Limarcondes, Completo
Limarcondes, Completo
Diagnóstico
em Medicina
Veterinária
Organização:
Mestrado Profissional em Diagnóstico em
Medicina Veterinária
ISBN 978-85-88187-55-9
Resumos do II Encontro em
Diagnóstico em Medicina Veterinária
Coordenadores:
Prof.a Dr.a Bruna de Azevedo Baêta
Prof. a Dr. a Larissa Alexsandra da Silva Neto Trajano
Universidade de Vassouras
Vassouras/RJ
2019
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
http://editora.universidadedevassouras.edu.br/index.php/RS/issue/view/163
ISBN 978-85-88187-55-9
ISBN 978-85-88187-55-9
ISBN 978-85-88187-55-9
Comissão Organizadora:
Comitê Científico:
ISBN 978-85-88187-50-4
Sumario
Leptospirose bovina: Prevalência e fatores de risco em propriedades rurais no município de Paraíba do Sul-RJ...7
Importância da abordagem adequada do paciente com suspeita de neoplasia: Uma cartilha para orienta-
ção......................................................................................................................................................................8
Relatório técnico/científico: padronização de coleta sanguínea em Gambás Didelphis sp. (LINNAEUS, 1756).
...........................................................................................................................................................................9
Complicações pós-operatórias em cães e gatos após implementação de ficha pós-operatória em Clínica Veteri-
nária Universitária na cidade de Vassouras - RJ..............................................................................................10
Diagnóstico e tratamento de metrite bovina....................................................................................................11
Cirurgia de colecistectomia em cão da raça teckel – Relato de caso...............................................................12
Avaliação da eficácia da armadilha “aedestrap” para coleta de formas imaturas de Aedes aegypti e Aedes albo-
pictus no município de Vassouras, RJ..............................................................................................................13
Prevalência de Trypanosoma spp. em bovino leiteiro no município de Vassouras-RJ....................................14
Acompanhamento clinico e cirúrgico de lesão oftalmica em bovino..............................................................15
Estudo de diferentes temperaturas ambientais sobre a gestação de embriões em éguas pós transferên-
cia.....................................................................................................................................................................16
Isolamento e idêntificação de Escherichia coli e Salmonella spp. em carcaças de frango oriundas da região
Serrana do Rio de Janeiro................................................................................................................................17
Avaliação microbiológica da casca de ovos de galinha de postura free-ran-
ge não submetidos a processo de limpeza, limpos mecanicamente e limpos manualmen-
te......................................................................................................................................................................18
Tumor neuro-endócrino em pâncreas acessório com nódulos hepáticos e aumento de linfonodo mesentérico
em cão jovem da raça golden retriever – Relato de caso.................................................................................19
Avaliação em processo de Recuperação de Calo Ósseo em Ouriço Pigmeu Africano (Atelerix Albiventris) –
Relato de caso..................................................................................................................................................20
Pré Centrifugação de sêmen de garanhões Mangalarga Marchador com baixa motilidade visando melhorar a
Cinética espermática no processo de Congelação...........................................................................................21
Epidemiologia de Leishmaniose Visceral canina no município de Barra do Piraí, RJ, Bra-
sil......................................................................................................................................................................22
Estudo do padrão Citopatológico em Médula Osséa em cães portadores de Leishmaniose Visceral canina: Re-
visão de literatura.............................................................................................................................................23
Avaliação de comportamento da frequênica cardíaca de Equinos da raça Mangalarga Marchador durante exer-
cício padronizado.............................................................................................................................................24
Diagnóstico de doenças e Zoonoses resultantes de maus tratos e promoção de educação em guarda responsá-
vel, bem-estar animal e maus tratos: Uma revisão de literatura......................................................................25
Isolamento e identificação de Bacillus Cereus em bebidas lacteas sabor chocolate comercializadas no municí-
pio de Vassouras/RJ.........................................................................................................................................26
Atividade oiseticida da família Lauraceae sobre Oncopeltus Fasciatus.........................................................27
Efeitos do laser de baixa potência em espermatozoides Criopreservados: Uma revisão de literatura............28
O Iat – Índice De Atualização Tecnológica como ferramenta de diagnóstico Zootécnico..............................29
Pesquisa de Flebotomíneos em áreas com Leishmaniose visceral canina no município de Vassouras, RJ.....30
Prevalência de Anaplasma marginale em bovinos leite no município de Vassouras, RJ, Brasil......................31
Parâmetros de bem-estar animal em animais de abrigo no município de Vassou-
ras.....................................................................................................................................................................32
Avaliação de fatores que afetam as taxas de Prenhez na utilização de protocolo de IAFT em Vacas Leitei-
ras.....................................................................................................................................................................33
Doença Piogranulomatosa Atípica generalizada em felino –Relato de caso...................................................34
Confecção de cartaz informativo sobre Sarcoma de Injeção em felinos para o Hospital Veterinário da Universi-
dade de Vassouras............................................................................................................................................35
ISBN 978-85-88187-50-4
Correção cirúrgica de Laceração de teto em vaca leiteira – Relato de caso....................................................36
Impacto da implementação de uma ficha padronizada na avaliação pré-operatória de cães e gatos em uma Clí-
nica Veterinária Universitária na cidade de Vassouras-RJ................................................................................37
Comparação da eficácia de dois Anti-helmínticos em Equinos......................................................................38
Refrigerante à base de cola pode melhorar a fertilidade de Éguas Receptoras que seriam descartadas em um
programa de transferencia embrião?................................................................................................................39
Prevalência de Babesia bovis e Babesia bigemina em gado leiteiro no município de Vassouras, RJ.............40
Estudo preliminar da ocorrência e fotogrametria de Lesões Corneanas em uma população de cavalos de corri-
da da raça Ppuro-Sangue Inglês.......................................................................................................................41
Método do Índice de Qualidade (MIQ) para análise sensorial de sardinha (Sardinella brasiliensis) e tilápia do
Nilo (Oreochromis niloticus) em cidades da região Sul Fluminense..............................................................42
Teste elisa como diagnóstico eficaz para Dirofilaria immitis em cães– Revisão de literatura.......................43
Utilização de OPG e cropocultura para diagnóstico de Verminoses em bovinos – Revisão de literatura.......44
Estudo da codominância folicular em éguas da raça Mangalarga Marchador.................................................45
Técnica de coleta de urina em fêmea bovina - Descri-
ção....................................................................................................................................................................46
Descrição de técnica de correção de Fistula Mamaria em Vaca leiteira- Relato de caso................................47
Comparação entre o teste Imunocromatográfico e Dot-ELISA de consultório na detecção do vírus da Leucemia
felina................................................................................................................................................................48
Estudo epidemiológico das afecções respiratórias e manejo sanitário de cavalos da raça Mangalarga marcha-
dor na região Sul-Fluminense..........................................................................................................................49
Estudo epidemiológico de Leishmaniose Visceral Canina - Revisão de literatura..........................................50
Avaliação econômica do manejo sanitário em bovinos leiteiros oriundos de sistemas Semi-intensivo e intensi-
vo.....................................................................................................................................................................51
Levantamento do nível de conhecimento de Produtores rurais sobre A Tripanossomose Bovina no município
de Paraíba do Sul.............................................................................................................................................52
Comparação da eficácia dos hormônios 17-Beta Estradiol e Benzoato de Estradiol em protocolos de IADT em
dado de corte....................................................................................................................................................53
Termografia da superfície corporal de equinos tratados com Reiki.................................................................54
Estudo da fauna de Flebotomineos, transmissores de Leishmanioses, no município de Vassouras, RJ..........55
Principais alterações encontradas em Ultrassonografia abdominal de cães e gatos na Clínica Veterinária da
Universidade de Vassouras..............................................................................................................................56
Uso da miltefosina (MILTEFORAN ®) e associações no tratamento da leishmaniose canina – relato de 4
casos no município de Vassouras, RJ...............................................................................................................57
Diagnóstico parasitológico de Babesiose bovina em gado de leite no estado do Rio de Janeiro....................58
Avaliação radiográfica da coluna vertebral de felinos domésticos (Felis catus) Adultos dos alunos do curso de
Medicina Veterinária da Universidade De Vassouras - RJ...............................................................................59
Qualidade Microbiológica dos alimentos em restaurantes do tipo self-service da região de Vassouras, RJ...60
Levantamento epidemiológico da Esporotricose em gatos que habitam a Ilha da Gigóia/RJ.........................61
Revisão de literatura: Estudo da Papilomatose Cutânea bovina......................................................................62
Levantamento Epidemiológico de infecções causadas por Staphylococcus spp. Resistentes a meticilina em
animais de companhia e sua relevância na saúde pública...............................................................................63
Avaliação da influência da deposição de gordura Torácica na aferição do peso corporal de equinos atletas
através de fita de pesagem...............................................................................................................................64
Aplicação do teste de socialização de gatos adultos em abrigos coletivos......................................................65
Papilotomia em caso de obstrução de Ducto Biliar comum............................................................................66
Morfometria de asininos na raça Pêga.............................................................................................................67
Avaliação da qualidade sensorial de camarões vendidos na Região Centro Sul-Fluminen-
se......................................................................................................................................................................68
Avaliação da influência da deposição de gordura Torácica na aferição do peso corporal de equinos atletas atra-
vés de fita de pesagem.....................................................................................................................................69
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Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
II Encontro em Diagnóstico em Medicina Veterinária
A leptospirose é uma zoonose bacteriana causada por espiroquetas do gênero Leptospira. Possui uma maior ocorrência em países tropicais e
subtropicais, favorecendo a sobrevivência do microorganismo por elevadas temperaturas e altos índices pluviométricos. Os animais de
companhia, de produção e silvestres podem albergar leptospiras nos rins e eliminá-las pela urina, por períodos variáveis, contaminando o
meio ambiente. A infecção por Leptospira spp. depende de fatores como espécies animais de contato, sorovares existentes na região,
condições ambientais e climáticas, além do manejo e oportunidades de infecção direta ou indireta. O presente trabalho objetivou avaliar os
fatores de risco e a prevalência da leptospirose bovina através de um inquérito soroepidemiológico em propriedades rurais no município de
Paraíba do Sul-RJ. Os produtores responderam um questionário contendo dados relacionados ao manejo sanitário e reprodutivo dos animais.
Foram coletadas 28 amostras sanguíneas de 15 propriedades rurais do município. As amostras foram acondicionadas em tubo sem
anticoagulante para obtenção do soro. Os soros dos animais foram armazenados em tubos eppendorf e mantidos a -20ºC e foram
encaminhadas para a Fundação Oswaldo Cruz- FIOCRUZ Biomaguinhos, para a realização da prova Soroaglutinação Microscópica (SAM),
onde foram testados para 19 sorovares de Leptospira, sendo eles: Icterohaemorrhagiae, Copenhageni, Canicola, Grippothyphosa, Pomona,
Australis, Bataviae, Castellonis, Cynopteri, Javanica, Panama, Pyrogenes, Hardjo, Sejroe, Patoc, Tarassovi, Autumnalis, Hebdomadis e
Wolffi. Todas as amostras analisadas não foram reagentes na SAM apresentando uma titulação menor que 100 (ponto de corte). Estudos
mostram animais positivos para leptospirose em diferentes regiões do Brasil, porém estudos com um número maior de animais são
necessários para determinar a prevalência real da lepstospirose no município de Paraíba do Sul- RJ. No questionário aplicado, pode-se
observar que 100% das propriedades não fazem vacinação contra leptospirose. No estudo, 60% (9/15) das propriedades não faziam controle
de animais sinantrópicos. Em 9 (60%) propriedades, o gado possuía acesso a áreas alagadiças, caracterizando fatores de risco para
leptospirose. Nas propriedades estudadas, 86,66% (13/15) tinham roedores e marsupiais e 60% (9/15) tem presença de capivaras ao redor.
Esses animais silvestres tem importância por poderem ser reservatórios para Leptospira spp. Pode-se concluir que as propriedades possuem
fatores de risco nas propriedades, porém nas amostras analisadas não foram detectados animais reagentes para leptospirose.
Atualmente, devido a uma maior longevidade dos cães, percebe-se um aumento no diagnóstico das neoplasias, sendo uma das principais
causas de morte na clínica veterinária. Existe uma necessidade crescente em realizar o diagnóstico correto e principalmente precoce, para
obtenção de um prognóstico adequado em relação ao animal. Na região Sul-Fluminense é notória a carência de orientação tanto dos tutores
quanto dos veterinários em relação a este fato, sendo necessário um trabalho de conscientização para ambos. A utilização de ferramentas
diagnósticas, como o exame histopatológico de tumores cutâneos, é essencial e obrigatória para obtenção de respostas relacionadas à clínica
do paciente, associadas a uma boa orientação do tutor no caso da observação de qualquer alteração sugestiva de neoplasia. Diagnósticos
corretos e precoces aumentam a expectativa de vida e melhoram o prognóstico da doença. O presente estudo teve como objetivo aumentar o
conhecimento na área de oncologia na Região Sul-Fluminense, abordando o tutor e os médicos veterinários da região por meio de cartilhas,
palestras e orientação individual no consultório veterinário, baseados nos dados obtidos através de estudo retrospectivo de laudos e fichas de
atendimento em uma clinica particular em Mendes- RJ. Foram avaliados 375 laudos de cães e gatos acometidos por neoplasias na região Sul
Fluminense do Estado do Rio de Janeiro entre Janeiro de 2016 e Janeiro de 2019. Destes, 41 casos de achados não neoplásicos, 334
neoplasias cutâneas, Gênero: 135 machos, 204 fêmeas, idade entre: 1 a 16 anos, espécie: 82 felinos e 293 caninos. As neoplasias descritas
com maior frequência foram os carcinomas seguidos dos hemangiossarcomas, todas com alto grau de malignidade. Com este trabalho, foi
possível desenvolver um plano de orientação do tutor e do médico veterinário considerando informações de grande importância para o
prognóstico do paciente e levando a correta orientação para profissionais e tutores sobre os casos e posterior tratamento.
Gambás já foram identificados como portadores de diversos microorganismos, podendo ser utilizados como modelo animal para estudos
ecológicos, biológicos e evolutivos. Devido ao grande número de animais recebidos a partir de resgate em clínicas de silvestres, o presente
trabalho objetivou estabelecer um protocolo para atendimento e coleta de material sanguíneo de Gambás (Didelphis sp.), a fim de favorecer o
monitoramento, diagnóstico ou acompanhamento no tratamento de uma doença. A partir de técnicas já consagradas em outros manuais e para
outras espécies animais, os animais foram divididos em gambás filhotes de 10 a 20 centímetros de comprimento e gambás jovens e adultos
de aproximadamente 30 centímetros de comprimento. Com isso, foi desenvolvido um procedimento operacional padrão (POP) que mostrou
ser possível determinar as formas de contenção física, tanto nos filhotes quanto nos jovens e adultos, após a biometria para melhor
estabelecimento de forma de contenção, acesso venoso sem a necessidade da utilização dos agentes sedativos ou anestésicos com segurança.
O objetivo deste produto técnico foi estabelecer um protocolo para triagem e coleta de material sanguíneo de gambás (Didelphis sp.), para
favorecer o monitoramento, diagnóstico ou acompanhamento no tratamento de uma doença.
O acompanhamento pós-operatório (PO), período mais associado a óbitos perioperatórios em cães e gatos,é questão premente para a
prevenção de complicações. Este estudo avaliou retrospectivamente a prevalência de complicações PO de cães e gatos na clínicaveterinária
da Universidade de Vassourasantes e depois da implementação de uma ficha (AIF vs. DIF) padronizada.Os dados foram coletados do
arquivodainstituição entre agosto de 2014 e março de 2019 e analisados estatisticamente (Minitab V17.1.0®). A idade média dos 103 cães
atendidos foi 78±52 meses e dos 28 gatos,37±61 meses. As cirurgias mais frequentes foram ovariosalpingohisterectomia(31,8%), exérese
tumoral(17,4%), mastectomia (16,2%), orquiectomia (6,8%), herniorrafia (6,25%) e tratamento odontológico (4,3%).Foram acompanhados
com a ficha implementada23,5% dos animais. Nenhuma fichafoitotalmente preenchida, mostrando a necessidade de treinamento da equipe.
Ainda assim, AIF os registros foram bastante inconsistentes, sendo poucas as que continham um mínimo de informações. A taxa de óbito
AIF foi de 2% e DIF de 0%, não se podendo identificar o momento do óbito.Não houve diferença (p>0,05) quanto às complicações graves
AIF (hepatite, 1%) e DIF (edema agudo de pulmão, 3,2%) nem quanto à dor PO(2% dos casos AIF e 0% DIF), porém acredita-se haver
subnotificaçãoem ambos os casos porfalta de dados AIF. A escala numérica de dor POimediata(0-10) foi preenchida em 100%dos casos DIF
com mediana (e intervalo interquartílico) de 0 (0-5), havendo um cão com a pontuação de 10 sem registro de dor na ficha, ratificando a
necessidade de treinamento. Outras complicações foram: deiscência de sutura (6% AIF vs. 0% DIF; p<0,05), seroma (2% AIF vs. 0%
DIF;p>0,05), farmacodermia (2% AIF vs. 0% DIF; p>0,05) e vômito (1% AIF vs. 0% DIF; p>0,05). Torrente et al. (2017) encontrou 5,5%
de prevalência de vômitos PO em cães, podendo indicar subnotificação neste estudo. O tempo para decúbito esternal DIF foi 29,76±28,82
minutos e para deambulação 46,3±39,9 minutos. DIF, 15,6% dos pacientes vocalizaram no PO imediato, sendo a provável causa em 3,
excitação (já que todos pontuaram 0 na escala de dor) e em 2, dor (escalas 7 e 10). AIF, 52% dos tutores levaram os animais para revisão,
enquanto DIF apenas 37,5% (p>0,05), em média,14±9 dias após a cirurgia. A ficha padronizadaserve como guia para a avaliação PO e fonte
de dados para estudos.Conclui-se que a implementação da ficha pós-operatória melhorou a avaliação PO e a consistência dos dados, porém
ainda é necessário aprimorar tecnicamente o preenchimento.
Metrite Bovina é uma infecção uterina que ocorre no período puerperal, geralmente causada por bactérias ambientais que penetram no
ambiente uterino durante o parto e o período de involução uterina. O puerpério possui duas fases distintas: A primeira fase onde ocorre a
liberação das membranas fetais e a segunda fase é a involução uterina, onde o organismo se prepara para receber uma nova gestação. A
secreção cérvicovaginal é uma importante forma de avaliação onde podemos diagnosticar e tratar doenças uterinas. O grau de
comprometimento do endométrio pode ser indicado pelo aspecto e odor das secreções, isto ocorre de acordo com a quantidade de bactérias
existentes no ambiente. As secreções podem ser classificadas como sanguinolentas, sanguinopurolenta, purulenta, mucopurulenta, estriações
de pus e cristalina. Estudos mostram que a gravidade das infecções podem causar prejuízos financeiros e na reprodução. A ultrassonografia é
um método de diagnóstico de endometrite, podendo-se fazer a cultura bacteriana, biópsia uterina e a citologia como exames complementares
em casos de endometrite subclínica. De acordo com o ambiente uterino, imunidade inata ou adquirida e fatores genéticos, podem ocorrer
persistência dos diversos tipos de infecção. Com a detecção e o diagnóstico precoce das doenças reprodutivas pode-se aumentar o índice de
eficiência reprodutiva do animal. Além da metrite, outras patologias reprodutivas causam prejuízos em vacas como retenção de placenta,
distocia fetal, desproporção fetopélvica, infecção uterina, gestação prolongada, prolapso vaginal e prolapso uterino. Destacando-se também
os cistos foliculares e luteinizados, infecção uterina, mortalidade fetal e neonatal, que geralmente estão associados a causas infecciosas. Os
distúrbios da gestação, parto e puerpério ocorrem na rotina das propriedade rurais sendo mais visível na atividade de gado de leite. É muito
importante conhecer as doenças que atingem o sistema reprodutor das fêmeas bovinas, para se obter um bom diagnóstico e tratamento por
parte dos profissionais da medicina veterinária. Para o diagnóstico da metrite bovina, o meio mais eficaz é através de exames
ultrassonograficos, pois é uma técnica rápida e fidedigna. Foram utilizados artigos publicados no SciElo e no Google acadêmico entre 2011 e
2018 em português. Devido aos prejuízos causados pela metrite bovina são necessários estudos com o objetivo de buscar tratamentos
eficazes e de baixo custo para o controle desta doença nos rebanhos bovinos.
