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Maassê Raziel: Apostila de Malchut

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MAASSÊ RAZIEL

Apostila de Malchut

Marcelo Sanches - [email protected] - CPF: 321.548.178-23


_ TEORIA

A Cabalá é um corpo de conhecimentos e ensinamentos. Nesse sentido,


pode ser considerada uma filosofia ou uma ciência.
Ao contrário de outras filosofias e ciências que você conhece, no entanto,
as origens da Cabalá estão na própria origem do mundo. Os ensinamentos
da Cabalá são anteriores aos de qualquer religião ou sistema filosófico. Na
verdade, a Cabalá foi usada como base para a formação de todos os sistemas
filosóficos, religiosos, científicos, artísticos e políticos do mundo. A Cabalá é a
matriz de conhecimento que permitiu a todos os outros conhecimentos do
mundo surgirem.
É exatamente por isso que qualquer tipo de pessoa – independente da religião
que tenha ou no que acredite – pode estudar a Cabalá.
O objeto de estudo da Cabalá é o ser-humano e a sua relação com o Universo
em que ele vive e que o rodeia. Você se aprofundará mais sobre esses temas
nos próximos estudos.

_ DE ONDE SURGIRAM OS ENSINAMENTOS CABALÍSTICOS A RESPEITO DO


SER-HUMANO E DO UNIVERSO?

Assim que o ser humano surgiu na face da Terra e começou a se relacionar


com seu ambiente, começou também a inquirir sobre o que via e a elaborar
teorias para explicar os fenômenos ao seu redor.
No começo, esses ensinamentos eram discutidos apenas oralmente e debatidos
apenas de maneira presencial (mestre e discípulo face a face). Com o advento
da escrita e o surgimento dos alfabetos, no entanto, as civilizações humanas
começaram a escrever textos sapienciais contendo os ensinamentos que há anos
já eram debatidos verbalmente pelos estudiosos.Um desses textos sapienciais –
talvez o mais famoso deles – é o que chamamos em português de Bíblia, e que
em hebraico corresponde, grosso modo, à Torá1.
A essa altura, você já deve saber que para estudar Cabalá você não precisa
ser uma pessoa religiosa, leitora da Bíblia, ou um judeu conhecedor da Torá –
mas nunca é demais lembrar.
Isso não é necessário porque os cabalistas desenvolveram o seu próprio modo
de leitura, interpretação e transmissão dos textos sagrados. Assim, embora a
Torá seja o texto sagrado clássico do judaísmo, a leitura cabalística desse texto
é radicalmente diferente da leitura .
Por ora, não vamos nos debruçar sobre a escrita da Torá – nem quanto à

1. A Torá, a rigor, são apenas os cinco livros de Moisés: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Por serem
cinco, em português esses livros em conjunto também são chamados de Pentateuco (do grego penta = cinco). O termo
Bíblia no mundo cristão costuma denotar o que se conhece por Antigo e Novo Testamentos, no entanto, a Cabalá utiliza
apenas o chamado Antigo Testamento como fonte de seus ensinamentos. Portanto, além dos cinco livros iniciais (a Torá),
há outros 19 livros considerados sagrados (como Juízes, Samuel, Ezequiel, Salmos e Provérbios). O total de 24 livros aceitos
como cânone cabalístico é chamado Tanach.

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data, nem quanto à autoria –, o que importa é saber que os cabalistas liam o
texto da Torá de modo a encontrar nele os ensinamentos místicos e esotéricos
que lhe permitiam entender o ser-humano e o Universo.
Assim, quando discutiam a Torá – e para diferenciar a sua leitura da leitura
judaica – os cabalistas se referiam aos “segredos da Torá”, ou seja, a ensinamentos
que só podem ser encontrados se o leitor souber para onde olhar, se souber
ler nas entrelinhas, ou se tiver um mestre cabalista que o guie na tarefa.
Isso significa que os ensinamentos da Cabalá não podem ser encontrados
na leitura literal do texto da Torá, e se quisermos chegar a eles temos que ler
a Torá como se fôssemos decifrar um código que está oculto.
Desde muito cedo os cabalistas perceberam que existiam vários modos de se
ler o texto da Torá e criaram uma classificação quartenária para aludir a esses
modos. Esses quatro níveis de leitura são denominados pela palavra hebraica
Pardês (pomar), pois as suas iniciais indicam cada nível:

• Peshat (literal): a leitura literal do texto, com a sua interpretação


direta.
• Remez (alusivo): leitura alegórica do texto, buscando por
alusões na narrativa; ou seja, buscando por referências vagas
e indiretas que devem ser mais bem analisadas para entender
o significado.
• Derash (homilético): leitura que busca explicar um tema do
texto. É o tipo de leitura que se vê, por exemplo, quando um
religioso faz um sermão sobre uma passagem bíblica.
• Sod (secreto): a leitura dos sentidos secretos, ocultos,
esotéricos e metafísicos do texto. É a leitura da Cabalá.

