Ensinar para Quem Não Quer Aprender
Ensinar para Quem Não Quer Aprender
ssores “Ensin…
Brazil
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Pro-Posições
Abstract Text (PT) PDF
ARTIGOS • Pro-Posições 32 • 2021 •
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“Ensinar para quem não quer aprender”: um dos
desafios da didática e da formação de professores
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Resumo
Este artigo se estrutura a partir da expressão “ensinar para quem não quer aprender”, que se
consolidou nas percepções de professores de ensino médio como um dos maiores desafios do
processo ensino-aprendizagem em escolas públicas. Os dados são parte de um estudo sobre o
exercício da docência com jovens da periferia. Os objetivos são constatar a realidade desses
“alunos que não querem aprender”; identificar como os professores conseguem driblar essa
realidade e promover sentidos para a escola; reconhecer novas dimensões da prática docente
a serem incorporadas pelo ensino da didática e pela formação de professores. A construção
argumentativa apoia-se nos estudos da didática e da sociologia. Argumenta-se que uma nova
profissionalidade docente encontra-se marcada pelas dimensões relacionais e motivacionais do
trabalho, na qual o professor é um “profissional das relações” e um “construtor de sentidos”.
Palavras-chave
bom professor; didática; ensino médio; profissionalidade
Abstract
This article builds on the expression “teaching those who do not want to learn” that is
consolidated in the perceptions of high school teachers as one of the greatest challenges of the
teaching-learning process in public schools. The data is part of a study on teaching for young
people from peripherical regions. The objectives are to see the reality of these “students who do
not want to learn”; identify how teachers can overcome this reality and promote meanings for the
school; to recognize new dimensions of teaching practice to be incorporated by the teaching of
Didactics and Teacher training. The argument is based on Didactics and Sociology studies. It is
argued that a new teaching professionalty is marked by the relational and motivational
dimensions of work, in which the teacher is a “relationship professional” and a “builder of
meaning”.
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Keywords
OK
good teacher; didactics; high school; professionalty
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Introdução
Brazil
A escola de hoje se integra a uma sociedade contemporânea marcada por muitas mudanças,
tanto nas esferas social, econômica e política quanto tecnológica e científica. Além disso, a
educação básica estrutura-se em um cenário de ampliação de acesso a novas parcelas da
Pro-Posições
população e busca por efetividade de ensino. No ensino médio, em particular, destinados
principalmente aos jovens, acumulam-se ainda os conflitos dessa fase da vida, os
questionamentos quanto ao futuro e à legitimidade da escola enquanto instituição formadora.
Este artigo se estrutura a partir da expressão “ensinar para quem não quer aprender”, que se
consolidou nos discursos de professores de ensino médio como um dos maiores desafios do
processo ensino-aprendizagem em escolas públicas. A partir de dados da pesquisa realizada
em 2014-2016 e intitulada de “O exercício da docência no ensino médio: a centralidade do
papel do professor no trabalho com jovens da periferia”, professores e alunos ofereceram
importantes indicadores para se refletir sobre a prática de ensino, o trabalho docente, a
formação inicial e o papel da docência no contexto atual da escola média acusada de estar em
crise. Trata-se de um estudo com professores reconhecidos como “aqueles que fazem a
diferença” devido ao sucesso de suas aulas diante dos jovens da periferia e por conseguirem
bons resultados no processo ensino-aprendizagem na escola investigada.
Para efeito deste artigo, procura-se constatar os impactos dos “alunos que não querem
aprender” sobre o processo de ensino-aprendizagem; identificar como os professores em sua
prática de ensino conseguem driblar essa realidade e promover sentidos para a escola, além de
procurar reconhecer novas dimensões da prática docente a ser incorporadas pelo ensino da
didática e pela formação de professores.
Dentro de uma perspectiva teórico-analítica, propõe-se integrar três eixos: processo ensino-
aprendizagem, didática e formação de professores, a fim de alcançar os objetivos deste artigo.
