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Análise Financeira Resumo

Resumo de análise

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Maria Borges
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Análise Financeira

As demonstrações financeiras
São quatro documentos principais que atendem a apresentar a informação financeira da
empresa e que, individualmente vão dar resposta às seguintes questões específicas:
• Qual o valor da riqueza acumulada por uma empresa no final de um determinado período -
Balanço (abordagem estritamente financeira: receitas e despesas)
• Qual o valor da riqueza criada por uma empresa durante um determinado período -
Demonstração dos Resultados e Demonstração de alterações do capital próprio (abordagem
económica: rendimentos e gastos)
• Qual o montante de recebimentos e pagamentos efetuados por uma empresa durante um
determinado período - Demonstração dos fluxos de caixa (abordagem monetária:
recebimentos e pagamentos)
O Balanço
• A principal função é mostrar a situação da empresa num determinado momento, como se
tratasse de uma “fotografia” à sua posição
• É um mapa patrimonial, ou seja, espelha a composição e o valor do património de uma
empresa num determinado momento. O conceito de património traduz-se em bens e direitos
de uma empresa sobre terceiros (elementos ativos) ou em obrigações da empresa para com
outras entidades (elementos passivos). A diferença entre estes dois conjuntos de elementos
designa-se por capital próprio.
É nesta relação entre ativo, passivo e capital próprio que assenta a denominada igualdade do balanço.
Ativo= Capital Próprio + Passivo
Balanço patrimonial cuja primeira apresentação decorre do Balanço elaborado de acordo com o
Sistema de Normalização Contabilísticas (Balanço Contabilístico) Grau de exigibilidade
Grau de Liquidez

Capital Próprio
Ativo

Passivo = Capital
Alheio

O Ativo corresponde aos bens e direitos detidos pela empresa


O Passivo representa os compromissos, as obrigações que a empresa tem perante terceiros
O Capital Próprio corresponde ao Património dos detentores de capital, sendo o excedente que resulta
da transformação dos ativos em meios monetários, após dedução das dividas.
O Ativo
A liquidez é uma das características que distingue aos ativos entre si e que serve de critério à sua
apresentação no balanço. Por maior ou menor liquidez de um ativo entende-se a sua maior ou menor
capacidade e rapidez de conversão em moeda. A um primeiro nível podemos classificar os ativos em
ativo não corrente e ativo corrente.

• Ativo não corrente: Elementos detidos com o objetivo de gerar riqueza, ou seja, permitir à
empresa desenvolver a sua atividade. Podemos categorizar este conjunto em ativo tangível,
ativo intangível, investimentos financeiros de longo prazo e as dividas a receber que sejam
recuperáveis num prazo superior a um ano.
• Ativo corrente: Elementos ativos que, com maior liquidez. Avultam nesta categoria os
inventários, as dividas a receber e as disponibilidades.
Nota: No lado esquerdo a aplicação de fundos e do lado direito a origem de fundos
O passivo
Os elementos passivos surgem ordenados por grau crescente de exigibilidade, isto é, de acordo com
o grau de necessidade de se cumprirem as obrigações.
• Passivo não corrente: São os elementos menos exigíveis, ou seja, apresentam prazos para o
vencimento mais alargados.
• Passivo corrente: Contemplam as obrigações cujo prazo para o vencimento é mais curto.
O Capital Próprio
Corresponde às obrigações financeiras da empresa para com os seus sócios ou acionistas. Traduz-se
nos direitos que os sócios/acionistas têm sobre os ativos da empresa após serem liquidadas todas as
obrigações.
Fazem parte o capital realizado, as reservas e resultados transitados e o resultado líquido. Por capital
entende-se que o capital que foi investido pelos sócios/acionistas aquando da constituição da
sociedade. As restantes componentes correspondem aos resultados, isto é, à riqueza gerada no
período (resultado líquido) ou em períodos anteriores e que não tenham sido distribuídos (as reservas
e resultados transitados).
A Demonstração de Resultados
É a demonstração financeira que mede o valor da riqueza criada durante um determinado período de
tempo, coincidindo este intervalo, com o período entre as datas dos balanços consecutivos.
O conceito fundamental é o resultado, qualquer que seja a sua natureza, entende-se sempre como a
diferença entre duas grandezas, os rendimentos e os gastos.
Resultado – Rendimentos – Gastos
Temos três grandes grupos na demonstração de resultados:
- Resultado operacional
- Resultado financeiro
- Resultado líquido
Rendimentos e Gastos Período N
Vendas
Custo das Mercadorias Vendidas e das Matérias Consumidas
Fornecimento e serviços externos
Gastos com o pessoal
Outros rendimentos e ganhos
Outros gastos e perdas

EBITDA - MLB

Gastos/reversões de depreciações e de amortizações


Imparidades de investimentos depreciáveis/amortizáveis

EBIT – Resultado operacional

Resultados financeiros

EBT – Resultados antes de impostos

Imposto sobre o rendimento

Resultado líquido do período

EBITDA (Earning before interest, taxes, depreciation and amortization): Está relacionado com
as atividades que constituem o objetivo principal da empresa excetuando os gastos/reversões
associadas às amortizações e depreciações de ativos
EBIT (Earning before interest, taxes): Para além dos rendimentos e gastos considerados
anteriormente, considera o efeito dos gastos/reversões das amortizações e depreciações dos
ativos
EBT (Earning before taxes): Concorre para a sua formação o resultado operacional e o
resultado da função financeira
RL (Resultado líquido): Corresponde ao RAI após corrigido do efeito fiscal decorrente da
tributação do rendimento.
Nota: EBT e RL são consequências do EBIT
A natureza dos resultados que dão origem a um determinado resultado líquido pode constituir
um bom indicador da sustentabilidade desse mesmo resultado. Veja-se o exemplo das empresas A e
B, que apesar de apresentarem um resultado líquido equivalente, apresentam resultados operacionais
diferentes.
Empresa A Empresa B
Resultados operacionais 250 000 -50 000
Rendimentos financeiros 50 000 200 000
Gastos financeiros -200 000 -50 000
Resultado antes impostos 100 000 100 000
Imposto s/ rendimento -30 000 -30 000
Resultado líquido 70 000 70 000
A demonstração das alterações no capital próprio
• Oferece uma visão global da situação inicial do capital próprio da entidade e dos seus
componentes, assim como a demonstração das variações ocorridas em cada uma delas no
decorrer do exercício, mostrando igualmente, a situação do capital próprio no final do
período.
• A alteração global do capital próprio durante um período representa a quantia total dos
rendimentos e gastos, incluindo ganhos e perdas, geradas pelas atividades da entidade
durante esse período, quer esses itens de rendimentos e gastos sejam reconhecidos nos
resultados ou diretamente como alteração do capital próprio.
A demonstração dos fluxos de caixa
Tem como principal objetivo elucidar os utentes da informação financeira sobre o modo como a
empresa gera e utiliza dinheiro num determinado período (normalmente anual), em termos dos fluxos
gerados pelas atividades desenvolvidas.
• A demonstração de resultados é um documento síntese dos fluxos económicos, ou seja, dos
gastos e rendimentos, não permitindo determinar os movimentos monetários, ou seja, os
recebimentos e pagamentos. Nem sempre os gastos correspondem ou coincidem com saídas
de dinheiro (pagamentos), nem os rendimentos com a entrada (recebimentos).
• A demonstração dos fluxos de caixa é a demonstração financeira que tem por objetivo
mostrar qual a posição da empresa, em termos de disponibilidades, no início e no fim do
período em analise, assim como explicar a sua variação, ou seja, de que forma foi gerado e
utilizado o dinheiro durante esse tempo.
• É uma síntese dos pagamentos e recebimentos efetuados, classificados de acordo com as
atividades da empresa que lhe deram origem:
- Fluxos das atividades operacionais – gerados pelas operações normais da empresa
- Fluxos das atividades investimento – inclui pagamentos que decorrem essencialmente
da aquisição e alienação de ativos não corrente
- Fluxos das atividades financiamento – compreende as diferentes formas de obtenção e
reembolso de fundos externos à empresa
Fluxos – Ligados ao Ciclo de Exploração
No desenvolvimento da sua atividade económica a empresa estabelece relações, umas orientadas
para os aspetos internos, outras para o exterior.
Estas relações traduzem-se por fluxos de bens e serviços, aos quais correspondem em regra fluxos
monetários de sentido inverso, pelo que importa distinguir duas categorias de fluxos: reais (bens e
serviços) e os financeiros (meios monetários)

