MATERIAL DE APROFUNDAMENTO DA ESCOLA DA FÉ (POSTERIOR AO CURSO)
“ Desejaria que todos e cada um de nós pudéssemos visitar, pelos menos em espírito, a própria
pia batismal, mergulhar nela a nossa cabeça e descobrir a missionariedade do próprio
batismo… Então, devo ser missionário.
“Se eu não sou missionário, então não sou cristão.” (Dom Pedro Casaldáliga)
INTRODUÇÃO– Quatro termos para ter clareza:catecumenato, Evangelização
querigmática, Catequese, Escola da Fé, Catecumenato
Catecumenato –
O catecumenato, fonte de inspiração para a catequese: ( DO Novo Diretório do Catequista , nn.
61 a 65):
O texto responde: O que é o catecumenato?
Por que é fonte de inspiração para a catequese ontem, hoje e sempre?
Quanto tempo é o catecumenato?
Quem é o público-alvo do catecumenato?
Quais são as suas etapas?
61. A exigência de«não dar por suposto que os nossos interlocutores conhecem o
horizonte completo daquilo que dizemos, ou que eles podem relacionar o nosso
discurso com o núcleo essencial do Evangelho»9 é razão quer para afirmar a natureza
querigmática da catequese, quer para considerar a sua inspiração catecumenal. O
catecumenato é uma prática eclesial antiga, restaurada depois do Concílio Vaticano II (cf. SC
64 a 66; CD 14; AG 14), oferecida aos convertidos não batizados. Tem, portanto, uma explícita
intenção missionária e estrutura-se como um complexo orgânico e gradual para iniciar à fé e à
vida cristã. Precisamente pelo seu carácter missionário, o catecumenato pode também inspirar
a catequese daqueles que, apesar de já terem recebido o dom da graça batismal, não
saboreiam efetivamente a sua riqueza 10: neste sentido, fala-se de inspiração catecumenal da
catequese ou de catecumenato pós-batismal ou de catequese de iniciação à vida cristã 11.
Esta inspiração não esquece que os batizados«já foram introduzidos na Igreja e se
tornaram filhos de Deus pelo Batismo».
5 Entre as numerosas fórmulas do querigma, a título de exemplo, cf. as seguintes:«Jesus é o
Filho de Deus, o Emanuel, o Deus conosco»(cf. Mt 1,23);«O Reino de Deus está aqui:
convertei vos e acreditai no Evangelho»(Mc 1,15);«Deus amou tanto o mundo que lhe
deu o Filho unigênito, para que todo aquele que acredita n’Ele não se perca, mas tenha a
vida eterna»(Jo 3,16);«Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância»(Jo
10,10);«Jesus de Nazaré passou fazendo o bem e curando a todos»(At 10,38);«Jesus,
Nosso Senhor, ressuscitou para nossa justificação»(Rm 4,25);«Jesus é Senhor»(1Cor
12,3);«Cristo morreu pelos nossos pecados»(1Cor 15,3);«O Filho de Deus amou me e
entregou Se a Si mesmo por mim»(Gal 2,20). 6 EG 164. 7 EG 165. 8 EG 177. 9 EG 34. 10
Estas pessoas podem ser chamadas quase catecúmenos: cf. CT 44. 11 Cf. CCE 1231 e V
CONFERÊNCIA GERAL DO EPISCOPADO DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE, Documento
de Aparecida (30 de maio de 2007), 286 a 288. 26A sua conversão fundamenta se,
portanto, no Batismo que já receberam e cuja força de vida eles devem fazer
desabrochar»12.
úblico – Alvo -
P
62. Por referência aos sujeitos, pode-se se falar de três propostas catecumenais: - um
catecumenato em sentido estrito para os não batizados, quer sejam jovens e adultos, quer
sejam crianças em idade escolar e adolescentes;
- um catecumenato em sentido analógico para os batizados que não completaram os
sacramentos da iniciação cristã;
- uma catequese de inspiração catecumenal para todos os que receberam os sacramentos da
iniciação, mas ainda não estão suficientemente evangelizados ou catequizados, ou para todos
os que desejam retomar o caminho da fé.
Catecumenato – retorno ao antigo e renovação hoje e sempre, tenha claro ao que é senão
ficará distante de sua atitude catequética.
Processo estruturado em quatros tempos ou períodos
63. A restauração do catecumenato, favorecido pelo Concílio Vaticano II, foi feita através da
publicação do Ritual da iniciação cristã dos adultos. O catecumenato,«uma verdadeira
formação de toda a vida cristã»(AG 14), é um processo estruturado em quatro tempos ou
períodos, com o objetivo de guiar o catecúmeno para o encontro pleno com o mistério de Cristo
na vida da comunidade, e é, portanto, considerado um lugar típico de iniciação, catequese e
mistagogia.
Os ritos de passagem 13 entre os períodos evidenciam a gradualidade do itinerário formativo
do catecúmeno:
- no pré catecumenato tem lugar a primeira evangelização em ordem à conversão e
explicita-se o querigma do primeiro anúncio;
- o tempo do catecumenato, propriamente dito, destina se à catequese integral; acedesse a ele
com o Rito da admissão, no qual pode ter lugar a “entrega dos Evangelhos”14;
- O tempo da purificação e iluminação fornece uma preparação mais intensa para os
sacramentos de iniciação. Este período, no qual se entra pelo Rito da eleição ou da inscrição
do nome, prevê a “tradição do Símbolo” e a “tradição da oração dominical” 15;
- com a Celebração dos sacramentos de iniciação, na Vigília pascal, abre-se o tempo da
mistagogia, caracterizado por uma experiência cada vez mais profunda dos mistérios da fé e da
inserção na vida da comunidade 16.
Significado de inspiração catecumental, elementos a seguir:
64. A inspiração catecumenal da catequese não significa reproduzir de maneira servil o
catecumenato, mas assumir o seu estilo e o seu dinamismo formativo, respondendo também à
«necessidade duma renovação mistagógica, que poderia assumir formas muito
diferentes de acordo com o discernimento de cada comunidade educativa»17. O
catecumenato tem um tom missionário conatural que, com o tempo, se foi enfraquecendo na
catequese. São propostos os elementos de base do catecumenato que, depois do necessário
discernimento, devem ser hoje compreendidos de novo, valorizados e atualizados com
coragem e criatividade, num esforço de verdadeira inculturação. Esses elementos são:
A: O carácter pascal:no catecumenato, tudo se orienta para o mistério da paixão, morte e
ressurreição de Cristo. A catequese comunica o coração da fé de maneira essencial e
existencialmente compreensível, colocando cada pessoa em contacto com o Ressuscitado,
ajudando a reler e a viver os momentos mais intensos da sua vida como passagens pascais;
: O carácter iniciático:o catecumenato é uma iniciação à fé que leva os catecúmenos a
B
descobrir o mistério de Cristo e da Igreja. A catequese introduz a todas as dimensões da vida
cristã, ajudando cada pessoa a iniciar, na comunidade, o seu caminho pessoal de resposta a
Deus que a procurou;
12 RICA 295. 13 RICA 6:«Temos assim três degraus, passos ou portas, que devem ser
tidos como momentos maiores ou mais densos da iniciação. Estes degraus são
assinalados por três ritos litúrgicos: o primeiro pelo rito da instituição dos catecúmenos;
o segundo pela eleição; e o terceiro pela celebração dos sacramentos». 14 Este tempo
prevê celebrações da Palavra de Deus, exorcismos, bênçãos e outros ritos. Cf. RICA 68 a 132.