Como você pode imaginar, a maior parte da população mundial lê a Torá


apenas no nível Peshat (literal). Religiosos e estudiosos mais dedicados ao texto
sagrado costumam utilizar os métodos de Remez (alusivo) e Derash (homilético).
Apenas os cabalistas se utilizam dos métodos Sod.

_ ORAL X ESCRITO

Você já estudou que, nos primórdios, a Cabalá era transmitida apenas


oralmente. Isso era vantajoso pois assim o mestre tinha controle do que era
ensinado e para quem os ensinamentos eram passados; o conhecimento
não ficava disponível para qualquer um. Por outro lado, muitos ensinamentos
se perdiam com a proibição de registrá-los por escrito. Não foram poucos
os casos de mestres que morreram cedo, antes de poderem transmitir os
principais ensinamentos aos seus discípulos. Em outros casos, os discípulos
recebiam os ensinamentos mas, com o passar do tempo, como é natural da

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memória humana, se esqueciam do que lhes havia sido ensinado ou ficavam
com ensinamentos truncados e errôneos.
Visando a sanar principalmente esse último problema, os sábios da Cabalá
acharam por bem passar a escrever seus ensinamentos em livro. No entanto,
tinham os temores que sempre os fizeram transmitir os ensinamentos oralmente
até ali – e se esse conhecimento valioso caísse em mãos erradas? E se fossem
lidos sem auxílio de um mestre e, por isso, fossem mal interpretados?

• 1_ Peshat (literal): a leitura literal do texto, com a sua


interpretação direta.
• 2_ Remez (alusivo): leitura alegórica do texto, buscando por
alusões na narrativa; ou seja, buscando por referências vagas
e indiretas que devem ser mais bem analisadas para entender
o significado.
• 3_ Derash (homilético): leitura que busca explicar um tema
do texto. É o tipo de leitura que se vê, por exemplo, quando um
religioso faz um sermão sobre uma passagem bíblica.
• 4_ Sod (secreto): a leitura dos sentidos secretos, ocultos,
esotéricos e metafísicos do texto. É a leitura da Cabalá.

Para tentar sanar também esse problema, então, muitos sábios preferiram
registrar os ensinamentos por escrito (para que não se perdessem) mas, ao
mesmo tempo, de modo velado e pouco claro, para que não.
Desse modo atingiu-se um duplo objetivo: embora os ensinamentos fossem
preservados e até difundidos, eles continuavam sendo mantidos ocultos e
protegidos.
Daqui você pode tirar algumas lições importante sobre a atitude que deverá
ter em relação a tudo que for estudar na Maassê Raziel.
O primeiro ponto é saber que não devemos ser proselitistas – isso é, não
devemos sair falando sobre o que estamos estudando e aprendendo para
qualquer pessoa, e nem ficar mencionando os tópicos aprendidos abertamente,
a qualquer momento, em qualquer conversa que tenhamos com alguém.

“É natural que ao estudar Cabalá vejamos a nossa vida


mudando positivamente e, empolgados, queiramos que os
outros também experimentam essas mudanças. Passamos
a falar sobre Cabalá com os demais tentando fazer com que
eles mudem”

_ No entanto, o que ocorre?

