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Política Internacional 2022

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CACD 2022  Prova Objetiva

Política Internacional
Política Internacional  Questão 11

QUESTÃO 11 Os processos e o projeto político da União Europeia (EU) estão atrelados


historicamente à superação de crises internas e à construção de parcerias com outras regiões
do mundo.

História da União Europeia


 1945 > Fim da Segunda Guerra Mundial na Europa
 1949 > Criação da NATO;
> Criação do Conselho da Europa: criado por 10 países da Europa Ocidental para promover a
democracia e proteger os direitos humanos e o Estado de direito. A Convenção Europeia dos Direitos do
Homem entra em vigor em 1953.
 1950 > Robert Schuman, ministro francês dos Negócios Estrangeiros, apresenta plano para uma
cooperação mais estreita, propondo a integração das indústrias do carvão e do aço da Europa Ocidental.
 1951 > Com base no plano Schuman, Alemanha, França, Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo
assinam um tratado para colocarem as suas indústrias pesadas sob um sistema de gestão comum. Desta forma,
nenhum destes países pode, por si só, fabricar armas de guerra para atacar os outros. A Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço entra em funções em 1952.
 1957 > Tratados de Roma: encorajados pelo êxito do Tratado que institui a CECA, os seis países
fundadores alargam a sua cooperação a outros setores econômicos. Formalizam-no através da assinatura de
dois tratados, que instituem a Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da
Energia Atômica (Euratom). Estes organismos entraram em funções em 1958.
 1958 > A primeira reunião da Assembleia Parlamentar Europeia realiza-se em Estrasburgo. Substitui a
Assembleia Comum da CECA e altera o seu nome para Parlamento Europeu em 1962.
 1960 > A Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA) é criada para promover o comércio livre e a
integração econômica entre certos países não pertencentes à CEE: Áustria, Dinamarca, Noruega, Portugal,
Suécia, Suíça e Reino Unido. Em 2020, os membros da EFTA são: Islândia, Listenstaine, Noruega e Suíça.
 1961 > O governo comunista da Alemanha Oriental constrói um muro em Berlim que se torna um símbolo
da separação da Europa Oriental e Ocidental durante a Guerra Fria.
 1962 > A primeira Política Agrícola Comum dá aos países da CEE o controle conjunto da produção
alimentar. Mas a PAC tem um efeito negativo: sobreprodução. Desde a década de 1990, as prioridades têm
sido a redução dos excedentes, o aumento da qualidade dos alimentos e a promoção da sustentabilidade.
 1963 > Os seis países membros assinam a Convenção de Yaoundé para promover a cooperação e o
comércio com 18 antigas colônias na África. Atualmente, a UE mantém uma relação especial deste tipo com
79 países das regiões de África, das Caraíbas e do Pacífico.
 1965 > O “Tratado de Fusão” que funde os executivos das três Comunidades (CECA, CEE e Euratom) é
assinado e entra em vigor em 1967. A partir de agora, as Comunidades Europeias terão um único órgão
administrativo (a Comissão) e um executivo único (o Conselho).
 1968 > Manifestações de estudantes e de operários na França abalam as fundações Estado. As manifestações
repetem-se noutros países e refletem frustração e aversão à Guerra do Vietnã e à corrida ao armamento
nuclear;
> Os países da CEE suprimem os direitos aduaneiros aplicáveis aos bens que importam entre si ,
criando condições para o comércio livre, e passam a aplicar os mesmos direitos aduaneiros aos produtos
importados dos outros países. O comércio entre estes países e com o resto do mundo cresce rapidamente;
> A primavera de Praga, símbolo da democracia emergente na Checoslováquia, é esmagada pelos
soviéticos.
 1973 > Dinamarca, Irlanda e Reino Unido aderem formalmente às Comunidades Europeias.
Política Internacional  Questão 11

> Na sequência da guerra árabe-israelense, as nações produtoras de petróleo do Médio Oriente


