Xango Orixa Da Vitoria e Da Justica - APOSTILA
Xango Orixa Da Vitoria e Da Justica - APOSTILA
Bàbá King
Prof. Dr. Síkírù Sàlámi
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APOSTILA
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Este material conta com apoio de nove videoaulas do Bàbá King com descrição detalhada do conteúdo, ditados, rezas e cantigas em iorubá e imagens da
devoção a Xangô na África como parte do curso Xangô: Orixá da Vitória e da Justiça. Mais informações em: oduduwacursos.com.br
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Índice
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Aula 5 - Peculiaridades de Xangô
● Pequenas Injustiças, Grandes Consequências 22
● Xangô: 200 Soluções para um Problema 22
● Fidelidade e Lealdade 23
● Vigor Sexual e Fertilidade 23
● Nomes em Homenagem a Xangô 24
● Relação de Xangô com os Abikus 24
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Introdução
Kábíyèsí, Zàngó!
Mojúbà
Ìbà Akọ́ dà
Ìbà A?ẹ̀ dá
Vossa majestade, Xangô! Eu o saúdo!
Saúdo a todos. Saúdo você.
Saúdo os primórdios da
existência.
Saúdo as energias da mãe natureza.
Neste curso o sacerdote e pesquisador iorubá Babá King tem por objetivo transmitir
ensinamentos sobre Xangô segundo conceitos do culto tradicional aos orixás na África. Professor
Doutor pela Universidade de São Paulo (USP), Síkírù Sàlámì, conhecido como Babá King ou
Professor King, é fundador do Centro Cultural Oduduwa, da Editora Oduduwa e do Oduduwa Templo
dos Orixás, que tem unidades no Brasil, África e Europa. Iniciado em Xangô, Babá King desenvolve
pesquisa sobre este orixá há mais de trinta anos. Em 1990, publicou pela Editora Oduduwa conteúdo
sobre Xangô em A Mitologia dos Orixás Africanos.
Narram os mitos que Xangô é ọmọ olómi tí njẹ́ Yemọja (grande filho de Iemanjá), e isso indica
que podemos alcançar o equilíbrio com seu axé. Aquele que o cultua deve
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entender a justiça como uma questão de direito e não de vingança. Este orixá nos ensina que a verdade
e a justiça andam juntas, mas são relativas, pois o que é verdadeiro para um, pode não ser para outro.
Deixar a justiça nas mãos de Xangô é pedir a ele que coloque ordem na desordem e equilíbrio nas
relações.
As oferendas a Xangô visam recuperar, manter ou conquistar o que é nosso por direito. Xangô
é, ainda, patrono da nobreza. Como ele foi o quarto Aláàfin Ọ̀ yọ́ (rei de Oyó), todos os seus filhos
carregam uma coroa. Quem pede auxílio a Xangô pede a sua coroa e quem tem a sua coroa precisa
desenvolver a sua nobreza. A nobreza de Xangô nos preenche com saúde, prosperidade, defesa e tudo
de bom.
Conforme relatos míticos, Xangô lutou muito para vencer. Quem o cultua pedindo vitória
encontrará em si os recursos necessários para realizar o que pretende. Cultuamos Xangô para que
nosso esforço não seja vão. As questões que exigem vitória podem ter origem em desentendimentos
no trabalho, nos relacionamentos e na família, mas as oferendas trazem harmonia a esses ambientes. A
harmonia e a vitória andam juntas.
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Cultuamos Xangô para que ele nos dê axé para guiarmos nossos caminhos com autoconfiança,
autoestima elevada e segurança física, emocional, mental e espiritual. Quem lidera está no caminho da
riqueza, da prosperidade, da vitória e do sucesso. Ninguém é bem-sucedido ou vitorioso sem liderar e
é nossa capacidade de liderança que determina o alcance de nosso sucesso. É possível materializar o
potencial de liderança por meio da devoção a Xangô.
Nos mitos, Xangô é considerado próspero, rico, bem-sucedido e influente. Como a riqueza é
contagiosa, um Ori abençoado, rico e próspero influencia outros. Há cantos que abordam
especificamente a relação de Xangô com a prosperidade e que devem ser entoadas quando se deseja
pedir progresso a esse orixá, como a segunda cantiga apresentada ao final desta apostila (Ọba Kòso,
Oníbàntẹ́ owó jingbẹ́nẹ́: ‘o Rei de Kòso, o dono do manto feito de dinheiro’).
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sem a prática da verdade, que passa por aquilo que é óbvio, sensato, ponderável, admissível, aceitável,
de bom senso. Ninguém conquista a vitória sem saber e sem falar a verdade.
