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Psicologia

organizacional
e Qualidade de
vida no trabalho
Fernandes, Aurivar
SST Psicologia organizacional e Qualidade de vida no
trabalho / Aurivar Fernandes
nº de p. : 13

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Psicologia organizacional e
Qualidade de vida no trabalho

Apresentação
A Psicologia é uma ciência que fascina muitas pessoas, justamente por buscar
compreender o ser humano e seu comportamento. Por conta disso, estudos e
pesquisas da ciência psicológica contribuíram de forma significativa na aplicação
de técnicas que auxiliam as organizações a lidarem com a subjetividade humana,
por meio da Psicologia Organizacional.

Esse ramo da Psicologia se preocupa com o homem, sua saúde física/emocional,


as relações no ambiente de trabalho e como os colaboradores podem produzir
mais, melhor e com qualidade de vida. Qual o papel e a contribuição da Psicologia
no ambiente organizacional? Quais práticas o psicólogo desenvolve com vistas à
melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho? A leitura desta unidade nos
ajudará a responder a essas e outras questões.

Psicologia Organizacional:
importância e contribuições nas
organizações
A Psicologia Organizacional é um ramo da Psicologia aplicada aos problemas das
pessoas nas organizações e tem duas divisões: a industrial e a organizacional. A
primeira se refere ao gerenciamento e à eficiência organizacional (treinamentos,
avaliações etc.); a segunda se preocupa com o bem-estar dos colaboradores e a
compreensão do comportamento individual (SPECTOR, 2005).

3
Curiosidade
Com origem no século XX, Hugo Münsterberg e Walter Dill
Scott são considerados os principais fundadores da Psicologia
Organizacional. Eles se preocuparam com a seleção de
colaboradores, o uso dos testes psicológicos e a psicologia da
publicidade (SPECTOR, 2005).

No que se refere ao prestígio e à consolidação da profissão, bem como seus


benefícios e contribuições às organizações, os psicólogos organizacionais
foram importantes ferramentas na seleção, nos treinamentos, nas avaliações, no
desenvolvimento de equipes, entre outras atividades. Nesse contexto, eles tiveram
como base a ciência psicológica e sua aplicação nos espaços de trabalho com
grupos (SPECTOR, 2005).

A partir daí, a Psicologia Organizacional ampliou seu campo de atuação e aplicação


ao desenvolver estudos correlacionados com outras ciências – Engenharia,
Sociologia e Antropologia, por exemplo. Esses estudos tinham a premissa de tornar
o ambiente mais produtivo ao colaborador, considerando a influência do fator social
com o trabalho, a fadiga, a monotonia, a luminosidade, a motivação, dentre outros
(ZANELLI; BASTOS, 2004).

Mas qual é a sua principal tarefa? Zanelli e Bastos (2004, p. 466-467) explicam que
é a de

[...] explorar, analisar, compreender como interagem as múltiplas dimensões


que caracterizam a vida das pessoas, dos grupos e das organizações, em
um mundo crescentemente complexo e em transformação, construindo
a partir daí estratégias e procedimentos que possam promover, preservar
e restabelecer a qualidade de vida e o bem-estar das pessoas.

4
Atenção
A atuação da Psicologia Organizacional propõe um olhar
humanizado nas organizações e valoriza a subjetividade presente
em cada ser humano. Assim, cabe ao profissional:

• Por meio do desenvolvimento e treinamento de pessoas,


reconhecer e valorizar o que cada um possui de melhor.

• Compreender o quanto a influência dos ambientes (social e


externo) à organização podem afetar o trabalho.

• Valorizar um ambiente de trabalho saudável e propício à


realização do trabalho, o que permite mais produtividade.

• Realizar processos seletivos baseados na cientificidade –


com o uso de técnicas e testes psicométricos –, sendo uso
exclusivo desses profissionais e muito além dos “achismos”
e senso comum; entre outras ações.

A fim de corresponder às necessidades das organizações, as práticas dos


psicólogos desta área também precisaram ser ajustadas ao momento atual,
surgindo o que podemos apontar como práticas emergentes. Assim, a atuação do
profissional se estendeu para outras áreas, como: consultoria interna (não mais
um profissional externo que possa realizar diagnósticos precisos); campanhas que
valorizem o profissional e seu trabalho; preocupação a respeito dos aspectos no
trabalho/tarefas que podem influenciar/afetar a saúde mental dos colaboradores;
trabalho com o desenvolvimento de líderes e a permanente educação dos
colaboradores; diagnóstico de causas e estressores; promoção de atividades que
tornem o trabalho um local seguro e saudável.

