0% acharam este documento útil (0 voto)
48 visualizações58 páginas

Autoridade para Curar

Enviado por

David Willian
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
0% acharam este documento útil (0 voto)
48 visualizações58 páginas

Autoridade para Curar

Enviado por

David Willian
Direitos autorais
© © All Rights Reserved
Levamos muito a sério os direitos de conteúdo. Se você suspeita que este conteúdo é seu, reivindique-o aqui.
Formatos disponíveis
Baixe no formato PDF, TXT ou leia on-line no Scribd
Você está na página 1/ 58

Autoridade para curar

INSTITUTO VINEYARD
Escola de Ministério
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com
2
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

AUTORIDADE PARA CURAR

KEN BLUE

Escola de Ministério

É expressamente proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios


(eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou outros), sem a prévia
autorização, por escrito, da editora, ficando o infrator sujeito às penas da lei.
Copyright © 2016 Vineyard Institute

3
4
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

BEM-VINDO À ESCOLA DE
MINISTÉRIO DA VINEYARD
Seja bem-vindo!

Estamos felizes por sua decisão de envolver-se com um dos cursos


da Escola de Ministério da Vineyard.

Nossa oração é que através do estudo atento e cuidadoso das


páginas deste livrete, e dos textos bíblicos citados, sua visão e suas
habilidades ministeriais sejam expandidas, inspiradas e renovadas.

O que é a Escola de Ministério?

A Escola de Ministério é uma série de cursos de treinamento para


líderes cristãos, no contexto de ministério na igreja local.

O conteúdo dos cursos está baseado na teologia, valores e práticas


do Movimento Vineyard, mas pode ser contextualizado e aplicado
para a realidade de outras denominações cristãs.

Como usar os cursos da Escola de Ministério?

Uma das formas é o estudo pessoal, mas recomendamos o estudo


em um pequeno grupo com outros estudantes.

No final de cada capítulo temos questões para facilitar a discussão


e aplicação do ensino.

A presença ou o envolvimento do seu pastor é fundamental para dar


foco, contexto e direcionamento.

Bons estudos!

5
6
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

CONTEÚDO

Introdução 8

1. Limpar o terreno de obstáculos teológicos 10


Santificação através da enfermidade 10
Determinismo divino 14
Fórmula da fé 16
A visão global secular 20

2. O Reino de Deus e a luta para curar 24


Deus deseja curar os enfermos 25
A invasão do Reino de Deus 28
A luta é real 31
Nossa fé na luta 34
A vitória presente e futura 37

3. Começando um ministério de cura 41


Modelos de cura 41
Iniciando 42
Aprender fazendo 47

4. Plenitude e cura em três dimensões 48


Mente 49
Espírito 49
Corpo 50
Interação entre cura e enfermidade 50
Cuidado total 52
Medicina preventiva 52

5. A obediência e a autoridade para curar 54


A alegria da obediência 54

7
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

INTRODUÇÃO

Este é um livro para todas as pessoas que já oraram por um amigo


enfermo. Muitas pessoas duvidam da mensagem da Bíblia que diz
que o ministério de cura da igreja é real. Isto significa que nós
duvidamos de Deus.

Evangelismo traz conversão, mas muitas vezes causa pouca


mudança na vida da igreja nos aspectos sociais e religiosos. Sinais
e maravilhas são necessários para tornar o evangelismo real.
Quando a igreja primitiva pregou o evangelho de Jesus Cristo, a sua
pregação foi demonstrada por sinais, geralmente de cura. Esta
combinação de pregação e sinais de poder produziram resultados
marcantes. Esses sinais continuaram ao longo da história da igreja
e até hoje (Mateus 10:7-8; Marcos 6:12-13; Lucas 9:1-2; 10:8-9).
Jesus nos ordena a pregar, orar pelos enfermos e expulsar os
demônios.

Muitos jovens querem seguir a Jesus mas são escravos de drogas e


álcool. Alguns estão profundamente envolvidos em prostituição e
ocultismo - tanto homens quanto mulheres. Nenhuma quantidade de
aconselhamento e apoio da igreja pode ajudá-los significativamente.
Eles precisam ser espiritualmente, fisicamente e emocionalmente
curados e libertos destas amarras poderosas.

8
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A compaixão humana normal se torna uma razão convincente para


orar pelos enfermos. É emocionante ser o agente de Deus no alívio
da dor e da enfermidade e é intensamente gratificante testemunhar
a cura.

A necessidade de um evangelismo eficaz na igreja de Ken Azul


produziu um estilo de vida transformado para ele. Sua vida de
oração e o tempo devocional e leitura da Bíblia foram renovados.
Ele experimentou a cura física e a cura interior como resultado de
seu envolvimento em um ministério de cura.

A primeira parte deste trabalho é uma análise das diferentes


abordagens em relação à cura. Ken descreveu abordagens onde há
evidência de irresponsabilidade pastoral e inconsistência em
relação a Palavra, como obstáculos teológicos, uma vez que
prejudicam o ministério de cura da igreja. Em seguida, ele discute a
vontade de Deus de curar e Seus meios de cura dos enfermos. Ken
examina a relação da vinda do reino de Deus com o ministério de
cura da igreja moderna.

Finalmente, Ken discute modelos de cura cristã. Ele defende um


modelo de cura de cinco etapas que pode ser implementado na
maioria das igrejas.

9
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

CAPÍTULO 1

ELIMINANDO OS OBSTÁCULOS TEOLÓGICO

Na igreja de hoje, o discernimento e a confiança necessários para a


oração eficaz pelos enfermos foram restringidos devido a intenções
indesejadas, motivos e pensamentos errados e dúvidas. Quando
nos preparamos para orar pelos enfermos, precisamos eliminar
algumas barreiras de nossoas mentes e pensamentos (Mateus 13;
Marcos 4; Lucas 8).

Santificação através da enfermidade


Francis MacNutt diz: "Quando dizemos que Deus é quem envia uma
enfermidade ou nos pede para suportá-la, estamos criando para
muitas pessoas, uma imagem de Deus que elas eventualmente
rejeitarão."

Um dos maiores obstáculos para um ministério eficaz de cura na


igreja hoje é a noção de que a enfermidade é essencialmente boa
para nós e é enviada para purificar a alma e moldar o caráter. Isso
leva muitos crentes a pensar que é melhor suportar a enfermidade
do que ser curado, como se isso os tornasse mais parecidos com
Cristo.

As origens da crença na santificação através da enfermidade


A perseguição da igreja primitiva deu origem a uma crise de fé. Os
crentes acreditavam na vitória de Cristo, mas agora parecia que
seus inimigos estavam vencendo as batalhas. Esta contradição foi
resolvida à medida que encontraram dignidade e propósito em seu

10
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

sofrimento, e suportar a provação demonstrava sua fidelidade a


Cristo.

A igreja primitiva foi levada a valorizar o sofrimento e observar seus


benefícios práticos. A perseguição romana parecia purificar e
multiplicar os membros da igreja. No entanto, a perseguição tornou-
se tão altamente valorizada que evoluiu para um culto do martírio
entre os anos 100 e 300 DC.

A igreja tinha tres tipos de crentes durante este período:

• Os rejeitados que acabavam compromentendo sua fé para


evitar o sofrimento.
• Um grupo de maior numero que não sofreu muita
perseguição ou fugiu da perseguição.
• Os confessores que foram presos ou martirizados por sua fé.

Mais tarde o Cristianismo tornou-se a religião oficial de Roma. Isto


resultou, em primeiro lugar, em uma queda nos padrões morais e
espirituais dos crentes. Em segundo lugar, eles não tinham mais os
meios para alcançar o status de um mártir. Isto os levou ao
ascetismo, como a privação do sono e jejuns prolongados, o que
pode ser comparado ao autoflagelo. A enfermidade muitas vezes
surgia como resultado dessas provações, e por consequencia, era
igualada à fé verdadeira e vista de forma positiva.

O Gnosticismo, que se desenvolveu a partir da filosofia grega,


espalhou a ideia de que o espírito é bom e o corpo é ruim. Isso
colaborou com a noção ascética da "santificação através da
enfermidade". Orar por cura tornou-se menos frequente. As
passagens bíblicas que falavam claramente sobre a cura física
eram interpretadas como se referindo à cura da alma (Tiago 5:13-
18). Isto produziu uma baixa expectativa de curar os enfermos.

A Reforma não alterou esta prática. Como resultado, ela está agora
embutida no evangelicalismo. A enfermidade ainda era valorizada
pelos seus benefícios espirituais. A vida era vista como uma
preparação para a vida após a morte e a enfermidade contribuía
com essa preparação.

11
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A santificação através da enfermidade hoje


Muitos na igreja hoje ainda acreditam que a enfermidade deve ser
abraçada e a cura não deve ser buscada. Tal atitude inibe a oração
pela cura.

Quando estamos enfermos, procuramos ajuda médica e esperamos


que ela seja eficaz. Por que ficamos relutantes em procurar ajuda
através de meios espirituais?

Deus eventualmente envia aflições físicas para corrigir o


comportamento de Seu povo mas depois Ele lhes diz o que deseja
que eles corrijam e não os deixa em dúvida sobre o que fazer para
serem curados. A história de Paulo é um bom exemplo. Tendo sido
atingido pela cegueira, sua mudança de atitude através de sua
conversão resultou em sua cura (Atos 9:1-18).

Carregar a cruz e ser testado por Deus


O Novo Testamento ensina claramente que o carregar a cruz é
voluntário e ativo, e não passivo. Foi assim para Jesus e é assim
para nós (Mateus 16:24; Lucas 9:23). Ficar enfermo raramente é
voluntário, nem é algo almejado por pessoas mentalmente
saudáveis.

Intimamente relacionado com o carregar a cruz é o pensamento de


que a enfermidade é um teste enviado por Deus. Isto é semelhante
à ideia de que a enfermidade é educacional. No entanto, a ideia de
que a enfermidade é um teste só é válida se você aprender a razão
para o teste e se o teste foi aprovado ou reprovado.

Não podemos negar que as pessoas são santificadas através das


enfermidades, pois todos nós enfrentamos experiências dolorosas
na vida (Romanos 8:28). No entanto, não devemos aceitar a
enfermidade como se fosse algo bom. Devemos sim lutar contra
isso com tudo o que temos. A igreja tem o ministério de cura de
Cristo com o qual devemos combater a enfermidade.

12
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

O sofrimento e a enfermidade
No Novo Testamento, o sofrimento é por vezes apresentado de
forma positiva, mas nunca a enfermidade. Esta distinção é de vital
importância. No Novo Testamento, enfermidade é enfermidade. O
sofrimento se refere sempre à dor da perseguição infligida por
pessoas ou demônios. O Novo Testamento constantemente define
o sofrimento como uma espécie de perseguição, não como
enfermidade física. Somos informados de que a perseguição tem
valor e mérito, mas nunca é dito o mesmo sobre a enfermidade.

O sofrimento é inevitável para o verdadeiro discípulo. Existem


diferentes maneiras de responder a ele - resistir, fugir ou aceitá-lo.
Em Atos, o sofrimento dos discípulos aconteceu devido à
perseguição que se seguiu por sua proclamação ousada do
evangelho (Atos 4:1-22; 5:40-42; 7:54-8:3; 14:19-20; Tiago 1:2). A
enfermidade, por outro lado, não é uma marca do discipulado
verdadeiro, então devemos sempre lutar contra isso. Enquanto
apenas algumas das orações por libertação da perseguição em
Atos foram respondidas positivamente, as orações por cura eram
quase sempre atendidas. Tiago diz que a oração da fé trará cura
aos enfermos (Tiago 5:14-15).

