FACULDADE DE ENGENHARIA – FEIS
DEPARTAMENTO DE FÍSICA E QUÍMICA
LABORATÓRIO DE FÍSICA III
Turma: MEC - 446
6° EXPERIMENTO – Lei de Ohm e Resistores
Discentes:
João Pedro Azambuja de Freitas RA: 231050691
Pedro Antonio Sega Suzuki RA: 231053193
Docente:
Prof. Dr. Fernando Rogério de Paula
Ilha Solteira – SP
Maio, 2024
Sumário
1. Objetivo ................................................................................................................................. 2
2. Resumo ................................................................................................................................. 3
3. Introdução teórica ................................................................................................................ 4
4. Procedimento experimental ................................................................................................ 6
5. Resultados ............................................................................................................................ 8
6. Discussões.......................................................................................................................... 12
7. Conclusão ........................................................................................................................... 14
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1. Objetivo
Estudar a lei de Ohm, analisando materiais ôhmicos e não ôhmicos e
determinar a resistividade de uma liga metálica (Roteiro Laboratório de Física III ...,
2014).
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2. Resumo
A resistência elétrica é uma característica inata aos materiais em geral e,
portanto, estará diretamente envolvida em circuitos elétricos e seu comportamento.
Logo, seu estudo é essencial para melhor compreensão do funcionamento destes
sistemas. O presente trabalho estudou o comportamento de resistores ôhmicos e
não ôhmicos, como também da variação de resistência a depender do comprimento
de um fio de liga metálica. Nesse sentido, para um resistor de 1𝑘Ω, encontrou-se
uma resistência experimental de (975 ± 1) Ω, contabilizando um desvio de 2,5%.
Para a liga metálica, calculou-se uma resistividade de 1,3336 Ω 𝑚𝑚2 /𝑚, distante
0,27% do valor indicado pela marca, Khantal, que a produz.
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3. Introdução teórica
A Lei de Ohm é um dos princípios mais fundamentais e amplamente aplicáveis
da eletricidade. Formulada pelo físico alemão Georg Simon Ohm em 1827, essa lei
estabelece uma relação simples e direta entre três grandezas elétricas essenciais:
tensão (V), corrente (I) e resistência (R). A Lei de Ohm afirma que a corrente que flui
através de um condutor é diretamente proporcional à tensão aplicada a ele e
inversamente proporcional à resistência desse condutor. Matematicamente, essa
relação é expressa pela equação:
𝑉 = 𝐼 .𝑅 (1)
Essa equação fundamental nos permite entender como os componentes de um
circuito elétrico interagem entre si e como o comportamento da corrente é afetado pela
tensão e pela resistência.
Além da Lei de Ohm, outro conceito fundamental na teoria dos circuitos
elétricos é o da resistividade elétrica (ρ). A resistividade é uma propriedade intrínseca
dos materiais condutores e é uma medida da capacidade desses materiais de resistir
ao fluxo de corrente elétrica. Matematicamente, a resistividade (ρ) está relacionada à
resistência (R) de um condutor através da equação:
𝐿
R = ρ. (2)
𝐴
Onde 𝐿 é o comprimento do condutor e 𝐴 é a área de sua seção transversal.
Essa equação mostra como a resistividade influencia diretamente a resistência de um
material condutor, sendo um parâmetro essencial na determinação das propriedades
elétricas dos materiais.
Ao plotar um gráfico de 𝑉 por 𝐼, podemos observar o comportamento linear
característico dos materiais que obedecem à Lei de Ohm. Nesse gráfico, a inclinação
da reta representa a resistência (𝑅) do componente. Quanto maior a inclinação da
reta, maior será a resistência do componente. Além disso, a interseção do gráfico com
o eixo 𝑉 (quando 𝐼=0) fornece o valor da tensão de polarização, que pode ser útil na
análise de circuitos.
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Além disso, cálculos gráficos foram feitos com os coeficientes angulares de
retas médias traçadas a partir dos pontos experimentais. Para obter a tangente do
ângulo de inclinação da reta, foi aplicada a seguinte equação:
𝑦2−𝑦1
tan 𝛼 = (3)
𝑥2−𝑥1
Toda a descrição matemática supracitada é suficiente para que se consiga
obter valores teóricos para as medidas de capacitância nas situações descritas.
Contudo, variações entre o teórico e o experimental são esperadas, de forma que um
erro percentual é definido para mensurar esta diferença. Este é definido pela equação:
|𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙|
𝛿𝑟% = . 100 (4)
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
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4. Procedimento experimental
No âmbito do experimento proposto, foram conduzidos diferentes
procedimentos para investigar aspectos específicos relacionados à resistência elétrica
e à resistividade de materiais condutores. Inicialmente, configurou-se um circuito
contendo um resistor de 1𝑘Ω e variamos a tensão da fonte de alimentação. Durante
essa variação, registraram-se simultaneamente a tensão (𝑉) e a corrente (𝑖) que fluía
pelo circuito. Esses dados coletados permitiram criar um gráfico de 𝑉 por 𝑖, o qual
possibilitou calcular a resistência efetiva 𝑅 do resistor. Comparando esse valor com a
resistência nominal do resistor, se analisou se houve alguma discrepância e discutir
as possíveis razões para tal.
