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Simposio Sobre Mineração

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SOClEDAD ESPANOLA PARA LA

DEFENSA DEL PATRIMONIO GEOL6GTCO Y MINERD

o
SIMPOSIO SOBRE
-
MINERA~AO E ,
ETALURGIA H STORICAS
NO SUDOESTE EUROPEU
2006
IN DICE

Nota previa 9

Conferencias

Historia da la Arqueologia Minera en Espana 15


Monona Ayarzogr.ieno SanL
La Explotaci6n de Minerales y Rocas durante La Prehistoria en el 39
Nordeste Peninsul ar:algunas evide ncias arqueol69icaS en el t erritor io
del Ebro Final
Margarida Genera i Monells

Comunica~6es ~

I.:J
Sec~ao 2- Minera~ao e Metalurgia na Pre-Hist6ria recente a.
Q
UJ
VI
Explora~6es Mineiras Antigas entre os rios Zezere, Tejo e Ocreza 67 :I
~
Car/os Bacolo a
:;
Los Rec ursos Mineros como Factor de Distribuci6n de la s Estela s 79 w.,
Decoradas en el Noroeste d e la Provincia de Badajoz ~
1:J
:>
Ignacio QUlnlon Frias
'"g
Esler Boixere ' I Vila .,.
95 "
~'"
A Meta lurg ia do Ferro e os Artefactos da Pre-Hist6ria Recente em
Portugal J:
",
Sa/ere do Pome 2­:J
In troducci6n ala metalu rgia de la Protoh istoria de Gipuzkoa (Euska l 125 ~
OJ
Herria). Es tado de la cues ti6n ~

onia San Jose 5arllamor(Q "


I~
~

Sec~ao 3 - Minera~ao e Metalurgia na Epoca Romana


~"'"
0'
Actividade Metalurgica na Cas a de Cantabe r 141 D
'A
Adrioon De Man
Avance Estudio Arqueol6gico de las labores Romanas en Caries, Sa las 153
E
(Asturias, Espana) .:r;

4ngel Villa Va/de '"


VI
«
I-
u
Jose Antonio FanJul MOSlelrin «
Minera~ao Aurifera no Conventus de Bracara Augusta 169
Francisco _onde Lemos
Carios Meireles
Resultados Preli rn inares da Interven~ao Arqueologica na Quinta da 185
Ivanta, Valo ngo
Ricardo Teixeira
Viro( Fonseca
Lidia Boprisea
Liliana Rodngues
Contexto Geologico da Mineraliza~ao Aurifera das Explora~6es Romanas de 199 EI Descubrimiento, Investi9
Tres Minas Cataluna (1900-1985)
M ARibelro Esrer Boixerell ; Vila
A Dana o Carvao de Moatize -1950 ·
F Noronha InesMigue/
La Mineria Aurifera Romana en la Sierra del Teleno (Leon - Espana):Nuevos 211 MOciel Sonros
Datos sobre su Ingenieria y Gestion o Impacto Ambiental de b
I?oberro Marias Rodngue.l Portugal e sua Recupera~a(

Deteccion Geofisica de Minados Subterraneos. La Intervencion en las Minas 231 Wcrikio MacuOcua
Romanas de Lapis Specularis de "La Mudarra" (Huete - Cuenca) A Produ~ a o de Minerais ME
M Arlandi Rodrigue.: Perspectivas Futuras
M I Ber'lardez G6mez Jorge Fil/pe B PIISIt) OUOI rf.
::;
> I C. ullC/do d/ Monti Sec~ao 6- Recupera~ao e Conserv
<.:J
Cl.
Q L lord,; Bordehore Metalurgico
w
VI
F Villaverde Mora
Los Hornos Morunos para)
Sec~ao 4 - Minera~ao e Metalurgia na Idade Media Moorish Kilns for Gypsum il
A Fundi~ao Sineira em Portugal, da Historia a Investiga~ao 249 Puche RIQn, 0.
Luis Sebastian Mozadiego Martinez, 1. F.
Aes Campanum. Historia de uma Arte 273 Jorde! Bo/dellOre, L.
Ricardo Erosun Corres Proyecto y Desarrollo de "E
Um novo Fosso de Fundi~ao de Sinos no Mosteiro de Santa Maria Maior de 293 Riotinto"
Pombeiro Jose M. Manrecon
Ricardo frosun Corres Puesta en Marcha dei Parql
Metodos y Tecnicas para la excavacion de un fo so de fundicion de campa­ 311 I' Alta Ribagor~a
nas Roger Mora Lieonall
Ricmdo Erasun Corre' Claudia Meso VI/chez
La Produccion de Campanas en la Peninsula Iberica en Epoca Medieval 329 Morta Piguoguer Ferrando
y Moderna. Contexto Arqueologico de una Actividad Metalurgica Marta Vila Rodflguez
Protoindustrial J. MOlo-Perel/6
Alfredo Morolo Bar· 0 o Ouro na Regiao do Baixo
Sonia':; rlJose Sanramarta Serra das Flores -um Patrirr

Sec~ao 5- Minera~ao e Metalurgia nas Idades Modernas e Comporaneas Helena Couto


VI

~ Tere;a $oeiro
u
« Os Complexos Mineiros de Rio de Frades e Regoufe (Arouca, Portugal): 353
Ferrocarriles Mineros: el Pro
Memorias da Contemporaneidade
Adaluza yen el Alfoz de Ca
Anr6ni Manuel S. P. Silva
Jose Luis Hernando Fernande,
Manuela C S R,beiro
EI Patrimonio Minero del F,
Un Programme de Recherches sur le s Aluns de la Peninsule Iberique et de 371
Tub (Almatret, Segria, Dep
l'Afrique du Nord
losep M. MOIO-Pe e/lrj
)000 Manvel Diogo
Sergi Fa/perra Torre;
Mounce Picon
laume Vilarella Farras
Agentes Economicos do Subsector do Volframio em Portugal Continental 381
(1871-1947)
Joao Paulo Ave/os Nunes