impõem grandes aumentos de preços e restringem as vendas a determinados países europeus, criando
problemas econômicos em toda a CEE.
 1974 > Para demonstrar a sua solidariedade, os líderes da CEE acordam em criar Fundo Europeu de
Desenvolvimento Regional cujo objetivo é transferir fundos das regiões mais ricas para as mais pobres , a fim
de melhorar as infraestruturas, atrair investimento e criar emprego.
 1974-75 > A derrubada do regime de Salazar em Portugal e o colapso do regime militar na Grécia em 1974,
e a morte de Franco na Espanha em 1975, marcam o fim de ditaduras. Os três países comprometem-se a
respeitar o governo democrático — passo importante para a adesão às Comunidades Europeias.
 1979 > Os cidadãos europeus elegem diretamente os deputados ao Parlamento Europeu pela primeira vez.
Anteriormente, os deputados eram delegados pelos parlamentos nacionais. Os deputados têm assento em
grupos políticos pan-europeus e não em delegações nacionais.
 1980 > Os trabalhadores do estaleiro de Gdansk, liderados por Lech Walesa, lutam por mais direitos .
Outros movimentos de greve estendem-se pela Polônia. O governo capitula, mas passa a reafirmar
gradualmente o seu poder e impõe uma legislação pondo fim ao encontro do país com o poder do povo.
 1981 > A Grécia adere às Comunidades Europeias. Era elegível para tal, uma vez que o regime militar
tinha sido derrubado e a democracia restabelecida em 1974.
 1984 > A informática e a robotização revolucionam o modo de vida e de trabalho. Para permanecer na
vanguarda da inovação, o programa “Esprit” lança um programa de investigação e inovação.
 1986 > A Espanha e Portugal aderem às Comunidades Europeias;
> Embora os direitos aduaneiros tenham desaparecido em 1968, as trocas comerciais não se faziam
livremente através das fronteiras, por conta das diferenças entre as regulamentações nacionais. O Ato Único
Europeu lança um programa para criar um mercado único . O ato também confere ao Parlamento Europeu
mais voz e reforça os poderes das Comunidades Europeias em matéria de proteção ambiental.
 1987 > É lançado o Programa Erasmus para financiar estudantes universitários que desejem estudar noutro
país europeu.
 1989 > Com a queda do muro de Berlim, a Alemanha é reunificada e a parte oriental do país passa a fazer
parte da Comunidade Europeia em 1990.
 1991 > Dissolução da Iugoslávia.
 1992 > O Tratado de Maastricht estabelece regras claras para a futura moeda única, para a política externa
e de segurança e o reforço da cooperação em matéria de justiça e assuntos internos. A UE é oficialmente
criada pelo Tratado, que entra em vigor em 1 de novembro de 1993.
 1993 > O mercado único e as suas quatro liberdades estão estabelecidos — a livre circulação de pessoas,
bens, serviços e capitais. A livre circulação de certos serviços é adiada.
 1994 > O acordo que estabelece o Espaço Econômico Europeu (EEE) entra em vigor, alargando o
mercado único aos países da EFTA. Pessoas, bens, serviços e capitais podem circular nos 30 países do EEE
(UE-27 mais Islândia, Listenstaine e Noruega). A Suíça não participa no EEE, mas tem acesso ao mercado
único.
 1995 > A Áustria, a Finlândia e a Suécia aderem à UE;
> O acordo de Schengen entra em vigor em sete países: os viajantes podem deslocar-se sem controle
de passaportes nas fronteiras. Em 2021, 26 países fazem parte do espaço Schengen.
 1997 > O Tratado de Amsterdã estabelece planos para reformar as instituições europeias , dar à Europa
uma voz mais forte no mundo e consagrar mais recursos ao emprego e aos direitos dos cidadãos.
 1999 > O euro é introduzido unicamente para as transações comerciais e financeiras . Os primeiros países da
zona euro são a Alemanha, a Áustria, a Bélgica, Espanha, a Finlândia, a França, a Irlanda, a Itália, o
Luxemburgo, os Países Baixos e Portugal. A Dinamarca, o Reino Unido e a Suécia ficam de fora.
Política Internacional  Questão 11

