Bioquímica
HALITOSE
Prof. Bruno Oliveira
Conceito: É uma situação na qual a pessoa exala um odor desagradável da boca.
É odor desagradável do hálito frequente ou persistente.
Mesmo depois
de escovar os
dentes
→ A halitose não é, necessariamente, uma doença, mas um
sinal indicativo de desequilíbrio fisiopatológico.
IMPACTOS DA HALITOSE NA VIDA DOS INDIVÍDUOS
● A halitose é uma condição que não costuma ser percebida
pelos portadores do distúrbio;
● Pode ser negativa para a autoimagem do indivíduo,
impactando na confiança e causando evitação social;
● há uma relação entre a classificação clínica de halitose e o
status psicológico
Apenas recentemente, a Odontologia passou a reconhecer seu papel no tratamento da halitose.
Etiologia:
Na maior parte dos casos (90%) → Processo de degradação proteolítica de
peptídeos oriundos da saliva, resíduos alimentares e células epiteliais
descamadas, principalmente por bactérias Gram negativas, dando origem
a moléculas voláteis odoríferas, tais como:
● Compostos sulfurados voláteis (CSV)
TIPOS DE HALITOSE
HALITOSE
FISIOLÓGICA PATOLÓGICA
Saburra lingual e Doença periodontal
Pobre higiene bucal inflamatória crônica
CLASSIFICAÇÃO:
1) Halitose matinal - forma de halitose fisiológica provocada pela redução na
produção salivar noturna, com aumento da putrefação anaeróbica.
→ É eliminada com a higiene bucal criteriosa.
2) Halitose de origem bucal (90% dos casos) - a maioria está associada à higiene
bucal deficiente: saburra lingual (causa mais comum), placa dental, caries,
resíduos alimentares, próteses com higiene deficiente, periodontopatias.
Outras causas bucais:
Hipossalivação - associada à Síndrome de Sjogren,
medicamentos, abuso de álcool, desidratação,
radioterapia e diabetes.
Estomatites, carcinomas, úlceras recorrentes,
cicatrização de feridas, restaurações defeituosas,
periimplantite e pericoronite.
CLASSIFICAÇÃO:
3) Causas nasais - drenagem nasal posterior em dorso de língua,
corpos estranhos na cavidade nasal.
4) Sinusites - sinusite bacteriana após sinusite viral aguda. Origem
odontogênica em cerca de 10% dos casos.
5) Pneumopatias - bronquiectasias, abscessos pulmonares e
adenocarcinomas.
6) Gastroenteropatias - sangramentos, regurgitação, esofagites,
ulcerações, carcinomas, obstrução duodenal.
CLASSIFICAÇÃO:
7) Desordens metabólicas - falência renal, cirrose, diabetes mellitus,
trimetilaminúria.
8) Medicamentos - principalmente drogas associadas com quadros de
hipossalivação.
9) Halitofobia - pacientes que estão convictos de ter halitose e embora
não a tenha, não se convencem durante o processo diagnóstico e
terapêutico. Distúrbio psiquiátrico que inviabiliza o manejo
odontológico.
10) Pseudo halitose - pacientes que acreditam ter halitose, mas não a
tem. Contudo se convencem de não serem afetados durante o processo
diagnóstico e terapêutico. Permite o manejo odontológico.
DIAGNÓSTICO (Métodos de Detecção):
• Análise organoléptica (padrão ouro) - a percepção
depende da concentração e volatilidade das moléculas; da
capacidade olfatória e do poder do odor. Avalia-se o odor
da boca, da saliva, da saburra lingual, do fio dental, do
nariz e das próteses.
• Análise por aparelhos portáteis de identificação de
CSV. Halimeter® e Oral Chroma® - são aparelhos
eletrônicos capazes de detectar, apenas os CSV no ar
expirado. Esta técnica tem como vantagens o fácil
manuseio, resultados rápidos e reproduzíveis, sem
necessidade de pessoal especializado. Suas desvantagens
relacionam-se ao custo e por detectar apenas os CSV.
DIAGNÓSTICO (Métodos de Detecção):
• Análise por cromatografia gasosa. Permite análise de
mais de 500 moléculas através do ar expirado, saliva e
saburra lingual.
Apresenta como vantagens a alta sensibilidade e
especificidade.
Suas principais desvantagens são: alto custo operacional,
necessidade de pessoal especializado e maior tempo para
o resultado. É inviável na prática diária.
TRATAMENTO:
O sucesso do tratamento da halitose reside na diminuição dos
CSV e outras substâncias desagradáveis.
2) Adequação da dieta e estilo de vida.
3) Tratamento dos distúrbios sistêmicos e comorbidades existentes.
4) Tratamento dos distúrbios psiquiátricos existentes.
TRATAMENTO:
O sucesso do tratamento da halitose reside na diminuição dos
CSV e outras substâncias desagradáveis.
1) Causas bucais - redução mecânica e química das bactérias e substratos.
Redução mecânica - higiene da língua, higiene dos dentes e próteses, terapia
periodontal básica.
Redução química - clorexidine 0,2%, óleos essenciais, triclosan, água oxigenada
3%;
→ Efeito de mascaramento - enxaguatórios sem álcool, sprays, tabletes e goma de
mascar, sem açúcar.