MDP Aviao de Papel
MDP Aviao de Papel
LIVRO DO PROFESSOR
Autoria: LÍLIA MARTINS
ISBN 978-65-86023-14-5
Sumário
PARTE 1 .......................................................................................................................6
Carta ao professor e à professora ............................................................ 7
Por que e para que ler para crianças pequenas ............................... 8
Como e onde ler para as crianças pequenas ................................... 12
Conhecendo a obra ........................................................................................... 14
Conhecendo a autora ...................................................................................... 15
Conhecendo o ilustrador ..................................................................................16
Reflexões sobre o conto infantil ............................................................. 17
Por dentro da história .................................................................................... 19
PARTE 2 .................................................................................................................. 24
A hora da leitura .............................................................................................. 25
PARTE 3 ................................................................................................................. 28
Atividades complementares........................................................................ 29
PARTE 4 .................................................................................................................. 36
Brincadeiras ........................................................................................................ 37
Trabalhos manuais, músicas e filmes ................................................. 40
PARTE 5 ................................................................................................................. 42
Bibliografia comentada ................................................................................ 43
Sugestões de leitura .........................................................................................45
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Parte 1
Imagem: Freepik.com
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Manual do Professor
Caro professor e
cara professora,
É uma alegria saber que as escolas de educação infantil e as creches estão recebendo
livros de literatura! E que você tem em mãos este título da Editora Lê para ser seu com-
panheiro na empolgante tarefa de apresentar aos(às) pequenos(as) leitores(as) um rico e
mágico universo literário.
Para formar leitores(as) é preciso ter contato com livros diversos, com ilustrações
sensíveis e temas instigantes, capazes de desencadear os mais ricos diálogos. O(A) edu-
cador(a) caminha lado a lado com o(a) pequeno(a) leitor(a), nessa jornada na qual cada
página apresenta uma diversidade de informações a serem apreciadas e apreendidas.
As crianças decifram à sua maneira as imagens, palavras e texturas do livro que lhes
é apresentado, e este caminhar na apreciação do belo e do lúdico passa necessariamente
pela mediação do(da) professor(a), que também se reconstrói como leitor(a).
Daí a importância de se ativarem os sentidos e realizar sempre novas leituras, expandindo
a percepção sobre o livro, pois ele ganha novos contornos a cada leitura.
Convidamos você para nos acompanhar nesta proposta de ampliar o convívio com a
literatura e tornar-se leitor(a), ouvinte, espectador(a), construtor(a) de novas narrativas,
condutor(a) nos caminhos que se abrem em cada leitura compartilhada.
Vamos caminhar juntos!
— Os Editores
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Por que e para que ler
para crianças pequenas
O livro e a literatura são elementos fundamentais para a inserção das pessoas na socie-
dade como cidadãos. O sociólogo e crítico literário Antonio Candido afirma que a literatura
é, ou ao menos deveria ser, um direito básico do ser humano.
Existem direitos que são universais e não é difícil identificá-los quando os associamos
a tudo o que desejamos de melhor para nós e para os outros. Nós queremos moradia,
alimentação, saúde, educação, vestuário, liberdade individual, justiça, proteção, direito à
crença, à opinião e ao lazer.
O que o(a) professor(a) Antonio Candido acrescenta a essa lista é um elemento inova-
dor, que se enquadra nas nossas necessidades mais profundas. O ser humano necessita da
ficção e da fabulação que, segundo ele, atuam diretamente na sua formação.
Fazer parte da sociedade e exercer plenamente os direitos pressupõe a todos a opor-
tunidade de acessar o conhecimento popular e aquele gerado pela ciência, historicamente
sistematizado e repassado através da oralidade, dos cânones, das manifestações culturais
e artísticas e expostos em suportes diversificados que tornam coletivo todo esse legado.
A todas as crianças brasileiras de 0 a 5 anos de idade é garantido o atendimento em
creches e pré-escolas, sendo esse um dever do Estado. Desde a Constituição cidadã de
1998 e mais adiante, com a promulgação da LDB, acontece a integração da educação in-
fantil à educação básica, agregando essa modalidade nas políticas públicas educacionais e
não mais isolando-a de sentido. Desse modo, as antigas instituições que detinham o status
de locais de abrigo ganham novos contornos e nelas se insere uma intencionalidade, não
de serem impositivas, detentoras e transmissoras de saberes, mas de se tornarem espaços
propícios ao desenvolvimento físico, social e intelectual, através de trocas significativas,
onde todos ensinam e também aprendem. Elas são agora entendidas como instituições que
acolhem sujeitos múltiplos com demandas e saberes específicos.
As creches e pré-escolas que surgem desde então são frutos de uma importante con-
quista, pois foram pensadas como ambientes formadores de cidadãos e cidadãs em exercí-
cio de seus direitos e em constante ampliação de sua compreensão de mundo.
A BNCC, Base Nacional Comum Curricular, reforça e alarga o entendimento da impor-
tância dos espaços destinados às crianças menores. Ela reconhece que
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e consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educa-
ção familiar – especialmente quando se trata da educação dos bebês e das crian-
ças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos
(familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.
(BRASIL. BNCC, 2017. p. 37)
Aqui entende-se que, mesmo na primeira infância, as crianças são capazes de com-
preender o espaço que ocupam e dele extrair significados. E mais, o contato com dife-
rentes ambientes e as interações proporcionadas pelos momentos coletivos nos espaços
familiares e escolares contribuem para que se tornem mais independentes, estabeleçam
conexões, assimilem conceitos e aumentem seus vínculos afetivos.
Sendo assim, as particularidades das crianças nessa faixa etária convocam os(as) edu-
cadores(as) a se debruçarem no entendimento das características e demandas infantis,
para fazerem dessa etapa um período significativo de suas vidas, em que sejam respeitadas
e potencializadas suas capacidades.
A compreensão de que os primeiros anos escolares carrega uma riqueza de aprendi-
zagens contida nas transformações tanto física quanto intelectuais das crianças conduz a
pensar em modos inovadores e ao mesmo tempo pautados no respeito às individualidades,
que tornem a vivência no espaço escolar motivadora, divertida e prazerosa, para que am-
pliem-se os estímulos e o campo de interação em uma dinâmica mais abrangente, na qual
suas percepções são mobilizadas de maneira diversa. Elas então se tornam sujeitos daquela
aprendizagem e não meros receptores. Assim, serão capazes de apropriar-se do conheci-
mento e expandi-lo em conexões que conduzem a novos aprendizados e novas inferências.
No espaço escolar onde circulam os bebês e as crianças pequenas, é preciso haver a
garantia de uma infraestrutura adequada e dotada de recursos múltiplos que as coloquem
em situações que as instiguem, despertem sua criatividade e que as desafiem.