O ensinamento de Jesus sobre a enfermidade não é confuso. A


enfermidade é sempre ruim em Sua opinião, e a maneira como Ele
lidou com isso foi curando. Em nenhum lugar na Bíblia Jesus aprova
a enfermidade. Ele nunca aconselhou ninguém a aceitar a
enfermidade como algo inevitável ou rentável. Ele também não
infligiu enfermidade em ninguém para realizar algum bem maior,
embora Ele tenha curado enfermidades já existentes por essa razão
(João 9). Jesus deixa claro que a enfermidade é uma inimiga, não
uma amiga. Jesus veio para curar e dar vida (João 10:10).

Um espinho na carne?
Uma possível exceção é encontrada em 2 Coríntios 12:7, onde
Paulo fala sobre seu espinho na carne. Este espinho foi dado a ele
para que ele não se tornasse arrogante. Alguns têm sugerido que
deveria ter sido uma enfermidade física ou aflição.

13
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Uma das muitas razões para duvidar de que o espinho de Paulo era
uma aflição física é o uso da frase "pedra no sapato" no Antigo
Testamento. Os "espinhos" do povo de Deus referem-se ao assédio
e perseguição que os vizinhos de Israel infligiram sobre eles
(Números 33:55; Josué 23:13; Ezequiel 28:24). Na mente hebraica
de Paulo, esta frase carregava um significado semelhante à nossa
expressão moderna, “ uma grande dor de cabeça", e refere-se à
perseguição pessoal.

Notamos que Paulo suplicou vigorosamente ao Senhor para tirar o


seu "espinho" (2 Coríntios 12:8). Ele só o aceitou depois de uma
batalha espiritual amarga contra isso, depois que o Senhor lhe tinha
dito para aceitá-lo. Jesus nunca pregou "rendição à enfermidade", e
nem nós deveríamos fazê-lo.

Concluindo, portanto, nossa teologia deve muitas vezes ser curada


antes de nossos corpos.

Determinismo divino
Quando dizemos que “Deus controla todos os acontecimentos” no
contexto da enfermidade, nós implicamos que Ele decreta a dor ou
conforto onde quer que se encontrem. Isso é chamado de
"determinismo divino". É um grande obstáculo para a cura. Torna a
oração pelos enfermos algo fútil ou irrelevante: inútil, porque, se
Deus aprovou a enfermidade, nenhuma quantidade de oração
poderia fazer a diferença; irrelevante porque, se Deus ordenou a
cura, ela vai se tornar uma realidade com ou sem oração.

Problemas pastorais
Quando a oração contra a enfermidade ocorre em tal atmosfera de
dúvida e ignorância, e a pessoa enferma não é curada, isso traz
confusão, culpa e um mal-entendido sobre o amor de Deus. A ideia
de determinismo divino não só destrói a viabilidade da oração por
cura, mas também envenena o coração no processo.

14
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Precisamos lembrar que Deus se revela na Bíblia como um Pai


amoroso, celestial. Um cristão não deveria hesitar mais em orar por
cura ou em pedir oração do que chamar o médico para obter
cuidados médicos apropriados. Nem a oração, nem a atenção
médica podem garantir a cura, mas nunca devemos supor que o
nosso Deus está menos preocupado com a saúde de seus filhos do
que nós com os nossos.

Outro grande problema da ideia de determinismo divino é a sua


incompatibilidade com a forma como vemos a vontade de Deus em
outras áreas de preocupação cristã. Nós nunca pensaríamos que
estariamos cumprindo a vontade de Deus se rejeitássemos o
evangelho (2 Pedro 3:9). O determinismo divino arruina a oração
por cura gerando falta de esperança e passividade. Ele demonstra
ser pastoralmente destrutivo, fomentando a hostilidade para com
Deus e é contrário às Escrituras.

Escolhas humanas
A história humana é determinada em grande parte pelas escolhas
que fazemos. Quando essas escolhas vão contra a vontade de
Deus, a Sua vontade não é feita (Mateus 23:37; Marcos 6:5; Atos
7:51). De acordo com Pedro e Paulo, Deus quer que todos sejam
salvos, mas a realidade do inferno é um testemunho de que nem
sempre Sua vontade é feita (1 Timóteo 2: 4; 2 Pedro 3:9).

Uma vez que a vontade de Deus não é feita em outras áreas, por
que supomos que ela é feita em relação à enfermidade? A vontade
de Deus um dia será feita na terra como é feita no céu, mas esse
tempo ainda não chegou. Nesta era presente, Deus é hostilizado
pelas pessoas e por um grande número de demônios. Atualmente
vivemos entre o momento da vitória de Cristo sobre Satanás e o
pecado humano, e a consumação final desta vitória quando Cristo
voltar. Durante esse período transitório, acontecem coisas conosco
que não fazem parte da vontade de Deus. Alguns eventos são
acidentes; outros resultam de uma cadeia de causa e efeito, e
alguns são as consequências de escolhas feitas por seres humanos
e anjos. Por isso dizer que cada enfermidade, acidente, pecado ou
estupidez acontece porque é a vontade de Deus é simplesmente
errado.
15
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Deus usa todos os acidentes, pecados e toda idiotice que resulta


em enfermidade, para o nosso bem (Romanos 8:28; Gálatas 4:13).
Há muitos testemunhos que atestam a esta realidade. Deus não
deseja ou predestina a enfermidade, mas Ele a usa para realizar
Sua vontade. Ele também opera através das mãos de Seu povo
obediente para remover tanto a causa quanto a enfermidade. Deus
está claramente do lado daqueles que sofrem de alguma
enfermidade e Ele prepara seu povo para ministrar para eles.

A atitude de Jesus
A visão mais clara e mais completa da atitude de Deus para com a
enfermidade e a cura é encontrada em seu Filho Jesus Cristo.

O desejo de Satanás é debilitar e o desejo de Deus é de curar,


coforme demonstrado no caso de Jesus curando uma mulher que
tinha sido atormentada por um espírito durante dezoito anos (Lucas
13:10-15). Jesus é a declaração explícita da vontade de Deus, que
é a perfeita saúde do corpo, mente e espírito.

No entanto, apesar do fato de que Deus quer curar o enfermo, nem


todos os enfermos são curados. Este é um mistério para nós.
Embora Deus não tenha revelado todos os segredos do mal, Ele
nos equipou e nos mandou vencê-lo. Precisamos orar pelos
enfermos com confiança por causa da nossa fé em Cristo e Sua
vitória sobre o mal.

Fórmula da fé
Deus nos dá a medicina e os médicos como ferramentas para curar
a enfermidade. Devemos usar tanto a oração de fé como os meios
naturais para buscar a cura. Há muitas histórias trágicas de pessoas
que morreram de enfermidades tratáveis, porque a igreja acreditava
que só a fé iria curá-las. Ken chama isso de fórmula da fé. Quando
a fé se torna uma técnica para manipular o poder de Deus, torna-se
destrutiva.

16
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

As origens do pensamento da fórmula da fé


O pensamento da fórmula da fé baseia-se na teoria de que todas as
bênçãos divinas, como a saúde e a prosperidade, estão
constantemente e totalmente disponíveis para os cristãos. A
centralidade humana domina esse tipo de pensamento. A fórmula
da fé define a fé como a vontade humana de acreditar. A
capacidade humana de acreditar torna-se então a chave que abre o
baú do tesouro dos presentes de Deus.

As raízes de tal pensamento na América podem ser rastreadas até


Charles Finney e os Armênios. Ele basicamente se resume em
tentar cumprir as condições que Deus estabelece para nós, a fim de
apreciarmos a recepção e os benefícios de Seus dons.

Quando essa teologia centrada no homem é aplicada à cura,


acabamos com a seguinte fórmula: "Se você cumprir as condições
de Deus, crendo o suficiente, Deus vai curar. Se você não cumprir
as Suas condições (e sua fé não é o suficiente), Ele não vai curar.”
O não ser curado acaba sendo sempre relacionado à falta de fé.

Problemas pastorais
Estas ideias levam a várias práticas nocivas, tais como "a confissão
garante a posse" e "determinar e reivindicar", ou declarar que a
enfermidade foi curada quando os sintomas ainda estão lá. Aqueles
que oram pela pessoa enferma podem ter sentimentos de culpa
(suspeitando que eles não oram e nao creem o suficiente),
enquanto outros tornam-se irados com Deus por traí-los.

Como exemplo, David Watson pode ter sido um dos líderes


religiosos que mais recebeu oração por cura na história recente,
mas ele morreu como os médicos previram. Se um número
suficiente de oração e fé garantisse a cura, David estaria vivo hoje.

A cura na ausência de fé
Há casos de curas óbvias e dramáticas que ocorreram na ausência
da fé expectante. Ken relata uma situação quando orava por uma
mulher chamada Jan, que os deixou orarem pelo câncer de pele no
rosto, com grande relutância. A lesão do câncer desapareceu
17
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

durante a noite, apesar de sua falta de fé. A julgar por essas


experiências, a conexão entre a fé e cura é misteriosa e vaga.

A fórmula da fé e a culpa
Embora a fórmula da fé falhe e na realidade é muitas vezes
pastoralmente desastrosa, também há razões bíblicas e teológicas
que a consideram como um obstáculo. A imagem que ests
ensinamento reflete da pessoa de Deus não se assemelha ao Deus
da Biblia. O Deus do pensamento da fórmula da fé pode curar a
enfermidade, mas espera até que alguma qualidade e quantidade
específica de fé seja oferecida a Ele antes de fazer isso. Isso torna
o relacionamento mais contratual do que uma aliança. As pessoas
acreditam que Deus irá mover Sua mão em resposta às suas obras
e não por causa da Sua graça.

Há grande ênfase no ensino da formula da fé sobre "reivindicar as


promessas" e o poder de "confissão positiva". A clara impressão é
de que com o suficiente esforço humano, voce pode conseguir que
Deus faça quase qualquer coisa. Qualquer oração que torna os atos
de Deus menos do que as ofertas de suas criaturas, até mesmo a
oferta de "fé", vai contra os ensinamentos bíblicos. É verdade que
Deus nos ofereceu bênçãos mas nunca nos foi dito que devemos
reivindicá-las.

O ensino da fórmula da fé desfigura Deus e distorce as realidades


da nossa vida atual conforme é ensinado nas Escrituras. Este
ensino encoraja uma crença ingênua de que o reino de Deus é
chegado plenamente, com pouca compreensão da natureza do "já,
mas ainda não” do Reino, antes da Segunda Vinda.

Os professores da fórmula da fé têm pouca tolerância para o


qualquer tipo de sofrimento. Paulo ensina que, se iremos partilhar
das futuras bênçãos do reino, devemos também partilhar do
sofrimento de Cristo agora (Romanos 8:17, Colossenses 1:24). Nas
Escrituras Deus claramente prometeu conforto e apoio aos Seus,
mas nem sempre imediatamente (Hebreus 10:35-36, 11:32-39).

18
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

O papel correto da fé
Paulo apresenta a característica "já, mas ainda não” da vida cristã e
do ministério (Romanos 8:1, 23). Nós temos a segurança de que a
nossa reconciliação com Deus é certa, mas, ao mesmo tempo
"gememos" enquanto aguardamos a plena redenção de nossos
corpos. O cristão maduro vive no poder manifesto de cura de Deus
hoje, mas aguarda a conclusão desta realidade amanhã.

