Introdução a biossegurança: histórico,conceitos
básicos,e definições
Enfª Luana Oliveira
História da Biossegurança:
Os primeiros debates sobre a biossegurança estiveram início
na década de 1970, devido a preocupações com a segurança
nos espaços laboratoriais e com as consequências que os
constantes avanços tecnológicos na área de engenharia
genética poderiam significar para o homem, bem como para os
sistemas ecológicos.
Histórico da Biossegurança
- Evolução das práticas de segurança em ambientes de saúde.
- Décadas de 1940-1960: Início da consciência sobre segurança, foco em
higiene e luvas.
- Décadas de 1970-1980: Precauções padrão surgem em resposta a
patógenos perigosos.
- 1983: Termo "biossegurança" é cunhado pela NFPA.
-Décadas de 1990-2000: Ameaças bioterroristas e expansão das
precauções.
- Hoje: Biossegurança é fundamental em saúde e pesquisa, constantes
avanços.
O que é Biossegurança?
Biossegurança é um conjunto de medidas preventivas adotadas
para minimizar ou eliminar riscos relacionados à exposição a
agentes biológicos, químicos, físicos e ergonômicos no ambiente
de saúde.
Objetivo:
Proteger a saúde dos profissionais, pacientes e comunidade em geral,
Garantir a integridade física e saúde dos trabalhadores da saúde,
prevenir a disseminação de doenças infecciosas no ambiente de
cuidados, minimizar a exposição a substâncias tóxicas ou perigosas,
promover um ambiente seguro para o paciente, profissionais e visitantes.
Medidas simples na Biossegurança:
Para amenizar os riscos de um ambiente hospitalar, há desde as medidas
de segurança mais simples, como os procedimentos relacionados com
as Boas Práticas de Limpeza ou Higiene (BPL) e/ou a adoção de EPI’s até
mais amplas, como redesenhos do layout e/ou os sistemas de
esterilização do ar, exemplos de medidas de proteção coletiva. Além
disso, é necessário planejar um conjunto de treinamentos periódico de
todos os trabalhadores sobre os procedimentos de biossegurança.
As principais medidas de biossegurança do Trabalho voltadas para reduzir
os níveis de exposição aos riscos biológicos são:
EPI – Equipamento de Proteção Individual
Luvas: Para enfermeiros, médicos, agentes de laboratório, etc. Sendo
descartáveis.
Jalecos e aventais de manga longa: Devem estar sempre fechados,
serem lavados e descontaminados após o uso e nunca devem ser
usados fora do ambiente de trabalho;
Máscaras: Para evitar a inalação dos agentes nocivos;
Óculos de proteção, protetor facial: Para evitar
contaminação pelas vias aéreas;
Sapatos fechados: Também devem sempre ser lavados
e esterilizados após o uso e jamais serem usados fora
do ambiente hospitalar.
EPC – Equipamento de Proteção Coletiva
Cabines de segurança: Equipamentos que contém os
agentes infecciosos;
Lava olhos: Muito comum em laboratórios, instrumento
utilizado para limpeza rápida dos olhos;
Autoclave: Esteriliza instrumentos por calor.
Mecanismos adotados de como a Biossegurança pode ser aplicada na
Segurança do Trabalho:
Descarte correto de materiais contaminados com os recipientes
adequados;
Sinalização das áreas de risco por meio de placas de identificação das
áreas;
Orientação sobre uso de maçanetas, botões, telefones e outros objetos
de uso coletivo para evitar contaminação;
No caso de uso de radiação, fornecimento adequado de EPI e
sinalização das áreas;
Fornecimento acessível de luvas, óculos de proteção, jalecos,
uniformes, capacetes e outros EPIs.
Os principais órgãos que discutem essas leis são o CTNBio
(Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) e a ANVISA
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e todas as normas
são de enorme importância para a sociedade.
A biossegurança legal é regulamentada pela Lei nº 11.105/05,
além de diversas outras resoluções, como as normas
estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE),
Resoluções da Agência Nacional de Vigilância em Saúde
(ANVISA), pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), entre outras.
Tipos de Resíduos de Serviços de Saúde:
Resíduos de Serviço de Saúde são aqueles resultantes de atividades
exercidas em estabelecimentos que prestam serviços de saúde e que, por
suas características, geram resíduos que necessitam de processos
específicos de gerenciamento, que podem, ou não, exigir tratamento prévio
à sua disposição final.
Classificação dos resíduos de serviços de saúde:
De acordo com a Resolução CONAMA nº 358/2005 (Anexo I),
os Resíduos de Serviços de Saúde são classificados por
grupos de acordo com suas características:
GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes
biológicos que, por suas características de maior virulência
ou concentração, podem apresentar risco de infecção.
GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas
que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio
ambiente, dependendo de suas características de
inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade.
GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades
humanas que contenham radionuclídeos em quantidades
superiores aos limites de eliminação especificados nas
normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e
para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista.
GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco
biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao
meio ambiente, podendo ser equiparados aos
resíduos domiciliares.
GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como:
lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas
endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos
capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os
utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta
sanguínea e placas de Petri) e outros similares.
Quais são os tipos de tratamento de resíduos de serviços de saúde?
Os processos comerciais disponíveis são: Incineração, Pirólise,
Autoclavagem, Microondas, Radiação Ionizante, Desativação
Eletrotérmica e Tratamento Químico.
Incineração de lixo hospitalar
A incineração é um processo de queima, na presença de excesso de
oxigênio. Dessa forma os materiais à base de carbono são
decompostos, desprendendo calor e gerando um resíduo de cinzas.
Assim, o excesso de oxigênio empregado na incineração é de 10 a 25%
acima das necessidades de queima dos resíduos.
2. Pirólise
De fato a pirólise também é um processo de destruição térmica, como a
incineração. Contudo, com a diferença de absorver calor e se processar na
ausência de oxigênio. Nesse processo, os materiais à base de carbono são
decompostos em combustíveis gasosos ou líquidos e carvão.
3. Autoclave hospitalar
Primordialmente utilizado na esterilização de material cirúrgico, este
processo foi adaptado e desenvolvido para a esterilização de resíduos.
Em outras palavras, consiste em um sistema de alimentação que
conduz os resíduos até uma câmara estanque. No qual é feito vácuo e
injetado vapor d’água (entre 105 e 150°C) sob determinadas condições
de pressão.
4. Microondas de resíduos de serviços de saúde
Nesse processo os resíduos são triturados, umedecidos com vapor a
150ºC e colocados continuamente num forno de microondas. No qual
há um dispositivo para revolver e transportar a massa, assegurando
assim que todo o material receba uniformemente a radiação de
microondas.
5. Radiação Ionizante de lixo hospitalar
Nesse processo os RSS são expostos à ação de raios gama gerados
por uma fonte enriquecida de cobalto 60 que torna inativo os
microorganismos.
6. Desativação Eletrotérmica de resíduos hospitalares
Este processo consiste numa dupla trituração prévia ao tratamento,
seguida pela exposição da massa triturada a um campo elétrico de alta
potência. Sendo gerado por ondas eletromagnéticas de baixa freqüência,
atingindo uma temperatura final entre 95 e 98°C.
7. Tratamento Químico de resíduos do serviço de saúde
Neste processo os resíduos são triturados e mergulhados numa
solução desinfetante de hipoclorito de sódio, dióxido de cloro ou gás
formaldeído. Dessa maneira a massa de resíduos permanece nesta
solução por alguns minutos e o tratamento ocorre por contato direto.