Feira de Ciências
Feira de Ciências
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Copyright © Autoras e autores
Todos os direitos garantidos. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida,
transmitida ou arquivada desde que levados em conta os direitos das autoras e dos
autores.
Ana Lúcia Becker Rohlfes, Cláudia Mendes Mählmann, Graziela Maria Lazzari,
Hélio Afonso Etges, Mariluci Prestes Moraes Trinks e Nádia de Monte Baccar
(Orgs.)
ISBN: 978-65-5869-671-1
CDD – 370
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Organização e Comissões
Coordenação Geral
Cláudia Mendes Mählmann
Coordenação Executiva
Ana Lúcia Becker Rohlfes
Nádia de Monte Baccar
Tânia Bernhard
Vera Lúcia Bodini
Comissão de Divulgação
Ana Lúcia Becker Rolhfes
Graziela Maria Lazzari
Hélio Afonso Etges
Márcia Adriana de Oliveira
Mariluci Prestes Moraes Trinks
Wolmar Alípio Severo Filho
Comissão Científica
Andreia Köche
Adeline Garcia
Ana Laura Eltz da Silva
Ana Lúcia Becker Rohlfes
Betina Hillesheim
Bianca Inês Etges
Carlos Stavizki Junior
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Cézane Priscila Reuter
Cláudia Mendes Mählmann
Cristiane Pimentel Hernandes Machado
Daniel Brinckmann Teixeira
Daniela da Costa e Silva
Daniela Saccol Peranconi
Dulciane Nunes Paiva
Eduardo Ezequiel Antunes Sosa
Felipe Marrero Nunes
Hélio Afonso Etges
Heron Sérgio Moreira Begnis
Isabel Grunevald
Jane Dagmar Pollo Renner
Jocelene Soares
José Antonio Moraes do Nascimento
Letícia Diesel
Letícia Lorenzoni Lasta
Letícia Welser
Liane Mählmann Kipper
Lorenzo Lieberknecht Dhein
Lucia Beatriz Fernandes da Silva Furtado
Manuel Alves de Sousa Junior
Márcia Adriana de Oliveira
Marlon Natanael Machado
Maurício Wamms da Luz
Nádia de Monte Baccar
Rejane Frozza
Roseane Graziele da Silva
Sergio Celio Klamt
Silvia Isabel Rech Franke
Silvana da Rosa
Suzane Beatriz Frantz Krug
Valéria Louzada Leal
Vera Lúcia Bodini
Wolmar Alípio Severo Filho
5
Bolsistas de Extensão
Guilherme Lermen
Jordana Louise Sant’Ana
Lorenzo Lieberknecht Dhein
Marla Solange Machado
Marlon Natanael Machado
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ................................................................................. 8
PREFÁCIO ............................................................................................ 10
CATEGORIA – Anos Iniciais do Ensino Fundamental .................. 12
Escola Sustentável ........................................................................... 13
Tesouros sustentáveis na cozinha: utilização de cascas e folhas
na alimentação ................................................................................. 20
Hortemática ...................................................................................... 31
CATEGORIA – Anos Finais do Ensino Fundamental .................... 38
Biodigestor uma solução para a geração de biogás e
biofertilizante diminuindo a poluição em pequenas
propriedades rurais ......................................................................... 39
Gerador de energia eólica de sucata ............................................. 50
“Joga fora no lixo”: uma utopia que lhe contaram ..................... 59
CATEGORIA – Ensino Médio Regular ............................................ 66
Construção de dispenser de álcool em gel ..................................... 67
Verificação do pH de solos através de um método simples e
prático................................................................................................ 75
Projeto de implementação de sistema de energia solar
fotovoltaica em escola pública ....................................................... 86
Integração das tecnologias digitais na educação em tempos de
pandemia: Implicações no desempenho escolar e na saúde
mental dos estudantes .................................................................... 99
CATEGORIA – Curso Técnico......................................................... 109
Raízes e seus benefícios: café de batata-doce................................. 109
Cultivo de hortaliça baby leaf: óleo saborizado de cenoura...... 122
Verificação de espécies de campo nativo no Bioma Pampa
gaúcho (região da serra do Sudeste) ........................................... 133
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APRESENTAÇÃO
8
APRESENTAÇÃO
9
PREFÁCIO
10
a Feira de Ciências – Inovação e Sustentabilidade, como forma de
reconhecimento e homenagem.
“Vivemos em um mundo globalizado, cujas faces nos mostram
uma variedade de assuntos e potencialidades para discussão e
abordagem em sala de aula, capazes de desenvolver habilidades e
conhecimentos que promovam uma aprendizagem para a vida. Ao
longo do tempo diferentes concepções, perspectivas e propostas
sobre atividades extraclasse e não formais foram revisitadas, de
maneira que não cabe pensar o ensino direcionado à mera
transmissão de conteúdo ou à replicação de estratégias que não
levem o educando a aprender a aprender. Desse modo, ambos os
campos – o de ensinar e o de aprender – experimentaram diversas
transformações, dentre muitas, a importância do desenvolvimento
de valores, atitudes, capacidades e comportamentos, essenciais
para o confronto de desafios vividos em um ambiente com
transformações contínuas. Feiras e mostras de trabalhos didáticos
científicos, enquanto atividades não formais de ensino, e quando
alinhadas aos interesses dos educandos pelas diversas ciências e
(re)construídas a partir do conceito de alfabetização científica,
incentivam a compreensão da vida em um contexto geral
promovendo a interação das ciências aos aspectos sociais dos
alunos... ”
11
CATEGORIA – Anos Iniciais do Ensino Fundamental
12
Escola Sustentável
Resumo
Um mundo sustentável é o desejo que aflora em nossas mentes cada vez
mais. A temática tem sua relevância em proporcionar a ampliação do
conhecimento sobre as possibilidades de viver em um mundo sustentável,
reduzindo as consequências do aquecimento global e, ao mesmo tempo,
repensando na perspectiva da economia solidária e consciente. O
desenvolvimento sustentável ocorre a partir de uma lógica que satisfaça
as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade e as
necessidades das gerações futuras. O saber ambiental emerge de uma
reflexão sobre a construção da vida humana na Terra. Ao nos depararmos
no mundo em que vivemos, enfrentamos uma época de acontecimentos
estranhos e fatos inusitados que se manifestam em relação ao meio
ambiente, sejam eles de ordem climática ou no aparecimento de
problemas nas áreas produtivas de alimento do planeta. Tais problemas
se devem à danosa influência do modo de vida que a humanidade
escolheu para seguir, este que promove uma utilização exacerbada dos
recursos naturais que nosso mundo tem a oferecer e, por isso mesmo, esse
planeta que nos mantêm, tende a querer que a nossa presença não seja
mais parte integrante dele, como se fossemos um corpo estranho. Pois
deixamos o planeta Terra, o nosso planeta, fraco e doente e, através de
práticas prejudiciais, provocamos a ira da “mãe natureza” e encontramos
a encruzilhada de nossas existências.
Palavras-chave: Educação ambiental. Sustentabilidade. Reciclagem.
Ecologia. Conscientização.
Problema
Como incentivar o conhecimento ambiental e atividades
conscientes, autossustentáveis e saudáveis nas práticas do dia a
dia?
13
Objetivos
● Despertar ideias de preservação da natureza e senso de
responsabilidade para com as gerações futuras;
● Apresentar alternativas e soluções para as questões ambientais
pertinentes ao dia a dia;
● Promover práticas de sustentabilidade com foco em atividades
lúdicas para alunos e adoção de hábitos saudáveis;
● Proporcionar o conhecimento e a conscientização dos alunos
acerca dos temas que envolvam meio ambiente e cidadania,
desenvolvendo a construção de atitudes para a preservação e com
o desenvolvimento sustentável.
Referencial teórico
Sustentabilidade é um conceito que ganha mais visibilidade
a cada dia. Isso ocorre porque o planeta está chegando a um nível
de comprometimento de suas capacidades de equilíbrio,
impactando de forma desastrosa a vida das pessoas, da flora e da
fauna mundial.
Nesse trabalho objetivou-se estabelecer a relação entre a
Educação Ambiental e a sustentabilidade, questão essa, abordada
frequentemente em nosso cotidiano e muito divulgada na mídia,
além de ponderar sobre esta questão na vida dos seres humanos. A
Educação Ambiental pode ser uma forma de recurso do qual se
pode instigar nas pessoas o interesse pela preservação do meio em
que vivemos e, assim, ter-se uma sustentabilidade devida e correta.
Para tal, Cavalcanti (1997, p. 386/387) refere que o tema
sustentabilidade se confronta com o que Beck denomina de
paradigma da sociedade em risco. Isto implica a necessidade da
multiplicação de práticas sociais pautadas pela ampliação do
direito à informação e de educação ambiental numa perspectiva
integradora. Trata-se de potencializar iniciativas a partir do
suposto de que um maior acesso à informação e transparência na
gestão dos problemas ambientais urbanos pode implicar uma
reorganização de poder e autoridade.
14
A sustentabilidade é um processo que deve ser estabelecido
em longo prazo, pois é fato que, para haver um desenvolvimento
sustentável, é necessário trocar o atual modelo de
desenvolvimento: o capitalista-industrial, uma vez que este
desenvolvimento é preciso, mas também é necessária uma maneira
de ter o desenvolvimento com sustentabilidade. Deve-se
desenvolver, mas considerando o pleno desenvolvimento dos seres
humanos, dos animais, das plantas, de todo o planeta Terra.
De acordo com Leff (2001, p.31), o princípio de sustentabilidade
surge como uma resposta à fratura da razão modernizadora e como
uma condição para construir uma nova racionalidade produtiva,
fundada no potencial ecológico e em novos sentidos de civilização a
partir da diversidade cultural do gênero humano. Trata-se da
reapropriação da natureza e da invenção do mundo; não só de um
mundo no qual caibam muitos mundos, mas de um mundo
conformado por uma diversidade de mundos, abrindo o cerco da
ordem econômica-ecológica globalizada.
Educação ambiental
A Educação Ambiental, uma abordagem direcionada para a
resolução de problemas, contribui para o envolvimento ativo dos
alunos, tornando o sistema educativo mais relevante e mais realista
e estabelecendo uma maior interdependência entre estes sistemas e
o ambiente natural e social, com o objetivo de um crescente bem-
estar das comunidades humanas.
Se existem problemas que dizem respeito ao ambiente, isto se
deve ao fato de as pessoas não serem sensibilizadas para a
compreensão do equilíbrio da biosfera e dos problemas da gestão dos
recursos naturais. Elas não estão e não foram preparadas para
delimitar e resolver de modo eficaz os problemas concretos do seu
ambiente imediato, isto porque a educação para o ambiente como
abordagem didática ou pedagógica apenas aparece na década de 80.
A partir de então as pessoas têm a possibilidade de tomarem
consciência das situações que acarretam problemas no seu
15
ambiente próximo, refletindo sobre as suas causas e determinarem
os meios ou as ações apropriadas na tentativa de resolvê-los.
As finalidades desta educação para o ambiente, determinadas
pela UNESCO, são formar uma população mundial consciente e
preocupada com o ambiente e com os problemas com ele
relacionados, uma população que tenha conhecimento, competências,
estado de espírito, motivações e sentido de empenhamento, que lhe
permita trabalhar individual e coletivamente para resolver os
problemas atuais e para impedir que eles se repitam.
Ao implementar um projeto de educação para o ambiente, estará
se facilitando aos alunos e à população uma compreensão fundamental
dos problemas existentes, da presença humana no ambiente, da sua
responsabilidade e do seu papel crítico como cidadãos de um país e de
um planeta. Desenvolvem-se, assim, as competências e valores que
conduzirão a repensar e avaliar de outra maneira as suas atitudes
diárias e as suas consequências no meio ambiente em que vivem. A
Educação Ambiental, além de conscientizar as pessoas, faz com que
elas executem projetos, ideias, opiniões e trabalhos relacionados à
sustentabilidade e à preservação ambiental.
Metodologia
A principal função do trabalho com o tema Meio Ambiente é
contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos a
decidirem e atuarem na realidade socioambiental de um modo
comprometido com a vida, com o bem-estar de cada um e da
sociedade local e global. Para atingirmos esses objetivos, mais do
que trabalhar com informações e conceitos, é preciso que a escola
trabalhe com a formação de valores e atitudes.
Nessa perspectiva, a Escola elaborou seu projeto
“Despertando uma consciência ecológica”, que tem como objetivo
despertar os alunos para que possam, não apenas agir corretamente
no processo de preservação do meio ambiente, como também
colaborar com o despertar dessa consciência junto às suas famílias
e à comunidade.
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Assim foi apresentado aos alunos o trabalho que iríamos
realizar no decorrer do mês. As ações planejadas foram as seguintes:
● Estudo e pesquisa do que significa sustentabilidade;
● Palestra sobre fontes renováveis;
● Desenho e pintura planejando como seria nossa escola com meios
sustentáveis (horta escolar, composteira, cisterna, entre outros...);
● Trabalhos manuais como cartazes e panfletos educativos,
trazendo informações importantes a população;
● Embelezamento da escola com plantio de flores;
● Horta escolar;
● A importância de Repensar, Reciclar, Reduzir, Reutilizar,
respeitando a vida e a ecologia;
● Montar latas de lixo de coleta seletiva na escola, apresentando
que cada cor de lata recebe um tipo de lixo;
● Apresentar os símbolos de reciclagem usados para cada tipo de
material no mundo inteiro;
● Explicar sobre a reciclagem, sua importância e como é feita;
● Confecção de maquete, utilizando materiais recicláveis.
Considerações finais
A Educação Ambiental é uma forma de obter-se a
sustentabilidade, pois esta pode recuperar o desenvolvimento para
determinados fins e ações que propiciam a sustentabilidade.
Acreditamos que preservar o meio ambiente é emergencial e todos
devem estar envolvidos com as práticas sustentáveis.
Com isso, ao se ter uma visão abrangente do meio ambiente
no qual se vive, entende-se que nós, seres humanos, constituímos
parte integrante do mesmo e nessa ótica de desenvolvimento
sustentável fica evidente que se pode ter o progresso material com
a preservação dos recursos e serviços ecossistêmicos por sucessivas
gerações.
A contribuição desse projeto é o de permitir a conscientização
do que é o desenvolvimento sustentável através de uma
perspectiva da Educação Ambiental e a formulação de ideais, não
17
somente para o bem-estar humano, mas também para a
sustentabilidade do meio em que estamos inseridos.
Referências
CAVALCANTI, Clóvis (org.). Desenvolvimento e natureza:
estudos para uma sociedade sustentável. 3.ed. São Paulo: Cortez,
Recife, PE: Fundação Joaquim Nabuco, 2001.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS
RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS. Geo Brasil 2002:
perspectivas do meio ambiente no Brasil. Brasília: IBAMA, 2002.
447 p.
LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade,
complexidade, poder. Petrópolis, RJ: Vozes, 2001.
Anexos
18
Confecção da maquete de uma escola sustentável.
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Tesouros sustentáveis na cozinha: utilização de cascas e
folhas na alimentação
Resumo
A alimentação é algo necessário e comum para o ser humano, são
atitudes diárias e necessárias para o bom funcionamento do organismo.
Pois sem comer, não há energia e, com isso, não há como realizarmos
atividades simples em nosso dia a dia como estudar, correr, pensar,
trabalhar e brincar. Uma alimentação saudável e de qualidade é direito de
todas as pessoas, mas infelizmente não é isso que acontece, pois há
pessoas que não possuem acesso a alimentação de qualidade. Mas, será
que não é produzido alimento para todas as pessoas? Na verdade é sim,
pois a agricultura é grande em nosso mundo. Muitos alimentos são
produzidos diariamente, mas por diversos motivos não chegam a todas
as pessoas. Um dos grandes responsáveis por isso é o desperdício de
alimentos, que estão em boas condições e são propícios para o consumo.
Precisamos repensar nossas atitudes e a maneira como vemos e
percebemos o desperdício, mudar as atitudes na cozinha para, assim,
reduzir o desperdício e auxiliar para que todas as pessoas tenham uma
alimentação de qualidade. Como dica para reduzir o desperdício de
alimentos, realizamos a produção de um livro de receitas, a fim de
apresentar uma forma diferente de mudarmos hábitos na cozinha,
mostrando que estas atitudes simples podem ser extremamente saborosas.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Desperdício. Reaproveitamento.
Receitas.
Problema
Como posso evitar o desperdício de alimentos em casa?
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Objetivo(s)
● Analisar as quantidades de alimentos desperdiçados em sua casa,
que poderiam ser reutilizados;
● Identificar como pode ocorrer a redução da quantidade de partes
dos alimentos descartados diariamente;
● Apresentar, em forma de um livro de receitas, uma alimentação
alternativa e diversificada, utilizando alimentos de forma integral,
com pesquisa e adaptações de receitas para o dia a dia;
● Conhecer o valor nutricional das partes dos vegetais e legumes
descartados.
Referencial Teórico
O desperdício de alimentos
O desperdício de alimentos é um problema global que atinge
grande parte dos países e a maior parte desse desperdício ocorre
dentro das nossas casas. Podemos também observar como é alta a
desigualdade social e, com isso, como a fome que atinge diversas
famílias. É considerado desperdício aquele alimento que é próprio
para consumo, mas que por algum motivo foi perdido ou
descartado pela sua falta de utilização. Algumas vezes, a
identificação dos motivos pelos quais ocorre o desperdício é
complicada, pois não há uma única forma disso acontecer. Mas, é
comprovado que são produzidos alimentos suficientes para
alimentar toda a população. Segundo dados do Instituto Akatu
(2021), “Somos 7 bilhões de pessoas no mundo, e todas precisam
comer diariamente. A produção de alimentação já é suficiente para
todos, porém, 1 bilhão de pessoas ainda sofrem com a fome. E parte
disso se deve ao desperdício.” Dessa maneira ao final do processo,
não são todas as pessoas que têm acesso a esse alimento. Segundo
a WWF:
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perdidos ou desperdiçados a cada ano, considerando todos os elos
da cadeia de valor. Na época, calculava-se que isso totalizava mais
de 1,3 bilhão de toneladas anuais.
Valor do desperdício
O número de toneladas de alimentos desperdiçados
anualmente é assustador. Segundo a Unep (2021), “931 milhões de
toneladas de alimentos que foram vendidos para residências,
varejistas, restaurantes e outros serviços alimentícios foram
desperdiçados, ou seja, 17% do total de alimentos produzidos”.
O desperdício pode ocorrer de diversas formas: no momento
da colheita, do armazenamento, da venda, e quando utilizados ou
mal utilizados no preparo de alimentos, deixando partes sem serem
usadas, sendo colocadas no lixo. Segundo o site Alimentação em foco,
o Brasil está na lista dos dez países que mais desperdiçam alimentos
no mundo, gerando descarte de aproximadamente 30% de tudo que
é produzido para o consumo. Isso gera um prejuízo para a
economia de quase 940 bilhões de dólares por ano, afetando
diversas classes trabalhadoras e o desenvolvimento do país.
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Podemos mudar
Mesmo com tantos dados preocupantes, ainda podemos
mudar a situação, conscientizando-nos. Uma das primeiras
mudanças que podemos fazer é verificar o local mais próximo a
nós, onde ocorre o desperdício de alimentos, que é em nossas casas,
na cozinha. Como você utiliza os alimentos em sua casa?
Como afirma o site do jornal Gazeta do Povo, no O bom Gourmet
(2020): “Com um desperdício de mais de 26 milhões de toneladas
de alimentos ao ano segundo a Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil é um dos países
que mais tem potencial para evitar que comida boa seja jogada
fora.” Como podemos fazer isso? Analisando o preparo de
alimentos e se ou onde ocorrem os desperdícios. Além disso,
realizar a análise de onde podemos utilizar a outra parte do
alimento, criando um prato diferente do anterior com o uso das
cascas, sementes ou folhas dos mesmos.
Além disso, as cascas e folhas possuem grande potencial.
Além da reutilização saborosa, contam com um grande número de
vitaminas, proteínas e outros nutrientes, importante para a nossa
saúde. Muitas vezes, as cascas possuem até um número maior de
vitaminas do que o próprio alimento interno. Podem fornecer,
assim, um cardápio alimentar onde é utilizado o vegetal, legumes,
verduras ou frutas de forma integral. Dessa forma, reduz-se a
quantidade a ser comprada e menos sairá das prateleiras dos
supermercados. Esses produtos podem, desta forma, ser utilizados
por outras pessoas e em outros momentos.
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alimentar, além de receitas conhecidas pelas famílias dos alunos,
juntamente com adaptações realizadas com a turma.
O livro incentiva o reaproveitamento e uso das partes do
alimento que não é utilizado tão facilmente em nosso dia a dia com
receitas saborosas, fáceis e dinâmicas. Ele contém motivos para a
realização das receitas como as vitaminas encontradas nos
alimentos e a importância que elas têm em nosso organismo e para
melhoria em nossa saúde. O livro de receitas está disponível no
drive e foi elaborado com a participação da turma para a sua
construção.
Cada alimento possui as suas individualidades, qualidades,
benefícios e utilidades. O livro de receitas foi elaborado com o
objetivo de expor receitas utilizando partes dos alimentos muitas
vezes esquecidas ou não reconhecidas para o uso em nosso dia a
dia. Dessa maneira, cria-se um cardápio alternativo, saudável e
sustentável. Assim, faz-se com que os alimentos sejam melhor
aproveitados em nosso dia a dia. Quer-se promover a
conscientização dos moradores locais, através de dinâmicas, de
conversas e da apresentação do “Livro de receitas: TESOUROS
SUSTENTÁVEIS NA COZINHA”, com ideias simples que cada um
pode realizar em sua residência. Os objetivos da obra são claros e
simples: Conscientizar sobre um melhor aproveitamento de partes
de alimentos, reduzindo, assim, gastos desnecessários, alimentos
descartados, má organização e destinação alimentar.
