Estudo Geotécnico Caxias do Sul
Estudo Geotécnico Caxias do Sul
DE CAXIAS DO SUL – RS
_____________________________
Catalogação na Publicação
Biblioteca Geociências - UFRGS
Miriam Alves CRB 10/1947
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS
DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA
Comissão Examinadora:
.
Prof. Dr. Clovis Gonzatti
.
Prof. Dr. Norberto Dani
À minha família.
AGRADECIMENTOS
Citar todas as pessoas que de uma forma ou de outra colaboraram para que fosse
possível a realização deste trabalho é um tanto difícil. Foram muitas pessoas que contribuíram
em diferentes momentos, mas a tentativa será feita.
Antes de tudo agradeço a Deus pelo dom da vida e aos meus pais, Aleixo e Maria
Roseli, e a minha irmã, Morgana, por todo amor, carinho, compreensão, apoio e dedicação
prestado ao longo de minha vida.
Meus mais sinceros agradecimentos ao meu orientador professor Dr. Luiz Antonio
Bressani, não só pela dedicação e competência profissional que demonstrou na orientação
deste trabalho, mas também pela confiança depositada de que eu conseguiria executar esse
trabalho com sucesso. Agradeço Também aos professores Dr. Nelson Amoretti Lisboa e Dr.
Norberto Dani, por todo apoio prestado e oferecido ao longo dessa pesquisa.
Agradeço ao grupo de professores do curso que me ensinaram passo a passo a
geologia, em especial aos professores coordenadores do Projeto Temático I, Projeto Temático
II e Projeto Temático III. Não posso deixar de agradecer ao professor Dr. Carlos Augusto
Sommer e a professora Dra. Tatiana Silva da Silva.
Também sou grato a Prefeitura Municipal de Caxias do Sul pelo suporte prestado, em
especial ao Geól. Felipe Faccioni e ao motorista Paulinho.
Agradeço ao pessoal do laboratório de Mecânica de Solos da Escola de Engenharia,
principalmente ao bolsista Marco Antonio Conte pela grande ajuda na execução dos ensaios
geotécnicos.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul por me oferecer o privilégio de cursar e
concluir um curso superior gratuito e de qualidade. Ao motorista do Instituto de Geociências
da UFRGS, Armando Mendicelli Neto pelo apoio prestado no campo.
Não poderia deixar de agradecer aos meus colegas de curso Renata Dillenburg Voss,
Jaques Soares Schmidt, Priscila do Santos Lourenzi, Karine da Rosa Arena, Luiz Gustavo
Rasera, Gabriel Kolbe Teixeira e Natalia Buckowski pelos momentos de amizade, trabalho,
conversa, risada, estudo etc. Vocês, certamente, ocupam um lugar muito especial no meu
coração. Ao Diego Oliveira pela grande ajuda na confecção do mapa geológico-geotécnico.
Também agradeço aos demais colegas do curso que foram a minha família nos vários campos.
Para terminar, a todas as pessoas que, direta ou indiretamente, me ajudaram nesses
cinco anos de graduação, o meu mais sincero muito obrigado!
“Se você pensa que pode ou se pensa que não pode, de qualquer forma você está certo.”
Henry Ford
RESUMO
Caxias do Sul é um município do Rio Grande do Sul localizado na encosta superior nordeste do
estado, na superfície do Planalto dos Campos Gerais. A cidade apresenta alguns problemas com
escorregamentos de terra, principalmente em períodos de grande intensidade de chuvas, e problemas
de uso e ocupação do solo, decorrentes da dinâmica social, da geomorfologia e também devido às
características dos materiais que compõem o subsolo urbano. Devido ao seu crescimento, foi
necessária a ampliação dos seus limites urbanos. Para que ocorra uma ocupação segura dessas novas
áreas é imprescindível à realização de um estudo geológico-geotécnico. No município, afloram rochas
vulcânicas ácidas pertencentes à Formação Serra Geral e arenitos da Formação Botucatu, bem como
depósitos recentes de tálus e colúvios. O objetivo geral desse estudo é coletar novos dados de campo e
de escritório, reinterpretar dados de geologia, geomorfologia e geotécnicos existentes para melhor
compreender as propriedades e características do solo e subsolo urbano do município. Como objetivo
específico, insere-se a organização de todos dados adquiridos ao longo do desenvolvimento desse
trabalho na forma de um SIG. Para a obtenção de bons resultados, investiu-se em várias técnicas:
análise e interpretação de fotografias aéreas (fotointerpretação geomorfológica e geológica do local de
estudo); trabalho de campo para um mapeamento geológico-geotécnico; descrição de lâminas
petrográficas; análise química das rochas coletadas em campo; difratometria de raios X e ensaios
geotécnicos dos solos (análise granulométrica, limite de liquidez, limite de plasticidade e peso
específico real dos grãos). Três Unidades Geotécnicas foram identificadas nas novas áreas mapeadas,
semelhantes às identificadas nas áreas mais centrais da cidade. Estas unidades correspondem a grupos
de solos de comportamento semelhante entre si (granulometria e plasticidade) e que são originados da
mesma rocha. Os solos Caxias e Canyon apresentaram uma alta plasticidade, enquanto o solo Forqueta
uma média plasticidade.
Caxias do Sul is a city in Rio Grande do Sul, located on the upper slopes northeast of the state on the
surface of the plateau of Campos Gerais. The city has some problems with landslides, in periods of
high density of rainfall, and problems of use and occupation of land, arising from social dynamics, and
due to the geomorphology characteristics of materials that make up the urban underground. Because of
its growth, it was necessary to expand their city limits. In order to have a safe occupation of these new
areas is essential to carry out a geological and geotechnical study. In the city, acidic volcanic rocks
outcrop that belong the Serra Geral formation and sandstones of the Botucatu Formation, as well as
recent deposits of talus and colluviums. The overall objective of this study is to collect new data from
field and office, reinterpreting data of geology; geomorphology and geotechnical existent for a better
understanding the properties and characteristics of the urban soil and subsoil of the city. As a specific
goal, inserted in the organization of all data acquired during the development of this work in the form
of a GIS. To obtain good results it has been invested in lots of techniques: analysis and interpretation
of aerial photographs (photo-interpretation of the geological and geomorphologic study site),
performance of a field for geological and geotechnical mapping, petrography description of blades;
chemical analysis of rocks collected in the field, X-ray diffraction and geotechnical testing of soils
(granulometric analysis, liquid limit, plastic limit and specific gravity of real grains). Three units were
identified in the geotechnical new mapped areas, similar to those identified in the most central areas of
the city. These units corresponding to groups of soils of similar behavior to each other (grain size and
plasticity) and originating from the same rock. The soils Caxias and Canyon had a high plasticity,
while the Forqueta soil had a fork plasticity.
FIGURA 1. A - DESLIZAMENTO DE TERRA NO CENTRO DE CAXIAS DO SUL (FONTE: RBS TV 10/2009); B - RUPTURA
EM ESCAVAÇÃO JUNTO À AVENIDA PERIMETRAL (FONTE: BRESSANI; FLORES; NUNES, 2005).........- 14 -
FIGURA 2. ILUSTRAÇÃO DO CRESCIMENTO DA ÁREA URBANA DE C AXIAS DO SUL (MODIFICADO DO SUI - SISTEMA
ÚNICO DE INFORMAÇÕES, DISPONÍVEL NO SITE HTTP://WWW.CAXIAS.RS.GOV.BR). .................................- 15 -
FIGURA 3. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E DISTRIBUIÇÃO DAS PRINCIPAIS UNIDADES GEOLÓGICAS
(MODIFICADO DE SIAGAS/CPRM)......................................................................................................- 17 -
FIGURA 4. FLUXOGRAMA PROJETUAL ELUCIDANDO AS ETAPAS DO PROJETO...................................................- 18 -
FIGURA 5. MAPA DE REGIÕES GEOMORFOLÓGICAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (MODIFICADO DE
RADAMBRASIL, 1986). ...................................................................................................................- 19 -
FIGURA 6. MAPA DE UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (MODIFICADO DE
RADAMBRASIL, 1986). ...................................................................................................................- 20 -
FIGURA 7. COLUNA DO ARCABOUÇO GEOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL, COM INDICAÇÃO DA
ESPESSURA DE CADA UNIDADE VULCÂNICA E OS RESPECTIVOS SOLOS DERIVADOS DA ALTERAÇÃO DESTAS
ROCHAS (EXTRAÍDO DE BRESSANI; FLORES; NUNES, 2005). ..........................................................- 24 -
FIGURA 8. DIAGRAMA DE ROSETAS DOS LINEAMENTOS DA ÁREA URBANA DE CAXIAS DO SUL. .......................- 25 -
FIGURA 9. MAPA INDICANDO OS SOLOS QUE OCORREM NA ÁREA DE ESTUDO (MODIFICADO DE EMATER/DIT-
UFRGS/DEP. SOLOS). ......................................................................................................................- 27 -
FIGURA 10. MAPA ÍNDICE DAS FOTOGRAFIAS AÉREAS DA ÁREA URBANA DE CAXIAS DO SUL...........................- 30 -
FIGURA 11. FASES DE CONFECÇÃO DE UMA LÂMINA (FONTE: HTTP://WWW.DCT.UMINHO.PT/
RPMIC/INTERACTIVIDADE/ INDEX. HTML). ..............................................................................................- 32 -
FIGURA 12. DIFRATÔMETRO SIEMENS D5000 COM GONIÔMETRO Θ-Θ DO LABORATÓRIO DE DIFRATOMETRIA DE
RAIOS X, IGEO, UFRGS (FONTE: HTTP://WWW.CPGQ.UFRGS.BR/ARQUIVOS/LAB.HTM)...........................- 38 -
FIGURA 13. APARELHO DE CASAGRANDE COM A RANHURA ABERTA NA PASTA DE SOLO. ................................- 52 -
FIGURA 14. CILINDRO COM 3 MM DE DIÂMETRO E CERCA DE 100 MM DE COMPRIMENTO..................................- 54 -
FIGURA 15. DIAGRAMA TAS (ÁLCALIS TOTAIS X SÍLICA), (LE BAS ET AL. 1986). CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA DAS
ROCHAS VULCÂNICAS ENCONTRADAS NA ÁREA URBANA DE CAXIAS DO S UL. ........................................- 57 -
FIGURA 16. LÂMINA PTC 015 A; A – FENOCRISTAIS DE PLAGIOCLÁSIO E PIROXÊNIO; B – PORÇÃO SUPERIOR DA
IMAGEM COM MAIOR CRISTALIZAÇÃO E PORÇÃO SUPERIOR COM DESVITRIFICAÇÃO INCIPIENTE; C E D -
FRATURAS PARALELAS À ESTRUTURA DE FLUXO, PREENCHIDAS POR QUARTZO E COM ALTERAÇÃO AO LONGO
DE SUA EXTENSÃO...............................................................................................................................- 59 -
FIGURA 17. LÂMINA PTC 022 A; A E B - TEXTURA GLOMEROPORFIRÍTICA FORMADA POR FENOCRISTAIS DE
PLAGIOCLÁSIO E PIROXÊNIO; C – FENOCRISTAIS DE PLAGIOCLÁSIO EM UMA MATRIZ DE DESVITRIFICAÇÃO.... -
61 -
FIGURA 18. LÂMINA PTC 011 A; A E B – MATRIZ TEM TEXTURA FINA E É POSSÍVEL OBSERVAR A PRESENÇA DE
MICRÓLITOS RIPIDIFORMES DE PLAGIOCLÁSIO; C – RAROS FENOCRISTAIS. .............................................- 62 -
FIGURA 19. DIFRATOGRAMA DE RAIOS X, SOLO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA 736 M. A – ROCHA
TOTAL; B – FRAÇÃO < 2 ΜM.................................................................................................................- 65 -
FIGURA 20. DIFRATOGRAMA DE RAIOS X, SOLO CAXIAS, AMOSTRA PTC 036 A. A – ROCHA TOTAL; B – FRAÇÃO <
2 ΜM. .................................................................................................................................................- 66 -
FIGURA 21. DIFRATOGRAMA DE RAIOS X, SOLO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B, COTA 640 M. A – ROCHA TOTAL; B
– FRAÇÃO < 2 ΜM................................................................................................................................- 67 -
FIGURA 22. DIFRATOGRAMA DE RAIOS X, SOLO CANYON, AMOSTRA PTC 037 A. A – ROCHA TOTAL; B – FRAÇÃO
< 2 ΜM . ..............................................................................................................................................- 68 -
FIGURA 23. GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO SOLO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA 736
M........................................................................................................................................................- 70 -
FIGURA 24. GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO SOLO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B, COTA 640 M. -
72 -
FIGURA 25. GRÁFICO DA DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA DO SOLO C ANYON, AMOSTRA PTC 037 A. ...........- 74 -
FIGURA 26. GRÁFICO TEOR DE UMIDADE X LOG DE GOLPES (LIMITE DE LIQUIDEZ) DO SOLO SAPROLÍTICO
FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA 736 M. ...................................................................................- 77 -
FIGURA 27. GRÁFICO TEOR DE UMIDADE X LOG DE GOLPES (LIMITE DE LIQUIDEZ) DO SOLO SAPROLÍTICO CAXIAS,