A mucocele da vesícula biliar ocorre por uma disfunção das células mucossecretoras dentro da mucosa da vesícula biliar, ocasionando uma
dilatação ou distensão da mesma. Vem se tornando uma causa comum de obstrução das vias biliares extra-hepáticas, e muitas vezes é o
diagnóstico mais comum que resulta na necessidade de cirurgia biliar. Alguns autores acreditam que a hipertrigliceridemia ou
hipercolesterolemia podem estar relacionadas com o desenvolvimento de mucocele devido ao aumento da dislipidemia. O presente estudo
tem como objetivo relatar um caso de excisão da vesícula biliar em uma cadela com mucocele de vesícula biliar. Foi encaminhada para o
procedimento cirúrgico uma cadela da raça teckel com 14 anos de idade em abril de 2019. A cirurgia ocorreu na clínica Vet Staff, localizada
na cidade do Rio de Janeiro. Foi realizada antissepsia e feito um acesso venoso administrando ceftriaxona ao animal. A medicação pré-
anestésica foi feita com Midazolan (0,1 – 0.3 mg/kg) e a indução com Propofol (6 – 8 mg/kg) + Fentanil (1 – 5 µg/kg). A manutenção
anestésica foi feita de forma inalatória administrando Isoflurano. O animal foi colocado em decúbito dorsal, sendo realizada tricotomia em
toda região abdominal. Após a tricotomia foi feita a antissepsia da região com clorexidina 2%, álcool 70% e, posteriormente, iodopovidona
(PVPI) 1%. Foi realizada a celiotomia mediana epi e mesogástrica. Para expor a vesícula foi utilizada pinça de Coliin e uma tesoura
Metzenbaum para incisar o peritônio visceral ao longo da junção da vesícula biliar e do fígado. Aplicou-se uma leve tração na vesícula biliar,
realizando uma dissecção romba com auxílio do bisturi elétrico na função dissecção para liberá-la do fígado. Liberou-se o ducto cístico até
sua junção com o ducto biliar comum. A ligação da artéria cística juntamente com o ducto cístico foi feita com fio polipropileno 2-0. Foi
encaminhado o tecido removido ao histopatológico e feita à submissão do restante da vesícula biliar em análise histológica (para averiguar
possível colecistite ou neoplasia). Os medicamentos pós-cirúgicos indicados foram Amoxicilina com Clavulanato (20 mg/kg), Metronidazole
(25 mg/kg), Tramadol (2 mg/kg), Dipirona (25 mg/kg). A cirurgia é indicada nos casos de colecistectomia, uma vez que não há tratamento
clínico. O animal segue em acompanhamento, sem apresentar complicações ou alterações referentes ao caso.
Aedes albopictus e Aedes aegypti são mosquitos cosmopolitas encontrados em regiões tropicais e subtropicais. Estes culicídeos são capazes
de transmitir as arboviroses zika, dengue, chikungunya e febre amarela urbana de grande importância médica. O uso das armadilhas
entomológicas pode ser específico para quaisquer fases de desenvolvimento do A. aegypti: ovo, larva e pupa. O objetivo deste estudo foi
avaliar e verificar a preferência de oviposição de A. aegypti e A. albopictus quanto à oferta da armadilha AEDESTRAP no município de
Vassouras, RJ. O levantamento foi realizado em sete pontos distintos, utilizando 21 armadilhas do tipo AEDESTRAP, colocadas à altura de
1,20 m do solo contendo 1L de água, com ausência de matéria orgânica, permitindo o armazenamento de grande quantidade deste líquido,
proporcionando baixa evaporação. As coletas das formas imaturas de larvas foram realizadas semanalmente em um período de 25 meses e
registradas a umidade relativa do ar e a temperatura, com o auxílio de termômetro digital previamente estabilizado ao ambiente por 5
minutos. As larvas coletadas foram armazenadas em recipientes de vidro contendo álcool 70% e direcionadas ao Laboratório de Insetos
Vetores da Universidade de Vassouras para análise, identificação e quantificação ao microscópio óptico (Coleman N107) na objetiva de 10X.
A identificação das espécies foi realizada pela investigação direta dos caracteres morfológicos, como espinhos laterais, detalhe da escama do
oitavo segmento e detalhe do pécten do sifão que são evidenciáveis no microscópio estereoscópio e microscópio de luz transmitida. Após a
identificação, apenas as espécies A. aegypti e A. albopictus foram consideradas, descartando-se os demais espécimes. Em 25 meses de
coleta, a armadilha AEDESTRAP mostrou-se eficaz na captura de formas imaturas de larvas de A. aegypti e A. albopictus com positividade
em todos os pontos de coleta. O estudo resultou em 7066 larvas coletadas, sendo 4285 de A. aegypti e 2781 de A. albopictus. Quanto a
temperatura e umidade relativa, a maior ocorrência de larvas ocorreu entre 25 a 31 °C, e 57 a 67% UR. Os pontos de coletas mais próximos à
região urbana mostraram um número superior de larvas durante as coletas em relação aos pontos localizados na periferia. Também foram
encontradas larvas a temperaturas inferiores, variando de 18 a 23ºC. Este estudo teve uma importante contribuição para o entendimento da
dinâmica populacional do mosquito mostrando mais precisamente o comportamento dos culicídeos através da utilização da armadilha
AEDESTRAP na captura das formas imaturas de A. aegypti e A. albopictus.
Agradecimentos: a FUSVE pelo apoio científico ao Projeto de Pesquisa “Avaliação da eficácia das armadilhas “AEDESTRAP” como
indicadora da dispersão vetorial de Aedes aegypti”; pela bolsa PIBIC/UV; e FAPERJ pelo apoio financeiro e científico ao projeto “Novas
estratégias
A tripanossomíase bovina vem se espalhando por diversos estados do Brasil, causando prejuízos significativos para a pecuária nacional,
sendo uma doença de fácil contágio quando não se tem um manejo sanitário adequado, uma vez que a transmissão do protozoário pode
ocorrer por tabanídeos e fômites compartilhados. Os bovinos podem ser acometidos por 3 espécies do gênero Trypanosoma: Trypanosoma
vivax, que apresenta maior patogenicidade, acarretando o óbito do animal na maioria das vezes; Trypanosoma evansi com menor
patogenicidade, e Trypanosoma theileri, que não apresenta patogenicidade. O presente estudo teve como objetivo investigar a prevalência de
Trypanosoma spp. em gado leiteiro do município de Vassouras, RJ. Para realização da pesquisa, foram coletadas 226 amostras sanguíneas de
8 propriedades leiteiras do município de Vassouras-RJ, independente de sexo, raça e idade. As amostras sanguíneas foram coletadas através
da veia coccígena ou veia mamária em sistema vacuntainer em tubos EDTA para determinação dos hematócritos e esfregaços sanguíneos,
para a pesquisa de hemoparasitos. Posteriormente, as amostras foram acondicionadas em microtubos e mantidas a -20ºC para realização da
Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) do gene 18S. Na leitura dos esfregaços sanguíneos, 100% das amostras foram negativas para
Trypanosoma spp. Enquanto, que na análise molecular pela PCR, 1,33% (3/226) estavam positivas para Trypanosoma spp. A técnica de PCR
mostrou-se mais sensível, onde a mesma detectou animais positivos, enquanto que a técnica direta não detectou nenhum animal positivo. A
baixa parasitemia é um fator importante para a negatividade dos esfregaços sanguíneos. Com o resultado dos hematócritos, foi observado que
10,2% dos animais encontravam-se anêmicos (23/226), portanto, apenas 4,3% (1/23) era positivo para Trypanosoma spp. Geralmente a
anemia na tripanossomíase está relacionada à alta parasitemia no estágio inicial da infecção, depois, se a parasitemia é baixa, valores normais
são esperados. Os animais anêmicos, porém, negativos para Trypanosoma spp., podem estar relacionados a outros fatores como estado
nutricional e presença de outros hemoparasitos. Os três animais positivos para o protozoário pertenciam à mesma propriedade, a qual possuía
escassas condições de manejo. Os resultados obtidos comprovam que o município de Vassouras-RJ já apresenta animais parasitados pelo
Trypanosoma spp, porém estudos futuros são necessários para a identificação das espécies.
Agradecimentos: Agradeço ao Laboratório de Doenças Parasitárias da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Na última década, o Brasil consolidou-se como um grande produtor e exportador de proteína animal. O Brasil possui o segundo maior
rebanho bovino do mundo e está entre os primeiros países no ranking mundial de produção, consumo e exportação de carne e leite. Diversas
doenças causam graves prejuízos econômicos, entre elas as neoplasias. O carcinoma de células escamosas é o tumor com maior número de
casos nos bovinos no mundo todo. Em maio de 2018 foi atendida uma propriedade localizada no município de Paty do Alferes/RJ, um
bovino fêmea, SRD, de sete anos de idade, que apresentava uma lesão ulcerada na região da conjuntiva palpebral, já acometido por miíase.
Foirelatadoo aparecimento da lesão há cerca de cinco meses, com rápida progressão. O animal apresentava boa condição corporal e aparência
clinicamente saudável. Ao realizar o exame clinico, o animal apresentava-se com mucosas rosadas, temperatura de 38,6 °C, tempo de
preenchimento capilar de dois segundos e frequência cardíaca de 64 batimentos por minuto (60 a 80 batimentos por minutos), todos os
parâmetros normais para a espécie. A lesão da conjuntiva possuía aspecto nodular, ulcerada, edemaciada e hiperêmica com sinais de
inflamação e presença de material purulento. Após o exame cauteloso da lesão, optou-se pela retirada cirúrgica do nódulo e envio do
fragmento para analise histopatológica. Para realização do procedimento foi realizado sedação com cloridrato de xilazina 2% (Rompum®) na
dose de 0,2 mg/kg, administrado por via intramuscular como medicação pré-anestésica.Após o animal ser posicionado em decúbito lateral
direito, foi realizada anti-sepsia do local com Clorexidine degermante 2% (Riohex®) seguido de enxague com solução fisiológica NaCl
0,9%.Foi realizado bloqueio local infiltrativo utilizando lidocaína 2% (Lidovet®), ao redor da lesão e intralesional. Após sedação e anestesia
foi realizada a exérese do nódulo com lâmina de bisturi tamanho 15 e hemostase com eletrocauterio, evitando assim possíveis hemorragias,
por ser uma área bastante vascularizada. No pós-operatório foi utilizado Benzilpenicilina G benzatina, benzipenicilina G procaína,
dihidroestreptomicina e piroxicam (Pentabiótico reforçado® Pfizer) em injeção na conjuntiva palpebral no volume de
10ml,flunixinmeglumine (Banamine®) na dose de 1,1mg/kgpor via IM, durante tres dias e antiparasitário sistêmico doramectina
(Dectomax®1%) 200mcg/kg IM em dose única.O nódulo retirado foi fixado em formol 10% e enviado para análise histopatológica.
Com o desenvolvimento das biotecnologias reprodutivas em equinos e sua popularização, tivemos ao longo das últimas décadas um enorme
desenvolvimento na equinocultura nacional. A transferência de embriões é uma biotécnica que vem crescendo 20% nos últimos 5 anos no
Brasil e, juntamente com Estados Unidos e Argentina, o país lidera a produção de embriões no mundo. O sucesso desta técnica envolve
grande número de variáveis de difícil controle, fazendo-se importante a avaliação criteriosa dos pontos onde as falhas possam acontecer.
Entre elas: método de transferência, tamanho e idade do embrião, sincronia entre doadora e receptora, manejo da receptora, estação do ano e
temperatura ambiente. Pesquisas em equinos e outras espécies animais mostram que períodos de altas temperaturas causam estresse térmico
e, consequentemente, efeitos negativos na performance reprodutiva. O presente estudo teve como objetivo avaliar se a temperatura ambiente,
mesmo quando não controlada, influenciou ou não a gestação após a transferência de embriões. Foram utilizadas 53 doadoras de embriões
inseminadas por mais de um ciclo, totalizando um número de 137 lavados positivos. As inovulações realizaram-se em 137 receptoras, que
foram divididas em 4 grupos experimentais aleatórios: GI (22 a 24°C) n= 26 éguas, GII (25 a 27ºC) n= 42 éguas, GIII (28 a 30°C) n= 35
éguas, GIV (31 a 34°C) n= 34 éguas. Para o controle da temperatura foi utilizado um termômetro ambiente, registrando as temperaturas
mínima e máxima do momento em que foi recuperado o embrião até o momento em que foi transferido. O índice da taxa de confirmação de
gestação não foi influenciado pela temperatura, como observado no GI, onde 73,1% (p=0,39) apresentaram-se prenhes e, respectivamente, no
GIII 82,9% (p=0,64) e GIV 61,8% (p=0,01). Porém, ao comparar o GII com a faixa de temperatura dos outros grupos, pôde-se observar que
os animais encontraram-se melhor em dias com temperatura entre 25 a 27ºC, em que 95,2% (p=0,04) das éguas permaneceram gestantes até
60 dias, semelhante a outros autores que afirmam que esta temperatura pode ser considerada faixa de conforto térmico nos equinos, o que
pode justificar a maior taxa de confirmação de gestação. Concluímos que as éguas têm um melhor aproveitamento reprodutivo no que diz
respeito à confirmação de gestação, quando observadas em temperaturas entre 25 e 27°C. Entretanto, é necessário intensificar estudos com
maior número de animais, associando parâmetros fisiológicos para identificar a real influência do estresse térmico no programa de
transferência de embriões.
A excelência tecnológica colocou o país como o segundo maior produtor e maior exportador da carne de frango. A presença de bactérias do
grupo coliformes é interpretada como indicador, fornecendo informações sobre as condições higiênicas do abate e indica a eventual presença
de enteropatógenos como a Salmonella spp. O objetivo do presente trabalho foi a contagem de coliformes termotolerantes (CT) com
isolamento e identificação de Escherichia coli, assim como a ocorrência de Salmonella spp. em carcaças de frango submetidas a evisceração
manual (EM) e automática (EA) em abatedouro frigorífico de aves. Foram coletadas 50 carcaças evisceradas de forma manual e automática
no período entre agosto de 2018 e abril de 2019, oriundas de um abatedouro frigorífico registrado no Serviço de Inspeção Estadual localizado
na região serrana do Rio De Janeiro com capacidade 40 mil aves/dia. Foram selecionadas carcaças em pontos distintos do abate: Ponto A
(após a evisceração), B (após o pré-resfriamento por imersão) e C (seção de cortes). Na colimetria foi utilizada a técnica de tubos múltiplos
para determinação do Número Mais Provável (NMP) de CT e os resultados comparados com a tabela de MacCrady. As colônias
características de Escherichia coli passaram por provas bioquímicas. Para o isolamento de Salmonella spp., a amostra foi submetida às etapas
de pré-enriquecimento e enriquecimento seletivo e em seguida foram inoculadas em Ágar Salmonella Shigella, Ágar MacConkey e Ágar
EMB para seleção de colônias características que seguiram para as provas bioquímicas em Ágar TSI e Ágar Fenilalanina. As 30 amostras da
EA analisadas para coliformes termotolerantes apresentaram formação de gás nos tubos de ensaio com os caldos Lauril Sulfato Triptose
(LST) e Escherichia coli (EC), com resultado >1100 NMP/g de carcaça. Não houve diferenças significativas entre as carcaças coletadas nos
pontos A, B ou C, corroborando com o observado por Lopes et al. (2007) e por Ritter e Bergman (2003) onde observaram que a passagem
das carcaças de frangos pelos tanques de pré-resfriamento não diminuiram de maneira significativa a contaminação das carcaças. Não foram
observadas diferenças significativas na prevalência de E. coli nos diferentes pontos de coleta. Foram observadas prevalências de 20% (4/20)
e 10%(3/30) de Salmonella spp. na EM e na EA, respectivamente. O sistema de lavagem e a etapa de pré-resfriamento não se mostraram
eficazes no controle das contaminações bacterianas durante o abate e processamento. O processo de evisceração automática mostrou-se mais
eficaz no controle das contaminações bacterianas quando comparado ao método manual.
A avicultura de postura no Brasil evoluiu nos últimos anos, tornando o país um dos principais produtores mundiais de ovos, o que impulsiona
a necessidade de maior controle na qualidade bacteriológica de toda cadeia produtiva. As práticas de manejo empregadas na produção são
consideradas controversas, e o mercado consumidor torna-se cada vez mais exigente em relação ao bem-estar animal, difundindo a ideia da
criação de aves no modelo free-range. Deste modo, objetivou-se avaliar a qualidade microbiológica da casca de ovos de galinhas de postura
free-range, não submetidos a processos de limpeza, limpos mecanicamente e limpos manualmente, em duas granjas no estado do Rio de
Janeiro. Coletou-se na granja I logo após a postura, alíquotas de 10 ovos higienizados manualmente e 10 ovos não higienizados. Na granja II,
manteve-se o mesmo plano amostral, entretanto, diferentemente da primeira granja, este estabelecimento utiliza-se do método mecânico de
higienização da casca dos ovos. Inseriu-se as amostras em embalagens de papelão, identificando-as quanto ao tipo de limpeza que foram
submetidas, e manteve-se em temperatura ambiente até a chegada ao laboratório de microbiologia da Universidade de Vassouras/RJ.
Adiante, transferiu-se as amostras para bolsas plásticas estéreis e adicionou-se 30 ml de solução de água peptonada 0,1%, para lavagem das
cascas e realização das diluições seriadas. Conforme exigido pela IN62/2003, utilizou-se o método de Contagem de Microrganismos
Aeróbios Mesófilos em Placa. As análises da granja I mostraram crescimento de colônias inferior à 250 UFCs, possibilitando a contagem.
Deste modo, multiplicou-se o número de colônias pelo inverso da diluição inoculada para obtenção quantitativa dos resultados. Das 20
amostras analisadas da granja II, todas as placas de Petri contendo Ágar Padrão para contagem (PCA) apresentaram crescimento microbiano
acima de 250 UFCs, sendo caracterizadas, de acordo com a metodologia, como incontáveis. Os resultados obtidos da contagem de mesófilos
são úteis para avaliar a qualidade microbiológica dos alimentos. Contagens elevadas podem diminuir o período de vida útil dos produtos
alimentícios, resultando em maior deterioração. Embora o modelo de criação free-range respeite o bem-estar das aves, o fato destas ficarem
soltas, pode carrear contaminações oriundas da cama e do piquete para os ninhos de postura. Tendo isto em vista, métodos de higienização
eficazes devem ser adotados, com o intuito de garantir a inocuidade do produto, além de atenuar o risco de danos à saúde do consumidor.
Insulinomas são tumores funcionais raros das células β das ilhotas de Langerhans do pâncreas que secretam insulina independente do
feedback negativo. A hipoglicemia é um dos sintomas mais frequentes, bem como fraqueza muscular, ataxia, desorientação e/ou convulsões,
tornando-se mais frequentes conforme o avanço da doença. A insulina é secretada quando as concentrações de glicose sanguínea superam
110 mg/dL, diminuindo essa concentração para valores fisiológicos dentre 80 a 110 mg/dL. Contudo, quando o índice glicêmico fica abaixo
de 60 mg/dL, tanto a síntese quanto a secreção de insulina são inibidas, permitindo que os níveis de glicose aumentem consideravelmente,
chegando ao fisiológico. O presente estudo tem por objetivo relatar um caso de excisão de insulinoma com pâncreas assessório em um cão da
raça Golden Retriever, de 5 anos de idade, macho, pesando 42 kg, encaminhado para procedimento cirúrgico na Clínica Vet Staff, situada na
cidade do Rio de Janeiro. O paciente chegou à clínica já com o tratamento de alimentação fracionada ofertada de 3 em 3 horas e com suporte
de corticoterapia. Foi realizada a tricotomia do animal de toda a região do tórax caudal, ventral e abdômen. O acesso venoso foi feito no
membro anterior e administrada ceftriaxona 20 mg/kg, como antibioticoterapia profilática e dexametasona. Na MPA foi administrado
midazolam e fentanil, a indução foi realizada com propofol, por reduzir o metabolismo cerebral da glicose e na manutenção utilizou-se
isoflurano, cujo tem indicação pela redução da taxa metabólica. Após a indução anestésica, o animal foi posicionado em decúbito dorsal e
feito a degermação cirúrgica da região tricotomizada, seguido da antissepsia e assepsia. Os insulinomas geralmente acometem cães de meia
idade a idosos, e em cerca de 50% dos casos são encontradas metástases no momento do diagnóstico, normalmente nos linfonodos regionais,
fígado e omento. Contudo, no presente relato, foi realizada uma biopsia transoperatória do linfonodo mesentérico e hepática, onde não foram
detectadas metástases. Após as biopsias foi realizado a remoção do pâncreas assessório, local do insulinoma, o que gerou um aumento de
glicemia imediato, mantendo os valores de 75 a 200 mg/dL, onde o paciente obteve uma média de 150 mg/dL no pós-operatório imediato
(primeiras 48h). Por tratar-se de uma cirurgia de muita manipulação, foi administrada morfina e antiinflamatório no pós-operatório. Estes
resultados proporcionam um prognóstico mais favorável do ponto de vista clínico, e consequentemente, melhor qualidade de vida ao animal.
