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SETEM - PENTATEUCO

PENTATEUCO

1. Definição

O termo Pentateuco é formado por duas palavras gregas: “PENTA” que


significa “CINCO” e “TEUCO” que significa “ROLO OU LIVRO”, isto é, o livro
em cinco volumes, ou cinco rolos.

O Pentateuco corresponde aos cinco primeiros livros da Bíblia


Hebraica: Gênesis (Gn), Êxodo (Ex), Levítico (Lv), Números (Nm) e
Deuteronômio (Dt).

PORTUGÊS HEBRAICO SIGNIFICADO


GÊNESIS BERISHIT NO PRINCÍPIO
ÊXODO SHEMOUTH NOME
LEVÍTICO VAYCRÁ ELE CHAMOU
NÚMERO BEMIDBAR NO DESERTO
DEUTERONÔMIO DEVARIM PALAVRAS

A sua autoria tem sido tradicionalmente atribuída ao grande líder hebraico


Moisés, seja por judeus seja por cristãos. Também por isso chamado de
"Lei de Moisés", considera-se atualmente que o Pentateuco não pode ser
obra apenas de um autor, não o sendo daquele, todavia.

A unidade do Pentateuco reside na sequência temática dos cincos livros,


para além de se apoiar na tradição da autoria de Moisés. Estes cinco livros
narram as origens do povo de Israel até ao seu estabelecimento nas
terras de Canaã.

Num plano descritivo mais alargado, descrevem a origem do próprio


Homem e depois dos Hebreus, estes no período dos Patriarcas; a fuga à
servidão no Egito e a travessia do deserto ao longo de dezenas de anos;
por último, neste período ainda surgem as leis e fundamentos da vida
religiosa e social do povo de Israel. Por isso, denota-se nestes livros do
Antigo Testamento uma mescla de História, Direito e Liturgia,
demonstrando uma concepção historiográfica distinta da atual.

A narração histórica do Pentateuco tem como objetivo, ao ilustrar


continuamente a intervenção divina no curso da Humanidade, evidenciar a
presença de Deus na História dos povos.

Segundo os estudiosos, o Pentateuco seria resultado de quatro principais


fontes ou tradições: Javista (J), Eloísta (E), Sacerdotal (P) e
Deuteronomista (D). Cada uma delas surgiu em épocas e locais
diferentes. Vejamos:

1. A Tradição Javista (J) chama a Deus de Javé (Iahweh). Essa


tradição é encontrada especialmente nos livros do Gênesis (a partir
SETEM - PENTATEUCO

do capítulo 2), do Êxodo e dos Números. Adota uma linguagem


especial, estilo vivo e colorido com profunda percepção psicológica.

2. A Tradição Eloísta (E) chama a Deus de Eloim (Elohim). Como a


anterior, essa tradição está presente principalmente nos livros do
Gênesis, do Êxodo e dos Números. Seu estilo é sóbrio e peculiar,
evitando o antropomorfismo. Apresenta uma relação não muito
íntima entre Deus e o ser humano.

3. A Tradição Sacerdotal (P) recebe a sigla P devido ao nome


alemão (Priest). É encontrada nos quatro primeiros livros. O
Levítico é formado só por essa tradição. Foi elaborada praticamente
durante o exílio na Babilônia. Ela se interessa principalmente pela
organização do santuário, pelos sacrifícios e festas, pelas pessoas e
funções religiosas.

4. A Tradição Deuteronomista (D) se limita ao último livro do


Pentateuco, o Deuteronômio, que é, em grande parte, uma
recapitulação da história a partir do Horeb. Repete, em parte, as leis
dos outros livros. Mostra que a história reflete o amor de Javé para
com o seu povo escolhido.
SETEM - PENTATEUCO

O LIVRO DE GÊNESIS

DEUS COMO CRIADOR

A Bíblia não se preocupa em provar a existência de Deus, ela já inicia


afirmando no seu primeiro versículo “que no princípio Deus criou céu e
terra”. Desde o início, Gênesis nos confronta com o Deus vivo Deus
pessoal. Ele é o único Deus, o Criador e Senhor sobre tudo que existe. Um
refrão importante no cap. 1 é a afirmação de que o que Deus cria é bom
(vv. 4, 10, 12, 18, 21, 25,31). Nenhum mal foi colocado na terra pela mão
de Deus. O valor do mundo brota unicamente do fato de que Deus o fez.
O ápice consciente da criação é a humanidade (vv. 26-28).

A HISTÓRIA DE ADÃO E EVA

Adão e Eva foram criados puros, contudo, deram ouvidos ao Diabo e


acabaram pecando contra o Senhor. Com isso, perderam o direito de estar
no paraíso e ter acesso à árvore da vida. Expulsos, eles passaram a
experimentar uma vida cheia de dificuldades e aflições, algo que não
existia no estado de perfeição. Aqui vemos o quanto o pecado é nocivo ao
ser humano e como ele é contagioso. Quanto mais longe de Deus os
homens vivem, mais malignos e impiedosos se tornam.

A HISTÓRIA DE NOÉ (GÊNESIS 6:1-11:32)

Depois que o pecado encheu a Terra, o ser humano se tornou perverso e


se voltou contra Deus. Quando o Senhor percebeu que o ser humano era
o grande mal da criação, decidiu eliminar os injustos, permanecendo
apenas Noé e sua família, com quem o Senhor fez aliança. O Senhor
orienta Noé a construir a Arca e lhe dá instruções sobre como preservar os
animais criados, o que ele faz. Após o dilúvio, vemos um novo Gênesis,
em Noé e seus filhos, de agora em diante eles deveriam repovoar a Terra
e não cometer os mesmos erros que foram cometidos antes.

A HISTÓRIA DE ABRAÃO (GÊNESIS 12:1-25:18)

Aqui o Senhor inicia uma nova etapa, ao invés de lidar com nações, ele
inicia um período de relacionamento pessoal com seres humanos
específicos que seriam utilizados para o Seu propósito de criar uma nação
modelo. Abraão é o primeiro deles. Com ele o Senhor faz uma aliança
perpétua e garante que seus descendentes se tornarão uma grande nação
e encheram toda a Terra. Por acreditar no Senhor e seguir fielmente sua
direção, até mesmo as mais difíceis, Abraão foi considerado o pai da fé.

