REVISTA CIENTÍFICA MULTIDISCIPLINAR NÚCLEO DO
CONHECIMENTO ISSN: 2448-0959
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DIREITO DIGITAL NO COMBATE A CRIMES CIBERNÉTICOS
ARTIGO ORIGINAL
OLIVEIRA, Elenilcio Dauto de1, ALEXANDRE, Weliton do Nascimento2
OLIVEIRA, Elenilcio Dauto de. ALEXANDRE, Weliton do Nascimento. Direito
digital no combate a crimes cibernéticos. Revista Científica Multidisciplinar
Núcleo do Conhecimento. Ano 08, Ed. 12, Vol. 03, pp. 64-98. Dezembro de 2023.
ISSN: 2448-0959, Link de acesso:
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/lei/combate-a-crimes-ciberneticos,
DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/lei/combate-a-crimes-ciberneticos
RESUMO
O presente trabalho tem a finalidade de demonstrar por meios de fontes formais e
não formais do direito digital, trazendo uma alusão histórica e evolutiva do direito na
luta ao combate a crimes cibernéticos. Abordaremos, também, quais os avanços
jurídicos em relação aos delinquentes virtuais. A internet é um campo fértil em que
golpistas reais e sem precedentes têm angariado seus interesses, assim
buscaremos explicar por meio de legislações e entendimentos doutrinários, quais
as consequências aos violadores da incolumidade da pessoa humana na esfera
cibernética, como o judiciário tem alçado êxito e se comportado desde os
surgimentos do direito digital até os dias contemporâneos.
Palavras-chave: Direito digital, Cibercriminalidade, Combate, Legislação.
1. INTRODUÇÃO
É evidente que a evolução tecnológica tem dado azo a mudanças de paradigmas
no desenvolvimento social. “A tecnologia move o mundo” assim dizia, Steve Jobs,
um dos maiores propulsores do desenvolvimento inovador mundial. Além dos
avanços da sociedade, a ascensão da ciência artificial trouxe infortúnios aos
controles de limitações no ambiente digital.
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Em virtude desse panorama e aproveitando-se das facilidades pela falta limites ao
acesso global das redes interconectadas, criminosos espargem suas malhas
tracejadas de armadilhas e farsas com o fim de lograr seus intentos maliciosos.
Todavia, isto não significa ineficácia da internet ao contexto social, que diante deste
processo evolutivo traz inúmeros benefícios ao trabalho, à educação e ao lazer.
Desta forma, entre vantagens e desvantagens surgem barreiras e desafios a serem
superados, para isto, emergiu o direito digital com a necessidade/obrigatoriedade
de ditar normas e proteger usuários no espaço virtual contra ataques indesejados.
Assim, com o surgimento do direito digital afloram uma nova perspectiva sobre
aspectos sociais, democrático, tecnológicos e criminais, e isto não se restringe a
esfera computacional, mas a um progresso plenamente interconectados e
indispensáveis ao ramo jurídico.
Portanto, o presente artigo abordará uma análise teórica do histórico evolutivo e a
aplicação prática do direito ao mundo tecnológico, ainda neste mesmo corolário,
discorreremos a sistemática de alguns dispositivos legais no combate aos crimes
cibernéticos e suas espécies.
2. CONCEITO DE DIREITO DIGITAL
O direito digital assenta-se sobre o ramo do direito público e privado que estuda a
ciência do direito e a ciência computacional. O grupo Iberdrola diz que as novas
tecnologias estão inovando o modo que o direito está sendo exercido e desta forma
as leis vem se adaptando ao desenvolvimento da nova cidadania digital, permitindo
e regulamentando o acesso à informação de forma segura e transparente, dentro
de um progresso inovador constante (Grupo Iberdrola, 2022).
O direito digital abrange todos os ramos do direito.
O Direito Digital consiste na evolução do próprio Direito,
abrangendo todos os princípios fundamentais e institutos que
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estão vigentes e são aplicados até hoje, assim como
introduzindo novos institutos e elementos para o pensamento
jurídico, em todas as suas áreas (Direito Civil, Direito Autoral,
Direito Comercial, Direito Contratual, Direito Econômico,
Direito Financeiro, Direito Tributário, Direito Penal, Direito
Internacional etc.) (Pinheiro,2021, p. 49).
Klaus Schwab um dos maiores expoentes do fator informacional fez menção as
tecnológicas como impulsão aos desembaraços globais, por meio da (inteligência
artificial, robôs autônomos, big data, internet das coisas, machine learning,
computação em nuvem etc.) são resultantes da transformação digital, também
chamada de indústria 4.0 (SCHWAB, 2016).
O filósofo e sociólogo polonês Zygmunt Bauman expressa sobre a volatilidade
tecnológica em um conceito fundamental de que nada é constante, tudo se
transforma com o tempo, por isso, vivemos em uma modernidade líquida (Bauman,
2001).
Com estas concepções, agregamos que a linearidade do mundo circunscreve no
tempo e no espaço com uma velocidade incalculável nos contornos virtuais, e
assim, temos que nos adaptar a essas novas configurações.
3. HISTÓRICO DA INTERNET NO MUNDO
É relevante destacar, que a grande transformação tecnológica surgiu no início do
século XIX, através da chamada “revolução industrial” que desencadeou uma onda
de conquistas rumo a um mundo contemporâneo interconectado. E os primeiros
relatos da origem desta evolução foram a fabricação das máquinas a vapor na Grã-
Bretanha (Basan, 2021).
Detalhes desta revolução é demonstrada pelo renomado fundador do fórum
econômico mundial, doutor Klaus Schwab,
A primeira revolução industrial ocorreu aproximadamente
entre 1760 e 1840. Provocada pela construção das ferrovias
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e pela invenção da máquina a vapor, ela deu início à produção
mecânica. A segunda revolução industrial, iniciada no final do
século XIX, entrou no século XX e, pelo advento da
eletricidade e da linha de montagem, possibilitou a produção
em massa (Schwab, 2016, p.18).
A segunda onda evolutiva advém da revolução francesa, em 1789 com surgimento
do Estado liberal e não mais submissão ao Estado Absolutista, deste fator emana a
sociedade industrial, dando força a novas pesquisas e descobertas (Basan, 2021).