Avaliação em processo de Recuperação de Calo Ósseo em Ouriço Pigmeu Africano (Atelerix Albiventris) –
Relato de caso
Camila Alves Barreto de Souza1; Jônathan David Ribas Chagas1; Alvaro Alberto Moura Sa dos Passos2
Fratura é o rompimento completo de um osso. As fraturas de ossos longos são relativamente comuns na rotina ortopédica
veterinária, e ocorrem por diversos motivos, como quedas de locais altos, atropelamentos, brigas com outros animais, entre
outros. Este trabalho teve como objetivo relatar um caso clínico de fratura de tíbia no membro posterior direito, de um Ouriço
Pigmeu Africano (Atelereix albiventris). O paciente foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Vassouras – RJ,
um ouriço pigmeu africano, macho, com 6 meses de idade, onde observou-se que o animal não apoiava o membro posterior
direito. O paciente foi sedado com 0,01 mg/kg de acepromazina associado com 0,2 mg/kg de cloridrato de tramadol. Ao
realizar o exame radiográfico, foi possível visualizar uma fratura oblíqua na tíbia. A estabilização óssea foi efetuada por meio
de tala feita com esparadrapos no membro afetado, e foi recomendado a ingestão de proteínas de alto valor biológico
associado com 0,2 mg/kg de cetoprofeno sid e 0,2 mg/kg de cloridrato de tramadol tid. O cloridrato tramadol foi substituído
por 0,1 mg/kg de dipirona após o paciente voltar a se alimentar. Após 15 dias, foi realizado um novo exame radiográfico que
demonstrou uma formação progressiva do calo ósseo no local da fratura. E após 4 meses, foi realizado novamente um exame
radiográfico sendo possível visualizar a consolidação completa da fratura. Durante esses 4 meses o manejo alimentar do
paciente foi modificado com um aumento na quantidade de proteínas para que fosse possível auxiliar o processo de
calcificação. É importante uma oferta de proteínas de alto valor para os animais que se encontram em fase de recuperação
após fraturas para a formação da matriz óssea. Rações de boa qualidade suprem as necessidades proteicas, minerais e
vitamínicas que alguns autores citam, e inclui-se a suplementação com alguns alimentos naturais que são parte da
alimentação dos ouriços. Os métodos de fixação utilizados na osteossíntese devem resistir às principais forças mecânicas
incidentes no local da fratura, e pode ser feita por diversas técnicas. A literatura relata que existe uma elevada porcentagem
de complicações durante a osteossíntese pela escolha do método inadequado, principalmente no tratamento de ossos longos,
como descrito o caso de utilização de pino em um ouriço pigmeu africano que levou o animal ao óbito devido a conformação
anatômica deles de virarem “bolinha”, sendo a tala é a que possui melhor indicação e menor risco para esses animais. Pode-se
concluir que a administração de proteína e o método empregado foram essenciais na recuperação da matriz óssea.
A raça Mangalarga Marchador é uma das principais raças em crescimento no uso da biotecnologia da reprodução, sendo que,
a utilização do sêmen congelado é uma importante etapa no processo biotecnológico, porém, muitos garanhões da raça não
respondem de forma satisfatória frente ao processo de criopreservação. Vários fatores estão envolvidos que podem levar a
essa intolerância. Por este motivo, o objetivo do presente estudo a campo foi verificar se uma inovação técnica através da pré-
centrifugação do sêmen de garanhões da raça Mangalarga Marchador com baixo percentual de motilidade espermática
poderia melhorar a cinética espermática no processo de congelação de sêmen. Para o trabalho, foram utilizados 10 garanhões,
divididos em dois grupos. Grupo I: cinco garanhões com motilidade total igual ou inferior 50% e grupo II: cinco garanhões
com motilidade total superior a 50%, selecionados e avaliados por microscopia subjetiva. Para avaliação das amostras
seminais foi realizada análise computadorizada de cinética espermática pelo sistema ISAS® V.1.2 (Proiser, Valencia,
Espanha), integridade de membrana plasmática empregando as sondas fluorescentes iodeto de propídio e diacetato de
carboxifluoresceína. Os resultados dos exames realizados demonstraram que a pré-centrifugação não apresentou diferença
estatística em relação à indução de lesões de membrana plasmática ou, de defeitos morfológicos quando comparadas as duas
técnicas. Porém, foi observado uma melhora para determinados garanhões quando analisadas minuciosamente individuo por
individuo, sinalizando desta forma, um favorecimento deste novo protocolo para determinados animais, sugerindo a
continuação do estudo com o aumento do número de garanhões para confirmação mais fidedigna dos resultados e conclusões
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma zoonose causada pelo protozoário Leishmania chagasi e transmitida por
insetos flebotomíneos. O principal reservatório em meio urbano de L. chagasi é o cão, onde cães assintomáticos constituem
importante fonte de infecção. O objetivo do estudo foi expor os aspectos epidemiológicos de LVC no município de Barra do
Piraí durante o ano de 2018, oriundos de inquéritos sorológicos e notificações realizados pela Vigilância Ambiental local.
Para a realização da pesquisa de anticorpos contra L. chagasi, foram coletadas amostras sanguíneas de 95 cães residentes em
15 bairros do município de Barra do Piraí, dentre eles, Belvedere (5 cães), Boa Sorte (2 cães), Caeira São Pedro (11 cães),
Caixa D‟água (2 cães), Centro (33 cães), Chalet (1 cão), Ipiabas (6 cães), Maracanã (7 cães), Morro da Gama (2 cães),
Muqueca (5 cães), Oficinas Velhas (12 cães), Parque Santana (1 cão), Química (3 cães), Santo Cristo (2 cães) e São Luiz ( 3
cães) . O sangue foi armazenado individualmente em tubo sem anticoagulante para a obtenção do soro e posterior realização
do teste rápido imunocromatográfico DPP® (Dual Path Plataform/FIOCRUZ/BioManguinhos) e do teste confirmatório de
imunoadsorção enzimática indireto (ELISAi) no LACEN/RJ. Dos animais avaliados, 52,6% (50/95) foram positivos para
LVC no teste rápido DPP, 46,3% (44/95) foram positivos no teste ELISAi, porém apenas 44,2% (42/95) confirmaram
positivos nos dois testes. O bairro com maior número de animais positivos foi o Centro, com 17 animais confirmados
positivos em ambos testes, demonstrando que a LVC tem sofrido mudanças em sua epidemiologia, com inúmeros casos da
doença dentro do ambiente urbano. Com relação ao sexo dos animais, foram examinados 40 machos e 55 fêmeas, sendo 17
(17,9%) machos e 25 (26,3%) fêmeas positivas. Dentre os animais examinados, 28/95 apresentavam sintomas característicos
de leishmaniose, porém, apenas 24 (25,3%) confirmaram positivos para LVC. Com relação ao tamanho do pelo, dos 42
animais positivos, 40/95 (42,1%) possuíam pelo curto e 2/95 (2,1%) possuíam pelo médio/longo. No teste Qui-quadrado,
apenas a presença de sintomas apresentou correlação (p<0,0001) com a positividade para LVC, discordando de alguns
autores, que relatam que 60% dos cães positivos são assintomáticos. Essa divergência pode ser explicada pelo fato de parte
dos animais dessa pesquisa serem oriundos de notificações baseadas na presença de sinais clínicos. Conclui-se que a LVC é
uma doença em expansão com alto percentual de infecção em diversos bairros de Barra do Piraí, demonstrando a importância
da doença no município.
A Leishmaniose visceral canina é uma zoonose de transmissão vetorial, causada por protozoários do gênero Leishmania sp. e
é considerada pela Organização Mundial da Saúde de grande relevância para a saúde pública. Os cães têm sido considerados
como importantes reservatórios no ciclo doméstico da leishmaniose visceral. Nas áreas urbanas e periurbanas, a incidência
dessa doença é crescente. Por este motivo o diagnóstico confiável nesses animais desempenha um papel fundamental no
controle da doença e apesar dos grandes avanços tecnológicos há baixa aplicação de alguns métodos diagnósticos na prática
clínica. O objetivo dessa revisão de literatura foi avaliar se há algum padrão celular específico, além da pesquisa
parasitológica em citologias de punção da medula óssea nos pacientes com diagnóstico confirmado, e em pacientes com
suspeita nos resultados sorológicos e ou na reação de imunofluorescência indireta com diluição plena. Foram utilizados para
essa revisão de literatura artigos publicados no SciElo e Pubmed entre de 2005 e 2019, nos idiomas inglês e Português. Na
prática clínica a detecção do parasito constitui o padrão ouro no diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina. Entretanto,
esses métodos apresentam limitações, tanto pela sensibilidade, tendo em vista a variação na intensidade do parasitismo, como
por dificuldades técnicas ou operacionais que possam interferir na obtenção do material.A doença é de difícil diagnóstico,
uma vez que a maioria dos pacientes necessita de mais um exame para sua confirmação. Existem provas sorológicas,
parasitológicas e moleculares, porém cada prova tem sensibilidade e especificidade diferentes, tendo um momento certo para
se realizar cada uma delas. Nenhuma prova diagnóstica, quando testada isoladamente, identificou adequadamente os cães
com leishmaniose visceral canina, destes, a reação de cadeia de polimerase foi o método que apresentou maior confiabilidade
para o diagnóstico definitivo, mesmo quando os testes parasitológicos e sorológicos não foram capazes de detectar
positividade da doença nos cães. Em conclusão, tendo em vista a importância dos cães na transmissão da Leishmaniose
Visceral e que o número de cães infectados vêm aumentando e se distribuindo por novas regiões nas Américas, é necessário
obter melhores resultados e métodos diagnósticos que facilitem a detecção da infecção de forma precoce, podendo assim, o
mielograma apresentar-se como alternativa viável para esse diagnóstico.
A raça Mangalarga Marchador (MM) possui mais de 300 mil animais registrado e é hoje a mais proeminente raça nacional.
Para que o equino tenha uma carreira esportiva de sucesso, além da genética e da nutrição, o treinamento é parte determinante
no processo, havendo necessidade de monitoramento da sua intensidade visando melhores resultados e sua adequação. Ao
início do exercício a frequência cardíaca (FC) eleva-se linearmente com a velocidade. Após o exercício, o tempo para retorno
aos valores de repouso depende do condicionamento do animal e da duração do exercício, de maneira que quanto mais
condicionado estiver o animal, mais rápido será o retorno. No presente trabalho foram avaliados quatro equinos adultos
clinicamente hígidos da raça MM, em exercício padronizado de tempo e velocidade, com vistas ao comportamento da FC
durante o exercício e na recuperação pós exercício. Os dados foram coletados em 8 tempos: T0 (repouso), T1 (5 min de passo
a 6 km/h), T2 (10 min de passo a 6 km/h), T3 (5 min de marcha a 12 km/h), T4(14 min de marcha a 12 km/h), T5 (5 min de
galope a 16 km/h), T6 (5 min após o término do exercício) e T7 (20 min após o término do exercício), utilizando-se
frequencímetro cardíaco POLAR V800. Foi realizada análise de variância para verificação do comportamento da variável
durante exercício e recuperação, com nível de significância foi 95% (p≤0,05). Variação significativa da FC foi observada
durante o exercício, em função do tempo (p<0,0001) e do animal (p=0,004). Na recuperação pós exercício, foi observada
variação significativa da FC somente em função do tempo (p<0,0001) mas não em função do animal (p=0,051). Ao que se
submetesse os dados de recuperação pós exercício à regressão binomial, observou-se ajuste muito elevado ao modelo (y =
48,625x2 - 256,63x + 379,25; r2=1). A elevação em função do tempo durante o exercício demonstra comportamento
esperado da FC. Conforme anteriormente reportado em animais da raça MM durante prova de marcha, a FC pode oscilar
entre 126 e 191 bpm, em concordância com o presente estudo. A recuperação pós exercício observada através da FC, também
teve o comportamento bifásico, conforme esperado, havendo uma maior diminuição da FC nos primeiros minutos da
recuperação. Mesmo com número reduzido de animais, há evidências de que o exercício padronizado sugerido foi eficaz em
causar alterações fisiológicas mensuráveis. Também pode-se ainda utilizar o modelo de regressão binomial da FC de
recuperação pós exercício para cálculo do tempo para que a FC retorne a valores basais, de maneira a servir como parâmetro
de condicionamento do cavalo atleta.
São considerados maus tratos em animais todas as ações ou comportamentos infligidos a outrem e que colocam em perigo a
sua saúde ou integridade física e que constitui delito, tais como escore corporal, corrente, endoparasitas e ectoparasitas, falta
de abrigo, alimento e , água insuficientes, desidratação, punições, dejetos acumulados entre outras. As consequências dos
maus tratos resultam em abandono, superpopulação de animais não domiciliados e transmissões das zoonoses. Zoonoses são
doenças bacterianas, virais ou parasíticas transmissíveis entre humanos e animais vertebrados em condições naturais. A baixa
conscientização da população em relação à existência de um estado de percepção e consciência que todo animal apresenta,
contribui para o aumento de maus tratos, abandono e desrespeito aos animais e ao meio ambiente, levando, diretamente para
o aumento de zoonoses. O objetivo dessa revisão de literatura foi verificar como o diagnóstico de doenças e zoonoses, pode
ser resultante de maus tratos e como a educação em saúde pode promover a conscientização dos tutores reduzindo a sua
incidência. Foram utilizados artigos sobre o assunto em cães e gatos, publicados entre 2012 a 2018 no SciElo, em português.
Foram utilizadas as palavras-chave: maus tratos, zoonoses, bem-estar animal, guarda responsável, animais de estimação. A
guarda responsável de cães e gatos é de grande importância, já que o abandono resulta em sérios problemas ambientais. Os
riscos de disseminação de zoonoses têm aumentado pela prática de maus tratos. Os animais são passíveis de direitos, são
seres vivos e tem sensações físicas e emocionais semelhantes às humanas e o fato de sofrerem maus tratos, favorece
aparições de doenças dentre as quais muitas delas são zoonoses, tais como leishmaniose, leptospirose, raiva e esporotricose
que possuem uma potencial significância na saúde pública. Estudos têm traçado estratégias de controle populacional e
controle de zoonoses, vinculando cada animal a um responsável, armazenando informações quanto à capacidade reprodutiva,
vermífugos e vacinas e conscientizando o tutor sobre o conceito de guarda responsável, mudando a realidade referente ao
aumento do número de animais domiciliados e não domiciliados diagnosticados com doenças e zoonoses resultantes de maus
tratos. Em conclusão, a educação e a informação são as ferramentas mais importantes para a conscientização com a finalidade
de acabar com a realidade dos maus tratos. Contudo, são necessárias ações em que a sociedade e governo possam se
responsabilizar quanto ao bem-estar animal e prevenção de zoonoses.
Palavras-chave: maus tratos, zoonoses, bem-estar animal, guarda responsável, animais de estimação.
Condições higiênico-sanitárias precárias podem tornar alimentos em veículos de transmissão de patógenos aos
consumidores. Organismos de vida livre e esporos distribuídos na natureza, como o Bacillus cereus, oportunizam a
contaminação do leite „‟in natura‟‟ e seus derivados, por meio de fezes e cama dos animais, poeira, utensílios deficientemente
higienizados e outras práticas inadequadas de ordenha e de produção. Em produtos processados, como bebidas lácteas,
tratamento térmico insuficiente, também pode contribuir para a contaminação do alimento. Tendo em vista a possibilidade de
contaminação da bebida láctea sabor chocolate por B. cereus, objetivou-se pesquisar a presença deste patógeno em cinco
marcas de bebida láctea sabor chocolate, submetidas ao Serviço Inspeção Federal, comercializadas em Vassouras/RJ.
Avaliou-se 40 unidades amostrais, contendo 200 ml de bebida láctea sabor chocolate, de cinco diferentes marcas comerciais,
todas dentro do prazo de validade, para a pesquisa quanto a presença de B. cereus. As amostras foram adquiridas em
mercados da cidade de Vassouras/RJ, no mês de abril de 2019, totalizando oito unidades amostrais de cada marca avaliada,
divididas em dois lotes de quatro amostras, adquiridas em dias distintos. As alíquotas fora imediatamente encaminhadas para
o laboratório de microbiologia da Universidade de Vassouras, e após abertura asséptica das embalagens, o conteúdo amostral
foi acondicionado em um Becker estéril. Após a retirada da alíquota de 25 ml para a primeira diluição em água peptonada, o
conteúdo amostral contido no recipiente, devidamente fechado, foi armazenado sob refrigeração por 24 horas para posterior
reprocessamento, uma vez que, possíveis células vegetativas presentes nas amostras, poderiam ser estimuladas . Para
semeadura de B. cereus, realizou-se o plaqueamento seletivo em Agar Manitol Gema de Ovo Polimixina, incubada à 37°C
por 48 horas. Ao final do período, as colônias sugestivas foram submetidas à testes bioquímicos, conforme exigido pela
Instrução Normativa n°62, de 28/08/2003 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O primeiro lote, de cada
uma das cinco amostras analisadas, não se apresentou resultado positivo para presença de B. cereus. O segundo lote das
amostras segue em análise laboratorial. Até o momento, os resultados mostram-se satisfatórios do ponto de vista higiênico-
sanitário, evidenciando que o consumidor está adquirindo um alimento livre de Bacillus cereus, agente nocivo à saúde
humana.
Os produtos naturais de origem vegetal se apresentam como ferramentas alternativas no controle de insetos praga das culturas
agrícolas por apresentarem ações repelentes, inibidores do crescimento e da alimentação, esterilizantes e tóxicos, que formam
uma vasta defesa química contra insetos e microrganismos invasores. A família Lauraceae é composta por 2500-3000
espécies distribuídas em 49-50 gêneros. Essa família é extensamente distribuída nas regiões tropicais e subtropicais do
mundo. O inseto modelo Oncopeltus fasciatus (Dallas, 1852) é um Hemiptera da família Lygaeidae encontrado nas regiões
central e sul dos Estados Unidos, e que como insetos fitófagos são normalmente vistos sugando Asclepias curassavica
(oficial de sala). O objetivo deste estudo foi avaliar a atividade da substância natural LINA-1, obtida da família Lauraceae,
sobre as ninfas e massa de ovos de O. fasciatus. Os bioensaios foram realizados sobre ninfas de 5º estádio de O. fasciatus,
provenientes da colônia do Laboratório de Insetos Vetores/UV. Foram utilizadas 10 ninfas em triplicatas por grupo (controle,
testemunho e teste), com três repetições. A substância LINA-1 foi diluída em DMSO nas concentrações finais de 10, 50, 100
e 200 µg/mL e as soluções foram aplicadas por tratamento tópico (µL/ninfa). Após o tratamento, as ninfas foram mantidas
em temperatura ambiente, dieta habitual (água e semente de girassol), e observadas durante 20 dias. Os bioensaios sobre a
massa de ovos foi realizada por aplicação tópica na concentração de 82 µg/mL (DL50). Foram utilizados 20 mg de ovos/20
µL da substância, em triplicata. O tratamento tópico resultou na mortalidade de ninfas em 30%, 40%, 53% e 73% nas
concentrações de 10, 50, 100 e 200 µL/ninfa, respectivamente. Quanto à mortalidade de adultos observou-se 29%, 33%, 36%
e 38% nas concentrações de 10, 50, 100 e 200 µL/ninfa, respectivamente. A aplicação tópica da substância sobre a massa de
ovos (82 µg/mL) resultou em apenas 2% de eclosão de ninfas, em comparação aos grupos controle. A substância deste estudo
mostrou sua ação tóxica na mortalidade de ninfas. Enquanto que esta toxidade foi reduzida nos adultos na mesma
concentração. A expressiva significância da substância LINA-1 foi observada na redução de eclosão de ninfas, provenientes
dos ovos tratados. Os resultados deste estudo sugerem a ação ovicida e possibilidade da utilização da substância LINA-1 no
controle de O. fasciatus. Estes dados confirmam que metabólitos secundários de lauráceas se mostram ativos e o seu uso
possibilitará o desenvolvimento de inseticidas menos agressivos ao meio ambiente.
Agradecimentos: PIBIC/FAPERJ.