A HISTÓRIA DE ISAQUE (GÊNESIS 25:19-28:9)

Isaque é um grande exemplo de submissão e dependência. Quando seu


pai o preparou para ser oferecido como sacrifício, ele não resistiu. Quando
SETEM - PENTATEUCO

descobriu que Rebeca não gerava filhos, orou ao Senhor, em dependência


e viu o milagre. Ele não cometeu o erro de seus pais, de ter filhos com
uma escrava. Seguiu a direção de Deus por terras que o seu pai havia
passado, e mesmo quando foi injustamente tratado, não revidou. Pelo que
Deus o abençoou muitíssimo e o fez prosperar a despeito de toda a
adversidade.

A HISTÓRIA DE JACÓ (GÊNESIS 28:10-36:43)

Isaque teve filhos gêmeos, sendo Esaú o mais velho e Jacó o mais novo,
mas desde o seu nascimento, Deus prometeu que o mais novo governaria
o mais velho. Mesmo diante de tal promessa, ele cedeu aos desejos de
sua mãe e enganou seu pai e seu irmão para receber a benção da
primogenitura. A jornada de Jacó até se tornar Israel é longa e dolorosa,
mas quando lutou com Deus, mostrou que seu caráter havia sido
aperfeiçoado e que estava pronto para ser uma grande nação.

A HISTÓRIA DE JOSÉ (GÊNESIS 37:1-50:26)

José trilhou caminhos difíceis e exigentes. A maioria dos crentes teria


desistido, mesmo diante de grandiosas promessas, mas José não. Ele
manteve sua integridade e fé, em meio às injustiças, solidão, traição e
aparente abandono por parte de Deus. Contudo, o Senhor o fazia
prosperar mesmo nos ambientes mais inóspitos. Fosse à casa de Potifar
ou na prisão, o que ele tocava, Deus abençoava. Até que por fim ele
estava pronto para ser elevado a lugares mais altos e viver de fato a
realização dos sonhos que Deus lhe deu. Isso se tornou real quando
interpretou os sonhos de Faraó e lhe deu as instruções que o Senhor lhe
mostrou. Maravilhado, o rei do Egito lhe colocou como Governador, sendo
submisso apenas a ele. Com isso, em tempo de escassez, por parte do
plano de Deus, Israel e seus filhos foram acolhidos no Egito e lá
cresceram e se multiplicaram em segurança.

A estrutura do Gênesis é fácil de ser entendida e seu conteúdo nos mostra


uma evolução na maneira que o Senhor Deus passou a se revelar ao ser
humano.
SETEM - PENTATEUCO

O LIVRO DE ÊXODO

O livro de Êxodo começa onde o livro de Gênesis encerra, com a mudança


dos filhos de Israel para o Egito. A narrativa começa, nos mostrando que
tanto José, como seus filhos e irmãos morreram, e a lembrança de seus
bons serviços na nação se perderam com o tempo.

O Faraó que está no governo da nação percebe o rápido crescimento dos


israelitas e começa a oprimi-los com escravidão e decretos absurdos.

Deus se lembra da aliança com Abraão, Isaque e Jacó, e então decide que
chegou a hora de tirar o Seu povo daquele lugar.

ISRAEL NO EGITO

Do capítulo 1 a 4, temos então o relato do sofrimento do povo, o


nascimento de Moisés, sua fuga para Midiã e sua vocação no Sinai.

CHAMADO DE MOISÉS

Como já falamos anteriormente o livro começa relatando o grande


crescimento dos hebreus no Egito. Estava se cumprindo a promessa que
Deus havia feito a Abraão, “ele seria pai de uma grande nação” (Gn.
12.2), mas o preço era muito grande. Seu número cresceu tanto que o
Faraó começou a temer pela segurança de sua nação. Para proteger e
enriquecer a sua nação, o Faraó reduziu o povo de Israel a meros
escravos.

Quando a estratégia de evitar o crescimento dos hebreus falhou (Êx 1.15-


21), ele decretou que todas as crianças recém nascidas do sexo masculino
fossem mortas. É nesta circunstância que nasceu Moisés. A sua mãe o
escondeu por um pequeno tempo, não podendo mais, ela o colocou num
cesto betumado e colocou no rio, sendo depois encontrado pela filha do
Faraó (Êx 2.1-10).Moisés foi um milagre de Deus.

A filha de Faraó deu-lhe o nome de “Moisés”, porque foi tirado das águas
(Êx 2.10). Pelo que tudo indica, Moisés foi criado na corte egípcia,
recebendo educação para a realeza (cf. At. 7.22; Hb. 11.23-28). Com
certeza aprendeu, a ciência egípcia, o manejo de armas, a administração.
Essas habilidades o capacitavam para postos de confiança e
responsabilidade na administração nacional

Moisés já adulto viu um egípcio maltratando um hebreu, ele o feriu e


matou o egípcio. Isto revela que Moisés tinha consciência de sua
nacionalidade. Temendo o Faraó ele foge do Egito e se refugia em Mídia.
Ali ele se estabelece com Jetro, o qual veio a ser o seu sogro (Êx 2.11-
25).

40 anos no Egito: Moisés que fora criado e educado na corte egípcia,


tinha aproximadamente quarenta anos de idade quando fugiu do Egito.
SETEM - PENTATEUCO

Mesmo com toda a educação recebida no Egito, Moisés ainda não estava
preparado para liderar o povo de Deus na marcha pela libertação.

40 anos em Midiã: Moisés agora passa aproximadamente quarenta anos


pastoreando ovelhas, isto deu a Moisés experiências que ele precisa para
liderar um grande número de pessoas na marcha pelo deserto. É neste
período, quando Moisés cuidava das ovelhas de seu sogro (Jetro) que
Deus apareceu e ele numa visão assustadora, o Senhor apareceu a ele
numa chama de fogo; “uma sarça ardia mais não se consumia” (Êx 3.2).
Quando aproximou para ver o que era aquilo, ele foi abordado por uma
voz que saia de dentro do fogo: “vendo o Senhor que ele se voltava para
ver, Deus do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! (...) não
te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que
estás é terra santa. (...) Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o
Deus de Isaque e o Deus de Jacó (...)” (3.4-6).

Deus declara a Moisés ter ouvido o clamor e aflição do Seu povo, e


comissiona agora e ele para libertar o povo (3.7-10). De repente, Moisés
torna-se de pastor de ovelhas para libertador. Nos versículos seguintes
Moisés levanta uma serie de desculpas para não ir, mas Deus o convenceu
através de sinais que Ele era com Moisés, que era no poder dele que
Moisés libertaria o seu povo.

CONFRONTO DE MOISÉS E FARAÓ

A partir do capítulo 5 - 12, vemos os confrontos entre Deus e Faraó. Por


meio de severas pragas o Senhor se revela ao rei do Egito e arrasa a
nação, que se recusa a deixar os filhos de Israel partirem. Assim inicia-se
uma grande guerra entre Faraó (que era considerado um deus) e Javé, o
EU SOU. Deus manifesta seu poder numa série de pragas contra o
arrogante Faraó e o Egito.

