EQUALIZAÇÃO:
O FUNDAMENO
DO SEU TIMBRE
DE GUITARRA
Vinicius Sanches
INTRODUÇÃO
Esse Ebook tem como finalidade te auxiliar no
entendimento da equalização para o fim de ser
utilizada exclusivamente na formação de seu
timbre na guitarra. É importante dizer que todos os
conceitos aqui descritos são percepções que tive
ao longo dos últimos anos. Reuni os principais
pontos a fim de facilitar o caminho de quem deseja
ter um bom timbre de guitarra.
Antes de partir para a próxima página o leitor
deve ter em mente que o processo é gradual, todas
informações devem ser absorvidas e colocadas
em prática. Só com a prática e o contato constante
com a equalização será possível ter resultados
satisfatórios.
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1 - EQUALIZAÇÃO
O primeiro passo para entender a equalização é
entender como ela funciona.
Vamos revisar alguns conceitos que acredito serem
indispensáveis:
1.1 - ESPECTRO
SONORO
Vinicius Sanches
O espectro sonoro (ou espectro do som) consiste
em uma faixa de frequências audíveis por nós,
seres humanos, que vai de 20Hz à 20KHz (ou 20 mil
hertz).
É necessário enfatizar que os sons mais próximos
de 20Hz são os sons mais graves e os sons mais
próximos de 20KHz são os sons mais agudos.
É fundamental entender também que os sons não
necessariamente compreendem todo o espectro,
ou seja, alguns sons tem mais destaque em deter-
minadas regiões do espectro, pelo fato de serem
mais agudos ou mais graves.
Um bom exemplo disso é a voz humana que apare-
ce na faixa de frequências dos MÉDIOS.
Sabendo isso é hora de entender como funciona
realmente a equalização.
Basicamente quando acentuamos ou atenuamos
determinadas frequências, como por exemplo o
knob de grave do seu amplificador, estamos dando
ganho e deixando mais "aparentes" a área desse
espectro onde o grave do seu amplificador costuma
trabalhar. É necessário entender também que cada
equipamento vai trabalhar áreas diferentes do
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espectro, mesmo se tratando da mesma "categoria".
Por exemplo: O knob de grave de um amplificador
pode atuar em qualquer região do espectro entre
0 e 250Hz (enfatizo que na maioria dos casos, na
guitarra, desprezamos frequências abaixo de 100Hz)
à depender da marca, do modelo e da proposta
deste amplificador. Isso se aplica também à todas as
outras categorias (médios e agudos).
É interessante também deixar claro que as divisões
e subdivisões entre Grave, Médio e Agudo são pura
convenção, ou seja, variam muito dependendo de
onde encontramos a informação. Alguns podem
considerar os graves como atuando de 0Hz à 250Hz,
outros podem considerar até 300Hz, assim como
muitos consideram várias subcategorias dentro dos
graves médios e agudos.
Afim de facilitar nosso entendimento e tornar o
processo mais direcionado à guitarra, iremos consi-
derar apenas 4 categorias: Graves, Médio-graves,
Médio-agudos e Agudos.
Graves (0hz-250hz): Os graves na guitarra tem um
papel fundamental: dar corpo ao som. Sem eles,
muitas vezes o som pode parecer estridente. Uma
boa analogia é pensar no som dos celulares ou os
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antigos rádios de pilha. Esses dispositivos não costu-
mam explorar regiões mais graves, fazendo com que
o som sempre pareça mais agudo e sem corpo.
Mais próximo de 0Hz temos frequências que fazem
o som soar muito mais encorpado. Normalmente
desprezamos as frequências abaixo de 100Hz na
guitarra, pelo fato de que elas eventualmente podem
embolar e sujar nosso som (principalmente com
distorção). Quanto mais próximo de 250Hz o som
tende mais ao médio-grave, trazendo, além de corpo,
também um pouco de opacidade ao som.
Médio-graves (250hz-1,5Kz): Aqui é interessante
enfatizar que considero os médios sendo a região
mais complexa e importante para a guitarra. Neste
caso (médio-graves) estamos trabalhando as
frequências que deixarão nosso som mais "fechado"
e "encorpado". Um bom exemplo de utilização das
frequências dessa área são os timbres considerados
"vintage". Normalmente, quando queremos fazer
alusão à timbres de guitarra mais antigos (anos 60
ou 70), costumamos acentuar os médio-graves. A fal-
ta desta região pode ocasionar falta de corpo e até
volume ao seu timbre.