As biotecnologias reprodutivas, como o congelamento de sêmen, permitiram o avanço genético de raças, por meio da troca
de material entre localidades distantes. Para o sucesso da técnica de inseminação artificial, um fator determinante é a
qualidade seminal pós-descongelamento. Para manter a qualidade são necessários alguns cuidados, como: adição de um bom
diluidor, binômios de tempo e temperatura de congelação-descongelação corretos, armazenamento e manipulação adequados.
Tem sido observado que a utilização da irradiação com laser vermelho de baixa potência pode melhorar alguns parâmetros
espermáticos e a qualidade do sêmen. Esse trabalho teve como objetivo avaliar através de uma revisão de literatura os
principais efeitos do laser vermelho de baixa potência no sêmen antes e após o congelamento e como o laser poderia
contribuir para a melhora da qualidade do sêmen. Foram utilizadas as bases de dados Pubmed e o Scielo com as palavras-
chaves: "Laser vermelho de baixa potência" e "espermatozoides". Foram analisados artigos sobre o tema nos idiomas inglês e
português publicados entre 2013 e 2018. Foram encontrados artigos utilizando laser vermelho de baixa potência nos
espermatozóides de cães, touros e humanos. Os resultados mostraram que o laser vermelho de baixa potência com 4J e 6J
aumentou a porcentagem dos espermatozóides vivos, bem como a integridade do acrossomo quando comparado ao grupo
controle em touros, sendo que a dose de 4J foi mais efetiva quanto à porcentagem de movimento celular e motilidade. Em
espermatozoides humanos o laser vermelho de baixa potência aumentou o índice de motilidade e a contagem total dos
espermatozóides quando comparados com o grupo controle, com efeitos inibitórios observados em doses mais altas. O efeito
máximo variou com o tempo de irradiação e se a amostra era fresca ou congelada. Em cães, foi observada que a dupla
incidência de radiação vermelha de baixa intensidade antes do resfriamento e após o descongelamento teve efeito deletério
sobre a motilidade do espermatozoide canino, expressa principalmente aos 30 minutos após o descongelamento. Em
conclusão, embora alguns estudos mostrem os efeitos benéficos do laser em espermatozóides, alguns estudos mostraram que
dependendo da dose da irradiação pode ocorrer inibição ou efeitos deletérios, assim, mais estudos devem ser feitos para
investigar quais as melhores doses para melhorar os parâmetros espermáticos bem como a qualidade do sêmen.
Dentre os principais produtos agropecuários, o leite ganha destaque por ser fonte de nutrientes, como cálcio e proteína, sendo
um alimento fundamental na mesa do consumidor brasileiro. Sob o ponto de vista econômico, a atividade leiteira é uma
importante geradora de empregos, diretos e indiretos, em todo o país. Diante dessa importância surge o Projeto Balde Cheio,
com a finalidade de promover o desenvolvimento sustentável da pecuária leiteira via transferência de tecnologia, por meio de
uma metodologia inovadora utilizando uma propriedade de cunho familiar, promovendo um desenvolvimento sustentável nos
âmbitos: técnico, econômico, social e ambiental. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o Índice de Atualização
Tecnológica desenvolvido pelo projeto Balde Cheio. Nas propriedades participantes do projeto é aplicado um questionário
com duzentas perguntas preenchidas pelo técnico e o produtor. Após as respostas, o sistema gera gráficos radares com índices
de 0,0 a 1,0. Resultados próximos de 1,0 indica que a propriedade possui uso de tecnologias mais atualizadas e
recomendadas. Os subíndices avaliados são: manejo de alimentação, manejo de vacas, manejo de bezerras, manejo de
novilhas, manejo reprodutivo, ordenha, manejo do leite após ordenha, manejo de saúde, práticas de conforto e bem estar,
manejo ambiental, controles, instalações e equipamentos. O questionário foi aplicado em uma propriedade e é possível
encontrar as análises feitas como material de estudo para esta pesquisa. Na propriedade onde foi aplicado o questionário, a
mesma obteve índices bons relacionados à ordenha. Em outros quesitos foram detectados falhas a serem ajustadas juntamente
com o técnico. Esses são apenas alguns exemplos dentre as diversas questões avaliadas na propriedade. Ao considerar todos
os resultados apontados nos gráficos, e a tomada de decisões a partir destes, o esperado é a recuperação da autoestima e
dignidade do produtor, permitindo a fixação da família no meio rural, deixando clara a importância da extensão rural como
fator primordial para o desenvolvimento sustentável na atividade leiteira no Brasil. O Índice de Atualização Tecnológica se
mostrou extremamente eficaz, no qual contribui na detecção de falhas da propriedade e ajuda o técnico no desenvolvimento
de seu raciocínio na busca de soluções para tal juntamente com o produtor.
Devido ao caráter zoonótico, a leishmaninose visceral (LV) é considerada uma das doenças transmitidas por vetores de maior
relevância presente no Brasil. Causada pelo protozoário da espécie Leishmania chagasi, é transmitida pela picada de
flebotomíneo e possui o cão como principal reservatório em meio urbano. Neste sentido, o objetivo do estudo foi realizar um
inquérito entomológico em 4 residências (nos bairros Alto do Rio Bonito, Ipiranga, Santa Amália e Carvalheira), onde cães
foram confirmados positivos para LV no município de Vassouras, RJ. Em cada área foram colocadas 3 armadilhas luminosas
do tipo CDC em pontos distintos. As armadilhas foram dispostas durante período noturno por 3 dias consecutivos. Após cada
período de exposição, as armadilhas foram colocadas sob refrigeração e em seguida, foi realizado uma triagem, com a
separação dos insetos similares à flebotomíneo e os mesmos, encaminhados para identificação da espécie ao Laboratório
Interdisciplinar de Vigilância Entomológica em Diptera e Hemiptera da FIOCRUZ. Nas 4 residências com cães confirmados
com leishmaniose, foram capturados uma diversidade de espécies de insetos, sendo identificado apenas um exemplar de
flebotomíneo na residência localizada no bairro Carvalheira. No entanto, não podemos afirmar que não existam
flebotomíneos nos demais bairros, uma vez que o clima e a época do ano possuem grande influência em sua captura. O
flebotomíneo identificado pertence a espécie Evandromyia sallesi. Com frequência, E. sallesi é registrada em faunas de
flebotomíneos em regiões endêmicas para LV, próximos a Vassouras, como nos municípios do Rio de Janeiro e Volta
Redonda. No estado de Minas Gerais, fêmeas de E. sallesi já foram encontradas infectadas naturalmente por parasitos do
gênero Leishmania sp., no entanto, sua participação na transmissão da Leishmaniose ainda não foi confirmada. Se faz
importante ressaltar que o cão positivo do bairro Carvalheira constituiu um caso alóctone, importado do município de Volta
Redonda, o qual atualmente, é um município considerado endêmico para a doença canina. Desta forma, a presença de um
possível vetor demonstra a importância da transferência de animais de áreas endêmicas para não endêmicas, constituindo um
perigo para população na disseminação da doença. Esse trabalho relata o primeiro registro científico de E. sallesi no
município de Vassouras, demonstrando que realização periódica de inquéritos entomológicos em Vassouras se faz necessária
para monitorizar a fauna de flebotomíneos na região, bem como estudos para analisar a participação do gênero Evandromyia
na epidemiologia da LV.
Agradecimentos: FUSVE
A rickettsia Anaplasma marginale é uma bactéria gram-negativa, amplamente distribuída nas regiões tropicais, subtropicais e
temperadas do mundo. É considerada a espécie mais patogênica e de maior importância para bovinos, sendo responsável pela
doença denominada anaplasmose, que pode ser transmitida biologicamente por carrapatos e mecanicamente por moscas
hematófagas e fômites contaminados. As perdas econômicas causadas pela anaplasmose variam de acordo com a raça, o
sexo, a idade e o estado fisiológico do animal. Neste sentido, o presente estudo objetivou verificar a prevalência da
anaplasmose em gado leiteiro no município de Vassouras, RJ. Foram coletadas 226 amostras de sangue de bovinos de leite,
com diferentes idades, em 8 propriedades leiteiras do município de Vassouras, RJ. As amostras sanguíneas foram
acondicionadas em tubos com anticoagulante EDTA e sem anticoagulante e, encaminhadas para o Laboratório de Análises
Clínicas do Hospital Veterinário da Universidade de Vassouras, onde foram realizados os esfregaços sanguíneos e os
hematócritos. Posteriormente à realização destes, o sangue total e o soro dos animais foram mantidos a temperatura de -20ºC
e encaminhados para o Laboratório de Doenças Parasitárias da UFRRJ, onde foram realizados os processamentos do Ensaio
de Imunoadsorção Enzimática indireto (ELISAi) e da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) do gene msp5. Das 226
amostras analisadas, apenas 18,1% (41/226) dos animais possuíam anticorpos IgG contra Anaplasma marginale. Já na PCR,
73,5% (166/226) das amostras foram positivas, enquanto que no esfregaço sanguíneo, essa porcentagem foi de 42,4%
(96/226). Dentre os animais avaliados pelo hematócrito, 10,2% (23/226) apresentaram anemia, sendo que destes, 18/23
(78,3%) estavam positivos para A. marginale no PCR. A PCR se mostrou uma técnica mais sensível do que o esfregaço
sanguíneo, uma vez que baixas parasitemias podem levar a um resultado falso negativo durante a leitura do esfregaço
sanguíneo. Para anaplasmose, uma área é considerada de estabilidade enzoótica quando se tem mais de 75% dos animais
positivos, no entanto, de acordo com o presente estudo, Vassouras constitui uma área de instabilidade, sendo confirmada pela
baixa presença de anticorpos IgG contra A. marginale nos animais. Essa instabilidade pode ser devido ao controle rigoroso do
vetor e a utilização excessiva da quimioprofilaxia. Desta forma, conclui-se que a anaplasmose constitui um problema para o
município de Vassouras, necessitando de maior atenção ao diagnóstico e tratamento adequado para esta doença.
A preocupação mundial no Bem-Estar animal vem formando associações e Organizações não governamentais - ONGs para
possibilitar a proteção de diferentes espécies. Em Vassouras, a lei 2.679/12 institui meios de proteção, mas é a atuação de
protetores independentes que consegue minimizar o número de casos de abandono em logradouros públicos, mesmo com
poucos recursos para recolher, tratar e doar todos, promovendo um trabalho social importante e necessário. As Cinco
Liberdades, descritas no FAWC - Farm Animal Welfare Council, são os aspectos usados na avaliação de Bem-estar animal e
visam os aspectos nutricionais: livres de fome e sede (presença de alimento e água, bom escore corporal); ambiental ou
conforto: livres de desconforto (local com luz, ventilação, abrigo sem frio ou calor, limpeza do animal e do ambiente,
superfície confortável para descanso e segurança física e emocional); sanitária ou saúde: livres de dor, injúria ou doença
(boas condições gerais de saúde, sem ferimentos, sem mutilação, com assistência veterinária e vacinação); comportamentais:
livre para demonstrar o comportamento natural da espécie, espaço e psicológicas: livres de estresse, medo, boa relação entre
animal e tutor. O objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de vida dos animais recolhidos em abrigos particulares por
protetores da cidade de Vassouras, baseado no PPBEA - Protocolo de Perícia em Bem-estar Animal. O PPBEA, proposto por
Hammerschmidt e Amolento descreveu e analisou as Cinco Liberdades, que serviram para definir este protocolo. Neste
trabalho foram visitados sete abrigos particulares na cidade de Vassouras – RJ, onde foram observados 231 (duzentos e trinta
e um) animais com a aplicação deste protocolo. O grau de bem-estar dos animais foi mensurado e classificado de acordo com
o PPBEA e os resultados obtidos apontam que dentre os animais pesquisados, oitenta e cinco (37%), gozavam de um nível
muito alto de Bem-estar, sessenta e três (27%), gozavam de um nível alto de bem-estar, treze animais (6%), com um nível
baixo e setenta animais (30%), em um grau muito baixo de bem estar. Os responsáveis pelos abrigos pesquisados com graus
baixo e muito baixo foram orientados, medidas corretivas serão tomadas e passarão a ter acompanhamento médico
veterinário. Concluiu-se que 36% é um índice percentual significativo de animais com grau de bem-estar baixo e muito
baixo, sendo necessário a implementação de políticas públicas de controle populacional na cidade, evitando-se assim a
sobrecarga em abrigos particulares.
O presente trabalho objetivou avaliar a eficiência de três protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em
relação à taxa de concepção, foi realizado um levantamento de dados reprodutivos em granja leiteira. Foram utilizadas 109
vacas em lactação, das raças Jersey e mestiças Holandês-Jersey, mantidos em semi-confinamento em Tie stall, na Fazenda
Cananéia, Vassouras-RJ. No protocolo 1 as vacas (41) receberam dispositivo intravaginal de progesterona (P4) no D0. No
protocolo 2 (36) e 3 (32) as vacas receberam o implante intravaginal de P4 associado a 150mg de GnRh por via IM no D0.
Foi aplicado nas vacas dos protocolos 1, 2 e 3, 120 mg de prostaglandina (PGF) e 90mg gonadotrofina coriônica equina
(eCG) no D7. No D8, retirou-se o dispositivo intravaginal e aplicaram-se 30mg de cipionato de estradiol (CE) e 120mg de
PGF (IM), nos protocolos 1 e 2, já no protocolo 3 o implante foi retirado no D9 e aplicado 30mg de CE. No D10 foram
aplicados 150 mg de GnRH 12 horas antes da inseminação, nos protocolos 1 e 2. No protocolo 3 foram aplicados 150mg de
GnRH 12 horas antes da inseminação no D11.Foi utilizado sêmen congelado da Semex, de touro das raças Jersey e Holandês
com fertilidade comprovada. O diagnóstico de gestação foi realizado aos 31 dias, através de visualização da vesícula
embrionária em exame ultrassonográfico. As taxas de gestação dos protocolos 1, 2 e 3 foram de 29.2% (12/41), 19.4% (7/36)
e 25% (8/32), respectivamente. Não houve diferenças estatísticas entre as taxas dos protocolos (p>0.05) pelo teste Qui-
Quadrado. No protocolo 2 e 3 foi realizada aplicação de GnRH no D0, tendo a taxa de prenhez menor do que o protocolo 1
que não utilizou o hormônio. Observamos que apesar do número de dias com implante ser menor no protocolo 1, esse teve
maior taxa de concepção, o fato das vacas possuírem escore corporal bom, não interfere no aumento de dias do implante,
sendo assim, não aumenta a taxa de prenhez. Fatores como estresse térmico, podem influenciar nas taxas reprodutivas, além
do manejo empregado na propriedade e redução na termorregulação em vacas em lactação, pode ser por conta da energia
metabólica associada a produção de leite. Embora a taxa de prenhez do protocolo 1 tenha sido maior, este se encontra abaixo
das taxas de outros protocolos descritos na literatura. São relatadas taxas de gestação de até 40% em vacas lactantes e taxas
de 35% em vacas leiteiras utilizando protocolos para IATF. Conclui-se que não é necessária a aplicação de GnRH no D0 com
intuito de aumentar a taxa de concepção e não influencia na concepção a utilização do implante por mais dias.
Piogranuloma designa-se por um processo inflamatório crônico, envolvendo nodulação com pus em tecido conjuntivo,
provocadas em especial por bactérias. Alguns gêneros são mais incriminados como Actinomyces spp. e Nocardia spp.
Actinomicose é causada pela bactéria do gênero Actinomyces, bacilo gram-positivo filamentoso, anaeróbio obrigatório ou
facultativo, raro em felinos. Apresenta-se como lesões granulomatosas cutâneas, abscessos cervicofacial a tumefações ósseas
da mandíbula ou maxila. Já a Nocardiose tegumentar é originada pela bactéria do gênero Nocardia spp., gram-positiva,
filamentosa e aeróbia; de cunho granulomatoso supurativo, rara em pequenos animais. O piogranuloma atípico é formado em
animais com histórico de doenças imunossupressoras ou que fizeram corticoterapia prolongada. O objetivo deste estudo foi
relatar um caso de doença piogranulomatosa atípica em um felino adulto, com 2 anos de idade, sem raça definida, portador
do Vírus da Leucemia Felina (FeLV), atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Vassouras (HVUV) com histórico
de lesão piogranulomatosa em região frontal, na narina, lateral da face, cervical e ocular há dois anos com resultado ao exame
histopatológico indicativo de piogranuloma por Nocardia spp. ou Actinomyces spp. O animal havia sido tratado previamente
com itraconazol, doxiciclina, cefalexina, enrofloxacina, amoxicilina com clavulanato, clindamicina, prednisona,
prednisolona, cetoprofeno e cloridrato de tramadol, sem sucesso. O tratamento realizado no HVUV foi o debridamento
cirúrgico da lesão associado a pele de tilápia para recuperação tecidual, sucedido da coleta de material para novo exame
histopatológico. O antimicrobiano prescrito foi espiramicina e metronidazol até a confirmação da cultura. E sobre a lesão,
pomada a base de clorexidine, gentamicina, drieline, betametasona, tintura de equinacea, clindamicina e óleo de melaleuca. O
resultado do exame histopatológico indicou novamente piogranuloma e suspeita de actinomicose, norcadiose ou
pseudomicetoma bacteriano; a cultura aeróbia não apresentou crescimento microbiológico. Foi adicionado ao tratamento o
uso de Penicilina Benzatina. O felino não apresentou resposta ao medicamento e consequentemente, com a piora do quadro, o
tutor optou por eutanásia. O diagnóstico diferencial de processo piogranulomatoso em felino deve-se consistir de exame
citológico e/ou histopatológico e biópsia da lesão. O uso de antimicrobianos distintos por um longo período é passível de
desenvolvimento de resistência bacteriana, e ser FeLV positivo contribui para imunossupressão e possibilidade de dermatoses
e neoplasias de pele.
O sarcoma de aplicação é uma neoplasia maligna comum em felinos, associada ao local de injeção, principalmente vacinas, pois
o maior índice de fibrossarcomas em gatos são em locais de predileção vacinais (membro posterior, face dorsal do pescoço, parte
dorsal lombar e tórax dorsolateral) podendo sofrer metástase para os pulmões, linfonodos regionais, pelve, fígado e olhos. É
caracterizada pelo surgimento de uma massa subcutânea ou intramuscular no local da aplicação, podendo ser firme a flutuante
num período de quatro a dez semanas pós-vacinal. Geralmente são indolores, mas podem ulcerar e causar dor, além de serem
agressivos. O fato do felino adquirir a doença está intimamente relacionado as reações inflamatórias e imunológicas que o seu
organismo desempenha frente ao material estranho, vacina, medicamento ou microchip, estabelecendo assim uma resposta do
tecido conjuntivo fibroso, resultante na neoplasia. A Vaccine-Associated Feline Sarcoma Task Force (VAFSTF) é uma
organização de força tarefa com o intuito de informar aos tutores e relatar a importância da correta aplicação de vacinas, com a
criação de um protocolo vacinal para minimizar a incidência de sarcoma de aplicação, visto que, o seu tratamento é baseado no
controle do tumor (excisão cirúrgica). A localização da aplicação deve ser sempre passível de amputação, seguindo um protocolo
internacional. Com a finalidade de alertar aos estudantes de medicina veterinária sobre o sarcoma de injeção e a existência desses
protocolos, foi-se criado um cartaz informativo baseado na VAFSTF, onde cada vacina contém o seu local de predileção
anatômica. Para o cartaz foi selecionado a mesma escala de cores da Liga Acadêmica de Medicina Felina da Universidade de
Vassouras (LAFUV), onde a linguagem deveria ser simples e coesa a fim de abrangir os alunos desde o primeiro semestre do
curso, impresso em papel couche brilhoso de tamanho A2. O mesmo se localizará dentro do Hospital Veterinário da
Universidade de Vassouras. A perspectiva é que se reduza o índice de sarcoma de injeção na região sul fluminense e que os
profissionais de medicina veterinária sempre dialoguem com os proprietários sobre os riscos, assegurando sempre que a
prevenção de qualquer doença é benéfica ao animal. E caso ocorra o sarcoma é fundamental não desconsiderar a dose
administrada, o fabricante, o número do lote e o local intitulado da VAFSTF, seguindo o critério individual de cada felino.
