CENTRO UNIVERSITÁRIO DOS GUARARAPES
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
ANA MÔNICA MENDONÇA - RA: 1352121447
MIRIAN S. VIEIRA - RA: 1352021502
ESTÁGIO BÁSICO ENTREVISTA E PLANTÃO PSICOLÓGICO
Relatório Teórico
JABOATÃO DOS GUARARAPES
2023
ANA MÔNICA MENDONÇA
MIRIAN S. VIEIRA
ESTÁGIO BÁSICO ENTREVISTA E PLANTÃO PSICOLÓGICO
Relatório Teórico
Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da
UniFG - Campus Piedade - 7º período, como
parte dos requisitos para a obtenção de nota
avaliativa da disciplina Estágio Básico, Entrevista
e Plantão Psicológico.
Orientador: Prof. Cristiano Soares
JABOATÃO DOS GUARARAPES
2023
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo abordar a importância do que pode (deve) ser
aprendido e aperfeiçoado por estudantes de psicologia, no estágio básico em Plantão
Psicológico que tem a premissa de promover o desenvolvimento de habilidades e
competências, embora traga, também, diversas outras experiências e aprendizados, tanto
pessoais quanto profissionais. As participantes foram duas estagiárias de Psicologia na
Clínica-Escola de Psicologia do Centro Universitário dos Guararapes, campus Piedade em
Jaboatão dos Guararapes/PE., que iniciaram o estágio no segundo semestre de 2023 estando
cursando o 7º período do curso de Psicologia. Foram agendados quatro
atendimentos/entrevistas individuais semiestruturadas para coletar informações e reflexões
que a (o) participante estivesse a fornecer. As informações coletadas nas entrevistas seriam
separadas e analisadas de forma a verificar mudanças nas perspectivas em relação ao cliente,
na interação entre indivíduo e o estagiário no papel de um interventor que acolhe o paciente
em sua necessidade trazida, ajudando-o a lidar melhor com seus “recursos e limites” através
da criação de vinculo e assim chegar a uma “escuta ativa”, conhecimentos teóricos discutidos
durante a supervisão e dos crescimentos pessoais proporcionados pelo estágio. Concluiu-se
que o conjunto de aprendizados e crescimentos decorrentes de um estágio é constituído por
determinações múltiplas, que vão além do âmbito acadêmico apenas, abrangendo também as
habilidades interpessoais.
Palavras-chave: Estágio; escuta ativa; conhecimento teórico em Psicologia; habilidade e
competência.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO …………………………..................................................................... 4
2 DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 6
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 8
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 9
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1 INTRODUÇÃO
O estágio básico em Entrevista e Plantão Psicológico tem como principal objetivo
promover o desenvolvimento de habilidades e competências no estudante, tanto pessoais
quanto profissionais. A psicologia caracteriza-se mundialmente por uma diversidade teórica,
traduzida em inúmeras modalidades de atuação, por vezes, antagônicas, possibilitando muitas
lacunas nas informações sobre suas práticas, especialmente com relação aos modelos de
ensino destas (Barletta, Fonseca e Delabrida, 2012).
Quando o aluno de Psicologia inicia seu estágio, ainda não dispõe de experiência, mas
pode carregar um conjunto de expectativas e opiniões quanto ao seu desempenho e às
características do estágio.
“[...] essas expectativas e opiniões são formadas com base no senso comum,
nos conteúdos previamente estudados (em textos e aulas) e nas eventuais
sessões filmadas, no relato de outros terapeutas ou mesmo na experiência de
ter se submetido à terapia em algum momento de sua vida, entre outros.” Del
Prette e Meyer (2007)
Em relação ao enfoque Teórico, verificou-se que a dominância é seguindo a
fundamentação de Carl Roger, Abordagem Centrada na Pessoa (ACP). Acredita-se que os
trabalhos de enfoque teórico misto sinalizem um princípio de pesquisas no sentido de
estabelecer diálogo entre a ACP (que fundamenta teoricamente o Plantão Psicológico) e outras
abordagens, no caso a Psicodinâmica e Comportamental, tentando, assim, preencher lacunas
da prática do Plantão. Na análise das referências quanto à natureza dos trabalhos, deve-se
considerar ainda que o Plantão Psicológico foi reconhecido pelo Conselho Federal de
Psicologia, que, em documento oficial, classificou-o como alternativa de atenção psicológica
em relação à psicoterapia tradicional, percebendo-o como iniciativa inovadora e capaz de
romper parâmetros (Mahfoud, 1999). No Plantão Psicológico, lida-se com a queixa enquanto
sintoma de uma demanda. Por vezes, quando o cliente procura ajuda profissional para sua
urgência, chega com uma queixa e ao longo do atendimento revela-a distinta da sua real
questão urgente. Nesse sentido, o Plantão pode ter a função de iniciar um processo de
reorganização do self, esclarecendo uma problemática, constituindo-se como espaço de
expressão e acolhimento de angústia, sendo sobretudo “um processo com começo, meio e
fim” (Chalom et al., 1999, p.180). Ter um atendimento psicológico disponível, no momento
em que ocorre uma demanda emocional urgente, diminui a ansiedade e angústia,
possibilitando o surgimento de recursos inerentes à pessoa para que ela busque soluções para
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seu impasse. Outra evidência é que o Plantão gera economia para o sistema institucional que o
disponibiliza, promovendo encaminhamentos internos e externos bem melhor direcionados.
