histoplasmose e
coccidioidomicose
INTEGRANTES: RÔMULO JUNIOR, MOISÉS CADDAH, LUCAS
SAMUEL, WALLACE RODRIGUES
histoplasmose
- infecção micótica sistêmica
- agente: Histoplasma capsulatum
- sinônimos:
- doença de darling
- doença das cavernas
Histoplasma capsulatum
fungo dimórfico térmico
fase filamentosa: micélio fase leveduriforme: levedura
- temperatura ambiente - temperatura do corpo humano
habitat do Histoplasma capsulatum
-excretas de aves e morcegos
-solos ricos em componente
nitrogenados
-solos ricos em matéria
orgânica
focos de infecção
- cavernas
- granjas
- forros de casa
- construções abandonadas
doença endêmica
-mais frequente na região centro-oeste dos Estados
Unidos, ao longo dos vales dos Rios Mississipi e Ohio
- brasil - região sudeste (principalmente no rio de
janeiro)
patogenia
- infecção não contagiosa
- doença fúngica aérea
- infecção: inalação do fungo
- nos alvéolos pulmonares
(macrofagos) os micélios se
convertem em leveduras
tipos de infecção
-assintomática : cerca de 90% dos casos
-pulmonar aguda: imunocompetentes
-pulmonar crônica: defeito estrutural no pulmão,
enfisema pulmonar, fumantes, doença
respiratórias
-disseminada: imunossuprimidos
sintomas
disseminada
crônica pulmonar aguda
- febre
- febre baixa -febre - sudorese
- sudorese noturna -cefaleia - cansaço
- tosse com sangue -mialgia - hemorragia intestinal e
- perda de peso -tosse conjuntamente
- nódulos calcificados -dispneia hepatoesplenomegalia
- dor torácica -calafrios - hipertrofia ganglionar
- dispneia de esforço -dor torácica - ulcerações das mucosas
Diagnóstico
● Histoplasma capsulatum pode ser
identificado em culturas de amostras
respiratórias, sangue, medula óssea e
tecidos são importantes nos pacientes
com doença disseminada, devido à alta
sobrecarga do organismo;
● O diagnóstico sorológico da
histoplasmose envolve testes para a
detecção tanto do antígeno como do
anticorpo;
● A sensibilidade da detecção do antígeno
é maior em amostras de urina do que nas
de sangue, e varia de 21% na doença
pulmonar crônica a 92% na doença
disseminada.
Diagnóstico
● Histoplasma capsulatum é de difícil
visualização no exame microscópico
direto do material clínico;
● Precisa ser diferenciado de outros
parasitas intracelulares.
Parasitismo intracelular de
Histoplasma capsulatum
Diagnóstico
● Podem ser visualizadas as células
arredondadas ou ovaladas, pequenas e
agrupadas dentro de macrófagos.
Preparado corado por Giemsa
mostrando estruturas
leveduriformes intracelulares
de Histoplasma capsulatum
var. capsulatum
Diagnóstico
● O método de comprovação
diagnóstica mais seguro é o
isolamento do fungo, em cultivo,
com a desvantagem de ser
demorado;
● Em pacientes com AIDS, o
isolamento do fungo a partir do
material clínico é mais rápido;
● Os isolamentos podem ser
conseguidos em ágar Sabouraud
dextrose e incubados à
temperatura de 25ºC e 37ºC. Ágar Sabouraud
Diagnóstico
● Cultivo no meio ágar Sabouraud:
○ A 25º C:
■ Desenvolvimento lento;
■ Aparência algodonosa branca;
■ Hifas delicadas e septadas.
○ A 37º C:
■ Colônia leveduriforme;
■ Cor creme e aspecto
membranoso;
■ Células leveduriformes
pequenas, ovais e com
brotamento único.
Aspectos Imunológicos
● O Histoplasma capsulatum
multiplica-se no interior das
células do sistema
macrofágico-linfóide;
● Ganham os linfonodos para-hilares
e mediastinais;
● Ganham a circulação sistêmica;
● Produzem focos inflamatórios em
outros órgãos, como baço e medula
óssea.
Aspectos Imunológicos
● Após a segunda ou terceira
semana do início da infecção,
desenvolve-se uma resposta
celular do tipo Th1:
○ Produção de IFN-γ;
○ Ativação clássica de
macrófagos;
○ Lise de leveduras
intracelulares.
Aspectos Imunológicos
● Essa resposta promove a
formação de granulomas
epitelióides, com células
gigantes e necrose caseosa que
posteriormente fibrosam e
calcificam.
Aspectos Imunológicos
● Anticorpos específicos também são produzidos no soro dos
pacientes;
● Esse tipo de resposta imune leva à cura da infecção primária e,
nesse estado, as pessoas se tornam muito resistentes às novas
reinfecções, que excepcionalmente acontecem;
● Fungos viáveis podem permanecer nas áreas cicatrizadas por
vários anos;
● A imunodepressão parece ser um fator preponderante em
desencadear a reativação de uma infecção prévia;
● O Histoplasma capsulatum pode ser considerado um dos patógenos
oportunistas mais importantes do homem.
