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Mpag12 Teste Unidade 2 Ae

Teste unidade 2
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|Unidade 2|

Unidade 2 · Teste de avaliação


(adaptado para alunos estrangeiros, nível B2)

GRUPO I
Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Educação Literária
PARTE A

Lê o texto e consulta as notas e as palavras destacadas num dicionário físico ou online, se necessário.

A outra está perto. Se houve um momento de nitidez no seu rosto, ele já passou, George não deu
por isso. Está novamente esfumado. A proximidade destrói ultimamente as imagens de George, por
isso a vai vendo pior à medida que ela se aproxima. É certo que podia pôr os óculos, mas sabe que não
vale a pena tal trabalho. Param ao mesmo tempo, espantam-se em uníssono, embora o espanto seja
5 relativo, um pequeno espanto inverdadeiro, preparado com tempo.
– Tu?
– Tu, Gi?
Tão jovem, Gi. A rapariguinha frágil, um vime, que ela tem levado a vida inteira a pintar, primeiro à
maneira de Modigliani1, depois à sua própria maneira, à de George, pintora já com nome nos
10 marchands2 das grandes cidades da Europa. Gi com um pregador de oiro que um dia ficou, por tuta e
meia, num penhorista qualquer de Lisboa. Em tempos tão difíceis.
– Vim vender a casa.
– Ah, a casa.
É esquisito não lhe causar estranheza que Gi continue tão jovem que podia ser sua filha. Quieta,
15 de olhar esquecido, vazio, e que não se espante com a venda assim anunciada, tão subitamente, sem
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preparação, da casa onde talvez ainda more.
– Que pensas fazer, Gi?
– Partir, não é? Em que se pode pensar aqui, neste cu de Judas, senão em partir? Ainda não me fui
embora por causa do Carlos, mas… O Carlos pertence a isto, nunca se irá embora. Só a ideia o
20 apavora, não é?
– Sim. Só a ideia.
– Ri-se de partir, como nós nos rimos de uma coisa impossível, de uma ideia louca. Quer comprar
uma terra, construir uma casa a seu modo. Recebeu uma herança e só sonha com isso. Creio que é a
altura de eu…
25 – Creio que sim.
– Pois não é verdade?
– Ainda desenhas?
– Se não desenhasse dava em maluca. E eles acham que eu tenho muito jeitinho, que hei de um
dia ser uma boa senhora da vila, uma esposa exemplar, uma mãe perfeita, tudo isso com muito jeito
30 para o desenho. Até posso fazer retratos das crianças quando tiver tempo, não é verdade?
– É o que eles acham, não é?
– A mãe está a acabar o meu enxoval.
– Eu sei.
[…]
35 Depois ambas dão um beijo rápido, breve, no ar, não se tocam, nem tal seria possível, começam a
mover-se ao mesmo tempo, devagar, como quem anda na água ou contra o vento. Vão ficando longe,
mais longe. E nenhuma delas olha para trás. O esquecimento desceu sobre ambas.
Maria Judite de Carvalho, “George”, in George e Seta Despedida, Porto, Porto Editora, 2015, pp. 14- 17 (texto com supressões)

Notas
1
Modigliani – artista plástico e pintor italiano.
2
marchands – negociantes de arte.

1. Gi e George são diferentes momentos da vida da mesma personagem.

1.1. Demonstra que Gi e George são a mesma personagem, com exemplos do texto.

2. Gi continua a viver na terra onde nasceu.


Com base no diálogo, explica por que motivo Gi continua a viver na terra onde nasceu, tendo em
conta o papel social da mulher, na época.

