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Hitched - Imperfect Love 01 - Kendall Ryan

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Tradução: Ciça; Moa Bellini; Dom;

Emanu B.

Revisão Inicial: Lua R., Atlanta Mors;

Mery L; Josie; Lih Bitencourt

Revisão Final: Fran Costa

Leitura Final: Lola e Anna Azulzinha

Formatação: Lola

Verificação: Px
Casar com a garota que eu tive uma queda por toda

a minha vida? Confere.

Herdar uma empresa de cem bilhões de dólares?

Confere.

Fazer um herdeiro.... Espere, o quê?

Eu tenho noventa dias para engravidar a minha

falsa nova esposa. Há apenas um problema: ela me

odeia.

E nas letras miúdas do contrato? A exigência de

que nós façamos um herdeiro.

Ela não consegue ficar na mesma sala que eu. Diz

que nunca estará na minha cama.

Mas eu nunca recuei um desafio e não estou prestes

a começar agora.

Anote minhas palavras “eu vou tê-la implorando

por mim, e não vai demorar noventa dias.”


— Outra cerveja? — Meu melhor amigo Sterling,
perguntou.

— Melhor não.

Ele sorri.

— Então você realmente vai continuar com isso, hein,


cara?

— Qual é o problema? Você levou uma namorada de


mentira ao baile.

Eu rio comigo mesmo, lembrando do ano que Sterling


levou sua prima ao baile da escola. Ele pensou que era um
gênio naquele tempo por não precisar comprar um corsage1,
ou impressioná-la com um restaurante chique ou com o
passeio de limusine. Mas até o final da noite, quando todos
nós estávamos desfrutando de algum contato pele-a-pele com
nossas parceiras, ele percebeu a horrível decisão que tomou.
A única ação pele-a-pele que ele conseguiu foi com a mão.

1 Um pequeno buque de flores usado no pulso, geralmente o buque é dado pelo par. Muito comum em bailes de
escola nos EUA.
— Uma falsa esposa é uma coisa completamente
diferente. É um negócio grande. — Sterling me olha por cima
de sua cerveja.

Olhando para o mar do nosso ponto de vista na varanda


da casa de praia, eu solto a minha gravata, que estava
ficando muito apertada em volta do meu pescoço, e dou um
olhar sombrio.

— Na verdade, é juridicamente vinculativo, de modo que


ela vai ser a minha verdadeira esposa. Até que nos
divorciemos, ou até que o casamento seja anulado ou
qualquer coisa do tipo.

— Você está ouvindo a si mesmo? Isso é uma loucura.


Você não pode se casar com uma garota que nem gosta.

— Quem disse que eu não gosto dela?

Seus olhos se arregalam.

— Eu não estou falando sobre a paixão alimentada pelo


desejo não correspondido que você teve por ela desde que era
um adolescente com tesão.

Eu esfreguei a parte de trás do meu pescoço, sentindo o


despertar de uma dor de cabeça.

— O que você espera que eu faça? É parte do


testamento de meu pai. Esta é a minha, não, a nossa
condição para assumir a empresa. Nenhum casamento
significa nenhuma herança, ponto final. Para qualquer um de
nós.
Algumas pessoas podem dizer que possuir tal luxo
desde o início faz você imune a tudo, mas isso não é verdade.
Não houve um único dia de minha vida que não valorizei isso,
e de jeito nenhum eu vou desistir sem lutar.

Sterling solta um suspiro alto, e seu olhar segue o meu


para a água.

— Eu só acho que você deve realmente pensar nisso,


cara. O casamento é um grande negócio. Não é algo a ser feito
levianamente.

Entre nós dois, Sterling sempre foi a voz da razão. Para


cada ideia maluca que tive, cada vez que já saltei para o
fundo do poço, sem pensar, ele ajudou a me guiar de volta
para o caminho certo. Ele tem sido meu melhor amigo desde
que tínhamos catorze anos. Como éramos os dois novatos em
uma escola de prestígio em Connecticut, nos tornamos
inseparáveis.

— Confie em mim quando digo que entendo a gravidade


da situação.

A morte do meu pai no ano passado foi um enorme


despertar. O destino de sua companhia de $ 100 bilhões, de
repente caiu diretamente em minhas mãos. Eu tinha que
estar pronto para assumir. E estou e vou fazer o que for
preciso. É claro que não faz mal que a minha futura noiva
seja a mulher que eu sempre quis.

— Tem que haver outra maneira, — Sterling diz depois


de tomar um gole de cerveja. — Além disso, com o seu olhar
errante e perpetuo pau duro, você seria um marido terrível.
Ouch. Eu não sou tão mau, sou?

Ele está me dando um sermão sobre algo, mas tudo o


que posso focar são as ondas tumultuadas e os sentimentos
desconfortáveis mexendo dentro de mim.

— Oh, mais uma coisa, — eu digo, virando para ele. —


Eu preciso engravidá-la.

Sterling cospe sua bebida.


Um mês antes

Eu cerro meus dentes e verifico o meu Rolex pela


terceira vez. Essa coisa toda é um enorme desperdício de
tempo.

— Onde ela está? — Eu lancei um olhar para o pai de


Olivia, Fred Cane, que está sentado à cabeceira da longa
mesa da sala de conferência.

— Ela vai chegar, — ele me assegurou. Então, em voz


baixa, ele acrescenta, — Ela tem que chegar.

Exatamente meus sentimentos.

Esta reunião é um último esforço para tentar convencer


Olivia a assinar o contrato. Mas estou preocupado que hoje
vai ser apenas uma repetição da última semana. Ela correu e
se recusou a assinar qualquer coisa que nos coloque juntos
na mesma frase e disse de jeito nenhum.

Na verdade, poderia ter dito algo mais vigoroso. Acho


que houve até mesmo um foda-se envolvido.

Mas nós precisamos nos casar para a propriedade Tate


& Cane ser transferida para nós. E com o conselho dos
administradores com um prazo iminente, precisávamos ter
feito isso ontem. Eu não vou perder a empresa de US $ 100
bilhões que o meu pai construiu porque a rainha do gelo não
quer jogar junto.

Eu possuo uma gorda renda de seis dígitos, e desfruto


das melhores indulgências que o dinheiro pode comprar, e eu
sei muito bem que vivo uma vida boa. Só porque eu não vejo
tudo como garantido, isso não significa que eu não aproveite.

Upgrades gratuitos em todos os melhores hotéis?


Absolutamente. O melhor champanhe entregue à minha
mesa, sob cortesia do sommelier? Por que não? A salva-vidas
no nosso clube de campo me deixar pegá-la no vestiário
durante todo o verão? Claro. A anfitriã bonita loura do La
Chample que quer me fazer um boquete no banheiro antes do
meu jantar de negócios? Claro que sim. Ser rico e atraente
tem suas vantagens.

Mas se Olivia não aparecer hoje, e se não pudermos


chegar a um acordo com os termos deste contrato, a minha
riqueza irá sofrer imensamente. Assim como prejudicar os
trabalhos e as vidas de seis mil funcionários da Tate & Cane,
incluindo uma das minhas pessoas favoritas no planeta,
Rosita Hernandez. Ela é uma mãe solteira de seis filhos. E se
esse negócio for à merda, eu só posso imaginar o que
aconteceria com alguém como Rosita. Cristo, eu
provavelmente acabaria levando ela e as crianças para a
minha cobertura. O que, obviamente, iria colocar uma
enorme pausa nos boquetes e champanhe, acima
mencionados, que eu gosto de aproveitar regularmente.

Eu tremo só de pensar.

— Eu sei que é pouco convencional, que o contrato é....


— Fred faz uma pausa e franze a testa. Ele bate com os dedos
na mesa, parecendo envergonhado.

Não convencional? Porra, para dizer o de menos. Se a


situação não fosse tão cruel, eu poderia rir.

Ele e meu pai elaboraram seus testamentos anos atrás,


delineando o que aconteceria com seu bebê de bilhões de
dólares quando eles morressem. A pilha assustadora de
papéis na minha frente explica no jargão jurídico completo
que Olivia e eu vamos herdar a empresa com copropriedade
de cinquenta por cento..., mas somente se nós estivermos
legalmente casados.

Com a saúde debilitada de Fred e a própria empresa


sofrendo seis trimestres consecutivos no vermelho, uma
reunião de emergência foi convocada na semana passada.
Olivia e eu fomos apresentados às nossas opções.

Do meu ponto de vista, não havia opções. Havia apenas


a coisa certa a fazer. Temos que nos casar para salvar não só
os nossos próprios trabalhos, mas o legado de nossos pais e
os postos de trabalho de seis mil pessoas em escritórios em
Manhattan, Chicago, San Diego e Bruxelas.

Olivia se sentia de forma diferente. Ela não gosta da


ideia de estar presa a mim, e insistiu que tinha de haver
outra forma.

Mesmo que consigam convencê-la a se casar comigo,


jamais Olivia se aproximaria de qualquer lugar perto da
minha cama. Que pena.

Chegamos perto uma vez... só uma vez. No passado


quando ela era uma coeditora da faculdade bêbada nas férias
de primavera.

Sua família estava hospedada com a minha em uma


casa de praia em Puget Sound. Nós escapamos da Costa
Leste para o Oeste naquele verão. Assistimos as baleias e
caminhamos no ar salgado à beira mar e noites passadas
comendo lagosta e bebendo chardonnay como se nós
fossemos realmente adultos e não jovens de dezenove anos
com as estrelas em nossos olhos.

Ela escapou da cama de beliche no quarto que ela


dividia com sua irmã, Rachel, e foi para o meu quarto
naquela noite. E quando ela se arrastou para o meu lado e
colocou sua mão quente contra o meu peito nu, eu era um
caso perdido. Eu sempre quis Olivia. Sempre a desejei, desde
mesmo antes de saber que esses sentimentos estranhos
estavam em minhas entranhas, no meu peito. Nós nos
beijamos na escuridão, nossas línguas explorando, as mãos
tateando, corações batendo descontroladamente.
Mas então a realidade bateu em mim. Havia uma série
de razões para que eu dissesse não naquela noite. A mãe dela
foi recentemente diagnosticada com câncer, e eu sabia que
Olivia iria se arrepender de me usar para lidar com isso. Além
disso, eu sabia por um recente jogo de Verdade ou
Consequência que ela ainda era virgem.

Então, eu a beijei uma última vez e depois a mandei


embora. Foi a coisa mais difícil que eu já fiz.

E agora ela me trata como se eu fosse um pedaço de


chiclete preso debaixo desses seus saltos Louboutin que ela
tanto gosta.

— Eu realmente acho que isto é para o melhor, — Fred


acrescenta, puxando-me de volta ao presente.

— É o que seu pai queria, Noah, — diz Prescott. Antes


da morte de meu pai, Prescott era seu conselheiro mais
confiável. Ele também é um total pé no saco.

Só então, a porta da sala de conferências se abre, e eu


sei que é ela antes mesmo de eu olhar por cima do contrato.

Um perfume floral fresco com notas nítidas de


madressilva me cumprimenta. Eu não tinha a mínima ideia
de onde Olivia conseguia essa merda, mas me dava água na
boca. Sempre fazia isso. Uma vez passei um sábado inteiro no
balcão de perfume de uma loja de departamentos tentando
descobrir isso, tentando provar que era apenas alguma
versão fabricada popular, e que não era algo personalizado
para ela. Eu nunca encontrei.

— Estou aqui, — Olivia diz, um pouco sem fôlego.


Eu olho para cima bem a tempo de ser agraciado com a
visão dela alisando a camisa sobre suas curvas. Seios
exuberantes, uma barriga lisa e para completar amplos
quadris. A jaqueta está pendurada em seu braço, assim como
a sua pasta de couro curtida gravada com suas iniciais,
bordada em letra cursiva preta.

— Senhorita Cane, — eu digo alegremente. — Você


parece excepcionalmente renovada esta manhã.

Ela gosta de se exercitar na parte da manhã antes do


trabalho, diz que dá agilidade mental para manter o foco nos
negócios pelas dezesseis horas de trabalho por dia que ela é
conhecida por enfrentar. Eu gosto porque isso dá um brilho
rosado em suas bochechas. . . muito como eu acho que o
sexo faria. Apenas o pensamento faz meu pau se contorcer
em minhas calças.

— Me poupe, Noah. Isto é puramente negócios, — diz


ela, piscando para mim com aqueles exuberantes cílios
escuros.

Nenhum sorriso. Nenhum riso. O oposto da reação


habitual que evoco no sexo oposto. E isso me irrita pra
cacete.

É como se somente Olivia Cane possuísse o antídoto


para o meu charme. E isso só me faz querer vê-la se render a
mim muito mais. A ideia dela de joelhos, lábios rosados
separados, com o meu pênis profundamente em sua
garganta, implorando por mais, mesmo se engasgando com
meu comprimento impressionante, é mais do que apenas
uma excitação sexual. É praticamente um objetivo de vida.
Para mim, o sexo é um esporte competitivo. Eu sei as regras,
eu jogo bem, e eu sempre ganho.

Percebendo que eles ainda estão todos me olhando, eu


respiro fundo, tentando forçar meu pau a se comportar, e
conter as minhas mãos. Ela nunca aceitou nenhuma das
minhas merdas, e eu a respeito demais por isso.

— Eu só estou tentando fazer o que é melhor aqui.

Ela solta um suspiro de exasperação e coloca sua bolsa


sobre a mesa.

— Vamos acabar com isso.

Seu pai acaricia as costas de sua mão.

— Sente, querida.

Ela obedece, confiante mesmo em derrota, sentando-se


na cadeira com a confiança que foi criada dentro dela desde o
nascimento. Preston desliza uma cópia do contrato até ela, e
ela folheia-o com desinteresse.

— Eu só não vejo por que tem que haver uma cláusula


de casamento no contrato.

A mulher tem um ponto. Meu palpite? Porque nossos


pais sempre quiseram jogar de casamenteiros quando se
tratava de nós dois. Eles nos colocaram juntos desde que
estávamos em fraldas. Cristo, temos até uma foto antiga de
nós vestidos de noivos em um casamento falso há cerca de
vinte anos atrás.
— Eu já expliquei isso, querida. É a única maneira de
manter a empresa na família. Eu pensei que era isso que você
queria... uma oportunidade de comandar este lugar um dia.

— Eu quero, pai, — ela diz baixinho. Então seus olhos


se levantam para o meu. — Eu só não achei que seria forçada
a algo parecido como isso.

— Ninguém está forçando você, — eu digo, mantendo


meu tom leve enquanto eu cruzo meus dedos atrás da minha
cabeça. — A escolha é sua, Olivia. Eu já te disse, estou
dentro.

Ela mastiga a unha vermelha lascada do polegar por


apenas um segundo antes de cruzar as mãos no colo e me
atirar um olhar gelado.

— Estou muito consciente de sua posição.

Senhor, pelo menos, ela estava disposta a nos ouvir


novamente. Eu sei que, no fundo, ela entende a lógica de
nossos pais. Nós somos mais fortes juntos. Nossas famílias
construíram esta empresa juntos. Nenhum de nós pode se
dar ao luxo de comprar a parte do outro, então isso precisa
ser dividido meio a meio dentro da família. Por agora.

Mas, para mim, é sobre mais do que apenas dinheiro.


Olivia e eu crescemos juntos; nossos pais sempre imaginaram
que iríamos acabar juntos. Eu sempre soube que ela estaria
em algum lugar no meu futuro, mesmo se isso fosse apenas
trabalhando lado a lado, com ela arrebentando minhas bolas
toda vez que ela tivesse a chance. Era algo que eu estava
ansioso.
Fred continuou.

— Confiança e lealdade são as coisas mais importantes


no mundo dos negócios. Nós não podemos ir para a cama
com alguém que não confiamos. Temos que manter tudo isso
nesta sala. Apenas entre a família.

Olivia suspira, dando um olhar cético.

— Vou pensar sobre isso.

Pelo menos não foi um não desta vez, mesmo que o seu
tom ainda é azedo.

Prescott solta um bufo irritado.

— Nós nos encontraremos novamente na quinta-feira.

Ela coloca o contrato em sua bolsa e se levanta da mesa,


aparentemente com pressa para escapar.

— Até então.

— Obrigado por manter a mente aberta, — diz o pai. —


As coisas têm uma forma de se ajustarem que você não pode
antecipar.

Aceito o aperto de mão de Fred e Prescott. Quando


chega a vez de Olivia, ela empurra sua mão para mim,
claramente querendo apenas acabar com isso... e eu tenho
um lampejo de inspiração. Talvez eu devesse agitar as coisas.
Testar a espessura de sua concha gelada.

Segurando seu olhar, eu levanto a mão na minha boca e


a beijo.
— É um prazer fazer negócios com você... Sra. Tate, —
eu brinco com uma voz rouca, deixando meus lábios roçar os
nós dos dedos.

Seus olhos se arregalam e ela respira profundamente. É


minha imaginação, ou suas bochechas parecem um pouco
mais rosa do que antes? Mas antes que eu possa ter certeza,
sua expressão endurece em um olhar de morte.

Pegando de volta sua mão, ela solta:

— Não se precipite. Eu não concordei em casar com você


ainda, e mesmo que eu faça, eu nunca vou usar o seu
sobrenome.

E então ela sai deixando-me lá com um sorriso estúpido


no meu rosto.

— Eu já vi esse olhar antes, — Fred diz com um


pequeno sorriso. — Você está em apuros, filho.

Eu rio de seu aviso. De jeito nenhum Olivia Cane algum


dia me terá envolvido em torno de seu dedo.

No entanto, sua doçura única permanece em minhas


narinas. Ela deve ter o inebriante perfume em seu pulso, tão
perto do meu nariz quando eu lhe beijei a mão. Eu ainda
posso sentir sua pele macia, suave nos meus lábios. Uma
pequena intimidade, apenas tocá-la enquanto eu falava, não
deveria ter espalhado este formigamento sobre mim. Mas não
há como negar que está sala se tornou alguns graus mais
quentes.

Isso vai ser interessante. Pode até ser divertido.


Camryn quase derrama seu mojito de pera e suspira.

— Você tem que fazer o quê? Com quem?

Assentindo sombriamente, eu tomo um gole fortificante


de sangria. Apenas explicar toda esta situação angustiante
me faz sentir como se estivesse ficando louca.

Estamos almoçando em uma mesa para dois no


Banderilla, o nosso tapas bar2 favorito em toda Manhattan.
Este restaurante tem sido o nosso ponto de encontro desde
que éramos colegas da faculdade.

Nós conversamos sobre inúmeras decisões aqui. Se eu


deveria romper com meu primeiro namorado idiota (eu fiz), se

2 Tapas, na Espanha, são aperitivos servidos em bares e restaurantes, geralmente acompanhados por
uma bebida, que pode ser alcoólica ou não.
Camryn devia dar sua virgindade anal para o seu namorado
aspirante a músico (ela fez), se devíamos fazer uma tatuagem
de amizade (eu me acovardei), se ela deveria aceitar a oferta
de trabalho de Tate & Cane após o estágio que eu arrumei
para ela (ela aceitou).

Mas essa é provavelmente a maior decisão da minha


vida. Eu preciso de conselhos calmos da minha melhor amiga
agora mais do que nunca.

Camryn solta um suspiro simpático.

— Jesus. Eu sabia que a empresa não estava indo tão


bem, mas eu não tinha ideia do problema que estávamos.

— Sim, acontece que nós deveríamos ter investido mais


em mídia social.

Como todas as outras empresas de marketing grandes.


Papai manteve a suas armas com estratégias velhas, e agora
os clientes pensavam que nós éramos uns dinossauros.

— Então, o que você acha que devo fazer sobre este


contrato? — Pergunto novamente. Eu tento não soar
impaciente, mas a minha cabeça vem girando desde que meu
pai anunciou sua aposentadoria, e eu soube exatamente o
que eu precisava fazer para tomar o seu lugar.

— Me deixe ver se entendi. Você precisa herdar e


melhorar T & C, ou então o conselho vai tomar conta disso.
Antes do próximo trimestre.

— Sim.
— Mas o testamento de Bill Tate diz que você não pode
herdar até que você se case com seu filho.

— Uh-huh.

Ela morde os lábios.

— Então... no altar em questão de dias, huh? Parece


que o conselho é a rocha, e o testamento de Tate é a sua
sepultura.

— Exatamente. — Embora a rocha de Noah é o que eu


realmente preciso me preocupar agora. — E entre os dois,
minha vida pessoal será esmagada até virar pó.

— Eu não sabia que você tinha uma vida pessoal. — Ela


levanta uma mão em meu olhar exasperado. — Eu estou
brincando, estou brincando. Desculpa.

— Não, você está certa. Eu realmente não tenho. — Eu


suspiro pesadamente. — Mas caramba, por que eu deveria
abrir mão do pouco que tenho? Não é justo. No final de um
longo dia de trabalho, eu quero voltar para casa para o meu
espaço para um pouco de paz e tranquilidade.

Para não mencionar um vinho. E sorvete. E abafando o


silêncio com a porcaria da TV, de forma que eu não
começasse a pensar o quão solitária eu sou.

— Eu não posso lidar com isso 24 horas por dia 7 dias


por semana. Eu já terei que lidar com ele durante o dia todo
no trabalho, e agora eu terei que ver as meias sujas dele em
todos os lugares. — Porra, não.
— Quem disse que você tem que compartilhar seu
espaço?

Eu rio quando eu levo uma garfada de papas bravas3


para minha boca.

— Um marido e mulher, que não vivem juntos? Sim,


isso ficaria ótimo para publicidade. — Uma das muitas razões
por que o pai nunca iria permitir isso.

Camryn encolhe os ombros, as palmas das mãos viradas


para cima.

— Meu ponto é, você não tem que necessariamente


perder toda a sua vida.

— Apenas as partes de independência e privacidade.

— Vamos, tente pensar na situação como qualquer


outro movimento de negócios. Este casamento é apenas um
pedaço de papel. Depois que você e Noah resolverem a maior
parte, vocês podem negociar os detalhes como adultos e
encontrar algo que tanto você quanto ele pode lidar. Vocês
dois estão na mesma situação aqui — fazendo um enorme
sacrifício pessoal para salvar a sua empresa.

— Eu não estou tão certa sobre isso. Noah parece muito


mais feliz com a ideia do que eu. Ele estava de acordo desde o
início.

3 As “batatas bravas” ou “papas bravas” são um prato, tipicamente Espanhol, que consistem em
batatas fritas ou assadas acompanhadas de dois tipos de molhos: um de tomate picante e outro de
maionese alho e óleo.
Eu esfrego minha mão onde ele beijou, pensando em
sua maneira rouca de murmurar Sra. Tate. Sua ideia do
matrimônio claramente não é muito santa.

Camryn levanta uma sobrancelha perfeitamente feita.

— Oh? Você acha que ele gosta da ideia de compartilhar


a cama com você?

— Eu acho que ele gosta de compartilhar a cama com


qualquer coisa que tenha um batimento cardíaco.

Embora sua vida de playboy faça parecer ainda mais


estranho que ele esteja tão ansioso para se amarrar comigo.
Uh, isso foi uma má escolha de palavras. Mas quem pode
dizer que ele não vai apenas continuar transando com todas?

Como Camryn disse, este casamento é estritamente


profissional. Uma mera formalidade legal. E Noah
provavelmente iria explodir se ficasse mais de uma semana
sem sexo.

Eu posso ser a filha do patrão, mas eu ainda ouço o


meu quinhão de fofoca do escritório. Noah fodeu todas as seis
estagiárias no verão passado. Ele também dormiu com várias
secretárias ao longo dos anos, e todos simplesmente
fecharam os olhos. Rapazes são rapazes...

Bem, o recreio acabou. Se ele espera transformar esta


empresa, nós temos muito trabalho a fazer.

— Mas como você se sente sobre tudo isso? Noah Tate é


muito gostoso.

— Camryn... — Eu gemo.
— O que? Eu tenho olhos. Sua gostosura é um fato
objetivo. Assim como o papa é católico e carboidratos fazem
você engordar. Ele apenas é. Seria realmente tão ruim vê-lo
nu? — Seu sorriso malicioso diz que está sugerindo muito
mais do que apenas olhar. — Enquanto nós estamos pesando
os prós e contras aqui...

Faço uma pausa para considerar a imagem, depois


admito,

— Não.

Na verdade, seria provavelmente muito, muito


fantástico. Eu já tive uma prévia de seu corpo tonificado,
peito firme e tanquinho. Sempre que nossas famílias
passavam o verão juntos nos Hamptons, ele aproveitava cada
oportunidade para desfilar sem camisa. Cristo, quando eu
tinha dezenove anos, eu estive perto de transar com ele. Mas
eu era jovem, estúpida e com tesão naquela época. Agora sou
mais velha, mais sábia... e ainda extremamente com tesão.
Droga.

É ridículo quão facilmente Noah agarra a minha


atenção. A menor coisa que ele faz pode me deixar nervosa.
Como no final do nosso encontro de negócios ontem. Assim
como por cortesia, o mais brusco adeus possível, eu estendi a
mão a ele, apenas para Noah se curvar um pouco e levá-la a
sua boca para um beijo.

— É um prazer fazer negócios com você... Sra. Tate, — ele


brincou com uma voz rouca.
Minha boca ficou seca e meu estômago se agitou. Ou
talvez essa vibração estivesse em algum lugar um pouco ao
sul do meu estômago. De repente, lembrei exatamente
quantos anos, meses, dias e horas faz desde a última vez que
transei.

Tentei me recuperar. Quem ele pensava que era?


Estávamos de pé em um arranha-céu na Madison Avenue,
não em um castelo do século XVI. Este ato foi
descontroladamente impróprio em um local de trabalho. Eu
poderia dar um tapa na sua bunda com uma ação de assédio
se eu quisesse. Em vez disso, eu apenas dei ao bastardo
arrogante um olhar de morte e a réplica mais gelada que eu
poderia pensar.

Mas era tarde demais. Não havia como negar a reação


do meu corpo. O tremor quente que correu pela minha
espinha quando seus lábios suaves e carnudos tocaram meus
dedos, esfregando minha pele enquanto ele falava.

Mesmo agora, eu me encontro repetindo a imagem de


Noah Tate olhando para mim com um sorriso pecaminoso,
seus olhos escuros em chamas...

Eu afasto a memória. E daí que Noah sabe como flertar


como o mulherengo sem vergonha que ele é? Sexo, era só
nisso que ele é bom. E homens bonitos são abundantes,
especialmente em Nova York. Caramba, um vibrador de
cinquenta dólares poderia fazer o seu trabalho, e eu não teria
que ouvir as suas besteiras. Eu não ralei na faculdade de
negócios apenas para me tornar a mulherzinha de Noah.
Então, novamente, eu também não ralei na faculdade
para assistir a empresa do meu pai ir pelo ralo.

Meus pensamentos me deixam sóbria, transformando a


minha raiva em melancolia. Passei minha infância no
escritório do meu pai, brincando em seus pés enquanto ele
dirigia um navio financeiro de milhões. Todas as crianças
pensam em seus pais como deuses, e eu não era exceção.
Mesmo desde que assumi o meu lugar como seu braço
direito, com a minha própria voz no negócio da família, eu
ainda o respeito mais do que qualquer outro homem.

E depois do diagnóstico de câncer. Diagnósticos, no


plural, primeiro minha mãe no meu primeiro ano de
faculdade, então meu pai no ano passado.

Mas mesmo que eu já tenha passado por isso com a


morte da minha mãe, a doença do meu pai ainda veio como
um choque. Ele é tão sábio e orgulhoso como sempre, e ele
coloca uma fachada de coragem para o resto de nós, mas
posso dizer o que o câncer está fazendo com ele. Eu sou sua
filha por vinte e seis anos; eu sei para onde olhar. São esses
pequenos momentos, como quando suas mãos tremem
quando falamos sobre o futuro, ou que ele tem esse olhar
distante em seus olhos.

Papai tem tão pouco tempo. Às vezes, ainda é mais


difícil de lembrar. Que muito em breve, Rachel e eu seremos
a única família remanescente uma da outra. E a minha irmã
com certeza não irá comandar Tate & Cane. Ela nunca se
interessou pelo mundo dos negócios; ela gosta de moda, não
de finanças. Embora talvez eu devesse pedir conselhos sobre
design gráfico, para renovar os nossos estilos de campanha
de marketing...

Eu franzo a testa quando tomo a minha sangria. Porra,


estou pensando como se Tate & Cane já fosse minha. Como
se eu tivesse inconscientemente minhas responsabilidades
como certas.

Bem, por que não deveria? Pai sempre me disse que seu
lugar seria meu um dia. Esta empresa é o meu direito de
primogênita. É o legado de meu pai, um fruto duramente
conquistado de todo o seu sangue, suor e lágrimas. Ele não
deve passar seus últimos dias se preocupando com o que vai
acontecer com ele. E em breve, esta empresa vai ser tudo o
que me resta dele. Supondo que eu realmente consigo
segurar a maldita coisa.

Sentimento pessoal de lado, T & C também emprega


mais de seis mil pessoas. Seis mil vidas que vão ser viradas
de cabeça para baixo, se os nossos concorrentes assumirem.

Porra. Eu não posso acreditar que estou mesmo


considerando este contrato ridículo.

Mas a minha carreira é tudo para mim. Sempre foi.


Enquanto outras meninas apreciavam vidas sociais normais,
eu estudei durante horas todas as noites. Enquanto elas
escolhiam vestidos para voltar para casa e roubavam bebidas
no armário de seus pais, eu fiz estágios. Enquanto elas
presidiam irmandades, eu co-presidia na minha universidade
o clube das Mulheres Empresárias. Eu assistia cada uma das
minhas aulas de graduação e de MBA. Sem festas e quase
nenhum namoro. Eu nunca me apoiei na reputação do meu
pai; desde que eu era velha o suficiente para entender qual
era a enorme responsabilidade que me esperava no futuro, eu
queria estar pronta para isso.

Bem, estou pronta agora. Eu trabalhei duro por toda a


minha vida, e ganhei o direito de me provar como chefe da
Tate & Cane. Estou confiante de que posso ocupar o lugar do
meu pai.

Eu não posso decepcionar o papai. Eu não posso me


decepcionar. Esta empresa é minha; o pensamento de perdê-
la para um concorrente é ainda pior do que o pensamento de
Noah fazendo comentários sugestivos para mim pelo o resto
da minha vida.

Esta empresa não pode escapar por entre os meus


dedos, não posso permitir isso, mesmo que isso signifique
que eu tenha que fazer parceria com Noah. Não só parceira,
mas meu Deus, me casar com o filho da puta. Nossos pais
devem ter ficado temporariamente insanos quando
escreveram seus testamentos. Então, novamente, eles sempre
tiveram ideias estranhas à moda antiga sobre namoro e
noivado.

Mas nenhuma situação é impossível. Se eu conseguir


me acalmar e pensar com clareza, uma solução ideal
emergirá. Qualquer meta aparentemente impossível pode ser
gerida se dividida em tarefas pequenas.
Respiro fundo para me acalmar e tentar deixar a minha
formação assumir.

Camryn fez dois pontos importantes. Em primeiro lugar,


tanto Noah quanto eu, queremos salvar Tate & Cane
Enterprises. Esta empresa é nosso direito de nascença, o
legado dos nossos pais e seus funcionários são nossa
responsabilidade. E em segundo lugar, este casamento é
apenas uma outra forma de parceria legal. O que significa
que é um contrato aberto a negociação.

Sim, é realmente uma merda que eu não vá me casar


por amor. Meu secreto lado romântico se encolheu com o
pensamento. Mas eu tento deixar de lado tanta bagagem
emocional quanto eu posso. Nem todo casamento tem de ser
como um romance de Hollywood, afinal. Noah e eu não
precisamos estar apaixonados para gerir com sucesso uma
companhia.

A pergunta de $ 100 bilhões aqui é: Quão bem nós


trabalharemos juntos?

Podemos até mesmo nos dar bem? Será que a nossa


parceria será estável e produtiva? Ou será que vai implodir...
levando Tate & Cane para baixo com a gente?

Esta decisão não está inteiramente em meus ombros.


Nossos pais sempre disseram que nós somos mais fortes
juntos, é por isso que eles nos uniram em primeiro lugar.
Então Noah deve fazer um bom trabalho também. Na
verdade, eu poderia argumentar que é o seu trabalho me
convencer, uma vez que ele já está a bordo.
Então, deixe fazer o seu discurso de venda. Deixe provar
a si mesmo para mim. Ele tem que demonstrar como e
porque essa relação pode realmente ter sucesso. Eu vou fazer
a minha parte também, eu vou tentar manter a boa-fé e
receptividade à ideia de nos tornarmos amigos. Mas eu não
sou o tipo de me comprometer com algo a menos que eu
saiba que posso seguir adiante. Se eu vou me casar com
Noah mesmo, por Deus, eu quero ganhar isso.

