Apostila
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Autor:
Antonio Daud
10 de Maio de 2024
Antonio Daud
Aula 01
Índice
1) Poderes Vinculado, Discricionário, Hierárquico, Disciplinar e Regulamentar
..............................................................................................................................................................................................3
2) Poder de Polícia
..............................................................................................................................................................................................
28
4) Deveres Administrativos
..............................................................................................................................................................................................
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Aula 01
INTRODUÇÃO
Olá, amigos!
Nesta aula iremos estudar os poderes e deveres que o ordenamento jurídico confere aos agentes
públicos.
Abordaremos, também, situações em que estes agentes cometem o chamado abuso de poder.
Acomodados na poltrona?!
Vamos lá!
P.S. A presente aula já se encontra atualizada com o novo entendimento do STF quanto à
delegação do poder de polícia (RE 633.782/MG).
Em frente!
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Aula 01
Noções Gerais
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA
José dos Santos Carvalho Filho1 conceitua poderes como sendo o “conjunto de prerrogativas de
direito público que a ordem jurídica confere aos agentes administrativos para o fim de permitir
que o Estado alcance seus fins”.
Para Hely Lopes Meirelles2 cada agente público “é investido da necessária parcela de poder
público para o desempenho de suas atribuições”. É justamente este poder “que empresta
autoridade ao agente público quando recebe da lei competência decisória e força para impor suas
decisões aos administrados”.
Os poderes administrativos, por sua vez, instrumentalizam os agentes públicos para o alcance das
finalidades do Estado. São prerrogativas que o ordenamento jurídico confere aos administradores
públicos.
Em resumo:
1
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 51
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 106-107.
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Aula 01
O poder administrativo, como se sabe, deve ser utilizado para o desempenho das atribuições do
agente público, não como um privilégio pessoal. Caso o agente público invoque o poder como
um capricho ou fora do exercício do cargo, ocorre o chamado abuso de poder, que trataremos
mais adiante nesta aula.
Assim, ao lado dos poderes conferidos aos agentes públicos, para que o interesse público
efetivamente se sobreponha ao particular, são impostos deveres específicos aos administradores
públicos, denominados deveres administrativos.
Percebam, assim, que tanto os poderes quanto os deveres são consequências lógicas do regime
jurídico-administrativo, caracterizado pelos princípios da supremacia do interesse público e da
indisponibilidade do interesse público
Em resumo:
Adiante vamos tratar dos principais poderes administrativos para fins de prova.
Veremos que, de acordo com o maior ou menor grau de liberdade de atuação dos agentes
públicos, o poder será vinculado ou discricionário.
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Aula 01
Se o ato visa, por sua vez, à regulamentação de determinada questão, tem lugar o poder
normativo.
Em síntese:
Poder
atuação da Administração sem nenhuma liberdade
vinculado
Poder
atuação com algum grau de liberdade
discricionário
Poder
ordenamento da Administração
hierárquico
Poder aplicação de penalidades àqueles sujeitos à disciplina
disciplinar interna da Administração
Poder
expedir regulamentos
regulamentar
Poder de imposição, a particulares, de condições e restrições ao
polícia exercício de direitos
Poder Vinculado
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Segundo Hely Lopes Meirelles3, “atos vinculados ou regrados são aqueles para os quais a lei
estabelece os requisitos e condições de sua realização”.
Nas atividades vinculadas, a lei define inteiramente como deverá ser sua execução, de sorte que
a administração apenas executa a vontade da lei, observando rigorosamente o conteúdo legal.
3
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 119.
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Aula 01
Outro exemplo consiste no lançamento de créditos tributários por um servidor da Receita Federal.
O próprio Código Tributário Nacional define que se trata de atividade “vinculada e obrigatória”.
Assim, ao agente público não cabe qualquer avaliação subjetiva quanto ao lançamento do crédito
tributário. O agente não poderia deixar de efetuar o lançamento por considerar que a empresa
está passando por um momento econômico difícil, por exemplo. Atendidas as condições legais, a
forma da atuação administrativa e seu conteúdo são definidos pela lei.
Diversamente ocorre com o poder discricionário, abordado a seguir, que efetivamente confere um
“poder” aos administradores públicos.
Poder Discricionário
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Segundo Hely Lopes Meirelles5, “discricionários são os que a Administração pode praticar com
liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu destinatário, de sua conveniência, de sua
oportunidade e de seu modo de realização”.
4
Semanticamente, “discricionário” é aquilo livre de condições, de restrições.
5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 121.
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No poder discricionário a lei estabelece limites para a atuação administrativa. Mas, dentro destes
limites, o administrador público poderá fazer seu juízo de valor, decidindo quanto à conveniência
e oportunidade da prática daquele ato.
OU
6
Uma corrente doutrinária defende, ainda, a existência de discricionariedade decorrente de omissão
legislativa. Assim, no silêncio da lei, o administrador também teria certa liberdade para agir (a exemplo
de DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. Tópico
7.8.3).
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Aula 01
No primeiro caso, temos uma regra expressa em lei dizendo que a decisão cabe ao administrador.
Exemplos: quando o texto da lei menciona que a administração “poderá” conceder uma
autorização; que, “a critério” da administração, o prazo será prorrogado; a suspensão
terá a duração de até 90 dias (Lei 8.112/1990, art. 130).
No segundo caso, a lei utiliza conceitos jurídicos indeterminados7. Assim, ao buscar o real sentido
do conceito previsto em lei para aplicá-lo ao caso concreto, implicitamente haverá um juízo de
conveniência e oportunidade por parte do gestor.
Mais à frente neste curso veremos, de forma mais detalhada, que mesmo os atos discricionários
apresentam alguns elementos definidos em lei (vinculados), como é o caso da competência,
finalidade e forma do ato. Estes são os chamados elementos vinculados do ato administrativo.
De toda forma, já adiando que, havendo discricionariedade, esta irá recair sobre uma parte dos
elementos do ato administrativo (os elementos motivo e objeto). Dessa forma, mesmo nos atos
discricionários, teremos elementos vinculados.
É importante frisar que mesmo o poder discricionário encontra limites na lei. Assim, caso seja
cometida alguma ilegalidade, disfarçada de discricionariedade, o prejudicado poderá se socorrer
e provocar o controle de legalidade do respectivo ato administrativo, seja pela via administrativa,
seja pela judicial. Trata-se do controle de legalidade dos atos, inclusive dos discricionários, que
poderá levar à sua anulação.
Dentro deste contexto, notem que o Judiciário poderá apreciar a legalidade do ato discricionário,
inclusive a conformidade da discricionariedade com a lei, determinando ou não sua invalidação.
7
Segundo Sérvulo Correia, mencionado por Carvalho Filho, conceitos jurídicos indeterminados
representam em média apreciável incerto, encerrando apenas uma definição ambígua dos pressupostos
a que o legislador conecta certo efeito de direito.
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E, falando em controle dos atos discricionários, lembro que um dos limites para o poder
discricionário são os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Por meio deles, busca-se
equilíbrio na atuação estatal, de modo a não impor restrições ao particular que não sejam
efetivamente indispensáveis à satisfação do interesse público, especialmente nos atos de polícia
administrativa.
Imaginem que o servidor chega 1 hora atrasado na repartição pública, sendo punido com a
penalidade de advertência (Lei 8.112/1990, art. 129). Na semana seguinte, o mesmo servidor
chega novamente atrasado e, apesar de não resultar quaisquer prejuízos ao erário ou a terceiros,
é novamente punido, com a suspensão máxima (90 dias).
Vejam que, apesar de ser discricionário à autoridade competente, a aplicação da suspensão foi
totalmente desproporcional, de sorte que aquele ato merece ser anulado.
Da mesma forma ocorre em relação a um particular que comete, por exemplo, uma infração
sanitária. Deve haver proporcionalidade na aplicação de sanções. Em geral, se a infração for de
grau leve, a penalidade deve ser branda. Se o particular comete infração grave, penalidade grave.
Por fim, não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade, situação na qual o agente
atua fora dos limites da lei. Assim, nulo também será o ato arbitrário.
Poder Hierárquico
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
8
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 122.
9
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. 5ª ed. Fórum. P. 101-102
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Segundo Hely Lopes Meirelles, o poder hierárquico é aquele que permite à administração pública
distribuir e escalonar funções entre seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes,
estabelecer a relação de subordinação entre os servidores de seu quadro.
Antes de avançar, uma importante ressalva: subordinação não se confunde com vinculação.
A subordinação somente tem lugar quando estamos no âmbito da mesma pessoa jurídica.
Por exemplo: dentro de uma mesma pessoa jurídica, a Secretaria de Gestão de Pessoas do
órgão Y está subordinada à Secretaria-Geral de Administração, hierarquicamente superior
naquele órgão.
A vinculação, por sua vez, resulta do poder de supervisão ministerial sobre a entidade
vinculada. Portanto, a vinculação é observada entre pessoas jurídicas distintas e não
decorre da hierarquia. Exemplo: entre a pessoa jurídica ‘A’ e a pessoa jurídica ‘B’, não há
subordinação, mas poderá haver vinculação, nos limites da lei.
SUBORDINAÇÃO → hierarquia
VINCULAÇÃO → sem hierarquia
Consoante leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro10, hierarquia consiste no vínculo que coordena e
subordina uns aos outros os órgãos da administração pública, graduando a autoridade de cada
um. Trata-se do estabelecimento das relações de coordenação e subordinação entre os vários
órgãos da administração pública.
10
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 3917
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11
Desde que não lhe sejam privativas.
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Desde que não sejam da competência exclusiva do órgão subordinado.
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Notem que tais manifestações somente têm lugar quando estamos diante de uma relação jurídica
em que há subordinação entre órgãos ou entre agentes públicos.
Assim, a aplicação de sanções no exercício do poder hierárquico somente tem lugar quando o
penalizado é o próprio servidor público, que cometeu infração funcional.
Adiante veremos que a aplicação de sanções a particulares, os quais não têm dever de
subordinação perante a administração pública, fundamenta-se em outros poderes.
No mesmo sentido temos a edição de atos normativos. Nem todos os atos normativos da
Administração decorrem do poder hierárquico, mas tão-somente aqueles que têm por objetivo
ordenar a atuação administrativa. Em outros casos, a edição de atos normativos é resultado do
poder regulamentar, que veremos mais adiante.
Em regra, não existe hierarquia no Poder Legislativo ou no Poder Judiciário no exercício de suas
funções típicas. Portanto, um Ministro do Supremo não poderia chamar para si, com base no poder
hierárquico, uma ação judicial de um juiz federal de primeira instância. No mesmo sentido, um
senador não é considerado hierarquicamente superior a um deputado federal ou estadual.
No entanto, no que se refere à estrutura administrativa dentro dos Poderes Judiciário e Legislativo,
temos que nos lembrar do exercício atípico da função administrativa por eles, quando tem lugar,
por exemplo, a fixação das carreiras de apoio às atividades jurisdicional e legislativa,
estabelecimento de chefias, horário de trabalho etc. Nestas matérias, pode-se falar no exercício
do poder hierárquico pelos Poderes Judiciário e Legislativo.
Por fim, lembro que hierarquia e disciplina não se confundem, mas andam juntas, na medida em
que representam a base da organização administrativa do Estado.
Poder Disciplinar
INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA
Poder disciplinar diz respeito à apuração de infrações e aplicação de penalidades àqueles sujeitos
à disciplina interna da Administração.
Percebam que estamos falando de alguém que cometeu uma infração e receberá uma penalidade
administrativa por parte do poder público.
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servidores públicos
Aqui estamos falando, por exemplo, do particular que celebrou contrato administrativo com a
administração pública, do particular que está participando de uma licitação ou do estudante de
determinada escola pública, que foi devidamente matriculado13. Em todos estes casos, são
particulares que possuem um vínculo específico com a Administração (isto é, vínculo do contrato,
da condição de licitante ou da matrícula).
Por outro lado, quando são particulares sem qualquer vínculo específico com a administração
pública (isto é, particulares com vínculo geral), conforme veremos mais à frente, a penalização
deriva do poder de polícia administrativa. Por exemplo: o condutor de um carro que excede o
limite de velocidade e recebe uma multa de trânsito; a vigilância sanitária aplica multa ao particular
que descumpriu a regulamentação sanitária do município. Notem, nestes casos, que não há um
contrato deste particular com a Administração ou qualquer outro vínculo específico.
Já a aplicação de penalidades ao servidor público, tem lugar quando este pratica uma infração
atuando como naquela condição (ou seja, se valendo da condição de servidor público).
Exemplos: servidor que abandona o cargo e é demitido; servidor que retira documento
da repartição sem autorização e recebe uma advertência; servidor que utiliza recursos da
Administração em atividades particulares e é demitido;
Notem que os servidores também são pessoas com vínculo específico perante o Estado (vínculo
funcional), tendo lugar o poder disciplinar.
13
Exemplo citado por DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed.
2018. eBook. P. 3849
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Ainda a respeito da aplicação de sanções aos servidores públicos, temos aqui uma particularidade,
visto que a sanção decorre, simultaneamente, dos poderes hierárquico e disciplinar. Isto ocorre
em razão de a sanção sempre ser aplicada por autoridades em escalão hierárquico superior ao do
servidor. Assim, fala-se que a sanção ao servidor decorre do poder disciplinar (de maneira
imediata) e do poder hierárquico (de maneira mediata).
poder poder
Sanção a servidor público
disciplinar hierárquico
É preciso ressaltar que o poder disciplinar atinge não apenas os agentes com vínculo estatutário
com a Administração (chamados de “servidores públicos”), mas também aqueles com vínculo
celetista (chamados de “empregados públicos”). Os empregados públicos, ao celebrarem um
contrato de trabalho, passaram a possuir vínculo especial com a administração pública.
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O poder disciplinar aplica-se exclusivamente aos servidores ocupantes de cargos públicos, estando os
empregados públicos, no exercício de suas funções, sujeitos ao poder de polícia pelo Estado.
Gabarito (E)
No entanto, o exercício do poder disciplinar tem uma face discricionária e outra vinculada.
A face vinculada pode ser observada quanto ao fato de a administração pública não gozar de
nenhuma liberdade de escolha entre punir e não punir. Ao tomar ciência de uma infração
administrativa, a Administração tem obrigação de instaurar o procedimento administrativo com
vistas a aplicar a punição (atuação vinculada).
Assim, após examinar a natureza, a gravidade da infração e os eventuais danos para o serviço, em
geral há uma dose de discricionariedade para a Administração realizar juízo de conveniência e
oportunidade e, assim, determinar a penalidade a ser aplicada e sua duração.
De forma mais detalhada na questão abaixo, que cobrou faces discricionária e vinculada do poder
disciplinar.
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Poder
Poder Disciplinar
Hierárquico
Poder Regulamentar
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Em regra, ele se manifesta na forma de Decretos, emitidos pelo Chefe do Poder Executivo naquela
esfera de governo (ou seja, pelo Presidente da República, Governador ou Prefeito).
Segundo Miguel Reale, citado por Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Carvalho Filho, como regra
geral, os atos normativos podem ser divididos em:
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Reparem que os atos originários (ou primários) possuem a grande capacidade de inovar o
ordenamento jurídico. Isto significa que podem criar "novos" direitos e obrigações.
No entanto, outra corrente doutrinária, a exemplo de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, considera que
o Poder Normativo é conceito mais amplo que Poder Regulamentar. Segundo a autora, a
Administração Pública seria dotada não apenas de Poder Regulamentar, mas de Poder Normativo.
Nesta acepção, a edição de um decreto pelo Chefe do Executivo para regulamentar uma lei seria
manifestação do Poder Regulamentar. Por outro lado, quando o Secretário da Receita Federal
edita uma instrução normativa, teríamos expressão do Poder Normativo.
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Agora sim, vamos às variadas situações em que se faz presente o poder regulamentar (ou
normativo) da administração pública.
O pressuposto para a expedição dos decretos regulamentares é a existência de uma lei. Assim,
tais atos normativos buscam seu fundamento de validade naquela lei. Eles não inovam o
ordenamento jurídico, mas se limitam a detalhar direitos e obrigações já criados pela lei, sendo
chamados de atos normativos secundários.
Exemplo: em 2013 foi editada a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), tipificando os atos
que lesam a administração pública e cominando sanções pela prática destes atos. Em
2015, foi editado o Decreto 8.420, regulamentando aquelas disposições legais.
Reparem que, em tese, este Decreto não pode inovar o ordenamento jurídico e criar novas
responsabilidades, sanções ou tipificar novas condutas. Ele se limita a detalhar e especificar
direitos e obrigações previstas em lei.
