Ensaios Triaxiais Com Procedimentos Convencionais E Avançados para Avaliação de Estados Críticos em Rejeitos de Ferro
Ensaios Triaxiais Com Procedimentos Convencionais E Avançados para Avaliação de Estados Críticos em Rejeitos de Ferro
PROCEDIMENTOS CONVENCIONAIS
E AVANÇADOS PARA AVALIAÇÃO
DE ESTADOS CRÍTICOS EM
REJEITOS DE FERRO
FEVEREIRO DE 2021
ENSAIOS TRIAXIAIS COM
PROCEDIMENTOS CONVENCIONAIS
E AVANÇADOS PARA AVALIAÇÃO
DE ESTADOS CRÍTICOS EM
REJEITOS DE FERRO
FEVEREIRO DE 2021
“Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para
escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.”
Machado de Assis
Índice Geral
RESUMO.......................................................................................................................... IV
ABSTRACT........................................................................................................................ V
AGRADECIMENTOS........................................................................................................... VI
ÍNDICE DE FIGURAS........................................................................................................... X
ÍNDICE DE TABELAS......................................................................................................... XV
SIMBOLOGIA.................................................................................................................. XVI
1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................1
4 RESULTADOS E CONCLUSÕES.............................................................................. 72
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 94
iii
RESUMO
Palavras-chave:
liquefação, ensaios triaxiais, ensaios de compressão, linha de estados críticos,
mineração, barragens
iv
ABSTRACT
Most tailings are very fine sand-silty materials which, when subjected to
large confinement stresses, such as those occurring at great depths in deposition
dams, tend to decrease their void rates until they reach the critical voids. When
these materials reach this critical void index, they can deform under constant
tension and volume, this critical void index being a determining parameter for
obtaining the critical state line of the material, and this line delimits the boundary
between the loose states and dense, which under drained loading impose on the
material a contractile or dilating behavior respectively. In the case of non-drained
loads, positive poropressure excesses may occur in loose or sparsely dense
materials, leading to a reduction in the effective tailing stresses and thus a greater
susceptibility to liquefaction.
The process of determining the critical state line (LEC), and its use as a
reference to assess susceptibility to liquefaction, has been gaining recently, to
the detriment of empirical and less rigorous approaches. Since FEUP's
geotechnical laboratory was part of studies that would support the bases to
guarantee better quality of these determinations, it was sought, through this
dissertation work, to make a comparative analysis of the equipment, methods
and processes, conducted at the Geotechnical Laboratory from FEUP and at the
Geotechnical Laboratory of EE/UFMG to explain, the achievement of
differentiated results and consequent distinct lines of critical state (LEC).
Thus, factors that may explain these differences were identified in this
work, such as the use of lubricated bases and guided tops in the FEUP laboratory
and the absence of such equipment in EE/UFMG, and their implications for the
parameters that the resulting calibration of the two sets of test results you can
have in constitutive models, used in stability analysis of deposition structures and
tailings containment, particularly in stress-strain calculation methods using
numerical modeling tools.
Keywords:
liquefaction, triaxial trials, compression test, critical state line, mining, dams
v
AGRADECIMENTOS
vi
ÍNDICE DO TEXTO
1 – INTRODUÇÃO.............................................................................................. 1
1.1 Relevância da pesquisa..................................................................................1
1.2 Objetivos........................................................................................................ 2
1.2.1 Objetivos Gerais....................................................................................... 2
1.2.2 Objetivos específicos................................................................................ 3
1.3 Organização da dissertação.......................................................................... 3
2 - ESTADO DA ARTE........................................................................................ 5
2.1 Introdução...................................................................................................... 5
2.2 Resíduos de mineração................................................................................. 5
2.3 Rejeitos de mineração................................................................................... 6
2.4 Formas de deposição de rejeitos................................................................... 7
2.4.1 Deposição subterrânea............................................................................ 7
2.4.2 Deposição subaquática............................................................................ 8
2.4.3 Deposição superficial............................................................................... 8
2.5 Tipos de barragens de rejeitos....................................................................... 8
2.5.1 Método de alteamento a montante........................................................... 9
2.5.2 Método de alteamento a jusante............................................................. 11
2.5.3 Método de alteamento por linhas de centro............................................ 12
2.6 Caracterização geotécnica de rejeitos de mineração................................... 13
2.6.1 Granulometria de rejeitos....................................................................... 13
2.6.2 Massa específica.................................................................................... 15
2.6.3 Compressibilidade e Adensamentos/Consolidação............................... 16
2.6.3.1 Teoria do adensamento unidimensional............................................ 16
2.6.3.2 Teoria do adensamento com deformações finitas............................. 17
2.6.4 Permeabilidade...................................................................................... 17
2.6.5 Limites de Atterberg................................................................................ 18
2.6.6 Parâmetros de resistência...................................................................... 19
2.6.7 Parâmetros elásticos.............................................................................. 19
2.7 Liquefação................................................................................................... 20
2.7.1 Métodos da análise da susceptibilidade a liquefação (ensaios de campo
e de laboratório).............................................................................................. 20
2.7.1.1 Análise por meio de ensaios de granulometria.................................. 20
2.7.1.2 Análise pelo método de Olson (2001)................................................ 22
2.7.1.3 Análise pelo método de Schnaid e Yu (2007).................................... 23
2.7.1.4 Análise pelo método de Robertson (2016)......................................... 24
2.7.1.5 Análises pelo formato dos grãos........................................................ 27
2.7.1.6 Análises pelo índice de plasticidade e limite de liquidez.................... 27
2.7.1.7 Análises pela presença de finos........................................................ 28
2.7.1.8 Análises pelo parâmetro de estado in situ.......................................... 30
vii
2.7.2 Teoria dos estados críticos..................................................................... 31
2.7.2.1 Critério do índice de vazios críticos.................................................... 31
2.7.2.2 Critério do estado de deformação...................................................... 33
2.7.2.3 Critério do parâmetro de estado........................................................ 35
2.7.3 Fluxo por liquefação............................................................................... 37
2.7.4 Influência do excesso de poropressão.................................................... 38
2.8 Método dos elementos finitos em obras geotécnicas................................... 39
3 – MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................... 40
3.1 Materiais...................................................................................................... 40
3.2 Métodos....................................................................................................... 40
3.2.1 Caracterização....................................................................................... 40
3.2.1.1 Granulometria................................................................................... 41
3.2.1.1.1 Análise granulométrica FEUP...................................................... 41
3.2.1.1.2 Análise granulométrica EE/UFMG................................................ 45
3.2.1.2 Massa específica (Gs)....................................................................... 48
3.2.1.2.1 Massa específica FEUP............................................................... 48
3.2.1.2.2 Massa específica EE/UFMG........................................................ 50
3.2.2 Consolidação e Adensamento................................................................ 53
3.2.2.1 Edométrico FEUP.............................................................................. 53
3.2.2.2 Edométrico EE/UFMG....................................................................... 54
3.2.3 Resistência............................................................................................. 55
3.2.3.1 Ensaios triaxiais executados na FEUP.............................................. 56
3.2.3.1.1 Preparação das amostras e instalação da câmara....................... 56
3.2.3.1.2 Passagem de CO2, percolação, saturação e verificação da
saturação.................................................................................................... 60
3.2.3.1.3 Consolidação das amostras......................................................... 62
3.2.3.1.4 Corte das amostras...................................................................... 62
3.2.3.1.5 Congelamento da amostra e da base........................................... 63
3.2.3.2 Ensaios triaxiais executados na EE/UFMG....................................... 64
3.2.3.2.1 Preparação das amostras e instalação da câmara....................... 64
3.2.3.2.2 Percolação, saturação e verificação da saturação........................ 67
3.2.3.2.3 Consolidação das amostras......................................................... 68
3.2.3.2.4 Corte das amostras...................................................................... 69
4 – RESULTADOS E CONCLUSÕES............................................................... 72
4.1 Ensaios de caracterização dos rejeitos........................................................ 72
4.2 Ensaios de compressibilidade..................................................................... 76
4.3 Ensaio de resistência................................................................................... 77
4.4 Modelação numérica no software RS2 utilizando modelo NORSAND......... 85
viii
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................92
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................. 94
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1.01 – Produção brasileira e mundial de minério de ferro, (adaptado
DTTM/SGM 2019)......................................................................................... 2
Figura 2.01 – Diagrama representativo de tratamento de minério, (Luz e Lins,
2018)............................................................................................................. 6
