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Canal Auxílio EBD

Revista Lições Bíblicas CPAD


3º Trimestre de 2024 – Classe dos Adultos

Título: O Deus que governa o Mundo e cuida da Família – Os


ensinamentos divinos nos livros de Rute e Ester para a nossa geração
Comentarista da Lição: Silas Queiroz
Autor dos Comentários (em azul): Ev Luiz Oliveira
Revisão dos comentários e sugestões de melhorias:
Tiago Damasceno e Antônio Terêncio
Data da aula: 7 de julho de 2024

NOTAS DE AULA

LIÇÃO 1
DUAS IMPORTANTES MULHERES NA HISTÓRIA DE UM
POVO

TEXTO ÁUREO

“Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou, hoje,
de te dar remidor, e seja o eu nome afamado em Israel.” (Rt 4.14)

VERDADE PRÁTICA

Conhecidas ou anônimas, muitas mulheres foram fundamentais no plano divino de


redenção da humanidade.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 1
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Rute 4.13-22; Ester 7.1-7

Rute 4

13 – Assim, tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher; e ele entrou a ela, e o Senhor
lhe deu conceição, e ela teve um filho.
14 – Então, as mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Senhor, que não deixou,
hoje, de te dar remidor, e seja o seu nome afamado em Israel.
15 – Ele te será recriador da alma e conservará a tua velhice, pois tua nora, que te ama,
o teve, e ela te é melhor do que sete filhos.
16 – E Noemi tomou o filho, e o pôs no seu regaço, e foi sua ama.
17 – E as vizinhas lhe deram um nome, dizendo: A Noemi nasceu um filho. E chamaram
o seu nome Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi.
18 – Estas são, pois, as gerações de Perez: Perez gerou a Esrom,
19 – e Esrom gerou a Arão, e Arão gerou a Aminadabe,
20 – e Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom,
21 – e Salmom gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obede,
22 – e Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.

Ester 7

1 – Vindo, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester,
2 – disse também o rei a Ester, no segundo dia, no banquete do vinho: Qual é a tua
petição, rainha Ester? E se te dará. E qual é o teu requerimento? Até metade do reino
se fará.
3 – Então, respondeu a rainha Ester e disse: Se, ó rei, achei graça aos teus olhos, e se
bem parecer ao rei, dê-se-me a minha vida como minha petição e o meu povo como
meu requerimento.
4 – Porque estamos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem e
lançarem a perder; se ainda por servos e por servas nos vendessem, calar-me-ia, ainda
que o opressor não recompensaria a perda do rei.
5 – Então, falou o rei Assuero e disse à rainha Ester: Quem é esse? E onde está esse
cujo coração o instigou a fazer assim?

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 2
6 – E disse Ester: O homem, o opressor e o inimigo é este mau Hamã. Então, Hamã se
perturbou perante o rei e a rainha.
7 – E o rei, no seu furor, se levantou do banquete do vinho para o jardim do palácio; e
Hamã se pôs em pé, para rogar à rainha Ester pela sua vida; porque viu que já o mal
lhe era determinado pelo rei.

PLANO DE AULA

1. INTRODUÇÃO

Neste trimestre estudaremos os livros históricos de Rute e Ester. Neles, veremos


como Deus usou duas mulheres na história da salvação. Elas foram muito importantes
para preparar todo o contexto necessário para o advento do Senhor Jesus, o nosso
Salvador. Apresente o comentarista deste trimestre, pastor Silas Queiroz, membro do
Conselho de Comunicação e Imprensa da CGADB. Jornalista, Bacharel em Teologia e
Direito, Procurador-Geral do município de Ji-Paraná, RO. Atua como pastor nas
congregações de Ji-Paraná, cidade na qual reside.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição: I) Apresentar o perfil de Rute, a moabita; II) Traçar o


perfil de Ester, a judia que ascendeu ao posto de rainha; III) Refletir a respeito da mulher
cristã como protagonista no Reino de Deus.
B) Motivação: Rute e Ester nos apresentam perfis de mulheres de Deus que
podem nos inspirar em nosso relacionamento com Deus, no compromisso mútuo com
o próximo. Não há dúvida de que os exemplos dessas duas grandes mulheres ressoam
ainda hoje e influenciam as mulheres do século XXI.
C) Sugestão de Método: Muito se discute a respeito do papel da mulher no
mundo atual. A Bíblia revela mulheres fortes, moralmente corajosas e, ao mesmo
tempo, dedicadas à sua família e aos negócios da cidade. Essa mulher bíblica que se
revela em Rute e Ester, se revela em muitas mulheres hoje que amam a Jesus, sua
igreja local e sua família. Por isso, introduza esta lição fazendo a contextualização entre
a mulher cristã de hoje com a mulher da Bíblia em Rute e Ester.