A par deste entendimento, José dos Santos Carvalho Filho14 registra que os decretos
regulamentares poderiam criar obrigações subsidiárias (ou derivadas) – diversas das obrigações
primárias (ou originárias) contidas na lei.
14
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 60
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No âmbito federal, os decretos regulamentares são editados pelo Presidente da República, com
fundamento no seguinte dispositivo constitucional:
Trata-se de competência privativa do Presidente da República (CF, art. 84, caput) que não pode
ser objeto de delegação, consoante interpretação que se faz a partir do parágrafo único do art.
84 da Constituição Federal.
Além disso, é fácil perceber que nem toda lei admite regulamentação pelo Presidente da
República, apenas aquelas que, de algum modo, envolvam atuação da administração pública.
Por fim, lembro que, nas esferas estadual, municipal e distrital, tal competência ficará a cargo dos
prefeitos e governadores.
Decretos autônomos
Decretos autônomos, por sua vez, consistem em atos normativos primários, que buscam seu
fundamento de validade diretamente no texto constitucional. Eles não se prestam a regulamentar
uma lei ou a completá-la, mas a inovar o ordenamento jurídico.
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Já vimos acima que, em regra, não! No entanto, o decreto autônomo é uma figura sui generis,
que inclusive recebe diversas críticas dos estudiosos, em razão de não depender de prévia edição
de lei para que possa ser editado.
Assim, como tais atos permitem que o próprio Poder Executivo inove o ordenamento (sem passar
pelo ‘crivo’ do Legislativo), são bastante restritas as possibilidades de utilização do decreto
autônomo.
Reparem, portanto, que não há autorização ampla para dispor a respeito de qualquer assunto
mediante decreto autônomo, mas tão somente nas restritas hipóteses constitucionalmente
previstas.
AUMENTO de
organização e despesa
sem
funcionamento da
implicar
Decretos Administração Criação/extinção de
órgãos
autônomos
EXTINÇÃO de quando
funções e cargos vagos
Além disso, é importante ressaltar que esta é uma competência privativa do Presidente da
República, sendo possível a delegação desta competência, por exemplo, a um Ministro de Estado
(CF, art. 84, parágrafo único). Assim, este Ministro poderia, utilizando o ato adequado, dispor
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Assim, em relação à delegabilidade das matérias relacionadas a estes decretos, temos o seguinte:
Regulamentar Indelegável
Decreto
Autônomo Delegável
Chefe do
Executivo
Por fim, reparem que apenas a hipótese da alínea ‘a’ (organização e funcionamento da
Administração) consiste em decreto com conteúdo de ato normativo.
Isto porque a hipótese da alínea ‘b’ (extinção de cargos e funções) representa ato de efeitos
concretos e, consoante leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro, não se presta a estabelecer normas.
Resumindo as diferenças entre as duas espécies de decreto que acabamos de estudar, temos o
seguinte:
Embora o chefe do Poder Executivo possa extinguir, por meio de decreto, cargos/funções
vagos, ele não pode se valer de decreto para transformar funções de confiança em cargos
de comissão (ou vice-versa). Segundo o STF, esta transformação somente pode ocorrer por
meio de lei, que é exigida para a criação, transformação e em regra extinção de cargos (ADI
6180; publicada em 17/10/2023).
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Regulamentos autorizados consistem na autorização dada pela Lei para que o Poder Executivo
discipline situações não reguladas no texto legal.
São situações em que a administração pública vai além de, simplesmente, regulamentar
dispositivos legais já existentes. Os regulamentos autorizados inovam o ordenamento jurídico e
completam a regulamentação legal.
Em muitas situações, consoante leciona Marcelo Alexandrino15, a lei traça apenas linhas gerais,
diretrizes de alto nível, cabendo ao Poder Executivo avançar e completar tais disposições.
Tais regulamentos são utilizados, em geral, para questões de caráter técnico, cuja expertise
necessária está concentrada nos órgãos técnicos do Poder Executivo. O exemplo mais comum na
doutrina16 é a lei que autoriza a Anatel a editar normas técnicas que completarão as disposições
legais e estabelecerão o marco regulatório do setor.
José dos Santos Carvalho Filho17 cita que os regulamentos autorizados consistem no fenômeno da
deslegalização, pelo qual a competência para regular certas matérias se transfere da lei para outras
fontes normativas, por autorização do próprio legislador.
➢ Vedado utilizar do regulamento autorizado para substituir a atividade legisladora própria do Poder
Legislativo
➢ Vedado tratar de matérias constitucionalmente reservadas à lei
➢ Admitido o emprego dos Regulamentos autorizados para estabelecimento de normas técnicas, desde
que presentes em lei as diretrizes e limites de atuação do Poder Executivo (discricionariedade técnica)
➢ A delegação deve ser feita com parâmetros, vedada a “delegação legislativa em branco”, sem que a
lei fixe os pontos essenciais do assunto a ser regulamentado
15
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 288-289
16
Op. Cit. P. 291
17
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 59
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• previsto na CF, art. 84, IV • previsto na CF, art. 84, VI • sem previsão
constitucional
• regulamenta disposições • usado apenas para
já constantes de lei organizar a Adm. e • completam a lei, com
extingir cargos/funções disposições que não
• competência indelegável
constavam do diploma
• delegável a competência
legal
para sobre tais matérias
• matérias de conteúdo
técnico
Considerando a diferença conceitual entre Poder Regulamentar e Poder Normativo, lembro que
parte da doutrina considera que o Poder Normativo é conceito mais amplo que Poder
Regulamentar. Com efeito, podemos dizer que o poder (ou a função) normativo é gênero, do qual
o regulamentar é espécie. Assim, os Decretos, que comentamos logo acima, representam
manifestação do Poder Regulamentar.
Por outro lado, é possível que outras autoridades, que não o Presidente da República, editem atos
administrativos normativos, fundamentados no conceito amplo do poder normativo18. Eles não
assumem a forma de decreto, mas exteriorizam a competência normativa da administração
pública.
CF, art. 87. Os Ministros de Estado serão escolhidos dentre brasileiros maiores de vinte e
um anos e no exercício dos direitos políticos. (..)
18
Lembro que para Carvalho Filho, por exemplo, a edição destes atos também seria manifestação do
poder regulamentar.
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LINDB, art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica
na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e
respostas a consultas.
São atos normativos com alcance limitado à esfera de atuação do órgão ou entidade normatizador,
portanto, com espectro de incidência menor que o de um decreto.
Carvalho Filho menciona que estes são atos de regulamentação de segundo grau, ao passo que
os decretos e regulamentos seriam aos de regulamentação de primeiro grau.
Assim, temos atos normativos advindos dos mais diversos órgãos e entidades, como uma Instrução
Normativa da Receita Federal, que dispõe sobre a Declaração de Imposto de Renda do ano X;
uma Resolução do Banco Central sobre tarifa bancária, entre outros.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro19 menciona, ainda, os Regimentos elaborados pelos órgãos
colegiados, que estabelecem regras de funcionamento interno daquela organização. Um exemplo
seria o regimento interno do Cade - Conselho Administrativo de Defesa Econômica.
Antes de concluir este tópico, é importante comentar as formas de controle quanto ao exercício
do Poder Regulamentar.
Aqui iremos nos concentrar no controle judicial e no controle legislativo dos atos administrativos
normativos, sem esquecer da possibilidade de a própria Administração exercer a autotutela sobre
os atos administrativos de caráter normativo.
Quando o ato normativo conflita com a lei, seja por contrariar frontalmente suas disposições
(contra legem), seja por extrapolar os limites da lei (ultra legem), terá lugar o controle de
legalidade.
19
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 3836
26
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Aula 01
Além disso, é possível que o Poder Executivo descumpra determinação legal e deixe de
regulamentar determinada questão. Teremos, assim, uma ilegalidade decorrente da omissão do
Poder Executivo quanto ao exercício do Poder regulamentar.
----
Para finalizar, é importante destacar ainda a possibilidade de controle legislativo destes atos,
consoante previsto no próprio texto constitucional:
Portanto, se o Poder Executivo, sob o disfarce de um ato regulamentar, passe a criar direitos e
obrigações por meio de simples decreto, terá havido a usurpação da função legislativa (abuso de
poder regulamentar), de sorte que o Congresso Nacional20 poderá sustar tal ato normativo.
20
Como o dispositivo menciona o “Congresso Nacional”, podemos concluir que esta competência não
pode ser exercida apenas pela Câmara dos Deputados ou apenas pelo Senado Federal. A sustação
depende da atuação de todo o Congresso Nacional.
27
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Aula 01
PODER DE POLÍCIA
INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA
Agora vamos falar do poder administrativo que mais cai em prova! Vamos lá!
Nesta seção, iremos perceber a tensão entre a liberdade de um particular e, de outro lado, o bem-
estar coletivo. Assim, consoante leciona Maria Sylvia Zanella Di Pietro, é por meio do poder de
polícia que a administração pública busca condicionar o exercício dos direitos individuais ao bem-
estar coletivo.
Para bem visualizar esta situação, imagine-se como morador de um condomínio de casas
e que lá na sua casa você fará uma grande festa para comemorar sua aprovação no
concurso.
Muito bem! Você está muito contente com a aprovação, mas.... você poderia fazer a festa
em qualquer dia e horário? Há algum limite par ao volume da música? As respostas são
não é sim, não é mesmo?!
Isto porque o convívio em sociedade exige que algumas liberdades individuais sejam
limitadas em prol do bem da coletividade. E este é exatamente o mesmo fundamento do
poder de polícia!
O poder de polícia é uma clara manifestação do poder de império do Estado (poder extroverso),
que incide sobre condutas e situações que possam afetar os interesses da coletividade.
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Aula 01
CTN, art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que,
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de intêresse público concernente à segurança, à higiene, à
ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade
pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Percebam que, diferentemente do poder hierárquico, o poder de polícia gera efeitos externos à
Administração.
HORA DO
INTERVALO!
Nos próximos tópicos iremos detalhar importantes aspectos do poder de polícia, frequentemente
exigidos em prova. Distinguiremos a polícia administrativa de outras atividades estatais,
estudaremos a competência para prática de atos de polícia, as modalidades e os atributos do
poder de polícia, seus limites, o chamado “ciclo de polícia”, a possibilidade de cobrança de taxa,
a possibilidade de delegação do poder de polícia e, por fim, a prescrição aplicável aos atos de
polícia.
Avante!
1
Segundo o CTN e a CF, o exercício do poder de polícia é um dos fatos geradores da taxa.
29
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Aula 01
Competência
O poder de polícia é exercido por vários órgãos e entidades. Diferentemente da polícia judiciária,
o exercício da polícia administrativa não está concentrado em uma ou outra unidade
administrativa.
Em relação à distribuição do poder de polícia entre as várias esferas de governo (União, Estados,
DF e municípios), aplica-se o princípio da predominância do interesse. Dessa forma, consoante
leciona Hely Lopes Meirelles, assuntos de interesse essencialmente nacional estão sujeitos ao
policiamento da União; assuntos de interesse regional sujeitam-se ao policiamento estadual; e
assuntos de interesse local, policiamento administrativo municipal.
Competência federal
• fiscalização do mercado de seguros, exercida pela Susep (autarquia
federal). Tal policiamento decorre competência da União para fiscalizar
operações de seguros (CF, art. 21, VIII).
Competência estadual
• edição e normas e fiscalização referentes à prevenção de incêndios.
Policiamento que decorre da competência residual dos Estados.
Competência municipal
• expedição de licenças para edificação (alvará de construção), licenças para
funcionamento de estabelecimentos comerciais e industriais etc. Tal
policiamento decorre da competência municipal para planejamento e
controle da ocupação do solo urbano (CF, art. 30, VIII).
2
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 294
30
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Aula 01
Além destes casos, consoante leciona José dos Santos Carvalho Filho7, há atividades em que há
competência concorrente entre pessoas federativas, ensejando a execução do poder de polícia
em regime de cooperação. Assim, são celebrados8 consórcios ou convênios de cooperação,
autorizando-se a gestão associada. O principal exemplo é o trânsito, cujas infrações estão sujeitas
à fiscalização federal, estadual e municipal.
O poder de polícia administrativa não pode ser confundido com prestação de serviços públicos,
com atividades de fomento ou com o exercício da polícia judiciária, tampouco com o jus puniendi
do Estado.
A prestação de serviços públicos é atividade social do Estado (destinada ao bem-estar social), não
decorre do seu poder de império e consiste em atividade positiva, sob a ótica do particular (Estado
oferece uma prestação ao usuário).
3
Súmula 19 do STJ: A fixação do horário bancário, para atendimento ao público, é da competência da
União
4
Como é todo interligado o sistema financeiro brasileiro, deve haver uma uniformidade de regras,
inclusive quanto ao horário de funcionamento ao público externo.
5
Súmula 645 do STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial.
6
RE 658570/MG. Rel. Min. Marco Aurélio. 6/8/2015 (repercussão geral)
7
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 79
8
CF, art. 241. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a gestão
associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal
e bens essenciais à continuidade dos serviços transferidos.
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Aula 01
Marçal Justen Filho9 leciona que o serviço público é “atividade prestacional destinada a fornecer
utilidades diretamente à realização dos direitos fundamentais”, ao passo que o poder de polícia
consiste em limitar a autonomia privada em prol da coletividade, estabelecendo, em abstrato,
limitações ao particular e atuando no sentido de “estimular” o cumprimento das determinações
normativas.
Por sua vez, a polícia administrativa é atividade jurídica do Estado, decorre do seu poder de
império e representa, em geral, atividade negativa10, sob a ótica do particular.
Sob outro prisma, a atividade de polícia administrativa não pode ser confundida com a de polícia
judiciária.
Enquanto a polícia judiciária recai sobre pessoas, a administrativa recai diretamente sobre bens,
atividades e direitos. Além disso, a polícia judiciária tem viés essencialmente repressivo e cuida de
ilícitos de natureza penal, ao passo que a polícia administrativa tem como objeto infrações
administrativas e pode se dar tanto de forma repressiva quanto preventiva.
Pela importância em provas, vejam este quadro comparativo entre a polícia administrativa e a
judiciária:
9
FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. 13ª ed. p. 679
10
Celso Antonio Bandeira de Mello registra que é negativa a atividade de polícia no sentido de restringir
a autonomia privada, de impor uma abstenção ao particular, um não fazer.
32
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Aula 01
Nesse sentido, o poder de polícia administrativa tampouco se confunde com o poder punitivo do
Estado (jus puniendi). Este é exercido pelo Poder Judiciário e consiste na responsabilização penal
por crimes e contravenções praticadas.
Por fim, em relação à Polícia Militar, é importante destacar que ela exerce tanto atividades de
polícia judiciária (e.g., quando leva um preso a uma audiência perante o juiz, no curso do processo
penal), quanto atividades de polícia administrativa (e.g., quando aplica uma multa de trânsito).
Modalidades
Por meio da modalidade preventiva, a administração pública exige que o particular obtenha
anuência prévia da Administração como requisito para utilização dos bens ou exercício de
atividades privadas. Esta modalidade manifesta-se, por exemplo, por meio da exigência de
“alvarás de sanitários” e “alvarás de construção”.
Vou aproveitar para diferenciar o conteúdo dos chamados “alvarás”, fundamentados no poder de
polícia preventiva, os quais podem consistir em uma licença ou autorização:
11
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 297
33
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Aula 01
➢ Licença
Uma vez preenchidas as condições aplicáveis, a licença não pode ser negada ao particular.
➢ Autorização
Se a autorização é concedida, aí sim o particular passa a ter o direito de explorar aquela atividade
ou bem (ato constitutivo). No entanto, este até tem caráter precário, já que é passível de
revogação.
Trata-se de ato discricionário, emitido após exame de mérito por parte da Administração.
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Aula 01
Alvará
----
As sanções, muitas vezes chamadas de “medidas de polícia”, devem estar previstas em lei,
podendo consistir em multas, embargos de obras, interdição de estabelecimentos, demolição de
construções irregulares etc.
12
FILHO, Marçal Justen. Curso de Direito Administrativo. 13ª ed. p. 680
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Aula 01
Atributos
A doutrina usualmente aponta a existência de três atributos do poder de polícia (de onde surgirá
o mnemônico D-A-C):
Antes de avançar, no entanto, é importante deixar claro que nem sempre estes atributos estarão
presentes. Ou seja, haverá atos de polícia vinculados, ou que não serão autoexecutórios ou, ainda,
não dotados de coercibilidade.