AMOSTRA PTC 013 B, COTA 640 M. .....................................................................................................- 79 -
FIGURA 28. GRÁFICO TEOR DE UMIDADE X LOG DE GOLPES (LIMITE DE LIQUIDEZ) DO SOLO SAPROLÍTICO
CANYON, AMOSTRA PTC 037 A...........................................................................................................- 81 -
FIGURA 29. A – FOTOGRAFIA DO DACITO/VITRÓFIRO FORQUETA COM ESTRUTURA DE FLUXO, PONTO PTC 001; B –
CONTATO, AO LONGO DA VRS 834, ENTRE O DACITO/VITRÓFIRO FORQUETA E O SOLO, PONTO PTC 002. .- 83
-
FIGURA 30. A – CORTE EM ESTRADA VICINAL A VRS 834, NOTA-SE A COLORAÇÃO BRUNO-AVERMELHADO DO
SOLO F ORQUETA, PONTO PTC 001; B – SOLO F ORQUETA COM RESQUÍCIOS DA ESTRUTURA DE FLUXO, PONTO
PTC 001.............................................................................................................................................- 84 -
FIGURA 31. A – DACITO CAXIAS COM DISJUNÇÃO TABULAR VISÍVEL, PONTO PTC 013; B – VISTA GERAL DE UMA
ANTIGA PEDREIRA ONDE SE OBSERVA O CONTATO ENTRE O DACITO CAXIAS E O SOLO, PONTO PTC 013..- 85 -
FIGURA 32. DACITO CANYON COM COLORAÇÃO AVERMELHADA DEVIDO À ALTERAÇÃO, PONTO PTC 008. ......- 86 -
FIGURA 33. A - SOLO CANYON COM COLORAÇÃO BEM AVERMELHADA, PONTO PTC 007; B – DACITO CANYON
AFLORANDO NO LEITO DO ARROIO TEGA, PONTO PTC 007. ...................................................................- 87 -
LISTA DE TABELAS
TABELA 1. RESULTADOS DAS ANÁLISES QUÍMICAS DAS ROCHAS VULCÂNICAS ENCONTRADAS NA ÁREA URBANA DE
CAXIAS DO SUL...................................................................................................................................- 57 -
TABELA 2. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA POR SEDIMENTAÇÃO DO SOLO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA
736 M. ................................................................................................................................................- 69 -
TABELA 3. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA POR PENEIRAMENTO DO SOLO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA
736 M. ................................................................................................................................................- 70 -
TABELA 4. PORCENTAGEM DE FRAÇÃO DO MATERIAL PASSANTE DO SOLO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA
736 M. ................................................................................................................................................- 71 -
TABELA 5. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA POR SEDIMENTAÇÃO DO SOLO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B, COTA 640
M........................................................................................................................................................- 71 -
TABELA 6. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA POR PENEIRAMENTO DO SOLO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B, COTA 640
M........................................................................................................................................................- 72 -
TABELA 7. PORCENTAGEM DE FRAÇÃO DO MATERIAL PASSANTE DO SOLO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B, COTA
640 M. ................................................................................................................................................- 73 -
TABELA 8. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA POR SEDIMENTAÇÃO DO SOLO CANYON, AMOSTRA PTC 037 A..........- 73 -
TABELA 9. ANÁLISE GRANULOMÉTRICA POR PENEIRAMENTO DO SOLO CANYON, AMOSTRA PTC 037 A. .........- 74 -
TABELA 10. PORCENTAGEM DE FRAÇÃO DO MATERIAL PASSANTE DO SOLO CANYON, AMOSTRA PTC 037 A. ..- 75 -
TABELA 11. ANÁLISE DO PESO ESPECÍFICO REAL DOS GRÃOS DO SOLO SAPROLÍTICO FORQUETA, AMOSTRA PTC
001 B, COTA 736 M..............................................................................................................................- 75 -
TABELA 12. ANÁLISE DO PESO ESPECÍFICO REAL DOS GRÃOS DO SOLO SAPROLÍTICO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013
B, COTA 640 M. ...................................................................................................................................- 76 -
TABELA 13. ANÁLISE DO PESO ESPECÍFICO REAL DOS GRÃOS DO SOLO SAPROLÍTICO CANYON, AMOSTRA PTC 037
A........................................................................................................................................................- 76 -
TABELA 14. RESULTADO DO LIMITE DE LIQUIDEZ DO SOLO SAPROLÍTICO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B, COTA
736 M. ................................................................................................................................................- 77 -
TABELA 15. RESULTADO DO LIMITE DE PLASTICIDADE DO SOLO SAPROLÍTICO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B,
COTA 736 M. .......................................................................................................................................- 78 -
TABELA 16. RESULTADO DO ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO SAPROLÍTICO FORQUETA, AMOSTRA PTC 001 B,
COTA 736 M. .......................................................................................................................................- 78 -
TABELA 17. RESULTADO DO LIMITE DE LIQUIDEZ DO SOLO SAPROLÍTICO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B, COTA
640 M. ................................................................................................................................................- 78 -
TABELA 18. RESULTADO DO LIMITE DE PLASTICIDADE DO SOLO SAPROLÍTICO C AXIAS, AMOSTRA PTC 013 B,
COTA 640 M. .......................................................................................................................................- 79 -
TABELA 19. RESULTADO DO ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO SAPROLÍTICO CAXIAS, AMOSTRA PTC 013 B,
COTA 640 M. .......................................................................................................................................- 80 -
TABELA 20. RESULTADO DO LIMITE DE LIQUIDEZ DO SOLO SAPROLÍTICO CANYON, AMOSTRA PTC 037 A. .....- 80 -
TABELA 21. RESULTADO DO LIMITE DE PLASTICIDADE DO SOLO SAPROLÍTICO C ANYON, AMOSTRA PTC 037 A.- 81
-
TABELA 22. RESULTADO DO ÍNDICE DE PLASTICIDADE DO SOLO SAPROLÍTICO CANYON, AMOSTRA PTC 037 A.- 81
-
TABELA 23. RESUMO DOS RESULTADOS DOS ENSAIOS GEOTÉCNICOS DOS SOLOS ENCONTRADOS NESTE TRABALHO.
..........................................................................................................................................................- 88 -
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... - 13 -
1.1 PROBLEMA.....................................................................................................................................- 15 -
1.2 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO........................................................................................- 16 -
1.3 OBJETIVOS .....................................................................................................................................- 17 -
1.4 FLUXOGRAMA PROJETUAL.........................................................................................................- 18 -
2 CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO .................................................................................................. - 19 -
3 CONTEXTO GEOLÓGICO................................................................................................................. - 21 -
4 ANÁLISE ESTRUTURAL.................................................................................................................... - 25 -
5 PEDOLOGIA ........................................................................................................................................ - 26 -
6 METODOLOGIA.................................................................................................................................. - 28 -
6.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA .........................................................................................................- 28 -
6.2 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS ..............................................................................- 29 -
6.3 MAPEAMENTO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICO ..............................................................................- 31 -
6.4 PETROGRAFIA ...............................................................................................................................- 31 -
6.5 ANÁLISE QUÍMICA POR FLUORESCÊNCIA DE RAIOS X ..........................................................- 32 -
6.6 DIFRATOMETRIA POR RAIOS X...................................................................................................- 36 -
6.7 ENSAIOS GEOTÉCNICOS ..............................................................................................................- 39 -
6.7.1 Análise Granulométrica ............................................................................................................ - 39 -
6.7.2 Peso Específico Real dos Grãos ................................................................................................ - 44 -
6.7.3 Limite de Liquidez..................................................................................................................... - 49 -
6.7.4 Limite de Plasticidade............................................................................................................... - 53 -
7 RESULTADOS...................................................................................................................................... - 56 -
7.1 ANÁLISE QUÍMICA........................................................................................................................- 56 -
7.2 PETROGRAFIA ...............................................................................................................................- 58 -
7.2.1 Dacito Forqueta ....................................................................................................................... - 58 -
7.2.2 Dacito Caxias........................................................................................................................... - 59 -
7.2.3 Dacito Canyon.......................................................................................................................... - 61 -
7.3 DIFRATOMETRIA POR RAIOS X...................................................................................................- 63 -
7.4 ENSAIOS GEOTÉCNICOS ..............................................................................................................- 69 -
7.4.1 Granulometria por Sedimentação e Peneiramento..................................................................... - 69 -
7.4.2 Peso Específico Real dos Grãos ................................................................................................ - 75 -
7.4.3 Ensaios de Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP).............................................. - 76 -
8 DISCUSSÕES ........................................................................................................................................ - 82 -
8.1 SOLO FORQUETA ..........................................................................................................................- 82 -
8.2 SOLO CAXIAS.................................................................................................................................- 84 -
8.3 SOLO CANYON ..............................................................................................................................- 86 -
8.4 SOLO ANA RECH............................................................................................................................- 88 -
8.5 SOLO GALÓPOLIS..........................................................................................................................- 89 -
9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................................................................. - 89 -
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... - 91 -
APÊNDICES ............................................................................................................................................ - 94 -
- 13 -
1 INTRODUÇÃO
1
Pejon, O. J. & Rodrigues, J. E. 1987. Análise geológico-geotécnico da região de Araraquara, SP. In: Congresso
Brasileiro de Geologia de Engenharia, 5. São Paulo, Anais, ABGE, v. 2, p. 279-290.