Figura 2.02 – Método construtivo de alteamento a montante (adaptado de Vick,
1983)............................................................................................................. 9
Figura 2.03 – Detalhe de situação dos drenos (Cardozo, et al., 2016)............. 10
Figura 2.04 – Método construtivo de alteamento a jusante (adaptado de Vick,
1983)........................................................................................................... 11
Figura 2.05 – Método construtivo de alteamento por linhas de centro (adaptado
de Vick,1983).............................................................................................. 12
Figura 2.06 – Curvas granulométricas de rejeitos de minério de ferro da região
do quadrilátero ferrífero (Pereira, 2012)...................................................... 14
Figura 2.07 – Faixas granulométricas dos principais rejeitos das usinas de
minério de ferro da região do quadrilátero ferrífero (Guimarães, 2011)....... 15
Figura 2.08 – Faixas granulométricas propostas por Tsuchida (1970) (retirado de
Junior et al., 2019)....................................................................................... 21
Figura 2.09 – Estudos de materiais de Olson com a envoltória de Fear e
Robertson (1995) propostas por Olson (2001) (APVD Junior et al., 2019).. 23
Figura 2.10 – Diagrama Qtn x IG para identificação de microestrutura nos solos
(APVD Junior et al., 2019)........................................................................... 25
Figura 2.11 – Diagrama para classificação de solos SBTn atualizado (APVD
Junior et al., 2019)....................................................................................... 27
Figura 2.12 – Efeitos do teor de finos nas razões de vazio máximo e mínimo para
areias siltosas (Lade et al., 2009)................................................................ 28
Figura 2.13 – Relação entre a variação da compressibilidade com o teor de finos
e a densidade relativa (Lade et al., 2009).................................................... 29
Figura 2.14 – Trajetórias de tensões efetivas de ensaios triaxiais não drenados
em amostras com diferentes tensões efetivas e teor de finos constante (Lade
et al., 2009)................................................................................................. 30
Figura 2.15 – (a) gráfico Tensão x deformação (b)gráfico Tensão x índice de
vazios para amostras soltas e densas de areia (Kramer, 1996).................. 31
x
Figura 2.16 – Linha de vazios crítica delimitando o estado denso e o solto
(Kramer, 1996)............................................................................................ 32
Figura 2.17 – (a) escala aritmética (b) escala logarítmica do comportamento de
areias soltas e densas em condições drenadas e não drenadas (Kramer,
1996)........................................................................................................... 32
Figura 2.18 – Linha de estados críticos delimitando comportamentos
susceptíveis a liquefação e não susceptíveis a liquefação (Kramer,
1996)........................................................................................................... 33
Figura 2.19 – Liquefação, liquefação limitada e dilatação em ensaios de
carregamento estático realizados por Castro em 1969 (Kramer,
1996)........................................................................................................... 33
Figura 2.20 – Projeção tridimensional da linha de estado permanente (Kramer,
1996)........................................................................................................... 34
Figura 2.21 – Demonstração do parâmetro de estado (Kramer,
1996)........................................................................................................... 36
Figura 2.22 – Respostas de cinco ensaios triaxiais consolidados isotropicamente
com o mesmo índice de vazios inicial em diferentes tensões de
confinamento. Determinação da superfície de fluxo por liquefação nas
amostras C, D e E nos pontos marcados com um x (Kramer,
1996)........................................................................................................... 38
Figura 2.23 – Zona suscetível à liquefação por fluxo (Kramer, 1996)................ 39
Figura 3.01 – Exemplo de barragem com rejeitos de Minério de Ferro da região
do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, Brasil (Fonte:
www.estadodeminas.com.br, 2019)............................................................ 40
Figura 3.02 – Rejeito sobre tábua de esquartelamento ..................................... 41
Figura 3.03 – Rejeito em repouso ..................................................................... 42
Figura 3.04 – Rejeito no dispersor ..................................................................... 42
Figura 3.05 – Rejeito grosso retirado da estufa ................................................. 43
Figura 3.06 – Peneiras no agitador ................................................................... 43
Figura 3.07 – Rejeito grosso separado por peneiras ......................................... 44
Figura 3.08 – Medição da temperatura e densidade da amostra ...................... 44
Figura 3.09 – Rejeito em umidade higroscópica ................................................ 45
Figura 3.10 – Rejeito destorroado e homogeneizado ........................................ 45
Figura 3.11 – Medição da densidade ................................................................ 46
xi
Figura 3.12 – Material dentro da estufa utilizada na EE/UFMG ........................ 47
Figura 3.13 – Peneiras no agitador da EE/UFMG ............................................. 47
Figura 3.14 – Rejeito sendo despejado no picnômetro...................................... 48
Figura 3.15 – Rejeito sobre placa de aquecer ................................................... 49
Figura 3.16 – Tabela para determinação das massas específicas da FEUP .... 49
Figura 3.17 – Rejeito para análise da massa específica em repouso na EE/UFMG
.................................................................................................................... 50
Figura 3.18 – Aplicação do vácuo sobre o rejeito na EE/UFMG........................ 51
Figura 3.19 – Tabela para determinação das massas específicas da EE/UFMG
.................................................................................................................... 52
Figura 3.20 – Equipamento para ensaio Edométrico da Universidade do Porto
.................................................................................................................... 53
Figura 3.21 – Equipamento para ensaio Edométrico da EE/UFMG................... 54
Figura 3.22 – Amostra para ensaio Edométrico da EE/UFMG .......................... 54
Figura 3.23 – Exemplo de câmara triaxial convencional utilizada (Fonte: Matos
Fernandes, 2017)........................................................................................ 55
Figura 3.24 – Homogeneização de amostra para ensaio triaxial da FEUP
.................................................................................................................... 56
xii
Figura 3.35 – Amostra para ensaio triaxial da EE/UFMG .................................. 66
Figura 3.36 – Enchimento da câmara com a amostra para ensaio triaxial da
EE/UFMG ................................................................................................... 67
Figura 3.37 – Saturação da amostra para ensaio triaxial da EE/UFMG ............ 68
Figura 3.38 – Manômetro utilizado no ensaio triaxial da EE/UFMG .................. 68
Figura 3.39 – Painel de pressões utilizado no ensaio triaxial da EE/UFMG...... 69
Figura 3.40 – Ensaio não drenado executado na EE/UFMG............................ 70
Figura 3.41 – Ensaio drenado rompido executado na EE/UFMG...................... 71
Figura 4.01 – Curva granulométrica obtida na FEUP......................................... 72
Figura 4.02 – Curvas granulométricas obtidas na EE/UFMG em ensaios com e
sem defloculante ........................................................................................ 73
Figura 4.03 – Curvas granulométricas obtidas na FEUP e na EE/UFMG em
ensaios com defloculante ........................................................................... 74
Figura 4.04 – Tabela para determinação do GS da EE/UFMG ......................... 75
Figura 4.05 – Curva de compressibilidade obtida nos ensaios na FEUP........... 76
Figura 4.06 – LEC no plano p’ x e definida na FEUP ........................................ 79
Figura 4.07 – LEC no plano p’ x e definida na EE/UFMG ................................. 79
Figura 4.08 – LEC no plano p’ x e (FEUP e EE/UFMG)..................................... 80
Figura 4.09 – Gráfico p’ x q da FEUP ................................................................ 81
Figura 4.10 – Gráfico p’ x q da EE/UFMG ......................................................... 81
Figura 4.11 – Gráfico p’ x e da EE/UFMG com ensaio não drenado ................ 82
Figura 4.12 – Gráfico p’ x q da EE/UFMG com ensaio não drenado ................ 82
Figura 4.13 – Gráfico εa x q da FEUP ................................................................ 83
Figura 4.14 – Gráfico εa x εv da FEUP ............................................................... 84
Figura 4.15 – Gráfico εa x q da EE/UFMG ......................................................... 84
Figura 4.16 – Gráfico εa x εv da EE/UFMG ........................................................ 84
xiii
Figura 4.20 – Melhor ajuste encontrado representado no gráfico εa x εv FEUP
.................................................................................................................... 88
Figura 4.21 – Melhor ajuste encontrado representado no gráfico q x p’ FEUP
.................................................................................................................... 88
Figura 4.22 – Melhor ajuste encontrado representado no gráfico εa x q EE/UFMG
.................................................................................................................... 89
Figura 4.23 – Melhor ajuste encontrado representado no gráfico εa x εv
EE/UFMG................................................................................................... 90
xiv
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 4.01 – Resumo das condições iniciais dos corpos de prova para cada
fase dos ensaios triaxiais na FEUP ............................................................. 78
Tabela 4.02 – Resumo das condições iniciais dos corpos de prova para cada
fase dos ensaios triaxiais na EE/UFMG....................................................... 78
Tabela 4.03 – Parâmetros do modelo NorSand assumidos neste estudo de
sensibilidade, enquadrados pelos valores típico de acordo com Jefferies e
Been (2016)................................................................................................ 87
xv
SIMBOLOGIA
ALFABETO LATINO
xvi
M Rácio de tensões no estado crítico
n Expoente de correção para o solo
p' Tensão efetiva média
pa Pressão atmosférica
Qtn Resistência de ponta do cone normalizada com uma
variável expoente de estresse
Qtn,cs Resistência de ponta normalizada corrigida
q Tensão de desvio
qc Resistência de ponta medida em campo
qc1 Resistência de ponta normalizada pela tensão vertical
efetiva
qc2 Resistência de ponta corrigida
qn Resistência de cone
qt Resistencia de ponta corrigida
Wd Peso seco
w Teor de umidade
χ Parâmetro que relaciona a dilatância máxima com o
parâmetro de estado
ALFABETO GREGO
υ Coeficiente de Poisson
xvii
SIGLAS
xviii
NP Norma Portuguesa
SBTn Classificação pelo tipo de comportamento do solo
SCPTu Ensaio de cone sísmico com leituras de poropressões
SGM Secretaria de Geologia, Mineração e Transformação
Mineral
SiO2 Dióxido de silício
SPT Sondagem à percussão
SSL Linha de estado permanente
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
USEPA Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos
xix
1. INTRODUÇÃO
1.1. Relevância da pesquisa
1
Figura 1.01 – Produção brasileira e mundial de minério de ferro, (adaptado DTTM/SGM 2019).