15 Juntamente com as tradições referidas, durante este período o catecúmeno vive os
escrutínios e outros ritos de preparação imediata para a celebração dos sacramentos. Cf. RICA
133 a 207. 16 Cf. RICA 208 a 239. 17 EG 166. 27
C: O carácter litúrgico, ritual e simbólico: o catecumenato está cheio de símbolos, ritos e
celebrações, que tocam os sentidos e os afetos. Precisamente graças ao«uso de símbolos
eloquentes»e através de uma«renovada valorização dos sinais litúrgicos»18 , a
catequese pode responder deste modo às exigências do homem contemporâneo, que
habitualmente considera significativas somente as experiências que o tocam na sua
corporeidade e afetividade;
D: O carácter comunitário:o catecumenato é um processo que se realiza numa comunidade
concreta, que faz experiência da comunhão oferecida por Deus e que, portanto, está
consciente da sua responsabilidade em relação ao anúncio da fé. A catequese inspirada no
catecumenato integra o contributo de diversos carismas e ministérios (catequistas, agentes da
liturgia e da caridade, responsáveis dos grupos eclesiais, juntamente com os ministros
ordenados…), mostrando que o seio que gera para a fé é toda a comunidade; e. o carácter de
conversão permanente e de testemunho: o catecumenato, no seu todo, é imaginado como um
caminho de conversão e de purificação gradual, enriquecido por ritos que marcam a aquisição
de um novo modo de existir e de pensar. Consciente de que a conversão nunca está
plenamente realizada, mas que dura toda a vida, a catequese educa para descobrir que somos
pecadores perdoados e, valorizando o rico património da Igreja, prepara também itinerários
penitenciais e formativos apropriados, que favoreçam a conversão do coração e da mente num
novo estilo de vida, que seja percetível, mesmo a partir do exterior;
E: O caráter de progressividade da experiência formativa 19:o catecumenato é um
processo dinâmico estruturado em períodos que se sucedem de forma gradual e progressiva.
Este carácter evolutivo corresponde à própria biografia da pessoa, que cresce e amadurece no
tempo. Acompanhando com paciência e respeitando os tempos reais do amadurecimento dos
seus filhos, a Igreja manifesta a sua maternidade através desta atenção.
65. A catequese em chave querigmática e missionária requer que se realize uma pedagogia de
iniciação inspirada no itinerário catecumenal, respondendo com sabedoria pastoral à
pluralidade de situações. Por outras palavras, segundo uma escolha amadurecida em diversas
Igrejas, trata-se da catequese de iniciação à vida cristã. É um itinerário pedagógico oferecido
na comunidade eclesial que conduz o crente ao encontro pessoal com Jesus Cristo através da
Palavra de Deus, da ação litúrgica e da caridade, integrando todas as dimensões da pessoa,
para que esta cresça na mentalidade de fé e seja testemunha de vida nova no mundo
em o querigma é impossível crer e crescer na fé ( Do Novo Diretório da Catequese, nn 57
S
Qual a relação entre o Querigma e a Catequese? o querigma faz nascer de novo e a catequese
crescer na fé e viver na vida.
Relação íntima entre querigma e catequese, casamento feliz e para sempre
Que significa dizer que a catequese deverá ser essencialmente querigmática
57. Esta exigência, à qual a Igreja deve responder no tempo presente, coloca em evidência a
necessidade de uma catequese que, de modo coerente, pode ser definida como querigmática:
uma catequese que seja um«aprofundamento do querigma que, cada vez mais e melhor,
se vai fazendo carne»2. A catequese, que nem sempre se pode distinguir do primeiro anúncio,
é chamada a ser, antes de mais, um anúncio da fé e não deve remeter para outras ações
eclesiais a tarefa de ajudar a descobrir a beleza do Evangelho. É importante que cada pessoa
descubra, precisamente através da catequese, que vale a pena acreditar. Deste modo, ela já
não se limita a ser um mero momento de crescimento mais harmonioso da fé, mas contribui
para gerar a própria fé e permite que se descubra a sua grandeza e a sua credibilidade.
Portanto, o anúncio já não pode ser considerado simplesmente como a primeira etapa da fé,
prévia à catequese, mas como a dimensão constitutiva de cada momento da catequese.
58. O querigma,«fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz acreditar em
Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia
infinita do Pai»3 , é simultaneamente um ato de anúncio e o próprio conteúdo do anúncio, que
desvela e torna presente o Evangelho 4. No querigma, o sujeito da ação é o Senhor Jesus que
se manifesta no testemunho de quem o anuncia. A vida da testemunha que experimentou a
salvação torna-se, portanto, aquilo que toca e 1 O verbo grego katechein significa «ressoar»,
«fazer ressoar». 2 EG 165. 3 EG 164. 4 Sobre o termo«Evangelho»:cf. BENTO XVI,
Meditação durante a primeira Congregação Geral do Sínodo dos Bispos (8 de outubro de
2012):«Evangelho significa: Deus interrompeu o seu silêncio, Deus falou, Deus existe.
Este facto enquanto tal é salvação: Deus nos conhece, Deus nos ama, entrou na história.
Jesus é a sua Palavra, o Deus connosco, o Deus que nos mostra que nos ama, que sofre
conosco até à morte e ressuscita. Este é o próprio Evangelho. Deus falou, já não é o
maior desconhecido, mas mostrou-se a si mesmo e isto é salvação». 25 move o
interlocutor. No Novo Testamento estão presentes diversas formulações do querigma 5 que
correspondem às várias compreensões da salvação, que ressoa com acentos particulares nas
várias culturas e para pessoas diversas. De igual modo, a Igreja deve poder encarnar o
querigma para as exigências dos seus contemporâneos, favorecendo e incentivando que, nos
lábios dos catequistas (cf. Rm 10,8 - 10), da abundância do seu coração (cf. Mt 12,34), numa
dinâmica recíproca de escuta e diálogo (cf. Lc 24,13 - 35), floresçam anúncios credíveis,
confissões de fé vitais, novos hinos cristológicos para narrar a cada um a boa nova:«Jesus
Cristo ama te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te
iluminar, fortalecer, libertar»6.
59. Desta centralidade do querigma para o anúncio derivam alguns sublinhados também para a
catequese:«que exprima o amor salvífico de Deus como prévio à obrigação moral e
religiosa, que não imponha a verdade, mas faça apelo à liberdade, que seja pautado pela
alegria, o estímulo, a vitalidade e uma integralidade harmoniosa que não reduza a
pregação a poucas doutrinas, por vezes mais filosóficas que evangélicas»7.
s elementos que a catequese, como eco do querigma, é convidada a valorizar são: o
O
carácter de proposta; a qualidade narrativa, afetiva e existencial; a dimensão de
testemunho da fé; a atitude relacional; a tonalidade salvífica. Na verdade, tudo isto
interroga a própria Igreja, chamada a ser a primeira a redescobrir o Evangelho que anuncia: o
novo anúncio do Evangelho pede à Igreja uma escuta renovada do Evangelho, juntamente com
os seus interlocutores.
60. Uma vez que«o querigma possui um conteúdo inevitavelmente social»8, é importante
que se exponha inequivocamente a dimensão social da evangelização de modo a captar a sua
abertura sobre toda a existência. Isto quer dizer que a eficácia da catequese é visível não
apenas através do anúncio direto da Páscoa do Senhor, mas também mostrando que nova
visão da vida, do homem, da justiça, da vivência social e de todo o cosmos emerge da fé,
mesmo através da realização de sinais concretos. Por esta razão, a apresentação da luz com a
qual o Evangelho ilumina a sociedade não é um segundo momento cronologicamente distinto
do anúncio da fé em si mesmo. A catequese é um anúncio da fé, que deve forçosamente
causar interesse, ainda que em germe, em todas as dimensões da vida humana.
( EXORTAÇÃO APOSTÓLICA«CATECHESI TRADENDAE»DE SUA SANTIDADE PAPA
JOÃO PAULO II)
Cristo que ensina, ordena os apostolos “fazer discípulos” e “ensinar”
7. Além disso, esta doutrina não é um corpo de verdades abstractas: é a comunicação do
Mistério vivo de Deus. A qualidade d'Aquele que ensina no Evangelho e a natureza dos seus
ensinamentos ultrapassam de todas as maneiras as dos«mestres»em Israel, em virtude
daquela ligação única que existe entre aquilo que Ele diz, aquilo que Ele faz e aquilo que Ele é.