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Médio-agudos (1,5Khz - 5KHz): Aqui estão uma das
minhas "áreas de atuação" favoritas. Essa região cos-
tuma trabalhar o brilho do som e na minha opinião
faz com que a guitarra soe mais "pra frente" tanto
nas gravações quanto ao vivo. São frequências que
ao mesmo tempo aumentam muito suavemente o
"corpo" do som e ainda tornam o som de guitarra
mais áspero e "intragável" (como, na minha opinião,
ele deve ser). É preciso também tomar muito cuida-
do pois o excesso de acentuação nesta região pode
deixar o som da guitarra muito estridente e causar
certo incômodo aos ouvintes.
Agudos (5KHz - 20Khz): Aqui temos essencialmente
os agudos que funcionam de formas diferentes de-
pendendo da faixa de frequência que utilizamos.
Quanto mais perto de 5KHz temos sons ainda
mais próximos do médio-agudo (mesmo que já com
muito pouca referência à eles). Aumentaremos de
fato o brilho e muito mais a estridência, trabalhando
regiões que não afetam em nada o corpo e peso
do som. Quanto mais próximo aos 20KHz, temos
os sons mais agudos e o excesso pode resultar na
famosa expressão "som abelhudo". Essa região traz
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bastante estridência e aqui fica muito fácil criar
timbres que incomodam os nossos ouvidos. Por isso
é sempre muito bom agir com muita cautela ao utili-
zar as regiões mais agudas. Uma bela alusão é pen-
sar nas frequencias próximas à 20KHz como sendo
muito parecidas com um "chiado" no som.
Após este primeiro "capítulo" você ja tem base
suficiente para entender como funcionam os pedais
equalizadores. É inevitável dizer também que além
destes fundamentos teóricos, é interessante que o
leitor faça também estudos PRÁTICOS, tentando
sempre, com equalizadores, acentuar e atenuar
essas frequências ditas acima para tirar suas
próprias conclusões.
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1.2 PEDAIS
EQUALIZADORES
Basicamente existem tipos de pedais equalizadores.
Normalmente temos os equalizadores paramétricos
e não-paramétricos (um exemplo é o equalizador
gráfico). Com o conhecimento que temos até aqui
já podemos entender com maestria os EQ's gráficos.
Equalizadores Gráficos:
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Como você pode ver na imagem, os pedais Equaliza-
dores GRÁFICOS, trabalham com regiões do espectro
pré-definidas. Na imagem temos um pedal que
abrange as frequências: 100Hz - 200Hz - 400Hz
800Hz - 1,6KHz - 3,2KHz - 6,4KHz.
Utilizando os conceitos que aprendemos chegamos
à conclusão que esse pedal nos traz uma gama de
regiões satisfatórias e com essas 7 regiões consegui-
mos trabalhar os aspectos mais importantes da
guitarra. A grande limitação do equalizador gráfico
está justamente no fato de ele ter as regiões já pré-
definidas. Isso faz com que tenhamos menos preci-
são. Por exemplo: utilizando este pedal da imagem,
vamos supor que existam alguns excessos próximos
à 1,3Khz. Será muito complicado fazer as atenuações
com precisão pois o pedal trabalha apenas 800Hz ou
1,6KHz. O que poderíamos fazer é cortar frequências
mais próximas, a fim de ao menos "minimizar" o pro-
blema. Dessa forma criamos outro problema: vamos
acabar cortando frequências que não precisavam de
ajustes e, ainda assim, não resolveremos totalmente
aquelas que precisavam de cortes. Ou seja, realmen-
te falta precisão.
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Quando usar o equalizador gráfico?
Esse problema que acabamos de trazer inviabiliza
a utilização do EQ Gráfico? De forma alguma!
Normalmente escolhemos o pedal equalizador de
acordo com a situação para qual iremos precisar.
O equalizador gráfico é muito fácil de utilizar e
também é possível fazer alterações muito rápidas!
Isso faz com que ele se torne um pedal excelente pra
utilizar ao vivo, por exemplo (onde não precisamos de
uma "precisão" tão alta como em estúdio e ao
mesmo tempo precisamos de simplicidade e agilida-
de na utilização). Esses são os equalizadores mais
frequentes nos pedais de guitarra justamente por
essas facilidades citadas.
Equalizador Paramétrico:
O equalizador paramétrico é um pouco mais com-
plexo do que o gráfico, vamos entendê-lo: atualmente
com a ascenção das pedaleiras e plugins
temos muito mais possibilidades e uma delas é
utilizar o Equalizador paramétrico ao vivo. Para
entender essa categoria de EQ'S precisamos
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primeiro entender como funcionam as acentuações
e atenuações de frequência no espectro. Para isso,
vamos utilizar um Equalizador Paramétrico da
DAW Reaper (o qual você pode facilmente acessar
e praticar os conceitos aprendidos aqui neste E-book).
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1- Na cor preta temos o espectro mencionado ante-
riormente. É necessário dizer que nem todos os EQ's
paramétricos possuem a representação do espectro.
