A Figura Humana
Uma das primeiras representações do corpo humano na arte que se tem conhecimento são as
Vênus do período paleolítico, entre elas, a Vênus de Willendorf, uma pequena escultura tida
como uma representação humana de proporções irreais da anatomia feminina. Suas formas
levam a crer que se trata de um autorretrato seguindo a maneira que as mulheres pré-
históricas enxergavam seus corpos em uma época sem espelhos. A beleza dessa época era
pensada em fertilidade por exemplo de seus seios serem grandes para amamentar em seus
filhos, ser mais fortes para que o bebê tenha um bom desenvolvimento, ou também suas
pernas grossas para pôde sustentar o bebê ainda no ventre ou em casos de quedas.
De lá pra cá a representação da figura humana passou por diversos padrões estéticos e estudá-
los nos leva a entender sua influência em como expressamos a nossa imagem na
contemporaneidade.
Da mesma maneira que as vênus do paleolítico seguem certas convenções artísticas, obras
posteriores apresentaram características parecidas. Os egípcios, por exemplo, possuíam
rigorosos padrões estéticos. Suas representações eram feitas sempre a partir do seu ângulo
mais característico de modo que o rosto era representado de perfil com apenas um olho, assim
como visto frontalmente, na lateral do rosto. Já a metade superior do corpo era sempre
traduzida de frente e os pés de perfil contornados a partir do dedão como se possuísse dois
pés esquerdos. Tais regras lhes permitiam incluir tudo o que eles consideravam de essencial na
imagem humana. Lei da frontalidade é a característica mais marcante na pintura egípcia. Essa
regra determinava que o tronco das pessoas deveria ser representado de frente, enquanto a
cabeça, pernas e pés exibidos de perfil.
Os olhos também são retratados de frente. Essa maneira de representação cria uma
combinação visual lateral e frontal.
Já no período renascentista com a influência do greco-romano antigo e os estudos sobre
perspectiva, a principal característica é demarcada pela anatomia bem representada. Parte
disso advém dos padrões artísticos grego que buscavam retratar a figura do ser humano com
extrema complexidade, algo facilmente encontrado nas esculturas dessa época. A exemplo
disso cabe ressaltar a escultura chamada de Laocoonte e seus filhos que data do período
helenístico onde se é possível encontrar um estudo extraordinário dos músculos e do
movimento do corpo humano, expressões faciais bem representadas e carregadas de
sentimentos.