Parte-se do pressuposto de que o objeto de estudo da didática é o processo ensino-
aprendizagem (Candau, 2012), ou melhor, os processos, pois não existe um modelo único de
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é possível
conceber o ensino sem aprendizagem e, portanto, a didática precisa buscar alternativas para os
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problemas da prática pedagógica. No processo de formação de professores, inicial e
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continuada, a didática se consolida como o elo entre a teoria e a prática, possibilitando aos
docentes adquirir e aperfeiçoar conhecimentos, habilidades e disposições para exercer sua
Brazil
atividade docente de modo a melhorar qualidade da educação que os alunos recebem.
Além disso, André e Cruz (2012) constatam que muitos estudos na área da didática focam no
cotidiano escolar como um todo, mas deixam de lado a especificidades da sala de aula. Nesse
caso, o trabalho procura superar essa lacuna ao apresentar dados justamente da dinâmica da
sala de aula e da prática de ensino dos professores. Para efeito de organização, este texto se
estrutura a partir de quatro questões norteadoras, que serão desenvolvidas ao longo do texto.
São elas: “Como se configura a realidade dos ‘alunos que não querem aprender’?”; “Como
ensinar para quem não quer aprender?”; “Qual o lugar que a didática ocupa neste debate?
Todos e nenhum!”; “Como se aprende a ser professor para escola de hoje?”
A primeira constatação se baseia nos baixos índices de aprendizagem e poucos avanços nos
últimos anos, principalmente no ensino secundário, compreendido pelo segundo segmento do
ensino fundamental e ensino médio, no atendimento a adolescentes e jovens entre 11 e 17
anos ( tabela 1).
OK
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É possível identificar nos dados produzidos em testes padronizados (Saeb, Pisa 3 ), que os
alunos do secundário, principalmente, não estão aprendendo. No Brasil, de acordo com a Prova
Brasil 2015, somente 14% dos jovens matriculados no 9º ano de escola públicas (municipais e
estaduais) aprenderam o adequado em matemática, na competência resolução de problemas.
Nos estados do Amapá, Maranhão e Alagoas, somente 3%, 5% e 6%, respectivamente, dos
alunos concluintes do ensino fundamental II da rede pública alcançaram o aprendizado
esperado nessa disciplina. Além disso, os melhores níveis de proficiência esperado em
matemática, deste nível de ensino, alcançados pelos estados de Santa Catarina e Minas
Gerais, não ultrapassam 24% de alunos.
Mas como explicar essa realidade? Por que os alunos, mesmo passando entre nove e doze
anos na escola, não aprendem? Uma segunda constatação pode contribuir na explicação para
esses índices. Observa-se que diante da universalização do ensino fundamental e expansão do
ensino médio, a entrada das classes populares na escola configura um conflito de interesses
entre os alunos e os objetivos dessa escola, que desencadeia em contradições, em
desencantos e em “alunos que não querem aprender”.
Tem muita gente desinteressada quando chega ao ensino médio. Eu acho que
isso é específico dos adolescentes como um todo e assim a gente vai entrar numa
discussão muito mais profunda do que seria o formato de escola. Infelizmente o
nosso formato de escola não evoluiu com as gerações. Então não se tem um
formato adequado para esses jovens de hoje, que são múltiplos
(Professora Ana).
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com os próprios docentes. Tal realidade escolar pode ser nomeada de escola de massa,
caracterizada por Formosinho (2009) como uma escola de grande heterogeneidade discente e
Brazil
contextual, heterogeneidade dos professores, complexidade organizacional que exigem
mudanças estruturais e pedagógicas.
Pro-Posições
Para ampliar essas constatações, parte-se dos argumentos de dois autores: Dubet (1994;
2002) , com a sua tese do declínio institucional, e Charlot (1996), com o debate sobre os
sentidos da escola. Apesar de ambos estudarem o contexto francês, o foco de suas pesquisas
são os jovens de classes populares e as escolas públicas, o que permite aproximações com a
realidade brasileira.
Estudos nacionais (Brenner & Carrano, 2014) apontam que os jovens que passaram a acessar a
escola secundária pública, destinada às massas, possuem relações divergentes com o
conhecimento legitimado por esta ao longo dos anos. Diferentemente dos alunos provenientes
das elites e da própria classe média, que valorizam o caráter propedêutico da escola média, os
jovens de classe populares chegam questionando a validade dos saberes ensinados. Trata-se
de perspectivas antagônicas, ou até mesmo ausentes, em relação ao futuro que almejam e à
própria autoestima.
