis.
Figura 4
Camada limite em uma placa plana

Fonte: (Soethe, 2011)


A camada limite é um conceito bastante importante e que se observa no dia a dia. Por exemplo,
ao ligar o ventilador e deixá-lo ligado por um certo intervalo de tempo, nota-se que as hélices
do ventilador estão aglomerando partículas de poeira. Como a hélice é um corpo sólido e sua
superfície é a base da camada limite, a velocidade do fluxo neste ponto é praticamente nula,
fazendo as partículas de poeira se aglomerarem, deixando as hélices com excesso de poeira.

1.4 Conceito e funcionamento basico

Existem vários modelos de túneis de vento, o mais simples é o túnel de vento sugador de circuito
aberto, que é constituído basicamente de um bocal de entrada, a seção de testes, o difusor, uma
balança para medição das forças atuantes e o sistema de sucção (motor e hélice). A maioria dos
túneis de pequeno porte apresenta esta estrutura, possuindo um processo construtivo
simplificado. Na Figura 5, é possível observar um desenho esquemático de um túnel de vento
de circuito aberto.

8
Figura 5
Desenho esquematizado de um tunel de vento de circuito aberto

Fonte: (Soethe, 2011)

a configuração mostrada acima (Figura 5) o ar escoa da esquerda para a direita, estando apenas
apresentados na ilustração os componentes básicos construtivos. Na sequencia é feita uma breve
descrição destes componentes. O bocal de entrada tem a função de acelerar o ar que passa por
ele promovendo o aumento da velocidade deste fluído na seção de testes, isto ocorre pela
diferença de área na entrada e na saída. Este aumento de velocidade pode ser descrito
matematicamente em termos do princípio da conservação da massa, como apresentado na
Equação (7) (Santos, 2014).

m1v1A1 = m2v2A2 (1)

1.4.1 Equação da continuidade

Considerando o escoamento como sendo incompressível, a equação da continuidade fica


definida como o produto da velocidade do escoamento V pela área da seção A, sendo esse valor
constante para as demais seções do túnel de vento, ou seja:

V1A1 = V2A2 = VA = constante (2)

1.4.2 Equação de Bernoulli

A equação de Bernoulli é obtida a partir do teorema da conservação da energia mecânica, da


relação entre trabalho mecânico e a energia dos corpos. Para usarmos a equação de Bernoulli,
é necessário considerarmos as seguintes restrições: escoamento em regime permanente,
incompressível, sem atrito e ao longo de uma linha e corrente,

𝜌𝑣 2 (3)
𝑝+ + 𝜌𝑔𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
2

9
Onde p é a pressão local, 𝜌 é a densidade do fluido, 𝑣 é a velocidade, g a gravidade local e z o
desnível.

1.4.3 Número de Mach

O número de Mach (M) é a razão entre a velocidade do escoamento (𝑣) e a velocidade local
do som (𝑣𝑠𝑜𝑚), que pode ser interpretado também como a razão entre as forças de inércia e
as forças devidas à compressibilidade. Para o escoamento ser incompressível, o número Mach
deve ser menor que 0,3 e a transferência de calor desprezível, que é definido pela equação:
𝑣
𝑀= (4)
𝑣𝑠𝑜𝑚

1.4.4 Número de Reynolds

Um parâmetro importante para o projeto de um túnel de vento é o número de Reynolds (Re),


definido como a razão entre as forças de inércia e as forças viscosas. O número de Reynolds
permite inferir as velocidades que podem ser alcançadas no túnel de vento.

𝑝𝑣𝐿
𝑅𝐸 = (5)
𝜇

Onde ρ é massa específica, 𝑣 é a velocidade escoamento, 𝐿 é um comprimento característico e


µ viscosidade do ar ambiente.

1.4.5 Arrasto

Qualquer objeto que se movimenta num fluido sofre um arrasto, que é a força na direção do
escoamento composta pelas forças de pressão e de cisalhamento que atuam na superfície do
objeto. As forças de pressão são tensões normais devido a pressão local e as tensões superficiais
ou de cisalhamento são compostas de tensões tangenciais devido à ação viscosa. O coeficiente
de arrasto é definido por:

𝐹𝐷
𝐶𝐷 = (6)
1 2
2 𝑝𝑣 𝐴

Onde 𝐶𝐷 é o coeficiente de arrasto e 𝐹𝐷é aforça de arrasto, ρ é massa específica do fluido, 𝑣 é


a velocidade escoamento e 𝐴 é a área da secção transversal.

10
1.4.6 Pressão

Tudo que está na atmosfera terrestre experimenta o efeito da pressão. A pressão total (ptot) é
constituída da soma de duas componentes: a pressão estática (pest) e pressão dinâmica (q).A
pressão estática é proporcional a energia potencial e a pressão dinâmica proporcional a
energia cinética (Vincensi, 2014).

𝑃𝑡𝑜𝑡 = 𝑃𝑒𝑠𝑡 + 𝑞 (7)

Portanto, define-se a pressão dinâmica (q) como sendo a diferença entre a pressão total e a
pressão estática.

1.4.7 Ventilador / Motor

Ventilador O ventilador é outra estrutura relevante para as considerações iniciais do projecto,


pois os ventiladores axiais possuem tamanhos pré-definidos e diferentes tipos de pás. Optou-se
pelo modelo de ventilador de pás retas como recomendado pelas literaturas (Manuel, 2021).

𝜌𝑣𝑎 2 𝜌𝑣𝑏 2 (8)


𝑃𝑎 + = 𝑃𝑏 +
2 2
Sendo:
Pa = pressão estática na seção A (Pa);
Pb = pressão estática na seção B (Pa);
VA = velocidade na seção A (m/s);
VB = velocidade na seção B (m/s);
𝜌 = densidade do ar
1.5 Classificação dos túneis de vento
Existem algumas configurações básicas para túneis de vento, estas são classificações quanto à
velocidade do ar e forma construtiva do túnel, contudo os túneis de vento podem ter
configurações bastante especificas de acordo com a finalidade do teste (Barlow, 2012).

1.5.1 Circuito fechado

Esta é uma configuração que tem um custo operacional mais baixo, possui um porte geralmente
media a grande, pois o ar circula dento do túnel de forma cíclica permanecendo confinado
economizando energia, permitindo que sejam aplicados testes com maiores variações de
pressão.

11
Figura 6
Túnel de vento de circuito fechado e seção de testes fechada

Fonte: (RICO, 2017)

1.5.2 Circuito aberto

A entrada recebe ar da atmosfera e também trabalha na com pressão relativa às dimensões e a


velocidade do ar, são túneis de baixa velocidade com a finalidade de ensaiar objetos de pequeno
a médio porte, necessita também de sistemas de produção de fluxo de ar com boa potência
geralmente com variação de velocidade.