No rol de recursos pedagógicos e lúdicos a serem disponibilizados, é preciso atentar
para que sejam todos eles pensados como portadores de sentido, que promovam desco-
bertas e encantamento. Nas mãos das crianças é preciso haver jogos, brinquedos, fantasias,
fantoches, objetos sensoriais, sonoros e... livros!
O livro de ficção está aí mesmo, junto com os demais recursos que convidam para a
brincadeira. Inserir o livro nessa caixa de brinquedos é proposital, pois, como os outros
objetos, ele também provoca o imaginário, conforma e confronta saberes e estimula os
processos cognitivos. E coloca-se na condição de objeto lúdico e de obra de arte quando
mediado pela via da fruição, ainda que dialogue com a realidade. A fruição leva a caminhos
claros de expansão e podem falar mais fundo para consolidar, confirmar e auxiliar em pro-
cessos internos. Yolanda Reyes afirma que “a literatura (…) é uma fonte de nutrição a que
a criança recorre em busca de ferramentas mentais e simbólicas para organizar o fluxo dos
acontecimentos e situar-se e revelar-se e decifrar-se, também ela, na cadeia temporal ins-
taurada na linguagem.” (REYES, 2010, p. 63).
É inegável que as crianças apreciam os livros e as histórias neles contidas. Observá-las
apontar o que chama sua atenção durante uma leitura compartilhada, presenciar seu entu-
siasmo ao escutar e sua vontade de compartilhar suas impressões dão mostras do potencial
do objeto livro no desenvolvimento da competência leitora.
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O contato inicial dos(das) pequenos(as) com a literatura é através do conto oral, meio
pelo qual os pais e, depois, os educadores desvelam histórias e, concomitantemente, apre-
sentam-lhes o portador daquele texto. O livro acompanha as crianças no banho, no berço,
no espaço de brincar e é folheado, tocado, experimentado, ganhando assim novos contor-
nos. E nesses momentos a troca é feita em diálogos plenos de afeto, nos quais se fala de
sensações e descobertas e consolida-se o gosto pelos livros e pela leitura, que é a chave
para o início do letramento literário.
Diversos autores relatam a importância do contato com o estilo formal da língua es-
crita. Rildo Cosson sustenta que “vivenciando experiências com a materialidade do livro e
sua imaterialidade, com o real e a ficção, com a voz penetrante e a palavra escrita, as crian-
ças da primeira infância iniciam sua formação enquanto leitores a partir de uma mediação
atenta” (COSSON, 2015, p.13). Para Yolanda Reyes, “tudo o que a criança experimenta no
âmbito da linguagem oral lhe é oferecido pelo contexto para que se aproxime do código
escrito, e ela usa tal reserva de conhecimentos para responder a novos desafios” (REYES,
2010, p. 86).
A Política Nacional de Alfabetização (PNA) apresenta o conceito de “literacia”, defi-
nindo-o como o “conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com a
leitura e a escrita e sua prática produtiva” (BRASIL, 2019). Desse modo, aponta que, desde
os primeiros anos escolares, é preciso criar situações que gradativamente promovam os
saberes necessários para ativar a compreensão leitora das crianças. O decreto que institui a
PNA reconhece a importância de contar com vários agentes, valorizando, assim, os conheci-
mentos que são construídos com base na vivência com pais e cuidadores (literacia familiar)
e posicionando a pré-escola como uma fase relevante para a construção de tais habilidades,
tão importantes para o processo de alfabetização (literacia emergente).
Dessas afirmações emerge a necessidade do acesso à cultura letrada de todas as crian-
ças, desde a mais tenra idade, garantindo a circulação de livros de literatura nos seus espa-
ços de convivência, para que seu uso seja cotidiano, elaborado e condutor de novos olhares
e descobertas.
As diversas temáticas presentes nos títulos voltados para essa faixa de idade fazem
deles portadores de conhecimento, cultura e informação que, nas mãos das crianças e dos
mediadores de leitura, podem enriquecer os momentos de interação com o livro. As nar-
rativas ficcionais podem ter como inspiração os temas transversais e até mesmo introduzir
em seu enredo situações que contenham ideias relacionadas, por exemplo, à numeracia,
criando oportunidades para empreender trocas, fomentar diálogos, desvendar o que até
então era desconhecido e provocar uma expansão que contribui para o desenvolvimento
integral dos pequenos.
Rildo Cosson afirma que “todo texto literário tem uma mensagem mais ou menos ex-
plícita, tem um desenho de mundo a ser depreendido no momento da leitura, um saber so-
bre ou essa ou aquela área que não pode nem deve ser desprezado – trata-se do contexto
da obra” (COSSON, 2010, p. 62). Reconhecer esses contextos e estabelecer vínculos com
o texto literário dá a ele o valor de agente transformador na vida das crianças, que se se
abrem ao novo e ao mundo a partir do encantamento e da apropriação de novos entendi-
mentos.
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A intencionalidade do trabalho docente para desenvolver ações e projetos inovadores
com o rico material impresso que agora chega às unidades escolares de educação infantil
é objeto deste Manual. Que a sociedade de leitores que almejamos esteja cada vez mais
perto de se tornar realidade.
Mas antes de seguirmos adiante, faz-se urgente lembrar que, em todas as práticas
apresentadas neste Manual, devem ser acolhidas as crianças portadoras de necessidades
especiais. É preciso atender às diferenças de cada criança e criar condições para implantar
a educação inclusiva com estratégias que permitam a todos(as) experienciar as vivências e
atividades lúdicas aqui propostas.
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Como e onde ler para
as crianças pequenas
Com a chegada dos livros do PNLD LITERÁRIO, as creches e pré-escolas podem formar
ou ampliar seu acervo. Tendo disponível uma diversidade de títulos, podemos então iniciar
uma conversa sobre as melhores estratégias para aproximar as crianças dos livros.
Primeiramente é importante definir um espaço para acomodá-los e formar a biblioteca
da sala ou o cantinho de leitura da sala de recursos.
Várias soluções criativas podem ser usadas para acondicioná-los. O(A) professor(a)
pode criar porta-livros que atendam às características do seu espaço, como bolsões de
tecido presos às paredes, caixas de papelão, de plástico, de madeira ou pallets decorados,
cestos, malas, baús, um varal com os livros suspensos, presos com pregadores de roupa, ou
mesmo estantes de madeira com nichos desenhadas exclusivamente para a função.
Se possível, as capas deverão ficar visíveis, e o local onde os livros serão guardados
precisa estar na altura adequada para que as crianças possam alcançá-los.
O(A) professor(a) pode também ser criativo(a) na hora de decorar o “cantinho dos li-
vros” com alguma cobertura para o chão, como tapetes, almofadas, colchonetes e outros
itens, para que os(as) leitores(as) sintam-se confortáveis ao ler e ouvir histórias.
Os livros devem fazer parte do cotidiano das crianças, e a interação entre eles deve ser
frequente, para que leiam como lhes convém. É bom saber que os pequenos podem querer
colocá-los na boca, carregar debaixo do braço, sentar em cima, colocar na cabeça, abraçar.