Xangô abomina a mentira. Cada um diz o que bem entende, mas as inverdades não sobrevivem
por muito tempo. Quem quer prosperar no trabalho tem que ser verdadeiro, justo, correto, entender a
dinâmica e o que é esperado do seu trabalho e agir de modo correspondente. Quanto mais
transmitimos a verdade a nossos parceiros, mais eles gostam de nosso trabalho e mais desejam ficar
conosco. Xangô aprecia quem trabalha de forma correta, de modo aceitável, e abençoa seus devotos e
aquilo que fazem para que possam ser vistos e apreciados, lembrando sempre que apenas a verdade
leva à vitória.
Ao cultuar Xangô adquirimos o poder de influenciar nossa vida e a das pessoas que integram
nosso universo. Quem tem poder conquista uma das qualidades mais importantes para vencer: a
respeitabilidade. Quem é respeitável é respeitado, admirado, apreciado. As qualidades humanas são
notórias; apreciá-las pode se transformar em trabalho, dinheiro e prestígio. Todos querem se associar a
pessoas respeitáveis e prestigiadas, mas boas associações são uma questão de poder.
A força pode ser física, emocional, mental ou espiritual. Quando fazemos uma oferenda para
Xangô ele reforça a modalidade de força da qual precisamos. Cabe lembrar que ninguém consegue
alcançar vitória, riqueza e sucesso sem pressões. Esta é uma das razões pelas quais fazemos oferendas
a Xangô: para podermos resistir às pressões.
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Entre os orixás primordiais estão Exu, Ifá, Ogum e Oxalá. Cada um deles teve uma
incumbência na criação do planeta e de seus habitantes, incluindo homens, animais, vegetais e
minerais. Eles também atuaram no processo civilizatório e na transmissão do conhecimento. Ifá era
responsável pelas informações e pelo conhecimento. Ogum, pela organização e pela capacidade de
desvendar os mistérios da terra. Oxalá, pela criatividade necessária para descobrir a utilidade dos
recursos naturais, incluindo os de nossos talentos; tudo o que se constrói tem origem na inspiração e,
graças à criatividade regida por Oxalá, o progresso humano é notório.
Exu, o grande maestro de tudo, tem a incumbência de possibilitar a realização dos trabalhos e
de auxiliar os demais orixás na manutenção da ordem e do equilíbrio entre os homens e deles com
tudo o que integra a existência. Ori também é um orixá primordial, pois deu origem a tudo aquilo que
Elédùnmarè criou e nada existe sem uma origem.
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A devoção aos orixás é um caminho de conhecimento, vitalidade, sobrevivência, poder, força e
bem-estar. Cada um deles tem sua particularidade, sua energia vital e sua importância. Para
compreendê-los podemos observar a anatomia do corpo humano, que tem a cabeça, os olhos, o nariz,
os braços, as pernas, o fígado, o coração e os pulmões. O que um braço faz uma perna não é capaz de
fazer, o que a boca faz os olhos não são capazes de fazer. Os orixás são assim. O papel da Xangô é
diferente dos papéis de Ogum, Obaluaiê e Oxum. Alguns devotos acreditam que por serem filhos de
Xangô não precisam do apoio de outros orixás, mas o que Oxum faz em nossas vidas Xangô não faz.
Os orixás foram criados para serem forças complementares, com grande interação entre si.
Xangô teve a missão de civilizar as pessoas e ensinou muito ao povo durante seu reinado em
Oyó. Embora ele fosse similar aos demais na aparência física, nasceu com energia divina e era
incomum: narram os mitos que saíam labaredas de fogo da sua boca, o que evidencia que ele não era
apenas mais um.
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Os mitos sugerem que Xangô foi usado pelo povo. Enquanto ele foi provedor, todos queriam
ser seus amigos, mas em dado momento ele já havia cumprido sua missão e já havia ensinado tudo o
que podia, e o povo virou as costas para ele. Isso acontece com todos os orixás na mitologia: eles
surgem, servem o povo, produzem mestres capazes de transmitir informações para as gerações
seguintes e deixam o mundo quando não são mais necessários para a sociedade. Mas a rejeição do
corpo físico favorece o reconhecimento mitológico, divino e espiritual. Para ser divinizado e venerado
Xangô não poderia mais estar fisicamente presente. Daí a necessidade de ele se retirar da sociedade
para dar lugar à veneração popular.