- 14 -
imprevisíveis em vias urbanas e em obras de engenharia de médio e grande porte (Fig. 1).
Principalmente a população de baixa renda passou a ocupar áreas sujeitas a processos de
dinâmica superficial desencadeadores de risco, como as margens e planícies de inundação das
drenagens e encostas de morros.
que compõem o subsolo urbano. Diante desta situação é imprescindível que a cidade tenha
um mapeamento geológico-geotécnico de toda sua área urbana.
1.1 PROBLEMA
Figura 2. Ilustração do crescimento da área urbana de Caxias do Sul (modificado do SUI - Sistema
Único de Informações, disponível no site http://www.caxias.rs.gov.br).
- 16 -
Em julho de 2010, quando o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por uma
sucessão de ondas de frio e chuvas fortes, deslizamentos de terra atingiram moradias no
município. Abaixo trechos de matérias vinculadas em sites e jornais:
“...Pelo menos 20 pessoas precisaram deixar suas casas no bairro Fátima, em Caxias do
Sul. No começo da madrugada desta terça-feira, o risco de deslizamentos de terra
obrigou a ação do Corpo de Bombeiros em uma área de barranco na Rua Giácomo Zatti,
próximo ao posto Di Trento...” (Jornal “O Pioneiro”, 20/07/2010).
Em anos anteriores esse tipo de ocorrência também teve destaque na imprensa, como o
ocorrido em fevereiro de 2003:
“...As chuvas intensas voltaram a transformar a madrugada de muitos caxienses em
tormenta. Equipes da Defesa Civil trabalharam a noite inteira, fazendo a retirada de 23
famílias de suas casas e contabilizando mais de 100 chamados de atendimento, em
quase 30 bairros e loteamentos. Além de problemas estruturais, os danos se agravaram
porque a quantidade de chuva registrada nas 24 horas entre as manhãs de quarta e
quinta-feira foi superior à média do mês...” (Jornal “O Pioneiro”, 21/02/2003).
A área foco do estudo compreende a região urbana do município de Caxias do Sul que
está localizada na extremidade leste da encosta superior do nordeste do estado do Rio Grande
do Sul, no sul do Brasil (Fig. 3).
O município de Caxias do Sul ocupa uma área territorial de 1.648.60 km 2, que
corresponde a 0,55% da área total do Estado. Limita-se a noroeste com os municípios de
Flores da Cunha, São Marcos, Campestre da Serra e Monte Alegre dos Campos; a leste, com
São Francisco de Paula; a sudeste, com Gramado e Canela; a sul, com Nova Petrópolis e Vale
Real e a Oeste, com o município de Farroupilha. Os limites extremos do município
encontram-se delimitados entre os paralelos 28º 19’ e 29º 19' de latitude sul e entre os
meridianos 50º 46’ e 51º 91’ de longitude oeste de Greenwich. Caxias do Sul situa-se a 127
km de Porto Alegre, a capital gaúcha. As principais vias de acesso são a BR 116 e a RS 122.
- 17 -
Figura 3. Localização da área de estudo e distribuição das duas principais unidades geológicas
(modificado de SIAGAS/CPRM).
1.3 OBJETIVOS
2 CONTEXTO GEOMORFOLÓGICO
Nessa região são identificadas quatro unidades geomorfológicas (Fig. 6): Planalto
Dissecado Rio Iguaçu-Rio Uruguai, Serra Geral, Patamares da Serra Geral e Planalto dos
Campos Gerais, onde está inserida a área de estudo. O Planalto dos Campos Gerais
caracteriza-se a oeste por um relevo relativamente plano e conservado. Desenvolveram-se por
extensas áreas interfluviais dos rios Caí e das Antas e deste com o rio Pelotas. As formas de
relevo revelam a existência de etapas evolutivas de dissecação, com áreas bastante
conservadas de morfologia planar, outras onde a erosão alargou vales, ocasionando muitas
vezes, rupturas de declive de pequenos desníveis, e em outras a erosão alargou os extensos
vales, deixando resíduos de antigas superfícies de aplainamento.
A leste essa unidade caracteriza-se por formas de relevo de dissecação diferencial,
profundos entalhamentos fluviais encaixados em linhas estruturais. A área de Caxias do Sul
possui formas de relevo mais conservadas, remanescentes de superfície de aplainamento
antiga retocada por processos erosivos atuantes na área, em meio a relevos dissecados.
- 21 -
3 CONTEXTO GEOLÓGICO
As idades das rochas vulcânicas da província, obtidas por meio de datações 40Ar/39Ar,
revelam que o pico de atividade ígnea ocorreu num curto período, entre 133 e 130 Ma
(RENNE et al., 1996; TURNER el al., 1994). As idades das rochas vulcânicas na porção sul
da Bacia do Paraná situam-se entre 131,4±1,6 e 132,9 Ma (RENNE et al., 1992, apud
NARDY; MACHADO; OLIVEIRA, 2008)2 enquanto que as das regiões norte e central entre
129,9±0,1 Ma e 131,9±0,9 Ma (RENNE et al., 1992, apud NARDY; MACHADO;
OLIVEIRA, 2008)3.
No município de Caxias do Sul, afloram rochas vulcânicas pertencentes à Formação
Serra Geral e arenitos da Formação Botucatu, bem como depósitos recentes de tálus e
colúvios.
Baseados em estudos geoquímicos, as vulcânicas ácidas desta região foram
classificadas como do tipo Palmas, sendo estas predominantes na região do município de
Caxias do Sul e, as básicas, como do tipo Gramado (BELLIENI et al, 1986; PEATE et al,
1992).
Segundo Nardy et al. (2008), estudos preliminares de Bellieni et al. (1986), Peate et
al. (1992) e Garland et al. (1995) sobre a geoquímica das rochas ácidas do tipo Palmas
revelaram que elas não são homogêneas. Puderam-se reconhecer dois grandes grupos: (a) um
deles, com baixo teor em Ti (TiO2≤0,87%), é formado por dois subtipos distintos,
denominados Santa Maria (P2O5≤0,21%) e Clevelândia (0,21%<P2O5≤0,23%); (b) o outro
grupo, com alto teor em Ti (TiO2≥0,90%), é representado por três subtipos denominados
Caxias do Sul (0,91%<TiO2<1,03% e 0,25%<P2O5<0,28%), Anita Garibaldi
(1,06%<TiO2<1,25% e 0,32%<P2O5<0,36%) e Jacuí (1,05%<TiO2<1,16% e
0,28%<P2O5<0,31%). O subtipo Caxias do Sul foi inicialmente reconhecido por Peate et al.
(1992) e recobre uma área total de 16.000 km2 e ocupa um volume de 4.832 km3.
A análise estrutural realizada por Reginato (2003) identificou a presença de fraturas,
zonas de fraturas, fraturas com preenchimento, veios e diques na região de Caxias do Sul.
Segundo Reginato op. cit. na região ocorre um padrão aproximadamente ortogonal de fraturas
com uma orientação próxima a Norte-Sul e Leste-Oeste. Os veios e diques estariam alojados
em estruturas que diferem do padrão ortogonal, o que corresponderia, provavelmente, a
planos de cisalhamento.
2
Renne P., Ernesto M., Pacca I.G., Coe R.S., Glen J.M., Prevót M., Perrin M. 1992: The Age of Paraná Flood
Volcanism, Rifting of Gondwanaland, and the Jurassic- Cretaceous Boundary. Science, 258:975-979.
3
Renne P., Ernesto M., Pacca I.G., Nardy A.J.R., Coe R.S., Glen J.M., Prevót M., Perrin M. 1992. Age and
Duration of Paraná Flood Vocanism in Brazil. EOS-AGU, 27:531-532.
- 23 -
Figura 7. Coluna do arcabouço geológico do município de Caxias do Sul, com indicação da espessura
de cada unidade vulcânica e os respectivos solos derivados da alteração destas rochas (Extraído de
BRESSANI; FLORES; NUNES, 2005).
4 ANÁLISE ESTRUTURAL
Realizou-se uma análise estrutural dos lineamentos da área urbana de Caxias do Sul
com base nas fotografias aéreas na escala 1:30.000 e 1:110.000. Esses lineamentos foram
traçados durante a etapa de fotointerpretação. A figura 8 traz o diagrama de rosetas obtido a
partir desses lineamentos. Nessa figura pode ser observada a ocorrência de lineamentos em
diversas direções, ocorrendo um pequeno predomínio dos lineamentos do quadrante nordeste,
com valores predominantes no intervalo N 60º - 80º E, e os lineamentos do quadrante
noroeste com valores predominantes no intervalo N 50º - 70º W.
5 PEDOLOGIA
Figura 9. Mapa indicando os solos que ocorrem na área de estudo (modificado de EMATER/DIT-
UFRGS/DEP. SOLOS).
- 28 -
6 METODOLOGIA
Figura 10. Mapa Índice das fotografias aéreas na escala 1:30.000 da área urbana de Caxias do Sul.
6.4 PETROGRAFIA
Macroscopia
As amostras de mão são descritas com a utilização de uma lupa de mesa. Nesta etapa é
possível apenas identificar os aspectos macroscópicos da rocha, que podem ser observados a
olho nu. O principal objetivo nessa etapa é escolher as amostras mais adequadas para as
análises posteriores.
Microscopia
O estudo de rochas e minerais com a ajuda do microscópio petrográfico é um
procedimento obrigatório para quase todos os tipos de trabalho que o geólogo desenvolve.
Com este instrumento é possível observar aspectos que, devido à sua reduzida dimensão, não
podem ser observados nas amostras de mão.
O microscópio petrográfico de luz transmitida possui uma fonte de luz na parte inferior
do microscópio, sendo a luz conduzida por um sistema de lentes que, atravessando a amostra
de rocha, permite que esta seja observada. A imagem resultante deste processo é ampliada por
- 32 -
um sistema de objetivas e oculares. Desta forma são observadas as características das rochas e
minerais quando estes são atravessados pela luz.
Para os microscópios de luz transmitida a lâmina de rocha não pode ultrapassar os
0,03 mm, pois só assim se garante a transparência necessária à para as observações em
lâmina.
