Eduardo Wagner - Construções Geométricas - Livro Teorico PT 1 (Desenho Geometrico) (1) OCR
Eduardo Wagner - Construções Geométricas - Livro Teorico PT 1 (Desenho Geometrico) (1) OCR
I
Construções Geométricas
Copyright © 2007, 2005, 2001, 2000, 1999, 1993, Eduardo Wagner
Direitos reservados pela Sociedade Brasileira de Matemática.
Capa
Ana Luisa Passos Videira sob projeto de Rodolfo Capeta
Distribuição e vendas:
Sociedade Brasileira de Matemática
Estrada Dona Castorina, 110- Jardim Botânico
22460-320, Rio de Janeiro - RJ
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http:/ jwww.sbm.org.br
ISBN' 978-85-244-0084-1
Wagner, Eduardo
W132c Construções geométricas I Eduardo Wagner com a
colaboração de José Paulo Q. Carneiro. - 6.ed. ".
Rio de Janeiro: SBM, 2007.
ISBN 978-85-244-0084-1
6" edição
SBM
COLEÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
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SBM
COLEÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
• Logaritmos- E. L. Lima
• Análise Combinatória e Probabilidade com as soluções dos exercícios- A. C. Morgado,
J. B. Pitombeira, P. C. P. Carvalho e P. Fernandez
• Medida e Forma em Geometria (Comprimento, Área, Volume e Semell1ança) -
E. L. Lima
• Meu Professor de Matemática e outras Histórias - E. L. Lima
• Coordenadas no Plano com as soluções dos exercícios- E. L. Lima com a colaboração
de P. C. P. Carvalho
• Trigonometria, Números Complexos- M. P. do Carmo, A. C. Morgado, E. Wagner,
Notas Históricas de J. B. Pitombeira
• Coordenadas no Espaço - E. L. Lima
• Progressões e Matemática Financeira- A. C. Morgado, E. Wagner e S. C. Zani
• Construções Geométricas - E. Wagner com a colaboração de J. P. Q. Carneiro
• Introdução à Geometria Espacial- P. C. P. Carvalho
• Geometria Euclidiana Plana- J. L. M. Barbosa
• Isometrias- E. L. Lima
• A Matemática do Ensino Médio Vol. 1 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e
A. C. Morgado
• A Matemática do Ensino Médio Vol. 2- E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e
A. C. Morgado
• A Matemática do Ensino Médio Vol. 3 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e
A. C. Morgado
• Matemática e Ensino - E. L. Lima
• Temas e Problemas - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado
• Episódios da História Antiga da Matemática - A. Aaboe
• Exame de Textos: Análise de livros de Matemática - E. L. Lima
• Temas e Problemas Elementares- E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C.
Morgado
• A Matemática do Ensino Médio: Soluções e Exercícios- E. L. Lima, P. C.P. Carvalho,
E. Wagner e A. C. Morgado
• Construções Geométriéás:' Exercícios e Soluções- S. Lima Netto
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Prefácio
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rI
I
Nota
I
Conteúdo
Exercícios 45
Capítulo 3 -Áreas 49
1. Equivalências 49
2. Partições 52
Exercícios 58
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'
Capítulo 5 - Transformações Geométricas 70 1. Construções Elementares
1. Translações 71
2. Reflexões 73
3. Rotações 75
4. Homotetias 80
Exercícios 85
Apêndice A- Construções Possíveis Usando Régua
e Compasso 91 1. Introdução
1. Introdução 91 As construções com régua e compasso já aparecem no século V
2. As regras do jogo 92
aC, época dos pitagóricos, e tiveram enorme importância no de-
3. Formulação algébrica do problema 93 senvolvimento da Matemática grega. Na Grécia antiga, a palavra
4. O princípio básico da solução do problema 96 número era usada só para os inteiros e uma fração era considerada
5. Um critério de não-construtibilidade 99 apenas uma razão entre números. Estes conceitos, naturalmente,
6. O critério geral de construtibilidade 100 causavam dificuldades nas medidas das grandezas. A noção de
7. Solução dos célebres problemas gregos 101 número real estava ainda muito longe de ser concebida, mas, na
8. Polígonos regulares construtíveis 103 época de Euclides (século 111 aC) uma idéia nova apareceu. As
9. Outros tipos de construções 107 grandezas, no lugar de serem associadas a números, passaram a
Referências 109 ser associadas a segmentos de reta. Assim, o conjunto dos números
continuava discreto e o das grandezas contínuas passou a ser tra-
tado por métodos geométricos. Nasce então nesse período uma
nova álgebra, completamente geométrica onde a palavra resolver
era sinônimo de construir. Nessa álgebra, por exemplo, a equação
ax = b não tinha significado porque o lado esquerdo era associado
à área de um retângulo1 o lado direito a um segmento de reta e um
segmento não pode sér igual a uma área. Entretanto, resolver a
equação ax = bc significava encontrar a altura x de um retângulo
de base a que tivesse a mesma área de um retângulo de dimensões
b e c. Vamos mostrar, como primeiro exemplo, como esse problema
era resolvido na Grécia antiga.