Contudo, permanece o facto de os Evangelhos nos relatam claramente momentos em que
Jesus«ensina». «Jesus foi fazendo e ensinando» (15). nestes dois verbos que introduzem o
livro dos Atos dos Apóstolos, São Lucas une e distingue ao mesmo tempo os dois pólos da
missão de Cristo.
Jesus ensinou. É esse o testemunho que Ele dá de Si mesmo :«Eu estava todos os dias
sentado no Templo a ensinar» (16). É essa também a observação que fazem cheios de
admiração os Evangelistas, surpreendidos por O verem ensinar sempre e em qualquer lugar, e
fazê-lo de uma maneira e com uma autoridade desconhecidas até então.«De novo concorreu
a Ele muita gente e, como de costume, pôs-se outra vez a ensiná-la (17); «E
maravilhavam-se por causa da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem
autoridade» (18). O mesmo atestam os seus adversários, para daí tirarem motivo de acusação
e de condenação:«Ele subleva o povo, ensinando por toda a Judeia, a começar da
Galileia até aqui» (19).
O único«Mestre»
8. Aquele que ensina deste modo merece por uma razão que é única o nome de«Mestre».
Quantas vezes, ao longo do novo Testamento, e especialmente nos Evangelhos, é atribuído a
Cristo esse título de Mestre (20)! Aí se refere claramente que os Doze, os outros discípulos e
as multidões de ouvintes Lhe chamam«Mestre», com uma entoação ao mesmo tempo de
admiração, de confiança e de ternura (21). E até mesmo os Fariseus e os Saduceus, os
Doutores da Lei e os Judeus em geral Lhe não recusam essa designação:«Mestre,
queríamos ver-te fazer um prodígio» (22);«Mestre, que devo fazer para obter a vida
terna?» (23). Mas é sobretudo o. próprio Jesus, em momentos particularmente solenes e
e
muito significativos, que se denomina Mestre:«Vós chamais-me Mestre e Senhor, e dizeis
bem, visto que o sou» (24); e proclama a singularidade e o carácter único da sua condição de
Mestre:«... um só é o vosso Mestre» (25), Cristo. Assim se compreende que, no decorrer de
dois mil anos, em todas as línguas da terra, homens de todas as condições, raças e nações
Lhe tenham dado este título, com veneração, repetindo à sua maneira a exclamação de
Nicodemos:«Sabemos que vieste como Mestre da parte de Deus» (26).
Esta imagem de Cristo a ensinar, a um tempo majestosa e familiar, impressionante e
tranquilizadora, imagem desenhada pela pena dos Evangelistas e com frequência evocada
depois pela iconografia desde os primeiros séculos da era paleo-cristã (27), tão atraente ela se
apresentava, é-me grato também a mim evocá-la no início destas considerações sobre a
catequese no mundo contemporâneo.
Cristo ensina com toda a sua vida
9. Ao fazer esta evocação, não esqueço que a Majestade de Cristo quando ensinava, a
coerência e a força persuasiva únicas do seu ensino, não se conseguem explicar senão porque
as suas palavras, parábolas e raciocínios nunca são separáveis da sua vida e do seu próprio
ser. Neste sentido, toda a vida de Cristo foi um ensinar contínuo: os seus silêncios, os seus
milagres, os seus gestos, a sua oração, o seu amor pelo homem, a sua predileção pelos
pequeninos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na cruz pela redenção do mundo e a
sua ressurreição, são o actuar-se da sua palavra e o realizar-se da sua revelação. De modo
que, para os cristãos, o Crucifixo é uma das imagens mais sublimes e mais populares do Jesus
que ensina.
Oxalá todas estas considerações, que se situam na esteira das grandes tradições da Igreja,
consolida em nós o fervor para com Cristo, o Mestre que revela Deus aos homens e revela o
homem a si mesmo; o Mestre que salva, santifica e guia, que está vivo e que fala, desperta,
comove, corrige, julga, perdoa e caminha todos os dias connosco pelos caminhos da história; o
Mestre que vem e que há-de vir na glória.
É somente em profunda comunhão com Ele que os catequistas encontrarão luz e força para
uma desejável renovação autêntica da catequese.
Notas. 12. Cf. Jo. 14, 6.
13. Jo. 7,16. Está enunciado nesta passagem um tema frequente no quarto Evangelho: cf. Jo.
3,34; 8,28; 12,49 s.; 14,24; 17,8.14.
14. 1 Cor. 11,23: A palavra«transmitir», empregada nesta passagem por São Paulo, foi
repetida com idêntico sentido e frequentemente na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi ,
para descrever a atividade evangelizadora da Igreja, por exemplo nos nn. 4,15,78,79.
15. Act. 1,1.
16. Mt. 26,55; cf. Jo. 18,20.
17. Mc. 10,1.
18. Mc. 1,22; cf. também Mt. 5,2; 11,1; 13,54; 22,16; Mc. 2,13; 4,1; 6,2.6; Lc. 5,3.17; Jo. 7,14;
8,2, etc.
19 Lc. 23,5.
20. Em cerca de cinquenta passagens dos quatro Evangelhos, este título—herdado de toda a
Tradição judaica, mas revestindo-se aqui de um significado novo, que o próprio Cristo procura
muitas vezes pôr em evidência — é atribuído a Jesus.
1. Cf.; entre outras passagens: Mt. 8,19; Mc. 4,38; 9,38; 10,33; 13,1; Jo. 11,28.22. Mt. 12,38.
2
23. Lc. 10,25; Mt. 22,16.
24. Jo. 13,13 s.; cf. também Mt. 10,25; 26,18; e paralelos.
25. Mt. 23,8. Santo Inácio de Antioquia aduz esta afirmação e comenta-a nos seguintes termos:
«Nós recebemos a fé; e é por isso que resistimos, a fim de sermos reconhecidos como
discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre» (Epistola ad Magnesios, IX, 1: FUNK
1,239).
26. Jo. 3,2.
EMA 1:Organização do ministério ou pastoral
T
Um importante texto bíblico para entender ministério é a carta de Paulo 1Cor 12, ajuda você a
saber o que é um ministério para Jesus e para a sua Igreja?
Uma boa coisa é procurar saber quantos ministérios existem na comunidade do Dom Avelar,
quantos membros atuantes e membros não atuantes.
E ainda, outra é saber que ministérios faltam na comunidade de Dom Avelar e padre Cícero/
investir no essencial, uma grande de ministério da catequese. Vamos então nós!
Lendo o texto, responda de quem é o dever e a missão de servir na catequese?
Se a resposta é de todos, ela é coerente com a realidade das comunidades, todos se sentem
responsáveis pela catequese evangelizadora?
Como multiplicar os servidores de Jesus ?
( Do Documento de Aparecida,201 a 201)
A renovação da paróquia exige atitudes novas dos párocos e dos sacerdotes que estão a
serviço dela. A primeira exigência é que o pároco seja um autêntico discípulo de Jesus Cristo,
porque só um sacerdote enamorado do Senhor pode renovar uma paróquia. Mas ao mesmo
tempo, deve ser um ardoroso missionário que vive o constante desejo de buscar os afastados e
não se contenta com a simples administração.
202. Mas, sem dúvida, não basta a entrega generosa do sacerdote e das comunidades de
religiosos. Requer-se que todos os leigos se sintam co-responsáveis na formação dos
discípulos e na missão. Isto supõe que os párocos sejam promotores e animadores da
diversidade missionária e que dediquem tempo generosamente ao sacramento da
reconciliação. Uma paróquia renovada multiplica as pessoas que realizam serviços e
acrescenta os ministérios. Igualmente, neste campo, se requer imaginação para encontrar
resposta aos muitos e sempre mutáveis desafios que a realidade coloca, exigindo novos
serviços e ministérios. A integração de todos eles na unidade de um único projeto
evangelizador é essencial para assegurar uma comunhão missionária.