➢ Discricionariedade
A discricionariedade diz respeito à certa liberdade de atuação que detém a atividade de polícia
administrativa, como regra geral.
Por exemplo: a atividade de fiscalização da Receita Federal, ao elaborar seu plano de fiscalização
para o ano X, goza de autonomia para priorizar, dentro dos limites legais, o setor de serviços,
entendendo que nele sua atuação será mais efetiva.
13
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. GenMétodo. 16ª ed. item 119.3
14
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 298
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Além disso, consoante aponta Carvalho Filho, a finalidade do ato de polícia será sempre vinculada,
buscando proteger a coletividade e, assim, atender ao interesse público.
➢ Autoexecutoriedade
Por força da autoexecutoriedade, o ato de polícia será executado pelos próprios meios da
Administração.
O administrado é que, caso se sinta prejudicado, poderá acionar o Judiciário para realizar o
controle de legalidade daquele ato administrativo.
Imagine que você recebeu uma multa de trânsito, no valor de R$ 500,00, e decidiu não pagá-la.
Para que aquele valor seja cobrado, de modo forçado, e retirado do seu patrimônio, a
Administração deverá acionar o Poder Judiciário, por meio de uma ação judicial de execução.
Tomando o mesmo exemplo, imagine a situação contrária: você recebe a multa e a paga, mas,
posteriormente, decide discutir judicialmente o cabimento daquela penalidade.
O pagamento da multa por infração de trânsito não inibe a discussão judicial do débito.
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Aula 01
Avançando um pouco mais, a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, destaca que o ato de polícia
será autoexecutório nos casos de urgência ou quando houver previsão legal.
Outro aspecto importante diz respeito ao exercício do contraditório e da ampla defesa nos atos
de polícia.
Os fiscais de uma prefeitura, no exercício legal de suas atribuições, se deparam com uma
edificação está prestes a ruir, colocando em risco a vida e o patrimônio de terceiros (claro perigo
à sociedade).
Outro exemplo seria a constatação de medicamentos vencidos em uma farmácia! São situações
que exigem atuação imediata do poder público, justamente para se conseguir preservar o
interesse público.
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Aula 01
FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária (adaptada)
A Polícia Militar de um estado da federação organizou uma operação de fiscalização para controle de
embriaguez na condução de veículos automotores. Para além das questões criminais possivelmente
envolvidas, diante dos motoristas que se mostraram em desacordo com os níveis de álcool permitidos para
a condução de veículos, aferidos mediante uso de instrumento específico (bafômetro), os agentes
apreenderam os veículos, bem como autuaram e lavraram autos de infração e imposição de multas.
Essa atuação configura exercício do poder de polícia pela Administração pública, que está autorizada a adotar
medidas acautelatórias da ordem e da segurança, diferindo o exercício do direito de defesa pelo motorista.
Gabarito (C)
De acordo com estes autores, o atributo da autoexecutoriedade poderia ser desdobrado em duas
características: a executoriedade e a exigibilidade.
Em síntese:
39
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➢ Coercibilidade
Assim como comentamos em relação aos outros dois atributos, haverá atos de polícia não dotados
de coercibilidade, como em casos de licenças para exercício de determinada atividade (a licença
não obriga o particular a exercer aquela atividade).
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desnecessidade de prévia
Poder de Polícia Autoexecutoriedade autorização judicial (próprios
meios)
Setores de atuação
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro15, o interesse público tutelado por meio do poder de polícia
diz respeito aos mais variados setores da sociedade, tais como segurança, moral, saúde, meio
ambiente, defesa do consumidor, patrimônio cultural, propriedade. Daí a divisão da polícia
administrativa em vários ramos: polícia de segurança, das florestas, das águas, de trânsito, sanitária
etc.
Para melhor contextualizar, veja alguns exemplos que demonstram as múltiplas situações em que
o poder de polícia é empregado16:
15
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Ed. GenMétodo. 31ª ed. 2018. eBook. P. 4646
16
ALEXANDRE, Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo Esquematizado. 1ª ed. Ed. Método. P.
243.
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Fiscalização exercida
Lavratura de auto de
sobre pessoas físicas ou
Apreensão de infração contra empresa
jurídicas pelos conselhos
mercadoria estragada que violou normas
de fiscalização
em depósito alimentício relativas à vigilância
profissional (Crea, CRM,
sanitária
CRO etc)
Outra manifestação do poder de polícia que merece maiores comentários consiste na fiscalização
de trânsito.
Agora vamos resumir os principais pontos do poder de polícia que acabamos de estudar:
17
RE 658570, rel. Min. Marco Aurélio, 6/8/2015, Repercussão Geral
42
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Limites
O poder de polícia, embora seja revestido de discricionariedade, não é absoluto. Um dos limites
ao poder de polícia, bem como a toda atuação discricionária da administração pública, consiste
nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade.
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limites ao
entre o dano ao interesse público e
poder de Proporcionalidade o limite ao direito individual
polícia
Imaginem o exemplo de um pequeno estabelecimento comercial, que não renovou seu alvará
sanitário para funcionamento. E, como consequência, a administração municipal determina a
demolição do estabelecimento (supondo que exista previsão legal quanto a esta sanção).
E, como ato administrativo desarrazoado, será nulo (e não apenas inconveniente) tal exercício do
poder de polícia.
A partir da análise das diversas etapas da atuação de órgãos revestidos de poder de polícia, a
doutrina aponta a existência de quatro fases da atividade de polícia, também chamadas de “ciclo
de polícia” 18:
18
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. GenMétodo. 16ª ed. item 119
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Consiste na atividade normativa que cria os limites e as condições para o exercício das atividades
privadas e o uso de bens. Parte-se do conceito amplo de poder de polícia19, considerando que a
edição de lei, por parte do Poder Legislativo, que restringe e condiciona atividades particulares
também é expressão do poder de polícia.
A ordem de polícia comporta duas modalidades: restrições ao exercício de direitos (“não faça
isto”) e condicionamentos do exercício de direitos (“não faça dessa forma”).
2) Consentimento de Polícia:
Quando for exigido, o consentimento diz respeito à aprovação da Administração para a prática
de determinadas atividades privadas (licenças e autorizações). Notem que nem sempre a
legislação exigirá a obtenção da anuência prévia da Administração.
Exemplos: obtenção de alvará para um particular construir sua casa; obtenção de porte
de arma em benefício de determinada pessoa.
3) Fiscalização de Polícia:
Durante esta etapa, a Administração verifica se o particular está cumprindo as ordens de polícia
ou, quando for o caso, o consentimento de polícia.
4) Sanção de Polícia:
19
Adotado por doutrinadores como Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
45
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Percebam que as etapas de consentimento e sanção de polícia, na cor branca acima, nem sempre
estarão presentes. Isto porque, em algumas situações, a legislação não exige a expedição de
autorizações ou licenças. Além disso, nem sempre haverá constatação de infrações ou a aplicação
de sanção aos infratores.
Portanto:
46
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Além disso, reparem que possuem caráter preventivo as fases de ordem e consentimento. E a fase
de sanção, caráter repressivo.
Cobrança de taxa
Exemplo: taxa (que tem natureza de tributo) de fiscalização sanitária cobrada pelo
município X.
CF, art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os
seguintes tributos: (..)
Ou seja, o município X, no nosso exemplo, somente poderia cobrar a taxa de fiscalização sanitária
caso exercesse efetivamente seu poder de polícia. Caso não exercesse seu poder de polícia, a
cobrança da taxa seria abusiva.
Ok, entendi!
20
A exemplo do RE nº 361.009/RJ e do RE nº 588.322/RO
47
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Aula 01
A existência do efetivo poder de polícia pode ser avaliada pela existência de aparato
administrativo-fiscalizatório, a exemplo da existência do órgão fiscalizador, com estrutura e
competência definidas.
Nesta avaliação, não é necessário que exista “fiscalização porta a porta (in loco)”, até porque a
administração pode se valer de outras formas de fiscalização, a exemplo do uso de sistemas
informatizados.
Tomando por base o órgão ou a entidade que executa as atividades de polícia administrativa, o
poder de polícia pode ser classificado em originário e delegado.
O poder de polícia originário é aquele exercido por órgãos pertencentes à estrutura das próprias
pessoas políticas, a saber: órgãos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Em
outras palavras, trata-se do poder de polícia exercido pela administração direta.
Portanto, quando a Receita Federal exerce o poder de polícia, trata-se do poder originário, na
medida em que tal órgão pertence à estrutura administrativa da União.
Por sua vez, o poder de polícia delegado é exercido por entidades da administração indireta. É o
caso, por exemplo, do poder de polícia da Anatel, enquanto autarquia vinculada à União. Nestes
casos, a lei delega a estas pessoas jurídicas o exercício do poder de polícia.
A partir de agora vamos passar a analisar situações em que esta delegação do poder de polícia é
admitida e casos em que não se admite tal delegação.
Vamos lá!
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Em relação à delegação para a iniciativa privada, a doutrina majoritária entende não ser possível
delegação do poder de polícia à iniciativa privada21. O entendimento majoritário é de que
Apesar disso, é importante registrar22 que parte da doutrina entende ser possível a delegação de
atividades de mera execução do poder de polícia (são os chamados aspectos materiais do poder
de polícia) a particulares. Segundo tal corrente doutrinária, seria possível ao poder público
contratar uma empresa particular para atividades relacionadas à fiscalização de trânsito, por
exemplo, como a colocação de radares de velocidade e a impressão e expedição de multas.
A grande discussão existente diz respeito à possibilidade de pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da administração pública (isto é, empresas públicas, sociedades de economia mista e
fundações de direito privado) exercerem o poder de polícia.
21
O caso paradigmático consiste na ADI 1717/DF. rel. Min. Sydney Sanches. Dje 28/3/2003
22
Consoante leciona CARVALHO, Matheus. in Manual de Direito Administrativo. 4ª ed. JusPodivm. p. 137
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Portanto, segundo tal entendimento do STJ, seria possível que entidades de direito privado da
administração indireta exerçam poder de polícia, especificamente nas fases de consentimento e
fiscalização.
Administração
originário
direta
Já no âmbito do STF, vale destacar que, em outubro de 2020, houve o aguardado julgamento do
RE 633.782/MG, com repercussão geral reconhecida (tema 532). Diferentemente do STJ (posição
intermediária), o Supremo adotou tese de que seria possível delegar a entidades públicas de
direito privado até mesmo a aplicação de multas de polícia23.
O STF defende que a única fase do ciclo de polícia que é absolutamente indelegável é a ordem
de polícia, sendo que os “atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções podem
ser delegados a estatais que (..) possam ter um regime jurídico próximo daquele aplicável à
Fazenda Pública”.
Para o Supremo, atendendo-se a alguns requisitos, até mesmo sociedades de economia mista
(entidades públicas de direito privado) poderiam exercer o poder de polícia, inclusive aplicar
multas de trânsito24.
23
Tal construção do STF decorre do fenômeno que parte da doutrina tem chamado de “autarquização
das empresas estatais”, por meio do qual são estendidas algumas das prerrogativas do direito público a
estatais que se enquadrem em determinadas situações.
24
O caso concreto analisado pelo STF consistiu na possibilidade de a BHTrans (sociedade de economia
mista do município de Belo Horizonte/MG) aplicar multas de trânsito.
50
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Administração Pública
Reparem o seguinte:
1) Um mero decreto não poderia realizar a delegação do poder de polícia (pois exige-se lei em
sentido formal).
2) Para que possa exercer poder de polícia, a estatal deve ser uma “prestadora de serviço
público”, não podendo explorar atividades econômicas. Segundo o STF, deve se dedicar
exclusivamente a prestar “serviço público de atuação própria do Estado”25.
25
De modo direto, podemos dizer que “Serviços públicos próprios” são os serviços públicos propriamente
ditos, aqueles que o Estado assume como seus (ex. defesa nacional, segurança pública); distinguem-se
dos “serviços públicos impróprios”, que são atividades privadas que, por atenderem a necessidades de
interesse geral, acabam se submetendo a regras estatais (ex. serviço de táxi). Estes últimos, apesar de
se sujeitarem a algumas regras do Estado, o Estado não é seu titular.
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3) Além disso, a estatal deve prestar o serviço público sem ter uma outra “concorrente” naquele
mercado (por exemplo, não poderia haver uma empresa privada que prestasse aquele mesmo
serviço, concorrendo com a estatal). Em outras palavras, deve se tratar de prestação de serviço
em “em regime não concorrencial”.
STJ STF
condições:
Prescrição
Para encerrar o assunto “poder de polícia”, é importante destacar a prescrição aplicável ao tema.
São situações em que, mesmo diante da infração, a Administração e seus agentes não poderão
agir. A ocorrência de prescrição impede, por exemplo, a aplicação de qualquer sanção ao infrator.
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Aula 01
No âmbito federal, a prescrição aplicável aos atos decorrentes do poder de polícia encontra-se
disciplinada na Lei 9.873/1999, a qual estipula prazo de cinco anos para a ação punitiva de cunho
administrativo:
Lei 9.873/1999, art. 1º Prescreve em cinco anos a ação punitiva da Administração Pública
Federal, direta e indireta, no exercício do poder de polícia, objetivando apurar infração à
legislação em vigor, contados da data da prática do ato ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Além disso, uma vez instaurado o processo administrativo para punição dos infratores, a
administração deverá concluí-lo, sem deixar o processo parado por mais de três anos, como regra
geral, sob pena de ocorrer a chamada prescrição intercorrente:
É importante mencionar que, se a infração administrativa for, ao mesmo, ilícito criminal, estes
prazos acima deixam de valer. Nestes casos, prevalecem os prazos previstos nas respectivas leis
penais:
Lei 9.873/1999, art. 1º, § 2º Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração
também constituir crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal.
A referida lei detalha, ainda, uma série de outras regras atinentes à prescrição, como hipóteses de
interrupção da contagem do prazo (art. 2º), de suspensão (art. 3º), além de disposições quanto à
prescrição da ação judicial de cobrança (art. 1º-A), sintetizadas no quadro a seguir:
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Aula 01
O uso do poder, embora seja obrigação do administrador público (já que tem natureza de poder-
dever), não deve ser confundido com seu abuso, o qual consiste no uso ilegítimo dos poderes
conferidos ao agente público.
Consoante exemplifica Hely Lopes Meirelles, trata-se do emprego abusivo da força, da violência
contra o administrado, a utilização desproporcional do poder.
O abuso de poder ocorre quando (i) o agente público, embora seja competente para a prática do
ato, ultrapassa os limites de suas atribuições ou (ii) se desvia das finalidades administrativas.
Já o desvio de poder consiste no vício do elemento finalidade dos atos administrativos, sendo
também denominado de abuso por desvio de finalidade. O exemplo clássico é a autoridade que
determina a remoção de um servidor público para outro local do território brasileiro, com
finalidade punitiva. Como ainda estudaremos, a remoção não consiste em punição, sua finalidade
é a adequação do quadro de pessoal.
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Aula 01
Para não errar na hora da prova, lembrem-se que Abuso (que se inicia com a primeira letra do
alfabeto) vem primeiro, por constituir gênero, que comporta duas espécies:
Abuso de poder
Nem preciso dizer que o abuso de poder é uma ilegalidade, de sorte que a prática de ato
administrativo com tal vício poderá ensejar sua invalidade.
Não podemos confundir "abuso de poder", comentado acima, com "abuso de autoridade".
Enquanto abuso de poder consiste em uma ilegalidade administrativa, abuso de autoridade são
crimes previstos na Lei 13.869/2019, que podem chegar a resultar na prisão do infrator.
----
É importante destacar ainda que o abuso do poder pode ser visualizado também na omissão da
Administração. Ou seja, poderá ocorrer abuso de poder tanto na ação estatal (conduta comissiva)
quanto na omissão estatal (conduta omissiva).
Por exemplo: a legislação determina expressamente e até estipula prazo para que a
administração atue. Se o gestor público é omisso, se nega a atuar, fica caracterizado o
abuso de poder, na sua forma omissiva.
Assim, é lapidar a lição de Hely Lopes Meirelles ao mencionar que o silêncio ou a inércia da
administração pública, embora não seja ato administrativo, em alguns casos será também abuso
de poder, que enseja correção judicial e indenização do prejudicado.
----
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Aula 01
Para encerrar este tópico faz-se mister comentar que a caracterização do abuso de poder não
requer que o agente público atue com dolo. Admite-se, portanto, o abuso de poder nas formas
dolosa ou culposa1.