Por que utilizar de forma integral o alimento? Além de
reduzir os gastos com a compra de outro alimento, reduz o
consumo desnecessário, aumenta a utilidade do alimento e
disponibiliza os demais alimentos para outros compradores (sem a
necessidade de aumentar a área de plantações e, com isso, reduzir
o uso do solo). São encontradas diversas vitaminas e minerais nas
cascas, folhas ou grãos em quantidade maior do que seria ingerido
normalmente na parte mais utilizada do alimento.
O site eCycle apresenta alguns teores de vitaminas presentes
nas cascas (algumas vezes, com mais do dobro de nutrientes do que
no restante do alimento):
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Da banana contém triptofano (que altera o humor
positivamente), alto teor de fibras, polifenóis e carotenoides
(antioxidantes e anti-inflamatórios), vitaminas A, B6, C, magnésio
e potássio.
Do abacaxi contém betacaroteno, vitaminas B e C, cálcio,
fibras, bromelina (anti-inflamatório).
Da laranja: contém vitamina C (quase três vezes maior que na
fruta) e polifenóis (antioxidantes), além de fibras.
Da maçã: contém vitaminas K, A e C, potássio, folato (ácido
fólico), magnésio e cálcio.
Da batata: possui vitamina C, folato, magnésio e fósforo.
Do limão: possui vitamina C e D-limoneno.
As sementes:
Da abóbora possui magnésio, proteínas, potássio, zinco e
vitamina E.
Do coentro contém vitaminas A, C, K, manganês, ferro,
magnésio, cálcio, cobre, fósforo, potássio, zinco, selênio
(antioxidante).
Assim, as cascas prometem ser ótimos na produção de novos
pratos com vitaminas e minerais indispensáveis para o nosso
organismo e saúde. Desta forma, foi desenvolvido o projeto,
unindo a sustentabilidade com múltiplos benefícios. Uma dica,
antes de usar as cascas, é deixá-las por 30 minutos em água com
bicarbonato de sódio ou vinagre de maçã, para eliminar possíveis
25
agrotóxicos ou outras substâncias encontradas no processo de
cultivo dos alimentos, assim como possíveis insetos e lagartas.
Na sequência estão as primeiras receitas analisadas e
desenvolvidas pela turma, que deram origem ao nosso livro de
receitas: TESOUROS SUSTENTÁVEIS NA COZINHA.
Batata Chips de forno Bolo de casca de banana
Ingredientes: cascas de batatas; Ingredientes: 2 cascas de banana
óleo, azeite ou banha; sal. grande (ou 3 pequenas) cortadas
Modo de preparo: unte uma forma em tiras; 3 ovos; 1 pitada de sal; 2
com óleo, azeite ou banha. xícaras de açúcar, 3 xícaras de
Coloque as cascas da batata em farinha de trigo; 1 colher de
uma forma e tempere com o sal. fermento; 1 xícara de óleo.
Após isso, coloque-as em forno Modo de preparo: em uma vasilha,
preaquecido a 200 graus por 30 misture os ovos, a pitada de sal e as
minutos. Caso queira, 5 minutos duas xícaras de açúcar. Misture até
para o final, pode acrescentar a apresentar-se uniforme. Adicione o
pitada de queijo sobre as cascas de óleo e após a farinha, misture o
batata. fermento. Ao final, coloque as
cascas de banana cortadas sobre a
massa do bolo. Caso preferir, pode
batê-las no liquidificador e
misturá-la à massa. Leve ao forno
preaquecido a 160 graus, por 30
minutos.
Bolinho de folhas de beterraba Salada de folhas de cenoura
Ingredientes: folhas de beterraba Ingredientes: folhas de cenoura,
lavadas e picadas; 3 ovos; 2 bem lavadas; 1 limão; sal e azeite
xícaras de farinha de trigo; água de oliva (opcional).
morna; sal a gosto. Modo de preparo: pique as folhas
Modo de preparo: pique as folhas de cenoura em tamanho pequeno.
da beterraba em tamanho Após, esprema o limão sobre as
pequeno, acrescente os ovos, folhas e acrescente o sal a gosto e
misture bem. Após, aos poucos, o azeite. Caso queira, pode
acrescente a farinha e a água, misturar essa salada com outra de
formando a massa, uniforme e sua preferência, como alface ou
firme. Ao final, coloque sal aos rúcula.
poucos (em média, meia colher
26
de sopa). Frite em óleo quente até
ficar douradinho.
Metodologia
O presente artigo trabalha a reutilização de alimentos através
da busca de pesquisas bibliográficas em sites renomados e voltados
ao assunto e envolve os objetivos do ODS ou de empresas
sustentáveis com base no assunto. Foi feita uma análise minuciosa
a partir da leitura de artigos e pesquisa em sites com fontes
confiáveis.
Após isso, foi feita a análise de quantos alimentos são
descartados e desperdiçados diariamente. Isso pode ocorrer,
algumas vezes, por falta de conhecimento como afirma a eCycle:
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sementes, os locais onde mais percebemos a presença de fibras,
minerais e alto teor de vitaminas. Algumas receitas foram trazidas
para a sala de aula para degustação de teste e realizada uma
votação para escolher as melhores.
Considerações Finais
O livro de receitas foi confeccionado através do trabalho em
equipe da turma na busca e adaptações das mesmas. As receitas
foram digitadas, observando a sequência de disposição de cada
uma. A capa e outras observações, além da decoração para se tornar
mais atrativa, veio da disponibilidade e criatividade das alunas.
São produzidos alimentos suficientes para todas as pessoas
no mundo. A agricultura produz a cada dia mais com o uso de
novas técnicas de plantio, análise do solo e outras práticas. A
quantidade de produtos é enorme: arroz, feijão, batata, laranja,
maçãs, etc. Mesmo com toda a produção, a fome é um dos
problemas que mais incomoda. Mas como ela ocorre se há vasta
produção de alimentos?
Anualmente toneladas de alimentos são desperdiçados.
Porém, isso não seria um problema se toda a população tivesse
acesso a alimentos de qualidade. Como isso não ocorre, é
necessário repensa as nossas atitudes, iniciando dentro de nossas
casas ou analisando como está a situação alimentar, se utilizamos
os alimentos e se os aproveitamos ao máximo? Pensando em cada
um desses questionamentos, foi criado este projeto que visa reduzir
o desperdício de alimentos com receitas que o usem de forma
inteira, atraindo atenção na comunidade com ideias novas e
econômicas, utilizando ingredientes que cada um tem em casa. O
trabalho da equipe quer cada casa seja sustentável e tenha
equilíbrio na cozinha de cada um.
Referências
AKATU, Instituto. Consumo consciente de alimentos. Disponível
em: https://akatu.org.br/alimentos-consumo-consciente/ Acesso
em: 05 ago. 2021.
28
CARGILL, Alimentação em foco: O que o Brasil está fazendo
contra o desperdício de alimentos. Disponível em:
https://alimentacaoemfoco.org.br/o-que-o-brasil-esta-fazendo-
contra-o-desperdicio-de-alimentos/ Acesso em: 06 ago. 2021.
ECYCLE. Tudo o que você precisa saber sobre cascas. Disponível
em: https://www.ecycle.com.br/casca Acesso em: 05 ago. 2021.
ECYCLE. Semente de Abóbora. Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/semente-de-abobora/ Acesso em: 05
ago. 2021.
ECYCLE Benefícios da Couve-flor. Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/couve-flor/ Acesso em: 05 ago. 2021.
ECYCLE, Benefícios do Coentro. Disponível em:
https://www.ecycle.com.br/coentro/ Acesso em: 05 ago. 2021.
GOURMET. O bom - Gazeta do Povo. Quatro dicas práticas para
evitar o desperdício de alimento em cozinhas profissionais.
Disponível em:
https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/gestao-e-
financas/quatro-dicas-praticas-para-evitar-o-desperdicio-de-
alimentos/ Acesso em: 06 ago. 2021.
PORPINO, Gustavo, citado em Cargill - Alimentação em foco.
Disponível em: https://alimentacaoemfoco.org.br/o-que-o-brasil-
esta-fazendo-contra-o-desperdicio-de-alimentos/ Acesso em: 06
ago. 2021.
UNEP. ONU: 17% de todos os alimentos disponíveis para
consumo são desperdiçados. Disponível em:
https://www.unep.org/pt-br/noticias-e-reportagens/comunicado-
de-imprensa/onu-17-de-todos-os-alimentos-disponiveis-para-
consumo Acesso em: 09 ago. 2021.
WWF. Dietas sustentáveis, sim. Desperdício, não. Disponível
em:
https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/reducao_de_impacto
s2/agricultura/desperdicio_de_alimentos/ Acesso em: 26 jul. 2021.
29
Anexos
30
Hortemática
Problema
Como a produção e cultivo de hortaliças orgânicas pode,
além de auxiliar na alimentação saudável, contribuir no
desenvolvimento das habilidades matemáticas?
Justificativa
A escola proporciona um ambiente propício para a criação e
execução de um projeto sobre horta, permitindo a
multidisciplinaridade como um fator de integração de
conhecimentos. Os alimentos produzidos podem exercer um papel
fundamental na merenda escolar e, ainda, é possível estimular
hábitos alimentares mais saudáveis e a preservação do meio
ambiente.
Considerando que a horta pode ser um laboratório vivo para
diferentes atividades didáticas, tendo contato com a terra no
preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida
que ali existem e convivem, os alunos desenvolvem a prática diária
do cuidado com regas, transplantes, manutenção e o exercício da
paciência e perseverança até que a natureza os brinde com a
transformação de pequenas mudas em hortaliças viçosas e
coloridas. Estas vivências podem transformar pequenos espaços
em cantos cheios de vida, encanto e aprendizado.
Proporcionam inúmeras vantagens, sendo as variedades de
alimentos a baixo custo, a complementação no lanche das crianças
e o desenvolvimento das habilidades interdisciplinares com ênfase
na matemática. Acreditamos que essas reflexões/ações relacionadas
31
ao projeto influenciam no cotidiano dos alunos, estimulando o
cultivo de hortaliças na escola e em seus lares.
Hipóteses
● Aumento do consumo de hortaliças orgânicas e chás;
● Incentivo para cultivar uma horta em casa;
● Aprender matemática, de maneira interdisciplinar, no dia a dia
da horta escolar;
● Valorização da vida no campo e a preservação de ecossistemas.
Objetivo geral
Produzir hortaliças orgânicas, reconhecendo a importância
da alimentação saudável, propiciando descobertas a respeito da
realidade local e possibilitando um aprendizado significativo das
habilidades matemáticas.
Objetivos específicos
● Desenvolver a transversalidade nos diferentes componentes
curriculares relativos ao cultivo e cuidados com a horta;
● Realizar ações que desenvolvam os cuidados e a empatia com o
meio ambiente, tais como plantio de hortaliças, chás, flores, plantas
em geral, tanto em casa quanto no pátio e na horta da escola;
● Planejar, com a ajuda do professor, texto colaborativo,
compilando informações adquiridas durante a realização do
projeto;
● Ler, com autonomia, identificando informações pertinentes ao
tema em estudo, em textos variados (fábulas, charges, poemas, tiras
de humor, textos informativos, receitas, texto instrucional,
notícias);
● Analisar gêneros textuais distintos, estabelecendo relações de
intertextualidade com informações obtidas em outros componentes
curriculares;
32
● Manter o contato mais próximo da natureza e a realidade da vida
no campo, contribuindo para a conscientização sobre o plantio e o
cuidado com a horta;
● Compreender que a nossa saúde está diretamente relacionada aos
cuidados que precisamos ter com nossos hábitos alimentares;
● Conscientizar sobre a importância do cultivo de hortaliças
orgânicas, contribuindo com a preservação do ecossistema;
● Compreender a relação entre solo, água e nutrientes;
● Aderir à prática de leitura de texto poético: verso, estrofe e
musicalidade;
● Produzir, revisar e editar texto: etapas do projeto; observando
conhecimentos linguísticos e gramaticais específicos como a
utilização adequada de concordância, ortografia, acentuação e
pontuação;
● Realizar pesquisa, a partir de recortes e questões definidas
previamente, usando fontes indicadas e abertas, verificando a
fidedignidade das fontes ao buscar e/ou selecionar as informações
que podem solucionar um problema proposto;
● Identificar os nutrientes presentes nos alimentos e sua
importância para a saúde;
● Conhecer as propriedades medicinais dos chás para a saúde das
pessoas, principalmente em tempo de pandemia;
● Construir projetos de vida assentados em princípios e valores
éticos, pautados mais na valorização do ser do que no ter;
● Organizar e ordenar as variedades de hortaliças;
● Agrupar e reagrupar, explorando diferentes estratégias para
quantificar e comunicar, contando de maneira exata;
● Estimar, medir e comparar comprimento usando unidades não
padronizadas e padronizadas;
● Elaborar e resolver problemas matemáticos, utilizando as
quantidades das hortaliças com os significados de juntar,
acrescentar, separar, retirar, comparar e completar quantidades;
● Explorar, contar e expressar a quantidade de diferentes espécies,
identificando aquela com maior, menor ou igual número de
elementos;
33
● Expressar resultados de contagens de forma verbal e simbólica,
relacionando o algarismo à quantidade correspondente;
● Construir gráficos e tabelas, demonstrando a análise de dados
coletados pelos alunos no decorrer do projeto;
● Ler e interpretar dados expressos em tabelas e gráficos;
● Observar, conhecer e construir figuras geométricas planas
utilizadas para construção de canteiros e placas de identificação de
hortaliças e chás;
● Relatar, em linguagem verbal e escrita, as medidas realizadas
periodicamente;
● Empregar as notações da marcação de datas compreendendo a
representação de cada elemento nesta marcação e a relação entre
eles;
● Identificar e elaborar diferentes formas de representação
(desenhos, mapas mentais) para representar componentes da
horta;
● Compreender a importância do ritmo da natureza (chuva, vento,
calor, etc.…) para o desenvolvimento das plantas;
● Explorar e compreender o sistema de numeração decimal.
Metodologia
Com estudos envolvendo as turmas da Educação Infantil até
o 5º ano do Ensino Fundamental, e todos os componentes
curriculares, contemplou-se a transversalidade relativa à
Sustentabilidade e a ênfase em reforçar as habilidades matemáticas,
trabalhando os objetos de conhecimento de acordo com a Matriz
Curricular 2021.
Buscou-se, de maneira interdisciplinar, o trabalho teórico
através de discussões, leituras, pesquisas, entre outras ações. A
atividade prática abrangeu ações como plantio de hortaliças e chás,
acompanhamento do crescimento das plantas, limpeza e rega das
plantas, manutenção da horta, confecção de cartazes, gráficos,
tabelas, produção de histórias matemáticas que envolvem as
quantidades de hortaliças, representação das formas geométricas
nos canteiros, palestra sobre o tema, vídeos e filmes educativos.
34
Avaliação
Como um processo contínuo, coletivo e social, esse tipo de
atividade deve favorecer o (re) planejamento na adequação das
atividades e dos conteúdos a serem desenvolvidos, visando a
aprendizagem do aluno e a qualidade de ensino oferecido. A
avaliação ocorre com o comprometimento de todos os segmentos
envolvidos no processo educativo: escola-família-educador-
educando; trabalho individual, em grupo, observação,
autoavaliação, pesquisa, entrevistas, relatos orais e escritos,
participação e envolvimento das atividades propostas.
Considerações finais
O projeto Hortemática trabalhou a conscientização em torno
da produção orgânica que promove o cuidado e a proteção do
ecossistema. Os alunos criaram e reforçaram o hábito de uma
alimentação mais saudável, que incluem hortaliças em suas
refeições diárias. Verificou-se uma maior aceitação no consumo de
verduras e o incentivo para produzir na escola e em casa.
Esse projeto despertou a curiosidade e o comprometimento
dos alunos para o ambiente escolar no que diz respeito à
conscientização de todos os envolvidos e à necessidade da
alimentação saudável e orgânica, preservando e cuidando do meio
ambiente.
Durante os estudos despertamos para a importância das
hortaliças e seus benefícios na alimentação saudável,
principalmente em tempos de pandemia. Também vimos que
existem várias espécies e maneiras diferentes de cuidar de cada
hortaliça, o que motivou a buscar mais conhecimento através de
uma palestra prática com um agrônomo do município, instigando
a curiosidade em aprendermos mais e estarmos constantemente em
conexão com a natureza. Quanto ao aprendizado de matemática e
outras disciplinas, que foram trabalhadas de forma interdisciplinar,
percebemos o uso constante do conhecimento teórico aprendido
em sala de aula nas atividades práticas. Observamos com nitidez o
quanto é possível desenvolver as habilidades matemáticas nas
35
práticas diárias. Começamos com a escolha do local, o preparo da
terra, a construção dos canteiros utilizando as formas geométricas,
a escolha das espécies e quantidades, o espaçamento entre as
mudas no plantio, a observação e acompanhamento do crescimento
(medidas de comprimento) em relação às medidas de tempo
(dia/semana/mês). Houve a construção de gráficos e tabelas para
representar e expor as quantidades e crescimento de cada espécie,
a utilização de sistema decimal para representação das quantidades
agrupadas em dezenas, criação de histórias matemáticas a partir
das vivências dos alunos, feitura de placas de identificação de cada
espécie, usando material reciclado. Na colheita observaram-se as
quantidades necessárias para cada refeição em relação ao número
de alunos, evitando o desperdício e percebendo também que cada
espécie necessita de um ciclo para a produção e consumo.
Referências
BORGES, Beatriz. Agricultura sustentável. Agência SEBRAE de
Notícias. Edição 14 de setembro de 2004.
CALDART, Roseli Salete; PEREIRA, Isabel Brasil; ALENTEJANO,
Paulo; FRIGOTTO, Gaudêncio (org.). Dicionário da educação do
campo. Rio de Janeiro, São Paulo: Escola Politécnica de Saúde
Joaquim Venâncio, Expressão Popular: 2012.
CAMARGO, L.S. As hortaliças e seus cultivos. 3. ed. Campinas:
Fundação Cargill, 1992.
CLARO, Soel Antônio. Referências tecnológicas para a
Agricultura Familiar Ecológica – A experiência da Região Centro-
Serra do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2001.
CHU, Teddy. Do campo à mesa: o caminho dos alimentos. 2. ed.
Porto Alegre: Moderna, 2012.
COSTA, Antonio Carlos Gomes da. Educação Por Projetos. Lagoa
Santa. 2001. CASTRO, Maurício Barros de. Juventudes rurais:
cultura e desenvolvimento. Rio de Janeiro: Instituto Souza Cruz,
2007.
FERNANDES, José Leon Macedo. O método científico e as ações
socioambientais. Santa Cruz do Sul: 2005.
36
HOFFMAN, David. O guia completo das plantas medicinais:
ervas de a a z para tratar doenças, restabelecer a saúde e o bem-
estar. 1. ed. São Paulo: Cultrix, 2017.
MAKISHIMA, N. Produção de hortaliças em pequena escala.
Brasília: Embrapa/CNPH, 1983.
ZATTA, Maria. A farmácia da natureza. 26. ed. São Paulo:
Edições Paulinas, 1998.
37
CATEGORIA – Anos Finais do Ensino Fundamental
38
Biodigestor uma solução para a geração de biogás e
biofertilizante diminuindo a poluição em pequenas
propriedades rurais
Resumo
Considerando o expressivo número de criadores de gado leiteiro
no interior de Arroio do Tigre no Estado do Rio Grande do Sul e os
impactos ambientais negativos gerados por essa produção, a
implementação de biodigestores nas pequenas propriedades rurais pode
reduzir a poluição da atmosfera, do solo e da água, além de diminuir as
despesas das pequenas propriedades, pois gera biogás e biofertilizante.
Produzindo um minibiodigestor para uso pedagógico foi possível
conscientizar alunos e comunidade escolar sobre a importância da
destinação correta dos dejetos gerados pela criação de gado leiteiro,
amenizando assim os impactos ambientais negativos nas pequenas
propriedades rurais. O presente trabalho demonstra que a tecnologia dos
biodigestores pode contribuir para criar possibilidade de sustentabilidade
ambiental, energética e econômica nas pequenas propriedades rurais,
principalmente as produtoras de leite. Além de possuir projeto de simples
implementação e manuseio os biodigestores promovem economia com
gás de cozinha e na adubação da propriedade, diminuem o lançamento
de metano na atmosfera e evita o descarte incorreto dos dejetos animais,
proporcionando assim um maior cuidado com o solo e com as águas.
Destaca-se também o custo-benefício do Biodigestor Indiano que, através
da economia gerada pela produção de biogás, paga a implementação do
projeto e seus custos em apenas 15,3 meses de uso.
Palavras-chave: Biodigestor. Biogás. Biofertilizante. Minibiodigestor.
39
Problema
O município de Arroio do Tigre, situado no Estado do Rio
Grande do Sul, tem sua economia baseada na agropecuária com
pequenos produtores, dos quais 64 são criadores de gado leiteiro.
A pecuária é essencial para a economia do município e importante
para o abastecimento da população local e regional. Porém, a
produção pecuária é fonte de poluição, causando grandes impactos
ambientais para a atmosfera, solo e água.