1ª praga: Ex 7.14 - Água do Nilo se transformaram e sangue.

Esta praga faz referencia a Hápi (deus do Nilo); como o rio Nilo é
essencial à economia e até a sobrevivência da nação, este deus era
importante na cultura local.

2ª praga: Ex 8.1 – Rãs

Esta praga afronta a Hegt (deusa Rã); parece-nos que o poder desta
deusa não foi capaz proteger seus súditos

3ª praga: Ex 8.19 – Piolhos


SETEM - PENTATEUCO

Esta praga desafia Tot, o senhor da magia. Os magos não eram capazes
de realizar qualquer tipo de magia em virtude da presença destes
pequenos seres pelo corpo.

4ª praga: Ex 8.20-23 – Moscas

Ptah, deus criador do universo. Fez a Divisão entre os Hebreus e Egípicios

5ª praga: Ex 9.1 - Peste no gado

Hator e Ápis, deus-touro e deusa-vaca (respctivamente); eram fiéis


depositários da fé dos egípcios para proteção do animais.

6ª praga: Ex 9.8 - Tumores e Ulceras

Desafio a Ísis, senhora da medicina, deusa da cura e dos remédios.

7ª praga: Ex 9.22 - Trovões e Saraiva

Reshpu, deus muito importante, já que controlava as chuvas, ventos e


trovões. Então era ele quem decidia se a plantação seria bem regada ou
não; além de controlar os desastres ambientais e tudo mais.

8ª praga: Ex 10.7-11 – Gafanhotos

Esta praga desafia Min, deus da fertilidade e protetor das colheitas. Os


gafanhotos comeram toda a plantação

9ª praga: Ex 10.21 - Três dias de trevas

Rá, o deus-sol e Hórus um deus solar foram completamente


desmoralizados.

10ª praga: Ex 11.1 - A morte do primogênito

O próprio faraó era considerado um deus no Egito. Ou então Amon-Rá, rei


dos deuses e força criadora de vida e deixou morrer um filho de cada lar,
até dos animais.

(10) A morte dos primogênitos (caps. 11e 12.29-36).

O Egito havia oprimido o primogênito do Senhor e agora eles próprios


sofriam a perda de todos os seus primogênitos.

A PÁSCOA (12.1-13.16)

A palavra “PÁSCOA” origina-se de um termo HEBRAICO “PESAH”, que


significa “passar ao largo”, ou “passar por cima”. Pois o anjo destruidor
passou por cima das casas dos hebreus, as quais tinham o sangue do
cordeiro pascal nos batentes das portas. A páscoa marca a libertação dos
SETEM - PENTATEUCO

israelitas do Egito, pois somente depois da décima praga (a morte dos


primogênitos) foi que o Faraó deixou o povo sair.

De acordo com o Novo Testamento, a páscoa é um símbolo da


redenção em Cristo Jesus; o Cordeiro pascal que foi imolado, e o seu
sangue foi aplicado nos batentes das portas, simboliza o sangue de Jesus
que foi derramado por nós libertando-nos do pecado e da condenação (cf.
Jô. 1.29; 1Co. 5.6-8). A páscoa ocupa lugar central na revelação de Deus
a seu povo, tanto no Antigo como no Novo Pacto, pois o cordeiro pascoal é
símbolo profético do sacrifício de Cristo (cf. Lc. 22.7-20; 1co 5.7).

PEREGRINOS

Da capítulo 12 - 18, vemos que após a travessia do Mar Vermelho, os


israelitas ficaram confusos, perturbados e insatisfeitos, mesmo diante do
cuidado generoso do Senhor.

MONTE SINAI

Dos capítulos 19 - 40 eles chegaram no Sinai onde o Senhor lhes deu os


Dez Mandamentos e outras Leis que serviriam para o bom
desenvolvimento da nação e também, para garantir o bom relacionamento
com o Senhor isso ficou conhecido como o PACTO DA LEI.
Em nenhum outro livro da Bíblia, a manifestação do poder de Deus é tão
nítida quanto em Êxodo. Aqui temos um vislumbre de quão poderoso é o
nosso Deus e que de fato, não há nada impossível para Ele.

OS 10 MANDAMENTOS (20.1-26)

Deus escreveu as suas palavras, ou seja, os dez mandamentos em uma


tabua de pedra e as deu a Moisés; esses mandamentos tinham a
finalidade de orientar o povo como eles deviam andar diante de Deus.
Tanto seu comportamento ético quanto espiritual deveria ser dirigido
pelos mandamentos. Os quatro primeiros mandamentos tratam das
relações entre os homens e Deus; os outros tratam das relações entre os
homens. O significado dos dez mandamentos consiste no
seguinte:

(1) A unidade de Deus: “Não terá outros deuses diante de


mim”.
Há um só Deus e só a ele devemos oferecer culto. A adoração a anjos, a
santos ou qualquer outra coisa é violação do primeiro mandamento.

(2) A espiritualidade de Deus: “Não farás para ti imagem”.


Proíbe-se não somente a adoração de imagens ou deuses
falsos, mas também o prestar culto ao verdadeiro Deus em
forma errada. Deus é espírito e não tem forma (Jo. 4.23,24).

(3) A santidade de Deus: “Não tomarás o nome do Senhor teu


Deus em vão”.
SETEM - PENTATEUCO

Este mandamento inclui qualquer uso do nome de Deus de maneira


leviana, blasfêmia ou insincera. Deve-se reverenciar o nome divino porque
revela o caráter de Deus.

(4) A soberania de Deus: “Lembra-te do dia de sábado, para


santificá-lo”.

Um dia da semana pertence a Deus. Reconhece-se a soberania de Deus


guardando o dia de repouso, visto que esse dia nos lembra de que Deus é
o Criador a quem devemos culto e serviço. “santificar” o dia significa
separá-lo para o culto e serviço.
(5) Respeito aos representantes de Deus: “Honra o teu pai e a
tua mãe”.
O homem que não honra os seus pais tampouco honrará a Deus, pois esta
é à base do respeito a toda a autoridade.

(6) A vida humana é sagrada: “Não matarás”.


Este mandamento proíbe o homicídio, mas não a pena capital, visto que a
própria lei estipulava a pena de morte. Também se permitia a guerra,
visto como o soldado atua como agente do estado.
(7) A família é sagrada: “Não adulterarás”.
Este mandamento protege a o matrimônio por ser uma instituição sagrada
instituída por Deus. Isto vigora tanto para o homem quanto para a mulher
(Lv 20.10).