As pessoas se incomodavam com o fato de Xangô ser bravo e briguento, mas ele tinha que
discipliná-las. Dadas as suas qualidades, todos o queriam como rei, mas o criticavam justamente por
possuir tais qualidades. Quando a presença de Xangô deixou de fazer sentido, ele começou a usar seu
poder e conhecimentos de forma prejudicial e as pessoas começaram a pressioná-lo para que se
retirasse do trono.
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No percurso até a floresta, Obá e depois Oxum desistiram de acompanhá-lo porque o esforço
era exaustivo; apenas Oyá seguiu em sua companhia. Mas Xangô tinha a missão de sair da Mãe Terra
para transformar o próprio corpo em um elemento venerável. Como Oyá não poderia presenciar essa
transformação, Xangô usou todo o poder mágico que detinha para dominar os fenômenos da natureza
e entrou na floresta, desaparecendo diante de Oyá. Nesse momento ouviu-se o estrondo do trovão e o
som da chuva.
O povo de Oyó, então, começou a se indagar sobre o desaparecimento de Xangô. Como ele
estava aborrecido quando desapareceu, seus oponentes, que haviam recebido dele tudo o que possuíam
de poder e conhecimentos, começaram a dizer que ele havia se enforcado: Ọba so! Os inimigos de
Xangô foram à floresta, onde supostamente ele teria se enforcado, mas não o encontraram. Quando
retornaram a Oyó encontraram os amigos e o povo dizendo Ọba kòso! : “o Rei não se enforcou!” Por
isso cantamos:
Essa cantiga louva o rei incansável, o rei que não desiste, o rei que persevera. Diz que ele está
mais vivo do que nunca e é o rei da coroa do dinheiro e da riqueza. Desta forma Xangô passou a ser
venerado por amigos e inimigos, por todos os cidadãos da cidade de Oyó, em reconhecimento do
processo civilizatório trazido por ele ao povo. Até hoje o próprio rei de Oyó tem que venerá-lo.
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O Machado de Xangô
Entre os seus símbolos incluem-se o o?é Zàngó (machado de Xangô), geralmente esculpido em
madeira. O machado de Xangô tem dois lados, que representam o certo e o errado, a correção do que
está errado e a manutenção e aperfeiçoamento do que está certo. O o?é Zàngó simboliza a resistência,
a segurança, a firmeza e a defesa. Esse machado tem o poder do controle atmosférico. Os Bàbá
Mọgbà, grandes sacerdotes e ẹlẹ́ gún de Xangô, o utilizam para chamar a chuva e o trovão e para
transmitir o axé de Xangô para as pessoas, apontando esse machado em sua direção.
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O Pilão
Xangô era um ser incomum, dotado de força física, mental e espiritual incomparável, tão forte
a nível energético que seu corpo chegava a ficar cem vezes mais pesado. Seu trono foi feito no odó,
pilão de madeira ultra resistente, porque toda vez em que ele sentava todo o seu poder mágico e toda a
sua vitalidade espiritual caíam sobre o assento. É por isso que Xangô é assentado no pilão, em geral
com a boca invertida. O pilão é usado em iniciações e oferendas para que o devoto ganhe resistência,
vitalidade e força.
O Fogo
Xangô domina iná, o fogo, com o qual impede a vinda do mal. A fogueira de Xangô libera seu
axé de defesa e nos torna intocáveis por inimigos humanos e, espirituais. Ele nos defende de ataques
mágicos, feitiços, pragas e qualquer outro mal que alguém possa nos desejar. Até mesmo uma
lamparina pode ser acesa com a finalidade de nos defender. O fogo atualiza o tempo em que Xangô
ensinava ao povo de Oyó como utilizar a capacidade mágica de transcender aspectos físicos da
condição humana.
Quando Xangô falava algo muito impactante o fogo saía de sua boca como uma assinatura
espiritual que autenticava a profundidade, a grandeza, a seriedade e o impacto de suas palavras.
Trabalhar com o fogo de Xangô significa usar o seu axé para transformar tudo em uma verdade
incontestável.
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Ère Ṣ àngó
Ère Zàngó são estátuas feitas em homenagem a Xangô. Há figuras masculinas e femininas
segurando o o?é e o ?ẹ̀ rẹ̀ , que mobilizam o axé de Xangô. A estátua sacralizada serve de instrumento
de defesa, propiciando coragem para vencer o medo, a insegurança e a síndrome de pânico. Desde os
tempos primordiais Xangô usa o machado, o fogo e essas estátuas para curar enfermidades de cunho
emocional. Nas festividades em sua homenagem os ọmọ Zàngó, os Bàbá Mọgbà, as Ìyá Mọgbà e os
ẹlẹ́ gùn Zàngó carregam os símbolos de Xangô e os utilizam para transmitir axé aos presentes.