1.2. Objetivos
2
1.2.2. Objetivos Específicos
3
No Capítulo 3 é apresentada toda a metodologia de trabalho deste estudo,
esclarecendo, com detalhes, como são executados os ensaios de laboratório
tanto na FEUP como na EE/UFMG.
No Capítulo 4 apresenta-se os resultados de todos os ensaios executados
nesse trabalho e as análises dos resultados experimentais. Nesse capítulo é
feita, ainda, uma comparação dos resultados experimentais com os resultados
numéricos obtidos por modelos computacionais, e discute-se os resultados
obtidos.
No Capítulo 5 fez-se as devidas considerações finais sugerindo possíveis
estudos futuros que podem ser conduzidos na sequência desse trabalho.
4
2. ESTADO DA ARTE
2.1. Introdução
5
Figura 2.01 – Diagrama representativo de tratamento de minério, (Luz e Lins, 2018).
6
No caso específico da mineração de minério de ferro, a substância de
valor econômico é a hematita. No beneficiamento esse material é separado dos
demais minerais. Assim, o minério de ferro é separado, dando origem a rejeitos
finos e muito finos e facilmente dissolvidos em água (Gomes, 2017).
Esses rejeitos podem ser divididos de acordo com a sua granulometria,
que pode ser fina, denominados lama, ou grossa, denominados granulares, e
são comumente depositados sem segregação nas barragens (IBRAM, 2016).
Os rejeitos de granulometria fina, tendem a apresentar características de
elevada compressibilidade e plasticidade e são materiais de difícil sedimentação.
Já os rejeitos de granulometria grossa apresentam, por sua vez, elevada
resistência ao cisalhamento e permeabilidade (IBRAM, 2016).
A deposição dos rejeitos de mineração é em sua maioria executada na
forma de polpa concentrada. A última etapa do processo de beneficiamento
mineral é o desaguamento ou descarte, que influencia, e muito, nas
características finais do rejeito depositado (Soares, 2010).
Quando não se executa o espessamento, que é a operação de separação
do sólido e o líquido que compõem o rejeito através da velocidade de
sedimentação, e se deposita os mesmos diretamente nas barragens, esse rejeito
recebe o nome de polpa. Nesse tipo de rejeitos, a quantidade de partículas
sólidas varia entre 30% e 40% (Bacco, 2020).
Embora essa deposição em barragens seja ainda a mais utilizada, tem-se
crescido o número de métodos que depositam os rejeitos espessados e os
armazenam com menores teores de água, sendo o grau de espessamento e o
método de deposição critérios de projeto fortemente dependentes das condições
específicas de cada instalação (Bacco, 2020).
A cada vez maior escassez de água potável, devido a fatores climáticos e
ambientais, bem como a competição pelo seu uso entre comunidades e outras
atividades de grande importância como a agricultura, é um dos fatores que
contribuem para um desenvolvimento maior de novas tecnologias para a
disposição de rejeitos da mineração (Falcucci e Peres, 2010).
Os rejeitos espessados apresentam algumas vantagens com relação aos
rejeitos não espessados, como a redução ou eliminação da segregação, o
reaproveitamento da água extraída da polpa, o aumento da resistência e a
redução da possibilidade de ocorrer lixiviação e liquefação (Rankin, 2011).
8
aumentos subsequentes são executados de acordo com o enchimento da
barragem anterior com a deposição do material (Bacco, 2020).
O método construtivo de alteamento por etapas apresenta vantagens
significativas do ponto de vista financeiro, uma vez que as despesas de
construção são distribuídas ao longo da vida útil da barragem. Além disso não é
necessário a disponibilidade imediata do quantitativo total de material que será
utilizado na construção, permitindo uma maior flexibilidade quanto a seleção dos
materiais para a execução dos alteamentos (Vick, 1983).
9
Por ser o método de alteamento de menor custo construtivo, esse foi
amplamente empregado ao longo de anos em diversas localidades do mundo.
Entretanto, devido a altos riscos associados a tal método, esse foi proibido por
diversos países e órgãos regulamentadores, principalmente em países com
grande atividade sísmica ou de altos índices pluviométricos (Araujo, 2006).
Um dos grandes riscos do alteamento a montante de barragens situa-se
no fato de os alteamentos posteriores ao dique de partida serem fundados sobre
o próprio rejeito, que normalmente, não se encontra em níveis adequados de
densificação, podendo, dessa forma, estar suscetível a ocorrência do fenômeno
da liquefação quando submetidos a carregamentos cíclicos ou estáticos (Araujo,
2006).
Para se evitar os riscos associados a liquefação em tal método, busca-se
evitar o acúmulo de água nos rejeitos com a instalação de drenos, geralmente
na base do dique inicial, conforme apresentado na Figura 2.03. Entretanto, neste
método construtivo ainda existe uma dificuldade na implantação de um sistema
interno de drenagem eficiente para controlar o nível d’água dentro da barragem,
constituindo um problema adicional com reflexos na estabilidade da estrutura
(Araujo, 2006).
Além da drenagem, é de grande importância o controle do ritmo com que
são executados os alteamentos, adequando-os à permeabilidade dos rejeitados.
Assim pode-se buscar controlar os excessos de pressão neutra que podem levar
à redução da resistência ao corte dos rejeitos.
A construção excessivamente rápida de diversos alteamentos pode ser o
gatilho inicial do fenómeno de liquefação estática, que tem sido a causa de rotura
de diversas barragens de rejeitados construídas com o método de alteamento à
montante (Tinoco, 2017).
10
2.5.2. Método de alteamento a jusante
11
da linha de saturação na estrutura da barragem e aumentando sua estabilidade.
A barragem pelo método à jusante apresenta maior resistência que os demais
métodos, inclusive sendo capaz de resistir a qualquer tipo de forças sísmicas,
desde que projetadas para tal (Klohn, 1981). Estas estruturas têm, no entanto,
sido negligenciadas em projetos, pois estas são susceptíveis a problemas de
assentamentos excessivos associados a compressibilidade dos aterros
existentes ou devido a subsidência das fundações.
Entretanto, barragens de jusante necessitam de volumes muito maiores
de material para sua construção quando comparado aos outros métodos,
apresentando maiores custos associados ao processo de ciclonagem ou ao
empréstimo de material. Além disso, a área ocupada pelo sistema de contenção
de rejeitos por esse método é muito maior, devido ao alteamento ser feito para
jusante do dique inicial em função do acréscimo da altura (Araujo, 2006).
Figura 2.05 – Método construtivo de alteamento por linhas de centro (adaptado de Vick, 1983).