Constrói-se o retângulo OADB com OA = a e OB = b (figura
1). Sobre o lado OA toma-se um ponto C tal que OC = c (se c > a,
C está no prolongamento de OA) e traça-se CE paralelo a OB que
intersecta OD em P. Traça-se então por P a paralela XY a OA e a
2 Construções Elementares
r Construções Elementares 3
X~--------------7?~------iY
O
/ C
B
2. Paralelas e perpendiculares
Para traçar por um ponto P uma perpendicular a uma reta r, " .
traçamos um círculo de centro P cortando a reta r em A e B (figura
Fig. 3- Traçando por Puma paralela a r.
2). Em seguida, traçamos círculos de mesmo raio com centros em
A e B obtendo Q, um dos pontos de interseção. A reta PQ é perpen- A reta PQ é paralela a r e a justificativa também é fácil. Da
dicular a AB e a justificativa é fácil. Como PA = PB e QA = QB, a forma como foi feita a construção, PABQ é um losango e portanto,
reta PQ é mediatriz de AB e portanto perpendicular a AB. seus lados PQ e AB são paralelos.
Para traçar por um ponto P uma paralela a uma reta r pode- Tendo resolvido os dois primeiros problemas podemos, na prá-
mos proceder da seguinte forma. Traçamos três círculos, sempre tica, permitir o uso de esquadros que tornam mais rápido o traçado
com mesmo raio: o primeiro com centro em P, determinando um de paralelas e perpendiculares, ficando claro que esses novos ins-
. ~·
4 Construções Elementares Construções Elementares 5
trumentos vão apenas simplificar as construções mas não são in- dois outros iguais. Para construir a bissetriz do ângulo AOB dado,
dispensáveis. traça-se um círculo de centro O determinando os pontos X e Y nos
Mostramos, a seguir, algumas construções que serão ferra- lados do ângulo (figura 5).
mentas úteis para a solução dos problemas. 8
3. A mediatriz
A mediatriz de um segmento AB é a reta perpendicular a AB que
y
contém o seu ponto médio. Para construir, traçamos dois círculos
de mesmo raio, com centros em A e B. Sejam P e Q os pontos de
interseção desses círculos (figura 4). A reta PQ é a mediatriz de
AB porque sendo APBQ um losango, suas diagonais são perpen-
diculares e cortam-se ao meio. É importante lembrar a seguinte
propriedade: o X A
A mediatriz de um segmento é o conjunto de todos os pontos
que equidistam dos extremos do segmento. ~
círculo de diâmetro AB, o ângulo AME é reto (figura 7) e portanto construção, teremos r'A:Q' = PAQ = 8.
cada semi-círculo é também chamado de arco capaz de 90° sobre
AB. p
e
v ~L.:...----::Q:+-
do ângulo central correspondente teremos para qualquer ponto M sobre PO (como vimos em 1.5). Determinamos então o ponto
do arco construído, AMB =e. médio de PO e traçamos o círculo de diâmetro-PO que determi-
nará sobre o círculo dado os pontos de tangência procurados
A e A' (figura 12).