Fluxos Reais Fluxos Monetários

Fornecedores
(materiais e mão Compras Pagamento a
Gasto fornecedores
de obra)

Produção

Recebimento
Clientes Vendas Rendimento Clientes
Fluxos Económicos, Fluxos Financeiros e Fluxos de Tesouraria
Económico Financeiros Tesouraria
(Financeiro em sentido lato) (Financeiros em sentido restrito)
↓ ↓ ↓
Rendimento Receita Recebimento
Gasto Despesa Pagamento

Rendimento: Aumento do benefício económico


Gasto: Diminuição do benefício económico
Receita: Contrapartida financeira que a empresa tem a receber
Despesa: Contrapartida financeira que a empresa tem a pagar
Recebimento: Entrada de meios de pagamentos
Pagamento: Saída de meios de pagamento
Os Ciclos Financeiros
Definidos os produtos finais e a quem se destinam (exploração) permanecem um conjunto de
questões cruciais por decidir, que se prendem com a capacidade de produção (investimento) e com
nível de endividamento que a empresa deve atingir (financiamento). Ou seja, o montante de
investimento, a relação entre capitais próprios e capitais alheios (estrutura financeira), com que a
entidade negociar os empréstimos e qual o grau de diversidade de instrumentos financeiros a utilizar.
Tipologia:
• Ciclo das operações: Constitui o objeto da empresa e tem em conta os fluxos monetários de
entrada e saída, resultantes da exploração da empresa. Constitui informação relevante os
fluxos gerados na atividade operacional.
• Ciclo do investimento: Compreende as operações relativas à aquisição ou alienação de ativos
não correntes, tangíveis, intangíveis e investimentos financeiros. Compreende as operações
no âmbito das decisões estratégicas. Evidência montante dos dispêndios efetuados em
investimentos, tendo em vista obter, no futuro fluxos monetários.
• Ciclo do financiamento: incorreto financiamento dos investimentos origina graves
desequilíbrios estruturais da situação de tesouraria, pelo que neste ciclo se engloba as
operações que resultam em alterações da composição e valor dos empréstimos obtidos e do
capital próprio da empresa.
Balanço financeiro

Aplicações de Capitais permanentes


investimento Ciclo de financiamento
Ciclo de investimento

Ativo Corrente Passivo corrente


Ciclo de exploração Ciclo de exploração

Aplicações Recursos
Instrumentos de base da análise financeira
1. Introdução
Um rácio/indicador não é mais que uma relação entre duas grandezas significativas, que pde ser
expresso em valor absoluto ou percentagem.
O cálculo dos rácios/indicador tem por objetivo permitir uma indicação rápida sobre um determinado
aspeto da gestão financeira da empresa. A sua utilização generalizada resulta essencialmente de:
- Facilidade e rapidez de calculo
- Comparabilidade intra e interempresas
- Utilização de informação acessível
- Possibilita indicações ou conclusões de forma imediata
No entanto, a sua utilização requer alguns cuidados:
• Os elementos contabilísticos devem ser consistentes de um exercício para o outro;
• O seu cálculo deve abranger vários exercícios (com referência de um mínimo de 3 anos). A
comparabilidade no tempo produz conclusões muito mais sustentadas;
• Utilizar, sempre que possível o benchmarking, seja em termos de médias setoriais ou de
empresas que se considerem comparáveis e de referência.
Na análise financeira das empresas, o método dos rácios serve nomeadamente, para analisar:
• A evolução da estrutura das aplicações e das origens de fundos;
• O equilíbrio entre os prazos de liquidez das aplicações e da exigibilidade das rigens de fundos;
• A evolução da atividade;
• A eficiência da gestão.

2. Rácio das atividades


De acordo com o tipo de ativos considerados no cálculo, estes rácios podem subdividirem-se em rácios
de atividade de curto prazo ou de médio e longo prazo.
2.1. Rácios de atividade a curto prazo
Os resultados destes rácios são interpretados em termos do número de rotações ou em
termos de duração.
Rotação dos inventários:
Custo dos produtos vendidos/ Inventários + Ativos biológicos
→ Representa o número de vezes que os inventários são renovados durante o exercício económico.

Duração Média dos inventários (DMI):


Inventários + Ativos biológicos x 365/ Custo dos produtos vendidos
→ Indica o tempo médio de duração
Atendendo à natureza da atividade temos:

• Atividade comercial:
Duração média de mercadorias:
(Stock de mercadorias/ Custo das mercadorias vendidas) x 365
• Atividade industrial:
Duração média de matérias-primas:
(Stock de matérias-primas/Custo das merc. Consumidas) x 365
Duração média de produtos acabados:
(Stock de produtos acabados/ Custo de vendas) x 365
Duração média de produtos em curso:
(Stock de produto em curso/ Custo de prod. x % de acabamento) x365

• Atividade agrícola:
Duração média de ativos biológicos:
(Ativos biológicos/ Custo de imputados à produção) x 365
2.2. Rácios de atividade de médio e longo prazo
Rotação do ativo total = Volume de negócios/ Ativo total
→ Mede o nível de vendas gerado pelo investimento realizado (aplicações de fundos) e, na prática,
representa o nº de unidades vendidas por cada unidade monetária investida.
3. Rácio e indicadores de liquidez
O conceito de liquidez está relacionado com a capacidade de um determinado ativo ser
transformado em meios líquidos. Os rácios e os indicadores de liquidez têm como objetivo avaliar a
capacidade de uma empresa cumprir as suas responsabilidades correntes.
Duração do ciclo operacional (DCO) = DMI + PMR --> Indica o número de dias necessários até que os
inventários se vendam e se convertem em meios monetários, representado tempo de duração do ciclo
de exploração.
Duração do ciclo financeiro (DCF) = DCO – PMP --> Indica o número de dias em que os meios
monetários estão imobilizados no ciclo operacional.
Liquidez geral = Ativo corrente/ Passivo corrente
→ Aprecia o equilíbrio entre recursos e obrigações de curto prazo, avaliando a aptidão da
empresa para fazer face aos seus compromissos de curto prazo.
Liquidez reduzida = Ativo corrente - (Inventário + Ativo biológico) / Passivo corrente
→ Permite verificar a capacidade em solver os compromissos de curto prazo através da
transformação dos ativos correntes em meios monetários, excluindo aqueles que apresentam
menor grau de liquidez.
Liquidez imediata = Meios financeiros líquidos/Passivo corrente
→ Reflete apenas o valor imediatamente disponível para fazer face ao passivo corrente.
4. Rácios financeiros de médio e longo prazo
Para analisar o equilíbrio financeiro de médio e longo prazo (MLP) é comum o recurso a rácios
de estrutura de capital e de solvabilidade que, por um lado, permitem conhecer a combinação das
diferentes origens de capitais a que a empresa recorre para financiar os seus ativos e, por outro,
possibilitam avaliar a capacidade da empresa solver os seus compromissos de MLP.
Rácio da autonomia financeira = Capital próprio / Ativo total
→ Determina a Independência da empresa fase ao capital alheio e representa a proporção do
ativo total que é financiada com a capital próprio. É um indicador particularmente valorizado
pelos analistas de créditos.
Rácio da solvabilidade = Capital próprio/ Passivo
→ Determina o grau de cobertura do passivo por capital próprio, avaliando a capacidade da
empresa para fazer face aos seus compromissos, o que acaba por refletir o risco que os
credores correm.
Rácio da estrutura de capital = Passivo não corrente / Capital próprio
→ Também denominado Debt to Equity, aprecia o equilíbrio das massas patrimoniais
constituintes dos recursos estáveis, avaliando se o elemento predominante é o passivo não
corrente ou o capital próprio.
Rácio da estabilidade do financiamento = Recursos estáveis/ Investimentos
→ Avalia em que medida os recursos estáveis financiam o investimento, ou seja, afere a
estabilidade e a constância do financiamento.
Rácio da estrutura do passivo = Passivo corrente / Passivo não corrente
→ Indica qual o elemento predominante do passivo, isto é, se é o corrente ou se é o passivo
exigível a MLP, o que permite medir a temporalidade do endividamento.
Rácio cobertura gastos Financiamento = (EBIT + Rendimento Financeiro) / Gastos financeiros
→ Mede a extensão na qual existem resultados disponíveis para suportar os encargos
financeiros.

