Unidade Iv - Análise de Curto-Circuito
Unidade Iv - Análise de Curto-Circuito
UNIDADE IV
ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO
Elaboração
Rafaela Filomena Alves Guimarães
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
SUMÁRIO
UNIDADE IV
ANÁLISE DE CURTO-CIRCUITO....................................................................................................5
CAPÍTULO 1
CÁLCULO DOS VALORES DE CURTO-CIRCUITO..................................................................... 5
REFERÊNCIAS.........................................................................................................................45
APÊNDICES E ANEXOS...........................................................................................................48
ANÁLISE
DE CURTO-CIRCUITO
UNIDADE IV
Capítulo 1
CÁLCULO DOS VALORES DE CURTO-CIRCUITO
1.1. Curto-circuito
Iremos começar nossa análise de curtos-circuitos pelos curtos-circuitos trifásicos. Zanetta
no seu livro Fundamentos de Sistemas Elétricos de Potência define:
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Figura 78. Circuito de uma rede elétrica simples formada por duas unidades geradoras: E1 e
E2.
E1 = ∠ d1
(Equação 415)
E2 = ∠ d2
Vamos considerar que a rede terá duas configurações diferentes: uma na condição
chamada de pré-falta e outra na condição de falta. Estas condições acontecerão de
acordo com o princípio da superposição, ou seja, vamos considerar uma condição
(com a rede funcionando normalmente) e depois a outra condição (com a rede
em falta). Neste caso teremos as correntes Ipf chamada de corrente de carga ou de
corrente pré-falta, a If chamada de corrente de falta e as correntes e chamadas
de parcelas de corrente de falta devido à contribuição das redes 1 e 2. Deste modo
a corrente I será a corrente de curto-circuito considerando a superposição e as
correntes I1 e I2 serão as contribuições da corrente de curto-circuito das redes 1 e 2,
respectivamente.
(Equação 416)
Ipf =
Agora vamos analisar o ponto P. Nesse ponto a tensão pré-falta será dada por:
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Figura 79. Circuito de uma rede elétrica simples formada por duas unidades geradoras: E1 e
E2 com uma falta no ponto P.
Agora vamos analisar a tensão no ponto P, ou seja, vamos superpor, no ponto P o efeito
das 2 tensões o que resultará em
= EP1 + EP2 (Equação 420)
I= + (Equação 422)
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Figura 80. Circuito equivalente de Thèvenin com uma falta localizada no ponto P.
I= (Equação 423)
sendo que:
I= = + (Equação 425)
Como podemos imaginar, as equações (422) e (425) são iguais. Geralmente utilizamos o
método de Thèvenin porque para este método precisamos conhecer somente a tensão
no ponto da falta. Deste modo podemos representar a corrente de curto-circuito como
um gerador de corrente que segue do ponto para a terra. Para realizarmos o estudo do
impacto de uma falta na rede elétrica, precisamos conhecer a carga. Existem três formas
de simularmos a carga em Sistemas Elétricos de potência, a saber:
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Na maioria das vezes, o estudo de carga é feito após o cálculo do fluxo de potência
da rede, ou seja, primeiro simulamos a rede elétrica em situação normal e depois
determinamos as condições em que a falta irá acontecer. Por isso, vamos simular uma
situação em que já conhecemos a tensão e a potência em uma barra i representada
pela figura 82.
Como conhecemos as tensões nas barras i e j, podemos calcular a corrente que está
circulando entre estas barras chamadas de corrente Iij dada por:
(Equação 426)
Iij =
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Podemos calcular o fluxo de potência por fase e o fluxo de potência trifásico por meio
das fórmulas:
sendo que é chamado de conjugado da corrente Iij (esta corrente possui a mesma
magnitude da corrente Iij mas o ângulo está expresso com o sinal invertido).
vi = z i i i (Equação 428)
pi + j qi = vi
Finalmente vamos analisar um curto-circuito trifásico por meio do circuito ilustrado pela
figura 84, em que as três fases estão acessíveis por meio da barra k do sistema.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Como essa rede é equilibrada, o curto-circuito poderá ocorrer com a ligação para a
terra (e neste caso será chamado de aterrado) ou não (e, neste caso, será chamado de
isolado), sendo que, como a carga é ligada em Y a presença do aterramento não irá
influenciar na nossa análise uma vez que ia + ib + ic = 0 no neutro (já que as correntes
e tensões estão defasadas entre si de 120 º).