6
EI Descubrimiento, Investigaci6n y Explotaci6n de Bauxitas en 395
Cataluna (1900-1985)
Ester Hoixereu i Vila
o Carvao de Moatize -1950-1974 407
In~5Mi9uel

Mouel anl05
o Impacto Ambiental de Explora~6es de Minerais Metalicos em 415
Portugal e sua Recupera~ao numa Perspectiva GeogrMica
Lum!C/o MacucicuQ
A Produ~ao de Minerais Met<ilicos em Portugal -Evolu~ao Recente e 423
Perspectivas Futuras
Jorge Filipe Baptista Duarte
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Sec~ao 6- Recupera~ao e Conserva~ao do Patrim6nio Mineiro e >­
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Metalurgico 0
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VI
Los Hornos Morunos para Yeso de Pezuela de las Torres, Madrid / 431
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Moorish Kilns for Gypsum in Pezuela de las Torres, Madrid e
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Mazad/ego Marrinez, I. F ~
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Proyecto y Desarrollo de "EI Parque Minero de la Comarca de 443 ~

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Jose M. Manrecon ~
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I' Alta Ribagor~a ]l

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MarIO Pigurlguer Ferrando c
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J. Mow-Perell6 ~
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o Ouro na Reg iao do Bai xo-Do uro (Port ugal): da Serra das Banjas a 465
"8.E
Serra das Flores -um Patrim6nio Natural e Hist6rico a Pres ervar.
Vi
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Helena Couto tv)

VI
Teresa Soeifo ~
u
Ferrocarriles Mineros: el Problema del Transporte en la Mineria 477 «
Adaluza y en el Alfoz de Cartagena (Espana).
Jose Luis Hern ando Fernrlndel.
EI Patrimonio Minero del Ferrocarril Min ero da la Mina del Tubo 0 del 485
Tub (A lmatret, Segria, Depresi 6 n Geol6gica del Ebro)
Josep M. MO/a Perella
Sergi Falp rra 7i rres
Jaume Vilatella Forr05
J6ias da Terr a - 0 Min er io da Pan asqueira , Divulgar para Prese rvar 501
Pa trim6 nios e Mem 6rias
L P6voos
F. J. A 5 Barriga,
A LetCt!
e Lopes
MJa/dlm
IPaivo
$, Medina
Vestig ios de Minera~ao Antiga na Regiao a Sui do Douro en tre os Rios 513 A Sociedad Espanola
Paiva e Arda (Concelhos de Arouca e Castelo de Pa iva, Portuga l) SEDP YM , foi fundada el
Manuel Valerio Figueiredo <;6es preocupadas com 0 P,
Ant6nio Manuel 5 P SIlva a Departamento de Engen
Nota sobre Tres Martelos Mineiros Descob ertos na Serra de Valongo 533 Minas da Universid adc Poli
Gom;alo Amaro
e coordenar actividades rcl;
Jose M Branddo
<;ao e restauro do Patrimo[
o ,,"Escravo Roma no" (7) de Pia s, Alimentar a Hist6ria ou Desmi st ilicar 541
a Cren~a?
tal tarefa, organiza reunio(
Jose M. Bmnddo promovc visitas a museus, [
Norho/ie Antunes -Ferrella Tambem colabora com inst i
JoseLNelO e Mineiro.
Contribui~ao para a El ab ora ~ao de um Catalogo Gera l dos Artefac tos 555 Essa Sociedade, da qu
Arqu eo l6gicos ligados 11 M ine ra~ao e Metalurgia Antigas nas
institui<;6es nacionais a leva
Colec~6es dos Mu seus Geomineiros do INETI
Minera<;ao e Metalurgia Hi
Jose M Brandoo
Assim, constitui-se un
Paulo Brave Sliva
Estudio de los Exvotos Ibericos
Nacional de Engenharia, 1,
571
A J. CivanlO Redruello Patrimonio Arquitect6nico
FA COl pus Igles i(J I FLUP, e Ciencias-FCUP, d ~
F, Lara Fernandez o planeamento e a execw;ao
As Mi nas de Ouro Romanas das Serras de Valong o - Uma Vi sao do se u 581 o even to teve lugar I
Interio r
Inaugural, as confercncias (
n' Andre Carvalho
tala<;6es da Faculdade de E
Augusto Monrerro
tres conferencias a cargo d,
Lid,a Baptisra
Tioga Mo teiro
paralelas, de apresenta<;ao (
VirorGandfi Apos a Sessilo Inaugl
Geomining Heritage in the Naturtejo Area: Inventory and Touri st 595 Temponiria sobre a fundi <;1
Promotion Sinos do Porto.
C Neto de C rvalho o primeiro dia terml
J GOllveia Municipal do Porto, nos Jar
E.(hombino
tiveram oportunidade de vi
~. Moreira
No dia 22 ocorreu, ext
o "Projecto Rio" e 0 Patrim6ni o Geo mineiro das Mina s da Pana sq ueira 607
Mario Luis Gaspal Barroquelro Cultura 2000, su bordinad
621 Network, com a apresenta\'
indice de autores
8
MIN ER AC;Ao AURiFERA NO CONVENTUS DE
BRACARA AUGUSTA