203. Uma paróquia, comunidade de discípulos missionários, requer organismos que superem
qualquer tipo de burocracia. Os Conselhos pastorais paroquiais terão que estar formados por
discípulos missionários constantemente preocupados em chegar a todos. O Conselho de
assuntos Econômicos junto a toda a comunidade paroquial, trabalhará para obter os recursos
necessários, de maneira que a missão avance e se faça realidade em
todos os ambientes. Estes e todos os organismos precisam estar animados por uma
espiritualidade de comunhão missionária:“Sem este caminho espiritual de pouco serviriam
os instrumentos externos da comunhão. Mais do que modos de expressão e de
crescimento,
sses instrumentos se tornaram meios sem alma, máscaras de comunhão”104.
E
209. Os fieis leigos são os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o
povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Elesrealizam,
segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo 108. São
“homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja”109.
53. 210. Sua missão própria e específica se realiza no mundo, de tal modo que, com seu
testemunho e sua atividade, eles contribuam para a transformação das realidades e para a
criação de estruturas justas segundo os critérios do Evangelho.“O espaço próprio de sua
atividade evangelizadora é o mundo vasto e complexo da política, da realidade social e
da economia, como também o da cultura, das ciências e das artes, da vida internacional,
dos„mass media‟, e outras realidades abertas à evangelização, como são o amor, a
família, a educação das crianças e adolescentes, o trabalho profissional e o
sofrimento”110. Além disso, eles têm o dever de fazer crível a fé que professam, mostrando a
autenticidade e coerência em sua conduta.
211. Os leigos também são chamados a participar na ação pastoral da Igreja, primeiro como
testemunho de sua vida e, em segundo lugar, com ações no campo da evangelização, da vida
litúrgica e outras formas de apostolado segundo as necessidades locais sob a orientação de
seus pastores. Eles estarão dispostos a abrir para eles espaços de participação e a confiar
ministérios e responsabilidades em uma Igreja onde todos vivam de maneira responsável seu
compromisso cristão. Aos catequistas, delegados da Palavra e animadores de comunidades
que cumprem uma magnífica tarefa dentro da Igreja 111,reconhecemos e animamos a
continuarem o compromisso que adquiriram no batismo e confirmação.
212. Para cumprir sua missão com responsabilidade pessoal, os leigos necessitam de uma
sólida formação doutrinal, pastoral, espiritual e um adequado acompanhamento para darem
testemunho de Cristo e dos valores do reino no âmbito da vida social, econômica, política e
cultural.
.CONTEÚDO DA CATEQUESE – O CONTEÚDO ACOMPANHA
3
A CRIANÇAS QUE NASCEU TEM QUE CRESCER EM TUDO, IDADE, CONHECIMENTO E
MATURIDADE PSICOLÓGICA....A MESMA CRIANÇA QUE NASCEU NO ESPÍRITO ( Jo 3,5)
é chamada a crescer na fé, conhecer e aderir a Jesus, celebrar a fé, viver a fé e orar o que
crê! a fé é como a semente que um dia se torna árvore cheia de frutos... ( Jo 15,5).
Exercite:Fazer uma comparação de quanto tempo a criança passa na escola, o que aprende,
como aprende e para que aprende....se aprende com quem aprende, quem ensina...como
ensina...e na comunidade cristã fazer o mesmo exercício, leia os parágrafos do Diretório Novo
da Catequese que oriente com excelência o seu caminho de aprender
O Desenvolvimento das idades
70. Os sacramentos da iniciação cristã constituem uma unidade porque«lançam os alicerces
da vida cristã: os fieis, renascidos pelo Batismo, são fortalecidos pela Confirmação e
alimentados pela Eucaristia»25. De facto, há que reiterar que«somos batizados e
crismados em ordem à Eucaristia. Este dado implica o compromisso de favorecer na
ação pastoral uma compreensão mais unitária do percurso de iniciação cristã»26.Assim,
é oportuno que se avalie e se considere a ordem teológica dos sacramentos – Batismo,
Confirmação, Eucaristia – para«verificar qual será a prática que melhor pode,
fetivamente, ajudar os fieis a colocarem no centro o sacramento da Eucaristia, como
e
realidade para a qual tende toda a iniciação»27. É desejável que nos lugares onde se fazem
experiências, estas não sejam casos isolados, mas fruto de uma reflexão de toda a
Conferência episcopal que confirma as escolhas de ação para todo o território da sua
competência.
71. A catequese de iniciação cristã é uma formação de base, essencial, orgânica, sistemática e
integral da fé: a de base é essencial, enquanto aprofundamento inicial do querigma que
explicita os mistérios fundamentais da fé e dos valores evangélicos de base.«A catequese
lança os fundamentos do edifício espiritual do cristão, alimenta as raízes da sua vida de
fé, habilitando ao receber o sucessivo alimento sólido, na vida ordinária da comunidade
cristã»28; orgânica, enquanto coerente e bem ordenada; sistemática, ou seja, não improvisada
ou ocasional. A exposição orgânica e sistemática do mistério cristão distingue a catequese das
outras formas de anúncio da Palavra de Deus; c. integral, por ser uma aprendizagem aberta a
todas as componentes da vida cristã.
A catequese 21 EG 164. 22 BENTO XVI, Carta encíclica Deus caritas est (25 de dezembro de
2005), 1. 23 DGC 66. 24 CCE 1122. 25 COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA, 251. 26 BENTO XVI, Exortação apostólica pós sinodal Sacramentum caritatis (22
de fevereiro de 2007), 17. 27 Ibidem, 18. 28 DGC 67. 29 favorece gradualmente a
interiorização e a integração destes componentes, provocando uma transformação do homem
velho e a formação de uma mentalidade cristã. 72. Estas características da catequese de
iniciação estão expressas de forma exemplar nas sínteses da fé elaboradas já pela Escritura
(como a tríade fé, esperança e caridade) e depois na Tradição (a fé acreditada, celebrada,
vivida e rezada). Estas sínteses são um modo de compreender de forma harmoniosa a vida e a
história, porque não enunciam posições teológicas interessantes, mas sempre parciais, mas
proclamam a própria fé da Igreja.
Catequese da Infância, veja o
.CATEQUESE COM AS CRIANÇAS 236.«Esta fase de idade, tradicionalmente dividida
em primeira infância ou idade pré -escolar e infância, aos olhos da fé e da própria razão,
tem como própria a graça do início da vida»16caracterizada pela simplicidade e pela
gratuidade do acolhimento. Já Santo Agostinho indicava a primeira infância e a infância
propriamente dita como tempos em que se aprende o diálogo com o Mestre que fala no íntimo.
Desde tenra idade que a criança deve ser ajudada a perceber e a desenvolver o sentido de
Deus e a intuição natural da sua existência (cf. GE 3). Com efeito, a antropologia e a pedagogia
confirmam que a criança é capaz de Deus e que as suas perguntas acerca do sentido da vida
nascem também nos lugares onde os pais estão pouco atentos à educação religiosa. As
crianças têm a capacidade de colocar questões de sentido a respeito da criação, da identidade
de Deus, do porquê do bem e do mal e são capazes de manifestar alegria diante do mistério da
vida e do amor. 237. Os estudos realizados pelas ciências sócio psico pedagógicas e da
comunicação são uma grande ajuda na hora de delinear a fisionomia concreta das crianças,
que têm situações de vida muito variadas nos diversos contextos geográficos. Com efeito, as
variáveis sociais e culturais influenciam em muito a condição das crianças (da primeira e da
segunda infância), a perceção das suas necessidades por parte dos adultos, os modos de
entender e viver as dinâmicas familiares, a experiência escolar, a relação com a sociedade e a
relação com a fé. Tenha Se particularmente em conta a condição de nativos digitais que
aracteriza grande parte das crianças no mundo. É um fenómeno à escala global, cujas
c
consequências ainda não são claramente perceptíveis, mas que está sem dúvida a modificar
as modalidades cognitivas e relacionais das novas gerações, influenciando de certa forma
também o impulso natural para a experiência religiosa.