No entanto, não se trata de afirmar que a escola perdeu sua legitimidade, pois as famílias e a
sociedade como um todo ainda apostam na escola. O que se questiona é a forma como os
seus sujeitos atribuem sentidos a ela, uma vez que não são mais dados de forma unificada.
Identifica-se uma distância cada vez maior entre as expectativas sociais colocadas na escola e
as possibilidades de sua concretização. Nesse contexto, as diversas manifestações de recusa
de aprender por parte dos alunos assumem variadas formas, como o absenteísmo, a
indisciplina, a dispersão e o abandono, apontados nos estudos de Lelis (2012).
A terceira constatação se apoia nos estudos de Charlot (1996), ao afirmar que para o aluno
estudar e aprender a escola precisa fazer sentido, isto é, ter um significado para ele, pois o
aluno aprende quando constrói sentido e se apropria de um saber em qualquer circunstância.
Na escola investigada, 91,3% professores (63 de um total de 69) afirmam que os alunos não
valorizam o conhecimento escolar, e 78,3% consideram que a baixa autoestima dos alunos
prejudica a aprendizagem. Porém, qual a perspectiva dos jovens dessa pesquisa sobre sua
relação com o saber e com a própria escola?
A interseção dos dados das questões abertas respondidas pelos alunos e das entrevistas com
professores e gestores com as observações das aulas permitiram a identificação de duas
situações temporais em relação ao sentido que os jovens parecem atribuir à escola. A primeira
se evidencia na entrada do ensino médio associada à mobilização para frequentar essa etapa
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ascensão social.
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1. Está sem vontade de estudar? Lembra que é pobre (Aluno 1º ano do ensino médio).
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Duas palavras se mostram quase unânimes entre eles: “escola e futuro”. Mesmo sendo sujeitos
que vivem muito intensamente o presente, a questão do futuro, mesmo que utopicamente,
Brazil
aparece com frequência entre os jovens. A maioria deles relata que escolheram estudar nesta
escola, com o apoio das famílias, devido às referências de qualidade, pelo fato de a escola ser
rígida, organizada, com bons professores, empenhada em buscar bons resultados, onde os
Pro-Posições
alunos realmente aprendem, vão para a universidade e conseguem bons empregos.
Trata-se, sem dúvida, de um exemplo de mobilização dos jovens em relação à escola, que
desejam, com base no sentido que atribuem a ela, garantir um futuro melhor. Assim, na relação
com o futuro, os jovens ainda veem a escola como garantia de aquisição de mobilidade social,
de melhora/manutenção nas condições de vida e da superação do status social dos pais,
mesmo que no dia a dia alguns se distanciem desses ideais.
Toda essa busca por ascensão social e relação com um futuro melhor, associado ao papel da
escola, a torna uma obrigação social para estes jovens de periferia. Há um consenso de que
todos precisam ir à escola de ensino médio, pois diferentemente da maioria dos seus pais, que
não cursaram esta etapa do ensino, esta poderá permitir melhores possibilidades de mobilidade
social.
Porém, após sua entrada, uma segunda situação se evidencia: os jovens começam a entrar em
conflito com os saberes escolares, e os aparentes desencontros com os múltiplos objetivos de
vida de cada jovem levam a um desencontro pela escola e à necessidade de outros sentidos
para ela. A diversidade de condições sociais, culturais ou econômicas dos jovens que adentram
a escola passa a atribuir multiplicidade de sentidos a ela. Além disso, os saberes necessários
para o acesso à universidade ou empregos impostos pela escola, associados à almejada
ascensão social, não parecem sustentar o “querer aprender” dos alunos no dia a dia. A
pesquisa evidencia que a ênfase na sociabilidade presente nas relações com os colegas e com
os próprios professores passa a ser um dos maiores sentidos que os jovens atribuem à escola.