6. Divisão de um segmento em partes iguais
Esta é uma construção muito fácil. Para dividir um segmento
AB, por exemplo, em 5 partes iguais, traçamos uma semi-reta
qualquer AX (figura 10) e sobre ela construímos, com o compasso, o
os segmentos iguais AA1,A1Az,AzA3,A3A4 e A4As. As parale-
las a As B traçadas pelos pontos A 1, Az, A3 e A4, determinarão no
segmento AB os pontos P1, Pz, ?3 e P4 que o dividirão em 5 partes
iguais.
o'
trico designa o conjunto de todos os pontos que possuem uma de- qualquer posição) e construir a semi-reta AX tal que BAX = e
terminada propriedade. Assim, dizemos que no plano, a mediatriz (figura 14). O vértice C será então um dos pontos de interseção da
é o lugar geométrico dos pontos que equidistam dos extremos de semi-reta AX com o círculo de centro B e raio a.
um segmento; o círculo é o lugar geométrico dos pontos que estão X
a uma distância dada de um ponto fixo, etc.
Devemos deixar claro que quando dizemos que uma figura F é
o lugar geométrico dos pontos que possuem a propriedade p, que-
remos dizer que todo ponto de F possui a propriedade p e nenhum
ponto fora de F possui a propriedade p.
Freqüentemente, nos exercícios deste capítulo, podemos repa-
rar que certo ponto da figura que deve ser construída possui duas
propriedades. Neste caso, ele será determinado pela interseção
dos lugares geométricos correspondentes. Vejamos alguns exem-
Fig. 14 ·Resolvendo o Exemplo 1.
plos. X
Exemplo 1. Construir o~triângulo ABC sendo dados os lados
AB =c, BC =a e o ângulo A= e.
c o a
~
A c
B
o h
tos dados: AM = ma, BN = mb e AO = ha. Observando esta Uma vez realizado o plano da construção, passaremos a sua
figura com atenção descobrimos que o triângulo AOM pode ser execução. Na figura 18 fizemos PQ =ma e PR = mb e construímos
construído porque AoM é reto e os lados AO e AM são conheci- PQ' =~ma e PR' = ~mb que iremos precisar.
dos. Para obter uma conecção entre BN e o que já foi construído, Em seguida traçamos uma reta r, fixamos um ponto O sobre
lembremos que as medianas de um triângulo cortam-se em um ela e construímos a perpendicular AO com AO = ha. Com centro
ponto (baricentro) que divide cada uma delas na razão 2:1. Assim, em A traçamos um círculo de raio ma determinando um ponto M
observando ainda a figura 17, o ponto G pode ser determinado so- sobre r e o triângulo AOM está construído (figura 19). Podemos
bre AM porque AG = ~ma. Em seguida, poderemos determinar então assinalar o ponto G sobre AM tal que AG = ~ma = PQ'.
o ponto B na reta OM porque GB = ~mb e como C é simétrico Devemos agora obter um ponto B sobre r de forma que se tenha
de B em relação a M, o problema estará resolvido se os dados, GB = ~mb = PR'. Ora, isto pode ser feito de duas maneiras. Pode-
naturalmente, forem compatíveis. mos construir GB "para a esquerda" como na figura 19A ou "para
A a direita" como na figura 19B, obtendo duas soluções diferentes
para o problema.
Concluímos então que os dados apresentados não determinam
um único triângulo (ao contrário do Exemplo 2). As relações en-
tre os dados que tornam a construção possível é novamente um
interessante exercício.
Fig. 17
r
...
B
A
Assim, as alturas relativas à AB são todas iguais e o ponto M, pé
da altura, percorre um círculo de centro O (figura 21).
r
B
Exemplo 4. São dados um círculo de centro O e um ponto P Em seguida, observemos todas as secantes ao círculo dado
desenhados no papel e ainda um segmento a. Pede-se traçar por que passam por P (figura 22). Sendo Mo ponto médio de qual-
P uma reta que determine no círculo uma corda igual a a. quer corda AB, temos OM sempre perpendicular a PB. O ponto M
Neste caso, dizemos que o problema tem dados em posição, ou pertence então ao arco capaz de 90° sobre PO.
seja, eles são apresentados como na figura 20.
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-------- --."
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•p •o p
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Fig. 20 ·Dados do Exemplo 4. ------ / /
(ou PM') é a solução do problema. bre r (figura 24). Construir um círculo C', tangente exteriormente
a C e tangente em A à reta r.
Fig. 23 A
Exemplo 5. São dados um círculo C, uma reta r e um ponto A so- É sabido que 00' contém T e que O' A é perpendicular a r.