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Fonte: Autora.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Zb = = = 47,61 Ω
Desse modo, podemos calcular o valor da reatância da linha de 60 km que será dada por:
x1 = j = j 0,553 pu
Agora vamos obter as reatâncias dos geradores que serão obtidas por:
X1 = = 0,2 pu
Figura 87. Circuito de sequência positiva para o sistema de alimentação de 10 motores com
potência de 5 MVA cada.
Fonte: Autora.
Agora vamos calcular as condições de pré-falta dos motores que será dada por:
s = v i*
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
i = 0,5 pu
A tensão na barra 4 possui valor 1 o que nos permite calcular a tensão na barra 2 (e
neste caso temos que considerar o ângulo dos transformadores.
A impedância é calculada por (j 0,2 + j 0,553) = j 0,753, ou seja, a soma das impedâncias
do transformador e da linha. Este cálculo resulta em:
Barra 1 - = 50 ∠ 0º e na
Barra 2 - = 50 ∠ 30º
Portanto, a rede escrita nas condições de pré-falta é dada pela figura 88.
Figura 88. Rede na condição de pré-falta para o sistema de alimentação de 10 motores com
potência de 5 MVA cada.
Fonte: Autora.
Desse modo, o circuito equivalente de Thèvenin de sequência positiva será dado por:
if = = 3,6344 ∠ -39,3686º pu
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Vamos utilizar o software PowerWorld para desenhar o circuito representado pela figura
89, que é o mesmo circuito analisado no exemplo n. 17.
Fonte: Autora.
Vamos começar nossa simulação pela inserção das barras 1, 2, 3 e 4 na parte reservada
ao desenho. Para isso, vamos selecionar a opção Draw (Desenhar) e selecionar a opção
bus (Barramento), conforme ilustra a figura 90.
Figura 90. Tela com a inserção das barras 1, 2, 3 e 4 através da aba Draw (Desenhar) e da
opção bus (Barramento).
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
Após a inserção das barras 1, 2, 3 e 4, vamos alterar a tensão dessas barras para 13,8
kV na barra 1, 69 kV nas barras 2 e 3 e 13,8 kV na barra 4. Também devemos escolher
a barra 1 como a barra de referência do nosso cálculo por meio de um click em System
Slack Bus. Todas as tensões das nossas barras têm que estar configuradas como 1 ∠ 0o
pu, por meio dos parâmetros tensão (Voltage em pu) e de ângulo (Angle - em graus -
degrees) disponíveis na aba Bus Information, conforme ilustra a figura 91.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Figura 91. Tela para a configuração dos valores da tensão nominal (13,8 kV) e em pu (1 ∠ 0º)
pu e seleção da barra 1 como referência (System Slack Bus).
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso em: 21 nov. 2022
Depois disso vamos inserir a impedância da linha dada por (x1 = j 0,4388 Ω/km e x0
= j 1,1053 Ω/km). Esta rede possui 60 km de comprimento. Para isto devemos clicar
em Transmission Line e clicar nas barras 2 e 3. O software irá abrir uma aba para que
possamos inserir o valor da impedância. Dentro desta aba devemos clicar em Calculate
Impedances e inserir o valor de 0,4388 no campo X (Ohms/km) e o valor de 60 km no
campo Line Length, conforme ilustra a figura 92.
Figura 92. Tela para a configuração da reatância X (Ohms/km) no item Actual Impedance and
Current Limits. O valor de 0,4388 foi digitado no parâmetro X (Ohms/km) e o valor de 60 foi
digitado no item Line Length que é medido em km.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
O valor da reatância de sequência zero x0 = j 1,1053 Ω/km deve ser inserido na aba Fault
Info na coluna correspondente a Zero Sequence Impedance conforme ilustra a figura 93.