1.5.3 Circuitos especiais

Entretanto existem ainda muitas possibilidades de formato de túneis de vento que são
desenvolvidos para atender a propósitos mais específicos, então sendo nestes casos com
configurações projetadas mais particularmente ao objeto ensaiado.

1.6 Classificação quanto a velocidade


Os túneis de vento podem ser caracterizados também quanto à velocidade do fluxo de ar na
seção de testes, que é influenciada pelo tipo de circuito do túnel e também pelo tamanho do
objeto a ensaiar (Santos A. , 2014):

1.6.1 Túnel de vento de baixa velocidade

Túnel de vento de baixa velocidade ou subsônico é geralmente aplicado em laboratórios


educacionais pelo baixo custo, em termos técnicos a velocidade não pode ultrapassar 135 m/s
nesta classificação, com um número de Mach até 0,4.

12
1.6.2 Túnel de vento transônico

Pode alcançar uma velocidade do ar de até 340 m/s com número de Mach até 1, sendo utilizados
principalmente nas pesquisas aeronáuticas porque a velocidade é compatível com a do voo das
aeronaves.

1.6.3 Túnel de vento supersônico

Apresenta número de Mach de 1 até 5 e velocidade do vento de 340 m/s até 1700 m/s devido a
forma construtiva que utiliza bocais convergentes, o consumo de energia é bastante
considerável devidas velocidade que pode ser atingidas.

1.6.4 Túnel de vento hipersônico

Túnel de vento hipersônico possui em sua forma construtiva bocais divergentes e pode atingir
velocidades altíssimas entre Mach 5 até 15, ou seja, velocidades acima de 1700 m/s.

1.7 Elementos de um túnel de vento


Um túnel de vento esta simplesmente constituído por 5 partes (Faria, 2014):

 Sistema de acionamento,
 Difusor
 Câmara de estabilização,
 Contração
 Seção de teste
 Bocal
 Ventilador
 Telas e colmeias
 Sistema propulsor.

1.7.1 Sistema de acionamento

O acionamento do sistema ocorre através de ventiladores, que são máquinas de fluxo motoras
que transformam a energia mecânica do rotor em energia cinética do fluido (gás). O ventilador
é um elemento importante e que compõe grande parte do custo de um túnel de vento.

Podem ser utilizados nos túneis subsônicos, modelos axiais, quando o ar entra e sai
paralelamente ao eixo do rotor; ou centrífugos, quando o rotor gira em alta rotação no interior
de uma carcaça, sendo que o ar é movido do centro para a periferia do rotor por ação da força

13
centrífuga, saindo perpendicular ao mesmo eixo. O ventilador a ser escolhido para um túnel de
vento deve superar as perdas de carga geradas em cada componente do túnel para fornecer a
vazão esperada (Vincensi, 2014).

1.7.2 Difusor

A função do difusor é desacelerar o fluxo de ar que sai com uma velocidade elevada da seção
de teste, conseguindo assim recuperar a pressão estática antes de sair do sistema e recircular.
Destaca que há dois tipos de difusores: com ângulos de abertura baixos e com ângulos maiores.
Os primeiros são praticados em túneis do tipo sugador e os difusores com ângulos maiores são
comumente utilizados em túneis de vento sopradores, resultando em difusores mais curtos.

Figura 7
Difusor em Túnel de vento aberto.

Fonte: (Bell, 2005)

1.7.3 Câmara de estabilização

A câmara de estabilização tem como objetivo uniformizar o escoamento, reduzindo as


vorticidades. É um duto de sessão de área constante, onde uma placa de honeycomb pode ser
instalada para tornar o escoamento mais laminar possível.

O painel de honeycomb é um arranjo de células abertas que tem formatos variados.


Normalmente, essas células tem um formato hexagonal, semelhante ao honeycomb encontrado
em colmeias de abelhas. Esse painel é comumente usado em aplicações estruturais, para aliviar
o peso das estruturas. Além disso, é usado para direcionar e uniformizar o escoamento que passa
por seu furos.A Fig. 7 é um exemplo de placa de honeycomb hexagonal com os elementos que
definem a geometria.

14
Figura 8
Placa de honeycomb hexagonal e seus elementos.

Fonte: (Bell, 2005)

1.7.4 Secção Contração

A seção de contração é instalada na entrada da seção de teste com finalidade de coletar um


grande volume de ar e fazer com que a velocidade do mesmo seja aumentada (esse aumento
pode chegar a 20 vezes). Isso acarretará em uma diminuição da turbulência no escoamento.
Essa é uma parte crítica do projeto do túnel, pois tem o maior impacto na qualidade do fluxo de
ar que chega à seção de teste (Oliveira, 2015).

Figura 9
Seção de contração em Túnel de vento aberto.

Fonte: (Bell, 2005)

1.7.5 Seção de testes

A seção de teste, segundo Bell (2020), é a área do túnel onde é possível visualizar o escoamento
em torno do objeto de estudo; materiais transparentes, como acrílicos, podem ser utilizados na
construção deste, a fim de facilitar a visualização dos escoamentos. É o elemento que
determinará as dimensões de todo o restante do túnel. Nesta seção também podem ser instalados
instrumentos capazes de quantificar as forças envolvidas atuantes sobre o objeto de estudo.
Após as dimensões do modelo a ser estudado e também a velocidade pretendida na seção, para
fazer a correta definição da dimensão da seção de testes, indica-se que o objeto de estudo a ser

15
inserido na seção de testes possua no máximo 80% da largura da seção e que a base da seção
seja 20% maior do que a altura (Oliveira, 2015)

Figura 10
Seção de teste em Túnel de vento aberto.

Fonte: (Bell, 2005)

1.7.5.1 Tipos de secção de ensaio

As diferentes tipologias de túneis de vento já apresentadas podem variar as suas


partes/componentes, sendo uma das mais importantes a secção de ensaios, zona onde o modelo
será testado. Esta secção pode adquirir duas configurações diferentes, aberta ou fechada, como
representado, respetivamente, na Figura 11 a) e b). Uma variante da secção aberta, representado
na Figura 11 c), é a câmara de Eiffel, sendo uma câmara com altitude especial onde a pressão
estática é diferente da atmosférica.
Figura 11
Tipos de secção de ensaios

Fonte: (Bell, 2005)

Este componente é inerente aos vários tipos de túneis de vento, tanto subsónicos quanto
supersónicos, embora possam variar no seu desenho, dimensão e layout. Normalmente, estas
adquirem uma secção transversal circular ou retangular, podendo por vezes ser elíptica ou

16
poligonal. Por exemplo, secções transversais de forma circular, elíptica e retangular são mais
adequadas, respetivamente, para aeronaves, foguetes e registo de medições óticas ou aplicações
civis e industriais.