Constata-se pelos relatos e observações que há uma reelaboração do espaço escolar pelo
jovem que “foge” das salas de aula e passa a valorizar as rodas de amigos no pátio. Quando
perguntados sobre o que mudariam na escola, há um grupo que afirma “ampliar o horário de
recreio”, “colocar atividades recreativas”, “ter mais passeios” ou, ainda, “manter as mesmas
turmas sempre juntas ao longo dos anos”, respostas semelhantes às encontradas nas análises
de Charlot (1996) e Reis (2012) ao constatarem que para os jovens de ensino médio de classes
populares o universo do saber e, mais especificamente, seu universo de aprender, está
centrado sobre aprendizagens relacionais e afetivas ou ligadas ao seu desenvolvimento
pessoal.
Fica evidenciada a dificuldade em se chegar a um sentido único dado à escola pelos jovens
estudados. Porém, docentes indicados pelos alunos como “bons professores” vão desenvolver
uma postura reflexiva em relação a isso e buscar estratégias de superação, como o texto
abordará a seguir.
alunos parecem dar a resposta ao indicarem alguns docentes como “bons professores” e
afirmarem ser o professor o elemento que pode dar sentido ao ato de aprender.
Brazil
É somente o professor que pode fazer eu me interessar pela matéria. O bom
professor me faz aprender. É o professor que me mostra o porquê do aprender
Pro-Posições
(aluno do 3º ano do ensino médio).
Seria o professor um construtor de sentidos? Os autores Canário (2006) e Dubet (2002) afirmam
que sim. Para Canário (2006), compreender o professor como construtor de sentidos é uma
nova dimensão do trabalho docente que se destaca diante da necessidade de se estabelecer
como um elo entre a instituição escolar e a diversidade de expectativas e de lógicas de ação
presentes em alunos cada vez mais diferenciados. Segundo Dubet (2002), o trabalho docente é
legitimado pelas relações, o qual se caracteriza pelo trabalho sobre o outro em busca da
autenticidade e do reconhecimento de sua prática pelo outro, no caso, os jovens de ensino
médio.
O que mais está difícil na escola hoje é o aluno não ter aquela vontade de querer
aprender. Isso é até um descaso com o professor, muitas das vezes… olha para
você como se fosse menos, não aquele olhar de respeito, como tinha, de
admiração. Estão falando: “Por que tenho que aprender isso, professor?” ou “Eu
não estou a fim de receber isso”. Lógico que não é de um modo geral, tem uns
que querem
Essa ideia de “descaso com o professor”, associada ao desinteresse do aluno pela escola, é
identificada pela maioria dos professores da escola via questionários. Dos 69 professores
participantes, 62 (89,9%) apontam que a maior dificuldade para realização do trabalho docente
na escola de ensino médio são os “problemas disciplinares”. Porém, 80% (54 professores/69)
afirmam que a maioria dos alunos respeitam as regras de convivência da escola. Assim, qual a
real abrangência desses problemas disciplinares? Na verdade, o que parece estar em jogo na
afirmação de que os problemas disciplinares são as maiores dificuldades da ação docente é a
questão relacional professor-aluno ou a chamada gestão de classe.
Com essa reinterpretação da abrangência das “questões disciplinares” é possível afirmar que
os docentes
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aprendizagem. Como expresso na Tabela 3, os professores apontam que os aspectos
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Na verdade, podemos concluir que parece ser a dispersão provocada pelo desinteresse a
Pro-Posições
principal justificativa apresentada pelos docentes para
os problemas de aprendizado. Este
cenário provoca uma crise relacional e grandes diferenças nos resultados dos docentes que
conseguem administrá-la. Temas como crise de autoridade, respeito, estresse e indisciplina
marcaram o discurso dos professores em relação aos alunos do ensino médio e às dificuldades
de gestão de classe. O que vai diferenciar a ação dos “bons professores” acompanhados são
as formas de lidar com essas dificuldades e os resultados obtidos sobre a aprendizagem.
Eu acho que a gente tem que ter a capacidade de apresentar coisas novas, ainda
mais numa escola de nível social como a nossa, que eles não têm acesso à
cultura, a sair para viajar. Nós precisamos chegar com esse tipo de proposta, de
mostrar uma coisa diferente, novas formas de expressão cultural, mostrar o
mundo. Com isso eles ouvem, se interessam e passam a desejar aquilo também
para eles
Mas, como fazer? A realidade da escola de massa exige a ampliação das suas funções sociais
e da própria docência. Constata-se a necessidade de mudanças e de adoção de novas lógicas
norteadoras da prática pedagógica, com foco na gestão de classe. Identifica-se na ação dos
“bons professores” a busca por essas lógicas que impactam na própria concepção do papel do
professor na sala de aula.