Trata-se de um contato muito importante para que o livro se incorpore na sua vida e ganhe
sua atenção. Quando já puderem entender, o(a) professor(a) pode começar a falar sobre a
importância do zelo com o material, sem no entanto ser repressivo ou punitivo. O cuidado
com o acervo deve ser de todos e é bom convidar os pequenos para organizar o espaço, po-
rém sem muito rigor. Talvez um livro queira passar um tempo em companhia das bonecas e
dos carrinhos e isso deve ser permitido.
Quando já conhecerem o espaço destinado aos livros e estiverem acostumados a ma-
nuseá-los, então já se podem criar momentos de leitura, em encontros diários ou progra-
mados regularmente na rotina da turma.
Para que se crie esse vínculo consistente é importante destacar que o(a) professor(a)
deve também se apaixonar pelo livro e estar aberto(a) a descobertas e a todas as nuanças
e surpresas que a leitura pode trazer. É necessário que eduque seu olhar para ver e ler nas
entrelinhas e, assim, aproxime-se das reações dos(das) pequenos(as) leitores(as), que se
surpreendem sempre com as descobertas que fazem com suas leituras. O(A) educador(a)
se sensibiliza e escuta o que a criança tem a dizer, mostrando também suas impressões. Dali
nasce um diálogo que leva a múltiplas interpretações do texto imagético ou em palavras,
transcendendo o que está impresso.
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O(A) professor(a) mediador(a) desempenha melhor sua função quando se prepara para
fazer a leitura. O desdobramento dessa ação se dará de forma efetiva quando imaginada
para ser mais do que uma leitura literal das páginas. A interpretação do texto, quando bem
elaborada, enche as histórias de cores, desvela sensações, surpreende e emociona.
Para bem fazer uma mediação na hora da leitura com as crianças é bom saber que:
— uma leitura prévia ajuda a escolher os pontos mais interessantes da história, ou seja,
aqueles que potencialmente serão observados pela criança, ou podem suscitar ricas inter-
locuções. Nessa preparação já se pode pensar nas vozes, entonação, gestos e expressões
faciais para cada passagem ou personagem.
— a interação e o afeto atraem os(as) pequenos(as) para o livro e a história. A escrito-
ra Ninfa Parreiras afirma que a voz do adulto que lê funciona como um colo, um lugar de
aconchego. Sendo assim, os momentos de contato com os livros devem ser afetuosos, para
serem reconhecidos como prazerosos. A conversa deve ser franca, o contato, estreito, com
proximidade, olhos nos olhos, sorriso nos lábios.
— as intervenções, por mais diversas que sejam, devem ser permitidas. Deixem que
as crianças toquem, mudem as páginas, sintam as texturas. O olhar passa por caminhos
completamente inusitados e elas podem querer mudar o final, inventar uma história dentro
do enredo, demonstrar seu apreço, sua estima, ou seu desagrado e desconforto. Tudo isso
deve ser acolhido, pois são respostas espontâneas ao estímulo gerado pelo contato com a
multiplicidade de informações contida num livro.
A construção do encontro com a leitura literária vai se consolidando durante a trajetória
das crianças na pré-escola. Todas as oportunidades de leitura devem ser bem aproveitadas,
inclusive em casa. Seria então importante franquear os livros para as famílias. Pode ser em
encontros na escola, quando os(as) responsáveis são convidados(as) a conhecer o acervo
da sala. Algum pai, mãe ou cuidador pode preparar uma leitura para ser feita para a turma,
e quem sabe a escola para se organiza realizar empréstimos, e assim os livros podem fazer
uma visita às casas das crianças? Elas poderão repassar à família o que conhecem e falar de
suas impressões sobre aquela história, tantas vezes lidas e já guardadas de cor.
As propostas contidas neste Manual têm como objetivo apoiar e potencializar o traba-
lho já realizado pelos(as) educadores(as). Certamente outras ideias surgirão, e as práticas
escolares de leitura poderão ser condensadas em um banco de atividades colaborativo e
também compartilhado em fóruns de formação continuada.
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Conhecendo
a obra
TEXTO EM CAIXA ALTA
CATEGORIA: CRECHE II
A obra é indicada para crianças de 1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses.
A história possui ilustrações vivas e atrativas com texto curto e enredo
envolvente, que estimulam a imaginação, proporcionando uma leitura
divertida e prazerosa.
GÊNERO: Narrativo
TEMAS: Aventuras em contextos imaginários ou realistas,
urbanos, rurais, locais, internacionais
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(Acervo Internet)
Conhecendo
a autora
REGINA SIGUEMOTO
Nasceu em São Paulo e trabalhou como jornalista em diversos jornais e revistas. Es-
pecializou-se em literatura infantil e juvenil e então iniciou sua carreira como escritora.
Martinez, também paulistano, foi autodidata em artes e trabalhou durante décadas como
desenhista, artista plástico e ilustrador de campanhas publicitárias, cenografia e de veícu-
los de comunicação. O casal publicou o primeiro livro infantil em 1988, e juntos venceram
o prêmio Revelação da Associação Paulista dos Críticos de Arte, no mesmo ano. Ao todo,
publicaram mais de cinquenta livros infantojuvenis.
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(Acervo do ilustrador)
Conhecendo o
ilustrador
MARTINEZ
Nascido, em São Paulo, em setembro de 1953, era desenhista, ilustrador e artista plás-
tico. Autodidata, nas artes, começou a estudar engenharia elétrica e, posteriormente, aná-
lise de sistema, mas nunca concluiu os cursos.
A princípio, não queria fazer da sua vocação, o seu trabalho, mas por ironia, seu pri-
meiro emprego como ilustrador, ocorreu, quando procurava um estágio, nos tempos que
cursava a universidade. A partir desse momento, nunca mais parou.
Martinez trabalhou em campanhas publicitárias, cenografia, revistas, até conhecer a
esposa e escritora Regina Siguemoto. Publicaram o primeiro livro infantil no ano de 1988 e,
juntos, ganharam o Prêmio Revelação da Associação Paulista dos Críticos de Arte, no mes-
mo ano. Ao todo, o casal publicou mais de cinquenta títulos infantojuvenis.
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Reflexões sobre
o conto infantil
Os textos literários destinados às crianças são construções elaboradas com a intenção
de criar uma aproximação com a linguagem e ao mesmo tempo ativar a criatividade e a
imaginação. Magda Soares (2020) afirma que os contos infantis “possibilitam momentos de
lazer, incentivam a fantasia e o imaginário, colaboram com o processo de amadurecimento
emocional, ampliam a visão do mundo e a compreensão do ser humano”. Daí a importância
de tornar constante a interação das crianças com histórias que corroborem esses objetivos.