Figura 93. Tela para a configuração da reatância X de sequência zero no item Zero Sequence
Impedance por meio do preenchimento do valor 1,1053 no campo X da aba Fault Info.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso em: 21 nov. 2022.
Figura 94. Tela com a inserção do gerador e preenchimento do valor 500 no parâmetro MW
Setpoint no campo Power Control.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso em: 21 nov. 2022.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Agora vamos inserir a carga na barra 4 por meio da opção Load em Draw. Devemos
preencher o valor de 50 MW na coluna de Constant Power que aparecerá na janela de
parametrização fornecida pelo software conforme ilustra a figura 95.
Figura 95. Tela para a configuração da carga 50 MW. O valor 50 foi digitado no parâmetro
Constant Power na linha de MW Value.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso em: 21 nov. 2022.
Depois disso, vamos aumentar a precisão dos valores de potência ativa e reativa que
aparecem no nosso circuito por meio de um duplo clique no valor 0 MW e na alteração
do valor de 0 para 3 no campo Digits to Right of Decimal. Devemos repetir o mesmo
procedimento para o valor 0 MVAr, conforme está ilustrado pela figura 96.
Figura 96. Tela para a configuração da precisão do software PowerWorld no cálculo das
potências ativa e reativa, alterando o valor 0 no campo Digits to Right of Decimel para 3.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso em: 21 nov. 2022.
A configuração D - Y aterrado é feita por meio da inserção do valor - 30º no parâmetro Phase
Shift na aba Transformer Control conforme ilustra a figura 98. Já para configuração Y aterrado
- D, devemos inserir o valor de 30º no parâmetro Phase Shift na aba Transformer Control.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso em: 21 nov. 2022.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
O circuito final desenhado pelo software possui o formato ilustrado pela figura 99.
Figura 99. Configuração do circuito ilustrado pela figura 89 para simulação no software
PowerWorld.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
Para que o software PowerWorld simule essa linha, precisamos alterar o modo de
configuração de Edit Mode para Run Mode e, dentro do ícone Tools (Ferramentas),
devemos clicar na seta verde (Play), conforme ilustra a figura 100.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
O circuito da figura 102 representa uma rede de energia trifásica que está submetida
a um curto-circuito monofásico, ou seja, entre uma fase e a terra, seja porque essa
fase está caída no chão ou porque um raio a atingiu. Temos as seguintes condições de
contorno no momento do curto:
i b = ic = 0
(Equação 434)
va = zg ia
= x (Equação 435)
(Equação 436)
= x =
As tensões da linha são dadas por va, vb e vc e podem ser escritas em termos das
componentes simétricas, o que nos leva a:
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
= x
(Equação 437)
= x
i 0 = i1 = i2 = ia (Equação 438)
Portanto:
i a = 3 i0 (Equação 439)
Figura 103. Ligação em série do diagrama das impedâncias de sequência zero, positiva e
negativa em um curto-circuito monofásico.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
i0 = (Equação 441)
Sendo que e1 = vTh1, porque essa tensão é obtida a partir da tensão de sequência
positiva por meio do cálculo do circuito equivalente de Thévenin no ponto de falta. Já
as impedâncias equivalentes de Thèvenin de sequência negativa e de sequência zero
são dadas por z2 = vTh2 e z0 = vTh0, respectivamente. Como estamos adotando zg = 0 e
sabemos que:
i 0 = i1 = i2 = (Equação 442)
Ou seja, os três diagramas representados pela figura 96 podem ser colocados em série
e depois em curto-circuito. Desse modo, temos que a corrente ia pode ser calculada
por meio da fórmula:
(Equação 444)
ia =
(Equação 445)
i1f =
Agora vamos calcular as tensões v0, v1 e v2. A tensão v0 será obtida por meio da fórmula:
(Equação 446)
v0 = =
(Equação 447)
v1 =
Podemos verificar que o valor de v1 também pode ser obtido por meio do divisor de
tensão, aplicado no circuito com relação a e1. O mesmo princípio é válido para as tensões
v0 e v2, com a diferença das polaridades neste caso estarem trocadas.
