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O mais complicado e demorado deste método é o cálculo das áreas das seções transversais. A
aplicação da fórmula em si é muito simples. Antes de partirmos para um exemplo de cálculo, vejamos a
nomenclatura utilizada nas seções transversais a serem calculadas no próximo exercício, as quais são
apresentadas na figura 20.
Corte
eixo off -set: distância/cota
terreno: cota
greide: cota
bordo: distância/cota
off-set off-set
variável variável
plataforma
Aterro
eixo
bordo: distância/cota greide: cota
terreno: cota off-set: distância/cota
off-set off-set
variável variável
plataforma
Figura 20 – Nomenclatura das seções transversais.
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Exercício 15 – Dada a nota de serviço de terraplanagem, calcular o volume de corte e aterro. Este exercício
esta baseado em dados retirados de um projeto verdadeiro de uma rodovia no interior o Estado do Paraná.
Para fins práticos, vamos trabalhar somente com algumas estacas do projeto. A distância entre as estacas é de
20m.
NOTA DE SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM
ESQUERDA EIXO DIREITA
OFF-SET BORDO COTA BORDO OFF-SET
EST. COTA DIST. COTA DIST TERRENO GREIDE VERMELHA DIST. COTA DIST. COTA
ATERRO CORTE
647 627.98 5.50 627.98 5.50 627.81 628.14 0.33 5.50 627.98 5.50 627.98
648 627.99 5.60 627.89 5.50 627.78 628.05 0.32 5.50 627.59 5.70 627.76
649 622.99 5.60 627.81 5.50 627.90 627.97 0.28 5.50 627.81 5.70 628.01
650 627.74 5.50 627.74 5.50 627.75 627.90 0.15 5.50 627.74 5.90 628.14
651 628.19 6.00 627.49 5.50 627.96 627.85 0.11 5.50 627.79 6.10 628.29
652 627.53 5.70 627.66 5.50 627.84 627.82 0.02 5.50 627.66 6.10 628.26
653 628.74 6.60 627.64 5.50 627.81 627.80 0.01 5.50 627.64 6.10 628.24
A primeira etapa é o desenho (figura 21) e cálculo das áreas das seções transversais. Originalmente
no projeto as plataformas apresentam uma inclinação de 3%. Com estes dados é possível desenhar, utilizando
um programa como o AutoCAD por exemplo, cada uma das seções. Neste caso podemos também obter
facilmente via CAD as áreas das seções transversais. Este foi o processo utilizado para a obtenção dos valores
a serem empregados neste exercício. Cabe salientar que para os perfis elaborados, a escala vertical é 10 vezes
maior que a horizontal para enfatizar os desníveis.
A partir dos perfis mostrados na figura 21, calculou-se para cada estaca, a área de corte e de aterro, as
quais são resumidas na tabela abaixo.
Estaca Corte (m 2) Aterro (m 2)
647 - 2.7500
648 - 2.2275
649 1.4573 0.014
650 0.8947 0.5527
651 4.1085 -
652 2.3660 -
653 5.2650 -
Uma estrada nem sempre é uma linha reta e na maioria das vezes existem curvas no seu traçado.
Quando vamos calcular o volume de corte e aterro, no caso específico de curvas, iremos trabalhar com seções
transversais que não são paralelas. Existe uma forma de correção a ser aplicada nestes casos. Ao leitor que
interessar, o assunto é detalhado em BORGES (1994).
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Cota Cota
2 2
Cota Cota
2 2 2 2
Cota Cota
2 2
Cota
Figura 21 – Perfis transversais.
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Vamos utilizar a planilha para cálculo de volumes por seções transversais para determinar os volumes de
corte e de aterro. Uma cópia desta planilha é fornecida no anexo 1.