Gestão de tesouraria
1. Estudo do Fundo de Maneio
• O que é o equilíbrio financeiro e qual a sua importância?
A análise do equilíbrio financeiro permite identificar a estrutura de financiamento da empresa
e se existe uma adequação entre Origens e Aplicações de Fundos que permita otimizar o desempenho
empresarial. (Se a exigibilidade das Origens de Fundos se adequa à liquidez das Aplicações de Fundo)
Esta análise assenta essencialmente no estudo dos balanços da empresa, que deverão ser
previamente preparados para o efeito. Pretende-se, que o balanço traduza o mais fielmente possível
a situação real de valorização de ativos e passivos, o que implica a correta classificação das rubricas
patrimoniais face às expectativas de temporalidade, da liquidez (no caso dos ativos) e da exigibilidade
(no caso dos passivos).
Refira-se que nesta perspetiva o que distingue os Capitais Próprios do Passivo é o seu grau de
exigibilidade. É nulo ou praticamente nulo ou praticamente nulo para os Capitais Próprios e de
exigibilidade diferenciada no caso do Passivo - elevada no Passivo de corrente e reduzida no Passivo
não corrente.
A base da partida para o estudo do Fundo de Maneio é o Balanço Patrimonial cuja primeira
apresentação decorre do Balanço elaborado de acordo com o Sistema de Normalização Contabilística
(Balanço Contabilístico)

Grau de exigibilidade
Grau de Liquidez

Capital Próprio
Ativo
Passivo = Capital
Alheio

O Ativo corresponde aos bens e direitos detidos pela empresa


O Passivo representa os compromissos, as obrigações que a empresa tem perante terceiros
O Capital Próprio corresponde ao Património dos detentores de capital, sendo o excedente que resulta
da transformação dos ativos em meios monetários, após dedução das dividas.

A introdução dos conceitos de liquidez e de exigibilidade reflete a introdução do fator


tempo na classificação das rubricas do balanço

As aplicações de fundos correspondem ao As origens de fundo representam o


investimento e organizam-se seguindo o financiamento da empresa e dispõem-se por
critério de liquidez crescente. O grau de ordem de exigibilidade crescente. O grau de
liquidez de uma aplicação é medido pelo tempo exigibilidade de uma origem de fundos é dado
que esse investimento demora a transformar- pelo prazo de vencimento de uma divida a
se em meios monetários. terceiros

A Compatibilização entre a liquidez das aplicações e a exigibilidade das origens


é um exercício importante que nos ajuda na primeira apreciação da estrutura
financeira da empresa.

A introdução do fator tempo permite reclassificar as rubricas balanço, dando origem ao


Balanço Financeiro.
Cap. Permanente=
Ativo não corrente Cap. Próprio +
Passivo não corrente

Ativo corrente Passivo corrente


Será, pois, importante progredir na interligação que se pode efetuar entre o grau de liquidez e o
grau de exigibilidade → Regra d equilíbrio financeiro mínimo → Cada aplicação deve ser financiada
por uma origem cujo grau de exigibilidade deve ser pelo menos igual ao grau de liquidez da aplicação
que está a financiar.
Conceito de Fundo de Maneio
Excedente do Capital Permanente (CP) não afeto ao financiamento do Ativo não corrente ou
Ativo Fixo (AF).
Fundo Maneio (FM)= Capital Permanente (CP) – Ativo não corrente ou Fixo (AF)
Tendo em conta a igualdade do Balanço:
Fundo Maneio (FM) = Ativo Corrente (AC) – Passivo Corrente (PC)
Em termos gráficos, podemos ter as três situações:
• 1º Situação:

Ativo não corrente


(Ativo Fixo) Capital Permanente
FM = CP – AF > 0 ou AC – PC > 0

Ativo corrente Passivo corrente

A figura corresponde à situação em que os AC são maiores que os PC e, portanto, o FM é


positivo, o que reflete um excedente de liquidez relativamente às exigibilidades de curto prazo. Ou
dito de outra forma há uma parte d AC a ser financiada por CP. Trata-se de uma situação favorável ao
nível de solvabilidade.
• 2º Situação:

Ativo não corrente Capital


(Ativo Fixo) Permanente FM = CP – AF = 0 ou AC – PC = 0

Ativo corrente Passivo corrente

A figura corresponde à situação em que os AC são iguais aos PC e, portanto, o FM é nulo. Não
existe nem excedente nem défice de liquidez prevista face às exigibilidades previstas a curto prazo.
Ao nível de solvabilidade a situação é de equilíbrio, havendo, no entanto, o risco de a realização efetiva
dos elementos ativos correntes ser retardada face às expectativas iniciais, conduzindo a uma situação
deficitária.
• 3º Situação:

Ativo não corrente Capital Permanente


(Ativo Fixo)
FM = CP – AF < 0 ou AC – PC < 0
Passivo corrente
Ativo corrente

A figura corresponde à situação em que os AC são inferiores que os PC e, portanto, o FM é


negativo, o que implica um défice de liquidez face às exigibilidades previstas a curto prazo. A empresa
encontra-se numa solvabilidade deficiente, o que poderá implicar dificuldades no cumprimento das
suas obrigações financeiras.
Articulando com a regra do equilíbrio financeiro mínimo atras referida, pode-se afirmar que esta
regra é cumprida nos casos em que o FM é nulo ou positivo. No entanto, esta abordagem é mais
tradicional apresenta lacunas significativas quando se procede a uma análise mais profunda da
situação/estrutura financeira da empresa, dado que:
• A exigibilidade dos capitais permanentes (nomeadamente os capitais alheios) pode estar
desajustada com o período expectável de recuperação dos investimentos realizados, o
que poderá originar graves desequilíbrios de tesouraria, quando aparentemente a
empresa parece estar “equilibrada” (FM>0)
• O reconhecimento de que o FM deve ser positivo pode não ser suficiente para que a
empresa esteja equilibrada financeiramente, pois tal situação depende do nível e
dimensão do FM, o qual não pode ser fixado por nenhuma regra de referência, pois o seu
nível ótimo varia de acordo com o setor de atividade, com a dimensão da empresa e o seu
nível de atividade, com a sua cultura, com o seu estilo e as condições da organização e
gestão, etc.
• O facto de o FM ser obtido em valor absoluto, não permite analisar a adequação temporal
entre os ativos circulantes e os passivos circulantes, a nível da sua transformação,
respetivamente em liquidez e em exigibilidade imediata.
Em termos sintéticos, podem-se formular as seguintes regras:
• Um FM positivo é um sinal favorável em termos de solvabilidade;
• Um FM nulo traduz uma pressão sobre a liquidez e indica uma certa fragilidade da empresa
em matéria de solvabilidade;
• Um FM negativo permite prever dificuldades para a empresa em matéria de solvabilidade,
sugerindo a necessidade de intervenção com vista a melhorar a situação financeira
O estudo do FM tem sido efetuado em termos absolutos, podendo também ser efetuado em
termos relativos através dos rácios de Liquidez Geral (LG = AC/PC) e Cobertura do Ativo não corrente
(Fixo) por Capitais Permanentes (CAF = CP/AF).

• FM > 0  LG > 1; CAF > 1


Assim temos: • FM = 0  LG = 1; CAF = 1
• FM < 0  LG < 1; CAF < 1
2. Fundo de Maneio Necessário
Ao desenvolver a sua atividade a empresa identifica um conjunto de “necessidades”
indispensáveis ao funcionamento do ciclo de exploração, dispondo igualmente de um conjunto de
“recursos” que permitem garantir, total ou parcialmente, o financiamento desse mesmo ciclo de
exploração. A análise d ciclo de exploração permite assim, a identificação de Necessidades Cíclicas de
Exploração (NCE) e de Recursos Cíclicos de Exploração (RCE)
As NCE derivam d ciclo de exploração e são consideradas permanente renováveis. OO seu valor é
determinado pelas Políticas Operacionais seguidas pela empresa e encontram-se refletidas
nomeadamente:
• Nos valores dos Inventários de MP, Mercadorias e de produtos e Trabalhos em Curso e de
Produtos Acabados que garantam o funcionamento normal do ciclo de exploração
• Nos valores dos adiantamentos entregues a fornecedores de acordo com as condições
negociadas com os mesmos;
• Nos valores os créditos concedidos aos clientes e que reflete as condições previamente
negociadas
• No valor das Disponibilidades definidas (Reserva da Segurança Tesouraria).
Os RCE também decorrem do ciclo de exploração e das Políticas Operacionais seguidas pela
empresa e refletem-se nomeadamente:

• No valor do crédito obtido junto dos fornecedores resultante das condições previamente
negociadas;
• Nos valores dos créditos obtidos do Estado e Outros Entes Públicos, definidos pelas obrigações
fiscais e sociais decorrentes da atividade operacional;
• Nos valores dos adiantamentos de clientes que decorrem das condições usuais praticadas pela
empresa ou pelo setor.
Para além das Necessidades e dos Recursos Cíclicos podem existir necessidades e recursos de
caracter mais ocasional designados de Extraexploração, como por exemplo: i) Outras Contas a Receber
e a Pagar Diferimentos (NCEE), ii) Pfafonds de créditos, contas correntes caucionadas (RCEE).
É frequente a sobreposição dos ciclos de exploração (pelo facto de se iniciar um ciclo de produção
de um produto ainda antes de concluído(s) o(s) anterior(es), o que lhe confere um caracter de
permanência.
À diferença entre as Necessidades Cíclicas de Exploração (NCE) e os Recursos Cíclicos de
Exploração (RCE) corresponde ao Fundo de Maneio Necessário de Exploração (FMNE) e representa
as necessidades de financiamento líquidas decorrentes do ciclo de exploração das empresas:
• FMNE = NCE – RCE
O FMNE pode ser positivo ou negativo (face à prevalência das NCE ou dos RCE), sendo o seu nível
influenciado, pelo setor de atividade em que a empresa opera, pelas práticas de gestão operacional,
pela tecnologia, pela evolução do negócio, etc.
Para além do FMNE, identifica-se também o Fundo de Maneio Necessário Extraexploração
(FMNEE), que corresponde à diferença entre as Necessidades Cíclicas Extraexploração (NCEE) e os
Recursos Cíclicos Extraexploração (RCEE):

• FMNEE = NCEE – RCEE


A soma do FMNE e do FMNEE origina o Fundo de Maneio Necessário Total

• FMNEE + FMNE = FMT


3. A Tesouraria
Depois de identificados o fundo de Maneio e o Fundo de Manei Necessário, resta analisar a
relação que se estabelece entre ambos, refletida no indicador Tesouraria.

Ativo não corrente Ativo não corrente Capital Permanente


(Ativo Fixo) (Ativo Fixo)
Capital Permanente

Ativo necessário Passivo Necessário


Ativo corrente
Passivo corrente
EAT/EPT EAT/EPT

FM = CP – AF
Fm = AC – PC
Políticas Operacionais (Exploração) FMN = NA – PN
T = FM – FMN
ou
T = EAT - EPT

Os valores de Tesouraria (correspondem ao saldo entre Elementos Ativos de Tesouraria –


EAT e os elementos Passivos de Tesouraria – EPT), são determinados, pelas aplicações ou origens,
que num determinado momento da vida da empresa, se afiguram como excedentários ou excessivos
face aos valores cíclicos determinados pelas Políticas Operacionais da empresa, quer ainda pelas
rubricas de tipo monetário (Disponibilidades e Empréstimos de Curto Prazo) sem carácter estável.
➔ Existem rubricas residuais nos ciclos de funcionamento da empresa no curto prazo, as
quais têm implicações diretas na gestão de Tesouraria das empresas e que são
classificadas como EAT e EPT. O saldo entre estes dois agregados corresponde à
Tesouraria.
Real é o que a contabilidade nos dá
Ativo Passivo
R> N EAT EPT
R <N EPT EAT

T = EAT – EPT → Equação Orgânica da Tesouraria


Regra de Ouro
T = FM – FMN → Equação Fundamental da Tesouraria

FM = FMN + T  FM = (NFE – RFE) + (NFEE – RFEE) + (EAT – EPT)


O equilíbrio financeiro existe quando T é positiva ou nula, ou seja:

• T >= 0 ou FM - FMN >= 0


Tesouraria superavitária: T > 0

Idêntico raciocínio poderia ser feito para contemplar situações de tesouraria deficitária:
T< 0  FM – FMN <0
Nesta situação há necessidade de implementar medidas corretivas, de forma a assegurar o equilíbrio
financeiro de curto prazo.

• Aumento do Fundo de Maneio


- Aumento do Capital Permanente
A solução para uma tesouraria - Redução do Ativo não corrente
positiva passa por duas alternativas • Redução do Fundo de Maneio Necessário
- Redução das Necessidades cíclicas
- Aumento dos recursos Cíclicos
4. O Balanço Esquemático
Como se verificou nos pontos anteriores, o equilíbrio financeiro das empresas deve ser
analisado na perspetiva de Tesouraria, o que leva à necessidade de desagregar as rubricas que
compõem o Balanço Financeiro de forma mais dinâmica, e que permite identificar o Fundo de
Maneio Necessário e os valores de tesouraria.
1. Capital próprio
2. Passivos não correntes
3. Capital permanente (1+2)
4. Ativo não corrente
5. Fundo de Maneio (3-4)
6. Necessidade Cíclicas Exploração (NCE)
7. Recursos Cíclicos de Exploração (RCE)
8. FMNE (6-7)
9. Necessidades Cíclicas Exta- exploração (NCEE)
10. Recursos Cíclicos Extra-exploração (RCEE)
11. FMNEE (9-10)
12. FMN Total (8+11)
13. T = FM – FMN (5-12)
14. EAT
15. EPT
16. T- EAT- EPT
Esta forma de apresentar o Balanço Esquemático permite identificar os grandes agregados
que compõem a Equação Fundamental da Tesouraria, sendo um instrumento chave para analisar e
comentar o equilíbrio financeiro das empresas.

Balanço Esquemático
Balanço Económico

Fundo
Capital permanente Maneio Ativo não corrente Capital
Permanente
Ativo não corrente
Fundo de Maneio
Fundo Necessário Tesouraria
Necessidades Cíclicas Maneio
Necessário

Recursos
Cíclicos

EAT Tesouraria

EPT

Balanço contabilístico Balanço Financeiro

Ativo não corrente Capital Próprio Ativo não corrente Capital


(Ativo Fixo) (Ativo Fixo) Permanente

Capital alheio
Ativo corrente Ativo corrente Passivo corrente

Balanço Esquemático Balanço económico

• Capital Permanente
• Ativo não corrente Ativo não corrente Capital
• Necessidades Cíclicas Permanente
• Recursos Cíclicos
• Tesouraria Fundo de Maneio
Necessário Tesouraria
Rendibilidade e Crescimento
1. Introdução
Tanto na análise financeira como na análise económica, os elementos de base são fornecidos pela
contabilidade da empresa. Apesar da interligação evidente que existe entre as diferenças peças
contabilísticas, para o estudo da situação financeira baseamo-nos na análise do balanço, enquanto
que para a análise económica socorremo-nos principalmente da demonstração de resultados.
O estudo da situação económica da empresa permite determinar em que medida os recursos
postos à sua disposição são eficientemente utilizados de forma a atingir os seus objetivos
fundamentais: sobrevivência, crescimento, satisfação dos interesses das pessoas e entidades com que
se relaciona ou que nela participem (stakeholders).
O que é a Rendibilidade?
É a expressão monetária da eficiência dos recursos postos à disposição da empresa e, exprime-se
pela relação “Resultados Obtidos/ Meios Utilizados”.
2. Os Principais Indicadores Económicos
O estudo da situação económica e a necessidade de medir a eficiência da empresa a
diferentes níveis obriga à agregação dos resultados de acordo com o objetivo a atingir.

RO (EBIT) = Rendimentos operacionais – Gastos operacionais

A análise desagregada deste indicador, permite analisar as principais rubricas de


rendimentos e gastos que influenciam a rendibilidade operacional.
A valia o modo como estes resultados são gerados; para posteriormente aferir a
que se destinam

RAI (EBIT) = RO (EBIT) + Resultados Financeiros (RF)

Para se tomarem em consideração os efeitos da situação financeira, determinam-se os


Resultados Antes Impostos

Considerando ainda o efeito de fiscalidade, obtemos os resultados líquidos que


representam o montante à disposição dos sócios, para que a aplicação na remuneração
do capital próprio investido (dividendos) ou utilizados no autofinanciamento da empresa
(Resultados Líquidos Retidos -RLR)

• Resultado Líquido (RL) – RAI (EBT) – Imposto s/ Rendimento


• RL = RO (EBIT) + RF – Imposto
• RL = RLR + Dividendos
Refira-se o facto de que mais importante que aferir a dimensão do Resultado Líquido, é perceber
a contribuição dos diferentes resultados para a constituição do mesmo. Importa, pois, perceber o
impacto dos diferentes resultados elaborados ao longo da Demonstração de Resultados para a
formação do Resultado Líquido.
Por vezes, torna-se necessário um outro agrupamento das rubricas da Demonstração dos
Resultados, para medir a capacidade da empresa de gerar meios, isto é, importa apurar os Meios
Libertos.