O fim do meu debate interno deve ter aparecido em meu


rosto, porque Camryn se estica do outro lado da mesa para
apertar a minha mão.

— Vou pedir nossa sobremesa.

— Eu te amo, — eu digo com um suspiro. Mesmo com a


minha determinação recém-descoberta, eu vou precisar de
um pouco de chocolate para passar por isso.

— Se isso faz alguma diferença, eu acho que você é


realmente corajosa.

Eu forço um sorriso.

— Obrigada.

Resmungando para mim mesma, eu pego meu telefone


na minha bolsa e ligo para meu pai para agendar outra
reunião com Noah e Prescott. Eu tenho que dar a minha
resposta o mais rápido possível.
No fim da tarde, quase ao fim do dia útil, eu abro a
mesma porta da sala de conferência que eu estava ontem.
Ninguém se vira em resposta; os três homens sentados à
mesa já olharam para cima ao som dos meus passos no
corredor.

O sorriso torto de Noah é presunçoso. O que foi que você


disse antes? Algo sobre não se casar comigo? Ele está se
vangloriando. Como é que é o sabor amargo da humilhação4?

Um músculo fica tenso na minha mandíbula. Ele nem


sequer tem que dizer uma palavra e eu já estou irritada mais
uma vez. Porra, ele é tão irritantemente atraente, com seu
terno cinza, camisa branca e gravata vinho, todos habilmente
adaptados para atender seus 1,90cm e o fato de que ele pode
me afetar tão facilmente apenas me irrita ainda mais.

Todo o seu comportamento grita confiança. Desde seus


olhos profundos e curiosos que veem muito, para suas mãos
fortes com unhas bem aparada, até a espessa coluna de sua
garganta que se mexe quando ele sorri para mim. Ele é a
personificação das minhas fantasias adolescentes. Perfume
amadeirado masculino. Musculoso, e ainda bem
estruturado. Com raciocínio rápido, que sempre encontra
uma maneira de me puxar para uma discussão.

Ignorando as batidas do meu coração, eu forço meus


olhos a se afastar de Noah e observo o ambiente.

4 A palavra Humble Pie é uma expressão que significa: ser forçado a admitir que esteja errado e/ou
pedir desculpas. Achei melhor deixar no original. Procurei traduzir
— Obrigada a todos pela nova reunião em tão curto
prazo. Eu tenho uma proposta a fazer.

— Eu pensei que era o meu trabalho, — exclama Noah.

Claramente ignorando sua piada, eu explico.

— Eu vou assinar o contrato de herança no final do


mês...

Todos piscam para mim. Meu pai e Prescott pareciam


agradavelmente surpreendidos. O sorriso irritante de Noah se
foi, substituído por uma testa ligeiramente franzida.

— Mas somente, — eu continuo, — se Noah puder me


mostrar que uma relação entre nós poderia funcionar. Afinal
de contas, o destino da Tate & Cane depende da nossa
capacidade de cooperar tanto como parceiros de negócios e
cônjuges.

— Um período de teste? — Pergunta meu pai.

— Você poderia descrevê-lo assim. Eu também acho que


nos conhecermos melhor vai ajudar a imagem pública da
empresa. Temos de fazer o nosso relacionamento crível; vai
parecer estranho se ninguém nos ver juntos antes de nos
casarmos

É também uma oportunidade para mergulhar meus


dedos dos pés antes de mergulhar direto para o profundo
abismo. Uma tentativa de injetar um pouco de normalidade
em uma situação profundamente anormal.

Mas eu não digo esta parte em voz alta. Eu não quero


admitir agora que o casamento ainda me assusta um pouco.
Não com Noah piscando curiosamente para mim, e Prescott
parecendo frustrado com a perspectiva de ainda mais
atrasos.

Noah finalmente fala.

— Então, basicamente, você está me pedindo para sair


com você.

Concordo com a cabeça para ele.

— Sim, essa é a ideia. Pelo menos me levar para uma


bebida antes de eu considerar aceitar o seu nome. — Eu olho
diretamente para ele, esperando para ver a reação dele antes
de eu acertá-lo com a minha próxima cláusula. — Oh, e outra
coisa. Se abster de ter relações sexuais... com qualquer um.
Ela quer que eu a corteje?

De todos os cenários que eu imaginava, desde o mais


provável, onde Olivia rasga o contrato, para o ainda mais
louco, onde ela realmente assina, este não era um deles.

Ela está propondo suas próprias estipulações,


garantindo que eu vou ter que trabalhar para conquistá-la.
Embora eu provavelmente devesse ter esperado uma
surpresa desagradável. Esta é Olivia Cane, afinal.

— Se não houver mais perguntas, eu deveria voltar ao


trabalho, — diz Olivia. Quando ninguém responde, ela se vira
e sai da sala de conferências, a bunda balançando quando
seus saltos batem no chão. A porta se fecha.

— Isso foi interessante, — eu digo sob a minha


respiração.
Fred para ao meu lado enquanto eu me levanto,
tentando processar o que aconteceu.

— Parece que agora é contigo, filho. Mas não se


preocupe. Eu sei que você pode conseguir isso.

— Obrigado. — Eu aceno, então sigo em direção ao seu


escritório. Ela não pode soltar uma bomba como essa e, em
seguida, sair.

Ela está lá dentro, empoleirada em sua cadeira de couro


cor de creme, os sapatos jogados embaixo da sua mesa. As
unhas dos pés estão pintadas de um azul claro, e ela está
batendo o pé no mesmo ritmo da música que ela está
cantarolando. Algo em sua tela de computador tem a sua
completa atenção.

Assustada ao ouvir o som da porta se abrindo, ela olha


para cima, com os olhos azuis cristalinos arregalados que
encontram os meus.

— Você precisa de algo? Tenho trabalho a fazer.

Ela mencionou que devemos sair para uma bebida. O


que é perfeito, considerando que eu preciso provar o quão
compatível podemos ser. Mas, primeiro, eu preciso que ela
saiba de uma coisa. Isso não é apenas um jogo; Eu preciso
que ela entenda exatamente o que está em jogo, se não
formos bem-sucedidos.

— Venha comigo. Há algo que eu preciso te mostrar.

Eu a puxo para cima de sua cadeira, permitindo um


momento para deslizar seus pés delicados de volta em seus
sapatos, então a conduzo para fora do escritório antes que ela
possa discutir.

— Para onde você está me levando?

Eu grunhi e resmunguei:

— Você vai ver.

— Não seja como um homem das cavernas; use


palavras.

— Nós vamos para a sala de correio.

Ela zomba.

— Para que?

Eu não respondo, só aperto o botão do elevador.


Descemos para o subsolo do edifício com um estranho
silêncio em torno de nós. Quando as portas se abrem para o
subsolo, eu tomo uma respiração profunda.

— Ahh... Você sente isso? — Eu sorrio para ela.

Sua boca vira para baixo em uma careta.

— Mofo? — Seus olhos vão ao redor do grande espaço


aberto empilhado com caixas. — O departamento de saúde
teria um dia cheio aqui em baixo.

Este é o meu lugar favorito em todo o edifício, então eu


não aceito muito gentilmente a crítica de Olivia.

— Não seja resmungona. Vamos.

Eu entrelaço meus dedos com os dela mais uma vez e a


levo pelo corredor iluminado por luzes florescentes. Quando
chegamos à sala de correio, me pergunto por um momento se
Rosita está em seu intervalo.

— Agora, o que é que você queria me mostrar? — Olivia


levanta as sobrancelhas e coloca uma mão em seu quadril,
obviamente, não impressionada.

Prateleiras largas alinhadas em todas as quatro paredes.


Elas estão numeradas correspondentes com os andares do
prédio e possuem vários envelopes e pacotes. Não é uma
operação de alta tecnologia, mas faz seu trabalho.

— Não o que, mas quem. — Eu viro meu queixo em


direção a latina cantarolando alegremente uma canção para
si mesma. Rosita está de costas para nós enquanto ela
classifica as cartas no outro extremo da sala.

— Rosita, — eu chamo.

Ela gira, claramente não esperando ninguém, e seus


cabelos balançam até os ombros. Um olhar de surpresa está
pintado em suas feições agradáveis, especialmente seus
grandes olhos castanhos escuros, e uma pitada de rosa em
suas bochechas redondas.

Rosita imigrou para cá do México quando tinha apenas


dezoito anos, aprendeu sozinha Inglês, e trabalhou duro para
sustentar sua crescente família. Agora, ela é uma força a ser
reconhecida.

Uma empresa desse porte geralmente emprega uma


equipe em sala de correio de três a quatro pessoas. Mas
Rosita disse que não queria ninguém em seu caminho, e ela
administra toda a operação sozinha. Ela tomou posse tanto
da posição quanto do espaço, e o fez dela, pendurando
cartazes alegres na parede. Um de um macaco dançando.
Outro das papoulas alaranjadas brilhantes.

— Mi amor! 5 — Ela diz, já indo em direção a nós. —


Abrazo 6. — Ela abre os braços para mim, esperando nosso
abraço costumeiro.

— Gracias, Mamacita 7 , — eu respondo, dando-lhe um


aperto leve.

É da mesma forma que ela me cumprimenta, nos


últimos seis anos. Eu sei uma quantidade gritante de quatro
palavras em espanhol, mas eu sempre as uso com ela. Eu
quero que ela se sinta em casa, eu acho.

Coincidentemente, Rosita e eu começamos a trabalhar


aqui no mesmo dia. Nós até mesmo fizemos integração
juntos. Eu era um recém graduado da faculdade, e Rosita,
quinze anos mais velha, estava cética sobre o filho do
proprietário. Ao contrário de Olivia, eu não trabalhei aqui
desde que eu comecei a andar. Eu tive outros trabalhos
durante a faculdade e trabalhei em outra empresa para que
eu pudesse ver como a competição funcionava.

Quando a conheci, pensei que Rosita poderia supor que


eu era algum riquinho mimado e privilegiado que não
precisava trabalhar para ganhar o seu salário. Isso me fez
ainda mais determinado a provar que ela estava errada. Meu

5 Meu Amor em Espanhol.


6 Abraço em Espanhol.
7 Obrigado, Mamãe. Em Espanhol.
pai sempre foi generoso ensinando todas as funções para os
iniciantes, de qualquer maneira. Assim, pelas minhas duas
primeiras semanas na Tate & Cane, comecei trabalhando
lado a lado com Rosita na sala de correspondência.

Foi durante esse tempo que cimentamos nosso


relacionamento. Nós entregamos pacotes e memorandos lado
a lado, e piadas e histórias foram compartilhadas. Mas eu
realmente me apaixonei quando ela compartilhou suas
empanadas comigo no almoço.

Os olhos de Rosita alargam ligeiramente enquanto ela


olha para Olivia.

— Senhorita Cane, — diz ela, sua voz suave e


interrogativa. Não é todo o dia que a filha do CEO vagueia até
a sala de correio.

— Por favor, me chame de Olivia, — diz ela, corrigindo


Rosita com um sorriso que foi dado para apaziguar. — Prazer
em conhecê-la.

Todos na empresa conhecem Olivia, mesmo se não a


encontraram.

— Você... precisa de algo? — Rosita olha entre mim e


Olivia novamente.

Eu balancei minha cabeça.

— Não. Apenas viemos dizer olá.

A postura de Rosita relaxa e ela sorri.

— Você recebeu meu convite para a festa de aniversário


de Maria?
— Claro. Duas semanas a partir de sábado, certo? Já
está na minha agenda.

— Você já almoçou? — Ela sorri e estende a mão para


alisar uma mão sobre a minha gravata de seda. — Eu me
preocupo, você sabe.

Eu sorrio.

— Eu comi. Obrigado.

Às vezes, quando estou ocupado, eu sou conhecido por


pular o almoço, isto é, até Rosita entrar em meu escritório
com um sanduíche da delicatessen do final da rua. É como se
ela pudesse sentir quando eu perco uma refeição. Ela muitas
vezes ultrapassa a linha entre colega de trabalho, amiga e
mãe.

Trouxe Olivia aqui hoje, porque eu quero que ela veja


que há mais nessa empresa do que os números dizem.
Algumas coisas não podem ser aprendidas a partir de uma
folha de cálculo. A perspectiva que Olivia tem empoleirada em
sua cadeira de escritório durante todo o dia é bastante
diferente da perspectiva que outros tem no piso térreo desta
operação.

Ficando aqui, olhando nos olhos ricos de mogno de


Rosita e sentindo o calor e cuidado que derrama de sua
própria alma, é impossível para nós não estar ciente da
importância da nossa responsabilidade. Não podemos falhar
com estas pessoas. Se não conseguirmos, nós levamos todas
essas pessoas para baixo com a gente.
E eu, pelo menos por uma vez, não vou deixar isso
acontecer.

Depois de brincadeiras trocadas, Olivia e eu voltamos


para o elevador.

— Ela é importante para você, não é? — Pergunta Olivia.

— Muito.

Ela balança a cabeça, parecendo contemplativa.

Eu verifico o meu relógio quando damos um passo


dentro do elevador e deixou escapar um suspiro. Olivia
parece tão sobrecarregada como eu me sinto. Estivemos sob
uma montanha de estresse ultimamente, e eu tenho um
sentimento que só vai ficar mais intensa.

— Hoje foi inesperado, — eu digo. — Então, depois de


semanas de negociação, você realmente vai considerar isso,
hein?

— Eu vou fazer isso em meus termos, se e quando eu


estiver pronta, Noah. Considere as próximas semanas um
período experimental.

— Isso vai ser fácil, querida.

— Oh, não vai ser fácil, — ela diz, me corrigindo. — E


não me chame de querida.

— Você tem certeza sobre isso, Sra. Tate?

— Eu disse para não me chamar assim, nenhum dos


dois.
— Eu sei. Você me disse para levá-la para tomar uma
bebida antes de considerar usar o meu nome. — Eu sorri
para ela. — O que eu acho que é uma excelente ideia.
Brilhante, na verdade.

Eu consigo o meu primeiro sorriso dela e sinto uma


vontade de bater em meu peito. Apesar de ter uma mesa
cheia de trabalho para voltar, a ideia de sentar em frente de
Olivia e ouvi-la me dizer sobre esse suposto período de teste
soa muito mais divertida. Hora de pressionar um pouco mais.

— São cinco horas em algum lugar, você sabe.

— Nós tivemos muita coisa acontecendo. Acho que


poderíamos tomar um coquetel, — diz ela, me surpreendendo
quando ela realmente concorda.

— A encontro no lobby em quinze minutos? — Eu sei


que ela nunca vai concordar em partir sem encerrar o último
de seus e-mails.

— Certo.

Então eu assisto a bunda dela enquanto ela caminha


em direção de seu escritório.

Uma vez que estamos sentados no elegante Stanton


Room, um ostensivo bar do outro lado da rua do nosso prédio
de escritórios, Olivia e eu fazemos nosso pedido para a
garçonete,vodca Martini dose extra para ela, e um uísque
com gelo para mim.
— Dose extra, hein? — Eu pisco para ela.

— Surpreso? — Há uma sugestão de um sorriso em


seus lábios.

— Que a puritana Olivia Cane gosta de dose extra? Sim,


estou.

— Não pense demais, Noah. Eu odiaria vê-lo ter danos


cerebrais.

Eu franzo as sobrancelhas para ela. Se há uma coisa


que Olivia e eu fazemos bem, é provocar. E embora ela
gostasse de acreditar no contrário, a tensão sexual corre solta
logo abaixo da superfície.

Eu me inclino em direção a ela, meus cotovelos sobre a


mesa.

— Então, como é que tudo isso irá funcionar,


exatamente? Eu e você? Eu só gostaria de estar ciente sobre
as expectativas para que eu possa ultrapassá-las.

Seu olhar é calmo. Não gelado, pelo menos, mas ainda


muito longe de onde eu a quero.

— Bem, eu não pensei muito sobre isso ainda, mas você


vai ter que me conquistar. Mostre que está coisa louca
poderia realmente funcionar.

Se há uma coisa que eu sei sobre Olivia, é que ela se


recusa a falhar. Algo me diz que com tudo o que está em jogo,
Olivia precisa saber se eu não vou estragar tudo e
envergonhá-la como marido. Temos que trabalhar juntos,
viver juntos, e realmente fazer todo este relacionamento
funcionar.

— Então, você disse que você quer namorar? Eu não


namoro, floco de neve.

— Me convencer não significa necessariamente


namorar.

Ela toma um gole do seu copo de Martini e o coloca para


baixo com um olhar inquisidor em suas feições delicadas. Ela
pode ser parecida com a habitual menina doce da casa ao
lado, mas em seu núcleo, Olivia é uma dor de cabeça. A
ameaça tripla total. Sexy, inteligente e talentosa. O que é
perfeito, visto que essas são as qualidades que sempre sonhei
que minha futura esposa iria possuir. Bem, aquelas,
juntamente com uma bela...

Olivia limpa a garganta, interrompendo minha linha de


pensamento. Porra.

— Conquistar significa que podemos estar na mesma


sala juntos sem rasgar a garganta um do outro.

Eu concordo.

— Ok, vamos ser civilizado sobre isso.

— Tudo bem, — diz ela. — E nós devemos descobrir o


que nós temos em comum.

Eu acho que já sabemos o que temos em comum e ao


meu entendimento, é uma longa lista. Mas eu vou seguir por
qualquer caminho que ela queira ir. Eu vou ganhar, não
importa o que aconteça.
— Vendo como nós temos que fazer isso direito, eu
concordo. Eu deveria saber um pouco sobre a minha futura
noiva, — eu digo. — Por exemplo, a sua posição sexual
favorita...

Ela tosse e gagueja, engasgando com a azeitona em sua


bebida. Por um minuto, eu acho que vou ter de realizar a
manobra de Heimlich, até que ela engole a maldita coisa e
olha para mim.

— O que isso tem a ver com qualquer coisa? — Ela bota


para fora, com a voz ainda rouca.

Eu rio.

— Se acalme. Eu só quero saber como agradar a minha


futura esposa, é tudo.

— Você pode me agradar em ficar quieto e começar a


trabalhar no escritório em vez de tomar três Martinis no
almoço.

— Querida? — Eu pisco para ela. Desde que já me foi


dito por mais de uma ex-namorada que meus cílios são
invejáveis, eu estou esperando que eles tenham o efeito
exagerado que estou pretendendo atingir. — Nós deveríamos
estar discutindo o que temos em comum.

— Certo. Bem... — Ela começa listando os itens em seus


dedos. — Verão nos Hamptons. Trabalhando na Tate & Cane,
obviamente. Nossas famílias são amigas.

— Nós dois perdemos nossas mães, — eu indico.


Seu olhar cai para a mesa à sua frente, mas eu não me
sinto mal. É apenas um fato da vida, um que nós já
discutimos antes, e eu prefiro ignorar as besteiras
superficiais e focar no que realmente importa.

— Sim. O que mais? — Ela tamborila os dedos na mesa.

— Eu, por exemplo, gosto de anal. Você?

Droga. Novamente ela engasga. Eu dou palmadinhas


nas costas da minha futura noiva até a que sua via aérea
esteja limpa.

— Outra bebida? — Pergunto, notando que a dela agora


está vazia.

Ela parece nervosa por ter bebido tão rapidamente, mas


eu sinalizo para a garçonete para outra rodada.

— Eu sei no que estou me metendo, Noah. Além disso,


meu foco vai ser em salvar esta empresa, e não fingir ser a
mulherzinha feliz para o meu falso marido.

— Correção. — Eu me inclino mais perto. — Logo serei


seu verdadeiro marido. Vou conquistá-la, Floco de Neve. Isso
vai acontecer.
Me conquistar, Noah disse. Marido de verdade.

Não há nada de verdadeiro sobre isso. Ele pode chamar


de período de teste de namoro se quiser, mas meu único
objetivo é garantir que daremos certo como co-CEOs. Não há
necessidade de confundir as coisas misturando amor ou
sexo, não importa quão perigosamente atraente ele seja. Mas
eu tenho perguntas que precisam de respostas.

Por exemplo, porque ele me levou para o departamento


de correspondências hoje? Ele praticamente me arrastou lá
para baixo. Independente de qual seja a razão, é importante
para ele. Seria para me dar um choque de realidade e lembrar
que eu não sou a única com problemas por aqui, e portanto,
eu deveria parar de choramingar? Ou apenas para me
mostrar seu lado caloroso e fofo?

Se foi esse seu objetivo, funcionou. Tenho que admitir


que Rosita e Noah são adoráveis juntos. Quase como mãe e
filho. A pessoa mais impassível na Terra, sorriria ao ver seu
afeto. E não é como se eu pensasse que falta integridade ou
bondade em Noah, falta apenas um pouco de autodisciplina.
Eu tenho muitas razões para acreditar que estar próxima a
ele não será tão ruim.

Mas mesmo que eu pudesse arriscar palpites durante


todo o dia, quero ouvir a explicação de Noah com suas
próprias palavras. E, de todo jeito, já passou da hora de uma
mudança de assunto.

—Por que você me apresentou a Rosita? —, Pergunto.

—Para mostrar o que está em jogo.

Apesar de ter antecipado isso, seu tom angelical faz meu


lábio se curvar.

—Como se eu não tivesse nenhum indício sobre a


gravidade da nossa situação. Esse é o objetivo desse período
de teste, ver se nós podemos trabalhar juntos antes de nos
tornarmos oficialmente uma equipe. Estou fazendo o meu
melhor para me tornar sua amiga, então. . .

Ele inclina a cabeça com um meio sorriso.

— Amiga? Estou mirando um pouco mais alto.

Certo, eu nem imaginava! Como se ele não tentasse


conduzir a conversa para sexo o tempo todo.

Eu levanto uma sobrancelha com ceticismo.

— Amizade é tudo o que precisamos para fazer isso


funcionar. E nós estamos praticamente começando do zero....
Poderíamos dizer que somos conhecidos, na melhor das
hipóteses. Você não acha que está sendo um pouco
ambicioso demais?

— Não —, ele responde, seu sorriso arrogante


firmemente no lugar.

Eu rolo meus olhos.

— Uau. Sua arrogância realmente não tem limites.

— Quando você realmente acredita em alguma coisa. —


Seu sorriso lascivo cheio de intenções. — Então não é
arrogância. Apenas confiança.

— O que faz você pensar que eu iria querer algo a mais


com você? Você não é exatamente o meu tipo.

Eu esperava que ele me desse um olhar descrente, ou


que apenas fizesse alguma leve sugestão. O que eu
definitivamente não esperava era,

— Porque eu tenho um pau de vinte e dois centímetros.

Eu quase sufoco com meu Martini pela terceira vez. Eu


cuspo,

— E esse número deveria me impressionar? — Será que


ele seriamente espera que eu acredite nesse tipo de besteira
de estrela pornô?

— É verdade—, ele ronrona, inclinando-se um pouco


mais perto. — E eu sei como usá-lo. Juntamente com a
minha língua, minhas mãos... basta perguntar a qualquer
mulher com quem eu estive.
— Me poupe dos detalhes. Você fodeu metade da cidade
de Nova Iorque. Estou disposta a acreditar que você aprendeu
alguma coisa fazendo isso.

— Primeiro, eu não fodi metade de Nova Iorque. Acredite


ou não, eu sou muito seletivo. Em segundo lugar, em vez de
acreditar em mim, porque não vê por si mesma?

Dou um olhar cético.

— Você quer me mostrar seu pau?

— Se isso for ajudar a te convencer. — Ele drena as


últimas gotas de seu uísque e se levanta. —Venha, vamos.

Eu fico olhando enquanto ele se afasta.

Ele está falando sério? Ele vai simplesmente tirar seu


pau das calças? Eu olho em volta para ver se alguém está me
observando, então eu levanto e o sigo até o corredor atrás do
bar, perto dos banheiros, incapaz de compreender por que
diabos eu estou participando disso. Isso é ridículo.

Uma vez que estamos em segurança em um canto


privado, Noah desfaz seu cinto, abre a braguilha... e tira uma
mangueira de incêndio, porra.

Santa mãe de Deus. Minhas mãos voam para a minha


boca. Quero ofegar de choque, mas de jeito nenhum eu daria
esse prazer.

Ele estava certo. Seu pênis é no mínimo enorme, e ainda


nem está totalmente ereto. Vinte e dois centímetros é
modéstia da parte dele, se isso for uma prévia do tamanho
que ficará quando estiver duro. Ele deve destruir os egos dos
homens cada vez que entra em um vestiário. E eu não quero
nem pensar no que ele destrói nas mulheres. .

— Meh. Já vi maiores , — Eu me forço a dizer, lutando


para manter a compostura.

Noah ri.

— Eu acho que não, querida.

— Bem, e-e-esse monstro nem mesmo se aproximará do


meu útero. Não, obrigada. Eu prefiro manter meus órgãos
intactos.

O sorriso de Noah se alarga.

— Eu duvido, mas apenas para garantir, eu vou


penetrá-la lentamente. Muito simples. Além disso, você tem
um bom seguro de saúde, certo?

— Isso não é engraçado, Noah. Agora, guarde essa coisa


ou eu vou removê-lo do seu corpo.

Tento parecer severa, mas minha voz trêmula e minhas


bochechas vermelhas certamente me delatam. Por que diabos
não consigo parar de olhar?

Ele ri, oh sim, o idiota definitivamente não caiu nessa,


mas ele atende ao meu pedido, colocando o animal de volta
em sua toca.

Eu tento me recompor quando nós voltamos para o bar.


Uma vez sentados, tão friamente quanto eu posso, eu digo:

— Isso não muda minha opinião, sabe.


— Sério? Nem um pouco? — Ele levanta as
sobrancelhas.

É claro que o pau dele fez uma boa impressão. Como


não faria? Mas eu vou ser amaldiçoada se eu acariciar seu. . .
ego mais do que já fiz.

— Olha, toda essa coisa de namoro é só para provar que


podemos viver e trabalhar juntos. Você não precisa ir além.

— Mas e se eu quiser?

— Noah. . .

— Você estaria, pelo menos, disposta a tentar?


Poderíamos começar bem devagar. Definir limites rigorosos.
Como, por exemplo...— Ele acena com a mão vagamente. —
Sem toques, apenas beijos.

—Uma experiência dentro do período de experiência—,


eu digo devagar, saboreando a ideia. Eu estou um pouco
cética, mas eu acho que não faria mal me divertir um pouco.
Sempre posso parar se ficar decepcionada.

— Exatamente. Vamos apenas testar as águas. Nós


podemos fingir que estamos de volta na escola ou algo assim.

Bebo um gole da minha bebida, considerando. Então eu


respondo:

— Vou pensar sobre isso.


O jogo começou.
Oh, alegria. A renomada empresa de marketing Wesson,
Burke e Barsol enviou um abutre. E por algum motivo
esquecido por Deus, nosso conselho administrativo
concordou em deixá-lo soprar ar quente através de seus
dentes amarelados por uma hora, e chamou a isso de
“reunião de negócios”.

Tate & Cane se tornou rival de WBB desde o primeiro


dia. Assim, naturalmente, o seu CEO começou a salivar
assim que cheirou sangue. Oficialmente, o abutre é um
“representante de aquisições”, mas esse título formal é
apenas uma cortina de fumaça. Ele está aqui para tentar
pegar a carcaça antes mesmo que ela pare de se mover.

Segurando um suspiro agravado, me mexo em meu


assento na mesa de conferência. Eu não tenho tempo para
essa besteira; tenho uma companhia inteira para salvar.
Encontro com potenciais compradores, está em último lugar
na minha lista de coisas a fazer. Principalmente por que eu
não tenho a menor ideia do que esse idiota está fazendo aqui,
além de desperdiçar o tempo de todos e subir minha pressão
arterial até o teto. Ainda há noventa dias, não, oitenta e seis
agora, antes que o conselho decida se vai ou não vender Tate
& Cane, e, se decidirem que sim, demorará ainda mais para
decidir para quem irão vendê-la.

Talvez todo esse estresse esteja me deixando histérica,


mas eu não posso evitar que minha boca se contraia com a
mera visão do seu cabelo. Ele tem, sem dúvida nenhuma, um
dos mais gordurosos, e mais tristes cinco fios de cabelos que
eu já vi. E olha que eu fui parte da elite do mundo
corporativo desde que eu me tornei velha o suficiente para
segurar a mão do meu pai em jantares de empresa. Acredite
em mim, eu sei tudo sobre alguns poucos fios de cabelo
tentando cobrir toda uma cabeça.

Quão apropriado... um abutre careca. Talvez eu deva


verificar se suas mãos não têm garras. Tomo um gole de café
para esconder meu sorriso.

Papai pigarreia.

— Desculpe, Sr. Valmont, mas eu só gostaria de


esclarecer alguns pontos.

O representante pisca algumas vezes, como se ele


tivesse esquecido que havia outras pessoas na sala.

— Sim, senhor presidente?

— Sua oferta de compra parece muito baixa. O valor


total da nossa empresa foi estimado em mais de duas vezes
esse número. E o seu plano de mudanças é bastante extenso.
— Papai olha através de seus óculos sobre sua cópia da
proposta de WBB. — Sem mencionar a demissão universal,
certamente você não precisaria demitir todos os nossos
funcionários?

— Empresas recém adquiridas sempre passam por


alguma reestruturação. — O representante ajusta a gravata.
—É prática padrão da indústria, como tenho certeza que você
sabe. Os compradores têm de se certificar de que o seu novo
ativo se encaixa em sua, ah. . . sua cultura corporativa.

— É claro —, diz o pai. — Estou apenas me certificando


de que o conselho entenda.

Ah sim, o conselho entende, definitivamente. Ninguém


sentado na mesa de conferência tem se quer um vestígio de
um sorriso.

Eu dou um olhar para Noah, que está sentando logo à


minha esquerda. Ele parece absolutamente miserável, testa
franzida, lábios apertados, ombros elevados até as orelhas.
Sua linguagem corporal é chocante, especialmente para um
homem que é normalmente tão expressivo quanto um pepino.

Uma pontada de simpatia aperta o meu peito. Sinto


uma vontade inesperada de segurar a mão de Noah. Esta
vontade se vai tão rápido quanto apareceu, mas a dor
subjacente permanece. Deus sabe que eu não sou sua maior
fã, mas com potenciais compradores na sala, a minha
escolha é fácil. Claro que vou ficar com Noah. Afinal, o
inimigo do meu inimigo é meu amigo.
Exceto que Noah não é apenas o inimigo do meu
inimigo. Nós estamos exatamente do mesmo lado aqui. Nós
dois estamos fazendo isso pelas mesmas razões, pelos nossos
pais, os nossos futuros, por todas as pessoas que dependem
de seu emprego na T&C para alimentar suas famílias. E
ambos temos muito a perder. Eu sei que Noah não vai
desistir sem lutar.

A dor em meu peito se aprofunda, suaviza, e se


transforma em algo parecido a lealdade. Solidariedade.

Os olhos de Noah se fixam nos meus; ele deve ter


sentido o meu olhar. Tão sutilmente quanto posso, inclino
minha cabeça e dou um pequeno sorriso de boca fechada. Eu
não quero o abutre ou mesmo meu pai vendo o que estou
fazendo. Esta mensagem é apenas para nós dois.

Não se preocupe. Nós vamos ser mais espertos que


esses filhos da puta. Juro pelas sepulturas de nossas mães,
nós vamos vencer.

O abutre levanta da cadeira com um rangido. Noah olha


para ele, quebrando a nossa breve conexão.

— Meus empregadores pedem para considerar esta


venda o mais rapidamente possível —, diz Valmont. — A
nossa oferta é muito generosa, e não vai estar à disposição
indefinidamente.

— Nós vamos ter WBB em mente se decidirmos vender,


— Papai responde suavemente, ignorando a tentativa de
ameaça do homem inepto. — Obrigado por ter vindo nos
visitar hoje.
Faço uma pequena comemoração mental. Uhuhh é isto
aí! Papai disse que “se”, o que significa “não” por enquanto.
Uma pequena vitória.

O representante não parece impressionado com o quão


cuidadosamente neutro o não-sorriso do meu pai é.
Provavelmente porque ele sabe que “vamos mantê-lo em
mente” é apenas uma tradução polida de “vá se foder”. Mas o
que WBB espera, tentando se esgueirar à frente da
concorrência desta forma?

