2
INTRODUÇÃO
De modo a assegurar um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor, a
compressão do significado de espiritualidade/religiosidade na vida das pessoas é
fundamental.
Atualmente, há uma crescente conscientização sobre os determinantes
sociais de saúde, o que inclui a religião. Por outro lado, a intolerância vem
aumentando à medida que os meios de comunicação propagam discursos de
ódio, ignorando o valor de cada pessoa, cultura ou crença.
Em 2002, a Organização Mundial de Saúde (OMS) designou que os
aspectos de bem-estar físico, psicossocial e espiritual deveriam orientar a
produção técnico-científica nas diversas áreas do conhecimento, especialmente
na área de saúde (LIMA, 2006).
Em um país de grande diversidade cultural como o Brasil, o entendimento
do repertório religioso é importante ao considerarmos a existência de
movimentos em saúde que ignoram aspectos subjetivos no diálogo entre médico
e paciente. Nesse sentido, a Atenção Primária à Saúde (APS) ganha foco ao
promover o cuidado em ambientes de maior desigualdade socioeconômica.
Por atenção primária à saúde, entende-se:
Cuidados essenciais de saúde com base em métodos e tecnologias
práticas, cientificamente bem fundamentadas e socialmente aceitáveis,
colocadas ao alcance universal de indivíduos e famílias da
comunidade, mediante sua plena participação e a um custo que a
comunidade e o país podem manter em cada fase de seu
desenvolvimento, no espírito de autoconfiança e autodeterminação.
Esses cuidados são parte integrante tanto do sistema de saúde do país,
no qual ocupam a função central e o foco principal, quanto do
desenvolvimento social e econômico global da comunidade.
Representam o primeiro nível de contato dos indivíduos, da família e
da comunidade com o sistema nacional de saúde, pelo qual os
cuidados de saúde são levados o mais proximamente possível aos
lugares onde pessoas vivem e trabalham, e constituem o primeiro
elemento de um continuado processo de assistência à saúde (OMS,
1978).
À vista disso, os médicos que atuam na APS possuem o dever de se
adequar às necessidades das diferentes pessoas e grupos humanos. Característica
3
essa chamada de competência cultural (GUSSO; LOPES; DIAS, 2019). Ou seja,
é fundamental entender as diferenças nos modos de ser e agir da população em
relação aos seus valores, crenças e costumes (LIMA, 2006).
Assim, ao considerar os diversos sistemas religiosos pelo mundo, torna-se
imprescindível ao profissional de saúde o conhecimento quanto a pluralidade
religiosa, promovendo uma medicina mais inclusiva.
4
METODOLOGIA
Este trabalho de conclusão de curso empregou uma metodologia baseada
em uma revisão narrativa de literatura que abrange um escopo amplo, e busca
descrever o desenvolvimento de um determinado tema, sob uma perspectiva
teórica ou contextual, por meio da análise e interpretação da produção científica
disponível. Essa compilação de conhecimentos a partir da descrição de temas
amplos facilita a identificação de lacunas no conhecimento, suscitando a
realização de novas pesquisas. (BRUM et al., 2015).
O trabalho se dispõe a investigar a intolerância religiosa como fator de
impacto na qualidade do atendimento médico, especialmente no contexto da
atenção primária à saúde.
A partir da definição do tema, foram estabelecidos os seguintes objetivos:
Identificar a diversidade religiosa no Brasil; analisar as relações entre
religiosidade e saúde; e entender os possíveis impactos da intolerância religiosa
no atendimento dos médicos atuantes na APS.
Assim, elaboramos uma revisão narrativa de literatura, do tipo descritiva
e exploratória, utilizando o repositório institucional dos Programas de
Graduação e de Pôs Graduação em Ciências das Religiões (PPGCR) da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB),
Também utilizamos artigos e livros da literatura clássica, com foco na
relação espiritualidade/religiosidade e saúde.
Mais especificamente, selecionamos um trabalho de conclusão de Curso
de Graduação em Ciências das Religiões e cinco dissertações de mestrado do
PPGCR. Esses trabalhos foram selecionados a partir das seguintes palavras-
chave: "Intolerância religiosa", "Saúde" e "Saúde mental".
A palavra-chave “Intolerância religiosa” gerou quatro resultados, que
incluíam tanto TCCs quanto dissertações. Destes foram selecionados dois
trabalhos. A palavra-chave “Saúde” resultou em 12 dissertações. Dessas foram
5
selecionadas duas. Por fim, a palavra-chave "Saúde mental" gerou três
dissertações, e duas foram utilizadas.
