População:
Os povos indígenas Javaé e Karajá do Brasil central foram afetados pela
colonização europeia no século 16, sofrendo violência, doenças e perdas
populacionais. Apesar disso, no século 18, houve tentativas de diálogo com
esses grupos, que resistiram e sobreviveram. No século 20, a população
diminuiu drasticamente, mas nas últimas décadas têm aumentado
significativamente. Em 2009, os Javaé contavam com cerca de 1450
pessoas, e os Karajá, cerca de 3000, mostrando uma recuperação
populacional notável.
Seculo xix:
Decadência econômica e populacional em Goiás após o ciclo do ouro.
Política agressiva contra os índios, com criação de presídios e missões.
Javaé impactados por essas políticas. Povo resultado de misturas culturais
e conflitos, com população reduzida por guerras e escravização.
Cosmologia
Os Javaé se consideram o "Povo do Meio" por viverem em um plano intermediário
do cosmos, entre o nível inferior subaquático e o nível superior celeste. Eles
acreditam que a Ilha do Bananal está localizada nessa porção intermediária do rio
Araguaia. Segundo a visão deles, o mundo é como um grande corpo dividido em
três partes: cabeça, barriga e pés. As aldeias dos Javaé são organizadas de forma a
ter um espaço masculino e sagrado, representado pela Casa dos Homens, e um
espaço feminino e profano, composto pelas casas de moradia.
Organização (territorialidade)
Os povos falantes da língua Karajá escolhem a localização de suas aldeias
levando em consideração as inundações do vale do Araguaia e as formas de
subsistência na região. Antigamente, havia uma alternância entre aldeias de
"inverno" e acampamentos de "verão", relacionados com a pesca. Atualmente, as
aldeias são menores, porém ainda mantêm uma organização baseada em
parentesco e práticas tradicionais de pesca e agricultura. As aldeias são
autônomas e mantêm relações pacíficas entre si.
Casamento :
Um homem, quando se casa, tem que viver com a esposa, quase na condição de estranho, na casa de seus sogros,
submetendo-se à autoridade destes últimos e tendo que retribuir pelo casamento aos sogros e cunhados por um longo
período da vida, pescando, caçando, plantando etc. Os próprios Javaé chegam a dizer que toda a atividade econômica
da aldeia existe em função do “pagamento pela esposa”.
sendo assim, o casamento é um momento crucial na vida Javaé. Para as mulheres, representa uma situação
confortável e de prestígio cada vez maior. Elas permanecem na casa de seus pais após o casamento e são protegidas
pelos irmãos e primos, tornando-se as "donas da casa" com o passar do tempo e as grandes conselheiras de filhos e
netos. endo assim, o casamento é um momento crucial na vida Javaé. Para as mulheres, representa uma situação
confortável e de prestígio cada vez maior. Elas permanecem na casa de seus pais após o casamento e são protegidas
pelos irmãos e primos, tornando-se as "donas da casa" com o passar do tempo e as grandes conselheiras de filhos e
netos
Para o homem, ao contrário, o casamento é carregado de grande ambiguidade. Se, por um lado, ter uma esposa é um
desejo masculino, o homem que se casa torna-se um devedor de seus sogros e cunhados e passa a morar na casa de
estranhos. Somente após tornar-se pai de vários filhos, o homem alcança uma condição mais confortável e, com o
tempo, passa a viver a situação inversa, tornando-se o sogro de outros homens.
Xamãs:
O xamanismo tem um papel central entre os Javaé e Karajá, uma vez que todas as
mortes e doenças são atribuídas à feitiçaria e toda a vida ritual da Casa dos Homens
depende da existência dos hàri, que são os responsáveis pela Dança dos Aruanãs. A
principal justificativa para a ausência da Casa dos Homens em alguma aldeia javaé é a
inexistência de xamãs que tenham o conhecimento e a capacidade de controle dos
aruanãs. O xamã tem o poder de trazer a este mundo os vários tipos de entidades
mágicas, além de enxergar e viajar em espírito por outras dimensoes.Cabe ao xamã,
também, conduzir o tykytyby (“corpo velho”) – conceito traduzido inadequadamente
como “espírito” ou “alma” – das crianças que irão nascer ou dos mortos, que podem ser
encaminhados para um dos vários destinos que existem após a morte. Tornar-se um
xamã, função exercida por homens (na maioria dos casos), mas também pelas mulheres
(de forma mais velada) pode ser tanto uma escolha pessoal como uma herança familiar.
Politica :
O chefe da politica é chamado de( hãwawèdu e ixywèdu) .O chefe ritual (ixytyby), por
sua vez, pode ser um xamã, embora não haja uma associação inerente entre chefia ritual
e xamanismo, mas se distingue marcadamente do chefe político.
Origem (nome):
A palavra javaé vem de uma origem desconhecida,enquanto a palavra mais
conhecida da tribo é Karajá que vem do tupi-Guarani cujo o significado é
(macaco guariba) atribuída ao povo em questão pelos bandeirantes pela
linguagem geral. Com isso palavra javaé ou Karajá significa gente ou ser
humano.
Danças :
As danças dos Aruanãs é uma dupla de personagens rituais quase idênticos,que é
entregue ritualmente a um casal com filhos,como um presente honrado,para que
este se responsabilize por sua alimentação durante todo o ciclo anual,o qual se
dá,em geral,paralelamente à estação das chuvas.Segundo dizem os javaé,o ciclo
anual da dança dos Aruanãs cujo o complexo ritual de iniciação masculina.cada
dupla de aruanãs canta e dança músicas próprias durante todo o ciclo
cerimonial,que é composto por uma sé de jogos rituais entre homens e mulheres e,
principalmente,de refeições/oferendas rituais coletivas dentro da casa do homens
Língua:
A língua Karajá pertence ao tronco lingüístico Macro-Jê e é dividida em três
dialetos: Karajá, Javaé e Xambioá, que têm dificuldade de se compreender
mutuamente. Recentemente, propôs-se a diferenciação em quatro dialetos. A
língua é conhecida pela notável diferença entre a fala masculina e feminina,
marcada em 30% das palavras usadas pelas mulheres. Atualmente, as
mulheres e crianças também falam e entendem Português, embora nem
sempre com a mesma desenvoltura dos homens jovens.
localização :
A Ilha do Bananal é um lugar incrivelmente rico em história e
tradições culturais dos povos Javaé, Karajá e Xambioá. Localizada
no vale do rio Araguaia, a ilha é o centro do território de ocupação
imemorial desses povos, com paisagens deslumbrantes que
incluem rios, lagos, savanas inundáveis e matas de galeria.