Vamos aos "controles":
Primeiro precisamos entender de que forma iremos
fazer as acentuações ou atenuações. Para fazer os
ajustes utilizamos filtros.Cada filtro abrange uma
gama diferente de frequências, só pra exemplificar:
Um filtro Low Shelf, por exemplo, vai acentuar ou
atenuar as frequências mais graves da forma como
mostra a imagem na página à seguir:
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Em AZUL temos todas as frequências que estão sen-
do acentuadas (vale ressaltar que, se fosse um corte,
a onda estaria posicionada para baixo). É importante
relembrar que esta linha azul e horizontal é todo o
espectro (de 0Hz à 20KHz); desta forma a onda está
começando em 1KHz e gradualmente crescendo até
0Hz, o que vai dar uma grande acentuação de graves
e médio-graves.
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Agora que entendemos o primeiro filtro, vamos consi-
derar o Filtro de Banda a partir daqui!
Diferente do Low Shelf, por exemplo, o filtro de
banda faz alterações mais precisas, como você pode
ver na imagem à seguir. É esse o filtro mais comum
de ser utilizado pra acentuar ou atenuar frequências
pontuais.
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Nos controles abaixo do espectro encontramos:
Frequency, Gain e Bandwidth.
Frequency: Normalmente, aqui escolhemos a
frequência que precisamos acentuar ou atenuar.
No exemplo abaixo, por pura convenção, escolhi
4KHz:
Gain: Aqui colocamos a quantidade (em Db) que
desejamos acentuar ou atenuar. Se a quantidade
for positiva será uma acentuação. se for negativa
estaremos atenuando, ou seja, fazendo um corte.
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Bandwidth: aqui temos talvez um dos pontos mais
importantes a se entender. Bandwidth significa
literalmente "Largura de Banda", podemos chama-lo
também de FATOR Q. Aqui escolheremos qual a
largura da banda onde faremos o ajuste. Quanto
mais alto o valor de Q, mais larga a onda,
consequentemente mais frequências iremos ajustar.
Quanto menor o valor de Q, mais fina a largura da
onda e consequentemente mais fino será o ajuste,
veja na página a seguir:
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Ajuste com fator Q maior:
Ajuste com fator Q menor (ajuste fino):
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Normalmente, nos pedais de equalização paramétri-
cos o Bandwidth aparece sendo representado pela
letra Q.
Segue o exemplo utilizando o EQ Paramétrico da
Zoom G5n:
Veja que ele funciona exatamente da mesma forma
que acabamos de utilizar no Reaper.
FREQ: Escolha a frequência exata para fazer o ajuste.
Q: Escolha a largura de banda, quanto mais alta
menor a precisão e mais perceptível a diferença.
Gain: Em Decibéis (Db's) a quantidade de ganho à
ser utilizada. Novamente: Ganho negativo = Corte
Ganho positivo = Acentuação.
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Quando devo utilizar o EQ Paramétrico?
O Equalizador paramétrico é utilizado pra fazer cortes
mais finos e precisos, atuar diretamente na frequência
onde se tem algum "problema". Normalmente, na
guitarra, utilizamos mais em estúdio, pra fazer cortes
ou acentuações mais pontuais. É também possível
utiliza-lo ao vivo mas com um certo cuidado, afinal,
nele não conseguimos fazer ajustes tão rápidos sem o
auxilio de um espectro. Neste caso normalmente é
mais fácil utiliza-lo de forma estática e pontual, ou seja,
apenas para fazer determinado ajuste que poderá ser
mantido em qualquer ambiente e acústica. Este tipo de
EQ pode também possuir mais de uma banda, ou seja,
você pode ter a possibilidade de programar mais de
um ajuste ao mesmo tempo, o que não é o caso deste
na Zoom G5n.
É claro que apesar de não utilizarmos tão comumente
ao vivo existem exceções. O guitarrista mais atento
pode utiliza-lo sim pra fazer determinados cortes
essenciais para seu timbre. Mas pela praticidade dos
EQ's gráficos são eles que normalmente são mais
utilizados.
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Fator mais importante na equalização:
Sem dúvidas, para mim, o fator mais importante na
equalização são nossos ouvidos. Como citei na
introdução deste Ebook o processo é gradual e
requer um pouco de paciência e prática do estudan-
te. Toda boa equalização depende diretamente de
um ouvido mais aguçado para perceber excessos e
sobras. Indiscutivelmente, existem pessoas com
um nível avançadíssimo e principalmente aqueles
que trabalham com áudio e produção o que não é o
meu caso. Desenvolvi meu ouvido ao longo dos
últimos anos usando diversas situações. Listarei aqui
algumas delas que pra mim são indispensáveis para
melhorar sua percepção.