6
RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE E RELIGIÃO
Este tópico tem como objetivo aprofundar nossa compreensão quanto aos
conceitos de religiosidade e de espiritualidade. A religiosidade e a
espiritualidade abrangem uma diversidade de crenças, práticas e tradições.
Embora estejam relacionados à conexão com o divino, os termos religiosidade e
espiritualidade apresentam divergência semântica (SAAD; MASIERO;
BATTISTELLA, 2001).
RELIGIOSIDADE
A religiosidade retrata o modo como o indivíduo acredita, segue e põe em
prática uma religião (KOENIG; MCCULLOUGH; LARSON, 2001). O “lig”
contido nos termos religiosidade e religião tem etimologia similar à de outras
palavras latinas, como conectar, amarrar ou ligar (PUCHALSKI; DORF;
HENDI, 2004 apud VANDERLEI, 2010). A religiosidade subentende a prática
de rituais, o que inclui as orações, adoração, contemplação, penitência,
comunhão, petição e graças (RIZZARDI; TEIXEIRA; SIQUEIRA, 2010 apud
PEREIRA, 2013).
A ciência reconhece a existência da religiosidade intrínseca, que vem de
dentro, independente de rituais, e da religiosidade extrínseca, que depende de
fatores externos, associada a rituais e entidades religiosas (BALESTIERI, 2009
apud PEREIRA, 2013).
ESPIRITUALIDADE
De acordo com Larson, Swyers e McCullough (1998), a desilusão com as
instituições religiosas no Ocidente abriu espaço para que as noções de
espiritualidade ganhassem um novo direcionamento.
As noções cristãs de Espírito Santo foram importantes para as atuais
definições de espiritualidade. Durante o século IX, a espiritualidade era um
indicativo de uma atividade proveniente do Espírito Santo que habitava o ser
humano. Esse conceito se manteve até o século XI. Somente no século XVII que
7
surgiu a palavra espiritualidade, sendo entendida como a relação do homem com
Deus (MONDONI, 2002 apud PEREIRA, 2013)
MONDONI conceitua espiritualidade como:
Conjunto de princípios e práticas que caracterizam a vida de
um grupo de pessoas referido ao divido, ao transcendente; à
vida no Espírito - o que se faz com aquilo em que se
acredita; as diferentes maneiras pelas quais se experimenta a
transcendência - o modo segundo o qual a vida é concebida
e vivida (MONDONI, 2002; p. 18 apud PEREIRA, 2013).
Para Eliopoulos (apud PEREIRA, 2013), a espiritualidade é o âmago do
ser que transcende, conectando o homem ao ser divino, englobando sentimentos
e afinidades. Em contrapartida, Rocha e Fleck (2004) veem a espiritualidade
como a preocupação com o sentido da vida, sem estar associada à prática de
determinada religião.
Um teórico que explorou a busca de sentido na espiritualidade e
argumentou que encontrar propósito e significado é essencial para o bem-estar
humano foi Viktor E. Frankl. O autor enfatizou como a espiritualidade
desempenha um papel essencial na capacidade de enfrentar o sofrimento. Nesse
contexto, a palavra "espiritualidade" remonta ao significado e ao propósito de
existência capaz de fornecer suporte diante das adversidades da vida (FRANKL,
2020).
RELIGIÃO
Para Durkheim (1978), a religião consiste em “um sistema solidário de
crenças e práticas relativo a entidades sacras, quer dizer, separadas, proibidas;
crenças e práticas que unem em uma mesma comunidade moral, chamada igreja,
a todos que aderem a ela”.
Por sua vez, William James definiu religião como um conjunto de
crenças, práticas, rituais e valores que envolvem a relação entre seres humanos e
o divino. Ela desempenha um papel central na cultura e na experiência humana,
influenciando a compreensão do mundo, a busca por significado e propósito,
8
sendo capaz de oferecer conforto espiritual, atributos morais e conexão com algo
maior do que o indivíduo (JAMES, 2021).
Dentre as organizações empenhadas em conduzir pesquisas sobre a
diversidade religiosa podemos citar a Pew Research Center1, que
frequentemente publica relatórios e estudos abordando a diversidade das crenças
religiosas e espirituais em todo o mundo.