CRIANÇAS DA PRIMEIRA INFÂNCIA
238. É também importante considerar que são as muitas crianças (da primeira e da segunda
infância) que sentem fortemente o efeito da fragilidade dos laços no interior das famílias,
mesmo em situações de bem estar económico; outras, pelo contrário, vivem ainda hoje em
condições ambientais fortemente marcadas pela pobreza, pela violência e pela instabilidade. A
estas crianças que, por diversos motivos, sofrem com a falta de referências seguras para a
vida, muitas vezes também lhes é reduzida a possibilidade de conhecer e amar a Deus.
Quando tal é possível, a comunidade eclesial deve saber dialogar com os pais, apoiandoaos na
sua função de educar; além disso, procure tornar se presente e disponível para demonstrar
sempre zelo materno e cuidados concretos: este será o primeiro e fundamental anúncio da
bondade providente de Deus. 13 AL 78. 14 AL 297. 15 EG 160. 16 DGC 177. 75 239. A
primeira infância, ou idade pré-escolar, é um tempo decisivo de descoberta da realidade
religiosa, em que dos pais e do ambiente de vida se apreende uma atitude de abertura e de
acolhimento, ou de aversão e fechamento a Deus. Apreende Se também os primeiros
conhecimentos da fé: uma primeira descoberta do Pai que está nos céus, bom e providente,
para o qual voltar o coração e a quem dirigir um gesto de afeto e veneração; o nome de Jesus
e de Maria e algumas histórias dos momentos principais da vida do Senhor Jesus; sinais,
símbolos e gestos religiosos. Não se deve subestimar, neste contexto, a valorização das
principais festividades do ano litúrgico, por exemplo, com a construção do presépio nas
famílias, na preparação para o Natal 17 , que pode permitir que a criança viva uma forma de
catequese através de uma participação direta no mistério da encarnação. Quando, desde
pequena, em família ou noutros ambientes de crescimento, a criança está em contacto com os
diversos aspetos da vida cristã, aprende e interioriza uma primeira forma de socialização
religiosa propedêutica em relação às seguintes e ao desenvolvimento da consciência moral
cristã. Mais que catequese em sentido próprio, nestas idades trata se de uma primeira
evangelização e anúncio da fé numa forma eminentemente educativa, atenta a desenvolver o
sentido da confiança, da gratuidade, do dom de si, da invocação e da participação, como
condição humana na qual se enxerta a força salvífica da fé.
240. A idade escolar (6 a 10 anos), de acordo com uma tradição consolidada em muitos países,
é o período em que se completa na paróquia a iniciação cristã começada com o Batismo. O
itinerário global de iniciação cristã tem como finalidade dar a conhecer os acontecimentos
principais da história da salvação que serão objeto de reflexão mais aprofundada nas idades
sucessivas e a levar a tomar gradualmente consciência da sua identidade de batizado. Com a
catequese de iniciação cristã temas em vista o primeiro conhecimento da fé (primeiro anúncio)
e com o processo de iniciação introduza se a criança em idade escolar na vida da Igreja e na
celebração dos sacramentos. A catequese, não fragmentária, mas articulada ao longo de um
itinerário que propõe de forma essencial todos os mistérios da vida cristã e a forma como
incidem na consciência moral, está também atenta às condições existenciais das crianças
desta fase e às suas interrogações de sentido. Ao longo do itinerário de iniciação, está previsto,
de facto, o ensino das verdades da fé, que se reforça com o testemunho da comunidade, a
articipação na liturgia, o encontro com a palavra de Jesus na Sagrada Escritura, o início do
p
exercício da caridade. Compete às Conferências episcopais estabelecer a duração e as
modalidades para realizar o itinerário de iniciação à vida cristã e a administração dos
sacramentos. 241.
Segunda Infância.
A segunda infância é também a fase da entrada no mundo da escola primária. A criança em
idade pré escolar, e depois em idade escolar, entra numa comunidade maior que a família,
onde tem a possibilidade de desenvolver as suas capacidades intelectuais, afetivas,
relacionais. Com efeito, em muitos países do mundo, é ministrado ensino religioso específico
na escola e, nalguns casos, há também a possibilidade de se dar na escola a catequese de
iniciação à vida cristã e aos sacramentos, de acordo com as indicações e as disposições do
Bispo local. Nesses contextos, a colaboração entre os catequistas e os professores torna-se
um significativo recurso educativo e é uma ocasião favorável para dar visibilidade a uma
comunidade de testemunhas adultas da fé. 242. A necessidade de fazer do processo de
iniciação cristã uma autêntica introdução experiencial à globalidade da vida de fé leva a olhar
para o catecumenato como uma imprescindível fonte de inspiração. Torna-se muito oportuna
uma iniciação cristã configurada segundo o modelo formativo do catecumenato, mas com
critérios, conteúdos e metodologias adequados às crianças desta fase. A articulação do
desenvolvimento do processo de iniciação cristã para crianças em idade escolar, inspirado no
catecumenato, prevê tempos, ritos de passagem e a participação ativa na mesa eucarística que
constitui o cume do processo de iniciação. Na sua realização, os catequistas estão
comprometidos em inverter a visão tradicional, que vê a criança em idade escolar
principalmente como objeto de cuidados e atenções pastorais da comunidade, e em assumir a
perspetiva que o educa 17 Cf. FRANCISCO, Carta apostólica Admirabile signum (1 de
dezembro de 2019). 76 progressivamente, de acordo com as suas capacidades, para ser
sujeito ativo dentro e fora da comunidade. A inspiração catecumenal permite, além disso, que
se reconsidere o papel primordial da família e de toda a comunidade em relação aos mais
pequenos, dando lugar a processos de evangelização recíproca entre os diversos sujeitos
eclesiais envolvidos. 243. Cada Igreja local, mediante os secretariados e organismos
preestabelecidos, é solicitada a avaliar a situação em que vivem as crianças da segunda
infância e a estudar as modalidades e os itinerários de iniciação e de catequese que sejam
mais adequados para os tornar conscientes de serem filhos de Deus e membros da Igreja,
família de Deus, que se reúne para celebrar a Páscoa no dia dedicado ao Senhor
.CATEQUESE NA REALIDADE JUVENIL 244.Existe uma profunda ligação entre a
3
possibilidade de uma renovada proposta de fé aos jovens e a disponibilidade da Igreja para
rejuvenescer, ou seja, para se manter num processo de conversão espiritual, pastoral e
missionária.«A capacidade [dos jovens] de renovar, reclamar, exigir coerência e
testemunho, voltar a sonhar e reinventar»18pode ajudar a comunidade eclesial a dar-se
conta das transformações culturais do nosso tempo e a fazer crescer a confiança e a
esperança. Toda a comunidade tem o dever de transmitir a fé e de testemunhar a possibilidade
de caminhar na vida com Cristo. A proximidade do Senhor Jesus com os dois discípulos de
Emaús, o facto de caminhar com eles, dialogando, acompanhando e ajudando a abrir os olhos
é fonte de inspiração para caminhar com os jovens. É dentro destas dinâmicas que se deve
nunciar o Evangelho ao mundo juvenil com coragem e criatividade, propor a vida sacramental
a
e o acompanhamento espiritual. Graças à mediação eclesial, os jovens poderão descobrir o
amor pessoal do Pai e a companhia de Jesus Cristo e viver esta etapa da vida, particularmente
«adequada aos grandes ideais, aos generosos heroísmos, às coerentes exigências de
pensamento e de ação».19
245.A catequese no mundo juvenildeve ser constantemente renovada, reforçada e
realizada no contexto mais vasto da pastoral juvenil. Precisa de se caracterizar por dinâmicas
pastorais e relacionais de escuta, reciprocidade, com responsabilidade e reconhecimento do
protagonismo juvenil. Embora não haja fronteiras definidas e sejam as abordagens típicas de
cada cultura que são determinantes, é útil especificar a idade juvenil entre pré- adolescentes,
adolescentes, jovens e jovens adultos. É decisivo que se aprofunde o estudo do mundo juvenil,
valendo se dos contributos da investigação científica e tendo em conta a situação nos diversos
países. Uma consideração de carácter geral diz respeito à questão da linguagem dos jovens.