3. Completa as afirmações seguintes, selecionando a opção adequada a cada espaço.


Na folha de respostas, regista apenas as letras – a), b) e c) – e, para cada uma delas, o número
que corresponde à opção selecionada em cada um dos casos.
No primeiro parágrafo do texto, o tema é a) . Neste parágrafo, é, ainda, possível identificar
a presença de palavras relacionadas com b) , como “nitidez” (linha 1), “esfumado” (linha 2) e
____c) .

a) b) c)

1. a complexidade dos sentimentos humanos 1. a visão 1. “espanto” (linha 5)

2. a mudança na mulher ao longo do tempo 2. a emoção 2. “rosto” (linha 1)

3. o carácter submisso da mulher 3. a razão 3. “vendo” (linha 3)

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PARTE B

Lê o texto.

Acerca de Simão Botelho, nunca diante de sua filha Tadeu de Albuquerque proferiu palavra, nem
antes nem depois do disparate do corregedor. O que ele fez foi chamar a Viseu o sobrinho de Castro
Daire, e preveni-lo do seu desígnio, para que ele, em face de Teresa, procedesse como convinha a um
enamorado de feição, e mutuamente se apaixonassem e prometessem auspicioso futuro ao
5 casamento.
Por parte de Baltasar Coutinho a paixão inflamou-se tão depressa, quanto o coração de Teresa se
congelou de terror e repugnância. O morgado de Castro Daire, atribuindo a frieza de sua prima a
modéstia, inocência e acanhamento, lisonjeou-se do virginal melindre daquela alma, e saboreou de
antemão o prazer de uma lenta, mas segura conquista. Verdade é que Baltasar nunca se explicara de
10 modo que Teresa lhe desse resposta decisiva; um dia, porém, instigado por seu tio, afoitou-se o ditoso
noivo a falar assim à melancólica menina:
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– É tempo de lhe abrir o meu coração, prima. Está bem disposta a ouvir-me?
– Eu estou sempre bem disposta a ouvi-lo, primo Baltasar.
O desdém aborrecido desta resposta abalou algum tempo as convicções do fidalgo, respeito à
inocência, modéstia e acanhamento de sua prima. Ainda assim, quis ele no momento persuadir-se que
15 a boa vontade não poderia exprimir-se doutro modo, e continuou:
– Os nossos corações penso eu que estão unidos; agora é preciso que as nossas casas se unam.
Teresa empalideceu, e baixou os olhos.
– Acaso lhe diria eu alguma coisa desagradável?! – prosseguiu Baltasar, rebatido pela desfiguração
de Teresa.
20 – Disse-me o que é impossível fazer-se – respondeu ela sem turvação. – O primo engana-se: os
nossos corações não estão unidos. Sou muito sua amiga, mas nunca pensei em ser sua esposa, nem
me lembrou que o primo pensasse em tal.
– Quer dizer que me aborrece, prima Teresa? – atalhou corrido o morgado.
– Não, senhor: já lhe disse que o estimava muito, e por isso mesmo não devo ser esposa de um
25 amigo a quem não posso amar. A infelicidade não seria só minha…
– Muito bem… Posso eu saber – tornou com refalsado sorriso o primo – quem é que me disputa o
coração de minha prima?
– Que lucra em o saber?
– Lucro saber, pelo menos, que a minha prima ama outro homem… É exato?
30 – É.
– E com tamanha paixão que desobedece a seu pai?
– Não desobedeço: o coração é mais forte que a submissa vontade de uma filha. Desobedeceria,
se casasse contra a vontade de meu pai; mas eu não disse ao primo Baltasar que casava; disse-lhe
unicamente que amava.
35 – Sabe a prima que eu estou espantado do seu modo de falar!… Quem pensaria que os seus
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dezasseis anos estavam tão abundantes de palavras!…
– Não são só palavras, primo – retorquiu Teresa com gravidade –, são sentimentos que merecem a
sua estima, por serem verdadeiros. Se lhe eu mentisse, ficaria mais bem-vista de meu primo?
Camilo Castelo Branco, Amor de Perdição, Porto, Porto Editora, 2021, pp. 35-37