 2001 > Tratado de Nice: reformar as instituições para que a UE possa funcionar de forma eficiente com 25
países membros e preparar a adesão do próximo grupo; entrou em vigor em 2003.
> atentados terroristas: a UE está com os EUA na luta contra o terrorismo internacional.
 2002 > Lançamento de notas e moedas de euro em 12 países (a Grécia aderiu à zona euro em 2001).
 2003 > A UE leva a cabo operações de manutenção da paz na região dos Balcãs, primeiro na antiga
República iugoslava da Macedônia (agora Macedônia do Norte) e, em seguida, na Bósnia-Herzegovina. Nos
dois casos, as forças lideradas pela UE substituem forças da NATO.
 2004 > 10 novos países: Chipre e Malta aderem à UE juntamente com oito países da Europa Central e
Oriental — Tchéquia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Polônia, Eslováquia e Eslovênia.
 2005 > Os eleitores em França e nos Países Baixos rejeitam o Tratado que estabelece uma Constituição para
a Europa.
 2007 > Mais dois países, Bulgária e Romênia, aderem à UE.
> Os 27 países assinam o Tratado de Lisboa, cujo objetivo é tornar a UE mais democrática, eficiente
e transparente, e, assim, garantir as condições para que possa dar resposta a desafios mundiais como as
alterações climáticas, a segurança e o desenvolvimento sustentável. O Tratado entrou em vigor em 2009.
 2008 > Crise econômica mundial: os problemas começam com empréstimos hipotecários nos EUA. Vários
bancos europeus também registram dificuldades, o que leva os países da UE a estreitarem a sua cooperação
econômica.
 2010 > Vários países são confrontados com problemas nas suas finanças públicas. Os 16 países que usam o
euro apoiam um plano para os ajudar a lidar com os seus déficits. A UE ajuda a vários países de enfrentar as
suas dificuldades e cria a “União Bancária” para garantir bancos mais seguros e mais fiáveis.
 2012 > Atribuição do Prêmio Nobel da Paz à EU que reconhece seu contributo para a promoção da paz e
da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos.
 2013 > a Croácia torna-se o 28.º membro da EU.
 2015 > Acordo de Paris sobre as alterações climáticas: 195 países celebram um acordo para fazer face às
alterações climáticas. O acordo inclui um plano de ação para manter o aquecimento global abaixo dos 2°C em
relação aos níveis pré-industriais.
> Muitas pessoas procuram asilo na Europa, muitos dos quais fugidos à guerra civil na Síria e a
precisar de proteção internacional. A UE trabalha para reforçar os controles nas fronteiras externas e reduzir o
número de requerentes de asilo através da cooperação com países vizinhos, como a Turquia.
 2016 > Num referendo, 52 % dos eleitores no Reino Unido votam a favor da saída do país da UE após mais
de 40 anos como membro. O Reino Unido sai em 31 de janeiro de 2020.
 2019 > A preocupação do público com a crise climática aumenta, impulsionada por um movimento jovem
internacional crescente e ativo. Uma nova Comissão toma posse com firmeza na perspectiva de tornar a
Europa um espaço com impacto neutro no clima até 2050, através de uma nova estratégia de crescimento, o
Pacto Ecológico Europeu.
 2020 > A pandemia de COVID-19 desencadeia uma grande emergência de saúde pública e um
abrandamento da atividade econômica. Os países trabalham em conjunto para apoiar os sistemas de saúde,
conter a propagação do vírus e garantir vacinas para as pessoas dentro e fora da UE. Chega-se a um acordo
sobre o maior pacote de estímulo financiado pelo orçamento da UE, com destaque para uma recuperação
ecológica e digital, à medida que trabalha para alcançar a neutralidade climática até 2050.
> O Reino Unido sai da UE.
 2021 > Lançamento da Conferência sobre o Futuro da Europa: o exercício inédito de democracia
participativa oferece aos cidadãos da UE uma oportunidade única para se pronunciarem e ajudarem a moldar
o futuro da UE.
Política Internacional  Questão 11

 2022 > A Rússia invade a Ucrânia: a UE e os seus parceiros internacionais condenam firmemente a guerra
de agressão não provocada e injustificada. A UE adota um conjunto de sanções severas contra a Rússia e
presta assistência financeira, humanitária, militar e de outros tipos à Ucrânia.


Política Internacional  Questão 11

01 Em 2019, Ursula von der Leyen tornou-se a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da
Comissão Europeia. Nas diretrizes políticas que ela apresentou, von der Leyen centrou sua proposta de
mandato em seis grandes ambições para a Europa, a saber: o estabelecimento de um Pacto Ecológico
Europeu; o fortalecimento de uma economia a serviço das pessoas; a EU preparada para a era digital,
com parâmetros seguros e éticos; a proteção do modo de vida europeu, embasado no estado de direito;
a EU mais forte no mundo, trabalhando em prol de uma ordem global baseada em regras; e o
fortalecimento da democracia dentro do próprio bloco.