A Rocha
Àpáta, a rocha, é outro símbolo de Xangô, senhor das pedras, especialmente, das rochas
monumentais, gigantescas e pré-históricas. Algumas delas têm superfícies cavadas pela ação das
chuvas. A água empoçada sobre elas é ideal para banhos, que desenvolvem a intuição nata para tomar
decisões e escolher direções. Xangô orienta quanto aos caminhos de defesa e segurança. Quando
tocamos uma rocha com nosso Ori e chamamos por Xangô, ou quando nos banhamos na água lá
empoçada, buscamos saber que rumo seguir.
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Tranças
Durante seu reinado Xangô foi um rei exemplar por sua força, prestígio e poder de influência.
Seu aspecto físico era único: os mitos narram que ele era tão bonito que as pessoas se impressionavam
com sua beleza e seu Ori era tão forte que era necessário trançar e trabalhar o seu cabelo. É comum até
hoje os Bàbá Mọgbà, sacerdotes de Xangô, trançarem seus cabelos. Esse poder extraordinário é
transmitido aos seus devotos por meio da iniciação.
A Roupa de Xangô
As roupas de Xangô eram enfeitadas com adornos como búzios, que na época representavam o
dinheiro: ele era tão rico que se vestia com dinheiro. Seu corpo era tão forte que para cobri-lo era
preciso usar roupas de couro vermelho para que não rasgassem. Ele costumava usar saias, vestimentas
em geral destinadas a mulheres na sociedade iorubá, como recurso para acomodar sua enorme
vitalidade. Esta é a origem do a?ọ Zàngó, vestuário usado até hoje por seus devotos, que inclui batas
decoradas com búzios e miçangas vermelhas e brancas e saias. A roupa de Xangô integra os elementos
de seu assentamento e somente pode ser vestida por iniciados, Pode-se fazer oferendas diretamente
diante dessa roupa.
A Tartaruga
Xangô simboliza a vida e tudo o que se refere a ele é muito vivo. Um de seus símbolos é ìjàpá,
a tartaruga, animal longevo, dinâmico e organizado. A tartaruga tem seu próprio dinamismo, assim
como Xangô, que tem seu ritmo e pode conferir longevidade a seus devotos. A saúde, a realeza, a
riqueza, a coragem, a segurança, a autoestima e o bem-estar devem ser longevos. A adoção da
tartaruga no culto a Xangô é justamente para que tudo de bom perdure em nossas vidas.
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Alibé
Há uma semente muito usada no culto a Xangô, conhecida como agba, em iorubá, e como
alibé, em português. Depois de sacralizada ela atrai coragem e segurança, promovendo a defesa para
que tudo corra bem e para que não haja acidentes ou incidentes desagradáveis no caminho.
Kele
O kele de Xangô é um colar de miçangas pequenas vermelhas e brancas. Depois de sacralizado
com as folhas e com um dos animais do orixá ele pode ser usado por seus iniciados e por devotos que
enfrentam dificuldades, perseguições, problema com sonhos, feitiços e insegurança.
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As Cores de Xangô
As cores de Xangô são o vermelho e o branco. O vermelho simboliza o fogo, a vida, o sangue,
as ações, a coragem, a determinação, o pragmatismo e a verdade única, certa, sem dúvida e
incontestável; esta cor representa o que é original, único e incomparável em um ser humano. O branco
simboliza o ponto de equilíbrio, o ẹ̀ rọ̀ , a harmonia.
Xangô age de modo intenso, mas busca o ponto de equilíbrio para que os seus conhecimentos
possam ser facilmente absorvidos. Ele é cultuado para que o seu axé equilibre a vitalidade e a força
humana e para que as pessoas aprendam a usar corretamente os próprios recursos. O vermelho e o
branco em conjunto, como o fogo e a água, formam o axé de Xangô.
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Xangô trabalha com os conceitos de ẹ̀ bi, o infrator, o injusto, aquele que está errado e perde
causa de forma justa, e àre, a vítima, o correto, aquele que está certo e ganha causa de forma justa.
Uma pessoa errada não pode pedir justiça, mas pode pedir suas bênçãos para que as consequências dos
erros cometidos não sejam drásticas. Uma pessoa correta pode pedir justiça para Xangô.
A vida é feita de vitórias e derrotas; na lei humana nem sempre o mais justo vence, mas com a
benção de Xangô o injusto não vence o justo, o errado não vence o certo e o mal feito não vence o que
foi bem feito. A justiça de Xangô faz valer a verdade absoluta, mas não transforma o certo em errado,
nem o errado em certo. Xangô é um orixá temperamental, justo e verdadeiro: não castiga pelo erro
porque o próprio erro castiga a quem errou. No entanto, ele castiga a quem nega o erro.
