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Platão

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Índice

1. Introdução.................................................................................................................................2

1.1. Objetivo geral.......................................................................................................................2

1.2. Objetivos específicos............................................................................................................2

1.3. Metodologia..........................................................................................................................2

2. Pensamento político de Platão na época antiga........................................................................4

2.1. Platão (428 – 347 a.C.).........................................................................................................4

2.2. A Política em Platão.............................................................................................................4

2.4. Conceito de estado................................................................................................................8

2.5. Origem do Estado em Platão................................................................................................9

2.6. Comunismo/idealismo..........................................................................................................9

2.7. Classes sociais....................................................................................................................10

2.8. Formas de governo.............................................................................................................10

2.9. Origem do Estado (é Convencional)...................................................................................10

3. Conclusão...............................................................................................................................12

4. Referências Bibliográficas.....................................................................................................13

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1. Introdução
Quando é apresentado um trabalho com a pretensão de ser criticamente fundamentado, é lógico
que o autor tenha ou deva ter uma concepção sobre o campo que está a investigar. A História da
Filosofia, como outros domínios do saber, é passível de ser entendida de maneiras diferentes, o
que impõe um esclarecimento prévio para se entender quais as linhas de força que nortearam a
obra a que metemos ombros + o Pensamento de Platão.

Vai já longe o tempo em que esta se considerava como constituída por um conjunto de biografias
e exposições das doutrinas dos filósofos ('), sendo nos nossos dias um lugar-comum ao afirmar-
se que o Homem inserido num contexto histórico, qualquer que ele seja, sofre influências de tal
contexto e que, em parte, a sua actuação é por ele explicada; assim, a História da Filosofia não
pode ignorar o momento em que este ou aquele filósofo viveu ou, em que esta ou aquela corrente
filosófica veio à luz.

1.1. Objetivo geral


 Falar da filosofia política de Platão na época antiga.

1.2. Objetivos específicos


 Descrever a origem do Estado, comunismo e idealismo;
 Especificar classes sociais;
 Mencionar formas do governo.

1.3. Metodologia
Metodologia é o conjunto de métodos ou caminhos que são percorridos na busca do
conhecimento (Andrade, 2006). Método, em seu sentido geral, é a ordem que se deve impor aos
diferentes processos necessários para atingir um fim dado ou um resultado desejado. Nas
ciências, entende-se por método o conjunto de processos que o espírito humano deve empregar
na investigação e demonstração da verdade (CERVO e BERVIAN citados por ANDRADE
2006:31).

Com vistas a alcançar essa finalidade, desenvolveu-se um referencial bibliográfico a fim de


expor conceitos, métodos e ferramentas da área. De acordo com Marconi e Lakatos (1992), a

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pesquisa bibliográfica pode ser considerada como o primeiro passo de toda pesquisa científica,
permitindo a compreensão de que a resolução de um problema e o levantamento de estudos de
campo podem ser obtidos por meio dela.

De acordo com Martins (2008), a pesquisa bibliográfica é o ponto de partida de toda pesquisa,
levantamento de informações feito a partir de material coletado em livros, revistas, artigos,
jornais, sites da internet e em outras fontes escritas, devidamente publicadas.

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2. Pensamento político de Platão na época antiga

2.1. Platão (428 – 347 a.C.)


O seu pensamento político está nas suas obras: “A República”, “O Político” e “As Leis.” Para
Platão, a política deve ter a Filosofia como o seu instrumento e fonte de inspiração, porque a
Filosofia é a via segura de acesso aos valores de justiça e de bem.

Platão (427-347 a.C.) foi o primeiro a estudar a política sob uma perspectiva "científica". Ele
percebia que a polis estava "contaminada" pelas ideias dos sofistas, e buscou uma maneira de
"curá-la" desse mal, através da racionalidade.

Em seu livro A República, Platão desenvolveu seu pensamento político, através da descrição do
que seria, em sua concepção, a forma ideal de governo. Para Platão, a educação era a base da
vida social, e sua importância era tão grande, que deveria ser assumida exclusivamente pelo
Estado. Através da educação, cada homem poderia desenvolver suas aptidões, e os que
chegassem a se tornar filósofos (esse seria o mais alto grau de racionalidade atingível), seriam
incumbidos do governo do Estado.

Platão não desejava restaurar nenhum sistema político. A experiência havia mostrado que, nem a
oligarquia, nem a monarquia, nem a teocracia, nem a democracia funcionavam bem ("funcionar
bem", para Platão, significava "ser justo"). O que Platão pretendia era, em verdade, criar uma
forma de governo perfeita, baseada exclusivamente na racionalidade. O grande equívoco de
Platão foi imaginar que os filósofos, por supostamente terem o domínio da razão, não fossem
capazes de cometer injustiças. Seu projeto político jamais foi posta em prática.