Mesmo os textos mais simples e curtos carregam em si traços narrativos que remontam
aos primeiros contos da tradição oral. É nesse repositório de referências que escritores(as),
roteiristas e dramaturgos(as), de séculos passados até a contemporaneidade, encontram
inspiração para a criação de enredos que são reconhecidos como portadores de boas histó-
rias, sendo apreciados por pessoas de todas as idades.
Os(As) leitores(as) se identificam, entre outros elementos, com a ordem linear e a se-
quenciação, que se desenvolvem de tal maneira que comumente levam ao surgimento de
antecipações e suposições, que se resolvem ou não da forma esperada. Então é possível
o(a) leitor(a) se apropriar da vivência do personagem e criar empatia com ele, muitas vezes
valendo-se da identificação com o que considera semelhante, como características físicas e
modos de agir e de se posicionar em sociedade. No caso da literatura infantil, esse perso-
nagem quase sempre é um animal antropomorfizado, isto é, que apresenta características
humanas.
A P
Em VIÃO DE APEL , o protagonista é um patinho, figura muito apreciada pelas crian-
ças, pela sua singeleza e aparente fragilidade. Mas, como no famoso conto “O patinho feio”,
de Andersen, esse personagem solitário possui uma coragem que o faz capaz de enfrentar
o desconhecido. Na intertextualidade se processa o reconhecimento de que ali existem
elementos já apreciados e vividos, e isso pode influenciar o modo como será a recepção da
história. O encontro com um argumento familiar, mesmo que agora com nova roupagem,
proporciona interações que confirmam, confrontam ou transcendem aquilo que se con-
templa.
Nos enredos fantásticos, os animais representam diversas características que tomam
emprestadas de seres humanos, deslocando-se de seu habitat e de seu cotidiano e assu-
mindo outra personalidade. Ao tomar as rédeas do destino, ressignificam a existência e
trazem à tona diversos questionamentos sobre a vida e suas relações. Desse modo, enca-
ram os dramas, as alegrias, as dúvidas, os temores, e descobrem que a realidade é cheia
de imprevistos. Para superar os problemas encontram soluções fantásticas e inesperadas, e
assim despertam o interesse. As vivências do personagem podem refletir eventos da vida,
repleta de questões a resolver; e quando o drama é concluído, oferece conforto em certa
medida, talvez abrandando a sensação de impotência ante a complexidade da realidade
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e de situações que são difíceis de entender. O simbolismo é o idioma utilizado para o(a)
leitor(a) conversar com o imaginário, e suas mensagens permeiam camadas de percepção,
provocando uma inquietação que move os sentidos para a reflexão, expandindo o conheci-
mento do mundo e de si.
Esse jogo de faz de conta é feito de elementos cuidadosamente pensados para que
a trama seja envolvente. Nos contos ficcionais, quando são utilizados recursos visuais e
linguagem verbal, os eventos são conduzidos pela voz do narrador, que faz a interlocu-
ção entre o(a) autor(a) e o(a) leitor(a) e revela, aos poucos, a sequência dos acontecimen-
A P
tos. Em VIÃO DE APEL temos um narrador onisciente, que conhece todos os detalhes
da história, sabendo inclusive tudo o que se passa na cabeça do personagem, como suas
incertezas, inseguranças, sua motivação, esperança, vontade e desejos. Ele faz o convite
para seguirmos lado a lado com o protagonista, tornando-nos parceiros nesta caminhada.
As suas revelações vão dando cores à trama, e a voz que anuncia as ações antecipa as cenas
dos próximos capítulos.
Segundo Silvestre (2005), “o narrador, considerado um personagem do texto, cumpre
uma função particular no processo narrativo, pois organiza o discurso, conduz a estrutu-
ração e a sucessão de fatos do mundo ficcional, além de ser responsável pela focalização
que se instala na história narrada”. É ele quem decide o que é para ser ocultado e quando
algo deve ser revelado; e o detalhamento da ação será feito com as marcas por ele deter-
minadas. Assim, uma passagem do texto pode ser relatada de modo a criar um clima de
suspense ou de medo, de alegria ou de decepção, que, na sequência, podem se confirmar
ou não.
O tratamento que o(a) autor(a) dá ao narrador de sua história permite a criação de um
vínculo e de uma confiança nessa voz onipresente, que navega pelas páginas e desvenda os
intricados caminhos do enredo. Por esta via se dá o diálogo entre o texto e seu(sua) recep-
tor(a), criando uma motivação para a leitura e uma expectativa crescente para o encontro
com as surpresas, que certamente virão.
Todos esses elementos, dentre outros presentes nos contos e nas narrativas para a
infância, vão ao encontro do(a) destinatário(a), que os recebe com a bagagem que já acu-
mulou e com a espontaneidade e a curiosidade que o(a) fazem incorporar as mensagens
de maneira única e surpreendente. É o que aponta Wolfgang Iser (1999), quando declara
que “há uma desconstrução e reconstrução da realidade na produção do texto literário,
realidade essa a ser novamente irrealizada e reconstituída no acontecimento da ficção.
Por conseguinte, este acontecimento se dá somente pelo processo de leitura, em que cada
imaginário será responsável por reorganizar a realidade de acordo com as conveniências
impostas por suas experiências de vida”.
O(A) leitor(a) da primeira infância é o(a) convidado(a) para essa experiência transfor-
madora. O contato com os livros o(a) aproxima da riqueza cultural presente nos textos
literários, que estão constantemente recriando a realidade pelas mãos da fantasia e da
criatividade.
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Por dentro da história
A viagem do patinho ativa a percepção dos(as) leitores(as) quando revela, a partir de
um enredo aventuresco, situações inusitadas e uma visão singular da realidade.
Na verdade, para o personagem (assim como para as crianças), o mundo é imenso e
misterioso. Esse universo insondável é fonte de desejo de explorar, para terem uma ex-
periência memorável; e elas querem ser independentes, viver sua vida da maneira livre e
anseiam lançar-se em aventuras. No entanto, suas vivências estão sempre tuteladas pelo
adulto, que monitora todos os detalhes de seu cotidiano, determinando horários, estabele-
cendo regras e modos de agir. Para elas é impossível voar e muito menos andar livremente
pelas ruas; e elas especulam que o lado de fora dos muros é pleno de possibilidades. Na in-
viabilidade de romper essas barreiras, encontram nas brincadeiras inventadas e nas narra-
tivas ficcionais, principalmente as presentes nos livros, uma possibilidade de emancipação
que as projeta a um lugar onde ser pequeno(a) não é empecilho para vivenciar momentos
marcantes.
O convite que a história faz é de brincar com um avião de papel, que posteriormente
será apresentado a eles pelo(a) professor(a). E então, como o protagonista, também em-
preender essa jornada do heroi e ser o(a) explorador(a) que escreve sua própria aventura.
