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Teste Flavia12ºa

Teste de portugues
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PARTE A

O meu olhar azul como o céu


É calmo como a água ao sol.
É assim, azul e calmo,
Porque não interroga nem se espanta...

Se eu interrogasse e me espantasse
Não nasciam flores novas nos prados
Nem mudaria qualquer coisa no sol de modo a ele ficar mais belo.

Mesmo se nascessem flores novas no prado


E se o sol mudasse para mais belo,
Eu sentiria menos flores no prado
E achava mais feio o sol...
Porque tudo é como é e assim é que é,
E eu aceito, e nem agradeço,
Para não parecer que penso nisso…)

Alberto Caeiro, Poesia, edição de Fernando Cabral Martins e Richard


Zenith, 3.ª ed., Lisboa, Assírio & Alvim, 2009, p. 57.

1. Relacione as comparações presentes nos dois primeiros versos com o sentido do quarto verso.

2. Selecione a opção de resposta adequada para completar a afirmação abaixo apresentada.

No âmbito da argumentação desenvolvida ao longo da segunda e da terceira estrofes, o recurso à _________ ,


nos versos de 8 a 11, evidencia a ideia de que é pela visão que se pode _________.

a) metonímia … alterar a perceção da natureza


b) antítese … conhecer a beleza objetiva da natureza
c) metonímia … conhecer a beleza objetiva da natureza
d) antítese … alterar a perceção da natureza

3. Explique a aparente contradição presente nos versos de 12 a 14.


PARTE B

Subiram ao comprido da Avenida, procurando. E quem avistaram logo foi o Eusebiosinho. Parecia mais
fúnebre, mais tísico, dando o braço a uma senhora muito forte, muito corada, que estalava num vestido de seda
cor de pinhão. Iam devagar, tomando o sol. E o Eusébio nem os viu, descaído e molengo, seguindo com as
grossas lunetas pretas o marchar lento da sua sombra.
- Aquela aventesma é a mulher, contou Ega. Depois de várias paixões em lupanares, o nosso Eusébio teve
este namoro. O pai da criatura, que é dono dum prego, apanhou-o uma noite na escada com ela a surripiar-lhe
uns prazeres.... Foi o diabo, obrigaram-no a casar. E desapareceu, não o tornei a ver... Diz que a mulher que o
derreia à pancada.
- Deus a conserve!
- Ámen!
E então Carlos, que recordava a coça no Eusébio, o caso da Corneta, quis saber do Palma Cavalão. Ainda
desonrava o Universo com a sua presença, esse benemérito? Ainda o desonrava, disse o Ega. Somente deixara a
literatura, e tornara-se factótum1 do Carneiro, o que fora ministro; levava-lhe a espanhola ao teatro pelo braço; e
era um bom empenho em política.
- Ainda há de ser deputado, acrescentou Ega! E, da forma que as coisas vão, ainda há de ser ministro... E
isto está-se fazendo tarde, Carlinhos. Vamos nós tomar esta tipoia e abalar para o Ramalhete?

1.Factótun- Indivíduo responsável pelos afazeres de outrem. = FAZ-TUDO


Eça de Queirós, Os
Maias

1. Situe o excerto transcrito na estrutura interna do romance, referindo o nível da ação em que se enquadra e, muito
brevemente, as circunstâncias em que ocorre a situação narrada e a importância da mesma para a compreensão
global da obra.

2. Estabeleça a correspondência entre as colunas, de forma obter afirmações verdadeiras

I. Na expressão “Parecia mais


fúnebre, mais tísico, dado o braço a. a hipálage confere um caráter
a uma senhora muito forte, muito impressionista à descrição.
corada.” (l.2) b. traduz uma previsão
II. Na expressão “que estalava num c. as antíteses e a adjetivação dupla
vestido cor de pinhão.” (l.3) sublinham a ironia da descrição
d. As antíteses e a adjetivação dupla
III. Na expressão “iam devagar conferem realismo à descrição
tomando o Sol.” (l.3) e. o imperfeito com valor durativo,
associado ao advérbio e ao gerúndio,
IV. Na expressão “o marchar lento da traduz a ideia de tempo prolongado
sua sombra” (l.5)
f. os verbos, com um valor durativo,
V. A afirmação “- Ainda há de ser retardam a ação.
deputado” (l.5) g. o verbo, usado metaforicamente, tem
uma função caricatural
PARTE C

A partir da ação fulcral – amores de Carlos e Maria Eduarda – Eça de Queirós pretendeu, em Os Maias,
retratar a sociedade portuguesa dos fins do século XIX. Num texto bem estruturado, mostre como a ação
central e a comédia de costumes se entrelaçam e se complementam artisticamente de forma a dar à obra uma
unidade incontestável.

SOLUÇÕES:

Grupo A:

1. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:


‒ nos dois primeiros versos, o sujeito poético compara o seu olhar ao «céu» e à «água ao sol», sugerindo a ideia de tranquilidade;
‒ no quarto verso, o sujeito poético exprime a razão pela qual o seu olhar é «azul e calmo», afirmando que não questiona nem reage
emocionalmente ao mundo tal como ele existe/afirmando que se limita a aceitar o que vê.
2. B)
3. Devem ser abordados os tópicos seguintes, ou outros igualmente relevantes:
‒ no verso 12, o sujeito poético começa por descrever a sua visão do real como objetiva e despida de pensamentos e emoções/o
sujeito poético começa por expressar a ideia de que a natureza é constituída apenas por aquilo que os sentidos captam/o sujeito
poético começa por expressar a aceitação serena do mundo, sem o questionar;
‒ nos versos 13 e 14, o sujeito poético põe, no entanto, em evidência o facto de essa visão ser resultado de uma opção consciente
(logo, pensada), admitindo que faz de conta que não pensa.

Grupo B:

1. EXEMPLO DE RESPOSTA: Este excerto pertence a "Os Maias" de Eça de Queirós, localizando-se no início do capítulo VI. Carlos e
Ega, a caminho do "Ramalhete", observam Eusébio, forçado a casar após um incidente comprometedor. O diálogo sobre Palma
Cavalão adiciona ironia à narrativa, destacando as mudanças sociais e morais. Essas observações satíricas refletem o estilo
característico de crítica social de Eça de Queirós, contribuindo para a compreensão do contexto do romance.
2. I-f ; II-d; III-e; IV-a; V-b

Grupo C:

1. EXEMPLO DE RESPOSTA: Em "Os Maias", Eça de Queirós utiliza a ação central dos amores de Carlos e Maria Eduarda como
ponto focal para uma crítica profunda à sociedade portuguesa do século XIX. A tragédia amorosa é entrelaçada com uma comédia de
costumes, onde personagens secundários satirizam a hipocrisia social. Essa união proporciona uma obra coesa, destacando as
contradições e falhas da elite portuguesa de forma tragicômica. A ironia permeia a narrativa, revelando a decadência subjacente à
pretensa sofisticação da sociedade. Em suma, "Os Maias" transcende o romance tradicional, tornando-se uma crônica aguda e irônica
da condição humana e social.

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