A reunião está encerrada. Papai pede licença,


provavelmente para se lavar depois de apertar a mão viscosa
do representante. Quando eu volto para o meu escritório,
Noah me para no corredor.

— Você está bem? —, Ele pergunta.

Noah está me perguntando isso? Era ele que parecia a


ponto de estrangular alguém durante a reunião.

— Sim, estou bem. — Eu suspiro. — Apenas chateada.

— Eu pensei que você estava sempre chateada—, ele


brinca.

— Só quando estou perto de você—, eu disparo de volta


automaticamente, mas sem qualquer sentimento real. Ainda
estou muito distraída e estressada.

Noah apenas ri, como se estivéssemos jogando tênis em


vez de insultos comerciais. Eu tenho que admitir, sua risada
é agradável. Prefiro dessa maneira à forma como ele estava
na reunião. Mesmo que ele possa ser um merdinha irritante
quando está alegre.

Caminhamos juntos por um minuto, apenas com o som


abafado de nossos passos e o murmúrio baixo de conversas
de escritório no fundo.

— E você? — Eu finalmente pergunto. —Você está bem?

—Me sinto muito melhor agora que estou falando com


você.

Mais paquera. Por que ele está sempre fazendo isso? E


por que meu estômago sempre dá um pequeno salto? Eu
odeio o quão facilmente ele consegue mexer comigo.

— Mas lá atrás, não tanto—, Noah continua. — Eu


pensei que ia socar a cara presunçosa daquele idiota. Esta
empresa não é apenas números em uma planilha. Há
também pessoas, cuja vida eles estão planejando foder.

— Certo... como Rosita. Você se importa tanto com ela.


— Pelo que vi ontem, eu sabia que eles eram próximos, mas
ver Noah ficar tão chateado, realmente demonstra o quanto
ela é importante para ele.

Seu suspiro é profundo e conturbado.

—Como poderia ser diferente? Ela é uma das pessoas


mais doces que já andaram pela Terra. E ela tem uma família
para sustentar.

De repente, ele para e me olha, os cantos de sua boca


estão para cima novamente, mas seus olhos me dizem que ele
ainda está preocupado com a reunião e o que ouvimos.
— Bem, é aqui que eu fico. Acho que é hora de voltar ao
trabalho.

Eu olho em volta e vejo que estamos em pé na frente da


porta do seu escritório.

Já? Andamos todo esse caminho? O tempo deve ter


voado.

Sinto uma pontada ímpar de decepção, não querendo


acabar com essa conversa ainda. Não sei mais o que dizer; eu
sinto vontade de falar com Noah um pouco mais.

Ou talvez eu só não quero ficar sozinha agora. Quero


permanecer ligada a esse momento que compartilhamos na
reunião. É tranquilizador, e em certo sentido, revigorante,
que estejamos lutando do mesmo lado. Aliados nas
trincheiras. Ninguém gosta de sofrer sozinho, eu acho...

Mas a minha lista de coisas a fazer é muito longa para


eu prestar atenção a uma pequena sensação nebulosa. Então
eu sacudo minha cabeça com relutância e aceno um adeus a
Noah.

— Vejo você mais tarde.

— Não muito mais tarde, eu espero. — Com uma


piscadela, Noah desaparece em seu escritório.

Gah... meu estômago salta, como esperado. Ele que se


foda - não, espere, nada de foda. Quer dizer, esqueça. Ele e
seu pênis monstruoso. Tenho um milhão de coisas para fazer
e eu já perdi metade do dia.
Vou para meu escritório. Talvez meu coração se acalme
quando eu começar a trabalhar. Vou me enterrar em árduos
problemas financeiros, deixar fluir e permitir que todas as
distrações se desvaneçam.

Mas a ideia de solidão, que normalmente me alegra, não


me cai bem por algum motivo. E enquanto minha mente
vagueia, meus pés também. Encontro a mim mesma na
frente de uma porta, mas não do meu escritório, do meu pai.

Entro em seu escritório, saboreando o silêncio sepulcral,


os aromas calmantes de madeira, café e papel. Sempre me
senti em casa neste escritório. Afinal, eu praticamente cresci
aqui. Li todos os volumes de cada livro e de cada periódico
sobre negócios em suas prateleiras. Conheço cada polegada
desta sala, e sua familiaridade acalma meus nervos abalados.

A porta se abre novamente com um clique suave, e meu


pai diz:

— Eu sabia que ia encontrá-la aqui.

Eu posso ouvir o sorriso em sua voz, mesmo sem me


virar. O que é bom, porque, de repente, estou cansada
demais para fazer qualquer coisa além de respirar.

— Quer conversar sobre alguma coisa?

Ignorando a sua escrivaninha de mogno e o trono


imponente atrás dela, papai senta-se na poltrona de couro ao
lado da mesa de café. Tomo a poltrona do seu outro lado. Ela
faz o mesmo estranho barulho de peido que sempre fez nos
últimos dezoito anos.
— Não. Eu quero dizer...— Eu suspiro. — Talvez.

Nem mesmo sei o que eu preciso agora. Meus


pensamentos ainda estão voando em todas as direções: o
abutre, de alguma forma, insignificante e ardiloso ao mesmo
tempo. A infelicidade tensa na postura de Noah. O rosto aflito
do pai, suas rugas aprofundando a cada dia. O prazo insano
do conselho. Todo o trabalho à minha frente, nossa frente. A
simples palavra “nossa”, a ideia de que em breve, serei um
“nós” em vez de apenas “eu”.

Mas talvez isso não seja um destino terrível afinal.


Parceria tem seus pontos positivos, bem como pontos
negativos. Eu vi a sinergia em primeira mão, na forma em
que meu pai e Bill Tate levaram esta empresa juntos.

E eu me lembro do olhar que dividi com Noah na sala de


conferência. Essa fração de segundo de compreensão mútua,
quando pude ver além de seus olhos. Eu poderia dizer
exatamente como ele se sentia - sozinho, oprimido e de
repente eu não me sentia tão sozinha e oprimida. Ter que ser
forte por ele, reforçou minha própria coragem. Mesmo agora,
me sinto mais forte e mais calma por ter sorrido para ele.

É realmente incrível o quão poderoso um olhar pode ser.


O quanto ele pode comunicar. Como pode te puxar do
desespero, ou mesmo abrandar seu batimento cardíaco... ou
acelerá-lo. Como o que aconteceu entre nós na sala há
poucos minutos. Ou na reunião quando ele beijou a minha
mão.
Pelo amor de Deus, a minha libido nunca vai calar a
boca? Agora não é o caralho do momento. Ugh, espera. Má
escolha de palavras.

— Você ainda está aí, querida? —, pergunta o pai.

Eu pisco de volta à realidade. Merda, eu me perdi em


pensamentos novamente. Meus pensamentos estão muito
fáceis de se perderem nestes dias.

— Desculpa. Eu só... realmente não sei por onde


começar. — Isso definitivamente não é mentira.

— Vou nos servir um pouco de café. — Ele se inclina


para frente com um grunhido.

— Não, pai, não se levante. Eu posso fazer isso. — Eu


levanto e caminho para o aparador para ligar a máquina.

Ele deixa escapar um pequeno suspiro pelo nariz.

— Eu sei que não sou nenhum jovem, mas...

— Está bem. Eu não me importo.

Papai é orgulhoso e eu não quero fazê-lo se sentir


impotente, mas sei muito bem com quanta dor e fadiga ele
está lidando. E para ser honesta, eu estou desesperada para
me levantar e fazer alguma coisa. Nada especial. Eu só
preciso de ação.

Então eu me ocupo com o café. Avelã para mim, café


colombiano para o pai. Com adoçante, e sem creme para
mim; com creme, mas sem adoçante para o meu pai. O
próprio ritual é quase tão suave como os aromas ricos que
saem do vapor de nossas canecas.
Eu esperava que falar seria mais fácil assim, com as
mãos ocupadas e de costas, para que eu não precisasse me
preocupar com o que passa pelo meu rosto ou pelo de papai.
Mas as palavras que saltam da minha boca pegam a ambos
de surpresa.

— Por que Bill Tate fez isso conosco?

Papai suspira novamente. Este é um suspiro alto,


pesado, que sobe de dentro de seu peito.

Minha boca se abre para me desculpar. Mas eu a fecho


novamente. Porque, sabe o quê? Mesmo que eu nunca tenha
tido a intenção de exigir respostas, foda-se, eu realmente
quero algumas. Na verdade, eu tenho o direito a elas. Sou eu
que fui forçada a escolher entre a frigideira e o fogo, afinal.

— Sinto muito, querida —, diz o pai. — Nós nunca


imaginamos que as coisas iriam acontecer desse jeito. Nós
escrevemos essas cláusulas juntos, em ambos os nossos
testamentos, porque queríamos manter T&C na família, e nós
sabíamos que vocês dois estavam destinados a ficarem
juntos.

Concordo com a cabeça um pouco impaciente quando


entrego sua caneca de café e me sento com a minha. Eu já sei
a maior parte dessa história. A joint venture8, em mais de um
sentido da palavra.

Ele toma um gole.

8 Joint venture é uma expressão de origem inglesa, que significa a união de duas ou mais empresas já
existentes com o objetivo de iniciar ou realizar uma atividade econômica comum, por um determinado
período de tempo e visando, dentre outras motivações, o lucro, sem que nenhuma delas perca sua
personalidade jurídica.
— No entanto, nós tentamos garantir que vocês teriam
outras opções. Se você e Noah não quisessem se casar no
momento em que nos aposentássemos e este era um dia que
nós achávamos que estava muito no futuro, então o controle
cairia para o conselho conforme o padrão. E mesmo assim,
vocês não perderiam a empresa. Vocês teriam os assentos no
conselho e receberiam altos lucros da T&C. Por isso, não
tomamos esta decisão levianamente. Mas nós nunca
antecipamos...

— Que não haveria lucros, — eu digo suavemente. E


talvez nem mesmo uma empresa.

— Exato. Porque acabou acontecendo tudo de uma vez,


no pior momento possível. A morte prematura de Bill. Meu
câncer... e quão rápido ele avançou. T&C ficando para trás de
seus concorrentes, caindo no vermelho. A crise de falta de
confiança do conselho—. Outro suspiro profundo. — Nós
sempre pensamos que vocês crianças tinham muitos anos
para se acostumarem com a ideia.

Eu sei o quanto papai tentou salvar esta empresa por


conta própria. Ele trabalhou até que seu corpo não
conseguisse aguentar mais. No momento que ele admitiu a
derrota, o problema atingiu proporções de vida ou morte. Eu
não estou brava com ele por isso, porque eu sei que eu não
teria feito nada diferente. Somos feitos do mesmo material
orgulhoso, teimoso.

Me pai coloca para baixo o seu café que ele mal tocou
com um suave baque.
— Eu não vou existir para sempre, querida.

Eu olho para cima, assustada com a mudança de tópico.


De repente, ele parece muito abatido, e isso parte meu
coração.

— Eu.... Eu sei disto, pai, mas....

— A ideia de você se casar com Noah não é apenas por


causa da empresa. Quem se importa com uma empresa, se a
minha menina está infeliz? Eu confio em Noah para cuidar de
você.

— Eu não preciso que ninguém cuide de mim, — eu digo


automaticamente.

— Todo mundo precisa de alguém por perto. Eu não


estou falando de dinheiro ou poder... estou falando de amor.
Um ouvido atento, um ombro para chorar. Um parceiro para
compartilhar as responsabilidades da vida. Se eu souber que
você tem isso, querida, então eu vou poder descansar muito
mais tranquilo.

Eu engulo um nó na garganta, lavando-o com café


quente. Eu não quero pensar sobre o pai descansando.

— Apesar de tudo, eu ainda acredito que você e Noah


pertencem um ao outro, — Papai continua. — Vocês foram
feitos um para o outro. E vocês vão precisar da força um do
outro para aguentar o que vem pela frente. O testamento de
Bill Tate apenas empurrou as coisas na direção certa.

Eu olho para minha caneca, o líquido escuro brilhando


sob as luzes fluorescentes.
— É só que, isso parece... irreal. Eu não tenho ideia do
que esperar. Como é estar casado?

Nem tenho certeza de que tipo de resposta quero ouvir.


Uma fantasia bonita ou uma pérola de sabedoria poderia
tranquilizar-me. Tudo vai ficar bem. O casamento não vai
engolir toda a sua vida. Você ainda pode ser você mesma,
uma empresária em primeiro lugar e uma esposa em
segundo.

— Bem, na minha experiência, foi maravilhoso. — Pai


sorri com carinho. — Sua mãe foi a melhor coisa que já me
aconteceu. Minha rocha, meu sol, minha melhor amiga. Nós
não éramos duas metades de um todo, fomos cada um, nossa
própria pessoa, e é isso que nos fez tão surpreendente
quando nos unimos. — Ele balança a cabeça. — Eu não sou
poeta, então tudo o que posso dizer é.... foi mágico.

Mágico, hein? Vou ter que acreditar em sua palavra


nesse assunto. Meu único relacionamento longo foi com um
narcisista manipulador, e eu nunca cheguei perto o suficiente
de qualquer outro homem para viver esse tipo de vínculo
profundo que o meu pai está tentando descrever.

Papai se inclina para a frente na cadeira, os cotovelos


sobre os joelhos e dedos juntos.

— Eu sei que as circunstâncias estão longe do ideal,


querida. Mas tente pelo menos dar ao Noah uma chance. Eu
nunca iria colocá-la em uma situação que eu não tivesse
certeza que você poderia suportar. Você é a minha menina...
eu só quero ver você com um bom homem. O tipo de homem
que o Noah é.

Eu não compartilho a opinião do meu pai sobre Noah.


Ainda não, embora esperemos que isto mude até o final deste
mês. Mas eu me lembro quão ferozmente ele se preocupa com
Rosita e o bem-estar de sua família. Não há dúvidas sobre a
força de sua convicção.

Apesar de tudo, eu sei que posso contar com Noah para


lutar pela T&C. Eu posso confiar nele para trabalhar tão
ferozmente quanto eu. O que é bom, porque nos próximos
três meses vamos passar uma temporada no inferno juntos.

Pelo menos vou ter um colírio para cobiçar durante


todas as noites que ficaremos até tarde no escritório. Mas
agora que eu sei sobre sua tora entre as pernas, não sei se
vou conseguir olhar para ele da mesma maneira.

Deus me ajude.
Sabe como os homens devem ser mais diretos e
contundentes, enquanto as mulheres são mais suaves e em
sintonia com as emoções? Isso é besteira. Como parceiros de
negócios, Olivia e eu desmentimos os estereótipos de gênero.
Eu sou o “rosto”, o carismático, o que agrada as pessoas;
enquanto ela é a força motriz para fazer as coisas
acontecerem. Usar os nossos pontos fortes nos permite
dividir e conquistar.

Claro, não faz mal que os homens, especialmente os


opulentos, aqueles de riqueza antiga, tendem a ouvir melhor
a outros homens. Posso fechar negócios durante uma partida
de golfe, cortejar clientes masculinos e femininos, e
geralmente usar charme para sair de qualquer situação. Que
é exatamente o que estive fazendo nesta última semana.

Hoje, porém, estou de volta ao escritório. E agora, eu


estou rangendo os dentes com a visão de Harrison Ridgefield
do departamento de contabilidade olhando de soslaio para o
decote de Olivia.

— Há algo em que eu possa ajudá-lo, amigo? — Eu solto


quando entro no escritório de Olivia e paro bem ao lado dele.

Sua cabeça salta para cima e ele sorri timidamente,


como se soubesse que foi pego em flagrante.

— Oh. Ei, Noah. Não vi você aí —, diz ele, com a voz


trêmula.

— Isso é porque você estava ocupado olhando para as...


planilhas da minha namorada.

Olivia e eu não anunciamos nosso namoro ainda, mas


os rumores estão correndo. A notícia não oficial se espalhou
como rastro de pólvora por todo o nosso edifício.

Harrison engole em seco e dá um passo para trás.

— Parabéns por isto, aliás.

Meu olhar vazio diz “estou de olho em você, otário”. Eu


até estico meu peito um pouco para que ele possa nos
comparar. Harrison não é um cara feio. Eu ouvi as fofocas do
escritório; sei que ele é o sonho molhado de pelo menos
algumas das senhoras daqui. Mas eu sou cerca de cinco
centímetros mais alto que ele, e tenho mais músculos
também.

— Bem, parece que você tem tudo sobre controle, Olivia.


— O babaca dá um sorriso carinhoso e se distancia de sua
mesa.
— Obrigada, Harrison, — Olivia diz enquanto o assiste
sair.

— O que você está fazendo? — Eu olho para o monitor


de Olivia. Há páginas e páginas de dados sobre sua tela. Eu
não tenho ideia do que é, mas eu sei que ela parece
estressada, e eu quero corrigir isso.

— Apenas comparando as faturas que enviamos aos


clientes no ano passado, com o dinheiro que realmente
recebemos. — Ela joga uma pilha de dez centímetros de
espessura sobre a mesa. — Algo não parece certo.

— Olivia...— Eu expiro lentamente.

Seus olhos pulam para os meus.

— O que?

— Você não deve gastar seu tempo numa merda


desnecessária como esta. Nós temos que elaborar estratégias
e construir marcas, não enterrar a cabeça em trabalho sem
sentido.

—Desculpe, Sr. Irritadiço, mas 'enterrar minha cabeça'


pode acabar poupando uma tonelada de dinheiro. — Seus
olhos azuis brilharam, e eu sei que entrarei em uma briga se
pressionar muito.

Bem, que se dane. Vou pegar o tigre pela cauda se for


isso o que preciso fazer para impedi-la.

— O que estou tentando dizer é que seus talentos estão


sendo desperdiçados. Seu tempo é valioso. Isto é o que quero
dizer quando digo sobre trabalhar muito. Tarefas como estas
precisam ser delegadas. Você não tem que fazer tudo sozinha.

— Harrison estava me ajudando.

Eu ergo uma mão.

— Harrison estava gostando de olhar para você. Nada


mais que isto.

Faço questão de deixar meu olhar cair lentamente até a


frente de sua blusa. A visão do topo de seu decote, seus seios
redondos contidos por um sutiã nude delicado me dá água na
boca. Eu ignoro o formigamento na base da minha espinha e
o sangue fluindo em direção a minha virilha, e tomo uma
respiração profunda.

Olivia segue o meu olhar para seu decote, e puxa sua


camisa para cima.

— Oh, pelo amor de Deus, ele não estava fazendo isso.

Ela está seriamente delirante. Harrison tem uma queda


por ela há mais de três anos. E ele é um burro de baixo
desempenho, se você me perguntar.

— Deus, você está mal-humorado hoje. Por que você não


vai conseguir um boquete do tipo que gosta da Jenni do RH?

— Hã. Estou surpreso que você saiba sobre isso. — Eu


tive um punhado de encontros orais de umas assistentes
administrativas no início deste ano, mas isso acabou.

— Eu sei tudo o que acontece por aqui. — Ela sorri.

Merda.
— Em primeiro lugar, Jenni não trabalha mais aqui.

— Oh, maldição. — Ela estala os dedos com indignação


fingida.

— Em segundo lugar...— Eu inclino meu quadril contra


a mesa. — Mesmo se trabalhasse, eu não teria o menor
interesse em ver seus lábios em torno do meu pau.

— O infame Noah Tate, não está interessado em


perseguir um rabo de saia? Eu devo chamar uma
ambulância? — Ela brinca. — Ou você está apenas se
divertindo demais me incomodando e me mantendo longe do
trabalho?

Meu temperamento inflama, mas eu defendo a minha


causa.

— Porque agora eu penso em mim mesmo como um


homem comprometido.

Suas sobrancelhas se elevam.

— Você está falando sério? Você realmente não vai mais


foder por aí?

— Não com alguém que não seja você, — eu digo


suavemente.

— Eu-um.... Então, a monogamia é realmente parte do


negócio? —. Ela gagueja. — Eu tive uma noite com um cara
da academia na quarta passada. Devo cancelar o próximo
encontro?

Minhas narinas inflam e eu tento controlar meu


temperamento.
— Claro que sim, é parte do negócio, e sim, você deve
cancelar. O que vale para mim, vale para você. Você não vai
sair com qualquer um que não seja eu. Eu não quero nem
pensar em outro homem tocando o que é meu. — Eu me
inclino e rosno a última parte perto de seu ouvido.

Ela puxa uma respiração, suas pupilas se dilatam, e


então, consegue se recompor.

— Desde que você saiba que isso é para os dois. Se eu


encontrar o seu brinquedinho com qualquer outra pessoa, se
considere castrado. Pense em Lorena Bobbitt9, mas sem que
consigam reimplantar a parte faltando.

Na superfície, a sua reação não é exatamente


promissora. Mas eu sei que, no fundo, eu já a afeto. Eu vi o
jeito que ela olha para mim quando acha que eu não estou
vendo.

— E, só para esclarecer, eu estava brincando sobre o


cara da academia, Noah.

Graças a Deus, porque eu já estava planejando ir até à


sua academia depois do trabalho, para encontrar o filho da
puta e socá-lo até deixar sua cara quadrada.

Eu me afasto de sua mesa e vejo como os olhos de Olivia


deslizam pelo meu corpo. Enfiando as mãos nos bolsos,
quase rio quando eles seguem o movimento e derivam até a

9 Lorena Bobbit é uma equatoriana que ficou famosa por cortar o pênis de seu marido e jogar em um
terreno baldio. O marido, John Wayne Bobbit, havia chegado em casa bêbado e a estuprado. Wayne
teve seu pênis reimplantado cirurgicamente. Após alegar loucura devido aos maus tratos constantes
que sofria do marido, Lorena foi inocentada.
minha virilha. Mas rapidamente saltam de volta para cima e
ela deixa escapar uma bufada de raiva frustrada.

— Se você está tão confiante, que tal uma aposta? —,


Pergunto.

— Diga seus termos.

Ela sorri para mim, fingindo não estar afetada. Pena que
eu sei exatamente o efeito que eu posso ter sobre uma
mulher quando eu ligo o meu charme.

Eu inclino me aproximando.

— Eu vou dar quatro dias até que você esteja


implorando para eu preencher seu pequeno buraco quente—,
murmuro.

Seu queixo cai, mas ela se recupera rapidamente.

— Nem mesmo em quatro anos.

— Eu ia dizer quatro horas, mas eu não queria parecer


arrogante, — brinco.

— Confie em mim. Eu posso resistir um longo tempo. —


Olivia se inclina para trás em sua cadeira, sua pose casual e
confiante.

— Em um período de seca?

Ela revira os olhos.

— Perpetuamente.

Porra. Isso me faz querer muito mais, sabendo que ela


está reprimida e insatisfeita.

— Nenhum vibrador será usado.


Seu olhar escurece.

— Bem. Nenhuma punheta então.

Meu queixo fica tenso. Como se isso fosse acontecer.

— Nós podemos fazer a experiência que propus no


happy hour.

Ela mastiga seu dedo.

— Eu não tive tempo para considerar ainda, mas eu vou


ter isso em mente.

Uma batida na porta desvia nossa atenção. É Fred.

— Hey, crianças, hora da reunião.

Olivia verifica seu relógio.

— Estarei lá imediatamente, pai.

Sabendo que a nossa conversa não está nem perto de


terminar, eu ofereço a mão para ajudá-la a se levantar, e
capto seu olhar com o meu.

— Nós vamos terminar isso mais tarde, floco de neve.

Ela zomba e vai pelo corredor na minha frente, sua linda


bunda balançando enquanto ela se move.

— Quatro dias—, eu digo.


Fim da tarde seguinte, uma batida na porta do meu
escritório me arrasta do meu transe de trabalho.

— Entre, — digo automaticamente.

A porta se abre e papai enfia a cabeça para dentro.

— Olá, querida. Desculpe se estou interrompendo, mas


poderíamos conversar por um minuto em meu escritório?

Eu pisco para ele, então me volto para a tela do meu


computador antes de fechar meu laptop.

— Claro, pai. O que você precisa?

— É uma boa notícia, eu prometo —, é tudo o que ele


diz.

Eu sigo meu pai ao seu escritório, onde Noah já está


sentado em uma das poltronas. Ele se levanta quando
entramos.
Eu olho entre ele e papai desconfiada. O que será?

Meu pai pega um maço fino de papéis de sua mesa.

— Com todo o burburinho recente, eu esqueci de dizer a


vocês crianças, sobre o meu presente de casamento. — Ele
entrega o documento com um sorriso orgulhoso.

Eu olho a primeira página e meu coração despenca. É


um contrato de locação de um apartamento de luxo
mobiliado, no coração da cidade, e o depósito de segurança já
está pago, bem como o aluguel do primeiro e último mês. E
há apenas um quarto.

De jeito nenhum.

Percebendo que eu provavelmente não deveria ficar


parada em estupor, eu digo:

— Oh. Hum. . . wow, pai. Isto é tão generoso.

O pai ri e aperta meu ombro.

— Qualquer coisa para minha menina. Imaginei que


vocês dois não teriam muito tempo para ir à caça de uma
casa agora, então eu achei um lugar.

— Muito obrigado, senhor. Tenho certeza de que vou


adorar —, exclama Noah.

Imbecil. Ele sempre sabe exatamente o que dizer, como


suavizar qualquer situação. Enquanto eu estou lutando para
me lembrar de como respirar.

Eu forço um sorriso de boca fechada para o meu


querido, doce, futuro marido.
— Sim. Noah, podemos falar sobre isso em seu
escritório? Há um monte de arranjos que precisamos fazer.

Assim que estamos sozinhos com a porta trancada, eu


dou vazão às minhas emoções.

— O que é que nós vamos fazer? Ele já gastou tanto


dinheiro, que T&C não pode pagar, por sinal, e ele vai esperar
que nós nos mudemos, e... é uma grande merda!— Eu passo
minhas mãos por meu cabelo, não me importando nem um
pouco que meu cabelo perfeitamente penteado irá se tornar
uma bagunça.

Noah ergue as mãos.

— Whoa, hey, se acalme. Viver juntos não é uma grande


coisa, não é?

— É claro que é uma grande coisa. Eu não quero morar


com ninguém, especialmente não com você.

Ele aperta os olhos.

— O que você quer dizer com isso?

— Oh, esqueça seu ego. Tenho certeza que você não


quer viver comigo, também.

— Para falar a verdade, eu quero.

Eu fico olhando para ele.

— Por quê? Eu não iria atrapalhar seu hábito de beber e


se prostituir?
— Eu disse que não ia mais fazer isso. — Noah passa os
dedos pelo cabelo, irritado. — Ok, só me escute por um
segundo. Mesmo se ignorarmos o fato de que você é sexo
personificado e que qualquer homem sensato daria seu
testículo esquerdo para passar uma noite com você...

Meu riso de repente soa um pouco histérico.

— Você seriamente está tentando flertar agora? É a


única maneira que você sabe se comunicar com mulheres?

— Mesmo se ignorarmos isso—, ele rosna, — ainda


temos a imagem pública da Tate & Cane a considerar. O que
as pessoas vão pensar se nem mesmo estivermos vivendo sob
o mesmo teto?

Eu esfrego minha testa, em parte para acalmar a mim


mesma e em parte como uma desculpa para esconder a
minha expressão. Eu não posso chorar na frente de Noah. Eu
não choro, ponto final.

Por que estou tão chateada? Eu já sabia que, mais cedo


ou mais tarde, teríamos que viver juntos. Eu sabia disso
desde o início. Essa foi uma das razões pelas quais eu não
queria assinar o contrato estúpido. Eu ainda estou na fase de
adaptação, começando a me sentir otimista sobre Noah e
sobre nossa amizade que está florescendo. Não estou em
êxtase com a ideia de ter que compartilhar meu espaço
privado com um companheiro de quarto novamente, mas vou
sobreviver. Cristo, pode até ser divertido. Eu tenho um monte
de lembranças impressionantes de viver com Camryn.
Realmente, Noah está certo. Não é uma grande coisa.
Mas por alguma razão, parece monumental. Como se eu
estivesse prestes a perder mais um pedaço de mim.

Eu odeio surpresas. O presente de casamento do pai me


trouxe todos os tipos de emoções desconfortáveis. Eu preciso
de um momento para me recompor.

— Nós realmente não temos uma escolha, Floco de Neve


—, diz Noah. — Todos os meios de comunicação, nossos
funcionários, nossos rivais, nossos acionistas, todos eles,
precisam nos ver juntos. O jovem casal dos sonhos, prontos
para assumir uma das maiores empresas do país. Isso é o
que temos de ser.

Eu olho para ele, mordendo meu lábio com força.


Finalmente, eu admito,

— Sim, eu sei. Você está certo... nossas mãos estão


atadas. Desculpe se eu surtei por um minuto.

Eu espero Noah fazer alguma piada pervertida sobre as


“mãos atadas”. Mas em vez disso, ele só me toca no queixo da
forma mais suave possível, hey, se recomponha!

Encontro seus olhos enquanto seus dedos inclinam meu


rosto para o dele. Será que ele sabe o quanto eu me sinto
estúpida e frustrada? Por que será que eu não consigo
esconder nada deste homem? Por que eu não consigo parar
de expor minha fragilidade?

A expressão simpática de Noah é ao mesmo tempo


reconfortante e humilhante. Estou dividida entre o desejo de
relaxar, deixar ele cuidar de mim, e o desejo de defender
zelosamente a minha dignidade.

— Não, eu também sinto muito, — Noah diz em um tom


muito mais suave do que antes. — Eu sei que esta situação
realmente é uma porcaria para você, mas vamos descobrir
maneiras de torná-la mais fácil. Como nossos pais sempre
disseram, podemos realizar qualquer coisa se estivermos
juntos.

Eu inspiro profundamente, em seguida, expiro


lentamente. Minha mente já está começando a se acalmar.
Voltando a juntar seus pedaços, se recompor.

— Você está certo —, eu digo. —Nós temos que fazer


nosso namoro parecer real. Assim, viver juntos vai matar dois
pássaros com uma pedra só, manter as aparências e fazer
com que fiquemos mais familiarizados um com o outro.

Noah inclina a cabeça com um meio sorriso lascivo.

— Sério? Você mudou sua opinião sobre...?

— Não, então tire seu cavalinho da chuva, — Eu solto.


Impedindo que a libido imatura que me rodeia seja levada em
consideração. — Eu quis dizer que há certas coisas que
precisamos saber um sobre o outro. Curiosidades, fatos
engraçados, coisas que poderiam surgir em uma conversa. —
Podemos ter crescido juntos, mas não passamos muito tempo
conhecendo um ao outro como adultos.

— Como ontem, quando você simplesmente assumiu


que eu bebo café. — Noah levanta as sobrancelhas em
indignação fingida.
— Certo. Se alguém estivesse assistindo, pareceria que
nós éramos completos desconhecidos. — Então eu tento
brincar, — Embora, ainda acho que foi uma suposição
razoável da minha parte. Quer dizer, quem bebe apenas chá?
Chá é para relaxar; café é para acordar.

— Desculpe, Floco de Neve. — Noah sorri daquela forma


torta que quer dizer que ele está disposto a brincar. —Você
prefere que eu seja um viciado nervoso como você? Eu vi o
lodo que você bebe. Breu. . . assim como o seu coração.

— Na verdade, não é—, eu respondo friamente, sorrindo,


no entanto. — Eu coloco adoçante. Só porque você não pode
ver, não significa que não está lá.

— De fato. Nós dois temos algumas coisas para


aprender sobre o outro. — Ele empurra as mãos nos bolsos e
afasta o olhar por um segundo. — Sobre a coisa do chá...
minha mãe era inglesa, e ela era a personificação do
estereótipo. Ela amava 'uma boa xícara de chá. — Sua voz
afina para imitar um sotaque melodioso. — Então, eu bebo
chá para. . . honrar sua memória, acho que você poderia
dizer isso. É a minha maneira de tirar um momento todas as
manhãs para pensar nela.

Meu queixo quase cai. Sua mãe faleceu quando ele tinha
apenas dez anos. Deus, eu me lembro daquele ano como se
fosse ontem. Durante um tempo, foi tão sombrio. Tão escuro
e tão silencioso, como se toda a vida tivesse sido sugada de
Noah e seu pai em um instante.
Abro a boca para responder, mas não sai nada. Eu sei
que sua mãe era britânica, mas de alguma forma, nunca me
dei conta de que ele poderia ter uma conexão especial com
seu país de origem.