Aqui houve um ato comissivo de abuso de poder (desvio de poder), na modalidade dolosa. A
autoridade competente teve a intenção de praticar aquele ato.
Neste segundo exemplo, houve abuso de poder (excesso de poder) na forma culposa.
Portanto, para a caracterização do abuso de poder não é necessário avaliar se a omissão do gestor
foi dolosa ou culposa.
1
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 114.
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DEVERES ADMINISTRATIVOS
INCIDÊNCIA EM PROVA: BAIXÍSSIMA
Poder-Dever de Agir
Se, para o particular, o poder de agir é mera faculdade, no setor público, o agente tem a obrigação
de atuar (poder-dever). As atribuições conferidas ao agente público pelo ordenamento jurídico
não consistem em meras faculdades.
Por exemplo: se a lei confere ao servidor da Receita Federal determinado poder, não se admite a
renúncia deste poder pelo agente público.
Em outro giro, temos que a inércia do administrador também representa violação ao dever de
agir. Assim, se há obrigação legal de agir e o administrador público se mostra omisso (inerte), tal
atuação é ilegal (abuso de poder), podendo o administrado se socorrer das medidas cabíveis para
exigir a atuação comissiva estatal.
1
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 47
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Aula 01
devem ser
os poderes administrativos são
obrigatoriamente
irrenunciáveis
exercidos
Dever de Eficiência
Por meio da EC 19/98, a eficiência foi alçada como princípio constitucional expresso, mencionado
no caput do art. 37 da Constituição Federal, sinalizando a preocupação do constituinte também
com o modo de organizar e estruturar a administração pública.
Mas, mesmo antes disso, a própria legislação3 e a doutrina reconheciam que a conduta dos
agentes públicos deveria ser marcada pela eficiência (eficiência funcional).
Em virtude do dever de eficiência a atuação do agente deve ser pautada por rendimento funcional,
perfeição técnica, produtividade, celeridade, economicidade, atuação planejada e controlada.
Dever de Probidade
O dever de probidade4 exige que o agente público atue de forma ética, honesta, em consonância
com o princípio da moralidade, expresso constitucionalmente.
2
ALEXANDRINO, Marcelo. Vicente Paulo. Direito Administrativo Descomplicado. 25ª ed. p. 270
3
A exemplo, no âmbito federal, do Decreto-Lei 200/1967.
4
Probidade é qualidade de quem é probo. Tem sentido de integridade, honestidade.
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Aula 01
Quando se fala no dever de probidade, temos que nos lembrar que seu descumprimento resulta
nos chamados atos de improbidade administrativa, os quais sujeitam o infrator a diversas
penalidades legais, nos seguintes termos:
Ao lado do dever de probidade, temos o dever de prestar contas, tratado a seguir.Dever de Prestar
Contas
O dever de prestar contas, natural do estado republicano, tem como pressuposto o fato de o
administrador público exercer, como encargo, como múnus público, a gestão dos bens e
interesses alheios, da coletividade.
Se ao administrador público são confiados bens e atividades para alcance do interesse público,
nada mais natural do que exigir que este informe e relate como foi sua gestão.
Por exemplo: o Ministro do Trabalho, anualmente, deve prestar contas de sua gestão, informando
quais ações foram tomadas durante sua gestão, quais objetivos foram atingidos, como foi gasto o
orçamento etc.
Trata-se de dever bastante amplo, que alcança até mesmo os particulares que, de algum modo,
administrem recursos públicos.
Constituição Federal, art. 70, parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou
jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome
desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.
5
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 111.
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6
FILHO, José dos Santos Carvalho. Manual de Direito Administrativo. 27ª ed. Atlas. P. 67
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Aula 01
CONCLUSÃO
Bem, pessoal,
Esta aula aborda conceitos ainda abstratos do direito administrativo. Adiante veremos que tais
poderes são materializados na forma de atos administrativos.
É importante saber diferenciar cada um dos poderes administrativos e conhecer suas principais
características. Fiquem atentos, ainda, aos detalhes dos Poderes Regulamentar e de Polícia, eles
possuem uma importância especial em provas.
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RESUMO
Poderes Administrativos
• São instrumentais (diferentemente, os Poderes do Estado são estruturais)
• Decorrem do princípio da Sumpremacia do interesse público
Poderes Administrativos
✓ prática de atos administrativos vinculados
Poder Vinculado
✓ trata-se, na verdade, de uma limitação à atividade administrativa
✓ prática de atos administrativos discricionários
✓ lei prevê expressamente ou utiliza conceitos jurídicos
indeterminados
Poder Discricionário
✓ juízo de conveniência e oportunidade (mérito administrativo)
✓ deve observar princípios da razoabilidade e da proporcionalidade
✓ suscetível de controle pelo Poder Judiciário
✓ distribuir e escalonar funções entre seus órgãos
✓ delegar e avocar funções
✓ ordenar e rever a atuação de agentes
Poder Hierárquico
✓ subordinação entre servidores e entre órgãos da mesma PJ
✓ não há subordinação entre PJs diferentes
✓ subordinação ≠ vinculação (sem hierarquia)
✓ aplicação de penalidades àqueles sujeitos à disciplina interna da
Administração
Poder Disciplinar o servidores
o particulares com vínculo jurídico específico
✓ há discricionariedade
✓ forma de decretos editados pelo Chefe do Executivo
✓ decretos regulamentares:
Poder Regulamentar o permitir execução da lei
o não inovam o ordenamento jurídico
o competência indelegável
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✓ decretos autônomos
o organização e funcionamento da administração federal
(sem aumento de despesa e sem criação/extinção de
órgãos)
o extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos
o delegável (a competência para dispor sobre tais
matérias)
✓ regulamentos autorizados
o completar a lei (deslegalização)
o questões de caráter técnico
✓ Poder Normativo: edição de Resoluções, Portarias,
Deliberações, Instruções e Regimentos por outras autoridades
✓ Controle Legislativo: sustar atos que exorbitem do Poder
Regulamentar
✓ Controle Judicial: de legalidade x de constitucionalidade
(ofensa direta à CF)
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MAPAS
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QUESTÕES COMENTADAS
1. CONSULPAM/ICTIM-RJ - Analista I - 2023
Gabarito (A)
Gabarito (D)
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Gabarito (C)
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Comentários:
Afirmativa 1 verdadeira: segundo Hely Lopes Meirelles, o poder hierárquico é aquele que
permite à administração pública distribuir e escalonar funções entre seus órgãos, ordenar e rever
a atuação de seus agentes, estabelecer a relação de subordinação entre os servidores de seu
quadro.
Afirmativa 2 verdadeira: não há relação de hierarquia ou subordinação entre os entes federativos
(União, Estados, DF e Munícipios), uma vez que eles são independentes e possuem competências
específicas estabelecidas pela CF/88.
Afirmativa 3 falsa: não se admite a avocação de competência exclusiva, ainda que seja de órgão
hierarquicamente inferior.
Afirmativa 4 falsa: os seguintes atos administrativos são indelegáveis: as matérias de
Competência Exclusiva do órgão ou autoridade, a edição de atos de caráter Normativo e a
decisão de Recursos Administrativos (mnemônico CE-NO-RA).
A partir da sequência V, V, F, F obtida, a Letra (E) está correta.
Gabarito (E)
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Aula 01
Gabarito (C)
Gabarito (A)
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Gabarito (D)
Gabarito (A)
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Gabarito (A)
Determinado agente público que busque, na execução de ato administrativo, fim diverso do
previsto pela lei, incorre em:
a) Excesso de poder, espécie do gênero desvio de poder.
b) Ilícito civil, exclusivamente.
c) Desvio de poder, espécie do gênero abuso de poder.
d) Ilícito administrativo que se caracteriza como excesso de poder.
Comentários:
Relembrando:
Assim, a Letra (C) está correta, pois quando um agente pratica ato administrativo visando
finalidade diversa daquele pretendida pela lei, seja geral ou específica, trata-se de ato inválido
em razão de ter havido desvio de poder.
Por outro lado, quando um agente ou um órgão pratica ato administrativo sem deter a
competência necessária, trata-se de ato inválido em razão de ter havido excesso de poder.
Gabarito (C)
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Aula 01
a) o poder de polícia não pode ser delegado a pessoas de personalidade jurídica de direito
privado, de modo que tanto a empresa de sociedade de economia mista quanto a empresa por
ela contratada, exercem indevidamente atividade típica do Estado.
b) o poder de polícia pode ser delegado à sociedade de economia mista no caso em discussão,
uma vez que esta integra a estrutura da Administração Indireta, presta serviço público e foi criada
por lei. Porém, a delegação do poder de polícia feita à pessoa da iniciativa privada, por meio do
referido contrato administrativo, deve ser invalidada.
c) o poder de polícia pode ser delegado à sociedade de economia mista no caso em discussão,
uma vez que esta integra a estrutura da Administração Indireta, presta serviço público e foi criada
por lei. O contrato administrativo em questão envolve apenas fixação e manutenção de
detectores de velocidade, configurando meros atos materiais preparatórios à prática do ato de
polícia, não se verificando, no ponto, invalidade do ajuste.
d) o poder de polícia pode ser delegado à sociedade de economia mista no caso em discussão,
uma vez que esta integra a estrutura da Administração Indireta, presta serviço público, foi criada
por lei, possuindo, ainda, função legislativa para criar sanções administrativas de trânsito. O
contrato administrativo em questão envolve apenas fixação e manutenção de detectores de
velocidade, configurando meros atos materiais preparatórios à prática do ato de polícia, não se
verificando, no ponto, invalidade no ajuste.
Comentários:
Essa é uma questão bastante recorrente em provas recentes, que versa sobre o novo
entendimento do Supremo Tribunal Federal acerca da delegação do poder de polícia às
entidades públicas de direito privado. Nessa toada, foi decidido no bojo do RE 633782 com
repercussão geral reconhecida pelo Tema 532:
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Aula 01
legiferante, por sua vez, exposta na fase de ordem de polícia, é indelegável a entidades de
direito privado.
Gabarito (C)
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Aula 01
Além disso, percebam que o poder público está atuando na defesa da segurança da coletividade
de alunos daquela escola (interesse público), ainda que contrarie interesse individual da escola.
Gabarito (E)
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Aula 01
Dito isto, percebemos que a letra (a) está correta. De fato, ambos (decretos e regulamentos) são
manifestação do poder regulamentar. Hely Lopes Meirelles leciona que “o decreto está sempre
em situação em situação inferior à da lei e, por isso mesmo, não a pode contrariar”, possuindo,
entretanto, “a mesma normatividade da lei, desde que não ultrapasse a alçada regulamentar de
que dispõe o Executivo.”1 Para o referido autor, “Os regulamentos são atos administrativos,
postos em vigência por decreto, para especificar os mandamentos da lei ou promover situações
ainda não disciplinadas por lei.”2
Gabarito (A)
1
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 204.
2
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 205.
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Aula 01
A letra (d) está incorreta, pois misturou os conceitos de poder de polícia amplo e estrito.
No sentido amplo, o poder de polícia compõe-se não só dos atos do Poder Executivo, como
também dos atos do Poder Legislativo (leis) que venham a restringir o uso e gozo de bens ou
direitos individuais em benefício do interesse da coletividade.
Já no sentido estrito, o poder de polícia consiste somente nos atos administrativos que traduzam
limitação da propriedade e da liberdade individual em prol do interesse coletivo.
Gabarito (B)
17. CONSULPLAN - Cons Leg (CM BH) /CM BH/Administração Pública, Orçamento e Finanças/2018
Considerando os conceitos de abuso de poder, excesso de poder e desvio de poder, assinale a
afirmativa em que a hipótese apresentada está corretamente identificada com a espécie de uso
indevido do poder.
a) Excesso de poder – “o servidor deixa, propositadamente, de praticar um ato de sua
competência, estando presente o dever de agir”.
b) Desvio de poder – “remoção de um servidor, para outro setor, como medida disciplinar pela
prática de infração administrativa”.
c) Desvio de poder – “a demissão de um servidor improbo, realizada por sua chefia imediata,
sendo tal competência da autoridade máxima”.
d) Excesso de poder – “qualquer forma de abuso de poder ou desvio de poder perpetrada por
agente público no exercício de suas funções”.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, pois, no caso em questão, a omissão do agente, nas situações em que
sua atuação é obrigatória, caracteriza abuso de poder por omissão.
A letra (b) está correta. A situação caracteriza perfeitamente desvio de poder, visto que a
finalidade da remoção foi alterada para ser usada como punição disciplinar contra o servidor. O
desvio de poder consiste no vício do elemento finalidade dos atos administrativos, sendo
também denominado de abuso por desvio de finalidade.
A letra (c) está incorreta. A assertiva caracteriza o excesso de poder que é quando o agente atua
fora dos limites de sua competência.
A letra (d) está incorreta já que inverteu os termos. Abuso de poder é qualquer forma de excesso
de poder ou desvio de poder perpetrada por agente público no exercício de suas funções.
Gabarito (B)
18. CONSULPLAN - Cons Leg (CM BH) /CM BH/Administração Pública, Orçamento e Finanças/2018
84
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Aula 01
“A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que
os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por
motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e
ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.”
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Aula 01
O desvio de poder consiste no vício do elemento finalidade dos atos administrativos, e, como
componente vinculado do ato administrativo, requer a anulação com efeitos ex tunc (retroativos)
para adequação da atuação administrativa aos preceitos legais, fazendo-nos chegar, portanto, à
alternativa b.
Gabarito (B)
20. CONSULPLAN - Cons Leg (CM BH) /CM BH/Administração Pública, Orçamento e Finanças/2018
Considerando os poderes administrativos, no exercício das atividades da Câmara Municipal de
Belo Horizonte, assinale a afirmativa correta.
a) Verifica-se exemplo de poder hierárquico quando a Câmara Municipal suspende ato normativo
exarado por autarquia ou fundação pública municipal.
b) O poder de polícia da Câmara Municipal pode ser exemplificado na situação em que um
policial legislativo é demitido por descumprimento de suas atribuições funcionais.
c) O poder administrativo regulamentar da Câmara Municipal pode ser exemplificado quando os
vereadores aprovam, por maioria dos votos, lei de criação e extinção de cargos do Poder
Executivo.
d) Evidencia-se o poder disciplinar quando a Câmara Municipal, diante de empresa que
descumpriu condições do contrato administrativo, declara-lhe a suspensão do direito de
participar de novas licitações.
Comentários:
A letra (a) está incorreta. Na relação entre administração direta e indireta não há subordinação,
mas mera vinculação (controle finalístico). Assim, inexistente a hierarquia, não é possível se falar
em poder hierárquico.
A situação descrita é exemplo do poder de tutela, o qual consiste no poder de a administração
direta fiscalizar a atuação finalística das entidades da Administração indireta.
A letra (b) está incorreta. A demissão de policial legislativo por descumprimento de suas
atribuições funcionais reflete os poderes hierárquico - por haver relação de subordinação - e
disciplinar - pela apuração de infrações e aplicação de penalidades àqueles sujeitos à disciplina
interna da Administração.
A letra (c) está incorreta. O poder regulamentar da administração pública é de natureza derivada,
visando à produção de atos de teor normativo, que complementam as leis e possibilitam sua
efetiva aplicação. Por isso, a criação de leis não é expressão do poder regulamentar dado seu
caráter derivado.
A letra (d) está correta. A aplicação de penalidades a particulares decorre do poder disciplinar
quando estes possuem vínculo específico com a Administração, como no caso de uma empresa
que celebrou um contrato com o poder público. Resumindo, quanto à aplicação de sanções,
temos o seguinte:
Ao servidor público → poderes hierárquico e disciplinar
Aos particulares com vínculo específico → poder disciplinar
Aos particulares em geral (vínculo geral) → poder de polícia
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Gabarito (D)
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b) Poder disciplinar.
c) Poder de polícia.
d) Todos estão corretos.
Comentários:
Nessa questão cobrou-se o conhecimento sobre os poderes administrativos, que podem ser:
vinculado, discricionário (letra a), hierárquico, disciplinar (letra b), regulamentar e de polícia (letra
c).
Gabarito (D)
3
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 152.
4
Op. cit. p. 142.
5
Op. cit. 149.
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A letra (e) está incorreta. O poder vinculado “é aquele que o Direito Positivo – a lei – confere à
Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinado os elementos
necessários à sua formalização.”6
Gabarito (C)
6
Op. cit. p. 138.
7
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 145.
89
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8
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 142.
9
Op. cit. p. 152.