Muitas vezes nos tornamos o “chato” ou a “chata” do grupinho, que só sabe

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falar de um assunto ou que fica falando de algo que poucos têm interesse em
ouvir. Além disso, podemos passar a imagem de extremistas, fanáticos, religiosos
ou coisas do tipo, e isso é exatamente o oposto do que queremos para nós, e
o oposto do que a Cabalá ensina.
Um antigo ensinamento tradicional diz que “quando o discípulo está pronto,
o mestre aparece”.
Cada ser humano tem o seu tempo de evolução e o seu momento correto
para entrar em contato com conhecimentos sublimes que o ajudarão na vida.
Não cabe a nós ficar apresentando informações quando não formos solicitados.
Assim como você foi conduzido até aqui e hoje está estudando Cabalá, se for
o momento da outra pessoa, o mesmo ocorrerá com ela.
É esse o motivo pelo qual os sábios insistiam em resguardar certos
conhecimentos e portar-se sempre em uma atitude de silêncio e discrição.
É particularmente importante manter o silêncio em quanto à sua prática, seu
avanço e seu sucesso.
Muita gente pergunta: se os ensinamentos da Cabalá são tão bons e podem
transformar tanto uma pessoa, por que não divulgá-los abertamente e falar
deles aos quatro cantos do mundo?
Agora você entende que, apesar de bons, não todos estão prontos para os
ensinamentos da Cabalá. Algumas pessoas estão em outro momento de vida
e não precisam desses ensinamentos por ora. Talvez nunca venham a precisar.
Em alguns casos, apesar de serem ensinamentos bons, apresentá-los a uma
pessoa que não está preparada para isso pode ser mais danoso do que benéfico.
eu vou precisar de lista bulleted, titulo, subtitulos de 3 niveis, extratos de texto,
nota de rodape, lista numerada, citação (com atribuicao), e ot exto corrigo

_ A UNIDADE CÓSMICA – “MONOTEÍSMO”

Quando falamos sobre os primórdios da Cabalá, dissemos que assim que


o ser humano surgiu na face da Terra, ele começou a se relacionar com seu
ambiente e começou também a inquirir sobre o que via e a elaborar teorias
para explicar os fenômenos ao seu redor.
Um dos primeiros registros que temos na tradição sobre isso é a respeito de
um homem chamado Abrahão.
Um dia, olhando para o céu, Abrahão começou a se perguntar quem poderia
ter criado o céu e a terra. Perguntou-se quem poderia ter criado também a ele.
Primeiramente, ficou certo de que havia sido o sol. “Nada é mais poderoso do
que o sol”, pensou Abrahão. Assim, Abrahão passou aquele dia rezando para o
sol, certo de que ele era o deus da criação.
Ao entardecer, o sol começou a se por, desparecendo lentamente no oeste,
à medida que a lua surgia no leste. Ao ver isso, Abrahão disse: “perdoa-me lua.

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Tu deves ser a criador do céu e da terra, a regente do universo. Certamente as
estrelas são como joias na sua coroa.
E, assim, Abrahão passou aquela noite no campo rezando para a lua, certo
que ela era a deusa da criação. Afinal, como disse Yair Alon:

Pela manhã, a lua se pôs no oeste e o sol começou a nascer


novamente no leste. Ao ver isso, Abrahão disse: “nem o sol e
nem a lua são grandes o suficiente para terem criado o céu e
a terra. E nenhum deles criou a mim. Deve haver uma força
maior que definiu o movimento do sol e da lua e também a
minha existência. Essa força é Deus – o Criador do sol, da lua,
das estrelas e de mim.

Abrahão foi o primeiro homem a perceber que tudo que existe no mundo
tem uma origem única e foi criado por um mesmo Criador.
Ele viveu por volta de 600 a.e.c, na região do Oriente Médio e pode, de certo
modo, ser considerado o primeiro cabalista do mundo.
Com os questionamentos e respostas que começou a encontrar, Abrahão
iniciou uma cadeia de pensamento que mudaria a história da humanidade.
Como era de praxe na época, Abrahão começou a transmitir seus ensinamentos
a seus filhos que, por sua vez, transmitiram a seus filhos e assim por diante;
até que hoje, mais de dois mil anos depois, nós estamos aqui aprendendo e
debatendo sobre esses mesmos ensinamentos.

_ PRÁTICA

_ INSTRUÇÕES PARA A PRÁTICA

_ Exercício – Subordinação dos pensamentos e concentração


Pegue uma vela (qualquer formato, tamanho e cor) e vá para uma sala com
pouca luminosidade. Posicione a vela a cerca de um metro de você e, de
preferência, na altura dos olhos. Se quiser, coloque-a contra um fundo branco.
Tenha certeza que não será perturbado e desligue telefones, celulares e
aparelhos em geral.
Sente-se confortavelmente diante da vela (ainda apagada), relaxe o corpo todo,
feche os olhos e observe o seu fluxo de pensamentos por um ou dois minutos.
Você perceberá que todo tipo de pensamento passa por sua cabeça, sobre
coisas do dia-a-dia, preocupações do trabalho etc.
Depois dessa observação, abra os olhos, acenda a vela e fixe o olhar na chama.
Deixe a vista relaxada e tente manter a respiração também calma e relaxada.