Noah balança a cabeça, parecendo um pouco


embaraçado, e me contorna para se encostar na beirada de
sua mesa. Fazendo com que eu me sinta como uma idiota.

Mordendo meu lábio, me viro para encará-lo novamente.

— Eu sinto muito. Não tive a intenção de brincar desse


jeito. Acho que o seu pequeno rito memorial de beber chá é...
muito doce.

Ele dá de ombros.

— Obrigado, mas não se preocupe com isso. Eu não me


ofendi. Especialmente por que eu sei que você também
perdeu a sua mãe.

— Sim, mas eu era praticamente uma adulta quando ela


morreu. Você tinha apenas dez anos. Era apenas uma
criança. Você precisava de sua mãe. — Uma doce lembrança
dele em seu colo quando ele era grande demais para caber
nele, mas não grande demais para não querer estar lá, passa
pela minha mente.

— Você pode argumentar que ser mais velho faz a sua


dor mais recente. — Suspira Noah. — Olha, não vamos entrar
em algum tipo de disputa estranha de mágoa, ok? É claro que
eu sinto falta de minha mãe, mas sua experiência não foi
melhor ou pior do que a minha, apenas diferente. O que
importa é que podemos compreender um ao outro.
Ele é sempre tão suave e confiante sobre tudo... até
mesmo sobre a morte. Antes que eu possa dizer mais alguma
coisa, Noah muda de assunto.

— Sobre o apartamento, nós provavelmente devemos


começar a dormir lá o mais rápido possível. Eu tenho planos
para jantar com Sterling agora, mas o que você acha de nós
nos encontrarmos no novo apartamento... — Ele verifica o
relógio. — As oito?

Considerando todas as preparações que preciso fazer,


eu aceno devagar.

— Certo. Isso vai me dar tempo para comprar algum


alimento e empacotar minhas coisas. — Eu viro para sair,
mas Noah me interrompe.

— Ei, floco de neve. . . você pode me fazer um último


favor?

Eu paro, olhando para trás.

— Sim?

— Você poderia sorrir novamente?

Por alguma razão, sua franqueza me perturba tanto que


eu digo, — P-por que eu deveria? — Então eu quero que o
chão me engula.

Que merda, Olivia? Você soa como uma adolescente


malcriada.

— Porque eu não quero que você saia infeliz. — Noah


acaricia meu queixo com as costas de sua mão. Um toque tão
fugaz e tão leve, que antes que eu possa dizer uma palavra,
tinha acabado. — E porque fica bem em você. Eu gostaria de
ver seu sorriso mais vezes.

Meu rosto está em chamas. Não tenho certeza se o calor


é porque eu me envergonhei ou se é por causa do olhar
aquecido do Noah.

— Eu... Eu acho que você vai ter muitas oportunidades


para vê-lo, agora que vamos viver juntos. — Minha tentativa
de resposta mordaz sai gaguejada.

Ele inclina a cabeça, sem quebrar o nosso olhar.

— Ótimo. Estou ansioso por isso.

Eu engulo o nó na minha garganta. Ele está realmente


ansioso por isso?

— Ei, Noah?

— Sim? —, Diz ele docemente.

— Por que você me chama de Floco de neve?

Ele dá um passo se aproximando e corre um dedo ao


longo da minha bochecha, fazendo minha pele formigar com
seu toque.

— Porque você é como um floco de neve. Bonita e única,


e com apenas um toque, você vai ficar molhada.

Noah se vira, me deixando olhando para suas costas -


ombros largos e bunda apertada- de minha boca aberta.

Pasma, eu fecho a porta atrás de mim. Esse último


comentário teve a intenção de me deixar desconcertada? Ou
será que ele acha que eu estava realmente flertando?
Será que eu flertei? Eu pensei que estava apenas sendo
amarga, mas... talvez eu tenha flertado um pouquinho. Eu
nem mesmo sei. E não ajuda que a minha mente ainda está
se recuperando daquela aposta que fizemos ontem.

Janto sozinha em um pequeno bistrô italiano na


esquina do edifício Tate & Cane. Acho que eu estava
precisando ser confortada com uma comida emocional.
Espaguete com almôndegas e um copo de Merlot resolvem
isso.

Pego um táxi para casa, e quando chego, mando um e-


mail para o meu locador para dar andamento ao plano de
terminar meu contrato mais cedo. Então, começo a embalar
uma mala para essa noite. Vou mandar o resto das minhas
roupas e outros itens pessoais ser entregue em nosso novo
apartamento mais tarde. Meus móveis vão ter que ser
vendidos.

Uma hora depois, minha pequena mala marrom está


cheia. Eu não tenho nenhuma desculpa para me atrasar
mais. Mas de qualquer maneira eu me deparo andando pelo
apartamento lentamente, olhando tudo uma última vez.

Este apartamento tem sido o plano de fundo da minha


vida durante os últimos quatro anos, desde que eu me formei
e parei de viver com Camryn. Tudo dentro destas paredes é
produto de minhas decisões e só minhas. Eu escolhi este
lugar por sua arquitetura arejada, seus pisos de madeira cor
de mel, até mesmo pelo padrão de azulejo azul-diamante da
cozinha e do banheiro. Eu comprei cada pequena peça de
mobiliário, atingindo o equilíbrio ideal entre elegante e
acolhedor. Eu decorei suas paredes com pinturas
emolduradas que eram do meu gosto. Enchi a sua geladeira e
seus armários com meus petiscos favoritos. Eu enchi o
banheiro com os meus produtos de beleza, sem me preocupar
em deixar espaço para os itens de outra pessoa. Organizei
tudo de acordo com o sistema que melhor me ajudava a
lembrar onde eu os coloquei. Agora . . . Eu posso dar adeus a
toda essa soberania.

Claro, eu posso levar algumas das minhas coisas para a


cobertura, mas Noah também pode. Ele vai dar suas
características pessoais a nossa nova casa.

A nossa nova casa.... Eu me pergunto quanto tempo vai


levar para que eu me acostume com isso. E já está totalmente
mobiliada, o que significa que não posso levar o meu amado e
macio sofá de veludo cinza. Mais importante, há apenas um
quarto. Eu não vou ter qualquer lugar que seja
verdadeiramente meu domínio mais.

Mas Noah deve se sentir da mesma maneira. Ele


também irá sacrificar a privacidade e a liberdade de seu
apartamento de solteiro. Na verdade, ele tem mais a perder
do que eu, já que ele tinha uma vida sexual ativa. E pelo que
ele disse ontem, parece que ele está falando sério sobre
acabar com seu estilo de vida de playboy. Mesmo que,
provavelmente, ele nunca tenha sido monogâmico em toda a
sua vida.
Cara, poder assistir ele tentar se manter celibatário vai
ser hilário. E o que ele pretende fazer se eu sair com outro
homem? Começar uma briga como um casal de punks na
adolescência?

Eu balanço minha cabeça. Isso nunca vai acontecer, de


qualquer maneira. O trabalho é toda a minha vida e eu não
tenho tempo para investir em namoro. E mesmo que eu
nunca admita isso para Noah, eu não tenho estômago para
casos de uma noite. Eu não consigo me imaginar
aproveitando intimidade física sem intimidade emocional. Ao
contrário de Noah, que parece ter zero problemas com isso.

Pelo menos até que começamos a namorar.

Eu realmente não entendo o que está acontecendo na


cabeça deste homem. Tudo que eu queria era que fossemos
amigos. Por que ele tem que pressionar para ultrapassar os
limites que definimos? Por que ele está tão determinado a
desempenhar o papel de namorado perfeito, mesmo quando
ninguém está por perto para testemunhar seus atos? Por que
ele acha que precisa ser fiel a mim?

Apenas para manter as aparências? Para satisfazer o


seu orgulho masculino? Ou porque... ele realmente quer me
conquistar?

Percebo que estou olhando pela janela por quase cinco


minutos. Eu nem ao menos notei a escuridão, luzes
cintilantes em movimento na arquitetura da cidade, os
carros, os escritórios trabalhando até tarde, as famílias
relaxando juntos. Um vislumbre de milhões de vidas,
espalhadas nas luzes da cidade como um reflexo do céu
noturno. De repente, me sinto muito pequena... e solitária.

Demoro um momento para reconhecer o sentimento,


porque normalmente em minha solidão, sonho com um
amante sem rosto. Tenho uma necessidade confusa de
contato humano. Alguém para passar os dedos pelo meu
cabelo e sussurrar coisas doces em meu ouvido. Alguém para
me segurar e me dizer que tudo ficará bem. Alguém para
investigar quando há um ruído durante a noite. Agora,
porém, a minha solidão é específica e afiada.

Quero ver Noah.

Ele é a única pessoa no mundo que entende como me


sinto agora. Camryn pode simpatizar, e ela definitivamente
tem feito muito para me ajudar, mas ela não entende
exatamente o que se passa comigo. Só Noah entende.

Eu não tenho certeza se quero falar com ele, mas, pelo


menos, quero vê-lo. Eu quero saber que ele ainda está lá, do
meu lado. Eu preciso ouvir o seu otimismo e ver aquele
sorriso na sua boca para saber que talvez, apenas talvez, eu
vou conseguir superar isso.

Eu pego minha mala, desligo as luzes, e deixo meu


apartamento pela última vez.
Mesmo a esta hora da noite, o tráfego de Manhattan não
é divertido. Quando meu táxi se arrasta pelas ruas da cidade,
de repente tenho uma ideia.

— Há alguma loja de chá nas proximidades? —, eu


pergunto ao taxista.

Ele me dá um olhar confuso pelo espelho retrovisor.

— O que, tipo uma lanchonete?

— Não, um lugar onde eu posso comprar... Utensílios?


Bules e chaleiras e outras coisas.

Ele bate em sua tela de GPS. Felizmente, estamos


parados em um sinal vermelho, mas tenho a sensação de que
ele não se importaria se nós não estivéssemos.

— Cerca de três quarteirões a oeste—, diz ele depois de


um minuto. — Você tem algumas compras para fazer?

— Sim por favor.

Ele prontamente segue para a faixa à direita, ignorando


gritos e gestos grosseiros de outros motoristas, e se adianta
velozmente. De alguma forma, chegamos à loja, sem causar
nenhuma morte no trânsito.

Quando pago minha corrida, eu digo:

— Você poderia esperar por mim? Eu não devo demorar


mais que vinte minutos.

Ele levanta suas sobrancelhas grossas.

— Todo esse tempo? Tem certeza disso? Eu vou ficar


dando a volta em torno do bloco, com o taxímetro rodando...
— Eu posso pagar. — Por enquanto, de qualquer
maneira. Tate & Cane não naufragou totalmente ainda.

Ele dá de ombros.

— Tudo bem, senhora, o que quiser.

Dou um passo para fora do taxi e ele desaparece antes


de eu chegar à porta da frente.

A pequena boutique tem uma parede inteira dedicada a


utensílios de chá, xícaras, frascos, chaleiras, filtros, filtros de
papel, pequenas bandejas de arame para organizar caixas,
potes herméticos e latas para armazenar folhas soltas. Eu
analiso a vitrine, batendo meus lábios com um dedo.

Finalmente, escolho um, em estilo japonês, um bule de


cerâmica com um esmalte verde-floresta manchado. Sua
etiqueta na prateleira diz: Ao-Oribe ushirode kyuusu,
tenmoku glaze, Sasame filter.

Não tenho a menor ideia do que quer dizer. E o preço é


um pouco assustador. Mas sua cor e forma elegante são
perfeitos e de bom gosto, além de atraente, nem masculino
nem feminino demais. Um símbolo de compromisso, uma
esperança de harmonia. Um presente que eu escolhi, mas em
reconhecimento a um ritual importante para Noah.

Que se dane isso! Vou levar um par de xícaras para


combinar. Eu, definitivamente, vou continuar bebendo café
todas as manhãs. Mas talvez, tarde da noite, não seja tão
ruim compartilhar uma xícara de chá quente com Noah.
Vou para frente da loja, sorrindo
para mim mesma, me sentindo calma,
finalmente.
— Estou muito a fim de um bife suculento! —, Sterling
diz, enquanto caminhávamos, depois do trabalho, pela
calçada lotada.

— Porra. Período de seca, amigo— Esfreguei o queixo,


pensativo.

— O quê? — Ele estreita os olhos para mim sob a luz


fraca.

— Ânsia por carne vermelha geralmente significa falta


de sexo. Desejo de outro tipo de carne, ouso dizer. — Eu
sorrio para ele.

— Cale a boca.

Ah, sim, ele estava na seca. Eu sei que está passando


por algum tipo de estiagem, mas não tenho ideia da causa.
Antes que pudesse especular, ele estava rindo ao meu lado.

— O quê? —, Pergunto.

— Você está muito enganado, não é nem mesmo


engraçado. Você é o único que estará no maior caso de dor
nos ovos do mundo, caso se case com a gostosa da Olivia
Cane e não consiga transar com ela? — Ele fez um barulho
lamentável. — Isso é simplesmente uma vergonha.
— Quem disse algo sobre não conseguir transar com
ela? — Eu abro a porta para a churrascaria e gesticulo para
ele entrar.

Ele me lança um olhar estranho, mas se aproxima da


recepcionista para solicitar uma mesa.

Quando estamos sentados com nossas bebidas, um


uísque puro para mim, um copo de cerveja importada para
ele, Sterling se inclina mais perto.

— Você e sua linda noiva fizeram mais progressos em


seu relacionamento do que eu percebi?

Eu dou de ombros.

— Ainda não. — Ela está longe de ser a minha noiva, na


verdade. — Mas eu, por exemplo, não vou desistir tão fácil—.
Eu tomo outro gole da minha bebida. —Na verdade, depois do
jantar, vou me encontrar com ela no nosso novo
apartamento. Um presente de seu pai.

— Não me diga?

Eu concordo.

— Morar juntos, huh. Isso é um grande passo.

— De fato.

Por um momento, eu me coloco no lugar do Sterling e


me pergunto se ele está se sentindo como se tivesse perdido
seu melhor amigo e braço direito. Estávamos acostumados a
sair a cada fim de semana juntos à caça de bocetas e
diversão nessa ordem. Agora, eu sou praticamente um
homem casado com uma nova companheira de quarto, e,
provavelmente, com toque de recolher.

Mas quando eu olho para Sterling, ele está sorrindo


para mim como o gato que comeu o canário, e estou certo de
que ele sabe algo que eu não sei.

Depois do jantar, eu chego primeiro ao edifício. É um


incrível apartamento no coração da cidade.

Eu levo um tempo olhando ao redor, ligando os


interruptores de luz enquanto eu passo. Vistas amplas de
uma arejada varanda no vigésimo andar, uma cozinha
moderna com uma pequena cafeteira italiana no balcão que
tenho certeza de que Olivia vai adorar, caros acabamentos
por todo lugar das sancas 10 grossas para as bancadas de
mármore ao polido piso de carvalho.

Parece como uma armadilha de casamento. As paredes


e móveis, carpetes e roupas de cama estão em vários tons de
branco e creme. É um a sensação pura e intocada.

Honestamente, parece um pouco como caminhar


através de um museu. Vai demorar um pouco para pensar
neste lugar como casa. Eu mantive meu pequeno
apartamento de solteiro perto da Linha F por muito tempo, eu
não gosto da ideia de deixá-lo. Mas eu sei que isso é o certo a

10
N.T. Sancas (cimalha convexa que liga uma parede a um teto )
se fazer. Um futuro com Olivia é o que meu pai queria para
mim.

E por falar em pais... uma garrafa de vinho tinto e dois


copos estavam à esquerda no balcão com uma nota do pai de
Olivia.

Noah,

Obrigado por fazer isso, filho. Eu não estarei por perto


para sempre, e é muito bom saber que você estará lá para
cuidar da minha menina. Eu sei que você não vai me
decepcionar. Não há outro homem que eu confio tanto com
minha empresa e minha filha. Eu espero que você saiba disso.

Atenciosamente

Fred Cane

Eu dobro o papel em um quadrado e coloco no bolso. Eu


percebo que o pai de Olivia sempre confiou em mim com ela.
Mesmo quando eu era um garoto de dezesseis anos de idade
com tesão e uma carteira de motorista nova, e ela não era
autorizada a namorar, foi me concedido o privilégio de levá-la
para passear. Nós pescamos, jogamos minigolfe, fomos ao
cinema, entre várias outras coisas.

Abro a garrafa para deixá-lo respirar e atravesso a sala


olhando o horizonte da cidade lá embaixo. Eu não posso
deixar de pensar no passado, e em todos os bons momentos
que Olivia e eu compartilhamos. Os mais difíceis também.
Estivemos lá um para o outro, na perda de nossas mães e
agora assistindo nossa empresa desmoronar.

Eu fico aqui pensando por tanto tempo, que eu perco a


noção. Surpreso, eu volto à realidade e olho para o meu
relógio. Ela está atrasada.

Com um sentimento de decepção, gostaria de saber se


realmente virá. Por que eu deveria me importar se ela quer
viver aqui ou não? Ela deixou claro o que sente por mim, o
quanto ela odeia a ideia de estar presa comigo. Eu sou
semelhante a um pedaço de bosta de cachorro na sola de
seus saltos de quinhentos dólares

Mas eu sei que há muito mais do que isso. Eu vou ficar


muito desapontado se ela decidir não vir.

Finalmente, há um clique na fechadura. Eu tento não


correr para a porta como um golden retriever.

Olivia entra. Eu não tenho certeza do que esperava, mas


ela trocou suas roupas de trabalho e estava vestindo jeans
slim e um suéter leve.

— Hey. — Deixando a mala na porta, ela atravessa a


sala em minha direção.

— Você está uma hora atrasada, — eu digo, quando eu


vou para a cozinha.

— Eu estava pegando algo. — Ela coloca um saco de


compras coloridas no balcão. — Algo para você, na verdade.
— Ela me dá um sorriso raro.
Eu vejo quando ela tira uma caixa de dentro do saco de
compras e o coloca no balcão.

— Bem... você vai abri-lo? —, ela pergunta.

Eu pensei que ela gostaria de ver o apartamento em


primeiro lugar, mas eu deixo para lá, indo para ficar ao lado
dela. Eu posso sentir o cheiro das leves notas de madressilva
em sua pele. Droga, isso vai ser uma distração, se estamos
vivendo juntos agora. Eu estarei em um constante estado de
excitação. Fantástico.

Eu levanto a aba da caixa de papelão e vasculho na


embalagem até que o encontro.

— É um bule de chá —, eu digo, segurando para


verificá-lo com curiosidade.

Em seguida, o significado por trás de seu presente me


atingiu. A conversa que nós compartilhamos sobre nossas
mães volta a minha mente. Eu não acho que alguém já tenha
me dado um presente tão significativo antes.

Olivia pega o saco de compras, tira dois copos pequenos


e os coloca no balcão.

— Nós podemos tomar chá juntos em algum momento...


se quiser.

Há um toque de incerteza em sua voz. Será que ela acha


que eu poderia não gostar dessa ideia?

Bem, eu não sei. Porra, eu amo isso.

— Isso foi muito gentil de sua parte, Floco de Neve.


Eu pensei que meu amigo Sterling era o único que
compartilhasse a minha obsessão por chá, sendo que ele é
britânico, mas, aparentemente, Olivia também.

Eu coloco o bule de chá no balcão e a puxo para um


abraço. Espero Olivia ficar rígida em meus braços, ou até
mesmo recuar com um comentário sobre o contato físico
impróprio. Mas em vez disso ela é macia e quente, e seu
corpo se molda ao meu. Suas mãos descansam sobre os
meus ombros e ela me olha com os olhos arregalados.

— Obrigado —, eu digo, deslizando o polegar através de


sua mandíbula.

— Sem problemas.

— Você sabe que eu vou te beijar em algum momento,


certo?

Estamos tão perto, que eu posso ouvi-la engolir. A ponta


da sua língua empurra para fora em uma rápida lambida,
nervosa sem aparentar estar ciente.

Porra, tão bonita... isso é um sim, assim parece. Mas eu


quero mais do que sinais inconscientes. Eu espero para ver o
que Olivia decide responder.

Finalmente, ela me dá um pequeno aceno de cabeça.

— Talvez—, diz ela, tentando soar leviana.

Eu rio e libero o meu domínio sobre ela.

— Vamos. Você tem que ver este lugar. É incrível.

— Meu pai foi extravagante, como de costume. — Ela se


vira e olha para fora na varanda.
— Copo de vinho antes?

— Por que não?

Com um copo de vinho tinto na mão, nós caminhamos


através do apartamento. Olivia aponta detalhes
arquitetônicos e discute a agenda de chuveiro para os banhos
que vamos compartilhar, enquanto eu apenas aceno e a
observo.

Estar aqui com ela, ouvindo suas ideias para decoração,


compartilhando este espaço com ela.... Parece como um
começo. Talvez até mesmo o começo de algo real.

— Isso não é tão ruim, não é? — Eu provoco.

Ela me dá um olhar.

— Só porque eu quase tive um ataque de pânico com o


pensamento de viver com você não significa que você tem o
direito de se vangloriar.

— Bem. Eu não vou. Mas é um lugar agradável. Seu pai


fez bem.

Ela balança a cabeça. Então ela olha para longe por um


segundo.

— Há algo que eu queria te dizer.

Começamos pelo corredor, e eu recuo para que ela


continue na minha frente.

— Eu considerei sua proposta, e aqui está o que


proponho. — O tom de Olivia está confiante, seus ombros
arqueados.
— Minha proposta? —, Pergunto. Ela está sendo tão
pragmática, eu não posso esperar para ouvi-la explicar isso.

Ela para e olha para mim.

— Você sabe, a ideia que você sugeriu no bar na semana


passada. Eu estaria disposta a experimentá-la algum dia.

Claro que sim. Estou finalmente fazendo algum


progresso aqui.

— Certo. Nós poderíamos fazer isso. — Começando


assim que for humanamente possível.

— Sob algumas condições—, ela continua.

Condições. Regras. Orientações. Por que não estou


surpreso? Esta mulher é diferente de qualquer uma que eu já
conheci antes. Ela certamente me deixa no escuro.

— Tais quais?

— Apenas a primeira base, como eu acredito que você


disse. E completamente vestidos. — Ela estreita os olhos para
a minha virilha. — O que significa que você mantém essa
coisa gigante em suas calças.

— Você acha que eu sou gigante? — Eu não posso evitar


o sorriso que desenrola na minha boca.

— Oh, pelo amor de Deus, pare de pedir elogios. Você


sabe que é impressionante, caso contrário você não teria me
empurrado goela a baixo. — Assim que as palavras deixam
sua boca, seu rosto fica rosa brilhante.
— Oh, floco de neve. — Eu acaricio sua bochecha
quente com meu polegar. — Eu não empurrei para baixo de
sua garganta, mas eu estou muito ansioso para isso.

— V-vamos esquecer que disse isso. Ninguém vai ser


empurrando para qualquer coisa em qualquer lugar. Primeira
base. Entendido?

Eu rio.

— Estou feliz de ir tão lentamente quanto você precisa.

E é a verdade. Lento pode não ser o meu estilo habitual,


mas há uma certa satisfação em saber que estou ganhando
sua confiança e a preparando para mais. A ideia é bastante
gratificante. Isso fará com que a minha vitória seja mais doce.

—Isso irá funcionar, eu e você—, eu digo a ela quando


nos aproximamos do quarto.

Sim, a porra de um quarto. E antes que eu fique


animado, eu invoco minha força de vontade para dizer a ela
que vou dormir na merda do sofá.

— Você pode ficar com a cama—, eu digo, parando no


corredor.

É a coisa certa a fazer, sem dúvida. Ainda mais depois


de ter dito que estava ansioso para colocar meu pau em sua
garganta, acho que tenho algo a compensar no departamento
de boas maneiras.

— Tem certeza? — A voz dela estava cheia de surpresa.

Eu engulo.

— Claro. Vou ficar com o sofá.


Nossos olhares derivam juntos para o sofá tweed
moderno e elegante na sala de estar e para a enorme cama
king-size no final do corredor com a aparência aconchegante,
e de volta para o sofá novamente. De jeito nenhum meu 1,90
vai caber no sofá.

— Quer saber? — Olivia diz brilhantemente. — Somos


dois adultos crescidos. É uma enorme cama. Podemos
gerenciar, compartilhá-la, certo?

— Eu vou ser um gatinho. — Eu sorrio para ela.

— Isso é disso que eu tenho medo—, ela murmura.


Eu deixei Noah usar o banheiro para escovar os dentes
primeiro. Nós ainda não atingimos o nível de intimidade
necessária para ver outro ser humano cuspir na pia.
Enquanto isso, uso o quarto para me trocar e colocar meu
pijama favorito.

Quando eu saio, Noah está encostado na parede do lado


de fora da porta do banheiro. Ele inclina a cabeça com um
sorriso divertido que me faz parar.

— O quê? —, Eu pergunto depois de um minuto.

Seus olhos se estreitam.

— Nada. Você só está bonita.

Bonita? Minhas bochechas ficam rosadas quando a


palavra macia desce através do meu estômago. De repente eu
estou autoconsciente sobre ter pequenas borboletas roxas
impressas em cima de mim. De alguma forma eu não
esperava Noah ter uma opinião sobre o pijama. Ou, se
tivesse, que iria me dizer sobre ela. Não diga coisas doces que
me fazem esquecer temporariamente como falar.

— Onde estão seus pijamas? — Eu pergunto,


descartando a sensação borbulhante.

Seu sorriso surge com malícia.

— Bem, geralmente eu durmo nu.

Claro que sim. Por que não estou surpresa?

— Não mais, você não vai fazer isso, — digo


rapidamente, interrompendo. — Encontre algum moletom ou
algo assim. — À medida que trocamos de lugar, passando no
corredor, acrescento sobre meu ombro, — é melhor incluir
uma camisa!

A visão do esculpido abdômen de Noah, enquanto eu


ainda estou me acostumando com a ideia de compartilhar um
apartamento, que dirá uma cama? De jeito nenhum eu iria
sobreviver a isso.

Quando eu estou quase terminando de escovar os


dentes, ele chama do quarto.

— Hey, Floco de Neve? Desde que nós passaremos a


noite juntos, você estaria interessada em assumir o nosso
primeiro test drive?

Meu coração dispara. A compreensão daquelas palavras


vem lentamente, mas só um pouco, quando eu percebo que
ele está falando sobre a nossa ideia de dar uns amassos.
Caramba... dou ao cara um dedo e ele já quer o braço todo.
Surpreendentemente, porém, eu não sinto nem um
pingo de relutância sobre beijar Noah. Apenas curiosidade,
uma onda de calor, uma onda de excitação nervosa. Mas,
novamente, o nosso acordo é estritamente limitado a carícias
como um casal de estudantes secundaristas tímidos, que
nós, tecnicamente, já fizemos há sete anos. E não há
nenhuma razão para reavaliar a minha posição contra sexo
casual, o que eu planejei é um “jogo” bem mais longo. O
pensamento é ao mesmo tempo um alívio enorme e um pouco
decepcionante.

— Claro —, eu respondo, finalmente, tentando parecer


indiferente. Eu fui a única que propôs experimentar, afinal.
Embora eu achasse que seria um pouco mais no futuro. Mas
esta noite é um momento tão bom quanto qualquer outro.

Finalmente, o momento da verdade chegou. Engolindo


em seco, eu puxo as cobertas, sento, e deslizo por baixo. Os
lençóis farfalham quando Noah faz o mesmo no outro lado da
cama.

Posso ouvi-lo se mover e respirar. Estou em sintonia


com cada som minúsculo, consciente de como ele está perto
de mim.

Faz muito tempo desde que eu dormi no mesmo quarto


com outra pessoa, que dirá na mesma cama. E isso em nada
se parece como dormir com a minha irmã ou Camryn. Meu
novo companheiro de cama é um homem. Um homem muito
bonito, que já deixou extremamente claro que quer me foder
com seu pau enorme. Nós só estamos dormindo juntos, não
dormindo juntos, mas ainda assim... Estou compartilhando
uma cama com Noah Tate, porra! E estou a cerca de trinta
segundos de beijá-lo.

Uma onda de energia passa por mim, nervosismo e


excitação se misturam até que não possa distingui-los. Eu
sinto um súbito impulso de voltar-me para meu lado da cama
e olhar para a parede até que ele adormeça, mas então me
repreendo por ser ridícula. Nós não somos crianças
inocentes, mas também não somos adolescentes que coramos
e rimos com a menção de sexo. Somos dois adultos maduros,
livres que muito sensatamente decidiram...

Outra onda vertiginosa, essa distintamente mais quente.


Eu me forço a deixar de ser uma pilha de nervos e rolar.

Noah apoiou no seu cotovelo. Seu leve sorriso cai


quando procura o meu rosto.

—Ei, você está bem?

Os meus tremores estão tão óbvios?

—Uh, s-sim, estou bem—, eu respondo. Talvez isso não


seja totalmente verdade, mas não é uma mentira, também.
Eu realmente quero tentar. O que significa que preciso cair
de cara nisso. —Vamos.

Noah assente e vem mais perto. Ele estende a mão para


afastar meu cabelo do meu rosto, e eu relaxo uma fração em
direção de sua leveza, o toque quase fazendo cócegas.

— Ainda comigo? —, pergunta ele.

Eu concordo.
— Porque não temos que fazer nada que você não
queira.

— Eu sei disso.

Seus toques são mais suaves do que eu esperava. As


pontas dos dedos são tão leves no meu rosto, meu pescoço,
colocando meu cabelo atrás da minha orelha. Está... bom.

Então, finalmente, ele muda seu peso e se inclina.

Esse primeiro contato é tão suave, eu mal posso senti-


lo. É mais como uma pausa antes de um beijo do que o beijo
propriamente dito. Mas ainda eleva minha frequência
cardíaca ao limite.

— Foi tudo bem? —, Ele murmura, seu hálito quente e


mentolado sobre a minha boca.

Eu elevo meu queixo e respondo a sua pergunta com um


beijo casto.

Ele roça contra os meus lábios com uma risada.


Deslizando um braço debaixo da minha cabeça como um
travesseiro, deita de frente para mim, envolvendo seu outro
braço em volta do meu ombro e parte superior das costas. Ele
mantém as mãos na parte alta de minhas costas, seu quadril
a alguns centímetros do meu. Um cavalheiro... por enquanto,
de qualquer forma.

Sua boca começa a se mover suavemente. Nenhuma


língua, sem dentes, nem uma pressão apenas sentindo o dar
e receber de nossos lábios um contra o outro. Meu
nervosismo lentamente escoa, sendo substituído por um tipo
diferente, muito mais agradável zumbido de excitação.

Era óbvio o que ele estava fazendo. Tentando levar as


coisas devagar e ter certeza de meu conforto. Estou aliviada
por sua cuidadosa consideração..., mas também um pouco
envergonhada por ser necessário, em primeiro lugar. Hora de
elevar um pouco as apostas.

Eu enlaço meu braço em volta de sua cintura, sentindo


quão firmes seus músculos são, e abro minha boca para ele.
Com um baixo ruído silencioso de aprovação, ele
imediatamente responde ao meu convite. A ponta de sua
língua se movimenta sobre os meus lábios. Eu sigo a
mudança, determinada a coincidir com a sua ousadia, em
seguida, deixo escapar um pequeno suspiro quando ele
desliza sua língua sobre a minha. É quase como se pudesse
sentir um sútil toque hábil. Minhas calcinhas ficam
gradativamente úmidas, e o pijama de lã estúpido está
repentinamente sufocante. Seus lábios carnudos, suaves, e
sua boca se movendo de forma talentosa sobre a minha.

Automaticamente, meu corpo se move ficando mais


perto... seus beijos hábeis são muito melhores do que eu me
lembro.

E então eu o sinto. Seu comprimento meio duro esfrega


contra minha coxa.

O pensamento de Noah, que estrelou em cada uma de


minhas escabrosas fantasias adolescente sem minha
permissão, duro e pronto para mim, agora, aqui, em carne e
osso, muito atraente, era quase bom demais. Uma onda de
calor pulsa para baixo do meu ventre, estou a ponto de
balançar meus quadris para ele quando a realidade cai sobre
mim.

O que estou fazendo?

Este é Noah Tate, que dormiu com metade de


Manhattan, que provavelmente só está fazendo isso para
ganhar a nossa aposta e adicionar mais um ponto a seu
placar.

Eu congelo com o pensamento, e ele se afasta.

— O que está errado? —, pergunta em confusão.

— Eu acho que é hora de parar, — Eu consigo dizer sem


tropeçar em minhas palavras.

Sua testa franze em real aborrecimento.

— Sério?