A amostra é sujeita a várias fases de confecção de uma lâmina para atingirem as
condições ideais para a microscopia. Na figua 11 estão representadas estas fases de confecção
da lâmina petrográfica.
Fusão com Li2B4O7 (7:1 fundente: amostra) e obtenção das pastilhas vítreas de padrões e
amostras;
Calibração com padrões vítreos;
Cálculo dos coeficientes de interferência entre os óxidos maiores dos padrões (concentração
conhecida);
Leitura das amostras desconhecidas;
Cálculo iterativo das concentrações conforme os coeficientes calculados para os padrões, até
Figura 12. Difratômetro SIEMENS D5000 com goniômetro θ-θ do Laboratório de Difratometria de
Raios X, IGeo, UFRGS (Fonte: http://www.cpgq.ufrgs.br/arquivos/lab.htm).
Procedimento do ensaio
1º Passo: A amostra é seca ao ar. A seguir, a amostra é destorroada com almofariz e mão de
gral, cuidando para não quebrar as partículas. Separa-se aproximadamente 1,5 kg do material
seco para o ensaio;
2º Passo: Passar a amostra a ser ensaiada pela peneira de 2,0 mm, desmanchando no almofariz
os torrões ainda existentes. Lavar o material retido nesta peneira, secar em estufa a 110ºC e
pesar com resolução de 0,01 g (Wg);
3º Passo: Do material passante na peneira 2,0 mm, determinar o teor de umidade (w),
selecionar cerca de 70 g de material para o ensaio por sedimentação, pesado com resolução de
0,01 g (Wt);
4º Passo: Colocar este material em um béquer e adicionar cerca de 125 ml de uma solução de
água destilada com um defloculante (em geral, hexametafosfato de sódio na concentração de
45,7 g de sal por 100 ml de solução). Homogeneizar a suspensão obtida e deixar em repouso
durante pelo menos 12 horas;
9º Passo: Colocar o densímetro lentamente na suspensão, cuidando para não agitá-la. Realizar
as leituras na parte superior do menisco adjacente à haste de densímetro, com resolução de
0,002, após os intervalos de tempo de 30 segundos, 1 minuto e 2 minutos, contados a partir do
acionamento do cronômetro;
10º Passo: Medir a temperatura de suspensão, com resolução de 0,1 ºC. Remover o
densímetro da suspensão, cuidando para não agitá-la, e deixá-lo imerso em uma proveta com
água destilada, também mantida sob temperatura constante de 20 ºC no aparelho banho-maria;
11º Passo: Fazer as leituras com o densímetro depois de decorridos os seguintes intervalos de
tempo, contados a partir do acionamento do cronômetro: 30 segundos, 1 minuto, 2 minutos, 5
minutos, 10 minutos, 20 minutos, 40 minutos, 80 minutos, 240 minutos e 1.440 minutos;
12º Passo: Após cada leitura, medir a temperatura da suspensão, com resolução de 0,1 ºC.
Entre as leituras, o densímetro e o termômetro são mantidos imersos na proveta auxiliar com
água destilada, a qual é mantida sob temperatura constante de 20 ºC no aparelho de banho-
maria;
13º Passo: Após a última leitura, lavar a suspensão através de peneira de 0,075 mm,
recolhendo o material passante em uma bandeja de alumínio. Simultaneamente remover com
a bisnaga qualquer material retido na proveta;
14º Passo: Levar a bandeja contendo a suspensão para a secagem em estufa, sob uma
temperatura constante de 110 ºC. Após a secagem da suspensão, pesá-la com resolução de
0,01 g;
15º Passo: Secar o material retido na peneira de 0,075 mm em uma estufa a 110 ºC e pesá-lo
com resolução de 0,01 g;
- 43 -
16º Passo: Passar o material obtido no passo anterior pelas peneiras de 1,2 mm, 0,6 mm, 0,42
mm, 0,25 mm, 0,15 mm e 0,075 mm, com fundo. Pesar o material retido em cada peneira e no
fundo, com resolução de 0,01 g;
17º Passo: Passar o material retido na peneira de 2,0 mm pelas peneiras de 50 mm, 38 mm, 25
mm, 19 mm, 9,5 mm, 4,8 mm e 2,0 mm. Pesar o material retido em cada peneira (Wi), com
resolução de 0,01 g.
Formulário
Peneiramento
Calcular o peso de solo seco ensaiado (Ws).
Onde:
D - diâmetro equivalente de partícula;
µ - coeficiente de viscosidade cinética da água, em g seg/cm², obtida de tabelas em
função da temperatura;
γs - massa específica dos sólidos, em g/cm³;
γw - massa específica da água, que é função da temperatura, em g/cm³;
Z - altura de queda (isto é, a distância entre a superfície da suspensão e o centro de
volume do bulbo do densímetro), que é obtida a partir da curva de calibração do densímetro,
em cm;
t - tempo decorrido do início do ensaio até o instante da leitura considerada, em s.
As correspondentes percentagens de partículas com diâmetros menores do que o
diâmetro calculado, referentes ao peso total de amostra, são dadas por:
Onde:
V - volume da suspensão em cm³;
L - leitura do densímetro;
w - teor de umidade do solo ensaiado.
A determinação do peso específico dos sólidos é necessária para o cálculo dos índices
físicos dos materiais. Os índices físicos são grandezas que medem relações entre pesos e
volumes das fases que compõem os solos. O procedimento descrito a seguir baseia-se na
norma técnica ABNT NBR 6508 (ABNT, 1984).
- 45 -
Destilador de água;
Estufa para secagem, para temperaturas entre 60ºC e 110ºC, com controle de temperatura
88kPa;
Cápsulas de alumínio, espátulas, funil de vidro, conta-gotas e bisnaga.
Procedimento do ensaio
a) Calibração do picnômetro
1º Passo: Verificar se o picnômetro está completamente seco;
3º Passo: Colocar água destilada no picnômetro até a base do menisco atingir a marca de
referência do gargalo;
8º Passo: Tem-se assim, um par de valores de temperatura versus peso do picnômetro com
água;
- 46 -
9º Passo: Aquecer (ou esfriar) o picnômetro mais água, até uma temperatura 5ºC acima (ou
abaixo) da anterior e, repetindo o procedimento acima, obter diversos pares de valores de
temperatura versus peso do picnômetro com água (no mínimo 5 pontos);
10º Passo: Construir um gráfico das temperaturas de ensaio nas abscissas T(ºC) versus peso
do picnômetro com água Wpa nas ordenadas.
b) Solo coesivo
1º Passo: A amostra de solo coesivo, a ser utilizada na determinação do peso específico dos
sólidos, deve ser preparada conforme a norma técnica ABNT NBR 6457 (ABNT, 1986). A
preparação envolve secagem ao ar, destorroamento com almofariz e mão de gral, cuidando
para não quebrar as partículas. A amostra deve ser passada pela peneira de 4,8mm, e passada
no quarteador;
2º Passo: Selecionar uma amostra com peso seco mínimo de aproximadamente 50g;
3º Passo: Adicionar água destilada à amostra formando uma pasta fluida, visando facilitar a
sua introdução no picnômetro com funil. Preferivelmente, deixar esta amostra fechada em
saco plástico durante pelo menos 12 horas, para permitir sua hidratação;
4º Passo: Derramar a pasta fluida no copo do aparelho dispersor, tomando cuidado para não
haver perda de matéria. Dispersar durante pelo menos 15 minutos;
5º Passo: Transferir a pasta fluida para o picnômetro, com o auxílio do funil de vidro.
Introduzir no picnômetro um volume de solo + água destilada da ordem de 250ml;
6º Passo: Aquecer o picnômetro até a fervura, obtida a uma temperatura inferior a 100ºC pela
aplicação conjunta de aquecimento e vácuo (mínimo de 88kPa), em um aparelho de banho-
maria, agitando-o continuamente durante pelo menos 15 minutos para expelir o ar contido nos
vazios da amostra;
7º Passo: Completar com água destilada o picnômetro até sua marca de calibração. Ferver
novamente o picnômetro, conforme o 6º passo, por pelo menos 5 minutos;
- 47 -
8º Passo: Deixar o picnômetro esfriar, sob uma temperatura constante, no interior do banho-
maria até cerca de 40ºC;
10º Passo: Secar a superfície externa do picnômetro e, com um papel filtro, secar a superfície
interna acima da marca de referência;
12º Passo: Determinar o peso do conjunto picnômetro + solo e água, Wpsa, com resolução de
0,01g;
13º Passo: Repetir os passos 9 até 12 para, no mínimo, outras três temperaturas, dentro do
intervalo de calibração do picnômetro;
15º Passo: Determinar o peso do solo seco Ws usado no ensaio, com resolução 0,01g.
2º Passo: Pesar uma amostra de areia seca, da ordem de 60g, e introduzir no picnômetro;
3º Passo: Aquecer o picnômetro até a fervura, obtida a uma temperatura inferior a 100ºC pela
aplicação conjunta de aquecimento e vácuo (mínimo de 88kPa), em um aparelho de banho-
maria, agitando-o continuamente durante pelo menos 15 minutos para expelir o ar contido nos
vazios da amostra;
- 48 -
4º Passo: Completar com água destilada o picnômetro até sua marca de calibração. Ferver
novamente o picnômetro, conforme o 3º passo, por pelo menos 5 minutos;
5º Passo: Deixar o picnômetro esfriar, sob uma temperatura constante, no interior do banho-
maria até cerca de 40ºC;
7º Passo: Secar a superfície externa do picnômetro e, com um papel filtro, secar a superfície
interna acima da marca de referência;
9º Passo: Determinar o peso do conjunto picnômetro + solo e água, Wpsa, com resolução de
0,01g;
10º Passo: Repetir os passos 6 até 9 para, no mínimo, outras três temperaturas, dentro do
intervalo de calibração do picnômetro;
12º Passo: Determinar o peso do solo seco Ws usado no ensaio, com resolução 0,01g.
Formulário
O peso específico dos sólidos γs é o quociente entre o peso de sólidos Ws e o
correspondente volume de sólidos Vs.
- 49 -
b) O procedimento de limite de liquidez descrito na norma ABNT NBR 6459 (ABNT, 1984)
baseia-se na utilização do aparelho de Casagrande. Um procedimento alternativo –
considerado mais prático para a determinação do limite de liquidez – baseia-se na
utilização do equipamento de cone de laboratório. Este método é descrito pela norma
inglesa BS 1377 (BSI, 1990).
c) A dispersão dos resultados deste ensaio é considerada reduzida caso seja permitida a
adequada homogeneização do teor de umidade da pasta antes de sua colocação na concha
do aparelho de Casagrande. Sugere-se um intervalo de tempo mínimo de 12 horas para
esta homogeneização, com pasta mantida em saco plástico fechado, para o primeiro ponto
do ensaio.
Equipamento
Aparelho e cinzel de Casagrande, gabarito do aparelho de Casagrande.
- Balança eletrônica, com capacidade de 1500 g e resolução de 0,001 g.