Aspectos Imunológicos
● O quadro clínico apresentado por
um indivíduo infectado por
Histoplasma capsulatum é
influenciado por:
○ Mecanismo de resposta imune;
○ Tamanho do inóculo inalado.
Aspectos Imunológicos
● Formas disseminadas da micose mostram uma
resposta imune do tipo Th2:
○ Produção de IL-4, IL-5, IL-10 e IL-13;
○ Nesse caso, os granulomas são mal formados
(ou não se formam);
○ Há grande proliferação de macrófagos nos
tecidos;
○ A prova cutânea da histoplasmina é negativa;
○ Os títulos de anticorpos são elevados;
○ O curso da doença é agudo e grave.
Tratamento
● Alguns pacientes com histoplasmose recuperam-se sem
terapia;
● Pacientes imunocompetentes com infecções mais graves
podem ser medicados com drogas azólicas, como o
cetoconazol e o itraconazol;
● Essas drogas azólicas atuam sobre enzimas do citocromo
P450 dos fungos, de modo a:
○ Bloquear a síntese de ergosterol, o que altera a
permeabilidade da membrana e a viabilidade fúngica.
○ Modificar a síntese de lipídeos e inativando
enzimas do processo oxidativo dos fungos;
○ Têm ação fungistática.
COCCIDIOIDOMICOSE
CARACTERÍSTICAS DO FUNGO
AGENTE: Paracoccidioides
brasiliensis.
Sinônimos da infecção: granuloma
coccidioide; febre do Vale de São
Joaquim; blastomicose
sul-americana.
-Grande variabilidade genética do
agente causador. Grupos
destacados: S1, PS2, PS3 e *Pb01
- like.
PATOGÊNESE
Aspectos que potencializam o fator de
virulência do fungo:
- Dimorfismo: conversão dos conídios
(artroconídios) em leveduras nos
pulmões. Alternância do fungo na forma
vegetativa e em coletas laboratoriais;
- Associação do fungo à alfa 1,3 glucana,
que é contida na parede da célula
leveduriforme do fungo
- Síntese de melanina: redução da
fagocitose das leveduras por macrófagos.
Parecem resistir a alguns antifúngicos;
- Glicoproteína de 43 kDa: se liga à
laminina.
PATOGÊNESE
- A doença é causada pela inalação dos
artroconídios infecciosos, podendo variar de
uma infecção assintomática a uma infecção
progressiva e morte;
- A doença pode resultar também da reativação de
algum foco preexistente;
- Fora as diferenças filogenéticas próximas, não
existe nenhuma diferença adicional no fenótipo
ou na patogenicidade;
- A coccidioidomicose causa uma ampla variedade
de lesões.
PATOGÊNESE
- Quando inalados, os artroconídios
adquirem formato arredondado, e se
converterão em esférulas nos pulmões;
- As esférulas produzem esporos pelo
processo de clivagem progressiva;
- O rompimento da parede das esférulas
libera endósporos, que formarão novas
esférulas;
- Em aproximadamente 10% - 30% das
cavidades pulmonares associadas à
coccidioidomicose, podem ser produzidas
hifas ramificadas septadas e
artroconídios.
-
PATOGÊNESE
CRESCIMENTO DO FUNGO:
INICIAL: de branco à cinza, úmido, glabroso,
ocorre entre 3-4 dias;
Desenvolvimento rápido de micélio aéreo
abundante, e acontece o aumento da colônia
numa florescência circular.
COLÔNIAS MADURAS: de acastanhado a marrom, ou
lavanda.
classificação de pacientes infectados
1) Carreiam o fungo, porém são
assintomáticos;
2) Tipo juvenil (forma aguda/subaguda):
- Responsável por 15-20% dos casos da
doença, e predomina em crianças,
adolescentes, e jovens entre 20-30 anos;
é uma das manifestações graves da
micose.
- Desenvolvem reações alérgicas, devido a
formação de imunocomplexos.
- A infecção primária se resolve
geralmente sem terapia, além de conferir
uma imunidade forte e específica à
reinfecção.
classificação de pacientes infectados
3) Pacientes com a forma crônica:
- Corresponde à grande maioria dos casos,
afeta principalmente homens adultos,
entre 30-60 anos;
- Progressão lenta, e os sintomas
apresentam-se muitos anos após a
infecção pelo fungo.
- O pulmão é o órgão mais atingido,
seguido pela mucosa da boca, havendo
grande incidência de formas clínicas
mistas.
4) Pacientes tratados que apresentam ou não
sequelas.
SÍNDROMES CLÍNICAS ASSOCIADAS À
INFECÇÃO PELO P. BRASILIENSIS
1) PRIMÁRIA/AGUDA:
- Lesões da pele: abcessos ou
inflamações granulomatosas, com
centros necróticos.
- Erupção macular eritematosa, eritema
multiforme, eritema nodoso;
- A doença progride em menos de um ano
com rápida deterioração do estado do
paciente, e se dissemina por meio do
sistema linfático, apresentando uma
alta taxa de mortalidade.