Justificativa
Considerando o grande número de criadores de gado leiteiro
no interior de Arroio do Tigre e os impactos ambientais negativos
gerados por essa produção, a implementação de biodigestores nas
pequenas propriedades rurais ajudará a reduzir a poluição da
atmosfera, do solo e da água, além de diminuir as despesas das
pequenas propriedades, pois gera biogás e biofertilizante.
Hipótese
Se os biodigestores são eficazes na diminuição de poluentes
produzidos na criação de gado leiteiro e gera economia com a
produção de gás de cozinha e biofertilizante, conseguiremos
conscientizar alunos e comunidade escolar que a implementação
de biodigestores será benéfica e rentável para a propriedade rural.
Objetivos
● Conscientizar os alunos e a comunidade escolar sobre os
cuidados necessários com o meio ambiente na criação de gado
leiteiro;
● Comprovar a eficiência dos biodigestores e os benefícios de
implementar o projeto nas pequenas propriedades criadoras de
gado leiteiro;
● Diminuir a poluição gerada pelos dejetos dos animais bem como
proporcionar alternativa para a diminuição de gastos com gás de
cozinha e com biofertilizante em pequenas propriedades rurais.
40
Referencial teórico
No Brasil a pecuária de corte e leiteira são consideradas como
as atividades que mais prejudicam o meio ambiente por meio da
destruição de ecossistemas ambientais, degradação do solo e
poluição dos recursos hídricos [1].
Segundo a Emater/RS [2], o Estado do Rio Grande do Sul é o
terceiro maior produtor de leite no Brasil com 4,5 bilhões de litros
por ano e rebanho composto por 1,3 milhão de vacas. Ainda
conforme dados da Emater/RS, existem no Estado 65.202
produtores de leite vinculados às indústrias.
Dados levantados pelo técnico agrícola Ismael Henrique
Begrow, da Emater/RS de Arroio do Tigre, revelam que no
Município existem 64 produtores de leite e desses apenas dois
possuem o biodigestor para a produção de biogás e biofertilizante.
Segundo Andrade [3], os biodigestores são reatores
anaeróbios, alimentados com biomassa que, através da digestão
anaeróbia, degradam a matéria orgânica, tendo como produtos o
lodo digerido ou biofertilizante, e o biogás, o qual tem como
principais componentes o metano e o gás carbônico.
A produção de biogás pode ser uma alternativa de
combustível renovável para substituir os à base de petróleo que,
além de serem combustíveis não renováveis, são grande fonte de
poluição. A biomassa é definida como qualquer material que tem a
propriedade de se decompor por efeito biológico, ou seja, pela ação
de diferentes tipos de bactérias [4].
O biogás é uma mistura de gases com predominância de
metano CH4 (54% – 80%) e gás carbônico CO2 (20%-45%). Também
fazem parte dessa mistura o nitrogênio (N2), o oxigênio (O2), o
hidrogênio (H2) e o gás sulfídrico (H2S). A composição do biogás varia
principalmente conforme a temperatura no interior do biodigestor, o
resíduo com que é alimentado e o tempo de retenção hidráulica [3].
A vantagem do uso do biogás como combustível não é a inexistência
do dióxido de carbono como produto final da reação, mas sim a
eliminação da emissão de metano na atmosfera, como podemos
41
evidenciar na reação abaixo, o qual é 20% mais poluente que o
dióxido de carbono quando falamos em gás de efeito estufa.
1 CH4 + 2 O2 → CO2 + 2 H2O
O biogás diminui o lançamento de metano na atmosfera,
podendo ser utilizado na geração de eletricidade e como
biocombustível para veículos em substituição ao diesel. Quando
queimado, o biogás transforma metano em CO2 e água, podendo
ser utilizado como alternativa ao gás natural [4].
Ainda segundo Vieira e Polli (2021), o biogás é um gás
inflamável devido à presença predominante do metano, gás inodoro,
insípido e incolor. Seus valores caloríficos variam conforme a
porcentagem do metano gerado na decomposição, o que possibilita
sua utilização como substituto de muitos combustíveis, podendo ser
usado inclusive em fogões substituindo o gás de cozinha.
O biofertilizante é um adubo orgânico líquido produzido em
meio aeróbico ou anaeróbico a partir de uma mistura de material
orgânico, podendo ser esterco fresco [5]. A importância do
biofertilizante no crescimento das plantas não se deve aos valores
quantitativos dos seus componentes químicos que, em geral, são
baixos, mas no aspecto qualitativo, devido à sua diversidade química
possuindo os macro e micronutrientes essenciais aos vegetais [6].
Além da diversidade química, o biofertilizante pode estimular a
atividade microbiológica e enzimática do solo, promovendo assim a
liberação de nutrientes e a melhoria física do mesmo, resultando em
maior crescimento e produção de biomassa nas plantas [5, 6].
Os biodigestores rurais são reatores anaeróbios, alimentados
com biomassa e têm como produtos o biofertilizante e o biogás.
Sua estrutura constitui-se de uma câmara de digestão e um
gasômetro. A câmara de digestão é onde acontece a degradação da
matéria orgânica, possuindo uma parede divisória, que favorece a
hidrodinâmica e a eficiência do processo. O gasômetro se encontra
sobre a câmara de digestão e é onde o biogás é retido para o seu
posterior uso. Dependendo do material introduzido no
biodigestor, é necessária a adição de água para permitir a fluidez
42
e o escoamento do material dentro do biodigestor, bem como um
maior contato das bactérias com o substrato [3].
Existem diferentes modelos de biodigestores. O modelo
Indiano (Figura 1) é de fácil implementação e manuseio, sendo ideal
para pequenas propriedades. O modelo Indiano de biodigestor
apresenta um recipiente próprio para o armazenamento do gás, o
qual fica na parte de cima da câmara de fermentação. Esse gasômetro
era produzido com chapa de aço e foi substituído por uma caixa de
fibra (caixa d’água). O sistema de carga e descarga é formado por dois
pequenos tanques construídos com tijolos. Os detalhamentos do
projeto estão na figura abaixo. O modelo Indiano possui pressão de
operação constante, ou seja, à medida que o volume de gás produzido
não é consumido de imediato, o gasômetro tende a deslocar-se
verticalmente, aumentando o volume deste, portanto, mantendo a
pressão no interior [7].
O orçamento para a construção de um Biodigestor Indiano é
de, aproximadamente, R$ 2.540,00. A mão de obra não é orçada,
pois geralmente o biodigestor é construído com a ajuda do
proprietário e/ou familiares.
Metodologia
Primeiramente fizemos uma pesquisa sobre o modelo de
Biodigestor Indiano, sua implementação e funcionamento. Foi
entrevistado o técnico da Emater/RS de Arroio do Tigre para
avaliar as características das propriedades rurais locais. Fez-se
visita técnica em uma propriedade que utiliza o biodigestor para
avaliar seu funcionamento, pontos positivos e negativos de
implementação do Projeto. Construímos um minibiodigestor na
Escola para demonstrar a produção de biogás e biofertilizante.
Análise de dados
43
leiteiro é expressiva e apenas duas dessas propriedades possuem
biodigestor. Ele acredita que o biodigestor seria uma boa
alternativa para o aproveitamento do biogás e a redução do
metano na atmosfera, além de fornecer adubo estabilizado
(biofertilizante) para a propriedade. O técnico esclareceu que para
construir um Biodigestor Indiano é necessário um número muito
pequeno de animais e que apenas 10 vacas já seriam suficientes
para abastecê-lo com regularidade.
44
165,00, totalizando R$ 1.980,00 de economia com gás de cozinha ao
ano. O proprietário não conseguiu estipular o valor gerado pela
economia do biofertilizante em sua propriedade.
Se o biodigestor fosse construído hoje (2021), os materiais
custariam em torno de R$ 2.520,00. Levando em consideração
apenas a economia de gás de cozinha, que fica em torno de R$
1.980,00 ao ano, o projeto se pagaria em apenas 15,3 meses.
Na Figura 3 temos o fogão a gás abastecido com o biogás
gerado na propriedade, com as duas bocas da frente acesas. Nota-
se que a chama produzida pelo biogás é transparente com uma
borda levemente azulada. O único ponto negativo apontado por
Lucas é o desgaste das bocas do fogão a gás, causada pela corrosão
do metal como pode ser observado na Figura 3.
A quantidade de biogás gerada na propriedade varia devido
à diferença da temperatura ambiente. Em todos os meses do ano o
abastecimento é suficiente para o curral. Nos meses mais quentes
é necessário queimar o gás excedente. Diariamente são usados em
torno de duas horas da chama de biogás.
Produção do minibiodigestor:
A produção de um minibiodigestor teve como finalidade
demonstrar para os alunos e à comunidade escolar o
funcionamento de um biodigestor, sua produção de biogás e
biofertilizante. Foram utilizados materiais de fácil acesso e baixo
custo, conforme Tabela 1.
O minibiodigestor (Figura 4) foi abastecido com mistura de
dejetos bovinos e água. No décimo dia depois de fechado iniciou a
borbulha no filtro de água, comprovando a produção de biogás. O
biogás foi queimado para demonstração aos alunos e durante
apresentação do projeto e o biofertilizante produzido foi utilizado
na horta escolar.
45
Item Descrição Und Valor (R$)
Qtde p/ 1
Biodigestor
Unitário Total
Total material R$
Construção 161,45
Considerações finais
A partir da realização do presente Projeto foi possível
conscientizar alunos e comunidade escolar sobre a importância da
destinação correta dos dejetos gerados pela criação de gado
leiteiro, amenizando os impactos ambientais negativos nas
pequenas propriedades rurais.
46
Conclui-se que a tecnologia dos biodigestores pode
contribuir para criar possibilidade de sustentabilidade ambiental,
energética e econômica nas pequenas propriedades rurais,
principalmente as produtoras de leite. Além de ser projeto simples
de implementação e manuseio, os biodigestores promovem
economia com gás de cozinha e na adubação da propriedade,
diminuem o lançamento de metano na atmosfera e evitam o
descarte incorreto dos dejetos animais, proporcionando um maior
cuidado com o solo e com as águas. Destaca-se o custo-benefício
do Biodigestor Indiano que, através da economia gerada pela
produção de biogás, paga a implementação do projeto e seus
custos em apenas 15,3 meses de uso.
Referências
[1] DE ZEN et al. Pecuária de corte brasileira: impactos
ambientais e emissões de gases efeito estufa (GEE). CEPEA –
ESALQ/USP, Piracicaba, 20 de maio de 2008.
[2] Bovinocultura de Leite. Área Técnica da EMATER/RS,
disponível em: < http://www.emater.tche.br/site/area
tecnica/sistema-de-producao-animal/bovinos-de-
leite.php#.YT0UeaFKi00 >. Acesso em: 02 ago. 2021.
[3] ANDRADE, Marcio Antonio Nogueira. Estudo de viabilidade
de transformação de esterqueiras e bioesterqueiras para dejetos
de suínos em biodigestores rurais visando o aproveitamento do
biofertilizante e do biogás. Disponível em:
<http://www.seeds.usp.br/pir/
arquivos/congressos/AGRENER2004/Fscommand/PDF/Agrener/
Trabalho%2092.pdf >. Acesso em: 02 ago. 2021.
[4] VIEIRA, Henrique Gois e POLLI, Henrique Quero. O biogás
como fonte alternativa de energia. Revista Interface Tecnológica
- v. 17 n. 1 (2020).
[5] SANTOS et al. Produtividade e qualidade de frutos do
meloeiro em função de tipos e doses de biofertilizantes.
Horticultura Brasileira, v.32, n. 4, out-dez 2014.
47
[6] DINIZ et al. Esterco líquido bovino e uréia no crescimento e
produção de biomassa do maracujazeiro amarelo. Revista
Ciência Agronômica, v. 42, n. 3, jul-set, 2011.
[7] DEGANUTTI, Roberto et al. Biodigestores rurais: modelo
indiano, chinês e batelada. An. 4. Enc. Energ. Meio Rural, 2002.
Anexos
48
Figura 3: Mini biodigestor construído.
Fonte: Acervo pessoal.
49
Gerador de energia eólica de sucata
Resumo
A produção energética no Brasil é baseada e dependente de usinas
hidrelétricas e termoelétricas. Assim, o estudo de fontes de energia
renováveis vem ao encontro da necessidade de se diversificar as
tradicionais fontes de energia no país para que se possa evitar futuras
crises energéticas como as que estamos vivenciando mais intensamente a
cada ano e poder promover uma maior conscientização ambiental sobre o
uso de fontes energéticas menos poluentes. Com maior conhecimento e
investimento em fonte de energia renovável como a eólica, poderíamos
estudar possibilidades para que a comunidade escolar possa ter uma
opção de fonte de energia alternativa além da hidrelétrica. Ela é uma fonte
de energia limpa e renovável diferente das hidrelétricas, que geram
grandes impactos ambientais. O estudo de fontes de energia renovável
como a eólica e a confecção do projeto do gerador de energia feito de
sucata comprovou que podemos optar por usar fontes de energia
renováveis como a eólica e pode ser uma alternativa viável não apenas
economicamente, mas também pensarmos no meio ambiente.
Palavras-chave: Energia renovável eólica. Gerador. Sucata.
Problema
A geração de energia eólica possui uma tecnologia
inesgotável, visto que usa um recurso da natureza que é o vento
para gerar energia. Um gerador de energia eólica teria uma
abordagem sustentável, pois seu impacto no meio ambiente seria
bem reduzido.
Seria possível confeccionarmos um gerador de energia eólica
com sucata, usando as hélices de um ventilador e o motor de uma
impressora e se este poderá produzir e armazenar energia eólica,
50
transformando-a em energia elétrica, capaz de carregar uma
bateria ou ligar um circuito de lâmpadas de led?
Justificativa
A produção energética no Brasil é baseada e dependente de
usinas hidrelétricas e termoelétricas. Assim, o estudo de fontes de
energia renováveis vem ao encontro da necessidade de se
diversificar as tradicionais fontes de energia no país para se evitar
futuras crises energéticas como as que vivenciamos mais
intensamente a cada ano e poder promover uma maior
conscientização ambiental sobre o uso de fontes energéticas menos
poluentes.
Com um maior conhecimento e investimento em fontes de
energia renovável como a eólica, poderíamos estudar
possibilidades para que a comunidade escolar pudesse ter uma
opção de fonte de energia alternativa, além da hidrelétrica. Ela é
uma fonte de energia limpa e renovável diferente das hidrelétricas,
que geram grandes impactos ambientais.
Hipótese
A possível montagem de um gerador de energia eólica feito
com materiais de sucata para produzir e armazenar energia
suficiente para carregar uma bateria ou ligar um circuito de
lâmpadas de led.
Objetivos
● Pesquisar sobre as fontes de energia renováveis.
● Conhecer os benefícios ambientais e econômicos das fontes de
energia renovável.
● Produzir um gerador de energia eólica a partir de sucata.
● Verificar a eficácia e a viabilidade do gerador de energia eólica
produzido.
51
Referencial teórico
52
Benefícios das fontes de energia renováveis
O uso de energias renováveis contribui para a diminuição da
produção de gases que provocam o efeito estufa e,
consequentemente, geram importantes mudanças climáticas e
diversos problemas ambientais. Nos sistemas de produção de
energia limpa, as emissões de gases poluentes são mínimas,
incluindo a etapa de produção, fabricação e demais ciclos
operacionais. (Cesar Engenharia, 2021).
A exemplo do sistema fotovoltaico de 3kWp, sistema padrão
para residências de médio porte, em 20 anos de funcionamento vai
produzir energia renovável suficiente para evitar que 99.000 kg de
CO2 sejam emitidos na atmosfera, o que é equivalente a plantar 320
árvores ou tirar 100 carros da estrada. (Portal Solar- Fontes de
Energia Renováveis, 2015).
Energia eólica
No Brasil, a região que concentra a maior produção de
energia eólica é o Nordeste. Em outubro de 2020, todo o país tinha
653 parques eólicos, estando 82% nessa região, principalmente
porque as condições naturais são favoráveis para a geração de
energia eólica. Em relação às vantagens, o principal benefício é a
contribuição ambiental, já que nenhum gás poluente é emitido no
processo e uma fonte inesgotável é aproveitada. (Esfera Blog -
Inteligência é energia, 2021).
O aproveitamento energético eólico também apresenta as
suas desvantagens e impactos. Apesar de ser uma fonte
inesgotável, ela depende da força dos ventos que, às vezes, não é
suficiente para gerar eletricidade. Em nosso país os ventos
costumam ser aproveitáveis somente durante parte do ano. Outro
grande malefício é o impacto visual que ela causa, em especial para
os moradores ao redor dos parques. A instalação de parques eólicos
gera uma grande modificação da paisagem local. (Pensamento
Verde, 2017).
Considerando as desvantagens, o vento é muito irregular,
então nem sempre será possível gerar energia quando for
53
necessário. Por isso, a energia eólica pode ser considerada um tipo
de energia “complementar”, pelo menos por enquanto.
Uma alternativa para adquirir energia eólica é negociá-la no
Mercado Livre de Energia. Os Consumidores Especiais do
Ambiente de Contratação Livre (ACL) são aqueles que têm uma
demanda entre 500 kW e 1,5 MW e podem adquirir energia de
Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) ou de fontes renováveis
como eólica, biomassa ou solar. (Esfera Blog - Inteligência é energia,
2021).
Metodologia
O trabalho se dividiu em duas etapas. A primeira foi uma
pesquisa referente ao assunto em livros e sites e, a segunda, a
construção do gerador de energia eólica feito de sucata.
54
Gerador de energia eólica
Materiais
● Hélices de um ventilador;
● Base de madeira;
● Motor de uma impressora;
● Motor de redução de uma lanterna de emergência;
● Bateria de uma moto;
● Lâmpadas led;
● Multímetro;
● Furadeira;
● Solda;
● Ventilador para simular o vento
Procedimento
● Desmontagem da impressora para retirada do motor,
desmontagem do ventilador para retirada das hélices e
recolhimento dos demais materiais;
● Adaptação e montagem da hélice do ventilador na base de
madeira;
● Fabricação do eixo e acoplamento de rolamento às hélices;
● Soldagem dos fios nos terminais do motor;
● Confecção do circuito elétrico que liga o motor à led e à bateria;
● Testes para comprovar a eficácia do gerador feito de sucata;
Análise de dados
Interpretamos o mapa dos ventos de Herveiras/Rs no site
Clima Tempo para verificar a viabilidade de pormos em prática o
projeto de construção de um gerador de energia eólica. Sabe-se que
a velocidade dos ventos é bem maior nas regiões litorâneas onde
seriam os locais ideais para a instalação de grandes parques de
energia eólica. Mas, no interior, também há essa possibilidade,
mesmo havendo perdas na quantidade de energia gerada. Segundo
a Cepel, sistemas isolados e pequenos de captação de energia eólica
seriam viáveis com ventos em média de 3,5m/s a 4,5m/s.
55
Multímetro Gerador de energia eólica
Considerações finais
A primeira versão do nosso gerador de energia eólica nos
trouxe resultados que comprovaram uma futura viabilidade em se
investir nesse tipo fonte de energia como uma alternativa para a
energia gerada de usinas hidrelétricas. Contudo, precisamos fazer
um estudo mais elaborado sobre a velocidade dos ventos e da
escolha do local para a instalação de um gerador para captação de
energia eólica com condições do vento, não em velocidades altas.
Concluímos que o desenvolvimento de um projeto de
gerador de energia eólica na nossa comunidade e, para que um
projeto desses funcione, deve haver investimentos em pesquisas
para otimizar os resultados e apresentá-los à comunidade,
comprovando que é possível reduzir os custos com energia e, ao
56
mesmo tempo, pensarmos no meio ambiente, aproveitando fontes
de energia limpa e renovável que não agridam o meio ambiente.
Referências
Capello, Giuliana para Casa Abril, 2013 - Disponível em:
<https://casa.abril.com.br/construcao/como-gerar-energia-eolica-
em-casa > Acesso em: 20 set. 2021.
Cesar Engenharia - Os benefícios das energias renováveis -
Disponível em: <https://cesareng.com.br/2021/05/25/conheca-os-
principais-beneficios-das-energias-renovaveis > Acesso em: 20 set.
2021.
Ciclo Vivo - #Por um mundo melhor, 2020 - Disponível em:
<https://ciclovivo.com.br/planeta/energia/mini-turbina-eolica-
pode-gerar-energia-para-uma-casa > Acesso em: 22 set. 2021.
Coelho. M. André, para Construir e reformar. Disponível em:
<https://www.2quartos.com/energia-eolica-residencial-quanto-
custa >. Acesso em: 22 set. 2021.
CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica
Sérgio Brito / CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica.
Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=com_content&ca
tid[]=1&catid[]=5 >. Acesso em: 23 set. 2021.
Direção e intensidade dos ventos em Herveiras. Disponível em:
<https://www.climatempo.com.br/vento/cidade/4415/herveiras-
rs>. Acesso em: 23 set. 2021.
Esfera blog - Novidades no setor de energia. Disponível em:
<https://esferaenergia.com.br/blog/o-que-energia-eolica > Acesso
em: 20 set. 2021.
Fontes de Energia Renováveis: Tudo o que você precisa saber.
Disponível em: <https:https://www.portalsolar.com.br/fontes-de-
energia-renovaveis.html> Acesso em: 20 set. 2021.
Guadagnin, Claudia para Gazeta do Povo, 2016. Disponível em:
<https://www.gazetadopovo.com.br/economia/energia-e-
sustentabilidade/gerar-energia-eolica-em-casa-ja-e-possivel-
7my3q6mo74n2ywc44upvvgk8y> Acesso em: 20 set. 2021.