Lemos, F 5. *, Meireies, CA.P H


.. Universidade do Minho,Unldade de Arqueologia,Avenida Central nO 39,4710 - Braga
Lema uaum.uminho.pt
... Instituto Nacional de Engenhari3, Tecnologia e Inovac;ao. Departamento de Geologia.,
Apartado 1089 4466-956 S. Mamede de Infesta.
cafl os. m ei rel ~ ineti . pt

RESUMO
N3 numerosa bibliografia acerca do conventus d Bracara Augusta, um aspecto que tem sido me­
nDs trarado ea minera<;ao, em especial a aurffera. Sobre este t ma existem abundantes referencias,
nas parce1ares e normalmente incluidas em projectos de i nves t ig a ~ ao que incidem sobre 0 povoa­
nlento.Nao existe urn q adro de conjunto equivalente aunida e politi a e ad ministrariva da epoca
lomana, que abrange gra nde parte do Norte de Portugal e as zonas merid lonai das provincias de
Ou ense Pontevedr . A actividade mlneira aurffera foi um vector fundame nta l 11 organiza<;ao
do rerrit6rio do conventus, como alias de todo 0 Noroeste Peninsular. Com ase na bibliografia
'jisponivel, e em uabalho de campo, ja e possi el estabelecer e apresentar urn mapa das frentes e
explora<;ao de ouro. Pretende-se, assim, con lribulr para 0 avan<;o dos conhecim mos sobr uma
unidade geografica estruturante na f list6ria do Noroeste durante as ultlmos dais mi lenios.

ABSTRACT
1here is a la rge amount of bibliography abou t the Bracara Augusta' conventus. But the roman gold
mines subject is less studie . Beside there re no strucLU red projects 0 , the roman gold mines
belongin to the space of the conventus, today divided b tween Galicia (south of Ourense and
Ponteve raj and the North of Portugal. The gold mining was a comprehensive aspect of the terri­
tollal strucLU re of the Bracara Augusta' conventus, like in all the roman Iberian NW. Today, wlrh the
suppor t of the available bibliography and the results of terrai n work, it is alreauy possible TO draw a
map on rhe gold mines sites.This p er goal Is to contribute to the advan e of the knowledge abou t
ageographical entity (Ga/laecia) that structured NW Iberian History in the last two mille niums .

.......... 169 .
INTRODU~Ao

Os estudos da romanizar;:ao no Noroeste de Portugal e na Galiza tiveram urn


desenvolvimento tardio, devido a estratcgias da investigar;ao peninsular que, por
economia discursiva e motivar;:6es ideologicas, pretendiam, embora sem dados con­
sistentes, que a finisterra peninsular nunca se tinha integrado no universo classico.
Nas tres ultimas decadas do seculo XX, os projectos de estudo de Bracara Augusta,
de LIlCliJAugusti, de Tongobriga, da rede via ria antiga, e de povoamento, evidenciaram
uma realidade muito diferente. Existe, contudo, urn dominio pouco invcstigado no
quadro da Callaecia: a cxplorar;:ao sistematica dos abundantes recursos metaliferos.
Na Callaecia ha que distinguir entre os dois conventus: 0 lucense e 0 bracarense.
::;:
Para uma investigar;:ao rna is adequada e imperioso desfazer as fronteiras medievas e >­
\!l
Cl.
comemporaneas, estudando 0 territorio tal como se encontrava organizado na epoca. ow
Vl
Na verdade, 0 efeito cruzado das fronteiras contemporaneas e da hist6ria dos estudos
reflecte-se, negativamente, nos mapas de sintese. Mesmo na cartografia mais recen­
te (Domergue 1991; Sanchez-Palencia 2000), os mapas sugerem, como epicentro da
minerar;:ao a Asturia Augustana. Minas como as das serras da Padrela e de Valongo
parecem rnarginais. De facto a faixa litoral atlantica teve uma expressiva relevancia
mineira. Para corrigir as distorr;:6es c necessario regressar aos quadros politico admi­
nistrativos coevos, ou seja aos territorios conventuais.

ENQUADRAMENTO GEOLOGICO REGIONAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS

A maior parte das rochas pre - Mesozoicas da Europa constitui urn extenso
cinturao orogenico de 3000 km de comprimento por 800 km de largura resultante da
convergencia e colisao no final do Paleoz6ico, ha aproximadamente 300 Ma, de dois
super-continen­
tes (Laurussia e
Gondwana).

Figura 1 -
Esquema gera\ do
Orogeno VariSCO
Europeu, segun­
do Franke (1989).
In "Geologia de
...,. "" ~ I~ ' - Espana", 2004.
.I; ~ ~~ - ~ .........
.
. . . ...... ,-
... , -1 _-I
r· ~e.......