Juntamente com a fé, há a esperança. A esperança tem a ver com


as promessas de Deus que ainda estão no futuro e escondidas,
assim como a fé tem a ver com as promessas de Deus que estão
aqui e agora. A esperança nos assegura de que aquilo que
acreditamos está a caminho. O enfermo pode ter certeza da
libertação no futuro, mas também da benignidade de Deus agora
(Romanos 8:38-39). O poder de Deus está perto na enfermidade, na
morte e na cura. Aquele que ora e não é curado nunca deve duvidar
disso.

Um dos elementos mais fracos da fórmula da fé é seu conceito


sobre a função bíblica da fé. A fórmula da fé diz que a fé deve obter
resultados. Presume-se que a fé antecede a produção de milagres.
No Novo Testamento a fé em Jesus levou à curas (Mateus 8:10;
9:18; 14:31; Marcos 2:4; 5:36; Lucas 7:50; 17:6), mas em muitos
casos, os milagres vieram antes e serviram para produzir a fé
(Mateus 11:4; Lucas 24:13-35; João 9:1-38; 12:37; 20:31).

Um dos efeitos mais prejudiciais da fórmula fé é que muitos cristãos


falsamente o consideram equivalente ao ministério de cura em
geral. As atividades passadas de curandeiros pela fórmula da fé e o
temor de elementos alheios no Corpo de Cristo tem levado os
evangelicais a se abster da a questão da cura como um todo. Esta é
mais uma razão para acabar com o pensamento da fórmula da fé.

Resumindo, vimos que abraçar a enfermidade como uma bênção


santificadora, aceitando-a passivamente como vinda de Deus e
substituir a presunção por fé genuina, distorcem a visão bíblica da
enfermidade e cura. Identificar e isolar esses obstáculos trazem
clareza na forma de olhar o ponto de vista bíblico da cura.

19
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A visão global secular


A maioria das culturas não-ocidentais estão abertas a cura
sobrenatural. Sua visão global permite o miraculoso. A visão global
secular moderna do mundo ocidental nega a possibilidade de
milagres. Por esta razão, a cura sobrenatural, geralmente não é
antecipada ou aceita pela nossa cultura.

O secularismo é um sistema de pensamento que nega a existência


ou o significado de qualquer coisa religiosa. Deus é removido da
visão moderna da realidade. O mundo atualmente é visto como um
sistema fechado, regido pelas leis naturais de causa e efeito. Essas
leis foram descobertas com a ajuda da ciência. Um milagre é visto
como uma violação das leis da natureza.

As pessoas modernas tendem a viver sem o reconhecimento da


Pessoa de Deus. Precisamos, portanto, fazer um esforço consciente
para resistir à visão global secular na qual nascemos e à fomos
condicionados, ou nós não teremos confiança para orar pelos
enfermos e vê-los curados. Nascemos em um sistema de crença
que continua a nos condicionar. A cosmovisão são crenças internas
sobre a realidade e o mundo que normalmente não são
questionadas. Nossa realidade pode ser distorcida, não apenas por
um pensamento errado, mas por todo um modo de pensar.

O desenvolvimento da mente moderna


Antes de 1600, todos os pontos de vista do mundo sustentavam a
crença de que Deus ou os deuses eram reais e de alguma forma
ativos e presentes no mundo. Na metade do século 17, René
Descartes desenvolveu uma visão global baseada na matemática,
ensinando que toda a realidade resultava de causa e efeito. Isto
iniciou uma tendência que logo levou à exclusão de Deus da vida
diária.

Aos poucos, a visão teológica da realidade foi substituída por um


ponto de vista científico, mecanicista. Em vez de pensar no mundo
e sua história tendo Deus como referência, as pessoas começaram
a pensar nisso como uma máquina independente. A ciência
começou a olhar para as leis que governam o universo, em vez de

20
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

olhar o Deus que criou a vida. Estas leis, uma vez descobertas,
iriam estimular a humanidade a controlar a terra, deixando de ver
Deus como essencial para a maneira como vivemos nossas vidas.

Os cristãos ocidentais tendem a acreditar em Deus de modo


racional, enquanto o seu comportamento reflete uma visão de
mundo secular. A ciência tornou-se o nosso salvador, provedor e
ajudador. A crença geral é que, para que uma coisa seja verdade,
deve ser comprovada cientificamente. Amor, justiça e religião, que
não são materiais, tornam-se irrelevantes.

A visão científica da cura


A cosmovisão cientificamente controlada afeta os cuidados da
saúde moderna. Não é Deus que cura hoje, mas a ciência médica.
O corpo humano é visto como matéria em movimento. Uma vez que
estamos em dúvida sobre a realidade e a relevância do mundo
espiritual, temos dificuldade em orar pelos enfermos. Quando
oramos, fazemo-no com pouca confiança. A cura através da oração
raramente é reconhecida.

Nossa cegueira em relação à cura pela mão de Deus pode ter


consequências graves. Mesmo quando vemos o miraculoso, não
acreditamos. No entanto, há sinais de mudança. Mais e mais
médicos e psiquiatras estão começando a crer na Bíblia de forma
tão séria quanto acreditam na sua formação médica.

A junção entre amar a oração e a perícia médica cria as condições


ideais para que a cura ocorra. A ciência médica é um presente de
Deus para as suas criaturas. Junto com a oração, este presente nos
é dado para ajudar na luta contra os efeitos do pecado no mundo.
Ambos estão lutando contra um inimigo comum usando meios
diferentes. A separação entre a ciência médica e a fé é falsa. Deus
pretende que sejam utilizadas em conjunto.

A verdadeira tensão não é entre a igreja e ciência, mas entre uma


visão global secular e uma visão que permite a atividade de Deus.
Os evangelicais ficam muitas vezes envergonhados pelo
miraculoso, apesar do fato de que mais de um terço dos evangelhos
sinópticos lida com algum tipo de milagre.

21
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A igreja no Ocidente confia muito no esforço humano. Metas


humanamente alcançáveis são definidas, em vez de existir uma
antecipação do poder do alto. Temos encaixado a vida da igreja
dentro da vida secular de impotência e previsibilidade. Isto nos
deixa desamparados em situações que precisam
desesperadamente do poder de Deus para intervir.

Milagres e expectativa
Paulo ensinou que o reino de Deus não é uma questão de palavras,
mas de poder (1 Coríntios 4:20). Quando as pessoas não esperam
por milagres, elas raramente os vêem. Onde se espera a ação do
poder de Deus, muitas vezes elas o vêem.

Igrejas da África, Ásia e América do Sul, que não compartilham a


visão global ocidental, experimentam frequentemente milagres de
cura, bem como outros sinais e maravilhas. Nestes casos, o
evangelismo eficaz e o crescimento da igreja acontece rapidamente.

Os cristãos modernos precisam voltar a submeter sua visão de


mundo à visão global bíblica através da aplicação das palavras de
encorajamento de Paulo: "Não se amoldem ao padrão deste mundo,
mas transformem-se pela renovação da sua mente" (Romanos
12:2).

Isso significa conter nossa demanda por evidências. Precisamos


orar pelos enfermos para serem curados e colocar de lado nossas
dúvidas sobre milagres. Temos que confiar em Cristo e agir
conforme o Seu exemplo, a fim de ver a Sua glória revelada
através da cura. Primeiro vamos exercitar a fé, em seguida, um
sinal do céu é dado e a glória de Deus é revelada (Mateus 16:1-4,
15-16; 17:1-7). Os céticos modernos exigem provas de cura antes
que acreditem, mas a experiência tem mostrado que, mesmo
quando essa prova é dada, eles não ficam convencidos.

À medida que nossas mentes são renovadas, comprovamos que ter


saúde é melhor que enfermidade, que a cura é uma possibilidade
para todos e que esta possibilidade está enraizada no amor livre e
soberano de Deus e não no esforço humano, como a fórmula da fé
sugere.

22
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Leslie D Weatherhead disse: "Deus criou o corpo para ser o


instrumento perfeito do Espírito. Não pode ser Sua vontade que ele
funcione de forma imperfeita ”.

Questões para discussão

1. Quais foram os novos conceitos aprendidos nessa lição?


Explique.

2. Fale um pouco sobre como estes princípios se aplicam à sua


realidade?

3. Qual seria o primeiro passo para aplicar este conteúdo em


sua vida e em sua comunidade ? Comente.

23
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

CAPÍTULO 2

O REINO DE DEUS E A LUTA PARA CURAR

O Rei Davi percebeu que ele não era apenas um pecador, mas
também que algo estava errado com ele desde o início (Salmo
51:5). A Bíblia ensina que esta falha no núcleo da história e da alma
humana é resultado do pecado. O pecado é agora explorado por
Satanás. Adão, o primeiro homem e o primeiro pecador, é a razão
que todos nós nascemos em pecado e estamos sujeitos ao falso
reino de Satanás.

Através da desobediência do primeiro Adão, o mundo e todos os


seus habitantes foram submetidos à opressão de Satanás. Através
da obediência de Cristo, o último Adão, o mundo e todos os seus
habitantes foram resgatados do falso reino de Satanás para o reino
de Deus. O reino de Deus revelado em Jesus traz a cura para todos
os que pecaram e foram feridos por Satanás. Jesus faz mais do que
salvar nossas almas; Ele salva tudo o que somos.

A salvação significa não somente ser legalmente aceito por Deus. É


também um resgate concreto, histórico, a partir dos resultados do
pecado no núcleo da história humana. Quando Jesus ressuscitou
dos mortos, uma vitória decisiva foi alcançada para o reino de Deus.
No entanto, Satanás mantém um poder significativo por um tempo,
o qual vemos manifesto em um cativeiro físico, mental e espiritual. A
enfermidade é uma característica do reino de Satanás.

A batalha cósmica entre as forças da escuridão e da luz é real e vai


continuar, com perdas de ambos os lados, até a volta de Cristo. À
igreja é atribuída a tarefa de pregar o reino de Deus e curar os
enfermos (Lucas 9: 2) até a Segunda Vinda.

24
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Deus deseja curar os enfermos


Deus quer a cura completa de toda enfermidade espiritual,
psicológica e física. Receberemos esta cura final na ressurreição
final dos mortos. Como um sinal e selo desta promessa futura,
muitas vezes Deus envia a cura hoje. Deus nos sustenta em nossa
luta contra a enfermidade, nos dando graça para suportar quando a
cura não vem.

Quanto mais seguros somos ao crer que Deus quer a nossa saúde
e quer se mover através dela, mais livremente receberemos Sua
cura e mais ansiosamente trabalharemos para que ela aconteça
nos outros.

Visões distorcidas da cura


Conceitos errados sobre a cura surgem de concepções erradas
sobre Deus.Os gregos, por exemplo, consideravam o corpo como
algo maligno e o espírito como algo bom, e uma relação entre os
dois era algo impossível. Eles viam Deus como sendo
desinteressado a respeito de seu bem-estar e indiferente ao
sofrimento humano por causa da separação entre o mundo humano
e o mundo divino. Os gregos não tinham qualquer doutrina sobre a
cura divina.

O Islamismo, por outro lado, ensina que Deus tem planejado a


bênção para uns e a dor para outros, e não há nada que possamos
fazer para mudar essas circunstâncias. Isso descarta a oração
pelos enfermos.

