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Instituto de Matemática - IM/UFRJ

Cálculo Diferencial e Integral 2 2023.1 - MAC128


Gabarito da segunda prova unificada - Escola Politécnica / Escola de Quı́mica - 27/06/2023

TEMPO DE PROVA: 2h

Justifique todas as suas respostas e apresente seus cálculos.


Questão 1: (2.5 pontos)
Seja (
x2 y
x2 +y 2
, se (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) =
0 , se (x, y) = (0, 0)
(a) Encontre o dominio de continuidade de f
(b) Calcule D~u f (0, 0), a derivada directional de f na direção de um vetor unitario ~u = (a, b).
(c) Verifique que D~u f (0, 0) 6= ∇f (0, 0) · ~u, para ~u = ( √12 , √12 ).

Solução:
(a) Note que f é sempre contı́nua fora da origem, por ser o quociente de funções contı́nuas onde
o denominador não se anula. Verificamos a continuidade na origem calculando o limite

x2 y x2
lim = lim y · = 0 = f (0, 0)
(x,y)→(0,0) x2 + y 2 (x,y)→(0,0) x2 + y 2

onde a penúltima igualdade é dada pelo Teorema do Confronto (y → 0 e 0 ≤ x2 /(x2 + y 2 ) ≤


(x2 + y 2)/(x2 + y 2) = 1 é limitada). Sendo assim, f é contı́nua em todo o R2 .
(b) Pela definição de derivada direcional, se ~u = (a, b) então

f (0 + ah, 0 + bh) − f (0, 0) a2 h2 · bh 1 a2 b


D~u f (0, 0) = lim = lim 2 2 · = 2
h→0 h h→0 a h + b2 h2 h a + b2
√ √
(c) Se ~u = (1/ 2, 1/ 2) então, pela relação encontrada no item (b):
√ √
1/2 · 1/ 2 2
D~u f (0, 0) = =
1/2 + 1/2 4

Em (x, y) 6= (0, 0), o vetor gradiente de f é dado por

2xy 3 x2 (x2 − y 2 )
 
∇f (x, y) = ,
(x2 + y 2 )2 (x2 + y 2 )2

Não é possı́vel substituir (x, y) = (0, 0) na expressão acima. Logo, para calcular ∇f (0, 0),
precisamos usar a definição, como foi feito no item (b).
Lembramos que ∂f ∂x
(0, 0) = De~1 f (0, 0) e ∂f
∂y
(0, 0) = De~2 f (0, 0), com e~1 = (1, 0) e e~2 = (0, 1). Para
(x, y) = (0, 0) podemos portanto usar a expressão encontrada no item (b), primeiramente com
(a, b) = (1, 0) e em seguida (a, b) = (0, 1), para obter:

∇f (0, 0) = (0, 0).



Logo, obtemos que, de fato, ∇f (0, 0) · ~u = 0 6= 2/4.

Copyright c 2023, Departamento de Matemática, IM-UFRJ, Reservados todos os direitos. É permitida a cópia, reprodução ou distribuição
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Cálculo Diferencial e Integral 2 2023.1 - MAC128
Gabarito da segunda prova unificada - Escola Politécnica / Escola de Quı́mica
- 27/06/2023(continuação)

Questão 2: (2.5 pontos)


Dada a função f (x, y, z) = 5x2 − 3xy + xyz:
(a) Determine a taxa de variação da função no ponto P = (3, 4, 5) na direção de v = (1, 1, −1).
(b) Em que direção f varia mais rapidamente em P ?
(c) Qual a taxa máxima de variação da f em P ?

Solução:
(a) Como f é diferenciável, podemos escrever Dv f (3, 4, 5) = ∇f (3, 4, 5) · v/kvk. Temos que
∇f = √(10x − 3y + yz, −3x + xz, xy), e no ponto P , ∇f (3, 4, 5) = (38, 6, 12). Além disso,
kvk = 3, logo:
1 32
Dv f (3, 4, 5) = (38, 6, 12) · (1, 1, −1) · √ = √
3 3
(b) A direção de maior crescimento da f no ponto P é a direção dada por ∇f (3, 4, 5) = (38, 6, 12).
√ √ √
(c) A taxa máxima de variação da f em P é k∇f (3, 4, 5)k = 382 + 62 + 122 = 1624 = 2 406.