CERTO
The President is the head of the European Commission. The President decides on the organization of
the Commission and allocates portfolios to individual Commissioners and also sets the Commission's policy
agenda. The President represents the Commission in European Council meetings, G7 and G20 summits,
summits with non-EU countries and major debates in the European Parliament and the Council. President
von der Leyen was appointed by national leaders and elected by the European Parliament after she pre-
sented her Political Guidelines. These guidelines were inspired by her discussions with the parliament’s politi -
cal groups, as well as by the European Council’s strategic agenda for 2019-2024. They set the work of the
European institutions around six headline ambitions:
 a European Green Deal: to overcome climate change and environmental degradation, the European
Green Deal will transform the EU into a modern, resource-efficient and competitive economy, ensuring:
that there are no net emissions of greenhouse gases by 2050, that the economic growth is decoupled from
resource use and that no person and no place is left behind. The Commission has adopted a set of propos-
als to make the EU's climate, energy, transport and taxation policies fit for reducing net greenhouse gas
emissions by at least 55% by 2030, compared to 1990 levels.
 a Europe fit for the digital age : this strategy aims to make the digital transformation work for people
and businesses, while helping to achieve its target of a climate-neutral Europe by 2050 and making this
Europe's “Digital Decade”. Europe must now strengthen its digital sovereignty and set standards, rather
than following those of others with a clear focus on data, technology, and infrastructure.
 an economy that works for people: the EU’s unique social market economy, in which small and
medium-sized enterprises are its backbone, allows economies to grow and to reduce poverty and inequal-
ity. It is essential to strengthen them, complete the Capital Markets Union and deepen the Economic
and Monetary Union.
 a stronger Europe in the world: the Commission champions multilateralism and a rules-based global
order through a more active role and stronger voice for the EU in the world. A strong, fair and open trade
agenda, makes Europe an attractive place for business. This strengthens its role as a global leader while
ensuring the highest standards of climate, environmental and labor protections and means working closely
with neighboring countries, introducing a comprehensive strategy on Africa and reaffirming its perspec-
tive of the countries of the Western Balkans.
 promoting our European way of life: Europe must stand up for justice and for its core values. Threats to
the rule of law challenge its legal, political and economic basis. The vision of equality, tolerance and
social fairness is built upon the rule of law. The Commission will launch a European Rule of Law
Mechanism under which it is to report every year on the condition of the rule of law across the Union.
Strong borders, modernization of its asylum system and cooperation with partner countries are important
to achieve a fresh start on migration.
 a new push for European democracy : democracy on the European continent is under attack. Russia’s
aggression against Ukraine is a war against democracy itself. Europe’s strength lies in its unity, and this
unity is based on shared democratic values: commitment to fundamental human rights; the protection of a
Política Internacional  Questão 11

free and independent press; upholding the rule of law; and equality between women and men, rural and
urban, young and old.


Política Internacional  Questão 11

02 A Romênia e a Bulgária foram aceitas como países-membros da EU em abril de 2005, após decisão
do Conselho da EU. Todavia, a adesão das duas repúblicas ao Espaço Schengen vem sendo protelada,
apesar dos pedidos do Parlamento Europeu para que a questão seja decidida.

CERTO
O Tratado de Adesão da Bulgária e da Romênia à UE foi assinado em abril de 2005, sendo a data
oficial de entrada no bloco 1º de janeiro de 2007. Apesar de a Comissão Europeia não ter adiado até 2008 a
entrada de búlgaros e romenos, como permitia o tratado de adesão, impôs aos candidatos uma vigilância
rigorosa durante três anos, exigindo que cumpram as reformas necessárias em determinadas áreas . Bruxelas
criará um mecanismo de cooperação e verificação dos progressos, em particular na luta contra a corrupção, o
crime organizado e a lavagem de dinheiro. Se os objetivos não forem alcançados, podem acarretar sanções,
como por exemplo o não reconhecimento de decisões judiciais romenas e búlgaras. A Croácia se tornou
membro do espaço Schengen de livre circulação no dia 1º de janeiro de 2023. Apesar do parecer positivo da
Comissão Europeia, não houve unanimidade no Conselho da UE a respeito da Romênia e da Bulgária.

Currently, all EU member states except Bulgaria, Cyprus, Ireland, and Romania are part of the Schen-
gen area, which also encompasses non-EU states Iceland, Norway, Switzerland, and Liechtenstein . MEPs
have called for Bulgaria and Romania to be fully admitted into Schengen on multiple occasions. The acces-
sion of new countries to Schengen requires a unanimous decision by the Council of the EU.


Política Internacional  Questão 11

03 A Declaração de Identidade Europeia, adotada na Cúpula de Copenhague, de dezembro de 1973,


mobilizou a recém-expandida “Europa dos 9” a estabelecer, como elementos de sua identidade comum,
a democracia representativa, o estado de direito, a justiça social e o respeito pelos direitos humanos.
Esse compromisso, todavia, ainda não impunha padrões a futuras expansões do bloco, algo que viria a
se concretizar somente com os critérios de Copenhague, de 1993.