A teologia da cura surge apenas quando Deus é visto como alguém


que está preocupado com a enfermidade e está disposto a fazer
algo sobre isso. Os cristãos acreditam que Deus estava em Cristo, e
que a vontade de Deus foi feita por meio de Cristo. Os primeiros
patriarcas da Igreja afirmavam que Jesus era um com o Pai em ser
e em essencia. Se Jesus fosse diferente de Deus Pai, então não
conhecemos a Deus (Mateus 11:27). Jesus, o homem, pode não ter
revelado tudo sobre Deus, mas o que foi divulgado é preciso,
confiável e eternamente verdadeiro. Como igreja, temos muitas
vezes agido como se não acreditássemos nisso. Nós não termos

25
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

aplicado isso de maneira consistente à nossa teologia,


especialmente à nossa teologia de enfermidade e cura.

Uma visão comum antibíblica sobre Deus é fazer uma divisão entre
Jesus e Deus Pai. Jesus é visto como o lado amigo de Deus,
enquanto o Pai é o lado mais severo e exigente. Mas se Jesus nos
revela o verdadeiro caráter de Deus, devemos deixar de duvidar
que a vontade de Deus é a de curar os enfermos.

Jesus revela o coração de Deus


Os autores do Novo Testamento compreendiam Deus através de
Seus atos concretos na história e através da vida, morte e
ressurreição de Jesus (Hebreus 1:1-2). Tudo o que Deus comunicou
através da Lei e dos Profetas está focado agora em Cristo. Jesus, a
autorevelação do Pai, é o significado interno de tudo o que Deus
tem dito sobre Si mesmo ao longo da história. Deus revelou Seu
caráter e atitudes em relação a nós através de Seu Filho, Jesus
Cristo (João 1; 5:19).

Jesus revela que Deus está preocupado até mesmo com as nossas
dores relativamente sem importância (Mateus 15; João 2:1-11). Ele
ensina que Deus está tão preocupado em curar as nossas
enfermidades que não leva nem mesmo em conta os pecados que
as causaram.

Karl Barth disse o seguinte:

… de seu presente, Ele cria para eles um novo futuro. Ele não
pergunta, portanto, acerca de seu pecado. Ele não o segura
contra eles. Ele não os denuncia por causa disso. A ajuda e
bênção que Ele traz são bastante independentes do pecado.
Ele age exatamente da mesma forma que o Seu Pai no Céu

A herança de um Deus sem sentimentos


Deus sente e se preocupa profundamente. A atitude de Deus para
conosco e Suas atividades na história não estão enraizadas apenas
na sabedoria e na vontade divinas, mas brota de uma vida
emocional, no fundo de Seu ser. Quando pensamos que Deus é
26
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

emocionalmente distante de nosso sofrimento, ficamos relutantes


em orar pelos enfermos.

Um erro teológico, enraizado no raciocínio grego, é que Deus não


sente. Atribuir sentimentos a Deus implicaria instabilidade ou que
Ele está incompleto. Apesar das inúmeras referências bíblicas às
emoções de Deus - sua raiva, alegria e compaixão - a maioria dos
protestantes e católicos herdaram essa visão de Deus de uma
forma ou de outra. Isto se torna evidente quando nossas orações
assumem a forma de um argumento legal: "Senhor, se alguém
merece a cura, certamente é a Maria.” Esta declaração implica que
Deus não se preocupa com Maria, mas pode responder à
necessidade se for apresentada na forma de um apelo legal.

Nossa intercessão pode recorrer à mendicância e à negociação,


que indica que pensamos que Deus realmente não sente ou não se
importa com os que tem problemas, mas que Ele pode ser solicitado
a fazer algo baseado em nossas lágrimas.

A oração de intercessão do tipo que "invade as portas do céu"


evoca a ideia de que Deus está bloqueado atrás de portas de
bronze e só vai tomar conhecimento se persistirmos arduamente e
durante um longo tempo. A oração pode ser emocional e
persistente, mas se a nossa oração for ansiosa, pode estar
enraizada em uma visão errada das emoções de Deus.

A compaixão de Jesus
A Bíblia ensina que Deus estava em Cristo, e, portanto, Ele não só
se preocupa profundamente com a nossa dor, mas também a
experimentou. Jesus sofreu fome, sede, cansaço e dor. Os
evangelhos registraram a identificação de Deus conosco em todos
os tipos de sofrimento e mostra Sua determinação em curar esse
sofrimento. O tipo de compaixão que Jesus tinha pelas pessoas não
era meramente uma expressão de Sua vontade, mas vinha de
dentro de Seu ser. Através desta profunda compaixão de Jesus
surgiram obras poderosas de salvação, cura e libertação (Mateus
14:14).

27
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

• Jesus, como bom pastor, se preocupava com o bem estar


total de seu povo (Mateus 9:35-36).
• Jesus é movido pela compaixão diante da visão de uma
multidão sem alimento (Marcos 8:1-2).
• Nos dias de Jesus, uma mulher sozinha sem um homem
para cuidar dela, estava em sérios apuros. Jesus é movido
pela compaixão a ressuscitar o filho da viúva (Lucas 7:13).
• Jesus é profundamente movido pela compaixão a curar um
homem que incorpora todo um colapso físico, social e
espiritual de um mundo em pecado (Marcos 1:40-41).

O Novo Testamento é testemunho do fato de que o coração de


Deus é movido em nossa direção. Seu poder está perto de nós, em
nossos momentos de dificuldade. Os autores dos evangelhos
afirmam que Jesus curou as pessoas, porque Ele as amava. Paulo
diz que o Espírito intercede profundamente dentro de nós (Romanos
8:26).

A invasão do reino de Deus


A mensagem central do ministérioi de Jesus era a respeito do reino
de Deus. Enquanto Jesus interpretava a Sua vida e ministério
inaugurando o Reino, a Sua ideia de realeza contrastava com a de
sua geração. Mesmo João Batista tinha dúvidas, uma vez que
Jesus não estava cumprindo suas expectativas (Mateus 3: 7-12; 11:
2-3).

Os judeus, incluindo os discípulos, esperavam por um reino que


étnico e geográfico. Tiago e João estavam atrás de posições no
reino (Marcos 10: 35-27). As pessoas pensavam que Jesus iria
proclamar-se rei (Marcos 11: 9-10; Lucas 19:11).

No entanto, o Reino foi definido por aquilo que Jesus disse e fez.
Jesus não veio para trazer a libertação política de uma nação mas
para trazer a libertação espiritual, física e relacional para todas as
pessoas. Ele veio para destruir as forças do mal por trás de todo
poder não sancionado, o próprio Satanás. Ele veio para reconciliar
tudo a Deus como foi prenunciado em Gênesis 3:15. João nos diz
28
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

que Jesus veio para destruir as obras do diabo (1 João 3: 8). Sua
obra de reconciliação e restauração resultarão na cura de toda a
criação (Romanos 5: 15-19; 8: 19-21).

O reino de Deus aborda não somente o nosso estado interior e


espiritual, mas também o nosso ambiente físico e social exterior. Os
milagres físicos de Cristo não são apenas símbolos de Sua
autoridade mas parte da essência do Seu reino e da forma como ele
avança. Cura e libertação são armas de invasão contra o falso reino
de Satanás. Quando Jesus expulsou demônios e curou os
enfermos, ele estava anunciando sua vitória sobre Satanás (Mateus
12:29).

Expulsando demônios
Jesus proclamou que o reino de Deus havia chegado quando
expulsou os demônios através do Espírito de Deus (Mateus 12:28).
Os demônios estavam cientes do que estava acontecendo quando
Jesus os expulsou (Marcos 1:24).

Os escribas acreditavam que poderes malignos eram caóticos e


indisciplinados. Jesus deu a entender que o mal não é um reino
dividido, mas uma força disciplinada, travando uma guerra
defensiva contra o avanço ofensivo do reino de Deus (Marcos 3: 22-
27). O avanço do Reino é bem sucedido porque Satanás, o "homem
forte" está subjugado a Jesus, o homem "mais forte" (Lucas 11: 21-
22). A vinda de Cristo teve o efeito de limitar Satanás, cerceando o
seu poder. Com cada vitória do reino de Deus, esses limites vão
ficando menores.

Esta invasão aos limites de Satanás não foi apenas realizada por
Jesus mas também por Seus seguidores (Lucas 10: 17-18).

Muitos cristãos têm um medo infundado do demoníaco. Não


devemos menosprezar o demoníaco mas não devemos esquecer
que Jesus derrotou o inimigo.

Curando o enfermo
A realidade concreta da vinda do Reino foi vista na derrota e
expulsão da enfermidade. Para Jesus, a enfermidade não foi
29
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

explicada em termos de germes ou mau funcionamento biológico,


mas em termos do mal.

Jesus viu Satanás como a causa de todos os tipos de sofrimento


físico (Lucas 13:10-12). Nem todas as enfermidades são causadas
diretamente pela ação de demônios, mas em última análise, todas
elas podem ser vistas como uma obra de Satanás. Jesus usava a
palavra repreender quando se dirigia à enfermidades (Lucas 4:39).
Ele, aparentemente, viu a enfermidade ou o poder por trás dela
como o mal dirigido contra uma pessoa. Distúrbios mentais,
epilepsia, convulsões, mudez e cegueira foram curados. Pessoas
foram libertas das forças opressoras que atrofiavam sua
humanidade.

Ao orar pelos enfermos, podemos descobrir a presença de um


espírito imundo, que é de alguma forma ligado, direta ou
indiretamente aos sintomas físicos, impedindo a cura. Esses devem
ser confrontados e expulsos. A visão de salvação de Jesus incluía
as realidades físicas e espirituais, ao passo que temos a tendência
de separar o corpo e a alma. Salvar a pessoa por completo significa
libertação do domínio do pecado e de Satanás.

A salvação de Deus diz respeito ao homem por inteiro (Marcos 3:


4). Nas Escrituras, o perdão dos pecados, a vida eterna, a
libertação da escravidão espiritual e a cura estão todos ligados em
uma salvação integral. A autoridade e poder de Jesus sobre a
enfermidade era a mesma que Sua autoridade e poder sobre o
pecado (Marcos 2: 2-12). À medida que os enfermos são curados, o
reino de Deus avança, e Satanás é obrigado a recuar. No último dia,
quando recebermos os nossos corpos ressuscitados, a nossa
salvação será completa.

Ressuscitando os mortos
A expressão decisiva da vitória sobre o mal ocorreu quando Jesus
ressuscitou pessoas. O último inimigo a ser destruído foi a morte (1
Coríntios 15:26). A arma mais terrível de Satanás é a morte. Jesus
encontrou Satanás no vale da sombra da morte, e o derrotou em
duas etapas.

30
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A primeira etapa foi quando Jesus devolveu a vida àqueles que


tinham morrido. Esta foi apenas parcial e provisória, uma vez que
eles iriam morrer novamente. A segunda etapa foi a derrota de
Satanás na morte e ressurreição de Jesus (1 João 3:8; 1 Coríntios
15:55; Colossenses 2:15). Nós também podemos buscar ressuscitar
pessoas da morte como parte do nosso ministério pastoral.

O reino de Deus veio através de Jesus, chegando a uma pessoa de


cada vez. À medida que cada pessoa era resgatada do reino das
trevas, o reino de Deus avançava. Ele continua a avançar da
mesma maneira hoje - uma libertação, uma cura, e uma conversão
de cada vez.