Podemos obter os componentes de fase das tensões vb e vc, por meio da fórmula:
= x (Equação 448)
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Lembrando que:
(Equação 449)
i1 =
vb =
E na fase c temos:
Podemos definir o valor de sobretensão como “a relação mais elevada entre a tensão e uma
fase sã, vb ou vc, durante o curto, pela tensão preenxistente, antes do curto, correspondente
à tensão do circuito equivalente de Thèvenin e1” (ZANETA Jr., 2005, p. 187).
Desse modo, o fator de sobretensão pode ser calculado para a fase b como:
(Equação 452)
fst =
Nas equações (450 e 451), vamos aproximar esse número complexo k para um número
real, adotando que as impedâncias de sequência positiva e zero possuem fases
aproximadamente iguais. Desse modo, teremos:
(Equação 454)
vb = e1
(Equação 455)
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
= (Equação 457)
Agora vamos provocar um curto-circuito no circuito que simulamos a partir da figura 89.
Para isso, após simularmos o circuito e ainda no modo de operação Run Mode vamos
escolher a opção Fault Analysis (Análise de Falta) e, nessa aba, vamos abrir a opção
Single Fault (Falta Simples) conforme está ilustrado pela figura 104.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022
Essa opção vai permitir que simulemos um curto-circuito monofásico por meio da
opção Single-Line-to-Ground (Curto-circuito monofásico para a terra), um curto-circuito
bifásico entre linhas (opção Line-to-Line), um curto-circuito bifásico com a terra (opção
Double Line-to-Ground) ou um curto trifásico (3 Phase Balanced) em qualquer uma
das barras 1, 2, 3 ou 4 do nosso circuito. Vamos escolher a opção 3 Phase Balanced
(Curto-Circuito Trifásico) na barra 2 e clicar em Calculate (Calcular), conforme ilustra
a figura 105.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
Essa opção vai mostrar que um curto-circuito trifásico na linha 2 ocasionará uma corrente
de curto igual a If = 1,191 ∠- 37,98 º pu na fase A.
A nossa simulação irá encontrar o resultado ilustrado pela figura 106 na simulação de
um curto-circuito monofásico na barra 4.
Fonte: Elaborada pela autora. PowerWorld (2022). Disponível em: https://www.powerworld.com/. Acesso
em: 21 nov. 2022.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Nos estágios iniciais dos estudos de engenharia elétrica, os sistemas de potência eram
formados por geradores isolados que forneciam energia a um número reduzido de
cargas locais. Essas configurações, relativamente fáceis de controlar e supervisionar,
deram lugar aos sistemas de potência atuais, constituídos de múltiplos geradores e
carga, conectados a uma rede de transmissão de alta tensão. Consequentemente, devido
a sua topologia malhada e pela multiplicidade dos equipamentos, o planejamento e a
operação dos sistemas de potência se tornaram muito complexos.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
A equação anterior pode ser escrita na forma matricial como P = B q. Então, os ângulos
de fase podem ser removidos para obter uma relação linear entre os fluxos de potência,
P1, e as potências injetadas nas barras P,
(Equação 460)
⇒ Pf = [X-1 AT B-1] P = Sf P
(Equação 462)
= = = Smn,i
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
com =1
D = [0 - 0] (Equação 468)
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Pij = + Sij,i DPi + Sij,j DPj = + (Sij,i – Sij,j) Pij (Equação 470)
Então, o fluxo por meio do ramo mn, após a saída do ramo ij, é encontrado por:
Pmn = + Smn,i DPi + Smn,j DPj = + (Smn,i – Smn,j) DPi (Equação 472)
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
(Equação 474)
RI =
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Como discutido antes, o uso de fatores de distribuição fornece uma precisão razoável
para análise de sobrecargas após uma contingência. Contudo, os fatores de distribuição
não podem ser usados para análise de tensão anormal a qual pode aparecer após uma
contingência, devido a forte não linearidade do problema de tensão.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Gómez-Expósito et al. (2015, p. 302) afirmam que "o controle de tensão está diretamente