57
Pensamento Verde - O que é energia de biomassa. Disponível em:
<https://www.pensamentoverde.com.br/economia-verde/o-que-e-
energia-de-biomassa >. Acesso em: 20 set. 2021.
Projeto geração de energia eólica CPE. Disponível em:
<https://www.cpe-ce.com.br/projeto-geracao-energia-eolica>
Acesso em: 09 set. 2021.
Anexos
58
“Joga fora no lixo”: uma utopia que lhe contaram
Resumo
O presente projeto buscou ações para conscientizar os estudantes
sobre o descarte excessivo de papel no ambiente escolar, algo observado
nas lixeiras das salas de aula, que acabam abarrotadas diariamente com
folhas amassadas de papel. Desenvolvido com alunos do ensino
fundamental do oitavo ano da Escola Estadual de Ensino Médio Gastão
Bragatti Lepage, o projeto tem possibilitado que os mesmos
compreendam a importância da redução do descarte desses materiais,
uma vez que não existe jogar o lixo fora, isto é, apenas movemos o mesmo
para longe do nosso campo de visão, resíduos que acabam depositados
em locais nem sempre apropriados ou separados de forma correta. Neste
sentido, pensando na seguinte problemática: Como a matemarte pode
reconstruir o imaginário do lixo jogado "fora"? Torna-se possível
sublinhar a importância da redução do descarte de papéis em espaço
escolar e do quão positivo pode vir a ser a transformação do papel comum
em papel machê através da criatividade e da interdisciplinaridade.
Palavras-chave: Resíduos. Interdisciplinaridade. Reutilização. Papel
machê.
Problema
Do ponto de vista do Planeta Terra, não existe jogar “lixo”
fora: porque não existe “fora”. Nesse sentido, o presente projeto
objetiva debruçar-se diante da seguinte problemática: como a
matemarte1 pode reconstruir o imaginário do lixo jogado "fora"?
59
Justificativa
Conforme o ambientalista, José Lutzemberger, lixo não é
outra coisa senão material bom no lugar errado. Nesse viés, é
necessário destacar que, em 2019, o Brasil gerou 79 milhões de
toneladas de resíduos sólidos urbanos (RSU). Apenas 3% dos RSU
gerados no Brasil são reciclados, embora 73,1% dos municípios
brasileiros tenham algum programa de coleta seletiva (ABRELPE,
2020). Considerando a necessidade urgente de abordagem sobre
esse problema “invisível”, justifica-se a necessidade de
aprendizado referente à redução do consumo, assim como sobre o
descarte correto dos resíduos sólidos e suas problemáticas no
ensino formal, conforme o disposto na Política Estadual de
Educação Ambiental. Muito já foi dito sobre o tema em diferentes
contextos e momentos. No entanto, é imprescindível desenvolver
uma postura crítica e mudança de hábitos, na redução de consumo,
mas também o descarte correto do “lixo” dos alunos do 8º ano da
Escola Estadual de Ensino Médio Gastão Bragatti Lepage. Num
contexto interdisciplinar, propusemos o “matemarte”, ou seja, a
junção dos componentes curriculares de Matemática e Arte, a fim
de que movimentos se tramem entre professores e estudantes no
cotidiano escolar para abordar a problemática da geração de
resíduos sólidos, com ênfase na reutilização/reciclagem do papel
que seria descartado.
Hipóteses
Espera-se com o desenvolvimento deste projeto:
● Educar para o consumo sustentável.
● Contemplar o tema de pesquisa junto às disciplinas envolvidas.
● Conseguir o engajamento dos estudantes do 8º ano diante das
proposições do projeto.
● Propiciar reflexões a respeito dos resíduos sólidos que
produzimos e descartamos.
● Reutilizar o papel descartado em sala de aula para fins criativos.
● Diminuir o descarte inconsequente do papel.
60
Objetivos
Objetivo geral
Possibilitar reflexões sobre os resíduos sólidos que
produzimos no espaço escolar em diálogos com a Matemarte,
através da produção de papel machê, oriundo dos papéis
produzidos pelos alunos que seriam descartados na lixeira.
Objetivos específicos
a) Desenvolver a consciência crítica aliada à criatividade em torno
do tema em questão.
b) Fazer papel machê utilizando o papel que iria ser descartado no
lixo reciclável.
c) Estudar os custos para produção de papel e o custo-benefício da
reutilização/reciclagem desse material.
d) Incentivar a redução da produção de resíduos sólidos na escola.
e) Desenvolver, nos estudantes, consciência socioambiental a partir
do conjunto de ações e atividades propostas.
f) Buscar a mudança de comportamento através da reflexão sobre
os hábitos de consumo.
g) Destinar os resíduos de papel no espaço onde ele é gerado.
h) Fortalecer a educação ambiental na escola.
Referencial teórico
Autorresponsabilidade é o passo número 1 do consumo
sustentável. Estamos vivendo em uma era marcada pelo
consumismo desenfreado, onde a ansiedade pelo novo é
disseminada e instigada em meio a tantas informações que, em sua
maioria, buscam seduzir e envolver possíveis consumidores com a
finalidade de nutrir determinado padrão de consumo, isto é,
movimentos necessários para a sobrevivência do mercado. Basta
observarmos as propagandas, comerciais de tv, jornais, revistas,
outdoors, etc., mídias massivas que englobam uma gama de
produtos e mercadorias dos mais diversificados tipos, inflamando
o mercado de consumo.
61
Ninguém nasce consumista. O consumismo é uma ideologia, um
hábito mental forjado que se tornou uma das características
culturais mais marcantes da sociedade atual. Não importa o gênero,
a faixa etária, a nacionalidade, a crença ou o poder aquisitivo. Hoje,
todos que são impactados pelas mídias de massa são estimulados a
consumir de modo inconsequente. (Criança e Consumo, 2021).
62
compreensão das múltiplas causas ou fatores que intervêm sobre a
realidade e trabalha todas as linguagens necessárias para a
constituição de conhecimentos, comunicação e negociação de
significados e registro sistemático dos resultados (BRASIL, 1999, p.
89).
No que diz respeito ao ensino e aprendizagem, seguindo a
perspectiva interdisciplinar, convém sublinhar que a mesma
objetiva também [...] aprofundar os conhecimentos a partir daquilo
que agrega às áreas de conhecimento, apesar de suas
peculiaridades. Não visa à eliminação delas, mas a um
redimensionamento e à ampliação de sua função e compreensão,
pois os fatos econômicos, políticos, sociais, do senso comum, do
campo da educação, da ciência, das artes e tantos outros
primariamente podem ocorrer sem formulação disciplinar e
somente depois serem levados à sistematização, ou seja, a vida
subjaz a todo saber (PEIXOTO, 2016).
Pauta-se também a importância do estreitamento entre o
tema escolhido e os estudantes, caminho promissor, quando o
objetivo é aproximar, envolver/imergir o mesmo diante de uma
temática. Por isso, a escolha por temas que partam ou perpassam o
cotidiano social e cultural dos estudantes é algo que pode
possibilitar diálogos e reflexões no ambiente escolar.
Metodologia
Para o desenvolvimento deste trabalho optou-se inicialmente
pela via das discussões acerca da temática em questão junto à
turma do 8º ano da Escola Gastão Bragatti Lepage, de Candelária.
Posteriormente os componentes curriculares explanaram sobre as
potencialidades propiciadas com a Matemarte. No que compete às
artes, optou-se por trabalhar, dentro da temática, algumas noções
sobre retrato e autorretrato, já no que compete ao campo do ensino
da matemática realizaram-se atividades relacionadas ao custo da
produção de papel e custo-benefício na reutilização de materiais
descartados nas lixeiras das salas de aula. Dando sequência os
alunos realizaram coleta de papéis descartados no ambiente
63
escolar. Antes de dar início ao preparo2 do papel e modelagem do
machê, os estudantes desenvolveram individualmente desenhos de
seus projetos que foram partilhados junto ao coletivo.
Análise de dados
Embora o projeto ainda esteja em andamento, devido a
adaptações necessárias durante a pandemia na escola, em diálogos
e reflexões com os alunos sobre o tema abordado “JOGA FORA NO
LIXO”: UMA UTOPIA QUE LHE CONTARAM, eles
demonstraram interesse, apreço e engajamento na participação do
trabalho interdisciplinar. O preparo do papel machê consiste
inicialmente em rasgar, cortar e deixar de molho o papel em água
no período de 24h. O projeto segue em desenvolvimento, gerando
lugares de experiências e reflexões possíveis dentro do espaço
escolar.
Considerações finais
O desenvolvimento do tema “JOGA FORA NO LIXO”: UMA
UTOPIA QUE LHE CONTARAM permite perceber o quão potente
pode ser a realização dessa temática em ambiente escolar através
da interdisciplinaridade. Sabemos que “Nosso aprendiz é um
viajante que se detém o tempo necessário nos lugares de seu
interesse, desfruta do encontro inesperado e sente-se atraído pela
intensidade da experiência mais do que pela quantidade de “fotos”
que reúne”. Hernández (2007, p. 95). Possibilitar experiências que
transpassam a criatividade e a reflexão podem ser ferramentas
pedagógicas auxiliares na aprendizagem e conscientização diante
da temática abordada.
Referências
Aumento da produção de lixo no Brasil requer ação coordenada
entre governos e cooperativas de catadores. Fonte: Agência
Senado. Disponível em: < https://www12.senado.leg.br/noticias/
infomaterias/2021/06/aumento-da-producao-de-lixo-no-brasil-
64
requer-acao-coordenada-entre-governos-e cooperativas-de-
catadores>. Acesso em: 17 set. 2021.
BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio.
Brasília: Ministério da Educação, 1999.
Criança e Consumo. Disponível em: < https://criancaeconsumo.org.
br/consumismo infantil/>. Acesso em: 17 set. 2021.
HERNÁNDEZ, Fernando. Catadores da Cultura Visual: proposta
para uma nova narrativa educacional. Porto Alegre: Mediação,
2007.
PEIXOTO, Enock Silva da. A interdisciplinaridade no Ensino
Médio Integral (ONLINE). Rev. Educação Pública, 2016.
Disponível em: <https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/
16/17/a-interdisciplinaridade-no-ensino-mdio-integr>. Acesso em:
17 set. 2021.
Pegada Ecológica Global. Disponível em: <https://www.wwf.org.
br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/pegada_ecolog
ica_global/>. Acesso em: 17 set. 2021.
Anexos
Figura 2 – Figura 3 –
Figura 1 – Elaboração dos
Preparação do
Separação e coleta projetos para o
material coletado
do material papel machê
Fonte: Arquivo
Fonte: Arquivo Fonte: Arquivo pessoal
pessoal
pessoal
65
CATEGORIA – Ensino Médio Regular
66
Construção de dispenser de álcool em gel
Resumo
Através de pesquisas na internet, verificou-se o princípio básico do
mecanismo de funcionamento de um dispenser de álcool em gel. Partindo
desse ponto, procuraram-se alternativas para chegar em um projeto de baixo
custo e com o mesmo resultado que um dispenser adquirido em uma
distribuidora/loja. Após algum tempo de pesquisa, chegou-se à conclusão,
em senso comum da probabilidade de elaborar este projeto a partir de
materiais de fácil acesso e baixo custo. Tábuas, cabo de vassoura, parafusos,
fita isolante e pote de sorvete foram alguns dos materiais utilizados para a
confecção do dispenser. Sem custo, pois estes materiais estavam disponíveis
em “casa” e alguns na escola. Outros materiais como cantoneiras, mangueira
e dobradiça tiveram que ser adquiridos em loja de materiais de construção.
Palavras-chave: Construção. Dispenser. Álcool em gel. Covid.
Problema
● É possível a construção de um dispenser de álcool em gel caseiro?
● Quais benefícios este recurso pode trazer?
● Este recurso é eficaz?
Justificativa
Uma das formas de se minimizar o contágio da Covid-19
(vírus SARS-COV-2) recomendada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) é o uso do álcool etílico 70% em forma de gel para
assepsia das mãos. Levando em consideração que as células da
COVID-19 possuem uma capa de gordura que as protegem, este
produto é fundamental. Seu uso em estabelecimentos comerciais
67
deve ser priorizado, sobretudo em locais em que há grande
circulação de pessoas.
A obrigatoriedade de instalar equipamentos com álcool em gel
é uma medida de segurança. Desta forma, as pessoas podem se
higienizar ao adentrar nos estabelecimentos sem correr grandes
riscos. Porém, o custo-benefício para a aquisição de um equipamento
pode se tornar alto. Tendo em mente a importância que este tipo de
equipamento tem para o estabelecimento, cogitou-se a ideia de
elaboração de um dispenser de álcool em gel caseiro acionado pelo pé.
Hipótese
Levando em consideração o mecanismo de funcionalidade de
um dispenser com pedal (acionado pelo pé), conseguiremos
reproduzir o mesmo mecanismo de maneira adaptada para o uso
coletivo na escola, por exemplo. Basta que a pessoa, interessada em
higienizar as mãos, pise no pedal do mecanismo para acionar a
válvula do frasco, liberando o álcool em gel nas mãos.
Objetivos
● Construir um dispenser de álcool em gel caseiro que desempenhe
sua função correta, seja higiênico, econômico e seguro.
● Colocar o dispenser em um ponto estratégico da escola para o uso
coletivo e, assim, evitar que as pessoas toquem na embalagem do
álcool em gel na hora de higienizar as mãos ao entrar no
estabelecimento de ensino.
● Conscientizar as pessoas da importância da higienização correta
das mãos, uma vez que essa é a principal via de transmissão de
micro-organismos, sendo a higienização a medida mais eficaz para
prevenir a transmissão do coronavírus.
Referencial teórico
O álcool em gel, por ser considerado antisséptico, ajuda na
prevenção ao contágio pelo coronavírus e sua indicação pauta-se
nas medidas de prevenção ao contágio de doenças respiratórias.
Estudos demonstram melhor eficácia do produto em soluções 70%,
68
que é o recomendado pela Anvisa, para os serviços de saúde
brasileiros e o indicado pela Organização Mundial de Saúde (OMS)
na Lista de Medicamentos Essenciais.
As recomendações das autoridades de saúde para
higienização das mãos são tanto o álcool gel quanto a lavagem com
água e sabão. Sabões, sabonetes e detergentes de um modo geral,
graças às suas propriedades químicas, removem a maior parte da
flora microbiana na superfície da pele. Apesar de haver outras
substâncias elencadas pela literatura como antissépticos, o
Conselho Federal de Química (CFQ) reforça a importância de
seguir as orientações da OMS e do Ministério da Saúde do Brasil e
recomenda o álcool etílico, em gel.
O etanol age rapidamente sobre bactérias vegetativas
(inclusive microbactérias), vírus e fungos, sendo a higienização
equivalente e até superior à lavagem de mãos com sabão comum
ou alguns tipos de antisséptico. A OMS emitiu uma orientação
sobre a eficácia da utilização de álcool como medida preventiva e
mitigatória à COVID-19, tanto nos setores da saúde quanto para a
comunidade em geral. Segundo Widmer (2000), a substituição de
água e sabão por substâncias à base de álcool vem sendo
apresentada com a grande virada para diminuir as lesões causadas
pelos efeitos químicos dos sabões e antissépticos.
O álcool em gel também é indicado por ser simples, fácil de usar
e dispensar a lavagem das mãos quando não há a possibilidade de
utilizar um lavatório. Percebe-se que em algumas empresas e
instituições estão destacando um funcionário de seu quadro de
colaboradores para aplicar o álcool em gel nas mãos das pessoas que
adentram o estabelecimento, seja ele de ensino ou comércio em geral.
Essa atitude, porém, é pouco econômica ou funcional e expõe o
colaborador a um risco desnecessário. Utilizar um dispositivo que
automaticamente desempenhe essa função é muito mais útil,
higiênico, econômico e seguro. Dispenser com acionamento por pedal
que são dispensers para álcool em gel com reservatório não precisam
ser acionados pelas mãos, mas pelos pés. Desse modo, é possível
garantir a segurança dos indivíduos de maneira rápida, moderna e
69
econômica, facilitando a higienização de maneira mais segura. Isso
porque evita o contato das mãos com a válvula ou com o frasco do
álcool em gel. As mãos são a principal via de transmissão de micro-
organismos, pois estão em contato com tudo em nossa volta, inclusive
com objetos contaminados. Assim, a higienização das mãos é prática
essencial para prevenção ao novo coronavírus. O sistema acionado
com o pé evitará o possível contato de mãos contaminadas em
dispensers ou recipientes de uso comum.
Metodologia
Primeiramente vamos apresentar o projeto. Através de
pesquisas na internet, verificou-se o princípio básico do mecanismo
de funcionamento de um dispenser de álcool em gel. Então,
procurou-se alternativas para chegar em um projeto de baixo custo
e que obtivesse o mesmo resultado que um dispenser adquirido em
uma distribuidora/loja.
Após algum tempo de pesquisa, chegou-se à conclusão, em
comum acordo, da probabilidade de elaborar este projeto a partir
de materiais de fácil acesso e baixo custo. Tábuas, cabo de vassoura,
parafusos, fita isolante e pote de sorvete foram alguns dos materiais
utilizados para a confecção do dispenser. Seria sem custo porque
estes materiais estão disponíveis em casa ou na escola. Já materiais
como cantoneiras, mangueira e dobradiça foram adquiridos em loja
de materiais de construção ao custo de R$ 12,80.
70
A montagem do dispenser é simples: basta fixar o cabo de
vassoura na tábua que dará o suporte/base, utilizando 3
cantoneiras pequenas. Neste cabo passa a mangueira, que está
conectada no frasco que álcool em gel condicionado dentro do pote
de sorvete fixado na tábua de base. A finalidade deste pote é apenas
para uma base de sustentação do frasco de álcool em gel. E um
suporte de madeira fixado com 1 cantoneira grande na base da
tábua tem a função de pedal para liberar o álcool em gel do frasco.
Análise de dados
O uso de álcool em gel é indispensável no momento que
estamos vivenciando, devido a pandemia de COVID-19. A
construção do dispenser caseiro trouxe benefícios para a escola. Sua
funcionalidade ocorreu da maneira como o planejado e está
disponível em um ponto estratégico da escola para o uso dos
estudantes, funcionários e professores.
Considerações finais
O uso do álcool em gel com concentração de álcool a 70% é
uma indicação para a limpeza das mãos. Desde a epidemia da gripe
H1N1, sua aplicação para a higienização das mãos tem se tornado
mais frequente. Essa é uma medida positiva que reduz as
possibilidades de infecção por contato com vírus e bactérias.
Para garantir a eficiência, a concentração de álcool precisa ser
de 70%, devendo ser utilizado da mesma forma como é feita a
71
lavagem normal com água corrente e sabonete líquido. A
Organização Mundial de Saúde afirma que a limpeza apropriada
das mãos é considerada a mais eficaz ação isolada para reduzir
infecções.
Desde o início da pandemia de Covid-19, empresas,
shoppings, igrejas, supermercados e comércio em geral, lá está ele:
álcool em gel disponível para todos. Por promover uma
higienização rápida, fica fácil entender por que o produto se tornou
tão essencial quando o assunto é o combate ao coronavírus. Depois
da máscara, esse foi o item mais utilizado pelo público quando fora
de casa.
Alguns estabelecimentos recebem diariamente um grande
fluxo de pessoas e é indispensável oferecer uma higienização
segura, já que o indicado pelos especialistas é as pessoas evitarem
tocar em superfícies com as quais outros indivíduos fazem contato.
Os pedais de álcool em gel tornaram-se uma solução inovadora.
Acionado pelos pés, o dispositivo libera o álcool em gel nas mãos
das pessoas de forma simples e rápida, facilitando a higienização
de maneira muito mais segura. Isso porque evita o contato das
mãos com a válvula ou com o frasco do álcool em gel.
Referências
A utilização do álcool em gel no processo de higienização das
mãos. Disponível em:
https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/79213/000437990.pdf
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19. Disponível em: https://bmv.com.br/pedal-de-alcool gel/.
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CENTENO. Totem para álcool em gel. Disponível em:
https://www.centenodigital.com/totem-alcool
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cbyAIby-rWQpm1QRn3l-AQ10Pcqr3p 9tH8jsaAg5wEALw_wcB.
Acesso em: 05 ago. 2021.
72
CONICT. Dispenser automático de álcool em gel microcontrolado
acionado por sensor óptico. Disponível em:
http://ocs.ifsp.edu.br/index.php/conict/xiconict/paper/view/6672/1
747. Acesso em: 02 ago. 2021.
FUNCAMP. A prevenção está em nossas mãos. Disponível em:
https://www.funcamp.unicamp.br/portal/Noticias/Noticia?codigo
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HOSPITAL VIVALLE. Álcool gel: hábito simples que pode evitar
problemas de saúde. Disponível em:
https://www.rededorsaoluiz.com.br/hospital/vivalle/noticias/artig
o/alcool-gel-habito-simples-que-pode-evitar-problemas de-saude.
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https://www.incqs.fiocruz.br/index.php?option=com_content&vie
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https://www.limpium.com.br/dispenser-de-alcool-em-gel-a-
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MNR. Dispenser automático de álcool – Smart – gel. Disponível
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VIVA BEM. Álcool gel é eficaz ao coronavirus, afirma conselho.
Disponível em:
73
https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2020/02/29/alc
ool-gel-e-eficaz-na-prevencao-ao-coronavirus-afirma
conselho.htm Acesso em: 02 ago. 2021.