Em momento posterior e diante do absenteísmo do poder absolutista estatal a
sociedade avança e as leis tornam-se escritas, suscitando assim, o início do
constitucionalismo clássico o qual consagrou os direitos fundamentais como a
propriedade, liberdade e privacidade.
Diante desta evolução trabalhadores lutaram por uma participação mais ativa no
processo social fundada na ideia de igualdade, assim conquistaram o direito ao voto
e as manifestações populares, obrigando o Estado a cumprir prestações sociais e
elaborar políticas de defesa e direitos.
Avante na luta pelos direitos e já no período pós-segunda guerra mundial um novo
ideal de evolução é agregado ao sistema jurídico, quando República da Alemanha
em 1949 criou o instituto “Dignidade da Pessoa Humana”, para tutelar direitos e
impor aos legisladores e aos particulares limites normativos (Basan, 2021).
Os relatos primórdios da internet, surgiram nos Estados Unidos, que após anos de
pesquisas o Departamento de Defesa Norte-Americano interligou um sistema de
rede computador para aperfeiçoamento das táticas militares (Basan, 2021).
Vejamos a abordagem do autor Longhi sobre o tema,
[...] convenciona-se que as utilizações da Internet ocorreram
no âmbito militar. Tal ferramenta fora útil às estratégias de
conquista de território e telecomunicações na corrida indireta
armamentista e espacial entre os Estados Unidos e a extinta
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União Soviética, durante a Guerra Fria, em meados da década
de 1960 (Longhi et al., 2020, p.136).
A terceira onda desta revolução só eclodiu na década 1970 com o crescimento da
produção industrial e o avanço das tecnologias (Basan, 2021).
A terceira revolução industrial começou na década de 1960.
Ela costuma ser chamada de revolução digital ou do
computador, pois foi impulsionada pelo desenvolvimento dos
semicondutores, da computação em mainframe (década de
1960), da computação pessoal (década de 1970 e 1980) e da
internet (década de 1990), (Schwab, 2016, p.18-19).
Arthur Pinheiro Basan, detalha que: “a virada fundamental, nos anos 70, demonstra
o início de uma nova fase na automação da produção industrial: robótica, linhas de
produção flexíveis, máquinas industriais com controles digitais etc” (Basan, 2021,
p.55).
Ao final da década 1980 essa tecnologia já alcançava as universidades e
laboratórios de pesquisas. Em 1993, o sistema informativo já estava bem
desenvolvido, podendo ser utilizado por empresas e por particulares por meio de
linhas telefônicas (Teixeira, 2022).
Porém, o grande ápice tecnológico foi a criação da rede mundial de computadores,
interligando várias máquinas para se comunicarem entre si, sendo, portanto, este
sistema introduzido no Brasil somente a partir de 1995 (Teixeira, 2022).
4. EVOLUÇÃO DO DIREITO DIGITAL NO BRASIL
Podemos relatar que dentre o processo de evolução, a internet tem se destacado e
com a exposição de tantos recursos tecnológicos decorrente deste evento inovador
prosperam também as ações maliciosas na rede digital brasileira, o primeiro delito
ao qual se tem relatos foi a inserção de dados falsos, mais conhecido como
(peculato informático), sendo este inserido no rol dos crimes digitais pela Lei
9.983/2000 (Saber Direito, 2022).
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Diante da preocupação estatal, em 2001, estatuiu-se a Medida Provisória 2.200-
2/2001 que instituiu a ICP- Brasil responsável por certificações digitais e
infraestrutura de chave pública. Esta medida vincula-se ao seu cerne garantir a
assinatura eletrônica por meio de autenticidade, integridade e validade jurídica,
originando assim novos métodos de transações eletrônicas (Brasil, 2001).
Em uma análise mais otimizada pode se vislumbrar que esta medida instituiu
políticas de segurança ao sistema operacional, ainda favoreceu a cooperação de
políticas externas, como por exemplo, negociação e homologação de tratados e
acordos bilaterais.
Pinheiro (2021, p.156) afirma que
A assinatura eletrônica é, portanto, uma chave privada, ou
seja, um código pessoal e irreproduzível que evita os riscos
de fraude e falsificação. Para o Direito Digital, uma chave
criptográfica significa que o conteúdo transmitido só pode ser
lido pelo receptor que possua a mesma chave e é reconhecida
com a mesma validade da assinatura tradicional.
Em 2006, emana a Lei 11.419/06 alterando a dinâmica processual, ocorrendo a
transladação meios físicos para os meios eletrônicos, e criando assinaturas digitais
por meio de certificados (token) facilitando a tramitação dos arquivos (Brasil, 2006).
Esse tema da informatização do processo judicial (ou
processo eletrônico) tem como consequência a modernização
do Poder Judiciário. Embora o processo sem papel tenha
surgido antes do advento da lei em questão, isso passou a ser
tratado de forma mais enfática a partir da vigência da Lei n.
11.419/2006 (Teixeira, 2022, p. 492).
Outro marco histórico e revolucionário do direito digital ocorreu em 2008, quando foi
sancionada a primeira legislação sobre combate a pornografia infantil na internet. A
lei 11.829/2008 trouxe em seu teor o objetivo de coibir práticas de atos que atentem
contra a dignidade sexual das crianças e dos adolescentes (Brasil, 2008).
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Em 2012, com a edição a lei 12.737/2012 trouxe gradação de pena para
exploradores de vulnerabilidades alheia por meios de dispositivos informáticos,
conhecida como Lei dos Crimes Cibernéticos ou Carolina Dieckmann (Brasil, 2012).
Com a ascensão da informatização, os mercados e-commerce passaram a ter
dificuldades em atender demandas pelo grande volume de vendas dos produtos,
deixando os consumidores inconformados pela demora na entrega dos itens
adquiridos pela internet. De modo a amparar o consumidor inclui-se nas normas
nacionais o decreto 7.962 de 2013, o qual traz regras sobre o compras e vendas no
comércio eletrônico (Brasil, 2013).
Para agregar mais respaldo e corrobora com a sistemática informativa a lei
12.965/14, conceituada com Marco Civil da Internet, exalou princípios, garantias e
direitos assegurando a necessidade de estabelecer diretrizes para resguardar a
liberdade de expressão, à privacidade, à proteção de dados pessoais e ao direito
de acesso no domínio digital (Brasil,2014).