- Estufa para secagem, para temperaturas entre 60 ºC e 110 ºC, com controle de temperatura
por microprocessador e circulação forçada de ar.
- Cápsulas de porcelana, cápsulas de alumínio pequenas, espátula e água destilada.
- Verificar se a massa do conjunto concha mais guia do excêntrico está entre 180 g e 220 g.
- Verificar se a forma do excêntrico, durante os últimos 3 mm de seu movimento, resulta em
variação insignificante da altura da concha em relação à base.
- Verificar se a marca do ponto da concha que bate na base está gasta.
- Verificar se os pés de borracha da base estão gastos.
- Verificar se a resiliência dinâmica do material da base está correta: esta é verificada com
uma esfera de aço de 8 mm de diâmetro, que é deixada cair de uma altura de 250 mm sobre a
base; a esfera deve elevar-se entre 185 e 230 mm após o impacto.
- Verificar se as dimensões do aparelho de Casagrande e do cinzel estão corretas.
Procedimento do ensaio
1º Passo: A amostra a ser ensaiada deve ser representativa (isto é, ter sido coletada em campo
preservando os seus constituintes minerais e estando tanto quanto possível em condições de
umidade idênticas as de campo). A preparação desta amostra para o ensaio de limite de
liquidez deve atender à norma técnica ABNT NBR 6457 (ABNT, 1986);
2º Passo: Se a amostra a ser ensaiada estiver com um teor de umidade que não permita seu
peneiramento, deixá-la secando ao ar;
4º Passo: Peneirar a amostra na peneira de 0,42 mm, descartando o material retido na peneira;
5º Passo: Colocar em uma cápsula de porcelana cerca de 200 g do solo que passou pela
peneira de 0,42 mm;
6º Passo: Juntar água destilada à amostra, misturando-a com a espátula, de modo a formar
uma pasta uniforme, relativamente consistente. Colocar a pasta em um saco plástico e deixá-
lo pelo menos 12 horas na câmara úmida, visando obter a homogeneização da umidade;
- 52 -
8º Passo: Abrir uma ranhura na pasta ao longo do eixo de simetria da concha, utilizando o
cinzel de Casagrande. É importante cuidar para que este permaneça normal à concha nos
pontos de contato durante todo o movimento de abertura da ranhura;
10º Passo: Anotar o número de golpes necessários para que as bordas da ranhura se unam ao
longo de um comprimento de 13 mm;
11º Passo: Colocar imediatamente cerca de 15 g de solo coletado junto às bordas que se
uniram para uma cápsula de alumínio pequena e determinar seu teor de umidade;
12º Passo: Remover o solo restante na concha, de volta para a cápsula de porcelana. Limpar e
secar a concha;
13º Passo: Com a espátula, homogeneizar a amostra de solo contida na cápsula de porcelana;
14º Passo: Adicionar água destilada à amostra e homogeneizar novamente a pasta formada;
- 53 -
15º Passo: Repetir os passos 6 a 12 até obter pelo menos 5 pares de valores de teor de
umidade versus o número de golpes do aparelho de Casagrande necessários para o
fechamento da ranhura (estes golpes devem estar situados entre 15 a 35, de preferência com
no mínimo 2 golpes abaixo e 2 golpes acima de 25);
16º Passo: Construir um gráfico com o número de golpes nas abscissas (em escala
logarítmica) e o teor de umidade nas ordenadas (em escala aritmética), traçando a reta que
melhor se ajuste aos pontos experimentais. O teor de umidade correspondente a 25 golpes,
obtido do gráfico construído por interpolação, é o limite de liquidez do solo. O solo é
considerado como não apresentando limite de liquidez caso seja impossível abrir a ranhura ou
conseguir seu fechamento com mais de 25 golpes.
b) A dispersão dos resultados deste ensaio é considerada reduzida caso seja permitida a
adequada homogeneização do teor de umidade da pasta antes de sua colocação na concha
- 54 -
Equipamento
- Placa de vidro esmerilhado.
- Balança eletrônica, com capacidade de 1500 g e resolução de 0,001 g.
- Estufa para secagem, para temperaturas entre 60 ºC e 110 ºC, com controle de temperatura
por microprocessador e circulação forçada de ar.
- Cápsulas de porcelana, cápsulas de alumínio pequenas, espátula e água destilada.
Procedimento do ensaio
1º ao 5º Passo: Estes passos (correspondentes à preparação da amostra) são idênticos ao
ensaio de limite de liquidez;
6º Passo: Homogeneizar cuidadosamente o solo com uma espátula, juntando água destilada se
necessário, formando uma pasta uniforme, relativamente consistente;
7º Passo: Formar um bola com cerca de 10 g de pasta e rotá-la com a mão sobre a placa de
vidro até formar um cilindro com 3 mm de diâmetro e cerca de 100 mm de comprimento (Fig.
14);
8º Passo: Repetir o item anterior até que o cilindro comece a apresentar as primeiras fissuras
nas dimensões especificadas acima (caso o cilindro comece a se fragmentar com um diâmetro
maior que 3 mm repetir os passos 6 e 7, após acrescentar mais água à pasta);
9º Passo: Colocar o trecho fissurado do cilindro em uma cápsula de alumínio pequena para a
determinação do teor de umidade;
10º Passo: Repetir os passos 6 a 9 para obter pelo menos três determinações de teor de
umidade;
12º Passo: Calcular o valor ∆w, correspondente a 5% do valor de teor médio de umidade
calculado:
13º Passo: Calcular os desvios ∆wi dos teores de umidade em relação a média calculada. Se
cada ∆wi ≤ ∆w, então o limite de plasticidade é considerado igual a wm;
14º Passo: Para qualquer ∆wi > ∆w, desprezar o teor de umidade wi correspondente:
Desprezado algum valor wi, recalcular a média dos teores de umidades wi (se i<3,
repetir o ensaio).
- 56 -
7 RESULTADOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com o emprego das diferentes
técnicas nos materiais, rocha e solo, verificados na área urbana do município de Caxias do
Sul.
PTC 016 A PTC 022 A PTC 012 A PTC 011 A PTC 015 A
SiO2 63,7 65,8 66,6 63,4 68,1
Al2O3 13,15 13,43 13,08 14,71 12,53
Fe2O3 7,08 6,29 6,02 7,20 5,78
MnO 0,13 0,11 0,10 0,07 0,09
MgO 1,53 1,52 1,27 0,62 1,13
CaO 3,05 3,42 2,48 0,73 2,63
Na2O 3,04 3,18 2,84 1,52 2,82
K2O 3,84 3,94 4,38 5,15 4,06
TiO2 1,04 0,96 0,95 1,00 0,88
P2O5 0,28 0,27 0,26 0,20 0,24
Cr2O3 0,001 <0.001 <0.001 0,002 0,006
Ba 0,11 0,07 0,08 0,09 0,07
LOI 2,83 1,55 2,61 6,01 2,15
Total 99,78 100,54 100,67 100,70 100,49
Tabela 1. Resultados das análises químicas das rochas vulcânicas encontradas na área urbana de
Caxias do Sul.
Figura 15. Diagrama TAS (Álcalis totais x Sílica), (Le Bas et al. 1986). Classificação química das
rochas vulcânicas encontradas na área urbana de Caxias do Sul. Dacito Caxias: triângulos vermelhos;
Dacito Canyon: losangos verdes; Dacito Forqueta: quadrado preto.
- 58 -
7.2 PETROGRAFIA
Nomeado por Bressani, Flores e Nunes (2005) como Vitrófiro Forqueta, neste trabalho
será tratado como Dacito Forqueta. É uma unidade litológica que ocorre, com seus aspectos
mais característicos, por toda a extensão territorial da Região Administrativa de Forqueta, em
cotas comumente superiores a 730 m.
O aspecto predominante observado em campo é a existência de uma sutil estrutura de
fluxo magmático, que define bandas com coloração que variam de cinza esverdeada a cinza
muito escura.
Em lâmina delgada observa-se uma estrutura de fluxo marcada pela orientação dos
micrólitos que constituem a matriz, evidenciada por forte alteração. A textura geral da rocha é
microporfirítica, e de forma muito localizada ocorrem agregados glomeroporfiríticos. É
constituída por uma matriz fina a semi-vítrea, em um estágio de desvitrificação que confere a
rocha uma textura granofírica (Fig. 16 B), composta de micrólitos ripidiformes de
plagioclásio e minerais opacos, por fenocristais de plagioclásio e piroxênio (Fig. 16 A).
Ocorrem fraturas paralelas à estrutura de fluxo, preenchidas por quartzo e com alteração ao
longo de sua extensão (Fig. 16 C e D).
A matriz é composta principalmente por micrólitos de plagioclásio com
intercrescimento com o quartzo devido ao processo de desvitrificação. Os fenocristais
ocorrem de forma disseminada na rocha, são constituídos principalmente por plagioclásio e
piroxênio, ocorrendo também alguns opacos. Os fenocristais de plagioclásio possuem em
média 0,5 – 1 mm, variam de subédricos a euédricos, e possuem hábito prismático e
comumente apresentam macla polissindética. Os fenocristais de piroxênio ocorrem de
maneira dispersa, possuem tamanho médio de 0,5 mm, são euédricos, de hábito prismático.
Muitas vezes ocorrem alterados, substituídos por clorita. Os opacos ocorrem principalmente
como pequenos cristais de hábito cúbico inclusos em alguns fenocristais de plagioclásio e
- 59 -
piroxênio. Ocorrem ainda, de forma mais rara, como fenocristais euédricos e fortemente
oxidados.
Figura 16. Lâmina PTC 015 A; A – fenocristais de plagioclásio e piroxênio; B – porção superior da
imagem com maior cristalização e porção superior com desvitrificação incipiente; C e D - fraturas
paralelas à estrutura de fluxo, preenchidas por quartzo e com alteração ao longo de sua extensão.
A rocha tem uma textura equigranular com granulação fina a média e uma estrutura
dominantemente maciça e localmente é perceptível uma intercalação de porções de textura
granofírica com porções faneríticas, com as fases minerais bem diferenciadas. Ocorrem de
forma dispersa na rocha, alguns agregados constituídos principalmente por fenocristais de
plagioclásio e piroxênio, que caracterizam a textura do tipo glomeroporfirítica (Fig. 17 A e
B).
A textura dominante é microporfirítica e de forma localizada ocorre textura
glomeroporfirítica. Apresenta intensa alteração das fases máficas. A matriz é composta
principalmente por micrólitos de plagioclásio. Estes cristais possuem hábito prismático,
variam de subédricos a euédricos e possuem macla polissindética. Nos espaços intersticiais
existentes entre os cristais de plagioclásio que constituem a matriz, ocorrem minerais opacos
residuais de hábito dendróide originados da desvitrificação. Ocorrem também alguns minerais
opacos, piroxênios e plagioclásios de forma disseminada na matriz e poucos fenocristais de
plagioclásio e piroxênio. Os fenocristais de plagioclásio possuem aproximadamente 1 – 1,5
mm em média, variam de subédricos a euédricos, e possuem hábito prismático (Fig. 17 C).