-
SÍNDROMES CLÍNICAS ASSOCIADAS À
INFECÇÃO PELO P. BRASILIENSIS
- SECUNDÁRIA/CRÔNICA:
- Nódulos, doença cavitária ou doença
pulmonar progressiva;
- Sítios extrapulmonares: pele, tecidos
moles, ossos, articulações e
meninges.
- Mulheres no 3 trimestre da gravidez,
pessoas com imunodeficiência ( AIDS,
transplantados de órgãos) e pessoas
com idade avançada apresentam alto
risco à doença disseminada.
-
EPIDEMIOLOGIA
- É endêmica no sudoeste desértico dos Estados Unidos, norte do México, e em áreas
dispersas das Américas Central e do Sul;
- O C. immitis é encontrado no solo e o fungo no ambiente é intensificado pelas
fezes de morcegos e roedores;
- A exposição aos artroconídios é maior no final do verão e outono; e o ciclo de
estiagem e chuvas facilitam a dispersão do organismo;
- A incidência da paracoccidioidomicose é de aproximadamente 15 casos por 100 mil
habitantes anualmente em área endêmica
coccidioidomicose: Diagnóstico Laboratorial
● Envolve: Teste histopatológico, ● Cultivo: 25°C, as colônias se
isolamento do fungo em cultura e desenvolvem de 3 a 5 dias
teste sorológico (C.immitis), esporulação(5 a 10
● Microscopia: visualização direta dias)
de esférulas endoesporuladas no ● Deve ser selado pelo alto caráter
escarro, exsudatos ou tecido → infeccioso(fita gás permeável);
diagnóstico examinada em cabine de
● Altamente infecciosa, preferida em biossegurança
relação à cultura. ● Identificação: teste de
imunodifusão através do
exoantígeno ou da hibridização do
ácido nucleico.
Procedimentos sorológicos de triagem inicial
● Não há testes comerciais disponíveis para detecção do antígeno
● Pacientes com doença aguda:falso-positivo com o teste para antígeno de Histoplasma.
● Diagnóstico inicial: utilização combinada do teste de imunodifusão e o teste de
aglutinação da partícula de látex(93%)
● Testes de fixação do complemento e precipitina em tubo
● Exames prognósticos: títulos de fixação do complemento
-->títulos crescentes são um sinal de mau prognóstico;
-->títulos decrescentes indicam melhora;
Tratamento
● Geralmente não necessita de terapia antifúngica específica (coccidioidomicose primária)
● Quando necessário esse tratamento: paciente com fatores de risco simultâneo, como
transplante de órgão, infecções por HIV ou altas doses de corticosteroides
● Infecções graves necessitam de tratamento específico
● Terceiro trimestre de gravidez ou durante o imediato período pós‑parto: tratamento com
anfotericina B.
● Pacientes imunossuprimidos ou com pneumonia difusa: anfotericina B + azólico
(fluconazol, itraconazol, posaconazol ou voriconazol) terapia de manutenção - 1 ano
● Pacientes imunocomprometidos: azólico via oral como profilaxia secundária.
● Pneumonia cavitária crônica:azólico via oral por pelo menos 1 ano, caso haja resposta
inadequada: trocar ou aumentar a dose do azólico ou mudar para anfotericina B.
● Tratamento cirúrgico:rompimento de uma cavidade no espaço pleural, hemoptise, ou lesões
refratárias localizadas
Tratamento
● Infecções disseminadas extrapulmonares não meníngeas: azólico via oral com
fluconazol ou itraconazol.
● Envolvimento vertebral ou resposta clínica inadequada: anfotericina B +
desbridamento cirúrgico apropriado e estabilização.
● A coccidioidomicose meníngea: fluconazol ou itraconazol (segunda escolha pela pouca
penetração no SNC)
● A administração intratecal(subaracnóide) de anfotericina B é recomendada somente no
caso de fracasso da terapia com azólico, devido à sua toxicidade quando administrada
por esta via.
Referências Bibliográficas
● MURRAY, Patrick R.; ROSENTHAL, Ken S.; PFALLER, Michael A.. Microbiologia Médica. 7
ed. Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2014.
● LUIZ B. TRABULSI e FLÁVIO ALTERTHUM. Microbiologia. 6 ed. Atheneu, 2015.
● ABBAS, Abul K.; PILLAI,Shiv; LICHTMAN, Andrew H.. Imunologia:Celular e Molecular. 9
ed. Rio De Janeiro: Editora Elsevier Ltda, 2019.
● MARTINEZ, Roberto. Atualização no uso de agentes antifúngicos. Jornal Brasileiro de
Pneumologia. 2006, v. 32, n. 5, pp. 449-460. Acesso em nov de 2021. Disponível em:<
https://doi.org/10.1590/S1806-37132006000500013 >
● FERREIRA, M. S; BORGES, A. S. Histoplasmose. Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical. 2009, v. 42, n. 2, pp. 192-198. Acesso em nov de 2021. Disponível
em: < https://doi.org/10.1590/S0037-86822009000200020 >