12
O comportamento geotécnico do método de linha de centro é mais
parecido com o de barragens alteadas para jusante, onde o alteamento da crista
é realizado de forma vertical, sendo o eixo vertical dos alteamentos coincidente
com o eixo do dique de partida. Neste método, pode-se utilizar zonas de
drenagem interna em todas as fases de alteamento, o que permite um maior
controle da linha de saturação e promove uma melhor dissipação das
poropressões. (IBRAM, 2016).
Uma importante vantagem que esse método apresenta, em comparação
ao método de jusante, é a redução no volume de material necessário para a
realização dos alteamentos. Outra importante vantagem é que esse método
agrega ainda a facilidade construtiva do método de alteamento a montante (U.S.
Environmental Protection Agency, 1994).
Há, no entanto, de se ressaltar que muitas vezes os alteamentos fundam-
se parcialmente em rejeitos, o que constitui por si uma situação de instabilidade
na estrutura.
13
Figura 2.06 – Curvas granulométricas de rejeitos de minério de ferro da região do quadrilátero
ferrífero (Pereira, 2012).
14
Figura 2.07 – Faixas granulométricas dos principais rejeitos das usinas de minério de ferro da
região do quadrilátero ferrífero (Guimarães, 2011).
15
2.6.3. Compressibilidade e Adensamento/Consolidação
16
ix) É valida a hipótese dos pequenos deslocamentos (linearidade
geométrica).
2.6.4. Permeabilidade
19
ondas, determinam os parâmetros elásticos no domínio das pequenas e muito
pequenas deformações.
2.7. Liquefação
Figura 2.08 – Faixas granulométricas propostas por Tsuchida (1970) (retirado de Junior et al.,
2019).
21
variando entre 10-3 e 10-2 m/s. Os solos arenosos mais suscetíveis à liquefação
são os que possuem coeficiente de permeabilidade entre 10-5 e 10-3 m/s (Junior
et al., 2019).
De acordo com Terzaghi et al. (1996), rejeitos arenosos são altamente
susceptíveis a liquefação mesmo apresentando porcentagem de finos passantes
na peneira nº 200 acima de 5%, desde que tais finos sejam compostos por
materiais não plásticos, logo materiais com baixa coesão, o que possibilita a
diminuição do volume durante o cisalhamento.
𝑞𝑐2 = 𝑞𝑐 . 𝐶𝑞 [2]
1,8
𝐶𝑞 = 𝜎, [3]
0,8+ 𝑣𝑜
𝑝𝑎
sendo:
𝜎 , 𝑣𝑜 : a tensão efetiva vertical em kPa
𝑝𝑎 : a pressão atmosférica em kPa
Figura 2.09 – Estudos de materiais de Olson com a envoltória de Fear e Robertson (1995)
propostas por Olson (2001) (APVD Junior et al., 2019).
23
No caso, ensaios SCPTu são mais utilizados na metodologia de análise
de Schnaid e Yu pois com eles é possível fazer leituras da velocidade de
propagação das ondas de cisalhamento em profundidades, o que permite a
obtenção do modulo cisalhante para pequenas deformações (Go) (Schnaid e Yu,
2007).
Schnaid e Yu (2007) propuseram a obtenção de um parâmetro de estado
(Ψ) para avaliar a susceptibilidade a liquefação do solo através da equação [4]
(Schnaid e Yu, 2007).
p, β G
ψ = α (p ) + Xln ( qo ) [4]
a c
onde:
𝛼 = -0,520
𝛽 = -0,07
𝑋 = 0,18
são valores médios de calibração sugeridos pelos autores.
Caso ψ > -0,05 o material tem comportamento contrátil e assim
susceptível a liquefação (Jefferies e Been, 2016).
24
Figura 2.10 – Diagrama Qtn x IG para identificação de microestrutura nos solos (APVD Junior et
al., 2019).
qn
Q𝑡𝑛 = pa 𝑛
[5]
( , )
𝜎 𝑣𝑜
sendo:
q n : Resistencia de cone em kPa;
p𝑎 : Pressão atmosférica em kPa;
𝜎 , 𝑣𝑜 : Tensão vertical efetiva em kPa;
𝑛 : expoente de correção para o solo especificado, sendo seu valor de 0,5 para
areias puras e próximos de 1,0 para materiais finos.
G
𝑘 ∗ 𝐺 = (q 𝑜 ) . (𝑄𝑡𝑛 0,75 ) [6]
n
sendo:
Go : Módulo cisalhante a pequenas deformações;
25
O valor de q n pode ser calculado segundo Robertson (2016) pela equação
[7].
(qt − σ𝑣 )
qn = [7]
𝑝𝑎
sendo:
q t : Resistencia de ponta corrigida em kPa;
26
Figura 2.11 – Diagrama para classificação de solos SBTn atualizado (APVD Junior et al., 2019).
𝑓𝑠
Fr = (qt − σ𝑣𝑜 )
[8]
sendo:
𝑓𝑠 : a resistência de atrito lateral do cone em kPa.
27
2.7.1.7. Análises pela presença de finos
Figura 2.12 – Efeitos do teor de finos nas razões de vazio máximo e mínimo para areias
siltosas (Lade et al., 2009)
28
Figura 2.13 – Relação entre a variação da compressibilidade com o teor de finos e a densidade
relativa (Lade et al., 2009)
29
Figura 2.14 – Trajetórias de tensões efetivas de ensaios triaxiais não drenados em amostras
com diferentes tensões efetivas e teor de finos constante (Lade et al., 2009)
30
colapso total ocorre como resultado da liquefação completa, enquanto os valores
do Ψ menores do que 0,1 estão associados a condições estáveis. Uma
dificuldade encontrada nesse estudo foi medir o peso do volume in situ e
recuperar amostras não perturbadas em solos sem coesão, o que torna a
previsão do parâmetro de estado difícil e não confiável. No caso de areias e
sedimentos, as correlações do tipo Ψ são estabelecidas por meio de testes de
penetração padrão ou de cone, no entanto, a resistência à penetração não é
sensível ao histórico de tensão-deformação ou cimentação Inter partículas por
causa de efeitos químicos secundários e outros efeitos, levando a previsões
dispersas de Ψ.
Figura 2.15 – (a) gráfico Tensão x deformação (b)gráfico Tensão x índice de vazios
para amostras soltas e densas de areia (Kramer, 1996).
31
Procedendo com ensaios em diferentes pressões de confinamento
efetivas, Casagrande (1936) determinou que o índice de vazios crítico
relacionava exclusivamente com a pressão efetiva de confinamento,
determinando assim a linha de estado crítico (Figura 2.16) onde essa delimita a
fronteira entre os estados solto, que contrai, e denso, que dilata (Kramer, 1996).
Figura 2.16 – Linha de vazios crítica delimitando o estado denso e o solto (Kramer,
1996).
Figura 2.17 – (a) escala aritmética (b) escala logarítmica do comportamento de areias soltas e
densas em condições drenadas e não drenadas (Kramer, 1996).
32
susceptíveis a liquefação. Já os solos abaixo e a esquerda da linha não são
susceptíveis a liquefação (Kramer, 1996).
33
Amostras muito soltas, como a amostra (A) nos gráficos, exibem um pico
de resistência não drenada em pequenas tensões de cisalhamento e, em
seguida, colapsam para fluir rapidamente para grandes deformações a baixas
pressões de confinamento efetiva e baixa resistência a grandes deformações.
Esse comportamento hoje é conhecido como fluxo por liquefação (Kramer,
1996).
Amostras densas, como a amostra (B) nos gráficos, inicialmente
contraem, mas rapidamente começam a dilatar até atingir níveis altos de tensões
de confinamento efetiva e altos valores de resistência ao cisalhamento (Kramer,
1996).
Amostras com densidades intermediárias, como a amostra (C) nos
gráficos, desenvolvem um pico de resistência no início dos ensaios em baixa
tensão, seguido de um amolecimento que se mantem até que novas dilatações
ocorram. Essa mudança do comportamento contrativo para dilatante ocorre no
ponto conhecido como transformação de fase. Carregamentos adicionais sobre
a amostra produzem dilatações mesmo sob altas tensões de confinamento e,
consequentemente, maiores resistência a grandes deformações. Esse
comportamento foi descrito como liquefação limitada (Kramer, 1996).