Barreto e Brasil (2016) aduzem que, o projeto Macro Civil da Internet traz uma visão
não incriminadora, mas sim garantidora de direitos com ênfase nas liberdades no
espaço virtual.
Em 2015 o Código de Processo Civil (CPC) ampliou a confluência probatória
possibilitando a formulação de diligências digitais, com isso reforçou outros
dispositivos normativos como a Lei de Acesso à Informação (LAI) e a Lei Geral de
Proteção de Dados (LGPD) na busca por indícios factível atreláveis ao processo
(Brasil, 2015a).
Dentre várias provas que podem ser confrontadas na seara digital podemos
destacar as informações produzidas em sistema de dados das empresas, como os
dados de redes sociais, ferramentas de geoprocessamento e biometria. Desta
forma subentende-se que o valor probante por meios informáticos é uma derivação
de vários dispositivos legais, e depende de conversão à forma impressa, as quais
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pode ser anexada com outros meios de provas para solucionar um litígio (Lopes et
al., 2021).
Ainda em 2015 criou-se a lei 13.185/15, que combate a intimidação e ameaças,
cyberbullying (assédio moral na internet), visando reprimir as agressões repetitivas
sejam psicológicas, sejam físicas, que causar humilhação ou difamação sem
motivos (Brasil, 2015b).
Dentre as nuances de mudanças e evoluções, 2017 foi o ano da famigerada reforma
trabalhista trazida pela lei 13.647/17 a qual elenca em suas disposições a
possibilidade de empresas contratarem funcionários na modalidade de teletrabalho
e home office, facilitando a acessibilidade das pessoas ao mercado de trabalho
pelos mecanismos digitais.
Na definição de Tarcisio Teixeira
Teletrabalho é uma modalidade de trabalho realizada a
distância (ou home office), ou seja, fora das dependências
(estabelecimento ou residência) do empregador, em que se
utilizam ferramentas da Tecnologia da Informação (meios
telemáticos e informatizados), principalmente com canais de
comunicação on-line via internet para se comunicar com a
empresa e/ou colegas de trabalho, clientes, fornecedores etc.
(Teixeira, 2020, p. 199).
Outra lei que veio com muita força de reestruturação do contexto normativo foi a Lei
Geral de Proteção de Dados (LGPD), regendo os direitos no ciberespaço e trazendo
como fonte primordial o tratamento de dados pessoais.
Expressam os autores Fernandes e Carvalho (2018), que a Lei Geral de Proteção
de Dados assegura salvaguardar direitos relativos à pessoa titular dos dados
preservados, disciplina também, os modos de operações a serem seguidos pelos
agentes de tratamento e a obrigatoriedade de reparação dos danos causados por
irregularidade ou pela não observância aos preceitos da LGPD.
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Outro ponto de destaque ao mundo digital foi dado pela introdução da lei 13.718
/2018, que alterou o Código Penal inserindo o artigo 218-C, tipificando-o em um rol
de ações que incidem em crime contra as vulnerabilidades de infantis e
adolescentes na internet. Este mesmo dispositivo prevê pena de reclusão aos
propagadores de conteúdos proibidos e explícitos com menores, além disso, esta
mesma lei prevê agravantes no caso de Pornografia de Vingança, que nos conceitos
doutrinários vem da denominação inglesa (revenge porn), que é uma forma de
cybervingança ou vingança digital, muito frequente nas redes sociais em situação
de pós relacionamentos afetivos (Teixeira, 2022).
5. CRIMES CIBERNÉTICOS
Não é recente as práticas de violências provenientes da tecnologia, a ilustre filósofa
escritora - Hannah Arendt - a qual vivenciou muitos tipos de violências no período
do holocausto, já demonstrava sua preocupação com aumento das mudanças
tecnológicas desde a década de 1960, isto fica evidente quando em sua façanha
literária “Sobre a Violência” ela discorre sobre hostilidades, guerras e progresso
tecnológicos.
Entre suas reflexões Hannah fez apontamentos sobre a tecnologia: “A violência
multiplica, com os instrumentos que a tecnologia fornece de maneira cada vez mais
exponencial, o vigor individual” (Arendt, 1994, p.9).
Após estes apontamentos, iremos aprofundar ao estudo do crime cibernético em si,
os quais trazem em sua essência os mesmos fatos típicos que os crimes comuns,
no entanto, são praticados contra ou com a utilização dos sistemas eletrônicos.
Vejamos o que diz a (OECD), Organization for Economic Cooperation and
Development: Este organismo de cooperação e desenvolvimento define que, crime
de informática são atos de vontade típicos e antiéticos, podendo seus efeitos ser
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gerados por manipulação, falsificação, sabotagem e outras formas de acesso não
autorizado na rede universal de comunicação (Aras, 2015).
O crescente número de delitos cibernéticos é alarmante e de acordo com, Patricia
Peck Pinheiro, uma pesquisa de estatística feita pela Polícia Federal dos Estados
Unidos (FBI), concluíram que os crimes cibernéticos chegaram a US$ 3,5 bilhões
de prejuízos em 2019 (Pinheiro, 2021).
No Brasil, temos mais 152 milhões de usuários de internet, isso corresponde a 81%
da população, e com este vasto campo de acesso por usuários conectados isto
proporciona facilidades aos criminosos para agirem diuturnamente, desenvolvendo
programas de sites falsos, links de sorteios, mensagens com vírus, estelionato
virtual, fake News e outras formas de ataques (Silva, 2022).
Segundo pesquisas atuais, crescem os crimes virtuais, e
estes, em breve, irão ultrapassar os crimes físicos. Sendo
assim, podemos vislumbrar a importância que a computação
forense terá para a sociedade, pois é por meio dessa ciência
que será possível descortinar os fatos e punir os infratores
(Pinheiro, 2016, p. 278).
Para melhor compreensão observe no Gráfico 1. a ascensão dos ataques de
cybercrimes, comprovada pelo Centro de Estudos Resposta e Tratamento de
Incidentes de Segurança no Brasil (Cert.Br, 2023).
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Gráfico 1 - Total de Incidentes Reportados ao CERT.BR por Ano
Fonte: Cert.Br. (2023).