10
Op. cit. p. 145.
11
Op. cit. p. 138.
90
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12
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 152.
91
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Aula 01
A letra (c) está incorreta. Trata-se de forma de intervenção do Estado na propriedade e tem por
base o princípio da supremacia do interesse público.
A letra (d) está incorreta. Conforme ensinamento de Maria Sylvia Di Pietro a “Homologação é o
ato unilateral e vincula pelo qual a Administração Pública reconhece a legalidade de um ato
jurídico.”13
Gabarito (B)
13
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 241.
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Gabarito (E)
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c) regulamentar.
d) hierárquico.
e) disciplinar.
Comentários:
Este é típico exemplo do poder de polícia. No caso em estudo, a Administração Pública fez o
correto uso do poder de polícia repressivo, em que foi aplicada sanção administrativa pelo
descumprimento de normas. A demolição visava proteger o interesse público existente quanto à
ordenação do território.
Logo, a letra (b) é a correta.
Gabarito (B)
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14
NETO, Diogo de Figueiredo Moreira. Curso de Direito Administrativo. GenMétodo. 16ª ed. item 119.3
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A letra (b) está incorreta. A remoção do servidor feita apenas com a intenção de puni-lo é
caracterizada pelo desvio de poder (desvio de finalidade), havendo claro desvio do interesse
público. No caso da questão, foi feito uso irregular do poder disciplinar.
A letra (c) está incorreta. A alternativa traz a definição de abuso de poder, e, não, uso de poder.
A letra (d) está incorreta. O art. 11, I, da Lei de Improbidade Administrativa, Lei no 8.429/1992,
mostra exemplo de abuso de poder, em que se pratica um ato visando fim proibido em lei
(desvio de finalidade) ou regulamento ou diverso daquele previsto. Assim, o abuso de poder
constitui ato de improbidade administrativa.
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A letra (e) está correta. Perfeito! O ato, mesmo praticado dentro da lei, pode configurar abuso de
poder por ter fim diverso ao interesse público (desvio de poder/finalidade). E, também, ato em
que há excesso de poder por vício de competência representa abuso de poder por estar em
desacordo com a lei.
Gabarito (E)
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A letra (b) está incorreta. O poder disciplinar é a prerrogativa que a administração possui de
aplicar sanções tanto aos servidores como aos particulares (terceiros) com vínculo contratual –
vínculo especial - com ela.
A letra (c) está incorreta. Não há qualquer hierarquia ou subordinação do TCU perante o
Congresso Nacional. Existe somente um vínculo entre eles. O tribunal de contas presta auxílio
técnico ao Legislativo. De acordo com o caput do art. 71 da Constituição Federal, o controle
externo, a cargo do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do TCU.
A letra (d) está incorreta. O Congresso Nacional pode sustar ato normativo da Secretaria, visto
que pertence ao Poder Executivo, conforme o art. 49, V, da CF:
A letra (e) está incorreta. Aqui há uma pegadinha. A banca mistura dois assuntos: poder de
polícia e serviços públicos. De fato, o poder de polícia pode ser remunerado por taxa. Contudo,
o “efetivo exercício ou potencialidade colocada à disposição do contribuinte” faz alusão aos
serviços públicos, segundo o art. 145, II, da CF:
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Ante tal previsão constitucional, a jurisprudência vem entendendo15 que a cobrança de taxa em
razão do poder de polícia somente é legítima apenas quando houver efetivo exercício do poder
de polícia.
Gabarito (A)
15
A exemplo do RE nº 361.009/RJ e do RE nº 588.322/RO
99
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decretos, sejam eles autônomos ou para regulamentar a lei, os quais estão corretamente
descritos no item. Tal poder pode ser aplicado tanto para atos normativos internos quando
externos.
A letra (e) está incorreta. Em regra, o poder de polícia da Administração tem natureza preventiva,
ao condicionar e restringir o exercício de atividades privadas incidentes sobre atividades, bens e
direitos. A polícia judiciária é a que possui caráter repressivo e prepara a função jurisdicional,
incidindo sobre pessoas. Ela não se exaure em si mesma.
Gabarito (D)
42. Instituto Excelência - Tec AL (CM Coru Sul) /CM Corumbataí do Sul/2019
Leia o trecho abaixo e complete a lacuna:
_____________é aquele conferido por lei ao administrador público para que, nos limites nela
previstos e com certa parcela de liberdade, adote, no caso concreto, a solução mais adequada
satisfazer o interesse público.
a) Poder Regulamentar
b) Poder Discricionário
c) Poder Expansivo
d) Nenhuma das alternativas.
Comentários:
A letra (a) está incorreta, visto que o poder regulamentar refere-se, nas palavras de Hely Lopes,
“a faculdade de que dispõem os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e
Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre
matéria de sua competência ainda não disciplinada por lei.”16
A letra (b) está correta, uma vez que o poder discricionário confere à Administração Pública
determinada margem de decisão, por motivo de conveniência e oportunidade. Frisa-se que a
discricionariedade só pode ocorrer por lei.
A letra (c) está incorreta, dado que não existe tal definição de poder administrativo.
Gabarito (B)
16
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 149.
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17
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 126.
18
Op. cit. p. 126.
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19
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 138.
20
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 139.
21
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 149.
22
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 145.
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A letra (a) está incorreta, dado que o poder de polícia “é a faculdade de que dispõe a
Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividade e direitos
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado.”23
A letra (b) está incorreta, uma vez que o poder regulamentar “é a faculdade de que dispõem os
Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para
sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre matéria de sua competência
ainda não disciplinada por lei.”24
A letra (d) está incorreta, considerando que o poder vinculado “é aquele que o Direito Positivo –
a lei – confere à Administração Pública para a prática de ato de sua competência, determinado os
elementos necessários à sua formalização”25. E, em geral, a seleção do local de fiscalização
resulta de ato discricionário.
A letra (e) está incorreta, visto que, conforme leciona Maria Sylvia Di Pietro, no ato discricionário
“a adoção de uma ou outra solução é feita segundo critérios de oportunidade, conveniência,
justiça, equidade, próprios da autoridade, porque não definidos pelo legislador”26. Até
poderíamos cogitar que a definição do local de fiscalização resulta da valoração de mérito por
parte do gestor público, mas notem que o foco da questão consiste na determinação que o
chefe expede, de sorte que a alternativa (C) seria a mais adequada.
Gabarito (C)
23
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 152.
24
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 149.
25
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 138.
26
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 221.
27
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas,
2012. p. 91.
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Passemos às demais!
A letra (a) está incorreta. De acordo com o §2º do art. 2º da lei 11.079/2004, a concessão
administrativa é o contrato de prestação de serviços que a Administração Pública seja usuária
direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens.
A letra (b) está incorreta, uma vez que a pena de demissão é aplicável ao servidor público (e não
a particulares).
A letra (d) está incorreta. A admoestação verbal encontra-se prevista na lei de drogas e trata-se
de uma forma de advertência, porém mais branda. Seria uma advertência benévola de forma
verbal.
A letra (e) está incorreta, uma vez que o processo administrativo disciplinar é aplicável ao servidor
público, sendo “o meio de apuração e punição de faltas graves”.28
Gabarito (C)
28
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 830.
29
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 152.
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30
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 121
e 123.
31
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 121.
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d) pelo escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da Administração que tem como
objetivo a organização da função administrativa.
e) pela verificação de contas dos administradores.
Comentários:
A letra (a) está correta. A banca examinadora muito se baseia nas lições de José dos Santos
Carvalho Filho, o qual nos ensina que “O dever de eficiência dos administradores públicos reside
na necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa”32. Portanto,
incrementar a qualidade e o resultado dos serviços públicos decorre do atendimento ao princípio
da eficiência.
A letra (b) está incorreta, pois os princípios da honestidade e da moralidade pautam o dever de
probidade do administrador público.
A letra (c) está incorreta, tendo em vista que a correta utilização do dinheiro público tem relação
direta com outros princípios, como a moralidade, o dever do administrador público de prestar
contas etc.
A letra (d) está incorreta. O escalonamento vertical dos órgãos e agentes está ligado à hierarquia
na organização da Administração Pública.
A letra (e) está incorreta, considerando-se que a verificação das contas constitui meio de controle
e faz parte do dever de prestar contas.
Gabarito (A)
32
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas,
2012. p. 66.
33
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 152.
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Quanto à letra (e), incorreta, lembro que o poder disciplinar é interno à Administração Pública.
Para Hely Lopes “é a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos serviços e
demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.”34
Gabarito (C)
A letra (c) está incorreta, visto que a guarda municipal não se subordina ou se vincula à polícia
militar.
A letra (d) está incorreta. O poder de polícia administrativa dos municípios não é inferior ou mais
restrito do que aquele conferido a estados ou à União. Cada ente da federação manifesta o
poder de polícia dentro das suas competências e atribuições, considerando o princípio da
predominância do interesse, como regra geral.
34
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 145.
35
RE 658570/MG. Rel. Min. Marco Aurélio. 6/8/2015 (repercussão geral)
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A letra (e) está incorreta. O Estado-membro não se submete ao poder de polícia dos municípios.
Os entes federados guardam autonomia entre si, sendo que os limites desta relação
encontram-se delineados no texto constitucional.
Gabarito (A)
108
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O segundo item está correto. O poder regulamentar é exercido em caráter inferior à lei, de sorte
que um decreto não poderia dispor contrariamente à lei, ou mesmo extrapolá-la, sob pena de ser
sustado pelo Congresso Nacional (CF, art. 49, V).
O item terceiro é falso, pois, apesar de apresentar corretamente a conceituação do poder de
polícia, erra ao final, dado que o mesmo não pode ser excluído do controle jurisdicional. Em
síntese, os atos de polícia também estão sujeitos ao controle judicial.
O quarto item é verdadeiro, visto que apresenta acertadamente a definição de poder disciplinar,
que, como bem definido pela lição de Hely Lopes “é a faculdade de punir internamente as
infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços
da Administração”36. Frisa-se a palavra internamente, a qual deixa claro a sua inaplicabilidade aos
particulares.
O quinto item é falso, pois refere-se ao poder hierárquico. O poder disciplinar, conforme item
anterior, é a faculdade da Administração de apurar e aplicar penalidades.
Gabarito (A)
36
Op. cit. p. 145.
37
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 145.
38
Op. cit. p. 138.
109
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Governadores e Prefeitos) de explicar a lei para sua correta execução, ou de expedir decretos
autônomos sobre matérias de sua competência ainda não disciplinada por lei.”39
A letra (D) está incorreta. O “Poder discricionário é o que o Direito concede à Administração, de
mo explícito ou implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de sua
conveniência, oportunidade e conteúdo.”40
A letra (E) está incorreta. “Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública
para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício
da coletividade ou do próprio Estado.”41
Gabarito (A)
39
Op. cit. p. 149.
40
Op. cit. p. 139.
41
Op. cit. p. 152.
42
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 203.
110
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56. Prova: LEGALLE Concursos / Câmara de Vereadores de Guaíba – RS/ Procurador/ 2017
O Poder Legislativo, no exercício do(de/das)____________que incumbe ao Estado, cria, por lei, as
chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.
Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna acima.
A Poder executivo.
B Poder de judicialização.
C Medidas repreensivas.
D Poder de polícia.
E Operações materiais.
Comentários:
A letra (D) está correta, considerando-se o "poder de polícia" em sentido amplo. Poder de
polícia consiste na faculdade de que dispõe a Administração Pública para condicionar e restringir
o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em benefício da coletividade ou do
próprio Estado44, criando de fato as limitações administrativas a que se refere o item.
Gabarito (D)
43
Op. cit. p. 142.
44
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 46. ed. São Paulo: Malheiros, 2016. p. 152.
111
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O desvio de poder ocorre quando o ato é realizado por agente público sem competência para a
sua prática.
Comentários:
A questão tentou confundir o candidato entre as duas modalidades do abuso de poder.
O desvio de poder consiste, na verdade, no vício do elemento finalidade dos atos
administrativos, sendo também denominado de abuso por desvio de finalidade.
O agente público que age fora de sua competência comete excesso de poder.
Para não errar na hora da prova, lembrem-se que Abuso é o gênero, que comporta duas
espécies:
Gabarito (E)
112
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Nesta situação, não é necessário avaliar se a omissão do gestor foi dolosa ou culposa. Se o
gestor deveria ter adotado uma conduta em determinado prazo e acaba deixando de agir
daquela forma, mesmo de maneira não intencional, terá cometido abuso de autoridade.
Hely Lopes Meirelles45 destaca, inclusive, a possibilidade de termos ato omissivo (decorrente da
inércia da administração) na modalidade culposa.
Gabarito (E)
Gabarito (C)
45
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 35ª edição, p. 114.
113
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d) regulamentar.
e) hierárquico.
Comentários:
Apesar de se falar em “atos normativos”, reparem que o verdadeiro objetivo da atuação
administrativa consiste na “ordenação da atuação de órgãos subordinados”, o que é feito no
exercício do poder hierárquico.
Segundo Hely Lopes Meirelles, uma das formas de manifestação do poder hierárquico é
justamente a distribuição e escalonamento de funções entre os órgãos da administração pública.
Lembro, ainda, que ‘subordinação’ é característica de uma relação hierárquica.
Gabarito (E)
64. CESPE/ CGM de João Pessoa – PB- Conhecimentos Básicos – Cargos 1,2 e 3 – 2018
A respeito da organização e dos poderes da administração pública, julgue o próximo item.
Define-se poder vinculado da administração pública como a faculdade do gestor público de
determinar condutas vinculadas à sua conveniência e oportunidade, observada a legalidade.
Comentários:
Pelo contrário, havendo faculdade do gestor público quando à conveniência e oportunidade, terá
lugar o poder discricionário.
Gabarito (E)
114
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Gabarito (E)
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Comentários:
O erro da proposição consiste em afirmar que as ordens manifestamente ilegais devem ser
obedecidas por força do poder hierárquico. As ordens notoriamente ilegais não devem ser
acatadas pelos subordinados.
No âmbito federal, por exemplo, esta conclusão decorre de expressa disposição legal:
Gabarito (E)
Gabarito (C)
116
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de ilícitos de natureza penal, ao passo que a polícia administrativa tem como objeto infrações
administrativas e atue, essencialmente, de maneira preventiva.
Gabarito (E)
117
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Aula 01
À época desta prova, prevalecia entendimento do STJ de que as fases de ordem e sanção
somente podem ser exercidas por pessoas jurídicas de direito público (visto que decorrem de
manifestação do poder extroverso do Estado), ao passo que consentimento e fiscalização
poderiam ser delegados a entidades da Administração de direito público ou privado.
De toda forma, aproveito para lembrar que, em outubro de 2020, o STF passou a defender a
possibilidade de delegação da aplicação de multas a entidades públicas de direito privado,
atendidos determinados pressupostos (RE 633.782/MG).
Gabarito (A)
118
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d) de segurança pública, pois o agente público, no exercício de ação repressiva, tem o poder
discricionário de fixar regras gerais e abstratas para garantir a normalidade das atividades da
repartição, em razão da supremacia do interesse público.
e) de polícia, pois o agente público, no exercício de ação fiscalizadora e preventiva, tem o poder
de praticar atos concretos, na forma da lei, para condicionar a liberdade dos indivíduos, pela
supremacia do interesse público.
Comentários:
A questão menciona manifestação do poder de polícia, exercido por agente público sobre
particular sem vínculo específico com a Administração. Buscava conciliar o interesse do cidadão
em acessar a Assembleia (individual) com a segurança das diversas pessoas que lá se
encontravam (interesse da coletividade). Assim, a letra (e) está correta.
Gabarito (E)
119
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O ato de remoção deveria visar a adequação nas lotações dos órgãos municipais (interesse
público) – e não o interesse pessoal do agente público. Portanto, houve um vício na finalidade
pretendida com o ato.
Assim sendo, havendo tal comprovação, o ato praticado será considerado nulo, em razão do
desvio de poder.
Gabarito (D)
120
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A doutrina em geral elenca três atributos do poder de polícia: discricionariedade (certa liberdade
de atuação), a autoexecutoriedade (execução imediata e direta, sem necessidade de ordem
judicial) e a coercibilidade (imposição ao administrado, inclusive mediante o emprego da força).
Relembrando a sigla D-A-C:
⮚ Discricionariedade
⮚ Autoexecutoriedade
⮚ Coercibilidade
Gabarito (C)
122
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Ainda a título preliminar, aproveito para lembrar que, em outubro de 2020, o STF passou a
defender a possibilidade de delegação da aplicação de multas a entidades públicas de direito
privado, atendidos determinados pressupostos (RE 633.782/MG).