RELIGIOSIDADE/ ESPIRITUALIDADE E SAÚDE
A espiritualidade entrou para o rol de pesquisa dos fatores psicossociais
que influenciam a saúde, que antes era vista com base em um modelo biomédico
de profundas raízes reducionistas, condicionando a complexidade da vida a um
mero fenômeno biológico (CHUENGSATIANSUP, 2003 apud VANDERLEI,
2010).
Quanto à influência das religiões na saúde humana, diversas hipóteses
foram estabelecidas para explicar a relação entre religiosidade e saúde. Alguns
estudiosos relacionaram a vida religiosa a uma menor exposição aos fatores de
risco para determinadas doenças, evitando poligamia, vícios e comportamentos
violentos (DALGALARRONDO, 2008). Além disso, os grupos religiosos
permitiriam fortes laços sociais, fornecendo desde apoio emocional a
encorajamento (IDLER et al, 2003). Todavia, é importante considerar que
pessoas em piores condições de saúde dificilmente irão frequentar os cultos
religiosos.
Ressalta-se que a maioria dos estudos mostram que a religiosidade pode
fornecer um sistema de suporte para indivíduos que lidam com desafios de
saúde, promovendo a resiliência, o otimismo e o bem-estar emocional. A crença
em um poder superior pode servir como fonte de esperança e conforto em
momentos de doença e dificuldade. Também, a sensação de fazer parte de uma
comunidade religiosa ou espiritual pode reduzir a sensação de isolamento e
solidão, fatores que frequentemente prejudicam a saúde (KOENIG, 2012).
1
O Pew Research Center é um laboratório de ideias localizado em Washington, D.C. que fornece informações
sobre questões, atitudes e tendências que estão moldando os EUA e o mundo.
9
Pargament (2007) aprofundou-se na investigação de como as crenças
religiosas e as práticas espirituais podem influenciar o aspecto emocional da
vida das pessoas. Suas pesquisas fornecem informações valiosas sobre como a
religião e a espiritualidade podem servir como recursos para lidar com
problemas de saúde. Uma das contribuições mais notáveis do autor foi a
identificação de diferentes formas de enfrentamento religioso, incluindo o
"coping religioso e espiritual", que envolve buscar apoio em sua fé, encontrar
significado e propósito em suas crenças e práticas.
O significado de coping tem relação com a maneira de lidar com as
adversidades. Trata-se dos recursos psicológicos criados pelo individuo frente a
um ambiente estressante. O coping religioso pode ser classificado como positivo
ou negativo, tendo como base as consequências para os indivíduos. Por coping
religioso positivo, entende-se as estratégias que proporcionam benefícios ao
praticante. Dessa forma, essas diferentes formas de enfrentamento religioso
podem trazer impactos na saúde das pessoas ao fornecer apoio emocional, um
senso de propósito e direção na vida. Em contraste, o coping religioso negativo
engloba estratégias prejudiciais ao indivíduo, considerando que a pessoa pode
questionar a própria existência, o amor ou atos de Deus, considerar certos
acontecimentos como punições divinas ou ações de forças malignas ou até, de
modo contrário, delegar exclusivamente a Deus a resolução dos seus problemas
(PANZINI; BANDEIRA, 2005).
Focando-se na espiritualidade como ferramenta para o enfrentamento,
Frankl (2020) com base em sua própria experiência de prisioneiro no campo de
concentração em Auschwitz2, bem como nas vivências daqueles que
posteriormente tratou em sua prática clínica, apresenta um argumento
fundamental: embora não possamos evitar o sofrimento, temos a capacidade de
escolher como enfrentá-lo, encontrar significado nas adversidades e continuar
com um propósito renovado. Enquanto psiquiatra, Frankl desenvolveu a teoria
2
Auschwitz foi um complexo de campos de concentração e extermínio estabelecido pelos nazistas na Polônia
durante a Segunda Guerra Mundial, conhecido principalmente por ser um dos principais locais do Holocausto.
10
conhecida como logoterapia, derivada da palavra grega "logos" ("significado").
Tal busca representa a principal força motivadora na vida das pessoas. Assim, o
autor fala de vontade de sentido de modo a contrapor a vontade de prazer
determinada pela psicanálise freudiana.