— Sim, com certeza. Boa noite. — Eu me desembaraço


de seu abraço e rolo para o lado. — Mas obrigada. Foi
divertido.

— Apenas divertido? — Seu tom é incrédulo. — Puxa.


Deixe uma nota de vinte na minha cabeceira, então.

— Você está me dizendo que você está familiarizado com


esse tipo de situação?

— Oh, vá se ferrar.

Ele rola e eu o ouço se levantar e caminhar para o


corredor.
Eu forço meus olhos fechados e pratico um sopro
profundo para me refrescar. Sério, como eu nunca reparei
quão sufocante esse pijama era?

Mas cerca de quinze minutos mais tarde, eu começo a


me perguntar onde ele foi. Será que ele mudou de ideia e foi
dormir no sofá? Espero que não... eu me sentiria culpada,
mesmo que fosse a sua própria escolha. Talvez eu devesse
encontrá-lo.

Suspirando, me levanto para verificar a sala de estar.


Está vazia. Mas a porta do banheiro está fechada, com
vazamento de luz de debaixo dela. Eu me sinto um pouco
estúpida por não imaginar, em primeiro lugar, que ele
estivesse lá. Ao mesmo tempo, já se passaram vários
minutos. Será que ele caiu ou algo assim?

Eu ando mais, levantando a mão para bater na porta...


em seguida, paro, meu rosto corando quando o escuto. Um
gemido inconfundível de prazer.

Meus olhos se arregalam. Eu não posso acreditar na


idiota que sou. O que eu pensava que um homem faria depois
de deixá-lo com tesão?

Eu deveria sair. Agora mesmo. Eu deveria voltar para a


cama e fingir que não ouvi nada. Assim... por que não estou
saindo?

Um rosnado baixo e rouco vindo do banheiro, minha


respiração fica suspensa. Sem perceber, inclino mais perto da
porta.
Se eu ouvisse com atenção, eu poderia escutar sua
respiração pesada. É alta... Gostaria de saber se ele estava
preste a gozar? Ele deve estar, se está fazendo isso há quase
quinze minutos. A menos que ele tenha grande resistência.

Outro gemido, um mais alto e mais frágil. Muito fácil


imaginar a cena do outro lado da porta do banheiro. Eu não
posso parar as imagens na minha mente...

Noah com sua calça de moletom empurrada para baixo,


as suas coxas e sua camisa franzida revelando o seu
abdômen tenso e um rastro de cabelo escuro. Com o peito
arfando, suas pernas tremendo. Seus olhos escuros e
semicerrados ou fechados em concentração. Corado e suado,
com a cabeça jogada para trás, mordendo seus lábios
carnudos para manter a calma ou separando para perder o
fôlego. E seu enorme, pau duro, ainda mais impressionante
do que quando o vi no bar há alguns dias. Deve estar longo e
espesso agora, curvando-se orgulhosamente, inchado e cheio
de veias, a cabeça roxa molhada, crescendo em seu punho
apertado quando ele empurra rápido e áspero.

Minha calcinha encharca.

Ele está ofegando forte e alto agora, cada respiração


afiada com um gemido que quase soa como palavras
entrecortadas. O que ele está dizendo? O que ele está
pensando? Eu esfrego as coxas ligeiramente.

— Olivia...— Ele geme.

Fico boquiaberta. Minha boceta aperta forte no vazio,


encharcada agora. Noah chamando meu nome assim tão
irregular, tão desesperado é a coisa mais quente que já ouvi
na minha vida.

Seus ruídos de prazer crescem, em seguida,


desaparecerem. Finalmente, ele se cala. Minha boca está seca
e eu posso sentir meu coração batendo na minha garganta.

Então eu percebo que ele provavelmente vai sair do


banheiro em breve. E se for pega ouvindo na porta como uma
espiã, ele nunca me deixará esquecer isso.

Eu me apresso de volta no pequeno corredor, pulo na


cama e puxo as cobertas sobre mim assim que a porta do
banheiro se abre. Eu fecho meus olhos. Ouço os passos de
Noah mais perto, rápido e silencioso. O colchão cede com um
pequeno estalo quando ele vai para a cama.

Deitada mole, eu tento manter a minha respiração os


mais lenta e constante possível. O que não é fácil quando
estou inundada com tanto desejo e adrenalina. Mas se Noah
percebeu que eu estou fingindo dormir, ele não fala.

Eu me deito lá me sentindo como uma idiota, meu


coração ainda martelando, meu corpo preparado e pronto,
enquanto Noah, satisfeito, deriva em um sono tranquilo.

Na manhã seguinte, meu alarme me acorda para uma


cama vazia. Estranho.... Eu não teria imaginado Noah como
um madrugador.

Ao longo do corredor, eu posso ouvir o distante tinir de


metal, e algumas fungadas confirmam o cheiro de café. Noah
deve estar cozinhando. Ele nem bebe café; ele fez isso só para
mim. Meu estômago aprova essa ideia. É reconfortante
demais, espero que eu possa tomar isso como um sinal de
que ele não está muito chateado comigo por eu cortar as
coisas na noite passada.

Eu saio da cama para escovar os dentes rapidamente,


tomo banho, e me visto, não querendo perder um café da
manhã quente.

Quando entro na cozinha, Noah está realmente em pé


no fogão como eu pensava. Mas não previ que ele estaria sem
camisa e ainda úmido do chuveiro, o cabelo escuro
desgrenhado, seus músculos tonificados ondulando
sutilmente sob a pele bronzeada. Eu não posso evitar, em
ficar um pouco estupefata. Exibido... o idiota sabe
exatamente o quão bom ele parece.

Ele olha para trás com um sorriso, interrompendo meus


devaneios de desejo.

— Dormiu bem?

— Sim, como um anjo —, eu respondo, tão casualmente,


como possível. Logo depois de ficar acordada por uma hora
inteira, mais úmida do que o maldito Rio Hudson.

Talvez eu poderia ter seguido o exemplo de Noah e


encontrado meu próprio alívio, mas no momento, eu estava
muito paranoica que ele fosse acordar e me pegar. E então eu
teria que aturar a sua arrogância por quem sabe quanto
tempo. Pela eternidade, o mais provável.
O assobio da chaleira me poupa da necessidade de dizer
qualquer coisa diferente,

— Eu vou cuidar disso.

— Obrigada. — Noah fala sobre seu ombro enquanto ele


se concentra na panela dos ovos, e meu estômago ronca;
nossa comida parece quase pronta. —Eu já coloquei as
folhas no pote.

Eu despejo a água quente em nosso novo bule, sirvo


uma caneca de café para mim mesma, e trago tudo para a
mesa. Noah serve dois pratos, cada um com um perfeito
omelete de espinafre e cogumelo.

Nós comemos na área de jantar próximos a janela da


sacada, apreciando a luz solar do início da manhã e a vista
de Manhattan debaixo de nós. Nossa conversa é
surpreendentemente agradável sobre a empresa, lançando
ideias para o nosso novo plano de negócios e de como será de
agora em diante. Eu começo a relaxar. Talvez ser
companheiros de quarto vai funcionar afinal. Nós só ficamos
uma noite, mas o local já começa a se parecer como uma
casa.

Eu termino o meu último pedaço de ovos com um


suspiro de satisfação. Um fresco café da manhã é
definitivamente uma boa maneira de começar a minha
manhã. Minha rotina habitual consiste em pegar um bagel ou
muffin enquanto corro para fora. Se Noah está tentando me
conquistar, ele está conseguindo.

Uma menina poderia se acostumar com isso...


Infelizmente, levamos tempo demais. Precisamos chegar
ao escritório em breve. Eu coloco meu prato e caneca na
máquina de lavar louça e tomo a direção do banheiro para
passar minha maquiagem.

Mas quando eu viro, Noah me pega pelos ombros e me


gira novamente. Seus braços fortes embrulham apertado em
volta de mim. Antes que eu possa pensar, ele esmaga meus
lábios.

Eu suspiro. Não é nada como o beijo da noite anterior.


Aquele foi suave e doce, o mais leve toque possível, como se
estivesse tentando não assustar um animal arisco. Este é um
tipo diferente de fome, áspera, ardente. A delicadeza se foi.
Noah me pegou, reivindicando intensamente meu corpo e
imprimindo sua marca.

Pega de surpresa, eu não posso segurar um gemido.


Estou chocada ao descobrir meus músculos se
transformando em geleia. Eu me agarro a ele apenas para
ficar em pé.

Tudo sobre Noah enche os meus sentidos. Eu aproveito


o calor do seu corpo, a aspereza da barba em torno de meus
lábios, a essência masculina de sabão e loção pôs barba
picante.

Ele devora minha boca e me deixa tonta, ofegando por


ar. Seus dentes mordem e raspam meus lábios. Sua língua
lambe profundamente sobre a minha, uma prévia tentadora
do quanto esse músculo quente é ágil e pode mover-se sobre
o meu clitóris. Uma promessa viva do prazer que eu poderia
ter... Se eu permitisse-o dar para mim.

Lembro de como ele gemeu meu nome no banheiro na


noite passada. As memórias desses ruídos lascivos enviaram
outra onda de calor através de mim. Talvez eu não seja
apenas mais uma conquista para ele; talvez ele esteja tão
impotente a sua própria maneira.

De repente, eu não consigo descobrir por que eu hesitei.


Eu tenho um homem disposto, praticamente implorando para
botar meu mundo de pernas para o ar. Como poderia negar-
me este divertimento? Eu arqueio meu corpo, pressionando
nossos quadris juntos, e sinto um misto de fome e triunfo
com seu comprimento duro e grosso se apontando na minha
barriga.

Então Noah se afasta. Todo o toque que eu anseio do


morno e musculoso corpo, da quente e molhada boca
simplesmente desaparecem. Levou um momento para
registrar o que aconteceu.

Ainda atordoada pela luxúria, eu pisco para ele.

— O que...?

— É hora de partir. Nós vamos nos atrasar para o


trabalho.

— Trabalho? — A palavra sai como um gemido


desapontado.

Ele sorri como se acabasse de ganhar o Super Bowl.


— Você é a única que definiu os nossos limites na
primeira base. Embora, se você quiser mais, eu acho que o
escritório poderia sobreviver mais uma hora sem nós. Mas
você terá que pedir carinhosamente.

Quando a névoa de tesão se afasta da minha mente, eu


percebo o que está acontecendo aqui. Oh, seu filho da puta...

Noah estava jogando comigo esse tempo todo. Seu plano


foi me provocar até que eu estivesse desesperada o suficiente
para abrandar as condições de nosso acordo. Ele estava
tentando me fazer admitir que eu quero que sejamos mais
que apenas amigos. Ele acha que pode provar para si mesmo
que está certo e também conseguir uma transa, dois coelhos
com uma tacada só.

Bem, ele pode simplesmente esquecer. Olivia Cane não


implora. Nunca.

Estou quase mais chateada comigo do que com ele. O


que eu estava pensando? Não muito, isso é certo. Minha
libido ficou totalmente fora de controle. Eu nunca me senti
tão descontrolada antes. Se eu tiver algo a dizer sobre isso,
será a primeira e última vez.

Droga, meus lábios ainda formigam de seu beijo. Meu


rosto queima com constrangimento e os últimos vestígios
persistentes de excitação.

Tentando me recompor, eu dou a Noah um olhar mais


sujo que eu consigo.

— Você é um demônio.
— Tenho certeza de que isso faz você a rainha do
inferno, então. — Ele faz uma pausa. — Na verdade, talvez
isso não seja tão impreciso...

— Parabéns, espertinho, você termina com os pratos,


enquanto eu coloco minha maquiagem. — Vou para o
banheiro.

— Como quiser—, ele fala pelo corredor atrás de mim.

Eu mantenho meu queixo erguido, tentando acabar com


a minha irritação e insistente tesão. Eu sei qual a única
maneira de calá-lo. Infelizmente, como eu aprendi, ele só iria
transformar um beijo a seu favor novamente.

Eu não posso me esquecer de como Noah irá se gabar


sobre como estarei implorando em quatro dias. No início, eu
pensei que de forma alguma iria ceder tão facilmente. Mas
agora, apenas um dia depois, eu não tenho tanta certeza.
Quando chego à sala de conferência, está lotada com
quase todo o pessoal do escritório no prédio. Todos os lugares
na longa mesa de conferência estão tomados, e apenas há
espaço na parte de trás da sala.

Vejo Rosita no canto mais distante e ela me dá um


aceno alegre. Ela não estava no convite para a reunião, mas
eu mandei uma mensagem para ela estar aqui. De jeito
nenhum eu poderia deixá-la perder a grande notícia. Eu sei
que ela está tão orgulhosa de mim como minha própria mãe
estaria.

O pai de Olivia está de pé na frente da sala, conversando


casualmente com Prescott e com os poucos membros do
conselho que optaram por aparecer. Eu sei que eles estão
bem pessimistas que os resultados sejam promissores sobre
mim e Olivia.
Enquanto esperamos para o grande anúncio começar,
as pessoas estão falando em pequenos grupos. Um papo
sobre trabalho que está acalorado, enquanto outros estão
apenas conversando casualmente com os amigos do trabalho,
os quais desenvolveram ao longo dos anos. Estas são todas
as pessoas que vão perder seus empregos se não formos bem-
sucedido. Pessoas reais. Com problemas reais e vidas reais. E
tudo que está em jogo.

Meu estômago aperta.

— Eu preciso de uma bebida, — Olivia resmunga ao


meu lado.

— Boa ideia—, murmuro.

Eu me pergunto se ela ainda está chateada comigo por


deixá-la com tesão, esta manhã. Provavelmente. Mas depois
da maneira como ela rolou sua bunda gostosa na cama na
noite passada depois de me dar uma ereção, beijos molhados
macios e pequenos gemidos de encorajamento? Me forçando a
cuidar da besta, caso eu tivesse alguma esperança em
adormecer? Sim, vingança é um prato que se come frio.

Seu olhar vagueia para a mesa perto das janelas, onde


foram colocadas garrafas de café e bandejas de petiscos.

— Eu não vejo nenhum chá. Você quer café? —,


pergunta ela, já indo em direção a ela.

Eu balancei minha cabeça.

— Obrigado por perguntar, mas estou bem.


Momentos depois, Olivia retorna com um copo de papel
de café fumegante.

— Vamos começar, — Fred anuncia em voz alta. O


silêncio cai sobre a sala, e todos os olhos se concentram nele.

Ele dá um passo adiante.

— Eu convoquei esta reunião hoje para compartilhar um


anúncio especial. — Ele olha para mim e Olivia, sorri
brevemente antes de voltar sua atenção para multidão. — É
com grande honra que anuncio a próxima geração de Tate &
Cane... minha filha, Olivia, e o filho de Bill, Noah, estão
assumindo como co-CEOs.

Um murmúrio de sussurros irrompe em torno de nós.

— Eu sei, eu sei. — Fred silencia a multidão com um


aceno de sua mão. — A família decidiu rejeitar a proposta do
conselho, pelo menos por agora, e provar que podemos
transformar esta empresa rentável sob sua liderança até o
final deste trimestre financeiro.

Vemos algumas cabeças balançando, mas a maioria das


pessoas continua parecendo incertas. Eu não as culpo. Seus
empregos estão em jogo, e que prova que eles têm que Olivia
e eu podemos realmente conseguir isso e tão rápido?
Nenhuma.

— Por favor, deem uma salva de palmas para receber


seus novos co-CEOs. — Ele bate palmas com entusiasmo e
todo mundo segue o exemplo, nos dando uma salva de
palmas.
Após o barulho cessar, Olivia se apresenta com um
breve, mas eloquente discurso sobre quão dedicados estamos
a ter sucesso, e como nós vamos precisar da cooperação e
trabalho árduo de todos nesta sala para vencermos juntos.
Honestamente, eu não sei exatamente o que ela diz, porque
eu vejo Harrison secando Olivia de onde ele está na parte de
trás da sala, e sangue bombeia em meus ouvidos.

Quando Olivia termina, eu passo em frente e pego a mão


dela na minha. O imbecil da contabilidade está próximo, a
saber, a quem ela pertence.

— Eu tenho um anúncio associado, na verdade. Poderia


muito bem colocar tudo às claras, uma vez que não tenho
nada a esconder. — Eu sorrio para Olivia, que parece estar
pronta para me assassinar. — Os rumores são verdadeiros.
Olivia e eu estamos namorando.

— Mas isso não vai prejudicar o nosso foco de negócios


—, diz ela, interrompendo-me.

Droga. Tudo sobre esta mulher é rígido e inflexível. O


que eu preciso é fazê-la se soltar e relaxar. Ela é muito tensa.
Ela precisa aprender a parar e cheirar as rosas de vez em
quando. Isso se tornará a minha próxima prioridade.

Além disso, eu ainda tenho que descobrir como vou


ganhar a aposta que fizemos. Só mais três dias para tê-la
molhada e nua implorando por mim... E então, isso irá para o
topo da minha lista.

Eu combato a onda de excitação que me bate e sorrio


enquanto nós respondemos as perguntas dos funcionários.
Assim que a reunião termina e toda a empresa está nos
observando, Olivia se distancia sem uma palavra e se recusa
a responder à minha batida na porta de seu escritório. Eu
acho que meu pequeno anúncio improvisado a irritou ainda
mais do que eu pensava.

Mas por que? Nós estamos namorando, não estamos?


Droga... se eu quiser conquistá-la, eu preciso descobrir o que
a deixa irritada. Eu não estou no clima de pedir ajuda. Mas
quem conhece uma mulher melhor do que sua melhor
amiga?

Eu já sei que Camryn trabalha no departamento de


marketing. Rastrear seu cubículo foi fácil. Quando eu a
encontro, eu vejo que é uma confusão de papéis e pastas, um
desses sistemas caóticos onde eu tenho certeza que ela
tentará me convencer que sabe onde tudo está.

Ela está digitando concentrada, e quando eu entro, seus


dedos param de repente e seus olhos levantam para
encontrar os meus.

— Como posso ajudá-lo?

Eu quase dou risada. Ela é tão formal. Ela e Olivia são


definitivamente farinha do mesmo saco. Eu posso ver por que
elas são tão boas amigas.

— Eu preciso falar com você sobre Olivia, — eu digo, e a


testa de Camryn franze.
ME passa pela cabeça que talvez ela não queira me
ajudar. Eu decido colocar todas as minhas cartas na mesa e
ver se minha sinceridade vai fazê-la ceder.

Eu abaixo a minha voz e inclino mais perto.

— Você sabe sobre todo o contrato de casamento, certo?

— Sim, e não vou ajudá-lo a tentar convencê-la, se é por


isso que está aqui. Olivia é uma menina crescida, pode fazer
suas próprias escolhas.

— Não é por isso que estou aqui.

— Bem. O que você precisa? Eu não sou exatamente


Time Noah, sabe?

— Isso é bom, porque nós dois estamos no Time Olivia.

Ela gira sua cadeira longe do teclado e me enfrenta.

— Você tem cinco minutos.

— Por que Olivia é tão contra isso? Eu odeio ser tão


seguro de mim, mas a maioria das mulheres corre atrás de
mim sem ao menos lhes dar atenção.

— Olivia não é a maioria das mulheres.

— Acredite em mim, eu notei.

— Então, qual pode ser o problema, Don Juan? — Ela


muda seu peso em sua cadeira, me olhando com uma
expressão divertida. Ela está gostando bastante do meu
desespero. — Eu nunca imaginei que Noah Tate, o deus do
sexo lendário, teria qualquer problema em seduzir uma
mulher.
— Deus do sexo, é?

Ela dá de ombros.

— Os rumores são verdadeiros ou não?

— Depende sobre quais rumores você está se referindo.

— Que você tem um pau mágico de vinte e três


centímetros, com sabor de morango?

Comecei a rir apesar da situação. Estamos em uma área


de trabalho lotada com pessoas sentadas bem ao alcance da
voz, e ela está discutindo meu pau como se estivéssemos
escolhendo amostras do tapete.

— Tanto quanto me doa dizer isso, vamos tirar o meu


pau da conversa e focar sobre o tema em questão.

Ela levanta seus ombros.

— Certo. Olivia.

— Diga o que ela gosta. Hobbies. Interesses. Coisas que


ela gosta.

Camryn leva um segundo para pensar sobre isso.

— Ela trabalha como louca toda a semana, mas eu


tenho certeza que você sabe disso. Então, se você está se
referindo aos fins de semana, ela gosta de assistir comédias
românticas e tem um secreto lado romântico. Ela compra,
para si mesma, um buquê de peônias no mercado dos
agricultores todos os sábados.

— Isso é bom. — Eu retiro o meu telefone e digito


peônias no aplicativo de notas. — O que mais? Cor favorita?
Comida? — Eu já sei que ela gosta de Martinis com dose
dupla e vinho tinto, mas encantar Olivia vai demandar muito
mais do que apenas isso.

— Verde. Como o dinheiro. — Camryn sorri. Olivia


sempre foi uma potência. — E ela adora tapas.

— Não são apenas aperitivos para o jantar?

— Basicamente, — Camryn diz com um encolher de


ombros.

— Entendi. Algo mais?

Ela olha para longe por um momento.

— Bem, não é grande coisa, mas eu não acho que você


vai querer ouvir isso.

— Diga para mim.

— Ela tem um livro de recortes de seu casamento dos


sonhos. Ela está adicionando a ele coisas desde que era uma
menina.

— Olivia? — Meus olhos se arregalam. — A mesma


Olivia Cane que se nega a casar tem sonhos de um grande
casamento?

— Exatamente. Ela sempre sonhou com um casamento


grande, bonito. Ela é realmente muito mole por baixo dessa
casca dura. O que sua mãe e pai compartilhavam era
especial, e ela está procurando a mesma coisa. O casamento
perfeito. O marido perfeito.

Tudo me bate de uma vez.


— E esse arranjo esmaga o sonho de toda a sua vida.

— Bem, sim.

Camryn parece alheia à enorme bomba que ela


simplesmente soltou sobre mim. Não importa se eu sei da cor
favorita ou o restaurante que ela gosta de comer. Ela quer a
única coisa que eu nunca poderei dar, o verdadeiro felizes
para sempre.

Meu coração afunda um pouco. Não importa quão bem-


estamos juntos, eu não sou tolo o suficiente para pensar que
eu poderia ser sua alma gêmea. A menos.... Eu engulo
quando uma onda de nervos me bate. Porra. Estou pronto
para isso?

— Só mais uma coisa, — eu peço a Camryn. — Por que


ela não namora? — Não desde um ex babaca da faculdade,
não vi Olivia com outro homem.

— Basicamente? Ela é muito exigente—, Camryn diz


com um sorriso carinhoso.

— Ela está esperando por um príncipe encantado.

— Algo parecido.

— Obrigado, isso foi realmente útil.

— Boa sorte—, Camryn diz quando eu me dirijo ao meu


escritório. Ela deixa o você vai precisar não dito.

Porra.... Eu tenho um trabalho enorme pela frente.


Nos braços de Noah vestido de smoking, eu entro no
Clair de Lune, um restaurante francês cinco estrelas com
vista para o East River. Escargot, caviar, toalhas de mesa
brancas, garrafas de cem dólares, todo serviço completo.

Mesmo que este evento seja puramente um jantar de


negócios, com intenção de conquistar um novo cliente, Noah
me trouxe um buquê de peônias, quando ele veio ao meu
escritório para me pegar. Ele foi educado e atencioso, e isso
quase me fez perdoá-lo por ter me irritado no outro dia.

A quem estou enganando? O homem me irrita a cada


cinco minutos.

A anfitriã nos guia para a nossa mesa reservada, onde a


senhorita Estelle Osbourne, a quarentona, diretora de
marketing da Parrish Footwear, já está sentada com um copo
de champanhe na frente dela. Ela parece incrível em seu
vestido de chiffon lavanda-cinza, com mangas e um laço de
prata sexy, mas sofisticado. De repente, me sinto mal vestida
com meu simples vestido preto na altura dos joelhos.

Eu li o perfil de negócios da senhorita Osbourne on-line,


enquanto estudava sua empresa para este jantar. Depois de
completar sua educação Ivy League, ela conseguiu um
emprego com o gigantes da moda Luxor Brands e foi subindo
a escada corporativa desde então. Ela assumiu a direção da
área de marketing de Parrish no ano passado, e até agora ela
está fazendo grandes coisas.

Talentosa, bem-sucedida, bonita, com os instintos de


negócios afiados, ela é exatamente o tipo de mulher que eu
me esforço para ser. O que só torna a perspectiva de tentar
impressioná-la ainda mais desesperadora.

— Ela chegou aqui mais cedo? Agora parece que


estamos atrasados —, eu digo sob a minha respiração.

— Relaxe, Floco de Neve, — sussurra Noah quando ele


puxa minha cadeira para mim.

Fácil para ele dizer. Como é que ele sempre fica tão
tranquilo? Estou equilibrada por um fio, excitada e ansiosa.
Conseguir este novo cliente, em primeiro lugar foi um
acidente vascular cerebral inacreditável de boa sorte. Se
conseguirmos encantar esta mulher, os contratos de sua
empresa irão diretamente nos tirar do vermelho. Tate & Cane
precisa desesperadamente que esse jantar de negócios dê
certo.

Depois que todos apertam as mãos e se apresentam,


Noah e eu sentamos. O garçom se materializa com a lista de
vinhos e três menus. Eu solicito a carne bourguignon e um
copo de Beaujolais Nouveau do ano passado. Dá lhe vinho
tinto.

O garçom se afasta e eu tomo um gole de água gelada


para limpar a garganta seca. Não se preocupe, você tem isso
sob controle.

— Então, como eu estava dizendo anteriormente no


telefone, Tate & Cane está atualmente implementando um
plano sólido.

— Oh, certamente assuntos de negócios podem esperar


até depois do prato principal. — Senhorita Osbourne, ou
Estelle, como ela nos disse para chamá-la, interrompe com
um sorriso que diz que ela é claramente acostumada a liderar
com a situação. — Há quanto tempo vocês dois estão juntos?

— Uh...

Como vou explicar que estamos na fase de julgamento


de um casamento arranjado? Nós começamos a namorar há
alguns dias, mas, em certo sentido, estamos mais ou
menos... pré-noivos? Eu provavelmente devo apenas fazer
alguma coisa. E eu tenho que fazê-lo rapidamente, porque eu
já fiz uma pausa por tempo demais. Mas eu também tenho
que ter certeza que minha mentira não vai voltar a morder
nossa bunda mais tarde.

— Desde que podemos nos lembrar, — Noah diz,


suavemente cobrindo o silêncio constrangedor. — Nossos
pais eram amigos próximos e parceiros de negócios, portanto,
passamos a maior parte da nossa infância juntos. Era para
ser.

— Como é doce. — Estelle sorri afetada, olhando entre


nós com curiosidade.

— Na verdade, isso me lembra de uma história de


quando nossas famílias passaram o verão juntos...

Oh Deus, lá vai. Noah solta uma de suas armas


secretas: a bonita história sobre como ele uma vez salvou um
cachorro de afogamento em Shinnecock Bay. É um conto
velho, descontroladamente embelezado ao longo dos anos,
uma garantia de que as mulheres o bajulem e sua calcinha se
desintegrem.

Eu começo a deixar de ouvi-lo em favor de me


concentrar na comida cheirosa que acabou de chegar. Vou
deixar Noah ter sua hora do recreio por enquanto. É
provavelmente uma estratégia decente para deixar o nosso
cliente em potencial tomar algumas bebidas antes de
lançarmos nossa proposta de qualquer maneira.

Eventualmente, Noah termina sua história em meio a


murmúrios de aprovação de Estelle. Eu começo a ouvir
novamente quando ele se inclina ligeiramente para ela, sua
forma conspiratória, como se ele está prestes a dizer algo
íntimo e profundo. Mas tudo o que ele diz é —, diga. . . será
que seu nome é em homenagem a Estelle Carmen, a designer
de Hollywood?

Estelle realmente ri.


— Você e eu sabemos que eu sou velha demais para que
isso seja verdade. Ela era apenas uma menina quando eu
nasci. Mas eu aprecio a tentativa de bajulação.

— Sério? Eu jurava que era ao contrário. —Ele pisca um


sorriso de mil watts.

— Pare com isso—, diz ela em uma cadência tímida que


lhe diz para fazer tal coisa. — Mas estou surpresa que você
saiba o nome dela. Você é um estudante de moda, o Sr. Tate?

— Estou sempre interessado no que belas mulheres


estão vestindo... ou não.

— Você deveria ter mais cuidado com a sua fala mansa


—, diz ela, repreendendo de brincadeira.

O que está acontecendo aqui? Será que de repente eu


fiquei invisível para eles?

Eu dou um olhar para o nosso garçom, que limpou os


pratos principais e perguntou duas vezes se gostaríamos de
sobremesa. Ele parece quase tão irritado como eu me sinto, o
que é reconfortante e assustador.

Pelo menos eu sei que não estou ficando louca aqui,


mas eu odeio que as palhaçadas de Noah e Estelle sejam tão
visíveis. Com a forma como eles estão continuando, alguém
iria supor que eles são velhos amigos. . . ou talvez até mesmo
um casal. Eu sou a carta fora do baralho. Os meus únicos
companheiros são uma taça de vinho vazia e os primeiros
sinais de uma dor de cabeça que se aproxima.
— Desculpe por isso —, digo ao garçom. — Sim, por
favor, vá em frente e nos traga o cardápio de sobremesas. E o
menu de cocktails também. Obrigada. — Tenho que ganhar
tempo para colocar este jantar de volta nos trilhos. . .

Eu realmente não tenho nenhuma ideia do que está


acontecendo. Noah e eu revimos nosso plano de jogo no
escritório apenas algumas horas atrás conversar sobre os
números, explicar porque Estelle deve confiar em campanhas
de publicidade de sua empresa a Tate & Cane, e conseguir
um compromisso, mesmo que informal. Mas ele saiu
totalmente fora do script.

Eles cobriram uma ampla gama de temas do seu bar


favorito de sushi (que compartilham o mesmo), para os
melhores hotéis de Las Vegas, para a queda do mercado ano
passado no qual Parrish Footwear resistiu bastante bem,
graças a visão de Estelle, mas nada a ver com como garantir
seu negócio. Não há fatos, não há argumentos persuasivos,
nenhum reconhecimento de toda a porra da razão que nós
viemos aqui hoje à noite.

Até agora, eu não consegui falar uma única frase do


discurso de vendas que passei três horas preparando. Sem
mencionar que a maneira como ele está flertando com ela me
faz querer vomitar. Não somos supostos namorado e
namorada? Porque Noah com certeza não está reproduzindo
sua parte.

Não podemos ir embora esta noite até que tenhamos


uma ideia firme se Parrish está ou não conosco, o que
significa que tenho um longo maldito caminho para trilhar. E
a primeira coisa que preciso fazer é ter uma palavra com o
meu querido doce namorado. De preferência em algum lugar
privado, onde o nosso cliente não possa me ouvir arrancar as
suas bolas.

Eu verifico meu telefone, fingindo que eu o ouvi soar, em


seguida, interrompo o seu encontro amoroso com um sorriso.

— Querido, eu posso te roubar por um momento? Meu


pai acabou de me mandar uma mensagem com uma
pergunta importante.

Sem esperar por uma resposta, eu empurro para trás a


minha cadeira e levanto, agarrando a mão de Noah. Eu o
arrasto até a parte de trás do restaurante, perto das portas
de vaivém da cozinha. Um garçom que passava nos dá um
olhar curioso.

— Que porra você acha que está fazendo? — Eu rosno,


tentando manter minha voz baixa, apesar de queimar de
raiva.

Noah pisca em surpresa. Em seguida, um sorriso


maroto começa a despontar no rosto.

— Não me diga que você está com ciúmes por eu prestar


atenção em outra mulher. Isso é tão fofo. Não se preocupe,
floco de neve. Você é a única garota para qual eu tenho olhos.

Eu o repreendo com uma fúria mal contida.

— Não se atreva a tentar flertar para se livrar disso, seu


burro egocêntrico. Eu não poderia dar a mínima para onde
seus olhos vão. Estou chateada porque você está fazendo a
nossa relação parecer como uma piada, e eu não gosto de
estar ao lado disso. Você estava praticamente lambendo o
molho béarnaise de seus dedos!

Outro garçom passa. Este parece divertido. Eu


realmente não o culpo devemos parecer ridículos, um par de
socialites vestidos com esmero e discutindo fora da cozinha.

Eu ranjo meus dentes. Eu já estou humilhada e louca o


suficiente para que tudo me faça sentir pior.