Secção de ensaios aberta: A utilização deste tipo de secção tem algumas limitações,
nomeadamente o tamanho do modelo e a pressão atingida. Na maioria das vezes, usam-se
modelos à escala (modelo), mas também se testam modelos à escala real (protótipo), com a
desvantagem de ser necessário mais espaço de secção de ensaios, carecendo de instalações de
maior área e, por isso, maior investimento. A dispersão do escoamento é um fator a ter em
conta, pois este aumenta quanto maior for a secção de ensaios e o coeficiente de pressão diminui
substancialmente, aproximando-se de valores perto de zero (Prestes, 2005). Esta secção
conjuntamente com um túnel de circuito aberto, exige um espaço isolado (Figura 12) em redor
da secção de ensaios de modo a evitar que o ar seja perturbado pelo ambiente exterior.

Figura 12
Secção de ensaios aberta

Fonte: (Prestes, 2005)

Secção de ensaios fechada A secção de ensaios fechada, é amplamente utilizada quando se


pretende elevadas qualidades de escoamento, para além de apresentarem maior eficiência
económica de operação. Esta configuração permite adquirir medições com elevada
aproximação do real. No entanto, na altura de testar os modelos é necessário evitar flutuações
do escoamento, isto é, os valores de pressão variam ao longo da secção de ensaios, criando um
escoamento de ar instável que precisa de ser calibrado. Este escoamento não linear, é provocado
pelas paredes da secção de ensaios, e, por isso, é necessário aplicar ações corretivas que
consistem em adicionar entalhes/ranhuras nas paredes (Figura 13), com a finalidade de
17
controlar o escoamento nas proximidades das paredes e a pressão manterse constante ao longo
de toda a secção de ensaios (Prestes, 2005).

Figura 13
Secção de ensaios fechada

Fonte: (Prestes, 2005)

1.7.5.2 Aplicações

A secção de ensaios aberta, como já referido, para além de ser utilizada na verificação do
desempenho aerodinâmico dos modelos através dos testes de fumo, é também amplamente
utilizada, em estudos na área de acústica/aerocústica. Realizam-se testes ao ruído provocado
pelos transportes. Os testes de acústica seriam um problema para uma secção de ensaios
fechada, devido ao som refletido pelas paredes. Esta reflexão é eliminada com a utilização de
uma câmara anecoica (ou EMC), (Sulaiman, 2011).

A secção de ensaios fechada é a configuração típica na maioria das aplicações, salvo algumas
exceções, como mencionado anteriormente. As suas caraterísticas permitem que este abranja
um maior número de aplicações, em várias áreas, sendo a aeronáutica um exemplo. Nesta
indústria, os projetistas necessitam de simular velocidades subsónicas e transónicas para testar
os seus modelos, estas que seriam inalcançáveis numa secção de ensaios aberta. Para além da
medição de forças e momentos, realizam-se testes óticos em redor do modelo, como o PIV
(Particle Image Velocimetry) e o PSP (Pressure Sensitive Paint), sendo testes que permitem a
visão do campo de escoamento instável e a medição da pressão nas variadas zonas do modelo,
respetivamente (Sulaiman, 2011).

18
1.7.6 Bocal

O bocal é uma estrutura que aumenta a velocidade na seção de testes, em compensação há uma
queda de pressão entre a entrada e a saída dessa estrutura. O Bocal deve ser fabricado da forma
mais precisa possível, pois a sua geometria afeta diretamente a qualidade do escoamento na
seção de testes. O aumento de velocidade é possível graças a razão de contração N, que é a
razão das áreas transversais de entrada e saída do sistema. Além disso, a razão de contração
influencia no comprimento do bocal. Os ângulos 𝛼/2 e 𝛽/2, apresentados na Figura 14, são
outros fatores que influenciam diretamente no comprimento do bocal e na qualidade do
escoamento (Ahmed, 2013).

O formato da estrutura é outra parte relevante para o design do bocal. Bons resultados de
velocidade e uniformidade do fluxo são encontrados para geometrias com uma equação
polinomial de quinta ordem e para geometrias formadas por duas equações cúbicas. Essa duas
equações se encontram em um ponto médio para formar a geometria do bocal, como pode ser
observado na Figura 14.
Figura 14
Layout de um bocal

Fonte: (Ahmed, 2013)

1.7.7 Ventilador

O ventilador é a estrutura que fornece energia ao sistema e por isso a sua potência
deve ser estipulada.

1.7.8 Telas e colmeias

Existem dois componentes utilizados nos túneis de vento para fazer com que o fluxo de ar na
entrada seja corrigido: As telas e colmeias. O conjunto desses componentes é chamado de
câmara de estabilização. Seu objetivo é estabilizar, uniformizar e separar as linhas de

19
escoamento, permitindo o controle das variáveis desejadas na seção de teste. As telas são usadas
com principal finalidade conter a turbulência axial e controlar o fluxo de ar, evitando a
ocorrência de separação no difusor. Já a colmeia auxilia na redução da turbulência lateral,
corrigindo assim a direção do escoamento, separando o escoamento em filamentos paralelos de
fluxo, tornandoos paralelos

Figura 15
Tela de estabilização

Fonte: (Bell, 2005)

1.7.9 Sistema propulsor

O sistema propulsor é o responsável por gerar fluxo de ar no túnel de vento, ele deve atender a
vazão necessária e vencer as perdas de carga no sistema. Podem ser utilizados um ou mais
exaustores conforme sua capacidade, e também a necessidade da vazão do túnel de vento,
contudo a turbulência se mostra um pouco diferente quanto ao número de exaustores utilizados,
porém, seus efeitos não alteram o fluxo de ar na seção de testes quando empregada uma câmara
de estabilização bem dimensionada.
1.8 Critérios de seleção de túnel de vento
Existem diversos tipos de túnel de vento e, para simplificação de seleção, suas aplicações
podem ser subdivididas em 3 critérios de seleção: critério geométrico, de velocidade e do tipo
do ventilador utilizado (Zanoun, 2018).

1.8.1 Critério geométrico

A geometria da seção transversal pode ser a que melhor se encaixa para aplicação a qual será
realizado os ensaios, porém recomenda-se que utilize seção retangular pois, além da maior
facilidade de fabricação, é mais comum na literatura e consequentemente possui maior

20
quantidade de informações e adequações para tornar os testes mais próximos do real.A literatura
divide o túnel de vento em duas geometrias gerais: do tipo aberto e do tipo fechado.