Baptista Junior e Dian analisam o gráfico até o ano de (2020) e destacam que: é
evidente o crescimento dos incidentes com segurança da informação, que segundo
Cert.br a amostragem são indicativos da majoração de mais de 33600% nos índices
de ataques reportados (Baptista Junior e Dian, 2021).
6. CRIMES VIRTUAIS QUE AFETAM SENTIMENTOS ALHEIO
Estas modalidades afetam não só os contornos físicos, mas também psicológicos
das vítimas, e ainda podem ter caráter pejorativo em relação ao fator pecuniário e
neste mesmo teor podemos afirmar que são crimes que atacam as liberdades
fundamentais por violar o vigor privado.
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6.1 ESTELIONATO SENTIMENTAL/ EMOCIONAL
O termo, Estelionato Sentimental, surgiu em um processo que aconteceu em
Brasília no ano de 2015. O juiz da 7ª Vara Cível de Brasília condenou o réu a
ressarcir todos os prejuízos causados a sua ex-namorada, pelos danos materiais.
Sustentou o magistrado que,
Embora a aceitação de ajuda financeira no curso do
relacionamento amoroso não possa ser considerada como
conduta ilícita, certo é que o abuso desse direito, mediante o
desrespeito dos deveres que decorrem da boa-fé objetiva
(dentre os quais a lealdade, decorrente da criação por parte
do réu da legítima expectativa de que compensaria a autora
dos valores por ela despendidos, quando da sua estabilização
financeira), traduz-se em ilicitude, emergindo daí o dever de
indenizar"(Processo n. 0012574- 32.2013.8.07.0001) (Santos,
2015, [n.p.]).
Ex positis, o juiz condenou o réu ao pagamento de cento e um mil e quinhentos
reais a sua ex-namorada como forma de ressarcimento a diversas contas que ela
teria pagado durante o relacionamento de dois anos, incluindo roupas, sapatos e
pagamentos de contas telefônicas etc. Nesta vertente criminosa a lesão ocorre não
somente aos bens jurídicos materiais, mas também psicológicos.
O crime de estelionato emocional na modalidade eletrônica está previsto na
legislação penal como uma qualificadora, agravante do induzimento a erro mediante
fraude.
Vejam o que diz a Legislação Penal,
Art. 171 § 2º-A. A pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito)
anos e multa, se a fraude é cometida com a utilização de
informações fornecidas pela vítima ou por terceiro induzido a
erro por meio de redes sociais, contatos telefônicos ou envio
de correio eletrônico fraudulento, ou por qualquer outro meio
fraudulento análogo (Brasil, 1940).
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É uma modalidade de cyberdelito em que utilizam a internet como ferramenta para
sua concretização, o agente manipula, induz, engana a vítima que voluntariamente
acredita no artifício errôneo (Bezerra et al., 2020).
6.2 STALKING / CYBERSTALKING
Stalking (perseguição) é uma das mais novas caracterização criminosa inserida na
lei brasileira, sua maior incidência ocorre no mundo virtual, este crime pode
acontecer por ressentimento, rejeição ou por latentes predadores, podendo estes
serem pessoas conhecidas da vítima ou não.
O autor Cleyton da Silva Bezerra define stalking,
O “STALKING” deriva do termo “stalk”, que numa tradução
livre seria algo como “perseguição furtiva”, embora seja
traduzido em adaptação livre para “ato de perseguir alguém,
de forma continuada e reiterada, ameaçando sua integridade
e psicológica, com restrição à liberdade de locomoção ou
invasão à liberdade ou privacidade de outra pessoa (Bezerra
et al., 2020, p. 87).
Por conseguinte, as consequências para as vítimas destas delinquências são, medo
de sair de casa, bloqueio das contas, mudanças de rotinas etc.
À vista disso, por ser um crime eminentemente virtual, o direito digital buscou
criminalizar as condutas de perseguição e opressões reiteradas a alguém e fez isso
através de lei incriminadora 14.132/2021 inserido ao CP o Art. 147-A, aduzindo que
a perseguição se configura por qualquer meio, inclusive digital, quando o autor
compromete as liberdades e ainda ameaça à integridade física ou psicológica de
outra pessoa. A pena para quem for condenado por stalking vai de 6 (seis) meses
a 2 (dois) anos de prisão e multa (Brasil, 2021).
Julgado de um caso prático em que um homem é condenado por crime de stalking
(perseguição) a uma Juíza da vara do trabalho: O caso ocorreu em Osasco na
cidade de São Paulo, onde o reclamante inconformado com a decisão judicial
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desfavorável iniciou uma perseguição virtual contra à juíza prolatora da sentença,
dando ensejo neste caso ao crime de stalking.
No evento em tese, o coator foi processado, julgado e condenado, o excelso
julgador entendeu que o opressor estava ameaçando a integridade da magistrada,
e fundamentou que, embora a inafastabilidade de jurisdição seja imprescindível ao
exercício jurisdicional, o excesso deste configura abuso de direitos, além do
mais, para reiterar a decisão sustentou que crime de perseguição foi inserido no
Código Penal pela Lei nº 14.132/2021 (artigo 147-A) e exige que essa coação
seja reiterada e por qualquer meio. Assim, tem-se que o fato delitivo pode ser
praticado por intermédio de meios digitais, o que se costuma denominar
‘cyberstalking’, disse o magistrado (Kopp, 2022).
6.3 CATFISHING / FALSA IDENTIDADE
Conhecido como crime de “Falsa Identidade”, o qual tem como objetivo enganar e
seduzir pessoas que buscam por um relacionamento em sites ou em redes
sociais. Assim destacam Castro e Zaganelli (2020, p. 314) sobre Catfishing: […] O
ato de criação de um perfil falso na internet, seja utilizando informações de outras
pessoas ou dados inteiramente inventados, corresponde a criar uma falsa
identidade.
Esta modalidade de crime tem previsão legal no Art. 307 do Código Penal, diz que,
quem atribui perfil falso para auferir vantagens em proveito alheio pode ser
condenado em até um ano de prisão, se não constituir crime mais grave (Castro;
Zaganelli, 2020).