Este estudo, ao comparar as justificativas dos alunos para indicação dos “bons professores”,
com a observação das práticas desses docentes e as entrevistas, identificou duas situações
que mais influenciavam a efetividade do ensino na realidade apresentada: a didática em sala de
aula marcada pelas relações e o papel motivador do professor.
Na pesquisa, foi possível observar professores apostando que no trabalho com os jovens não
há mais espaço para a hierarquização e o autoritarismo impostos por muitos anos na relação
professor-aluno, nos quais o professor era o detentor do saber, e o aluno, um mero receptor.
Para os “bons professores” indicados pelos alunos, a autoridade docente deixou de ser algo já
pré-concebido, assim como a desestabilização do programa institucional das escolas. As
normas de conduta pré-estabelecidas, o modelo de aluno passivo e o ofício do professor se
modificam com a entrada de valores contraditórios na escola, heterogeneidade de princípios e
degradação da ideia de unidade da sociedade. Assim, como afirma Perrenoud (2001), faz-se
necessário, nas salas de aula, a construção de uma autoridade negociada para o
estabelecimento de relações humanas mais próximas.
Parte-se da ideia de que a didática de todo professor em sala de aula compreende vários
aspectos da prática pedagógica, desde a seleção de estratégias de ensino até as relações
humanas que se estabelecem. Os aspectos ligados à heterogeneidade das turmas, ao
multiculturalismo, ao compromisso com a inclusão social são também dimensões da didática,
renomeada de didática fundamental (Candau, 2012).
Constata-se
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a dimensão relacional, a forma como os docentes se envolvem com os alunos na esfera da
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gestão de classe. O reconhecimento de que o trabalho docente é um trabalho de interações
humanas (Tardif & Lessard, 2005) ou, como afirma Dubet (2002), um trabalho sobre o outro, foi
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o que mais se diferenciou nas ações dos “bons professores” observados, em comparação com
os demais. Durante as observações foi possível identificar que a dimensão relacional da ação
Brazil
docente é vivenciada em diálogo muito próximo com as estratégias metodológicas utilizadas.
Diante dessas constatações, o que fazem de diferente os docentes indicados como “bons
Pro-Posições
professores”? Três conjuntos de fatores se destacaram associados à ação didática dos “bons
professores” observados: interação, formas de tratamento e construção de regras no cotidiano
da sala de aula.
Esses professores chamam os alunos pelo nome e os conquistam por reconhecê-los como
pessoas únicas, seja pelo olhar direcionado, pelo toque no ombro ou pelo sorriso acolhedor.
Com isso, contribuem para a construção da autoestima desses jovens da periferia, muitas
vezes marginalizados por sua condição. As formas de tratamento que se estabelecem são
baseadas no respeito, não por imposição da profissão, mas pela conquista do outro.
Identifica-se que estes docentes conseguem construir sua autoridade não pelo excesso de
regras ou trocas por pontos, mas pelo envolvimento com os alunos. Com isso, a gestão de
classe passa a se consolidar não como uma imposição, mas como uma parceria. Os “bons
professores” observados e entrevistados conseguem manter os alunos envolvidos por mais
tempo e interessados nas atividades propostas, mesmo que, algumas vezes, tais atividades
fiquem restritas a práticas tradicionais de ensino. Por conseguinte, o controle da disciplina deixa
de ser um problema que dificulta diretamente a ação docente.
O resultado dessas interações parece ser propiciado por uma “competência relacional” dos
docentes, que para Barrère (2002) trata-se de um conjunto de habilidades desenvolvidas pelos
docentes, ao longo dos anos, que lhes permitem sobreviver e, especialmente, tornar o trabalho
educativo útil em contextos de trabalho marcados pela heterogeneidade dos alunos e pela
perda da legitimidade do princípio da autoridade docente em sala de aula. Identifica-se que os
jovens, a partir das interações com os professores, se sentem predispostos a aprender, mesmo
que os recursos técnicos sejam simples. Ao se perceberem envolvidos por esses professores,
os alunos os legitimam intrinsecamente como os dinamizadores de sua aprendizagem,
independentemente da disciplina que lecionam ou da variedade de estratégias didáticas que
utilizam.