1. Escutar e comparar diferentes timbres de
guitarra:
Nos últimos anos tenho escutado diferentes timbres
de guitarra, sempre muito atento à equalização.
Costumo também "separar" os diferentes aspectos
que formam um timbre para evitar confusões e
facilitar meu entendimento da equalização.
É importante que a equalização seja ouvida de
forma "paralela" à parte musical (harmonia, melodia,
interpretação do músico etc. ).
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Exercício sugerido:
Ouvir parâmetros separadamente
Um exercício sugerido ao estudante é começar
sempre tentando identificar grandes mudanças de
equalização. Por exemplo: ligar sua guitarra
diretamente no amplificador (a fim de evitar
interferências de outros equipamentos). Com o
amplificador (ou simulação) na posição FLET (tudo no
12h) é interessante começar fazendo alterações em
apenas um KNOB (por exemplo o grave). Faça
alterações radicais, sempre indo do máximo ao
mínimo de forma relativamente brusca. Volte o knob
para a posição 12h e inicie o procedimento com os
outros parâmetros. A repetição desse processo irá
trazer mais sensibilidade aos seus ouvidos de forma
que, com o passar do tempo, você conseguirá ouvir
mudanças cada vez mais sutis. Isso vai fazer também
com que você tenha uma boa percepção do que falta
e do que sobra em um timbre.
Atenção, aqui é muito importante que você esteja
utilizando somente o amplificador (ou a
simulação); a utilização de mais equipamentos irá
"somar" as equalizações, trazendo resultados
mais complexos.
É importante enfatizar que o ponto de partida e
resposta de cada parâmetro serão diferentes para
cada equipamento.
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2 - Utilize o equalizador paramétrico dentro da
sua DAW
Sem dúvidas, utilizar os equalizadores na DAW para
equalizar músicas, gravações etc. ajudam muito a
entender como cada região do espectro vai
responder de uma forma diferente.
Isso vai fazer com que você tenha cada vez mais
rápido uma percepção de qual alteração e ajuste
fazer em seu timbre.
Aqui é indispensável dizer também que a equalização
de um timbre de guitarra depende muito do gosto e
referências do guitarrista. O primeiro passo é
conhecer todo o processo, sua parte teórica e
prática. Depois, já com o ouvido mais aguçado,
devemos perceber as características de equalização
dos nossos timbres favoritos e aplica-las à nossa
realidade, sempre somando influências para criar
uma identidade própria.
3 - Timbrar em locais diferentes e volumes
diferentes:
Como tenho falado assiduamente nos últimos anos,
é importante fazer equalizações em lugares e
volumes diferentes! Cada lugar possui uma acústica e
requer um volume específico; portanto seu timbre
vai mudar de acordo com a mudança de estrutura do
local onde o amplificador está posicionado. Ex:
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Próximo à paredes temos mais graves
Locais abertos geram menos graves e
consequentemente exigem volumes mais altos,
o que faz com que os agudos soem mais
presentes.
Sua equalização pode mudar também de acordo com
a tua posição em relação à fonte do som:
De frente à fonte do som você terá
predominância de agudos.
Ao lado da fonte você terá a impressão de
aumento de graves.
Atrás da fonte você praticamente não ouvirá os
agudos, apenas graves.
Um bom ouvido precisa ser capaz de identificar o
equilíbrio em um timbre levando em consideração
todas as variáveis apresentadas. Somente a prática
e o tempo levam à facilidade e agilidade na criação
de um timbre.
Vinicius Sanches
No início o processo é mais lento e temos menos
qualidade, com o tempo desenvolvemos mais
destreza na criação do timbre e automaticamente
mais qualidade. Mesmo com um embasamento
teórico muito forte, é importante que o estudante
desenvolva tudo isso na prática, aplicando estes
"passos" sempre que possível em seus estudos,
shows e apresentações. Somente desta forma será
possível alcançar o resultado desejado.
Considerações Finais
Todos os processos aqui citados fazem parte da
minha formação musical e como guitarrista. Este
Ebook não tem como objetivo se aprofundar em
temas como produção musical, mix, master e
nenhum outro tipo de assunto referente à
engenharia de áudio. O objetivo é preparar aquele
que está iniciando agora o desenvolvimento do seu
ouvido para entender um pouco mais sobre o básico
da equalização (especificamente da guitarra) e
conhecer mais sobre as possibilidades ao utilizar os
parâmetros de equipamentos como amplificadores,
pedaleiras, pedais etc.
Gostaria de agradecer pela leitura até aqui! Gostaria
de dizer também que ficarei muito realizado se de
alguma forma consegui te ajudar com este conteúdo.
Saudações e te vejo no meu canal!
Vinicius Sanches