Em bovinos leiteiros as lesões traumáticas do teto ou da glândula mamária são acidentes constantes, principalmente
ocasionados por cercas de arame farpado. A correção cirúrgica nas lacerações da glândula e do teto tem maior sucesso
quando realizadas durante as primeiras 12 horas após a injúria. O presente relato tem por objetivo relatar técnica de correção
de laceração de teto de vaca, a fim de contribuir para escasso número de relatos de reparação cirúrgica de glândula mamária
de ruminantes. Foi atendida no hospital veterinário da Universidade de Vassouras uma vaca com 10 anos de idade, ½ sangue
Girolando, com 430 kg de peso vivo, apresentando uma laceração de glândula mamária, causada possivelmente por cerca de
arame farpado apresentando evolução de aproximadamente 3 dias. O animal foi contido em tronco próprio para a espécie, em
estação, realizou-se limpeza com água e sabão neutro e em seguida, com Clorexidina 3% degermante que foi em seguida
enxaguada com soro fisiológico. Após limpeza utilizou-se à técnica de bloqueio anestésico na base do teto em anel
„‟RingBlock‟‟, usando-se 15 ml de cloridrato de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (Lidovet®). Após o bloqueio foi
introduzido um cateter, sem a guia metálica, número 14G, da marca BD® pelo esfíncter do teto, com objetivo de evitar o
colabamento do ducto do teto, em seguida este foi fixado à pele do animal com fio absorvível Vicryl 4-0. Houve a
necessidade também de anestesia local no debridamento e, após remoção de todo o tecido necrosado, realizou-se a sutura
para reparação da laceração, sendo feita em três camadas, duas para realizar o fechamento dos tecidos mais internos do teto
com sutura de Wolf e Vicryl 2-0, e uma para o fechamento da pele, com o mesmo fio e sutura simples descontínua. Ao final
da cirurgia foi realizada limpeza de toda a região e aplicação de Spray a base de Fipronil, Sulfadiazina de Prata e Alumínio.
No pós operatóriofoi administrado por via intramuscular Pencivet ® Plus PPU na dose de 20.000 UI/Kg, 1 vez ao dia,
durante 5 dias consecutivos. A técnica cirúrgica foi eficaz, mesmo o procedimento sendo realizado 3 dias após a laceração.
Logo, conclui-se que com esse procedimento foi possível a resolução cirúrgica de uma laceração de teto ocorrida há 3 dias,
evitando assim que houvesse a perda do teto deste animal.
Impacto da implementação de uma ficha padronizada na avaliação pré-operatória de cães e gatos em uma
Clínica Veterinária Universitária na cidade de Vassouras-RJ
Jefferson Neves Kopke1; Iris Krause Contreras1; Ana Cristina Morais Dantas1; Eduardo Butturini de Carvalho2
A avaliação pré-operatória (APO) tem como objetivo minimizar complicações, reduzindo a morbimortalidade perioperatória.
Todavia, as APOs e os seus registros na clínica veterinária da Universidade de Vassouras (CVUV) apresentavam-se
inconsistentes. Este estudo retrospectivo comparou os períodos antes (AIF) e depois da implementação (DIF) de uma ficha
padronizada para APO na CVUV a partir de prontuários entre março de 2014 e fevereiro de 2019 (Minitab v17.1.0®). Dos
131 prontuários, 33 (25%) foram AIF. As cirurgias mais frequentes entre os 103 cães (média de idade 78±51,6 meses) e 28
gatos (32,9±55,9 meses) foram ovariosalpingohisterectomia (32%) e exérese de neoplasias (25%), incluindo mastectomia.
AIF, 15% dos registros relatavam doenças pré-existentes, contra 18% DIF (p=0,785). AIF, nenhum registro apresentava
avaliação de dor, contra 97% DIF (p<0,01), mostrando uma grande evolução na semiologia da APA. A escala visual análoga
de dor DIF apresentou mediana (e intervalo interquartílico) 0 (0-5). AIF, apenas 15% das fichas apresentavam dados
semiológicos básicos (frequência cardíaca, respiratória e temperatura retal), contra 100% AIF (p<0,01), porém não se pode
saber se a falta de dados foi por falta de avaliação ou de registro. DIF, 97% dos pacientes realizaram eletrocardiograma (0%
AIF), hemograma (AIF, 25%) e dosagem da creatinina sérica (AIF, 17%) como exames pré-operatórios (p<0,01 para as três
comparações). Observou-se maior consistência na solicitação de exames pré-operatórios DIF, porém não existe um consenso
na literatura sobre se, o que e quando solicitar, o que demonstra a necessidade de mais evidências científicas. Esse conflito
entre autores baseia-se na alegação de que o protocolo anestésico ou cirúrgico dificilmente será alterado pelos achados de
exames complementares. Com o apoio de setores da CVUV as novas fichas foram distribuídas em todos os consultórios e
passaram a servir como referência na avaliação pré-anestésica. Não houve diferença entre a mortalidade AIF (2,04%) e DIF
(0%,p=0,153), contudo a longo prazo acredita-se que a padronização da eficiência da APO possa diminuir o número de
óbitos na CVUV. Conclui-se que a ficha padronizada implementada torna a APO mais consistente. Embora a implementação
seja recente, mostrou-se que a padronização destas informações além de produzir material para futuras pesquisas, torna o
acompanhamento ao paciente otimizado e dinâmico, podendo reduzir riscos e custos.
A fauna de helmintos na espécie equina é extensa e abrange várias famílias distintas, acometendo animais de diversas faixas
etárias. As formas de criação dos equinos favorecem a grande incidência de infecções parasitárias, onde os danos causados
por essas enfermidades tornam necessário o controle das parasitoses nos equinos. O presente trabalho objetivou comparar a
eficácia de dois medicamentos com princípios ativos diferentes no tratamento das endoparasitoses intestinais em equinos.
Foram utilizados 24 equinos pertencentes à mesma propriedade no município de Barra do Piraí, RJ. Os mesmos, foram
divididos em 3 grupos homogêneos (grupos 1, 2 e 3) após coleta de fezes diretamente da ampola retal e realização de
contagem de ovos por grama de fezes (OPG), possuindo médias de contagem de OPG de 743,45; 737,5; e 737,5 OPG,
respectivamente. Após OPG, o grupo 1, foi tratado com Mebendazol, o grupo 2 foi tratado com associação de Ivermectina e
Pirantel e o grupo 3, não recebeu tratamento, constituindo o grupo controle. Após 7 dias, nova coleta de fezes foi realizada
em todos os animais para realização de novo OPG. Em ambas coletas (antes e após 7 dias de tratamento) foram realizadas
coprocultura e identificação das larvas. Para comparação das médias foram realizados ANOVA e teste de Tukey. Após 7 dias
de tratamento, a média do grupo controle (grupo 3) foi 811,11 OPG, a média do grupo 1 foi 556,25 OPG e a média do grupo
2 foi 100 OPG, onde foi observada diferença estatística apenas entre os grupos 2 e controle (p<0,05). A forma de controle
adotado na maioria dos criatórios utiliza exclusivamente os compostos antiparasitários por sua praticidade e eficiência, por
sua ótima relação custo-benefício e pela facilidade de aquisição. No entanto, os diversos grupos químicos existentes
apresentam diferença no mecanismo de ação e nas formas de eliminação parasitária. Podendo assim, explicar essa diferença
nos resultados entre os grupos tratados. Vale lembrar, que nenhum composto antiparasitário é eficaz contra todos os estágios
de desenvolvimento dos parasitas de equinos, não eliminando por completo a parasitose do animal, assim como observado no
presente estudo. A coprocultura antes e depois de todos os grupos revelou que em média 98% da fauna helmíntica encontrada
pertencia aos Ciatostomíneos e 2% eram Strongylus equinus, onde normalmente, os Ciatostomíneos representam a grande
maioria dos parasitas do trato intestinal quando comparados aos grandes estrôngilos. Desta forma, conclui-se que a
associação entre Ivermectina e Pirantel foi mais eficaz do que Mebendazol, sendo assim a mais indicada para tratamento dos
equinos.
O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficiência do tratamento de um produto técnico alternativo com refrigerante a base
de cola na terapia do endométrio de éguas receptoras de embriões que seriam descartadas em um Programa de transferencia
embrião a fim de avaliar a melhora ou não na fertilidade das mesmas. As éguas receptoras utilizadas no trabalho de campo
foram animais selecionados pela ausência de gestação em duas ou mais inovulações consecutivas e/ou a presença de líquidos
na luz uterina durante o período de estro. Para tanto, foram utilizadas vinte e quatro éguas da raça Mangalarga Marchador, de
uma mesma propriedade com idade variando entre seis e dez anos. Foi realizada a lavagem uterina com 1 litro de Coca Cola
® e a recuperação deste conteúdo, imediatamente realizada a infusão uterina com mais 1 litro do mesmo produto, onde o
mesmo foi mantido dentro do lúmen uterino. Entre três a sete dias após a ovulação das éguas receptoras o embrião foi
inovulado, e sete dias após a inovulação foi feito o diagnóstico gestacional através de exame ultrassonográfico. O Resultado
descritivo do uso do produto técnico à base de cola ( Coca Cola ®) foram 21 prenhezes confirmadas das 24 éguas tratadas,
dando um resultado de 87,5% de gestações positivas em éguas que normalmente seriam descartadas em programas de
embriões, ou seja, o produto se mostrou eficiente para tratar animais com históricos reprodutivos usados neste estudo.
Babesia bovis e Babesia bigemina são protozoários transmitidos pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus que
afetam diretamente os bovinos, sendo considerada uma das mais importantes doenças transmitidas por carrapatos. A
babesiose bovina é importante economicamente por ocasionar prejuízos à pecuária leiteira e restrições de deslocamento,
imposta por leis de quarentena. O presente trabalho objetivou verificar a prevalência da babesiose bovina no gado leiteiro do
município de Vassouras, RJ. Foram coletadas 226 amostras sanguíneas de bovinos com diferentes idades em 8 propriedades
leiteiras do município de Vassouras, RJ. O sangue foi acondicionado em tubos com anticoagulante EDTA e sem
anticoagulante. As amostras foram encaminhadas para realização do esfregaço sanguíneo e hematócrito, e após realização
destes, o sangue total e o soro dos animais foram mantidos a -20ºC para processamento do Ensaio de Imunoadsorção
Enzimática indireto (ELISAi) e da Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) do gene 18S. De um total de 226 amostras, 41,
6% (94/226) e 17, 3% (39/226) dos animais possuíam anticorpos IgG contra Babesia bovis e Babesia bigemina,
respectivamente. Sendo assim, a baixa positividade de animais com anticorpos IgG pode se dá pela falta de exposição ao
protozoário, e um maior número de animais sorologicamente positivos para B. bovis pode ser justificado pelo fato que após a
primo-infecção, a imunidade persistir por até 4 anos, enquanto que para B. bigemina a mesma dure em torno de 2 a 3 anos. O
estudo demonstrou que a maioria dos animais positivos no ELISAi tinha idade até 4 anos, representando 59,6% (59/99).
Todos os animais do estudo foram negativos na PCR e no esfregaço sanguíneo. Acredita-se que a negatividade dos animais
foi ocasionada pelo controle rigoroso do vetor e a utilização da quimioprofilaxia, onde o uso excessivo de drogas faz
esterilização do protozoário nos eritrócitos. Em relação ao hematócrito, 10, 2% (23/226) dos animais estavam anêmicos, no
entanto, essa anemia dos animais não estava relacionada à babesiose, uma vez que todas as amostras foram negativas para B.
bovis e B. bigemina em esfregaço sanguíneo e PCR. Pode-se concluir que o município de Vassouras é uma área de
instabilidade enzoótica para a babesiose bovina, o que torna um risco a população bovina por causar grandes taxas de
mortalidade, ocasionando assim prejuízos aos produtores em casos de surtos.
Equinos utilizados em corrida frequentemente sofrem desgaste da córnea devido ao posicionamento lateralizado e pelo
tamanho dos globos oculares, o que junto com a movimentação ativa da cabeça, propicia um maior contato da superfície
corneana com fragmentos que se desprendem da pista durante as corridas. Este estudo avaliou a incidência de úlcera de
córnea (UC) em cavalos de corrida após competição e utilizou um método inovador de quantificação da área e severidade das
lesões através de fotografia das córneas de equinos a uma distância pré-estabelecida de 15 cm desde o globo ocular do animal
até a lente da câmera digital de 12 megapixels (f/1.7, 26mm de abertura, 1/2.55", 1.4µm, OIS, dual pixel PDAF, Samsung).
Em seguida as córneas foram coradas com fluoresceína sódica (Fluoresceína Strips Ophthalmos) e novas fotografias
realizadas. Após a aquisição das imagens, a superfície corneana visível foi dividida em quadrantes: dorsal lateral e medial e
ventral lateral e medial. As úlceras foram graduadas quanto à gravidade, em escala de 1 a 5, quanto à localização, por um
veterinário de equinos experiente (MV) e posteriormente comparadas àquelas obtidas pelo programa de computador ImageJ
(Wayne Rasband) (IJ). Dos 196 animais incluídos neste estudo, apenas cinco apresentaram UC nas 24 horas imediatamente
após a corrida, equivalendo a 2,6% dos cavalos. Ao considerarmos o total de corridas (733), o percentual cai para 0,7%.
Houve concordância de 100% entre a localização das lesões obtidas pelo MV e pelo IJ. Os resultados demonstram que houve
uma correlação positiva e elevada entre a gravidade das úlceras, graduadas pelo MV, e a média de pixels da UC aferida no IJ.
A incidência de UC após corrida foi menor do que o esperado neste grupo de animais, já tendo sido reportada incidência de
até 64,3% de UC causadas por trauma durante as corridas. No Brasil institui-se o protocolo de lavar os olhos dos animais
com solução fisiológica estéril imediatamente após a corrida, facilitando a remoção de areia e detritos, e este procedimento,
juntamente com o baixo índice pluviométrico no período do estudo, podem ter influenciado na baixa incidência hora relatada.
A utilização do programa foi útil na obtenção medidas precisas que podem auxiliar no diagnóstico e monitoramento das UC,
sendo esta a primeira vez que a fotogrametria através do programa ImageJ é utilizada para a avaliação de UC de origem
traumática em cavalos de corrida. Conclui-se que o programa ImageJ pode auxiliar na diferenciação de lesões de córnea e
que o olho esquerdo e a área dorsal medial são as mais afetadas por úlceras traumáticas em cavalos de corrida.
O pescado é um produto altamente saudável e a procura é crescente ao longo dos anos no País. Possui alto valor nutricional,
porém trata-se de um alimento de fácil deterioração devido a fatores químicos, biológicos e condições de armazenamento que
o fazem perder sua qualidade, havendo a necessidade do estabelecimento de métodos rápidos e eficazes de avaliação. Para
estes produtos, os principais métodos são baseados em análise sensorial, como os parâmetros de frescor estabelecidos pela
legislação brasileira atual, como o mais recente método do índice de qualidade (MIQ). Considerando o contexto apresentado,
objetivou-se neste estudo estabelecer o grau de frescor da Sardinha (Sardinella brasiliensis) e Tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus) inteiras, armazenadas em gelo, comercializadas em estabelecimentos utilizando análise sensorial através do MIQ.
Este sistema desenvolvido para o controle de qualidade do frescor do pescado utiliza uma avaliação padronizada dos
principais atributos sensoriais do pescado com pontos de demérito de acordo com protocolo para cada espécie. Em abril
foram obtidas cinco amostras de sardinha em três estabelecimentos em Angra dos Reis totalizando quinze amostras e três
amostras de tilápia em dois estabelecimentos do município de Vassouras totalizando seis amostras somando um total de cinco
estabelecimentos e vinte e uma amostras. Foram transportados em recipientes isotérmicos até o local da análise, onde foram
individualmente analisadas, dentre as características espécie – específica destacam-se aspecto geral, atributos visuais e
olfativos. Na metodologia de avaliação da qualidade do pescado o escore variou de 0 a 3 para cada parâmetro sensorial. Ao
final da análise, os pontos atribuídos foram somados resultando na pontuação global, denominado índice de qualidade (IQ) de
cada espécie comercializadas na região. De acordo com os resultados obtidos, pode-se observar que o estabelecimento (A)
teve IQ de 7 pontos de demérito, o estabelecimento (B) teve IQ de 8 pontos, o estabelecimento (C) teve IQ de 2 pontos, o
estabelecimento (D) teve IQ de 1 ponto, o estabelecimento (E) teve IQ de 1 ponto de acordo com protocolo estabelecido.
Apenas 1 dos 5 estabelecimentos apresentavam condições de higiene adequadas, menor presença de insetos e o pescado com
gelo por todo corpo. É necessário fomentar o mercado para o consumo, promovendo os benefícios para saúde e condições
aceitáveis como também instruir o consumidor a exigir melhorias e os comerciantes em relação a higiene dos
estabelecimentos e conservação eficientes de acordo com a legislação e fiscalização sanitária nos postos de venda.
Teste elisa como diagnóstico eficaz para Dirofilaria immitis em cães– Revisão de
literatura
Katherine Da Silva Amorim Barreto1; Ivan Lucas Picone Borges dos Anjos2; Ana Vitoria de Rezende1; Laís Feliciano de Souza1; Bruna de
Azevedo Baêta3
A dirofilariose é uma zoonose transmitida por mosquitos dos gêneros Aedes, Anopheles e Culex e acomete espécies, como
cães, canídeos silvestres, gatos e o homem. É causada pelos nematóides do gênero Dirofilaria sp., sendo Dirofilaria immitis a
espécie mais frequente no Brasil e um dos parasitas mais patogênicos de cães. Sua ocorrência está ligada à presença de
vetores e condições climáticas favoráveis. A dirofilariose, particularmente nos cães, apresenta índices variáveis, dependendo
da localização geográfica, da técnica utilizada para o diagnóstico e do manejo dos animais. O diagnóstico é baseado no
encontro de microfilárias no sangue circulante, pesquisa de antígenos circulantes, além do uso da Reação em Cadeia de
Polimerase (PCR). Esse trabalho busca evidenciar a importância do diagnóstico de dirofilariose, tendo em vista sua
epidemiologia e casos subdignosticados através da comparação de métodos de diagnóstico. Foram utilizados artigos entre os
anos 1992 e 2017 publicados nas bases de dados PUBMED e SCIELO. Os problemas no diagnóstico, estão relacionados à
infecções pré-patentes, infecções causadas por vermes de um único sexo, esterilidade dos parasitas devido à idade ou
induzida por ação de drogas e resposta imune mediada. As técnicas parasitológicas mais utilizadas são o exame direto do
sangue a fresco, técnica de Knott modificada, concentração em filtro com membrana de milipore ou nucleopore, gradiente de
densidade por centrifugação e distensão espessa. O ensaio imunoenzimático (ELISA) para pesquisa de antígenos é
considerado indispensável, específico e sensível no diagnóstico da parasitose nos cães, desde que estes possuam ao menos
uma fêmea madura em seu organismo. Este permite um diagnóstico mais eficiente do que aqueles obtidos pela técnica de
Knott modificada, uma vez que as microfilárias podem estar ausentes, caso o cão esteja parasitado somente por adultos do
mesmo sexo; de ambos os sexos, mas estéreis; esteja em período pré-patente, ou, ainda, amicrofilarêmico por outras causas.
Os métodos imunológicos para detecção de antígenos de parasitos adultos de D. immitis, como os baseados em ensaio
imunenzinático e imunocromatografia são considerados altamente específicos e não apresentam reatividade cruzada com
outros parasitos como Dirofilaria repens e Acanthocheilonema spp. ELISA também é utilizado para verificar o sucesso da
terapia adulticida. É necessária atenção diante a investigação diagnóstica de dirofilariose, por ser prevalente e
frequentemente subdiagnosticada. Na possibilidade de utilização de métodos mais sensíveis e específicos para o diagnóstico,
o teste ELISA deve ser utilizado.
As verminoses são doenças que debilitam os bovinos, causando baixa imunológica, além de trazer prejuízos na produção,
implicando a mitigação de lucro. Sabe-se que a utilização de contagem em matéria fecal dos ovos de diversos helmintos
nematoides intestinais é parâmetro para a diagnóstico e avaliação da eficácia de terapias de controle das verminoses. Na
presente revisão, são descritas as técnicas de exame parasitológico de fezes (OPG) e coprocultura como objetivos da
utilização dos exames e a capacidade de confirmar os diagnósticos. A coprocultura é uma técnica que possibilita identificar,
após sete dias de incubação, os gêneros de nematoides presentes no hospedeiro. Já o OPG possibilita a contagem de ovos de
nematoides presentes em suas fezes. Trabalhos com o uso das técnicas coprológicas para a detecção de verminoses,
viabilizados pela atuação de médicos veterinários e de pesquisadores evidenciando sensibilidade para revelar a concentração
de ovos, como também os gêneros dos nematoides. Para a coleta das fezes com a finalidade de realização dos exames de
OPG e coprocultura deve ser feita diretamente do reto dos animais, preferencialmente no período da manhã, fazendo
massagem nas paredes do reto com as mãos lubrificadas, lavando-as antes de uma nova coleta e colocados em vidros de boca
larga ou sacos plásticos limpos. Em seguida, deverá ser enviada ao laboratório, sempre acondicionada em caixa térmica com
gelo, com identificação dos animais e materiais colhidos. Caso não haja possibilidade de fazer o OPG logo após a coleta
deve-se conservar as fezes sob refrigeração 4 horas após a coleta, utilizando-se preferencialmente fezes frescas, pois os ovos
embrionados de Strongyloides liberam larvas rapidamente. Geralmente, as amostras indicadas para coprocultura de larvas não
necessitam permanecer no frio, podendo ser deixadas em condições ambientes indicadas no estudo McMaster e coprocultura.