Geralmente, as novas gerações estão bastante marcadas pelas redes sociais e pelo chamado
mundo virtual. Isto dá oportunidades que as gerações anteriores não tinham, mas ao mesmo
tempo comporta alguns riscos. É muito importante considerar de que forma a experiência de
relações tecnologicamente mediadas estrutura a conceção do mundo, da realidade e das
relações interpessoais. Insiste Se, por isso, na necessidade que a pastoral tem de uma
adaptação da catequese com os jovens, sabendo traduzir na sua linguagem a mensagem de
Jesus. Catequese com os pré adolescentes 246. São muitos os sinais que levam a olhar para a
pré-adolescência 20 como uma etapa da vida caracterizada pela dinâmica da passagem de
uma situação conhecida e segura para algo de novo e inexplorado. Por um lado, isto pode
suscitar impulso e entusiasmo, mas por outro lado provoca um 18 ChV 100. 19 PAULO VI,
Alocução para a beatificação de Nunzio Sulpizio (1 de dezembro de 1963). 20 O termo
pré-adolescência assume significados diferentes nas diversas culturas. Aqui indica o tempo que
começa com a puberdade e que vai aproximadamente dos 10 aos 14 anos. Noutros lugares,
este momento é indicado como primeira adolescência (early adolescence), ao passo que o
termo pré adolescência indica o último estádio da infância (9a10 anos). 77 sentimento de
confusão e de perda. A pré adolescência caracteriza-se precisamente por esta mistura de
emoções contraditórias e oscilantes que, na verdade, nascem da necessidade de rivalizar,
experimentar, pôr se à prova, para redefinir – como protagonistas e autonomamente – uma
identidade que quer renascer. De facto, neste período, acompanhado por um forte
desenvolvimento da dimensão física e emocional, começa a tomar forma o processo lento e
laborioso de personalização do indivíduo. 247.
A pré adolescência é também o tempo em que se reelabora a imagem de Deus recebida na
infância: para isso, é importante que a catequese acompanhe com cuidado esta passagem
delicada devido aos seus possíveis desenvolvimentos futuros, mesmo recorrendo a
investigações e a instrumentos das ciências humanas. Sem medo de apontar para a essencial,
a proposta de fé aos pré adolescentes há de preocupar se por semear nos seus corações os
germes de uma visão de Deus que, em seguida, poderá amadurecer: o querigma falará
especialmente do Senhor Jesus como irmão que ama, como amigo que ajuda a viver as
relações da melhor maneira, não julga, é fiel, valoriza os recursos e os sonhos, realizando os
desejos de beleza e de bem. Além disso, a catequese é convidada a reconhecer o
protagonismo dos pré-adolescentes, a criar um contexto de relações significativas de grupo, a
ar espaço à experiência, a criar um clima em que se acolhem as questões fazendo as interagir
d
com a proposta do Evangelho. O préaadolescente pode entrar mais facilmente no mundo da
experiência cristã, descobrindo que o Evangelho toca precisamente as dinâmicas relacionais e
afetivas às quais ele é particularmente sensível. O catequista, capaz de confiar e esperar,
levará a sério as dúvidas e as inquietudes do préaadolescente, fazendo se seu companheiro
discreto, mas presente. Catequese com os adolescentes 248. A adolescência é uma época da
vida que vai aproximadamente dos 14 aos 21 anos e que, por vezes, perdura mesmo muito
para além disso. Caracteriza Se pelo impulso para a independência e, ao mesmo tempo, pelo
medo de começar a distanciar se do contexto familiar; esta determina contínuas agitações
entre impulsos de entusiasmo e retrocessos.«Os adolescentes estão a caminho, em
trânsito. […] Vivem exatamente esta tensão, antes de tudo em si mesmos e depois com
quantos os circundam», mas«a adolescência não é uma patologia que devemos
combater. Faz parte do crescimento normal e natural da vida dos nossos
adolescentes»21. Portanto, a comunidade e o catequista deverão ter o cuidado de
desenvolver o espaço interior para perceber e acolher sem julgar e com sincera paixão
educativa, esta procura da liberdade dos adolescentes, começando a canalizáala para um
projeto de vida aberto e ousado. 249. No seu caminho de fé, os adolescentes precisam de ter
ao seu lado testemunhas convictas e envolventes. Um dos desafios da catequese é justamente
aquele que se refere ao escasso testemunho de fé vivida no interior das famílias e dos âmbitos
de socialização dos quais eles provêm. Além disso, o afastamento da frequência da Igreja que,
muitas vezes, tem lugar na idade da adolescência não depende tanto da qualidade daquilo que
foi proposto nos anos da infância – por muito que tudo isto seja importante – mas sobretudo
pela existência de uma proposta alegre e significativa para a idade juvenil. Ao mesmo tempo,
os adolescentes colocam duramente à prova a autenticidade das figuras adultas e precisam de
presbíteros, de adultos e de jovens mais velhos nos quais vejam uma fé vivida com alegria e
coerência. A comunidade terá o cuidado de identificar para este serviço de catequese aquelas
pessoas que se mostrarem mais disponíveis para sintonizar com o mundo deles, iluminandoao
com a luz e a alegria da fé. É importante que a catequese se realize dentro da pastoral juvenil e
com uma conotação fortemente educativa e vocacional, no contexto da comunidade cristã e
dos outros ambientes de vida dos adolescentes...
.REUNIÃO SEMANAL ACOMPANHAMENTO DAS CRIANÇAS
4
O Capítulo VII Novo Diretório Nacional da Catequese trata da“Metodologia na catequese”
com excelência. Escolhi alguns parágrafos para o seu aprofundamento. Temos que considerar
sempre a idade, o conteúdo, o modo de transmitir a fé com fidelidade à Palavra de Deus e ao
ensino de Jesus, nosso Mestre e Salvador.
194. O mistério da encarnação inspira a pedagogia catequética. Isto tem implicações também
para a metodologia da catequese que deve ter como referência a Palavra de Deus e, ao
mesmo tempo, assumir as instâncias autênticas da experiência humana. Trata-se de viver a
fidelidade a Deus e ao homem para evitar qualquer tipo de contraposição ou separação ou
neutralidade entre método e conteúdo. O conteúdo da catequese, sendo objeto de fé, não pode
ser submetido indiscriminadamente a qualquer método, mas requer que este reflita a natureza
da mensagem evangélica com as suas fontes e também tenha em conta as circunstâncias
oncretas da comunidade eclesial e de cada um dos batizados. É importante ter presente que a
c
finalidade educativa da catequese determina as escolhas metodológicas.
A pluralidade dos métodos 195. Mesmo mantendo vivo o primado da graça, a Igreja sente com
responsabilidade e sincera paixão educativa a atenção aos processos catequéticos e ao
método. A catequese não tem um método único, mas está aberta a valorizar métodos diversos,
confrontando se com a pedagogia e a didática, e deixando se guiar pelo Evangelho, necessário
para reconhecer a verdade do homem. Ao longo da história da Igreja, muitos carismas de
serviço da Palavra de Deus geraram diferentes percursos metodológicos, sinal de vitalidade e
de riqueza.«A idade e o desenvolvimento intelectual dos cristãos, bem como o seu grau
de maturidade eclesial e espiritual e muitas outras circunstâncias pessoais exigem que a
catequese adote métodos muito diversos»1. A comunicação da fé na catequese, que passa
também através de mediações humanas, continua a ser, contudo, um acontecimento de graça,
realizado pelo encontro da Palavra de Deus com a experiência da pessoa. O apóstolo Paulo
declara que «a cada um de nós foi concedida a graça, na medida em que recebeu o dom de
Cristo» (Ef 4,7). Portanto, a graça exprime- se tanto através de sinais sensíveis que abrem ao
mistério, como por outros caminhos desconhecidos do homem.