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 3
3. CONCLUSÃO DA LIÇÃO

A) Aplicação: Deus chama mulheres e as capacita para fazer uma grande obra
em seu reino, para serem seu instrumento no século atual, de modo que o seu nome
seja glorificado. Que o Espírito Santo continue a capacitar mulheres para a sua obra no
mundo!

4. SUBSÍDIO AO PROFESSOR

A) Revista Ensinador Cristão. Vale a pena conhecer essa revista que traz
reportagens, artigos, entrevistas e subsídios de apoio à Lições Bíblicas Adultos. Na
edição 98, p.36, você encontrará um subsídio especial para esta lição.
B) Auxílios Especiais: Ao final do tópico, você encontrará auxílios que darão
suporte na preparação de sua aula: 1) O texto “Quando alguém diz”, localizado depois
do primeiro tópico, ressalta a pessoa de Rute; 2) O texto “Ester”, ao final do segundo
tópico, aprofunda a introdução a respeito de Ester.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Rute e Ester são os dois livros da Bíblia que levam o nome de mulheres. Registram
duas das mais belas, extraordinárias e dramáticas histórias sagradas.

Esses dois livros estão incluídos na categoria dos Livros Históricos do Antigo
Testamento. Como em toda a Bíblia, encontramos também alguns aspectos da obra
vicária do Senhor Jesus retratada em cada um desses livros.

A primeira, ocorrida em Moabe e Belém, no período dos juízes, que durou,


aproximadamente, de 1375 a 1050 a.C. A segunda, na Pérsia, depois do cativeiro
babilônico, entre 483 e 473 a.C.

Aqui o comentarista apresenta uma estimativa a respeito dos períodos em que


ocorreram os eventos tratados nos referidos livros. Lembrando que, quando

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 4
mencionado a respeito do período dos juízes, está se referindo ao período completo
que o livro abrange, e não apenas à história de Noemi e Rute.

Rute e Ester viveram em épocas, circunstâncias e contextos muito diferentes, mas


expressaram as mesmas virtudes espirituais e morais: fé, convicção, humildade,
coragem, obediência, simplicidade, pureza, abnegação, temor a Deus e disposição de
servir.

Essas virtudes listadas deveriam ser naturalmente encontradas na vida de cada cristão
confesso, independentemente da época em que essa pessoa tenha vivido. O Deus que
requer santidade e justiça dos Seus servos é o mesmo ontem, hoje e será o mesmo
eternamente.

Essas duas mulheres foram fundamentais para a preservação do povo judeu, a


descendência piedosa de Abraão. Suas vidas continuam sendo fontes de profunda
inspiração para todos que desejam agradar a Deus e viver para a sua glória (Sl 147.11;
1Co 10.31; Hb 11.6).

Mais adiante vamos tratar desse tema com maior profundidade, mas, a meu ver, o Todo-
Poderoso concedeu a essas mulheres uma oportunidade de serem instrumentos
divinos. Não existe ninguém que seja imprescindível para a Obra de Deus. Se essa
pessoa não quiser realizar aquilo que o Senhor determinou que ela faça, outra pessoa
tomará o lugar dela. Podemos citar, por exemplo, o caso de Judas Iscariotes, que foi
escolhido para fazer parte dos apóstolos de Cristo, mas, por sua recusa em fazer a
vontade de Deus e por escolher servir aos propósitos do Inimigo das nossas almas,
outra pessoa ocupou o seu lugar. Leiamos At 1.16-22 – ARC:

“Varões irmãos, convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito


Santo predisse pela boca de Davi, acerca de Judas, que foi o guia
daqueles que prenderam a Jesus; porque foi contado conosco e alcançou
sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um campo com o galardão da
iniquidade e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas
entranhas se derramaram. E foi notório a todos os que habitam em
Jerusalém, de maneira que na sua própria língua esse campo se chama
Aceldama, isto é, Campo de Sangue. Porque no Livro dos Salmos está

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 5
escrito: Fique deserta a sua habitação, e não haja quem nela habite; e:
Tome outro o seu bispado. É necessário, pois, que, dos varões que
conviveram conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu
dentre nós, começando desde o batismo de João até ao dia em que dentre
nós foi recebido em cima, um deles se faça conosco testemunha da sua
ressurreição.”

Palavra-Chave: Mulheres

I. RUTE: UMA MULHER IMPORTANTE PARA A LINHAGEM DE DAVI

1. Uma moabita. Descendentes de Moabe, filho da relação incestuosa de Ló, o


sobrinho de Abraão, com sua filha mais velha (Gn 19.30-37), os moabitas eram um povo
pagão, hostil a Israel desde os dias do rei Balaque (Nm 22.1-6; Dt 23.3,4; Jz 11.17).
Habitavam a leste do mar Morto (atual Jordânia) e eram dados à idolatria e à
imoralidade sexual (Nm 25.1,2; Ap 2.14).

Por relação incestuosa o comentarista se refere ao incesto, que é o relacionamento


íntimo entre a filha de Ló e seu pai. Esse angustiante episódio nos faz refletir
profundamente o quanto alguém que é influenciado pela cultura mundana pode cometer
algo tremendamente abominável aos olhos do Todo-Poderoso. As filhas de Ló, quando
saíram de Sodoma, juntamente com seu pai, acabaram se refugiando em uma caverna,
por medo dos habitantes daquela região. Então, suas filhas, numa ação motivada pela
cultura daquela época, embriagaram seu pai e se relacionaram intimamente com ele,
gerando, com essa ação, uma gravidez em cada uma das filhas. Desses filhos de Ló
se formaram as nações dos moabitas e dos filhos de Amom. Tanto os moabitas como
os filhos de Amom foram excluídos de fazer parte da congregação do Senhor, por não
terem ajudado Israel quando esse estava na jornada para a terra de Canaã. Leiamos
Dt 23.3,4 – ARC:

“Nenhum amonita ou moabita entrará na congregação do Senhor; nem


ainda a sua décima geração entrará na congregação do Senhor,
eternamente. Porquanto não saíram com pão e água a receber-vos no
caminho, quando saíeis do Egito; e porquanto alugaram contra ti a Balaão,

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 6
filho de Beor, de Petor, da Mesopotâmia, para te amaldiçoar. Porém o
Senhor, teu Deus, não quis ouvir Balaão; antes, o Senhor, teu Deus, trocou
em bênção a maldição, porquanto o Senhor, teu Deus, te amava.”

Pertencendo a este povo, era de todo improvável que Rute fizesse parte da linhagem
de Davi, família da qual viria o Messias, o Salvador do mundo (Gn 49.8-10; Is 11.1,10;
Mq 5.2; Ap 5.5).

Pelo que acabamos de ler em Deuteronômio, realmente Rute não teria nenhuma
condição, sequer, de passar a fazer parte da nação de Israel. E tem mais uma
importante questão: um israelita casar-se com uma mulher estrangeira era
terminantemente proibido pela Lei de Moisés. Leiamos Dt 7.1-4 – ARC:

“Quando o Senhor, teu Deus, te tiver introduzido na terra, a qual passas a


possuir, e tiver lançado fora muitas nações de diante de ti, os heteus, e os
girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e
os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e
o Senhor, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as
destruirás; não farás com elas concerto, nem terás piedade delas; nem te
aparentarás com elas; não darás tuas filhas a seus filhos e não tomarás
suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim,
para que servissem a outros deuses; e a ira do Senhor se acenderia contra
vós e depressa vos consumiria.”

Mas os caminhos de Deus são mais altos que os nossos; estão muito acima de nossa
compreensão (Is 55.8,9; Rm 11.33). Ele é soberano (Jó 42.2). Faz do improvável,
provável e do impossível, possível quando cremos nEle, o tememos e obedecemos sem
impor-lhe qualquer condição (Gn 18.14-16; Hb 11.8-11).