Sobre esse aspecto, pode-se identificar que a viagem do patinho traz em si elementos
da jornada do heroi, recurso amplamente utilizado pelos(as) autores(as) para contar as
sagas de seus personagens. Nesse modelo, alguém que não possui nenhuma característica
extraordinária, é subitamente lançado à aventura. Ele então aceita esse desafio e parte
rumo ao desconhecido. Após passar por muitas provações, consegue vencê-las, por meio
de sua inteligência e destemor. No retorno para casa, ele já não é mais o mesmo, e sua vida
toma um novo rumo, impulsionado pelas experiências que viveu.
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Quem lê entra em sintonia com o personagem principal e acompanha as suas desven-
turas, na expectativa de que as dificuldades sejam superadas pela sua força interna e valen-
tia e que ele possa enfim ser recompensado com um final satisfatório.
Para criar um maior envolvimento com a criança da faixa etária a que se destina a obra,
observemos que a concepção do projeto gráfico propõe imagens que se estendem e ocu-
pam duas páginas. É como se ele(ela) estivesse assistindo a tudo num visor de realidade
virtual, tendo a sensação de estar realmente voando em grandes alturas e enfrentando ini-
migos assustadores e perigosos. As letras em caixa alta, tanto na narração quanto nas falas,
podem ser vistas como marcas expressivas do texto e têm a intenção de amplificar os sons,
dando a impressão de que se escuta toda a ação sendo contada por meio de alto-falan-
tes. Por fim, símbolos gráficos, como pontos de interrogação e onomatopeias, surgem em
caixas de diálogo como nas histórias em quadrinhos, acrescentando dinamicidade à ação
quando representam as reações do patinho ao se deparar com os imprevistos. A linguagem
escrita e as narrativas visual e simbólica se fundem, para criar uma atmosfera representan-
do a vastidão da paisagem, que talvez esteja cheia de perigos e desafios, em contraste com
a fragilidade do personagem tão pequenino.
O avião de papel onde o patinho embarca pôde levá-lo a muitos lugares. Assim como a
criança pode, na sua imaginação, também embarcar nesse veículo, apropriar-se da história
e com ela interagir, observando diversos outros detalhes presentes na ilustração e mesmo
inventando outros desafios quando desejar. Os deslocamentos diários da criança podem
transformar-se em algo fantástico, que ganha vida em sua imaginação, e é certo que ela
transita por essa via todo o tempo. No trajeto de casa para a escola, por exemplo, ela pode
ver obstáculos a cada esquina, transformar um jardim em uma floresta encantada, um ria-
cho em um rio caudaloso que precisa ser transposto para chegar ao destino. Nesse mundo
que aos poucos vai se desvelando para ele(ela), é preciso ser destemido(a), persistente,
estar sempre disposto a enfrentar as adversidades, e confiar em si mesmo.
Por isso, é possível entrever uma empatia com o enredo dessa história que traz, além
do personagem, que em muitos aspectos lhe é similar, outros elementos que dialogam
com o universo infantil. Nessa história, a função dos objetos do cotidiano é modificada; e o
jornal agora não mais é o portador de notícias, mas transforma-se em um avião que serve
de veículo e transporte para um itinerário fantástico. Para que isso acontecesse, foi preciso
20
reconfigurar o real e sair do lugar-comum. É a mesma coisa que acontece com caixas de
papelão que viram naves espaciais, tampinhas que viram moedas de ouro e gravetos que se
transformam em espadas. Esse ofício do artesão, que recria e manifesta o novo, é dinâmico,
ativa a criatividade e se opõe à passividade. Fazer brinquedos e interagir com eles é diferen-
te de ser o espectador ou de ser aquele que apenas com os dedos comanda a brincadeira
nas telas dos artefatos virtuais.
A autora faz um resgate da criança que fomos, quando vivíamos sem aparatos tecnoló-
gicos, em uma época em que havia uma simplicidade que, longe de ser humilde, envolvia
o aprendizado de habilidades riquíssimas em saberes. Esse espaço de experimentação e
criação é característico da educação infantil, e a BNCC explicita que, entre os direitos de
aprendizagem e desenvolvimento nessa etapa, deve-se facultar à criança “brincar cotidia-
namente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, […] ampliando e diversifi-
cando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, criatividade,
suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e rela-
cionadas” (BNCC, p. 38).
A última página do livro ensina como fazer um avião de papel. Nesse momento nos
retiramos da literatura e nos defrontamos com um texto instrucional que contém uma se-
quência a ser executada para a confecção de uma dobradura.
Percebe-se aí a diversidade do uso das linguagens e de seus portadores; e fica claro que
a todo tempo modificam-se os meios utilizados para a comunicação humana em diferentes
situações. Se de início mergulhamos no universo literário, que se apoiava na fantasia e no
ludismo, agora o mesmo suporte-livro assume um pragmatismo que, valendo-se das carac-
terísticas próprias dos guias formais instrutivos, elenca explicações precisas e orientações
que, quando seguidas corretamente, resultarão no surgimento de um novo objeto.
O encontro com a pluralidade de manifestações da língua escrita e suas finalidades
específicas contribuem para a expansão do conhecimento sobre gêneros textuais; e a lei-
tura compartilhada e realizada com uma mediação atenta é fundamental para o objeti-
vo do trabalho pedagógico de explorar os sentidos contidos nos elementos linguísticos
do texto.
A P
VIÃO DE APEL brinda os(as) leitores(as) com uma narrativa simples e cativante, com a
qual as crianças podem se divertir e também enriquecer sua capacidade, de maneira lúdica
e dinâmica.
21
PARA SABER MAIS
CONHECENDO A JORNADA DO HEROI
22
Ainda que estejam em sequência, nem sempre essas etapas são
seguidas nessa ordem; e algumas delas podem inclusive ser suprimidas
dos enredos.
No entanto, o uso desses elementos é essencial para que os autores
obtenham sucesso no objetivo de criar tramas envolventes e que
dialoguem com o(a)leitor(a) e com as suas expectativas.
Vogler afirma que os 12 passos da Jornada do heroi são uma tecnologia
narrativa útil e empolgante e que, sabendo disso, podemos reconfigurar
nossa aproximação com os enredos de livros e filmes. Partindo desse
mapa, que reflete os anseios dos(as) leitores(as) e espectadores(as) por
histórias significativas, estaremos mais abertos para nos apropriar dos
caminhos dos personagens e, ao chegar ao desfecho, poderemos refletir
sobre nossas próprias jornadas e, inspirados nesse heroi, aprender o
que ele ensina sobre determinação, resiliência e coragem para enfrentar
desafios.
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Pa rte 2
Imagem: Freepik.com
A HORA DA LEITURA
Antes da Leitura
O(A) professor(a) pode convidar as crianças para a atividade e motivá-las com músicas
e parlendas que conduzam sua atenção para o livro e para a história.
O(A) professor(a) pode também criar paródias com melodias conhecidas, como Pirulito
que bate, bate ou Ciranda, cirandinha.
Lendo Junto
A leitura inicia-se na observação dos elementos contidos na capa do livro. Lá está o
patinho, dentro de um avião de papel; a professora poderá perguntar se conhecem este
brinquedo e se já brincaram com ele.