Cálculo do volume de Corte
Áreas (m2)
Seções Distância entre as Volume (m3)
seções (m)
Área Área Total Média da Área
647 0
0 0 20 0
648 0
1.4573 0.7286 20 14.572
649 1.4573
2.3520 1.176 20 23.52
650 0.8947
5.0032 2.5016 20 50.032
651 4.1085
6.4745 3.2372 20 64.744
652 2.3660
7.6310 3.8155 20 76.31
653 5.2650
Volume Total 229.178
Cálculo do volume de Aterro
Áreas (m2)
Seções Distância entre as Volume (m3)
seções (m)
Área Área Total Média da Área
647 2.75
4.9775 2.4887 20 49.774
648 2.2275
2.2415 1.1207 20 22.414
649 0.014
0.5667 0.2833 20 5.667
650 0.5527
0.5527 0.2763 20 5.527
651 0
0 0 20 0
652 0
0 0 20 0
653 0
Volume Total 83,114
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3.3. Superfícies Eqüidistantes
Alguns autores ainda apresentam uma metodologia de cálculo chamada de Superfícies Eqüidistantes,
que na realidade segue o mesmo princípio do cálculo do método das seções transversais, porém agora ao
invés de trabalharmos com seções verticais, utilizaremos seções horizontais. A fórmula para cálculo é a
seguinte:
A A
Volume = d ⋅ 1 + A 2 + A 3 + ... + A n −1 + n
2 2
onde n é o número de seções.
Um exemplo de aplicação é o cálculo de volume d’água em reservatórios de barragens, onde as
superfícies paralelas são representadas pelas curvas de nível. Vamos verificar a fórmula com o exercício
abaixo.
Exercício 16 – Calcular para as curvas de nível dadas abaixo, o volume definido entre as curvas 5 e 15m.
S3
15
10
5
S2
S1
O valor de “d” será a eqüidistância entre as curvas de nível.
S1+ S2
V 5 / 10 = d ⋅
2
S 2 + S 3
V10 / 15 = d⋅
2
V t = V 5 / 10 + V10 / 15
S1+ S 2 S 2 +S 3
V t = d ⋅ +
2 2
S1 +2S 2 +S 3
V t = d ⋅
2
S1 S3
V t = d ⋅ +S 2 + confirmando a fórmula apresentada!
2 2
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Exercício 17 -Foi projetada uma represa entre os pontos A e B, indicados no mapa abaixo. Sabendo que a cota
de inundação será 112m, calcular o volume de água a ser represada pela barragem. As unidades do mapa
estão em metros.
2600.00
2400.00
2200.00
2000.00
1800.00 A B
400.00 600.00 800.00 1000.00 1200.00 1400.00 1600.00 1800.00 2000.00
Rio a ser represado
A primeira etapa é marcar a posição da barragen sobre o mapa. Sabendo-se que a cota de inundação é
112m, então tudo que estiver compreendido entre a curva de nível de cota 112m e abaixo desta cota será
inundado. Para calcular o volume de inundação temos que determinar qual é a área que cada curva de nível
define em relação a barragem.
Curva de nível
(112m)
Área
Barragem
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Esta área pode ser determinada com planímetro ou utilizando-se algum programa CAD. A figura a
seguir mostra a posição da barragem e a área a ser inundada.
2600.00
2400.00
2200.00
2000.00
1800.00
4 00. 0 0 6 00. 0 0 8 00. 0 0 10 00.0 0 12 00. 0 0 14 00.0 0 16 00.0 0 18 00.0 0 20 00.0 0
Os valores das áreas, determinados via programa CAD, são mostrados na tabela abaixo.
Áreas
Curva Área (m2)
112 243808,7
110 174185,7
108 117934,1
106 76370,9
104 42836,1
102 16650,9
100 1697,0
Aplicando-se o método das seções transversais, onde o espaçamento entre cada seção neste caso é a
eqüidistância entre as curvas de nível (2 m), teremos:
A A
V = e. 112 + A110 + A108 + A106 + A104 + A102 + 100
2 2
243808,7 1697,0
V = 2. + 174185,7 + 117934,1 + 76370,9 + 42836,1 + 16650,9 +
2 2
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V = 1101461,1 m3
A figura a seguir representa em 3D a área a ser represada.