~ -:.>~

17 1 ...
As idades destas formac;:oes abarcam desde 0 Proterozoico ao Carbonifero. Iberica e Galiza - Tras-os-J
Apresentam-se deformadas, metamorfizadas e intruidas por granitoides ante abrange apenas estas duas z(
Permicos. Esta cordilheira apresenta a particularidade de , na sua extremidade su­ Assim sendo, na Zona
doeste, na Peninsula Iberica, definir uma curvatura designada por Arco Ibero - za-se pela presenc;:a significat
Armoricano e cujo nucleo ou charneira de rotac;:ao, se situa nas Asturias (fig. I). idade Cambrico superior a (
E na Peninsula Iberica que aflora 0 designado Macic;:o Iberico, que constitui cia metassedimentar sobrej;
a secc;:ao mais completa, em toda a Europa, deste orogeno varisco. Uma das suas intruida por granitos sintec
particularidades e a de apresentar uma certa zonografia, estabelecida em func;:ao de alto grau. As dobras sao gera
caracteristicas distintas: estratigraficas, estruturais, metamorficas, magmaticas e o dominio do Comple
tambem metalogcnicas. Lotze (1945) foi 0 primeiro a chamar a atenc;:ao para esta par­ pel a presenc;:a de metassedirr
ticularidade definindo no lvlacic;:o Iberica seis zonas, respectivamente, de norte para esta sequencia de xistos e gr;
sui: Cantabrica, Asturico - Ocidental Leonesa, Galaico - Castelhana, Lusitano - se uma sequencia variada d,
Akudiana, Ossa - Morena e Sui Portuguesa (fig. 2, A). Basicamente e a sua zonografia Carbonifero. Esta sequencia
que, com algumas modificaC;:6es importantes, vern sendo seguida desde entao. Com quer pos-tectonicos. 0 met,
Julivert et at. (1972) a junc;:ao das zonas Galaico - Castelhana e Lusitano - Alcudiana contacto das intrusoes granl
deu origem aactual Zona Centro Iberica (fig.2, B). soco cadomiano.
Quanto aZona Galiza
ser formada por diversas un
evoluc;:ao tectonometarnorfi(
lar, constituindo urn conjun
m ZHU~ l 8OMU
toe tones da Centro Iberica.
18 ... Pree:iHl'!llll.:CI m&lIm dill
i\t:;r'!d

C0l ""nt t'l/TTlil


~.s.po ·

rm Z. ~.r»'O I ~

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Pedt~,
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Z .SUI~VH)
1}f.lWllaPJrll:la.a

(A) (B)
Figura 2 - Zonogra fia da Cadeia VarisC3 do Maci 0 Iberico: (A) - Proposta origi nal de Lotze (1945);
(B) - Proposla segu ndo Julivert et 01. (1 972)

Mais recentemente, pelas suas particularidades estruturais e metamorficas,


a Zona Galiza -Tras-os-Montes com os seus dois dominios (complexos aloe tones e
complexo xistento) e definitivamente individualizada a partir daZona Centro Iberica
(Farias et aI., 1987; Arenas et aI., 1988). Actualmente a Zona Centro Iberica e tam­
bem subdividida em dois dominios: Olho-de-Sapo e Complexo Xisto - Grauvaquico
(fig.3)· Para 0 objectivo deste trabalho importa sobretudo realc;:ar as Zonas Centro

. 172
Iberica e Galiza - Tras-os-Montes, pois que 0 territorio da antiga Bracara Augusta
abrange apenas estas duas zonas geoestruturais.
Assim sendo, na Zona Centro Iberica, 0 Dominio do Olho-de-Sapo caracteri­
za-se pela presen~a significativa nos nucleos de antiformas, de gneisses glandulares de
idade Cambrico superior a Ordovicico inferior (Forma~ao Olho de Sapo). A sequen­
cia metassedimentar sobrejacente, abrangendo desde 0 Ordovicico ao Devonico, e
intruida por granitos sintectonicos. Apresenta areas de metamorfismo regional de
alto grau. As dobras sao geralmente deitadas com vergencia para nordeste.
o dominio do Complexo Xisto Grauvaquico caracteriza-se fundamentalmente
pela pre sen~ a de metassedimentos de idade Cambrica. Em discordancia angular com
esta sequencia de xistos e grauvaques subjacente ocorre 0 Ordovicico inferior. Segue­ ::;

sc uma sequencia variada de metassedimentos que abrange desde 0 Ordovicico ao
Carbonifero. Esta sequencia Paleozoica e instrufda, quer por granitos sintectonicos,
'"
0..
Cl
w
Vl

quer pos-tectonicos. 0 metamorfismo regional e de baixo grau excepto nas orlas de


contacto das intrus6es graniticas. Nalguns locais ocorrem escassos afloramentos do
soco cadomiano.
Quanto a Zona Galiza - Tras-os-Montes, uma sua particularidade e 0 facto de
ser tormada por diversas unidades tectonoestratigraficas de origens diversas e com
evolu~ao tectonometamorfica distinta e que ocorrem somente no noroeste peninsu­
lar, constituindo urn conjunto de mantos aloctoncs carrcados sobre os terrenos au­
toctoncs da Centro Iberica.
Figura 3 - Uil iclades
geo-estrururais do Mad r;o
Iberica (in "Geologia
de Espana', 2004) corn
auapta<;6es de Farias et
:zo..c..-Q.-.a
~ ,.~oe.o_~
b) 0..."", 00""" d'. M.HbIIIdu.
01. (1987); Quesada (1991);
.11 .. ~IQa"-. IIto"'''''SJ
Gonzalez Clavijo (1 997)
. .
':>:0 la!.<Wn . f1... ~
1Ua.n..IkiC~~:
q
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OOI'MIIO ~.IIIIiO"4O (P....utdIlIDHI

"..