Questão 3: (2.5 pontos) p


Usando a aproximação linear local no ponto (4, 0, 1) da função f (x, y, z) = x2 + 4y 2 + 9z 2 , calcule
o valor aproximado de f (3.8, −0.1, 1.1).

Solução:
A aproximação linear em da função f (x, y, z) em torno de (x0 , y0, z0 ) é dada por

L(x, y, z) = f (x0 , y0 , z0 ) + fx (x0 , y0 , z0 ) · (x − x0 ) + fy (x0 , y0 , z0 ) · (y − y0 ) + fz (x0 , y0 , z0 ) · (z − z0 )

Sendo (x0 , y0 , z0 ) = (4, 0, 1), podemos calcular


√ cada um dos termos na equação. O valor da
função no ponto (x0 , y0 , z0 ) é f (4, 0, 1) = 4 + 9.12 = 5. As derivadas parciais de f em relação
2

às suas coordenadas em (4, 0, 1) são fx (4, 0, 1) = 4/5, fy (4, 0, 1) = 0 e fz (4, 0, 1) = 9/5. Obtemos
portanto
4 9
L(x, y, z) = 5 + · (x − 4) + · (z − 1)
5 5
Por fim, aproximamos o valor da função pelo valor da sua aproximação linear:
4 2 9 1 251
f (3.8, −0.1, 1.1) ≈ L(3.8, −0.1, 1.1) = 5 − · + · = = 5, 02
5 10 5 10 50

Questão 4: (2.5 pontos)


Seja D = {(x, y) ∈ R2 | x2 + y 2 ≤ 3}. Seja f : D → R a função f (x, y) = x2 y. A função possui
pontos de máximo e mı́nimo global em D? Justifique. Caso a resposta seja positiva, encontre-os.

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- 27/06/2023(continuação)

Solução:
Como f é contı́nua e D é um conjunto compacto (i.e. fechado e limitado) então o teorema
dos valores extremos de Weierstrass garante a existência de extremos globais. Buscaremos os
candidatos a extremos entre os pontos crı́ticos da f e os pontos da fronteira. ∇f = (2xy, x2),
portanto temos infinitos pontos crı́ticos, em todos os pontos onde x = 0. Em todos esses pontos,
f (0, y) = 0.
Definimos a função g(x, y) = x2 + y 2 − 3. Assim, a fronteira de D é a curva g(x, y) = 0. Então
podemos encontrar seus extremos utilizando o método dos multiplicadores de Lagrange, através
da equação ∇f = λ∇g. Obtemos portanto o sistema:

2xy = 2λx

x2 = 2λy

 2
x + y2 = 3

Substituindo x2 da 2a na 3a equação e utilizando λ = y obtido da 1a equação (assumimos x 6= 0


uma vez que os pontos onde x = 0 já foram considerados),
√ resolvemos y 2 = 1, logo y = ±1. Subs-
tituindo de volta
√ na 3a equação,
√ obtemos x = ±√ 2. Calculamos √ o valor da função nos 4 pontos
obtidos: f (− 2, −1) = f ( 2,√−1) = −2
√ e f (− 2, 1) = f ( 2, 1) = 2. Assim,
√ a função
√ atinge
máximo global nos pontos (− 2, 1) e ( 2, 1) e mı́nimo global nos pontos (− 2, −1) e ( 2, −1).

Solução alternativa para a fronteira: Note que, na fronteira, x2 + y 2 = 3, ou seja, x2 = 3 − y 2.


Assim, podemos reduzir a função f a uma função de uma variável na fronteira como f (y) =
(3 − y 2 ).y = 3y − y 3. Logo, podemos encontrar os extremos da fronteira resolvendo a equação
f ′ (y) = 3 − 3y 2 = 0, cujas
√ soluções√são y = ±1.√Substituindo
√ na equação da fronteira, obtemos
novamente os pontos (− 2, −1), ( 2, −1), (− 2, 1) e ( 2, 1).

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