2.2. A Política em Platão


A filosofia de Platão o conduziu desde cedo à concepção de um projeto político tão amplo
quanto seu projeto filosófico e pedagógico que culminou com a fundação de sua escola: A
Academia de Atenas. Desde a sua convivência com Sócrates e principalmente com sua
condenação e morte, Platão esteve diante de fatos políticos. Ademais, a “[...] criação do projeto
político de Platão teve origem, antes de tudo, nas decepções do filósofo com os modelos de

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governo baseados na democracia e nas ações dos governantes de seu tempo. O ponto culminante
dessa criação foi a condenação e morte de Sócrates” (MENESCAL, 2009, p. 20).

A influência de Sócrates é tão grande, que ele será o protagonista da maioria das obras escritas
por Platão, que nunca aparece em suas obras dando sempre voz ao seu mestre Sócrates como se
ele, Platão, fosse apenas um interlocutor de toda a sabedoria de seu mestre. Como é o caso, por
exemplo, de uma das obras mais importantes de Platão, a saber, A República (em grego:
Πολιτεια; politéia), onde o filósofo usa o personagem do seu mestre Sócrates para dar vida ao
ideal de uma sociedade justa e harmoniosa. O título da obra de Platão em grego é Politéia e
segundo Pabón e Fernández-Galiano na introdução da obra para o espanhol La República (apud
PLATÃO, 2006) uma tradução mais exata para Politéia seria “regime ou governo da polis”. É
principalmente a partir da tradução latina para Res publica que o título da obra ganhou essa
conotação.

Dentre todas as obras produzidas por Platão e chegadas à atualidade, A República talvez seja a
de maior destaque, não por ser o mais longo diálogo ou um dos mais longos escritos, mas pela
exposição mais cuidada e bem definida de temas centrais do pensamento do filósofo
(MENESCAL, 2009, p. 41).

A Πολιτεια (A República) é, com efeito, uma de suas obras principais quando o tema se refere à
política mas não é a única. Platão escreveu também uma outra obra intitulada As Leis e, nesse
contexto, é preciso mencionar também a Carta VII, escrita por Platão de um conjunto de XIII
Cartas escritas pelo filósofo mas das quais nem todas são consideradas autênticas (PLATÃO,
1973 e 1980). A Carta VII é considerada pelos especialistas como de autenticidade menos
duvidosa e apresenta uma espécie de autobiografia de Platão onde o mesmo relata as
experiências que tivera na cidade de Siracusa, durante os governos de Dionísio – o velho –, e
Dionísio – o jovem (BARROS, 2006; MENESCAL, 2009). A Carta VII foi escrita por Platão
dirigida aos amigos e parentes de Díon, amigo e seu discípulo, por ocasião de sua morte, e
também sobrinho de Dionísio, tirano de Siracusa. Foi a pedido de Díon que Platão empreendeu
suas viagens a Siracusa em suas tentativas, todas malogradas, de transformar a tirania siracusana
em realeza. Na Carta VII Platão fala dessas experiências (sobre as experiências de Platão em
Siracusa, veja em nosso website o texto A Experiência de Platão em Siracusa).

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A obra Πολιτεια tem como tema central a discussão em torno do conceito de justiça e a
sociedade ideal, mas também apresenta vários outros temas tais como: as diferentes formas de
governo; as virtudes que devem possuir os governantes e que devem existir na cidade, tais como
a sabedoria, coragem, temperança e justiça (PLATÃO, 1993, 427e e seguintes); a teoria do
filósofo-rei; até mesmo o tema da educação e da instrução aparecem na obra (PLATÃO, 1993,
423e e seguintes) de como se deve educar governantes, guardiões e filósofos, para que executem
bem a sua função (veja em nosso website o artigo Projeto Ético-Político-Pedagógico na
República de Platão).

Inicialmente o diálogo trata de refutar algumas teses apresentadas acerca da natureza da justiça,
sobretudo pelo sofista Trasímaco, para quem a justiça consiste no interesse do mais forte (338c).
E Sócrates irá se opor frontalmente a esta definição.

Após uma primeira investigação sobre a justiça de um homem, Sócrates propõe recorrer a algo
maior, a saber, uma cidade, a fim de aí enxergar melhor a justiça (368d). Ele sugere assistir, no
discurso, ao nascimento de uma cidade, a fim de ver também nascerem a justiça e a injustiça
desta, objeto de sua busca (369a) (VELOSO, 2003, p. 75).