Túnel de vento do tipo fechado:

Há um componente cuja função é retornar o fluxo de ar para o início do túnel, reaproveitando


o escoamento e, portanto, diminuindo o gasto de energia pelos ventiladores, conforme
demonstrado na figura 16. Normalmente utilizado para túneis de vento que demandam grande
velocidade de fluxo e que, portanto, há um grande gasto de energia, sendo este mais econômico,
além da maior facilidade para obtenção de um fluxo mais estável e de alta qualidade na seção
de teste (Faria, 2014).

Figura 16
Túnel de vento fechado

Fonte: (Zanoun, 2018)


Túnel de vento do tipo aberto:

Também conhecido por Eiffel tunnel, o túnel de vento do tipo aberto possui uma entrada e uma
saída do fluxo de ar, que ocorre de forma retilínea, não sendo reaproveitado tal fluxo, como
demonstra a Figura 16. É o mais comum para túneis de baixa velocidade devido ao menor
espaço requerido, além de não haver problemas com a remoção da fumaça que normalmente é
utilizada nos testes nos quais é equerido a visualização do escoamento.

21
Figura 17
Túnel de vento aberto.

Fonte: (Zanoun, 2018)

Como desvantagem, pode acabar sendo muito ruidoso, devendo conter isolamento acústico caso
seja prejudicial a ambientes próximos. Além disso, as condições externas, como vento e tempo
frio, podem afetar a operação.

1.8.2 Critério de velocidade

Os túneis de vento são projetados para determinadas finalidades e com faixas de velocidades
específicas. Normalmente pelo critério de velocidade, o túnel de vento é subdividido em 4
faixas de velocidade: os subsônicos (com número de Mach < 0,8), transônicos (Mach entre 0,8
e 1,2), supersônico (Mach entre 1,2 e 5,0) e hipersônicos (com Mach > 5). A maior diferença
entre eles é que para os do tipo subsônico os efeitos da compressibilidade podem ser
desprezados, diferente dos que possuem velocidade maior que Mach 1, os quais possuem
variações de densidade consideráveis, tornando assim imprescindível a consideração desta para
resolução do problema como um todo (Bell, 2005).
Os túneis de vento ainda podem ser classificados do tipo sugador e soprador.
O tipo sugador consiste em um túnel de vento em que o fluxo de ar imposto na seção de teste é
gerado sugando o ar, ou seja, o ventilador fica localizado no fim do túnel, já o tipo soprador
dispõe de um ventilador no seu início (Anderson, 2010).
1.9 Tipos de ventiladores
Para túneis de vento pequenos e de baixa velocidade de escoamento é recomendado o uso de
ventiladores centrífugos ou ventiladores axiais. Os axiais são utilizados tanto para circuito
aberto quanto fechado, sendo no fechado comumente utilizado o estator a montante do rotor

22
com o objetivo de se erradicar o vórtice na saída do ventilador. Porém, no tipo aberto os vórtices
gerados irão atingir a entrada do túnel. Os centrífugos são usados normalmente para túneis de
circuito aberto do tipo soprador. Ele possui como vantagem sobre os outros ventiladores uma
maior faixa de condição de vazão mássica, mantendo uma eficiência, estabilidade e ruído em
um nível aceitável para ensaios em baixa velocidade (Soethe, 2011).
1.10 Importância da construção de tunes de vento
O túnel de vento é considerado uma das mais importantes ferramentas nas pesquisas de
fenômenos aerodinâmicos em objetos expostos a escoamentos, é uma estrutura empregada na
análise dos padrões de escoamento dos ventos em torno de objetos sólidos, sendo que esses são
mantidos estáticos na seção de testes, enquanto o ar é propulsado em seus entornos gerando
interações entre o fluxo de ar e o corpo de prova. O emprego de túneis de vento para analisar
os fenômenos aerodinâmicos ocorre a fim de obter segurança, confiabilidade, eficiência e a
redução de custos de projetos (Costa, 2013).
Atualmente eles são importantes no estudo da aerodinâmica das construções (edifícios, casas,
coberturas, pontes, torres), na aerodinâmica de veículos (automóveis, motocicletas, aviões,
foguetes, bicicletas), na aerodinâmica de dispositivos especiais (aerogeradores, paraquedas,
equipamentos esportivos, velas), dentre outros (erosão eólica (agricultura), dispersão de
poluentes, ventilação) (Núnez, 2012).
Os túneis de vento capazes de analisar objetos em tamanhos reais não são comuns, e devido
suas dimensões tornam-se caros. Além disso, muitos ensaios aerodinâmicos ainda não são
produzidos adequadamente em simulações realizadas por computadores. Dessa forma, uma
alternativa para realizar estudos de fluxo de ar de forma adequada é utilizar modelos menores
de túneis de vento com objetos em tamanho reduzido. Esses são uma alternativa para o ensino
em graduação, sendo fundamental nas aulas práticas de aerodinâmica dos cursos de graduação
de Engenharia Mecânica e em outros cursos que oferecem disciplinas na área de mecânica dos
fluidos ou fenômenos de transportes. Entretanto, devido ao alto custo, muitas instituições
deixam de adquirir o equipamento para fins didáticos, e acabam não conseguindo aliar a teoria
à prática no estudo da aerodinâmica . O túnel de vento tem a função de determinar parâmetros
nos projetos, como, montagem, análise em construção de carros, aviões, pontes e até mesmo
edifícios. Com isso, pode-se avaliaros requisitos estruturais para determinar a resistência dos
projetos, consequentemente oferecendo maior segurança e economia na montagem (Costa,
2013).

23
CAPILO II. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Caracterização geral da faculdade de engenharia e tecnologia
A faculdade de engenharia e tecnologia é uma das unidades orgânicas da universidade do
Namibe que atua no ramo das engenharias, a faculdade esta localizada na centralidade da praia
amelia atualmente a faculdade comporta os seguintes cursos: engenharia eléctrica, engenharia
mecânica, engenharia metalúrgica, engenharia do ambiente, engenharia eletrotecnia. A
faculdade conta com diversas áreas estratégicas desde: Gabinete do Director, gabinete do
Director para a área académica, gabinete do Director para área científica, os departamentos para
os cursos citados acima, área de finanças, sala de professores.

A faculdade conta ainda com diversos laboratórios equipados como o laboratório de física,
laboratório de química, laboratório de engenharia elétrica e duas salas de informática.

Figura 18
Faculdade engenharia e tecnologia.