As técnicas de OPG e coprocultura mostram- se eficazes no diagnóstico das parasitoses dos ruminantes, uma vez que
identificam os ovos por grama de fezes e a coprocultura que também pode ser realizada em laboratório para determinar qual
parasita intestinal encontra-se no animal. Sendo assim, as técnicas de OPG e coprocultura mostram- se eficazes no
diagnóstico das parasitoses dos ruminantes, sendo métodos de diagnóstico simples que permitindo ao produtor um indicativo
do grau de infestação dos animais do rebanho, com eficácia e baixo custo.
Éguas são classificadas como monovulatórias, normalmente possuem uma única ovulação por ciclo, gerando apenas um
folículo dominante por estro. Porém, sabe-se que existem fêmeas diferenciadas que apresentam espontaneamente e com
frequência episódios de ovulações duplas. Por este motivo, o objetivo do estudo foi analisar ciclos estrais de éguas doadoras
de embriões a fim de relatar a incidência de múltiplas ovulações espontâneas em fêmeas da raça Mangalarga Marchador e
verificar se as chances de recuperar aumenta os índices de recuperação quando houver a codominância em ciclos estrais de
éguas doadoras da raça Mangalarga Marchador, seja bilateral ou unilateral. A pesquisa foi realizada em uma fazenda no
município de Muriaé – MG. O período de coleta de dados compreendeu a uma estação de monta 2002/2003. Para o presente
estudo foram utilizados 125 ciclos estrais de 41 éguas doadoras de embriões da raça Mangalarga Marchador, com idade
variando entre 4 e 16 anos e apresentando histórico de fertilidade. O desenvolvimento folicular foi acompanhado durante o
ciclo estral, por meio de ultrassonografia com transdutor linear por palpação transretal. Todas as éguas foram inseminadas
quando apresentavam folículo pré-ovulatório. No oitavo dia após ovulação era realizada a lavagem uterina para a colheita dos
embriões. O presente estudo avaliou o número de ovulações múltiplas por estro, o lado que ocorreram e quantos embriões
foram recuperados nos ciclos que obtiveram este tipo de ovulação. Os dados obtidos foram submetidos à avaliação através do
software Bioestat 5.0. O estudo mostrou que das 41 éguas utilizadas, 14 apresentaram ovulações múltiplas (34,14%) oito
fêmeas tenderam a repetir o ocorrido e uma delas apresentou ovulações duplas por quatro vezes durante o período do estudo.
Estes resultados vão de encontro com literaturas consultadas que relataram existir uma característica individual,
predisposição genética e informam que esse acontecimento tende a se repetir em um mesmo indivíduo. Estudos relatam que a
chance de recuperar dois embriões é maior quando as ovulações ocorrerem em ovários diferentes e o que corrobora com esta
pesquisa que obteve dois embriões em 46% das ovulações bilaterais e 33% nas ovulações unilaterais. Em relação ao índice de
recuperação embrionária, o presente trabalho obteve um índice de 21,6% de ovulações duplas em éguas da raça Mangalarga
Marchador. Desta forma podemos concluir que mesmo sendo classificadas como monovulatórias, existem éguas que
apresentam ovulações múltiplas espontâneas, o que acarreta muitos benefícios para a realização de biotecnologias aplicadas a
Reprodução Equina.
A urina é um fluido produzido a partir da filtração do sangue e constitui uma via de eliminação de medicamentos,
metabólitos e outras substâncias indesejáveis ao organismo, contribuindo para a manutenção da homeostase. A urinálise é
uma ferramenta de extrema importância para o diagnóstico de muitos transtornos, principalmente os que ocorrem de forma
subclínica como acetonemia e acidose ruminal, doenças comuns em bovinos leiteiros. A metodologia de coleta de urina
consiste em massagem prepucial nos machos e na região perineal e vulvar das fêmeas, entretanto em alguns casos pode ser
não possível coletar urina desta maneira. Outro método de coleta é através da cateterização uretral com o auxílio de uma
sonda rígida nas fêmeas, que necessita esterilização para ser reutilizada e nem sempre disponível com facilidade. O objetivo
desse trabalho foi descrever uma técnica para a coleta de urina em fêmeas bovinas, visando uma maior praticidade para o
Médico Veterinário. Para a realização do presente estudo foi utilizada uma fêmea bovina de 460kg com idade média de 8
anos oriunda do Hospital Veterinário da Universidade de Vassouras. O animal foi contido em tronco de contenção próprio
para e espécie, foi realizado esvaziamento do reto e higienização com água e sabão de toda a área perineal incluindo ânus e
vulva. Foi utilizado especulo vaginal e, após o seu posicionamento e localização do meato urinário, foi introduzida uma
pipeta de inseminação artificial bovina revestida por uma sonda descartável flexível nasogástrica, de uso humano, tamanho
12 da marca Embramed®. A função da pipeta de inseminação foi servir como uma “guia” para a sonda flexível. Após a
passagem pelo meato urinário, a pipeta de inseminação foi removida e a sonda introduzida na uretra realizar a coleta de urina.
Na literatura pesquisada não foi encontrada descrição desta técnica, sendo a maioria dos métodos de coleta utilizando-se
sondas rígidas. Desta forma, conclui-se que esta técnica mostrou-se eficaz e prática para a coleta de urina em fêmeas bovinas,
utilizando-se materiais descartáveis e frequentemente disponíveis na rotina do médico veterinário.
Os principais motivos para a realização de uma cirurgia de teto são as lesões por esmagamento e lacerações. O arame farpado
é apontado como um dos principais fatores na incidência de graves lesões de tetos das vacas. Devido à escassez de artigos
nacionais relatando as lesões de teto de forma abrangente, o objetivo desse estudo foi descrever uma técnica cirúrgica
utilizada para correção de fistula mamaria. Para a realização do presente estudo foi utilizado uma fêmea bovina de 400kg e
média de 7 anos de idade. O animal apresentava uma fistula no teto do quarto posterior direito ocasionada por uma lesão de
arame farpado. O animal foi ordenhado antes do procedimento, para que durante a cirurgia, não ocorresse contaminação da
ferida por conta de extravasamento de leite. Para a sedação do animal foi utilizada Xilazina na dose 0,2 mg/Kg peso vivo, por
via intramuscular. Antes que o animal assumisse a posição de decúbito foi realizada anestesia Epidural com aplicação de 5 ml
de Cloridrato de lidocaína a 2% (Lidovet®) no espaço intervertebral a fim de promover anestesia da região do úbere, visando
sempre o bem estar animal. O animal foi colocado sobre uma lona plástica, em decúbito lateral direito e, contido com o
auxílio de cordas para a segurança de toda a equipe. Antes do início do procedimento cirúrgico, toda a região foi higienizada,
primeiro com água e sabão, e em seguida com Clorexidina 3% depois enxaguada com soro fisiológico. Após a limpeza da
região foi introduzido um cateter sem guia metálica 14G, da marca BD® pelo esfíncter do teto, com o intuito de evitar a
estenose do ducto do teto. O cateter foi fixado à pele do animal com fio absorvível Vicryl® 4-0. Após a localização da fístula
lateral foi realizada incisão de pele com bisturi, na mesma região onde se encontrava a fístula. Após dissecção romba dos
tecidos subcutâneos e localização do completo trajeto da fístula, esta foi removida utilizando-se tesoura de ponta romba-
romba. A sutura dos tecidos subcutâneos e da pele após a remoção da fístula foi feita em ponto simples utilizando-se com fio
Vicryl® 2-0. Ao final da correção cirúrgica foi realizada a aplicação de repelente em Spray a base de fipronil, sulfadiazina de
prata e alumínio para prevenção de míiases e aplicado por via intramuscular o antibiótico Pencivet® Plus PPU (24.000
UI/Kg), durante 5 dias consecutivos. Desta forma conclui-se que existem técnicas práticas e cabíveis para a correção de
lesões de tetos de bovinos leiteiros. Porém medidas de prevenção diminuem a intervenção cirúrgica evitando maiores danos
ao animal e consequentemente a produção leiteira.
A Leucemia Viral Felina é uma retrovirose infecciosa bastante comum, que acomete gatos do mundo inteiro e possui um alto
índice de mortalidade por seu caráter imunossupressor. O diagnóstico da doença é feito baseado nos sinais clínicos e nos
resultados dos exames laboratoriais, associados a testes específicos para a presença do vírus. A PCR, teste altamente
específico e sensível, é considerado o método mais eficiente, mas, devido o alto custo e o tempo para se obter os resultados
de laboratórios comerciais, alternativas mais acessíveis como os ensaios Imunocromatográficos e o dot-ELISA de consultório
são usados para testar o animal sintomático. Levando-se em conta a dificuldade de encontrar o vírus circulante nos felinos, o
presente estudo visa comparar o desempenho do teste Imunocromatográfico (Alere®) que é considerado um teste simples e
de triagem em consultório com o dot-ELISA (Idexx®) já consagrado no mercado, para servir como opção financeiramente
viável e prática. Inicialmente foram recolhidos como amostra, soro de 13 animais felinos sintomáticos atendidos em diversas
Clinicas Veterinárias do Rio de Janeiro que são sabidamente positivo para o vírus FeLV. Essas amostras após serem
submetidas ao teste dot-ELISA da Idexx, foram também submetidas ao teste Imunocromatografico da Alere. Os resultados
foram expostos em tabelas do Excel no intuito de compara-los analisando assim a sensibilidade dos testes em questão. Dos 13
animais positivos no dot-ELISA (Idexx), 09 apresentaram resultado positivo no teste Imunocromatografico da Allere,
podendo assim considerar que 30% dos animais sabidamente positivos receberiam um diagnóstico falso-negativo
evidenciando assim a diferença na sensibilidade entre os dois testes em questão. Os dois testes que foram desafiados nessa
comparação usam para detecção do vírus a pesquisa de antígenos p27 e garantem elevada sensibilidade e especificidade,
entretanto há uma pequena chance de obtermos um resultado falso-negativo que é quando o animal apresenta os desfechos de
infecções regressivas e focais, nesse caso a quantidade de antígeno circulante no sangue periférico é considerada mínima
dificultando assim o bom desempenho dos testes rápidos. Sendo assim, o teste Imunocromatografico Alere apresentou uma
sensibilidade inferior ao teste dot-ELISA Idexx, levando em consideração que as amostras utilizadas nos dois testes foram
colhidas no mesmo momento, deixando claro que existe diferença diagnóstica.
Há uma escassez de investigações relativas à epidemiologia de afecções do sistema respiratório ou dos modelos de manejo
sanitário destes animais da raça Mangalarga Marchador (MM). As enfermidades do trato respiratório têm alta prevalência,
causando significativo impacto negativo à saúde dos equinos. Este estudo realizou um levantamento epidemiológico da
incidência de afecções respiratórias e manejo sanitário em animais da raça MM através da observação direta de animais em
criatórios na Região Sul-Fluminense. Foram observados 69 animais, em três locais diferentes, com idades entre 8 e 156
meses de idade. A maioria dos animais (98,5%) não apresentou qualquer alteração nos linfonodos e nenhum animal
apresentou secreção nasal ou ocular e nem tosse durante o período de observação. Quanto ao histórico de doença respiratória
nos últimos seis meses, 95,6% não possuíam qualquer registro de doença respiratória, enquanto que 2,9% possuíam histórico
de “gripe” (Influenza equina) e um 1,5% de garrotilho. Segundo informações registradas, todos os animais estavam
vacinados contra Influenza, Encefalomielite e Tétano. Quanto ao piso do local onde os animais ficavam a maior parte do
tempo, 59,4% usavam serragem de madeira, 31,8% não possuíam nenhuma cama, ficando diretamente sobre pedra ou
concreto, 5,8% ficavam sobre terra e 2,9% sobre capim picado. O manejo e higiene dos estábulos, tipo de alimentação e tipo
de cama na qual os animais são mantidos podem propiciar o acometimento de doenças respiratórias devido à presença de
alérgenos ou partículas irritantes. Este resultado leva a crer que as doenças respiratórias na raça MM são subclínicas,
necessitando de métodos como a endoscopia para seu diagnóstico. É possível também que, devido à época do ano em que foi
conduzido o trabalho, não tenham sido observados sinais clínicos de doenças respiratórias, uma vez que as mesmas podem ter
influência climática e apresentação sazonal. Não foi possível atribuir relação de causalidade entre as condições de manejo e a
ocorrência de doenças respiratórias e os animais participantes da pesquisa não apresentaram sinais clínicos óbvios de doença
respiratória ativa.
A leishmaniose visceral canina é uma antropozoonose sistêmica grave, que requer notificação compulsória, causada pelo
protozoário intracelular Leishmania chagasi, transmitida principalmente pela picada de flebotomínios, durante o repasto
sanguíneo. É considerada uma das principais doenças endêmicas mundiais e deve ser diagnosticada e prevenida rapidamente.
O objetivo do presente trabalho é estudar a leishmaniose, quanto às características básicas da doença e sua epidemiologia.
Foram utilizados artigos na língua portuguesa publicados no período entre 2004 a 2019, nas bases de dados SciELO e
LILACS, com as palavras chaves epidemiologia, leishmaniose e leishmania. A espécie Leishmania chagasi é transmitida ao
hospedeiro, homem ou cão, através da picada da fêmea Lutzomyia longipalpis, popularmente conhecido como mosquito
palha. Outras formas de contágio menos relevantes para a disseminação da doença, ocorrem através de pulgas e carrapatos ou
por via transplacentária e venérea. A ocorrência desta doença em território brasileiro, no passado, era restrita ao nordeste
brasileiro, avançando para os centros urbanos e disseminando-se pelo país, tendo maior prevalência em áreas carentes. Os
casos de humanos com leishmaniose são precedidos pela infecção em cães, visto à proximidade do homem com este animal,
porém a confirmação desta doença nos animais é dificultada, devido a inespecificidade dos sinais clínicos apresentados. Os
cães contaminados podem ser assintomáticos ou não, sendo que os sinais apresentados são normalmente emagrecimento,
lesões na pele, alopecia e crescimento exagerado das unhas, pode haver hepatomegalia, esplenomegalia, fraqueza, evoluindo
para anemia e falência renal que normalmente ocasionam o óbito desses animais, sendo que a letalidade costuma ser maior
em indivíduos imunocomprometidos. A falta de informação sobre a leishmaniose também contribui para a disseminação da
doença, desta forma são necessárias ações de educação para orientar sobre a importância do controle do vetor nas residências,
vacinação e uso de coleira antiparasitária nos animais de companhia. Outra forma de prevenção à doença é através do
investimento em saneamento básico e políticas públicas para a promoção da saúde, visto que o mosquito se reproduz em
matéria orgânica em decomposição. Conclui-se que a Leishmaniose Visceral é uma doença de impacto na saúde pública,
onde o animal infectado deve ser tratado adequadamente ou eutanasiado, no entanto e é de suma importância a promoção da
saúde, do saneamento básico e da educação da população sobre a doença, sua forma de contaminação e como evitar o
contágio.
Diversas transformações, dentre outros fatores, têm contribuído para que os produtores de leite reflitam sobre a necessidade
de administrarem bem a atividade de bovinocultura leiteira, tornando-se mais eficientes e, assim sendo, competitivos,
assumindo posição de empresário, independentemente do tamanho do seu sistema de produção de leite. Os dados obtidos da
apuração dos custos de produção têm sido utilizados para diferentes finalidades, tais como: estudo da rentabilidade da
atividade leiteira; redução dos custos controláveis; planejamento e controle das operações do sistema de produção do leite. O
objetivo deste estudo foi avaliar a rentabilidade da atividade leiteira de sistemas de produção de leite em um período de 6
meses, analisando a influência do tipo de sistema de criação sobre o custo do manejo sanitário na produção leiteira. Os dados
utilizados no presente estudo foram provenientes dos gastos e produções leiteiras de 5 animais de cada sistema de criação
(semi-intensivo e intensivo), localizado no município de Além Paraíba-MG, coletados no período de agosto de 2018 a janeiro
de 2019. Foram considerados os gastos com antibióticos (casos de mastite), vacinas, vermífugos, carrapaticidas, pré-dipping
e pós-dipping. A receita total durante o período do estudo foi de R$ 29.209,89 e R$ 38.236,25 nos sistemas semi-intensivo e
intensivo, respectivamente. O sistema de confinamento teve um rendimento de 76,4 % a mais que o sistema semi-intensivo.
Com relação às despesas com o manejo sanitário, observou-se que foram gastos R$ 636,76 em sistema semi-intensivo e R$
648,05 no sistema intensivo, sendo 0,8% mais caro, mesmo não tendo custos com carrapaticida e homeopatia. No estudo
observou-se que os maiores gastos no sistema semi-intensivo foram com homeopatia que funciona de forma profilática para
carrapatos e mastite, seguido de 21,8% com antibiótico intramamário, devido a um maior número de mastites. Animais em
sistema intensivo são menos propensos a mastite, devido ao manejo controlado desse sistema, diminuindo o contato com
agentes patogênicos ambientais. No sistema intensivo os maiores custos foram com pós-dipping (69,4%) dos gastos e vacinas
representando 11,9%. Pode-se concluir com o presente estudo que o sistema intensivo mesmo tendo um maior custo com
manejo sanitário, apresentou maior lucratividade e rentabilidade quando comparados ao sistema semi-intensivo. Porém, um
número maior de animais deve ser utilizado para se obter a real economia de cada sistema e deve-se levar em consideração
também o preço pago por litro de leite.
A tripanossomose bovina é uma doença causada por um protozoário, sendo o agente mais relevante para bovinos o
Trypanosoma vivax. Esta é responsável por consideráveis perdas econômicas. A tripanossomose é transmitida principalmente
por dípteros hematófagos e através do compartilhamento de agulhas, relacionando sua menor prevalência com a melhora no
manejo. O presente trabalho teve por objetivo analisar o conhecimento dos produtores relacionando estes com a ocorrência da
doença. Foram realizadas entrevistas com 30 produtores rurais de Paraíba do Sul, selecionados aleatoriamente. Todo
procedimento metodológico foi submetido ao Conselho de Ética em Pesquisa (CEP) e aprovado sob o nº3.208.383. A
aplicação dos questionários ocorreu no período de março a abril de 2019 e os dados foram tabulados e analisados pelo
Modelo de Regressão de Poisson, com a variável “conhece o agente etiológico da doença” a melhor para identificar falhas
nas tentativas de redução de prevalência. A análise dos dados baseada na Razão de Prevalência demonstrou que o único item
a possuir relação positiva com o conhecimento do agente foi o nível de escolaridade com 95% de confiabilidade. Os dados
estatísticos mostram que o aumento da escolaridade aumenta 7,3 vezes a prevalência de produtores que conhecem o agente
etiológico. A epidemiologia da tripanossomose depende das interações entre parasito, vetor e hospedeiro, altamente
influenciáveis pelo manejo dos animais. Estudos revelam que os impactos da doença são mais evidentes em propriedades
com manejo inadequado principalmente com relação ao reaproveitamento de agulhas. Como o hábito de compartilhar agulhas
é uma das principais formas de transmissão e 57% dos entrevistados tem esta conduta, é possível identificar neste fator um
ponto importante na correção do manejo, visando reduzir a prevalência da doença. Os produtores com menor nível de
escolaridade possuem baixo acesso à informação ficando assim mais vulneráveis a doenças pouco conhecidas, evidenciando
onde devem ser direcionadas as ações visando uma baixa incidência da patologia. Outro dado relevante se refere a baixa
assistência técnica recebida por esses produtores se limitando apenas a iniciativa pública. O nível de instrução relacionado
com a prevenção de enfermidades tem alta relação com a função do Médico Veterinário, elucidando assim o motivo da falta
de conhecimento sobre esta doença. Sendo assim é possível concluir que ações de esclarecimento focadas principalmente no
pequeno produtor e promovidas através de assistência veterinária precisam ser criadas visando mitigar possíveis prejuízos
causados pela tripanossomose.