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7. CRIMES DIGITAIS QUE ATENTAM CONTRA A HONRA E O
ESTADO DEMOCRÁTICO
7.1 LIBERDADE DA EXPRESSÃO E DISCURSO DE ÓDIO NAS
REDES SOCIAIS
A liberdade de expressão é assegurada por regras de diretos internacionais que
destina a garantir ao estado democrático a livre expressão intelectual, artística,
científica e a comunicação.
Embora previsto no texto constitucional, essas liberdades não são genéricas, além
da vedação ao anonimato, incorre em crime quem profere palavras de ódio ou de
ofensas em redes sociais.
Sobre o discurso de ódio diz o autor Estevam que,
O discurso do ódio consiste na divulgação de mensagens que
difundem e estimulam o ódio racial, a xenofobia, a homofobia
e outras formas de ódio baseadas na intolerância e que
confrontam os limites éticos de convivência com o objetivo de
justificar a privação de direitos (Estevam et al., 2019 [n.p.]).
Além disso, a Constituição Federal em seu Art.5º XLI repudia atos atentatórios
contra direitos e liberdade fundamentais (Brasil, 1988),
É cediço que a prática do discurso de ódio não está limitada a
tecnologias da informação. A manifestação do preconceito
pode também ser exteriorizada através de jornais, livros e
revistas impressos, além de, por óbvio, da forma mais
tradicional de linguagem: a fala. Todavia, o uso da internet
para disseminar o ódio social de alguns contra determinados
grupos, em sua maioria vulneráveis, parece favorecer a
perpetuação do preconceito e intolerância, em especial de
negros, homossexuais e mulheres, uma vez que possibilita
que a mensagem odiosa chegue, rapidamente, a milhões de
pessoas, trazendo consequências tão ou mais gravosas do
que a discriminação praticada no mundo “real” (Jesus;
Milagre, 2016, p.43, apud Escobar 2019).
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Desta forma, os aprazados dispositivos confeccionam que liberdade de expressão,
embora decorra do exercício de cidadania, palavras não podem ser verbalizadas
indiscriminadamente nas mídias sociais, há, portanto, margens para sua a
utilização, como por exemplo, vedação ao anonimato, proibições a discussões
odiosas, pejorativas ou criminosas, sendo consequentemente, passíveis de
responsabilização civis e penais os autores de tais atos (Pinheiro, 2021).
7.2 MISOGINIA VIRTUAL
Misoginia são fatores perduram no tempo desde a antiguidade clássica em que o
patriarcalismo tratava as mulheres como objetos desprovidos de qualquer
autonomia, são estigmas, aversões que homens tinham em relação ao sexo
feminino, em razão das condições sociais, domésticas, raça, política, trabalho etc.
No entanto, na idade contemporânea essa realidade é outra, mas ainda há
resquícios destes preconceitos em nossa sociedade, principalmente nas redes
sociais, os quais devem ser punidos severamente na forma da lei (Austen, 2012).
No Brasil esta modalidade transgressão é configurada pela lei 13.642/2018,
chamada de Lei Lola, que alterou o artigo 1º da lei 10.446/2002, atribuindo a Polícia
Federal competência para investigar atos infringentes a dignidade da mulher (Brasil,
2018a).
Assim declara o Art. 1º, VII. da lei 10.446/2002 alterada pela Lei Lola
quando houver repercussão interestadual ou internacional
que exija repressão uniforme, poderá o Departamento de
Polícia Federal do Ministério da Justiça, sem prejuízo da
responsabilidade dos órgãos de segurança pública arrolados
no art. 144 da Constituição Federal, em especial das Polícias
Militares e Civis dos Estados, proceder à investigação, dentre
outras, das seguintes infrações penais:
quaisquer crimes praticados por meio da rede mundial de
computadores que difundam conteúdo misógino, definidos
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como aqueles que propagam o ódio ou a aversão às mulheres
(Brasil, 2002).
Isto posto, entende-se que a misoginia pode ultrapassar fronteiras globais que além
de ferir a honra da mulher, pode atingir outras esferas da dignidade da pessoa
humana, como a raça, a cor e até mesmo a coexistência social (Bailey, 2022).
7.3 PROPAGAÇÃO DE FAKE NEWS
Nos últimos anos a disseminação de Fake News (Notícias Falsas) não são
novidades no mundo digital, com a constante popularização das redes sociais e os
avanços digitais tem facilitado a propalação de notícias fictícias, podendo,
entretanto, nos casos de desrespeitos aos princípios éticos e morais da ordem
democrática caracterizar ofensa à liberdade de comunicação e expressão.
Estevam (2019), diz que fake News são inverdades fundadas sem base concreta a
qual induz pessoas a erros ou distorções de entendimentos e pensamentos reais
dos fatos, seja visando lucros ou não.
Faustino (2019) relata que não basta termos acesso à liberdade de informações,
mas estas devem ser verdadeiras e ainda afirma que a garantia à informação
decorre do direito de expressão.
Embora não haja tipificação direta de lei ao crime de Fake News, no congresso está
em trâmite projetos tendentes a combater desinformações nas redes sociais, como
é o caso do projeto de lei 2630/2020, o qual não tem como finalidade reprimir a
liberdade de expressão, mas regulamentar o funcionamento e a transparência de
acesso a informações nas redes sociais.
Diante da exorbitante quantidade de notícias falsas espalhadas sobretudo em
época de eleições, o Código Eleitoral nos termos do Art. 323 fixou pena de detenção
de dois meses a um ano e multa, para quem difunde dados falsos no período
eleitoral (Brasil,1965).
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A tipificação de Fake News também pode ser vista por interpretação analógica aos
crimes contra a honra da lei penal.
Dispõe a lei 2848/1940 (código penal)
Art. 138 -Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato
definido como crime: Pena - detenção, de seis meses a dois
anos, e multa.
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua
reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa
Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo- lhe a dignidade ou o
decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa
(Brasil, 1940).
As consequências por espalhamento de fake também conhecido como hoax
(boatos) na internet na visão dos organizadores Cleyton e Giovani em sua obra
“Combate às Fakes News” revelam que: Os efeitos das fake News são desastrosos,
tanto para o profanador quanto para o receptor dos insultos, de tal forma que essas
notícias podem destruir a vida de uma pessoa ou levar ao caos social (Bezerra, et
al., 2019).