Valorizar mais metodologias focadas mais nos fatos da vida ou orientados para a mensagem da
fé, mas nunca divorciados, fé e vida, vida e fé.
196. Uma vez que a Igreja não tem um método próprio para anunciar o Evangelho, é
necessário um exercício de discernimento para poder examinar tudo e reter o que é bom (cf.
1Ts 5,21). Tal como se fez várias vezes na história, na catequese podem valorizar e percursos
metodológicos mais centrados nos factos da vida ou mais orientados para a mensagem da fé.
Isso depende das situações concretas dos sujeitos da catequese. Tanto num como noutro
caso, é importante um princípio de correlação, que coloque os dois aspetos em relação. Os
acontecimentos pessoais e sociais da vida e da história encontram no conteúdo de fé uma luz
interpretativa; por outro lado, este deve ser apresentado sempre de modo a fazer entrever as
implicações que possui para a vida. Este procedimento supõe uma capacidade hermenêutica:
se a existência for interpretada em relação com o anúncio cristão, manifesta se na sua
verdade; por outro lado, o querigma tem sempre um valor salvífico e de plenitude de vida.
198. No seu anúncio do Reino, Jesus procura, encontra e acolhe as pessoas nas situações
concretas das suas vidas. Também quando ensina, parte da observação de acontecimentos da
vida e da história, que relê numa ótica sapiencial. A assunção da experiência por parte de
Jesus tem algo de espontâneo que 1 CT 51.
65 transparece sobretudo nas parábolas. Estás, partindo da constatação de factos e
experiências conhecidas por todos, incentivam os interlocutores a questionarem se e a
iniciarem um processo interior de reflexão. De facto, as parábolas não são apenas exemplos
para compreender uma mensagem, mas apelos a posicionar se na vida com disponibilidade e
em sintonia com a obra de Deus. Jesus ajudou a viver as experiências humanas reconhecendo
nelas a presença e o chamamento de Deus
.PRIMEIRA EUCARISTIA
5
Acontecimento importante no processo da catequese querigmática, a comunhão eucarística
dos que se prepararam na Escola da Fé. Nunca mais nossa vida sem Jesus e nem Jesus sem
nós. Catequista atento para ajudar na catequese a manifestar um grande amor a Jesus
ucarístico. Você tem consciência que o querigma, nunca sairá da boca, do coração e da vida
E
do catequista....toda a catequese que inicia tem cume no sacramento da Eucaristia...
Papa Francisco«Voltamos a descobrir que também na catequese tem um papel
fundamental o primeiro anúncio ou querigma, que deve ocupar o centro da atividade
evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial. […] Ao designar se como
«primeiro»este anúncio, não significa que o mesmo se situa no início e que, em seguida, se
esquece ou substitui por outros conteúdos que o superam; é o primeiro em sentido qualitativo,
porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes
maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, de uma forma ou de outra, durante
a catequese, em todas as suas etapas e momentos. […] Não se deve pensar que, na
catequese, o querigma é deixado de lado em favor duma formação supostamente mais
«sólida». Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio
que esse anúncio. Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma
que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a tarefa
catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de qualquer tema que se
desenvolve na catequese.É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em
todo o coração humano»Eucaristia, plenitude da iniciação cristã.
7. Se verdadeiramente a Eucaristia é fonte e ápice da vida e da missão da Igreja, temos de
1
concluir antes de mais que o caminho de iniciação cristã tem como ponto de referência tornar
possível o acesso a tal sacramento. A propósito, devemos interrogar-nos — como sugeriram os
padres sinodais — se as nossas comunidades cristãs têm suficiente noção do vínculo estreito
que há entre Baptismo, Confirmação e Eucaristia; (46) de facto, é preciso não esquecer jamais
que somos baptizados e crismados em ordem à Eucaristia. Este dado implica o compromisso
de favorecer na ação pastoral uma compreensão mais unitária do percurso de iniciação cristã.
O sacramento do Baptismo, pelo qual somos configurados a Cristo,(47) incorporados na Igreja
e feitos filhos de Deus, constitui a porta de acesso a todos os sacramentos; através dele,
somos inseridos no único corpo de Cristo (1 Cor 12, 13), povo sacerdotal. Mas é a participação
no sacrifício eucarístico que aperfeiçoa, em nós, o que recebemos no Baptismo. Também os
dons do Espírito são concedidos para a edificação do corpo de Cristo (1 Cor 12) e o
crescimento do testemunho evangélico no mundo.(48) Portanto, a santíssima Eucaristia leva à
plenitude a iniciação cristã e coloca-se como centro e termo de toda a vida sacramental.(49)
iniciação, comunidade eclesial e família
19. É preciso ter sempre presente que toda a iniciação cristã é caminho de conversão que há
de ser realizada com a ajuda de Deus e em constante referimento à comunidade eclesial, quer
quando é o adulto que pede para entrar na Igreja, como acontece nos lugares de primeira
evangelização e em muitas zonas secularizadas, quer quando são os pais a pedir os
sacramentos para seus filhos. A este respeito, desejo chamar a atenção sobretudo para a
relação entre iniciação cristã e família; na ação pastoral, sempre se deve associar a família
cristã ao itinerário de iniciação. Receber o Baptismo, a Confirmação e abeirar-se pela primeira
vez da Eucaristia são momentos decisivos não só para a pessoa que os recebe mas também
para toda a sua família; esta deve ser sustentada, na sua tarefa educativa, pela comunidade
eclesial em suas diversas componentes.(53) Quero sublinhar aqui a relevância da Primeira
Comunhão; para inúmeros fiéis, este dia permanece, justamente, gravado na memória como o
rimeiro momento em que se percebeu, embora de forma ainda inicial, a importância do
p
encontro pessoal com Jesus. A pastoral paroquial deve valorizar adequadamente esta ocasião
tão significativa.
.TRABALHO COM OS CATEQUISTAS
6
Perguntas para refletir e buscar respostas: Tenho consciência de que o ser catequista é um
chamado de Deus, uma resposta “eis-me , aqui, envia-me” é uma graça do céu. Vocação para
a missão, missão de testemunhar Jesus Cristo e cumprir o seu mandato,“Ide fazei discípulos
meus todos “ (Mt 28,19). A resposta é pessoal, mas tem implicação eclesial.
Assim, O capítulo III,(parágrafos 110 a 129), do Diretório da Catequese apresenta a
“Identidade do catequista” e quem são os catequistas,‘os ministros ordenados , bispos,
presbíteros, diáconos”, “ religiosas consagradas”, “famílias”, vamos focar nos parágrafos
sobre a missão do leigo catequista. Destaque o que significa ser catequista, que formação é
necessário para ser catequista,
.OS LEIGOS CATEQUISTAS121. Mediante a sua inserção no mundo, os leigos prestam um
precioso serviço à evangelização: o próprio fato de viverem como discípulos de Cristo é uma
forma de anúncio do Evangelho. Eles partilham todas as formas de compromisso com os
outros homens, impregnando as realidades temporais com o espírito do Evangelho: a
evangelização«adquire um certo carácter específico e uma particular eficácia por se
realizar nas condições ordinárias da vida no mundo»(LG 35). Testemunhando o Evangelho
em diversos contextos, os leigos têm a oportunidade de interpretar de modo cristão os
acontecimentos da vida, de falar de Cristo e dos valores cristãos, de dar razão das suas
escolhas. Esta catequese, por assim dizer espontânea e ocasional, é de grande importância
porque está imediatamente relacionada com o testemunho de vida.