Nas análises das ações docentes e nas indicações dos alunos, um conjunto de fatores se
evidenciou associado à importância do papel motivador dos professores em relação à
aprendizagem dos jovens. A dimensão motivacional permite compreender a associação que os
alunos e os “bons professores” fazem com a perda de sentidos da escola e o papel do
professor para regatá-la, a fim de dar sentido à aprendizagem.
Na prática dos professores indicados como “aqueles que fazem a diferença”, foi possível
perceber o reconhecimento do descompasso entre os objetivos da escola e dos jovens,
marcados pela diversidade de lógicas culturais em ação, que justificam o desinteresse e o baixo
desempenho. Esses docentes conseguem superar o excesso de culpabilização dos alunos e
apostam que o interesse precisa ser conquistado, fortalecendo a dimensão motivacional da
docência.
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Por exemplo, identifica-se que a função de motivador é executada por uma postura proativa do
professor, marcante em suas ações e na gestão de classe. Um dos instrumentos mobilizadores
Brazil
acionados por alguns docentes refere-se às variações na linguagem. Os professores que se
expressam de forma clara e utilizam palavras do universo cultural dos alunos recebem sua
atenção imediata. A informalidade da linguagem favorece a aproximação dos alunos de alguns
Pro-Posições
conceitos e, consequentemente, do conhecimento.
Para os docentes, uma boa comunicação com os alunos costuma ser um motivo
de satisfação profissional cada vez mais distante das considerações do
aprendizado. E se tanto temem o exercício da autoridade, é também porque, via
de regra, esta ameaça a comunicação com os adolescentes
Outra postura mobilizadora desenvolvida pelos “bons professores” relaciona-se ao seu grau de
compromisso com o processo de ensino. É o professor que se empenha, utilizando múltiplas
estratégias para ensinar, busca novos exemplos, esclarece termos novos. Ele demonstra fazer
questão que todos aprendam, preocupando-se com os alunos que não apresentam bom
desempenho e buscando entender a dificuldade de cada um a partir de seus erros. Anda pela
sala acompanhando o processo quase de forma individual, supervisiona e se mantém atento
aos pedidos de ajuda. São professores em constante processo deliberativo em busca de novas
estratégias e formas de desenvolver mais os alunos. É nas pequenas ações dos docentes que
se identifica esta lógica de compromisso pela aprendizagem de todos, como esperar que todos
estejam prontos para a aula começar, criar estratégias para superar os atrasos dos alunos, dar
dicas que favoreçam o aprendizado, atender individualmente, ouvir atentamente, adequar o
tempo às necessidades, preocupar-se com os faltosos.
O trecho do artigo de Lelis (2012) sobre a complexidade da escola de massa contribui para
entender este “novo docente”:
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Por outro lado, não se pode apostar em uma simples lista de ações ou “receitas prontas”,
associando-as a bons resultados como um processo causa-efeito. Não há respostas simples
para questões complexas. Mas a análise da atuação de “bons professores” indicados pelos
alunos permitiu identificar esses dois eixos, a dimensão relacional para a didática e o papel
motivador do docente, que contribuíram diretamente para ação docente diante das
complexidades do ensino.
Se tomarmos a definição de profissionalidade adotado por Ludke e Boing (2010), esta pode ser
compreendida como o conjunto de características de uma profissão que articula a
racionalização dos conhecimentos e as habilidades necessárias ao exercício profissional. É o
que foi adquirido pela pessoa como experiência e saber e sua capacidade de utilizá-lo em uma
situação dada, seu modo de cumprir as tarefas. Instável, sempre em processo de construção,
surge do próprio ato do trabalho e se adapta a um contexto em movimento.