Anexos
74
Verificação do pH de solos através de um
método simples e prático
Raíssa Molz, Henrique Augusto Holanda Balz, Iasmin Tais dos Santos
Carlos Eduardo Schmidt, Daniele Inês Doege Einlof
EEEM Emílio Alves Nunes, Herveiras, RS
[email protected]; [email protected]
Resumo
O solo é a parte mais importante na propriedade rural. Por isso, é
relevante compreender alguns fatores que interferem na qualidade deste
recurso natural. Um deles é o pH. Dependendo do solo se for ácido ou básico,
pode levar à morte as plantas ou criar plantas saudáveis, interferindo no
cultivo. Dessa forma, o bom manejo do solo proporciona boa produtividade,
evita perdas e possibilita a manutenção de sua fertilidade, levando a um
desenvolvimento sustentável. Assim, esse trabalho teve como objetivos
determinar o pH de diferentes amostras de solos, observar pH ácidos, básicos
e neutro e discutir a importância do conhecimento do pH do solo para as
práticas de desenvolvimento agrícola sustentável. Foi coletado amostras de
solos das propriedades dos estudantes e distribuídas em dois copos plásticos,
adicionado água. Depois, em um dos copos foi acrescentado bicabornato de
sódio (NaHCO₃) e no outro, um pouco de vinagre (ácido acético - CH3COOH)
e observado. Ao término do experimento foi verificado que a solução em que
continha bicarbonato de sódio ocorreu uma reação química de efervescência,
pois formou o gás carbônico (CO2) que antes não existia na solução,
confirmando assim, que o solo era ácido. Com a atividade realizada, os
estudantes puderam compreender com a prática o que é o pH do solo e como
ele pode ser verificado por meio da análise de pH de amostras de solo. Foi
possível relacionar e aplicar esses conceitos no cotidiano de forma simples.
Com esse estudo, os alunos podem ter um pensamento crítico e ações que
contribuem para a melhoria e conservação dos solos em suas propriedades.
O pH demarca a eficácia das plantas absorverem os nutrientes e atingirem o
seu potencial produtivo, interferindo tanto na produção agrícola sustentável
quanto no cenário econômico e no desperdício de alimentos.
Palavras-chave: Solo. pH. Alcalino. Ácido. Desenvolvimento sustentável.
75
Problema
Tanto quanto a acidez quanto a alcalinidade do solo para a
produção e desenvolvimento da agricultura, é um problema que
interfere na fertilidade agrícola tornando-se uma prática de perdas.
Justificativa
O solo é a parte mais importante na propriedade rural. Por
isso, é relevante compreender alguns fatores que interferem na
qualidade deste recurso natural. Um deles é o pH.. Dependendo do
solo, se for ácido ou básico, pode levar à morte as plantas ou criar
plantas saudáveis, interferindo no bom cultivo. Por isso, o bom
manejo do solo proporciona boa produtividade, evita perdas,
possibilita a manutenção de sua fertilidade, levando a um
desenvolvimento sustentável e garante a produção agrícola no
futuro.
Hipótese
Se o pH do solo é um fator inevitável na agricultura para o
desenvolvimento eficaz e sustentável, então estudando, analisando
e aplicando esse, de forma prática e fácil, possibilita a manutenção
de sua fertilidade e garante produção agrícola no futuro.
Objetivos
● Determinar o pH de diferentes amostras de solos;
● Observar pH ácidos, básicos e neutro;
● Discutir a importância do conhecimento do pH do solo para as
práticas de desenvolvimento agrícola sustentável.
Referencial teórico
76
o valor do pH (WILDSON, 2016). A figura 1 relaciona o valor de
pH de acordo com a acidez.
pH dos solos
A medida do pH do solo é um aspecto importante da
agricultura, pois ela é determinante no desenvolvimento e
produtividade das plantas. O pH demarca a eficácia das plantas
absorverem os nutrientes e atingirem o seu potencial de produção
total. Quando o solo está em desequilíbrio não é capaz de satisfazer
as exigências das plantas, estas começam a apresentar carências
pela dificuldade em captar os elementos nutritivos, mesmo que eles
estejam presentes em grandes quantidades (CANTINHO VERDE –
HORTA E JARDIM).
O pH dos solos é a medida da acidez e da alcalinidade dos
solos de uma solução formada pela mistura de uma porção do solo
com água. O pH do solo simplesmente mede a atividade do íon
hidrogênio e é expresso em termos logarítmicos. O significado
prático da relação logarítmica é que cada unidade de mudança no
pH do solo significa uma mudança de dez vezes no grau de acidez
ou de alcalinidade. Isto quer dizer que um solo com pH 6,0 tem um
grau de acidez 10 vezes maior do que um solo com pH 7,0 ou 10
vezes mais H+ ativo, e que as necessidades de calcário aumentam
77
rapidamente à medida que o pH diminui (acidez aumenta)
(LOPES, 1989). Assim, valor de pH igual a 7,0 é neutro (as
atividades dos íons H+ e OH- na solução são iguais), valores abaixo
de 7,0 são ácidos (predomina o H+) e acima de 7,0 são básicos
(predomina o OH- na solução do solo).
O pH está diretamente ligado às rochas que deram origem ao
solo, mas é influenciado por fatores como a interação do clima, a
concentração de sais, metais ou ácidos, os fertilizantes ou
substâncias orgânicas, que são acrescentadas ao seu preparo. No
Brasil e em Portugal os solos são predominantemente ácidos. A
faixa ideal da maioria das plantas situa-se entre os 5,5 e os 7,5.
Quando a acidez do solo se encontra dentro destes parâmetros, os
nutrientes do solo apresentam-se disponíveis, contudo, existem
várias plantas que encontram as condições ideais fora dessa faixa
(CANTINHO VERDE – HORTA E JARDIM).
78
pelos efeitos desfavoráveis desta sobre os vegetais por ser um
elemento fitotóxico. Em condições elevadas de acidez dos solos
podem ocorrer também teores solúveis de outros metais como
manganês e ferro, igualmente tóxicos para as plantas se absorvidos
em quantidades excessivas.
A erva-mate e a mandioca, por exemplo, requerem um solo
ácido para desenvolverem-se, tendo em vista que elas são nativas
da América. Geralmente, os solos ácidos são aqueles de regiões
úmidas, como margens de rios e pântanos (pH < 6,5), e são
conhecidos como argilosos. Mas, na maioria das vezes, solos muito
ácidos não são férteis porque a disponibilidade de nutrientes é
muito pequena para as plantas. Entre as culturas que não se
desenvolvem bem em solos ácidos estão o algodão, a soja, o feijão
e a alfafa. No Brasil, a maioria dos solos é considerada fortemente
ácida (pH entre 5,0 e 5,5). Assim, para corrigir o pH do solo é muito
comum a adição de calcário (carbonato de cálcio, CaCO3) em um
processo denominado calagem. O pH desse sal situa-se na faixa de
6,0 a 6,2, próximo ao neutro. Em regiões ricas em calcário, os solos
já são alcalinos naturalmente (FOGAÇA, 2021).
Quando é necessária a correção dos solos ácidos, pode-se
optar por substâncias alcalinas, tais como cal, calcário em pó,
conchas moídas ou cinzas de madeira.
A calagem é o método mais utilizado para aumentar o pH do
solo. Consiste na adição de compostos que contém cal ou calcário
em pó. O processo deve ser realizado no outono, incorporando o
calcário ao solo numa cava profunda. A cal tem um baixo impacto
em solos secos, por esse fato é recomendado regar o solo
regularmente, de modo a potencializar o efeito do corretivo. A cal
agrícola é um pó bastante fino, que o solo absorve com muita
facilidade. Contudo, é mais difícil de espalhar e pode entupir o
aplicador. A cal granulada e em pasta são fáceis de espalhar, mas
não são tão eficientes na alteração pH. A cal hidratada é
recomendada apenas para os solos muito ácidos, é mais solúvel em
água que as restantes e sobe o pH do solo rapidamente. Algumas
fontes de cal contêm micronutrientes como dolomita, mistura de
79
carbonatos de magnésio e cálcio. São recomendadas a terrenos que
apresentem deficiência de magnésio (CANTINHO VERDE –
HORTA E JARDIM).
Os processos e as reações pelos quais o calcário reduz a
acidez do solo são muito complexos, mas uma simplificação
mostrará como o calcário age. Como foi mencionado, o pH de um
solo é uma expressão da atividade do íon hidrogênio. O calcário
(CaCO3) reduz a acidez do solo elevando o pH pela conversão de
alguns desses íons hidrogênio em água (LOPES, 1989). A reação
acontece assim:
80
naturalmente, característicos da maioria das regiões áridas e
semiáridas.
O solo alcalino é um solo cujo o pH se situa acima de 7.
Contém uma parte importante de calcário, sendo difícil manter
vegetais sensíveis a este elemento, eles facilmente amarelecem
devido à clorose férrica, um mal frequente neste tipo de terra
(CANTINHO VERDE – HORTA E JARDIM).
Quando é necessária a correção dos solos alcalinos pode-se
optar por substâncias que reduzem a acidez do solo, tais como
materiais orgânicos, que consiste em um método barato e natural,
pode ser usado estrume, adubos verdes, resíduos de folhas e
galhos. Conforme os microrganismos vão decompondo o material,
vão-se libertando substâncias ácidas ao solo. Com o tempo estes
materiais orgânicos tendem a diminuir o pH do solo, contudo vale
lembrar que o procedimento é lento, mas a inclusão destes
materiais melhora a drenagem e a aeração do solo (CANTINHO
VERDE – HORTA E JARDIM).
O enxofre e o sulfato de alumínio também podem ser
utilizados. O enxofre aumenta a acidez do solo gradualmente, mas
depende de outros fatores como umidade, temperatura e bactérias
do solo. O sulfato de alumínio é um modo rápido, contudo, ele
provoca uma reação química que pode levar a efeitos indesejáveis.
Por este motivo, alguns agricultores preferem não usá-lo
(CANTINHO VERDE – HORTA E JARDIM).
Metodologia
O trabalho se dividiu em duas etapas. A primeira foi uma
pesquisa referente ao assunto em livros e sites e a segunda, a
construção e aplicação da técnica caseira de medição do pH do solo
como descrito no item seguinte.
Atividade experimental
81
Material
● pequena quantidade do solo a ser analisada;
● vinagre;
● bicarbonato de sódio;
● água destilada;
● copos plásticos
Procedimento
Prepare amostras do solo em dois copos plásticos,
distribuindo uma quantidade uniforme de solo em ambos, adicione
água até que forme uma espécie de lama. Em seguida, adicione um
pouco de bicabornato de sódio (NaHCO3) em um copo e observe.
Se o solo borbulhar, ele é ácido. Mas, se não houver nenhuma
reação, é sinal de que o solo é alcalino. Em outro copo acrescente
um pouco de vinagre (ácido acético - CH3COOH) e observe. Se, ao
adicionar o vinagre, a lama criar bolhas, o solo é alcalino. Mas, se
não houver nenhuma reação, é sinal de que o solo é ácido.
Análise de dados
Para o desenvolvimento da atividade experimental, os
participantes foram orientados a seguir os procedimentos descritos
na atividade experimental. Na figura 2 pode-se observar a
atividade em andamento, com a realização dos procedimentos
descritos para o experimento.
82
efervescência, pois formou o gás carbônico (CO2) que antes não
existia na solução. Com esse gás, a solução se caracterizou como
ácida (figura 3). Já na solução que continha vinagre nada ocorreu,
isto é, não houve formação de gás, pois a solução de ácido acético
(vinagre) não apresentou uma efervescência na amostra, na qual
essa é uma reação formadora de gás que acontece com os
carbonatos que estão presentes no solo. O carbonato de cálcio libera
gás carbônico e água. Assim, obteve-se um teste rápido e caseiro de
medição de pH do solo.
Considerações finais
O pH demarca a eficácia das plantas absorverem os
nutrientes e atingirem o seu potencial de produção total,
interferindo diretamente tanto em uma produção agrícola
sustentável, quanto no cenário econômico quanto no desperdício
de alimentos. Diante da necessidade de compreender o conceito de
pH do solo e sua relação com os fenômenos mencionados, foi
proposta uma técnica alternativa e caseira de pH do solo.
Com a atividade realizada, os estudantes puderam
compreender com a prática o que é o pH e como ele pode ser
verificad, por meio da análise de pH de amostras de solo. Foi
possível relacionar e aplicar esses conceitos no cotidiano de uma
forma simples. Os solos analisados foram considerados ácidos, pois
83
reagiram com o bicarbonato de sódio formando gás. Com esse
estudo, os alunos podem ter um pensamento crítico e ações que
contribuem para a melhoria e conservação dos solos em suas
propriedades.
Cabe salientar que, para saber o nível de acidez ou de
alcalinidade (quantitativo), é necessário coletar o solo e encaminhar
para um laboratório credenciado junto ao Ministério da
Agricultura para que faça a análise química. Enquanto isso, o
trabalho realizado teve como caracterização somente o aspecto
qualitativo.
Referências
BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. 7. ed. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1989. 898 p
FOGAÇA, J. R. V. pH do solo. Manual da Química, 2021.
Disponível em:
<https://www.manualdaquimica.com/curiosidades-quimica/ph-
solo.htm>. Acesso em: 04 ago. 2021.
KIEHL, E.J. Manual de edafologia: relação solo–planta. São
Paulo: Agronômica Ceres, 1979. 262 p.
LOPES, A.S. (trad. e adap.). Manual de fertilidade do solo. São
Paulo: ANDA/POTAFOS, 1989. 153 p.
RAIJ, B. van. Fertilidade do solo e adubação. São Paulo;
Piracicaba: Ceres, POTAFOS, 1991. 343 p.
Solo ácido e solo alcalino - saiba como ajustar o pH. Cantinho
verde - horta e jardim. Disponível em: <
https://batatadoceira.blogspot.com/2019/08/ph-solo-acido-
alcalino-basico.html>. Acesso em: 04 ago. 2021.
WILDSON, L. P. dos S. et al. Química cidadã. Volume 2. 3. ed.
São Paulo: AJS, 2016.
Anexos
84
Desenvolvimento dos experimentos pelos alunos
Fonte: Autores do trabalho
85
Projeto de implementação de sistema de energia solar
fotovoltaica em escola pública
Resumo
O impacto ambiental gerado durante a obtenção de energia elétrica
vem sendo discutido mundialmente, mediante a necessidade de
conscientizar sobre a gravidade da questão. A geração de energia elétrica
através de usinas hidrelétricas, termoelétricas e nucleares geram prejuízos
irreparáveis para o meio ambiente. A energia solar é uma das alternativas
energéticas mais promissoras, é abundante e permanente, renovável a
cada dia, não polui e nem prejudica o ecossistema. O presente trabalho
aborda o desenvolvimento de um projeto para implementação de um
sistema de energia solar fotovoltaica em escola pública como alternativa
para a redução de consumo de energia elétrica, promovendo o incentivo
e a conscientização da comunidade escolar quanto à utilização de energia
limpa. A instalação de placas fotovoltaicas na escola tem um grande efeito
pedagógico sobre a comunidade escolar, em especial os alunos. O
funcionamento do sistema de geração de energia limpa, eficiente e eficaz
faz os alunos perceberem a importância da sustentabilidade, além da
economia com a conta de energia elétrica. A metodologia foi desenvolvida
em cinco etapas, onde na primeira foram feitas pesquisas sobre o uso de
energia solar e placas fotovoltaicas para implementação em casas, escolas
e empresas. Na segunda, a partir dos dados das contas de energia da
escola, foi feito uma média de consumo por mês em kWh. Na terceira, o
grupo de alunos entrou em contato com uma empresa de energia solar
para ver os custos, amortização e funcionamento das placas fotovoltaicas
na escola. Na quarta etapa foi feita uma maquete da escola e nela foi
conectada uma placa fotovoltaica, ligada a luzes de Led para simular o
funcionamento das placas na escola. A quinta etapa foi apresentação do
projeto para toda a comunidade escolar de modo remoto. O trabalho
86
apresenta dados que permitem deduzir que a implementação de um
sistema de energia solar fotovoltaica em escola pública é uma alternativa
energética promissora, abundante, permanente e renovável, que não
prejudica o meio ambiente e não influi no efeito estufa. O projeto
evidencia que, após os cálculos realizados, a economia será relevante e
significativa com a instalação do sistema fotovoltaico.
Palavras-chave: Energia solar. Sistema fotovoltaico. Escola pública.
Impacto ambiental.
Problema
O impacto ambiental gerado durante a obtenção de energia
elétrica vem sendo discutido mundialmente, mediante a
necessidade de conscientizar sobre a gravidade da questão. A
geração de energia elétrica através de usinas hidrelétricas,
termoelétricas e nucleares geram prejuízos irreparáveis para o meio
ambiente. Estas produzem energia e emitem gases de efeito estufa,
geram rejeitos radioativos, poluem o ar com elementos que causam
chuva ácida e afetam a respiração da população, além de gerarem
impactos ambientais na hidrologia, clima, erosão e assoreamento,
sismologia, flora, fauna e alteração da paisagem.
Justificativa
A energia solar é uma das alternativas energéticas mais
promissoras, é abundante e permanente, renovável a cada dia, não
polui e nem prejudica o ecossistema. A utilização de energia solar
é importante na preservação do ambiente e tem vantagens sobre as
outras formas de obtenção de energia por não ser poluente, não
influir no efeito estufa, não precisar de turbinas ou geradores para
a produção de energia elétrica, não prejudicar a fauna e flora.
O presente trabalho aborda o desenvolvimento de um projeto
para implementação de um sistema de energia solar fotovoltaica
em escola pública como alternativa para a redução de consumo de
energia elétrica, promovendo o incentivo e a conscientização da
comunidade escolar quanto à utilização de energia limpa.
87
A instalação de placas fotovoltaicas na escola tem grande
efeito pedagógico sobre a comunidade escolar, em especial os
alunos. O funcionamento do sistema de geração de energia limpa,
eficiente e eficaz faz os alunos perceberem a importância da
sustentabilidade, além da economia com a conta de energia elétrica.
Hipóteses
● Caso sejam instaladas placas fotovoltaicas haverá redução de
energia elétrica na escola?
● Ao instalar as placas fotovoltaicas é possível que haja redução de
impactos ambientais?
● Com a instalação de placas fotovoltaicas haverá a percepção da
comunidade escolar quanto à necessidade de se utilizar a energia
limpa?
Objetivos
Objetivo geral
Desenvolver um projeto de energia elétrica fotovoltaica para
otimização dos custos de energia em escola pública e promover o
conhecimento sustentável aos alunos.
Objetivos específicos
● Analisar os dados pesquisados, a fim de reduzir o gasto nas
contas de luz da escola;
● Conscientizar a comunidade escolar sobre a importância do uso
de energia limpa, renovável e sustentável para reduzir os impactos
ambientais;
● Preservar o meio ambiente através da utilização de energia limpa
com o emprego das placas fotovoltaicas.
Referencial teórico
Podemos afirmar que a energia elétrica trouxe com ela
inúmeras transformações, importantes e constantes para nossa
88
sociedade, tornando-se um bem essencial para o desenvolvimento
econômico e social de um país (MASARO, 2016).
Segundo OLIVEIRA (2016), o consumo de energia de uma
sociedade é diretamente proporcional ao seu desenvolvimento
econômico e social. Uma sociedade, ao adquirir maior qualidade
de vida, necessita de mais eletricidade.
Os centros urbanos são um dos setores de maior impacto no
balanço energético mundial, sendo responsáveis por cerca 70% do
consumo total de energia (GAVIRIA; PEREIRA; MIZGIER, 2013).
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética do
Ministério de Minas e Energia (EMPRESA, 2015), existe a previsão
de crescimento do consumo total de eletricidade no Brasil de 50,6%
entre 2015 e 2024.
Com essa expectativa de aumento no consumo de energia,
algumas questões tornam-se essenciais como o modo de exploração
dos recursos naturais geradores de energia, a maneira como a
matriz energética é tratada, a disponibilidade quantitativa e
qualitativa dessa energia (MOREIRA; GIOMETTI, 2008).
Nestes últimos anos, com o crescimento populacional bem
como com o aumento do consumo energético e as alterações
climáticas, houve um aumento nas preocupações envolvendo os
impactos ambientais causados pelos padrões de produção e de
consumo da sociedade em que vivemos.
O homem, durante muitos anos, explorou os recursos
naturais do planeta sem qualquer preocupação com o futuro,
resultando em inúmeros problemas ambientais. Entre esses
problemas podemos citar a emissão de gases tóxicos decorrentes da
queima de combustíveis derivados de fontes não renováveis de
energia e o consequente aquecimento global, que afeta diretamente
o clima e o ecossistema do planeta, trazendo consequências
catastróficas ao longo de anos (IMHOFF, 2007).
Como forma de evitar um impacto ainda maior ao ambiente
e manter o fornecimento de energia, surge a necessidade de
diversificar esse suprimento com ênfase ao uso de fontes
renováveis de energia (CARLO, 2008). Essas fontes vêm de
89
recursos naturais e são reabastecidas naturalmente como eólica,
hidráulica, biomassa, geotérmica, mare motriz e solar.
O Brasil, nesse contexto das fontes renováveis de energia
(FRE), é um país privilegiado porque dispõe da maior bacia
hidrográfica do mundo, de grandes florestas tropicais com áreas
cultiváveis, de um potencial eólico promissor e conta com seu
território extenso para aproveitar a energia solar, que pode ser
explorada de forma significativa (FRANCO, 2013).