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O dinheiro compra muitas coisas por corrupção, mas o poder, o prestígio e a força fazem o que
o dinheiro não pode fazer. Às vezes nosso adversário tem uma situação de prestígio social ou
condições materiais necessárias para praticar injustiças como se nada tivesse acontecido. Xangô
combate situações como essa porque ele próprio não é corrupto nem traidor.
Xangô trabalha com situações que envolvem os poderes físico e espiritual. O poder espiritual é
adquirido por meio de oferendas e se sobrepõe a qualquer tipo de sofrimento, dominando a força dos
oponentes. O poder espiritual de Xangô pode se transformar em força física, que ninguém conseguirá
roubar. Quem busca superar seus adversários precisa materializar as bênçãos de Xangô, que traz o
poder espiritual necessário para vencer. Ao cultuá-lo nos tornamos fisicamente mais fortes,
inquebráveis, intocáveis e incontestáveis, ficando mais próximos das verdades que nos levarão a todas
as nossas vitórias.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 21
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A ausência da verdade faz a pessoa tombar e sua presença a faz sobreviver a tempestades
porque a prática da verdade possibilita discernir entre o certo e o errado e ter clareza quanto ao rumo a
seguir. Xangô abomina a mentira, a falsidade e a inverdade. Esta questão tem a ver com a
sobrevivência: só conseguimos sobreviver se enxergamos as coisas como elas são, formos leais
conosco e fizermos as coisas como devem ser feitas. Xangô orienta a fazer as coisas como se deve.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 22
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Nos mitos os injustiçados buscavam refúgio em Xangô. É por isso que seus iniciados adquirem
o axé necessário para defender injustiçados e dominar dificuldades e ameaças. Uma pessoa que
trabalha e é mal remunerada, sendo, pois, injustiçada, ao realizar oferendas a Xangô pode ter essa
injustiça corrigida.
É muito comum em nossa sociedade que as pessoas falem mal umas das outras. Quando
inventamos algo sobre alguém ou repetimos uma inverdade que ouvimos a seu respeito estamos
praticando uma injustiça que pode destruir a sua vida. Recorremos a Xangô para ele nos defender
contra as injustiças que são frutos de línguas venenosas e afetam o progresso e o bem-estar. O devoto
de Xangô é um articulador que usa o seu axé para abençoar aqueles que sofreram qualquer tipo de
injustiça.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 23
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Fidelidade e Lealdade
A fidelidade e a lealdade são virtudes raras, que os devotos de Xangô devem cultivar. Narram
os mitos que dezesseis rainhas eram esposas de Xangô, sendo Oyá a principal. Um dos símbolos de
Oyá é a lealdade e, como Xangô é apaixonado pela lealdade, Oyá o conquistou. Ela foi a única esposa
de Xangô que o acompanhou até o último momento da sua permanência na terra. Os dois têm
similaridade energética, com predomínio do elemento fogo: Xangô é a força dos raios, trovões e
relâmpagos e Oyá, a força dos ventos e tempestades. Uma louvação a Oyá a chama de “A poderosa
que tem sabedoria e coragem para andar pelo fogo sem se queimar”. A sabedoria de Oyá ajudava
muito Xangô e o que os unia era a lealdade. Diz uma cantiga:
Xangô é invocado para que o ser humano recupere sua libido, pois a falta de desejo sexual é
uma enfermidade. Não podemos ter vergonha de tratar deste assunto e não é impureza abordar a
sexualidade no meio sagrado, pois o ser humano é fruto dela.
É frequente nos depararmos com vários orixás que cuidam da sexualidade humana. Cultuamos
Xangô para recuperar a vontade de viver, o desejo de sentir o corpo como ele deve ser sentido em cada
momento. Xangô é associado à sexualidade, à libido, ao desejo sexual e à fertilidade. Homens e
mulheres estéreis, com impotência sexual ou dificuldade para conceber recorrem a ele para conseguir
ter filhos. Seu axé, assim como o de Oxum e de Iemanjá, aumenta a fertilidade biológica e material
daqueles que recorrem a ele.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 24
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Chamamos Xangô de Bàbá Ọlọ́ mọ Èwe, “Pai das crianças e dos jovens”. Seu interesse pela
vida teve início nos tempos primordiais, quando era sempre acompanhado por milhares e milhares de
pessoas. Xangô adorava crianças e seres humanos em geral, adorava a família e o amor e tinha uma
paixão imensa pela vida. Ele se dizia o pai de todos e é por este motivo que nós o invocamos e
trabalhamos com o seu axé para quebrar o pacto que os àbíkú têm com seu Ẹgbẹ́ no Ọ̀ run.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 25
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Xangô foi um rei exigente, caprichoso, rico, próspero e notável. Foi líder, pai, amigo e
provedor de soluções. Cultuamos Xangô com vários objetivos, mas precisamos de mensageiros que
conduzam a ele os nossos pedidos. Toda oferenda é um intermediário entre o ser humano e o orixá. A
comida que integra todo ritual é um elemento de troca.