Os Meios Libertos Brutos (MLB) são compostos pelos Resultados Operacionais (RO) e pelos
gastos suportados no exercício que não originam pagamentos (Depreciações / Amortizações e
Imparidades do Exercício, …)

MLB (EBITDA) = RO + Gastos não desembolsáveis (Dep/ Amort. Imparid.,


…)
Os Meios Libertos Brutos (MLB) permitem avaliar a capacidade da empresa em:

• Assegurar a manutenção da capacidade produtiva, o crescimento da empresa e o


reembolso do capital alheio;
• Remunerar os capitais investidos na empresa quer próprios (Dividendos) quer alheios
(Gastos Financeiros);
• Garantir as comparticipações a entregar ao Estado (Imposto sobre o Rendimento)

MLB = RLR + Dividendos + Imposto + RF + Dep/Amort. + Impar. = RO + Dep/amort. +


Impar.

Na análise da situação económica da empresa é também necessário delimitar o nível dos


meios libertos de forma a manter a integridade do seu capital e de remunerar os Capitais Próprios
pelo que surgem os Meios Libertos Líquidos (MLL)

MLL = RL + Dep/ Amort. + Imparidade


Os Meios Libertos Líquidos (MLL) constituem o contributo líquido para a tesouraria global da
empresa, ou seja, são o mais significativo dos recursos financeiros destinados a diversas finalidades:
remuneração dos capitais próprios (Dividendos), consolidação da situação financeira (reforço dos
Capitais Próprios), reembolso de débitos de financiamento (Reembolso de empréstimos).
Se aos Meios Libertos Líquidos (MLL) retirarmos os Resultados Distribuídos (Dividendos)
obtemos os Meios Libertos Líquidos Retidos (MLLR) ou Autofinanciamento.

MLLR = MLL – Dividendos = Autofinanciamento = RLR + Dep/Amort. + Imparidade


Este último conceito (Autofinanciamento), é fundamental no estudo do crescimento das
empresas, representando a parcela das aplicações de fundos que são financiadas sem recurso a
Capitais Alheios e sem causar pressões na tesouraria, sendo por essa razão um meio privilegiado de
financiamento dos ativos da empresa.
Todos os valores apresentados até ao momento assumem valores absolutos. Ora se se
pretende analisar a evolução histórica, os indicadores até agora referidos são importantes, mas a sua
interpretação deve ser complementada com outros indicadores relativos (rácios).
O cálculo destes indicadores relativos são um auxiliar importante para se poder analisar a
evolução (no tempo) de uma empresa e ainda, para se efetuarem análises comparativas da
rendabilidade de várias empresas, nomeadamente, no âmbito de um mesmo setor de atividade.
Um primeiro conjunto de indicadores obtém-se diretamente da Demonstração de Resultados,
comparando as diversas rubricas de custos com os proveitos operacionais:
• CMVMC / Proveitos Operacionais x 100
• Gastos c/ Pessoal / Proveitos Operacionais x 100
• Resultados Operacionais / Proveitos Operacionais x 100
Procura-se determinar o peso relativo de cada uma das rubricas de gastos ao longo de vários
exercícios (3 a 5 anos), tendo como propósito explicar as variações detetadas no período em análise
e medir a sua contribuição para a formação dos resultados.
Para se comparar a rendibilidade conseguida por várias empresas, pode ser relevante que a
análise não seja influenciada por fatores como: políticas de constituição de depreciações/
amortizações, imparidades, políticas financeiras, políticas de distribuição de resultados e regime fiscal.
Neste sentido utilizamos os conceitos de Meios Libertos Brutos relacionados com proveitos
operacionais.

MLB/ Proveitos Operacionais x 100


O segundo conjunto de rácios obtém-se da relação entre os resultados e os investimentos.
• A análise de rendibilidade é condicionada pelas decisões de investimento e
financiamento, pelo que se podem considerar dois tipos de rendibilidade para aferir da
oportunidade e eficácia destas decisões: a rendibilidade do ativo (também designada por
rendabilidade económica) e a rendabilidade do capital próprio (ou rendibilidade
financeira).

Rendibilidade operacional do ativo Avalia o retorno obtido, em termos


operacionais por cada unidade monetária
ROA = Resultado Operacional / Ativo total
investida na empresa

Mede o grau de remuneração dos sócios/


Rendibilidade d capital próprio
acionistas, avaliando o retorno do
RCP = Resultado Líquido / Capital Próprio investimento proporcionada aos
detentores de capital próprio
A degradação quer do ROA, quer do RCP, num conjunto de rácios financeiros proporciona uma
análise, com um nível de detalhe mais profundo, permitindo interpretações adicionais.

Rendibilidade das Rotação


vendas do ativo
Resultado Operacional Resultado Operacional Vendas
ROA = = x
Ativo Total Vendas Ativo Total

Verifica-se, assim, que a empresa pode aumentar a sua rendibilidade operacional por duas
vias: incrementado os resultados operacionais por unidade vendida (RO/V) e/ou aumentado a rotação
do ativo (V/A).
A rotação do ativo (V/A), é uma medida de eficiência, na medida em que permite aferir até
que ponto o conjunto de recursos afetos à atividade estão a conseguir materializar-se em vendas ou
prestação de serviços (rendimentos operacionais). O ótimo será, então, que com o menor
investimento possível em valores ativos da empresa consiga maximizar os valores dos rendimentos
gerados por esses mesmo recursos.
No que respeita à rendibilidade dos capitais próprios, a análise DuPont permite evidenciar
dois modelos:
• Modelo multiplicativo

Área Área Área


operacional financeira fiscal
RO VN A RAI RL
RCP= x x x x
VN A CP RO RAI

Daqui resulta que os comportamentos da RCP têm na sua base:


- Fatores operacionais: como a rendibilidade operacional do volume de negócios e a
rotação do ativo;
- Fatores financeiros: como o inverso da autonomia financeira, e a importância dos gastos
financeiros nos resultados;
- Fatores fiscais: que decorrem do efeito fiscal incidente sobre os rendimentos e gastos dos
exercícios.

• Modelo aditivo
RO RO CA
RCP = [ +( − i) ] x (1 − t)
A A CP

A análise da expressão permite concluir que a RCP depende:


- RO/A, a rendibilidade operacional do ativo (ROA) - capacidade do negócio em remunerar
todos os capitais investidos;
- (ROA- i), o diferencial entre a rendibilidade operacional do ativo e a remuneração do
capital alheio;
- CA/CP, a estrutura financeira (rácio de endividamento);
- (1-t), o efeito fiscal decorrente da aplicação do imposto sobre o rendimento.
A expressão permite afirmar que a rendibilidade Financeira depende de:
• Rendibilidade Operacional do Ativo
• Custo dos Capitais Alheios
• Da Estrutura Financeira
• Do efeito fiscal
Podemos concluir que:

• Quando o ROA for superior ao custo dos Capitais Alheios (i) a Rendibilidade dos Capitais
Próprios (RC’P) será uma função crescente do nível de endividamento (CA/C’P)
• Quando o ROA for igual ao i, o recurso ao endividamento não terá qualquer influencia sobre
a rendibilidade dos Capitais Próprios;
• Quando a ROA for inferior ao custo dos Capitais Alheios (i) a Rendibilidade dos Capitais
Próprios (RC’P) será uma função decrescente do nível de endividamento (CA/C’P).
O efeito de alavanca manifesta-se sempre que ocorram gastos financeiros de financiamento e
pode atuar num outro sentido (positivo ou negativo).
O efeito financeiro de alavanca permite analisar a capacidade da empresa, através do recurso ao
crédito, maximizar a rendibilidade dos Capitais Próprios.
Uma melhoria da Rendibilidade Financeira poderá, pois, ser conseguida através de uma utilização
mais adequada dos Capitais Alheios, nomeadamente de empréstimos Médio e Longo prazo.
No entanto, com o aumento do recurso aos Capitais Alheios, diminui a Autonomia Financeira
(C’P/ALT) da empresa e aumentará necessariamente o peso dos encargos financeiros, o que conduz à
diminuição do segundo termo do fator de alavanca.
No que respeita à análise da RCP, destaca-se o efeito de alavanca financeiro, o qual se concretiza
n impacto que a estrutura financeira da empresa, no que diz respeito ao mix dos capitais
alheios/capitais próprios, pode ter na RCP.
Cada unidade do ativo pode ser financiada por capitais próprios ou alheios. Se a rendibilidade
gerada pelo ativo (ROA) for superior a custo médio dos capitais alheios (i), então o recurso ao
endividamento majora a rendibilidade dos capitais próprios (RCP), na medida em que o excesso
gerado (ROA – i) CA/CP, acresce ao ROA.
A expressão (ROA – i) CA/CP é habitualmente designada por efeito financeiro de alavanca
(financial leverage). Representa um incremento na RCP, sempre que, sendo ROA> i, se incrementa o
nível de endividamento (registando-se o fenómeno contrário caso ROA< i).
EVA- Econmic Value Added

• É uma métrica que procura analisar o valor criado para o acionista.