A letra (A) está incorreta, pois os atos de sanção não podem ser delegados e os atos de
consentimento podem ser delegados.
A letra (B), incorreta, pois os atos de legislação e sanção não podem ser delegados.
A letra (C) está correta. De acordo com a jurisprudência do STJ, os atos de fiscalização e
consentimento podem ser delegados a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
administração pública indireta (no caso, sociedade de economia mista), pois há relação com o
poder de gestão do Estado. Todavia, os atos de legislação e sanção, segundo o STJ, não
poderiam ser delegados, uma vez que se referem ao poder de coerção do Estado.
A letra (D) está contrária ao entendimento do STJ (mencionado no enunciado), embora parte da
doutrina defenda o posicionamento mencionado neste item (a delegação só seria possível a
pessoas jurídicas de direito público integrantes da administração pública indireta).
A letra (E) está incorreta. Segundo a jurisprudência do STJ, os atos de fiscalização e
consentimento poderiam ser delegados a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da
administração pública indireta.
Gabarito (C)
80. FGV/ Câmara de Salvador – BA – Analista Legislativo Municipal – Área Legislativa – 2018
João construiu prédio de sua mercearia, sem requerer ou obter alvará de localização e
funcionamento junto ao Município de Salvador, invadindo inclusive parte da calçada. Após
regular processo administrativo, diante da omissão de João, o Município procedeu à demolição
da parte construída ilegalmente em área pública.
A conduta do poder público municipal está:
a) correta, e calcada em seu poder regulamentar, pelo atributo da coercitibilidade;
b) correta, e calcada em seu poder de polícia, pelo atributo da autoexecutoriedade;
c) correta, e calcada em seu poder disciplinar, pelo atributo da imperatividade;
d) errada, pois a medida extrema restringiu direito e uso da propriedade, razão pela qual deveria
ter sido aplicada apenas a multa;
e) errada, pois a medida extrema restringiu direito e uso da propriedade, razão pela qual deveria
ter sido precedida de provimento judicial.
Comentários:
A conduta do poder público está correta e tem fundamento no poder de polícia, que visa à
imposição de limites às atividades individuais em prol do interesse público. Evidencia-se o
atributo da autoexecutoriedade, pois a conduta foi executada diretamente pela Administração,
sem a necessidade de provimento judicial.
A letra (C) está incorreta, pois o poder disciplinar refere-se ao poder de punição àqueles
submetidos à ordem administrativa interna – servidores públicos ou particulares que mantenham
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um vínculo jurídico específico com a Administração, tais como aqueles que firmam contratos com
o Poder Público.
Gabarito (B)
46
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. – 37. ed. –São Paulo: Malheiros, 2010, p. 136.
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84. FGV/ Câmara de Salvador – BA – Analista Legislativo Municipal – Licitação, Contratos e Convênios
– 2018
Poderes administrativos são o conjunto de prerrogativas de direito público que a ordem jurídica
confere aos agentes administrativos com a finalidade de permitir que o Estado alcance seus fins.
Nesse contexto, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, destaca-se o poder:
a) hierárquico, que possui estruturação interna, mediante o escalonamento no plano vertical dos
órgãos e agentes da Administração, que tem por objetivo a organização da função
administrativa;
b) discricionário, que consiste na atuação vinculada do agente público refletida numa imposição
legal ao administrador, obrigando-o a conduzir-se rigorosamente em conformidade com os
parâmetros legais;
c) regulamentar, que decorre da prerrogativa de direito público que, calcada na lei, autoriza a
Administração Pública a restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade em favor do
interesse da coletividade;
d) disciplinar, que está ligado à ideia de hierarquia entre os agentes públicos, viabilizando
fenômenos administrativos como a avocação e a delegação, que decorrem de permissivo legal;
e) vinculado, que é a prerrogativa concedida aos agentes administrativos de elegerem, entre
várias condutas possíveis, a que traduz maior conveniência e oportunidade para o interesse
público.
Comentários:
A letra (A) está correta. O poder hierárquico refere-se à subordinação entre órgãos e agentes
públicos dentro da mesma pessoa jurídica. Deste poder emanam prerrogativas como o
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A letra (C) está correta. A alternativa apresenta situações em que foram empregados,
respectivamente, os poderes: regulamentar (edita decreto contendo normas gerais que
complementam lei ordinária municipal em determinada matéria) e de polícia (procede à
apreensão de produtos impróprios para consumo em mercado privado).
A letra (D) está incorreta. A alternativa apresenta situações em que foram empregados,
respectivamente, os poderes: hierárquico (delega para autoridade municipal hierarquicamente
inferior a prática de certo ato administrativo) e disciplinar (aplica pena disciplinar a servidor
público municipal, observado o devido processo legal).
A letra (E) está incorreta. A alternativa apresenta situações em que foram empregados,
respectivamente, os poderes: regulamentar (edita emenda à lei orgânica municipal com regras
específicas sobre serviços de interesse local) e hierárquico (expede ordem de serviço
disciplinando a divisão de atribuições de servidores lotados na Secretaria Municipal de Segurança
Pública).
Gabarito (C)
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Da mesma forma, a letra (D) está incorreta. Além disso, não se trata de ato composto (que exige
ratificação por outro agente), pois é ato simples (provém de uma única manifestação de vontade
– no caso, a do governador).
A letra (E) está incorreta. O ato complexo exige a conjugação de vontades de mais de um órgão,
o que não é o caso, pois provém de uma única manifestação de vontade – no caso, a do
governador. Trata-se de ato regulamentar simples.
Gabarito (A)
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A letra (e) está incorreta, visto que os atos normativos em geral são discricionários.
Gabarito (C)
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A letra (D) está incorreta. Em matéria de organização administrativa, como vimos, caberá sim o
“decreto autônomo”, desde que respeitadas as restrições acima destacadas. Além disso, a
alteração da composição do colegiado não se confunde com a extinção de cargos públicos.
A letra (E) está incorreta. Um órgão administrativo, ainda que colegiado, não exerce função
jurisdicional em sentido próprio, como por exemplo o CARF - Conselho Administrativo de
Recursos Fiscais. Dessa forma, não houve violação do poder normativo.
Aproveito para lembrar que, apesar de haver situações concretas em que os órgãos e entidades
do Poder Executivo solucionam conflitos, estes não são decididos em caráter definitivo. Isto
porque, mesmo nestes casos, os entes do Poder Executivo não têm o condão de dizer o direito
em caráter definitivo (não produzem coisa julgada), motivo pelo qual a doutrina conclui que o
Executivo não exerce função jurisdicional própria.
Gabarito (B)
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e “poder regulamentar”, podemos destacar as lições de Maria Sylvia Zanella Di Pietro47, para
quem o primeiro seria um grande gênero, do qual o poder regulamentar é uma das espécies.
A letra (b) está incorreta. O poder normativo não é utilizado para suprir as lacunas na legislação
deixadas pelo Poder Legislativo. Ao contrário, como regra geral, o poder normativo conferido à
Administração não pode inovar o ordenamento jurídico, sendo exercido em caráter
complementar a lei.
A letra (c) está incorreta. Caso comparássemos, a edição de um decreto tende a ser mais célere
do que a expedição de uma lei pelo Legislativo, mas esta não é a razão de existir do poder
normativo. Em outras palavras, ele não tem substrato no princípio da eficiência. Sua finalidade
precípua é viabilizar a aplicação das leis, alcançado assim o interesse público.
A letra (d) está incorreta. Em acréscimo às observações da letra (B), ressalto que o decreto
autônomo também não existe para suprir lacunas da legislação, podendo ser editado apenas nas
restritas hipóteses previstas no art. 84, VI, da CF.
A letra (e) está incorreta. Além do que já comentamos acima, lembro que a solução de casos
concretos, inclusive em virtude da ausência de regulamentação que inviabilize o exercício de
direitos, é atribuição do Poder Judiciário, exercida por meio de instrumentos como a ação direta
de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção.
Gabarito (A)
90. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Agente de Polícia Legislativa – 2018
Para o Direito Administrativo, poder disciplinar é aquele que
a) o Executivo dispõe para distribuir as funções de seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus
agentes.
b) a Administração pública exerce para apurar infrações e aplicar penalidades exclusivamente aos
servidores públicos.
c) tem como característica o seu discricionarismo, o que significa que independe da apuração
regular da falta disciplinar para o seu exercício pela Administração pública.
d) a Administração pública exerce para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores
públicos e demais pessoas sujeitas à disciplina administrativa.
e) o Estado tem de punir criminalmente os cidadãos, visando à repressão de crimes e
contravenções em geral definidas nas leis penais.
Comentários:
A letra (A) está incorreta, já que menciona prerrogativas decorrentes do poder hierárquico.
A letra (B) está incorreta por um detalhe: o poder disciplinar permite, além da apuração de
infrações, a aplicação de sanções a todos aqueles sujeitos à disciplina interna da Administração,
o que inclui também os particulares com vínculo específico. Portanto, por meio do poder
disciplinar aplica-se uma penalidade ao servidor público faltoso, mas também a particulares em
situações específicas (exemplo: empresa contratada pelo poder público).
47
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2014. p. 91.
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A letra (C) está incorreta. De fato, o discricionarismo é apontado como uma das características do
poder disciplinar. Mas é importante perceber que ele também possui uma face vinculada. Uma
vez tendo ciência de falta disciplinar, a Administração tem o dever de apurá-la e, caso
comprovada a ilegalidade, o dever de aplicar a sanção. No entanto, na aplicação da sanção a
Administração goza de discricionariedade para valorar a pena e sua intensidade.
A letra (D) está correta, a partir do que comentamos acima.
A letra (E) está incorreta, pois o poder disciplinar tem natureza administrativa, não se
confundindo, portanto, com a repressão de crimes previstos nas leis penais (jus puniendi do
Estado).
Gabarito (D)
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A letra (B) está incorreta, pois a expedição de licenças e autorizações também emanam do poder
de polícia, mais especificamente da sua fase do consentimento. Além disso, a expedição de
licenças e autorizações deriva do poder de império do Estado, não constitui serviço público. A
expedição destes alvarás se insere em um contexto de limitação das liberdades individuais em
prol da coletividade.
A letra (C), incorreta, se esquece da fase de polícia denominada legislação ou ordem de polícia.
Partindo-se deste conceito amplo de poder de polícia, os limites e condições criados por lei (em
caráter geral e impessoal) para o exercício das atividades privadas e o uso de bens inserem-se
também no poder de polícia.
A letra (D) está duplamente incorreta. Um dos atributos do poder de polícia é justamente a
discricionariedade. Isto não quer dizer que sua atuação será sempre discricionária, mas
essencialmente o será. Relembrando os atributos do poder de polícia (de onde surge a sigla
D-A-C):
⮚ Discricionariedade
⮚ Autoexecutoriedade
⮚ Coercibilidade
Além disso, a polícia administrativa tem tanto cunho repressivo (como na aplicação de uma multa
aos particulares em geral) quanto preventivo (como na expedição de licenças e autorizações).
A letra (E) está incorreta, pois a atividade de polícia administrativa não se confunde com a de
polícia judiciária, a qual cuida da segurança pública, recai sobre pessoas, tem viés repressivo e
está concentrada em algumas corporações.
Gabarito (A)
92. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Técnico Legislativo – Secretário – 2018
Os atos administrativos são permeados pela influência dos poderes da Administração. Destes são
exemplo o poder de polícia, o poder normativo, o poder disciplinar e o poder hierárquico. O ato
administrativo representa exercício do atributo da autoexecutoriedade, que também pode estar
presente no poder de polícia,
a) quando há imposição de sanções aos usuários dos serviços prestados pela Administração
direta.
b) que se mostra eivado de ilegalidade, caso não tenha sido lavrado instrumento pertinente à
notificação prévia sobre qualquer irregularidade.
c) discricionário, considerando que pode ser disciplinado por decreto autônomo, cabendo ao
administrador identificar quando exercê-lo.
d) na organização interna dos órgãos administrativos, se tratar da hierarquia e divisão de
atribuições dos servidores.
e) quando da adoção de providências materiais para obstar atuação dos administrados que
coloque em risco a segurança na execução de projetos de obra.
Comentários:
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Gabarito (E)
93. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2018
Constitui exemplo de atuação da Administração pública fundada no exercício do poder de
polícia:
a) Interdição e demolição de construção com risco de desabamento.
b) Permissão de uso de imóvel público para particular que se responsabilize por sua guarda.
c) Declaração de inidoneidade à particular que fraudou procedimento licitatório.
d) Concessão de serviço público à exploração privada, sujeito às normas fixadas pelo poder
concedente.
e) Aplicação de penalidade a servidor público, observado o devido processo legal e o
contraditório.
Comentários:
A letra (A) está correta, na medida em que são atuações que visam a restringir a atividade do
particular para proteger a coletividade.
A letra (B) foi dada como incorreta, na medida em que tal permissão ampliou a esfera de direitos
do administrado (caráter ampliativo) e nada se mencionou sobre o interesse da coletividade
naquela permissão.
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Aula 01
As letras (C) e (E) estão incorretas, pois a aplicação de penalidade a servidor público, a uma
empresa contratada ou à empresa que participou de uma licitação não decorrem do poder de
polícia, mas diretamente do poder disciplinar. No caso dos particulares, existe um vínculo
especial, o que afasta a incidência do poder de polícia.
A letra (D) está incorreta, pois a delegação de serviço público não decorre do poder de polícia.
Aproveito para lembrar que a concessão de serviço público é formalizada não por “ato”, mas
mediante um contrato administrativo.
A letra (E) está incorreta, pois a aplicação de penalidade a servidor público não decorre do poder
de polícia, mas diretamente do poder disciplinar.
Gabarito (A)
94. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
Na execução de suas funções executivas, a Administração pública é dotada de algumas
prerrogativas, com amparo legal, que lhe permitem a adoção de uma série de medidas e atos
para consecução das finalidades de interesse público. Configura expressão de algumas dessas
prerrogativas
a) o poder de polícia, que lhe permite limitar direitos individuais sempre que a atividade
fiscalizada for criminosa.
b) o poder regulamentar, que é expressamente previsto constitucionalmente dentre as
competências legislativas, possuindo matérias próprias de incidência.
c) o poder de polícia, que admite a adoção de medidas repressivas e urgentes para impedir
danos ou riscos à coletividade, cabendo ao destinatário daquelas defender-se após a prática
desses atos.
d) a edição de decretos pelo Chefe do Poder Executivo, que se insere no poder regulamentar,
somente podendo se prestar a explicitar o conteúdo de leis já editadas, para sua melhor
aplicação.
e) o poder de polícia e o poder regulamentar, que são autônomos, ou seja, encontram
fundamento em competências próprias da Administração pública, prescindindo de previsão ou
autorização legal.
Comentários:
A letra (A) está incorreta. O início da frase está correto, mas o final peca ao relacionar o poder de
polícia administrativa a atividades criminosas. A polícia administrativa, diferentemente da
judiciária, não cuida da repressão criminal.
A letra (B) está incorreta. Reparem que o poder regulamentar, embora esteja previsto
constitucionalmente, não constitui “competência legislativa” expressa do Chefe do Poder
Executivo. Diferentemente são as Medidas Provisórias (previstas no art. 59 da CF), estas sim
constituem competência legislativa do Executivo.
Reparem que a expedição de decretos se encontra no art. 84 da Constituição Federal, fora da
Seção constitucional que regulamenta o processo legislativo.
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Aula 01
A letra (C) está correta e menciona a modalidade repressiva do poder de polícia, na qual, em
alguns casos, se admite que a defesa do particular se dê após a prática do ato de polícia
(contraditório diferido ou adiado).
A letra (D) está incorreta, pois omitiu as duas possibilidades de expedição de decretos
autônomos, espécie do gênero “decretos” do Chefe do Executivo mencionado no enunciado:
A letra (E) está incorreta. Por força do princípio da legalidade, a atuação estatal deve encontrar
respaldo na lei e, em relação aos poderes administrativos, não será diferente. O poder de polícia,
por exemplo, encontra-se previsto expressamente no Código Tributário Nacional (CTN).
Gabarito (C)
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Gabarito (B)
Gabarito (E)
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Aula 01
e) não pode dispor sobre o tema mediante decreto, a pretexto de exercer seu poder
regulamentar, eis que matéria de organização e funcionamento da Administração é reservada à
lei, cuja iniciativa privativa é do Chefe do Executivo.