A partir desse conceito, pode-se concluir que o destaque das dimensões relacionais e
motivacionais na atuação docente a fim de “ensinar para quem não quer aprender” contribui
para fornecer elementos que norteiem a construção de uma nova profissionalidade para os
professores que precisam atuar nas escolas de massa e, principalmente, se desenvolver
profissionalmente dentro da realidade de crise do próprio conceito de “qualidade” do ensino
debatido no início deste artigo.
Conclui-se que duas características definem bem esta nova profissionalidade: o professor é um
construtor de sentidos (Canário, 2006) e um profissional das relações, pois exerce o seu
trabalho sobre o outro (Dubet, 2002).
Sem dúvida, a escola de massa traz novas dimensões para a didática, principalmente a
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questão da diversidade e da complexidade da docência. Dependendo da abrangência do
conceito de didática que se adote, pode-se afirmar
OK que o conjunto de ações docentes
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constatadas até aqui, sobre “ensinar para alunos que não querem aprender”, fazem parte do
campo da didática.
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Observa-se pelos questionários que 70% dos professores (50) apontam alguma lacuna que
identificaram em seus processos formativos. Constata-se a carência dos docentes em dois
Pro-Posições
conjuntos de conhecimentos específicos, um referenteà relação professor-aluno, com destaque
para a condição juvenil, e outro voltado para os saberes didático-pedagógicos no que tange ao
favorecimento da integração curricular e à transposição didática dos conhecimentos científicos.
A partir da realidade observada na escola de ensino médio, constata-se que há uma negação
da didática por parte dos professores. Os docentes entrevistados relatam que sua formação
acadêmica pouco contribuiu na construção dessa nova profissionalidade e identificam que as
principais lacunas de seu processo formativo estão ligadas, justamente, às dimensões
motivacionais e relacionais. Segundo esses professores, os modelos de formação oferecidos
não se adéquam à realidade e às necessidades da docência nesse contexto.
Fica evidenciada a crítica à pouca articulação entre a teoria e a prática em relação aos
conhecimentos adquiridos na universidade. Constatam-se diferentes concepções sobre as
formas de ensinar entre os “bons professores” acompanhados, de acordo com a lógica de sua
formação inicial, no que se refere à valorização/contribuição efetiva ou não dos conhecimentos
pedagógicos em suas práticas de ensino.
Didática é algo que você tem que adequar, didática da graduação não te prepara
para nada. Eu vivi isso, comparando a minha experiência com os meus alunos, eu
desenvolvi didática, sem ter tido aula de didática, porque eu comecei a dar aula
antes de ir para a graduação. Então, eu fui percebendo com os alunos quais
técnicas funcionavam e quais não funcionavam. E, depois, as minhas aulas de
didática na faculdade não me ensinaram a lidar com a sala
No entanto, diferentemente dessa ideia de didática estritamente técnica que parece caracterizar
ainda as concepções dos professores, o ensino de didática hoje procura se distanciar da visão
instrumental, que a dominou por várias décadas e que levou à sua negação por parte de muitos
docentes diante dos novos desafios da escola. Candau, desde 1983, já afirmava que a didática
deve, além da dimensão técnica (seleção de conteúdo e estratégias, definição de objetivos),
integrar as dimensões humanas (relações interpessoais) e político-sociais (contexto social e
cultural), nomeando-a de didática fundamental. Nessa direção, Candau (1983; 2012) defende
a necessidade de consolidação de saberes capazes de, realmente, contribuir com o trabalho
docente e que, portanto, devem integrar os modelos formativos vigentes. A autora (2012) afirma
que é preciso partir da realidade contextual do aluno, valorizar o multiculturalismo e estabelecer
novas relações professor-aluno, indo além das relações hierárquicas. Observa-se que o desafio
da ação docente em escolas públicas que atendem os setores populares é garantir a inclusão
social pelo acesso ao conhecimento, a partir das condições reais em que se desenvolve o
ensino.