Com os resultados obtidos, Castro (1969) relacionou a tensão de
confinamento efetiva com o índice de vazios das amostras para grandes
deformações. Esta linha foi nomeada como linha de estado permanente, sendo
essa linha representante do estado limitante onde uma massa de partículas se
deforma continuamente, com volume, tensão efetiva, tensão cisalhante e
velocidade constantes (Figura 2.20).
34
2.7.2.3. Critério do parâmetro de estado
Ψ = 𝑒 − 𝑒𝑠𝑠 [9]
35
Figura 2.21 –Demonstração do parâmetro de estado (Kramer, 1996).
onde Kc é o coeficiente de correção que pode ser obtido pelas equações [12] e
[13] onde Ic é o índice de classificação do tipo de material no ábaco SBTn de
Robertson (2009).
36
2.7.3. Fluxo por liquefação
Hanzawa et al. (1979) foi o primeiro a mostrar que para além dos solos
argilosos, areias soltas e saturadas, quando carregadas em condições não
drenadas, apresentam um comportamento de suavização de deformação
(amolecimento), que é caracterizado por um pico na resistência ao cisalhamento,
a partir do qual o solo passa a apresenta maior instabilidade e tende a se
deformar até atingir a resistência cisalhante liquefeita, no estado permanente
mostrado na Figura 2.20 (Kramer, 1996).
Esse comportamento, conforme discutido no tópico 2.7.2.3 é típico de
solos que tendem a ter redução de volume (contrativos), por fluxo, após terem
atingido um valor de resistência de pico com baixas deformações.
Se considerarmos diferentes amostras de solos com os mesmos índices
de vazios, em ensaios triaxiais não drenados, mas submetidas a diferentes
tensões de confinamento, percebe-se que todas as amostras alcançarão as
mesmas condições de tensão efetiva no estado permanente, entretanto através
de caminhos de tensões diferentes. Analisando a Figura 2.22, observa-se que
as amostras A e B estão abaixo da linha de estado permanente, logo exibem
comportamento expansivo ao cisalhar. As amostras C, D e E por estarem acima
de tal linha, exibem comportamento contrativo. Cada uma delas atinge seu pico
de tensão e após isso rapidamente convergem para o estado permanente. As
amostras C, D, e E por apresentarem comportamento contrativo, estão
suscetíveis a liquefação por fluxo, essa que é iniciada nos picos de seus
caminhos demarcados com um (x) no trajeto (Kramer, 1996).
Percebe-se nas amostras suscetíveis a liquefação, C, D e E, que seus
valores de pico de resistência ao cisalhamento se alinham definindo assim uma
fronteira entre comportamentos estáveis e não estáveis durante o cisalhamento.
Essa linha é denominada superfície de fluxo por liquefação e representada pela
linha tracejada na Figura 2.22 (Kramer, 1996).
37
Figura 2.22 – Respostas de cinco ensaios triaxiais consolidados isotropicamente com o mesmo
índice de vazios inicial em diferentes tensões de confinamento. Determinação da superfície de
fluxo por liquefação nas amostras C, D e E nos pontos marcados com um x (Kramer, 1996).
38
Figura 2.23 – Zona suscetível à liquefação por fluxo (Kramer, 1996).
3.1. Materiais
3.2. Métodos
3.2.1. Caracterização
3.2.1.1. Granulometria
41
Figura 3.03 – Rejeito em repouso.
42
Figura 3.05 – Rejeito grosso retirado da estufa.
43
Figura 3.07 – Rejeito grosso separado por peneiras.
44
3.2.1.1.2. Análise granulométrica EE/UFMG
45
material passou na peneira, sendo assim deu-se continuidade com o processo
da norma para o material fino.
O rejeito que passou na peneira de abertura 2,0mm, considerado material
fino, é pesado e em uma massa de 120 gramas desse foi adicionado o
defloculante na proporção considerada pela norma. Foram separadas 3
amostras desse material para determinação do teor de umidade. Esse material
é então agitado em um béquer e colocado em repouso por 24 horas, sendo o
tempo mínimo de norma de 12 horas.
Posteriormente, a esse material é adicionada água destilada e colocado
em um dispersor por 15 minutos.
O material então é despejado em um provete e completo até 1000 ml. Em
seguida é agitado de modo a manter as partículas em suspensão em intervalos
constantes até que a temperatura se estabilize. Iniciou-se então a medição das
densidades em intervalos de tempo de 0,5, 1, 2, 4, 8, 15, 30, 60, 120, 240, 480
e 1440 minutos (Figura 3.11).
Resalta-se que todo o ensaio foi feito em local com temperatura constante.
Após a última medição, passou-se o material na peneira de abertura
0,075mm e o material retido foi bem lavado e posteriormente colocado em uma
estufa a 110ºC para a completa secagem (Figura 3.12).
46
Figura 3.12 – Material dentro da estufa utilizada na EE/UFMG.
47
3.2.1.2. Massa específica
48
Figura 3.15 – Rejeito sobre placa de aquecer.
49
3.2.1.2.2. Massa específica EE/UFMG
50
Figura 3.18 – Aplicação do vácuo sobre o rejeito na EE/UFMG.
51
Figura 3.19 – Tabela para determinação das massas específicas da EE/UFMG.
52
3.2.2. Consolidação e Adensamento
53
3.2.2.2. Edométrico EE/UFMG
54
Os deslocamentos verticais foram medidos por um deflectômetro
analógico executando leituras nos prazos de tempo, em cada escalão, de 15 e
30 segundos, 1, 2, 4, 8, 15, 30 minutos e 1, 2, 4, 8, 24 horas.
O ensaio foi feito com 11 escalões de carregamento diferentes, sendo
assim, foram aplicadas as tensões correspondentes a 2,5, 5, 10, 13, 25, 51, 102,
204, 407, 815, 1630 kPa. Foram feitos também 11 escalões de descarregamento
diferentes, sendo aplicadas as mesmas tensões correspondentes ao
carregamento na mesma proporção.
3.2.3. Resistência
Figura 3.23 – Exemplo de câmara triaxial convencional utilizada (Matos Fernandes, 2017).
55
Nesse tipo de câmara, a célula tem paredes de acrílico que são fixadas
na base e no topo da célula por meio de tirantes de pressão. No topo da câmara
situa-se um embolo que faz a aplicação da força vertical medida pela célula de
carga. Na base, situa-se um sistema de dutos que se conectam ao exterior por
meio de torneiras que por sua vez podem ser conectadas a transdutores para
medir as pressões ou os volumes de água deslocados para o exterior.
O provete é posicionado sobre a base na posição central da câmara e
deve ser protegida por uma membrana impermeável de modo a manter a
estanqueidade do solo dentro da membrana. Para que tal estanqueidade seja
garantida. O-rings são ajustados na base e no topo fixando a membrana.
57
Figura 3.26 – Montagem de camada do provete para ensaio triaxial da FEUP.
58
Figura 3.27 – Retirada do corpo de molde do provete para ensaio triaxial da FEUP.
59
Figura 3.28 – Enchimento da câmara para ensaio triaxial da FEUP.
60
Figura 3.29 – Passagem de CO2 no provete para ensaio triaxial da FEUP.
61
A verificação do grau de saturação por sua vez é feita através da medição
do parâmetro B de Skempton. Para isso, aplicou-se um aumento de pressão na
câmara e, com a válvula de topo/saída da água fechada, mediu-se a variação da
pressão no provete. Se o provete estiver próximo da saturação, praticamente
todo o aumento de tensão será equilibrado por meio de um excesso de pressão
neutra, ficando o parâmetro B próximo da unidade. Tal parâmetro é assim
calculado através da expressão [14].
∆𝑢
𝐵 = ∆𝜎 [14]
3
O corte foi feito com a aplicação de uma força axial sobre o corpo de prova
de modo que levasse essa a ruptura. Essa etapa pode ser executada de forma
drenada ou não drenada, sendo os ensaios desse trabalho, executados na
FEUP, todos drenados. Pode-se executar também o controle das deformações
ou das tensões.
A utilização de topos guiados pelo laboratório da FEUP proporciona ao
ensaio alcançar deformações mais elevadas sem que ocorra rupturas
localizadas no provete.
Os ensaios na FEUP foram feitos com uma variação de deformação
controlada de forma a manter sempre à poropressão interna dos corpos de prova
o mais próximo possível de zero, sendo o ensaio de 100kPa executado a uma
deformação média de 0,027mm/min; o ensaio de 200kPa executado a uma
62
deformação média de 0,025mm/min e o de 400kPa executado a uma
deformação média de 0,028mm/min.