O EVA é uma medida do lucro económico ou supranormal e obtém-se subtraindo o custo do
capital aos Resultados Antes de Juros e Depois de Impostos (RAJDI)
EVA = RO (1-t) – Km CI EVA- Valor Económico Acrescentado
RO- Resultado Operacional
t- Taxa imposto sobre lucro
CP CA
Km= Kcp CP+CA + KCA (i – t) CP−CA RO(1-t) – Resultado Operacional depois impostos
Km – Custo médio capital
CI- Capital Investido
O RO (1 – t) pode ser visto como o Resultado Líquido de uma empresa sem endividamento. Os
custos financeiros são refletidos através do custo médio do capital aplicado ao capital total investido.
Estes custos evidenciam os custos financeiros do capital alheio e a componente exigida para a
remuneração do capital próprio.
Deste modo, o EVA é uma medida de lucro excedentário (residual income, excess earning)
depois de ser convenientemente remunerado o capital total investido às taxas de rendibilidade
exigidas pelos credores e pelos acionistas.
Uma outra forma de evidenciar o EVA, é deduzir ao Resultado líquido o custo do Capital
Próprio.
• EVA = RL – KCPCP RL - Resultado Liquido
KCP- Custo do Capital Próprio
CP – Capital Próprio

3. Indicadores de desempenho bolsista


Esta categoria de rácios é aplicável a empresas com títulos cotados em Bolsa, relacionando a
cotação das ações da empresa com outros indicadores, como sejam: resultado líquido, dividendos e
valor contabilístico por ação.

Payout rácio
Indica a percentagem de resultado que é
Dividendos
POR = distribuída aos investidores via dividendos
Resultado liquido

Earning per share O valor do resultado proporcionado a cada


ação da empresa, avaliando a rendibilidade
Resultado liquido
EPS= por unidade de propriedade acionista.
nº de ações

Price earnings ratio Dá informação do preço que os investidores


Cotação da ação estão dispostos a pagar por cada unidade
PER = monetária de lucro
Resultado por ação

Dividend yield
Reflete o rendimento da ação via dividendos.
Dividendo por ação Um valor elevado está associado a uma política
DY =
Cotação da ação de distribuição de dividendos elevados

Market to book racio


Cotação da ação Avalia o estado do preço das ações
MB = relativamente ao seu valor contabilístico.
Valor Contabilistico da ação
Avaliação do Risco
1. Introdução / CAPM
No âmbito das finanças empresariais, o conceito de risco está frequentemente associado à
possibilidade de perdas decorrentes da probabilidade efetiva de que um determinado fluxo financeiro
positivo (negativo) venha a ocorrer em dimensão maior (menor) do que esperada.
Em termos gerais, o risco pode subdividir-se em:
• Risco específico: envolve aspetos especificamente relacionados com a empresa.
• Risco sistemático: corresponde ao risco de mercado em que a empresa está inserida,
decorrentes de variáveis não controladas pela empresa, tais como a inflação, a política
monetária e orçamental
O risco no âmbito das finanças empresariais (específico) pode decompor-se em: risco
económico ou operacional, risco financeiro e risco global. A sua análise é elaborada tendo por base a
Demonstração de Resultados e, na necessidade de quantificar a sensibilidade dos resultados à
variação das rúbricas que lhe dão origem - é neste âmbito que a nossa análise se vai centrar.
Deve tomar-se em consideração, as limitações desta análise, tendo por base os pressupostos
em que assenta, nomeadamente:
a) Os riscos totais decompõem-se em dois:
- Risco específico ou não sistemático associado particularmente a uma empresa e
à sua relação com os concorrentes. Por exemplo, o lançamento de um produto
inovador por parte de um concorrente pode afetar de forma grave o volume de
vendas e os resultados da empresa;
- Risco de mercado que afeta todas as empresas em geral, embora umas possam
ser mais afetadas que outras. Por exemplo, o aumento das taxas de juro, alteração
da conjuntura, etc.
b) Os investidores podem reduzir o risco do investimento através da diversificação, que
permite reduzir/eliminar o risco específico.
Muitas das técnicas de avalização de risco e da rendibilidade exigida para o capital próprio
baseiam-se na análise de mercado e de empresas compatíveis. No entanto, a seleção de empresas
com risco semelhante e a avaliação do risco da empresa, embora baseadas em algumas técnicas
financeiras tem alguma componente de subjetividade e de discrionariedade.
CAPM (Capital asset pricing model) - é o modelo mais conhecido e utilizado pelos analistas financeiros
para estimar o custo do capital próprio. O modelo indica de forma direta a relação entre o risco e a
rendibilidade exigida pelos acionistas, isto é, o custo do capital próprio.
E (re)= rf + βe [E (rm) – rf]

E(re) – Rendibilidade exigida pelos acionistas ou custo de oportunidade dos capitais próprios
Rf - Taxa de juros sem risco (ex: Títulos do tesouro)
Βe – Índice de risco do ativo financeiro - representa a sensibilidade do rendimento do ativo em relação
ao mercado
E (rm) – Rendibilidade do mercado esperada a médio/longo prazo
E (rm) – rf – Prémio do risco moderado

𝐶𝑜𝑣 (𝑟𝑒 𝑟𝑚 )
Βe =
𝑉𝑎𝑟 (𝑟𝑚 )
Este modelo tem uma aplicação restrita porque só serve para empresas cotadas. A
consciencialização deste inconveniente levou a alguns autores a estimar a sensibilidade dos resultados
da empresa face às variações de um agregado económico de todas as empresas (variação dos
resultados da empresa/variação dos resultados agregados)
2. A Teoria do Custo Volume Resultado (CVR)
Vamos efetuar a análise do risco económico (operacional) da empresa, utilizando as
aplicações práticas da teoria Custo Volume Resultado.
Objetivo: O estudo da rendibilidade da empresa através da análise dos Rendimentos, dos Gastos
Operacionais e das relações estabelecidas entre eles, estreita ligação com o nível de Atividade.
Os gastos das empresas evoluem no tempo sob a influência de múltiplas variáveis: umas de
origem interna (eficiência de mão de obra, organização da produção, grau de mecanização, custos
unitários dos fatores produtivos e também do nível de atividade) e outras de origem externa (medidas
sociais, fiscais, económicas, etc)
A todos estes fatores, a teoria do CVR, atende exclusivamente a um – nível de atividade
(volume), que pode ser expresso tanto em unidades monetárias (Volume de Vendas), como em
unidades fiscais (Quantidades)
Tendo presente esta variável (nível de atividade) podemos distinguir os gastos em:
• Gastos Fixos: São independentes do nível de atividade durante o período em analise
• Gastos Variáveis: Encontram-se ligados ao nível de atividade
A teoria do CVR é de formulação teórica simples, no entanto, a separação prática entre gastos
fixos e os variáveis, nem sempre é fácil de efetuar, atendendo ao facto que existem gastos que se
podem designar como mistos (semifixos ou semi-variáveis), normalmente de difícil separação e
quantificação pratica.

• Possibilidade de classificação dos gastos em fixos e


variáveis
• Os gastos fixos mantem-se inalteráveis em
Pressupostos da teoria CVR determinado período
• Os gastos variáveis são diretamente proporcionais ao
volume de Vendas
• Não se considera a hipótese de formação de
inventários de produtos fabricados

Deste modo, os resultados Operacionais da empresa podem ser analisados tendo por base relações
muito simples.