(8) Respeito à propriedade alheia: “Não furtarás”.


Há muitas maneiras de violar este mandamento, tais como não pagar
suficientemente ao empregado, não fazer o trabalho correspondente ao
salário combinado, cobrar demasiado e descuidar a propriedade do
senhor.

(9) A justiça: “Não dirás falso testemunho”.


O testemunho falso, desnecessário, sem valor ou sem fundamento
constitui uma das formas mais seguras de arruinar a reputação de uma
pessoa e impedi-la de receber tratamento justo por parte dos outros.

(10) O controle dos desejos: “Não cobiçarás”.


A cobiça é o ponto de partida de muitos dos pecados contra Deus e contra
os homens.

O TABERNÁCULO

Duas passagens longas de Êxodo descrevem o tabernáculo e seus


utensílios. Nos capítulos 25-31, Deus revela a Moisés o plano, os materiais
e os desígnios para construí-lo. Nos capítulos 35-40, Moisés segue as
ordens de Deus, nos menores detalhes. O tabernáculo era um santuário
portátil, formado de uma estrutura de madeira de acácia recoberta por
duas grandes cortinas de linho. Uma das cortinas formava a sala principal,
o Lugar Santo, enquanto a segunda cobria o Santo dos Santos (e é, o
Santíssimo Lugar), uma sala menor no fundo da sala principal separada
SETEM - PENTATEUCO

por uma cortina especial. O tabernáculo tinha vários nomes. Em regra


geral, chamava-se “tenda” ou “tabernáculo” por sua cobertura exterior
que o assemelhava a uma tenda. Também se denominava “tenda da
congregação” porque ali Deus se reunia com seu povo (29.42 - 44). Visto
como continha a arca e as tábuas da lei, chama-se “tabernáculo do
testemunho” (38.21). Testificava a santidade de Deus e da
pecaminosidade do homem. Chama-se, além disso, “santuário” (25.8)
porque era uma habitação santa para o Senhor.
SETEM - PENTATEUCO

O LIVRO DE LEVÍTICO

Livro pertinente aos LEVITAS. Na versão grega este livro recebeu este
nome porque ele trata da lei relacionada com os ritos, sacrifícios e serviço
do sacerdócio levítico. Mas devemos levar em conta que nem todos os
homens da tribo de Levi eram sacerdotes; o termo “levita” referia-se aos
leigos que faziam o trabalho manual do tabernáculo. O livro não trata
destes levitas, porém o título não é completamente inadequado porque
todos os sacerdotes eram da tribo de Levi. O propósito deste livro era
ensinar o povo como eles deveriam se comportar diante de Deus quanto
ao culto, isto é, os procedimentos corretos para fazer sacrifícios, para
observar os tempos solenes do calendário e como andar em comunhão
com o Deus santo, vivendo sempre em santidade. O livro também tem o
propósito de preparar a mente humana para as grandes verdades do Novo
Testamento. Levítico apresenta o evangelho revestido de simbolismo. Os
sacrifícios da antiga aliança, especialmente o do grande dia de expiação,
antecipavam o sacrifício do mediador da nova aliança. Levítico é o pano de
fundo para entendermos o significado do sacrifício de Cristo no Calvário e
sua glória redentora.

OS SACRIFÍCIOS.

Os sacrifícios era o meio pelo qual o povo podia aproximar-se de Deus. O


Senhor ordenou: “Ninguém aparecerá vazio diante de mim” (Ex. 34.20;
Dt. 16.16). O sistema sacrifical foi instituído por Deus para ligar anação
israelita a ele próprio. Não obstante, os sacrifícios remontam ao período
primitivo da raça humana.

FINALIDADE DOS SACRIFÍCIOS

SUBSTITUIÇÃO E EXPIAÇÃO. O homem que peca merece a morte, mas


em seu lugar morre o animal que com o seu sangue que é derramado
sobre o altar cobre o pecado do homem.
CONSAGRAÇÃO. Ao colocar as mãos sobre o animal antes de sacrificá-lo,
o ofertante identifica-se com o animal. Oferecida sobre o altar, a vítima
representa aquele que oferece e indica que o ofertante pertence a Deus.
Indica a ideia jubilosa de comunhão com Deus nas ofertas de Paz, pois o
ofertante participa da carne sacrificada em um banquete sagrado.
ADORAÇÃO. Sacrificar é também adorar a Deus.

A FORMA EM QUE SE OFERECIAM OS SACRIFÍCIOS (1.3-9).

1º. Holocausto - Ôlah


Holocausto quer dizer o que acende ou sobe, isto é, completamente
queimado ou que subiu na fumaça. É chamado uma oferta de suave cheiro
a Jeová. Nesta oferta a vítima era totalmente queimada, com exceção da
pele que era reservada ao sumo sacerdote. Havia a imposição de mãos
sobre o animal para a transferência do pecado de Jesus em que se vê o
filho de Deus oferecendo-se inteiramente ao Pai para que revelasse, como
SETEM - PENTATEUCO

Filho, seu amor para com o Pai. É “OBIATIO” isto é, adoração, oblação ou
culto. Simboliza a parte da morte.

2º. Oferta de Manjares – Minhah (grãos, flor de farinha, óleo e


sal)
Nesta oferta oferecia-se o produto da terra como cereais, farinha e óleo.
Uma parte era queimada sobre o altar, mostrando a dedicação a Deus, e a
outra servia para manutenção dos sacerdotes. Esta oferta significa em
hebraico um “dom” (no Latim DONATIVO). Era oferta sem sangue e nos
apresenta os símbolos da pessoa e caráter do nosso Senhor Jesus Cristo.
Significado: Devoção a Deus.
1. A flor de farinha. v. 1. Significa farinha fina (pó fino e bem moído)
sem desigualdade e granulosidade. A flor simboliza a humanidade perfeita
e equilibrada do Senhor Jesus Cristo.
2. Deitou azeite nela. v. 1. Azeite simboliza o Espírito Santo. Fala da
sua encarnação.
3. Colocou o incenso sobre a oferta. v. 1. O incenso é mirra. O incenso
quando estava se queimando soltava um cheiro suave. Jesus Cristo o
homem sempre agradou Deus em tudo.
4. A oferta foi salgada com sal. v. 13. Sal preserva contra corrupção.
O falar do Senhor Jesus Cristo sempre ficou cheio do Espírito Santo
porque ele mesmo estava cheio do Espírito Santo.
5. Sem fermento. v. 11. Fermento simboliza pecado e heresia. Jesus
Cristo foi perfeito na vida e na palavra.
6. Sem mel. v. 11. O mel é a doçura do mundo. O mel do mundo é o
prazer do pecado.
7. Esta oferta foi feita pelo fogo do altar ao Senhor. v. 16. Jesus
Cristo foi o sacrifício perfeito para aguentar, sofrer e satisfazer a ira de
Deus.
8. Um punho cheio da flor foi oferecida no altar ao Senhor, e o
restante foi comido pelos sacerdotes. v. 14-16. Jesus Cristo é o único
homem que pode ser o Mediador entre Deus e os homens.