Em muitos casos possuem uma grande alteração para mica branca. Ocorrem ainda como
fenocristais alguns piroxênios, que variam entre 1 - 2 mm, são euédricos e de hábito
prismático.
- 61 -
Figura 17. Lâmina PTC 022 A; A e B - textura glomeroporfirítica formada por fenocristais de
plagioclásio e piroxênio; C – fenocristais de plagioclásio em uma matriz de desvitrificação.
O Dacito Canyon ocorre em cotas baixas (normalmente inferiores a 640 m), sendo
assim chamado por Bressani, Flores e Nunes (2005) devido ao fato de uma das principais e
mais características ocorrências dessa litologia ser encontrada no vale que define o bairro
Canyon. Essa denominação será mantida neste trabalho.
Esse derrame caracteriza-se pela presença de estruturas de fluxo subvertical, que
definem bandas com coloração que variam de cinza escura a marrom-avermelhada. A
diferença de coloração é relacionada ao estado de oxidação da rocha, sendo que na maior
parte das vezes ela aparece alterada, e quando sã tem cor cinza escura.
A rocha apresenta uma forte oxidação dos minerais opacos e máficos que a compõem,
adquirindo uma coloração geral avermelhada. A textura da rocha é porfirítica, podendo ser
chamada de felsofírica por se tratar de uma matriz formada pelo intercrescimento de
- 62 -
Figura 18. Lâmina PTC 011 A; A e B – matriz tem textura fina e é possível observar a presença de
micrólitos ripidiformes de plagioclásio; C – raros fenocristais.
- 63 -
Figura 19. Difratograma de Raios X, solo Forqueta, amostra PTC 001 B, cota 736 m. A – rocha total;
B – fração < 2 µm.
- 66 -
Figura 20. Difratograma de Raios X, solo Caxias, amostra PTC 036 A. A – rocha total; B – fração <
2 µm.
- 67 -
Figura 21. Difratograma de Raios X, solo Caxias, amostra PTC 013 B, cota 640 m. A – rocha total; B
– fração < 2 µm.
- 68 -
Figura 22. Difratograma de Raios X, solo Canyon, amostra PTC 037 A. A – rocha total; B – fração <
2 µm.
- 69 -
São apresentados aqui os resultados dos ensaios geotécnicos realizados sobre amostras
selecionadas e utilizados para classificação dos solos, conhecidos como ensaios de
caracterização (ensaios de granulometria, peso específico real dos grãos (γs), ensaios de limite
de liquidez (LL) e ensaios de limite de plasticidade (LP)).
UMIDADE
Amostra: PTC 001 B
Com defloculante Wc+s+w (gf) 65,05 65,05
Proveta 02- com defloculante: Wc+s (gf): 63,86 63,86
a = -185x + 201.83
(1as três leituras) Wc (gf): 21,48 21,48
a´ = -184.15x + 200.12
(demais leituras) w (%): 2,808 2,808
Densímetro 5842/05 - com defloculante: wmédia (%): 2,808 2,808
2
y = -5E-06x - 0.00002x + 1,0061
SEDIMENTAÇÃO
Peso seco
P. Espec. R. dos Grãos (g/cm3): 2,707 Peso úmido (gf): 77,72 (gf): 75,6
Tempo Altura
Temperatura Viscosidade Densidade Correção Queda Diâmetro (%)
Decorrido
(ºC) (g.s/cm2 ) L Ld (cm) (mm) < Diâmetro
45 s 26 8,93564E-06 1,044 1,0022 8,69 0,0427 87,29
1,08 min 26 8,93564E-06 1,0438 1,0022 8,73 0,0356 86,87
2 min 26 8,93564E-06 1,0432 1,0022 8,84 0,0263 85,62
5 min 26 8,93564E-06 1,0427 1,0022 8,11 0,016 84,57
10 min 26 8,93564E-06 1,0412 1,0022 8,38 0,0115 81,44
20 min 26 8,93564E-06 1,0405 1,0022 8,51 0,0082 79,98
40 min 26 8,93564E-06 1,0395 1,0022 8,7 0,0058 77,89
80 min 25,6 9,01594E-06 1,0386 1,00231 8,86 0,0042 75,78
240 min 25 9,13853E-06 1,0371 1,00248 9,14 0,0025 72,29
1444 min 25,5 9,0362E-06 1,0351 1,00234 9,51 0,001 68,41
Tabela 2. Análise granulométrica por sedimentação do solo Forqueta, amostra PTC 001 B, cota 736
m.
- 70 -
PENEIRAMENTO
Wt #10 (gf): 77,72 Wt #4 (gf): 784,41
Ws #10 (gf): 75,6 Ws #4 (gf): 762,99
Mat.
Peneiras Retido Material que passa (gf) (%)
Nº mm (gf) Parcial Total Passante
1 1/2" 38,1 0 0 100
1" 25,4 0 0 100
3/4" 19,1 0 0 100
3/8" 9,5 0 0 100
4 4,8 0,49 762,5 99,94
10 2 2,92 759,58 99,55
20 0,84 1,07 74,53 98,14
30 0,6 1,26 73,27 96,48
40 0,42 1,46 71,81 94,56
60 0,25 1,05 70,76 93,18
100 0,15 1,67 69,09 90,98
200 0,075 1,22 67,87 89,37
Tabela 3. Análise granulométrica por peneiramento do solo Forqueta, amostra PTC 001 B, cota 736
m.
Figura 23. Gráfico da distribuição granulométrica do solo Forqueta, amostra PTC 001 B, cota 736 m.
- 71 -
(%) PASSANTE
Argila: 71,5
Silte: 17
Areia Fina: 3,5
Areia Média: 3
Areia Grossa: 4
Pedregulho: 1
Tabela 4. Porcentagem de fração do material passante do solo Forqueta, amostra PTC 001 B, cota
736 m.
UMIDADE
Amostra: PTC 013 B
Com defloculante Wc+s+w (gf) 64,64 52,16
Proveta 02- com defloculante: Wc+s (gf): 62,94 50,01
a = -185x + 201.83
(1as três leituras) Wc (gf): 23,17 21,48
a´ = -184.15x + 200.12
(demais leituras) w (%): 4,275 7,536
Densímetro 5842/05 - com defloculante: wmédia (%): 4,275 7,536
2
y = -5E-06x - 0.00002x + 1,0061
SEDIMENTAÇÃO
Peso
P. Espec. R. dos Grãos (g/cm3): 2,637 Peso úmido (gf): 81,12 seco (gf): 77,79
Tempo Temperatura Viscosidade Densidade Correção Altura Queda Diâmetro (%)
<
2
Decorrido (ºC) (g.s/cm ) L Ld (cm) (mm) Diâmetro
40 s 26 8,936E-06 1,041 1,0022 9,25 0,0477 78,6
1 min 26 8,936E-06 1,04 1,0022 9,43 0,0393 76,58
2 min 26 8,936E-06 1,039 1,0022 9,62 0,0281 74,55
5 min 26 8,936E-06 1,0378 1,0022 9,01 0,0172 72,12
10 min 25,8 8,976E-06 1,037 1,00226 9,16 0,0123 70,38
20 min 25,8 8,976E-06 1,036 1,00226 9,34 0,0088 68,35
40 min 25,6 9,016E-06 1,0345 1,00231 9,62 0,0063 65,21
80 min 24,9 9,159E-06 1,0329 1,0025 9,91 0,0046 61,59
205 min 24 9,349E-06 1,031 1,00274 10,26 0,0029 57,25
1448 min 23,8 9,392E-06 1,0271 1,00279 10,98 0,0011 49,25
Tabela 5. Análise granulométrica por sedimentação do solo Caxias, amostra PTC 013 B, cota 640 m.
- 72 -
PENEIRAMENTO
Tabela 6. Análise granulométrica por peneiramento do solo Caxias, amostra PTC 013 B, cota 640 m.
Figura 24. Gráfico da distribuição granulométrica do solo Caxias, amostra PTC 013 B, cota 640 m.
- 73 -
(%) PASSANTE
Argila: 54
Silte: 27
Areia Fina: 7
Areia Média: 3
Areia Grossa: 7
Pedregulho: 2
Tabela 7. Porcentagem de fração do material passante do solo Caxias, amostra PTC 013 B, cota 640
m.
UMIDADE
Amostra: PTC 037 A
Com defloculante Wc+s+w (gf) 67,12 57,99
Proveta 02- com defloculante: Wc+s (gf): 65,06 55,87
a = -185x + 201.83
(1as três leituras) Wc (gf): 33,58 22,47
a´ = -184.15x + 200.12
(demais leituras) w (%): 6,544 6,347
Densímetro 5842/05 - com defloculante: wmédia (%): 6,446
y = -5E-06x2 - 0.00002x + 1,0061
SEDIMENTAÇÃO
Peso
3
P. Espec. R. dos Grãos (g/cm ): 2,692 Peso úmido (gf): 78 seco (gf): 73,28
Tempo Altura
Temperatura Viscosidade Densidade Correção Queda Diâmetro (%)
Decorrido
(ºC) (g.s/cm2 ) L Ld (cm) (mm) < Diâmetro
60 s 27,5 8,64423E-06 1,0365 1,00177 10,08 0,0393 73,62
2 min 27,5 8,64423E-06 1,035 1,00177 10,36 0,0282 70,44
3 min 27,5 8,64423E-06 1,034 1,00177 10,54 0,0232 68,32
5 min 27,5 8,64423E-06 1,0325 1,00177 9,99 0,0175 65,14
10 min 27,2 8,70132E-06 1,0315 1,00186 10,17 0,0125 62,83
20 min 27,2 8,70132E-06 1,0305 1,00186 10,35 0,0089 60,71
40 min 27 8,7397E-06 1,029 1,00192 10,63 0,0064 57,4
80 min 26,8 8,77835E-06 1,0279 1,00197 10,83 0,0046 54,96
205 min 26,1 8,91574E-06 1,0263 1,00217 11,13 0,0029 51,15
1440 min 26 8,93564E-06 1,0234 1,0022 11,66 0,0011 44,94
Tabela 8. Análise granulométrica por sedimentação do solo Canyon, amostra PTC 037 A.
- 74 -
PENEIRAMENTO
Tabela 9. Análise granulométrica por peneiramento do solo Canyon, amostra PTC 037 A.
Figura 25. Gráfico da distribuição granulométrica do solo Canyon, amostra PTC 037 A.
- 75 -
(%) PASSANTE
Argila: 49
Silte: 29
Areia Fina: 11
Areia Média: 7
Pedregulho: 2,5
Tabela 10. Porcentagem de fração do material passante do solo Canyon, amostra PTC 037 A.