4. Relê o diálogo entre Teresa e o primo Baltasar, nas linhas 11 a 38.

4.1. Identifica três características de Teresa a partir do diálogo.

5. Teresa reage de forma negativa à proposta feita pelo primo (linhas 20 a 36).

5.1. Mostra que esta obra reflete uma alteração da sociedade da época.
6. Completa as afirmações abaixo apresentadas, selecionando a opção adequada a cada espaço.
O narrador a) , como se verifica em “Por parte de Baltasar Coutinho a paixão inflamou-se
tão depressa, quanto o coração de Teresa se congelou de terror e repugnância.” (linhas 5 e 6).
Quanto às personagens, o narrador recorre, principalmente, b) , que refletem c) .

a) b) c)

1. é de 1.ª pessoa 1. a diálogos expressivos 1. a insignificância das personagens

2. é de 3.ª pessoa 2. a segmentos no discurso indireto 2. o carácter trágico da obra

3. desconhece os factos 3. a diálogos incompreensíveis 3. o carácter das personagens

PARTE C
Escrita

7. Escreve uma breve exposição sobre o casamento na obra Farsa de Inês Pereira, de Gil Vicente.
A tua exposição deve incluir:
• uma introdução ao tema;
• um desenvolvimento em que escrevas sobre o casamento, na obra, tendo em conta as
personagens;

Segue este plano:


Introdução: apresentação do tema.
Desenvolvimento:
– apresentação do objetivo do casamento para Inês Pereira;
– apresentação do objetivo do casamento para outra personagem da obra (a Mãe, o Escudeiro).
Conclusão: síntese do tema.

• uma conclusão adequada ao desenvolvimento do tema. MPAG12

GRUPO II

Leitura e Gramática

Lê o texto. Consulta as palavras destacadas num dicionário físico ou online, se necessário.

Alguns dos livros de divulgação de ciência com maior êxito são concisos. Por exemplo, […] o
físico italiano Carlo Rovelli é o autor de Sete breves lições de Física […].
Acaba de sair na Temas e Debates/Círculo de Leitores um título parecido com o de Rovelli, mas
sobre neurociências. O título é Sete lições e meia sobre o cérebro e a autora é Lisa Feldman Barrett
5 (n. 1963, em Toronto, Canadá), professora de Psicologia da Universidade de Northeastern, em
Boston, nos Estados Unidos. […]
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Lisa tornou-se a primeira pessoa da sua família a fazer estudos universitários, ao concluir uma
licenciatura em Psicologia na Universidade de Toronto. Depois iniciou o doutoramento em Psicologia
Clínica na Universidade de Waterloo, com o fim de dar consultas nessa área.
10 Enveredou, porém, pela carreira de investigação […]. Os resultados consistentes que obteve
levaram-na a surpreendentes descobertas sobre emoções, como tristeza e alegria. Não só se doutorou,
como, depois de algumas estadas noutras universidades, se tornou uma especialista mundial em
emoções. É autora da “teoria das emoções construídas”, segundo a qual as emoções não estão
inscritas no nosso cérebro, sendo antes previsões ou construções que o nosso cérebro faz, em cada
15 circunstância particular, de acordo com a nossa experiência. As emoções não são universais: diferentes
experiências em diferentes culturas conduzem a emoções diferentes.
A meia-lição, a abrir, intitula-se “Um cérebro não é para pensar”. Explica, numa base evolucionária,
que um cérebro serve essencialmente para regular a eficiência energética de um organismo: controla a
água, o sal, a glicose, etc., de modo a manter um bom metabolismo.
20 A lição n.º 1 intitula-se “Temos um cérebro (e não três)”. A autora recusa a ideia muito difundida de
que temos três sistemas no cérebro: um “cérebro de lagarto”, um cérebro emocional e um cérebro
racional. […] Temos, por isso, de ultrapassar a ideia de Platão de que as nossas ações resultam de um
jogo de instinto, emoção e razão.
A lição n.º 2 é “O nosso cérebro é uma rede”. […]
25 A lição n.º 3 intitula-se “Os pequenos cérebros ligam-se ao seu mundo”. O Homo sapiens tem um
cérebro que, em boa parte, é construído cá fora, até cerca dos 20 anos, através de cuidadores que o
“afinam” e “desbastam”. […]
A lição n.º 4 é: “O nosso cérebro prevê (quase) tudo o que fazemos”, quer dizer, os cérebros fazem
previsões a partir de experiências passadas. Prevemos o que vai acontecer, com base no que já
30 aconteceu. Podemos melhorar as nossas previsões e, por isso, somos responsáveis pelo que fazemos.
[…]
A lição n.º 5 intitula-se: “O nosso cérebro trabalha secretamente com outros cérebros”, o que
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significa que somos seres sociais. […]
Segue-se a lição n.º 6: “Os cérebros produzem mais do que um tipo de mente”, isto é, somos todos
35 diferentes. […]
Finalmente, vem a lição n.º 7: “Os nossos cérebros podem criar realidade.” Há uma realidade social
que não deixa de ser real por ter sido criada por nós. […]
No epílogo do livro (que tem um conjunto de notas no final), a autora escreve: “O nosso tipo de
cérebro não é o maior do reino animal e não é o melhor em qualquer sentido objetivo. Mas é o nosso. É
40 a fonte das nossas forças e das nossas fraquezas […]. Torna-nos simples, imperfeita e gloriosamente
humanos”. Uma bela conclusão de um livro que, lido num ápice, nos deixa a pensar.
Carlos Fiolhais, in https://visao.sapo.pt/jornaldeletras/ (texto com supressões, consultado a 28/12/2022)