O alimento tem minérios da terra e água da chuva e passa pelos processos de germinação e
maturação. Ele é plantado com o axé de Ogum, de Oko e de outros orixás da agricultura e da terra;
depois é colhido, lavado, processado e cozido. Esses processos envolvem a água, que lava e prepara o
alimento, o fogo, que o transforma e o trabalho - suor, dedicação e devoção – de quem o prepara.
Oferecemos comida para os orixás porque os axés de todas as pessoas que participam de seu preparo
se unem e vêm a ser elementos de diálogo com o divino. A comida que oferecemos aos orixás é
símbolo espiritual de todo o esforço que garante a nossa sobrevivência. A oferenda é um meio de
colocarmos nossa vitalidade a serviço dos nossos sonhos.
Este material conta com apoio de nove videoaulas do Bàbá King com descrição detalhada do conteúdo, ditados, rezas e cantigas em iorubá e imagens da
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O àkàsà (acaçá) é preparado com farinha de milho branco que, depois de cozida como se fosse
uma polenta, é despejado num alguidar ou numa gamela.
O iyán (inhame), depois de descascado, cortado em pedaços e cozido com pouca água para não
encharcar, é pilado até virar uma massa úmida que lembra o purê. Pode-se fazer doze bolinhas com
essa massa, colocá-las num alguidar ou numa gamela e depois colocar molho de feijão ou de quiabo
por cima.
Há outros dois pratos principais a serem oferecidos a Xangô. Um deles é a sopa gbẹgiri,
preparada com feijão fradinho descascado e cozido até desmanchar por completo, depois temperado
com peixe e azeite de dendê. Se as pessoas gostarem e quiserem, podem acrescentar pimenta e
pedaços de carne.
Podemos colocar uma pedra ẹdun àrá no gbẹgiri para transferir a coragem, a invencibilidade, a
perseverança, a resistência, a realeza, a fortaleza e a grandeza de Xangô a todos os participantes da
oferenda. Quando a sopa esfriar, o ẹdun àrá é retirado. Qualquer pessoa com medo, insegurança,
síndrome do pânico ou problemas de autoestima pode lamber essa pedra para ingerir o axé de Xangô
e, se repetir esse procedimento várias vezes, perderá o medo. O dono do ẹdun àrá poderá lavá-lo com
folhas de taioba ou de pèrègún, colocá-lo em um pires ou em um alguidar com um pouco de dendê
sobre ele, e ele já estará pronto para o próximo uso. O ẹdun àrá pode ser mantido dentro do
assentamento de Xangô.
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Outra oferenda é o quiabo cortado, cozido e temperado com azeite de dendê, peixe, camarão e
todo tipo de tempero para ficar bem gostoso. Esse molho à base de quiabo é jogado sobre as massas
citadas acima.
Quando se evoca qualquer orixá durante a entrega das oferendas os Oris dos presentes
despertam para receber o seu axé. É importante expressar os objetivos que se deseja alcançar,
incluindo a capacidade de reconhecer e aceitar as bênçãos recebidas. Munida desta capacidade a
pessoa consegue obter resultados positivos.
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Folhas de Xangô
Xangô trabalha com o axé de algumas folhas. O ojúoró (vitória-régia) e o ò?íbàtà (lótus) são
plantas aquáticas que atraem a vitória e tornam a pessoa intocável, neutralizando todo o mal enviado
para ela. O tẹ̀ tẹ̀ (bredo, caruru) confere perseverança e se alguém tentar sabotar o filho de Xangô, o
uso dessa planta o defenderá porque esse axé possibilita superar barreiras e vencer inimigos. O rẹnrẹn
(língua-de-sapo) e o Orìrì (oriri-de-Oxum) trazem equilíbrio, tranquilidade, paz e harmonia. A
abamọda (folha-da-fortuna) atrai sorte, progresso e riqueza e transforma sonhos e desejos em
realidade. O pèrègún (dracena) recompensa o esforço e a luta. O yèyé (cajá-mirim) fornece axé para
sobreviver a pressões, dificuldades e limitações e para que um indivíduo consiga tornar-se o número
um.