ERRADO
The European Identity published by the Nine Foreign Ministers on 14 December 1973, in Copenhagen
→ Defining the European Identity involves: reviewing the common heritage, interests and special obliga-
tions, as well as the degree of unity so far achieved within the Community.
→ Fundamental elements: the principles of representative democracy, of the rule of law, of social justice (the
goal of economic progress). This corresponds to the aspirations of the peoples who should participate in
its realization, particularly through their elected representatives.
→ Transform the whole complex of their relations into a European Union.
- Treaties of Paris and Rome: common market, based on a customs union, and institutions, and common
policies and machinery for co-operation;
- Luxembourg and Copenhagen reports: system of political co-operation, with a view to determining
common attitudes and, where possible and desirable, common action.
→ Dynamism: diversity of cultures, attachment to common values and principles, increasing convergence of
attitudes to life, awareness of having specific interests in common and determination to take part in the
construction of a United Europe.
→ The construction of a United Europe is open to other European nations who share the same ideals and
objectives.
→ The Community, while remaining in control of its own trading policies, intends to exert a positive influ-
ence on world economic relations.
→ Europeans should, to preserve their independence, make constant efforts to ensure that they have adequate
means of defense at their disposal.
→ In accordance with the purposes and principles of the United Nations Charter – just basis in interna-
tional relations; independence and equality of States; prosperity equitably shared; security.
→ Promote harmonious and constructive relations to third countries.
→ Struggle against under-development.
→ Adopt common positions in international organizations, notably the UN and the specialized agencies.
→ Strengthen cohesion and contribute to the framing of a genuinely European foreign policy, in order to
tackle further stages in the construction of a United Europe.

At the Copenhagen summit of December 1973, the member states of the European Community
adopted a ‘Declaration on European Identity’. It reaffirmed the intention to transform ‘the whole complex
of their relations into a European Union before the end of the present decade.’ It reviewed progress towards
the establishment of a common market, common institutions, and European Political Cooperation (EPC),
then in its infancy. It stressed that ‘European unification is not directed against anyone, nor is it inspired by a
desire for power.’
Coming so soon after the first enlargement of the Community – which had caused Denmark and the
United Kingdom to leave the European Free Trade Association (EFTA) and Norway to hold a referendum,
which rejected Community membership – the declaration was an important affirmation of the Community’s
internal solidarity and openness to the outside world. It foreshadowed some of the themes and policies that
were to preoccupy the Community throughout the 1970s and 1980s, such as ‘speaking with one voice’ in for-
Política Internacional  Questão 11

eign affairs, development policy and détente. However, subsequent events showed the timetable for Euro-
pean union to be over-optimistic and confidence in the Nine’s solidarity exaggerated: within a year of the
declaration, the Community’s coherence had been seriously dented by the Arab oil crisis and the new Labour
government’s demand for a renegotiation of Britain’s terms of membership.


Política Internacional  Questão 11

04 A Primeira Cúpula Brasil-UE, que ocorreu em Lisboa em 2007, focou em temas relacionados à
cooperação técnica e à agenda política mundial, negligenciando a ainda existente necessidade de se
concluir as negociações do Acordo de Associação Mercosul-UE, iniciadas em 1999.

ERRADO
O Brasil foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com a então Comunidade
Econômica Europeia, em 1960. O relacionamento bilateral sempre manteve elevada importância no quadro
da PEB. Com a assinatura da Parceria Estratégica, na Primeira Cúpula Brasil-União Europeia, em 2007,
as relações Brasil-União Europeia atingiram novo patamar, e ampliaram-se as oportunidades de diálogo
sobre desafios globais e oportunidades de interesse bilateral ou birregional. A Parceria tem contribuído para
que Brasil e UE aprofundem as relações políticas, dinamizem os vínculos econômicos e diversifiquem as
iniciativas de cooperação. O Acordo-Quadro de Cooperação Inter-regional Mercosul-Comunidade
Europeia foi estabelecido em 1995.
O relacionamento em nível estratégico pressupõe interlocução intensa e consultas sistemáticas, o que se
dá por meio de uma série de encontros entre representantes do Governo e das instâncias comunitárias. Além
das Cúpulas, em nível presidencial, há reuniões regulares entre altos funcionários, especialistas e técnicos . A
Comissão Mista bilateral, criada em 1992, coordena a agenda temática bilateral. Há, ainda, encontros
regulares entre representantes das sociedades civis e do empresariado.
As relações econômico-comerciais são de grande relevância. Entre 2003 e 2019, o intercâmbio
comercial mais que duplicou. A UE é o segundo maior parceiro comercial do Brasil . Em 2019, a UE foi
destino de 15,93% das vendas brasileiras e 18,8% das compras brasileiras. Alguns dos principais produtos
exportados pelo Brasil à UE são: farelos de soja e rações; café não torrado; e minério de ferro. O Brasil
importa da UE medicamentos e farmacêuticos; outros medicamentos; e óleos combustíveis .
O Brasil se destaca como o maior destino do Investimento Estrangeiro Direto (IED) dos países da UE
na América Latina. Além disso, o Brasil é o terceiro maior destino de IED extra-UE, atrás apenas dos Estados
Unidos e da Suíça. As já dinâmicas relações econômicas têm enorme potencial de expansão: além das
perspectivas de incremento do comércio, sobretudo com a expectativa de conclusão das negociações de
acordo comercial entre MERCOSUL e UE, espera-se que os investimentos recíprocos sigam em rota de
expansão.
A agenda de cooperação é intensa. Na área de ciência e tecnologia, Brasil e UE cooperam de maneira
próxima em pesquisas e investimentos conjuntos em áreas como os biocombustíveis e a tecnologia da
informação. Como sede de importantes centros de pesquisa, a UE é parceira fundamental em projetos de
tecnologia e inovação.
Brasil e UE têm procurado avançar na formulação de estruturas que permitam ampliar o escopo de sua
cooperação, como a cooperação trilateral. Esta modalidade complementa a cooperação Sul-Sul. Cabe referir,
outrossim, às discussões sobre governança da Internet, onde há convergência de posições - defesa de modelo
multissetorial, democrático e transparente de governança, e o entendimento de que as tecnologias da
informação e da comunicação podem constituir ferramenta para o desenvolvimento.