Noah zomba de mim.

— Oh vamos lá. É chamado networking. Lubrificação


das rodas. Ela sabe que não é nada sério. Eu fiz esse tipo de
coisa um milhão de vezes.

Por que não estou surpresa?

— Isso dificilmente me faz sentir melhor. E nosso


garçom parecia confuso com qual casal estava aqui, eu e você
ou você e ela.

— Quem dá a mínima para o que ele pensa? Ela é a


única segurando os cordões da bolsa. Ela é que estamos aqui
para impressionar.

— Estou pedindo para você se importar com o que eu


acho!

Ele pisca.

— O que? Claro que eu...

— Não, você não fez isso claramente, porque senão você


não estaria aqui agora ouvindo.
Ele joga as mãos.

— Certo, tudo bem. Estou ouvindo. Apenas explique


qual é o problema.

Eu respiro fundo pelo nariz, tentando acalmar o


suficiente para colocar meus pensamentos em ordem.

— Me deixe soletrar para você. Foi você quem disse que


era importante, manter as aparências, fazer nosso
relacionamento parecer real. E agora você está agindo como o
mesmo galinha que você sempre foi. Só que agora, eu estou
aqui para cuidar de seus danos colaterais, e é embaraçoso.
Você me desrespeitou.

Seus olhos atiram abertos.

— Eu não tive a intenção.

— Não importa! Sua intenção não altera os resultados.


Talvez nem te ocorreu que eu teria um problema com suas
besteiras. Posso dar o benefício da dúvida. Mas estou aqui
agora, dizendo como me sinto. Então, por favor, pare com
isso.

Ele cobre a boca com uma das mãos, puxando com


força, e solta um sonoro suspiro atormentado.

— Eu... não pensei nisso dessa forma. Eu estava apenas


tentando atrair o cliente. Como sempre faço.

Uau, ele realmente parece surpreso.

Um pouco chocada, eu deixo a minha voz amolecer.

—Bem, se estou em sua vida agora, isso não pode


acontecer mais.
— Na minha vida, né? — Ele me considera com uma
expressão que eu não consigo ler. — Então isso vai nos dois
sentidos, eu acho. Estou na sua vida também?

— Parece que sim. — Eu suspiro. — Estamos presos


juntos por um bom tempo, pelo menos.

Agora eu posso ler seu rosto, os primeiros lampejos do


sorriso pecaminoso e familiar. Ele chega para cima, e no
começo eu acho que vai para o meu queixo. Mas então ele
simplesmente passa o dedo no meu pescoço, pela longa
extensão de pele exposta, todo o caminho até a curva do meu
ombro. Eu não posso evitar o meu arrepio.

— Você faz soar como uma sentença de prisão—, ele


brinca.

Eu sorrio. Apenas um pouco, mas está lá.

Ele se inclina ainda mais perto e pergunta:

— Tem certeza de que não estava com ciúmes, afinal?

Meus dois copos de vinho podem ter baixado a guarda.


Essa é a minha desculpa para o por que, em vez de dizer-lhe
para calar a boca, eu admito,

— Talvez um pouquinho. — Então eu recupero meus


sentidos e adiciono: — Mas isso não muda meu ponto
original.

Ele levanta as sobrancelhas, mas não diz nada.

Minhas bochechas começam a aquecer quando ele me


encara. Por que até mesmo perguntar, se ele ia só ficar ali me
olhando fixamente?
— O quê? — Eu estou começando a ficar envergonhada
de novo, mas é diferente de antes, um toque delicado, quase
excitado no meu estômago, em vez de uma virada, um
doloroso aperto. E o tom defensivo da minha própria voz
intensifica o sentimento.

— Nada. Estou apenas um pouco surpreso, isso é tudo.

Eu rolo meus olhos em uma tentativa de parar de olhar


para ele.

—Vamos, não me venha com essa. Você sabe o efeito


que tem sobre as mulheres.

Com um sorriso completo agora.

— Por que você não me diz?

— Não. Eu me recuso a jogar de agente de viagens para


a sua viagem de ego.

— Se você quiser, posso começar. — Antes que eu possa


pará-lo, Noah começa listando os prós. — Você é a pessoa
mais inteligente, mais esforçada que eu já conheci. Assistir
você trabalhar em seu elemento é excitante, tão equilibrada e
confiante, a forma como os seus olhos azuis ficam intensos
quando você está prestes a rasgar algum pobre idiota. Eu não
posso deixar de pensar se você é tão feroz, incansável e
criativa na cama. Você é honesta até demais. . . será que o
seu corpo é honesto também? Você liberta facilmente o seu
prazer? Ou será que você tentaria segurar, e me fazer
trabalhar por ele? Acredite em mim, estou pronto para o
desafio.
Suas palavras me deixam sem fôlego. O que aconteceu?
E porque é que tenho que ficar arrepiada da pior maneira?

A conversa metade carinhosa, metade suja atinge um


ponto fraco que eu nem sabia que eu tinha. Ou talvez eu só
me sinta dessa maneira porque é Noah, que está dizendo
essas coisas imundas, doces, olhando para mim com tanto
fervor. Sua voz rouca me amacia e me aquece, e de repente
eu me sinto tão exposta. Não blindada. Mas não de uma
forma ruim, não como um pesadelo de estar nua em uma
importante reunião, porque eu sei que Noah nunca iria me
machucar. Ele nunca iria tirar proveito da minha
vulnerabilidade.

Ou talvez ele iria, mas apenas das maneiras que eu


secretamente desejo.

Noah pega minhas mãos, vira as palmas das mãos em


sinal de rendição, os polegares esfregando círculos suaves
sobre a pele fina macia de meus pulsos. Quando eu não
posso reprimir o arrepio que corre através de mim, ele sorri
como um lobo. Oh, ele viu a minha reação, tudo bem. Ele
sabe exatamente o que está fazendo, e eu odeio e amo isso.

— E eu faria qualquer coisa para coloca minhas mãos


em seu corpo incrível —, continua ele impiedosamente. — Eu
nunca vi uma mulher mais perfeita... cada polegada de você,
bunda empinada, seios exuberantes e pernas feitas para
envolver em torno de minhas costas. Te beijar a outra noite
não foi o suficiente. Eu adoraria assistir a sua expressão
enquanto eu fodo você. Ver você abrir mão do controle,
desligar o cérebro e apenas sentir.

— V-você não joga justo —, eu finalmente consegui


gaguejar.

— Hey, não é assim que isso funciona. Elogios, e não


insultos. Acredite em mim, eu já tenho uma boa ideia do que
você pensa de meus pontos negativos.

— Uh. . .— Eu engulo. — Você é muito legal também,


mas de uma maneira diferente. Bom com as pessoas, com as
palavras e coisas, em vez de números e estratégia.

— É por isso que você está corando agora?

De certa forma, sim. Mas sua mandíbula esculpida,


lábios carnudos e penetrantes olhos escuros são o que fazem
as suas palavras verdadeiramente inebriantes. E o fato de
que ele ainda não soltou minhas mãos.

— Você assume o comando, e às vezes eu odeio isso,


mas às vezes. . . é bom ter uma pausa.

Seu sorriso se torna maligno.

— Oh? Eu vou ter a certeza de fazer uma nota disso.


Algo mais?

Eu volto para terreno seguro, familiar. Palavras duras,


algo que eu possa negar mais tarde como apenas uma
brincadeira.

— Você está tentando me obrigar a admitir que você tem


uma bela bunda?
Mas quando sua única resposta é uma risada sombria
de seda, eu percebo o meu erro. Ele não se deixou enganar
pelo tom de brincadeira. Por que eu acho que ele se
enganaria? E agora estou encurralada. Literal e
figurativamente. Enquanto eu falava, Noah lentamente
inclinou, pouco a pouco, até que eu possa apenas sentir as
cócegas de sua respiração.

De repente, ciente do aumento da temperatura entre


nós, eu digo.

— Não deveríamos voltar? É rude manter a senhorita


Osbourne esperando.

O olhar de Noah é muito intenso para me desviar o


olhar. — A única mulher que estou interessado em entreter
agora é você.

Eu me afasto uma fração, a necessidade de sair, mas


querendo ficar, e eu percebo que minha calcinha já está
molhada. Tudo que eu nunca me deixei sentir ou pensar
sobre Noah corre para a superfície. Meu corpo não se importa
que ele é um idiota juvenil. Eu odeio que a minha libido está
totalmente fora do meu controle. Eu odeio que eu sempre tive
uma paixão tão perversa sobre Noah. O destino deve estar
rindo como louco de mim agora.

Noah se inclina ainda mais perto, apenas evitando


contato. Eu posso quase sentir o roçar de seus lábios contra
os meus, e meu estômago aperta com o desejo.

— Continuamos apenas com a primeira base? —, Ele


sussurra contra a minha pele. — Ou você quer mais?
Eu não respondo. Eu nem tenho certeza de que posso
falar. Eu só molho meus lábios.

Esse pequeno movimento é como soltar uma mola. Noah


investe para devorar minha boca. Meus joelhos enfraquecem
com seu ataque especialista. Seus braços fortes envolvem em
torno de mim e suas mãos estão em toda parte, inflamando
meus nervos, dedos passando em cada polegada de pele nua.
Sinto um flash de frustração que o meu vestido é tão
modesto. Eu quero seu toque em cima de mim, sem
restrições.

Ele puxa nossos quadris juntos e eu sinto sua ereção na


minha barriga. Algo selvagem brota através de mim, uma
satisfação territorial feroz. Que a sua dureza é toda para
mim. Não Estelle, e não qualquer de suas conquistas
passadas. Eu sou a única que está fazendo ele se sentir desta
forma agora. Tão poderosa necessidade, primordial, aponta
diretamente para mim e só a mim.

Ele é todo meu. E surgem pensamentos


espontaneamente profundos de uma parte animal de mim
que eu nunca percebi que eu tinha.

Em chamas, eu pego sua ereção através de suas calças,


querendo afirmar o controle e mostrar o meu poder sexual.
Mas isso foi um grande erro. . . ênfase em grande. Sentindo o
quão impressionante e duro ele está apenas me deixa ainda
mais desesperada. Eu gemo e o aperto na palma da minha
mão.
— Se você não parar, nós vamos ter um problema—, ele
rosna.

Eu rio,me sentindo quase tonta de tesão.

—Tem certeza que é nosso problema e não apenas seu?

Ele abruptamente recua, causando um barulho


involuntário de decepção da minha garganta. Mas meu tesão
ferve novamente quando ele pega a minha mão e corre em
direção ao banheiro mais próximo. Ele me puxa para dentro e
fecha a porta. Eu deixo cair a minha bolsa no canto quando
ele me empurra contra a parede.

Nossas bocas fundem juntas novamente, lábios e língua


se movendo como se foram feitas para isso. Nosso ataque se
intensifica quando os dedos apalpam na parte de trás do meu
vestido. Ele encontra o zíper, o puxa até a metade, em
seguida, empurrar as mangas para baixo dos meus ombros,
prendendo meus braços.

Eu grito em estado de choque, em seguida, rapidamente


bato minha mão sobre a boca quando ele se ajoelha e gira a
língua ao redor de um mamilo e prende o outro. . . com força.

— Sem sutiã esta noite? —, Ele murmura entre lamber e


dar mordidas suaves. — Garota safada.

Quero explicar que este vestido não funciona com um


sutiã. Quero dizer para calar a boca e me foder. Mas tudo o
que posso fazer é tremer nas faíscas de sensação que vão dos
meus seios direto para o meu clitóris.
— Deus, eles são bonitos —, diz ele em um gemido,
tomando meu mamilo na boca.

Eu só posso assistir, desesperada, enquanto ele beija


meus seios, eu solto gemidos indefesos.

— E tão sensível. — Ele se move para o outro, dando um


beijo molhado que termina com um som de sucção audível.
Ele vai até minha saia e passa os dedos ao longo do centro da
minha calcinha. — Assim como eu pensei, — ele murmura. —
Gostosa e molhada para mim.

Eu abro minha boca para argumentar, mas Noah


escolhe esse momento para me beijar novamente.

Em seguida, ele levanta o lado da minha calcinha e seus


dedos deslizam em mim. Sem brincadeiras ou provocações
agora, ele sabe exatamente o que estou precisando. Um longo
dedo me abre, me acariciando, colocando apenas a
quantidade certa de pressão sobre meu clitóris inchado.
Murmuro algum gemido ininteligível. A língua de Noah
continua trabalhando contra a minha. Em seguida, dois
dedos hábeis batem dentro de mim e as costas de sua mão
esfregam meu clitóris inchado. Calor surge através de meu
núcleo e eu sufoco um grito de alívio. Sim. . .

Noah rosna com satisfação possessiva.

— Isso é o que eu gosto de ouvir, baby. Essa boceta é


minha agora, e nós dois sabemos disso. Eu vou tomar muito
cuidado com minha esposa...

Sua conversa suja me irrita e deixa meu corpo em


chamas, tudo ao mesmo tempo. Eu não sei o que sentir. Eu
não posso pensar em tudo. Eu só fico com Noah, lutando
para ficar em pé, enquanto meu tesão se aquece mais e mais.
Eu mordo meu lábio com força para abafar meus gemidos.

— Porra... Noah... — Eu gemo, esfregando meus quadris


com força contra sua mão. Estou tão dolorosamente perto. Só
mais alguns segundos. . .

Alguém bate na porta.

Nós dois congelamentos, eu de topless e segurando os


ombros de Noah, Noah com sua mão em minha saia. O
absurdo da imagem de repente, me bate. Eu poderia ter rido
se eu não estivesse tão à beira de um clímax alucinante e
atingida pelo terror. Mesmo com o medo de ser pega gelando
através de minhas veias, eu ainda estou queimando.

— Se você mover os dedos, eu vou te matar—, eu


sussurro freneticamente para Noah. De jeito nenhum eu seria
capaz de manter este orgasmo tranquila. Já se passaram seis
longos meses desde o último. E eu quero isso mais do que eu
quero minha próxima respiração.

— Olá? Tem alguém aí?

Meu Deus. Essa é a voz de Estelle. A nossa cliente está


de pé a menos de três pés de distância, e a mão de meu
estúpido namorado sexy ainda está na minha calcinha.

— É Noah e Olívia, — Noah diz, soltando uma voz casual


perfeita. — Tivemos apenas algumas coisas para conversar.

— No banheiro? —, pergunta ela com ceticismo óbvio.


Ela está suspeitando ou apenas confusa? Droga, eu
deveria apenas me jogar para fora da janela agora.

— Assuntos familiares privados, você entende. Nós


vamos apenas levar mais um minuto.

Depois de uma pausa de parar o coração, eu finalmente


ouço os passos dela se afastarem.

— Pare de me tocar —, eu assobio sob a minha


respiração.

Noah me dá um olhar de hey, não é justo.

— Você me disse para não mover meu...

— Você sabe o que eu quis dizer, espertinho! Agora saia


da minha calcinha!

Rindo, ele se retira.

— Eu acho que essa é a primeira vez que uma mulher


me disse isso.

— Se você quer ouvir pior, pode ser arranjado. Agora,


me vista.

Depois que Noah me ajuda a puxar minhas roupas de


volta no lugar, eu me olho no espelho sobre a pia. Jesus, eu
pareço um desastre. Batom manchado em todos os lugares,
cabelo despenteado. Minha aparência praticamente grita, eu
estava fodendo um cara no banheiro! Que maravilha. . . todo
o constrangimento público de sexo sem conseguir “realmente
ter um orgasmo”.

Eu pego minha bolsa do canto, puxo a minha escova de


cabelo algumas vezes, em seguida, começo a esfregar meus
lábios. Quando eu aplico uma nova camada de batom, noto
que Noah não se moveu de seu lugar. Ele ajeitou a gravata e
abotoou sua jaqueta, mas fora isso, ele só estava esperando
pacientemente por mim.

Ele poderia pelo menos ter a decência de parecer


envergonhado por me meter nessa confusão. . .

—Você não vai lavar as mãos? — Eu digo. Uma delas


estava enterrada na minha você sabe o que, afinal de contas.

Com um sorriso malicioso, ele levanta a mão ao nariz e


faz um show de cheirar os dedos, inalando meu cheiro, e meu
rosto ferve vermelho brilhante.

— De jeito nenhum—, ele diz simplesmente.

Eu tiro meus olhos famintos a distância e xingo,

— Que seja. Vamos apenas voltar para a mesa e espero


que não tenha arruinado este negócio.

— Uh, querida...

Eu olho para ele.

— O que?

Ele libera uma respiração profunda lentamente pelo


nariz.

— Se eu voltar lá fora, assim, eu vou ser preso por


indecência.

Eu sigo o seu olhar, que caiu para a frente de suas


calças.
Puta merda. Parece que ele está contrabandeando um
abacaxi em sua cueca.

— Deixe essa coisa sob controle.

Ele aperta os olhos fechados e leva outra respiração


profunda. Quando seus olhos abrem novamente, ele parece
um pouco mais composto.

—Vamos voltar.

À medida que saio do banheiro, eu tento me recompor.


Com Estelle na minha mira novamente, fico com a minha
cabeça de volta no modo de trabalho.

Claro, Noah pode ser injustamente atraente, e agora eu


sei que ele é bom com as mãos também, além de ser um
beijador mais que habilidoso, eu ainda preciso ficar gelada
aqui. Ele é um arrogante playboy imaturo, que não leva os
negócios a sério o suficiente.

Portanto, mantenha a cabeça no jogo, Olivia, eu me


lembro.

Mas a dor insatisfeita entre as minhas coxas é quase


demais para suportar. Este jantar será definitivamente a
noite mais longa da minha vida.
— Bem, isso correu bem —, eu digo quando eu manobro
a minha elegante Tesla preta para fora do estacionamento.
Eu dou uma acelerada modesta e nós voamos na rua.

E sinto nas alturas, tanto como um presunçoso pode


ser, e eu não dou a mínima agora. Nem mesmo a maneira
como meu pau está doendo como um filho da puta pode
estragar meu humor.

Olivia me lança um olhar questionador, e eu sei que ela


está se perguntando o que eu estou me referindo, a reunião
de negócios com o novo cliente que provavelmente vai dar
certo, ou a minha parte favorita, quase dando a ela um
orgasmo no banheiro. Meu corpo ainda está preparado e
pronto para dá-lo.

— Eu não posso acreditar que você não lavou as mãos


—, ela diz.
— Eu posso nunca lavar essa mão de novo. — Eu sorrio
e faço um gesto obsceno com os dedos.

Ela se afasta de mim com um xingamento e olha pela


janela em silêncio o resto do caminho de casa.

Quando chegamos, a cobertura está escura e silenciosa


e meus hormônios ainda estão furiosos. Olivia coloca sua
bolsa e telefone celular sobre a mesa de entrada, em seguida,
se vira, ficando de costas para mim.

— Você abre meu zíper?

Eu arrasto o zíper para baixo em suas costas, deixando


meus dedos passarem por sua pele, apreciando as covinhas
gêmeas no final das costas e a parte superior de sua calcinha
rendada.

Tortura. Isso é pura tortura.

Tendo uma chance, eu inclinar para frente e dou um


beijo suave contra a parte de trás do seu pescoço.

— Nós poderíamos terminar o que começamos no


restaurante.

Sua respiração acelera e posso praticamente cheirar sua


excitação. Eu sei que sua calcinha ainda está molhada. A
ideia de tocá-la mais uma vez quase me enchia de desejo.

— Provavelmente não é uma boa ideia. Devemos manter


isso estritamente profissional a partir de agora. Temos de nos
concentrar no negócio, você não acha?

Mas ela soa um pouco insegura, e isso é tudo que eu


preciso. Ela me diz que é apenas uma questão de tempo até
eu conseguir o que quero. E o que eu quero é sua boceta
apertada em volta do meu pau, onde eu possa meter por
horas. Dias, mesmo.

—Você estava tão perto lá. Eu podia sentir sua vagina


segurando meus dedos, o clitóris inchado pulsando com cada
batimento cardíaco. Você estava prestes a gozar —, eu
sussurro.

O calor da minha respiração envia uma onda de


arrepios pela parte de trás do seu pescoço. Eu conheço o
corpo de uma mulher bem, sei ler todos os sinais, e tudo
sobre Olivia está pulsando, dizendo que ela precisa ser
fodida. Jogada na cama, e adorada como a deusa que ela é.

— Noah... —Sua voz é quase um gemido, e meu pau


endurece instantaneamente.

— O que você faz para se divertir, Floco de Neve? Tudo


não pode ser sobre trabalho. Às vezes, desligar um pouco é
uma coisa boa.

— Para tudo há um tempo. — Ela endireita sua postura.


— E esse é o momento de nos concentrarmos e focarmos no
negócio, e não brincar de nos agarrar como adolescentes. Eu
tenho certeza que é um conceito estranho para você, mas...

— Acredite em mim, estou focado em Tate & Cane. Mas


os negócios são para o horário de trabalho. Após o horário
comercial é para brincadeiras. E no caso de você não
perceber... — Eu passo um dedo por sua espinha, demorando
na cintura de sua calcinha. — Está escuro lá fora. E nós
somos dois adultos responsáveis.
— Dois? Tente contar de novo.

A princesa de gelo dá um passo para longe de mim e vai


para o quarto, onde eu vejo um último vislumbre de suas
costas nuas e quadris antes dela fechar a porta. Eu posso
apenas imaginar o seu vestido escorregando para baixo de
suas longas pernas, o tecido reunindo em torno de seus pés
ainda de salto alto, a bunda gostosa coberta apenas com um
pedaço de renda...

Deus. Porra. Droga.

Eu junto os dedos pelo meu cabelo e solto um suspiro


de frustração. Por um segundo, eu não sei se estou frustrado
porque eu estou com tesão e insanamente atraído por ela, ou
porque ela está tornando impossível para mim ganhar a
nossa aposta.

Não. Foda-se isso. É só porque eu quero ela. Eu quero


levá-la em meus braços e entender que nós realmente
poderíamos ter algo aqui. Ela é tão teimosa. E seu sonho
secreto de um casamento romântico. Eu posso não ser sua
primeira escolha, mas eu quero pelo menos encontrá-la no
meio do caminho, como mais do que amigos. Eu só vou ter
que encontrar uma maneira de conseguir isso e manter todos
felizes.

Por agora, eu vou até o banheiro e fecho a porta atrás de


mim. Eu não tranco... apenas no caso de haver uma pequena
chance de Olivia mudar de ideia. Eu solto o meu cinto e puxo
para baixo as minhas calças apenas o suficiente para libertar
meu pau dolorido. Então eu passo um pouco de sua loção
perfumada em minha mão e começo a me acariciar.

Seu delicioso perfume feminino me rodeia, e as


sensações de formigamento ao longo da minha espinha
significam que isso não vai demorar muito. Pela segunda vez
esta semana, eu estou me masturbando, desejando que fosse
sua mão pequena e delicada em seu lugar.

Memórias de hoje à noite no restaurante piscam em


minha mente como um sonho erótico. Deus, ela estava tão
pronta depois de apenas alguns minutos de brincadeira e
beijos. Seus mamilos rosados estavam apertados em
pequenos gomos, e quando eu os chupei e lambi, eles
enrugaram contra a minha língua. Ela tinha um gosto tão
doce e deu os melhores gemidos suaves que eu já ouvi.

E então quando eu escorreguei meus dedos em sua


calcinha, eu meio que esperava que ela me falasse para
parar, só que ela não fez. Em vez disso, ela abriu ainda mais
as pernas. O menor movimento possível, mas eu estava tão
em sintonia com ela, que eu notei. Ela queria que eu a
tocasse. Queria isto tanto quanto eu. Ela estava quente,
úmida, doce perfeição sedosa. E quando eu coloquei dois
dedos dentro, eu quase gozei logo em seguida. Sua vagina
estava tão apertada, ela agarrou meus dedos e sugou eles,
ávida para me foder.

Tremo só de lembrar. Tão perfeita. Bonita. Inteligente.


Sensual. Ela é o pacote completo.

Mais algumas bombeadas e eu gozo com um grunhido.


— Você tem certeza sobre isso? —, Pergunta Olivia.

Seu olhar vagueia sobre as duas dúzias de pessoas


espalhadas por todo o gramado de Rosita. As pessoas estão
rindo e conversando em pequenos grupos, e pop mexicano
toca de uma caixa de som. A cerca de arame separa seu
quintal de uma loja de auto atrás de sua casa. Uma única
árvore está no centro com uma piñata festiva pendurada em
um galho.

— Claro. Isso vai ser ótimo. Vamos lá. — Eu a puxo em


direção a Rosita e a menina aniversariante, Maria.

Eu caio de joelhos na frente dela.

— Uau. Trinta e seis hoje, hein?

Ela balança a cabeça, suas tranças balançando


descontroladamente.

— Não. Eu faço sete! —, Ela solta.

— Ah, sete. Bem, feliz aniversário. —Eu dou uma


piscadela e ela franze o nariz. Ela definitivamente ainda está
na idade em que os meninos são nojentos. — Isso é um
vestido muito bonito.

Ela olha para seu vestido rosa-choque com bordados


decorativos de cor tangerina.

— Obrigada. Minha mãe quem fez. —Ela sorri para


Rosita.

Quando eu me levanto, dou a Rosita um abraço.


— Tudo parece ótimo. Obrigado por nos convidar.

— Claro, mi amor. Obrigada por terem vindo —, ela diz


para mim e para Olivia. É uma casa que fica há uma hora em
direção a Jersey, mas vale a pena a viagem.

— É claro—, Olivia ecoa, seu sorriso apenas um pouco


cauteloso. Ela está, obviamente, fora de seu elemento aqui,
mas tentando o seu melhor para lidar com isso.

— Por favor, se divirtam. Há muito o que comer, e as


bebidas estão lá dentro.

Eu examino a mesa de piquenique que está tão lotada


de comida, não há uma polegada de mesa que não esteja
ocupada. Empanadas, carne assada, arroz com frango, um
monte de coisas que eu não reconheço, mas terei que provar,
e um belo bolo de três andares no centro de tudo.

— Você fez o suficiente para alimentar um exército—, eu


digo com uma risada.

— Minha família tem grande apetite. — Rosita sorri


ironicamente para mim.

Eu entrego o meu saco com o presente a Rosita. Tem


um par de livros em espanhol para Maria. Eu sei que manter
a cultura de sua família viva e garantir que seus filhos sejam
bilíngues é importante para Rosita. É algo que ela e eu
conversamos antes, e eu acho que é muito inteligente.
Qualquer um que conheça duas línguas terá uma vantagem
no mundo dos negócios, quando chegar a hora.
— Oh, você não tem que trazer um presente. A sua
presença aqui é suficiente.

Eu balancei minha cabeça.

— Claro que eu trouxe um presente. Que festa de


aniversário é completa sem uma grande pilha de presentes?

O sorriso de Rosita cai ligeiramente.

— As coisas estão um pouco apertadas agora. Fiz os


presentes de Maria eu mesma este ano.

Oh merda. Eu queria fazer um comentário brincalhão,


não chamar a atenção para a pequena pilha de presentes.

— Esta tudo bem?

Rosita assente.

— Com toda a incerteza no trabalho agora, estou


tentando esticar o nosso orçamento e guardar um pouco na
poupança. Apenas no caso de...

Seus olhos passam entre eu e a Olivia como se estivesse


à procura de respostas. Como ela tem seis filhos, seu
orçamento não tem muito espaço de manobra.

Eu pego as mãos de Rosita na minha e dou um aperto.

—Tudo vai ficar bem, eu prometo. Eu vou me certificar


disso.

Olivia mexe desconfortavelmente perto de mim. Mesmo


com toda a tensão sexual entre nós, ainda temos um trabalho
a fazer. E isso nunca foi mais evidente do que agora.
— Chega de falar de tudo isso, — Rosita diz, mostrando
seu o sorriso novamente. — Vocês dois vão se divertir. — Ela
se afasta, indo em direção a seu primo, que eu conheci na
festa de Natal do ano passado.

—Você está com fome? —, Pergunto a Olivia.

A comida cheira incrível, e Rosita é uma incrível


cozinheira. Estou pensando em provar cada prato sobre a
mesa. Talvez duas vezes.

Ela balança a cabeça.

— Morrendo de fome, na verdade, mas eu não tenho


certeza. — Sua testa vinca, enquanto ela olha para os pratos
coloridos.

— O que está errado?

Ela olha em volta.

— Estou apenas procurando por uma faca e garfo.

Eu percebo que ela está cautelosa em derramar comida


na sua blusa cara.

— Vamos, eu vou ajudá-la. A primeira vez que vim aqui,


eu mordi um burrito e derramei o seu conteúdo em todos os
lugares. Parecia que um bebê fez merda em todo a minha
camisa Armani. Não conseguia parar de rir.

Ela me olha com ceticismo.

— Rosita me ensinou a maneira correta de dobrar meu


burrito. Há um truque para isso. Eu vou te mostrar.

Ela balança a cabeça e me segue para a mesa.


Nós enchemos nossos pratos com carnes marinadas,
cebolas grelhadas, arroz, feijão e tortilhas. Em seguida,
voltamos para uma segunda rodada dos nossos pratos
favoritos. Olivia me impressiona com o seu apetite saudável e
espírito aventureiro.

Após o almoço, conversamos e socializamos com a


família e amigos de Rosita. Mesmo Olivia diz que está
gostando da festa, e eu acredito nela, ela permanece
bloqueada ao meu lado durante toda a tarde, tendo uma
conversa educada e sorrindo nervosamente. De todas as
coisas incríveis que ela é, “borboleta social” não é uma delas.

Eu posso dizer que ela se sente deslocada em suas


sandálias de seiscentos dólares, blusa de seda e relógio de
diamantes incrustados. Eu ainda não sei por que ela não
vestiu algo menos formal. Ou esta é a roupa mais casual que
ela tem em seu armário? Talvez ela apenas seja incapaz de se
vestir mais casualmente; ela está sempre bem cuidada dos
pés à cabeça, o epítome da beleza sofisticada. Eu certamente
não vou reclamar.

Ela e eu não crescemos assim, com festas de quintal


casuais e pratos de papel e latas de cerveja. A vida da alta
sociedade definitivamente tem suas vantagens, mas dada a
escolha entre beber o melhor Scotch sozinho e beber cerveja
barata em meio a risadas amigáveis, eu vou escolher isso
toda vez.

Mais tarde, quando a dança acaba, eu levo Olivia para a


casa.
— Agora precisamos de um Cuba Livre. — Eu vou para
dentro, mantendo uma mão na parte inferior das suas costas
para tranquilizá-la que eu não vou deixá-la para cuidar de si
mesma.

— Não é apenas rum e Coca-Cola? —, Ela pergunta,


cética.

—Sim, mas é Coca-Cola mexicana, feito com açúcar de


verdade, não esse falso xarope de milho de merda, e o rum...
Cristo, espere até você provar isso.

Eu encho dois copos com gelo e depois a mistura de


rum-e-coca que Rosita tem pré misturados em um grande
jarro.

— Hum— Olivia geme quando ela engole seu primeiro


gole efervescente.

— Um brinde—. Eu olho para ela e toco a borda do meu


copo no dela.

— À que? —, Ela pergunta.

— A nós—, eu digo, meus olhos persistentes nos dela.

— Noah... —Ela mastiga o lábio inferior. — Você sabe


que isso não pode funcionar, certo? — Seu tom é sombrio.

— Como que não vai. Na verdade, nós realmente


precisamos ficar noivos em breve.

Talvez seja porque estou me sentindo jovial e um pouco


tonto, mas eu defendo meu território, meus olhos ainda
persistentes nos dela. Eu penso que tipo de proposta eu vou
planejar, apenas uma reunião formal de negócio em que
acordamos sobre os termos, ou um pedido romântico, onde
eu me ajoelho e prometo fazer isso da melhor forma que
posso para ela.

Olivia olha para o chão.

— Eu apenas não estou pronta para isso ainda.

— Eu já senti isso..., mas você pode tentar. — Eu me


inclino ainda mais perto, a deixando sentir o calor do meu
corpo, a minha altura elevando-se sobre ela.

— Tentar?

— Sim, tentar.

— E como você propõe que eu faça isso? — Ela está


tentando o seu melhor para soar confiante, mas seu tom está
instável.

Me sentindo ousado, eu sorrio para ela.

— Você se afastou na noite passada. Você poderia me


beijar, me tocar, se abrir para mim, fazer amor comigo.

— O que, aqui? — Sua voz se eleva e as sobrancelhas


também.

— Eu me contentaria com um beijo.