O uso da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) nos dias atuais, representa um grande impacto na economia
agropecuária. A IATF é uma biotecnologia reprodutiva que visa elevar, através da utilização de hormônios, a efetividade da
reprodução do gado regulando e conduzindo a ovulação das fêmeas. A redução do intervalo entre partos, reduz o tempo
ocioso de uma vaca no rebanho, visando a produção de uma cria por ano, permanecendo vazia em um período mínimo
necessário. Além do manejo nutricional, controle sanitário e manejo reprodutivo, a utilização de hormônios que otimizam o
processo de sincronização do cio no gado faz total diferença na reprodução. Visando melhorar o resultado dos protocolos
hormonais, o atual trabalho consistirá em analisar a utilização de dois hormônios: 17-beta estradiol e de benzoato de estradiol
no primeiro dia do cronograma de IATF. O experimento será realizado com 20 vacas da raça nelore destinadas ao corte, com
escore corporal entre 2 e 3, idade média de 3 a 5 anos, de um mesmo lote onde recebem a mesma pastagem e média de 5kg
por animal de suplementação de NaCl, todas com cria ao pé. Nenhuma vaca receberá suplementação mineral. As
experimentações serão realizadas simultaneamente para os dois processos. O grupo A, contendo dez animais, receberá no D0
(dia zero) a colocação do implante de 0,96g de progesterona mais 2 ml por via intramuscular, de 17-beta estradiol com
progesterona O horário do início do protocolo, deverá ser anotado com rigor para que seja possível realizar a continuação do
experimento no D8 ½ sem possíveis erros de horário que comprometam a sincronização da fertilidade dos animais. No D8 ½
(dia oito e meio), será feita a retirada do implante de progesterona e aplicado 1ml IM de benzoato de estradiol na
concentração de 1mg/ml), mais 2ml IM de cloprostenol sódico na concentração de 265 mcg/ml, no D10 (dia dez), será
realizada a inseminação artificial das vacas e aplicado 2ml IM de acetato de buserelina a 5mcg/ml. Com o grupo B, que
também conterá dez animais, o processo será o mesmo sendo a única modificação a substituição do 17-beta estradiol
(Betaproginn) do D0 por 2ml de benzoato de estradiol. O diagnóstico de gestação, realizado através de palpação retal e
ultrassonografia, será feito 40 dias após a inseminação e os resultados serão analisados no próprio estabelecimento. O
resultado esperado em relação as taxas de prenhes obtidas, promoverá um melhor conhecimento sobre a utilização desses
dois hormônios, dando aos proprietários e profissionais da área, maior autonomia e segurança para a escolha do emprego dos
mesmos nos protocolos de IATF futuros.
O Reiki é uma terapia energética antiga, originada no século dezoito no Japão. Apesar de relatos não documentados do alívio
de sintomas e melhoria na cicatrização de pacientes humanos e animais tratados com o Reiki, há pouca evidência científica
que comprove sua eficácia, e menos ainda em relação ao seu modo de ação. Este trabalho acompanhou o tratamento de seis
cavalos durante sessões de Reiki, com o objetivo de investigar a existência ou não de alterações de temperatura de superfície
antes, durante e após as sessões de Reiki. Os seis animais, todos em treinamento atlético, estabulados no mesmo local,
submetidos ao mesmo manejo alimentar e sanitário, foram submetidos a sessões de Reiki por terapeuta qualificada, e as
temperaturas de superfície corporal nos pontos de aplicação da terapia energética foram mensurados com o auxílio de um
termógrafo FLIR (modelo TG165). As mensurações foram realizadas em triplicata em cada ponto e a média obtida. A
obtenção das medidas termográficas em triplicata demorou entre 1 e 2 minutos por ponto, sendo realizadas antes do início da
sessão, imediatamente após o tratamento de cada ponto, e imediatamente ao final da sessão, sempre na mesma ordem, da
cabeça à garupa, seguido das mensurações nos cascos. Os pontos mensurados foram marcados com fita adesiva antes do
início da sessão para garantir que o ponto exato era consistentemente avaliado. Foram medidos 7 pontos na linha dorsal, da
cabeça à cauda e quatro pontos distais, um na coroa de cada casco. Variações significativas relativas ao indivíduo (p <
0,0001), ao ponto de mensuração (p = 0,006) e ao tempo em relação ao tratamento com Reiki (p = 0,018), foram
identificadas, com temperaturas após o tratamento significativamente diferentes das temperaturas iniciais (q = 2,86). Este
estudo preliminar possibilitou a validação da metodologia a ser utilizada em estudos de maior escala, além de auxiliar na
identificação de possíveis fontes de variação na temperatura de superfície em equinos tratados com Reiki. Mudanças de
temperatura de superfície mais evidentes possivelmente seriam detectadas em animais doentes, em oposição a animais
saudáveis. Estudos com maior número de animais e com a inclusão de medidas de temperatura corporal interna e perfil
hematológico são necessários para esclarecer os efeitos mensuráveis da terapia Reiki em cavalos.
A leishmaniose é uma antropozoonose de grande importância na saúde pública, causada pelo protozoário Leishmania spp e
transmitida pela picada de insetos da ordem Diptera, família Phlebotomidae, conhecidos como flebotomíneos. Atualmente,
vem se notando um aumento da incidência de casos de leishmaniose na região Sul Fluminense, justificado pelo aumento da
diversidade de mudanças ambientais, que contribuem para que se eleve o número populacional de flebotomíneos na área
urbana. O objetivo desse estudo foi realizar um inquérito entomológico em diversas áreas do município de Vassouras, RJ
consideradas propícias para o desenvolvimento de vetor. Foram coletadas amostras de flebotomíneos em 8 diferentes bairros
do município de Vassouras que se mostraram propícios para o desenvolvimento dos mesmos. Em cada área de coleta foram
colocadas 3 armadilhas luminosas do tipo CDC em pontos distintos, sendo esses intradomiciliar, peridomiciliar e área de
mata. As armadilhas foram dispostas durante período noturno por no mínimo 12 horas, durante 3 dias consecutivos. Após
coleta, as armadilhas foram mantidas sob refrigeração por 2 horas para que os insetos capturados fossem mortos e em
seguida, todo material foi triado, sob lupa, com a separação dos insetos similares à flebotomíneo. Os mesmos foram
acondicionados em tubos com álcool 70 e encaminhados para identificação da espécie ao Laboratório Interdisciplinar de
Vigilância Entomológica em Diptera e Hemiptera da FIOCRUZ. Nos 8 pontos diferentes do município de Vassouras foram
capturados uma diversidade de espécies de insetos, no entanto foram identificados apenas 4 espécimes de flebotomíneos,
Nyssomyia whitmani no bairro Barreiro, Pintomyia fischeri no Madruga, Evandromyia sallesi no Madruga (Buraco Quente)
e Brumptomyia brumpti no Grecco. A espécie N. whitmani é tida como o mais importante transmissor de LTA no país, com
um grande número de registro de áreas endêmicas, enquanto P. fischeri, é considerada vetora secundária de LTA, devido ao
seu comportamento, porém ainda não foi encontrada parasitada por Leishmania sp. No estado de Minas Gerais, E. sallesi foi
encontrada parasitada naturalmente com Leishmania sp., no entanto sua participação na transmissão da leishmaniose ainda
não foi comprovada. Já a espécie B. brumpti não tem importância sanitária. Desta forma, conclui-se que no município de
Vassouras ocorre o desenvolvimento de diversas espécies de flebotomíneos e demonstra a importância de uma vigilância
entomológica constante, a fim de fornecer dados para o controle da leishmaniose.
A ultrassonografia abdominal em pequenos animais vem se tornando uma prática comum na rotina médica veterinária, pois
possibilita avaliar a dimensão, forma, contornos, penetração dos feixes e arquitetura interna dos órgãos. Adicionalmente, esta
técnica de exame auxilia de forma rápida o diagnóstico, sendo de baixo custo, não-invasivo e pode auxiliar também na coleta
de materiais biológicos via percutânea para exames citopatológicos e histopatológicos. Este estudo tem como objetivo a
análise estatística descritiva dos achados ultrassonográficos mais comuns no período de 3 anos na Clínica Veterinária da
Universidade de Vassouras. Para tanto, foram analisados 283 laudos de exames, sem distinção de espécie ou raça, realizados
na Clínica Veterinária da Universidade de Vassouras no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2018, quantificando os
achados e caracterizando-os a fim de realizar a análise estatística. Dos 283 laudos ultrassonográficos analisados, 184
(65,01%) apresentaram algum tipo de alteração. Das alterações encontradas, em 87 (47,28% dos laudos com alterações) os
animais encontravam-se com hepatomegalia; 57 (30,57%) apresentaram cálculos em vesícula urinária; e 37 (20,10%) foram
diagnosticados com esplenomegalia, sendo essas as 3 alterações mais comuns encontradas nos laudos analisados, o que vai
contra o estudo realizado por Seoane em 2010, que relata como achados mais comuns foram respectivamente: alteração em
divertículos renais, nodulação multifocal hipoecogênica hepática e nodulação multifocal hipoecogênica esplênica, indo contra
os resultados obtidos neste estudo. Segundo Hoskins, 2005, afirmou que a alteração hepática mais frequente encontrada foi a
presença de nódulos multifocais hipoecóicos no parênquima, o que discorda dos resultados apresentados, porém muitas
patologias hepáticas frequentemente causam aumento do mesmo, o que justifica o achado. Já Nyland, em 2002, afirmou que
a alteração vesical mais freqüente foi a presença de espessamento focal, o que discorda dos resultados apresentados, no
entanto muitas alterações de vesícula urinária podem levar ao espessamento focal, entre eles a presença de cálculo vesical, o
que pode justificar o achado. Em 2001, Page afirmou que a alteração esplênica mais freqüente foi a presença de nódulos
multifocais hipoecóicos, que vai contra o observado no presente levantamento de dados. Sendo assim, pode-se concluir que
os achados podem variar de acordo com os locais estudados, bem como o período estudado, coincidindo em sua maior
incidência com os órgãos afetados no achado, porém mais estudos são necessários para se confirmar este fato.
A Leishmaniose é provocada por protozoários intracelulares, Leishmania spp., e seu principal vetor é o flebotomíneo
hematófago Lutzomyia longipalpis. Devido a sua extensa distribuição geográfica, sua alta incidência, gravidade de suas
formas clínicas e dificuldade de diagnóstico, a Leishmaniose constitui um grave problema de saúde pública no Brasil. É uma
zoonose e o cão é o principal reservatório nas áreas urbanas. Seu diagnóstico é difícil e o tratamento dispendioso, além de
não levar à cura parasitológica, somente à cura clinica. Visto isso, objetivou-se relatar o tratamento de 4 cães diagnosticados
com leishmaniose visceral no município de Vassouras-RJ utilizando a Mitelfosina. Uma investigação retrospectiva foi
realizada pelo apontamento das informações presentes nas fichas clínicas e resultados dos exames de cada animal, foram
submetidos à análise estatística descritiva. Observou-se que os 4 animais apresentaram lesões dermatológicas e sistêmicas, as
mais relatadas foram descamação de pele, piodermite, alopecia, lesões crostosas, onicogrifose, emagrecimento,
hepatomegalia e esplenomegalia. Todos os animais realizaram os exames, necessários para a confirmação (ELISA, RIFI,
qPCR, hemograma e bioquímica), e os realizam semestralmente para o controle do parasita. As medicações mais usadas em
associação com a Mitelfosina, foram o Alopurinol e a Domperidona, que possuem ação leishmaniostática e Prednisolona, que
auxilia no controle de imunocomplexos. Por se tratar de uma medicação muito agressiva, 1 animal veio a óbito no primeiro
semestre de tratamento. Os outros 3 animais alcançaram a cura clinica, mas apresentaram efeitos colaterais aos
medicamentos, como insuficiência renal e formação de cálculos renais. A eficácia do tratamento varia de animal para animal.
O tratamento com a Mitelfosina leva à cura clinica, diminui os sintomas, os níveis de anticorpos específicos e o grau de
infectividade dos cães para os vetores. O estado geral do animal tem de ser levado em conta e os proprietários devem ser
informados que o tratamento é prolongado, dispendioso e caro, com relativo sucesso terapêutico, porquanto nem sempre o
animal se recupera completamente e ainda há possibilidades de recidivas ao longo da vida. Caso o tutor não opte pelo
tratamento, a eutanásia é obrigatória.
A Babesiose Bovina é uma hemoparasitose que provoca grandes prejuízos à bovinocultura mundial, e tem como agentes
etiológicos a Babesia bovis e a Babesia bigemina, as quais são transmitidas pelo carrapato Riphicephalus (Boophilus)
microplus. O objetivo deste trabalho foi diagnosticar através de exames parasitológicos as babesioses em bovinos do estado
do Rio de Janeiro. Este trabalho foi submetido a CEUA da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) com Nº
5020130617. Os bovinos deste estudo eram fêmeas, de diferentes faixas etárias e mestiços de Holandesa dos municípios de
Santo Antônio de Pádua, Areal, Barra Mansa, Piraí e Rio Claro. Foram coletados 5 mL sangue total de 252 bovinos por veia
coccígea, com agulha 40 x 12mm em tubos contendo EDTA à 10%. As amostras foram processadas no Laboratório de
Hemoparasitos e Vetores da UFRRJ, com realização de hematócrito e esfregaço sanguíneo, o qual foi fixado com Metanol
100% e corado em Giemsa para posterior observação microscópica em objetiva de 100x. Quanto à origem dos animais,
147/252 (58,4%) eram de Areal, 79/252 (31,3%) de Santo Antônio de Pádua, 14/252 (5,5%) de Rio Claro, 2/252 (0,8%) de
Piraí e 10/252 (4%) de Barra Mansa. Quanto à positividade, 27/252 (10,7%) foram positivos para Babesia bigemina, 2/252
(0,8%) para B. bovis e 2/252 (0,8%) apresentaram co-infecção. Dos animais positivos para Babesia bigemina, 8/27 (29,6%)
eram de Areal, 14/27 (51,8%) eram de Santo Antônio de Pádua, 3/27 (11,1%) eram de Rio Claro e 2/27 (7,4%) eram de Barra
Mansa. Os dois animais positivos para Babesia bovis eram de Areal. Quanto à anemia, 4/27 (14,8%) dos positivos para B.
bigemina apresentaram hematócrito abaixo da normalidade (anêmicos), sendo que destes 3/4 (75%) eram de Areal e 1/4
(25%) era de Rio Claro. Os animais positivos para B. bovis e com co-infecção, não estavam anêmicos. A frequência de B.
bigemina e B. bovis observada neste estudo está compatível com a encontrada na literatura, pois a distribuição mundial dos
agentes etiológicos e do vetor, aumentam as chances de transmissão, e permitem um contato precoce já que os animais jovens
não terão resistência à infecção. Como neste estudo houve predomínio de animais de origem mestiça Holandesa, segundo a
literatura existente, animais de origem europeia (B.taurus) e seus mestiços são naturalmente mais sensíveis à Babesiose
Bovina, bem como ao carrapato. O fato de baixa positividade para B. bovis neste estudo corrobora com a literatura ao afirmar
que existe resistência genética do bovino à este agente. A anemia não apresentou alta frequência, o que pode estar
relacionado a baixa parasitemia.
Agradecimentos: CNPq
Os felinos por sua natureza independente percorrem grandes distâncias por conta da sua dominância de território, também
gostam de caçar, correr e ultrapassar obstáculos, conseguem passar por espaços apertados e arqueiam a coluna quando
sentem medo ou estão ameaçando, dormem em diversas posições e todo esse esforço pode gerar lesões e/ou alterações na
coluna bem como nos membros locomotores. Há também as alterações que são genéticas, passadas dos pais para os filhos ou
ma formação durante o desenvolvimento fetal, existem alterações que ocorrem com a mistura de raças, aperfeiçoamento
genético visando acrescentar ou eliminar uma peculiaridade da raça. Devido a flexibilidade da coluna do felino, quando este
cai, ele consegue girar o corpo para quando chegar ao chao, seus pés toquem o solo. A flexão original da coluna é mantida
durante a queda, para quando o animal pousar a coluna ser arqueada com os membros estendidos, diminuindo a pressão
imposta pela gravidade nas articulações. Este estudo é prospectivo e passou por aprovação do CEUA protocolo nº 035/2018,
consistiu na observação através de radiografias, da coluna vertebral de felinos domésticos com idade acima de 1 ano de
idade. Foram utilizados 12 felinos, entre machos e fêmeas e sem doenças já confirmadas. Os felinos foram contidos apenas
para ficarem imóveis e posicionados na posição latero-lateral, com o feixe de luz sobre a coluna vertebral e com a película
radiográfica dentro do chassi embaixo do corpo. Não foi detectada nenhuma alteração na conformação óssea da coluna, nem
diminuição do espaço intervertebral, nos felinos avaliados. Felinos com estilo de vida regrado e com os cuidados necessários,
como castração e alimentação adequada, conseguem envelhecer bem e sem doenças ósseas, que poderia impossibilitar a
independência que possuem. Devido a necessidade de aparelhagem e local adequado para a realização da radiografia, existe
poucos locais que disponibilizam o exame, mas por outro lado não há necessidade de tranquilização do animal e a contenção
necessária é apenas a imobilização por alguns minutos. Existe uma relação da doença da coluna com a genética e anatomia
dos gatos e ao contrario dos caninos, os felinos não demonstram alterações ate que estas se tornem dolorosas ou empecilho
para sua movimentação. De acordo com Mariotti 2017, há 7 afecções mais comuns em caninos, o que difere dos felinos cujas
alterações mais comuns ocorrem por traumatismos ou doenças secundarias e podem ocorrer com mais freqüência na fase
geriátrica. Logo podemos observar que a radiografia é um exame complementar preventivo e de diagnostico definitivo.
O mercado de alimentação fora do lar tem apresentado um aumento constante sendo os restaurantes do tipo self-service os
mais frequentados no Brasil. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade microbiológica de alimentos em
restaurantes self-service, através da análise de Salmonella spp. e Coliformes, no município de Vassouras-RJ, Brasil. Foram
selecionados aleatoriamente nove restaurantes, compradas duas amostras em cada estabelecimento, uma de alimento frio
(hortaliças) e outra de alimento quente (carne). O total de 18 amostras foram acondicionadas em recipientes estéreis,
encaminhadas para o laboratório de microbiologia da Universidade de Vassouras e imediatamente processadas. Para
avaliação de Salmonella spp. utilizou-se o método de presença/ausência e para a análise de Coliformes Totais utilizou-se a
determinação do Número Mais Provável (NMP), empregando séries de três tubos com 95% de confiança segundo a tabela
Bacteriological Analytical Handbook em APHA. Embora não apresente parâmetros na legislação vigente para coliformes a
35ºC, foi observado que seis (dentre todas amostras) se destacaram com altos valores, segundo diversos autores,
correspondentes aos estabelecimentos D, G e I para hortaliças (2,7 log NMP/g; >3,0 log NMP/g e 3,0 log NMP/g
respectivamente) e carnes (>3,0 log NMP/g). Os estabelecimentos B e F obtiveram valores superiores de coliformes em
hortaliças (>3,0 logNMP/g; 1,8 log NMP/g) quando comparados com os resultados das amostras cárneas (2,3 logNMP/g; 1,3
logNMP/g), sugerindo ação do tratamento térmico. O restaurante C apresentou menores teores de contaminação em hortaliça
(1,0 log NMP/g). Os restaurantes A e E apresentaram resultados inconclusivos para amostras de carne, já as amostras de
hortaliça obtiveram 3,0 logNMP/g e 2,7 log NMP/g respectivamente. A presença de coliformes em alimentos manipulados é
sugestivo de condições inadequadas de higiene ou temperatura inadequada do buffet associado a longos períodos de
exposição. Frente a esses dados, concluímos que os estabelecimentos que apresentaram valores elevados de coliformes
necessitam de adequações no processo de higienização do ambiente, a fim de evitar contaminação do produto final. Com
relação à Salmonella spp., foi possível observar que 100% dos estabelecimentos estavam nos padrões de conformidade, de
acordo com a legislação brasileira, uma vez que essa bactéria é um dos principais agentes envolvidos em surtos de origem
alimentar, sendo um problema de saúde pública por ser pouco notificada.