3º. Oferta Pacífica – Shelãmim (animal sem mancha do rebanho


de gado ou ovelha)
Era parecida com o ôlah, mas deferindo em que apenas as partes
gordurosas que os hebreus consideravam as melhores, eram de Deus. O
restante era comido pelo ofertante e seus familiares e pelos sacerdotes.
Simboliza: Comunhão com Deus e Ação de Graças.
1. O Sacerdote e o Ofertante - receberam uma parte do sacrifício
oferecido ao Senhor para comer. 7:15. Isto mostra que o pecador tem paz
para com Deus porque está comendo ou recebendo comunhão com Deus,
está reconciliado para com Deus através do sacrifício.
2. O Sacerdote e o Ofertante - comeram juntos. Os reconciliados
(salvos) para com Deus não só tem paz e comunhão com Deus por Jesus
Cristo, mas também tem paz e comunhão um ao outro em Jesus Cristo.
3. O sacrifício tinha que ser sem mancha. Jesus Cristo é o único
substituto perfeito pelo pecado e justiça que faz paz e comunhão com
Deus.
SETEM - PENTATEUCO

4. O sacrifício podia ser macho ou fêmea. Porque o alvo deste


sacrifício era mostrar os efeitos do sacrifício mais do que a maneira de
fazer o sacrifício. É "O SANGUE" do cordeiro que reconcilia o pecador para
com Deus para que possa ter paz e comunhão com Deus.

4º. Oferta pelo Pecado – Hatta’t (expiação) / Âshâm


(reparação) (Animal específico com a posição social/ Valioso
Cordeiro ou Ovelha)
A primeira fazia parte da purificação do local, torando-o digno da
habitação de Deus e o segundo trata-se do perdão dos pecados do
homem. Nesta oferta o Senhor se torna substituto das nossas culpas.
O Sacrifício de Pecado. O holocausto de gado (oferta queimada)
mostrou que Jesus Cristo o Filho de Deus se ofereceu ao Pai por amor dele
para ser o sacrifício pelo pecado. No sacrifício de pecado revela que Cristo
Jesus morreu como um malfeitor para salvar o pecador. O justo pelos
injustos. Jesus Cristo levando em si o pecado do seu povo.

1. Não foi sacrifício de cheiro suave. O pecado do povo de Deus


estava imputado a Jesus Cristo para o salvar.
2. Foi novilho sem mancha. O justo pelos injustos.
3. Este sacrifício foi feito por causa do pecado do ofertante. O
ofertante se identificou com o novilho como levando seu pecado. v. 4.
4. O novilho foi queimado fora do arraial de Israel. v. 12 e 21. A
gordura com os rins e fígado foram queimados sobre o altar do
tabernáculo e o resto levado e queimado fora do arraial. Para mostrar que
em Jesus mesmo não teve pecado, mas estava levando os pecados dos
outros.
5. Não especificou um pecado em particular. Mas, mostra que o
homem é pecador pela natureza.

O Sacrifício pela culpa do pecado. O sacrifício anterior mostrou que


Jesus morreu para salvar o homem porque é pecador pela natureza. Este
sacrifício é pelos pecados feitos ou cometidos mesmos. Pode ser pecados
ocultos, de sacrilégio e de ignorância.

O SACERDÓCIO. 8-10.

A consagração do sacerdócio de Aarão. 8-9.

1.Ordenado por Deus. É Deus que faz isto na salvação e no ministério.


2.Eles foram lavados com água, 8: 6. Água fala da Palavra de Deus.
Ser separados a Deus pela Palavra de Deus e puros para servir o Senhor
aceitavelmente.
3. Ser vestidos na roupa do sacerdócio. 8:7-13. Nota que
primeiramente o Sumo Sacerdote (Arão) foi vestido e ungido com o azeite
e depois os outros sacerdotes (os filhos de Arão). Arão era mais exaltado,
a roupa mais bonita, e ungido antes dos sacrifícios ser feitos.
4. Consagrados pelo sangue dos sacrifícios. 8:4-26. A única maneira
de ser consagrado (santificado e salvo) é pela imputação da justiça de
SETEM - PENTATEUCO

Cristo (a roupa do sacerdote) e pelo sangue do sacrifício de Deus (Jesus


Cristo que derramou seu sangue para nos salvar).
5. "Tudo isto pôs nas mãos de Aarão e seus filhos". 8:27-29. Moisés
(representa Deus) botou um bolo asmo, um bolo de pão azeitado e um
coscorão sobre a gordura e a espádua direita e tudo isto pôs nas mãos
dos sacerdotes. Simbolicamente (os sacerdotes moveram tudo isto que
tinham nas suas mãos por oferta de movimento perante o Senhor) eles
estavam oferecendo a Deus seus sentidos e motivos mais íntimos
(gordura), o melhor que tinham da vida (a cauda), sua força (espádua
direita), o andar digno do Senhor (os pães de vários tipos).
6. Espargiu o sangue sobre eles e os ungiu com o azeite. 8:30. Eles
foram salvos, separados e consagrados pelo sangue e pelo Espírito Santo
(azeite). Agora também o sangue foi espargido sobre os vestidos. Os
vestidos simbolizam a maneira de viver.
7. A comida dos sacerdotes. v. 31-32. Simboliza a paz e a comunhão
que temos com Deus através do sacrifício Jesus Cristo que sofreu a ira
(fogo e calor) de Deus por nós.

8. A separação durante sete dias. 8:33-36. Mostra a separação do


sacerdócio real para o serviço de Deus exclusivamente durante a vida
toda. Sete é o número de perfeição ou complemento.

AS CERIMÔNIAS

As cerimônias eram atos praticados no tabernáculo como forma de culto a


Deus. São elas:

CERIMÔNIAS PÚBLICAS NACIONAIS – envolviam espiritualmente toda


a nação, com apenas os sacerdotes participando e que eram prestadas de
manhã e à tarde. Eram três tipos:

1º) Cultos diários – consistiam em holocausto (consagração): de oferta de


cereais (gratidão); de libações (louvor); de incenso (oração) e de lâmpada
(iluminação).
2º) Cultos semanais – que eram as ofertas diárias duplicadas e a troca
dos pães da proposição.
3º) Cultos mensais – que aconteciam no início de cada mês. Eram festas
da lua nova, quando as ofertas eram aumentadas.