Comentários:
Questão que exigiu atenção dos candidatos. Antes de mais nada, reparem que foi a lei quem
criou Secretarias e órgãos públicos (até porque isto não poderia ser feito mediante decreto).
Portanto, o decreto editado provocou os seguintes efeitos:
Tais efeitos podem ser legitimamente veiculados por meio de decreto (Constituição Federal, art.
84, incisos IV e VI), de onde se concluiu que é legítima a manifestação do poder regulamentar em
tela.
Em relação à extinção de cargos mediante decreto (efeito 2 acima), a Constituição Federal exige
que estes estejam vagos. Relembrando:
Gabarito (A)
98. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor legislativo – Finanças Públicas – 2018
Entre os poderes próprios da Administração, decorrentes do regime jurídico administrativo que
lhe atribui determinadas prerrogativas e sujeições, insere-se o poder disciplinar, que
a) possui, como uma das suas manifestações, o poder-dever de apurar infrações e aplicar
penalidades aos servidores públicos, comportando alguma margem de discricionariedade no que
concerne à dosimetria das sanções.
b) também alcança os particulares que não possuem vínculo laboral ou contratual com a
Administração, coibindo condutas nocivas ou perigosas, como expressão do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado.
c) corresponde ao poder dos superiores de proferir ordens a seus subordinados, constituindo
expressão da hierarquia, excluídas as aplicações de penalidades, que se inserem no bojo do
poder sancionador.
d) constitui o poder de organizar as atividades administrativas, mediante expedição de
instruções, portarias, ordens de serviços e outros atos infralegais, decorrendo do poder
normativo, exercido nos limites da lei.
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Gabarito (A)
99. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2018
A Polícia Militar de um estado da federação organizou uma operação de fiscalização para
controle de embriaguez na condução de veículos automotores. Para além das questões criminais
possivelmente envolvidas, diante dos motoristas que se mostraram em desacordo com os níveis
de álcool permitidos para a condução de veículos, aferidos mediante uso de instrumento
específico (bafômetro), os agentes apreenderam os veículos, bem como autuaram e lavraram
autos de infração e imposição de multas. Essa atuação
a) dependeria de prévio processo administrativo, com respeito ao contraditório e ampla defesa,
sendo vedada a apreensão e a imposição de multa previamente à nomeação de defensor público
para o motorista.
b) configura exercício do poder de polícia pela Administração pública, que está autorizada a
adotar medidas acautelatórias da ordem e da segurança, diferindo o exercício do direito de
defesa pelo motorista.
c) é uma das formas de exercício do poder hierárquico exercido pela corporação militar, que o
possui em caráter originário, não sendo limitado pelo Poder Executivo.
d) pode ter se dado com base no poder disciplinar, considerando que essa é uma característica
intrínseca da atuação da Polícia Militar, independentemente de fundamento normativo.
e) caracteriza um procedimento de polícia para a Corporação da Polícia Militar, que inclui polícia
administrativa e polícia judiciária.
Comentários:
A fiscalização de trânsito, embora possa se dar de forma ostensiva, constitui típico exercício do
poder de polícia administrativa.
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A letra (A) está incorreta, pois o exercício do contraditório, em casos excepcionais, poderá ser
diferido (adiado), com o objetivo de adotar uma medida acautelatória, como a apreensão do
veículo. Nestas situações o administrado poderá impugnar posteriormente a autuação.
Por este mesmo raciocínio a letra (B) está correta.
As letras (C) e (D) estão incorretas, pois a fiscalização decorre, na verdade, do poder de polícia
administrativa.
A letra (E) está incorreta. Segundo leciona a Profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, em relação à
Polícia Militar, é importante destacar que a Corporação exerce tanto atividades de polícia
judiciária (e.g., quando leva um preso a uma audiência perante o juiz, no curso do processo
penal), quanto atividades de polícia administrativa (e.g., quando aplica uma multa de trânsito).
No entanto, tratando-se de fiscalização de trânsito, esta irá se inserir dentro do poder de polícia
administrativa48.
Gabarito (B)
Gabarito (A)
48
RE 658570, rel. Min. Marco Aurélio, 6/8/2015, Repercussão Geral
141
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O item II está incorreto. É possível sim a cobrança de taxa pelo efetivo exercício do poder de
polícia:
142
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O item III foi dado como correto, tendo em vista entendimento jurisprudencial de que algumas
fases do poder de polícia podem ser objeto de delegação à pessoa jurídica de direito privado,
desde que tal pessoa integrasse a administração pública.
O item IV está correto, pois enuncia corretamente duas características do poder de polícia.
Relembrando:
⮚ Discricionariedade
⮚ Autoexecutoriedade
⮚ Coercibilidade
Gabarito (C)
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Determinado agente público que busque, na execução de ato administrativo, fim diverso do
previsto pela lei, incorre em:
a) Excesso de poder, espécie do gênero desvio de poder.
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b) vinculado.
c) disciplinar.
d) de polícia.
e) hierárquico.
36. FUNIVERSA - Ag Trans (DETRAN DF) /DETRAN DF/2012
Diogo de Figueiredo Moreira Neto define poder de polícia administrativa como o meio pelo qual
o Estado aplica restrições e condicionamentos, impostos por lei, ao exercício das liberdades e
dos direitos fundamentais, a fim de assegurar uma convivência social harmônica e produtiva. A
respeito desse tema, assinale a alternativa correta.
a) As licenças vêm previstas em norma legal, cabendo ao Administrador a apreciação,
fundamentadamente, do juízo discricionário para o caso concreto.
b) A fiscalização é uma atividade de polícia administrativa que somente pode ser exercida pelo
poder público, mas pode ser deflagrada tanto de ofício como por qualquer pessoa, desde que,
neste último caso, demonstre-se interesse no cumprimento da ordem de polícia ou na
manutenção das condições que tornaram possível o assentimento de polícia.
c) Enquanto a atividade de fiscalização é exclusivamente preventiva, a atividade sancionatória
decorrente do poder de polícia administrativa tem dupla função; quais sejam, a preparação da
repressão das infrações pela constatação formal dos atos infratores e a consequente submissão
coercitiva do infrator às medidas impostas pela administração pública.
d) O poder de polícia administrativa aplicado ao campo da segurança desdobra-se na
manutenção da ordem social e da ordem jurídica. Enquanto a ordem social visa garantir a
integridade do próprio Estado e de suas instituições, a ordem jurídica tem por objeto garantir a
incolumidade das pessoas e dos bens.
e) O setor da polícia de costumes, visando à manutenção do próprio tecido social, desdobra-se
em sanções específicas, delas fazendo parte as correntemente aplicadas de censura, de
interdição de locais, de cassação de licença e de vigilância, cabendo, de regra, ao município a
competência de legislar e executar os referidos institutos.
37. FUNIVERSA - Ag SgPe (SAPeJUS GO)/SAPeJUS GO/2015
Acerca do uso e abuso do poder, assinale a alternativa correta.
a) O agente que, embora dentro de sua competência, se afasta do interesse público que deve
nortear todo desempenho administrativo atua com excesso de poder.
b) A remoção, de ofício, de servidor para outra localidade, quando não há necessidade de
pessoal, mas apenas intenção de puni-lo, configura uso regular de poder disciplinar.
c) Uso de poder é toda ação ou omissão que, violando dever ou proibição imposta ao agente,
propicia, contra ele, medidas disciplinares, civis e criminais.
d) O abuso de poder não constitui ato de improbidade administrativa.
e) É abuso de poder tanto o ato praticado na forma da lei, mas que pretende atingir um objetivo
diverso do previsto legalmente, quanto o ato praticado em desobediência à previsão legal.
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IV- Poder disciplinar legitima que a Administração Pública aplique penalidades e sanções aos
servidores públicos que cometerem alguma infração em relação à sua atuação enquanto agentes
do Estado.
V- Poder hierárquico, é o que garante a possibilidade de atuação atípica do Poder Executivo de
atuar em relação à legislação.
Estão CORRETAS as afirmativas:
a) II, III e IV.
b) I, III, IV e V.
c) I, II e IV.
d) Nenhuma das alternativas.
45. UFF - GCM (Niterói)/Pref Niterói/2014
O chefe de um guarda municipal pode determinar o seu local de atuação em virtude do poder:
a) de polícia.
b) regulamentar.
c) hierárquico.
d) vinculado.
e) discricionário.
46. UFF - FPT (Pref Maricá) /Pref Maricá/2018
Tício, Fiscal de Posturas e Transportes do Município de Maricá, em ato de fiscalização, teve que
multar um estabelecimento comercial que funcionava em desacordo com as normas vigentes no
Município. Assim, está correto afirmar que Tício aplicou ao dono do estabelecimento um(a):
a) concessão administrativa.
b) pena de demissão.
c) sanção administrativa.
d) admoestação verbal.
e) processo administrativo disciplinar.
47. UFF - FPT (Pref Maricá) /Pref Maricá/2018
Quando o Poder Público interfere na órbita do interesse privado para salvaguardar o interesse
público, restringindo direitos individuais, atua no exercício do poder:
a) de persuasão.
b) disciplinar.
c) regulamentar.
d) hierárquico.
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e) de polícia.
48. UFF - GCM (Niterói)/Pref Niterói/2014
Um guarda municipal em ronda se depara com um antigo desafeto vendendo em logradouro
público produtos de gênero alimentício embalados (balas, chicletes e biscoitos), junto com outros
ambulantes, sem autorização da Prefeitura. O guarda então decide apreender o produto e aplicar
multa ao desafeto, apenas para importuná-lo, não fazendo o mesmo com os demais ambulantes.
Considerando-se a situação hipotética acima, julgue as afirmativas seguintes:
I Em virtude do poder de polícia, o guarda municipal poderia recolher produtos vendidos em
locais não autorizados.
II O servidor público em questão atuou, na hipótese, com abuso de poder, desviando a
finalidade de sua atuação para prejudicar um desafeto.
III Mesmo tendo havido abuso de poder, o ato não poderá ser invalidado, pois o ambulante
agia em desrespeito às normas de postura.
Dos itens acima, apenas:
a) I está correto.
b) I e II estão corretos.
c) III está correto.
d) II está correto.
e) II e III estão corretos.
49. UFF - Tec CI (Pref Maricá) /Pref Maricá/2018
O direito positivo não confere apenas poderes aos administradores públicos. Ao contrário,
estabelece também certos deveres que devem ser por eles cumpridos para evitar sejam
responsabilizados pelo descumprimento. O dever de eficiência do administrador público é
caracterizado:
a) pela necessidade de tornar cada vez mais qualitativa a atividade administrativa.
b) por pautar-se nos princípios da honestidade e moralidade, quer em face dos administrados,
quer em face da própria Administração.
c) pela utilização do dinheiro público.
d) pelo escalonamento em plano vertical dos órgãos e agentes da Administração que tem como
objetivo a organização da função administrativa.
e) pela verificação de contas dos administradores.
50. UFPR - Adv (CM Quitandinha) /CM Quitandinha/2018
Quando uma autoridade administrativa interdita um estabelecimento comercial privado, constitui
exemplo do exercício do poder:
a) hierárquico.
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b) interventor.
c) de polícia.
d) eficaz.
e) disciplinar.
51. UEL - Adv I (CM Cambé) /CM Cambé/2012
Sobre o poder de polícia no Município, assinale a alternativa correta.
a) É regulado pelo direito administrativo previsto na Constituição, na legislação infraconstitucional
e na conformidade da doutrina.
b) É possibilitado pela Constituição Federal por meio de instituição da guarda municipal.
c) A guarda municipal exerce o poder de polícia sob supervisão da polícia militar do
Estado-membro.
d) É limitado, se comparado ao poder de polícia da União Federal e dos Estados-membros.
e) O Estado-membro submete-se ao poder de polícia dos municípios.
52. UEL - AF (SEFAZ PR) /SEFAZ PR/2012
Sobre os poderes da Administração Pública, atribua V (verdadeiro) ou F (falso) às afirmativas a
seguir.
( ) A competência para o exercício do poder de polícia segue a distribuição constitucional das
competências administrativas, com base no princípio da predominância do interesse. Inclusive, a
Constituição Federal possibilita que o Poder Público crie taxas em razão do exercício deste
poder.
( ) O exercício do poder regulamentar do Executivo situa-se na principiologia constitucional da
separação dos poderes. Assim, o regulamento não poderá alterar disposição legal, tampouco
criar obrigações diversas das previstas em disposição legislativa.
( ) O poder de polícia é inerente à Administração Pública, que pode restringir e condicionar o uso
e gozo de bens, das atividades e dos direitos individuais, em benefício da coletividade ou do
próprio Estado, estando submetido ao princípio da legalidade, mas não ao controle jurisdicional.
( ) O poder disciplinar consiste na possibilidade de a Administração Pública apurar infrações e
aplicar penalidades aos servidores públicos, mas este poder não abrange as sanções
administrativas aplicadas aos particulares, uma vez que estas sanções terão como fundamento o
poder de polícia.
( ) O poder disciplinar é instrumento para a garantia da atuação coordenada da Administração.
Consiste na subordinação e na coordenação das relações entre órgãos públicos e entre os
servidores. Permite rever atos dos subordinados e decidir conflitos de competência.
Assinale a alternativa que contém, de cima para baixo, a sequência correta.
a) V, V, F, V, F.
b) V, F, V, V, F.
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c) V, F, F, F, V.
d) F, V, V, F, V.
e) F, F, F, V, V.
53. LEGALLE Concursos - Prefeitura de Turuçu - RS - Assistente Administrativo/ 2016
“É a faculdade punitiva interna da Administração e só abrange as infrações relacionadas com o
serviço”.
O excerto acima se refere à qual Poder Administrativo?
A Poder disciplinar.
B Poder vinculado.
C Poder regulamentar.
D Poder discricionário.
E Poder de polícia.
54. LEGALLE Concursos/ Prefeitura de Turuçu - RS / Assistente Administrativo/ 2016
Sabe-se que “o poder regulamentar enquadra-se em uma categoria mais ampla denominada
poder normativo, que inclui todas as diversas categorias de atos gerais”, tais como:
I. Deliberações.
II. Portarias.
III. Regimentos.
Está(ão) correta(s):
A Apenas I.
B Apenas II.
C Apenas I e II.
D Apenas II e III.
E I, II e III.
55. LEGALLE Concursos/ Câmara de Vereadores de Guaíba - RS / Auxiliar de Apoio Administrativo/
2017
Como denomina-se o Poder Administrativo que é adjudicado ao Administrador a distribuir e
escalonar as funções dos seus órgãos, ordenando e reavendo a atuação de seus agentes,
estabelecendo, desse modo, uma relação de subordinação?
A Poder Disciplinar.
B Poder Hierárquico.
C Poder de Polícia.
D Poder Regulamentar.
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E Poder Discricionário.
56. Prova: LEGALLE Concursos / Câmara de Vereadores de Guaíba – RS/ Procurador/ 2017
O Poder Legislativo, no exercício do(de/das)____________que incumbe ao Estado, cria, por lei, as
chamadas limitações administrativas ao exercício das liberdades públicas.
Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna acima.
A Poder executivo.
B Poder de judicialização.
C Medidas repreensivas.
D Poder de polícia.
E Operações materiais.
57. CESPE/ STJ – Conhecimentos Básicos – 2018
Julgue o item a seguir, relativos aos poderes da administração pública.
O desvio de poder ocorre quando o ato é realizado por agente público sem competência para a
sua prática.
58. CESPE/ STJ - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2018
No que se refere aos poderes administrativos, julgue o item que se segue.
O abuso de poder pode ocorrer tanto na forma comissiva quanto na omissiva, uma vez que, em
ambas as hipóteses, é possível afrontar a lei e causar lesão a direito individual do administrado.
59. CESPE/ STJ – Técnico Judiciário – Área Administrativa – 2018
Acerca dos poderes da administração pública e da responsabilidade civil do Estado, julgue o
item a seguir.
Em razão da discricionariedade do poder hierárquico, não são considerados abuso de poder
eventuais excessos que o agente público, em exercício, sem dolo, venha a cometer.
60. CESPE/ IPHAN – Auxiliar Institucional – 2018
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.
Poder discricionário corresponde à prerrogativa do gestor público de avaliar a conveniência e a
oportunidade de praticar determinado ato administrativo.
61. CESPE/ STM - Analista Judiciário – Área Administrativa – 2018
A respeito dos poderes administrativos, da contratação com a administração pública e do
processo administrativo — Lei n.º 9.784/1999 —, julgue o item seguinte.