Política Internacional  Questão 12

QUESTÃO 12 As perspectivas teóricas das Relações Internacionais são tão diversas quanto as
possibilidades de definição de seu objeto de estudo e de abordagens metodológicas.

A disciplina de Relações Internacionais nasce no período imediatamente posterior à Primeira Guerra


Mundial. O primeiro departamento de Relações Internacionais foi criado em 1917, na universidade escocesa
de Aberystwyth, com uma preocupação normativa: os acadêmicos desse departamento tinham como objetivo
organizar uma disciplina em torno do estudo da questão da guerra e, mais precisamente, com a finalidade de
livrar a humanidade de suas consequências nefastas. Era preciso, então, estudar o fenômeno da guerra e suas
causas para poder evitar a repetição de tragédias similares às acontecidas na Grande Guerra.
Edward Hallet Carr escreveu Vinte anos de crise, publicado pouco antes do início da Segunda Guerra
Mundial. No livro, afirmou que a preocupação normativa dos primeiros acadêmicos da área de Relações
Internacionais acabou por cegá-los. Segundo Carr, foi tal preocupação que obrigou esses primeiros
acadêmicos a pensarem em termos do ‘dever ser’ do mundo, em vez de estudar como o mundo ‘realmente’
funcionava. A concentração desses primeiros acadêmicos, a quem Carr chamou de utópicos ou idealistas, em
problemas ético-morais, impediu-os de elaborar instrumentos analíticos que permitissem perceber os sinais
anunciadores da proximidade da Segunda Guerra Mundial.
Ao contrário desses idealistas, Carr definiu um segundo grupo que chamou de realistas, que estudava
como o mundo realmente era e que defendia uma visão menos utópica e mais sintonizada com as dimensões
do poder e do interesse que permeiam a política internacional. A caracterização feita por Carr desse debate
como um confronto entre idealistas e realistas ficou conhecida como o ‘primeiro grande debate’ da teoria das
Relações Internacionais. Era um debate ontológico sobre uma disciplina recém-criada, em que as partes eram
o ‘dever ser’ dos idealistas e o ‘ser’ dos realistas. O primeiro grupo queria estudar como mudar o mundo para
torna-lo mais pacífico, enquanto o segundo grupo queria estudar os meios à disposição dos Estados para que
pudessem garantir sua sobrevivência.
O início da Segunda Guerra Mundial, que enfatizou a vitória da lógica da sobrevivência, acabou dando
razão aos realistas e enterrando os idealistas: o pensamento normativo dos últimos revelou-se perigoso porque
subestimava as ameaças à sobrevivência dos Estados. O realismo saiu, então, desse primeiro grande debate,
como o grande vencedor, e a publicação do livro de Hans Morgenthau em 1948, A política entre as nações, e
sua enorme influência nas décadas seguintes vieram confirmar essa supremacia.
Com a chamada revolução behaviorista nas ciências sociais em geral, a crítica que passou a ser feita à
área de Relações Internacionais deixou de ser ontológica e tornou-se metodológica. O segundo grande debate
não foi mais um debate sobre o que estudar, mas como estuda-lo. Os realistas científicos defendiam maior
rigor científico e maior influência dos métodos das ciências exatas. Criticavam, também, a falta de diálogo
com outras áreas de conhecimento científico, nas quais avanços expressivos na formulação de métodos
empíricos de observação e análise da realidade objetiva haviam sido feitos. Portanto, esses realistas científicos
defendiam a importação de métodos e conceitos de outras áreas, das ciências exatas em particular, como a
cibernética e a biologia, assim como um uso mais intensivo de métodos quantitativos para o estudo das
Relações Internacionais. Segundo eles, o realismo clássico pecava por sua falta de rigor e sua metodologia
subjetiva demais.
A Guerra Fria, que exigiu dos tomadores de decisão um maior grau de previsibilidade no cenário
internacional, deu impulso à crítica científica. A disciplina de Relações Internacionais passou a aceitar um
maior rigor científico, assim como a adotar metodologias transparentes e falsificáveis, sem abrir mão dos
avanços ocorridos dentro da área a partir dos estudos mais tradicionais do realismo clássico.
No final da década de 1960 e no decorrer da década de 1970, vários desafios se impuseram ao realismo
como teoria dominante das Relações Internacionais. Esses desafios tinham duas origens: a evolução da
política internacional e a evolução da própria disciplina. Do lado da evolução da política mundial, podemos
Política Internacional  Questão 12