Pelo que vemos nessa história bíblica, Rute se tornou uma prosélita do judaísmo, ou
seja, aceitou seguir aos mandamentos e leis de Israel, escolhendo servir ao Deus Todo-
Poderoso! O próprio texto bíblico afirma que ela foi se abrigar sob as asas do Senhor,
Deus de Israel. Leiamos Rt 2.10-12 – ARC:

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

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“Então, ela caiu sobre o seu rosto, e se inclinou à terra, e disse-lhe: Por
que achei graça em teus olhos, para que faças caso de mim, sendo eu
uma estrangeira? E respondeu Boaz e disse-lhe: Bem se me contou
quanto fizeste à tua sogra, depois da morte de teu marido, e deixaste a
teu pai, e a tua mãe, e a terra onde nasceste, e vieste para um povo que,
dantes, não conheceste. O Senhor galardoe o teu feito, e seja cumprido o
teu galardão do Senhor, Deus de Israel, sob cujas asas te vieste abrigar.”

2. A família belemita. A história de Rute muda a partir de seu ingresso em uma piedosa
família de Belém de Judá, que peregrinava nos campos de Moabe por causa da fome
que assolava a terra de Israel (Rt 1.1). Eram Elimeleque, sua mulher, Noemi, e os filhos
Malom e Quiliom.

Como é de conhecimento dos irmãos, a história de Israel contida no Livro de Juízes foi
marcada por inúmeros períodos de fome, em virtude da constante teimosia e atos
idólatras do povo de Israel. Como os israelitas abandonaram ao Senhor, seu Deus, o
Pai permitiu que os inimigos de Israel os dominassem e os fizessem sofrer por causa
da sua dureza de coração. A Bíblia não diz claramente em qual período de fome
Elimeleque foi para as terras de Moabe, mas essa informação não é relevante para o
caso. O que as Sagradas Escrituras nos informam é que essa família de Belém de Judá
saiu do país, fugindo da fome que assolava sua nação.

Depois de algum tempo na terra dos moabitas, Elimeleque morre, ficando Noemi na
companhia de seus dois filhos (Rt 1.2,3).

Não há informação na história bíblica a respeito de quantos anos Elimeleque viveu em


Moabe, mas nos parece certo afirmar que sua morte ocorreu logo nos primeiros anos
de peregrinação da família israelita na nação estrangeira. Elimeleque foi a Moabe em
busca de uma vida melhor e acabou tendo que enfrentar a morte.

Rute se casou com Malom, o mais velho deles (Rt 4.10).

Estando em terra estranha e sem seu pai, provavelmente os filhos de Noemi resolveram
tomar mulheres moabitas em casamento, para seguir suas vidas após o trágico fim de

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 8
seu pai. Cada um deles tomou uma mulher moabita como esposa, lembrando que isso
era proibido pela Lei de Moisés, conforme já mencionamos anteriormente.

Ao final de quase 10 anos, também Malom e seu irmão Quiliom morreram.

Aqui temos a informação de uma tragédia ainda maior para a vida de Noemi. Primeiro
ela havia perdido seu marido, mas ainda podia contar com os filhos. Com a morte dos
seus dois filhos, a vida de Noemi se tornou dificílima, tendo em vista que as mulheres,
naquele período, eram totalmente dependentes dos homens, principalmente no que diz
respeito à alimentação. Às mulheres não era permitido o trabalho remunerado, ou seja,
elas não tinham como sustentar-se sozinhas. Segundo Champlin, as viúvas muitas
vezes iam para a vida de prostituição para tentar escapar da pobreza extrema, pois não
havia outro meio delas se manterem.

Viúva e sem filhos, Noemi decide voltar a Belém, motivada pela notícia de que a fome
havia cessado em sua terra.

Como não havia outra saída para Noemi, ela resolveu voltar para Belém, que significa
“Casa do Pão”, pois sua vida estava insustentável em Moabe.