O deslocamento relativo entre a câmara triaxial e o pistão de carga foi
medido através de um LVDT fixado sobre a superfície da câmara. O medidor de
volumes foi utilizado também nesta etapa para a medição do volume deslocado
no corte. Transdutores de pressão faziam o controle das pressões internas do
provete e da câmara. Todo o monitoramento e a aquisição de dados foram feitos
pelo programa MultiGEO, desenvolvido na própria FEUP. A carga vertical
aplicada é medida através de uma célula de carga embutida no êmbolo. Na
FEUP, estas células de carga são submersíveis, podendo ser colocadas no
interior da câmara triaxial, e assim evitando que a fricção associada ao
movimento do pistão afete os resultados.
A Figura 3.31 apresenta um ensaio em execução, durante a fase de corte,
no laboratório da FEUP.
63
Com o congelamento, conserva-se toda a água que está no corpo de prova
saturado, sendo assim possível determinar de forma mais precisa seu volume.
Com esse volume, utilizando a equação [15], é possível determinar com maior
precisão o índice de vazios final.
𝐺 ×𝑤
e= [15]
𝑆
64
trabalhabilidade nesse laboratório, e procedeu-se com a completa
homogeneização.
Os provetes foram moldados em corpos de moldes sobre as bases das
câmaras triaxiais, sendo que as dimensões dos moldes da EE/UFMG foram de
aproximadamente 53 mm de diâmetro e 110 mm de altura.
Nos ensaios da EE/UFMG foram utilizadas bases não lubrificadas.
A Figura 3.33 apresenta o molde sobre a base da câmara triaxial, já
preparado para receber o material para confecção do corpo de prova.
Os corpos de prova foram todos moldados do lado solto. De modo a obter uma
maior proximidade entre os índices de vazios, utilizou-se o procedimento de
under compaction, sendo exemplificado na Figura 3.34 o processo de pesagem
de uma das camadas para um dos ensaios.
65
Figura 3.34 – Peso de rejeito em uma camada para ensaio triaxial da EE/UFMG.
66
Após a tomada das medidas do corpo de prova, procedeu-se com a
instalação da câmara de acrílico e o enchimento da mesma com água desareada
(Figura 3.36).
O equipamento onde se executaram os ensaios triaxiais na EE/UFMG é
da marca Wille Geotechnik, (Figura 3.36).
Figura 3.36 – Enchimento da câmara com o provete para ensaio triaxial da EE/UFMG.
67
aplicado um diferencial de pressão de 40kPa na câmara com o corpo de prova
isolado.
68
durante os ensaios a uma taxa de 10kPa/min, devido a esse aumento ter sido
feito de forma manual e as limitações de tempo impostas pela pandemia de
Covid 19, e com o controle através do manômetro para que não ocorresse
excessos de pressão neutra dentro do corpo de prova. Todo o processo foi
executado de modo manual através do painel de pressões (Figura 3.39).
Nessa fase, os ensaios são feitos em condições drenadas, sendo utilizado
uma bureta graduada para medição do volume deslocado em intervalos de
tempo pré definidos em tabelas da EE/UFMG. A consolidação é considerada
completa quando a variação de volume passa a ser constante ao longo do
tempo. Devido a limitações de tempo dentro das instalações da UFMG por conta
a pandemia de Covid19, não eram possíveis fazer as medições de 8 horas de
consolidação e de 16 horas de consolidação, sendo feitas medições nos
intervalos de 21 horas e 24 horas e verificado nesses dois intervalos se a
variação de volume permanecia constante ao longo do tempo.
69
velocidade foi definida tendo em conta o tempo diário disponível nas instalações
da UFMG.
A verificação dos excessos de poropressão internos no corpo de prova
eram feitos com o manômetro ótico de escala de 20kPa, não sendo verificados
excessos de poropressão nos ensaios drenados. Deduziu-se assim que as
variações da poropressão foram mínimas de forma a não influir no corte.
O deslocamento relativo entre a câmara triaxial e o pistão de carga foi
medido no próprio equipamento da Wille que possuía a medição do
deslocamento durante o corte. O volume deslocado nos ensaios drenados foi
medido através da bureta graduada conectada a base do provete. Todo o
monitoramento e aquisição de dados foi executado de forma manual com o
auxílio da tabela utilizada na EE/UFMG.
A Figura 3.40 apresenta, a título de exemplo, o ensaio não drenado, na
fase de corte em execução, no laboratório da EE/UFMG. No provete não
drenado, além do manômetro de escala de 20kPa, utilizou-se também um
manômetro de escala de 5kPa.
A Figura 3.41 apresenta o corpo de prova do ensaio drenado com tensão
de confinamento de 100kPa após rotura.
70
Figura 3.41 – Ensaio drenado rompido executado na EE/UFMG.
71
4. RESULTADOS E CONCLUSÕES
0,180
0,250
0,841
100
90
80
70
% Passados
60
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1
Diâmetro equivalente das partículas (mm)
72
Um detalhe importante é que em ambos os ensaios, com e sem
defloculante, segundo a ASTM o rejeito é classificado como silte com grande
quantidade de areia. Entretanto, a quantidade de material siltoso quando
comparadas as normas ABTN reduz drasticamente. Tal fato, se deve as
diferenças entre os sistemas de classificação no diâmetro considerado das
partículas de silte, sendo na ABNT entre 0,002 mm e 0,06 mm e na ASTM entre
0,002 mm e 0,075 mm
Também foram executados na EE/UFMG ensaios para determinação dos
Limites de Atterberg e que chegaram as mesmas conclusões dos ensaios
realizados na FEUP, sendo o rejeito classificado como não plástico.
0,074
0,105
0,180
0,250
0,841
100
90
Sem Defloculante
80
EE/UFMG
70
Com Defloculante
% Passados
60 EE/UFMG
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1
Diâmetro equivalente das partículas (mm)
73
0,074
0,105
0,180
0,250
0,841
100
90
FEUP
80
70 Com Defloculante
% Passados
60 EE/UFMG
50
40
30
20
10
0
0,001 0,01 0,1 1
Diâmetro equivalente das partículas (mm)
Figura 4.03 – Curvas granulométricas obtidas na FEUP e na EE/UFMG em ensaios com
defloculante (Fonte: Autor, 2020).
74
Figura 4.04 – Tabela para determinação do GS da EE/UFMG.
75
4.2. Ensaios de compressibilidade unidimensional (Edométrico)
1,40
1,30
1,20
1,10
e, Indice de Vazios
CC 1
CR 1
1,00
CR 2
0,90
CC 2
0,80
Cs
0,70
0,60
1 10 100 1000 10000
, Tensão ( kPa )
Figura 4.05 – Curva de compressibilidade obtida nos ensaios na FEUP.
76
nos valores de tensões mais baixos, o rejeito sofre deformações pequenas e
reversíveis, sendo esse comportamento elástico; e nos valores de altas tensões,
esse sofre grandes deformações que são irreversíveis, sendo esse
comportamento plástico. Nas tensões mais elevadas, percebe-se uma tendência
de evolução do ramo virgem, provavelmente devido a geração de finos no
provete.
Com base no gráfico, pode-se calcular o índice de compressibilidade do
solo, que é definido como o declive do trecho virgem através da expressão [16]
sendo o valor desse de 0,177.
∆𝑒
𝐶𝑐 = − ∆log (𝜎′ 𝑣) [16]
∆𝑒
𝐶𝑠 = − ∆log (𝜎′ 𝑣) [17]
∆𝑒
𝐶𝑟 = − ∆log (𝜎′ 𝑣) [18]
77
Tabela 4.01 – Resumo das condições iniciais dos corpos de prova para cada fase dos ensaios
triaxiais na FEUP.
Peso
Peso Seco Peso
Tensão Húmido Teor de Índice de
Diâmetro Altura do Volúmico
Efectiva do Água Vazios
Provete seco
Fase Provete
σ’c D H W Wd w d
e
(kPa) (mm) (mm) (g) (g) (%) (kg/m³)
A 71,22 143,68 1227,21 1146,28 7,1 19,6 1,27
100 B 67,56 136,83 1384,48 1145,88 20,8 22,9 0,95
C 77,65 97,83 1357,20 1145,88 18,4 24,3 0,84
A 71,55 143,55 1227,21 1139,99 7,7 19,4 1,30
200 B 67,44 135,96 1373,15 1137,57 20,7 23,0 0,94
C 76,40 99,40 1343,12 1137,57 18,1 24,5 0,82
A 70,87 144,09 1148,73 1095,83 4,8 18,9 1,36
400 B 65,78 134,76 1312,97 1095,94 19,8 23,5 0,90
C 74,69 98,24 1285,44 1095,94 17,3 25,0 0,79
Tabela 4.02 – Resumo das condições iniciais dos corpos de prova para cada fase dos ensaios
triaxiais na EE/UFMG.