O diálogo tem continuidade com Trasímaco quando este acrescenta uma nova questão ao seu
ponto de vista: o fato de que “o homem justo em toda parte fica por baixo do injusto [...] [e]
jamais se verificará, por ocasião da dissolução da sociedade, que o justo tenha mais do que o
injusto, mas sim menos” (343d). O que leva Trasímaco a concluir que é mais vantajoso ser
injusto do que justo, como na tirania, “que arrebata os bens alheios a ocultas e pela violência”
(344a), como nas questões de tributo onde “o justo, em condições iguais, paga uma contribuição
maior, e o outro, menor” (343d). E mais uma vez aqui temos a definição de justiça como a
vantagem do mais forte (344c). Sócrates não fica satisfeito com os argumentos do sofista e irá
discorrer sobre a ideia de quantos e quais são os benefícios da justiça e de ser um homem justo
(348b).

Vemos assim que é a partir do embate de ideias sobre o conceito de justiça que os protagonistas
irão discorrer ao longo da obra sobre a noção de Cidade Justa. Trata-se de encontrar a Calipolis,
a cidade ideal, ou a cidade verdadeira (alethiné pólis), aquela que é totalmente descrita por meio

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do planejamento e da reflexão, em que todos os problemas são cuidadosamente pensados e
excluídos.

2.3. Origem do estado

O termo Estado provém do latim status significando, de forma literal, estar firme. Segundo
definição de Fernando de Azevedo, o referido termo pode ser definido como “fixo, imóvel,
decidido, regular e constante”, empregado para designar uma condição geral de estado, de ser,
como, por exemplo, status libertatis.

O Estado, hodiernamente concebido, significa uma situação durável de convivência de uma


sociedade politicamente organizada, ou ainda, citando o conceito da doutrina tradicional, o
“Estado é a Nação politicamente organizada”.

O conceito de Estado mais difundido, segundo Manuel Gonçalves Ferreira Filho é o que
estabelece ser ele “uma associação humana (povo), radicada em base espacial (território), que
vive sob o comando de uma autoridade (poder) não sujeita a qualquer outra (soberania)”. Nesta
noção se encontram presentes os elementos do Estado, quais sejam, povo, território, poder e
soberania.

Salienta Giorgio Del Vecchio que o Estado é “a unidade de um sistema jurídico que tem em si
mesmo o próprio centro autônomo e que é possuidor da suprema qualidade de pessoa”.

De acordo Hely Lopes Meirelles compila várias noções de Estado, afirmando, com fundamento
em vários doutrinadores, que o Estado pode ser conceituado, analisando-se aspectos
sociológicos, políticos, jurídicos, entre outros. Sob o aspecto sociológico, Estado pode ser
definido como “corporação territorial dotada de um poder de mando originário (Jellinek)”; sob
o prisma político, o Estado “é comunidade de homens, fixada sobre um território, com potestade
superior de ação, de mando e de coerção (Malberg)”; constitucionalmente, o Estado “é pessoa
jurídica territorial soberana (Biscaretti di Ruffia)”.

Para Geörg Jellinek, “o Estado, enquanto ser social é uma realidade histórico-cultural; enquanto
objeto do Direito, ser jurídico, é uma abstração ideal”, isto é, o Estado possui uma personalidade
social e uma personalidade jurídica.

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Hans Kelsen, por sua vez, nega a realidade social, analisando o Estado sob a ótica de realidade
jurídica, considerando-o “uma pessoa jurídica, ou seja, como uma corporação”8; de igual forma,
Duguit conceitua o Estado como “criação exclusiva da ordem jurídica e representa uma
organização da força a serviço do direito”.

Ao conceituar o Estado, Alexandre Groppali assim se manifesta: “O Estado, inegavelmente,


significa o domínio dos mais fortes e organiza os serviços públicos, mas seria revelar um
conceito unilateral da realidade, o de não se admitir que é no interesse da coletividade também
que esse domínio é exercido e que o Estado, além dos serviços públicos, deve visar outros fins
mais altos, de natureza ética e social, que perduram no tempo, se não quer transformar-se,
degradando-se, em um mero órgão técnico de administração”.

Além do conceito, importante ressaltar que, desde o princípio tem se entendido que o Estado é
uma unidade que compreende pluralidade de funções. “Aristóteles, p. ex., descreveu a
diversidade das funções do poder estatal nas várias „magistraturas‟, antecipando a moderna
teoria da separação dos poderes, que foi traçada por Locke e desenvolvida por Montesquieu”,
essa teoria visava fins liberais. Com a teoria da separação dos poderes, pela primeira vez na
história dos Estados organizados houve uma cisão entre a atividade administrativa e a atividade
judiciária e legislativa.