5
Qualidade de vida no trabalho:
conceitos e importância
A psicóloga Ana Cristina Limongi-França – uma das referências no estudo de
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) no Brasil – declara que qualidade de vida “é
a percepção do bem-estar, a partir das necessidades individuais, ambiente social e
econômico e expectativas de vida” (LIMONGI-FRANÇA, 2011, p. 167). Ferreira, Souza
e Silva (2012, p. 82) explicam que o termo “atém-se [à] abordagem do bem-estar do
indivíduo em um domínio específico de sua vida: o trabalho”, sendo uma temática
central a ser discutida e trabalhada, pois grande parte das pessoas passa a maior
parte do tempo no trabalho e/ou realizando suas atividades laborais.

Bem-estar e qualidade de vida integral

Fonte: Plataforma Deduca (2021)

#PraCegoVer: Mulher jovem pulando na areia, com o mar ao


fundo, segurando balões de cores diferentes.

O termo em questão compreende as práticas de melhoria de vida no ambiente de


trabalho, buscando equilibrar as relações de todos os atores sociais que atuam
no ambiente organizacional: líderes, colaboradores e diretores. A QVT é composta
por fatores objetivos como renda, situação econômica, escolaridade e moradia, e
subjetivos como estilo de vida que cada pessoa adota (alimentação, prática ou não
de esporte, sono, dentre outros (GRAMMS; LOTZ, 2017).

6
Domínios da qualidade de vida

Domínio Características
Engloba o quadro clínico do indivíduo (presença/ausência, gravidade/
intensidade de doença orgânica demonstrável) e os hábitos que ele
Físico
adota ao longo da vida (alimentação, atividades físicas), e a não adesão a
hábitos nocivos à saúde.

Refere-se à capacidade de gerenciamento das tensões e do estresse, a


Emocional
autoestima e o nível de entusiasmo em relação à vida.

Diz respeito à qualidade e à harmonia nos relacionamentos (amigos,


Social
família, trabalho).

Consiste no nível de satisfação com o trabalho, no desenvolvimento


Profissional
profissional e no reconhecimento do valor do trabalho realizado.

Relaciona-se à oportunidade de utilizar a capacidade criativa e às


Intelectual possibilidades de expandir os conhecimentos permanentemente, de modo
a partilhar o potencial interno com os outros.

Engloba o propósito de vida alicerçado em valores e ética, associado a


Espiritual
pensamentos positivos e otimistas.

Fonte: Gramms e Lotz (2017, p. 24)

#PraCegoVer: Tabela que reúne os domínios físico, emocional,


social, profissional intelectual e espiritual do conceito
qualidade de vida.

Perceba que a QVT é um conceito que abrange os pormenores das instâncias


subjetivas de um indivíduo, os aspectos que motivam o ser humano (física,
emocional, financeira e psicologicamente) a trabalhar e viver bem. Com isso, você
deve imaginar que não existe um modelo único de QVT. Apresentaremos três
modelos de QVT, de acordo com Chiavenato (2010), para compreender a ênfase
proposta para pensar o desenvolvimento de estratégias organizacionais para o
bem-estar dos colaboradores.

Hackman e Oldhan, preocupados com as dimensões do cargo e do quanto elas


podem afetar a QVT, estabeleceram o modelo conforme os itens a seguir.

Variedade de habilidades: conhecimentos e habilidades diferentes para execução


do cargo.

Identidade da tarefa: compreensão de todo o processo da tarefa (início ao fim).

Significado da tarefa: clareza sobre o impacto de sua tarefa com os demais setores.

Autonomia: responsabilidade e capacidade de tomar as decisões na execução das


tarefas.

7
Retroação do próprio trabalho: a tarefa deve trazer retorno para possibilidade de
autoavaliação.

Retroação extrínseca: possibilitar o retorno dos líderes e clientes.

Inter-relacionamento: permitir um contato com outras pessoas e clientes externos.

Walton assinalou a existência de oito fatores que interferem na QVT, conforme os


itens a seguir.

Compensação justa e adequada:

tanto interna quanto externamente, conforme os valores do mercado de


trabalho.

Condições de segurança e saúde no trabalho:

aspectos físicos e ambientais, adequados ao bem-estar.

Utilização e desenvolvimento de capacidades:

reconhecimento das habilidades e conhecimentos dos colaboradores nas


tarefas e nos cargos da organização.

Oportunidade de crescimento contínuo e segurança:

formação de carreira, crescimento e estabilidade.

Integração social na organização:

ausência de barreiras na hierarquia e nos preconceitos.

Constitucionalismo:

refere-se aos direitos e deveres do colaborador, bem como o estabelecimento


de processos democráticos.

8
Trabalho e espaço total da vida:

possibilitar que outras dimensões da vida possam ser vividas, sem que o
trabalho tome todo o tempo.