CERIMÔNIAS PARTICULARES – eram realizadas para pessoas e


famílias e contavam com a participação delas. Havia a expiação individual,
pela qual se lidava com a culpa do indivíduo. As purificações cerimoniais
que como o nome indica, serviam para obter a purificação da pessoa.
Eram elas:
1º) Sacrifícios pacíficos.
2º) Dízimos
3º) Votos
SETEM - PENTATEUCO

AS FESTAS NACIONAIS

1 – PESAJ (Pexá) – Páscoa associada à dos Pães Asmos, com duração


de uma semana; mês de Nisã (março – abril) noite de Lua cheia, depois
do inverno. Representa a libertação do povo da escravidão do Egito, pois a
palavra páscoa significa saltar ou pular, como o anjo saltou as casas dos
hebreus e a dos Asmos lembrava as dificuldades vividas no Egito pelo
povo. Nesta festa lê-se o livro de Cantares.

2 – SHAVUOT (Xavuote) – Festa de Pentecostes ou Primícias; mês de


Sivã (maio – junho). Era comemorado cinqüenta dias depois da páscoa.
Representa a colheita dos primeiros frutos da terra. No NT, vemos este
acontecimento em At 2 mostrando o inicio da colheita da igreja. Nesta
festa lê-se o livro de Rute.

3 – SUCOT (Sucoti) Festa dos Tabernáculos; mês de Tishri (setembro -


outubro) dia 15 a 21. Representa a caminhada do povo no deserto onde
habitavam em tendas. Nesta festa lê-se o livro de Eclesiastes. É cantado
os salmos 120 a 134, conhecidos como cânticos de degraus, de subida ou
romaria uma tradução hebraica shir hama’ alôt.

4 – ROSH HASHANA (Roxe xana) – Ano Novo; mês de Thisri (setembro


- outubro) dia 1 a 3. Após o exílio Babilônico, este é o dia do “soar da
trombeta” tornou-se conhecido como, o Ano Novo Judaico. Na Torá, tudo
o que conhecemos é que é um dia de “fazer tocar as trombetas”.

5 – YON KIPUR (Íon quipur) – Dia do Perdão, mês de Thisri (setembro


- outubro) dia 10; jejum de um dia de 6:00 ás 18:00.

6 – CHANUCA (Ránucá) – Festa das Luzes, 25 de Kislev (novembro) a


2 de Tuwet(Tubet) (dezembro). Durava oito dias em comemoração da
purificação do templo, três anos depois de profanado por Antíoco
Epífanes.

7 – PURIM – Festa da Sorte, 14 de Adar (fevereiro - março); festa da


libertação do poder de Hamã, ao tempo da rainha Ester. Pur está ligado a
dado, isto é, objeto de sorte. Nesta festa lê-se o livro de Ester.
SETEM - PENTATEUCO

LIVRO DE NÚMEROS

Este nome foi dado pelos tradutores do AT, hebraico para a língua grega,
pois o livro narra dois recenseamentos, o primeiro nos primeiros capítulos
e o segundo no capítulo 26. Número é o livro das peregrinações. A maior
parte deste livro descreve as experiências de Israel durante a
peregrinação no deserto. O Livro de Números começa com a antiga
geração (caps. 1-12), move-se através de um período de trágica transição
(caps. 13-20) e termina com a nova geração (caps. 21-36) postada à
entrada da terra de Canaã. A história narrada neste livro cobre um
período de trinta e oito anos.

PROPÓSITO

O propósito de Números era registrar as histórias das peregrinações de


Israel desde o Sinai até a preparação em Moabe para a entrada na terra
prometida. Mas o livro não é exaustivo em seus relatos, mas seleciona os
eventos que são importantes para o desenvolvimento do programa
redentivo de Deus. A narrativa deixa claro que os trinta e oito anos de
peregrinação foram uma punição pela falta de fé: ninguém da geração
incrédula teve permissão para entrar na terra prometida (Nm. 14.20-45;
cf. Dt. 1.35). Números, portanto, não é só um trecho de história antiga,
mas outra lista dos atos de Deus. Trata-se de uma história complexa de
infidelidade, rebelião, apostasia e frustração, em contraposição com a
fidelidade, presença, provisão e paciência de Deus.

A MENSAGEM

No livro de Número como no caso da Bíblia inteira, o Deus da aliança,


Todo Poderoso e fiel como Ele é, revela-se a si mesmo; e essa revelação
que reúne as diferentes porções do livro de Números numa unidade. Nas
leis e regulamentos que impõe, Deus demonstra o seu cuidado para com o
seu povo. Israel se revolta frequentemente contra Ele. Em resultado, a ira
do Senhor de acende: 'Ele não permite que o pecado passe sem
ser castigado (11.1-3,33; 12.10.; cap. 14). No entanto, Deus não repudia
o Seu povo, permanece fiel à Sua aliança.

A PRESENÇA DE DEUS

Deus se manifestou de uma forma real e visível ao povo de Israel. Em


todo o tempo de peregrinação pelo deserto, Deus se fez presente na vida
se Seu povo. A nuvem de fogo que cobria o tabernáculo era uma
revelação visível da presença de Deus (9.15-23). Quando a nuvem se
erguia, o povo andava, quando parava, o povo acampava. Enquanto a
nuvem permanecia sobre o tabernáculo, o povo permanecia no
acampamento. A nuvem ambulante e a arca representavam Deus
andando com Seu povo para protegê-los e suprir-lhes as necessidades.

A PROVIDÊNCIA DE DEUS PARA O POVO


SETEM - PENTATEUCO

O período em que o povo de Israel passou peregrinando no deserto foi


uma demonstração do cuidado e provisão de Deus em favor de Seu povo.
Números destaca três maneiras do cuidado divino para com Seu povo:

(1) Deus orientou, protegeu e supriu as necessidades materiais do povo


(10.11-14.45; caps. 16-17; 20-25; 27.12-23; 31.1-33.49);

(2) As instruções através de suas leis (1.1-10.10; cap. 15; caps. 18- 19;
26.1-27.11; caps. 28-30; 33.50-36.13);

(3) A instituição de padrões efetivos de liderança (11.1-14.45; 16.1-35;


27.12-23).