citar a confirmação da União Soviética como superpotência competidora com os Estados Unidos no cenário
internacional, assim como o surgimento de novos Estados após as descolonizações das décadas de 1950 e
1960. Esses Estados recém-independentes apresentavam uma agenda política diferente da agenda das
superpotências: reivindicavam o acesso ao desenvolvimento como prioridade da política mundial no lugar das
questões político-militares, que dominavam até então.
Na área acadêmica, o surgimento de novos atores não-estatais na política internacional, como empresas
multinacionais e organizações internacionais governamentais e não-governamentais, levou ao questionamento
de premissas básicas do realismo. Assim, surgiram críticas à separação entre política doméstica e política
internacional, bem como à divisão entre high politics (segurança) e low politics (temas econômicos,
tecnológicos etc.), e à primazia da primeira em relação à segunda. Esses ataques levaram o realismo a uma
crise aguda, que necessitava de uma resposta vigorosa, capaz de superar suas insuficiências. Começou a se
falar da exagerada ênfase dos realistas na questão da guerra em detrimento de outras questões de política
internacional, e surgiram críticas ao excesso de ênfase no conflito em detrimento da cooperação e da
interdependência. O livro de Joseph Nye e Robert Keohane, de 1977, Power and Interdependence: World
Politics in Transition foi emblemático a esse respeito.
Foi nesse contexto que Kenneth Waltz publicou Theory of International Politics, um livro que trouxe
novamente o realismo a uma posição de supremacia na teoria das Relações Internacionais. Waltz trouxe o
debate agente-estrutura assim como a influência da microeconomia à teoria das Relações Internacionais,
provocando um grande impacto na disciplina e tornando-se objeto de inúmeros debates. Destaque particular
merece o libro organizado por Robert Keohane em 1986, Neorealism and Its Critics, no qual autores de várias
linhas debateram a contribuição de Waltz. Foi uma das poucas ocasiões nas quais autores como Robert Gilpin,
assim como os próprios Waltz e Keohane, estiveram juntos com críticos como John Gerard Ruggie, Robert
Cox e Richard Ashley.
Na mesma época, Michael Banks publicou um capítulo em uma coletânea na qual aponta para o
surgimento de um debate na disciplina de Relações Internacionais como um debate entre três paradigmas: o
realismo, o liberalismo, e a herança marxista. Ao discutir o problema da incomensurabilidade entre
paradigmas, Banks deu legitimidade e justificou a estrutura do debate em tornou dos três paradigmas em
competição. Inspirado em Kuhn, Banks afirmou que a evolução de um paradigma ao outro passa por rupturas
e saltos de descontinuidade, e não necessariamente por debates e evoluções concatenadas entre os diferentes
paradigmas. Com isso, pode-se classificar o debate interparadigmático como um debate de natureza
epistemológica, e não metodológica, que criou a impressão de que a disciplina havia chegado a um ponto no
qual várias perspectivas competiam entre si sem que se vislumbrasse a possibilidade de consenso ou de síntese
entre as três. Em suma, esse debate deu lugar a uma certa estagnação no diálogo entre pesquisadores de
orientações diferentes.
Em 1988, Keohane procurou redefinir os termos do debate distinguindo entre duas grandes correntes:
racionalistas e reflexivistas. Para ele, os racionalistas (representados pelos realistas e os liberais) possuíam um
claro programa de pesquisa, com hipóteses, metodologia e critérios de inclusão e exclusão precisos e
transparentes. No entanto, esses instrumentos de análise não permitiam a eles lidar com assuntos empolgantes,
tais como os conceitos de identidade e cultura. Keohane afirmou, também, que os reflexivistas, entre os quais
incluiu as feministas, a teoria crítica, os pós-modernos e pés-estruturalistas, conseguiam estudar questões e
conceitos muito importantes e empolgantes, mas lhes faltavam rigor e dados empíricos para apoiar suas ideias.
Keohane concluiu que era necessário chegar a um consenso entre racionalistas e reflexivistas.
No ano seguinte, Yossef Lapid publicou um artigo no qual falava da existência de um terceiro debate,
que chamou de pós-positivista e que estava ocorrendo entre grupos similares aos grupos definidos por
Keohane. A diferença é que o grupo chamado por Keohane de racionalista foi chamado por Lapid de
positivista, enquanto o grupo chamado por Keohane de reflexivista foi chamado por Lapid de pós-positivista.
A diferença nos nomes revelava uma diferença de percepção significativa: Lapid deu nome à origem do
Política Internacional  Questão 12