De acordo com DAVI (2013), entre essas fontes renováveis de
energia, a que mais apresenta possibilidades de integração com a
envoltória das edificações é a energia solar fotovoltaica. Essa
afirmação se dá em razão de seu avanço tecnológico e,
principalmente, facilidade de instalação e grande capacidade de
operação. A energia solar fotovoltaica apresenta vários outros
fatores positivos como a baixa necessidade de manutenção, não
emissão de poluentes, acessível em lugares remotos e gratuita
depois de instalada.
No sistema fotovoltaico, as células convertem a luz solar em
energia elétrica, de forma silenciosa e sustentável, tendo um
impacto mínimo. Esses módulos podem ser sobrepostos ao sistema
de vedação da edificação – BAPV (Building Applied Photovoltaics)
ou substituir elementos construtivos e/ou revestimentos da
edificação – BIPV (Building Integrated Photovoltaics). Os painéis
solares, ou módulos, são os principais componentes do sistema
fotovoltaico de geração de energia. Estes são formados por um
conjunto de células fotovoltaicas associadas, eletricamente, em
série e/ou paralelo, dependendo das tensões e/ou correntes
determinadas em projeto. As células fotovoltaicas são dispositivos
capazes de transformar a energia luminosa em energia elétrica.
Uma célula solar pode funcionar como geradora de energia elétrica
a partir da luz ou como um sensor capaz de medir a intensidade
luminosa (TOLMASQUIM, 2013).
Os prédios comerciais são uma opção viável para o uso
integrado desse sistema, pois além de apresentarem alto consumo
de energia elétrica, em função da demanda em iluminação,
90
equipamentos e da climatização artificial, existe sincronicidade
entre a geração e o consumo. Os consumidores comerciais
apresentam como característica o fato de possuir um consumo
significativo durante o horário comercial (diurno) com uma
pequena queda no período correspondente ao almoço. Tal
consumo de eletricidade no setor comercial é caracterizado no
período em que o sistema fotovoltaico está produzindo energia.
Consequentemente, sua instalação em prédios comerciais
interligados à rede é um exemplo de aplicação ideal (RÜTHER,
2004).
Metodologia
A metodologia foi desenvolvida em cinco etapas. Na
primeira etapa foram feitas várias pesquisas sobre o uso de energia
solar e placas fotovoltaicas para implementação em casas, escolas e
empresas.
A segunda etapa foi a solicitação das contas de energia do
Instituto Estadual de Educação Gomercinda Dornelles Fontoura,
escola na qual foi desenvolvido o projeto, para a Companhia
Estadual de Energia Elétrica (CEEE). Foram solicitadas as contas
dos anos de 2019, 2020 e 2021. As contas do ano de 2019 foram
solicitadas porque, nos anos de 2020 e 2021 (até agosto), o
atendimento foi online, portanto o consumo de energia foi menor
na escola. A partir dos dados das contas foi feito uma média de
consumo por mês em kWh.
Na terceira etapa, o grupo de alunos entrou em contato com
uma empresa de energia solar para ver os custos, amortização e
funcionamento das placas fotovoltaicas na escola.
Na quarta etapa foi feita uma maquete da escola e nela foi
conectada uma placa fotovoltaica, ligada a luzes de Led, para
simular o funcionamento das placas na escola, conforme Anexo,
figura 2. A placa de energia solar fotovoltaica foi cedida pela
empresa Solled Energia, de Santa Cruz do Sul, por intermédio da
funcionária Débora Ferreira, que atendeu ao nosso pedido. A
Solled Energia é uma empresa pioneira no Brasil em geração de
91
energia, 100% brasileira que projeta e instala sistemas fotovoltaicos
de pequeno, médio e grande porte com elevada qualidade e
comprovada eficiência.
A quinta etapa foi apresentação do projeto para a
comunidade escolar de modo remoto.
O projeto contempla toda instalação de 42 módulos
fotovoltaicos e 1 inversor, sendo necessária uma área de 84 m2 para
instalação. Essa quantidade de módulos foi calculada com base no
consumo elétrico mensal em kWh da escola.
A garantia para o inversor é de 5 anos e para os módulos é de
10 anos contra defeito de fábrica e 25 anos para eficiência. A
manutenção das placas é feita uma vez por ano, sendo somente
necessária a limpeza dos módulos com água e sabão. Após a
instalação do sistema de energia solar, o relógio de luz antigo vai
ser substituído por um relógio de luz novo, que é "bidirecional"
(mede a entrada e a saída de energia). Esse relógio de luz mede a
energia da rua que é consumida quando não tem sol e a energia
solar gerada em excesso quando há uma produção maior que o
consumo que será injetada na rede da distribuidora.
A energia solar que vai para a rede vira créditos de energia.
Os Créditos de Energia são medidos em kWh. Para cada kWh
gerado em excesso pelo seu sistema solar fotovoltaico o cliente
recebe em crédito de kWh para ser consumido nos próximos 60
meses.
Desta forma, quando o cliente receber a sua conta de luz, ele
vai ver quanto de energia consumiu da rede e quanta energia
injetou na rede. Se injetou mais na rede do que consumiu, o cliente
terá créditos de energia, garantindo mais economia na sua conta de
luz.
O processo de funcionamento do sistema fotovoltaico na
escola está descrito abaixo, conforme figura 1.
92
Figura 1. Processo de funcionamento do sistema fotovoltaico na
escola.
Análise de dados
O investimento do projeto em questão foi orçado em R$
48.445,00. Esse valor contempla os seguintes serviços:
● Vistoria técnica;
● Projeto elétrico;
● Anotação da Responsabilidade Técnica (ART) do projeto e
instalação;
● Obtenção das licenças junto à concessionária de energia local;
● Montagem dos módulos fotovoltaicos com estrutura apropriada
para o tipo de telhado;
● Instalação e montagem elétrica do sistema;
● Gestão, supervisão e fiscalização da obra de instalação;
93
● Frete incluso;
● Documentação personalizada do projeto fotovoltaico.
O valor do consumo de energia elétrica mensal na escola foi
obtido a partir dos valores do ano de 2019, pelo fato de em 2020 e
2021 (até agosto) o atendimento ter sido on-line, devido à pandemia
pela Covid-19.
A partir do consumo médio de energia na escola e do valor
do investimento no projeto é possível descrever vários aspectos
financeiros do projeto e da instalação como economia gerada,
preços, formas de pagamento e análise de viabilidade financeira.
O gráfico 1 mostra a estimativa de consumo de energia
elétrica pela geração de energia elétrica em kWh, tendo por base o
ano de 2019.
94
Quadro 1. Economia mensal e anual para o primeiro ano
FATOR VALOR UNIDADE
Considerações finais
Com os dados apresentados neste trabalho, podemos
concluir que a implementação de um sistema de energia solar
fotovoltaica em escola pública é uma alternativa energética
promissora, abundante, permanente e renovável, que não
prejudica o meio ambiente e não influi no efeito estufa. Além de
todos os benefícios ambientais, é possível deduzir que a estimativa
de retorno de todo o investimento feito para a implantação do
projeto proposto é de aproximadamente 4 anos. Após esse prazo
começa a ter apenas a despesa de consumo mínimo. O projeto
evidencia que a economia será relevante e significativa com a
instalação do sistema fotovoltaico.
95
Os valores apresentados de geração de energia são
estimativas baseadas em informações consultadas no banco de
dados do CRESESB e representam médias mensais e anuais, sendo
que a geração varia de acordo com os meses do ano, assim como
variam por fatores meteorológicos.
Referências
BENDER, L. V.; LEITZKE, R. K.; FREITAS, J. R. de; CUNHA, E.
G. da; SALAMONI, I. T. Estudo da paridade Econômica e do
desempenho energético de fachadas solares fotovoltaicas no
extremo sul do Brasil. Ambiente Construído. Porto Alegre, v. 20,
n. 4, p. 489-508, out. /dez. 2020.
BOQUIMPANI, C. L.; MOTTA, A. L. T. S. da; SOUZA, O. L. de
C.; OLIVEIRA, C. H. V. do R. Eficiência energética: sistemas de
iluminação com LEDs, distribuídos em corrente contínua e
utilizando energia fotovoltaica. Ambiente Construído. Porto
Alegre, v. 19, n. 4, p. 303-316, out. /dez. 2019.
CARLO, J. C. Desenvolvimento de metodologia de avaliação da
eficiência energética do envoltório de edificações não-
residenciais. Florianópolis, 2008. Tese (Doutorado em Engenharia
Civil) - Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil,
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008.
DÁVI, G. A. Avaliação do comportamento energético de um
edifício residencial à energia neto positiva com sistema solar
fotovoltaico conectado à rede (SFVCR). Florianópolis, 2013.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.
FRANCO, A. P. Sistemas fotovoltaicos: contextualização e
perspectivas para sua massificação no Brasil. Lavras, 2013.
Trabalho de conclusão de curso (curso de Pós-Graduação Lato
Sensu em Formas Alternativas de Energia) – Pós-Graduação em
Formas Alternativas de Energia, Lavras, 2013.
GAVIRIA, L. R.; PEREIRA, F. O. R.; MIZGIER, M. O. Influência
da Configuração Urbana na Geração Fotovoltaica com Sistemas
96
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TOLMASQUIM, M. T. Fontes renováveis de energia no Brasil. 1.
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97
Anexos
98
Integração das tecnologias digitais na educação em tempos
de pandemia: Implicações no desempenho escolar e na
saúde mental dos estudantes
Resumo
Este projeto se constitui como um recorte de uma pesquisa de
iniciação científica, que tem como objetivo investigar os impactos no
desempenho escolar dos estudantes ocasionados pela integração das
tecnologias digitais no processo de construção do conhecimento,
sobretudo em relação ao período de ensino remoto emergencial, bem
como os efeitos deste processo sobre a saúde mental dos estudantes.
Tendo em vista a pandemia de COVID-19 e a necessidade de realizar o
distanciamento social, os recursos tecnológicos foram explicitamente
articulados no cotidiano da maioria dos indivíduos, principalmente dos
estudantes. Esses recursos foram fundamentais, uma vez que
possibilitaram a continuidade dos serviços e propostas pedagógicas
realizados na esfera educacional, minimizando efeitos e prejuízos à
aprendizagem. Embora utilizados de maneira benéfica, no sentido de
potencializar a aprendizagem dos sujeitos, a brusca mudança no cenário
educacional requisitou uma modificação da postura de estudantes e de
professores em relação ao processo de construção de conhecimento. Para
tanto, considerando os objetivos traçados para o desenvolvimento da
mesma, esta pesquisa adota uma abordagem quantitativa e possui como
instrumento de coleta de dados um questionário disponibilizado em
formato digital aos estudantes da Escola de Educação Básica Educar-se,
permanecendo em circulação por aproximadamente um mês. Os dados
oriundos deste instrumento foram analisados e interpretados à luz dos
teóricos da área. No que tange os achados da pesquisa, salienta-se que, ao
investigar a percepção de 44 estudantes do Ensino Fundamental e do
Ensino Médio, a respeito da situação adversa em que a educação se
99
encontra, considerando os desafios impostos pelas medidas sanitárias e
de isolamento social, identificou-se que: apesar das dificuldades na
transposição do ensino presencial para as atividades remotas, a
continuidade das atividades escolares, por meio da integração das
tecnologias digitais, se constitui como uma alternativa profícua para os
processos de ensino e de aprendizagem. Deste modo reitera-se que a
integração das tecnologias digitais contribuem para os processos de
ensino e de aprendizagem. Todavia, as relações interpessoais que se
constituem neste espaço são cruciais para o desenvolvimento da
aprendizagem dos estudantes da Educação Básica. As análises realizadas
frente ao conjunto de dados sinalizam a importância atribuída ao ensino
presencial, sobretudo em relação à socialização e à interação entre os
sujeitos neste ambiente. Do mesmo modo se assevera a necessidade da
proposição de estratégias voltadas à discussão sobre as implicações do
isolamento social na saúde mental dos estudantes.
Palavras-chave: Saúde mental. Desempenho escolar. Integração das
tecnologias digitais. COVID-19.
Problema
No contexto da COVID-19 e suas implicações no âmbito
escolar, questiona-se: “Quais os impactos no desempenho escolar
ocasionados pela integração das tecnologias digitais no processo de
aprendizagem, bem como os efeitos sobre a saúde mental dos
estudantes?
Justificativa
A pandemia da COVID-19 tem causado impactos expressivos
na população, muitos associados “a sintomas de estresse pós-
traumático, depressão e ansiedade”, afetando inclusive estudantes,
dos quais tendem a apresentar uma maior prevalência por estes
transtornos (BECKER et al., 2021, p. 3). Neste viés, as medidas de
isolamento social, a adaptação ao ambiente doméstico como local
de estudo, as expectativas quanto ao futuro, problemas de acesso à
internet, de recursos e de aparelhos eletrônicos, ocasionou
impactos negativos na vida do estudante, promovendo um
agravamento das condições de saúde mental preexistentes, assim
100
como, no desenvolvimento de novos transtornos psicológicos.
Nesse contexto, a pesquisa tem como objetivo investigar o impacto
das atividades de ensino remotas instituídas em decorrência das
medidas sanitárias, no desempenho escolar e saúde mental dos
estudantes da Escola de Educação Básica Educar-se.
Hipóteses
Dentre as hipóteses, destacam-se:
● Aumento significativo dos parâmetros de ansiedade,
considerando as atividades de ensino remoto, bem como fatores
relacionados a mudanças abruptas na rotina, ambientes de estudo,
distanciamento social, e outros.
● Redução do desempenho escolar devido ao tempo de exposição
nas telas e excesso de atividades.
Objetivos
● Compreender como a integração das tecnologias digitais como
alternativa à continuidade do ano letivo tendem a impactar no
desempenho escolar dos estudantes.
● Identificar possíveis implicações do ensino remoto na saúde
mental dos estudantes.
● Analisar como as mudanças abruptas podem contribuir para
estresse emocional.
● Propor ações para a discussão desta temática no âmbito escolar.
Referencial teórico
A pesquisa, em conformidade ao projeto político-pedagógico
da Escola de Educação Básica Educar-se, se constitui como “um
eixo que é entendido como uma variável de ser e estar no mundo”
(EDUCAR-SE, 2021, p. 40). Em outras palavras, trata-se de uma
investigação cotidiana que transpassa a fragmentação dos
componentes curriculares e seus respectivos objetos de
conhecimento, visto que contempla o entrelaçamento das áreas de
conhecimentos e dos distintos saberes que perpassam por estas.
101
Ademais, uma das intencionalidades da iniciação científica
na instituição está voltada à gradativa aproximação dos processos,
práticas e procedimentos característicos da investigação científica.
Isto é, por meio de ações como “identificar problemas, formular
questões, identificar informações ou variáveis relevantes, propor e
testar hipóteses, elaborar argumentos e explicações” e outros,
espera-se que o estudante, embasado em seus saberes, seja capaz
de compreender e interpretar o mundo, bem como aplicar estes
saberes nas situações cotidianas. (BRASIL, 2018, p. 552). Além
disso, objetiva-se, por meio desta proposição, o incentivo e fomento
dos sujeitos envolvidos para a investigação de diferentes temáticas
e assuntos que consideram instigantes, curiosos e significativos
para si, bem como para a comunidade na qual encontram-se
imersos.
Neste contexto, em março de 2020 a infecção por SARS-Cov-
2 foi declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como
uma pandemia (BECKER et al., 2021). Diante desta crise sanitária,
com ampla abrangência multilateral de contágio, foram instituídas
medidas visando conter a disseminação do vírus. Contudo, estas
modificações têm causado expressivas mudanças no cotidiano dos
indivíduos como o isolamento social e, em decorrência, o
fechamento de unidades escolares e a implantação do ensino
remoto emergencial como uma possibilidade para a manutenção
das atividades escolares (SENHORAS, 2020; BECKER et al., 2021).
Contudo, a partir da implantação desta medida, a suspensão
das aulas presenciais e a adoção do ensino remoto emergencial de
forma abrupta podem ter desencadeado dificuldades em relação ao
acompanhamento das atividades escolares, bem como a adaptação
a tal circunstância, tendem a ter ocasionado estados emocionais
menos positivos, logo sujeito suscetível ao aumento dos níveis de
ansiedade, depressão e estresse (DIAS; MAIA, 2021). Do mesmo
modo que o uso exacerbado de recursos tecnológicos para a
realização das atividades escolares, também foi considerado como
um dos possíveis fatores que podem implicar na saúde mental dos
estudantes (SILVA; ROSA, 2021). Embora benéfica, a falta de
102
preparo psicológico para lidar com essa situação potencializa o
desenvolvimento de problemas atrelados à saúde mental.
Neste desenho, emerge a temática da pesquisa de iniciação
científica proposta pelos estudantes da turma do 2° ano do Ensino
Médio da Escola de Educação Básica Educar-se, a qual apresenta
como tema central “Saúde mental e inovação tecnológica” em um
contexto de pandemia. Diante desta temática, um dos grupos que
compõem a turma mencionada propôs a investigação a respeito da
percepção dos estudantes a respeito do ensino remoto, bem como
os impactos do isolamento social na saúde mental dos estudantes.
Metodologia
Esta pesquisa tem caráter quantitativo, a partir da qual se
estabelece que a compreensão das relações complexas transcorre
por meio de explicações das relações entre variáveis que derivam
de uma amostra representativa, a partir da qual se assegura a
possibilidade de generalizações (GÜNTHER, 2006). Assim,
observa-se um alinhamento entre os desdobramentos propostos
nesta investigação e os pressupostos da pesquisa qualitativa.
Nesta perspectiva, foi elaborado na plataforma Google Forms
um questionário composto por questões fechadas escalonadas, as
quais se voltavam a compreensão do cotidiano do estudante, bem
como de sua percepção em relação ao ensino remoto e possíveis
implicações na sua saúde mental. Este instrumento de coleta de
dados foi disponibilizado aos estudantes de 6º ao 9º ano do Ensino
Fundamental e das turmas de 1º ao 3º ano do Ensino Médio da
Escola de Educação Básica Educar-se por meio de um link de acesso
na sala virtual do Google Classroom de cada turma, permanecendo
disponível para respostas durante um mês.
Análise de dados
A pesquisa contou com a participação de 44 estudantes,
sendo que destes 11,4% (5) são estudantes do 6°ano; 9,1% (4) do
7°ano; 29,5% (13) do 8°ano; 18,2% (8) do 9°ano do Ensino
Fundamental. Em relação a participação do Ensino Médio,
103
identifica-se, respectivamente, 6,8% (3), 18,2% (8) e 6,8% (3), no 1°,
2° e 3° ano.
Considerando o grupo descrito, a primeira indagação estava
relacionada ao seguinte questionamento: “O uso e integração das
tecnologias digitais no ensino remoto se constitui como uma
ferramenta benéfica para o estudo, e uma alternativa viável para a
continuidade das tarefas escolares? ”. As respostas obtidas podem
ser observadas no Gráfico 1.
De acordo com os dados disponíveis no Gráfico 1 observa-se
um consenso, isto é aproximadamente 89% dos sujeitos concordam
que uso e da integração das tecnologias digitais contribuíram para
os processos de ensino e de aprendizagem no contexto da
pandemia. Deste modo, reitera-se a importância da adoção destes
recursos como alternativa à continuidade dos estudos,
especialmente por aproximar estudantes e professores em um
período de isolamento social, contribuindo para a aprendizagem
dos sujeitos. Todavia, especialmente, considerando o
posicionamento neutro dos 11,4% dos respondentes, entende-se
que mesmo que profícuo, não substitui o ensino presencial,
sobretudo em relação a socialização e a interação entre os sujeitos.
104
realizar a entrega dos trabalhos dentro dos prazos estabelecidos.
No entanto, também se observa um número bastante expressivo
nos pontos “Posicionamento neutro” com o percentual de 34%,
enquanto 21% dos respondentes indicam dificuldades em relação à
organização e entrega das atividades escolares.
105
Logo, frente a este questionamento observa-se uma
predominância nos pontos “concordo” e “concordo parcialmente”,
totalizando um percentual equivalente a 68%. Em contrapartida, os
32% dos respondentes apresenta um posicionamento neutro frente
a afirmação (23%) ou discordam parcialmente (9%). Aspectos que
estão alinhados as discussões elencadas por BECKER et al. (2021).
As colocações mencionadas conduzem a uma pergunta
relacionada à saúde mental dos estudantes, especialmente em
relação ao período de aulas remotas, “sua saúde mental foi afetada?
”. Considerando as respostas, 64 % dos respondentes concordam
ou concordam parcialmente com a afirmação, enquanto que 14%
dos respondentes não possuem uma posição favorável ou contrária
à afirmação, e 22% dos respondentes discordam ou discordam
parcialmente com esta colocação.
106
Considerando os dados deste gráfico, observa-se uma parcela
significativa de estudantes que pontuam a respeito da necessidade
de um olhar sobre os efeitos psicológicos, sobretudo do isolamento
social. Sendo tal movimento oportuno no sentido de promover
ações no âmbito da saúde mental, para discussão sobre tais
questões. Destarte, Dias e Maia (2021) também corroboraram para
a discussão, uma vez que ressaltar a importância da proposição de
estratégias para promover ações de prevenção, considerando os
efeitos deletérios sobre a saúde mental dos jovens.