A luta é real
A vitória de Cristo mediante a cruz e ressurreição é final mas ainda
não foi plenamente realizada. O mal continua a operar em suas
limitações mas com poder significativo, até que Cristo retorne em
glória. A presença do Reino conforme manifesta na cura, agora é
apenas parcial, porque vivemos entre o tempo da Primeira e a
Segunda Vinda de Cristo.

Muitos cristãos se sentem desconfortáveis com a ideia de que


Satanás poderia, de alguma forma, se opor a Deus. No entanto,
existe o mal agindo no mundo sem a autoridade de Deus. Deus, por
sua bondade, deu a homens e anjos a liberdade de escolher o bem
ou o mal. A luta de Deus contra o mal é real, porque é impossível
para Ele dar liberdade e não permitir que ela seja usada.

Em um mundo moral real, nem mesmo Deus pode impedir que


Suas criaturas façam más escolhas que resultam em sofrimento.
Dizer que Deus poderia, se quisesse, evitar todo o sofrimento em
nosso mundo é um absurdo. O tipo de mundo em que Deus vai
eliminar de vez todo o sofrimento não é esse no qual vivemos, mas
o "novo céu e terra", que ainda está por vir. Um mundo onde a
vontade de Deus é feita significa o fim da vida como a conhecemos.

31
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A luta contra o mal


Enquanto vivemos a vida entre a Primeira e a Segunda vinda de
Cristo, Deus realiza o Seu plano lutando por isso. A vitória de Cristo
foi ganha através do derramamento real de lágrimas e sangue
humanos. Deus ganhou a batalha contra o mal através da aparente
fraqueza do amor sacrificial. A cruz demonstra a vitória através da
autoentrega de Cristo, não através da demonstração de força. O
centro de controle do caráter de Deus é o amor, como foi expresso
através da humanidade de Cristo, e agora é revelado através de
Sua igreja.

O início da batalha contra as garras de Satanás sobre o mundo


ocorreu durante a tentação de Jesus (Mateus 4:1-11). Jesus resistiu
a oferta de Satanás de ter todos os reinos do mundo e se juntou à
batalha pelo domínio da criação de Deus. Durante todo o ministério
de Jesus, a batalha foi caracterizada por um fluxo e refluxo, com
vitórias e perdas em ambos os lados (Lucas 11:20; 22:53). Por fim,
quando Jesus foi pregado na cruz, parecia que o mal tinha vencido.
Mas quando Jesus ressuscitou no terceiro dia, o reino de Satanás
sofreu um golpe fatal.

Vemos esse fluxo e refluxo não só na batalha global entre Deus e


Satanás, mas também na vida cotidiana. Jesus deixa claro que a
oposição não é removida do campo de batalha, apenas recuada
(Mateus 12: 43-45; Lucas 8: 26-33). Jesus limitou o poder de
Satanás, para que possamos ter autoridade sobre ele.

A vitória final
Embora seja verdade que Satanás tenha poder significativo e
representa uma oposição real, ele é uma criatura que foi presa por
Jesus Cristo. Ele não é como Deus. Jesus, ao viver uma vida
verdadeira, oferecendo o sacrifício perfeito e obtendo a vitória
através de Sua ressurreição, afetou uma transferência de soberania
do falso reino de Satanás ao Reino verdadeiro. Jesus agora possui
toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18).

As Escrituras deixam claro que o reino de Deus já absorveu a ira


completa do poder de Satanás e sobreviveu. O reino de Deus já
passou por sua hora mais tenebrosa no Calvário. Desde então, o
32
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

mal está para sempre sujeito a Cristo e a nós, em Seu nome. O


vencedor da batalha é coroado.

Como, então, explicar a ocorrência dos enfermidades e de


possessões demoníacas se a vitória foi ganha e Cristo coroado?

Uma ilustração útil foi dada por Oscar Cullmann, baseada emu ma
das estratégias da Segunda Guerra Mundial. Naquele evento que
ficou conhecido como o Dia-D, as tropas aliadas garantiram a
segurança do solo no continente europeu com sucesso.
Historiadores vêem isso como o ponto crucial da vitória pelas dos
aliados. No entanto, muitas batalhas ocorreram até o Dia-V ser
proclamado quase um ano depois, no dia em que a vitória foi
finalmente concretizada e os combates cessaram.

Na guerra de Deus com o mal, o Dia-D ocorreu com a morte e


ressurreição de Jesus, garantindo a vitória final. No entanto, a luta
cerrada continua até o Dia-V, o retorno glorioso de Cristo.

O REINO DE DEUS ERAS FUTURAS

AT NT
PROMESSA CUMPRIMENTO CONSUMAÇÃO
P
E
N
T
E
J C
A QUEDA E C O
S R S
U U T
S Z E
ESTA ERA PRESENTE MALIGNA

33
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Não devemos nos preocupar com o problema da dor. Deus não nos
deu respostas intelectuais para resolver esse problema. Em vez
disso, ele nos deu autoridade e poder sobre ela através de Jesus. A
eficácia do reino de Deus contra o mal depende da obediência da
igreja até que Cristo venha novamente.

Nossa fé na luta
O Novo Testamento enfatiza a importância vital da fé no
relacionamento com Deus. Ter um relacionamento com Ele implica
em ter fé. Recebemos presentes Dele, e fazemos as obras em Seu
nome através da fé (Gálatas 3: 5). Coisas inacreditáveis podem ser
feitas em fé (Marcos 11: 22-24). Precisamos de fé para fazer o
impossível (Mateus 17: 20-21). O único lugar onde Jesus não fazia
muita cura era onde havia incredulidade.

A ligação entre fé e cura


Sem cair na armadilha da fórmula da fé conforme descrita
anteriormente, o exercício da fé é uma parte significativa das
histórias de cura do evangelho. A maioria das referências à fé
ocorrem em relação às curas de Jesus. Jesus procurou por fé
(Mateus 9:28; Marcos 9:23). Ele parabenizou aqueles que a
demonstraram (Mateus 8:10; 9:22; 15:28) e repreendeu aqueles que
não a exerceram (Lucas 9:41). Jesus estava constantemente à
procura de fé, ansioso para recompensá-la. Por isso, devemos
cultivar a fé e aprender a exercê-la, especialmente quando se trata
do ministério de cura.

A ligação entre a cura e fé é difícil por duas razões:

1. Às vezes, o ensino bíblico sobre a conexão entre a fé e a


cura é complicado.

2. Em outras ocasiões, o ensino bíblico parece irrealista para a


mente moderna.

Quando adicionamos nossas próprias experiências de oração pelos


enfermos a estas dificuldades, elas são aumentadas. Muitos de nós

34
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

já ficamos confusos e magoados quando aqueles por quem oramos


não foram curados. Parece que a nossa fé, às vezes, resulta em
cura, enquanto em outros momentos, parece ter pouco ou nenhum
efeito.

Isso nos leva a ficarmos tímidos quando oramos pelos enfermos,


embora acreditemos que Jesus irá livrar o mundo do mal quando
Ele retornar. Temos fé de que Deus fez grandes coisas no passado
e vai fazer grandes coisas no futuro, mas duvidamos que Ele vai
fazer grandes coisas hoje. Como resultado, os cristãos tendem a
recuar ao orar pelos enfermos, em vez de lutar contra a
enfermidade.

O que a fé não é
A fé não é um trabalho pelo qual o favor de Deus é merecido ou a
Sua mão se move. Nós não podemos trazer o Reino, ou mesmo
produzir provas do Reino através de nossos esforços. Há uma
tendência crônica entre os religiosos de pensar que nossa bondade
traz a bênção de Deus. Por exemplo, o povo de Israel pensava que
o reino de Deus viria quando tivessem purificado a terra de ídolos.
Mas apenas um ato soberano de Deus, o arrombamento do reino de
Deus, poderia garantir a sua salvação.

Quando o reino de Deus veio em Jesus Cristo, ele veio com poder
para salvar e libertar do mal, mas veio parcialmente e
provisoriamente. O reino de Deus foi oferecido inicialmente apenas
para alguns dos filhos de Israel, e não a toda Israel, ou a toda a
criação.

Esses poucos tinham que receber pela fé o Reino oferecido a eles.


O reino de Deus não era um simples ato de poder, mas uma
expressão de amor oferecido livremente e recebido pela fé dentro
do contexto maior da relação de aliança de Deus com Israel
(Mateus 10: 6-8). Na Primeira Vinda de Jesus, o reino de Deus não
foi universalmente imposto, como será um dia. Foi pessoalmente
oferecido: ou era recebido ou era rejeitado (Marcos 6: 5-6). Os
sinais do Reino se manifestam entre aqueles que têm um
relacionamento com Deus e como resposta de sua fé. Deus é livre
para oferecer o seu amor, mas Ele não força os outros a recebê-lo.

35
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Seus atos de cura são expressões da misericórdia divina a serem


recebidas pela fé. Fé para a cura implica que devemos estar
abertos ao amor de Deus.

A fé para ser curado


A fé para ser curado e orar pelos enfermos não é nada mais do que
a confiança infantil em nosso Pai celestial amoroso. Ter um
relacionamento com Deus, ligado a uma boa compreensão da fé,
deve nos impedir dos erros de alguns famosos mestres da fé. Eles
tendem a mudar nosso foco do caráter de Deus para nosso próprio
estado de espírito, uma abordagem que enfraquece a fé.

Quando somos encorajados a expulsar todas as dúvidas de nossas


mentes antes que possamos ser curados, ficamos danificados
psicologicamente e enganados teologicamente. A fé cristã
verdadeira em todas as suas expressões é negar-se a si mesmo e
olhar para Deus, e para o que Ele fez por nós em Jesus Cristo.
Devemos nos perguntar: "Deus é o tipo de pessoa em quem eu
posso confiar, e estou aberto ao Seu amor?"

Saturar nossas mentes com a verdade do amor incondicional de


Deus vai fazer mais para criar um ambiente de cura do que
qualquer outra coisa. Jamais deve haver qualquer pensamento de
que podemos exigir ou reivindicar a cura de Deus. Deve haver
liberdade para confiar Nele para isso, uma vez que é, obviamente, a
mesma coisa que Ele deseja fazer.

Permanecer seguro de nossa aceitação completa por Deus por


meio de Cristo nos permitirá orar pela cura e a perseverar, se
necessário. A experiência mostra que a maioria das curas não são
instantâneas mas progressivas. A oração persistente é inestimável
neste processo. Fé para curar os enfermos não é ser corajoso - é a
liberdade de crer e agir baseado em quem Jesus é.

A vitória, presente e futura


Em nosso mundo atual, o reino de Deus não está em vigor em
todos os lugares. Mesmo na vida de Jesus, houve um fluxo e refluxo
do poder de Deus. No início de seu ministério, Jesus andou sobre

36
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

as águas, mas no final Ele não conseguia nem mesmo carregar a


Sua cruz. A igreja do Novo Testamento também foi confrontada pela
incerteza do poder de Deus no ministério de cura, mas parece que
teve que enfrentar isso de uma maneira real (Filipenses 2: 26-27; 2
Timóteo 4:20).

Vitória agora mas não completa


O ministério de cura, como todos os outros aspectos do ministério e
da experiência cristã, é parcial, provisório e vago. Vemos isso na
pregação e no evangelismo. Nem todo mundo responde a Deus,
mesmo que Ele deseje que todos sejam salvos (2 Pedro 3: 9).