HISTÓRIA DA INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
Apesar da religião hoje ser vista como fonte de preconceito, a história
aponta que ela foi um dos maiores unificadores da humanidade. A maioria das
religiões antigas eram locais e exclusivas e seus seguidores não tinham interesse
em converter toda a raça humana. Na antiguidade clássica, o politeísmo de certa
forma pregava a tolerância para com as crenças de seus súditos. Em alguns
casos, a elite imperial chegava a adotar os deuses e os rituais dos povos
conquistados. Todavia, durante o império romano, houve dificuldade em aceitar
o Deus monoteísta e evangelizador dos cristãos, que acabaram sendo
perseguidos por serem vistos como uma facção politicamente subversiva. Já por
volta do final do primeiro milênio a maioria das pessoas na Europa, no oeste da
Ásia e na África do norte eram monoteístas. Entretanto, as disputas teológicas
ficaram cada vez mais violentas, a partir de conflitos entre cristãos e
mulçumanos e católicos e evangélicos, principalmente (HARARI, 2015).
Impulsionadas pelo movimento iluminista, as revoluções burguesas foram
responsáveis pelo desenvolvimento de documentos que possibilitaram políticas
mais tolerantes em relação à diversidade religiosa pelo mundo. Dentre os
principais textos do período revolucionário burguês, podemos destacar: A
Declaração dos Direitos ou bill of rights, a Declaração dos Direitos do Estado da
Virgínia (1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Esses
documentos são fortemente vinculados à liberdade de pensamento, de crença e
de expressão. De modo geral, propunha-se que a intolerância religiosa deveria
ser substituída pela liberdade religiosa (ROCHA, 2011).
No Brasil, é importante reconhecer que a religião foi utilizada como parte
de um mecanismo de dominação durante a chegada dos europeus no país. Houve
11
o estabelecimento de um pacto colonial, que marcava a soberania da metrópole
sobre a colônia. O principal objetivo dessa última era suprir as demandas do
mercantilismo e do imperialismo europeu. Em 1534, instaurada por Inácio
Loyola, a Companhia de Jesus desempenhou um papel fundamental nos rumos
da colônia de Portugal, já que ficou encarregada do catecismo dos índios e,
posteriormente, dos negros. A partir de uma narrativa impositiva, a força
jesuítica emoldura um dos primeiros momentos de intolerância religiosa no
Brasil (SILVA, 2024). Durante o Brasil Império, houve o desenvolvimento de
uma pedagogia mais tolerante influenciada pela ascensão da burguesia pelo
mundo, o que marcou o desenvolvimento social rumo a garantir as liberdades
religiosas (SHIGUNOV NETO et al. 2019). Após a Proclamação da República,
as bases elitistas estabelecidas pela igreja católica começaram a ser revisadas.
Mas somente com a constituição de 1988, o objetivo de uma educação de fato
laica passou a ser tangível (SILVA, 2024).
Influenciado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o artigo 5º da
Constituição Federal Brasileira (1988) garante que:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes:
(...) VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença,
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a
suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de
crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo
se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos
imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada
em lei; (...)
12
Ao considerar os diversos sistemas religiosos pelo mundo, torna-se
imprescindível ao profissional de saúde o conhecimento quanto a pluralidade
religiosa de modo a tornar a medicina mais inclusiva.
13
A DIVERSIDADE RELIGIOSA NO BRASIL
De acordo com o censo demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 123 milhões de pessoas se declaravam
católicas no Brasil, sendo a maior denominação religiosa no país (IBGE, 2010).
Ressalta-se que o censo demográfico de 2022 ainda está em fase de publicação
quanto às tendências religiosas da população.
O Censo Demográfico 2010 apresentou um crescimento da diversidade
religiosa no Brasil. O número de católicos manteve a tendência de redução
destacada nas últimas duas décadas, passando de 73,6% em 2000 para 64,6% em
2010. Embora o perfil religioso da população brasileira tivesse se mantido, uma
maioria católica, esta religião está perdendo seguidores desde o primeiro Censo,
realizado em 1872. Já a população evangélica passou de 15,4% em 2000 para
22,2% em 2010, de 26,2 milhões para 42,3 milhões. Dos evangélicos, cerca de
60% eram de origem pentecostal. Os números de adeptos da umbanda e do
candomblé em 2010 se mantiveram em aproximadamente 0,3% da população
brasileira (IBGE, 2010). É provável que os dados do IBGE expressem uma
considerável subnotificação quanto às religiões afro-brasileiras
(DALGALARRONDO, 2008).