Considerações finais
Ao investigar a percepção de 44 estudantes do Ensino
Fundamental e do Ensino Médio, a respeito da situação adversa em
que a educação se encontra, considerando os desafios impostos
pelas medidas sanitárias e de isolamento social, identificou-se que:
apesar das dificuldades na transposição do ensino presencial para
as atividades remotas, à continuidade das atividades escolares por
meio da integração das tecnologias digitais, se constitui como uma
alternativa profícua para os processos de ensino e de
aprendizagem. As análises realizadas frente ao conjunto de dados
sinalizam a importância atribuída ao ensino presencial, sobretudo
em relação à socialização e à interação entre os sujeitos neste
ambiente. Do mesmo modo se assevera a necessidade da
proposição de estratégias voltadas à discussão sobre as implicações
do isolamento social na saúde mental dos estudantes.
107
Referências
BECKER, Alice Scalzilli et al. O impacto na saúde mental de
estudantes universitários submetidos ao ensino digital remoto
durante o isolamento social decorrente da pandemia de Covid-19:
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Disponível em: https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200067.
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SCHMIDT, Beatriz et al. Saúde mental e intervenções psicológicas
diante da pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de
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https://doi.org/10.1590/1982-0275202037e200063. Acesso em: 23
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Acesso em: 23 set. 2021.
SILVA, Simone Martins; ROSA, Adriane Ribeiro. O impacto da
covid-19 na saúde mental dos estudantes e o papel das
instituições de ensino como fator de promoção e proteção. Revista
Prâksis, v. 2, p. 189-206, 2021. Disponível em:
https://doi.org/10.25112/rpr.v2i0.2446. Acesso em: 23 set. 2021.
108
CATEGORIA – Curso Técnico
109
Raízes e seus benefícios: café de batata-doce
Resumo
O presente projeto está sendo realizado na Escola Estadual de
Ensino Médio Wolfram Metzler pelas alunas do 3º ano Integrado em
Agroindústria e refere-se ao estudo das raízes e seus benefícios para a
saúde, em especial a batata-doce. Esta é uma raiz rica em proteínas,
vitaminas, ferro, fibras e potássio, além de reduzir o colesterol, auxiliar na
digestão, ser ótima para a pele e ajudar na prevenção do câncer. O projeto
iniciou no ano de 2019 com pesquisas bibliográficas e de campo, quando
se realizou a plantação e manejo das batatas. No ano seguinte foi
desenvolvido um produto à base da batata-doce, o Café de batata-doce, com
o objetivo de mostrar para as pessoas como fazer o café de batata-doce e
os benefícios que ele pode trazer à saúde. Atualmente o projeto continua
e está se desenvolvendo uma empresa fictícia nesse ramo, além da
divulgação do produto na escola, o qual tem tudo para se tornar uma nova
opção no consumo diária das pessoas. Segundo pesquisa de satisfação, a
maioria das pessoas gostou da inovação e se mostrou interessada em
adquirir o produto.
Palavras-chave: Raízes. Batata-doce. Café. Saúde.
Problema
Como fazer café de batata-doce e quais benefícios ele pode
trazer à saúde das pessoas?
Justificativa
Esse projeto foi elaborado para estudar raízes, especialmente
a batata-doce ao longo dos três anos de curso. A batata-doce é uma
raiz rica em proteínas, vitaminas, ferro, fibras e potássio. Além
disso, reduz o colesterol, auxilia na digestão, é ótima para a pele e
110
ajuda a prevenir o câncer. Observaremos seu desenvolvimento,
suas etapas de plantação e colheita e, após, utilizaremos a batata-
doce para desenvolver um novo produto: Café de batata-doce.
Hipótese
Como a batata-doce é rica em proteína, vitamina, ferro,
potássio e fibra, ela auxilia na digestão, é ótima para a saúde da
pele e ajuda a prevenir o câncer. A batata-doce é essencial para a
alimentação, pois traz grandes benefícios para a saúde das pessoas.
Objetivos
● Mostrar para as pessoas como fazer o Café de batata-doce e quais
os benefícios que ele pode trazer à saúde.
● Estudar sobre as raízes e seus benefícios.
● Conhecer um pouco mais sobre a batata-doce.
● Desenvolver um produto a partir da batata-doce.
Referencial teórico
111
As raízes são ricas em nutrientes, proteínas, carboidratos,
vitaminas e minerais, têm baixo índice glicêmico e é essencial para
um bom funcionamento do intestino. Há muitas raízes que são
usadas na alimentação como cenouras, beterraba, nabo, aipim e a
batata-doce, que é muito utilizada para aqueles que treinam em
academias, pois ela fortalece os músculos.
Tipos de raízes
As principais são:
• Raízes subterrâneas: essas ficam sob o solo e têm uma
subclassificação: axial ou pivotante, ramificada, fasciculada e
tuberosa.
• Raízes tuberosas: elas têm acúmulo de reservas de nutrientes e
são utilizadas na nossa alimentação. Exemplos: batata-doce,
beterraba e aipim.
• Raízes aéreas: são visíveis, pois elas ficam sempre acima do solo.
Tem subgrupos, grampiformes ou aderentes, respiratórias ou
pneumatóforos, suporte, sugadoras e tabulares ou sapopemas.
• Raízes estranguladoras: elas abraçam outro vegetal e isso acaba
matando a hospedeira. Exemplos: figueiras mata pau e araçá.
• Raízes respiratórias ou pneumatóforos: elas são responsáveis
para auxiliar a respiração do vegetal. Exemplo: mangue-preta.
• Raízes aquáticas: a função dessas raízes é absorver os nutrientes
flutuantes presentes na água. Exemplo: vitória-régia, lentilhas da
água, carvalhas, lótus brancos, aguapé e chapéu-de-couro.
112
tornam folhas, as lâmpadas são arredondadas ou pontiagudas.
Bulbos incluem tulipas, narcisos, cebolas, jacintos e lírios.
• Tubérculos também têm seu acúmulo no caule, que é caso da
batata e do inhame. Tem por coriácea e lotes de olhos, não tem
placa basal, mas não crescem em camadas, trazem caules
engrossados subterrâneo, os olhos são as pontas que crescem a
partir do caule, a haste emerge da coroa, onde as raízes se juntam.
• Raízes tuberosas são encontradas abaixo da superfície do solo.
Absorvem a água e nutrientes inorgânicos. O corpo da planta se
fixa no chão. Armazena os alimentos e nutrientes na cultura da raiz.
Nos tubérculos os nutrientes são acumulados no caule abaixo
da terra. Os caules dos tubérculos são muito mais desenvolvidos
do que as raízes tuberosas. Porém, ambos têm a função de reservar
energia. Elas geram grande quantidade de nutrientes, que são
essenciais para a alimentação diária.
• Carboidratos: Raízes amiláceas são ricas em amido como a batata-
doce e a mandioca ou aipim. Tubérculos: ricos em amido, como
batata-inglesa e inhame e as raízes não amiláceas são ricas em
oligossacarídeos como beterraba e cenoura.
• Fibras solúveis: Atraem os sais biliares e moléculas de glicose,
auxiliando no controle dos níveis sanguíneos e colesterol. Um
exemplo é a batata-doce, rica em Amido Resistente.
Os principais nutrientes e benefícios encontrados em raízes
tuberosas e tubérculos:
• Batata (Tubérculos): A parte comestível da batata é o caule. Ela é
considerada um tubérculo. a batata pode ser preparada de diversas
formas e tem uma infinidade de receitas. A batata está em quarto
lugar na lista de alimentos mais consumidos no mundo. Seus
nutrientes são carboidratos e amidos, proteínas, vitamina C e
minerais como ferro, potássio, fósforo e magnésio. As batatas
contêm muitos nutrientes e são ricas em amido resistente, que
ajuda a dar mais saciedade.
• Batata-doce (Tuberosa): É um alimento indicado para quem quer
emagrecer. Ela é muito calórica, porém proporciona mais
saciedade. Seus nutrientes são cálcio, magnésio, manganês e
113
vitamina B3. A batata-doce pode ajudar a melhorar o controle do
açúcar no sangue e por ser rica em vitamina A pode preservar a
visão, melhorar a imunidade e a saúde da pele.
• Beterraba (Tuberosa): Seus nutrientes estão concentrados
especificamente em suas raízes, vitamina C, é antioxidante e
previne o envelhecimento precoce, fortalecendo o sistema
imunológico. A beterraba fornece vitamina A, vitaminas do
complexo B e minerais como cálcio e potássio. Essa hortaliça
contém nitrato, é uma molécula que reduz a pressão arterial por
aumentar o calibre dos vasos e ajuda a fornecer a circulação
sanguínea. A beterraba é uma boa fonte de nitratos e pode
melhorar o desempenho do exercício, aumentar o fluxo sanguíneo
e diminuir o crescimento de células cancerígenas de acordo com
estudos em humanos e animais.
• Cenoura (Tuberosa): Tem alta quantidade de fibras e seu único
nutriente é vitamina A. Essa hortaliça ajuda a conservar a saúde
dos olhos, prevenindo a cegueira noturna, a catarata e degeneração
macular. As cenouras são ricas em betacaroteno, diminuindo o
risco de problemas de visão e certos tipos de câncer. O seu consumo
também está associado a níveis mais baixos de colesterol e melhor
estado antioxidante.
• Mandioca (Tuberosa): Tem um alto teor de carboidratos,
presença da amilopectina e da amilase, substância que reduz a
velocidade de absorção do açúcar pelo organismo. A mandioca
evita os picos da glicose no sangue, reduzindo o risco de diabetes
do tipo 2, fibras. Seus nutrientes são vitamina C e minerais como
potássio, magnésio e cálcio.
• Batata Yacon (Tuberosas): Ela contém carboidratos, fibras
solúveis e insolúveis, proteínas, gorduras, potássio, cálcio, fósforo,
ferro e carotenoides. Ajuda no bom funcionamento da saúde para
diabetes e outras doenças metabólicas, regula o intestino, aumenta
a absorção de nutrientes, controla o colesterol, prevenindo
desordens no sistema cardiovascular.
114
Batata-doce
No Brasil há quatro tipos de batata-doce. São eles:
• Batata-doce branca: Não é muito doce, têm polpa mais seca e é
muito indicada para pessoas que querem perder peso.
• Batata-doce amarela é muito parecida com a doce, porém é mais
adoçada.
• Batata-doce roxa tem casca e polpa dessa cor, seu sabor e seu
aroma são muito agradáveis. Assim, a batata se torna muito
apreciada e é muito indicada para o preparo de doces.
• Batata-doce avermelhada: no Nordeste é conhecida como
“coração magoado”, tem casca parda e polpa amarelada com veios
roxos ou avermelhados.
A batata-doce é destaque no cultivo porque se adapta em
diferentes tipos de solo e clima. Pode ser usada na alimentação
tanto humana quanto animal e como matéria-prima em indústrias
de tecidos, papéis, cosméticos, preparação de adesivos e álcool
carburante.
A plantação da Batata-doce
O cultivo da batata-doce pode ser feito com espaçamento
suficiente para o tubérculo se desenvolver. A muda pode ser
adquirida em floriculturas e em agropecuárias. Alguns cuidados
devem ser tomados:
Plantio: Seu ciclo pode ser variado de pouco mais de 3 a 5 meses.
Tudo depende das condições climáticas do local da plantação. O
momento certo para colher é definido pelo tamanho ou peso, deve
ser aproximadamente 300 gramas. A batata-doce desenvolve-se em
solos franco-arenosos até em argilosos, mas os mais leves, bem
estruturados, com fertilidade média, bem drenados e com boa
aeração produzem as raízes mais uniformes e de boa aparência.
Ambiente: Para a batata-doce a região boa para plantação é de
clima temperado quente, locais onde têm média de 20°C. A
temperatura ideal para o cultivo é entre 24°c e 26°c. Locais onde as
115
temperaturas são baixas, a batata pode ser cultivada em estufas,
porém suas raízes em geral ficam menores.
Propagação: As ramas são consideradas o meio mais recomendado
para propagar a batata-doce técnica ou economicamente. Depois de
90 dias de plantio, tira-se 2 pedaços por haste a partir das
extremidades da lavoura.
Espaçamento: O espaçamento varia de 80 a 100 centímetros entre
leiras e de 25 a 40 centímetros entre as plantas. Quando o solo é
mais fértil, os espaçamentos devem ser menores.
Adubação: Para uma boa adubação no plantio de batata-doce, usa-
se nutrientes minerais Potássio (K), Nitrogênio (N), Fósforo (P),
Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg). Mas, a cultura responde muito à
adubação orgânica
Luminosidade: Para a batata-doce se desenvolver bem, precisa de
boa luminosidade, com bastantes horas de luz solar.
Solo: Precisa ser bem drenado e rico em matéria orgânica. O ph
ideal do solo é entre 5,5 e 6,5. Quanto ao solo, a batata-doce é bem
tolerante, mas deve-se ter o cuidado para não plantar os tubérculos
em solo pedroso, solos compactos ou solos sujeitos a
encharcamento.
Colheita: A colheita pode ser feita de 3 a 5 meses. Em lugares com
climas mais quentes as raízes podem permanecer no solo até
quando for necessário. Em lugares com climas mais frios, a colheita
precisa ser feita antes de se registrar temperaturas mais baixas.
No Brasil, a batata-doce é a quarta hortaliça mais cultivada.
Em 2010, foram produzidas 495,2 mil toneladas em 41.999ha, com
produtividade média de 11,8t/ha de raízes (IBGE, 2012).
O Rio Grande do Sul é o estado com a maior área plantada -
12.600 ha -, com uma produção de 154.071 toneladas e rendimento
médio de 12,5t/ha.
Metodologia
No ano de 2019 foi realizada a pesquisa bibliográfica em
livros, revistas, jornais e internet, além da pesquisa de campo, onde
plantamos as raízes e acompanhamos todas as etapas de produção.
116
Em 2020, utilizamos a pesquisa experimental porque
desenvolvemos um novo produto à base de batata-doce: Café de
batata-doce. Em 2021, criamos uma empresa fictícia para o nosso
produto e o apresentamos aos alunos do Ensino Fundamental e
Médio da escola, aplicando um questionário de satisfação.
(ANEXO)
Análise de dados
Análise dos dados foi feita a partir da aplicação do
questionário de satisfação do produto junto aos alunos do Ensino
Fundamental e Médio da escola:
Das pessoas perguntadas, a maioria disse não ter
conhecimento sobre o Café de batata-doce. Porém, após
experimentar, gostaram do produto e o consumiriam no seu dia a
dia.
Considerações finais
O projeto continua em andamento. Estamos trabalhando no
desenvolvimento da empresa fictícia. Podemos destacar que,
levando em conta as pesquisas, até o momento percebemos que as
raízes e, em especial, a batata-doce são alimentos imprescindíveis
para uma alimentação saudável e balanceada, além de
proporcionar vitaminas, fibras e nutrientes que ajudam no bom
funcionamento do organismo e na manutenção da saúde. Baseado
nisso, o Café de batata-doce tem tudo para se tornar uma nova opção
no consumo diária das pessoas.
Referências
ARGENPAPA. Disponível em:
https://www.argenpapa.com.ar/noticia/4566-brasil-o-grupo-
rocheto-e-o-maior-produtor-de batata-no-pais-com-260- 000-
toneladas-por-ano Acesso em: 11 set. 2019.
BRASIL ESCOLA. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/biologia/raiz.htm.
Acesso em: 04 set. 2019.
117
BRASIL ESCOLA. Disponível em:
https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-
ensino/tuberculos-bulbos-raizes-tuber osas.htm . Acesso em: 25
set. 2019.
CASA CAMPONESA. Disponível em:
http://www.casacamponesa.com.br/legumes/batat
a-doce.htm. Acesso em: 04 set. 2019.
CIDADE VERDE. Disponível em:
https://cidadeverde.com/noticias/288875/entenda-os-beneficios-
do-consumo-de-tuberculo s-e-raizes-tuberosas. Acesso em: 04 set.
2019.
CIDADE VERDE. Disponível em:
https://cidadeverde.com/noticias/288875/entenda-os-beneficios-
do-consumo-de-tuberculos-e-rai zes-tuberosas. Acesso em: 02 out.
2019.
EMBRAPA. Disponível em:
https://www.embrapa.br/hortalicas/batata-doce/composicao.
Acesso em: 09 out.2019.
INFOESCOLA. Disponível em:
https://www.infoescola.com/plantas/tipos-de-raizes/. Acesso em:
18 set. 2019.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Disponível em:
https://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/batata-
doce.Acesso em: 16 out. 2019.
REVISTA GLOBO RURAL. Disponível
em:https://revistagloborural.globo.com/vida-na-fazenda/como-
plantar/noticia/2017/02/como-pla ntar-batata doce.html Acesso
em: 23 out. 2019.
118
Anexos
Empresa fictícia
Processamento do produto
O processo de produção do Café de batata-doce passa pelas
seguintes etapas:
119
Validade do produto: Durabilidade de 6 meses.
Figura 8: Embalagem
Custo
Custo para produção de 100g de Café de Batata-Doce.
4 batatas doce: R$ 1,75
1 embalagem: R$ 0,50
Gastos totais: R$ 2,25
Valor para a venda: R$ 5,00
Lucro: R$ 2,75
120
Rótulo do produto
121
Cultivo de hortaliça baby leaf: óleo saborizado de cenoura
Resumo
O presente projeto está sendo realizado na Escola Estadual de
Ensino Médio Wolfram Metzler pelas alunas do 3ºano Integrado em
Agroindústria e tem por objetivos divulgar e demonstrar como cultivar
hortaliças baby leaf e como utilizá-la na alimentação, apresentar as
hortaliças que podem ser plantadas desse modo, além de pesquisar a
diferença entre uma hortaliça plantada do modo tradicional e como baby
leaf. O cultivo de hortaliças baby leaf está em alta no mercado nacional e
podem ser plantadas em pequenas propriedades. É um atrativo para
pessoas que moram em lugares pequenos ou em apartamentos. Além
disso, essas hortaliças possuem maior número de nutrientes que podem
ser aproveitados na alimentação. Apoiadas nisso, desenvolveu-se um
produto à base de cenouras baby leaf: Óleo saborizado de cenoura. Ele pode
ser utilizado para refogar e temperar carnes, na salada e substituir a
gordura usada habitualmente pelo óleo de cenoura nas mesmas
quantidades. O produto está sendo divulgado na escola e agrada o
paladar das pessoas.
Palavras-chave: Hortaliças. Baby leaf. Cenoura. Saúde.
Problema
O que é baby leaf e como podemos utilizá-la na alimentação?
Justificativa
Pretende-se desenvolver o projeto sobre baby leaf e pensar em
expandi-la na região de Venâncio Aires, facilitando o acesso para
pessoas que não possuem grandes propriedades.
As baby leaf são hortaliças tradicionais que usam um tipo de
manejo para continuarem jovens, colhidas antes do tempo correto,
sem completar o ciclo. Para isso, buscaremos informações e
122
realizaremos experimentos na área técnica da escola com a ajuda
dos técnicos e professores do curso.
A partir da nossa produção, utilizaremos essas hortaliças no
processo e produção de novos produtos.
Hipótese
Sabe-se que o cultivo de hortaliças baby leaf está em alta no
mercado nacional e podem ser plantadas em pequenas
propriedades. É um bom atrativo para pessoas que moram em
lugares pequenos ou em apartamentos. Além disso, essas hortaliças
possuem maior número de nutrientes que podem ser aproveitados
na alimentação através de um produto desenvolvido a partir delas.
Objetivos
● Divulgar e mostrar para as pessoas como cultivar hortaliças baby
leaf e como utilizá-las na alimentação.
● Pesquisar hortaliças que podem ser cultivadas como baby leaf.
● Apresentar a diferença entre uma hortaliça plantada do modo
tradicional e a baby leaf.
● Mostrar os benefícios da baby leaf.
● Desenvolver um produto à base de uma baby leaf.
Referencial teórico
123
motivos, conquistaram consumidores em países da Europa, nos
Estados Unidos e no Japão.
No início dos anos 2000 já podiam ser encontradas em lojas
especializadas de varejo e em supermercados.
Apesar de já estarem presentes há algum tempo no Brasil, nos
últimos anos as babies registraram crescimento em termos de
produção. As sementes das baby leaf híbridas têm origem japonesa
ou europeia.
O cultivo da baby leaf envolve diversas particularidades, mas
também tem semelhanças em relação ao tamanho normal. O tempo
entre o plantio e a colheita, na maior parte dos casos, é a mesma
duração do ciclo e a mesma do produto de tamanho normal.
As baby leaf têm um custo maior do que os produtos normais
e, mesmo assim, a comercialização desses produtos tem sido bem-
sucedida. No supermercado custa algo em torno de R$ 4,00 a caixa
de 180g.
Além do visual e sabor diferenciado, as baby leaf ainda são
bem mais saudáveis do que as hortaliças tradicionais, pois
possuem uma concentração maior de sais minerais e vitaminas.
Alguns estudos comprovaram o aumento de antioxidantes e
anti-inflamatórios, vitaminas C e K, betacaroteno e luteína (um
fotoquímico que protege a retina) nos espinafres quando colhidos
ainda baby.
As baby leaf são uma ótima alternativa para pequenos
produtores, pois agregam valor ao trabalho e possuem uma
rentabilidade mais estável do que com hortaliças tradicionais.
Estas hortaliças são muito usadas em restaurantes, hotéis e
buffets, que visam ser cada vez mais criativos em seus cardápios e,
com isso, despertar a curiosidade de maior número de clientes para
novas cores e sabores.
124
conscientizando em relação ao consumo de alimentos mais
saudáveis.
A introdução de produtos diferenciados no mercado, como é
o caso da baby leaf, pode estimular o consumo de hortaliças por
parte da população, inclusive das crianças.