Para ilustrarmos bem essas consequências, relembraremos o escândalo das
eleições estadunidenses em 2016, no manifesto em questão a empresa norte
americana “Cambridge Analytica” foi acusada desviar dados pessoais de usuários
do Facebook e do Twitter para favorecer o concorrente presidencial, Donald Trump,
nas decisões das eleições americanas.
As denúncias feita pelo jornal, The New York Times, colocou a prova a legalidade
da decisão eleitoral, que foram duramente criticadas, aumentando assim, as
preocupações externas em estabelecer novas políticas coercitivas para as
empresas operadoras e controladoras de dados pessoais, no Brasil essa
preocupação se materializou com a edição da Lei Geral de Proteção de Dados, com
o desígnio resguardar a personalidade individual (BBC News, 2018).
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8. CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL NO CIBERESPAÇO
São delitos que causam muita repulsa social, pois, dada a hostilidade e o potencial
lesivo desta modalidade criminosa que muitas vezes são irreversíveis para as
vítimas, houve assim uma preocupação maior do estado em tutelar a dignidade
sexual na escala cibernética, e fez isto através de vários dispositivos incriminador
os quais serão analisados posteriormente.
8.1 PORNOGRAFIA INFANTIL
Por tamanha hediondez, sem dúvidas, a pornografia infantil é, de longe, o delito de
maior repercussão e o mais repulsivo para a sociedade em geral. Por isso, sua
tipificação decorre de vários preceitos normativos, Lei penal (2848/1940); lei de
combate aos crimes de pornografia infantil na internet (11.829/2008); Estatuto da
criança e do adolescente (lei 8.069/1990) e inserção da pornografia infantil no rol
dos delitos hediondos pela lei 7.220/2014.
Crime de produção de pornografia infantil caracteriza-se
[...] qualquer forma de pornografia envolvendo criança ou
adolescente (artigo 240 do Estatuto da Criança e do
Adolescente — pena de quatro a oito anos). Também pratica
esse crime quem agencia de qualquer forma ou participa das
cenas de pornografia infantil (artigo 240, §1º, do Estatuto da
Criança e do Adolescente). A pena para esse delito é
aumentada em 1/3 (um terço) em diversos casos em que o
crime é mais grave (artigo 240, §2º, do Estatuto da Criança e
do Adolescente), (Botelho et al., 2013, p.202).
A lei penal também estabelece sua rigidez, em relação ao crime contra a dignidade
sexual infantil na internet
Art. 218-C do Código Penal: oferecer, trocar, disponibilizar,
transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou
divulgar, por qualquer meio - inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou
telemática, fotografia, vídeo ou outro registo audiovisual que
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contenha cenas de estupro ou de estupro de vulnerável ou
que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o
consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não
constitui crime mais grave (Brasil,1940).
Embora a Polícia Federal no âmbito de suas competências e cooperação
internacional tem mostrado um excelente trabalho no combate a violências. Não
obstante, em se tratando de pornografia infantil na internet há muito a ser feito, e
por isso o poder legiferante ao editar normas de direito digital tem demostrado suas
preocupações em relação à criança e ao adolescente, isso fica indubitável com a
publicação das leis que incriminam ações que atacam a dignidade sexual das
crianças e adolescentes inclusive em meios digitas (Bezerra, et al., 2020).
8.2 PORNOGRAFIA DE VINGANÇA/ REVENGE PORN
Pornografia de vingança são crimes praticados por motivos diversos, mas o motivo
preponderante é o inconformismo pelo término do relacionamento, assim começam
expor na internet a intimidade do ex-cônjuge como forma de vingança (Cassanti,
2014).
O legislador constitucional ao formular as diretrizes de direitos fundamentais zelou
pela tutela da intimidade, assegurando indenizações decorrente de sua
violabilidade, podendo o cônjuge ou companheiro lesado invocar a tutela do estado
em detrimento de sua dignidade íntima (Brasil,1988).
Usualmente essa violência é cometida por um ex-
companheiro ou alguém do círculo social da mulher. Consiste
na divulgação de conteúdo íntimo da mulher, podendo ser
vídeos ou fotos, que contenham nudez ou relações sexuais,
sem o consentimento da mesma com objetivo de se vingar,
normalmente após o término do relacionamento amoroso
(Faraj, 2021, p.20).
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Revenge Porn, é o termo inglês para pornografia de vingança, são atos que
extrapolam os contornos da vida intima, são publicações por sentimentos vingativos
e retaliações
dados da organização Safernet indicam um preocupante
aumento de casos registrados. Em 2014, 1.225 pedidos de
orientação psicológica chegaram à entidade. Destes, 224
eram relacionados à questão de vazamento de fotos íntimas
(18%) – um aumento de 119,8% em relação a 2013. 81% dos
pedidos por orientação foram feitos por mulheres. O número
ainda se concentra em mulheres com até 25 anos (53%),
sendo que um em cada quatro casos envolveu adolescentes
(Lana, 2019, p.12).
No Brasil o combate a pornografia de vingança se concretiza pela lei 13.718/2018
a qual inseriu ao CP o artigo 218 - C, sendo que a disponibilização, divulgação,
exposição, em quaisquer meios de comunicação incide em pena de reclusão, de
1(um) a 5 (cinco) anos, além das majorantes se constituírem crimes mais grave
(Brasil, 2018b).
8.3 PEDOFILIA VIRTUAL
A “Lei Maior” tutela a crianças e adolescentes, garantindo sua proteção e os
cuidados necessários ao seu desenvolvimento, estas garantias são de
competência, tanto da família, quanto da sociedade e também do governo.
Para externalizar esta preocupação, Constituição Federal de 1988 trouxe de forma
expressa quais são os responsáveis garantir esta proteção
Art. 227 - É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta
prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão.
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§ 4.º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a
exploração sexual da criança e do adolescente (Brasil, 1988).
Para concretizar a ideia expressa na CF outras leis ampliaram a proteção aos
incapazes, sendo elas: Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei 8.069/1990, com
alterações pela Lei 11.829/2008,
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais (BRASIL, 1990).
[...]
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente: Pena –
reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança ou
adolescente para fins primordialmente sexuais (Brasil, 2008).