Seja:

Q → Nivel de atividade expresso em unidades físicas vendidas (produzidas)


Gv →Gast variável unitário
GF →Gastos fixos totais (operacionais)
Pv → Preço de venda unitário
2.1. Risco Operacional
Podemos determinar:
• Nível de atividade (V) = Q x Pv
• Gasto Variável Total (GV) =Q x Gv
• Margem Bruta (MB) = Q x (Pv – Gv)
• Gasto total (GT) = Q x Gv + GF
• Resultado Operacional (RO) = V – GV - GF
• Resultado Operacional (RO) = Q (Pv – Gv) – GF
Ponto Crítico → Nível de atividade em que o Resultado Operacional (RO) de uma empresa é nulo
RO = 0  Q0 (Pv – Gv) – GF = 0
pelo que:
Q0 = GF/ (Pv – Gv) (em quantidade)
Se multiplicarmos a expressão anterior por Pv:
PvQ0 =Pv (GF/ (Pv – Gv)
V0 = GF/ ((Pv – Gv) / Pv)
V0= Gf / (1- Gv/ Pv) (em valor)
Margem de Segurança → Exprime a distância do nível de atividade, alcançado pela empresa,
relativamente ao ponto critico evidenciando a segurança em que a empresa funcionar acima/abaixo
de uma rendibilidade operacional nula.
MS = (V – V0) / V0 x 100
Ponto critico das vendas

Grau operacional (Económico) de Alavanca → Indica-nos em que medida uma dada variação nas
Quantidades Vendidas afeta o Resultado Operacional. O GOA pode ser definido como a variação
percentual ocorrida no Resultado Operacional, que resulta de uma variação percentual das vendas.

∆RO ∆Q(Pv − Gv) − ∆GF


RO = (V − GV) − GF ∆Q(Pv − Gv)QPv Q(Pv − Gv) MB
= = =
∆V ∆QPv ∆QPv [(V − GV) − GF] (V − GV) − GF RO
V QPv
Nota: O ΔGF=0, pois os GF, não se alteram com o nível de atividade.
O GOA será tanto mais elevado quanto a empresa se encontre a funcionar a um nível de
atividade próximo do Ponto Critico.
Risco Operacional → Traduz a probabilidade de o Resultado Operacional ser inadequado aos objetivos
da empresa ou até mesmo negativo, isto é, os rendimentos de operacionais não serem suficientes
para cobrirem os gastos operacionais (fixos e variáveis), ou de outra forma a empresa situar-se a um
nível de atividade inferior ao Ponto Critico.
O Risco Operacional de uma empresa pode ser avaliado de uma forma concreta recorrendo,
nomeadamente, a algumas das aplicações da Teoria do CVR:
• Quanto maior for o Grau Operacional de Alavanca, mais elevado será risco operacional, visto
que os resultados da empresa serão sensíveis a pequenas oscilações do Volume de Vendas;
• Quanto mais baixa for a Margem de Segurança, maior será o risco operacional, dado que, a
empresa funciona muito próximo do Ponto Critico, podendo a qualquer momento entrar na
zona de Resultados Operacionais negativos.
De forma isolada, quanto mais elevado for um ponto critico e menor a margem de segurança
(quando comparado com outras empresas do setor), maior será o seu risco económico, pois a empresa
terá de desenvolver um maior esforço para o conseguir alcançar, o que em períodos de recessão
poderá ser muito difícil ou mesmo impossível.
2.2. Risco Financeiro
Grau Financeiro de Alavanca (GFA) → É um indicador do risco financeiro e que se define como:

RO Var.% Resultados Operacionais


GFA = GFA=
RAI Var.% Resultados Antes Impostos

Visto que RO-RAI-Resultados Financeiros (RF), o Efeito Financeiro de Alavanca verifica-se


sempre que os Resultados Financeiros sejam negativos (Gastos Financeiros > Rendimentos
Financeiros)
O Grau Financeiro será igual a 1 quando não existem resultados financeiros e, tanto maior,
quanto mais negativos estes forem.
Risco Financeiro → Pode ser entendido com a probabilidade da empresa não conseguir cobrir todos
os Resultados Financeiros através do Resultado Operacional (RO) apurado, o que conduziria a um RAI
e RL negativos.
Nesta situação a empresa para além de não conseguir remunerar os Capitais Alheios ao valor
contratado, ver-se-ia na impossibilidade também, de remunerar os sócios ou acionistas pelos capitais
próprios investidos.
O Risco Financeiro será tanto mais elevado quanto maior for o grau de “leverage” financeiro.
2.3 Risco Global
Grau Combinado de Alavanca → A interdependência entre a situação económica e a situação
financeira, os graus financeiros e económicos estão interligados podendo ser expresso por:

MB RO MB
GCA = GOA x GFA = x =
RO RAI RAI

Permite relacionar diretamente as variações do nível de atividade da empresa com as


variações dos Resultados Líquidos (ou RAI).
Deste modo, pode analisar-se em que medida uma dada variação das Quantidades Vendidas
afeta os Resultados Antes Impostos, desde que os Resultados Financeiros se mantenham inalterados
e as rubricas de Outros Gastos e Outros Rendimentos se anulem entre si.
3. Risco de Falência - gestão previsional
Como complemento à análise financeira, é também possível utilizar alguns instrumentos de
gestão previsional assente em modelos estatísticos (regressão múltipla, modelos probabilísticos), com
o objetivo de ajudar a determinar o risco de falência num futuro não muito distante.
3.1. Z-Score de Altman
É uma fórmula que permite prever a probabilidade de uma empresa enfrentar uma situação
de falência num período de 2 anos a partir da data de análise, com uma fiabilidade de cerca de 70%.
O modelo assume variáveis e ponderadores diferentes em função da empresa ser cotada, não
cotada ou oriunda de mercados emergentes.
Para as empresas não cotadas o modelo expressa-se do segunte modo:
Z-Score = 0,72X1 +0,85X2 +3,1X3+0,42X4+X5 Onde:
A classificação para as empresas não cotadas é dada pelos X1 =Fundo de Maneio/Ativo Total
seguintes intervalos de valores: X2 = Resultados Retidos/ Ativo Total
X3= EBIT/ Ativo Total
• Se Z-Score < 1,23 → Probabilidade elevada de
X4 = Capital Próprio / Passivo Total
falência
X5= Vendas / Ativo Total
• Se 1,23 < Z-Score < 2,9 → Incerteza
• Se Z-Score > 2,9 → Probabilidade reduzida de
falência

4. Sistema de notação de risco de crédito


Os sistemas de notação de risco de crédito, vulgarmente conhecidos por sistemas de rating,
são processos aplicados à análise da capacidade de uma entidade cumprir atempada e integralmente
as responsabilidades assumidas no âmbito das necessidades de recurso de crédito.
Por norma, a sujeição ao rating é um requisito indispensável para as empresas conseguirem
obter financiamento externo nos mercados de valores mobiliários.
Na prática, o rating consiste no estudo Integrado de três componentes: a informação histórica
do desempenho da atividade, a previsibilidade quanto aos meios libertos operacionais e a
obrigatoriedade do pagamento de juros e de amortização de capital nas datas definidas.
Este procedimento traduz-se na elaboração de um relatório por uma entidade independente,
que reúne informação sintética, sistemática e comparável com a de outras entidades classificadas pelo
mesmo tipo de processo.
A elaboração do relatório e a atribuição da respetiva notação segue uma metodologia base
cujos passos são:

• Definição da operação a analisar, do montante, da moeda, prazo e finalidade da


operação;
• Conhecimento de outras características da operação (períodos de carência, garantias
exigidas, etc);
• Análise de risco do setor de atividade e do quadro institucional;
• Estudo do posicionamento da empresa no mercado;
• Análise de rendibilidade da empresa, estrutura de gastos, margens, etc;
• Análise da situação financeira: nível de endividamento, características do passivo e
condições de equilíbrio financeiro;
• Atribuição da notação de rating com base numa escala pré-definida.