1. A obra de Lisa Barrett aproxima-se da de Rovelli


(A) pelo rigor.
(B) pelo conteúdo científico específico abordado.
(C) pelo título.
(D) pelas conclusões imprecisas que apresenta.
2. A autora de Sete lições e meia sobre o cérebro
(A) trabalhou sempre na área da investigação.
(B) iniciou o seu percurso profissional na investigação.
(C) trabalha, simultaneamente, como investigadora e como psicóloga.
(D) pensou, inicialmente, em ser psicóloga clínica.

3. De acordo com Lisa Barrett, o cérebro humano


(A) estrutura-se autonomamente durante a infância.
(B) estrutura-se, em parte, por influências externas.
(C) faz previsões a partir das relações sociais.
(D) serve, essencialmente, para gerir emoções.

4. As lições sobre o cérebro apresentadas na obra em análise


(A) rejeitam algumas ideias existentes sobre o funcionamento cerebral.
(B) rejeitam a globalidade das investigações sobre as emoções.
(C) são inquestionáveis.
(D) são subjetivas.

5. O enunciado “Alguns dos livros de divulgação de ciência com maior êxito são concisos.” (linha 1) é um
ato de fala
(A) declarativo.
(B) diretivo.
(C) assertivo.
(D) expressivo.

6. Identifica o valor aspetual presente no segmento “Acaba de sair na Temas e Debates/Círculo de


Leitores um título parecido com o de Rovelli” (linha 3).
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7. Indica a função sintática desempenhada por:


a) “a emoções diferentes” (linha 16);
b) “pelo que fazemos” (linha 30).
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GRUPO III

Escrita

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas e cinquenta
palavras, faz a apreciação crítica da obra abaixo apresentada, da autoria de José de Almada Negreiros.

©Almada Negreiros, SPA 2023

©Almada Negreiros, SPA 2023

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Manicure, José de Almada Negreiros

O teu texto deve incluir:


• a descrição da imagem apresentada, destacando elementos significativos da sua composição;
• um comentário crítico, fundamentando devidamente a tua apreciação e utilizando um discurso
valorativo;
• uma conclusão adequada aos pontos de vista desenvolvidos.

Segue o seguinte plano de texto:


Introdução: apresentação do objeto em análise.
Desenvolvimento:
– descrição da imagem (elementos humanos e respetivas posições, os objetos, as cores utilizadas…);
– apresentação de dois comentários críticos (positivos ou negativos).
Conclusão: apreciação final.

FIM

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