2.2 Fundamentação do tunel de vento proposto


A proposta deste trabalho visa na implementação de um túnel de vento que tem por objetivo
simulação para estudos o efeito do movimento de ar sobre ou ao redor de objetos sólidos. Sendo
que os tuneis de vento são muito utilizados em laboratórios de modelos físicos para a
determinação de parâmetros nos projetos de aviões, automóveis, cápsulas espaciais, edifício,
pontes, antenas e outras estruturas de construções civis. Os túneis de vento normalmente são de
grande dimensão, assim para a sua construção e manutenção são necessários grandes
investimentos financeiros, por esse motivo esse trabalho tem com objetivo geral a construção
de um mini-túnel de vento, de baixo custo e que permitirá estudar os conceitos fundamentais
da mecânica dos fluidos, principalmente sobre o fenômeno de aerodinâmica e sua aplicação em

24
objetos do tipo protótipo, sendo ele de baixo custo, contribuindo assim para estudos científicos
não só para a faculdade de engenharia e tecnologia mas para toda universidade.

2.3 Caracteristicas fundaamentais do tipo de tunel de vento proposto


Antes da construção propriamente dita foi feito um estudo sobre os projetos já existentes nessa
área para delimitarmos algumas premissas básicas. Foram analisados projetos de mini túneis de
vento entre outros, abaixo tem-se as caracteristicas do tunel de vento proposto:
Quanto ao tamanho da seção transversal do túnel:
 A seção mais utilizada mede 0,25 m;
 Espessura da medeira 15 mm
 Espessura do vidro 4 mm
Ventilador vs. Exaustor:
 A maioria dos túneis analisados utiliza exaustores ao invés de ventiladores porcausarem
menor turbulência no fluxo de ar, em conseqüência disto possibilitam a construção de
túneis menores, logo optamos pelo exaustor.
Potencia do motor:
 A potencia media gira em torno de 400 watt obtendo baixas velocidades na seção de
teste algo.
 A potencia usada no projeto foi fixada em 1117.5 w por já possuirmos um motor com
tal valor.
Uso da seção de estabilização:
 Esta peça raramente e utilizada neste tipo de túnel devido à sua baixa velocidade, mais
sempre recomendada indistintamente para velocidades acima de 10 m/s(dez metros por
segundo).
Figura 19
Geometria do tunel de vento proposto de circuito aberto.

Fonte: (Campo, 2005)

25
2.4 Materias proposto para construção de um tunel de vento
Para construção do tunel de vento leva-se acabo uma a necessidade de certos materias tais
como:

 Madeira
 Vidro
 Ventilador
 Pregos
 Cola
 Tintas
 Telas
 Arames

2.4.1 Fases de construção do tunel de vento proposto

Foi projetado um túnel de vento de circuito aberto, como o modelo apresentado na Figura 19.
Este foi composto por sistema de acionamento, difusor, seção de testes, câmara de estabilização
e seção de contração. Este modelo foi escolhido por ter menor custo e maior facilidade de
fabricação.
Figura 20
Câmara de estabilização.

O sistema de acionamento foi composto por um ventilador axial. Com a determinação do


modelo deste, obtêm-se o valor de diâmetro do exaustor e vazão que o ventilador pode produzir.
A partir disso, é possível calcular a velocidade do ar. Na Figura 4 apresentam-se as dimensões
do sistema de acionamento.

26
Figura 21
Dimensões do sistema de
acionamento

Com a velocidade teórica do ventilador calculada, utilizou-se a equação de conservação de


energia de Bernoulli para calcular a velocidade na seção de teste. A primeira parte do túnel a
ser projetada é a seção de testes; a partir desta se calcula as demais partes.

Figura 22
Dimensões do sistema de acionamento

O túnel de vento foi construído sobre uma base de madeira , a seção de testes, com suas laterais
em acrílico transparente, para melhor visualização dos ensaios. A seção de testes contém uma
abertura na parte lateral com tampa paapel transparente, onde é possível introduzir os modelos
a serem testados. Todas as emendas entre as partes do túnel foram vedadas com silicone para

27
evitar perda do fluxo de ar. A fim de melhorar a qualidade do fluxo de ar na seção de testes, foi
confeccionada a colmeia com seções hexagonais, esta tem a função de eliminar os vórtices que
surgirão devido o movimento das hélices do ventilador e com finalidade de direcionar o
escoamento, deixando-o laminar.

Foi usada ainda neste projecto um circuito PWM com a finalidade de regular a velociade do
vento observado na figura abaixo. Em anexo encontra-se o seu diagrama de funcionamento.
Figura 23
Circuito PWM

2.5 Pesquisas usadas no trabalho

As pesquisas enquadradas com o presente trabalho são, pesquisa exploratória, descritiva,


quantitativa e qualitativa

2.5.1 Pesquisa exploratória

É toda aquela pesquisa com objectivo de proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento
bibliográfico e entrevistas com pessoas com algum nível de experiências prácticas com o
problema em estudo, análise de exemplos que estimulem a compreensão do tema. Assume em
geral as formas de pesquisas bibliográficas e estudos de caso (Freitas, 2014).

2.5.2 Pesquisa descritiva

A pesquisa descritiva inclui investigações de factos de diferentes tipos. O principal objectivo


dessa pesquisa é a descrição do estado de assuntos como existe atualmente. A principal
característica deste método é a descrição do que aconteceu ou está a acontecer e inclui tentativas
de descobrir as causas dos fenómenos em estudo. Visa descrever as características de

28
determinada população, fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis e envolve
o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados como questionário e observação (Rodrigues,
2007).

2.5.3 Pesquisa quantitativa

As pesquisas quantitativas são classificadas pelo uso de dados numéricos. Esta pesquisa
considera que tudo pode ser quantificável o que significa traduzir em números opiniões e
informações para classificá-las e analisá-las. Necessita o uso de recursos e técnicas estatísticas
como percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise
de regressão e outros dados matemáticos (Silva, 2005).

2.5.4 Pesquisa qualitativa

São caracterizadas pelo uso de dados não numéricos. Considera que há uma relação dinâmica
entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a
subjectividade do sujeito que não pode ser expressado em números. Dispensa o uso de métodos
e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte directa para colecta de dados e o pesquisador
é o instrumento-chave.