Deus proveu o “maná” para alimentar o povo e, quando este se cansou da


dieta vegetariana, enviou codornizes (Ex. 16). Essa história é
desenvolvida em Números 11. Ali o cuidado providencial de Deus é visto
em contraposição às murmurações e reclamações do povo. A provisão das
codornizes foi ao que parece temporária; o maná, porém, continuou por
toda a jornada, cessando apenas quando os israelitas entraram em Canaã
(Js. 5.12).

As provisões legais esboçadas em Números moldaram o culto de Israel e


julgaram sua desobediência durante a jornada; também preparam o povo
para quando tomasse posse da terra, o destino visado em Números.
A estrutura organizacional em tribos, clãs e famílias (caps. 1-4); as
cerimônias de confissão e restituição (cap. 5); os regulamentos para
sacrifícios e ofertas, inclusive a Páscoa e o Pentecostes, o Dia da Expiação
e a Festa dos Tabernáculos (caps. 7-10; 15-19; 28); as diretrizes para a
divisão da terra e a reserva de cidades para os levitas (caps. 32-35) –
tudo isto eram instrumentos da graça de Deus para lhes dar condições de
viver em comunidade como povo de Deus na jornada e no assentamento.

A PACIÊNCIA DE DEUS

Há vários episódios em Números que revela a “longanimidade de Deus”.


Deus foi paciente para com Seu povo. Por várias vezes este povo se
rebelou contra Deus e quis voltar ao Egito. As queixas, as rebeliões e
murmurações eram constantes, mas Deus se manteve fiel ao seu projeto
redentor, e apesar de tudo isto Ele continuou suprindo as necessidades do
povo.

A TERRA

Todo o livro de Números está voltado para a conquista da terra de Canaã.


Os capítulos de 1-10 descrevem os preparativos para a viagem do Sinai a
Canaã, 11-12 a viagem propriamente dita, 13-14 a tentativa abordada de
conquista. Canaã é alvo constantemente presente do povo, que em
Números na verdade nunca alcançada. Teologicamente, três aspectos
dessa terra são enfatizados em Números:
SETEM - PENTATEUCO

Primeiro, o Senhor havia dado aos filhos de Israel (32.7,9), mas


precisamente a Abraão, Isaque e Jacó (Nm. 32.11).
Segundo, a terra de Canaã devia ser uma terra santa, santificada pelo
fato de Deus está habitando com o Seu povo (35.34; cf. Lv 26.11,12). Por
esta razão os habitantes nativos deviam ser expulsos, e os seus
santuários e ídolos deviam ser destruídos. Só o Senhor devia ser adorado
ali (33. 51,52).
Terceiro, a terra devia ser propriedade permanente de Israel. Isto é
declarado mais explicita em Gênesis do que em Números (Gn. 13.15;
17.18), mas esta é a implicação clara das leis de jubileu (Lv 25) e das
regras a respeito de casamento e herdeiros de terra, em Números 36: “as
tribos dos filhos de Israel se hão de vincular cada uma a sua herança”
(36.9).

CRISTO EM NÚMEROS

A serpente que Deus ordenou que Moisés levantasse (21.4-9) tipificava a


obra de Cristo (Jo. 3.13,14). A rocha de onde saiu água era também um
tipo de Cristo (1Co 10.4). O maná diário simbolizava Jesus Cristo o Pão da
Vida (Jo. 6.31-33). A diretriz e a presença de Cristo são vistas na coluna
de nuvem e de fogo, e o refugio dos pecadores em Cristo pode servisto
nas seis cidades de refúgios (35.9-34).

A SERPENTE

Como é que a serpente, símbolo de Satanás e do mal, pode ser símbolo


de Jesus Cristo? Na realidade não é uma figura de nosso Senhor, mas do
pecado carregado sobre Cristo na cruz (2Co 5.21). A imagem da serpente
morta e impotente, levantada na haste, simboliza a destruição do pecado
e do castigo da lei. O que nos chama atenção também, é que o povo de
Israel levou a serpente para Canaã, e séculos mais tarde, eles adoraram e
chamaram de Neustã, a qual foi destruída pelo rei Ezequias (cf. 2Rs 18.4).

CONCLUSÃO

Em Gênesis, Deus elegeu um povo; em Êxodo, ele o redimiu da


escravidão do Egito, em Levítico Ele o santificou; e em Números, ele o
dirigiu. Números ensina a importante lição de que a fé bíblica amiúde
requer confiança em Deus contra as aparências (neste caso, o prospecto
da aniquilação por forças inimigas e superiores). Duas extensas passagens
do Novo Testamento se volvem para esta experiência no deserto com
vistas a ilustrar esta verdade espiritual. Em 1Co 10.1-12, ela ilustra o
perigo das autoindulgências e imoralidade; e em Hebreus 3.7- 4.6, ela
ilustra o tema da entrada do descanso de Deus através da fé. Números
começa com a antiga geração, move-se através de um trágico período
transitório e termina com a nova geração no pórtico da terra de Canaã.
SETEM - PENTATEUCO

LIVRO DE DEUTERONÔMIO

Depois de trinta e oito anos de peregrinação pelo o deserto, a nova


geração agora se encontra à fronteira de Canaã. Durante este período os
israelitas ficaram restritos ao deserto de Parã em Cades Barnéia. Somente
quando a velha geração morreu, isto é, aqueles que saíram do Egito com
a idade acima de vinte anos, é que tiveram a autorização de retornarem a
jornada rumo à terra prometida. Moisés, consciente de que estava
impedido de entrar na terra prometida (Dt. 1.37), aproveitou a ocasião
para pregar três longos discursos ao povo de Israel. À essência desses
discursos encontra-se no livro de Deuteronômio. Israel estava preste a
cruzar o rio Jordão e iniciar a conquista de Canaã e Moisés estava por
terminar a sua carreira. Moisés, então, prepara o povo para a tomada da
prometida terra, trazendo à memória do povo os preceitos e obras de
Deus, sendo que esta nova geração não viram muito do que Deus falou e
fez. Moisés lembra à nova geração a importância da obediência se eles
porventura estiverem dispostos a aprender do triste exemplo de seus
antepassados. Movendo-se do passado (história de Israel) para o presente
(santidade e prática de Israel) e para o futuro (novo líder de Israel),
Moisés realça a fidelidade do Deus de Israel, “que nos tirou... para nos dar
a terra” (6.23).

PROPÓSITO

O propósito pode ser sumariado da seguinte maneira:


a) Preparar o povo para a conquista de Canaã. Moisés repete a frase
“entrai e possuí a terra” trinta e quatro vezes, e adicionam trinta e cinco
vezes a frase “a terra que o Senhor teu Deus te deu”.
b) Apresentar os preceitos da lei em termos práticos e espirituais para
serem aplicados à nova vida em Canaã.
c) Estimular lealdade ao Senhor e à sua lei. Pode‐se dizer que o ensino de
Deuteronômio é a exposição do grande mandamento “Amarás, pois o
Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas
as suas forças” (6.5).