“o serviço não se propõe ou mesmo tem a pretensão de resolver sérios
problemas emocionais em uma única sessão, para isso, o cliente é
encaminhado para uma terapia continua. Porém, muitos efeitos podem surgir
de um encontro focado na solicitação do cliente, em que tanto o terapeuta
quanto o cliente, esteja por inteiro e acreditando na tendência ao
desenvolvimento e a transformação. (ALVES, 2010; REBOUÇAS; DUTRA,
2010).
“O foco do plantão não se concentra na queixa trazida pela pessoa, mas sim
na forma de acolher a mesma, ou seja: o sintoma aqui não é a prioridade, o
importante é compreender e considerar a vivencia, a carga experiencial dessa
pessoa, tornando o encontro mais significativo, fator esse que contribui
positivamente no estabelecimento de um bom vínculo.” (YEHIA, 2004;
PAPARELLI, NOGUEIRA-MARTINS, 2007).
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2 DESENVOLVIMENTO
As participantes foram duas alunas do 7º período de Psicologia da Instituição UNIFG,
capus Piedade; Jaboatão dos Guarapes/PE., que iniciaram o estágio no segundo semestre de
2023.
O estágio básico entrevista e plantão psicológico são compostos por supervisão,
realizado às segundas-feiras no horário das 09h50 às 11h40, com a orientação do professor e
coordenador Cristiano Soares. Este plantão é realizado por uma dupla de alunos, uma vez por
semana, no período de 1 hora, onde as estagiárias se revezam. Nosso plantão foi realizado às
segundas-feiras no horário das 10:00 às 11:00 da manhã, durante todo o mês de novembro do
ano de 2023. Com início no dia 30 de outubro e termino 20 de novembro de 2023, totalizando
quatro segundas-feiras.
No primeiro contato com a Clínica Escola, nos foi apresentado o serviço, a sala e os
formulários (Entrevista de Anamnese, Ficha de Evolução do Cliente, formulário de Plano
Terapêutico e relatório) que utilizaríamos posteriormente durante as entrevistas com os
pacientes, além da explicação por parte do supervisor responsável (Prefº. Welder Fernandes)
pela clínica escola. As entrevistas seriam individuais e semiestruturadas e destinadas a coletar
informações, reflexões que teríamos a apresentar como hipótese (s) e sugestão de tratamento.
1º. dia: 30 de outubro, chegamos com 30 minutos de antecedência, aguardamos a paciente
P.M de 34 anos durante todo nosso horário de plantão e a mesma não compareceu e
não deu ao setor responsável nenhuma justificativa pela falta. Com o prazo esgotado,
fomos solicitadas a desocupar a sala para a próxima dupla. Fomos então para a sala do
supervisor, uma sala ao lado da que estávamos, e preenchemos toda documentação
necessária.
2º. dia: 06 de novembro, estávamos lá com minutos de antecedência, preenchemos o
ponto com nossas informações e seguimos para a sala reservada. Porém, sem sucesso
nossa paciente mais uma vez faltou sem justificativa. Com fim do horário fomos à sala
de supervisão, concluímos os protocolos e fomos avisadas que a paciente P. M seria
desligada e que na semana seguinte, um novo paciente chegaria para nós.