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3.4. Terraplenagem para plataformas
Esta será uma aplicação do método das seções transversais na área de terraplenagem. RICARDO;
CATALANI (1977) definem a terraplenagem ou movimentos de terra, como o conjunto de operações
necessárias para remover a terra, dos locais em que se encontra em excesso para aqueles em que há falta,
tendo em vista um determinado projeto a ser executado. Diversos trabalhos de engenharia necessitam da
utilização da terraplenagem, como a construção de rodovias, aeroportos, fábricas, ou mesmo a construção de
uma residência. Como esta operação envolve a movimentação de terra, é necessário que conheçamos o
volume de terra a ser trabalhado.
Neste item estaremos abordando uma forma de cálculo do volume de material a ser movimentado
para a construção de plataformas horizontais e inclinadas. Logicamente que para calcular este volume teremos
que conhecer previamente o terreno, ou seja, ter um levantamento topográfico do mesmo. Nos exemplos que
se seguem o terreno foi quadriculado e as cotas dos pontos da malha foram determinadas por um método de
nivelamento qualquer, cuja precisão deve ser compatível com as necessidades do usuário. O espaçamento
entre os pontos da malha dependerá das características do terreno. Terrenos acidentados requerem uma malha
com espaçamento menor.
De acordo com BORGES (1994, p.66), o projeto de terraplenagem poderá solicitar da topografia o
planejamento para uma das quatro hipóteses:
1 – plano horizontal, sem a imposição de uma cota final
2 – plano final horizontal com a imposição de uma cota final
3 – plano inclinado sem a imposição da altura em que este plano deva estar.
4 – plano inclinado impondo uma determinada altura para o mesmo, através da escolha da cota de
um determinado ponto.
Vamos mostrar um exemplo de cálculo. Este exemplo estará baseado nos dados apresentados por
BORGES (1994 – p.67). Inicialmente é dada uma malha de pontos com as suas respectivas cotas. O
espaçamento da malha é de 20 m.
1 2 3 4 5
A
36,3 34,8 33,5 32,2 30,8
B
36,4 34,9 33,6 32,3 32,1
C
36,6 35,5 34,4 33,5 32,9
D
37,2 36,3 35,8 35,1 33,9
Figura 22 – Malha de pontos
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40
A1
B1
C1 A2
D1 B2
C2 A3
D2 B3
C3 A4
D3 B4
C4 A5
D4 B5
C5
D5
Figura 23 – Vista em perspectiva da malha.
Hipótese 01
Neste caso a topografia poderá escolher uma altura do plano final. Assim vamos escolher uma altura
em que o volume de corte seja igual ao volume de aterro, compensando a movimentação de terra. A primeira
coisa a fazer é determinar a cota de passagem para a malha dada, que pode ser determinada conforme visto
anteriormente, através do cálculo da média ponderada das cotas da malha. Os cálculos são apresentados a
seguir.
Ponto Cota Peso Peso x Cota
A1 36.3 1 36.3
A2 34.8 2 69.6
A3 33.5 2 67.0
A4 32.2 2 64.4
A5 30.8 1 30.8
B1 36.4 2 72.8
B2 34.9 4 139.6
B3 33.6 4 134.4
B4 32.3 4 129.2
B5 32.1 2 64.2
C1 36.6 2 73.2
C2 35.5 4 142.0
C3 34.4 4 137.6
C4 33.5 4 134.0
C5 32.9 2 65.8
D1 37.2 1 37.2
D2 36.3 2 72.6
D3 35.8 2 71.6
D4 35.1 2 70.2
D5 33.9 1 33.9
Σ 48 1646.4
∑ Cota ⋅ Peso
Cp =
∑ Pesos