Para a comercialização, existem duas versões do mesmo
produto. Uma onde as folhas soltas são comercializadas,
higienizadas e embaladas, isto é, prontas para o consumo, ou são
comercializadas por cabeça ou maço e em bandejas, recomendado
para ambientes protegidos.
Consumo
No Brasil, o consumo de hortaliças em geral, ainda é pequeno
em média são 50 kg por habitante por ano se comparado aos países
da Europa e América do Norte são mais de 400 kg por habitante
por ano.
No Brasil a cenoura baby já existe no mercado há décadas. Ela
é uma das hortaliças que mais tem se destacado, sendo que
atualmente ao lado do tomate-cereja, possuem maior volume de
comercialização. A alface baby leaf, como qualquer outra hortaliça
baby, apresenta alto custo de produção, destacando-se o
investimento na semente.
Além da facilidade no preparo e aspecto visual das folhas, as
baby leaf proporcionam um novo conceito aos pratos, tornando-os
mais atrativos aos olhos e ao paladar.
125
• Estufas de crescimento.
As baby leaf são uma ótima alternativa para pequenos
produtores, pois agrega valor ao trabalho e possui uma
rentabilidade mais estável que as hortaliças tradicionais.
Além do sistema hidropônico, também tem o modo
tradicional, realizados a campo, necessitam de maior cuidado com
o solo, doenças e pragas. Em relação ao solo, é necessário um
preparo antecipado, adubação e encanteiramento e se, julgar
necessário, pode-se realizar adubação foliar. Para doenças e pragas
utilizamos os agroquímicos registrados, sempre buscando a menor
utilização desses produtos.
No sistema hidropônico há uma diminuição do consumo de
agroquímicos e aumento na qualidade do produto. Entretanto,
necessita maior investimento e possui menor margem de lucro, fato
ocorrido pela necessidade de ser cultivado em ambiente protegido
e ter maior manutenção do sistema.
Esses cultivos, em geral, são realizados em concentrações
nutritivas de 1 centímetro e espaçadas a 2,5 centímetros.
Em média, esse modo de cultivo apresenta menores gastos
em relação às estruturas utilizadas, maior aproveitamento de área
e até o reaproveitamento de materiais encontrados na propriedade
rural na utilização como substrato.
As hortaliças baby leaf podem ser produzidas em casa, até
mesmo em apartamento, de forma prática e descomplicada,
garantindo hortaliças saudáveis e livres de produtos químicos. A
mini-horta de baby leaf permite o cultivo de quatro tipos diferentes
de hortaliças baby, de forma organizada e prática, ocupando pouco
espaço. Você pode cultivar suas baby leaf em uma varanda, em uma
sacada e, até mesmo, na área de serviço. E se você tem mais espaço,
pode organizar vários vasos, aumentando a quantidade de plantas.
126
plantas por área, pouca ou nenhuma necessidade de aplicação de
agroquímicos, colheita mecanizada (a campo) e a possibilidade de
ser cultivada em ambiente protegido ou externo (sistema
hidropônico, cultivo mecanizado e bandejas).
Em conclusão, o maior custo de produção de alfaces baby leaf
não inviabiliza o cultivo, mas mostra que esse nicho de mercado é
promissor para produtores agrícolas mais especializados,
agregando valor ao seu produto comercializado.
Benefícios da alface baby leaf: A folha de alface, além das fibras,
contém quantidades razoáveis de betacaroteno, vitamina B1, B2,
folato, vitamina C e também dos minerais, cálcio, ferro e potássio.
Benefícios da rúcula baby leaf: A rúcula, membro da mesma
família dos brócolis, repolho e outros vegetais crucíferos, possui
um perfil nutricional bastante atrativo. Ela é boa fonte de
betacaroteno, vitamina C, vitamina K e minerais como o potássio,
ferro, manganês, magnésio, zinco e cobre.
Benefícios do agrião baby leaf: O agrião, outro vegetal crucífero,
está entre os mais nutritivos. É riquíssimo em antioxidantes,
bioflavonoides e outras substâncias que protegem contra certos
tipos de câncer, principalmente os do aparelho digestivo. Este
vegetal é também uma boa fonte de betacaroteno, vitamina A e
vitamina C, antioxidantes que protegem contra danos nas células
provocados por radicais livres, moléculas instáveis produzidas
durante o uso do oxigênio pelo organismo. Além de vitaminas,
contém boas quantidades dos minerais, ferro, magnésio, potássio e
é uma excelente fonte natural de cálcio.
127
diferenciado. O ciclo de desenvolvimento é parecido com o da
alface de tamanho comum e a produção pode ser realizada tanto
em estufas quanto em campo aberto. O cultivo também pode ser
realizado em sistema hidropônico ou em solo. No caso de
hidroponia, a planta sai mais "limpa" e desfruta de período de pós-
colheita muito maior devido à presença das raízes. Para o plantio
em solo da alface baby, recomenda-se a técnica de mulching
(cobertura do solo) e algum tipo de proteção do cultivo, já que esses
produtos são ainda mais sensíveis às variações climáticas,
principalmente à chuva. O ciclo de mudas das alfaces baby dura em
torno de 25 dias, seguido por 40 dias no campo definitivo,
totalizando cerca de 65 dias, dependendo da variedade escolhida.
• Milho: O milho baby, também conhecido como “baby corn”, é o
milho cujas espigas são colhidas antes da fertilização dos grãos.
Esse é um produto considerado sofisticado e, apesar de seu
beneficiamento ainda estar no início, já é possível perceber os
resultados positivos do cultivo na geração de emprego e renda dos
produtores rurais. Nos plantios de verão, o milho baby pode ser
colhido cerca de 50 dias após a germinação. A lavoura da hortaliça
pode proporcionar duas ou três colheitas, em diferentes épocas. As
espigas não aproveitadas podem ser utilizadas na alimentação de
bovinos. O produto é comercializado em conservas. Para produzi-
las, é preciso seguir algumas etapas. Primeiro, é realizado o
branqueamento, ou pré-cozimento, por cinco minutos. Após, faz-
se a seleção, o envase e a adição de sal e vinagre. Depois ocorre a
pasteurização, colocando o vidro da conserva submerso em água
em ebulição por 20 minutos.
• Rúcula: A rúcula é um vegetal da mesma família da mostarda, do
brócolis e do agrião. É uma planta originária da região do
Mediterrâneo, adapta-se a clima fresco. Possui sabor picante como
a mostarda, porém mais forte e amargo. É rica em fibras que
auxiliam e facilitam a digestão e o funcionamento do intestino. É
boa para desintoxicar o organismo e estimula o apetite. Pode ser
consumida crua, em saladas, refogada, no preparo de recheio de
pizzas. É rica em proteínas, vitaminas A e C, sais minerais como
128
cálcio, ferro. É uma das verduras mais nutritivas dentre todas as
usadas nas saladas e tem baixa quantidade de calorias, uma xícara
contém apenas 12. Em saladas, a rúcula pode substituir ou ser
misturada a outras folhas como agrião, alface e chicória, temperada
com limão, sal e azeite. O vegetal é vendido em maços. Quando
fresco, apresenta folhas bem verdes, firmes e viçosas. Folhas
amareladas, murchas ou com pontos pretos não servem para o
consumo. Conserve-a em saco plástico na geladeira por dois ou três
dias.
• Beterraba: É encontrada na forma de uma raiz, rica em açúcar,
proteínas, vitamina A, B1, B2, B5, C, potássio, sódio, fósforo, cálcio,
zinco, ferro e manganês. Ela é ideal na luta contra a anemia, pois
possui alto teor férreo. Ela deve ser consumida por quem apresenta
problemas de fraqueza dentária e inflamação na gengiva. Baby beet
é uma cultivar da linha Super Sabor com ótimo potencial de
mercado e alto valor agregado. Com foco no consumo das folhas
jovens, e não das raízes, a Beterraba Baby Beet garante refeições
nutritivas, além de proporcionar aos produtores o diferencial em
sabor, formato e vínculo com mercado gastronômico. O ciclo para
a colheita da baby beet é de cerca de 30 dias no verão, podendo
apresentar tempo ainda mais curto em caso de cultivo em sistema
hidropônico, que é muito indicado para o material. Na hora da
comercialização é possível agregar ainda mais valor à baby beet,
comercializando a variedade em mix individual de folhas ou mix
com outras baby leaf, investindo em texturas e cores variadas.
• Cenoura: Existem algumas variedades de cenouras baby leaf que
podem ser colhidas mais cedo. Mas, como a maior parte das
minicenouras disponíveis no mercado, inclusive no Brasil, são
falsas, isto é, são cenouras comuns que foram cortadas e moldadas
por uma máquina. Mas, também tem a semente da cenoura baby, só
que é conhecida como minicenoura caso a semente passou por
processamento genético. A cenoura é um alimento extremamente
rico em vitamina A, K, C, E, fibras, cálcio e ferro e nutrientes
essenciais para o bom funcionamento do nosso organismo. Desde
os tempos antigos, a cenoura é considerada uma excelente raiz
129
medicinal e era servida nas sopas para que as pessoas doentes se
recuperassem mais rapidamente. As cenouras já fazem parte da
dieta dos brasileiros em diversas preparações e são muito
importantes para a saúde. Uma xícara de cenoura picada fornece a
exata dose recomendada de vitamina A para os adultos.
Metodologia
No ano de 2019 foi utilizada a pesquisa bibliográfica, pois
buscamos informações na internet e livros sobre o assunto do nosso
projeto, além da pesquisa de campo, pois plantamos verduras no
modo baby leaf e depois comparamos com o modo tradicional de
plantar.
Em 2020 utilizamos a pesquisa experimental, pois
desenvolvemos um novo produto à base das baby leaf, utilizando as
cenouras: Óleo saborizado de cenoura.
Em 2021 criamos uma empresa fictícia para nosso produto e
o apresentamos para os alunos do Ensino Fundamental e Médio da
escola, aplicando um questionário de satisfação do produto.
(ANEXO)
Análise de dados
Análise dos dados a partir da aplicação do questionário de
satisfação do produto, aplicado aos alunos do Ensino Fundamental
e Médio da escola:
Das pessoas perguntadas, a maioria disse ter gostado do Óleo
saborizado de cenoura e o compraria se fosse comercializado.
Considerações finais
O projeto continua em andamento na escola. Estamos
trabalhando no desenvolvimento da empresa fictícia. Percebeu-se
que o conceito de cultivo de hortaliças baby leaf ainda não é muito
popular e difundido em nossa região, fazendo-se necessário
continuarmos na divulgação da mesma, pois essas hortaliças
possuem maior número de nutrientes que podem ser aproveitados
na alimentação através de um produto desenvolvido a partir delas.
130
Referências
ALMANAQUESOS. Baby leaf: Conheça as Hortaliças “filhotes”
perfeitas para os solteiros. Disponível em:
https://www.almanaquesos.com/baby-leaf conheca-as-hortalicas-
filhotes-perfeitas-para-os-solteiros/. Acesso em: 24 set. 2019.
CANAL DO AGRICULTOR. Baby leaf: colhendo sabor mais cedo.
Disponível em: https://canaldohorticultor.com.br/baby-leaf-
colhendo-sabor-mais cedo/. Acesso em: 25 set. 2019.
CYBERCOOK. Baby leaf e mini-hortaliças. Disponível em:
https://cybercook.com.br/blog/baby-leaf-e-mini-hortalicas-2051.
Acesso em: 24 set. 2019.
DENUTRI. Cresce a procura por baby leaf. Disponível em:
https://www.denutri.com.br/noticia/cresce-a-procura-por-baby-
leaf .Acesso em: 25 set. 2019.
GRUPO CULTIVAR. Hortaliças baby leaf: um mundo
em ascensão. Disponível em:
https://www.grupocultivar.com.br/artigos/pequenas-e
promissoras. Acesso em: 23 set. 2019.
RESEARCH GATE. Baby leaf, uma tendência de
mercado? Disponível em:
https://www.researchgate.net/publication/311665513_
Baby_leaf_uma_tendencia_de_mercado_Baby_leaf_a_
market_trend. Acesso em: 25 set. 2019.
131
Anexos
Empresa fictícia
Segmento da empresa:
Agroindústria Vegetal
Processamento de produção
Ingredientes: Azeite de oliva, cenoura.
Modo de preparo: Higienizar as cenouras, ralar em formato médio,
colocar no recipiente e cobrir com azeite de oliva até a cenoura ficar
submersa por 72h até o primeiro uso.
132
Armazenamento: Em locais secos e em temperatura ambiente.
Rótulo
133
Colégio Estadual Técnico Dr. Zeno Pereira Luz – Encruzilhada do Sul –
RS
[email protected] ; [email protected]
Resumo
O presente projeto tem por finalidade analisar e identificar as
espécies de plantas de campo nativo, no Colégio Estadual Técnico Dr.
Zeno Pereira Luz. As atividades desenvolvidas, como levantamento
bibliográfico e as práticas realizadas objetivam contribuir tanto para a
conclusão do projeto quanto para a comunidade em geral. As plantas
foram coletadas (no campo) e, em seguida, encaminhadas para o
laboratório de ciências do colégio. Este trabalho justifica-se pelo fato de
trazer conhecimentos das espécies presentes no Bioma Pampa gaúcho,
despertando mais interesse no estudo desta área, que não é tão valorizada.
O despertar para o interesse neste meio pode levar ao investimento em
um meio mais sustentável, o campo nativo (natural). Sabe-se da
importância da sustentabilidade e este projeto é uma forma de voltar o
olhar do leitor para o campo nativo, para sua diversidade de espécies, que
podem ser (sustentavelmente) melhoradas, trazendo os benefícios que o
produtor procura e deseja. O meio sustentável está mostrando seu
potencial e é preciso incentivá-lo.
Palavra-chave: Espécies nativas. Sustentabilidade. Conhecimento.
Problema
Quais as principais espécies de campo nativo existentes na
área de pecuária do Colégio Estadual Técnico Dr. Zeno Pereira
Luz?
Justificativa
Para os autores, o tema a ser estudado é importante pelo fato
de que traz conhecimentos na identificação da diversidade de
espécies de campo nativo no local, apresentando os benefícios que
o produtor pode obter de forma natural na propriedade.
134
Este estudo, para a instituição, traz a inclusão de
conhecimentos teóricos e práticos, contemplando e integrando
diferentes eixos do ensino técnico.
Hipótese
Considerando que na região da Serra do Sudeste tem uma
grande diversidade de espécies nativas e, também, considerando o
projeto de pesquisa realizado em Cachoeira do Sul, por estudantes
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o qual
apresenta uma considerável diversificação de espécies nativas,
tem-se grandes chances de encontrar, na área de pesquisa, espécies
como capim caninha (Andropongo leteralis), barba de bode (Aristida
laevis), grama forquilha (Paspalum notatum), pega-pega (Desmodium
incanum).
Objetivo geral
Analisar a diversidade de espécies de campo nativo em dois
tipos de relevo (terço superior e terço inferior).
Objetivos específicos
● Realizar levantamento bibliográfico do tema;
● Definir os locais para a realização da análise;
● Identificar e pesquisar as espécies vegetais presentes no local;
Referencial teórico
Os campos sul-brasileiros são ambientes onde predomina a
vegetação herbácea, englobando os campos nativos do Bioma
Pampa, restritos ao Rio Grande do Sul, e os campos de altitude do
Bioma Mata Atlântica, presentes nos planaltos do Rio Grande do
Sul, Santa Catarina e Paraná.
Os campos naturais do Sul do Brasil abrigam mais de 2.600
espécies de plantas, sendo que de gramíneas são mais de 400.
Talvez a maior peculiaridade dos campos sulinos seja a sua
história, tão distinta da dos outros biomas brasileiros. Sua estrutura
atual reflete um processo histórico de manejo cultural, que moldou
135
o cenário que se observa hoje. Vários séculos de exploração
pecuária extensiva, atividade econômica entremeada de história,
cultura e evolução biológica forjaram as paisagens campestres,
onde a biota silvestre típica convive com o gado de forma
harmônica e sustentável. Nesses ambientes únicos, a herbivoria
(pastoreio) constitui um distúrbio necessário à própria manutenção
das formações campestres e de sua fauna associada (NABINGER,
2020).
“O relevo nos campos sulinos é suavemente ondulado.
Predominam planícies, mas podem ser encontradas algumas
colinas, na região conhecidas como “coxilhas”. Além das coxilhas,
existem também alguns planaltos. Cavernas e grutas são comuns”
(MORAES, s.d).
Gramíneas
As gramíneas são plantas comumente referidas por gramas,
capins ou relvas e que têm grande valor econômico em todo o
mundo. Esses tipos de plantas pertencem às angiospermas, do
grego angeion, vaso ou recipiente e sperma, semente. As gramíneas
são classificadas como monocotiledôneas (SILVA, 2018).
As monocotiledôneas são uma classificação dentro das
angiospermas e caracterizam-se por apresentar um único
cotilédone (primeira folha de um embrião) no interior das sementes
e possuem sistema radicular fasciculado (CARVALHO, 2021).
Leguminosas
As leguminosas são as plantas que têm como fruto a vagem.
Conforme a planta amadurece, a vagem seca e as sementes nascem.
Após as sementes amadurecerem, elas começam a armazenar
nutrientes para germinar uma nova planta.
As leguminosas possuem benefícios como aumento da
biodiversidade, aumentam a produtividade, têm maior eficiência
quanto ao uso de água nos sistemas agrícolas e na rotação de
culturas, têm menor necessidade de uso de fertilizantes
(MACHADO, 2018).
136
Plantas infestantes
As plantas infestantes correspondem à população já
estabelecida que se prolifera intensamente, dominando toda a área.
Podem causar impactos ambientais ou econômicos, passando a ser
chamadas de plantas daninhas.
Mas uma planta infestante só será considerada planta
daninha quando estiver causando prejuízo à atividade que estiver
sendo desenvolvida na área (CARVALHO, p. 19, 2013).
Metodologia
Para realizar a construção do projeto de pesquisa foi
analisada a diversidade de espécies de campo nativo em dois tipos
de relevo. O projeto foi realizado na região Sul do Brasil, estado do
Rio Grande do Sul, Encruzilhada do Sul (Serra do Sudeste), nas
Unidades Educativas de Produção do Colégio Estadual Técnico Dr.
Zeno Pereira Luz, com a finalidade de observar a diversidade de
espécies nativas do Bioma Pampa gaúcho.
Dentre os materiais necessários para realizar as
identificações, coletas e observações das espécies foram utilizados:
a. Duas gaiolas com tela para proteção do local para evitar pastejo
dos animais (tamanho 1x1);
b. Enxada;
c. Roçadeira para a limpeza da área de estudo;
d. Papel toalha para armazenamento das plantas coletadas;
e. Microscópio para a análise de algumas plantas.
O passo a passo da realização das atividades se deu da
seguinte forma:
a. Levantamento bibliográfico;
b. Localização das gaiolas e escolha do local para sua instalação;
c. Coleta e identificação de espécies nativas presentes na área em
estudo;
d. Revisão da bibliografia e análise dos resultados.
Cronograma de atividades
137
Atividade desenvolvida Data da realização
Análise de dados
Identificou-se de acordo com as bibliografias existentes e
utilizadas como base de identificação de plantas nativas e também
através do uso de identificações feitas em laboratório as seguintes
espécies apresentadas de acordo com a sua classificação nas tabelas
1, 2 e 3.
138
suas características bem expressas, não foi possível definir
precisamente as espécies.
139
Eragrostis plana (capim
annoni)
Considerações finais
Conclui-se que o projeto de pesquisa foi de extrema
importância para os autores, revelando uma grande diversificação
de conhecimentos, pois o trabalho de pesquisa possibilita serem
encontrados conhecimentos fundamentados em outras pesquisas e
livros.
Tudo contribui para o conhecimento. As práticas de campo e
as de laboratório foram de grande valia e trouxeram, para os
autores, conhecimentos sobre plantas que até mesmo já tinham
visto, mas não sabiam de que espécie ou gênero se tratavam.
Além das vantagens que já foram citadas, tem-se a
conscientização e valorização para utilizar o campo nativo.
Referências
140
CARVALHO, Camila Pereira. Monocotiledôneas, c 2021. <
Disponível em: https://www.infoescola.com/plantas/
monocotiledoneas/. > Acesso em: 21 set. 2021.
CARVALHO, Leonardo Bianco de. Plantas daninhas, V1, p.19.
Lagos - SC, 2013. < Disponível em: https://www.fcav.unesp.br/
Home/departamentos/fitossanidade/leonardobiancodecarvalho/li
vro_herbicidas.pdf >. Acesso em: 22 set. 2021.
MACHADO, Naterce Andréia Balbé. A contribuição das
leguminosas para a agricultura. Porto Alegre – RS, 2018. <
Disponível em: https://www.agptea.org.br/a-contribuicao-das-
leguminosas-para-a-agricultura/ >. Acesso em: 21 set. 2021.
MORAES, Denise. Biomas Campos sulinos. Invivo, Friocruz, s.d <
Disponível em: http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/
start.htm?infoid=965&sid=2 >. Acesso em: 21 set. 2021.
NABINGER, Carlos. Guia para reconhecimento de espécies dos
campos sulinos/Carlo Nabinger, Miguel Dall’Agnol. 2. ed.
Brasília: Ibama, 2020. 132 p.
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1 . Inventário florístico. 2 . Espécies endêmicas. 3 . Conservação da
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Título. CDU 2.ed.582. Disponível em: https://www.researchgate.
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Anexos
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