— Eu fiz isso antes, ou você esqueceu?

— Esqueci? Floco de neve, eu me masturbo


regularmente com a memória dele.

Suas bochechas ficam rosa brilhante.

— Está brincando, não é?


— Estou falando sério. Faz você se sentir desconfortável
saber que durante a noite, no escuro, eu masturbo meu pau
com força pensando em sua atitude atrevida, boca esperta e
peitos lindos?

Sua boca cai aberta. Suas bochechas estão flamejantes


agora.

Prossigo.

— Um beijo. Cristo, você pode até mesmo acabar se


divertindo hoje. — Estou brincando com ela, porque eu posso
dizer que mesmo que ela estava tensa e tímida quando
chegamos, ela se divertiu hoje. Ela só precisava de um pouco
de tempo para se sentir em casa.

Colocando uma mão na sua cintura, eu a puxo uma


fração mais perto.

Sua respiração fica rápida e seus lábios abrem, seja em


surpresa ou porque ela está se preparando para o meu beijo,
eu não tenho certeza.

Eu abaixo a minha boca na sua, sentindo o calor de sua


respiração sobre meus lábios, meu pau começa a inchar,
quando um grito alto perfura o silêncio.

— Picada de abelha chegando—, Rosita fala, carregando


a menina aniversariante chorando pela cozinha.

Me afasto de Olivia, eu abro um espaço no balcão.

— Senta ela aqui.

Lágrimas caem dos olhos de Maria quando soluços


silenciosos saem de seu peito.
— Shh. Eu vou fazer você ficar bem, como nova,
princesa —, digo a Maria.

Olivia e Rosita pegam o material de primeiros socorros


enquanto eu distraio Maria com uma história do tempo que
eu vagava em uma colmeia. Olivia me observa trabalhar com
um olhar silencioso, contemplativo, e eu não posso evitar,
mas pergunto se ela teria me deixado beijá-la.

Trazê-la aqui hoje não foi um erro. Na verdade, devo


dizer que pessoas como Rosita e está menina são uma das
principais razões por que Olivia e eu temos que fazer isso
funcionar.

Nós temos que conseguir.


Querido Deus, observar Noah com Rosita, e mais ainda,
com a pequena Maria? Meu ovário entrou em combustão.

Eu preciso manter a calma. Porquê de outra forma? Eu


poderia facilmente me ver perder a cabeça sobre este homem.
Olivia é sempre tão formal, bem vestida em saias e
blusas sob medida, perfeita da cabeça aos pés. Ela só me faz
querer bagunçá-la, a deixando suja. Eu ajo como se eu não
notasse a sua roupa de trabalho, mas é claro que isso me
afeta. Sou apenas um homem. Um homem que
aparentemente tomou um voto de celibato desde que
começamos nosso falso namoro, ou o que é que for que
estamos fazendo.

Deus, o que estamos fazendo? Qualquer noite normal de


sexta-feira, eu estaria fora com Sterling perseguindo uma
mulher. Em vez disso estou sentado em casa de moletom com
uma cerveja e meu tablet, fazendo coisas que eu nunca
pensei que faria, tal como olhar a minha árvore genealógica e
ler artigos aleatórios na CNN. É agradavelmente relaxante.

Mas ter Olivia aqui, no meu espaço pessoal, em nosso


espaço compartilhando o tempo todo está ficando difícil não
me distrair. Como agora, ela está em uma cadeira da mesa de
jantar, com as pernas dobradas debaixo dela, um par de
óculos de armação preta quadrados equilibrado em seu nariz
delicado enquanto ela olha para seu laptop.

É incrivelmente adorável. Ela sempre usa suas lentes de


contato, e eu raramente a vi assim. É bom saber que está
confortável o suficiente para baixar a guarda comigo.

E sua blusa sem gola que abraça suas curvas, com


botões pequenos que pontilham o vale entre os seus seios?
Não sei o porquê daqueles pequenos botões me fascinarem.
Eu quero desfazer cada um, tirar a blusa dela e mordiscar de
um redondo seio para o outro.

— O que devemos fazer para o jantar, Floco de Neve? —


Eu falo para a sala de jantar, onde ela está digitando ocupada
em seu laptop.

— Hmm? —, Ela pergunta, seu olhar tomando um


momento para vir ao longo do meu.

— São sete horas, — digo a ela.

— Oh, bem, não sinta que você tem que ficar em casa e
atender a mim. Você pode sair ou o que quiser.

Ela mastiga o lábio quando ela diz isso, porém, algo em


mim sabe que ela ficaria chateada se eu saísse sem ela.
Cristo, eu me sentiria da mesma maneira. Há uma certa paz
que vem com o trabalhar duro com ela toda a semana, e
agora relaxarmos juntos.

— Estou de pijamas. Eu não vou sair. —Eu rio com ela.


— Certo. — Ela me dá um olhar malicioso. — Então...
pizza?

Ela normalmente come de forma saudável, e eu


também, na verdade, mas eu gosto que ela não se importa de
relaxar e desfrutar de algo apenas porque quer.

— Hmm, eu não sei. — Eu esfrego meu queixo. — Eu


acho que é o verdadeiro teste de casamento, será que
podemos concordar sobre os mesmos sabores de pizza.

— Ok. — Ela faz um gesto para eu ir em frente. — Você


primeiro.

Eu balancei minha cabeça.

— Ao mesmo tempo.

Nossos olhares se cruzam e ela abre a boca.

— Al... — ela começa.

— Alcachofra—, eu digo.

Ela sorri para mim.

— Exatamente.

— E talvez calabresa?

Ela ri.

— Certo. Por que não? Variedade é o tempero da vida.

Talvez seja sobre isso que o casamento é, não ter a


mesma opinião em todos os pontos, mas aprender a fazer
concessões.
Eu a chamo longe de seu computador quando a pizza
chega, acenando com a pizza quente e duas garrafas de
cerveja geladas na frente dela.

— Meu Deus, isso é bom —, diz ela, momentos depois,


gemendo com uma fatia de pizza, estilo nova-iorquino.

Concordo com a cabeça. Quem adivinharia? Alcachofras


não são de todo ruim.

— Aqui. — Eu entrego um guardanapo para a mancha


de molho sobre o lábio inferior.

— Eu limpei? —, Ela pergunta.

— Sim.

Cada um de nós desfrutamos de uma segunda fatia e


um silêncio confortável está entre nós. Quando nós
terminamos, eu levo os pratos para a cozinha e volto para a
sala de estar. Olivia lambe o dedo, inclinando para trás
contra o sofá.

Eu a observo de uma forma que um artista estuda sua


musa. Todo esse tempo, eu continuo à procura de sinais, fico
me perguntando se isso poderia realmente funcionar, e
enquanto eu não estou mais perto de uma resposta, algo
novo tem tomado forma. Eu gosto de estar perto dela. Fico
ansioso para o nosso tempo juntos.

Antes de eu ficar todo piegas, eu decido mudar de


assunto para algo mais leve.
— Então... —Eu me inclino mais perto. — Este período
experimental, fazendo as coisas comigo, tudo isso. Quais são
seus pensamentos até agora?

— Objetivamente falando? —, Ela pergunta, sua boca


torceu levemente.

— Claro. Eu gostaria de avaliar o meu desempenho até


agora como um falso namorado.

— Não tem sido tão ruim quanto eu imaginei. — Sua voz


é suave, e ela está olhando para as próprias mãos.

As palavras de Camryn sobre Olivia sempre querendo se


apaixonar avassaladoramente gritam alto na minha cabeça.
Eu posso não ser capaz de dar tudo, mas eu sei que posso
ser um bom co-CEO, um bom amigo e um bom amante. Se
ela me deixar.

Talvez isso não seja suficiente, mas é o que eu tenho


para oferecer.

— Venha aqui—, murmuro, puxando-a mais para o meu


colo.

Olivia obedece, sentando em minhas coxas, e senta no


centro-logo acima do meu pau muito interessado e semiereto.

Eu me pergunto se ela ainda está processando as


minhas palavras da festa de aniversário, quando eu pedi a ela
para tentar.

— Mais perto.
Ela vem para a frente até que nossos lábios estão a
milímetros de distância e seu centro quente é nivelado com a
minha virilha.

Eu me inclino e tomo sua boca, começando suavemente


a princípio, para não assustar, minha princesa tímida. Seus
lábios se abrem para mim e eu levo o meu tempo, explorando
sua boca com a minha língua, chupando seus lábios e
mordiscando levemente.

O minúsculo gemido de satisfação de Olivia faz meu


orgulho inchar, bem como outras coisas. Ficando ousada, ela
circunda meus quadris, e eu coloco as duas mãos na sua
cintura, pedindo a ela para moer em cima de mim. Ela faz
mais forte dessa vez, e eu fico gemendo quando meu eixo
agora completamente duro é tratado com sua fricção quente.

Tirando a minha boca longe dela, eu a olho. Esses


pequenos óculos empoleirados no nariz, peito corado e
ofegante, e esses botões tentadores esticados sobre os seus
seios. Ela é linda assim.

— O que foi? —, Ela pergunta, um pouco sem fôlego. —


Por que você parou?

—Eu só estava pensando. Talvez eu possa ser útil.

Ela semicerra seus olhos.

— O que significa?

Pego seus quadris e os posiciono direto sobre o cume


firme em minhas calças.
— Se você gostaria de me montar, liberar toda a
frustração do trabalho, enquanto você levanta e abaixa no
meu pau, eu aceitaria.

— Será que você faria agora? — Seu tom é leve,


provocativo.

Eu dou de ombros.

— Eu me voluntaria para o sacrifício.

Ela ri, profundamente e gutural, e é maravilhoso.

— E você ganha a nossa aposta? De jeito nenhum. —Ela


balança a cabeça.

— Ok, então, vamos chamar os bois pelos nomes,


porque já quebrou essa regra de primeira base quando eu
coloquei meus dedos em sua delicada flor no restaurante.

— Você acha que minha flor é delicada?

— Eu acho, na verdade. Eu acho que, apesar do disfarce


de garota durona que usa, você é realmente doce, suave e
macia por dentro

Suas bochechas ficam rosa e ela olha para baixo.

— Você sabe que eu não faria nada para machucá-la,


certo?

Ela balança a cabeça sem hesitação.

Isso é bom. Isso significa que ela está começando a


confiar em mim.

Talvez seja um começo.


Todo o nosso edifício vibra com a atividade. Mesmo com
a porta do escritório fechada, eu posso ouvir o zumbido baixo
e constante das conversas e passos rápidos e telefones
tocando. Eu gosto desse ruído; isso me ajuda a ser produtiva,
e me diz exatamente quantas pessoas estão trabalhando com
afinco ao meu lado.

Contra todas as probabilidades, conseguimos um


pequeno contrato com a Parrish Footwear, mais um período
de experiência do que qualquer coisa, e também conseguimos
trazer de volta um cliente antigo. Mas será o suficiente? Não
temos tempo para quaisquer passos em falso.

E nem todo mundo está fazendo o seu melhor esforço.

Eu atualizo minha caixa de e-mail e fico irritada. Droga,


Harrison ainda não me enviou o resumo de despesa. Pedi
ontem à tarde, e novamente quando cheguei às sete da
manhã. O que ele vem fazendo todo esse tempo? Essa
informação é muito fácil para ele obter, deveria levar no
máximo 15 minutos para tê-la e enviá-la.

Eu considero mandar um e-mail a ele uma terceira vez,


em seguida, decido não mandar. O tempo de reconsiderar já
passou. Eu quero que ele se explique pessoalmente. Talvez
Noah estivesse certo sobre ele o tempo todo.

Eu disco para o departamento de contabilidade e peço a


secretária de Harrison para mandá-lo para cima. E enquanto
espero por ele chegar, tenho uma conversa muito
esclarecedora com ela sobre sua agenda recente.

Ele bate na minha porta cinco minutos depois.


Harrison está em seus vinte anos, e tenho certeza que muitas
meninas o acham atraente. Mas, para mim, ele é na maior
parte apenas normal. O tipo de cara que as pessoas passam
na rua todos os dias e nem se lembram. Bom trabalho.
Modestos, boa aparência, inteligência média. Nenhum
diferencial ou charme como Noah.

Espera, por que estou pensando em Noah?

Quando Harrison entra, ele fecha a porta do escritório


atrás dele. Ele pode dizer que está prestes a ser mastigado?
Ou será que ele apenas quer privacidade para fazer um outro
avanço sobre mim?

— Olá, Olivia—, diz ele. — Você está linda como sempre.

Eu deveria saber.
— Existe alguma razão pela qual você ainda não
concluiu o trabalho que eu pedi ontem? — Pergunto com meu
tom gelado.

Ele pisca.

— Eu... tinha outras coisas em minha agenda.

— Diante de um pedido de prioridade máxima de seu


CEO?

— Alta prioridade? Eu não sabia que era tão urgente.

Clico em minha pasta de mensagens enviadas, viro a


tela do meu computador para mostrar a Harrison nossa troca
de e-mail recente, e aponto para a minha última frase.

— Você pode ler isso em voz alta para mim?

Ele se inclina para olhar de soslaio para a tela.


Relutantemente, ele recita:

— Por favor, envie o mais rápido possível. Eu preciso


deste relatório para concluir a elaboração de nosso novo
orçamento antes da reunião de progresso na quinta-feira.

Então seus olhos voltam para mim.

— Olha, eu sinto muito, mas tenho que atender as


solicitações na ordem em que entrar. Primeiro a chegar,
primeiro a ser servido é a única maneira justa.

— Se você pode se dar ao luxo de chegar tarde, ter


almoços de duas horas, e sair mais cedo todos os dias, você
pode perder quinze minutos para me enviar um relatório que
pedi duas vezes. — Eu giro a tela de volta. — Dada a crise
atual da empresa, a maioria das pessoas no seu nível de
gestão estão tendo horas extras recentemente. Eu não vou
pedir para fazer isso, porque eu respeito a vida privada dos
meus funcionários, mas se você quiser continuar tendo um
salário a tempo integral, você vai trabalhar em horas de
tempo integral. Estou sendo clara, Sr. Ridgefield?

Seus olhos se arregalam, ele lambe os lábios


nervosamente.

— S-Sim, senhora.

— E a próxima vez que você não puder terminar algo


com a rapidez que eu preciso, você deve me dizer para que eu
possa encontrar alguém que possa. Não apenas deixe as
minhas mensagens sem resposta em sua caixa de entrada,
enquanto eu me pergunto o que no mundo está acontecendo
com o seu departamento.

— Sim, senhora—, ele repete. — Eu vou. Eu sinto


muito. Você vai ter o relatório até ao final do dia.

Concordo com a cabeça em reconhecimento.

— Obrigada. Antes do almoço, se você puder. — E se


você não puder, é melhor você ter uma maldita boa desculpa.

Ele se vira e começa a se afastar. Mas no último


segundo, com a mão na maçaneta da porta, ele faz uma
pausa para olhar para trás.

Eu sinto um lampejo de irritação. Basta ir fazer o seu


trabalho e me deixe] fazer o meu.

—Um, falando do almoço... — Ele esfrega o seu pescoço


timidamente, como se isso fosse me acalmar. — Eu me sinto
mal sobre este mal-entendido. Me deixe levá-la hoje para
compensar isso.

Eu dou um olhar fulminante para ele.

— Este é a quinquagésima quarta vez que você me


convida para comer com você desde que nos conhecemos. Eu
mantive a contagem. Minha resposta sempre foi e sempre
será não. Então, ao invés de tentar me distrair com seus
fracassos por dar em cima de mim, eu sugiro que você desvie
um pouco dessa energia para seu trabalho.

Ele se recompõe, suas narinas dilatadas queimam.

— Com licença? Dar em cima de você? Você não pode


simplesmente sair por aí atirando acusações como essa. O
assédio sexual é um grave.

— Eu posso fazer o que eu considere necessário, — eu


estalo. — Eu tenho tolerado suas desculpas por tempo
suficiente. Esta empresa está oscilando à beira do abismo, e
se quisermos ter alguma chance de recuperar isso, eu preciso
ver alguma atitude substancial.

Eu travo meus olhos com Harrison, desafiando a me


desafiar. Ele precisa entender que eu não sou apenas a filha
do patrão mais e muito menos alguma estagiária ingênua
cuja blusa ele pode puxar para baixo, enquanto ele finge
ajudá-la.

— Mas se você não está interessado em ajudar a salvar


o seu trabalho, então se mantenha testando minha paciência,
de qualquer forma.
Nossa disputa de olhares dura quase vinte segundos.
Finalmente, seu olhar castanho vacila. Ele parece confuso e
mais do que um pouco chateado, mas eu acho que consegui
colocar o temor de Deus nele. Então, novamente, só o tempo
dirá se ele realmente entendeu a mensagem.

Eu solto um suspiro de alívio assim que ele se foi. É


minha primeira vez chamando a atenção de um empregado, e
foi tão bem quanto poderia. Mas o encontro ainda me deixou
irritada e fora de foco.

Com a minha pressão arterial já alta, eu suprimo um


acesso de raiva quando vejo uma nova mensagem no meu e-
mail. É de Camryn, como a chefe da recém-formada equipe
de mídia social da Tate & Cane, oferecendo sua “top dez
dicas” para treinar consultores para contratar.

Eu nunca ouvi falar deste projeto. Se eu tivesse, eu


queria ser responsável por ele. Como eles estão já na fase de
contrato? E porque é que está chegando à frente da
estimativa de despesa que eu realmente pedi?

Será que o universo simplesmente não quer que eu


termine este orçamento hoje?

Espere um minuto... talvez eu tenho uma ideia do que


se trata. Noah e eu revisamos o tema da formação de mídia
social há alguns dias atrás, mas eu não acho que nós
realmente tomamos uma decisão firme sobre qualquer coisa.
Essa discussão foi apenas uma discussão... certo?
Evidentemente, ele não viu dessa forma.
Eu ligo para a secretária de Noah, apenas para ser
lembrada que ele está fora em algum brunch executivo
tentando atrair de volta alguns clientes mais velhos. Muito
impaciente para esperar, eu ligo para o seu celular pessoal
em vez disso.

Ele toca seis vezes antes de Noah responder:

— Sim, querida? — Eu posso ouvir os motores dos


carros e o vento impetuoso no fundo; ele deve estar no seu
caminho de volta já.

— Desde quando a equipe de Camryn está pesquisando


consultores? —, Pergunto.

— Desde que precisava contratar algum. E uma vez que


sua equipe é, a última vez que verifiquei, encarregada das
questões de mídia social.

— Você sabe o que eu quero dizer. Por que você deu a


ela um cartão verde em um projeto que nunca terminamos de
discutir? Por que isso foi priorizado sobre minhas outras
tarefas? E por que ela está administrando em vez de mim?

Noah faz um barulho que soa incrédulo e muito


parecido com uma gargalhada.

— Você está falando sério? Você queria ser uma


caçadora de talentos?

— Por que não? É uma decisão importante. Por que você


está rindo de mim?

Ele suspira ao telefone com uma onda estática.


— Me deixe perguntar algo. Você acha que Camryn é
uma idiota?

— Claro que não. — Eu suspiro. — Como você pode


dizer isso? Ela é minha melhor amiga.

— Porque você não parece ter muita fé em sua


competência. Pelo amor de Deus, Olivia, aprenda a delegar.
Seu tempo é muito mais valioso do que isso. Ou você ou eu
temos que assinar a decisão final de qualquer maneira, então
qual o problema?

— Papai sempre me ensinou que a melhor maneira de se


ter algo bem feito é fazê-lo sozinho.

Outro ruído de incredulidade, este mais como um


escárnio total.

— Surpreendente. Você é uma maníaca por controle.

— Eu não teria que ser se eu pudesse confiar nas


pessoas para me ajudar a manter tudo sob controle! — Em
algum lugar no fundo da minha mente, eu sei que estou
sendo irracional, mas eu perdi temporariamente minha
capacidade de me importar.

— Só acalm...-— Alguém explode a buzina e Noah xinga


sob sua respiração. — Olha, eu realmente não posso falar
agora. Estarei de volta em dez minutos e podemos discutir
isso.

Ele desliga. Eu deixo cair o telefone no gancho e


massageio minha testa. Cristo, eu não sei quanto mais de
desorganização eu posso ter em um dia. Isso vai me dar uma
úlcera.

Depois de alguns minutos tentando me acalmar, eu


desisto e empurro para trás minha cadeira. Espero que um
pouco de caminhada e uma mudança de cenário vá ajudar.

Eu vou para a geladeira perto da recepção e me sirvo de


um copo de água gelada. Uma enorme bolha sobe através do
galão com um sonoro bloop. Não pela primeira vez, eu me
pergunto como uma pequena quantidade de líquido cria uma
grande bolha.

Meu tempo está quase esgotado, e eu ainda não estou


nem perto de saber com certeza se Noah e eu iremos
realmente funcionar como um casal. Claro, nós
compartilhamos alguns momentos doces, e alguns quentes
também.

Houve alguns de ambos na festa de aniversário de


Maria neste fim de semana. No começo, eu senti como se
estivesse invadindo sua reunião familiar privada. Eu mesma
não fui convidada, afinal. Eu era apenas a namorada de
Noah, quem leva um acompanhante para uma festa de
criança, de qualquer maneira?

Noah, porém, foi tão reconfortante, e todo mundo me


acolheu de braços abertos. Algum carisma de Noah deve ter
passado para mim. Embora eu poderia ter feito sem
pequenas piscadelas de reconhecimento de Rosita.

Mais uma vez, lembrei de uma mãe coruja orgulhosa de


seu filho. Noah é definitivamente parte da sua família. Ele fez
questão de recuperar o atraso com todos na festa, não
apenas o geral “como está o trabalho?” Que é uma espécie de
quebra-gelo, mas questões específicas, como “Seu primo está
com a perna engessada ainda?” Ou “Você conseguiu aquela
promoção que você estava planejando pedir?” Ele obviamente
se esforçava para lembrar os detalhes de suas vidas.

Mas talvez isso não seja tão surpreendente. Apesar de


Noah parecer ser egocêntrico, às vezes, ele é verdadeiramente
uma boa pessoa. Com um dom da palavra, por vezes, me
deixando invejosa. . . quando não me deixa desconcertada,
ele envolve as pessoas. Ele é sempre tão confortável consigo
mesmo, tão em casa em qualquer situação. Ele parecia tão
natural em shorts e um chapéu de papel bobo, com as
crianças em um quintal lamacento, como ele faz em um terno
sob medida de três peças em um almoço executivo.

O observando rir naquele dia.... Definitivamente me


convenceu a deixá-lo se aproximar.

Ok, então Noah é um homem decente. Um muito


grande, mesmo. Mas isso significa que eu tenho que deixar ir
meu sonho de me apaixonar loucamente algum dia?

O que eu preciso é um sinal.

Eu deixo meu olhar derivar em toda a área da recepção


quando eu bebo a minha água. A porta da frente abre, e por
um segundo, eu acho que Noah deve ter conseguido voltar em
tempo recorde.

Então eu reconheço o homem e eu quase engasgo. Ah,


não. Não, não, não...
Meu estômago aperta e cada nervo acende em um
impulso de luta ou fuga. Eu não posso nem dizer se eu tenho
pavor ou estou furiosa, este sentimento é apenas adrenalina
crua, incomparável.

É Bradford Daniels, meu ex-namorado do inferno, a


apenas algumas jardas de distância. O que ele está fazendo
aqui? Achei que tivesse acabado com ele para sempre. Pensei
que escapei. Mas agora ele está no meu prédio, no meu
santuário, e eu não tive nenhum aviso e não estou pronta.

Atordoada, meu coração martelando no meu peito, eu o


observo como um cervo nos faróis enquanto ele verifica a
recepção. Ele se inclina para a recepcionista. Eu não posso
ouvir o que ele diz, mas posso adivinhar pelo seu sorriso
sensual e seu riso.

Não é culpa dela. O rosto bonito e comportamento


refinado de Brad uma vez me enganou também. Ela não pode
ver. Não é possível ver a alma viscosa se escondendo
embaixo.

Comecei a namorar Brad na faculdade porque ele era


gostoso, ele veio de uma família de prestígio, e ele foi o
primeiro cara que eu já conheci que compartilhou a minha
ambição. Mas descobri tarde demais que seu espírito
competitivo foi desprovido de qualquer senso de jogar limpo.
Todo o privilégio em que ele nasceu, tão impressionante como
era, ainda não o satisfez. Se sentia no direito de ter mais, por
qualquer meio necessário.
Seu pai era a única pessoa que ele sentia verdadeira
lealdade. Todo o resto do mundo existia para usar em
benefício próprio. E o que o faz realmente perigoso era a sua
capacidade de disfarçar seu egoísmo predatório. Ele
descaradamente usava seus inferiores, porque ele sabia que
ele poderia escapar com isso, mas ele sugava seus superiores
e manipulava seus pares com tanta habilidade que alguém
com qualquer poder para impedi-lo era facilmente capturado
em seus jogos.

Eu ainda odeio admitir por quanto tempo eu deixei


Brad me usar. Ele me convenceu que estava tentando o seu
melhor para me amar e eu era a única a ser “difícil”. Me
agarrei aos restos de afeto que ele me dava quando e somente
quando ele queria algo de mim.

Levei mais de dois anos para perceber que era Brad o


problema, não a minha “difícil” personalidade, não o estresse
de minhas aulas e estágios e clube era a razão pela qual eu
estava tão infeliz o tempo todo. Levou mais seis meses para
eu fazer algo sobre essa revelação. Eu terminei com ele na
nossa cerimônia de formatura, então eu nunca teria que o ver
novamente.

Ou assim eu pensava.

Brad se vira e me vê. Percebendo meu olhar


horrorizado, ele me dá um pequeno aceno sarcástico.

Fúria vence o pânico. Minha paralisia quebra. Depois


de cravar o meu copo de papel na lata de lixo, eu vou para ele
como uma mãe loba defendendo a sua cria.
— Saia, — Eu rosno.

A recepcionista pisca, assustada com o meu ódio


desenfreado.

Brad, é claro, não parece de todo surpreso. Ele sabe


exatamente como me sinto sobre ele, e por quê. Mas ele
nunca vai deixar passar uma oportunidade para me fazer
parecer como uma puta louca.

— O que, nem mesmo um olá? —, Ele pergunta,


fingindo mágoa.

Pena que eu não me importo como eu pareço. Todo


mundo neste edifício é leal a minha família; eu posso me dar
ao luxo de lidar com Brad primeiro e explicar-me mais tarde.

— Você não merece um. Saia agora.

Ele olha para baixo de seu nariz com um sorriso


condescendente.

— Sensível como sempre... tão antiprofissional. Eu


tenho o direito de estar aqui. Meu pai está no mercado para
adquirir uma nova subsidiária, por isso estou aqui para fazer
uma visita a seu conselho.

— Está empresa ainda pertence às famílias Tate e Cane.


Você não pode comprar um único tijolo no nosso edifício
ainda, e até esse dia chegar, você está apenas bisbilhotando.
Espere a sua vez como todo mundo. — É ruim o suficiente
que WBB foi permitida entrar... e eu não tenho uma
sangrenta história pessoal com eles.

Seu desdém aprofunda em desprezo evidente.


— Você não pode me tratar assim. Eu fui convidado
aqui.

— E eu tenho o poder de desconvidá-lo. Assim, você


pode escapulir de volta ao seu escritório de canto e rastejar
para o colo do papai como você sempre faz.

Os olhos de Brad se estreitam em fendas perigosas. Ele


rosna,

— Sua vadia frígida!

Eu rio de forma audível. Se eu era frígida, de quem


Brad pensa que é a culpa? Ele deveria ter pesquisado por
preliminares em um dicionário em algum momento.

Com uma pontada de satisfação infantil, eu noto que a


recepcionista está agora olhando em choque para Brad em
vez de mim. Então estou cheia de vergonha por minha
mesquinhez. Isto é ao que Brad me reduziu. Um minuto na
sua presença, e eu desço para o seu nível. Como se os anos
desde a nossa separação nunca tivessem acontecido.

No meu ruído de escárnio, Brad recompõe de volta sua


frieza altiva, sob o pretexto de endireitar a gravata. Lembro,
muito bem, de sua necessidade insegura para manter o
controle em todos os momentos, mesmo que seja apenas a
aparência de controle.

—Você pode querer ser muito mais cuidadosa sobre


como você fala comigo, Olivia.
A ameaça óbvia me assusta um pouco. Mas eu não
posso deixá-lo saber o quanto sua voz venenosa ainda me
afeta. Eu forço uma risada, sabendo que vai deixá-lo puto.

— Ou o que? Você vai me entediar até a morte?

Para minha surpresa, o seu sorriso não escorrega uma


polegada.

— Confie em mim. Está no seu melhor interesse em


cooperar com a minha empresa.

Será que ele realmente tem algo na manga? Por um


lado, eu não quero me meter em seus jogos mentais. Por
outro... minha curiosidade é aguçada.

Mas antes que eu possa decidir se aventuro a uma


pergunta, a porta da frente se abre e Noah entra. Ele para no
meio do caminho, olhando de um para o outro, obviamente,
sentindo algo de podre no ar.

— O que está acontecendo aqui? —, Ele exige.

— Nada—, Brad responde antes que eu possa explicar, o


seu tom leve e seu sorriso educado. —Apenas conversando.

— Sério? É por isso que eu podia ouvir um homem


gritando todo o caminho desde o elevador?

O sorriso de Brad instantaneamente cai.

— Quem é você? —, Ele pergunta, como se Noah o estive


incomodando.

— Eu sou Noah Tate. O noivo de Olivia e co-CEO. Agora,


quem é você?
Eu mentalmente reviro os olhos um pouco com a falta
de sutileza de Noah. Especialmente a maneira como ele disse
noivo em vez de namorado. Mas, principalmente, eu só estou
aliviada de ter algum backup, não importa quão tola sua
exibição territorial movida a testosterona seja.

Brad olha Noah por baixo por um momento,


obviamente não querendo revidar e reconhece sua autoridade
muito rápido. Finalmente, ele responde:

— Bradford Daniels. Vice-presidente de Daniels


Multimédia.

— E ele estava de saída, — eu interrompo.

Eu vejo uma contração muscular na mandíbula de


Brad, mas ele continua falando com Noah como se eu nunca
tivesse dito uma palavra.

— Eu ouvi falar de você, Noah. O filho do falecido Bill


Tate. Vocês dois parecem ter noivado logo antes da notícia
das... dificuldades da Tate & Cane saíssem.

As palavras seguintes de Noah ecoaram meus


pensamentos.

— Você está insinuando alguma coisa?

— De modo nenhum. Apenas comentando sobre um


golpe de má sorte.

Brad deixa cair sua voz em um conspirador murmúrio,


embora certamente não é baixo o suficiente para me impedir
de ouvir todos os insultos.
— Em mais de um sentido. Entre você e eu, meu amigo,
eu não o invejo. Ela é quase tão excitante como uma toalha
molhada na cama.

Os olhos de Noah se arregalam e seu rosto fica


vermelho. Instintivamente eu recuo para trás; eu nunca o vi
tão zangado.

Confundindo sua fúria com espanto, Brad continua.

— Oh, você não descobriu isso ainda? Mas talvez eu não


deva me surpreender. Ela sempre foi uma grande frígida.

Em um flash, Noah tem Brad preso à parede, o braço


torcido por trás das costas. E tudo o que posso fazer é ficar
de boca aberta, paralisada com o choque.
Este é o idiota que partiu o coração de Olivia na
faculdade? Sem pensar, eu entro em ação, torcendo o braço
do babaca atrás das costas e o batendo contra a parede.

Ele deixa escapar um gemido impotente e bufa,

— Que diabos? Você não ouviu quem eu sou?

— Eu sei exatamente quem você é. Você é o babaca que


Olivia investiu anos, apenas para descobrir a criança egoísta
que você realmente é.

Ele puxa contra a pressão que tenho sobre ele. Não,


você não está indo a lugar algum, camarada.

— Agora peça desculpa a ela, com a promessa de que


você nunca vai dizer nada assim de novo, e eu vou pensar em
deixá-lo ir.

— Porra nenhuma—, ele rosna.


— Rosita—, eu chamo. Ela está passando com o
carrinho cheio com entregas. — Chame a segurança. — Ela
balança a cabeça uma vez e sai correndo. Eu torço o braço de
Bradford mais apertado e mais acima atrás das costas, em
seguida, inclino e estreito. — Eu disse para se desculpar.

Ele sopra um suspiro profundo, com a voz tensa de dor.