Embora pudesse permanecer em Moabe – como decidiu Orfa, viúva de Quiliom –, Rute
escolhe ir com sua sogra Noemi, declarando sua fé no Deus de Israel (Rt 1.4,6,16).

A Bíblia não nos informa qual era a postura da família de Elimeleque em relação ao
Deus de Israel, mas tudo indica que Rute foi altamente influenciada por alguém na
família, a ponto de ela resolver deixar tudo e seguir sua sogra, que já estava em uma
situação difícil, para uma terra estranha. Essa atitude de Rute mostra que sua fé era
bem sólida.

3. Matrimônio e maternidade. Esta síntese biográfica tem seu ápice em Belém, com
dois eventos que foram fundamentais para que o propósito de Deus se cumprisse na
vida dessa moabita.

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Página 9
Como síntese biográfica o comentarista está se referindo aos dois eventos que
aconteceram posteriormente na vida de Rute: seu matrimônio com com Boaz e o
nascimento de seu filho Odebe, avô de Davi.

Apegada à sua sogra e sempre disposta a obedecê-la e servi-la, Rute alcança o favor
do Deus de Israel, “sob cujas asas te vieste abrigar” (Rt 2.12).

A humildade demonstrada por Rute foi algo excepcional, tendo em vista que ela fez
exatamente tudo que sua sogra disse, com absoluta confiança. E, pelo que vemos nas
páginas sagradas, Deus foi confirmando cada instrução dada por Noemi a Rute, através
de acontecimentos que ocorreram. Deus estava, em todo tempo, guiando essas duas
mulheres para que Sua soberana vontade fosse realizada na terra.

O casamento com Boaz, parente de Elimeleque, e o nascimento de seu filho Obede


(heb. “servo”) fazem de Rute uma ascendente direta de Davi (de quem foi bisavó) e
integrante da genealogia de Jesus (Rt 4.1-22; Mt 1.5-17; Lc 3.32). Honrar o casamento
e a geração de filhos traz a bênção de Deus para muitas gerações (Hb 13.4; Sl 127.3-
5).

Notem que, de acordo com a Bíblia, são os pais que transmitem a genealogia para os
filhos, e não as mães. Sendo assim, fazer parte da genealogia do Salvador foi uma
grande honra que o Senhor Deus deu a Rute, uma estrangeira que seria normalmente
rejeitada pelos israelitas.

II. ESTER: A MULHER QUE AGIU PARA A SOBREVIVÊNCIA DOS


JUDEUS

1. De Belém para Susã. Cerca de cinco séculos depois de Rute, a Bíblia nos apresenta
outra mulher notável, Ester, também usada providencialmente por Deus para a
preservação do povo de Israel.

Usando de Sua onisciência, o Deus Todo-Poderoso preparou o caminho para que Ester
assumisse o lugar da rainha deposta, Vasti, com o objetivo de usar essa jovem judia
para salvar o povo de Israel da destruição, como vemos nas páginas das Sagradas
Escrituras.

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Filha de Abiail, tio de Mardoqueu, Ester era judia. Órfã de pai e mãe, foi criada pelo
primo Mardoqueu (Et 2.5-7,15). Seu nome hebraico era Hadassa, que significa “murta”,
uma das plantas favoritas do mundo antigo, de folhas perfumadas e flores brancas ou
rosadas, usadas para perfumar ambientes e fazer grinaldas para os nobres nos
banquetes. Já o nome persa Ester (stara) significa “estrela”. Ester fazia parte da
geração de judeus nascidos no cativeiro.

Aqui temos a confirmação de algumas informações encontradas no texto bíblico e


outras informações que são históricas.

Conforme Isaías e Jeremias haviam profetizado, o fim do cativeiro babilônico foi


decretado por Ciro, rei da Pérsia, no ano 538 a.C. (Is 44.26,28; 45.1,4,5,13; Jr 29.10-
14).