Ao longo deste tópico iremos abordar as características das principais
denominações religiosas pelo país.
Tabela 2 – Percentual das principais denominações religiosas pelo Brasil, segundo Censo Demográfico 2010
Denominações religiosas Número (em milhões) %
Católicos 123 64,6
Evangélicos 42,3 22,2
Espíritas 3,8 2
Afro-brasileiras 0,5 0,3
Sem religião 15 8
Fonte: Produzida pelo autor com base nos dados de (IBGE,2010)
14
CATOLICISMO
O catolicismo brasileiro teve suas origens na colonização pelos
portugueses. A ideia central desta crença é a salvação através dos ensinamentos
de Jesus Cristo.
Durante a colonização, padres da Igreja Católica foram designados para o
catecismo dos povos que habitavam por essas terras. Esses padres eram
chamados de jesuítas. Com o tempo a ação da Igreja Católica foi perdendo força
sobretudo após a influência do ideário iluminista, que pregava a liberdade
religiosa (DALGALARRONDO, 2008).
PROTESTANTISMO
A vertente protestante do cristianismo surgiu no século XVI, a partir das
obras de Lutero e de Calvino. Em 1517, Martinho Lutero propôs suas 95 teses
na porta da capela do Castelo de Wittenberg3. O poder papal, tido como
autoritário e autocrático, além das mudanças mundiais com o mercantilismo, a
renascença e o surgimento da ciência moderna, colaborou para firmar o
protestantismo no Ocidente. Em 1810, a abertura dos portos brasileiros ao
comércio estrangeiro permitiu a primeira chegada de fiéis evangélicos. Nesse
momento, estabelecem-se, no Brasil, luteranos alemães, anglicanos britânicos e
episcopais (DALGALARRONDO, 2008).
Também, as mudanças no cenário cristão na Inglaterra do século XVIII
permitiram a formação do pentecostalismo. Os pentecostais possuem expressão
principal em camadas populares, destituídas de poder e riqueza (OLIVEIRA,
2004).
3
Castelo de Wittenberg é uma estrutura histórica localizada em Wittenberg, na Alemanha. Ele é famoso
principalmente por seu papel na Reforma Protestante.
15
ESPIRITISMO
Ao tomar os evangélicos como uma única denominação, em relação ao
número de adeptos, o espiritismo kardecista é a terceira denominação no país. O
antropólogo José Luiz dos Santos (1997) ressalta que no espiritismo de Allan
Kardec a interferência espiritual é recorrente na vida das pessoas. A
comunicação com os espíritos é desejável pela possibilidade de se obter ajuda de
espíritos evoluídos.
RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS
No campo das religiões afro-brasileiras, o candomblé é produto de
elaboração religiosa criativa de escravos. Da costa ocidental africana, as práticas
religiosas dos Iorubás ganharam espaço no Brasil, principalmente durante o
século XIX (PRANDI, 2005). O candomblé segue uma linha de pensamento
paralela à teologia judaico cristã no que tange a ideia de bem e mal. Na leitura
cristã, acaba-se por atribuir características demoníacas em relação as divindades
ou orixás desses grupos religiosos (DALGALARRONDO, 2008). Já a umbanda
surgiu a partir da sincretização de elementos do catolicismo, do espiritismo
kardecista e do candomblé (BASTIDE, 1971).
De modo secular, a discriminação de práticas religiosas de origem
africanas é visível, desprezando a necessidade de outros religiosos quanto a
caracterização de uma dimensão subjetiva espiritual (LIMA, 2006).
ESPIRITUALIDADE E ATENDIMENTO MÉDICO NA ATENÇÃO
PRIMÁRIA À SAÚDE
No contexto da APS, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) desempenham
um papel fundamental na promoção de saúde comunitária em muitos países,
incluindo o Brasil. Elas fornecem uma variedade de serviços de saúde
preventiva e curativa.
Muitas vezes, essas unidades atendem a uma população diversificada, e
compreender a religiosidade dos pacientes pode melhorar a eficácia dos
16
cuidados prestados. Profissionais de saúde que são sensíveis às necessidades
espirituais e religiosas dos pacientes podem criar um ambiente mais acolhedor.
No estudo das implicações da religiosidade na saúde, as análises não se
limitam apenas ao âmbito teórico. Há dados empíricos que corroboram a
influência positiva da religiosidade na vida das pessoas, proporcionando
conforto espiritual e maior resiliência diante de desafios de saúde (IDLER,
2014).