— Sinto muito, tudo bem?

Quando Olivia vira para cima o nariz, eu balanço a


cabeça para o pobre coitado.

— Você deveria pensar duas vezes antes de se meter


com uma mulher tão poderosa.

Dois seguranças uniformizados apareceram em um


instante.

— Remova esse idiota da propriedade—, eu digo.

Eles escoltam Bradford de volta para o elevador. Eu me


preparo para um outro insulto atirado por cima do ombro; de
jeito nenhum ele vai desistir sem lutar.

Logo em seguida, Bradford se vira para nos enfrentar


antes de entrar no elevador.

— Quando eu possuir esta empresa, eu vou ser o único


comandando, e nenhum de vocês nunca mais irá trabalhar
nesta cidade outra vez —, ele grita, cuspindo as palavras
como veneno.

Eu endireito a minha postura e puxo Olivia para o meu


lado.
—Você não vai entrar em meu prédio e insultar minha
garota dessa forma nunca mais. O tirem daqui antes que eu
remova permanentemente a sua opção de ter filhos.

Momentos depois, a porta do elevador fecha, e Olivia


cede contra o meu lado.

— Você está bem? — Eu viro para encará-la, passando


minhas mãos em um movimento suave para cima e para
baixo de seus braços.

Ela balança a cabeça, os lábios puxados para uma


linha apertada.

Eu me inclino para baixo e pressiono meus lábios nos


dela, a necessidade de apagar aquele biquinho.

— Ele se foi, baby —, murmuro, acariciando seus


cabelos.

Ela respira fundo e deixa-a lentamente.

— Ele é tão ridículo —, ela murmura, sacudindo a


cabeça. — O que eu vi nele?

Seu tom goteja desprezo com raiva, mas eu posso ouvir


o tremor embaixo. Brad deve ter realmente a abalado. Eu
cerro os dentes. Talvez eu não deveria ter deixado aquele filho
da puta sair ileso afinal.

— Eu não vou deixá-lo chegar perto de você novamente.


Isso é uma promessa.

Ela balança a cabeça.

— Obrigada, Noah.
Estamos ambos em silêncio por um momento, como se
nenhum de nós estivesse completamente pronto para se
separar e voltar ao trabalho. Olivia olha para mim com alívio,
gratidão... e algo mais? Há uma nova luz em seus olhos. Um
olhar que ela nunca me deu antes.

— Não é que eu preciso de você para defender a minha


honra, mas...— Ela me dá um pequeno sorriso. — Estou feliz
que você o fez.

Orgulho e proteção incham no meu peito. Tento aliviar


um pouco brincando.

— Hey, não há problema. Seu rosto estava implorando


por um soco de qualquer maneira.

Ela me dá um tapinha no peito, e eu vou para o


corredor em direção ao meu escritório.

— Noah?

Essa única palavra me faz parar. Sua voz é suave,


quase tímida, mas cheia de emoção. Eu nunca ouvi Olivia
falar assim tão. . . eu não sei a palavra. Terna? Seja o que for,
ela me faz flutuar como um barco em uma maré crescente.

— Sim? — Eu viro para encará-la.

Seu rosto está inundado de iluminação como se ela


acabou de ser atingida por um pensamento.

— Eu acho que estou pronta.

Será que eu a ouvi certo? Eu quase não me atrevo a ter


esperança.

— Você quer dizer...?


Ela balança a cabeça, mordendo de volta o primeiro
sinal de um sorriso.

Meu coração acelera.

— Então vamos fazer isso, porra.

Ela sorri para mim como se nós dois estivéssemos no


meio de uma piada particular. E talvez nós estejamos.

— Vamos nos casar então caramba —, diz ela com uma


risadinha.
Eu olho para o relógio na minha mesa da cabeceira e
suprimo um gemido. Três da manhã e eu ainda estou
acordada.

Os lençóis fazem barulho.

— Não consegue dormir? —, Pergunta Noah. Sua voz é


clara, não grogue em tudo. Evidentemente, eu não sou a
única pessoa com insônia.

Suspirando, eu balanço minha cabeça.

— Venha aqui—, diz ele gentilmente.

Eu viro para olhar para ele. Noah está deitado de lado,


de frente para mim. Ele estende o braço. Eu hesito por um
momento; eu ainda estou me acostumando ao contato casual
com ele. Mas logo estou em seu abraço quente, encostando
minha cabeça em seu bíceps.
Ele me puxa ainda mais próximo com um braço em
volta dos meus ombros. Eu inspiro seu perfume masculino,
não menos agradável e emocionante pelo quão familiar se
tornou, e tento não notar o quão perfeitamente eu me encaixo
aninhada contra seu lado.

— Como você se sente? —, Ele pergunta.

— Um pouco nervosa, — Eu confesso.

Noah faz um zumbido silencioso de uma risada.

— Eu não culpo você. É normal ter algum nervosismo


pré-casamento.

A palavra casamento parece estranha no meu


estômago. Apesar de todo o pensamento que eu coloquei na
ideia de casamento no mês passado, parece totalmente
diferente quando se está vivenciando. Em menos de dezesseis
horas, eu não serei mais solteira. Eu vou ser a esposa de
alguém.

Eu sempre imaginei meu casamento. Mas, em minha


fantasia, meu pai estaria me levando por um amplo corredor
da igreja, os bancos decorados com peônias, como os meus
amigos exaltados e a família feliz enquanto observavam. Meu
marido seria um homem que me amaria tão profundamente
que ele não poderia viver um único dia sem mim.

Mas a realidade da minha vida não é nada como essa


história doce. Em vez disso, eu suporto a pressão de um
contrato juridicamente vinculativo, seguido por uma longa e
dura batalha para manter Tate & Cane longe das mãos do
inimigo.
As circunstâncias definitivamente deixam muito a
desejar. Meus sentimentos sobre o noivo em si mesmo,
embora... esses estejam muito mais ambíguos.

As coisas entre nós costumavam ser simples. Noah era


apenas uma velha pedra no meu sapato. Um conhecido na
melhor das hipóteses; um rival ou uma praga na pior. Sua
atitude desleixada ainda me enfurece às vezes. E eu odeio a
maneira como ele sabe exatamente o quão bonito ele é, e
descaradamente usa sua boa aparência para conseguir o que
quer. Embora o que eu realmente odeio pode ser o fato de que
seu charme funciona em mim também, quer eu goste ou não.
Não importa o quanto eu tente, eu nunca fui capaz de
enterrar completamente a minha grande paixão por ele.

Ultimamente, porém, tudo está mudando. Estamos


num bom caminho para nos tornarmos amigos agora. E vê-lo
saltar para a minha defesa contra Brad me deu borboletas
inegáveis.

Noah fez jus ao meu desafio e me convenceu de que a


relação entre nós é possível. Não de imediato, e não sem
esforço, isso não é um conto de fadas em que estalamos os
dedos e vivemos felizes para sempre, mas se continuarmos
tentando de coração...

Estou mesmo começando a me perguntar se meus


sentimentos por ele quando eu era uma adolescente não
foram totalmente infundados. Talvez o meu eu mais novo
sentia algo além. Talvez não era apenas tesão, okay, tesão foi
definitivamente um fator, mas ainda assim. Ela sentia que
havia um coração batendo ferozmente de uma maneira
apaixonada debaixo de fachada de playboy dele. Eu aprendi
que só porque Noah não leva tudo a sério não significa que
ele não leva nada a sério. Suas prioridades e estratégias são
diferentes das minhas, não necessariamente melhor ou pior.

Uma dúzia de emoções diferentes, rolam através de


mim, algumas boas, outras ruins. Mas, apesar de Noah me
perguntar, estou relutante em revelar todos elas. Porque eu
não quero mostrar vulnerabilidade... ou porque eu não quero
ferir seus sentimentos? Não tenho certeza.

Finalmente, incapaz de decidir como responder, eu só


murmurei em seu peito,

— Ainda é meio surreal para mim, sabe?

— Sim. — Noah me dá um aperto reconfortante... e


pressiona seus lábios na minha testa.

Eu pisco para o seu beijo suave. A ternura inesperada


apenas atrapalha meus sentimentos ainda mais.

Alheio a minha confusão, Noah está deitado de costas,


puxando meu braço em volta de sua cintura. Eu tento
empurrar os meus pensamentos perturbados e relaxar com
ele. Eu chego mais perto, empurrando minha cabeça sobre o
peito e descansando minha perna sobre a dele. Ele é tão
quente, que é como estar deitada ao lado de uma lareira.

A batida constante de seu coração debaixo da minha


orelha me acalma para dormir.
De acordo com a opinião da mídia, o nosso status
requeria ter um casamento com brilho e arrogância, mas
Olivia decidiu que ela se sentia mais confortável realizando a
nossa cerimônia na casa de praia de seu pai em Nantucket. É
um casamento puramente simples. Sem alarde, apenas um
punhado de familiares e amigos próximos. Mesmo a casa de
praia em si é um lugar pitoresco, com apenas dois quartos,
uma cozinha grande espaçosa e sala de estar, e uma ampla
varanda com vista para a praia.

Essa faixa de praia é onde vamos nos casar em cerca de


uma hora. Bebendo cerveja na cozinha com Sterling, eu
assisto as gaivotas nas cadeiras dobráveis que montamos
anteriormente, assustando alguns caranguejos minúsculos
para de volta em seus buracos.
Este casamento todo é o oposto do que Camryn me
contou sobre o casamento dos sonhos de Olivia. E eu não sei
como ela se sente sobre isso. Será que Olivia só quer manter
as coisas convenientes e baratas? Ela é do tipo prática, e ela
tem se preocupado muito sobre as despesas da Tate & Cane
recentemente.

Ou ela está tentando preservar seu sonho romântico,


mantendo a sua realidade o mais longe possível dele? Eu não
tenho certeza se eu gosto dessa ideia, considerando que eu
sou parte de sua realidade. . .

— Outra cerveja? —, Pergunta Sterling.

— É melhor não. — Eu olho para o relógio pendurado na


parede da cozinha. — Cinquenta e oito minutos até eu dizer
eu aceito.

Meu padrinho sorri.

— Você acha que ela vai realmente seguir em frente com


isso?

— Você não?

Ele dá de ombros.

— Ela se trancou em seu quarto há duas horas e não


saiu desde então. Ofereci o café da manhã, e ela disse que
estava muito desconfortável para comer. Eu não sei, cara. É
inteiramente possível que ela vai dar para trás.

— O contrato está todo elaborado. Vamos assiná-lo na


segunda-feira quando estivermos de volta ao escritório. Dar
para trás agora? Olivia é uma mulher de palavra. Ela é
confiável sim.

Ele solta um grunhido de desaprovação.

— Qual é o problema? Você levou um falso encontro


para o baile —, eu lembro.

Eu rio de mim mesmo, lembrando do ano em que


Sterling levou sua prima ao baile da escola. Ele pensou que
era um gênio no momento,não precisava comprar um
corsage, não havia necessidade de impressioná-la com um
restaurante chique ou passeio de limusine. Até o final da
noite, quando todo o resto de nós estava desfrutando de
algum contato pele-a-pele com nossos encontros, ele
percebeu a horrível decisão que ele fez. A única ação pele-a-
pele que conseguiu foi com a mão.

—Uma esposa falsa é uma coisa bem diferente. É um


negócio grande. — Sterling me olha por cima da borda de sua
cerveja.

Com vista sobre o mar do nosso ponto na varanda da


casa de praia, eu solto a minha gravata, que está ficando
muito apertada em volta do meu pescoço, e lhe dou um olhar
sombrio.

—Na verdade, é juridicamente vinculativo, de modo que


ela vai ser a minha verdadeira esposa. Até que nos
divorciemos, ou o casamento seja anulado.

Após o pai de Olivia nos apresentar o contrato esta


manhã no café da manhã, peguei uma cópia comigo e levei
para a varanda, enquanto Olivia se retirou para o quarto. Eu
não vi isso como um mau sinal, apenas que ambos
estávamos levando isso a sério e precisávamos de um
momento para absorvê-lo.

Com uma xícara de café, li o contrato, detalhe por


detalhe. Página quatorze, seção vinte e oito, parte B afirmou
que o cumprimento de nossas obrigações contratuais como
novos proprietários do conglomerado de vários bilhões de
dólares também dependente de Olivia engravidar. No prazo de
noventa dias.

Eu corro para falar com Fred imediatamente.

— Uma cláusula de herdeiro? É este o caminho doente


de garantir o nome da família? Você realmente espera que eu
faça isso?

— É parte da vontade de seu pai, Noah. Bill e eu


queríamos um neto antes de morrer. Certamente você pode
entender isso.

— E o que Olivia disse sobre isso? — Eu perguntei a ele.

Ele fez um ruído evasivo em sua garganta.

— Nós não discutimos isso ainda.

Isso foi esta manhã. E eu tenho certeza que essa é a


razão de Olivia de se trancar dentro de seu quarto e não foi
vista desde então.

Tomando um profundo suspiro, eu observo o meu


padrinho com cuidado quando eu solto.

— Eu preciso engravidá-la.

Sterling cospe sua bebida.


— Há uma cláusula de herdeiro no contrato—, eu digo
secamente.

Enxugando a cerveja de seus lábios, ele aperta os olhos


para mim.

— Você está me dizendo que você precisa engravidá-la?

— Uh-huh.

O filho da puta realmente ri de mim, então toma outro


gole de cerveja.

— Se eu conheço alguma coisa sobre Olivia, é que ela


não vai querer o seu pão em seu forno.

— O, homem de pouca fé.

— Eu sorri para ele.

— Ela sequer já tocou seu pênis?

Além de ter agarrado através das minhas calças uma vez


no restaurante, não. Mas isso não quer dizer nada. Estamos
construindo algo de bom aqui. É só uma questão de tempo.

— Não seja um idiota.

Eu me levanto e cruzo o pórtico em direção ao


corrimão, inclinando sobre ele quando eu olho para a piscina
infinita de lapidação azul na costa. Eu posso estar
apresentando uma fachada fria e que não estou afetado sobre
tudo isso, mas na verdade, eu estou surtando desde que
soube sobre a cláusula no contrato esta manhã. Eu só posso
imaginar como Olivia se sente. Eu nem sei se ela quer ser
mãe. Provavelmente não, já que ela come, dorme e respira
sua carreira.
— Você é bom, amigo, eu vou te dar isso, mas mesmo
você não será capaz conseguir isso.

— Vamos ver sobre isso.

Olhar a água é hipnótico. Me faz sentir um pouco mais


calmo. Mas apenas ligeiramente. Eu provavelmente preciso
de tranquilizantes de cavalo para chegar a qualquer lugar
perto de um ritmo cardíaco normal.

— E você? O partidão animal seriamente vai ter um


bebê?

Eu volto para enfrentar Sterling. Ele sentou em uma


cadeira de balanço castigada pelo tempo na varanda, uma
perna enganchada sobre o braço dele. Sem boa resposta para
ele, eu apenas dou-lhe uma piscadela arrogante.

— Eu vou descobrir isso. — Eu espero.

Sua boca cai aberta por um segundo. Então, ele joga as


mãos em um encolher de ombros dramático.

— É a sua vida, companheiro.

— Eu vou me arriscar. Agora, se me dão licença, eu vou


verificar a minha noiva.

Eu bato na porta fechada do quarto de Olivia e ouço as


duas vozes femininas dentro do silêncio.

— Sim? — Camryn abre a porta apenas uma fresta.

— Posso ter um minuto com Olivia? —, Pergunto.

A testa de Camryn franze.

— Dá azar ver a noiva antes da cerimônia.


— Está tudo bem—, Olivia diz de dentro.

— Bem. Você pode falar com ela por cinco minutos. —


Camryn diz olhando para o relógio e depois me contorna e se
afasta pelo o corredor.

Quando eu abro a porta, eu vejo Olivia sentada em uma


penteadeira, e os nossos reflexos encontram-se no espelho.
Seus olhos estão vermelhos, e me pergunto se ela está
chorando.

Culpa bate no peito e de repente eu sinto falta de ar.

— Você está bem?

Eu não posso acreditar o quanto meu relacionamento


com Olivia cresceu, quão real meus sentimentos tornaram-se.
O pensamento dela chateada parece como um empurrão
físico.

Ela balança a cabeça.

— Eu acho que sim. Hoje tem sido estranhamente


emocional. Todas essas coisas que eu não pensei há algum
tempo, como minha mãe não estar aqui, a saúde do meu
pai... tudo me atingiu esta manhã.

— Venha aqui.

Eu a puxo para meus braços. Quando eu trago ela


junto ao peito, as mãos dela vão sobre minhas costas. Eu a
seguro por alguns minutos, nenhum de nós fala. Quando eu
a solto, Olivia parece mais composta. Eu me pergunto como
ela se sente sobre a cláusula do herdeiro quero saber se ela
está a bordo, indiferente ou aterrorizada. Estou supondo que
o último.

— Estou bem. Eu prometo. —Ela me dá um pequeno


sorriso.

— Você está linda—, eu digo a ela, dizendo todo o


significado da palavra.

Ela olha para seu vestido simples de cor creme com


rendas que apara o busto e alisa-o sobre os quadris.

— Obrigada. — Seu cabelo cor de mel flui em ondas


soltas sobre os ombros, e sua maquiagem é leve e natural.
Ela se parece uma perfeita casual noiva de praia, pronta para
a capa de uma dessas revistas de noivas.

— Tem certeza de que não vai se arrepender? —


Pergunto, o momento para dar para trás é agora. Eu
provavelmente não vou amar sua resposta, mas eu ainda
quero saber seus sentimentos honestos.

Ela balança a cabeça.

— Tudo o que eu sempre quis foi manter esta empresa.


Meu pai está me preparando para este momento há quinze
anos.

Eu aceno, entendendo perfeitamente. Nós estamos na


mesma posição.

— E se eu tiver que fazê-lo com você ao meu lado, que


assim seja.

Olivia empurra o queixo para cima, e eu sou novamente


atingido pela culpa. Ela está colocando uma frente corajosa,
mas eu preciso saber se ela está bem. Caso contrário, eu não
tenho certeza se posso passar por isso.

— Eu preciso saber se você está realmente bem com as


coisas assim. Cada menina não sonha com um vestido
branco e uma grande festa sob uma tenda? —Eu sei que
Olivia faz. Mas eu não menciono isso; ela não gostará de
saber que Camryn me disse algo tão pessoal.

Ela me dá um olhar simpático.

— Nós vamos fazer isso funcionar.

— Pode não ser o casamento que você imaginou, mas eu


quero que você saiba que é para mim. Eu realmente irei
cuidar de você, não deixar nada de ruim acontecer. Eu sei
que o que temos não é amor, e que você merece ser amada e
apreciada por seu marido, mas eu preciso que você saiba que
eu sempre vou estar lá para você. Então, nesse sentido, os
meus votos vão ser todos verdadeiros.

Ela engole, e gostaria de saber se há um caroço preso


em sua garganta como existe na minha. Esse pensamento
alivia um pouco da minha culpa.

— Obrigada por isso. Eu sei que você vai estar lá para


mim quando eu precisar de ajuda—, diz ela, seu tom de voz
suave.

— Sem dúvidas, eu vou.

— Obrigada, Noah. — Ela sorri para mim.

Eu puxo o contrato dobrado do bolso interno do casaco.


— Eu fui em frente e assinei. Então, para quando você
estiver pronta. —Eu entrego o contrato, e ela o coloca para
baixo em sua mesa.

— Obrigada.

Eu levo sua mão para a minha boca e a beijo.

— Vejo você lá fora.

Ela balança a cabeça.

— Eu vou demorar apenas mais alguns minutos.

— OK. Vou mandar Camryn de volta.

Saio para o corredor, estou impressionado com a


sensação de que talvez, apenas talvez, Sterling está errado, e
tudo isso que está entre mim e Olivia, vai se desenrolar
naturalmente.

Me chame de louco, mas, Cristo, isso pode funcionar.


Estou na casa de verão da minha família na ilha de
Nantucket, imóvel, enquanto Camryn coloca os últimos
retoques na minha maquiagem dos olhos. Este quarto ainda
está decorado de acordo com o meu gosto em meus dias de
ensino médio, aparentemente envolveu uma série de contas,
mandalas, pôsteres e molduras de fotos da floresta tropical.
Eu esqueci que eu tive uma fase hippie. Na pequena
penteadeira, onde eu me sento agora, eu fiz meus trabalhos
de verão e escrevi no meu diário.

Graças a Deus por Camryn. Ela veio cedo para dar uma
mão antes da cerimônia. Tanto quanto me embelezar, eu
realmente não preciso de sua ajuda. Eu não estou fazendo
nada de especial com o meu cabelo ou maquiagem. Minha
única concessão para a ocasião especial é um vestido de cor
creme, e mesmo isso é bastante simples: envolve na altura do
joelho com um pequeno laço no busto. Eu pareço mais com a
mãe de uma noiva do que a própria noiva. O que eu precisava
desesperadamente era de um apoio moral da minha melhor
amiga. Sua calma presença, acalma meus nervos em
frangalhos.

Eu nem sei por que estou abalada. Nosso “casamento” é


apenas Noah e eu em um encontro com um juiz de paz para
assinar a papelada, enquanto meu pai e alguns outros
membros da família e amigos próximos estão aqui. Sem
smoking e vestidos, nenhum voto, nenhuma festa de
recepção. Tão curto e simples quanto humanamente possível.
Este casamento não é nem mesmo real. . . E ainda assim eu
tenho um caso clássico de pés frios.

— E pronto —, Camryn orgulhosamente anuncia. — Os


olhos estão prontos. Dê uma olhada.

Abro os olhos e pisco para mim mesma no espelho. Uau,


eu pareço... quente. Meu estilo de maquiagem de costume é
bastante minimalista, desde que eu raramente vou a
qualquer lugar além do escritório, mas Camryn fez uma
esfumada sutil que é sensual, enquanto continuam sendo
recatados o suficiente para um evento diurno.

— Isso parece ótimo. Obrigada.

— Eu sou boa ou o quê? — Sorri Camryn. —Você quer


algo para comer? Agora é a sua última chance antes de eu
fazer seus lábios.

Os balcões da cozinha estão empilhados com caçarolas e


saladas e sanduíches da empresa de bufê que papai
contratou. Eu disse que não queria uma recepção com uma
refeição extravagante. Mas ele insistiu que os nossos
convidados, tão poucos como são, ainda precisam comer
antes de voltar para casa. Portanto, este foi o nosso
compromisso, refeições informais de self service em pratos de
papel.

Eu balancei minha cabeça.

— Não, obrigada. Meu estômago salta como um louco.

— Tão ruim assim? — Camryn pergunta, seu tom


subindo em simpatia.

Deixei escapar um suspiro profundo.

— Honestamente? Não tenho certeza como me sinto.

Eu realmente acredito que Noah e eu podemos


funcionar como um casal. Mas eu ainda estou à beira do
pânico. O casamento é um compromisso enorme e real.
Pensando em tomar esse passo, Oh Deus, e em menos de
uma hora me faz suar frio.

Se Camryn não estivesse aqui para acalmar os nervos,


eu poderia ter considerado seriamente surtar. Especialmente
quando o papai entregou uma cópia do contrato no café da
manhã, tudo iminente e oficial com as suas dezesseis páginas
numeradas. Eu ainda não tenho sido capaz de parar para
olhar para ele. Mas eu já sei o que ele diz, de qualquer
maneira. Qual é a questão de frisar ainda mais? Eu só vou
assiná-lo quando chegar a hora, rápido e fácil, como
arrancando uma bandagem.
— Coitadinha. — Suspira Camryn. — Me deixe pegar
uma bebida. Você precisa de algo para acalmar.

Ela vai para fora do quarto para visitar a cozinha e volta


com duas taças de merlot. Minha melhor amiga me conhece
bem o suficiente para renunciar a garrafa de champanhe
gelada aninhada no seu balde de gelo no balcão da cozinha.
Champanhe é demasiado comemorativo para o humor em
que estou.

Eu aceito o copo agradavelmente gelado e tomo um gole


profundo. A pequena dose de álcool sutilmente aquece e me
faz relaxar, e eu deixo escapar um suspiro silencioso. Ela
estava certa, eu precisava disso.

— Eu realmente acho que isso vai ficar bem—, diz


Camryn. — Pelo que tenho visto, parece que Noah tem sido
muito doce e atencioso com você.

— Sim, eu acho que ele está realmente tentando. — Eu


tomo outro gole do meu vinho. — Mesmo que seu objetivo
final é apenas para entrar em minhas calças.

— E isso seria a pior coisa do mundo, por quê? — Ela


levanta as sobrancelhas para mim com um sorriso diabólico.
Ela está constantemente reclamando sobre o estado da
minha vida amorosa inexistente.

Eu bufo, sorrindo de volta, apesar de tudo.

— Eu tenho tanto interesse em montar seu pau, como e


tenho em saltar da ponte de Brooklyn.
Exceto quando o seu sorriso faz algo sexy e todo o
sangue no meu cérebro, de repente some esquentando o Sul
do meu corpo. O que parece estar acontecendo mais e mais
vezes recentemente.

— Senhoras... — Sterling enfia a cabeça em torno da


moldura da porta, sorrindo como se tivesse ouvido cada
palavra. — A sacanagem terá início depois do jantar. — Então
ele direciona seu queixo em direção aos lençóis.

Porra. A última coisa que eu preciso é Noah pensando


que esta noite contará com todo o pacote de um casamento
real. Frustrada, eu bato os olhos fechados.

— Precisamos de algo mais forte do que o vinho. —


Camryn volta para a cozinha antes que eu possa pará-la. Eu
posso ouvir o barulho quando ela procura nos armários. Logo
ela retorna, segurando uma garrafa de vodca. — Aqui vamos
nós.

— Não, está tudo bem. — Eu aceno para ela. — Eu


realmente não quero ficar muito bêbada no momento.

Ela estabelece a vodca na mesa. — Bom ponto. Devemos


esperar até depois da cerimônia.

— Na realidade... —Eu suspiro. — Sinto muito, eu não


acho que vou estar com vontade de socializar esta noite. Eu
preciso de algum tempo sozinha para descobrir coisas. — Ou
enterrar a cabeça no trabalho como um avestruz e evitar
totalmente a minha situação. — Obrigada por ter vindo até
aqui.

Ela balança a cabeça.


— Claro que eu viria, Olivia. Eu posso voltar para a
cidade amanhã cedo, não há problema. É uma longa viagem
de volta de qualquer maneira. — Seu olhar vagueia ao longo
em direção ao deck, onde Noah e Sterling sentam com as
costas para nós, com vista sobre a praia. — Então,
novamente, Sterling é muito gostoso. Eu provavelmente
poderia me ocupar com ele esta noite. — Ela sorri
maliciosamente.

—Divirta-se—, eu digo com um encolher de ombros.


Alguém por aqui deve se divertir, afinal. — Na verdade, vá em
frente e faça agora. Posso passar meu batom sozinha.

Compartilhamos um último abraço reconfortante antes


dela me deixar sozinha no meu quarto de infância, levando
sua bebida com ela.

Eu empurro para cima a janela e respiro o ar salgado da


brisa úmida do oceano. A tarde é quente, aumentando a
névoa à partir do porto azul. Por um minuto, eu assisto a um
punhado de veleiros distantes, ofuscando pontos brancos que
se sacodem no horizonte. Eu tento não ficar obcecada com a
cerimônia que vai começar em apenas meia hora. Deixando a
visão pacífica encher minha mente, eu sinto minha tensão
começar a derreter.

Mas o silêncio abençoado estilhaça quando meu telefone


toca. Resmungando, perguntando quem diabos iria me ligar
agora, eu pego meu celular na minha bolsa.

Eu franzo a testa para a tela. Desde que eu não conheço


este número, eu respondo com um rápido,
— Olá?

— Boa tarde, Olivia.

Meu estômago contrai em uma bola apertada, doloroso.


Aquela voz.... Por um momento eu não posso falar.

— Você realmente deve verificar seu e-mail com mais


frequência —, diz Brad.
Eu estive em pé na praia durante cinquenta minutos.
Gotas de suor escorrem na minha testa, mas eles não são do
sol. Que se pôs há dez minutos.

— Onde ela está? — Sterling assobia baixinho.

— Ela vai vir —, eu digo com os dentes cerrados,


verificando o relógio mais uma vez.

Depois de tudo que nós construímos. . . vivemos juntos,


trabalhamos juntos... tudo parece tão frágil e inútil se Olivia
não aparecer hoje.

Os hóspedes estão começando a olhar um para o outro,


e sussurros através da pequena multidão.

A juiz de paz desloca seu peso, parecendo tão


desconfortável quanto eu sinto. Em seguida, ela se inclina
para mim.
— Sinto muito, mas eu tenho um compromisso em vinte
minutos. Eu não posso esperar muito mais tempo.

Concordo com a cabeça e olho para Fred. Seus traços


estão torcidos de preocupação. Quando ele inclina seu queixo
em direção Camryn, ela se apressa em direção à casa. Eu vou
atrás dela, seguindo as pegadas que ela deixa na areia.

Nós vamos direto para o quarto. A casa está escura, e a


sensação de que algo fundamental mudou rompe através de
mim. A porta ainda está fechada, e eu estou com medo do
que vamos encontrar quando ela abre. Com medo de que isso
significará.

Finalmente, Camryn abre a porta. Tudo está quieto por


um minuto.

— Ela partiu—, diz ela, com a voz trêmula.

Eu possa engolir uma onda de emoção e olhar ao redor


da sala, maquiagem e produtos de higiene pessoal de Olivia
ainda estão espalhadas sobre a penteadeira, mas ela não está
no quarto.

Eu olho pela janela para o pôr do sol sobre o oceano, e


soltou um suspiro pesado.

— Ela se foi.

O que poderia ter acontecido desde a última vez que a


vi? Ela estava pronta. Tudo parecia bem. Eu observo o
contrato não está na mesa. Ela levou-o com ela. Eu não
tenho certeza o que isso significa.

Viro para enfrentar Camryn.


— O que aconteceu? Você foi a última pessoa a vê-la.
Foram os nervos?

Camryn balança a cabeça.

— Ela parecia bem.

Eu passo minhas mãos no meu cabelo. Eu não gosto de


surpresas, e eu nunca passei por isso antes. Mas sendo
deixado no altar? Isto está além de qualquer raiva e pânico
que eu já senti.

Eu quero sair para beber e encontrar uma garota


aleatória para que eu possa foder. E eu sei Sterling estaria a
postos. Mas então eu penso no sorriso tímido de Olivia e seu
doce aroma de madressilva e da forma como seus lábios
partem quando eu a beijo. . . silenciosamente me implorando
por mais.

— Caralho, — Sterling diz atrás de mim. — Nós estamos


saindo. Vamos, Noah.

Sua mão se fecha em volta do meu braço e começa a me


puxar para o corredor. Eu sei que ele tem exatamente o
mesmo pensamento que eu tive cerca de trinta segundos
atrás. Se embriagar. Meninas. Puta ressaca amanhã para
mascarar a dor de hoje. Mas eu sei que nada poderia apagar
essa memória.

Se não fosse por essa dor no meu peito, este lugar vazio
que começou a encher eu sairia e nunca mais olharia para
trás. Mas parte de mim precisa saber o próximo capítulo na
nossa história.
Eu fantasiei sobre Olivia durante os últimos vinte anos.
Ela é a garota que eu esguichei com a mangueira de água
quando eu era jovem, a mulher que me deu frio na barriga
quando eu era mais velho.

E agora, assim como eu comecei a pensar nela como


minha. . . ela se foi
Parte Dois

Casamento arranjado? Feito.

Novo marido arrogante? Feito.

É um casamento de conveniência e estou

determinada a manter estritamente

profissional. Eu não posso ser estúpida o

suficiente para me apaixonar pelo charme

ou avanços deste Playboy sexy. Eu tenho

que ser forte, mesmo que ele seja meu

marido.

Só que ele tem um enorme pau com um

ego ainda maior, e seu principal objetivo na

vida parece ser para acariciar ambos. O

bastardo arrogante é como um doce,


açucarado para minha libido. Sei que ele é

ruim para mim.

Mas eu quero devorar cada centímetro

dele.

Com suas proezas sexuais e experiência,

eu sei que ele vai ser explosivo no quarto. E

já que estamos presos juntos em um

previsível futuro e manter essa farsa de

casamento tempo suficiente para

transformar a empresa rentável de novo,

eu mereço algo para ansiar no final de um

longo dia de trabalho, certo?

O que poderia machucar ter um pouco

de prazer?

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