A contratação de prestação de serviços de manutenção predial está dentro da esfera do poder
discricionário da administração.
62. CESPE/ PC-MA - Delegado de Polícia Civil – 2018
Com relação aos poderes administrativos, a prerrogativa da administração pública de editar atos
normativos para ordenar a atuação de órgãos subordinados decorre do exercício do poder
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a) discricionário.
b) disciplinar.
c) de polícia.
d) regulamentar.
e) hierárquico.
63. CESPE/ PC-MA – Escrivão de Polícia – 2018
A administração pública detém determinados poderes, a partir dos quais busca satisfazer o
interesse público, que se sobrepõe ao interesse privado. Nesse sentido, o poder de cada ente
administrativo de apurar infrações e aplicar penalidades a servidores públicos consiste no poder
a) disciplinar.
b) vinculado.
c) discricionário.
d) hierárquico.
e) regulamentar.
64. CESPE/ CGM de João Pessoa – PB- Conhecimentos Básicos – Cargos 1,2 e 3 – 2018
A respeito da organização e dos poderes da administração pública, julgue o próximo item.
Define-se poder vinculado da administração pública como a faculdade do gestor público de
determinar condutas vinculadas à sua conveniência e oportunidade, observada a legalidade.
65. CESPE/ IPHAN – Auxiliar Institucional - 2018
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.
A administração pública exerce o poder disciplinar ao aplicar sanções, por exemplo, a um
motorista particular que dirige seu veículo em velocidade acima da máxima permitida.
66. CESPE/ IPHAN – Auxiliar Institucional - 2018
Julgue o item subsecutivo, a respeito dos poderes da administração pública.
Ao exercer o poder regulamentar, a administração pública pode extrapolar os limites do ato
normativo primário, desde que o faça com vistas à finalidade pública.
67. CESPE/ EBSERH – Advogado - 2018
Julgue o seguinte item, a respeito dos poderes da administração pública.
O poder hierárquico se manifesta no controle exercido pela administração pública direta sobre as
empresas públicas.
68. CESPE/ STJ - Conhecimentos Básicos – 2018
Julgue o item a seguir, relativos aos poderes da administração pública.
O poder hierárquico impõe o dever de obediência às ordens proferidas pelos superiores
hierárquicos, ainda que manifestamente ilegais, sob pena de punição disciplinar.
69. CESPE/ STM - Analista Judiciário – Área Judiciária – 2018
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(E) delegável à pessoa jurídica de direito privado, por estar ligada aos poderes discricionário e
hierárquico do Estado.
74. FGV - EPP (Pref Salvador) /Pref Salvador/2019
José, Agente de Polícia da Assembleia Legislativa da Bahia, no exercício de suas funções, exercia
o controle dos acessos e das saídas das pessoas das instalações da Casa Legislativa.
O cidadão Joaquim, para entrar no parlamento estadual, passou pelo portal detector de metais,
momento em que o aparelho emitiu som e acendeu a luz vermelha, constatando a presença de
algum metal. Em seguida, com a concordância de Joaquim, José procedeu à sua revista pessoal,
encontrando apenas um celular que o cidadão carregava no bolso, sendo-lhe franqueado o
acesso à Assembleia.
No caso em tela, a atuação de José foi embasada no poder administrativo
a) hierárquico, pois o agente público no exercício da função está em situação de superioridade
hierárquica em relação ao particular administrado.
b) normativo, pois o agente público no exercício da função tem o poder de estabelecer regras
concretas aplicáveis a cada caso, com objetivo de garantir a ordem na repartição.
c) disciplinar, pois o agente público no exercício da função detém a prerrogativa de disciplinar as
rotinas administrativas necessárias para segurança do órgão público.
d) de segurança pública, pois o agente público, no exercício de ação repressiva, tem o poder
discricionário de fixar regras gerais e abstratas para garantir a normalidade das atividades da
repartição, em razão da supremacia do interesse público.
e) de polícia, pois o agente público, no exercício de ação fiscalizadora e preventiva, tem o poder
de praticar atos concretos, na forma da lei, para condicionar a liberdade dos indivíduos, pela
supremacia do interesse público.
75. FGV - TMD (DPE RJ) /DPE RJ/2019
Com o objetivo de retaliação política, o novo prefeito João, tão logo tomou posse, praticou ato
administrativo determinando a remoção do servidor público efetivo municipal José, seu antigo
desafeto, que não o apoiou na campanha eleitoral. Inconformado, José buscou assistência
jurídica na Defensoria Pública, ocasião em que lhe foi informado que era:
a) inviável o ajuizamento de ação judicial visando à nulidade ou reforma do ato de remoção, eis
que está calcado na discricionariedade administrativa;
b) inviável o ajuizamento de ação judicial visando à nulidade ou reforma do ato de remoção, eis
que goza do atributo da presunção de legalidade e legitimidade;
c) viável o ajuizamento de ação judicial visando à nulidade do ato de remoção, diante do abuso
de poder, na modalidade excesso de poder, por vício no elemento competência do ato;
d) viável o ajuizamento de ação judicial visando à nulidade do ato de remoção, diante do abuso
de poder, na modalidade desvio de poder, por vício no elemento finalidade do ato;
e) viável o ajuizamento de ação judicial visando à revogação do ato de remoção, diante do abuso
de poder, na modalidade excesso de poder, por vício no elemento motivo do ato.
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(B) pode inovar o ordenamento jurídico, desde que se esteja diante de lacunas legais em matéria
de interesse público.
(C) deve observar os limites postos pela lei para explicitar os dispositivos desta, detalhando, por
exemplo, o procedimento de aplicação da norma regulamentada.
(D) avoca competências típicas de poder de polícia, podendo instituir limitações aos direitos dos
particulares, em caráter isonômico.
(E) edita atos administrativos de natureza vinculada, porque estes não podem desbordar da lei à
qual estão submetidos.
88. FCC/DETRAN-SP – Agente de Trânsito – 2019
O Chefe do Executivo de um estado federado editou decreto alterando a composição de um
órgão colegiado para fins de reduzir seu número de integrantes. O decreto passou a exigir, ainda,
que as decisões do referido colegiado fossem submetidas ao titular da secretaria à qual está
vinculado, para homologação. O ato normativo editado
(A) excede os limites de competência do Chefe do Executivo, invadindo matéria reservada à lei,
já que os decretos do Executivo apenas podem explicitar normais legais, não lhes sendo
conferido conteúdo autônomo.
(B) pode ser considerado expressão do poder normativo, demonstrado que a alteração se insere
em matéria de organização administrativa, sem ensejar aumento de despesas ou extinção de
órgãos públicos.
(C) é aderente ao texto constitucional que disciplina o poder normativo do Executivo, ao qual
somente é vedado implementar o aumento de despesas, do que não tratou o caso concreto.
(D) se insere na competência regulamentar do Chefe do Executivo, pois se limitou a extinguir
cargos, aquém de matéria de organização administrativa, para a qual seria obrigatória edição de
lei.
(E) viola a competência normativa do Poder Executivo, considerando que os órgãos colegiados
inseridos na organização administrativa exercem competência jurisdicional e autônoma,
submetendo-se apenas ao controle do Poder Legislativo.
89. FCC/ Prefeitura de Recife – PE – Analista de Planejamento, Orçamento e Gestão – 2019
O exercício do poder normativo pelos entes públicos configura
a) atuação que abrange a edição de decretos regulamentares sem inovação de mérito em face da
lei regulamentada, embora também permita a edição de decretos autônomos em situações
expressamente previstas.
b) expressão do princípio da supremacia do interesse público, pois admite que o Executivo possa
editar atos normativos quando houver omissão, voluntária ou involuntária, da legislação.
c) corolário do princípio da eficiência, tendo em vista que a agilidade da atuação do Executivo
permite a edição de decretos para disciplinar a situação dos administrados de forma mais
aderente à efetiva necessidade dos mesmos.
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Os atos administrativos são permeados pela influência dos poderes da Administração. Destes são
exemplo o poder de polícia, o poder normativo, o poder disciplinar e o poder hierárquico. O ato
administrativo representa exercício do atributo da autoexecutoriedade, que também pode estar
presente no poder de polícia,
a) quando há imposição de sanções aos usuários dos serviços prestados pela Administração
direta.
b) que se mostra eivado de ilegalidade, caso não tenha sido lavrado instrumento pertinente à
notificação prévia sobre qualquer irregularidade.
c) discricionário, considerando que pode ser disciplinado por decreto autônomo, cabendo ao
administrador identificar quando exercê-lo.
d) na organização interna dos órgãos administrativos, se tratar da hierarquia e divisão de
atribuições dos servidores.
e) quando da adoção de providências materiais para obstar atuação dos administrados que
coloque em risco a segurança na execução de projetos de obra.
93. FCC/ TRT - 2ª REGIÃO (SP) - Técnico Judiciário – Área Administrativa - 2018
Constitui exemplo de atuação da Administração pública fundada no exercício do poder de
polícia:
a) Interdição e demolição de construção com risco de desabamento.
b) Permissão de uso de imóvel público para particular que se responsabilize por sua guarda.
c) Declaração de inidoneidade à particular que fraudou procedimento licitatório.
d) Concessão de serviço público à exploração privada, sujeito às normas fixadas pelo poder
concedente.
e) Aplicação de penalidade a servidor público, observado o devido processo legal e o
contraditório.
94. FCC/ TRT - 6ª Região (PE) - Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal – 2018
Na execução de suas funções executivas, a Administração pública é dotada de algumas
prerrogativas, com amparo legal, que lhe permitem a adoção de uma série de medidas e atos
para consecução das finalidades de interesse público. Configura expressão de algumas dessas
prerrogativas
a) o poder de polícia, que lhe permite limitar direitos individuais sempre que a atividade
fiscalizada for criminosa.
b) o poder regulamentar, que é expressamente previsto constitucionalmente dentre as
competências legislativas, possuindo matérias próprias de incidência.
c) o poder de polícia, que admite a adoção de medidas repressivas e urgentes para impedir
danos ou riscos à coletividade, cabendo ao destinatário daquelas defender-se após a prática
desses atos.
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d) a edição de decretos pelo Chefe do Poder Executivo, que se insere no poder regulamentar,
somente podendo se prestar a explicitar o conteúdo de leis já editadas, para sua melhor
aplicação.
e) o poder de polícia e o poder regulamentar, que são autônomos, ou seja, encontram
fundamento em competências próprias da Administração pública, prescindindo de previsão ou
autorização legal.
95. FCC/ ALESE – Técnico Legislativo – Taquigrafia – 2018
Com fundamento em posturas municipais e em razão da proximidade das festividades
carnavalescas, o Poder público de uma grande Urbe instalou banheiros químicos nas vias e
praças públicas e fixou multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) para aquele que fosse flagrado
urinando nas vias, equipamentos e monumentos públicos. Foi prevista a possibilidade de
apresentação de recurso, no prazo de 30 dias da notificação, pelo administrado autuado
descumprindo a regra de conduta estabelecida. Houve campanha educativa e de divulgação da
referida política pública. Na hipótese descrita, a ação administrativa
a) é arbitrária, pois restringe de forma desproporcional a liberdade dos administrados, em
especial considerando cuidar-se do carnaval, período de maior liberdade para os cidadãos,
sendo a autuação nula, por abuso de poder.
b) é legítima e tem por fundamento o poder de polícia, que está sujeito tanto a controle interno
como a controle judicial.
c) é legítima e tem por fundamento o poder disciplinar, que condiciona direitos, interesses e
liberdades, sempre em benefício da coletividade.
d) é ilegítima, pois, na hipótese descrita, o poder de polícia não autoriza a fixação de multa
administrativa, por ausência de competência municipal, mas somente de taxa pelo exercício do
referido poder.
e) é legítima e tem por fundamento o poder de polícia, que, na hipótese, somente está sujeito a
controle interno, em razão da previsão do cabimento de recurso administrativo.
96. FCC/ SEGEP-MA – Auxiliar de Fiscalização Agropecuária – 2018
Considere que determinada autoridade pública, no exercício regular de sua função e nos limites
de suas atribuições, tenha interditado um estabelecimento comercial em função de risco sanitário
decorrente de grande quantidade de entulho e lixo em suas dependências. Tal ato
a) corresponde ao princípio da legalidade, exercido in concreto.
b) decorre do poder moderador, devendo ser exercido nos limites da competência da
autoridade.
c) se insere no poder normativo próprio da Administração, dotado de coercibilidade.
d) é expressão do poder hierárquico, que encontra fundamento no interesse da coletividade.
e) constitui expressão do poder de polícia, dotado de autoexecutoriedade.
97. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor legislativo – 2018
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Suponha que o Chefe do Poder Executivo, valendo-se das competências que lhe são conferidas
pela Constituição da República, pretenda proceder a uma grande reorganização administrativa.
Para tanto, editou decreto, invocando seu poder regulamentar, detalhando a aplicação de
diploma legal que criou Secretarias e órgãos públicos, aproveitando o mesmo diploma para
extinguir determinados cargos criados pela mesma lei. Nesse caso, o chefe do Poder Executivo,
ao editar tal decreto,
a) valeu-se do poder regulamentar de forma legítima, desde que não inove em matéria de
reserva de lei, podendo, com base no poder normativo, extinguir os cargos por decreto, desde
que vagos.
b) exerceu, legitimamente, seu poder regulamentar para dispor sobre matéria de organização e
funcionamento da Administração, que inclui a criação e extinção de cargos, desde que sejam de
livre provimento.
c) poderia invocar seu poder normativo, descabendo falar em poder regulamentar, o que,
contudo, apenas autoriza a edição de decretos autônomos para extinção dos cargos se extintos,
pelo mesmo ato, os órgãos correspondentes.
d) somente poderá extinguir os cargos mediante decreto regulamentar na hipótese de ter a lei
regulamentada previsto expressamente tal delegação legislativa, eis que se trata de matéria de
reserva de lei formal.
e) não pode dispor sobre o tema mediante decreto, a pretexto de exercer seu poder
regulamentar, eis que matéria de organização e funcionamento da Administração é reservada à
lei, cuja iniciativa privativa é do Chefe do Executivo.
98. FCC/ Câmara Legislativa do Distrito Federal – Consultor legislativo – Finanças Públicas – 2018
Entre os poderes próprios da Administração, decorrentes do regime jurídico administrativo que
lhe atribui determinadas prerrogativas e sujeições, insere-se o poder disciplinar, que
a) possui, como uma das suas manifestações, o poder-dever de apurar infrações e aplicar
penalidades aos servidores públicos, comportando alguma margem de discricionariedade no que
concerne à dosimetria das sanções.
b) também alcança os particulares que não possuem vínculo laboral ou contratual com a
Administração, coibindo condutas nocivas ou perigosas, como expressão do princípio da
supremacia do interesse público sobre o privado.
c) corresponde ao poder dos superiores de proferir ordens a seus subordinados, constituindo
expressão da hierarquia, excluídas as aplicações de penalidades, que se inserem no bojo do
poder sancionador.
d) constitui o poder de organizar as atividades administrativas, mediante expedição de
instruções, portarias, ordens de serviços e outros atos infralegais, decorrendo do poder
normativo, exercido nos limites da lei.
e) corresponde à parcela do poder de polícia exercido preventivamente pela Administração,
disciplinando o exercício de atividades de particulares que ensejem risco à segurança, saúde ou
incolumidade pública.
99. FCC/ TRT - 15ª Região (SP) - Analista Judiciário – Área Judiciária - 2018
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GABARITOS
33. B 65. E
1. A 34. 66.
E E
2. D 35. 67.
D E
3. C 36. 68.
B E
4. E 37. 69.
E C
5. C 38. 70.
C E
6. A 39. 71.
C C
7. D 40. 72.
A E
8. A 41. 73.
D A
9. A 42. 74.
B E
10. C 43. 75.
C D
11. C 44. 76.
C E
12. C 45. 77.
C A
13. E 46. 78.
C C
14. C 47. 79.
E C
15. A 48. 80.
B B
16. B 49. 81.
A D
17. B 50. 82.
C A
18. B 51. 83.
A E
19. B 52. 84.
A A
20. D 53. 85.
A C
21. B 54. 86.
E A
22. D 55. 87.
B C
23. D 56. 88.
D B
24. C 57. 89.
E A
25. E 58. 90.
C D
26. C 59. 91.
E A
27. C 60. 92.
C E
28. B 61. 93.
C A
29. B 62. 94.
E C
30. E 63. 95.
A B
31. E 64. 96.
E E
32. A
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