racionalismo de Keohane que é o positivismo e definiu os reflexivistas não em relação aos racionalistas, mas
em relação a como eles veem o mundo. Lapid definiu o terceiro debate em termos ontológicos. Estávamos de
volta aos termos do primeiro debate. Ole Waever tentou, em 1995, apresentar a evolução da área em termos
menos confusos e foi feliz em apontar que o debate atual pode ser dividido em duas partes. Por um lado, o
debate entre realistas e liberais e, de outro lado, o debate entre positivistas e pós-positivistas. Tratando do
debate entre realistas e liberais, e mais especificamente de seus herdeiros neorrealistas e neoliberais, Waever
foi irônico ao falar de um debate próximo do limite do aborrecimento, e ao referir-se ao debate como sendo
um debate neo-neo.
No final da década de 1980 também surgiu o construtivismo, uma contribuição que acabou sendo
reconhecida como importante no decorrer da década de 1990, e que trouxe a influencia de debates que
estavam ocorrendo em outras ciências sociais para as Relações Internacionais. Referimo-nos aqui, em
particular, à teoria de estruturação de Anthony Giddens, que nega precedência ontológica tanto aos agentes
quanto à estrutura. Com isso, o debate contemporâneo nas Relações Internacionais seria um debate entre o
realismo, o liberalismo e o construtivismo e suas respectivas variantes.


Política Internacional  Questão 12

01 A racionalidade que sustenta as perspectivas realista e liberal das Relações Internacionais favorece o
Estado como ator fundamental. Este é privilegiado por sua capacidade regulatória doméstica em
detrimento das inerentes dificuldades encontradas na esfera internacional.

CERTO
Realist theories of IR operate on the assumption that relations of states can best be characterized as a
world in which armed states are competing rivals and periodically go to war with each other.
Liberal theories of IR operate on the assumption that international relations can be best characterized as a
world in which states cooperate with each other to maintain peace and freedom and to pursue progressive
change.
Realists thus share a core assumption that the international state system is anarchy i.e., a
system with no higher, overarching authority, no world government. The state is the preeminent
actor in world politics. International relations are primarily relations of states.
All other actors in world politics—individuals, international organizations (IGOs), nongovernmental
organizations (NGOs), etc.—are either far less important or unimportant.
The main point of foreign policy is to advance and defend the interests of the state. But states
are not equal. On the contrary, there is an international hierarchy of power among states.
The most important states in world politics are the great powers. International relations are
understood by realists as primarily a struggle between the great powers for domination and
security. Lesser and weaker powers are of secondary importance.
The normative core of realism is national security and state survival: these are the values
that drive realist doctrine and realist foreign policy. The state is considered to be essential for
the good life of its citizens: without a state to guarantee the means and conditions of security
human life is bound to be, in the famous phrase of Thomas Hobbes (1946: 82), ‘solitary,
poor, nasty, brutish and short’. The state is thus seen as a protector of its territory, of the population, and
of their distinctive and valued way of life. The national interest is the final
arbiter in judging foreign policy.
The fact that all states must pursue their own national interest means that other countries
and governments can never be relied upon or completely trusted. All international agreements
are provisional and conditional on the willingness of states to observe them. That makes
treaties and all other agreements, conventions, customs, rules, laws, and so on between states
merely expedient arrangements which can and will be set aside if they conflict with the vital
interests of states. There are no international obligations in the legal or ethical sense of the
word—i.e., bonds of mutual duty—between independent states. The only fundamental responsibility
of statespeople is to advance and to defend the national interest. That is nowhere
stated more brutally than by Machiavelli in his famous book The Prince (see Box 3.3).
That means that there can be no progressive change in world politics comparable to the
developments that characterize domestic political life. That also means that realist IR theory
is considered to be valid not only at particular times but at all times, because the foregoing
basic facts of world politics never change. That, at any rate, is what most realists argue and
evidently believe.

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