Além de apontar e ler o nome da autora e do ilustrador; também pode ser destacado o
nome da coleção “Dobrou, virou...”. Esta é uma chave para descobrirem que algo diferente
vai acontecer. Acompanhada da leitura da primeira página da história, já vai dar para enten-
der como foi a transformação da folha de jornal.
Quando o patinho encontra o avião, a sua reação está representada por um ponto de
interrogação dentro de uma caixa de diálogo. O(A) mediador(a) pode apontar isso e criar a
fala contida no signo, mostrando que ali está sendo feita uma pergunta:
O patinho pensou: o que é isso, que eu nunca vi? Para que será que serve?
25
Da mesma forma, todas as vezes que aparecer uma caixa de diálogo, pode-se inventar
uma voz para o personagem, talvez fina e infantil. A leitura dessas interjeições pode ser
feita com exagero e com uma entonação que demonstre toda a sua surpresa.
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A
A leitura mediada do livro VIÃO DE PAPEL contempla os seguintes objetivos de aprendi-
zado e desenvolvimento presentes na Base Nacional Comum Curricular: educação infantil:
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
E DESENVOLVIMENTO
(EI02EO03) Compartilhar os objetos e os espaços com crianças da mes-
ma faixa etária e adultos.
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando com-
preendê-los e fazendo-se compreender.
(EI02EF01) Dialogar com crianças e adultos, expressando seus
desejos, necessidades, sentimentos e opiniões.
(EI02EF03) Demonstrar interesse e atenção ao ouvir a leitura de his-
tórias e outros textos, diferenciando escrita de ilustrações, e acom-
panhando, com orientação do adulto-leitor, a direção da leitura
(de cima para baixo, da esquerda para a direita).
(EI02EF04) Formular e responder a perguntas sobre fatos da história
narrada, identificando cenários, personagens e principais acontecimen-
tos.
(EI02EF05) Relatar experiências e fatos acontecidos, histórias ouvidas,
filmes ou peças teatrais assistidos etc.
(EI02EF08) Manipular textos e participar de situações de escuta para
ampliar seu contato com diferentes gêneros textuais (parlendas, histó-
rias de aventura, tirinhas, cartazes de sala, cardápios, notícias etc.).
Fonte: BRASIL, 2016.
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Parte 3
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ATIVIDADES COMPLEMENTARES
Sugestão de um planejamento para
explorar as temáticas do livro
AVIÃO DE PAPEL
TEMA: CONSTRUINDO BRINQUEDOS
DE MATERIAIS RECICLADOS
O avião de papel que o patinho encontrou na verdade é um brinquedo construído a
partir da reciclagem. Além dos brinquedos industrializados, é importante apresentar às
crianças outras possibilidades de interagir com objetos lúdicos. Fazer seus próprios brin-
quedos propicia vivenciar experiências ricas em aprendizagens e dá a elas oportunidade de
desenvolver seu potencial criativo.
Assim, poderá ser apresentado o texto instrucional que guiará a confecção de brinque-
dos. Por meio de passos simples, que ensinarão como construí-los, será possível vivenciar
o uso de diferentes gêneros textuais com uma intencionalidade específica. Antes de iniciar
a atividade, será preciso ler e entender esses passos e deixá-los disponíveis para consulta,
quando for necessário, durante a execução da tarefa.
Objetivos:
• Construir brinquedos utilizando materiais alternativos;
• Estimular o raciocínio lógico e a concentração;
• Desenvolver o potencial criativo;
• Valorizar brinquedos produzidos artesanalmente;
• Estimular a interação com os colegas, colaborando para a execução de tarefas;
• Conhecer gêneros textuais diversos.
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Atividade 1 - Avião de papel
Primeiramente pode ser feito o avião de papel sugerido na página final do livro. Ele
pode ser feito logo após a leitura coletiva.
Além deste, podem também ser usados outros materiais como:
- Pregador de roupa de madeira, palitos de sorvete de vários tamanhos, cola branca e
tinta guache para pintar.
- Rolo de papel higiênico ou de papel toalha, pintados com tinta guache.
Veja como fazer no vídeo:
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=dUlX278dGmI&ab_chan-
nel=GuiainfantilBrasil>. Acesso em: 18 dez. 2020.
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Atividade 3 - Chapéu de papeL
Outra dobradura muito comum para brincar é o chapéu de papel, que é muito fácil de
fazer.
A conhecida canção folclórica “Marcha, soldado” pode ser ensinada e as crianças po-
dem dançá-la com o chapéu que acabaram de fazer.
Como desdobramento dessa atividade, será interessante apresentar a pintura Menino
com chapéu de papel, de Candido Portinari. Em sua obra, o pintor retratou a infância e suas
brincadeiras, de maneira poética e nostálgica.
Com a permissão dos pais, os(as) professores(as) podem tirar fotografias das crianças
com o chapéu de papel, imitando a pose da pintura, transformando a brincadeira em obra
de arte.
D ica
Professor(a), para saber mais sobre a boneca Abayomi, visite o
site — Disponível em: <https://limerique.com.br/faca-voce-mesmo/
abayomi-a-boneca-que-traz-felicidade/>. Acesso em: 22 dez. 2020.
Neste vídeo, você conhecerá a “História de Lena
Martins e sua Abayomi, aprenda também a fazer a boneca.
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kFHP0qDs0wg>.
Acesso em: 22 dez. 2020.
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Atividade 5 - Outros trabalhos
O(A) professor(a) pode enviar instruções para que as famílias também criem brinque-
dos com as crianças. Uma sugestão simples é o carrinho de material reciclado.
É preciso providenciar: rolo de papel higiênico, papelão, tinta atóxica, cola branca e
tesoura.
Como fazer:
1) Pegue o papelão e corte 5 círculos, de aproximadamente 3 cm de diâmetro, quatro
deles para formar as rodas e um para ser o volante.
2) Faça um corte circular mais ou menos no meio do rolo de papel higiênico, para ser o
compartimento do motorista.
3) Fixe as quatro rodas com cola branca.
4) Coloque o volante no lugar, fazendo um corte reto e encaixando.
5) Pinte o carrinho e as rodas com as cores que desejar.
Para finalizar este planejamento, o(a) professor(a) pode realizar uma exposição dos
brinquedos produzidos pelos(as) alunos(as) e convidar colegas de outras turmas e os fami-
liares para apreciar os trabalhos.
Avaliação
O(A) professor(a) poderá usar o instrumento de avaliação que melhor se encaixe no
objetivo de registrar o envolvimento e a participação, através de anotações e do diálogo
com as crianças, para o relato de sua experiência com essas atividades.
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Este planejamento contempla os seguintes objetivos de aprendizado e desenvolvimen-
to presentes na Base Nacional Comum Curricular: educação infantil:
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
E DESENVOLVIMENTO
(EI02EO02) Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade
para enfrentar dificuldades e desafios.