Com a facilidade de entretenimento e comodidade sugestionáveis na internet
estimulam os predadores que aproveitam de oportunidade e falhas para satisfazer
seus desejos ou aferir lucros no espaço virtual. Segundo especialistas, a
Pornografia Infantil na Internet é a segunda forma de crime organizado mais
lucrativa, perdendo apenas para o narcotráfico, crianças são feitas de objetos
lucrativos por essas redes de pedofilia (Breier, 2014, apud Pereira; Teza, 2015).
Para ilustrarmos um alerta sobre pedofilia virtual podemos citar o caso apresentado
recentemente na novela “Travessia” exibida pela emissora, Rede Globo de
Televisão, no episódio em questão um deepfeke (tecnologia que muda o rosto e voz
em vídeo chamada) apresenta-se a uma jovem a qual faz amizades íntimas, no
entanto, mal sabia ela que estava se expondo a um predador pedófilo camuflado
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por um software que muda a face. Embora a dramatização pareça apenas uma cena
comum de novela, isto já é realidade no mundo real (Souza e Helder, 2023).
9. TIPOS DE ATAQUES CIBERCRIMINOSOS
Os crimes eletrônicos podem ser praticados por qualquer pessoa física ou jurídica,
todavia, os criminosos mais conhecidos são os hackers e os crackers, pois estes
são especialistas com amplo conhecimento digital.
Newton De Lucca estabelece a distinção entre hackers e crakers
As palavras, na verdade, não são sinônimas. Os hackers são
especialistas em informática, capazes de invadir
computadores alheios, mas, também, de impedir invasões dos
outros. Não existe, necessariamente, uma conotação
pejorativa para os hackers que podem prestar serviço de
extrema valia. Já os crackers, ao revés, atuam de forma
claramente dolosa, isto é, com a intenção de prejudicar
alguém ou de tirar proveito ou partido para si da informação
obtida”. Títulos e contratos eletrônicos – o advento da
informática e seu impacto no mundo jurídico (De Lucca et al.,
2005, p. 71).
9.1 HACKERS
Hackeadores são especialistas que utilizam métodos avançados, (phishing, spam,
ransomware, spyware, trojan), de invasão aos sistemas telemáticos alheios.
Modalidades de hackers, segundo Pinheiro (2021)
Hackers Mercenários: são profissionais espião que acessam a rede mundial de
computadores de forma remota para obterem acessos a dados de corporações e
do governo. Lembrando também que estes profissionais podem ser de utilidade
licita ao fortalecimento de segurança de grandes empresas.
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Hackers Heróis: são grupos que disseminam crimes coletivos em busca de status,
e utilizam-se das redes sociais para publicarem seus feitos vandálicos, como
exemplo os pichadores de muros.
Pesquisa da empresa Attrition revela que,
O Brasil é o país que está em primeiro lugar quanto aos
ataques de delinquentes virtuais realizados no mundo com
3,56%, à frente dos Estados Unidos com 2,65%. Essa
organização diz que uma possível explicação para isso é o
fato de que os hackers americanos possuem maior prática,
não deixando pistas e impedindo o rastreamento do crime,
diminuindo o registro de ataques (Teixeira, 2022, p. 66).
A ação desses invasores é considerada crime de acordo com o Código Penal, as
mudanças legislativas pela Lei n. 12.737/2012 introduziu o Art. 154-A ao CP. Pois,
Trata-se de invasores que exploram vulnerabilidades alheias a dispositivos
informáticos, com finalidade de obter vantagens ilícitas. No entanto os hackers nem
sempre atuam em atividade dolosa, podem ser usados para atividades lícitas
(Teixeira, 2022).
9.2 CRACKERS
A magnitude tecnológica abre alas aos verdadeiros criminosos da rede mundial, os
crackers tem um conhecimento muito mais amplo em tecnologia, por isso, não é
mais novidade nem tampouco recentes matérias concernentes a invasões de
crackers a grandes empresas nacionais e internacionais até mesmo a site do
governo (Jesus; Milagre, 2016).
Estes espiões com elevado conhecimento tecnológico atuam exclusivamente de
forma dolosa em detrimento de proveito alheio.
Em 2013, o país perderia U$$ 8 bilhões com ataques de
crackers, roubos de senhas, clonagens de cartões, pirataria
virtual, além de espionagem governamental e industrial, entre
outros crimes cibernéticos. Crimes de informática custaram
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U$$ 500 bilhões para a economia mundial em 2013 (Jesus;
Milagre, 2016, [n.p.]).
Crackers são especialistas que têm alvos específicos, sendo estes na maioria das
vezes empresas que operam online e bancos, entre as vítimas brasileiras destes
ataques quem ostenta os maiores ranking são empresas.
Segundo a pesquisa da empresa ISS – Internet Security
Systems (Sistemas de Segurança de Internet) realizada com
100 empresas brasileiras, entre elas 30 bancos, apenas
2,75% possuíam software para detectar invasores on-line. “O
risco é eminente, o sistema é altamente vulnerável. Hoje, na
internet, existem programas para invadir todos os tipos de
sistema”, diz Leonardo Scudere, presidente da ISS no
Mercosul (Teixeira, 2022, p. 66).
Assim podemos afirmar que estes, digamos expert da tecnologia, são dotados de
auto saber informacional, no entanto utilizam a internet a contrário sensu do ideal
comum, ferindo assim as normas e causando altos prejuízos alheios.
10. MÉTODOS DE INVASÃO A DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS
São ferramentas de software que os agentes maliciosos utilizam com o escopo de
executarem suas ações, dentre várias atividades ardilosas as que mais se destacam
são as de phishing e spywares.
10.1 PHISHING
Phishing (pescaria), é uma das técnicas de invasão a dispositivos informáticos muito
utilizado na engenharia social, vários métodos são utilizados, como por exemplo,
envios de e-mail fraudulentos na tentativa de capturar dados pessoais, senhas de
cartões de créditos e outros dados.