O médico da APS tem o dever de detectar as queixas relativas ao
sofrimento psíquico, fornecendo uma escuta qualificada capaz de compreender
as várias formas de lidar com os problemas detectados (TANAKA; RIBEIRO,
2009). Em outras palavras, é necessário considerar a variedade de aspectos na
vida humana que podem interferir na vida humana, seja de forma positiva ou
negativa.
Koenig e Larson (apud DALGALARRONDO, 2008) concluíram que
existe uma associação positiva entre religião e saúde mental. As pessoas que
vivem circunstâncias difíceis em suas vidas são impactadas positivamente de
acordo com o envolvimento religioso. Por exemplo, os autores separaram 86
estudos dos quais 76 identificaram um padrão de menor abuso de álcool nos
sujeitos mais religiosos. Todavia, é válido considerar que etilistas podem se
distanciar de uma vida religiosa ao não se sentirem aceitos em determinados
ambientes.
Não somente a perspectiva do paciente muda a partir de uma abordagem
mais espiritualizada. Ao entrevistar 32 cuidadores de pacientes psiquiátricos,
Galiza (2010) observou que 66% dos entrevistados tinham alguma influência
religiosa no modo de cuidar e a expressão da religiosidade era diretamente
proporcional à dedicação no serviço ao próximo.
Ademais, cientistas ao escanearem o cérebro de pessoas crentes e não-
crentes, encontraram que a meditação pode alterar a atividade cerebral e
fortalecer a resposta imunológica. Outros estudos sugerem que a meditação está
17
associada à diminuição da frequência cardíaca e da pressão arterial, assim
reduzindo o estresse corporal (PESSINI, 2007). Questões essas que se fazem
presentes nos cuidados primários todos os dias, porém pouco abordadas pela
falta de conhecimento dos médicos sobre os possíveis benefícios de tais práticas.
Geralmente, as evidências apontam uma relação positiva entre saúde
mental, religião e religiosidade. Entretanto, Strawbridge e colaboradores (1998)
realizaram um estudo com a finalidade de analisar a relação entre depressão e
envolvimento religioso em 2537 adultos no estado da Califórnia, formulando a
hipótese de que a religião poderia ter consequências positivas em relação aos
estressores externos, como a vida financeira. Em contrapartida, as dificuldades
subjetivas aos indivíduos poderiam ser intensificadas pela religiosidade.
De modo a lançar luz sobre o tema, Curlin e colaboradores (2007)
enviaram uma pesquisa por correio para uma amostra aleatória de 2000 médicos
americanos de todas as áreas da medicina. Assim, a maioria dos profissionais
constatou que a religiosidade/espiritualidade colabora para o paciente enfrentar e
suportar as doenças, oferecendo positividade e esperança. Mesmo assim, uma
pequena fração disse que a religiosidade/espiritualidade provoca recusa, atraso
ou interrompimento de medicação ao passo que os enfermos não assumem a
responsabilidade pela própria saúde.
Em 2004, um levantamento com 476 médicos, cerca de 85% dos
entrevistados reconheceram a importância de se compreender as crenças
religiosas e espirituais para a prática médica (KOENIG, 2004 apud
VANDERLEI, 2010). No ano seguinte, foram avaliados 227 residentes de
medicina de quatro programas de treinamento em atenção primária. A meta era
investigar as crenças dos estudantes e entender suas influências nos encontros
clínicos com os pacientes. Os resultados mostraram que menos de 40%
perguntariam sobre as crenças dos pacientes nas consultas de rotina
(LUCKHAUPT et al., 2005)
18
Em um estudo aleatório, em 1052 domicílios do leste da Carolina do
Norte, nos EUA, conduzido por Mansfield, Mitchell e King (apud
VANDERLEI, 2010), descrevendo práticas espirituais e crenças relacionadas
aos cuidados médicos, reportou que 87% da amostra expressa confiança em
milagres e na vontade divina como fator de recuperação em relação a uma
enfermidade. Dos entrevistados, 69% disseram que gostariam de conversar com
alguém sobre suas questões espirituais em caso de adoecimento.