O akòkò (acocô) torna o Ori venerável e manifesta sua realeza, sua grandeza, seu potencial
nato; essa folha é tão importante que entre os iorubás ninguém assume uma situação hierárquica
notável sem banhar seu Ori com akòkò. O kókò (folha de taioba) amplia os horizontes para que tudo
em que se esteja trabalhando seja grandioso. O ewé ìlasa (folha de quiabo) aumenta a sorte, o
magnetismo e o poder atrativo.
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a vitória e adia a data da morte. A galinha d’angola harmoniza, reduz tensões e desarticula pressões,
ajuda a resolver problemas e superar dificuldades.
O frango e o galo trocam as desgraças e o mal pelo bem, o azar pela sorte, o
sofrimento pelo alívio, as lágrimas por sorrisos, a tristeza pela alegria e a derrota pela vitória. O
pombo dá domínio sobre dificuldades e sofrimentos. O igbin amortece tudo, para que o devoto de
Xangô resista ao impacto das adversidades; também neutraliza sofrimentos, tensões e os
aborrecimentos. Diz o ditado iorubá que “o mugido do boi é grande”, e o boi também simboliza
Xangô porque tudo em Xangô é grandioso.
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AULA 8 - APROVEITAMENTO DO A
Xangô oferece a solução contra as perseguições. O machado de Xangô pode ser sacralizado e
guardado na casa ou na empresa da pessoa perseguida. Qualquer pessoa que sofra algum tipo de
perseguição, injustiça ou sabotagem pode ter em seu poder esse
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machado, alcançar vitória e ficar protegido de maldades, feitiços, pragas, raiva, ódio e rejeição social.
Tudo o que ocorre de bom na vida do ser humano depende das ações do seu Ori. Ẹlẹ́dạ́ é, em
si, um axé pronto e detém o poder máximo sobre a vida, mas nem sempre a consciência dos seres
consegue alcançar as mensagens e a grandeza do próprio Ori. Xangô ajuda o Ori do seu devoto a
despertar e a se interessar mais por situações e circunstâncias que poderão levá-lo à vitória. Xangô
colabora muito com o crescimento do ser humano por meio de seu diálogo com Ori.
Xangô era tão justo que transmitiu todos os seus conhecimentos ao povo para que as pessoas
pudessem sobreviver em sua ausência. Hoje a injustiça ocorre por diversos fatores, como incapacidade
dos seres humanos, egoísmo, ignorância e egocentrismo, entre muitos outros. Quando cultuamos
Xangô pedimos justiça e vitória sobre a injustiça e sobre as dificuldades. A solução para alguns
problemas está em nós. Como Xangô é o orixá da justiça, ele nos ajuda a vencermos também as
injustiças que praticamos contra os outros e contra nossas próprias vidas.
Há pessoas a quem os outros boicotam ou de quem falam mal e reclamam sem necessidade.
Xangô abomina a maldade e adora trabalhar com as questões sociais. Por isso se diz: “O grande sábio
Xangô, que esfrega a boca dos maldosos na terra”. Lamentavelmente a maldade faz parte da natureza
humana, mas Xangô nos disciplina e faz valer os direitos que cada um de nós tem para estarmos todos
bem e para impedir que outros sejam sabotadores do nosso bem-estar, da nossa felicidade e da nossa
glória na vida.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 32
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Xangô foi o quarto Aláàfin Ọ̀yọ́ (rei de Oyó). Era filho de Oduduwa e irmão de Bayànnì e
Dada; conta-se que foi este irmão de Xangô quem deu origem às crianças que nascem com os cabelos
encaracolados. É comum os iniciados em Xangô serem iniciados também em Bayànnì e Dada.
Como Xangô equilibra as relações entre os seres humanos e os àbíkú, é comum ser assentado
junto a Ẹgbẹ́ , que também desempenha essa função.
Narram os mitos que Jàkúta era o orixá que originalmente manipulava as pedras, sendo depois
essa tarefa assumida por Xangô. Algumas pessoas os confundem, mas eles são deuses distintos.