Peso
Peso Seco Peso
Tensão Húmido Teor de Índice de
Diâmetro Altura do Volúmico
Efectiva do Água Vazios
Provete seco
Fase Provete
σ’c D H W Wd w d
e
(kPa) (mm) (mm) (g) (g) (%) (kg/m³)
A 53,00 110,00 562,91 532,05 5,8 21,5 1,20
100 B 50,36 105,06 606,42 501,36 21,0 23,5 0,95
C 55,64 83,06 599,12 501,36 19,5 24,4 0,88
A 53,00 110,00 561,31 532,05 5,5 21,5 1,20
200 B 49,20 104,20 603,36 502,25 20,1 24,9 0,92
C 54,16 82,20 594,66 502,25 18,5 26,0 0,84
A 53,00 110,00 562,38 532,05 5,7 21,5 1,20
400 B 48,60 103,50 601,78 505,35 19,1 25,8 0,87
C 53,54 81,50 593,28 505,35 17,4 27,0 0,79
78
volume específico quando p’ é 1.0 kPa (Γ) e da inclinação (λ) da LEC em ambos
os laboratórios no gráfico p’ x e, conforme as figuras 4.06 e 4.07.
1,00
0,95
0,90
Índice de vazios, e (-)
0,85
0,80
e = -0,037ln(p') + 1,0377
0,75
0,70
10 100 1000 10000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.06 – LEC no plano p’ x e, definida na FEUP.
1,00
0,95
0,90
Índice de vazios, e (-)
0,85
0,75
0,70
10 100 1000 10000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.07 – LEC no plano p’ x e, definida na EE/UFMG.
79
O gráfico da Figura 4.08 apresenta uma comparação entre as linhas de
estados críticos de ambos os laboratórios. Tais linhas apresentaram uma
tendência de proximidade nos ensaios sob tensões mais elevadas (400 kPa),
sugerindo uma tendência dos resultados nesses pontos, devido aos valores dos
índices de vazios finais dos ensaios estarem mais próximos em ambos os
laboratórios. Nos ensaios sob médias e baixas tensões, pode-se verificar uma
maior diferença entre as LEC, sendo que essa diferença pode ser explicada, em
parte, pelos diferentes índices de vazios finais dos ensaios entre os laboratórios.
Tal ocorrência pode ser explicada pelo fato de que nos ensaios sob medias e
baixas tensões os provetes da EE/UFMG, por não ter bases lubrificadas e topos
guiados, podem gerar planos de fratura mais notórios. As menores dimensões
dos provete nesse laboratório também acentuam os erros no ensaio. Por fim,
devido a maior espessura das membranas utilizadas no laboratório da
EE/UFMG, pode-se considerar que tais acabam por restringir mais os provetes
e assim alterar as tensões nas mesmas.
1,00
LEC - EE/UFMG
0,95
0,85
0,80
0,75
0,70
10 100 1000 10000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.08 – LEC no plano p’ x e, FEUP e EE/UFMG.
6×sin ∅𝐶
𝑀 = [19]
3−sin ∅𝐶
80
1200
200
0
0 200 400 600 800 1000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.09 – Gráfico p’ x q da FEUP.
1200
1000
Tensão de desvio, q (kPa)
q = 1,4493 p'
800
100kPa
600
200kPa
400 400kPa
200
0
0 200 400 600 800 1000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.10 – Gráfico p’ x q da EE/UFMG.
81
1,00
0,95
0,90
Índice de vazios, e (-)
0,85
0,80
1200
1000
Tensão de desvio, q (kPa)
q = 1,4493 p'
800
100kPa
600
200kPa
400 400kPa
200
0
0 200 400 600 800 1000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.12 – Gráfico p’ x q da EE/UFMG com ensaio não drenado.
82
do provete nesse trecho inicial pode ser confirmado pelo gráfico da variação da
poropressão pela deformação axial na Figura 4.17.
É de se verificar na Figura 4.16 a resposta inconstante, do
desenvolvimento da variação volumétrica pela variação axial do ensaio da
EE/UFMG. Tal fato pode ser o reflexo de algumas fragilidades no processo de
carregamento do provete como: o provete pode ter sido carregado de forma
inclinada, devido ao topo não ser guiado, ou esse provete pode ter sofrido
pequenas superfícies de rotura localizadas que geraram essas respostas não
homogêneas devido a ausência de bases lubrificadas do equipamento. Percebe-
se com esses resultados, como as circunstâncias do equipamento em conjunto
com a metodologia de aferição de resultados, manual nesses ensaios, pode
influenciar o decorrer dos ensaios e os resultados.
Percebe-se também na Figura 4.17 que a poropressão, após o aumento
expressivo, passou a seguir em uma constância com pequenas variações. Pode-
se considerar nesse caso que possíveis fraturas ocorreram dentro do provete,
possivelmente devido à ausência de bases lubrificadas, passando assim a ser
lido no manômetro uma pressão de água livre na fratura.
1200
1000
400kPa
800 200kPa
q [kPa]
100kPa
600
400
200
0
0 10 20 30
εa(%)
Figura 4.13 – Gráfico εa x q da FEUP.
83
7
6
5
400kPa
εv (%) 4
200kPa
3
100kPa
2
1
0
0 10 εa(%) 20 30
Figura 4.14 – Gráfico εa x εv da FEUP.
1200
1000
100kPa
800
q [kPa]
200kPa
600
400 400kPa
4
100kPa
3
εv (%)
200kPa
2
400kPa
1
600kPa Não
Drenado
0
0 5 10 15 20 25
εa(%)
Figura 4.16 – Gráfico εa x εv da EE/UFMG.
84
600
500
400
u [kPa]
600kPa Não
300
Drenado
200
100
0
0 10 20 30
εa(%)
Figura 4.17 – Gráfico εa x u dá EE/UFMG.
85
Sendo assim, para se executar a modelação, foram utilizados parâmetros
definidos por Jefferies & Been (2016), como o coeficiente de Poisson no intervalo
0,15 < ν < 0,25, e parâmetros definidos por Bedin (2009) como o módulo de
cisalhamento máximo Gmax.
Conforme explicado no capítulo 2.7.2.3, o parâmetro de estado (Ψ) dos
solos é a diferença entre o índice de vazios natural (e) e o índice de vazios crítico
(ec).
Para a determinação de alguns parâmetros necessários na aplicação do
modelo NORSAND, fez-se o uso de resultados de ensaios executados com
amostras densas na FEUP. Resultados esses que não foram obtidos nesse
trabalho.
A dilatância (D) pode ser definida como sendo a razão entre os dois
invariantes de incremento de deformação. A razão de tensões por sua vez é
definida como η.
De acordo com Jefferies & Been (2016) a abordagem convencional é
relacionar a dilatância máxima (que na verdade é Dmin devido à convenção de
compressão positiva) com o parâmetro de estado, utilizando a equação [22].
Ψ
D𝑚𝑖𝑛 = 4 1+𝑒 [22]
D𝑚𝑖𝑛 = XΨ [23]
Seguindo o descrito por Jefferies & Been (2016) acima e utilizando, além
dos resultados desse trabalho, os resultados do ensaio triaxial drenado com
amostra densa executado na FEUP, determinou-se através da equação [9] do
capítulo 2.7.2.3 o valor do parâmetro de estado de -0,097. Com este valor,
substituindo-o na equação [22], determinou-se a dilatância máxima de -0,226.
Por fim, faz-se uma simplificação utilizando o único ensaio denso obtido, e gera-
se o gráfico da Figura 4.18. Nele traça-se a reta entre o ponto de Dmin por Ψ
definido com a origem, ponto onde Ψ=0. Determina-se o valor da propriedade do
solo χ com a inclinação dessa reta, sendo esse igual a 2,33.
86
Ψ 0
-0,12 -0,1 -0,08 -0,06 -0,04 -0,02 0
-0,05
Dmin
-0,15
-0,2
-0,25
Figura 4.18 – Gráfico ψ em Dmin versus Dmin.