A autora Patricia Peck expõe exemplos que criminosos adotam para executar a
técnica de phishing,
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Normalmente a fraude por Phishing Scan ocorre da
seguinte forma: (1) um código malicioso é enviado por e-mail
para as vítimas, (2) as quais, não analisando a veracidade do
conteúdo nem o remetente da mensagem, acessam a
informação, executam o arquivo e, consequentemente, (3) o
computador do usuário é infectado, (4) comprometendo suas
informações confidenciais, tais como senhas, dados pessoais
etc., (5) essas informações são transmitidas para o fraudador,
(6) que as utiliza para acessar, por exemplo, (7) o Internet
Banking da vítima e desviar dinheiro para outra conta
(Pinheiro, 2021, p. 138).
Os invasores dissimulam a ilegitimidade dos arquivos enviados às vítimas,
passando-se por grandes empresas de modo a atrair curiosos, que por sua vez, são
instigados tanto pela qualidade dos produtos, quanto pelas ofertas de grandes
lucros, assim, clicam em links, preenche formulários ou baixam aplicativos, por
conseguinte, os cibercriminosos iniciam suas operações nas tentativas de
coletarem as informações pessoais para cometerem suas delinquências (Cassanti,
2014).
[...] O Brasil destaca-se como quarto principal alvo dos
crackers em ataques de phishing (pescaria de senhas) no
mundo, figurando entre os cinco países que mais tiveram
empresas hackeadas. Algo em torno de 38 milhões de
usuários lesados (Jesus; Milagre, 2016, [n.p.]).
Desta forma, com o aumento desta modalidade de delitos de invasão informática,
surge a necessidade de criminalizar os exploradores dessas fragilidades alheias.
Embora sua incidência maior seja na seara digital, a criminalização do phishing
emerge no 155, § 4º, inciso II, do Código Penal Brasileiro, que se trata de invasão
a dispositivos informáticos, cuja pena podendo chegar a quatro anos, além de multa.
10.2 SPYWARES
Spywares (espião) são softwares maliciosos em forma de aplicativos que altera a
funcionamento do computador para explorar arquivos e capturas senhas, entretanto
os ataques não se restringem a isso, podendo chegar a casos extremos como
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espionagens através da câmera do aparelho celular ou computadores (Cassanti,
2014).
Damásio de Jesus define claramente a intenção dos spywares,
Código ou programa malicioso instalado ou injetado
normalmente em aplicativos baixados de fontes duvidosas,
que tem a função de coletar informações do usuário de um
computador e enviá-las ao destinatário. Informações
comumente coletadas são hábitos de consumo, informações
de navegação, dentre outros. Alguns permitem o controle da
máquina pelo atacante. Também podem estar inseridos
dentro de adwares, softwares não autorizados que exibem
propagandas no computador da vítima. Assim como os
famosos cookies, também se prezam a coletar informações
sobre um usuário de um serviço web (Jesus; Milagre, 2016, p.
34-35).
Nesta modalidade de invasão os transgressores tem consubstanciado seus
escopos de forma sorrateira e isso lhes facilitam a captura de dados e senhas
digitais, tornando assim, este delito em elevado grau de dificuldade para combatê-
lo, razões pelas quais subjaz em seus modos operandi sagazes e ardilosos, assim,
incumbe aos operadores do poder normativo a ponderação sobre tais aspectos e
mais políticas repressivas.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A missão de combater crimes cibernéticos não tem sido tarefa fácil, pois, diante da
dinâmica progressiva tecnologia atual é evidente que se intensifica também a
massiva disparidade criminosa. Entretanto, não podemos deixar de mencionar
também que internet tem seus aspectos positivos a qual viabiliza muitos recursos e
facilidades nas atividades e operações desenvolvidas, o promissor vultoso espaço
virtual também pode ser objeto de estudo e ferramentas de combate a violências e
ameaças a direitos.
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Diante dos embasamentos teóricos estudados, observamos que há uma procuração
crucial do Estado em resguardar a liberdades cidadãos e a defesa do estado
democrático. A vista disso, o poder estatal tem trabalhado por meios de regulação
de normas e políticas de combates com o objetivo de inibir os criminosos de agirem
livremente nas redes digitais.
Em outra análise, discorremos sobre alguns crimes virtuais em espécie e dentre
eles os que mais causam danos às vítimas e à sociedade, seja por ferir a dignidade
moral ou sexual, seja por auferir proveito financeiro ou por atos de mero capricho
em satisfazerem suas vontades de delinquir.
Em uma análise mais sintetizada, podemos inferir que os crimes virtuais andam à
frente do poder legislativo, posto que, embora este tenha empreendido esforços
para edição de normas e regulamentos no sentido de combatê-los, parece-nos que
não são suficientes, tendo ainda, muito o que ser deliberado e sancionado.
É irrefutável que os crimes cibernéticos tenham deixado seus rastros de prejuízos
tanto aos cofres públicos quanto, aos particulares, portanto, políticas de combates
devem ser estudadas e instituída neste enfrentamento, além disso, campanhas de
esclarecimentos e elucidações sobre os perigos que circundam as redes digitais.
Diante desta explanação, o propósito da presente pesquisa foi colaborar para um
caráter educativo, atrelado aos deveres de impor medidas de combate, por meio de
políticas públicas e ações repressivas uniformes mais intensas, com o indispensável
apoio de cooperações nacionais e estrangeiras.
Assim sendo, com a gradatividade incontrolável de crimes na internet a expectativa
é que sejam instituídos órgãos de justiça especializados em direito digital que atuem
com a finalidade exclusiva evitar e combater ações criminosas cibernéticas.
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sexual e de divulgação de cena de estupro, tornar pública incondicionada a natureza
da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra
vulnerável, estabelecer causas de aumento de pena para esses crimes e definir
como causas de aumento de pena o estupro coletivo e o estupro corretivo; e revoga
dispositivo do Decreto-Lei nº 3.688, de 3 de outubro de 1941 (Lei das
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1 Graduado em Serviço Jurídico Cartorário e Notariais pela UNISA (2022). Acadêmico do 9º
período do curso de Direito Centro Universitário São Lucas Ji-Paraná. ORCID: 0009-0005-9481-
3268.
2 Orientador. Especialista em Direito Processual Civil, Pós-graduando em Docência no Ensino
Superior, ambos pela Faculdade FAVENI (2022), Bacharel em Direito pelo Centro Universitário São
Lucas Ji-Paraná (2021). ORCID: 0009-0005-9146-2749.
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