Vemos a natureza do reino do agora-e-ainda-não em nossa


experiência pessoal de salvação. Nós já fomos refeitos à imagem
de Deus (Efésios 1:13; 2 Timóteo 1:9) mas também estamos
progressivamente sendo refeitos conforme Sua imagem (2 Coríntios
03:18; Filipenses 2:12-13). Um dia seremos perfeitamente refeitos à
Sua imagem (Filipenses 3:20-21; 1 Pedro 1:9). Nós entramos no
reino de Deus (João 3:3), devemos entrar nele passando por muitas
dificuldades (Atos 14:22), e um dia certamente entraremos
plenamente nele (Apocalipse 5:10). A liberdade total virá somente
com a nossa ressurreição no final desta era.

Os primeiros cristãos tinham "provado a bondade da palavra de


Deus e os poderes do mundo vindouro" (Hebreus 6:5). Antes da
vinda de Jesus, tinham pouca defesa contra a escravidão satânica
(Efésios 2: 2; 1 João 5:19). Jesus introduziu algo novo em sua
experiência diária. Algo na aparência essencial do mundo havia
mudado. Sua autoridade sobre Satanás era real. A fé era algo que
eles experimentaram. Não era algo que pertencia ao futuro; isso
poderia acontecer agora. Jesus demonstrou o poder redentor do
Reino e convidou outras pessoas para acompanhá-lo em Sua obra.

Parábolas do Reino
Em Mateus 13 Jesus ensina "as parábolas do Reino". Nelas Ele
oferece uma compreensão do agora-e-ainda-não do Reino.

37
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A parábola do semeador nos ensina que o efeito da boa notícia do


Reino pode ser roubado por Satanás, rejeitado por pessoas
superficiais ou sufocado pelas preocupações e pela sedução. Por
isso, Jesus está dizendo que nem todos os que ouvem o evangelho
irão recebê-lo, nem todos os relacionamentos vão se reconciliar,
nem todas as pessoas pobres serão alimentadas, nem todos os
endemoniados serão libertos e nem todos os enfermos serão
curados.

Luz e trevas, o bem e o mal, a saúde e a enfermidade existem lado


a lado. O Reino veio ao mundo. A mudança aconteceu mas há uma
batalha acontecendo para impedir seu crescimento. Estas parábolas
nos ensinam que o que parece insignificante agora (algumas curas
em um mundo extremamente carente), será plenamente
estabelecido no futuro.

O caso de Lázaro (João 11:1−44)


Quando Jesus ouviu falar da enfermidade terminal de Lázaro, Ele
não foi imediatamente lá para curá-lo. Quando Ele foi, Lázaro já
tinha morrido. Jesus lidou com sofrimento e o luto. Jesus chorou
com a família de Lázaro. Ele chorou sobre uma tragédia que
poderia ter evitado. Algumas das carpideiras sugeriram que se Ele
podia curar o cego, ele certamente poderia ter curado o Lázaro.
Jesus disse que isso aconteceu para que eles cressem.

Jesus, então, se aproximou do túmulo de seu amigo e o chamou


pelo nome. Lázaro foi ressuscitado da sepultura e saiu. No entanto,
sua ressurreição foi apenas temporária. Ele acabou envelhecendo e
morreu novamente, como todos nós fazemos. Somente na
ressurreição final vamos experimentar a vitória final sobre a
enfermidade e a morte. Assim como Cristo limita o poder de
Satanás, Ele também coloca limites nas possibilidades de nossas
vidas. Nesta era presente não vivemos para sempre. A morte é um
dos limites da vida. Mas podemos viver com mais liberdade de
enfermidade e do pecado por causa dos limites colocados sobre o
mal. O evangelho não é apenas sobre a vida sem limites após a
morte, mas sobre uma vida plena dentro de novos limites
expandidos antes da morte.

38
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Ministério pastoral responsável


Esta compreensão exige uma abordagem de bom senso a todas as
formas de ministério. O Reino chegou. Portanto, a igreja deve se
esforçar para orar pelos enfermos com esperança e fé. Se não
fizermos isso, muitos que poderiam ser curados não serão curados.

Toda a cura dentro da comunidade cristã pertence a todo o Corpo,


incluindo aqueles que não são curados. A cura é um evento
sacramental para toda a igreja. Ela é um testemunho da realidade
de que Cristo veio e virá novamente - uma visão do novo céu e
nova terra.

Deus trabalha na terra de forma encarnada. A queda no Éden


despojou o homem e a mulher da autoridade. Mas ela foi restaurada
por meio de Jesus, o último Adão. Agora, como seguidores de
Jesus, podemos expressar a autoridade de Deus na cura dos
enfermos através da oração.

Quando nos retraímos e deixamos de orar com esperança por cura,


por medo de decepção, não estamos sendo realistas, mas
pessimistas. Quando afirmamos a vontade e o poder de curar de
Deus, não estamos oferecendo falsas esperanças a ninguém.
Ninguém se aproxima de qualquer coisa no ministério cristão com
garantias, mas mesmo assim continuamos a ministrar.

Correndo riscos
O risco é inerente à vida. A fé envolve riscos.

Se as pessoas não estão sendo enganadas ou açoitadas por sua


falta de fé, se elas estão certas de que nada pode separá-las do
amor de Deus, não há nenhuma razão para que elas sejam
danificadas pela oração. As pessoas não irão se arrepender de
serem amadas por Deus e por Seu povo. Afinal de contas, o pior
que pode acontecer quando oramos é nada acontecer.

A principal razão para assumir um ministério de cura é


simplesmente a obediência a Jesus. A responsabilidade final para o
efeito desta obediência está sobre Ele. Jesus se alegra quando
respondemos ao Seu chamado (Lucas 10:17-21). Nosso chamado é
39
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

parte do plano de Deus para a salvação final e re-criação do mundo


(Mateus 24:14). Somos chamados por Cristo para participarmos da
grande aventura do evangelho, e ansiar pela vitória (Mateus 16:18).

Questões para discussão

1. Quais foram os novos conceitos aprendidos nessa lição?


Explique.

2. Fale um pouco sobre como estes princípios se aplicam à sua


realidade?

3. Qual seria o primeiro passo para aplicar este conteúdo em


sua vida e em sua comunidade ? Comente.

40
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

CAPÍTULO 3

COMEÇANDO UM MINISTÉRIO DE CURA

A igreja foi dada ao mundo como sinal do reino de Deus. O


ministério de Jesus se concentrou em dois pontos – a pregação e a
cura. Ele deseja que os Seus seguidores continuem a pregar e a
curar (Mateus 10: 7-8; Lucas 10: 9; João 20:21).

Modelos de cura
A polarização e a divisão que geralmente resulta quando ministérios
de cura inadequados são introduzidos é a razão principal pela qual
muitas igrejas não os têm. Essas tensões podem ser evitadas se as
igrejas desenvolverssem modelos de cura que estão em harmonia
com os seus valores teológicos e a vida da igreja. Não é útil
importar formas inadequadas de ministério de outras igrejas. Um
modelo de ministério de cura que evolui naturalmente em uma igreja
local será mais facilmente aceito e menos propenso a ofender.

Modelos de cura do Novo Testamento


A Escritura fornece um padrão para o que acreditamos e para o
modo que devemos agir, incluindo como praticamos o ministério de
cura de Cristo.

Embora Jesus tenha curado principalmente através de um


comando, acreditamos que a oração é um método geral de cura da
igreja (Atos 9:40; 28: 8). Tiago nos encoraja a chamar os
presbíteros da igreja, se alguém estiver enfermo, para que eles
orem pelos enfermos (Tiago 5:14-15). Portanto, devemos confiar de
que a oração em nome de Jesus seja o foco central.
41
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Os traços em comum de todas as tradições de cura


Uma revisão do ministério de cura em tradições diferentes
(Anglicana, Pentecostal, Luterana, etc.), revela que cada tradição
tem um modelo de ministério que reflete sua própria história e ideais
teológicos. Deus trabalha através do caráter e das crenças de cada
grupo específico para facilitar a cura e a libertação. Há certos
valores e atitudes comuns que informam e capacitam cada uma
delas.

• Eles compartilham a crença de que Deus quer curar o


enfermo, que Ele deseja totalidade para o seu povo.
• Comunidades de cura têm uma sincera compaixão pelos que
sofrem.
• Há um investimento pessoal e de risco para os cristãos que
oram pelos enfermos.

A cura cristã é um mistério que não pode ser controlado por uma
fórmula. Aqueles que oram pelos enfermos entram em um mundo
invisível das forças espirituais que não podem ser totalmente
compreendidas: de um lado, a comunhão com Deus em Sua obra, e
de outro, a guerra contra Satanás. Aqueles que arriscam orar pelos
enfermos se expõem e os que recebem a oração se expõe à
possibilidade de humilhação e derrota, sem ter a garantia se
descobrir a razão para isso. Este risco, chamado fé, está presente
em todos os ministérios.

Dando início
As cinco etapas no seguinte modelo de ministério são:

1. Entrevistar

2. Escolher uma estratégia de oração

3. Orar por resultados específicos

4. Avaliar os resultados

5. Dar orientação pós-oração


42
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Entrevistar
O objetivo de entrevistar a pessoa é simplesmente o de reunir
informações relevantes. Uma variedade de perguntas objetivas
podem ser usadas para começar a entrevista. Elas servem para
estimular a participação da pessoa no processo. Aprenda a ler nas
entrelinhas enquanto as pessoas compartilham. Além de ouvir
atentamente a pessoa, aprenda a ouvir a Deus também. Ele pode
comunicar algo vital que irá ajudar no processo da cura.

Este tipo de comunicação é geralmente conhecida como uma


"palavra de conhecimento" ou uma "palavra de sabedoria". As
percepções espirituais às vezes vêm em forma de imagens mentais,
através de uma palavra ou frase "visual" ou "audível" na mente do
ouvinte ou através de uma forte convicção. Ouvir a Deus desta
maneira e discernir o que é de Deus e o que não é, vem através de
tentativa e erro e feedback honesto dos outros.

Evite envolver-se em uma análise médica do problema. O objetivo


da entrevista é determinar, do modo mais preciso possivel, a causa
da enfermidade - natural, espiritual, relacional ou emocional - de
modo que aquele que estiver orando possa fazê-lo especificamente.

A forma como a entrevista é conduzida pode ter peso na cura.


Escutar com atenção é uma demonstração indistinguível de amor,
e o amor cura. Este tipo de atenção ajuda a pessoa necessitada a
ter uma perspectiva mais correta de sua dor. Elas são tratadas
como pessoas integrais. Isso ajuda, cura e encoraja as pessoas a
uma confissão mais profunda quando sua confiança cresce. Muitas
vezes as raízes da enfermidade podem ser encontradas nas
camadas profundas da personalidade. Os ouvintes devem ser
pessoas dignas de confiança.

Nós não precisamos ser totalmente indiretos. Há momentos em que


Deus autoriza e nos equipa para curar em Seu nome através do
exercício da autoridade decisiva.

A entrevista termina quando voce perceber que compreendeu o


suficiente sobre o problema e pôde escolher uma estratégia de
oração.

43
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Escolher uma estratégia de oração


A entrevista nos fornece uma ideia sobre a natureza e a causa da
enfermidade. Isso vai determinar como devemos orar. Os sintomas
das enfermidades físicas e distúrbios mentais estão geralmente
enraizados em causas espirituais, emocionais e relacionais.