2.6 Métodos de colecta de dados


Entrevista é um método frequentemente utilizado e pode ser feito de forma livre, na qual o
entrevistador faz perguntas de forma livre, dando-lhe a possibilidade de perguntar um número
elevado de perguntas e pode ser em forma de pequeno debate (Tolle, 2016). Por outro lado, a
entrevista também pode ser estruturada, na qual as perguntas são elaboradas e normalmente a
entrevista se centra apenas nas questões especificadas. Desenvolveu-se a entrevista com o
Director para a área cientifica a nível da universidade com a finalidade de se buscar informações
ou históricos de projectos de um túnel de vento para pesquizas já feita a nível da instituição o
mesmo diz que ainda não se teve tal projecto ca na instituição, focou-se também nas grandes
vantagens que um projecto deste traria para as futuras pesquisas cientificas realizadas ao nível
da instituição e não só contribuindo assim para o avanço e progresso dos estudantes deste
instituição.

2.7 Delimitação do tema


A pesquisa deste trabalho teve o seu limite na obtenção de dados a respeito das principais
configurações construtivas e aplicações de um túnel de vento, para a construção de um túnel de
vento na faculdade de engenharia e tecnologia, porem nem mesmo os funcionários ou

29
estudantes poderão fornecer dados relativos sobre o assunto, fazendo-se apenas uma estimativa
do mesmo. Portanto, o trabalho será delimitado na construção de um túnel de vento para
faculdade de engenharia e tecnologia para uso de fins didáticos ajudando em aulas laboratoriais.

30
CAPILO III. ANÁLISES E TRATAMETO DOS RESULTADOS
3.1 Resultado da observação e entrevista
Os resultados apresentados nesta secção foram colectados com base a entrevista aplicada na
Faculdade de Engenharias e Tecnologias do Namibe. As informações obtidas por meio de
entrevistas foram bastantes satisfatórias, pois se enquadram com a espectativas criadas
relativamente ao projecto dentro de um conjunto de questões elaboradas e resumidamente
desenvolvidas seguidamente.
Segundo o Decano, disse que há um projecto desenvolvido por estudantes, mas que ainda não
teve sua materialização ao nível do processo do ensino e aprendizagem ou didático. Este facto
está relacionado pela falta de equipamentos para aferir a praticidade.
Ao longo da entrevista, o Decano da faculdade em epígrafe apontava as vantagens que trariam
com a construção do tune de vento no laboratório para facilitar aos estudantes e quadro de
funcionários da instituição. Outras coleções de informações foram coletadas aos funcionários,
estudantes e pessoas singulares, que se mostraram motivadas pelo surgimento deste projectos,
a firmando que com a instalação do mesmo na faculdade maiores serão a valias no processo
didáctico, tendo em conta ao défice que se verifica actualmente.
No final obteve-se êxito, pois a entrevista possibilitou a obtenção de informações sobre o
impacto didático que o projecto trará na vida da comunidade académica da faculdade de
engenharia e tecnologias.
3.2 Dimensionamento projeto do túnel de Vento
Para o dimensionamento do túnel diversas literaturas foram abordadas juntamente com a
pesquisa de mercado para saber a disponibilidade das peças.
Com todos os conceitos necessários envolvendo túneis de vento expostos, a seguir será
realizado o detalhamento do projeto de cada seção do túnel de vento deste trabalho. O projeto
em questão teve como limitação a seção de teste, que deveria tanto ter dimensões suficientes
para exercer análises em objetos de escala reduzida quanto se adequar ao espaço físico
disponível. Desta forma, por definição de projeto, foi decidido que:
D = ast = 250 mm = 0, 25 m.
Além disso, a velocidade do escoamento também foi delimitada para:
Vst = 10 m/s.
Tais valores serão utilizados como base para definir os outros parâmetros necessários
para o projeto, que serão abordados nas seções a seguir.

31
em temperatura ambiente, com densidade ρ = 1, 225 kg/m3 e viscosidade dinâmica
µ = 1, 74 × 10−5 P a · s, a partir da Equação # temos:
1, 225 × 10 × 0, 251
𝑅𝑒𝑑 = ≈ 1, 76 × 105
1,74𝑋10−5
Além disso, elq equação # recisamos calcular o número de Mach, para definirmos que o túnel
de vento a ser projetado pode ser classificado como subsônico. Utilizando a Equação 3.2
descrita anteriormente, e sabendo que velocidade do som para o ar à temperatura ambiente no
nível do mar é de aproximadamente 346 m/s , teremos:
10
𝑀𝑎 = ≈ 0, 03 < 0,3
346
O túnel projetado neste trabalho será um túnel de vento do tipo aberto, que é composto por
quatro componentes estruturais e um elemento propulsor, que são: câmara de estabilização,
bocal convergente, seção de teste, bocal divergente ou difusor e, para o projeto deste trabalho,
o exaustor.

Com exceção da câmara de estabilização, os componentes estruturais possuirão três faces


(superior, inferior e traseira) de madeira e a face frontal de vidro, para permitira visualização
do escoamento. A câmara de estabilização, por sua vez, será uma composição de molduras de
madeira com telas de metal. Os detalhes construtivos de cada componente serão especificados
em suas respectivas subseções.

Com intuito de se obter baixa interferência das paredes sobre a estabilidade do escoamento,
correspondendo à baixos valores de rugosidade, a madeira utilizada para o projeto será revestida
que possui uma superfície demasiadamente lisa, com espessura de 15 mm. O vidro possui
espessura de 4 mm, além de ser temperado para maior segurança. Ele será posicionado entre a
madeira e cantoneiras, presas nas faces superiores e inferiores de cada seção do túnel, e será
utilizado guarnição para vidros a fim de impedir que ocorra contato direto entre o vidro e o
metal, além de ajudar na vedação.

A seguir serão feitos cálculos para definir a geometria de cada componente estrutural do túnel
de vento projetado, bem como determinar a perda de carga característica de cada um.

3.2.1 Seção de teste

Geralmente, o projeto de um túnel de vento é iniciado pela seção de teste. Por decisão de
projeto, a seção transversal desta seção terá um formato quadrado com um valor de aresta já

32
exposto no começo deste capítulo de ast = Dh,st = 250 mm. Por consequência, a área
correspondente da seção transversal será de:

Ast = a2 st = 0, 252 = 0, 0625 m2.

Para o túnel de vento deste trabalho, será utilizado 3 vezes o diâmetro hidráulico como
o comprimento total da seção de teste, ou seja:

Lst = 3 × Dh,st = 3 × 250 = 750 mm.

Isso condiz com Mehta e Bradshaw (1979), que recomendam um comprimento maior que 0, 5
vezes o diâmetro hidráulico, para suavizar o escoamento a níveis aceitáveis.
Consequentemente, os objetos analisados na seção de teste devem ser posicionados após esse
comprimento de 0, 5 × Dst.

Para o manuseio dos objetos dentro da seção a de teste, é necessário um recorte em uma das
faces. Neste projeto será feito uma tampa de dimensões 300 × 200 mm na face superior da
seção, que razoavelmente permite a passagem de duas mãos do operador. Esta tampa terá ainda
uma alça para facilitar sua movimentação.