Em seguida, substituiu-se o resistor por uma lâmpada de 24𝑉 e repetimos o
procedimento, ajustando a tensão da fonte em incrementos de 3𝑉 e registrando os
valores de 𝑉 e 𝑖. Observou-se como a lâmpada reagia às variações de tensão e
corrente, também sendo elaborado um gráfico em que a tensão era dependente da
corrente. Posteriormente, as características de seu comportamento elétrico foram
postas em comparação com o resistor. Segue na Figura 1, os materiais utilizados para
o experimento descrito até este ponto:
Figura 1 – Materiais Utilizados
Fonte: Elaborado pelo próprio Autor
Por fim, investigou-se a resistividade de um fio metálico a depender de seu
comprimento. Montou-se um circuito específico, variando o comprimento do fio em
incrementos de 10𝑐𝑚 e medindo a corrente correspondente para cada comprimento.
Com base nos dados coletados, construiu-se um gráfico de resistência R em função
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do comprimento 𝐿 do fio. Utilizando esse gráfico, determinou-se graficamente o valor
da resistividade ρ do material do fio. Além disso, consultou-se a literatura para
identificar o material específico do fio com base na resistividade calculada.
Para medição do fio metálico foi utilizado um micrometro cuja precisão é de
precisão de 0,01 mm (ou 10 µm). Este é descrito na foto presente na Figura 2:
Figura 2 – Micrômetro
Fonte: Elaborado pelo próprio Autor
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5. Resultados
Os valores de voltagem em função da corrente medidos para o sistema
montado com o resistor estão dispostos na Tabela 1:
Tabela 1 – Voltagem em função da corrente (Medições para o resistor)
Voltagem (V) Corrente (mA)
3,0 ± 0,1 3,10 ± 0,01
6,0 ± 0,1 6,11 ± 0,01
9,0 ± 0,1 9,15 ± 0,01
12,0 ± 0,1 12,21 ± 0,01
15,0 ± 0,1 15,26 ± 0,01
18,0 ± 0,1 18,28 ± 0,01
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
Com os dados presentes na Tabela 1, foi construído o Gráfico 1, em que a
tensão é a variável dependente e a corrente corresponde à independente:
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Gráfico 1 – Voltagem em função da corrente
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
Nesse contexto, na Tabela 2 está presente o coeficiente angular da curva –
equação (3) –, o qual corresponde à resistência do resistor, e o seu valor mensurado
via multímetro. Desse modo, foi feita uma comparação via erro percentual – equação
(4):
Tabela 3 – Comparação entre as resistências
Resistência (𝛀) Erro (%)
Via multímetro 1,000 ± 0,001 2,5%
Via gráfica 975 ± 1
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
Outrossim, segue na Tabela 3 os valores medidos para a lâmpada de 24V:
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Tabela 2 – Voltagem em função da corrente (Medições para a lâmpada)
Voltagem (V) Corrente (mA)
3,0 ± 0,1 31,8 ± 0,1
6,0 ± 0,1 47,2 ± 0,1
9,0 ± 0,1 59,2 ± 0,1
12,0 ± 0,1 71,2 ± 0,1
15,0 ± 0,1 81,0 ± 0,1
18,0 ± 0,1 90,9 ± 0,1
21,0 ± 0,1 98,8 ± 0,1
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
Com estes, foi montado o Gráfico 2:
Gráfico 2 – Capacitância em função da área
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
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Por fim, na Tabela 3 está presente os valores de resistência em função do
comprimento do fio metálico:
Tabela 3 – Resistência em função do comprimento do fio
LC (m) V (V) I (mA) R+RC (𝛀) RC (𝛀)
5 3 183,2 16,38 1,38
10 3 172,4 17,40 2,40
15 3 168,0 17,90 2,90
20 3 161,8 18,50 3,50
25 3 155,8 19,25 4,25
30 3 150,9 19,90 4,90
35 3 145,6 20,60 5,60
40 3 138,0 21,74 6,74
45 3 137,0 21,90 6,90
50 3 131,7 22,80 7,80
Área da seção 0,080 - - -
transversal (mm2)
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Com estes valores, foi descrito o Gráfico 3, em que a resistência está em função
do comprimento:
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Gráfico 3 – Resistência em função do comprimento
Fonte: Elaborado pelo próprio autor.