associado com o controle de potência reativa", logo o gerenciamento e o mecanismo
de pagamento para a provisão de serviços de potência reativa produzem um efeito
direto no desempenho do controle de tensão.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
» geração de eletricidade;
» transmissão;
E o controle desse sistema tem uma estrutura hierárquica. Isso significa que o controle do
sistema consiste em um número de laços de controle aninhados que controlam diferentes
quantidades no sistema. Geralmente os laços de controle nos níveis mais baixos do sistema
(por exemplo, controle local em um dado gerador) são caracterizados por constantes de
tempo menores que as dos laços de controle nos níveis mais altos. Por exemplo, o regulador
automático de tensão (chamado de AVR), que regula a tensão dos terminais do gerador
para o valor de referência (geralmente dado por uma posição), responde tipicamente em
uma escala de tempo de segundo ou menos, enquanto o controle secundário de tensão,
que determina os valores de referência dos dispositivos controladores de tensão (entre
os quais estão os geradores) opera em uma escala de tempo de dezenas de segundos ou
minutos. Portanto, esses laços estão virtualmente desacoplados um do outro. Por causa
disso, podemos utilizar o método da teoria de controle para analisar estes controladores.
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
O controle de frequência abordado neste item vai tratar do controle que é realizado em
operação normal, isto é, quando os desvios de frequência são muito pequenos (< 1% da
frequência nominal). Sob essas condições, isto é, análise de pequenas perturbações, pode
ser considerada a hipótese de comportamento linear e modelos lineares dos elementos
do sistema. Desse modo, o controle de frequência será realizado em três passos:
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
O objetivo para o controle aplicado à entrada de energia primária do gerador, que afeta
o torque mecânico no eixo do gerador, é duplo: primeiro, manter a velocidade de rotação
do gerador tão próxima quanto possível à velocidade nominal (síncrono); segundo,
modificar a potência ativa de saída. Como a velocidade do gerador é intimamente
ligada a frequência do sistema, a recuperação da velocidade depois de uma perturbação
deve ser compartilhada de modo coordenado por todos os geradores do sistema
comprometidos com o controle da frequência.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
Para uma única turbina a vapor sem nenhum sistema de reaquecimento, as seguintes
funções de primeira ordem podem ser assumidas:
(Equação 475)
GT(s) =
(Equação 476)
GT(s) =
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
(Equação 477)
GT(s) =
» Dois pontos de equilíbrio instáveis (B) e (A), que correspondem aos topos da curva
que delimitam as bordas do vale e de onde a bola se moverá se for levemente
perturbada.
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
inicialmente, acontece uma falta trifásica em qualquer ponto ao longo da linha, e que
depois é eliminada pela abertura e religamento da linha (a falta não é permanente).
O processo tem as três etapas sequenciais distintas:
Figura 115. Circuito equivalente de um gerador conectado a uma barra infinita por meio de
um transformador elevado e uma linha de transmissão.
Se assumirmos que o fator de amortecimento é zero, a equação de oscilação será dada por:
(Equação 478)
= Pm – Pe = Pd – Pe = Pace
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
fasorial atrás da reatância transitória e' em relação à tensão fasorial da barra infinita
(imaginemos que a barra 2 tenha tensão E2 ∠ d2 = V∞ ∠ 0º.
(Equação 480)
dd = Pace dd
Ou
(Equação 482)
(w - w0) dw= Pace dd
(Equação 483)
d Dw = dd
produz:
(Equação 484)
Dw2 = dd
dd= dd
(Equação 485)
Aace = Ades
Na qual:
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Análise de curto-circuito | UNIDADE IV
Figura 116. Critério das áreas iguais para o exemplo máquina barra infinita.