87
1200
400
200
0
0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025 0.030
0.007
Deformação volumetrica, εv(%)
0.006
0.005
0.004
Modelação numérica
0.003
Ensaios experimentais
0.002
0.001
0.000
0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025 0.030
1200
1000
q = 1,4391 p'
Tensão de desvio, q (kPa)
800
600
400
200
0
0 200 400 600 800 1000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.21 – Melhor ajuste encontrado representado no gráfico q x p’ FEUP.
88
Devido à ausência de resultados com ensaios densos na EE/UFMG,
utilizou-se os mesmos resultados dos parâmetros definidos em ensaios densos
da FEUP na modelação numérica feita para os ensaios da EE/UFMG. Fez-se
assim uma mescla entre esses parâmetros determinados por ensaios densos,
definidos na FEUP, e os parâmetros definidos nos ensaios soltos que
determinaram a LEC da EE/UFMG. Devido a diferença de resultados obtidos nos
ensaios da FEUP e da EE/UFMG, percebe-se que essa mescla leva a uma maior
diferença entre os resultados da modelação quando comparados aos ensaios
experimentais nesse laboratório, mesmo procedendo ao melhor ajuste dos
parâmetros utilizados. Por uma análise meramente acadêmica, prossegui com
as modelações para verificar a influência de tal mescla de resultados.
A Figura 4.22 a seguir mostra as comparações entre os gráficos εa x q
obtidos na modelação numérica no modelo NORSAND e os resultados obtidos
na EE/UFMG, e a Figura 4.23 demonstra as diferenças para o gráfico εa x εv. O
gráfico da Figura 4.24 por sua vez apresenta o gráfico p’ x q obtido na
modelação.
Conclui-se que os resultados da modelação nesse caso já não ficam tão
próximos dos obtidos nos ensaios experimentais, percebendo neles uma maior
diferença entre as tensões máximas de desvio.
1200
1000
Tensão de desvio, q (kPa)
Modelação numérica
800
Ensaios experimentais
600
400
200
0
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
89
5
4,5
1200
1000
Tensão de desvio, q (kPa)
400
200
0
0 200 400 600 800 1000
90
1,00
Ensaios experimentais
0,95
Modelação numérica
0,85
0,80
0,75
0,70
10 100 1000 10000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.25 – Comparação entre resultados da modelação numérica e ensaios experimentais
no gráfico p’ x e da FEUP.
1,00
Ensaios experimentais
0,95
Modelação numérica
0,90
Índice de vazios, e (-)
0,85
0,80
0,75
0,70
10 100 1000 10000
Tensão efetiva média, p' (kPa)
Figura 4.26 – Comparação entre resultados da modelação numérica e ensaios experimentais
no gráfico p’ x e da EE/UFMG.
91
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho buscou clarificar o comportamento dos rejeitos de minério
de ferro da região do quadrilátero ferrífero em Minas Gerais, Brasil, sobretudo
em termos de deformações e resistência.
Um determinado rejeito provindo de uma barragem de MG foi
caracterizado fisicamente nos laboratórios de Geotecnia da FEUP, seguindo as
normas Europeia, e na EE/UFMG, seguindo as normas Brasileira. Em ambas se
concluiu que o solo em estudo é não plástico, mas com curvas granulométricas
distintas nos dois laboratórios, diferenciando-se manifestamente na parcela que
distingue a parte siltosa da arenosa. Pelos resultados da FEUP, o solo foi
classificado como um silte, segundo as normas ASTM, e pelos resultados da
EE/UFMG, segundo as normas ABNT, foi classificado como um silte com areia
a silte arenoso, estando na interseção das duas classes. Tal explica-se pela
distinta forma como as normas direcionam a utilização do defloculante, sendo
importante quando se comparam classificações em laboratórios distintos.
Ainda nos ensaios de caracterização física, percebeu-se uma similaridade
no valor da massa específica das partículas sólidas em ambos os laboratórios,
sendo esse de aproximadamente 4,55.
Nos ensaios de compressibilidade, realizados na FEUP, com o material
moldado com a técnica de “moist tamping” em estado muito solto, percebeu-se
que esses rejeitos atingem um ramo “virgem” (de condição normalmente
adensada) com linearidade até tensões efetivas isotrópicas de cerca de 800kPa.
Constatou-se também, nestes ensaios, que os descarregamentos intermediários
para valores de ¼ dos escalões anteriores levaram a variações dos índices de
vazios muito moderadas, com razões entre os dois declives próximas da dezena.
Devido às limitações temporais, geradas pelos tempos de pandemia, os ensaios
edométricos não puderam ser finalizados na EE/UFMG.
Estudos adicionais, com um maior número de ensaios edométricos,
podem determinar a influência do índice de vazios inicial no comportamento
desses rejeitos durante os escalões de carregamento e assim verificar a
influência da forma de deposição desses rejeitos nas barragens.
A resistência última dos rejeitos foi definida através de ensaios triaxiais,
tendo sido estimadas linhas de estados críticos tanto para o laboratório da FEUP
como da EE/UFMG, seguindo procedimentos específicos de cada.
A posição mais elevada da LEC obtida pelos ensaios realizados na
EE/UFMG em relação a LEC da FEUP, ou seja, o valor significativamente mais
alto do índice de vazios para a tensão efetiva isotrópica padrão (designado por
, como abaixo se apresenta), conduzirá a resultados de análises de estabilidade
das estruturas erróneos se comparados aos resultados da FEUP. Tal se deve à
referenciação de índices de vazios in loco, em relação à respetiva LEC
(posicionada erradamente mais elevada no espaço de contração/dilatância), o
que conduz a parâmetros de estado mais favoráveis do que a realidade, logo
hipóteses anti-conservadoras.
Determinou-se com o auxílio do gráfico p' x q o valor correspondente ao
ângulo de resistência ao cisalhamento no estado crítico desses rejeitos, sendo
92
obtido um valor de 34,6º na FEUP e de 35,7º na EE/UFMG. Os parâmetros de
caracterização das linhas de estados críticos, respectivamente Γ e λ, foram
encontrados no gráfico p’ x e, sendo 1,037 e 0,037 na FEUP e 1,25 e 0,069 no
laboratório da EE/UFMG. Percebeu-se assim um maior diferencial nos
parâmetros de caracterização das linhas de estados críticos, que podem ser
marginalmente explicados pelos diferentes índices de vazios na moldagem dos
provetes, mas sobretudo procedimentos subsidiários diferenciados no decurso
do ensaio triaxial, tais como: a ausência de bases lubrificadas, a ausência de
topos guiados, as diferenças entre as dimensões dos provetes, a não utilização
de congelamento final para determinação mais rigorosa do teor de humidade do
corpo de prova no final do ensaios e, concomitantemente, do índice de vazios,
na EE/UFMG. Outros fatores podem ainda ser identificados, como o ensaio não
drenado executado sob altas tensões, 600 kPa, na EE/UFMG mostrar-se
coerente com os ensaios drenados para definição da LEC nesse laboratório,
muito provavelmente porque a manutenção do volume ao longo do ensaio sem
drenagem minimizou algumas diferenças.
Uma simulação de um elemento numérico (no código RS3®) com base
nas leis constitutivas do modelo NORSAND, para aferir a importância das opções
paramétricas na reprodução dos carregamentos conduzidos nos ensaios
triaxiais, demonstrou-se satisfatória e coerente para os ensaios executados na
FEUP, representando de forma próxima os resultados experimentais, o que se
espera com a introdução dos parâmetros deles deduzidos, e demais estimados
em trabalhos afins como o módulo de distorção elástico e sua relação com a
tensão de pico. Já a modelação para os ensaios da EE/UFMG, considerando a
referência dos deduzidos na FEUP, distinguiu de forma considerável as
respostas em tensões-deformação dos ensaios experimentais nesse laboratório.
Percebeu-se nos ensaios da EE/UFMG uma repetibilidade quanto a
imprecisão na definição da LEC, sendo essa repetibilidade confirmada com o
ensaio não drenado atingindo a LEC obtida nesse laboratório.
No futuro dever-se-á conduzir mais ensaios, nomeadamente com tensões
mais elevadas, em ambos os laboratórios, agregando outros eventualmente,
objetivando avaliar a sensibilidade destas significativas diferenças entre as
linhas de estados críticos deduzidas nesses laboratórios sob altas tensões.
93
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