Essa data representava o final dos 70 anos de cativeiro profetizados por Jeremias.
Leiamos Jr 25.8-11 – ARC:

“Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos: Visto que não escutastes as
minhas palavras, eis que eu enviarei, e tomarei a todas as gerações do
Norte, diz o Senhor, como também a Nabucodonosor, rei da Babilônia,
meu servo, e os trarei sobre esta terra, e sobre os seus moradores, e sobre
todas estas nações em redor, e os destruirei totalmente, e pô-los-ei em
espanto, e em assobio, e em perpétuos desertos. E farei perecer, entre
eles, a voz de folguedo, e a voz de alegria, e a voz do esposo, e a voz da
esposa, e o som das mós, e a luz do candeeiro. E toda esta terra virá a
ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia
setenta anos.”

No entanto, a maioria dos judeus permaneceu na Babilônia, sob domínio persa.

Segundo Champlin, muitos judeus não quiseram voltar para Israel quando tiveram essa
oportunidade, por conta da vida estabilizada que eles tinham nas terras estrangeiras
em que viviam, incluindo aí a Babilônia. Alguns comparam a Babilônia daquela época

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Página 11
com os Estados Unidos ou a China, nos dias de hoje, no que diz respeito a fazer dinheiro
com o trabalho.

2. De órfã a rainha. Susã era capital do novo império (Et 1.1,2). Lá viviam Ester e
Mardoqueu, dentre milhares de outros judeus.

Conforme mencionado pelo comentarista, acredita-se que Ester tenha nascido no


cativeiro, mas, por conta dos cuidados de Mardoqueu na sua educação, a moça judia
desenvolveu sua fé no Deus de Israel. Uma questão que alguns historiadores
defendem, mas que não há como comprovar, é que Ester teria entre 15 e 17 anos
quando foi levada para o palácio do rei Assuero.

Dotada de rara beleza, Ester integrou o grupo de moças virgens que se candidataram
para suceder a rainha Vasti, deposta pelo rei Assuero por sua desobediência, como
escreve o historiador judeu Flávio Josefo.

Essa questão da beleza da jovem Ester provavelmente foi mais um recurso dado por
Deus para que ela pudesse ser escolhida como substituta da rainha deposta, sem gerar
nenhum tipo de comentário contrário. A Bíblia afirma que todos gostaram de Ester.
Leiamos Et 2.15-17 – ARC:

“Chegando, pois, a vez de Ester, filha de Abiail, tio de Mardoqueu (que a


tomara por sua filha), para ir ao rei, coisa nenhuma pediu, senão o que
disse Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e alcançava Ester graça
aos olhos de todos quantos a viam. Assim, foi levada Ester ao rei Assuero,
à casa real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano do seu
reinado. E o rei amou a Ester mais do que a todas as mulheres, e ela
alcançou perante ele graça e benevolência mais do que todas as virgens;
e pôs a coroa real na sua cabeça e a fez rainha em lugar de Vasti.”

Vasti se recusou a comparecer a um banquete oferecido pelo rei nos jardins de seu
palácio (Et 1.5-8,10-12,21,22). Em um inequívoco ato da providência divina, Ester se
tornou rainha em seu lugar (Et 2.16,17).

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Comentário por: Ev Luiz Oliveira

Página 12
Cremos que essa recusa da então rainha Vasti em comparecer diante do rei foi um ato
diretamente causado por Deus, para que a jovem judia pudesse ocupar o seu lugar,
como um ato de providência divina, conforme já mencionado anteriormente.

Cinco anos depois, essa jovem judia, agindo com sabedoria e muita coragem, obteve
de Assuero um decreto que livrou da morte o povo judeu de todo o império (Et 8 e 9).
Como diz Matthew Henry, “ainda que o nome de Deus não se encontre [no livro de
Ester], o mesmo não se pode dizer de sua mão, guiando minuciosamente os fatos que
culminaram na libertação de seu povo”.

Aqui, conforme citei anteriormente, Ester teve a oportunidade de ser usada por Deus
para que o povo de Israel fosse poupado do extermínio. Mas, notem que a decisão de
agir partiu dela, quando a necessidade surgiu. O próprio Mardoqueu deixou claro que
Ester deveria escolher agir em prol do seu povo. Caso contrário, Deus enviaria socorro
de outra forma e Ester pagaria um alto preço por sua covardia e incredulidade. Leiamos
Et 4.13,14 – ARC:

“Então, disse Mardoqueu que tornassem a dizer a Ester: Não imagines,


em teu ânimo, que escaparás na casa do rei, mais do que todos os outros
judeus. Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento
doutra parte virá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e
quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?”