Portanto:
dd = dd (Equação 487)
Se a equação (479), que define a potência elétrica for substituída na equação (487) e se
integrarmos a equação resultante e como a potência mecânica fornecida pelo motor
primário é constante durante todo o processo transitório, teremos:
Nesse caso, uma expressão analítica do ângulo crítico de abertura pode ser obtida por
meio da fórmula:
dcri = arc cos [(sen ( – 2 d0) – cos d0 (Equação 490)
Podemos notar que na prática, quando o amortecimento não é zero, o ângulo crítico
tem um valor muito grande.
A potência elétrica é zero quando acontece uma falta trifásica ou quando a linha está
aberta. Portanto, já que também foi assumido que a potência mecânica fornecida pelo
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UNIDADE IV | Análise de curto-circuito
motor primário é constante, a aceleração também será constante. Nesse caso, uma
função da variação na velocidade angular com o tempo pode ser facilmente obtida
integrando a equação (478) entre 0 e r. Assim:
= dt (Equação 491)
A equação (492) mostra que o desvio da velocidade varia linearmente com o tempo.
Além disso, se desvio da velocidade (w - w0) é substituído na equação (492) pela derivada
do ângulo em relação ao tempo dd/dt e se integrarmos entre 0 e t essa equação, o
resultado será:
= t dt (Equação 493)
Que se torna:
(Equação 494)
d - d0 = Pace t2
Essa equação mostra que o ângulo varia quadraticamente com o tempo. Assim, o tempo
de abertura de falta tclr pode ser obtido, uma vez que o ângulo de abertura é conhecido
por meio de:
(Equação 495)
Tclr =
O CAI é basicamente um critério de estabilidade de Lyapunov, que pode ser visto como
uma técnica de análise de equilíbrio de energia geral.
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REFERÊNCIAS
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Carlos do Nascimento, Warlley de Sousa Sales. Revisão técnica: Antonio Pertence Júnior. Porto Alegre:
AMGH, 2014.STEVENSON JR., WILLIAM D. Elementos de análise de sistemas de potência. Tradução e
revisão técnica Arlindo Rodrigues Mayer, João Paulo Minussi e Somchai Ansuj. 2a Edição. São Paulo:
McGraw-Hill, 1986.
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Referências
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Física, 2005.
Imagens
Adaptado de DELLOBATIST. Photos cerveja bebida vidro refresco. Pixabay. Disponível em: https://pixabay.
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EVB ENERGY LTD. Intelligenter zaehler – Smart Meter. Commons Wikimedia. Disponível em: https://
commons.wikimedia.org/wiki/File:Intelligenter_zaehler-_Smart_meter.jpg. Acesso em: 20 nov. 2022.
HPGRUESEN. Fonte de Alimentação Rural Voltagem Média. Pixabay. Disponível em: https://pixabay.com/
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MIKERUN. Magnetic field transformer no core. Commons Wikimedia. Disponível em: https://commons.
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de energia. Disponível em: https://www.ons.org.br/paginas/sobre-o-sin/mapas Acesso em 03 abr.
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com/download-purchase/demo-software.
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Referências
Vídeos
CANAL AZUL FILMES. 2ª Temporada – Episódio 3 – A transmissão de energia elétrica. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=lYzFltFiQ18. Acesso em: 3 abr. 2023.
SEL BRASIL. Como medir a velocidade das ondas viajantes em linhas de transmissão. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=f00gUOdalf0. Acesso em: 3 abr. 2023.
Softwares
2023 NATIONAL INSTRUMENTS CORP. Software de simulação online de circuitos elétricos Multisim
Live. Disponível em: https://www.multisim.com/. Acesso em: 3 abr. 2023.
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APÊNDICES E ANEXOS
» forma polar; e
» forma retangular.
O número complexo z é representado por uma parte x (chamada de parte real) e uma
parte imaginária y (chamada de parte imaginária). Para diferenciarmos a parte real da
parte imaginária, multiplicamos a parte imaginária por j que representa a , por
essa razão não podemos somar x e y. Quando o número complexo está representado
com a letra j dizemos que ele está representado na forma retangular que pode ser
escrita através do sistema de coordenadas x e y. Essa representação é retratada na
figura 117.