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Reconto, leitura e escrita
- Pedir que parte das crianças assumam o lugar de leitor(a) e contem a história do pati-
nho aventureiro para os colegas, usando o livro como suporte e elaborando, à sua maneira,
uma forma interessante de fazer esse reconto.
- Convidar as crianças para que criem histórias fantásticas com os veículos de brin-
quedo que elas construíram, sendo a criança a própria protagonista ou imaginando algum
outro personagem de sua preferência. Jornadas divertidas poderão surgir de viagens feitas
com o barquinho, com o carrinho ou com o avião feitos de materiais recicláveis.
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As atividades de reconto, leitura e escrita contemplam os seguintes
objetivos de aprendizado e desenvolvimento presentes na Base Comum
Curricular: educação infantil.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
E DESENVOLVIMENTO
(EI02EO04) Comunicar-se com os colegas e os adultos, buscando
compreendê-los e fazendo-se compreender.
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Pa rte 4
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BRINCADEIRAS
Pato, pato, ganso
Fazer uma roda com todos(as) assentados(as); as crianças definem quem será o ganso,
que vai andando e tocando na cabeça dos(as) colegas dizendo: "pato, pato, pato, ganso!".
A criança que “o ganso” tocar quando disser "ganso" tem que levantar e correr atrás
dele. Se conseguir alcançá-lo, ela ganha e o outro continua a ser o ganso. Se ele conseguir
sentar no lugar vazio da roda, quem ficou de pé vira o ganso da vez.
Vencendo os obstáculos
As crianças aguardam em fila para percorrer uma pista de obstáculos feita com caixas
de alturas diferentes, bambolês, cordas, baldes e outros objetos que façam com que elas
pulem, abaixem, levantem, corram. O(A) professor(a) e os(as) alunos(as) podem nomear
cada obstáculo, imaginando que sejam situações desafiantes como subir montanha, nadar
no rio, correr do lobo, passar debaixo da ponte.
Deve ser garantido que todos(as) consigam participar do desafio.
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Seguir a sombra
Em um local aberto, num dia ensolarado, as crianças ficam em pares e observam, no
chão, a sombra produzida pela figura do(a) colega. A brincadeira inicia quando uma crian-
ça começa a andar e a outra tem que segui-la, tentando pisar na sombra. É preciso estar
atento(a) para que a movimentação seja lenta, e assim o(a) colega possa acompanhar o(a)
companheiro(a). O(A) professor(a) também pode instruir para que a criança fique parada e
a cada sinal (uma palma) ela mude de posição e o(a) colega siga a sombra que vê no chão.
Os animais
Com as crianças em círculo, o(a) professor(a) pode dizer ou mostrar a figura de um
animal, dando o comando para que as crianças imitem os seus comportamentos.
As falas podem ser: O pato nada! O sapo pula! O cachorro late! O pintinho pia! O gato
mia! O cavalo corre! O macaco sobe no galho (subir num degrau)!
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As sugestões de brincadeiras contemplam os seguintes objetivos de aprendizado e
desenvolvimento presentes na Base Nacional Comum Curricular: educação infantil:
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
E DESENVOLVIMENTO
(EI02EO01) Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na
interação com crianças e adultos.
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TRABALHOS MANUAIS,
MÚSICAS E FILMES
- Aprenda a fazer um patinho de brinquedo, utilizando rolo de papel higiênico!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?time_continue=43&v=xmHhY-
GljN8&feature=emb_logo&ab_channel=Criativerso>. Acesso em: 18 dez. 2020.
- Aprenda a cantar a famosa música “O pato”, de Vinicius de Moraes. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=z8-yWOXXJ4Y&ab_channel=oznitbsb>.
Acesso em: 18 dez. 2020.
- Vamos cantar a canção “A dança do patinho” do canal da Galinha Pintadinha. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=87TA_dww6nY&ab_channel=GalinhaPintadinha>.
Acesso em: 18 dez. 2020.
- Aprenda a canção dos cinco patinhos! Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=fbO0zeX3igA>. Acesso em: 18 dez. 2020.
D ica
Ao executar as músicas, o(a) educador(a)
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Escutando histórias!
A Coleção Disquinho foi um grande sucesso entre as crianças que viveram nas últi-
mas décadas do século passado. Para resgatar esses momentos de audição de histórias,
convidar os(as) alunos(as) para escutar a versão de O patinho feio, de Hans Christian
Andersen.
Preparar um espaço aconchegante onde elas possam ficar relaxadas, utilizando, se pos-
sível, tapetes, almofadas e colchonetes.
No link do YouTube está o áudio com a adaptação da história. Disponível em: <https://
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www.youtube.com/watch?v=oYi6Q7YTWzU&ab_channel=GoodBrainstorms>.
Acesso em: 18 dez. 2020.
- Assista ao filme do Patinho feio e acompanhe sua busca por sua verdadeira família!
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ac4VQsaPo_g&list=PLj-
-8MtpRr2VcI00Mw3eVM91RreGEhbZbv&ab_channel=BenjamimBeijinhoAMIM>.
Acesso em: 18 dez. 2020.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
E DESENVOLVIMENTO
(EI02EO05) Perceber que as pessoas têm características físicas diferen-
tes, respeitando essas diferenças.
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Parte 5
Imagem: Freepik.com
BIBLIOGRAFIA COMENTADA
BRASIL. Decreto n. 9.765, de 11 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de Alfabetização. Diário
Oficial da União, Brasília, ed. 70-A, seção 1 - Extra, p. 15, 11 abr. 2019. Disponível em: <https://www.
in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/71137476/do1e-2019-04-11-decreto-
n-9-765-de-11-de-abril-de-2019-71137431>. Acesso em: 1º set. 2020.
Publicação oficial do governo federal que institui a Política Nacional de Alfabetização (PNA). O
decreto tem como finalidade “implementar programas e ações voltados à promoção da alfabetização
baseada em evidências científicas, com a finalidade de melhorar a qualidade da alfabetização no
território nacional e de combater o analfabetismo absoluto e o analfabetismo funcional, no âmbito
das diferentes etapas e modalidades da educação básica e da educação não formal”.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Base Nacional Comum Curricular. Bra-
sília: Ministério da Educação, 2016. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/ini-
cio>. Acesso em: 13 jun. 2020.
CÂNDIDO, Antônio. O direito à literatura. In: Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011.
Nesse texto, Antônio Cândido apresenta a literatura como fator de equilíbrio psíquico e social,
argumentando sobre a necessidade de ela ser reconhecida como direito de qualquer pessoa,
devendo, portanto, ser garantida a todos(as).
COSSON, Rildo. Letramento literário e práticas estratégicas de leitura na primeira infância. Nuances:
estudos sobre Educação, Presidente Prudente, v. 26, n. 3, p. 207-225, set./dez. 2015.