3. No campo ou no palácio. Assim como Rute, Ester é um exemplo inspirativo do


quanto valem a fidelidade e a confiança em Deus, seja qual for o contexto em que
vivamos. Os princípios divinos são absolutos e imutáveis; suficientes para orientar
nossa conduta em qualquer tempo e lugar (Sl 19.7-9; 119.89-91).

Na realidade, Paulo disse que tudo o que foi escrito nas Sagradas Escrituras tem o
objetivo de nos ensinar e nos dar esperança. Leiamos Rm 15.4 – ARC:

“Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que,
pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança.”

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Assim sendo, podemos aprender muito com todas as personagens bíblicas, tanto no
que devemos imitar, quanto no que devemos evitar de fazer.

III. MULHERES DE DEUS COMO PROTAGONISTAS DA HISTÓRIA

1. O protagonismo feminino. A liderança masculina, instituída por Deus (Gn 1.26; cf.
Ef 5.22,23), não anula o propósito divino com a mulher, nem lhe retira a possibilidade
de, em muitas circunstâncias, ser protagonista da história. Isso não implica, todavia, na
necessidade de confundir ou inverter os papéis entre homem e mulher.

Protagonismo significa ser o principal figurante de uma apresentação. Em outras


palavras, significa alguém que desempenha o papel principal dentro de uma instituição
ou mesmo em uma situação. Conforme o comentarista pontuou, a liderança da família
e da igreja foi entregue, por Deus, aos homens. Mas isso não significa que as mulheres
devem ficar sempre à sombra dos homens em todas as situações. Elas não foram
chamadas para ocupar um lugar de dependência e sim de cooperação mútua. Na
ausência de homens, as mulheres devem assumir o protagonismo, ou seja, a liderança
da situação e agir conforme a orientação de Deus.

Os exemplos de Rute e Ester são eloquentes neste sentido. Não foi a altivez, mas a
humildade, a submissão e a obediência que tornaram, tão relevante, a vida dessas
mulheres.

Essa questão apontada pelo comentarista a respeito do comportamento dessas


mulheres de Deus está bem claramente demonstrada nas Sagradas Escrituras. A
obediência e submissão de Rute à sua sogra e o mesmo comportamento de Ester em
relação a seu primo Mardoqueu saltam aos nossos olhos quando lemos essas duas
maravilhosas histórias.

2. Cumprindo os papéis. Noemi dá testemunho de que Rute cumpriu bem a função de


esposa (Rt 1.8). Seu extraordinário relacionamento com a sogra não nos permite outra
conclusão. Ambas eram mulheres sábias, que conheciam bem os seus papéis (Rt 1.11-
13), o que é fundamental para uma boa convivência em família, inclusive entre nora e
sogra (Pv 14.1).

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Página 14
Temos esse único versículo que aponta para Rute como alguém que honrou seu marido
enquanto vivo, bem como sua sogra, principalmente depois da tragédia que acometeu
suas vidas, na terra de Moabe. Tanto ela quanto Orfa se casaram com Malom e Quiliom
após a morte de Elimeleque, mas viveram com seus maridos apenas dez anos. Noemi
afirmou que suas noras realmente demonstraram amor por seus filhos e por ela.
Leiamos o texto sugerido pelo comentarista, Rt 1.8,9 – NVT:

“A certa altura, porém, Noemi disse às noras: ‘Voltem para a casa de suas
mães! Que o Senhor as recompense pelo amor que demonstraram por
seus maridos e por mim. Que o Senhor as abençoe com a segurança de
um novo casamento’. Então deu-lhes um beijo de despedida, e as três
começaram a chorar em alta voz.”

3. Educação familiar. Não foi apenas a beleza de Ester que lhe fez ser escolhida
rainha, mas também sua humildade e seu bom comportamento no palácio (Et 2.15-17).

Na realidade, conforme comentamos anteriormente, cremos na operação de Deus


nessa questão da escolha de Ester. Apesar dos seus atributos naturais, foi a mão de
Deus que a levou até a posição de rainha, como providência divina, como já lemos em
Rute 1.13.