Existe uma alta correlação entre o estresse mental e o que


chamamos de enfermidade crônica (dores de cabeça, distúrbios
gástricos, enfermidades de pele, alergias, asma e a menor dor nas
costas). A Bíblia faz menção freqüente da relação do corpo com a
mente e o espírito (Salmo 31:10; 38:3; 62:1; Provérbios 3: 5-8;
14:30; 17:22).

O pecado afeta não só a saúde da pessoa que pecou, mas também


a daqueles que foram afetados por esses pecados. Nossa saúde é
profundamente afetada pela forma como reagimos a pecados
cometidos contra nós. Ressentimento, amargura e ódio machucam
e incapacitam aqueles nos quais eles se enraizaram. Aprender a
perdoar os outros, muitas vezes leva à restauração e à saúde.
Alguma enfermidade pode ser resultado de relacionamentos
quebrados ou conflitos internos tais como a insegurança ou
sentimentos de insignificância. Outras enfermidades podem ser
causadas pela atuação de demônios.

As causas devem ser determinadas de forma que o conselho e a


oração possam ser específicos e mais eficazes. Lembre-se que
nem toda enfermidade está enraizada em distúrbios psicológicos ou
espirituais. Algumas enfermidades são devido ao fato de que
vivemos em um mundo caído. Quanto mais específicos somos em
oração, mais eficazes seremos na cura da enfermidade.

Orar por resultados específicos


Orar por resultados específicos e mensuráveis é importante.
Quando oramos contra a dor, devemos acompanhar o aumento ou
a diminuição dessa dor específica. Quando oramos por resultados
específicos, buscamos coisas que são observáveis e mensuráveis,
e, portanto, precisamos de feedback honesto e preciso. Para esse
tipo de oração, precisamos manter nossos olhos, ouvidos e mente
abertos e não orar de maneira vaga ou indireta.
44
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Quando oramos por resultados específicos, fazemo-lo com base na


vontade revelada de Deus nas Escrituras, capacitados e guiados
pelo Espírito Santo. Ao permanecermos alertas e conscientes,
somos mais capazes de "ver o que o Pai está fazendo" e cooperar
com Ele em Sua obra.

Os cristãos devem resistir à pressão de relatar alguma melhora


quando não há nenhuma. Isto pode ser devido a um desejo de
agradar Deus ou a pessoa que orou, ou por causa de um excesso
de zelo para com a fé. Isto não só é desonesto, como também é
perigoso.

Quando as pessoas que estão orando pelos enfermos não recebem


um feedback preciso sobre o progresso, o seu ministério
potencialmente eficaz pode ser frustrado. Alguma verdade
específica que Deus queira comunicar ficará perdida ou a oração
pode tomar uma direção equivocada. Os feedbacks imprecisos
podem barrar a ajuda espiritual ou médica que está prestes a trazer
uma verdadeira cura. Distorções e ilusões não servem para nada no
ministério de cura da igreja. Nunca houve qualquer ganho através
do engano.

O valor do feedback preciso é ilustrado através da maneira como


Jesus curou o cego de Betsaida (Marcos 8.24). A partir do
feedback, Jesus sabia que sua visão estava melhorando. Ele
continuou o ministério de cura, até que fosse concluída. Jesus
nunca aconselhou ninguém a reivindicar uma cura que não tivesse
ocorrido, nem mesmo pediu às pessoas enfermas para negarem
seus sintomas. As pessoas ou eram curadas ou não eram.

Quando oramos por resultados específicos, esperamos que algo


aconteça, então buscamos isso. O treinamento e experiência em
primeira mão nos ensinarão a interpretar o que observamos. A
responsabilidade de ouvir com cuidado durante a entrevista,
diagnosticar o problema corretamente, escolher a estratégia de
oração correta e, em seguida, orar por resultados mensuráveis é
intimidante para algumas pessoas. Precisamos nos lembrar de que,
no fim das contas, é de Deus a responsabilidade pela cura. Lembre-
se, o pior que pode acontecer quando você orar por alguém com
amor e compaixão, é nada.
45
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Avaliar os resultados
Depois de um tempo de escuta e oração, devemos analisar o que
aconteceu. Se a cura for completa, pare e agradeça a Deus. Se a
cura está apenas começando, a oração pode continuar naquele
momento ou numa outra hora programada. Se pouca ou nenhuma
cura ocorreu, o diagnóstico pode estar errado e mais perguntas são
necessárias, ou pode ser a hora de reconhecer que não houve a
cura para aquele momento e tirar algum tempo para refletir.

Dar orientação pós-oração


Pode ser necessário aconselhar as pessoas depois de ter orado por
elas. A cura é muitas vezes gradual, com sintomas associados com
a enfermidade que desaparecem progressivamente. Uma vez que a
cura já tenha começado, esse processo será beneficiado ou
prejudicado pelos pensamentos e ações da pessoa a ser curada. O
bom conselho e apoio nesta fase é essencial. Algumas curas são
instantâneas e dramáticas.

Algumas enfermidades são causadas pelo pecado, e não podemos


esperar que a cura seja significativa ou permanente a menos que a
pessoa se arrependa do pecado. O aconselhamento e o apoio após
a oração, em tais casos, devem ser direcionados para o
arrependimento.

A orientaçao pós-oração aborda as necessidades e as


responsabilidades da pessoa como um todo. Ocasionalmente temos
de dizer para a pessoa se arrepender e não pecar mais. A disciplina
da Igreja se torna um elemento crítico ao lidar com a enfermidade
relacionada com o pecado.

A orientação pós-oração é essencial em casos de libertação. Jesus


ensinou que quando um espírito maligno é expulso, ele pode tentar
retornar se não for resistido ou impedido de fazê-lo (Mateus 12:43-
45). Se não houver mudança no estilo de vida ou nos padrões de
pensamentos, a condição vai piorar. Um cuidado pastoral contínuo
pode ser parte da orientação pós-oração.

Outra diretiva pode ser a de continuar orando.

46
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

O conselho pós-oração assume várias formas, dependendo das


necessidades da pessoa, dos recursos da igreja e do discernimento
espiritual daqueles que ministram.

Aprender fazendo
Este modelo de cinco etapas provou ser um excelente modelo para
introduzir às pessoas e às igrejas iniciantes o tema da oração pela
cura. Ele pode ser usado em situações um-a-um, bem como
pequenos grupos e até mesmo em grandes conferências. O modelo
pode ser adaptado para se encaixar na vida da igreja da maioria
das comunidades cristãs.

O treinamento deve incluir instrução, exemplificação, treino,


feedback e mais treino. Nenhum ministério cristão pode ser
aprendido, exceto quando o fazemos na prática. Os discípulos
aprenderam a orar por cura, ouvindo a instrução de Jesus,
observando-o, e finalmente, fazendo eles mesmos (Lucas 10).
Então, ensinaram os outros usando o mesmo método.

Questões para discussão

1. Quais foram os novos conceitos aprendidos nessa lição?


Explique.

2. Fale um pouco sobre como estes princípios se aplicam à sua


realidade?

3. Qual seria o primeiro passo para aplicar este conteúdo em


sua vida e em sua comunidade ? Comente.

47
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

CAPÍTULO 4

PLENITUDE E CURA EM TRÊS DIMENSÕES

Vimos a natureza complexa da enfermidade e como sua raiz pode


estar oculta. Vamos agora olhar para a mente, o espírito e o corpo,
e como eles interagem na enfermidade e na cura.

O primeiro princípio é que a mente, o espírito e corpo não estão


definidos precisamente em categorias separadas. A Bíblia vê o ser
humano de forma holística, vê a pessoa como uma unidade única.
Os autores bíblicos não pensam no corpo como tendo uma
realidade ou status próprio. Portanto, o conceito de enfermidade
como estritamente física é desconhecido para a Escritura.

Nossos corpos são tão valorizados no Novo Testamento que são


vistos como nus quando formos temporariamente separados deles
na morte (2 Coríntios 5: 3). Eles são tão essenciais para nós que
Deus um dia os ressuscitará e os aperfeiçoará. Jesus, que foi antes
de nós, já tem Seu corpo ressuscitado, que é o modelo do corpo
que nos será dado (Romanos 6: 5; 1 Coríntios 15:20, 49; Filipenses
3: 20-21).

Nossos corpos presentes devem morrer para dar lugar a corpos


imortais. No entanto, os corpos que temos hoje, juntamente com as
nossas mentes e espíritos, são objetos do amor de Deus e de Sua
graça (Mateus 9:21; Marcos 5:23; Lc 7:50). A Bíblia vê o ser
humano como uma unidade total e a cura do ser humano como um
todo. Um ser humano é como um ecossistema. A poluição em um
lugar eventualmente irá contaminar todos os lugares. Lidar com a
fonte da poluição cura a pessoa humana integralmente.

48
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Mente

A mente também é citada nas Escrituras como o coração ou alma.


É a área de pensamento, emoção e vontade. Nós podemos poluir
as nossas mentes (pensamentos errados, sujeira moral e
pornografia) e nos tornar emocionalmente aleijados, incapazes de
escolher entre o bem e o mal, beleza e feiúra, amor e luxúria. Jesus
diagnosticou as enfermidades mentais de seus contemporâneos
religiosos - o orgulho, o legalismo e hipocrisia. A cura que Ele
ofereceu foi o arrependimento.

Algumas enfermidades da mente não são resultados de uma


escolha, mas infligidas, tais como a rejeição na infância. Isso pode
levar a uma visão errada de nós mesmos e do mundo que nos
rodeia. Se não forem tratadas, as nossas mentes nunca irão
funcionar da maneira saudável que Deus pretendia que elas
funcionassem.

Espírito
Espírito é a nossa parte invisível, que toca e se relaciona com Deus
e outros espíritos. As boas forças espirituais que nos rodeiam são a
do Espírito Santo e a dos anjos de Deus. Os espíritos malignos
incluem Satanás, demônios, principados e potestades. Esses
espíritos malignos podem tocar nossos espíritos e torná-los
enfermos. Podemos ser seduzidos, atormentados e até mesmo
controlados até certo ponto por espíritos malignos. Podemos nos
tornar espiritualmente enfermos, se pecarmos ou se nos rebelarmos
contra Deus ou se nos envolvermos com o oculto. Com isso
daremos brecha para a ação do mal. Um trauma ou uma maldição
também podem causar enfermidade espiritual.

49
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Corpo
O corpo é a parte visível e a mais óbvia do nosso ser. Nossos
corpos são os meios pelos quais nós afetamos o mundo físico e
pelo qual o mundo físico nos afeta.

Nossos corpos podem ficar enfermos de várias maneiras - através


de ferimentos, estresse e doenças. Jesus curou os corpos enfermos
e nos chama a fazer o mesmo em Seu nome. Se a enfermidade é
puramente física, nós simplesmente oramos pela cura. As
enfermidades muitas vezes são inter-relacionadas. A cura de uma
parte traz a cura para o resto do corpo.

Interação entre cura e enfermidade


Há seis interações entre corpo, mente e espírito:

Mente-espírito

Assim como as enfermidades podem afetar todas as partes do


corpo, elas podem interagir com a mente e o espírito. As pessoas
que nutrem amargura em sua mente podem ficar enfermas
espiritualmente e fisicamente. O Novo Testamento revela que
aquele que não perdoa é excluído do perdão de Deus (Mateus 6:12-
15; Marcos 11:25-26; Lucas 6:37). Quando não recebemos o
perdão de Deus, nos tornamos espiritualmente enfermos. Conceitos
distorcidos de Deus - ver Deus como distante e/ou indiferente -
também podem se infiltrar em nossa vida espiritual e contaminá-la.