Como a velocidade na seção de teste é fixa, podemos definir aqui a vazão de ar do túnel, que
será igual para todas as outras seções e ajudará a definir outras velocidades em diferentes pontos
da estrutura.

Q = Vt × At = 10 × 0, 0625 = 0, 625 m3/s = 37, 5 m3/min

3.2.2 Bocal convergente

Para o bocal convergente, inicialmente serão definidos a razão de área e a razão entre diâmetro
hidráulico e comprimento. tendo em vista as dificuldades de fabricação, o fim didático do túnel
e o material (chapa de madeira) disponível, foi definido o formato de tronco de pirâmide
vazado. Barlow, Rae e Pope (1999) afirma que a razão recomendada entre as áreas das seções
transversais da seção de teste e do bocal convergente é de 6 a 10 vezes. Escolhendo uma aresta
para a entrada do bocal convergente de:
abc = Dh,bc = 710 mm,
teremos, consequentemente, uma razão de área de:
2
A𝑏𝑐 𝑎𝑏𝑐 0,5041
𝐴𝑟𝑏𝑐 = = 2 = = 8,0656
𝐴𝑠𝑡 𝑎𝑠𝑡 𝑜, 0625

33
que se encontra dentro da faixa recomendada. Vale ressaltar que isso implica no diâmetro
hidráulico da saída do bocal convergente sendo o mesmo da seção de teste, Dh,st = 250 mm.
Outra recomendação descrita na Seção 4.1.3 proposta por Bell e Mehta (2020) é de que o
comprimento do bocal convergente seja, aproximadamente, 0,89 vezes o raio hidráulico do
mesmo. Sendo assim, teremos:
Lbc = 0, 89 × Dh,bc/2 = 0, 89 × 710/2 = 315, 95 mm.
Com o comprimento do bocal definido, pode-se encontrar o ângulo cônico do bocal. Tendo em
mente que o diâmetro hidráulico da saída do bocal é igual ao diâmetro hidráulico da seção de
teste, Dsai,bc = Dh,st, o ângulo cônico será dado da seguinte maneira:

√8,0656 − 1
𝜃𝑏𝑐 = ( ) ≈ 36, 05°.
0,31595
2𝑥( )
0,25
Agora, precisa-se calcular a perda de carga atribuída ao bocal convergente do túnel. Contudo,
antes de calcular o coeficiente de perda de carga no bocal convergente, necessita-se primeiro
definir a velocidade do ar na entrada do bocal. A mesma pode ser encontrada utilizando a vazão,
descrita anteriormente, da seguinte maneira:
Vbc = Q/Abc = 0, 625/0, 5041 = 1, 24 m/s
Para a saída do bocal, o número de Reynolds será igual ao da seção de teste, calculada
anteriormente.
Já para a entrada do bocal, o número de Reynolds será Desta forma, considerando novamente
ρ = 1, 225 kg/m3 e µ = 1, 74 × 10−5 Pa · s, a Equação # do número de Reynolds resulta em:
1, 225 × 1,24 × 0, 71
𝑅𝑒𝑑𝑒𝑛𝑡,𝑏𝑐 = −5
≈ 6, 198 × 104
1,74𝑋10

3.2.3 Bocal divergente ou Difusor

No bocal divergente, o objetivo é reduzir ao máximo o descolamento da camada limite. Desta


forma, os dois parâmetros geométricos que dão uma certa segurança a esse respeito são a razão
de área e o ângulo cônico. Devido a limitação de espaço físico no laboratório a ser instalado,
são escolhidos valores que resultem em dimensões aceitáveis. Foi citado que a razão
recomendada entre a área da seção transversal da seção de teste e do bocal divergente é entre 2
a 5 vezes, segundo Mehta e Bradshaw (1979).
Um dos limitadores da aresta de saída do bocal divergente seria o diâmetro de 300 mm do
ventilador acoplado. Contudo, o limite mínimo da faixa recomendada de razão de área resulta
numa aresta de:
34
2
𝑎𝑏𝑑 = √𝐴𝑟𝑏𝑑 𝑥𝑎𝑠𝑡 = √2 × 0, 0625 ≈ 353, 55 𝑚𝑚

que deixa uma sobra de 53, 55 mm entre o diâmetro hidráulico da saída do bocal e o ventilador.
Novamente, citado por Mehta e Bradshaw (1979), o ângulo cônico do bocal divergente não
deve passar de 5°. Para o projeto, será utilizado este valor de angulação, ou seja, θbd = 5°. Em
seguida, é necessário definir o comprimento do bocal. Como dito anteriormente, o intuito seria
de reduzir o máximo, devido a limitação de espaço que o túnel poderá ocupar. Mostra-se a
forma de definir tal comprimento, que será:
0,25 (√2 − 1)
𝐿𝑏𝑑 = 𝑥 ≈ 591, 81 𝑚𝑚
2 𝑡𝑎𝑛𝑔 (5)

é necessário saber a velocidade da saída do bocal, e novamente utilizando a vazão do


escoamento determinada, tal velocidade será:
Vbd = Q/Abd = 0, 625/0, 1245 = 5, 02 m/s.

3.2.4 Câmara de estabilização

Para este projeto, foram utilizados apenas telas para a estabilização do fluido. A utilização de
uma câmara de estabilização somente com telas mostra uma redução de turbulência similar
quando comparado com a utilização de telas adjuntas de uma colméia. Tal escolha visa reduzir
o custo e facilitar a montagem do projeto, visto que este trabalho tem como objetivo a
construção de um túnel de vento didático que não necessita de grandes reduções de turbulências.
Analisando especificações de telas comerciais, a tela com a malha mais fina que atendeu o
requisito de porosidade, foi a tela de mesh 20, com diâmetro de fio igual a dt = 0, 23 mm, e
distância entre fios de Xt = 1, 04 mm. Levando em conta esses valores, a porosidade para essa
tela será βt = 0, 6066, e por consequência a solidez da tela é σt = 0, 3934.