O CREDO

O que nos chama a atenção neste livro é forma de um credo que aparece
em 6.4., o qual é conhecido pelos judeus como o “Shemá”: “Ouve,
Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força”.
Este credo é tratado com seriedade de tal maneira, que o texto segue
dizendo que essas palavras deveriam estar no “coração” (v6), deveriam
ser ensinadas aos filhos (v.7), carregá‐las presas ao corpo (v.8). É
importante também ressaltar que o Senhor25 Jesus tomou as palavras do
v.5 como o primeiro e maior mandamento (cf. Mt. 22.37).
O credo destaca a unidade e a singularidade de Javé, o Deus de Israel,
especificamente no relacionamento estabelecido entre ele e seu povo.
Este credo ensina de forma específica o monoteísmo (o Senhor nosso
Deus é o único) e exclui qualquer forma de politeísmo (crença em vários
SETEM - PENTATEUCO

deuses). Javé é o único Deus que os israelitas deveriam amar. Amá‐lo de


todo coração, alma e força não deixam espaço para devoção a outros
deuses. Além disso, eleva a fidelidade a Deus acima de todos os
compromissos humanos de lealdade.

A ELEIÇÃO DE ISRAEL

A eleição é o conceito de que Deus, dentre todas as nações, escolheu


Israel para ser o seu povo. Este ensino está baseado na chamada de
Abraão (Gn. 12.1-3; 15.1-6). Essa ideia é lançada na primeira linha do
chamado de Moisés (Êx 3.6). Encontra-se na revelação do Sinai (cf. (Êx
20.2,12) e no sistema sacrifical apresentado em Levítico (cf. Lv 18.1-
5,24-30). A eleição divina não é um ato arbitrário, mas está relacionada à
obra retentiva. Deus chama Abraão, e dele forma uma nação para este
propósito. Deus escolhe Israel não por causa da superioridade numérica,
mas porque o Senhor os amava (7. 6-8). Por causa desta eleição, Israel
devia destruir todas as nações na terra de Canaã (7.1). Israel não podia
ter nenhuma aliança e nem ter misericórdia para com elas (7.3). Acima de
tudo, deviam destruir todos os símbolos religiosos dos cananeus (7.5).
Relacionado à eleição divina, estava também o propósito de que “todas as
famílias da terra fossem abençoadas” (Gn. 12.3). O ciúme de Deus para
com Israel não brota de sua indiferença para com outros povos; antes,
surge de sua preocupação de que Israel transmita a verdade divina aos
outros povos. Se Israel não for cuidadoso para guardar a verdade que
Javé revelou em palavras e atos, a verdade nunca chegará ao restante do
mundo.
Por este motivo Israel deveriam ser imparciais com as nações cananeias,
todas elas juntamente com cultura e religião deveriam ser exterminadas,
pois, do contrario, Israel seria corrompido por elas e não cumpriria os
propósitos divinos.

A RELAÇÃO DE ALIANÇA

A aliança que Deus fez com Israel não foi um mero contrato ou acordo
entre pessoas, onde implica reciprocidade. Mas ela começa no amor de
Deus por Israel (7.8). Assim, mesmo que o povo falhe e não cumpra a sua
parte da obrigação – como certamente não fizeram no deserto e ao longo
da maior parte de sua história – Deus não quebrará sua aliança (4.31).

O CONCEITO DE PECADO

Deuteronômio enfatiza de maneira clara a gravidade do pecado. Ela pode


ser vista nos relatos de bênçãos e maldiçoes (caps. 27-28). A liturgia das
doze maldições (27.11-26) cobre um leque de crimes espirituais, raciais e
sexuais semelhantes ao do Decálogo, embora mais abrangente. A longa
lista de benção (28.1-19) abrange toda a gama de dádivas graciosas de
Deus para o povo no campo político, agrícola e militar. Em contrapartida,
uma série ainda maior de maldições (28.15-68) ameaça tudo o que os
israelitas possam prezar, da liberdade à saúde, da prosperidade à posse
da terra.
SETEM - PENTATEUCO

A apostasia ou idolatria era o pecado mais abominável de todos (cf.


29.18-20). O pecado da idolatria era tão sério que os israelitas eram
ordenados a matar um irmão, filho ou filha, esposa ou amigo que tentasse
incitá-los a servir outros deuses (cf. 13.8-15). As penalidades para a
idolatria eram terrivelmente severas. A única explicação para isso é a
santidade de relação de aliança. Devemos observar que essas penalidades
severas foram ordenadas por Deus durante a conquista de Canaã.
Como regra geral, a Bíblia não ordena que o povo de Deus mate todos os
incrédulos.

DEUS NA HISTÓRIA

O conceito de que Deus de fato atua na história é uma doutrina bíblica


sem igual. Em Deuteronômio esse tema bíblico é de uma forma singular.
O livro inteiro é uma exposição de atos divinos em favor de seu povo.
Deuteronômio enfatiza o agir de Deus ao longo da história de Seu povo. A
saída do Egito (7.19), a entrega da lei (5.5); a travessia do deserto, a
entrada para uma longa vida de felicidade (4.40), etc. a história humana
não é algo que se desenvolve aleatoriamente, mas tudo acontece dentro
da vontade de Deus. Deus dirige a história humana.

CONCLUSÃO

Deuteronômio, antes de ser uma coletânea de preceitos, é uma reflexão


sobre os fundamentos de toda a nossa obediência a Deus, a saber, sua
ação na vida e na história de Seu povo. Este livro ensina também a moral
do amor em atos: o amor do Senhor compromete todos os âmbitos da
existência humana, da política à higiene, da vida social ou familiar ao
reencontro do irmão, até mesmo o respeito pelo animal (22.7) ou pela
árvore (20.19).
Este livro desempenhou um papel importante na história e na religião de
Israel. O código deuteronômio foi à norma para julgar as ações dos reis de
Israel. Ao descobri-lo no templo, sua leitura despertou um grande
aviamento no ano 621 a.C. (2Rs. 22). Foi à base da exortação de
Jeremias e de Ezequiel. Os judeus escolheram a grande passagem de
6.4,5 como seu credo ou declaração de fé. No Novo Testamento,
Deuteronômio é citado, mas de oitenta vezes. Por exemplo: na tentação
no deserto, Jesus o citou para refutar Satanás (Mt. 4.1-11).

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