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‫ לְ יֹום ַה ַַּׁש ָָּבת‬,‫א ִמזְ מֹור ִִׁשיר‬
‫ לְ הֹדֹות לַ יהוָ ה; ּולְ זַ ֵֵּמר לְ ִִׁש ְמָך עֶ לְ יֹון‬,‫ב טֹוב‬
‫ ַַּבֵּלֵ ילֹות‬,‫ג לְ ַהִּגִ יד ַַּבֹּב ֶֹקר ַח ְס ֶֶּדָך; וֶ ֱאמּונָ ְתָך‬
‫נָ ֶבל; עֲ לֵ י ִהָּגָ יֹון ְְּבכִ ּנֹור‬-‫ וַ עֲ לֵ י‬,‫עׂשֹור‬-‫י‬ ָ ֵ‫ד ֲעל‬
‫ה ִּכִ י ִִׂש ַַּמ ְח ַַּתנִ י יְ הוָ ה ְְּב ָפעֳ לֶ ָך; ְְּב ַמעֲ ֵֵׂשי יָ ֶדיָך ֲא ַרֵּנֵ ן‬
‫ עָ ְמקּו ַמ ְח ְְׁשב ֶֹתיָך‬,‫ָּגָ ְדלּו ַמעֲ ֶֶׂשיָך יְ הוָ ה; ְמאֹד‬-‫ו ַמה‬
‫זֹאת‬-‫יָבין ֶאת‬-‫ֹא‬ ִ ‫ ל‬,‫ ל ֹא יֵ ָדע; ּוכְ ִסיל‬,‫ַּבעַ ר‬-‫יׁש‬ ַ ‫ז ִא‬
Sua tarefa agora é permanecer olhando para a vela mantendo a concentração
apenas nela, até que todas as sensações e percepções externas sejam eliminadas.
Se possível, evite piscar. Você sentirá como se as duas únicas coisas que existem
no universo fossem você e a chama da vela.
Mantenha essa concentração (tentando não piscar) pelo tempo máximo que
conseguir.
Se fizer o exercício corretamente, você verá que todas as sensações e
percepções que não sejam ligadas à vela somem da sua mente e que você
fica absolutamente concentrado na chama da vela.
Feito isso, o exercício foi concluído com sucesso.
__ Observações:
Para manter os olhos sem piscar você não deve arregalá-los ou forçá-los
para que fiquem abertos. Pelo contrário, seus olhos e sua vista devem estar
relaxados. No começo você poderá ter muita dificuldade e pode piscar ou
se desconcentrar rapidamente, em menos de um minuto. Com o treino, no
entanto, você conseguirá aumentar esse tempo.
Recomenda-se que você comece dedicando cinco minutos ao exercício
(incluindo os dois minutos iniciais de observação dos pensamentos). Uma vez
dominado esse tempo, aumente um minuto por dia, sempre que for bem-
sucedido no exercício, até chegar a pelo menos dez minutos de concentração
plena.
Se ao fazer o exercício você começar a se sentir cansado ou com sono, pare
imediatamente e postergue o exercício para outro momento, quando você
não sentirá sono.
Repita o exercício pelo menos uma vez ao dia e, se possível, duas vezes ao
dia. Não avance antes de fazê-lo pelo menos 10 vezes.
Com o exercício dominado, você conseguirá chegar a esse estado de
concentração natural e rapidamente, usando qualquer objeto ou, em níveis
ainda mais avançados, até mesmo sem utilizar objeto algum como referência.

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__ MEDITAÇÃO/RITUAL

Lembre que um cabalista prático sempre mantém o silêncio com relação à


sua prática, seu avanço e seu sucesso.
Ao terminar de ler essa apostila, comprometa-se consigo mesmo em manter
esse texto protegido e o seu conteúdo guardado apenas em seu coração, sem
revelar ou passar adiante o que lhe foi ensinado.
Diga em voz alta: “eu me comprometo!”

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