No entanto, pode-se supor pela fala dos “bons professores” entrevistados que pouco se
avançou na reflexão sobre a didática para a constituição dos novos docentes. A visão da
didática técnica, pré-concebida e distante da realidade, parece predominar. Identifica-se que,
passados mais de trinta anos do início desse debate sobre a reinvenção da didática nos meios
acadêmicos, pouco chegou até as escolas e os professores. Os docentes indicados pelos
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que usam uma “didática tradicional” ou que a “didática” pouco contribui em suas práticas,
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quando, na verdade, a dimensão relacional e motivacional faz parte do que Candau (2012)
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A didática se desenvolve de acordo com o contexto histórico no qual se insere. Porém, mesmo
que se altere o papel social da escola ou as concepções de qualidade de ensino, há um
consenso na luta em defesa da legitimidade do saber didático-pedagógico enquanto um campo
de conhecimentos que contribui na prática docente e enquanto conteúdo do currículo da
formação de educador (Candau & Koff., 2015).
Estudos constatam (Candau, 2000; André 2008; André & Cruz, 2012) que há ausência dos
alunos e do cotidiano escolar nas pesquisas em didática. No entanto, a juventude precisa
“entrar” na escola e superar a sua invisibilidade diante da hierarquia escolar, assim como as
alternativas encontradas pelos professores precisam ser investigadas para que os novos
sentidos dados à escola pelos seus atores sejam identificados. Interpretar as percepções de
alunos e professores sobre uma “boa aula” ou um “bom professor” pode contribuir na
legitimação de uma escola mais efetiva e formadora.
OK
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A adoção da concepção de “nova didática”, articulada com uma nova concepção de professor
(nova profissionalidade), nos currículos dos cursos de formação de professores pode ser
Brazil
elemento norteador importante, mas não definidor. Argumenta-se que só se aprende a ser
professor sendo professor, porém não se nega a importância da formação no desenvolvimento
desses profissionais com vistas a sua profissionalização.
Pro-Posições
A formação de professores vive um momento de grandes questionamentos pela sociedade. A
associação sobre as lacunas da formação docente e as divergências em relação às dimensões
da didática com a busca por explicações para a baixa qualidade da educação escolar traz para
o centro do debate o trabalho dos professores e sua formação.
OK
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Não há respostas prontas de “como ensinar para alunos que não querem aprender”, nem na
didática, nem em outro campo de conhecimento. As dimensões relacionais e motivacionais
precisam fazer parte desta nova profissionalidade a ser desenvolvida nos novos e já atuantes
professores. No entanto, para isso, essas dimensões precisam ganhar mais espaço no
conteúdo dos currículos de formação docente.
Constata-se que o ensino da didática nos cursos de formação inicial de professores vem
perdendo o caráter prescritivo da didática instrumental, porém não encontrou ainda um novo
caminho (Andre & Cruz, 2012). Ouvir os professores e os alunos parece ser uma estratégia
viável. Problemas da educação precisam ser pensados na perspectiva do aprender, e não do
ensinar. O trabalho de ensinar para “alunos que não querem aprender” não é missão
impossível. Um caminho se apresenta a partir das constatações de que o professor faz a
diferença, assim como a didática e a formação docente. Como afirma Roldão (2007), “o
professor profissional é aquele que ensina não porque sabe, mas porque sabe ensinar”.
2
Normalização, preparação e revisão textual: Luan Maitan –
[email protected]
3
SAEB − Sistema de Avaliação da Educação Básica; PISA – Programa Internacional de Avaliação
de Estudantes
4
Adota-se o conceito de profisssionalização docente na perspectiva de superar o discurso da
docência como vocação, ou simplesmente um ofício, e submetê-la ao status de uma profissão. É
uma forma de elevar o prestígio dos professores, valorizar seu trabalho junto à opinião pública e
aumentar sua autonomia, mas também garantir melhores condições de trabalho, principalmente
remuneração. Três aspectos caracterizam esse processo: a definição dos conhecimentos
específicos para a atuação docente, a instituição de uma corporação profissional reconhecida,
juntamente com a consolidação de um código de ética profissional, e a conquista de autonomia
profissional (Tardif, 2013).
Referências
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1
Editora responsável: Adriana Varani. https://orcid.org/0000-0002-7480-4998
Datas de Publicação
» Publicação nesta coleção
15 Fev 2021
» Data do Fascículo
2021
Histórico
» Recebido
16 Ago 2017
» Revisado
10 Jun 2019
» Aceito
13 Jan 2020
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que
permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja
corretamente citado.
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