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Apêndices e Anexos
Figura 118. Representação das fórmulas para transformar um número complexo escrito na
forma retangular em polar e vice-versa.
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Apêndices e Anexos
Para passarmos z do modo retangular para o modo polar utilizamos a relação que
calcula a hipotenusa do triângulo retângulo.
(Equação 498)
r= e q = arc tg =
Essas operações podem ser feitas facilmente em uma calculadora tipo a Casio fx-82 MX,
muito utilizada pelos (as) estudantes por meio das teclas Pol (abreviação para polar) e
tan (abreviação de tangente). As teclas utilizadas nessa conversão estão ilustradas na
figura 119.
Figura 119. Calculadora Casio fx-82 MS com os comandos utilizados nesta conversão
assinalados em vermelho.
Para alterar um número complexo da forma retangular para polar, devemos pressionar
a tecla Pol e, para a operação inversa, as teclas SHIFT Pol. Quando pressionarmos a
tecla Pol, a calculadora mostra no visor a palavra POL seguida de um parêntese aberto.
Logo digitamos Pol (3 vírgula – essa vírgula é uma vírgula bem grande que se localiza acima
do comando DEL na calculadora e o número 4 seguido de igual (=). O parêntese não precisa
ser fechado. A calculadora irá mostrar o resultado 5. Esse resultado está certo porque:
z = 3 + 4 j, temos x = 3 e y = 4. Logo r = = =
Sem alterarmos nada depois que a calculadora fornecer o valor 5, devemos digitar RCL
(esse comando fica em cima do número 7) tan. Se a calculadora estiver configurada para
º (graus), ela informará a resposta 53.13º que também está certo porque:
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Apêndices e Anexos
Logo, digitamos SHIFT Pol e o visor mostrará Rec (, digitamos 5 seguido da vírgula grande
localizada em cima do comando DEL e 53.13 igual (=). O visor mostrará o número 3.
Sem alterarmos nada depois que a calculadora fornecer o valor 3, devemos digitar RCL
(este comando fica em cima do número 7) tan. A calculadora fornecerá o número 3.9
que equivale a 4. Vamos conferir nossa digitação por meio do cálculo:
Um site que converte números complexos de uma forma para outra pode ser
acessado por meio do link: https://www.translatorscafe.com/unit-converter/pt-
BR/calculator/complex-phasor/. Acesso em: 20 nov. 2022. Nesse site, você deve
preencher o valor de r e do ângulo (pelo site chamado de fi - j) e clicar em
converter, ou vice-versa. Lembrando que esse site é de origem inglesa então
devemos utilizar o ponto no lugar da vírgula, ou seja, não podemos escrever 53,13º,
ao contrário devemos escrever 53.13º. O site está ilustrado na figura 120.
Figura 120. Imagem de um site de conversão retangular – polar de números complexos (ou
vice-versa).
Fonte: Elaborada pela autora. Phasor Conversion: Rectangular-Polar. Disponível em: https://www.
translatorscafe.com/unit-converter/pt-BR/calculator/complex-phasor/. Acesso em: 20 nov. 2022.
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Apêndices e Anexos
z1 = x1 + j y1 + z2 = x2 + j y2
(Equação 500)
z1 + z2 = (x1 + x2) + j (y1 + y2)
Como você já deve ter reparado, a ordem que escrevemos j y ou y j não tem importância
devido a propriedade comutativa da multiplicação que afirma que 3 x 2 = 2 x 3.
z1 = x1 + j y1 + z2 = x2 + j y2
(Equação 501)
z1 - z2 = (x1 - x2) + j (y1 - y2)
z1 = r1 ∠ q1 e z2 = r2 ∠ q2
(Equação 502)
z1 x z2 = (r1 * r2) ∠ (q1 + q2)
Já na divisão entre os números complexos z1 e z2, temos que dividir os raios e subtrair
os ângulos por meio da fórmula expressa por:
z1 = r1 ∠ q1 e z2 = r2 ∠ q2
(Equação 503)
= ∠(q1 - q2)
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Apêndices e Anexos
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Apêndices e Anexos
(Equação 504)
Z=
A figura 122 mostra a representação de um circuito RLC em série. O valor de z terá a parte
imaginária representada pelo sinal de positivo (+) se o valor da reatância indutiva for
maior do que o valor da reatância capacitiva, caso contrário este valor será negativo (-).