Mente-corpo

É do conhecimento de todos hoje que a mente afeta o corpo. Artrite,


úlceras, câncer e outras enfermidades físicas muitas vezes podem
ser rastreadas com a origem na amargura. Até que a mente seja
curada do pecado, a cura física é improvável. Se a cura acontecer
sem arrependimento, esta não será duradoura.

50
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Espírito-mente
Um espírito enfermo pode danificar uma mente saudável. A
alienação espiritual de Deus e da culpa que surge a partir deste
estado provoca ansiedade e estresse na mente de uma pessoa.
Mais uma vez, o arrependimento e a fé vão abrir o caminho para a
cura. O espírito de uma pessoa pode se tornar enfermo por outros
espíritos. Quando nossos espíritos entram em contacto com o mal,
eles distorcem nosso pensamento e causam uma dor emocional. É
útil no ministério de cura podermos detectar essas interações. Boa
informação e aconselhamento não são suficientes para curar o
pensamento enfermo, quando se trata de um espírito demoníaco.

Espírito-corpo
A enfermidade pelo pecado espiritual pode danificar o corpo de uma
pessoa. A alienação espiritual de Deus produz ansiedade, que por
sua vez, danifica o corpo (Salmo 32: 3-4). A forma mais óbvia de
ligação direta entre o pecado espiritual e a enfermidade física é
encontrada no caso de enfermidades sexualmente transmissíveis.

Corpo-mente

A mente de uma pessoa pode ser tão cheia de ansiedade que ela
se torna incapaz de dormir ou comer. Um exame médico pode
revelar se há um desequilíbrio da tiróide e nesse caso, nenhuma
quantidade de cura interior ou conselho vai resolver o problema. O
problema da mente só será esclarecido se o problema físico for
discernido e tratado.

Corpo-espírito
Nossos corpos também nos afetam espiritualmente. Quando nos
falta energia, tendemos a ser espiritualmente inativos - oração e
leitura da Bíblia se tornam difíceis. O que parece um problema
espiritual é, na verdade, devido a um desequilíbrio químico no
corpo.

Precisamos entender as influências da mente, espírito e corpo


quando oramos pelos enfermos, tendo em mente que a
compreensão bíblica é que eles não podem ser separados. Nós
51
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

também precisamos estar cientes das seis interações identificadas,


pois várias delas poderiam funcionar de uma vez (Marcos 9: 14-29).

Cuidado total
A oração por cura não nega a necessidade de assistência médica
ou aconselhamento psicológico no processo de cura. Os duas
coisas são muitas vezes interdependentes e se complementam. Por
exemplo, quando as pessoas são libertas de espíritos malignos,
elas muitas vezes precisam de cuidado pastoral extensivo e
aconselhamento para ajudá-las com as habilidades sociais e a auto-
disciplina.

A enfermidade mental, espiritual ou física de uma pessoa também


pode estar enraizada, não em seu próprio pecado, mas no pecado
de alguém contra elas. Precisamos, portanto, olhar para a
enfermidade e a saúde não só em termos das interações em um
nível pessoal, mas também em um nível corporativo. O ministério de
cura é melhor abordado em um nível multi-dimensional, levando
tudo em conta e sendo totalmente aberto e dependente da
orientação do Espírito Santo.

Medicina preventiva
Uma criança que cresce em um lar cristão amoroso crescerá para
se tornar um adulto completo e saudável e viver a vida evitando a
maioria das enfermidades (Provérbios 3:7-8). A vida cristã é a
prescrição final para a saúde e a integridade. Aqui está uma lista de
sete características da fé cristã que influenciam a saúde:

1. O evangelho de Jesus Cristo nos liberta da culpa (Salmo


103: 3-5).
2. A Bíblia nos ordena a perdoar de coração, o que nos
libertará da amargura (Mateus 6: 12-14; Romanos 12: 17-
21).

52
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

3. Não precisamos nos esforçar. Podemos aprender a confiar e


a descansar na fidelidade e na provisão de Deus. Ao fazê-lo,
seremos libertos da ansiedade (Hebreus 13: 5-6).
4. A caminhada cristã é feita de trabalho duro e de lazer com
períodos de descanso. Um equilíbrio das actividades
contribui para a saúde e a integridade (Salmo 127:1-2).
5. Um valor elevado é colocado sobre o cuidado adequado do
corpo (especialmente em Levítico e Deuteronômio).
6. A leitura regular da Bíblia inunde a mente com as verdades
bíblicas. Isso fortalece e permite que a mente proteja a
pessoa por completo (Provérbios 4:20, 23).
7. O cristianismo traz alegria para nossas vidas quando
percebemos que somos amados por Deus e nossos irmãos
cristãos, e que temos valor. Nossos sentimentos de
significância e valor levam à felicidade e à saúde.
A maior contribuição para sermos pessoas saudáveis e plenas não
é o ministério de cura, mas sim a medicina preventiva de seguir a
Jesus.

Questões para discussão

1. Quais foram os novos conceitos aprendidos nessa lição?


Explique.

2. Fale um pouco sobre como estes princípios se aplicam à sua


realidade?

3. Qual seria o primeiro passo para aplicar este conteúdo em


sua vida e em sua comunidade ? Comente.

53
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

CAPÍTULO 5

A OBEDIÊNCIA E A AUTORIDADE PARA CURAR

Nós não fomos chamados para explicar a enfermidade e a cura.


Fomos chamados para curar os enfermos.

A alegria da obediência
A cura depende da obediência, e não de experiências de alegria
quando a cura ocorre. Também não está baseada em explicações
teológicas corretas ou modelos de cura. A Escritura nos mostra que
a autoridade e o poder para fazer a obra de Deus flui através
daqueles que obedecem a Palavra de Deus (Lucas 10:17, 21).

Obediencia e autoridade no Antigo Testamento


Embora menos poderoso do que os elementos, os animais e os
anjos em seu mundo, Adão exercia seu dominio sobre eles com
autoridade, conforme Deus lhe havia ordenado que fizesse. Adão
efetivamente exerceu a vontade de Deus na terra, e a saúde e a
integridade reinaram. A autoridade de Adão impediu a Satanás, cujo
poder era muito maior do que o seu, de destruir a criação. Isso
continuou enquanto Adão obedecia a Deus. Satanás seduziu Adão
à desobediência, e Adão perdeu essa autoridade. Satanás, em
seguida, tomou o seu lugar e começou a exercer o seu poder sobre
Adão. A harmonia e a ordem de Deus deram lugar à anarquia e
discórdia de Satanás (2 Coríntios 4: 4).

O Antigo Testamento registra aqueles a quem Deus restaurou a


autoridade, tais como Noé, Abraão e Moisés na medida em que
foram obedientes através da fé. Ao longo da história bíblica, Deus

54
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

fez a Sua vontade conhecida e sua regra efetiva através de homens


e mulheres obedientes.

Há também uma ligação clara entre a desobediência e falta de


autoridade. Se a cura não está acontecendo na igreja, precisamos
checar a corrupção moral, a incredulidade e a desobediência no
Corpo como uma possível razão para a falta de autoridade de cura.

A obediência e autoridade de Jesus


Jesus, o último Adão, restabeleceu o governo e o reinado de Deus
que o primeiro Adão havia perdido (Romanos 5:19). Todas as
bênçãos que recebemos agora, incluindo a cura, vêm da obediência
de Jesus. A obediência de Jesus, através do sofrimento e morte de
cruz, obteve o perdão para nós (João 4:34; Hebreus 5: 8). Porque
Jesus estava sob a autoridade de Deus, Ele foi capacitado para
exercer a autoridade. E ao fazê-lo, o mundo, que havia sido
amaldiçoado, começou a ser curado e restaurado.

A autoridade de Jesus foi exercida sobre o vento e as ondas, na


provisão de alimentos e sobre a enfermidade. As multidões que o
ouviram falar e o viram em ação perceberam Sua autoridade, como
fez Satanás e suas forças (Marcos 1: 21-24).

A missão de Jesus era desfazer a ignorância, a alienação, a fome, a


enfermidade e a escravidão, forjados pela regra destrutiva de
Satanás. Porque Jesus seguiu as ordens de Deus, Ele reforçou
Suas palavras e ações com poder e fez Sua autoridade efetiva.

Há uma diferença sutil mas significativa entre autoridade e poder.


Toda criatura tem um grau de poder que pode ser usado à vontade,
de diferentes maneiras. A autoridade não é possuída mas sim
exercida. A fim de exercer a autoridade, devemos estar em um
relacionamento com Deus, em quem toda a autoridade reside e de
quem ela flui (Lucas 7: 1-10).

Jesus confessou que não podia fazer nada por Si mesmo (João 5:
19-20). Jesus derrotou Satanás, não pelo poder, mas porque Ele foi
obediente à autoridade de Deus e assim Lhe foi dado o direito de
usá-la (Mateus 4).

55
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

A Autoridade dos seguidores de Jesus


Desde o início, Deus planejou que a humanidade tivesse domínio
sobre o mundo (Gênesis 1:28). Jesus confirma que a autoridade é
dada a Ele, como o último Adão (Mateus 28:18). Estas linhas de
autoridade não só foram restabelecidas por Jesus, mas foram
oferecidas, por intermédio dEle, para o mundo através da igreja,
contanto que a igreja se submeta a ela. .

Sabemos disso porque Jesus deu autoridade e poder aos seus


discípulos para expulsar demônios e curar enfermidades (Lucas 9:
1; 10:19). Os limites do falso reino de Satanás se retrairão à medida
que a igreja guerrear uma guerra que não podemos perder. No
entanto, a igreja não irá vencer por si mesma, mas, pela obediência
ativa. A influência de Satanás permanecerá intacta se a igreja não
desafiá-la.

Quando obedecemos a Cristo, conforme Ele obedeceu ao Pai, a


autoridade que Ele exerceu será vista em nossos ministérios (João
15: 7, 10). Jesus nos promete autoridade sobre a enfermidade e as
forças demoníacas. Esta autoridade delegada opera de três
maneiras:

1. A condição é que nós temos que obedecer. O ato de


obediência não é uma fórmula mágica pela qual podemos
forçar Deus a agir. Sempre haverá mistério para o que Deus
faz e porquê.

2. Até que Cristo volte, todo nosso ministério será parcial.

3. A nossa obediência nunca é perfeita. Precisamos cultivar o


desejo de anunciar as Boas Novas da graça de Deus e estar
dispostos a ministrar aos enfermos conforme Ele nos
orientar.

Finalmente, Cristo não quer que a opressão e a enfermidade que


nos cerca continue, tampouco Ele é impotente diante dela. Ele está
disposto e é poderoso para curar e libertar, através do Espírito
Santo, à medida que nos tornamos disponíveis e obedecemos Sua
direção.

56
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

Somos convidados a correr, com espada na mão, nos


passos do Conquistador!

Questões para discussão

1. Quais foram os novos conceitos aprendidos nessa lição?


Explique.

2. Fale um pouco sobre como estes princípios se aplicam à sua


realidade?

3. Qual seria o primeiro passo para aplicar este conteúdo em


sua vida e em sua comunidade ? Comente.

57
Licenciado para - David Willian Ferreira de Carvalho - 20729519767 - Protegido por Eduzz.com

SAIBA MAIS:

Sobre o Instituto Vineyard:

www.institutovineyard.org

Sobre o Movimento Vineyard no Brasil:

www.vineyardbrasil.com.br

58

Você também pode gostar