173
AS MINERALlZA<;:6ES AURiFERAS NO ANTIGO TERRITORIO DE BRACARA AUGUSTANO pecial nas unidades parautoc
tones, destacam-se as forma~
No que respeita as mineraliza«;:oes de ouro que ocorrcm nestas duas zonas geo­
estruturais, e vasta a bibliografia que real«;:a 0 forte controlo estrutural que joga urn A) EXPLORA<;:OES I
papel importante na remobiliza«;:ao e na concentra«;:ao economica destas mineraliza­
«;:oes (Gouanvic et al, 1981; Courrioux et al., 1986; Meireles e Carvalho, 1992; Noronha
e Ramos, 1993; Pereira et ai. , 1993; Pereira e Meire1es, 1998; Nogueira e Noronha,
1998). Nao e facil detectar ve~
Sem se pretender ser exaustivo, pois 0 estudo metalogenico nao esta no ambito
teamento das areias fluviais ..
deste trabalho, sao fundamentalmente as estruturas tectonicas geradas durante as
areias transportadas pelos ril
orogenias varisca precoces (cisalhamentos das fases D, e D) e tardi varisca (falhas
::;
No rio Coura ha um local des
>­ NIoE-zoE) que desempenham 0 principal papel no controlo destas mineraliza«;:6es
l:>
0..
dro mais apertado, 0 esporlio
oW (fig. 4). nea, de modo que 0 curso do
111

a montante e da qual sc cons­


Figura 4 - E.s bo ~o estrutural
rio para a galeria as arcias POt
das Zonas Centro Iberica e Gallza
terminado tempo . 0 trabalhc
TrAs-os-Montes.
LEGENDA rante 0 inverno, e retomado 11
profundo, no qual se deposita
z..ona. de gqhamellltll; OJO, ~
continua. Tendo em conta as
A·~~·~
..
cIAQt>­
·_ Cou«;:o do Monte Furado mint
O - I.u:I - A~
E y..,. ... , ~
,.. t.I'\~.
OMonl'lOn'(,I · ~
H ·~-OI.MY tMlI!IrM..
I • Ju••··t»1dIcI . PerrNv. 00 CNUlIb

Ha numerosos vestigios ~
OetJlOImenIo& ft~ D.. )
J.FIIh\-tlfin-~-~
pleistocenicos de genese fluvia
If'.IhI~'IIIIan;I . .........
Lima e Minho. Neste texto n
arrastre" que se observam nas ,
(fig. 5, ponto 14). Pouco profun
Alem disso constata-se que as diferentes associa«;:oes de metais a que 0 ouro rio Tamega e seus afluentes. D
esta associado podem ser tambem fortemente condicionadas pelo contexto litologico tirem varios povoados nas su.
(Meireles, 1991; Meireles e Carvalho, 1992; Noronha e Ramos, 1993). De facto, na ser­ de ouro seria relevante, justifi(
ra das Banjas (anticlinal de Valongo) ha evidencias c1aras, comprovadas, de concen­ terminal do rio Lima, na margt
tra«;:oes singeneticas de ouro em sedimentos pelfticos de cor mais escuras, finamcnte pleistocenicas (fig.5, ponto 5). )
bandados, com indicios vulcanogenicos, e de camadas negras com materia organica, diversos vestfgios de trabalhos
intercalados nos quartzitos arenigianos (Couto 199.3, Couto et al, 2 0 03). tes incluem-se tanto no ambitc
Como se pode constatar (fig. 5), no territorio do Conventus de Bracara Augusta, como no de Tude, ambas sedes
embora haja actividade mineira emplacers (jazidas secundarias), particularmente sig­ do con'ventus de Bracara Augl/st~
nificativas no sector de Ourense, a explora«;:ao mineira incidiu fundamentalmente nos ra«;:ao de Pinheiro Velho, a nor
jazigos primarios de ouro, quer em filoes quartzosos, endogranfticos, quer em filoes
de quartzo c brechas tectonicas, ferriferas, nos metassedimentos encaixantes, em es­

174 .
pecial nas unidades parautoctones e aloctone inferior. Nos metassedimentos autoc­
tones, destacam-se as forma<;6es ordovfcicas da estrutura anticlinal de Valongo.

A) EXPLORAc;:OES MINEIRAS ROMANAS - JAZIDAS SECUNDARIAS:

/} AREIAS ALUVIONARES RECENTES

Nao e faci! detectar vestfgios de uma actividade tao move! como 0 simples ba­
teamento das areias fluviais . Todavia, em alguns casos, a percentagem de metais nas
areias transportadas pelos rios justificou a organiza<;ao de urn sistema permanente.
No rio Coura ha urn local designado por Cou<;o do Monte Furado, onde, num mean­
~
dro rna is apertado, 0 esporao rochoso (xistos) foi cortado por uma galeria subterra­ ..,>­
Cl.
o
nea, de modo que 0 curso do rio podia ser controlado, gra<;as a uma represa erguida W
III

a montante e da qual se conservam vestigios (fig. 5, ponto 6). D esviado 0 caudal do


rio para a gale ria as areias pod iam ser exploradas de forma intensiva durante urn de­
tcrminado tempo. 0 trabalho deveria ser realizado sazonalmente, interrompido du­
rante 0 inverno, e retomado no periodo de estiagem . Na propria galeria ha urn po<;o
profundo, no qual se depositavam areias, 0 que coloca a hipotese de uma actividade
continua. Tendo em conta as forma<;6es cortadas pelo rio Coura, recolhia111-se no
Cou<;o do Monte Furado minerios de DurO e de estanho.

I/} DEPOSITOS PLEISTOCENICOS

Ha numerosos vestigios de explora<;6es mineiras romanas de ouro em depositos


pleistocenicos de genese fluvial, designadamente nas bacias dos rios Douro, Tamega,
Lima e Minho. Neste texto referimos apenas alguns, principiando pe!as "cortas de
arrastre" que se observam nas zonas de Chaves, em Outeiro Seco e Outeiro Ivlachado
(fig. 5, ponto 14). Pouco profundas, estas cortas resultam do des1110nte dos terra<;os do
rio Tamega e seus afluentes. Distinguem-se bern nos ortofotomapas. 0 facto de exis­
tirem varios povoados nas suas imedia<;6es leva-nos a considerar que a quantidade III
~
u
de ouro seria relevante, justificando assentamentos permanentes. Tambern no curso «
terminal do rio Lima, na margem esquerda em Vila Mou foram exploradas forma<;6es
pleistocenicas (fig.5. ponto 5). Nos trechos final e medio do rio Minho conhecem-se
diversos vestigios de trabalhos mineiros em forma<;6es de genese fluvial. Estas fren­
tes incluem-se tanto no ambito do territorio de Auria (Ourense) (fig.5, pontos 12 e 13)
como no de Tude, ambas sedes de civitates e dois dos principais aglomerados urbanos
do conventus de Bracara Augusta. No extremo nordeste do COllVentllS regista-se a explo­
ra<;ao de 'Pinheiro Velho, a norte de Vinhais (fig.5. ponto 18).