Apesar de órfã, Ester havia recebido uma boa educação de Mardoqueu, a quem
devotava obediência e profundo respeito (Et 2.10; 4.1-4). É no lar que somos forjados
para os grandes desafios da vida (Pv 29.15,17; 30.17).

Conforme mencionado, essas duas mulheres demonstraram profunda humildade e


obediência, resultando em demonstrações claras da graça e misericórdia divinas sobre
a vida delas, acompanhadas da bênção do Todo-Poderoso.

CONCLUSÃO

Deus continua usando mulheres para cumprir seus propósitos. Algumas se tornam
conhecidas e tem seus nomes registrados na história, como Rute e Ester. Outras, como
a mulher de Noé, vivem a vida toda no anonimato (Gn 6.10,18; 7.7,13; 8.15,16), mas

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Página 15
nem por isso deixam de ser importantes. O que seria do patriarca sem uma
companheira fiel ao seu lado enquanto cumpria a missão divina que recebera? No
Reino de Deus, seja homem, seja mulher, o que importa não é o quanto a pessoa
aparece, pois o Senhor olha para o coração (1Sm 16.7; 1Co 3.12-15).

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO

DUAS IMPORTANTES MULHERES NA HISTÓRIA DE UM POVO

Prezado(a) professor(a), a paz do Senhor. Estamos iniciando um novo trimestre


de estudos com a revista Lições Bíblicas Adultos, editada pela CPAD. Nesta nova e rica
oportunidade, seus alunos aprenderão sobre os livros que narram as histórias de duas
mulheres que tiveram papel proeminente na história do povo de Deus. Rute, a moabita,
e Ester, uma judia órfã, tiveram seus destinos traçados para serem instrumentos de
Deus com o intuito de livrar Seu povo da destruição. Para apresentar o processo da
ação divina por meio dessas mulheres destemidas, o comentarista deste trimestre é o
pastor Silas Queiroz, da Assembleia de Deus em Ji-Paraná (RO), procurador geral do
munícipio, formado em Direito pela Universidade Luterana do Brasil, bacharel em Direito
pela Faculdade de Teologia Logos (FAETEL) e autor dos livros Maturidade Espiritual do
Líder, Sejam Firmes e Jesus, o Filho de Deus, todos editados pela CPAD.
A introdução ao assunto do presente trimestre consiste em apresentar Rute e
Ester como personagens centrais que se destacaram na história de Israel. Essas duas
mulheres são exemplos de fé e temor a Deus. Suas atitudes revelam que o
cumprimento do propósito divino requer coragem, amor, persistência e resiliência diante
das perseguições. Embora tenham vivido em épocas diferentes, Rute e Ester tornaram-
se conhecidas pelas mesmas virtudes espirituais e morais: fé, convicção, humildade,
coragem, obediência, simplicidade, pureza, abnegação, temor a Deus e disposição para
servir. Esses aspectos foram vistos não apenas pelos homens, mas principalmente por
Deus, que conhece todas as coisas (Sl 139.1). Note que a credibilidade dessas
mulheres foi notória não pelo fato de serem esmeras conhecedoras dos rudimentos das
leis mosaicas, e sim porque preservavam em seus estilos de vida os princípios divinos
e imutáveis, indispensáveis para a conduta de qualquer servo de Deus, não importe a
época. São essas preciosas lições que nosso Senhor Jesus instruiu aos Seus

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discípulos: “Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes” (Jo 14.17).
Logo, para Deus, o relevante não é apenas o conhecer, mas, sim, o praticar. A entrega
de Rute à fé judaica revela a devoção de um coração que anelava verdadeiramente se
entregar a Deus. De acordo com o Comentário Bíblico Beacon (CPAD, Volume 2), “ela
foi uma escolha de convicção, e não de emoção, conforme se vê no contraste com Orfa
(Rt 1.14); uma escolha feita apesar de todas as dificuldades (vv.11-13); a escolha em
favor de um povo (v.16); uma escolha sem opção de voltar atrás (vv.17,18)” (p.163).
Como consequência de suas virtudes, essas mulheres foram honradas por Deus. Nesse
sentido deve ser a escolha de todo aquele que almeja servir a Deus: uma entrega
completa.

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