A esporotricose é uma micose subcutânea causada pelo fungo dimórfico do gênero Sporothrix schenckii, sendo comumente
encontrada na América do Sul. É uma doença de característica zoonótica ou saprozoonótica. O fungo se desenvolve
principalmente em meio ao solo rico em matéria orgânica. Os felinos, com livre acesso a rua, tem um relevante papel
epidemiológico por carregarem em suas feridas, garras e cavidade bucal um número significativo de células leveduriformes,
mesmo sem manifestar a doença. O trabalho relata a ocorrência de esporotricose nos gatos habitantes da Ilha da Gigóia, no
estado do Rio de Janeiro, através dos resultados de exames clínicos e citopatológicos. A presente pesquisa foi aprovada pelo
Comitê de Ética no Uso de Animais da Universidade de Vassouras protocolado no número 039/2018 em 29 de Novembro de
2018. A coleta de dados dos 50 gatos efetuou-se por ocasião de visitas aos domicílios, com a previa autorização dos
proprietários, mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Após o exame clinico dermatológico os
resultados foram registrados em formulário padronizado juntamente com o histórico e as características do animal. Nos gatos
que apresentaram ao menos uma lesão cutânea ulcerada foi realizada a citopatologia por imprint sobre a lesão suspeita e, em
seguida, as lâminas foram fixadas em álcool absoluto (99,5%), coradas pelo método do Panótico Rápido e então analisadas
em microscopia óptica (400X). Dentre os 50 gatos examinados após a visita em 18 diferentes domicílios da localidade, 5
(10%) dos animais apresentaram lesão cutânea ulcerada, resultando em um total de 5 amostras citopatológicas coletadas,
onde 4 (80%) foram sugestivas do complexo S. schenckii. Os 4 animais positivos eram castrados sendo 2 (50%) machos e 2
(50%) fêmeas onde 3 (75%) já estariam sendo tratados e 1 (25%) ainda sem tratamento. Dos 50 gatos da pesquisa, 40 (80%)
têm livre acesso a rua e consequentemente contato com outros animais. Em informações resultantes de pesquisas anteriores
feitas por alguns autores nota-se que a esporotricose é epidêmica na região metropolitana do estado do Rio de Janeiro e que
segundo a Nota Técnica nº 3/2011 SVS-SESRJ-FIOCRUZ de 2011 é uma doença de notificação compulsória. Com os
achados obtidos nesse estudo, concluímos que há uma significativa ocorrência de esporotricose nos gatos domiciliados na
Ilha da Gigoia, com total prevalência da doença em gatos com acesso à rua, independente da castração e do sexo. O resultado
representa um alerta para o crescimento da doença entre os gatos da região, consequentemente apresentando um risco
zoonótico aos moradores.
A papilomatose cutânea bovina é uma enfermidade infectocontagiosa, de origem viral, crônica, de caráter tumoral benigno e
de natureza fibroepitelial, caracterizando-se por tumores localizados na pele e na mucosa. É causada por um vírus da família
Papillomaviridae, gênero Papillomavirus, espécie Bovine papillomavirus (BPV) que infecta as células basais do epitélio,
formando projeções digitiformes microscópicas ou macroscópicas, estando presente em muitos animais e seres humanos. A
papilomatose apresenta importância, visto que os danos causados pelas lesões proliferativas na pele e mucosa conduzem à
queda na produção leiteira, desvalorização dos animais a serem comercializados e depreciação do couro. Diante da
importância dessa enfermidade na saúde animal, este trabalho teve como objetivo fazer revisão bibliográfica da papilomatose
cutânea bovina (BPV). Foram utilizados para essa revisão de literatura artigos publicados no SciElo e Pubvet até o ano de
2018, em Português. O animal acometido pela papilomatose pode apresentar complicações por feridas mecânicas, como
hemorragias ou infecções secundárias, que ocorrem nos papilomas grandes ou nos aglomerados e podem levar a transtornos
gerais tóxicos e até a septicemia. Alguns animais podem apresentar cura espontânea, no entanto, na maioria das vezes, o
tratamento é necessário, posto que, quando o número de papilomas é muito grande ou há uma grande quantidade de animais
acometidos dentro da propriedade, há a necessidade de se realizar tratamentos sistêmicos como a autohemoterapia, o
clorobutanol, a diaminazina, o levamisole e a autovacina. A autohemoterapia promove um estímulo proteínico inespecífico,
ou seja, quando o organismo do animal absorve o sangue venoso, o sistema imune é ativado e passa a produzir anticorpos
contra o papiloma, o que leva à eliminação da enfermidade. Dentre os compostos químicos usados o clorobutanol tem
apresentado resultados significativos em animais acometidos pela papilomatose, já a diaminazina não apresenta diferença de
eficiência, quando administrada semanal ou quinzenalmente e estudos comprovam sua competência. Quanto ao levamisole,
os achados sugerem que o tratamento com este composto estimula a produção de mediadores da imunidade celular e ativa a
população de linfócitos T. A utilização de vacinas tem sido ocasionalmente bem-sucedidas, no entanto, ainda não
determinaram os fatores que influenciam no resultado. Desta forma conclui-se que existem estudos sobre a Papilomatose
cutânea Bovina que buscam aperfeiçoar o tratamento e diminuir os prejuízos causados por esta patologia.
O Staphylococcus é responsável por um grande número de infecções bacterianas em animais e humanos, principalmente no
ambiente doméstico e dentro de clínicas veterinárias, visto que a transmissão interespécie dessa bactéria já é comprovada.
Espécies de Staphylococcus spp resistentes a antimicrobianos representam um problema cosmopolita, sendo o controle de sua
disseminação um importante desafio. O objetivo do estudo foi realizar revisão bibliográfica e determinar a incidência de
infecções causadas por Staphylococcus spp. em cães e gatos atendidos na clínica Vet Care - Rio de Janeiro, Brasil, no período
de Maio de 2016 à Fevereiro de 2018 e ressaltar a importância dos cuidados que devem ser tomados pela classe veterinária e
proprietários de animais domésticos para que não sejam infectados, contribuindo para a melhoria da saúde pública. De acordo
com a presente pesquisa, foi possível determinar que de um total de 607 (100%) fichas avaliadas, 157 (25,8%) apresentaram
diagnóstico positivo para Staphyloccocus spp., destas, 65 (41,4%) possuíam característica de multirresistência. Com base nos
estudos realizados e após análise de todas as fichas, podemos concluir que há um elevado número de animais acometidos por
infecção com presença de Staphylococcus spp. multirresistente. Podemos, também, determinar que os locais com maior
índice desses agentes com ampla resistência aos antibacterianos foram pele e ouvido.
No Brasil, os equinos movimentam a economia através da geração de empregos e renda na agroindústria. O acompanhamento
do peso do animal se faz necessário para avaliação de dietas e do desenvolvimento corpóreo, assim como a correta prescrição
de fármacos profiláticos e tratamentos para os equinos. A fita de pesagem tem sido método substitutivo utilizado na ausência
de balança nas propriedades. O presente estudo visou verificar a relação do peso aferido na fita de pesagem e o aferido em
balança digital, além de analisar a influência da deposição tecidual no tórax na diferença de peso encontrada em potros e
adultos da raça Puro Sangue Inglês, objetivando alcançar um valor mais fidedigno possível do peso do animal. Foram
coletados dados de 24 animais, sendo 12 potros (G1) e 12 adultos (G2), com aferição do peso em balança eletrônica (PB) e na
fita de peso (PF) e escore corporal (EC) em escala de 1 a 9, assim como medidas ultrassonográficas de deposição tecidual no
costado, na altura do meio do tórax (TM) e do codilho (TC). Os G2 possuíam médias de idade de 58,50 ± 7,30 meses e eram
significativamente mais velhos (p<0,0001) que os G1, com 24,75 ± 1,42 meses. Não foi observada diferença significativa
entre G1 e G2 na aferição do PF (p=0,8820) ou do PB (p=0,8544). Na FP observou-se valores significativamente mais altos
que o PB, respectivamente com medias de 531,30 ± 33,38 e 489,20 ± 18,92 nos G1 (p=0,0051) e 540,00 ± 29,63 e 479,70 ±
32,25 nos G2 (p<0,0001). O EC aferido nos G1 foi significativamente maior que nos G2 (p<0,0001), com médias de 7,37 ±
0,43 e 4,88 ± 0,53, respectivamente. Foram observadas medias de TC significativamente mais altas em G1 (p<0,0001)
quando comparados com G2, com médias de 3,53 ± 0,24 e 2,77 ± 0,34, respectivamente. Não foram observadas diferenças
significativas entre G1 e G2 quando avaliada TM (p=0,2298) com médias de 4,09 ± 0,58 e 4,36 ± 0,50, respectivamente.
Foram observadas correlações significativas positivas entre as medidas de TC e PB dos G1 (r=0,5810; p=0,047), e de PB e
PF nos G1 (r=0,7357; p=0,006) e nos G2 (r=0,7184; p=0,008). No presente estudo não foi verificada correlação entre o EC e
o TC ou TM. Porém, havendo correlação entre TC e PB, pode-se considerar que a aferição da deposição tecidual na região
torácica, principalmente na altura do codilho, é um bom indicativo de acúmulo de gordura em potros e em adultos. Conclui-
se, portanto, que a deposição de tecido adiposo na região torácica pode influenciar a aferição do peso através da fita de peso.
A verticalização urbana, em conjunto com o comportamento peculiar dos gatos, tem aumentado a procura por esses animais.
O período de socialização, que ocorre entre o nono dia e a nona semana de vida, é uma fase crucial para seu relacionamento
com os humanos e outros animais. Com a finalidade de facilitar o processo de seleção desses animais para adoção, foi
desenvolvido um instrumento de avaliação do grau de socialização de gatos em abrigos. Tal teste classifica o comportamento
desses animais quanto à aproximação, resiliência e comportamento lúdico, qualificando os animais em: sociáveis, em
processo de socialização e não sociáveis. O teste é dividido em três etapas, em cada uma das etapas os animais são avaliados
numa escala de 1 a 5, sendo 1 a menor nota (menos sociável) e 5 a maior nota (mais sociável). Neste trabalho foram
avaliados 76 gatos de três instituições diferentes. Todos os animais avaliados eram hígidos, com idade acima de sete meses.
Gatos agressivos ou ferais não foram inclusos no teste. Os animais foram avaliados individualmente. As três etapas do teste
são as seguintes: (1) os gatos foram testados quanto ao seu interesse pelo humano desconhecido; (2) depois quanto à
resiliência em ser contido e examinado durante um minuto para procedimentos veterinários de rotina; (3) por último foi
avaliado o comportamento lúdico, com o uso de bolinha de papel. Para a comparação dos valores da avaliação resultante dos
dois avaliadores que executarão o teste, separadamente sem a troca de informações de seus resultados, foi realizado o
procedimento estatístico do Coeficiente de Spearman. Tendo em vista os valores de p< 0.0001 para todas as comparações,
ressalta-se a compatibilidade, eficiência e validação do teste proposto. A escolha do animal tendo em vista as necessidades e
características dos tutores minimiza as chances de abandono desses gatos. A proposta para os gatos em socialização (escore
3), é a ressocialização desses animais em busca de uma possível adoção futura e os animais com escore 1 e 2 devem
permanecer nos abrigos pois não são sociáveis ou ferais. Tendo em vista a resposta satisfatória do teste, foi possível concluir
que a presente proposta de avaliação do grau de socialização dos gatos de abrigo apresenta eficácia e que a implementação
dessa prática em abrigos facilitará a escolha desses animais no processo de seleção para adoção. Os animais tidos como
sociáveis respondem com excelência ao teste, os medianos apresentam alguma resistência em um ou mais quesitos avaliados
e os que não são sociáveis são considerados como ferais ou possuem um grau elevado de medo.
A obstrução das vias biliares é uma patologia que acomete os cães, sendo o tratamento cirúrgico indicado em quase todos os
casos devido sua gravidade. A formação dos cálculos se dá através da precipitação do colesterol formando pequenos cristais,
que ao se aglomerarem junto a superfície da mucosa da vesícula biliar inflamada formam cálculos maiores. O presente estudo
tem como objetivo relatar um caso papilotomia duodenal, em uma cadela com obstrução do ducto biliar por litíase, no trajeto
final do ducto biliar comum, com o uso da técnica similar de Colangiopancreatografia Retrógada Endoscópica (CPRE). Foi
encaminhada para o procedimento cirúrgico uma cadela da raça teckel com 14 anos de idade. A cirurgia ocorreu na clínica
Vet Staff, localizada na cidade do Rio de Janeiro. A medicação pré-anestésica foi feita com Midazolan (0,1 – 0,3 mg/kg) e a
indução com Propofol (6 – 8 mg/kg) associado a Fentanil (1 – 5 µg/kg). A manutenção anestésica foi feita de forma inalatória
administrando-se Isoflurano. O animal foi colocado em decúbito dorsal, sendo realizada tricotomia em toda região
abdominal. Após a tricotomia foi feita a antissepsia da região com clorexidina 2%, álcool 70% e, posteriormente,
iodopovidona (PVPI) 1%. Foi realizada a celiotomia mediana epi e mesogástrica. A duodenotomia longitudinal foi realizada
4 cm após o piloro com auxilio de dois reparos. Após a identificação da papila duodenal maior, foi colocado um fio guia
(25mm), para auxiliar a entrada do Papilótomo Fusion Cook Medical 7 fr. A papilotomia foi realizada através de uma incisão
no ângulo de onze horas com o papilótomo na papila duodenal maior. Após a abertura da papila e uma leve compressão da
vesícula biliar o calculo foi expelido desobstruindo o ducto biliar comum. A duodenorafia foi realizada em dois planos,
mucosa e seromuscular com fio absorvível Vicry Plus 4-0. O fechamento da cavidade abdominal foi realizado com fio Vicryl
0 com pontos contínuos, o subcutâneo com fio Vicryl 2-0 e a pele com sutura intradermica utilizando-se fio Vicryl 4-0. No
pós operatório o animal foi medicado com Amoxicilina com Clavulanato (20 mg/kg), Metronidazole (25 mg/kg), Tramadol
(2 mg/kg) e Dipirona (25 mg/kg). As opções cirúrgicas para resolução das obstruções de ducto biliar comum tem alto índice
de óbito, entretanto no presente relato a técnica cirúrgica utilizada mostrou-se satisfatória para a resolução cirúrgica com
sucesso da patologia em questão.
O jumento Pêga é uma raça nacional criada para produção de novos reprodutores e também para a produção de muares
marchadores. O registro de animais é realizado desde 1950 e é mantido até hoje pela Associação Brasileira de Criadores de
Jumento Pêga (ABCPÊGA). Nesse estudo foram comparadas 15 variáveis morfométricas de 400 animais visando observar
possíveis diferenças com o passar dos anos. Foram utilizadas fichas de registros de 400 animais disponíveis no site da
ABCJPÊGA: os dados dos 100 primeiros machos registrados em livro aberto (MLA) foram comparados com 100 machos
atualmente registrados em livro fechado (MLF). O mesmo foi feito para as fêmeas registradas em livro aberto (FLA) e em
livro fechado (FLF). As comparações entre os grupos de livro aberto e livro fechado separados por gênero foi feita através do
teste t de Student para amostras independentes. Nos MLA, quando comparados aos MLF, foram observadas medias
significativamente maiores das variáveis altura do costado (p=0,0003), comprimentos de cabeça (p<0,0001), dorso-lombo
(p<0,0001), espádua (p<0,0001) e largura das ancas (p=0,0100), significativamente menores para o comprimento do pescoço
(p<0,0001). Nas FLF, quando comparados aos FLA, foram observadas medias significativamente maiores das variáveis
alturas da cernelha (p<0,0001), do dorso (p<0,0001), da garupa (p<0,0001), comprimentos do pescoço (p<0,0001), do dorso-
lombo (p<0,0001), da garupa (p=0,0100), larguras do peito (p<0,0001), das ancas (p=0,0100) e perímetro do tórax, além de
comprimento de dorso-lombo significativamente menor (p<0,0001). A diminuição da altura do costado, nos comprimentos de
cabeça, pescoço e espádua, nos machos, estão em maior conformidade com o padrão internacional de equídeos de sela cuja
proporção desejável é de 1/1. O dorso-lombo mais curto, contribui com a sustentação do animal, proporcionando uma melhor
distribuição muscular. As fêmeas apresentam-se atualmente com maior estatura, e o comprimento dorso-lombo, evoluiu
conforme nos machos. Os comprimentos da garupa e anca proporcionam melhor propulsão na marcha, além de uma melhor
abertura para o parto. A largura do peito somada ao perímetro torácico, rende aos animais melhores proporções, com melhor
arqueamentos de costela e profundidade torácica, como preconizado em um animal de sela. Conclui-se, portanto, que a
evolução dos parâmetros morfométricos de machos e fêmeas, fundamentada em melhoramento genético, com fundamental
participação da ABCJPÊGA, teve como consequência uma melhoria da uniformidade e funcionalidade dos equídeos
registrados.
O frescor no pescado é um fator imprescindível quando se trata de qualidade, pelo fato de constituir o critério determinante
para aceitação do consumidor. O Método do índice de qualidade (MIQ) é um método de avaliação sensorial espécie
específico, adequado ao camarão branco (Litopenaeus vannamei) para estimar o frescor e a qualidade do pescado através de
pontos por demérito. O camarão é um produto em consumo crescente e muito apreciado pelo brasileiro, sendo comumente
adquirido nas peixarias ou entrepostos dos supermercados. O objetivo deste estudo foi avaliar as condições sensoriais de
camarões expostos a venda em dez supermercados da região Centro-Sul Fluminense do estado do Rio de Janeiro, fazendo uso
do protocolo MIQ. Cerca de 300 gramas de camarões da espécie (Litopenaeus vannamei) foram adquiridos em dez
supermercados da região Centro-Sul Fluminense, totalizando em 3 kg de produto, situados nas cidades de Vassouras, Barra
do Piraí, Mendes, Paraíba do Sul e Volta Redonda. Cada amostra foi avaliada separadamente pelo protocolo sensorial MIQ
estabelecido por OLIVEIRA, o qual possui cinco grandes critérios de qualidade: aroma (deméritos variando de 0 a 3); cor
(deméritos de 0 a 1); melanose (deméritos de 0 a 2); aderência da carapaça (deméritos de 0 a 2); aderência da cabeça
(deméritos de 0 a 2). No referente protocolo o Índice de Qualidade (IQ) do camarão pode variar de zero a dez, sendo zero
mais fresco e dez impróprio para consumo. Cada amostra recebeu um IQ, referente a soma dos pontos de deméritos
avaliados. Os resultados obtidos se expressam na sequência das cidades junto a pontuação final de cada estabelecimento,
sendo Vassouras, Barra do Piraí, Mendes, Paraíba do Sul e Volta Redonda, ocasionando em uma apuração de 3; 2, 3, 1; 2, 2;
1; 2, 1 e 1 pontos respectivamente. Dentro da região avaliada obteve-se uma média de 2 pontos por demérito, em uma escala
que vai de 0 (indicando melhor qualidade) a 10 (indicando qualidade inferior), sendo o limite do Índice de Qualidade
estabelecido no protocolo para aceitabilidade do camarão inteiro cru, igual a 6. De modo geral, os espécimes apresentaram:
aroma fraco; ausência de melanose; cor acinzentada com pontos escuros e bem definidos; carapaça fortemente aderida e
cabeça com aderência média ao corpo. Concluiu-se que o método se mostrou eficiente na avaliação do camarão (L.
vannamei) comercializado fresco, indicando que as características sensoriais avaliadas apontaram que a região oferta um
camarão dentro dos parâmetros considerados aptos para o consumo, bem como seu acondicionamento que se encontra de
acordo com os padrões higiênico sanitários desejáveis
O aumento dos felinos pelo mundo tem aproximado as doenças infecciosas e suas manifestações imunossupressoras dos
consultórios veterinários em nosso país. Algumas importantes doenças infecciosas em felinos têm como manifestação clínica
à imunossupressão que na maioria das vezes está associada às desordens leucocitárias, mais especificamente em neutrófilos.
O presente trabalho tem como objetivo padronizar a metodologia do exame funcional do estresse oxidativo dos neutrófilos
em pacientes felinos sadios. Para a padronização, fez se necessário ensaios para determinar a concentração ideal dos
reagentes dihydrorodamina 123 (DHR 123) e Phorbol 12-myristate 13-acetate (PMA), a partir de uma metodologia já
utilizada no diagnóstico de doenças imunossupressora em pacientes humanos. Após a padronização dos reagentes a análise
dos ensaios foi feita por meio de citometria de fluxo e o índice de estimulação de fluorescência (IE) dos neutrófilos foi
mensurado e sua capacidade oxidativa foi determinada pela leitura da sonda de fluorescência da amostra estimulada com
DHR e PMA, dividido pela leitura da sonda de fluorescência da amostra estimulada com DHR. Conclui-se que os resultados
obtidos foram condizentes para a funcionalidade do exame dos neutrófilos, possibilitanto a sua utilização para novas
pesquisas ou na rotina clínica como apoio diagnóstico e prognóstico aos distúrbios dos neutrófilos em pacientes felinos.