. 175 ·
B) JAZIDAS PRIMARIAS de muralhas, bern como vcst
~~ ao. Em nosso entendcr cst(
o Conventus de Bracara Augusta sao numerosas as jazidas primarias, destacan­
a civitas dos Baniensium (LeI
do-se os distritos mineiros da Serra da Padrela (Campo de Jales e Trcs Minas) e da
com capital em S. Juzenda,
Serra do Valongo (Fojo das Pombas). No actual territorio galego, a area a norte de
media bacia do Tua.
Carballino (fig.5, ponto II) e impressionante pela intensa minerac;:ao antiga de Duro
Outra zona mineira au
e estanho.
Passos, tendo como povoad
Quanto as Serras do Valongo e da Padrela (Almeida 1970; Almeida I973; Castro
plorac;:ao sejam discretas, ha
I960 e I963; Lencastre I966; \XTahl 1986, I988 e I989), considerando 0 facto de serem
pode ser observado com nit
complexos mineiros ja parcialmente estudados, destacaremos apenas 0 seguinte: a
profunda vein trench resultar
circunstiincia de terem sido distritos mineiros autonomos, urn entre a civitas de Cale
A nordeste destes doi~
e a de Tongobriga, 0 outro entre a civitas de Aquae f:<laviae, a norte e a suI a civitas com
situa-se outra zona mal ava
sede na area de Constantim de Pan6ias; a elevaeia percentagem de ouro por tonelada;
das Freitas (Almeida 1970; T
a cronologia do inicio da actividade mineira, que e possivel datar da dinastia Julio­
inllmeros vestigios cle miner
Claudiana (Tiberio ou mesmo Augusto); a prosperidade destes territorios que atra­
clo rio Terva (afl.uente do Ti
iram imigrantes vindos de Clunia e de outras zonas do Noroeste; 0 facto de estarem
desceu 0 desmonte; pequcnl
directamente ligados a Bracara Augllsta, atraves da Via XVII (Serra da Padrela) e da
levo; galerias (umas de extr2
Via XVI (Serra de Valongo).
abrange uma vasta area mine
Reconhecimentos ultimamente efectuados permitiram descobrir novas explo­
e a oeste pelo Corgo clo Vicl
rac;:oes auriferas e reavaliar outras mal conhecidas.
cic;:o de Chaves. Trata-se de
relativamente aD.) Apresen
/) ZONA ORIENTAL D O CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS
ckwerk de filoes de quartzo.
De acordo com os indicadores disponiveis ha em Tras-os-Montes Ocidental, de filoes subverticais: (c) de (
ou seja na faixa interior e leste do conventus, para alem da Serra da Padrela, outras c;:ao macroscopica, 0 quartzo
tre relevantes zonas mineiras: Macedinho - Vila Verde - S. Salvador (concelhos milonitizac;:ao; a arsenopirit,
de Mirandela e Vila Flor); Serra de Passos (contrafortes meridionais) (concelho de Poc;:o das Freitas, proximo d;
Mirandela) e 0 Vale Superior do rio Terva (Concelho de Boticas). orientac;:ao N120-130E. Nurr
No conjunto de Macedinho - Vila Verde - S. Salvador sao numerosos os vesti­ pais controlos tectonicos da
Vl
gios de explorac;:ao de filoes de quartzo, pelo metodo designado por PHnio como aura orientac;:ao N80E, esquerdo~
~ canalicum, ou seja 0 desmonte em extensao e profundidade do veio. Urn dos exemplos NI20-I30E, dextros (area de
u
«
mais evidentes dessa tccnica encontra-se nos contrafortes da Serra da Luz. 0 DUro foi das Freitas).
explorado num extenso conjunto de filoes paralelos com orientac;:ao NIO-20E que sc A par dos distritos mil
cstendem desde 0 pequeno bat6lito de gran ito moscovitico de Pedra Luz ate a aldeia antiga na zona leste do COllt
de Macedinho, numa extensao d~ I,5 km. se coloca, por ora, a hipotes.
Outros extensos desIllontes do f\1esmo tipo, foram assinalados nas cartas I:25 refer i-los no presente trabal
000 do SCE e podem observar-se na freguesia na S. Salvador (Vila Flor). Em numero­ de Bracara Augusta, junto ac
sus pontos, a sui de MacediflhQ notarn-se galerias de profundidade variavel sem que como vicus e que se chama'
seja possivel afirmar-se se foram frentes de explorac;:ao, ou apenas de prospecc;:ao. De expressivos vestigios de min
Macedinho conservam-se as [Uinas de urn povoado mineiro defendido por uma linha xistosos. Tais vestfgios ja fo