No presente trabalho optou-se por 4 telas. Desta forma, o espaçamento entre cada tela foi feito
comparando as duas formas de se determina-lá. Os valores obtidos para cada método estão
escritos a seguir:
Lt = 30Xt = 30 × 1, 04 = 31, 2 mm
Lt = 500dt = 500 × 0, 23 = 115 mm
A escolha deve ser entre valores maiores que 31, 2 mm ou próximo de 115 mm. Desta forma
optou-se por Lt = 50 mm. A tela foi presa na face traseira de uma armação quadrada de madeira

35
com as mesmas dimensões da entrada do bocal convergente, armações foram posicionadas uma
na frente da outra, onde apenas 4 delas serão teladas, e a espessura da armação é de 50 mm para
permitir o espaçamento definido entre as tela. Dando sequência, é necessário definir o valor do
fator de malha, Kmesh, e o fator de Reynolds, Kre. O fator de malha escolhido foi de (1, 3),
que corresponde á fios de metal no geral. Para o fator de Reynolds, primeiro foi calculado o
número de Reynolds, com base no diâmetro do fio e na velocidade de entrada do bocal.
1, 225 × 1,24 × 0, 23 × 10−3
𝑅𝑒𝑑 = ≈ 20, 0787,
1,74𝑋10−5
substituindo o valor encontrado na Equação 4.8, para Ret < 400, obtém-se:
20,0787
𝐾𝑅𝐸 = (1 − ) + 1, 01 ≈ 1,7505
354
Observando essas características do projeto, definidas anteriormente, o propulsor escolhido foi
o exaustor do tipo axial, cuja vazão máxima produzida é 40 m3/min e o gradiente pressão
máximo produzido é 88, 2 P a = 9 mmca.
Além disso, ele também deve atender os requisitos de movimento do escoamento do projeto,
que necessita de uma vazão de Q = 37, 5 m3/min.
3.3 Resultados finais
É possível projetar e construir um túnel de vento com características e dimensões similares ao
apresentado neste trabalho com investimento relativamente baixo. Cabe salientar que grande
parte do custo associado à construção de um equipamento como este é devido à mão de obra.
O presente túnel de vento projetado, podera ser uma ferramenta que possibilitará à comunidade
acadêmica, através de experimentos interativos dirigidos, uma melhor apropriação de conceitos
da mecânica dos fluidos. Estes conceitos fazem parte da multidisciplinaridade envolvida no
Ensino de Engenharia do Vento. Por exemplo, ao se visualizar a separação do escoamento em
torno de um objeto, através da técnica de injeção de fumaça, podem ser identificadas zonas de
separação do escoamento (sucções) geralmente associadas a uma grande vorticidade. A partir
desta identificação a geometria ou posicionamento do objeto podem ser modificados e uma
nova visualização permitirá verificar se a intervenção foi benéfica ou não. Além disso, o TV
pode ser utilizado em pesquisas que visem a avaliação do comportamento aerodinâmico de
modelos reduzidos em escala adequada, tendo em vista que o equipamento - TV atende aos
quesitos técnicos indicados na literatura específica.

36
CONCLUSÃO
O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise e a projecção túnel de vento,
que pode melhorar a apuração dos resultados das disciplinas de Mecânica dos Fluidos e
Fenômenos dos Transportes. Além disso, permitiu uma pesquisa de campo para obter dados
mais consistentes sobre as etapas do processo, como os cálculos das dimensões, o qual
possibilitou analisar a eficiência do túnel, dividido em três partes para facilitar sua construção
e a montagem. Poderão adquirir novos conhecimentos aliando a teoria à prática, determinando
a resistência dos materiais, visualizando as camadas do escoamento e, obtendo maior segurança
e economia na produção de produtos.
No primeiro capítulo fez-se um fundamento teórico através da revisão de literaturas para aferir
o grau de conhecimento sobre a unidade temática, isto é, estabelecendo vários conceitos, tipos,
princípio de funcionamento, aplicações e sua importância no processo do ensino e
aprendizagem.
No segundo capítulo procedeu-se com a caracterização do local de implantação, aplicações de
metodologias e pesquisas para alcançar os objectivos pré-definidos.
No Terceiro capítulo começou-se em analisar os resultados obtidos para a sua discussão,
visando certificar a veracidade do projecto face ao panorama actual. Sendo assim, através dados
obtidos verificou-se que: com o projecto e construção do túnel de vento surge na Faculdade de
Engenharias e Tecnologias do Namibe, uma nova forma de estudo, análise e obtenção de dados
no que diz respeito a escoamento sobre perfis aerodinâmicos e fenômenos atmosféricos.

37
RECOMENDAÇÕES
O túnel de vento é um equipamento de grande potencial de estudo, tanto em nível acadêmico
quanto industrial, logo tem-se algumas sugestões para ampliar esta gama de possibilidades de
trabalho.
1- Inversor de frequência: O inversor de frequência possibilitaria o controle da velocidade de
funcionamento do motor elétrico acoplado ao exaustor, logo assim poderíamos variar a sua
vazão e em consequência disto à velocidade do ar na seção de teste.
2- Medidor de pressão de entrada: A inclusão de um instrumento de medição de pressão à
entrada do túnel nos possibilitaria a medição da velocidade na seção de entrada e termos como
compara – la com a velocidade na seção de teste, tendo assim uma possibilidade de medirmos
perda de carga.
O medidor de velocidade sugerido obedece o seguinte diagrama esquemático
3- Perfil com tomada de pressão: A utilização de perfil com tomada de pressão aumenta a gama
de experimentos no que diz respeito a força de arrasto e de sustentação, já que através de
equacionamento e levantamento de dados pode-se obter os valores dessas forças e assim, fazer
uma comparação com a variação do ângulo de ataque.

38
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40
NEXOS
Anexo 1. Componentes de um mini túnel de vento de circuito aberto

Elemento de um Função Figura ou imagem


compressor
hermético
rotativo de
pistão rolante

Bocal O bocal é uma estrutura que


aumenta a velocidade na seção de
testes, em compensação há uma
queda de pressão entre a entrada
e a saída dessa estrutura.

Difusor A função do difusor é desacelerar


o fluxo de ar que sai com uma
velocidade elevada da seção de
teste, conseguindo assim
recuperar a pressão estática antes
de sair do sistema e recircular.

colmeia A colmeia auxilia na redução da


turbulência lateral, corrigindo
assim a direção do escoamento,
separando o escoamento em
filamentos paralelos de fluxo,
tornandoos paralelos

Secão de teste é a área do túnel onde é possível


visualizar o escoamento em torno
do objeto de estudo
Camara de A câmara de estabilização tem
estabilização como objetivo uniformizar o
escoamento, reduzindo as
vorticidades.

Sistema de O acionamento do sistema ocorre


accionamento através de ventiladores, que são
máquinas de fluxo motoras que
transformam a energia mecânica
do rotor em energia cinética do
fluido (gás).

Telas As telas são usadas com principal


finalidade conter a turbulência
axial e controlar o fluxo de ar,
evitando a ocorrência de
separação no difusor.
Anexo 2. Diagrama de explicação do circuito PWM

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