Cultuamos Jàkúta para desenvolver poderes defensivos, e muitas vezes para complementar o grande
axé de Xangô.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 33
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IORUBÁ TRADUÇÃO
Oríkì Sàngó 1 Evocação a Xangô 1
1 Káábíyèsí Sàngó! Xangô, Vossa Majestade, eu te saúdo!
11 Ní ibi tí wọ́ n gbé ndá iná irọ́ Onde os malfeitores se unem para fazer o mal
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 34
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14 Ki igba ẹdùn bọ́ ọ̀ àrá E enche essas paredes com centenas de ẹdùn àrá
IORUBÁ TRADUÇÃO
Oríkì Sàngó 2 Evocação a Xangô 2
1 Káábíyèsí ò! (3x) Vossa Majestade, eu te saúdo! (3x)
2 Sàngó Olúkòso O rei não se enforcou (Epíteto de Xangô)
3 Àkàtà yẹrì yẹrì O fogo indomável que se espalha
4 A tú wọn ká Ele que desune o que está unido
5 Ní ibi tí wọ́ n gbé ndá iná irọ́ Onde os malfeitores se unem para fazer o mal
O sábio poderoso que esfrega A
6 Ọlọ́ ọ̀lọ̀ tí nfẹnu ìkà lọlẹ́
boca do mentiroso no chão
7 A-waápọn-mọ̀rí Que se preocupa em resolver todos os casos difíceis
Ele, que por ter seu poder desafiado, Fez
8 Ó torí ijà dáko sẹ́bàá ọ̀nà
sua horta onde todos pudessem vê-la
Se aqueles que passam por sua horta não o saúdam, Ele
9 Sàngó ní bó ò kí ládòbò, ijà ni
protesta
10 Bó o si kí ládòbò, ọ̀ràn Quando é saudado, observa a forma como é saudado
11 Sẹ́ẹ́rẹ́jọbí ọmọ Àrìrà O poder do ?ẹ́ rẹ́ que une as pessoas
Alànà tóóró kan ayé, Ele que tem o poder de abrir conexão
12
Alànà tóóró k’ọ̀run Entre o mundo físico e o espiritual através do raio
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 35
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IORUBÁ TRADUÇÃO
Oríkì Sàngó 3 Evocação a Xangô 3
1 Sàngó o jẹ ọka ogun ọdun Xangô, que come comida feita há 20 anos
2 Sàngó o jẹ gbẹgiri osu mẹwa Xangô, que come gbẹgiri feito há 10 meses
3 Sàngó iyan ọdun mẹta ngobona Xangô, que faz o iyan se manter quente por três anos
4 Okunrin Alagbara inu iná O homem (deus) poderoso que sobrevive dentro do fogo
IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin Sàngó 1 Cantiga de Xangô 1
1 Àlàdó fọwọ́ ranú o Aladó seja paciente e tolerante comigo
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 36
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IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin Sàngó 2 Cantiga de Xangô 2
1 Ọba kòso, ọba kòso O rei de Kòso
2 Oníbàntẹ́ owó jingbẹ́nẹ́ Aquele que tem seu manto feito de dinheiro
IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin Sàngó 3 Cantiga de Xangô 3
10 Bàbá tani yíò dúró Quem se atreverá a desafiar a força do meu pai Xangô
2 Bàbá tani yíò dúró Quem se atreverá a desafiar a força do meu pai Xangô
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 37
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3 Kí Sàngó yọ́ osé o Quando Xangô se manifestar com seu o?é em punho
5 Bàbá tani yíò dúró Quem se atreverá a desafiar a força do meu pai Xangô
IORUBÁ TRADUÇÃO
Orin Sàngó 4 Cantiga de Xangô 4
1 Olúkòso Aládó Olúkòso Aládó1
1
Epítetos de Xangô que significam, respectivamente, “O rei não se enforcou” e “aquele que racha o pilão”.
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 38
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IORUBÁ TRADUÇÃO
1 Sàngó jẹ́ njay é pẹ́ẹ́ pẹ́ẹ́ o Xangô, permita que eu viva por muitos e muitos anos
16 Ibà a sángiri Eu saúdo aquele que tem força para rachar a parede
19 Jẹ́ kí gbogbo ọjọ́ ayé mi ó yẹmí o Permita que eu seja feliz todos os dias da minha vida
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Xangô: Orixá da Vitória e da Justiia 39
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Encerramento
É impossível um ser humano conseguir resumir a grandeza e importância dos orixás. Xangô é
orixá da civilização, que ensinou ao homem o conhecimento da magia, da liderança, do senso de
defesa, a autoestima, autoconfiança, segurança pessoal, força, resistência. É um orixá que ensinou o
homem a trabalhar suas emoções para chegar à vitória, ao sucesso e ao bem estar. Espero que você
tenha aprendido e gostado e que consiga assimilar para o seu dia-a-dia todas as riquezas de Xangô,
para que o seu Ori possa ser o seu maior guerreiro.
Káábíyèsí ?àngó!
Axé!
Bàbá King
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