J 76
de muralhas, bern como vestigios de uma represa e de urn possivel tanque de decanta­
,ao. Em nosso entender este conjunto formava urn distrito mineiro autonomo entre
a civitas dos Baniensium (Lemos 1993) e uma segunda civitas de nome desconhecido,
com capital em S. Juzenda, ou em Pinetum (Vale de Telhas), abrangendo a zona da
media bacia do Tua.
Outra zona mineira autonoma ocupava a as vertentes meridionais da Serra de
Passos, tendo como povoado central Lamas de Orelhao. Embora as frentes de ex­
plora,iio sejam discretas, ha pelo menos urn local em que 0 metodo de allra callicu/um
pode ser observado com nitidez. Na Fraga da Gralheira distingue-se uma extensa e
profunda vein trench resultante do desmonte integral de urn filiio de quartzo.
A nordeste destes dois complexos mineiros e de Campo de Jales-Tres Minas
situa-se outra zona mal avaliada, normal mente referida na bibliografia como Po<;:o
das Freitas (Almeida 1970; Tranoy 1981). De facto 0 Po<;:o das Freitas eapenas urn dos
inumeros vestfgios de minera<;:ao antiga que se distribuem ao longo do Vale Superior
do rio Terva (afluente do Tamega). Lagoas que tcstemunham a profundidade a que
desceu 0 desmonte; pequenos desfiladeiros; altera<;:6es substanciais no perfil do re­
leva; galerias (umas de extrac<;:ao e outras de explora<;:ao). 0 Vale Superior do Terva
abrange uma vasta area mineira, limitada a leste pelo filao N20-30E da Serra do Ferro
e a oeste pelo Corgo do Vidoeiro. A mineraliza<;:ao e endogranitica, situada no ma­
(i<;:o de Chaves. Trata-se de um gran ito de grao medio, de duas micas, sintectonico
relativamente a Dj" Apresenta-se muito alterado 0 que facilitou a explora<;:ao do sto­
ckwerk de fil6es de quartzo. Pela forma das cortas haveria dois conjuntos principais
de filoes subverticais: (I) de direc<;:ao N60-70E e (2) de direc<;:iio N20E. Pela observa­
,ao macroscopica, 0 quartzo dos fil6es e cinzento e apresenta sinais de cataclase e/ou
miloniti za<;:ao; a arsenopirite ocorre no encosto dos fil6es. Dois Km para oeste do
Po<;:o das Freitas, proximo da aldeia da Nogueira, destaca-se urn outro open pit, com a
orienta<;:ao NI2o-130E. Numa extensao de 15 km ocorrem exemplos dos u"es princi­
pais controlos tectonicos das mineraliza<;:6es audferas: 0 cisalhamentos DJD J com
orienta<;:ao N80E, esquerdos (no caso de Gralhas - Montalcgre); os seus conjugados
NI20-130E, dextros (area de Nogueira) e as estruturas tardi-va riscas N20-30E (Poc;:o
das Freitas).
A par dos distritos mineiros supra descritos ha outros vestigios de minerac;:ao
antiga na zona leste do conventus sobre os quais ainda pouco se sabe pelo que nao
se coloca, por ora, a hipotese de serem territorios autonomos. CQDVem, no entanto,
referi-los no presente trabalho. Urn deles situa-se no extremo sudeste do territorio
de Bracara Augusta, junto ao rio Douro, proxima de urn povoado que c1assificamos
como v icus e que se chamava Tiria (Lemos 1993). ProximQ de Tiria conservam-se
expressivos vestigios de minera<;:ao antiga, pequenos circos de desmonte em relevos
xistosos. Tais vestigios ja foram citados no seculo XVIII (Argote 1732-1747), sendo

...... 177 .
designados como Covas. Outra zona onde foram descobertos indicios de minerar,:ao, territorio. Cada urn destes ve
estes ineditos, situa-se no concelho de Montalegre no altiplano que se abre entre os restantes. Estudos de conjur
contra fortes meridionais da Serra do Larouco e a Serra do Leiranque. Na freguesia de vectores sao forr,:osamente p
Gralhas foram identificadas pelo menos tres frentes de minerar,:ao antiga, uma delas do urbanismo, da rede viari(j
com uma profulldidade mais de dez metros, com urn assinalavel manto de material aconselham que 0 estudo dm
resultante do desmonte. Estas explorar,:oes estao quase todas orientadas N70-80E. do pois que se trata de urn Vf
Junto it principal frente recolhem-se fragmentos de ceramicas de construr,:ao e do­ desta regiao do Imperio ROlli
mestica romanas, bern como fragmentos de mos, 0 que nao deixa qualquer duvida o substrato geologico
sobre a cronologia dos trabalhos mineiros. Embora a distfmcia entre Gralhas e 0 Vale mente complexo. Estacompll
do Terva seja pequena (cerca de 15 km) julgamos que este conjunro seria autonomo. directa na diversidade das ti~
gicos em geral.
I/} ZONA OCIOENTAL DO CONVENTUS BRACARAUGUSTANUS

Na zona ocidental do conventus de Bracara Augusta 0 numero de conjuntos e si­


tios mineiros associados a jazidas primarias tambem e assinal<ivel. 0 rna is conhecido Almeida, C. A. Ferreir:
eo distrito mineiro da Serra de Valongo sobre 0 qual ha numerosos trabalhos. Outro J ales e Tres Minas (Tras-os­
conjunto, sobre 0 qual a bibliografia e escassa, situa-se em Marrancos no concelho de Coimbra, 553-562.
Vila Verde, onde foram explorados filoes de quartzo pelo metodo de aura caniculum. Almeida, Fernando de,
Proximo do litoral, de acordo com varios autores, a chamada Lagoa Negra, no con­ VII Gemina, Leon, 287-302.
celho da Povoa de Varzim, sera outro testemunho de antigas actividades mineiras. Arenas, R., Farias, P., "
Na Serra da No e da Padela, que dividem as bacias do Neiva e do Lima, ha referen­ F.,Klein, E., Marqufnez,j., N
cias a minerar,:ao antiga dispersa (Maciel 2003). Na margem esquerda do rio Lima Pablo Macia,J.G. de, Peinadc
ha tam bern ocorrencias antigas, provavelmente auriferas, nas venentes da Serra de geologicas y significado de 10 1