Nesse sentido, o coeficiente angular da reta corresponde à razão entre a
resistividade e a área da seção transversal. Estes valores foram descritos na Tabela
4, juntamente de um valor de resistividade retirado da literatura a fim de estabelecer
desvios entre o experimental e o teórico:
Tabela 4 – Comparação entre as resistividades
Resistividade (𝛀. 𝐦𝒎𝟐 /𝒎) Erro (%)
Experimental 1,3336 0,27%
Teórica 1,3300
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
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6. Discussões
Quando se trabalha com circuitos, é quase inevitável lidar com a resistência
elétrica dos materiais e resistores como elementos de circuito. Logo, o estudo
experimental do comportamento da resistência em função da variação da tensão ou
geometria de condutores é essencial para plena compreensão da Lei de Ohm.
No presente trabalho, obteve-se um desvio de 2,5% para a resistência obtida
por medições via multímetro ((1,000 ± 0,001) 𝑘Ω) e via coeficiente angular ((975 ±
1) Ω). Isto só foi possível porquanto o Gráfico 1 tem um comportamento linear, isto é,
o resistor aplicado é ôhmico. Isso não foi feito para a lâmpada, entretanto, já que o
Gráfico 2 evidencia que a lâmpada é um resistor não-ôhmico.
Por fim, o Gráfico 3 entregou um coeficiente angular (tan 𝛼 = 16,67 Ω/𝑚) que
corresponde à razão da resistividade pela área da seção transversal do fio condutor
(𝐴 = 0,08 𝑚𝑚2 ). Desta maneira, manipulando as equações (3) e (2), encontrou-se
uma resistividade de 1,3336 Ω 𝑚𝑚2 /𝑚. Comparando com os valores conhecidos para
ligas da marca Khantal, encontrou-se que a liga Nikrothal LX tem valor de resistividade
próximo ao encontrado experimentalmente (1,3300 Ω 𝑚𝑚2 /𝑚). O pequeno desvio
pode surgir pelo fato que a temperatura do laboratório não fora controlada, enquanto
a empresa define a resistividade do produto a uma temperatura de 20ºC.
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7. Conclusão
O fenômeno de resistência elétrica está presente em diferentes medidas nos
circuitos elétricos cotidianos. Isto fica ainda mais claro pela descrição oferecida pela
Lei de Ohm. Deste modo, é essencial entender como a resistência, juntamente à
tensão e corrente, afetam o funcionamento de sistemas elétricos.
No presente relatório, isto deu-se pela análise de variações de tensão sobre
um resistor ôhmico e outro não ôhmico – uma lâmpada. A classificação destes foi feita
a partir do comportamento dos gráficos em que a tensão estava em função da
corrente. A partir destes também foi encontrado o coeficiente angular da reta – quando
possível –, que, em vista da equação (1), corresponde à resistência do sistema.
Graficamente, a resistência tinha valor (975 ± 1) Ω, enquanto o valor medido com o
multímetro foi de (1,000 ± 0,001) 𝑘Ω. Um erro de apenas 2,5%.
Ademais, para o caso específico da Lei de Ohm em corpos cilíndricos, foram
feitos estudos de como o comprimento de um condutor afeta a resistência oferecida
por este. Obtidos as medições, foi feito um gráfico em que a resistência foi colocada
em função do comprimento. Por meio dele e da equação (2), deduz-se que o
coeficiente angular do sistema corresponde à razão da resistividade pela área da
seção transversal. Tratando os valores a partir disto, encontrou-se um valor de
resistividade, 1,3336 Ω 𝑚𝑚2 /𝑚, próximo ao descrito pela liga Nikrothal LX (marca
registrada) a uma temperatura de 20ºC, 1,3300 Ω 𝑚𝑚2 /𝑚.
Acrescente-se, por fim, que o tratamento gráfico com um número de pontos
experimentais ainda maior e, o controle da temperatura laboratorial poderia render
uma precisão melhor.
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Referências Bibliográficas
NAGASHIMA, Haroldo N.; TAHARA, Lucas Z.; DESSOTTI, Adriano dos S.
Checklist para o Relatório de Medidas Físicas: LABORATÓRIO DE FÍSICA I.
Março, 2016.
NAGASHIMA, Haroldo N.; TAHARA, Lucas Z.; DESSOTTI, Adriano dos S.
CHECKLIST PARA RELATÓRIOS DE LABORATÓRIO DE FÍSICA I. Março, 2016.
Roteiro de laboratório de Física 3: Civil e Mecânica. [S. l.: s. n.], 2014. Ilha
Solteira: Departamento de física e química, 2014.
Nussenzveig, Herch Moysés. Curso de física básica 3: Eletromagnetismo / H.
Moysés. Nussenzveig. – 5. ed. - São Paulo: Blucher, 2013.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de física:
Eletromagnetismo. 9.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012. v.3.
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