2.4. Conceito de estado.


A existência do Estado decorre da própria existência do homem, aqual sempre-se estrutura por
um conjunto de ditames ou regras organizacionais minimalista que o sejam.

Política – actividades humana, do tipo competitivo, que tem por objectivo a conquista e a
exercício do poder. De acordo com Marcl Prélot e Marcello Caetano,(a)Política tem a ver
essencialmente com o Estado melhor, com a conquista e o exercício do poder político,
reconhecendo estes autores que também fenómenos do poder fora do estado.

Todos nós estamos a viver no Estado de Moçambique. Muitas vezes ouvimos e usamos. esta
palavra “Estado”. art. 1 CRM diz que A República de Moçambique é um Estado independente,
soberano, democrático e de justiça social.

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O termo Estado provem do latim status, modo de estar, situação, condição data do século XIII e
se refere a qualquer país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado, bem como
designa o conjunto das instituições que controlam e administram uma nação, Estado não se
confunde com governo.

Segundo Amaral (2014,p.93), Estado pode se definido como uma comunidade de pessoas que, a
fim de realizar as suas ideias de bem comum institui num dado território. O estado subordina-se
a constituição e funda se na legalidade democrática sendo parte das tarefas fundamentais do
Estado a defender a democracia política, promover o bem-estar e a qualidade da vida do povo,
bem como efeitivação dos direitos económico, sociais, culturais e ambientais, mediante a
transformação e modernização das estruturas económicas e sociais, promover o desenvolvimento
do território.

2.5. Origem do Estado em Platão


A origem do Estado deve-se ao facto de o Homem não ser auto-suficiente. De facto, ninguém
pode ser, ao mesmo tempo, professor, advogado, mecânico, técnico de frio, etc., Para satisfazer
todas as suas necessidades, o Homem deve associar-se a outros homens e dividir com eles as
virias ocupações.

2.6. Comunismo/idealismo
Em A República, Platão imagina que todas as crianças devem ser criadas pelo Estado e que até
aos vinte anos todos devem receber a mesma educação. Nessa altura, ocorre o primeiro corte e
definem-se as pessoas que, por possuírem “alma de bronze”, têm uma sensibilidade grosseira e
por isso devem dedicar-se à agricultura, ao artesanato e ao comércio. Os outros prosseguem os
estudos durante mais dez anos, momento em que acontecera um segundo corte. Os que tem
“alma de prata” dedicar-se-ão à defesa da cidade. Conhecerão, então, a filosofia, que eleva a
alma até ao conhecimento mais puro e que é a fonte da verdade. Aos cinquenta anos, aqueles que
passaram com sucesso por essa serie de provas estarão aptos a ser admitidos no corpo supremo
dos magistrados. Como são os mais sábios, também serão os mais justos, uma vez que justo é
aquele que conhece a justiça, a justiça constitui a principal virtude, a condição das outras
virtudes.

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2.7. Classes sociais
A partir do comunismo de Platão podemos antever a sua organização social. Ele parte do
princípio de que os homens são diferentes e que, portanto, deverão ocupar lugares e funções
diferentes na sociedade. Dependendo do metal da alma de cada um, a sociedade organiza-se em
três classes:

 Trabalhadores (camponeses, artesãos e comerciantes), soldados e magistrados


governantes). Os trabalhadores deverão garantir a subsistência da cidade; os soldados, a
sua defesa e os magistrados, dirigir a cidade, mantendo-a coesa.

2.8. Formas de governo


A melhor forma de governo, segundo Platão é:

 A monarquia, sob o comando de um filósofo-rei, que governaria a pólis de acordo com a


justiça e preservaria a sua unidade, a sua segunda opção seria;
 A aristocracia composta por filósofos e guerreiros. A fase mais corrompida da
aristocracia é a oligarquia, em que a ganância pelo poder e pela honra é superada pela
avidez de riqueza. Quando a máquina política cai nas mãos dos abastados, e o povo
torna-se desesperadamente pobre e este expulsa os ricos do poder e implanta a
democracia.
 Aos olhos de Platão, a democracia é o pior dos governos, pois, estando o poder nas mãos
dos povos, e sendo este incapaz de conhecer a ciência política, facilita, através da
demagogia o aparecimento da tirania.