Desde o seu surgimento, o Sistema Único de Saúde (SUS) possui políticas
e ações voltada para as populações mais vulneráveis e com maior risco de
adoecimento, o que pode ser observado em seus princípios doutrinários: A
Universalização, que garante direito à saúde para todos os cidadãos,
independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou
pessoais; a Equidade, cujo objetivo é diminuir desigualdades, entendendo que as
pessoas possuem necessidades distintas por não serem iguais; e, por fim, a
Integralidade, que determina que a pessoas deve ser tratada como um todo,
abrindo espaço para uma abordagem holística do ser humano (BRASIL, 2024).
Apesar dos avanços desde o surgimento do SUS, o cenário atual não é o ideal e,
em parte, isso se deve à dificuldade de atender a demanda populacional com um
olhar sensível quanto às práticas religiosas dos pacientes.
De modo geral, os profissionais apresentam dificuldades para incluir o
tema em sua rotina, levando em conta o tempo necessário para as consultas, a
falta de conhecimento para abordar o tema e a dificuldade de manter uma prática
reflexiva sobre si mesmo e seus valores de modo a não impor um ponto de vista
(GUSSO; LOPES; DIAS, 2019).
Em uma avaliação realizada com 353 pacientes em cuidados primários,
apontou-se que deveria ocorrer uma inclusão da dimensão espiritual no campo
biopsicossocial vista a correlação positiva da espiritualidade com o bem-estar
(KATERNDAHL, 2008). Ainda assim, é necessário superar desafios, como a
resistência à espiritualidade e a falta de capacitação dos profissionais de saúde.
19
Em resumo, a integração da religiosidade e espiritualidade nas unidades básicas
de saúde contribui para um atendimento abrangente e humanizado, considerando
as dimensões clínicas, espirituais, emocionais e sociais dos pacientes.
CONCLUSÃO
A sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde para lidar com a
diversidade religiosa dos pacientes são fundamentais para garantir um
atendimento mais humanizado e eficaz. Os autores consultados observaram que
a compreensão das crenças e práticas religiosas dos pacientes pode influenciar
na adesão ao tratamento, na tomada de decisões clínicas e no estabelecimento de
uma relação terapêutica de confiança. Portanto, investir em programas de
formação que abordem a diversidade religiosa de forma sensível e respeitosa é
essencial para promover a qualidade do cuidado prestado na atenção básica.
Os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde na identificação e
abordagem da tolerância religiosa são complexos, considerando a diversidade de
crenças e valores presentes na sociedade brasileira. Sendo assim, é necessário
desenvolver estratégias que respeitem a autonomia dos pacientes em relação à
sua fé, ao mesmo tempo em que se combate qualquer forma de discriminação ou
preconceito. O desenvolvimento de habilidades comunicativas empáticas é
essencial para superar esses desafios e garantir um atendimento inclusivo e
acolhedor.
A interdisciplinaridade é um elemento-chave no enfrentamento da
intolerância religiosa na atenção primária à saúde, pois permite uma abordagem
mais ampla e integrada do problema. A colaboração entre diferentes áreas do
conhecimento pode enriquecer as práticas clínicas, favorecendo a compreensão
das dimensões sociais, culturais e psicológicas envolvidas na questão da
intolerância religiosa. Dessa forma, é possível desenvolver estratégias mais
eficazes de prevenção e intervenção, visando melhorar a qualidade do
atendimento médico oferecido aos pacientes.
20
Novos estudos e pesquisas que investiguem o impacto da intolerância
religiosa na qualidade do atendimento médico são essenciais para embasar ações
futuras voltadas para a promoção da equidade e da justiça social. O
conhecimento científico produzido nesse campo pode contribuir
significativamente para o desenvolvimento de políticas públicas mais eficazes,
bem como para a implementação de práticas clínicas mais sensíveis às
necessidades dos pacientes pertencentes a diferentes grupos religiosos.
Por fim, destaca-se a relevância de considerar a religiosidade e a
espiritualidade como parte integrante da prestação de cuidados de saúde. A
pesquisa nesse campo continua a crescer e a integração bem-sucedida desses
aspectos na prática clínica pode resultar em benefícios significativos para os
pacientes, promovendo uma abordagem mais holística à saúde. A integração da
religiosidade e espiritualidade em atenção primária à saúde é uma etapa
fundamental para melhorar o acesso aos cuidados de saúde e promover o bem-
estar geral das comunidades brasileiras.
21
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado, 1988.
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Demográfico de 2010. Característica gerais da população, religião ou crença no
Brasil. In:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/94/cd_2010_religiao_defic
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