Dizemos que o ângulo q é atrasado quando o valor de j X for positivo e que esse
mesmo ângulo q está adiantado quando o valor da reatância j X for negativo. O ângulo
q geralmente representa a diferença de fase entre a tensão e a corrente.
Exemplo no 20: queremos calcular a corrente do circuito série representado na figura 127.
Fonte: Elaborada pela autora. Multisim (2022). Disponível em: https://www.multisim.com/. Acesso em: 20
de nov. 2022.
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Apêndices e Anexos
Primeiro precisamos encontrar o valor da impedância desse circuito, para isso precisamos
calcular o valor da reatância indutiva dada por XL por meio da fórmula:
A reatância capacitiva é dada por XC e pode ser obtida pelo seguinte cálculo:
XC = = = 4,08 j W
Z = 61 + 1.208,57 j W
= 1 ∠ 0º
Pela Lei de Ohm, podemos obter o valor da corrente, mas, para executarmos esse cálculo,
temos que converter a impedância que está escrita na forma retangular para a forma
polar, o que faremos por meio do site on-line, obtendo o valor de:
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Apêndices e Anexos
a sua tensão elevada para altíssimas tensões como 230, 440, 550, 600, 750, 800 kV,
atualmente existem tensões de até 1 MV. As altas tensões fazem com que as correntes
sejam diminuídas assim como as perdas ôhmicas.
Sendo:
= S cos j + j S sen j = P + j Q
Q = S sem j
Sendo:
A unidade que vem acompanhada com a potência define o tipo de potência que está
sendo tratado. Para entendermos melhor as definições entre uma potência e outra vamos
comparar estas potências a um copo de chopp. O copo – recipiente onde o chopp é
colocado é a potência aparente, a energia gerada pelo Sistema Elétrico de Potência (SEP),
a energia produzida pelas usinas geradoras. A parte líquida em amarelo é a potência
ativa, a parte efetivamente transformada em trabalho a partir da energia elétrica. Já a
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Apêndices e Anexos
espuma a parte branca é a potência reativa, a energia necessária para manter o campo
girante das máquinas em funcionamento que está presente em toda a transformação da
energia elétrica em outra forma de energia como em calor, como acontece no chuveiro
elétrico, em força como ocorre no elevador que nos transporta de um andar ao outro
ou em vento como no ventilador elétrico. Essa associação está retratada na figura 124.
Figura 124. Associação para melhor assimilação da potência complexa com um copo de
chopp.
Mas, ao contrário dos (as) proprietários (as) de bares, que geralmente costumam servir os
copos de chopp com muita espuma (o popular colarinho), o SEP não pode permitir que
a energia elétrica gerada na usina seja desperdiçada. Por isso, a quantidade de espuma
é regulada. Essa quantidade de espuma permitida é chamada de fator de potência e é
calculada por:
Por ser o cosseno, essa grandeza é adimensional e, no Brasil, é regulada em 0,92, ou seja:
Quando o fator de potência é inferior a 0,92 a instalação elétrica paga multa por
"Excesso de reativos". Se o fator de potência for capacitivo em alguns horários da
madrugada, a instalação elétrica também paga multa. Por enquanto, no Brasil, essa
multa é aplicada a consumidores industriais e comerciais, não sendo aplicada a
consumidores residenciais.
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Apêndices e Anexos
Figura 125. Medidor analógico antigo – este medidor só mede potência ativa (kWh)
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Apêndices e Anexos
Como você já percebeu, a potência complexa pode também ser representada pelo
triângulo de Pitágoras, conforme está ilustrado pela figura 127, com as relações entre
as potências dadas por:
= = S ∠ j = tg
S cos j + j S sen j = P + j Q
(Equação 509)
P = S cos j
Q = S sen j
j = cos
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