2.9. Origem do Estado (é Convencional)


Platão defende que os homens formam o Estado não por uma tendência ou inclinação natural,
mas por força das necessidades de se garantir a si mesmo. Isto é, deve-se de o Homem não
ser auto-suficiente pelo facto de o homem não se bastar a si mesmo. Ninguém pode ocupar ao
mesmo tempo diversas profissões, por isso, o homem decide associar-se aos outros homens e
criar o Estado, cada um com a sua tarefa social específica numa área. Portanto, o Estado tem uma
origem convencional, isto é, é fruto de acordo mútuo dos homens.

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a) Concepção Política

Platão definiu a política como arte de conduzir a sociedade humana, e finalmente definiu a
política como a arte de governar os homens através de persuasão ou com o seu consentimento,
em oposição ao governo de homens por meio de coerção ou pela força.

Para Platão, a primeira condição para a vida política é o conhecimento, a ciência, é a ciência de
governar, a segunda condição é o temperamento pessoal típico de quem se dedica á política. O
ideal para Platão é que o Estado seja governado pelos filósofos enquanto conhecedores da
ciência política e do bem supremo, isto é, os filósofos se tornem reis como governantes do
Estado ideal de Platão.

b) Classes Sociais

Segundo Platão, no seu Estado-ideal, a sociedade divide-se em classes sociais:

 Trabalhadores (camponeses, artesãos e comerciantes);

 Dos guerreiros (soldados ou guardas que defendem a cidade e os governantes);

 Dos magistrados ou governantes (que dirigem a cidade).

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3. Conclusão
Após o término do trabalho o grupo conclui que Platão não desejava restaurar nenhum sistema
político. A experiência havia mostrado que, nem a oligarquia, nem a monarquia, nem a teocracia,
nem a democracia funcionavam bem ("funcionar bem", para Platão, significava "ser justo"). O
que Platão pretendia era, em verdade, criar uma forma de governo perfeita, baseada
exclusivamente na racionalidade. O grande equívoco de Platão foi imaginar que os filósofos, por
supostamente terem o domínio da razão, não fossem capazes de cometer injustiças. Seu projeto
político jamais foi posta em prática.

O Estado é um ente jurídico, criado pelos signatários do contrato social e institui-se por meios de
ordenamentos. O Estado também se caracteriza por ser senhor da ordem jurídica, posto que
elabora, executa e aplica as leis. As regras, criadas pelo Estado, são superiores às regras sociais,
de cortesia ou morais. Em geral, as regras sociais não dispõem de sanção exercida por
particulares ou por autoridades públicas. O ordenamento jurídico estatal, contudo, é impositivo,
atribuindo às autoridades o poder de, compulsoriamente, exigir o respeito, observada a
legalidade. O Estado, mesmo que esteja no comando ou como guardião da ordem jurídica, não é
ou não deve ser titular de poderes absolutos. Age e reage, somente, se os poderes de agir e reagir
estão nas leis, defesa e proteção dos interesses sociais.

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4. Referências Bibliográficas
BARROS, Gilda N. M. de. Platão em Siracusa – a conversão do Tirano. Revista Internacional
d’Humanitats, ano IX, n. 10, p. 31-38, 2006. Acessado em 09/02/2016.

JAEGER, Werner Wilhelm. Paidéia: a formação do homem grego. 4. ed. São Paulo: Martins
Fontes, 2001.

LARA, Tiago Adão. Caminhos da razão no Ocidente: a filosofia nas suas origens gregas. 4. ed.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1989. (Coleção Caminhos da Razão)

MENESCAL, Ana Alice M. A idéia de justiça e a formação da cidade ideal na República de


Platão. Dissertação (Mestrado em Filosofia). Departamento de Filosofia. Universidade Estadual
do Ceará. Fortaleza, 2009.

PLATÃO. A República. Trad. Maria Helena da Rocha Pereira. 7. ed. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian, 1993.

Cartas. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: Universidade do Pará, 1980. Vol V

Marginalia Platonica. Introdução. A Carta Sétima. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém:
Universidade do Pará, 1973.

PLATÓN. La República. Traducción, notas y estudio preliminar: José Manuel Pabón y Manuel
Frenández-Galiano. Madrid: Centro de Estudios Políticos Y Constitucionales, 2006. (Colección
Clásicos Políticos)

VELOSO, Cláudio William. A verdadeira cidade de Platão. Kriterion, Belo Horizonte, vol. 44, n.
107, p. 72-85, jun. 2003. Acessado em 09/02/2016.

WHITEHEAD, Alfred. N. Process and reality: an essay in Cosmology. New York: Free Press,
1978.

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