O professor Rildo Cosson elabora esse artigo tendo como foco o trabalho docente e sugere práticas
de leitura e letramento a serem aplicadas em ambientes escolares da educação infantil. Em seu
entendimento, a formação de crianças leitoras se dá desde a primeira infância, e a literatura infantil
é um instrumento legítimo para que as crianças possam adentrar no mundo letrado.
43
COSSON, Rildo. O espaço da literatura na sala de aula. In: PAIVA, Aparecida; MACIEL, Francisca; COSSON,
Rildo (Coord.). Literatura: ensino fundamental. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica, 2010. p. 55-69. (Coleção Explorando o Ensino, 20).
Nesse capítulo do livro Literatura, da Coleção Explorando o Ensino, o autor trata da relação entre a
educação e a arte da palavra. Assim, partindo da afirmação de que as leituras em sala de aula se
realizam de forma descontextualizada, propõe que esse ensino se torne uma prática significativa,
uma vez que o exercício da leitura é essencial não apenas para a formação do leitor, mas para a
formação do ser humano.
ISER, Wolfgang. A indeterminação e a resposta do leitor na prosa de ficção. Tradução de Maria Ângela
Aguiar. Cadernos do Centro de Pesquisas Literárias da PUCRS, Porto Alegre, v. 3, n. 2, mar. 1999.
Nesse estudo, o autor aponta as qualidades especiais do texto literário, analisa os efeitos que eles
produzem, discute as noções de leitor e reflete sobre as condições necessárias para que se efetive
a comunicação entre o leitor e o texto literário. Para ele, o leitor tem a capacidade de preencher
as lacunas do texto e construir seus próprios significados. Assim, nunca será possível dar a um
texto literário uma definição final. O leitor vai construindo seu entendimento por meio de suas
aproximações constantes, realizadas a cada leitura.
PARREIRAS, Ninfa. Colo: o lugar do livro e da literatura na infância. Educação em Foco, Juiz de Fora, ed.
esp., p. 299-312, fev. 2015.
A autora traz interessantes considerações sobre o papel do afeto e da proximidade na relação das
crianças bem pequenas com os livros e histórias. Leituras, acalantos, parlendas, canções e até sons
diferentes e aparentemente sem sentido criam e reforçam os laços das crianças com os adultos.
Ao longo do artigo, são apresentadas estratégias que possibilitam essa aproximação, todas elas
centradas na riqueza das interações que se processam quando a criança se aconchega na segurança
do colo de quem lhe descortina o mundo da linguagem, da imaginação e da fantasia.
REYES, Yolanda. A casa imaginária: leitura e literatura na primeira infância. São Paulo: Global, 2010.
SILVESTRE, Penha Lucilda de Souza. Recepção crítica e análise de textos literários. Txt: Leituras Transdis-
ciplinares de Telas e Textos, Belo Horizonte, v. 1, n. 2, p. 50-59, dez. 2005. Disponível em: <http://www.
periodicos.letras.ufmg.br/index.php/txt/article/view/8279>. Acesso em: 1º ago. 2020.
Partindo da análise de uma obra literária, a autora tece considerações sobre os aspectos estruturais
das narrativas, com base nas concepções encontradas em escritos de Wolfgang Iser. Nesse artigo,
também se reflete sobre os efeitos da leitura em seu receptor, sobre a focalização, sobre os
personagens e os aspectos relacionados à construção linguística.
44
SOARES, Magda. Alfaletrar: toda criança pode aprender a ler e a escrever. São Paulo: Contexto, 2020.
Nesse livro, Magda Soares, professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG e pesquisadora
do Ceale, advoga que toda criança pode aprender a ler e escrever. Para isso, além de se apropriar
do sistema alfabético de escrita, é preciso criar oportunidades para o uso dessa aquisição em
atividades reais de leitura e escrita. Por meio de exemplos, apresenta práticas pedagógicas que
evidenciam os processos de letrar e alfabetizar, munindo educadores e alfabetizadores com
ferramentas consistentes para alavancar o trabalho docente.
VOGLER, Christopher. A jornada do escritor: estruturas míticas para escritores. Rio de Janeiro: Nova
Fronteira, 2006.
Christopher Vogler constrói, nesse livro, um mapa onde desvenda uma sequência presente em
inúmeros enredos de aventura. Detalhando as 12 etapas da jornada do herói, abre-se um caminho
para o entendimento das ferramentas utilizadas por escritores e roteiristas para tornarem suas
histórias atrativas ao leitor e ao espectador.
SUGESTÕES DE LEITURA
CADEMARTORI, Ligia. Para não aborrecer Alice: a ilustração no livro infantil. In: PAIVA, Aparecida; SOA-
RES, Magda (Orgs.). Literatura infantil: políticas e concepções. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 79-90.
Nesse artigo, a professora Ligia Cademartori reflete sobre as narrativas visuais e sobre a evolução
das representações dos textos em imagens ao longo dos séculos. Apresentando os critérios usados
para a avaliação das imagens nos livros selecionados no PNBE 2008, conduz uma reflexão acerca
da importância de analisar as funções estética, lúdica, a criatividade, o estilo e a qualidade das
imagens que acompanham o texto nos livros infantis.
CASTRILLÓN, Silvia. O direito de ler e escrever. São Paulo: Pulo do Gato, 2011.
Nesse compilado de cinco conferências, a bibliotecária colombiana Silvia Castrillón discorre sobre o
papel do bibliotecário e de outros mediadores de leitura, apontando a importância das bibliotecas
e reforçando a necessidade de criação de políticas públicas para a formação de leitores, desde a
infância.
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COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. São Paulo: Global, 2007.
A educadora espanhola Teresa Colomer apresenta, nesse volume, diversas ferramentas para auxiliar
os docentes em seus projetos de promoção de leitura. São tratados temas como a qualidade dos
livros infantis, o uso da literatura na sala de aula e a formação do leitor, desde os primeiros anos
escolares. Nas palavras da autora, andar entre livros é a condição essencial da educação literária
das novas gerações.
FARIA, Maria Alice. A representação dos animais na literatura infantil: realismo e fantasia, humor e esti-
lização. Instrumento Crítico, Vilhena, n. 2, p. 33-47, nov. 1999. Disponível em: <https://www.periodicos.
unir.br/index.php/instrumentocritico/article/view/3766>. Acesso em: 1º out. 2020.
Esse artigo analisa a presença dos animais nos livros infantis e o processo de antropomorfização
que se processa quando há a utilização animais como personagens portadores de atitudes e
sentimentos humanos. Para a autora, além de agradar as crianças, “O animal antropomorfizado
permite a representação de uma humanidade abstrata, abordando emoções e ações fundamentais”.
Assim, seu uso é abundante nas narrativas, especialmente as endereçadas a esse público-alvo.
REYES, Yolanda. Ler e brincar, tecer e cantar: literatura, escrita e educação. São Paulo: Pulo do Gato,
2012.
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