O ensaio de peso específico real dos grãos é uma etapa necessária para a determinação
da curva granulométrica dos solos (Fig. 23, 24 e 25). Nas tabelas 11, 12 e 13 são apresentados
os valores das leituras dos ensaios de determinação do peso específico em amostras dos solos
Forqueta, Caxias e Canyon, respectivamente.
Picnômetro No (1 ou 2) 2 2 2 2 2
o
Temperatura do Pic. + Solo + Água ( C) T 31,5 26,8 18 15,2 26
Solo Úmido (gf) Wh 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Picnômetro + Água (Calibração) (gf) Ww = f(T) 640,72 641,41 642,36 642,57 641,52
Picnômetro + Água + Solo (gf) Wws 675,61 676,43 677,57 677,87 676,59
Solo Seco (gf) Ws 55,58 55,58 55,58 55,58 55,58
Água Deslocada Ww + Ws -Wws 20,69 20,56 20,37 20,28 20,51
Peso Específico da água em T (g/cm3) 0,9953 0,9967 0,9987 0,9992 0,9969
Peso Específico Real dos Grãos (g/cm3 ) s= Ws* a/(Ww+Ws-WWS) 2,673 2,694 2,725 2,739 2,702
3
Média s (kN/m ) 26,54
Picnômetro 01 Picnômetro 02 2,707
y = -0.0028x2 + 0.0185x + 627.63 y =-0.0029x2 + 0.0222x + 642.9
Tabela 11. Análise do peso específico real dos grãos do solo saprolítico Forqueta, amostra PTC 001
B, cota 736 m.
- 76 -
Picnômetro No (1 ou 2) 2 2 2 2 2 2 2
Temperatura do Pic. + Solo + Água (oC) T 31,5 29 20,2 17,2 14,9 13,9 29,2
Solo Úmido (gf) Wh 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Picnômetro + Água (Calibração) (gf) Ww = f(T) 640,72 641,10 642,17 642,42 642,59 642,65 641,08
Picnômetro + Água + Solo (gf) Wws 673,28 673,81 674,76 675,23 675,33 675,45 673,97
Solo Seco (gf) Ws 52,65 52,65 52,65 52,65 52,65 52,65 52,65
Água Deslocada Ww + Ws -Wws 20,09 19,94 20,06 19,84 19,91 19,85 19,76
Peso Específico da água em T (g/cm3 ) 0,9953 0,9961 0,9983 0,9988 0,9992 0,9993 0,9960
3
Peso Específico Real dos Grãos (g/cm ) s= Ws* a/(Ww+Ws-WWS) 2,608 2,629 2,621 2,650 2,643 2,651 2,654
3
Média s (kN/m ) 25,85
Picnômetro 01 Picnômetro 02 2,637
Tabela 12. Análise do peso específico real dos grãos do solo saprolítico Caxias, amostra PTC 013 B,
cota 640 m.
Picnômetro No (2 OU 6) 6 6 6 6 6 6 6
Temperatura do Pic. + Solo + Água (oC) T 41,0 36,2 33 21,3 18,5 16,1 25,2
Solo Úmido (gf) Wh 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Picnômetro + Água (Calibração) (gf) Ww = f(T) 654,77 655,66 656,19 657,76 658,05 658,26 657,30
Picnômetro + Água + Solo (gf) Wws 686,29 687,28 687,75 689,27 689,63 689,87 688,84
Solo Seco (gf) Ws 50,14 50,14 50,14 50,14 50,14 50,14 50,14
Água Deslocada Ww + Ws -Wws 18,62 18,52 18,58 18,63 18,56 18,53 18,60
Peso Específico da água em T (g/cm3 ) 0,9919 0,9937 0,9948 0,9980 0,9986 0,9990 0,9971
Peso Específico Real dos Grãos (g/cm3) s= Ws* a/(Ww+Ws-WWS) 2,670 2,691 2,684 2,686 2,698 2,703 2,687
3
Média s (kN/m ) 26,39
Tabela 13. Análise do peso específico real dos grãos do solo saprolítico Canyon, amostra PTC 037 A.
Limite de Liquidez
Nº de golpes 28 25 19 21 12
Nº da cápsula 64 104 17 74 8
Peso total úmido (gf) 44,46 36,82 37,44 37,52 34,25
Peso total seco (gf) 40,08 31,46 31,09 31,47 29,28
Peso da cápsula (gf) 33,58 23,73 22,45 23,16 22,96
Peso da água (gf) 4,38 5,36 6,35 6,05 4,97
Peso do solo seco (gf) 6,5 7,73 8,64 8,31 6,32
Umidade (%) 67,38 69,34 73,50 72,80 78,64
Tabela 14. Resultado do Limite de Liquidez do solo saprolítico Forqueta, amostra PTC 001 B, cota
736 m.
Figura 26. Gráfico Teor de Umidade x log de Golpes (Limite de Liquidez) do solo saprolítico
Forqueta, amostra PTC 001 B, cota 736 m.
- 78 -
Limite de Plasticidade
Nº da cápsula 6 64 8 74 75
Peso total úmido (gf) 24,65 34,65 24,13 24,29 34,73
Peso total seco (gf) 24,09 34,26 23,7 23,86 34,19
Peso da cápsula (gf) 23,17 33,58 22,96 23,16 33,28
Peso da água (gf) 0,56 0,39 0,43 0,43 0,54
Peso do solo seco (gf) 0,92 0,68 0,74 0,7 0,91
Teor de Umidade (%) 60,87 57,35 58,11 61,43 59,34
w média 59,42 w máximo 62,39
nº dados 5 w mínimo 56,45
Tabela 15. Resultado do Limite de Plasticidade do solo saprolítico Forqueta, amostra PTC 001 B,
cota 736 m.
Tabela 16. Resultado do Índice de Plasticidade do solo saprolítico Forqueta, amostra PTC 001 B,
cota 736 m.
Limite de Liquidez
Nº de golpes 32 29 28 25 22 16
Nº da cápsula 8 104 75 64 16 17
Peso total úmido (gf) 33,48 35,94 47,57 43,75 39,8 34,33
Peso total seco (gf) 29,63 31,44 42,27 39,94 34,93 29,71
Peso da cápsula (gf) 22,96 23,73 33,28 33,58 26,97 22,45
Peso da água (gf) 3,85 4,5 5,3 3,81 4,87 4,62
Peso do solo seco (gf) 6,67 7,71 8,99 6,36 7,96 7,26
Umidade (%) 57,72 58,37 58,95 59,91 61,18 63,64
Tabela 17. Resultado do Limite de Liquidez do solo saprolítico Caxias, amostra PTC 013 B, cota 640
m.
- 79 -
Figura 27. Gráfico Teor de Umidade x log de Golpes (Limite de Liquidez) do solo saprolítico Caxias,
amostra PTC 013 B, cota 640 m.
Limite de Plasticidade
Nº da cápsula 31 16 30 1
Peso total úmido (gf) 24,11 28,24 24,36 24,01
Peso total seco (gf) 23,71 27,92 23,99 23,73
Peso da cápsula (gf) 22,47 26,95 22,86 22,85
Peso da água (gf) 0,4 0,32 0,37 0,28
Peso do solo seco (gf) 1,24 0,97 1,13 0,88
Teor de Umidade (%) 32,26 32,99 32,74 31,82
w média 32,45 w máximo 34,07
nº dados 4 w mínimo 30,83
Tabela 18. Resultado do Limite de Plasticidade do solo saprolítico Caxias, amostra PTC 013 B, cota
640 m.
Tabela 19. Resultado do Índice de Plasticidade do solo saprolítico Caxias, amostra PTC 013 B, cota
640 m.
Limite de Liquidez
Nº de golpes 33 32 28 24 20 16 14
Nº da cápsula 8 75 17 1 2A 104 64
Peso total úmido (gf) 35,47 42,25 31,78 35,79 33,94 35,24 46,31
Peso total seco (gf) 30,42 38,62 27,94 30,39 28,64 30,27 40,75
Peso da cápsula (gf) 22,96 33,28 22,45 22,85 21,4 23,7 33,58
Peso da água (gf) 5,05 3,63 3,84 5,4 5,3 4,97 5,56
Peso do solo seco (gf) 7,46 5,34 5,49 7,54 7,24 6,57 7,17
Umidade (%) 67,69 67,98 69,95 71,62 73,20 75,65 77,55
Tabela 20. Resultado do Limite de Liquidez do solo saprolítico Canyon, amostra PTC 037 A.
- 81 -
Figura 28. Gráfico Teor de Umidade x log de Golpes (Limite de Liquidez) do solo saprolítico
Canyon, amostra PTC 037 A.
Limite de Plasticidade
Nº da cápsula 30 31 74
Peso total úmido (gf) 24 23,57 24,32
Peso total seco (gf) 23,64 23,23 23,96
Peso da cápsula (gf) 22,86 22,47 23,16
Peso da água (gf) 0,36 0,34 0,36
Peso do solo seco (gf) 0,78 0,76 0,8
Teor de Umidade (%) 46,15 44,74 45,00
w média 45,30 w máximo 47,56
nº dados 3 w mínimo 43,03
Tabela 21. Resultado do Limite de Plasticidade do solo saprolítico Canyon, amostra PTC 037 A.
Tabela 22. Resultado do Índice de Plasticidade do solo saprolítico Canyon, amostra PTC 037 A.
- 82 -
8 DISCUSSÕES
Figura 29. A – fotografia do Dacito Forqueta com estrutura de fluxo, ponto PTC 001; B – contato, ao
longo da VRS 834, entre o Dacito Forqueta e o solo, ponto PTC 002.
- 84 -
Figura 30. A – corte em estrada vicinal a VRS 834, nota-se a coloração bruno-avermelhado do solo
Forqueta, ponto PTC 001; B – solo Forqueta com resquícios da estrutura de fluxo, ponto PTC 001.
O solo Caxias tem uma extensa área de ocorrência, recobrindo principalmente a região
central da cidade e grande parte da área ao sul do centro. Sua nomenclatura foi definida
anteriormente por Bressani, Flores e Nunes (2005) e será mantida neste trabalho.
Esse solo tem coloração que varia do cinza a levemente avermelhados, com estruturas
estratificadas horizontais geralmente visíveis. É originado da alteração da porção mediana do
Dacito Caxias, derrame que apresenta como características principais estratos tabulares sub-
horizontais na porção basal, que variam de 5 a 30 cm de espessura (Fig. 31), e, por vezes,
desenvolvem uma alteração esferoidal.
- 85 -
Figura 31. A – Dacito Caxias com disjunção tabular visível, ponto PTC 013; B – vista geral de uma
antiga pedreira onde se observa o contato entre o Dacito Caxias e o solo, ponto PTC 013.
A curva de distribuição granulométrica do solo Caxias (Fig. 24) mostra que esse
material possui um percentual de cerca de 54% de material de granulometria argila e 27% de
fração silte e 19% de fração maior ou igual a areia. Em relação aos parâmetros de plasticidade
- 86 -
se obteve para esse solo valores de 59,9% de limite de liquidez e 32,5% de limite de
plasticidade. Esses dados podem ser comparados na tabela 23.