Arga (Lima e Gomes, 1998). Em boa verdade toda a zona envolventc desta serra esta Montes. II Congr. Geo!. Espaii.
por estudar, quer a drenada pelos afluentes do rio Lima quer a que se insere na bacia Argote, Jeronimo Cant
hidrografica do Coura, nao faltando os toponimos revcladores como Covas. do Arcebispado Primaz de Brag.
Na bacia hidrografica do rio Minho que fazia pane do conventus de Bracara Castro, Luis de Albu(
Augusta, ou seja na parte do seu curso a juzante da confluencia do SiI, destacam-se Trabalhos do Servifo de Fomentl
dois nueleos. Urn na provincia de Pontevedra, outra no territorio de Ourense. No --(1963) - Tres Minas -}
territorio de Ourcnse na zona conhecida como 0 Carballino conserva-se urn amplo Etnografia.
nueleo de jazidas primarias exploradas na epoca romana. Pela sua extensao e possivel Courrioux , G., Gagny
que este nueleo, no extrema norte do conventus de Bracara Augusta constituisse urn saillantes dans des granites s
distrito mineiro autonomo, embora ligado aAttria. Minero, XCVII-VI, 47-66.
Couto, H.M ., 1993· AJ
Ciencias, Univ. Porto, 607 p. (2
CONSIDERA<;:OES FINAlS
Couto, H.M., Roger, (
A maquina territorial romana consolidou 0 seu domfnio atravcs de urn comple­ tos para 0 conhecimento do
xo sistema de alianr,:as com os populi e castella; da explorar,:ao intensiva dos recursos (UNL), Lisboa, nO esp. V, CD
(ex: minerar,:ao); de modelos e equipamentos urbanos (novas cidades); de uma rede Domergue, Claude, 19
via ria planeada e adaptada it geografia; da reorganizar,:ao polftica e administrativa do Romaine, Collection de I'Eco l

···· 178 .
territorio. Cada urn destes vectores so pode ser analisado e ponderado em fun~ao dos
restantes. Estudos de conjunto que se fundamentem apenas em dois ou tres desses
vectores sao for~osamente parcelares ou limitados. Os recentes avan~os no estudo
do urbanismo, da rede via ria, da historia da reorganiza~ao politic a e administrativa
aconselham que 0 estudo dos aproveitamentos dos recursos minerais seja aprofunda­
do pois que se trata de urn vector sem 0 qual nao e possivel compreender a estrutura
desta regiao do Imperio Romano, ou seja da Gallaecia.
o substrato geologico deste Conventus, como se constata, revela-se extrema­
mente complexo. Esta complexidade geologica (Iitologica e estrutural) tern expressao
directa na diversidade das tipologias dos seus jazigos minerais e dos materiais geolo­
gicos em geral.

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181 . .
ACTAS 3° ~Imp6sio sobre Mlnera.;ao e MetailJlQI<l Hist6ricas no Sudoesle Europeu SEDPGYM

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Figura 5 - Conjuntos mineiros


1 DiStrilOmineiro da Serra de Valongo
2- Lagoa Negra (P6voa do Varzim)
3' Monte Faro (Esposende)
4- Moure e Marrancos (Vila Verde); serras da Nora e da Padela; e de Ponte da Barc
5- Serra de Arga
6- Couc;o do Monte Furado (rio Coura)
7- Rosal (provincia Pontevedra)
R- Vi l" d ",,, lP.o""lncla dJ? Pomf!ved rill
Figura 5 Co njumos mineiros:
1- Dist rita mineiro da Serro de Valongo
2- Lagoa Negra (P6voa do Varzim)
3- Mome Faro (Esposende)
4 - Moure e Marrancos (Vila Verde); serras da Nora e da Padela; e de Ponte da Ba rca.
5- Serra de Arga
6- C ou~ o do Monte Furado (lio Coura)
7- Rosal (Provincia Pomevedra)
8- Vilachii n (Povincia de Pontevedra)
9- Oleiros e Salvalerra (Provincia de Ourense)
10- Mon~a o (Vale do Minho)
11 - Distrito mineiro de Carballino (Provincia de Ourense)
12 - Exp l or a~6 es mineiras secundarias de Ribadavl3, Castrelo do Mino, Punxin, Toen e de Ourense (Rio Minho provincia de Ourense)
13 - Monte Furado (Rio Sil- Provincia de Ou ren~e)
f!:: 14 Chaves (Area a Oeste)
15 - Distrito mineiro do Vale Superior do lio Terva (Boticas)
16 - Distrito mineiro de Gralhas, Santo Andre e Soveira (Monta legre)
11- Distrito mineiro da Serra da Padrela (Tres Minas - Jales) (Vila Pouea de Aguia r)
18 - Pinheiro Velho (Vinhais)
19 - Ervedosa (Vinhais)
20 - Distrito Mineiro de Macedinho - S. Salvador (Mi randela)
21 . Serra de Passos (Valpar;os).
22 - Distrito mineiro de Lamas de Orelhao (Mirandela)
23 Tiria ou Liria (Senhora da Ri beira - Carrazeda de Ancic§es).
24 Chaves (area sudoeste)
25 - Fontcchid (Provincia de Ourense)

ACTAS 3" Simp6slo sobre Mlnel~o p Melalurgla HISI6rrcas no Sudoeste Europeu SEDPGYM

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