Análise de Fluxos
1. Introdução
A análise baseada nos fluxos visa ultrapassar algumas das limitações da análise tradicional e a
necessidade deste tipo de abordagem está bem patente na rapidez com que se introduziu no mercado
financeiro a obrigatoriedade de elaboração da Demonstração do Fluxo de Caixa. Em sede de SNC, a
NCRF 2 veio tornar esta demonstração financeira de elaboração obrigatória para a generalidade das
organizações (executam-se as pequenas e micro entidades e as instituições sem fins lucrativos) tendo
por objetivo exigir informação sobre as alterações de caixa e seus equivalentes.
O apuramento dos resultados do exercício pode-se efetuar através da aplicação de alguns
princípios que se podem resumir em:
Princípios Apuramento dos Resultados Demonstração Financeiras
Especialidade Económica Rendimento – Gastos Demonstração Resultados
Regime de caixa Recebimento - Pagamentos Fluxos de caixa

O SNC estabelece o princípio da especialização económica dos exercícios para o apuramento dos
resultados, considerando-se neste capítulo que a avaliação dos resultados deve antes efetuar-se com
base nos fluxos gerados na atividade, pois o desempenho das empresas pode ser medido pela
diferença entre os Recebimentos e os Pagamentos, ou seja pelo regime de caixa atrás referido.
Enquanto o princípio da especialização económica dos exercícios permite o apuramento dos
resultados económicos já não permite obter informações sobre a capacidade financeira da empresa
para cumprir com os seus compromissos.
Os resultados económicos são independentes dos fluxos financeiros, podendo a empresa in
extremis ter resultados económicos positivos e cash-flows (diferença entre as entradas e as saídas de
caixa) de tal forma negativos que comprometam a sua sobrevivência.
Para colmatar esta insuficiência os analistas, quando não utilizam esta metodologia, servem-se de
indicadores que permitem a determinação aproximada do Cash-Flow. É o caso do autofinanciamento
(Resultados Retidos + Imparidades/Provisões do exercício + Depreciações/amortizações do exercício)
que possibilita a determinação da capacidade de gerar meios próprios, mas não determina os meios
efetivamente gerados num determinado período.
Enquanto o princípio da especialização económica dos exercícios permite o apuramento dos
resultados económicos já não permite obter informações sobre a capacidade financeira da empresa.
O cálculo dos resultados de acordo com o SNC evidencia a capacidade de a empresa gerar meios
próprios e a Demonstração de fluxos de caixa determina os meios financeiros gerados num
determinado período, porque para além da atividade operacional há a atividade de investimento e
financiamento.
A metodologia seguia até ao momento separou as questões financeiras (avaliação da capacidade
das organizações de satisfazer os compromissos assumidos) das questões de natureza económica
(avaliação da eficiência da utilização dos meios colocados à disposição da empresa), pelo que se torna
necessário uma análise integrada baseada na análise de fluxos, efetuada com base na articulação das
diferenças peças contabilísticas.

Classificação dos Fluxos Financeiros em função das implicações temporais que lhe
estão associadas

Curto Prazo (Operacionais) Médio e Longo Prazo (Estruturais)

• Gestão de Inventários • Política de Investimento


• Gestão de Crédito Concedido • Política de Financiamento
• Gestão de Crédito Obtido

Sendo deste modo possível agregar os Ciclos Financeiros em função das diferentes atividades que
estão na sua origem:

• Fluxo da atividade operacional


• Fluxo da atividade de investimento
• Fluxo da atividade de financiamento
A qualificação dos Fluxos Financeiros que integram cada um dos ciclos obtém-se da contabilidade,
através dos fluxos que originam os resultados ed a qualificação dos fluxos originados nas variações
das origens e aplicações de fundos, esquematicamente temos:
Demonstração Resultado Balanço Ciclos Financeiros

Resultados Operacionais + Variação dos inventários e das → Fluxo da Atividade


(exceto derivados de dividas de e a terceiros de curto Operacional
Invest. não financeiros) prazo

Resultados Operacionais + Variação dos Ativos não correntes → Fluxo da Atividade


(derivados Inv. não financ.) de Investimento

Resultado da Função + Variação do Capital Próprio e → Fluxo da Atividade


Financeira Empréstimos de terceiros a Curto e de Financiamento
MLP
O Autofinanciamento e a Variação de Disponibilidades
Autofinanciamento (MLLR) → RLR + D/AE + PE
O Autofinanciamento determina-se com o recurso às contas de gestão, mas, como já foi
referido, poderá não ser equivalente à variação das disponibilidades, ou seja ao “Cash flow”. O
Autofinanciamento mede, assim, a liquidez gerada pela atividade durante o exercicio que pode ou não
ser aplicada, total ou parcialmente, nesse mesmo exercicio.
A Variação de Disponibilidades pode ser determinada através do Autofinanciamento e das
Origens e Aplicações de Fundo do exercicio. É portanto um conceito mais amplo. O autofinanciamento
não contempla as atividades de investimento e de financiamento.
Assim temos:
Disponibilidades Iniciais + Autofinanciamento + Origem de Fundos
=
Disponibilidades Finais + Aplicações de Fundo
Ou
Autofinanciamento + Origens de Fundos – Aplicações de Fundos
=
Variação de Disponibilidade (Finais – Inicias)

Diminuição de Ativo
Origens de Fundos Aumento de Passivo
Aumento de Capital Próprio

Aumento de Ativo
Aplicação de Fundos Diminuição de Passivo
Diminuição de Capital Próprio
2. A Demonstração do Fluxo de Caixa
Normalização da Demonstração do Fluxo de Caixa instituída através da NCRF2

Recebimento de clientes
Pagamento a Fornecedores
Fluxo da Atividade Pagamento ao Pessoal
Operacional Fluxos relativos ao imposto sobre o rendimento
Fluxos relativos a contratos detidos para negócio
Outros fluxos operacionais

Fluxos de ativos fixos tangíveis, intangíveis, e ativos LP


Fluxos de instrumento de capital próprio ou de outras
Fluxo da Atividade de entidades
Investimento Adiantamento Recebimento De caixa e empréstimos a
outras entidades
Recebimento/Pagamento provenientes de contratos
futuros, …

Pagamento/Recebimento da emissão de ações ou outros


instrumentos capitais
Fluxo da Atividade de Recebimento de emissão de divida, empréstimos,
Financiamento livranças, …
Desembolso de quantias de empréstimos obtidos
Pagamento para redução de divida de locação financeira

Var. Disponibilidades Disponibilidades (Iniciais – Finais)

A diretriz prevê a possibilidade de elaboração da DFC pelo Método Direto e o Método Indireto. A
diferença de apresentação dos referidos métodos respeita, exclusivamente à forma de determinação
dos Fluxos das Atividades Operacionais. Nos dois métodos são iguais a determinação dos fluxos das
Atividades de Investimentos e das Atividades de Financiamento.
Método Direto: O Fluxo da Atividade Operacional, determina-se a partir do fluxo gerado pelas
operações (recebimento de clientes, pagamentos a fornecedores e ao pessoal) a que são adicionados
os fluxos relativos ao imposto sobre o rendimento, e outras atividades operacionais.
Método Indireto: O Fluxo de Atividade Operacional é determinado a partir do Resultado Liquido (?)
ao qual é feito um conjunto de ajustamentos.

Análise Integrada Económico Financeira

DR Balanço Fluxo de caixa


Vendas ± Δ Clientes = Recebimento Clientes Método
CMVMC ± Δ Inventários = Pagamento Fornecedores direto
FSE ± Δ Fornecedores = Pagamento Pessoal
Gastos Pessoal …. = Impostos
…. Outros Pagamentos recebidos
….
EBITA (MLB) + Δ FMN = Fluxo da Atividade Operacional

Método Indireto

Fluxo de Atividade Operacional


+
Fluxo Atividade Investimento
+
Fluxo Atividade Financeiro
=
Caixa Inicial + Δ Caixa = Caixa Final

Ajustamentos ao Resultado Liquido:


• Depreciação/amortização e Imparidade do exercicio – são gastos que não originam
pagamentos
• Os juros pagos e juros e dividendos recebidos não pdem ser classificados como fluxos de caixa
operacionais mas entram na determinação dos resultados. Os juros pagos e os juros e
dividendos recebidos podem ser classificados como fluxos de caixa de financiamento e fluxos
de caixa investimento respetivamente porque são gastos de obtenção de recursos financeiros
ou retornos de investimento
• Alienações e aquisições de ativos não correntes – são consideradas nas atividades de
investimento
• Variações das rubricas de curto prazo do balanço
O Fluxo de Caixa para a Análise Financeira:

• Atividade Operacional
O Fluxo de Atividade Operacional é um indicador da capacidade da empresa gerar meios
disponiveis para aplicações estratégicas, ou seja, suscetiveis de aplicação por força das decisões que
decorrem das politicas de investimento e financiamento.
É também um elemento central na análise da performance económica, na medida em que
indica de forma clara os recebimentos e pagamentos operacionais.
• Atividade de investimento
Os recebimentos provenientes das atividades de investimento são determinados na base do preço
de venda dos ativos não correntes alienadas no exercicio, a que se acresce os montantes recebidos
provenientes dos subsidios de investimento, juros e proveitos similares e dos dividendos. Os
pagamentos têm origem nos investimentos realizados.

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