O solo Caxias é um solo argilo siltoso e apresentou uma plasticidade alta,
provavelmente devido à ocorrência dos argilo-minerais expansivos.
O solo Canyon recobre uma área bastante extensa da região de Caxias do Sul. Sua
nomenclatura foi definida anteriormente por Bressani, Flores e Nunes (2005) em virtude de
seus afloramentos mais característicos ocorrerem na base do vale que define o bairro Canyon.
Este solo é originado da alteração do Dacito Canyon (Fig. 32).
O solo tem coloração que varia de vermelhos a bruno-avermelhados e um perfil de
solo característico espesso (5 a 8 metros) (Fig. 33). Pode conter em sua composição
mineralógica argilas expansivas como ilita e esmectita, além de caolinita, quartzo e hematita
(Fig. 22). A plasticidade deste solo está diretamente relacionada com a presença desses argilo-
minerais expansivos.
Figura 32. Dacito Canyon com coloração avermelhada devido à alteração, ponto PTC 008.
A curva de distribuição granulométrica do solo Canyon (Fig. 25) mostra que esse
material possui um percentual de cerca de 49% de material de granulometria argila e 29% de
fração silte e 11% de fração maior ou igual a areia. Em relação aos parâmetros de plasticidade
se obteve para esse solo valores de 70,9% de limite de liquidez e 45,3% de limite de
plasticidade. Esses dados podem ser comparados na tabela 23.
- 87 -
O solo Canyon é um solo argilo siltoso que apresentou uma alta plasticidade devido à
presença dessas argilas provavelmente originadas da alteração da porção vítrea superior do
Dacito Canyon. Esse solo tem grande importância para o mapeamento, pois diversos
acidentes geotécnicos já ocorreram em áreas recobertas por esse material.
Figura 33. A - Solo Canyon com coloração bem avermelhada, ponto PTC 007; B – Dacito Canyon
aflorando no leito do arroio Tega, ponto PTC 007.
- 88 -
Solo
49,0 29 22 71,0 45,5 25,5 0,52
Canyon
Tabela 23. Resumo dos resultados dos ensaios geotécnicos dos solos encontrados neste trabalho.
Segundo Bressani, Flores e Nunes (2005), outros dois tipos de solos são encontrados
na área urbana de Caxias do Sul (solos Ana Rech e Galópolis). Tais materiais não foram
abrangidos neste trabalho por encontrarem-se em cotas que não foram mapeadas nos trabalhos
de campo realizados.
O solo Ana Rech ocorre em grande parte da área norte da cidade, principalmente em
regiões com cotas entre 780 m e 900 m. Seus afloramentos mais característicos ocorrem na
região administrativa de Ana Rech.
Esse solo é originado do Dacito Ana Rech e inclui a presença de horizontes B
incipientes e solos saprolíticos. Tem características arenosas a granulares grosseiros com
predominância da fração areia e silte. Por ocorrer em regiões aplainadas de cotas bastante
elevadas ocorre um favorecimento na oxidação do material, formando solos de cor Bruno-
amarelados com excelente resistência ao cisalhamento.
O solo Ana Rech tem comportamento não-plástico, apresentando problemas
geotécnicos somente nas transições com o solo Forqueta, posicionado abaixo na topografia.
Nesses locais a topografia torna-se ligeiramente íngreme ocorrendo risco geotécnico devido a
baixa resistência do material inferior.
- 89 -
9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
ABNT; 1984. Solo – análise granulométrica. Norma Técnica NBR 7181. Associação Brasileira de
Normas Técnicas, São Paulo.
ABNT; 1984. Solo – determinação do limite de liquidez. Norma Técnica NBR 6459. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, São Paulo.
ABNT; 1984. Solo – determinação do limite de plasticidade. Norma Técnica NBR 7180. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, São Paulo.
ABNT; 1986. Amostras de solo – preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização.
Norma Técnica NBR 6457. Associação Brasileira de Normas Técnicas, São Paulo.
ABNT; 1988. Peneiras para ensaio com tela de tecido metálico. Norma Técnica NBR 5734.
Associação Brasileira de Normas Técnicas, São Paulo.
ASTM; 1993. Standard Practice for Wet Preparation of Soil Samples for Particle-Size Analysis and
Determination of Soil Constants. Designation D 2217-85. American Society for Testing and
Materials, Philadelphia, PA.
ASTM; 1995. Standard Test Method for Liquid Limit, Plastic Limit, and Plasticity Index of Soils.
Designation D 4318-95a. American Society for Testing and Materials, Philadelphia, PA.
BELLIENI, G.; COMIN-CHIARAMONTI, P.; MARQUES, L.S.; MELFI, A.J.; NARDY, A.J.R.;
PAPATRECHAS, C.; PICCIRILLO, E.M.; ROISEMBERG, A.; STOLFA, D.; 1986. Petrogenetic
Aspects of Acid and Basaltic Lavas from the Paraná Plateau (Brazil): Geological, Mineralogical and
Petrochemical Relationships. Journ. of Petrol., 27(4):915-944.
BSI; 1990. Soils for civil engineering purposes. Part 1. Classification tests. British Standard Method
BS 1377: Part 7. British Standards Institution, London.
HOLLER, F. J.; SKOOG, D. A.; CROUCH, S. R.; 2009. Princípios de análise instrumental.
Tradução Celio Pasquini, Jarbas José Rodrigues Rohwedder, Ivo Milton Raimundo Jr., Solange
Cadore, Isabel Cristina Sales Fontes Jardim . 6 ed. Porto Alegre: Bookman. 1056 p.
MACIEL FILHO, C. L.; 1997. Introdução à geologia de engenharia. 2 ed. Santa Maria: Editora da
UFSM; Brasília: Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais. 284 p.
NARDY, A. J. R.; MACHADO, F. B.; OLIVEIRA, M. A. F.; 2008. As rochas vulcânicas mesozóicas
ácidas da Bacia do Paraná: litoestratigrafia e considerações geoquímico-estratigráficas. Revista
Brasileira de Geociências. 38(1): 178-195.
NORONHA, F. L.; 2007. Estudo geológico-geotécnico da área urbana de Santa Cruz do Sul – RS.
Trabalho de conclusão do curso de geologia do instituto de geociências – UFRGS. 104 páginas.
NUNES, L. F.; 2004. Mapeamento geotécnico preliminar da área urbana de Caxias do Sul – RS.
Trabalho de conclusão do curso de geologia do instituto de geociências – UFRGS. 100 páginas.
PEATE, D.W.; HAWKESWORTH, C.; MANTOVANI, M.M.S.; 1992. Chemical sratigraphy of the
Paraná lavas (S. America): classification of magma types and their spatial distribution. Bull. Volc.,
55:119-139.
RADAMBRASIL. 1986. Folha SH. 22 Porto Alegre e Parte das Folhas SH. 21 Uruguaiana e SI.
22 Lagoa Mirim: geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso potencial da terra.
Levantamento de Recursos Naturais, Vol. 33.
ROISENBERG, A. & VIERO, P.; 2000. O vulcanismo mesozóico da Bacia do Paraná no Rio Grande
do Sul. In: Holz, M. & De Ros, L. F. (eds.) Geologia do Rio Grande do Sul, UFRGS-Cigo, Porto
Alegre. P. 355-374.
REGINATO, Pedro Antônio Roehe. 2003. Integração de dados geológicos para prospecção de
aqüíferos fraturados em trecho da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas – RS. 2003. 254 f. Tese de
doutorado, PPGEM. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.
- 93 -
RENNE, P.R.; DECKART, K.; ERNESTO, M.; FÉRRAUD, G.; PICCIRLLO, E.M.; 1996. Age of the
Ponta Grossa dike swarm (Brazil) and implications to Paraná flood volcanism. Earth Plan. Sci. Lett.,
144:199-212.
SALOMÃO, F. X. T. & ANTUNES, F. S.; 1998. solos em pedologia. In: OLIVEIRA, A. M. S. &
ALVES DE BRITO, S. N. (eds.) Geologia de engenharia. São Paulo: ABGE. 586 p.
STRECK, E. V.; KÄMPF, N.; DALMOLIN, R. S. D.; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P. C.;
SCHNEIDER, P.; GIASSON, E.; PINTO, L. F. S.; 2008. Solos do Rio Grande do Sul. 2 ed. Porto
Alegre: EMATER/RS – ASCAR. 222 p.
TURNER, S.; REGELOUS, M.; KELLEY, S.; HAWKSWORTH, C.; MANTOVANI, M.M.S.; 1994.
Magmatism and continental break-up in the South Atlantic: high precision 40 Ar/39Ar geochronology.
Earth Plan. Sci. Lett., 121:333-348.
- 94 -
APÊNDICES
A (FORQUETA), B
PTC 002 472099 6773235 729 725 FORQUETA
(FORQUETA)
A (FORQUETA), B
PTC 005 473500 6775728 655 656 FORQUETA (FORQUETA), C
(FORQUETA)
A (CAXIAS,
PTC 006 473724 6775838 633 631 CAXIAS ROCHA
ALTERADA)
A (CANYON), B
PTC 007 474512 6776053 550 552 CANYON (SOLO), C
(CANYON)
PTC 040 473700 6775824 638 638
PTC 041 473925 6775894 614 614
PTC 042 473953 6775909 609 608 CAXIAS/CANYON
PTC 008 474005 6775929 600 601 CANYON A (CANYON)
PTC 009 474070 6776037 583 584 CANYON
PTC 010 475489 6775155 590 591 CANYON A (CANYON)
PTC 011 475103 6775674 570 569 CANYON A (CANYON)
PTC 012 480022 6779087 607 610 CAXIAS A (CAXIAS)
PTC 043 480024 6779064 640 642 CAXIAS
PTC 044 479806 6779185 627 629 CAXIAS
A (CAXIAS), B
PTC 013 479368 6779223 640 641 CAXIAS
(SOLO)
PTC 014 478873 6779783 612 612 CAXIAS/CANYON
PTC 015 478980 6779620 621 622 FORQUETA A (FORQUETA)
A (CAXIAS), B
PTC 016 489061 6777791 777 724 CAXIAS
(SOLO)
PTC 017 489730 6777515 741 730 CAXIAS A (CAXIAS)
PTC 018 490009 6777483 732 736 FORQUETA A (FORQUETA)
PTC 019 490166 6777491 733 732 FORQUETA A (FORQUETA)
PTC 020 490255 6777530 728 729 CAXIAS A (CAXIAS)
PTC 021 490304 6777584 727 726 CAXIAS A (CAXIAS)
PTC 022 491160 6777238 711 711 CAXIAS A (CAXIAS)
PTC 023 491014 6777074 696 696 CAXIAS A (CAXIAS)
PTC 024 491410 6776681 683 684 CAXIAS/CANYON
- 95 -