3º. dia: 13 de novembro, estávamos aguardando nossa mais nova paciente, uma criança de
6 anos, A.J, fomos orientadas a levar brinquedos para a sala e um novo documento de
anamnese. Mais uma vez seguimos todo protocolo inicial, preenchimento, pontos, e
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sem sucesso saímos da clínica escola sem prestar o atendimento, porque assim como
nas semanas anteriores, a paciente não compareceu.
4º. dia: Quarto e último atendimento do plantão, dia 20 de novembro de 2023, a paciente
A.J, não compareceu ao atendimento da clínica escola, sem justificativa, vindo a ser
desligada do atendimento. Procedimento aplicado a todos os clientes que faltam mais
de uma vez, sem justificativa.
Finalizamos nossos plantões sem experienciar os atendimentos que nos preparamos
durantes todas as aulas da disciplina, e consequentemente sem apresentar nossos estudos de
caso.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Plantão Psicológico apresenta-se como um serviço complexo, que compreende
muitos aspectos. Um destes é ser visto enquanto uma estratégia de clínica ampliada, outro é
estabelecer-se como um lugar de acolhimento e espaço de desenvolvimento de recursos
pessoais de enfrentamento, além de ser compreendido como uma prática educativa, ou seja,
um espaço de formação profissional em psicologia. Percebe-se que o Plantão Psicológico vem
passando por constantes mudanças em sua configuração, forma de funcionamento e campos
onde é inserido - de um serviço implantado na clínica-escola a fim de diminuir filas de espera,
este serviço vem ganhando espaço nos mais diversos campos - abandonando o lugar
secundário, onde por algum tempo foi colado, para ocupar um lugar central no cuidado e
promoção de saúde. O que se perceptível quando debruçamos nesse estudo, é que o Plantão
Psicológico vem se consolidando como uma estratégia da Clínica Ampliada, por proporcionar
prevenção de doenças e promoção de saúde para a população que teve acesso a esta
modalidade de atendimento. O estagiário atua na perspectiva da clínica ampliada trabalhando
como facilitador do processo de saúde da pessoa, ajudando-a a compreender-se em meio a
esse processo, na busca de sua autonomia e protagonismo no desenvolvimento de estratégias
de cuidado. Desta forma, foi percebido uma aproximação do Plantão Psicológico com a
Clínica Ampliada, coerentes com a teoria da Abordagem Centrada na Pessoa, já que ambas
trazem a pessoa como centro tanto na teoria como na aplicação. Carl Roger, precursor da ACP
compreendia o homem com uma tendência inerente de ser capaz e competente, de
transformar-se em um ser saudável, contendo dentro de si um potencial para crescer,
“impelida a tornar-se uma pessoa total, completa e autoatualizada” (p. 91) (17). No entanto,
esta tendência a desenvolver um processo de saúde positivo deve ser encorajada.
Além da urgência, que configura o PP, quem e por que procura por este serviço?
Segundo Sapienza (2007), a pessoa que procura pelos serviços da Psicologia é aquela que “se
aflige pelas escolhas que tem que fazer; sofre por suas perdas; tem que se haver com seus
amores e desamores; se angustia diante da finitude e não tem como não se preocupar com sua
vida” (p. 48). Enfim, é um ser humano ou, usando as palavras de Heidegger (2001), é um ser-
aí, um ser-no-mundo, um não-ser que pode-se, um caminhante de um caminho não-linear, o
qual é feito e refeito a cada suspiro. Ser um “ser-aí” implica em captar e responder àquilo que
se apresenta, tendo liberdade para responder como se deseja - sendo que a recusa em
responder ao que é solicitado, por si só já é uma resposta -, e este modo de ser constitui o
modo de ser humano (Pompéia & Sapienza, 2004).
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REFERÊNCIAS
Chaves, P. B., & Henriques, W. M. (2008). Plantão Psicológico: de frente com o
inesperado. Psicologia Argumento, 26(53), 151-157.
LIMA FLA; CARVALHO ARRF; PIRES GM. Plantão psicológico como estratégia de clínica
ampliada: uma revisão integrativa. Revista Saúde e Ciência online, v. 9, n. 1, (janeiro a abril
de 2020), p. 152-169.
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 17, n. 4 p. 717-723, out./dez. 2012. Disponível em
<https://www.scielo.br/j/pe/a/jNLH8JRLF5SZ5kx6KSGmDwK/?format=pdf&lang=pt>
Acesso em 21 de novembro de 2023.