Relevância social da vida no trabalho:

proporcionar seu orgulho e da organização da qual faz parte perante a


sociedade.

Os dois modelos de QVT apresentados anteriormente reconhecem diferentes


dimensões e aspectos presentes na vida do ser humano, dentro e fora da
organização.

Psicologia Organizacional e a
qualidade de vida no trabalho
O papel da Psicologia das Organizações é de fundamental importância para
compreender aspectos subjetivos de cada ser humano, isto é, aquilo que é próprio
de cada pessoa, o que a constitui e formou seu modo de ser no mundo (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 1999). Nesse sentido, muito além da aplicação de testes
psicológicos e responsabilidade nos processos de recrutamento e seleção, o
psicólogo organizacional tem buscado aperfeiçoar suas práticas para compreender
as relações estabelecidas entre os sujeitos e a tecnologia, a economia e os novos
modos de ser e estar no mundo.

Assim, junto aos profissionais de diversas áreas (assistentes sociais, pedagogos,


engenheiros e outros), o psicólogo organizacional tem buscado, por meio de uma
atitude ética, eliminar, neutralizar, identificar ou controlar os riscos presentes no
ambiente de trabalho, tais como: carga física e psicológica, poder e liderança,
motivação e satisfação no trabalho, significado do trabalho e o quanto esses
fatores interferem na saúde mental do colaborador (LIMONGI-FRANÇA, 2011).

9
Saiba mais
Uma indicação de leitura sobre o assunto, com um olhar psicológico
e uma linguagem simples e didática, é a renomada obra de Ana
Cristina Limongi-França: Qualidade de Vida no Trabalho – QVT:
conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial.

À medida que o psicólogo compreende as necessidades dos colaboradores e


atua no sentido de proporcionar um ambiente seguro, saudável, com respeito
às diversidades, acolhedor e preocupado com seu crescimento, tais medidas se
reverterão em produtividade, menos rotatividade e mais lucro para a organização.

Atuação humanista do psicólogo organizacional

Fonte: Plataforma Deduca (2021)

#PraCegoVer: A imagem retrata um psicólogo, segurando


uma prancheta de anotações, conversando com uma mulher,
membro da equipe.

10
A saúde é um aspecto primordial na execução das tarefas destacadas pelos
psicólogos organizacionais. Com isso, experiências com grupos específicos, tendo
a finalidade de prevenir doenças e o promoção de saúde no trabalho como espaço
de escuta e indicação de atendimento clínico na própria organização ou fora dela
para os colaboradores, constituem importantes práticas emergentes da Psicologia
Organizacional para a QVT.

Existem propostas específicas com a finalidade de minimizar o estresse, a fadiga e


os demais transtornos na própria organização ou ainda indicar o tratamento com
outros profissionais: terapeuta ocupacional, educadores físicos etc. O psicólogo
age com a responsabilidade ética de cumprir com os princípios fundamentais
presentes no Código de Ética do Profissional do Psicólogo (CONSELHO FEDERAL DE
PSICOLOGIA, 2005).

11
Fechamento
A Psicologia Organizacional é uma importante ferramenta para ir além dos números
e cifras, olhar e escutar o colaborador, bem como atuar na mediação entre as
necessidades da organização e dos seus colaboradores, visando ao benefício
físico, emocional, econômico, psicológico e social de ambos. O olhar humanizado
para o ambiente de trabalho, reconhecendo o valor de cada colaborador na cadeia
de produção e execução dos serviços, demonstra o quanto a organização está
preocupada e eticamente responsável pelo seu cliente interno. É importante
compreender que o psicólogo tem formação para uma escuta atenta que possibilite
um olhar para os fatos além do que é aparentemente visto.

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Referências
BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. de L. T. Psicologias: uma introdução ao
estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999.

CHIAVENATO, l. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas


organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de ética profissional do psicólogo.


Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2005.

FERREIRA, M. C.; SOUZA, M. A. de; SILVA, C. A. da. Qualidade de vida e bem-estar


no trabalho: principais tendências e perspectivas teóricas. In: FERREIRA, M. C.;
MENDONÇA, H. (orgs.). Saúde e bem-estar no trabalho: dimensões individuais
culturais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2012.

GRAMMS, L. C.; LOTZ, É. G. Qualidade de vida no trabalho. Curitiba: Intersaberes,


2017.

LIMONGI-FRANÇA, A. C. Práticas de recursos humanos – PRH: conceitos,


ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2011.

SPECTOR, P. Psicologia nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2005.

ZANELLI, J. C.; BASTOS, A. V. B. Inserção profissional do psicólogo em organizações


e no trabalho. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B.
Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004.

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