122. A vocação ao ministério da catequese brota do sacramento do Batismo e é fortalecida
pela Confirmação, sacramentos mediante os quais o leigo participa no múnus sacerdotal,
profético e real de Cristo. Além da vocação comum ao apostolado, alguns fieis sentem-se
chamados por Deus a assumir o papel de catequistas na comunidade cristã, ao serviço de uma
catequese mais orgânica e estruturada. Este chamamento pessoal de Jesus Cristo e a relação
com Ele são o verdadeiro motor da ação do catequista:«Deste conhecimento amoroso de
Cristo brota o desejo de O anunciar, de evangelizar e levar os outros ao sim da fé em
Jesus Cristo»15. A Igreja suscita e discernir esta vocação divina e confere a missão de
catequizar. 123.«Sentirase chamado a ser catequista e a receber da parte da Igreja a
missão para o fazer pode adquirir, efetivamente, diversos graus de dedicação, segundo
as características de cada um. Às vezes, o catequista pode colaborar com o serviço da
catequese por um período limitado da sua vida, ou até mesmo simplesmente de maneira
ocasional; apesar disso, trata sempre de um serviço e de uma colaboração preciosos. A
importância do ministério da catequese, todavia, aconselha a que, na diocese, exista um certo
número de religiosos e de leigos estável e generosamente dedicados à catequese, 13 JOÃO
PAULO II, Exortação apostólica Vita consecrata (25 de março de 1996), 20. 14 DGC 229. 15
CCE 429. 43reconhecidos publicamente, os quais, em comunhão com os sacerdotes e o
Bispo, contribuem para dar a este serviço diocesano a configuração eclesial que lhe é
própria»16
.TRABALHO COM OS PAIS
7
Pare um pouco, refletia como cristão, buscar a resposta ao problema de ontem , de hoje e
poderá ser de sempre:
Os pais e/ou responsáveis pelas crianças cumprem o que prometeram quando um dia se
casaram, receber os filhos que Deus confia e educá-los na fé lei de Cristo e na fé da Igreja?
Se você catequista percebe que não, mas por que não cumpre esta missão?
As famílias dos catequizandos onde estão?
(a sua situação) Como estão?
Como vai a família de cada uma?
O que juntos podemos fazer para engajar mais os pais no compromisso da evangelização e da
catequese dos filhos?
Você conhece a família de seu catequizando?
Veja alguns parágrafos do Diretório que falam desta realidade, destaque o que lhe chamou
atenção? socialize.
s pais, sujeitos ativos da catequese
O
124.«Para os pais cristãos, a missão educativa, radicada na sua participação na obra
criadora de Deus, tem uma fonte nova e específica no sacramento do Matrimónio, que os
consagra para a educação propriamente cristã dos filhos»17. Pelo seu exemplo de vida
quotidiana, os pais crentes têm a capacidade mais envolvente de transmitir aos seus filhos a
beleza da fé cristã.«Para que as famílias possam ser cada vez mais sujeitos ativos da
pastoral familiar, requerem um esforço evangelizador e catequético dirigido à família,
que a encaminhe nesta direção»18.O desafio maior é, neste caso, que os casais, as mães e
os pais, sujeitos ativos da catequese, superem a mentalidade tão comum de delegação,
segundo a qual a fé está reservada aos especialistas da educação religiosa. Esta mentalidade,
por vezes, é favorecida pela própria comunidade que tem dificuldade de organizar a catequese
num estilo de família e a partir das próprias famílias.«A Igreja é chamada a colaborar, com
uma ação pastoral adequada, para que os próprios pais possam cumprir a sua missão
educativa»19, tornando-se principalmente nos primeiros catequistas para os seus filhos.
Padrinhos e madrinhas, colaboradores dos pais 125.
No percurso de iniciação à vida cristã, a Igreja convida a repensar a identidade e a missão do
padrinho e da madrinha, enquanto apoio ao compromisso educativo dos pais. A sua tarefa é
«mostrar ao catecúmeno, de modo familiar, a prática do evangelho na vida individual e
na convivência social, ajudá lo nas suas dúvidas e inquietações, dar testemunho acerca
dele e velar pelo crescimento da sua vida batismal»
20. Estamos conscientes de que, muitas vezes, a escolha dos padrinhos não é motivada pela
fé, mas se baseia em costumes familiares ou sociais: isto contribuiu significativamente para a
depreciação destas figuras educativas. Em vista da responsabilidade que este papel comporta,
a comunidade cristã deve indicar percursos de catequese aos padrinhos com discernimento e
espírito criativo, que os ajudem a redescobrir o dom da fé e da pertença eclesial. Aqueles que
são indicados para desempenhar este papel, muitas vezes, sentem-se provocados a despertar
a fé batismal e a iniciar um renovado caminho de compromisso e testemunho. A eventualidade
de recusar que alguém desempenhe esse encargo poderia ter para eles consequências que é
ecessário avaliar com muita atenção pastoral. Nos casos em que não existam as condições
n
objetivas 21 para que uma pessoa possa exercer esta tarefa, condições que é forçoso
apresentar no diálogo que precede a escolha, de acordo com as famílias e conforme o
discernimento dos pastores, poderá encontrar e padrinhos mesmo entre os agentes de pastoral
(catequistas, educadores, animadores), que sejam testemunhas de fé e presença eclesial.
O serviço dos avós para a transmissão da fé 126. São os avós que, juntamente com os pais,
sobretudo em determinadas culturas, desempenham um papel particular na transmissão da fé
aos mais jovens aos 22. Também a Escritura relata a fé dos avós como testemunho para os
netos (cf. 2Tm 1,5).«A Igreja sempre teve em relação aos avós uma atenção particular,
reconhecendo-lhes uma grande riqueza sob o perfil humano e social, assim como sob o
religioso e espiritual»23. Diante da crise das famílias, os avós, que muitas vezes têm um
maior enraizamento na fé cristã e um passado rico em experiências, tornam- se importantes
pontos de referência. Com efeito, não raro muitas pessoas devem precisamente aos avós a
sua iniciação na vida cristã. O contributo dos avós é importante na catequese seja pelo maior
espaço de tempo que podem 16 DGC 231. 17 JOÃO PAULO II, Exortação apostólica pós
sinodal Familiaris consortio (22 de novembro de 1981), 38. 18 AL 200. 19 AL 85. 20 RICA 43.
21 Cf. CIC c. 874; CCEO c. 685. 22 Cf. FRANCISCO, Audiência geral (4 e 11 de março de
2015). 23 BENTO XVI, Discurso aos participantes na Assembleia Plenária do Conselho
Pontifício para a Família (5 de abril de 2008). 44 dedicado, seja pela sua capacidade de
encorajar as jovens gerações com a sua carga afetiva. A sua sabedoria é, muitas vezes,
decisiva para o crescimento da fé. A oração de súplica e o canto de louvor dos avós apoia a
comunidade que trabalha e luta na vida
.MISSÃO DE CRIANÇAS E EVENTOS ESPECIAIS
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Criança evangeliza criança. Na Pia batismal nasce um missionário, é preciso cultivar esta
graça...fazer as crianças crescer nesta dimensão. Batismo é fonte da vocação e da missão...de
todo cristão.
“Desejaria que todos e cada um de nós pudéssemos visitar, pelos menos em espírito, a
própria pia batismal, mergulhar nela a nossa cabeça e descobrir a missionariedade do
próprio batismo… Então, devo ser missionário. Se eu não sou missionário, então não
sou cristão.” (Dom Pedro Casaldáliga)..
A catequese de iniciação cristã une a ação missionária, que chama à fé, à ação pastoral, que a
alimenta continuamente. A catequese é parte integrante da iniciação cristã e está estreitamente
unida com os sacramentos da iniciação, especialmente com o Batismo.«O elo que une a
catequese com o Batismo é a profissão de fé que é, ao mesmo tempo, o elemento
interior a este sacramento e a meta da catequese»23. «A missão de batizar, portanto a
missão sacramental, está implicada na missão de evangelizar»24; por isso, não se pode
separar a missão sacramental do processo da evangelização. De facto, o itinerário ritual da
iniciação cristã é uma forma consumada da doutrina que não só se realiza na Igreja, mas a
constitui. Na iniciação cristã não nos limitamos a uma enunciação, mas realizamos o
Evangelho.
Escolhidos os textos por Pe. José Humberto Ferreira- Pároco