Ferreira
Ferreira
1606
TaƟana Ferreira1
Rita de Cássia Avellaneda Guimarães2
Fabiane La Flor Ziegler Sanches3
1
Especialização em Residência Mul profissional em Saúde - Atenção ao
paciente crí co pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS),
Campo Grande, Brasil. E-mail: ferreirata @live.com
2
Doutora em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste/UFMS e
Professora Adjunta do Curso de Nutrição da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS), Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil.
E-mail: [email protected]
3
Doutora em Alimentos e Nutrição/UNICAMP e Professora Adjunta do Curso
de Nutrição da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Campo
Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil. E-mail: [email protected]
Resumo: O obje vo do estudo foi avaliar a prevalência de risco nutricional entre adultos e
idosos hospitalizados por meio de três protocolos de triagem nutricional. Estudo de caráter
transversal com 111 pacientes admi dos em um hospital universitário. Os instrumentos
u lizados foram: Nutri onal Risk Screening-NRS, Malnutri on Universal Screening Tool-
MUST, Mini Nutri on Assessment Short Form®-MNA_SF. Do total de pacientes avaliados,
55% (n=61) eram adultos. O risco nutricional esteve presente em 73,0% dos pacientes de
acordo com a NRS-2002, 70,3% pela MUST e 76,6% pela MNA-SF. Foi evidente a importância
da triagem nutricional, pois houve uma prevalência acima de 70% em risco nutricional de
acordo com os três protocolos. Ressalta-se que os protocolos correlacionaram-se fortemen-
te entre si (R= 0,795), apresentando pouca variabilidade entre os métodos. Independente do
protocolo u lizado foi possível observar que os pacientes em risco têm maior permanência
hospitalar, pior desfecho clínico e consequentemente são mais onerosos para a ins tuição.
Palavras-chave: hospitalização; triagem nutricional; tempo de internação.
Abstract: The objec ve of the study was to evaluate the prevalence of nutri onal risk
among adults and hospitalized adults through three nutri onal screening protocols. A
cross-sec onal study with 111 pa ents admi ed to a university hospital. The instruments
used were: Nutri onal Risk Screening, Malnutri on Universal Screening Tool, Mini Nutri on
Assessment Short Form. The total number of pa ents was 55% (n = 61) were adults. The
nutri onal risk was present in 73.0% of pa ents according to NRS-2002, 70.3% for MUST
and 76.6% for MNA-SF. The importance of nutri onal screening was evident, as there was
a prevalence above 70% at nutri onal risk according to the three protocols. It should be
emphasized that the protocols correlated strongly with each other (R = 0.795), presen ng
li le variability among the methods. Regardless of the protocol used, it was possible
to observe that pa ents at risk have a longer hospital stay, worse clinical outcome and
consequently are more expensive for the ins tu on.
Keywords: hospitaliza on; nutri onal screenin; length of hospital stay.
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Risco nutricional em pacientes hospitalizados: comparação de três protocolos de triagem
nutricional
1 INTRODUÇÃO
A desnutrição ainda é considerada um problema nutricional frequente,
principalmente quando se relaciona ao âmbito hospitalar. Mesmo em países
desenvolvidos, as taxas de desnutrição intra-hospitalares são altas, como
na Inglaterra (20%) e na Austrália (36%). Em países em desenvolvimento,
como os da América La na, inclusive no Brasil, a prevalência de desnutrição
em pacientes hospitalizados ocorre em torno de 50%.
É incontestável que a deterioração do estado nutricional interfere na
evolução clínica do paciente, morbimortalidade, custo da hospitalização,
piora da qualidade de vida e contribui para internações prolongadas, dimi-
nuindo a rota vidade dentro dos hospitais, reduzindo ainda mais as vagas
disponíveis.
Assim, há muito interesse na iden ficação precoce do risco nutri-
cional, pois possibilita que as equipes assistenciais ins tuam a terapêu ca
nutricional mais apropriada, visando minimizar o sinergismo entre a des-
nutrição e as complicações clínicas. Diante disso, em 2005, o Ministério da
Saúde ins tuiu através da Portaria n. 343 , a obrigatoriedade de protocolos
de triagem nutricional nos hospitais, para a avaliação do risco nutricional,
porém essa prá ca muitas vezes ainda é negligenciada nas ins tuições de
saúde.
A triagem nutricional permite uma avaliação rápida e de qualida-
de, que o miza e direciona o nutricionista aos pacientes que poderiam
beneficiar-se da terapia nutricional, sendo que diversas ferramentas foram
desenvolvidas para a triagem. Entretanto ainda não há consenso sobre qual
é a mais recomendada, tornando-se di cil a escolha daquela mais adequada
para ser inserida em um protocolo nutricional hospitalar.
Dentre os diversos protocolos validados na literatura científica,
existem alguns que se destacam por serem amplamente u lizados por
profissionais de saúde e recomendados por sociedades internacionais de
nutrição possuindo maior relevância técnico-cien fica, tais como: Nutri onal
Risk Screening (NRS-2002 [Triagem de Risco Nutricional]); Malnutri on
Universal Screening Tool (MUST [Instrumento Universal de Triagem de
Desnutrição]); Mini Nutri on Assessment Short Form® (MNA-SF® [Mini
Avaliação Nutricional Simplificada®]).
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2 METODOLOGIA
Trata-se de um estudo prospec vo de caráter transversal que foi
realizado no Pronto Atendimento Médico do Hospital Universitário Maria
Aparecida Pedrossian, localizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul,
no período de março a julho de 2016. O estudo foi aprovado pelo Comitê
de É ca e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul
(UFMS), protocolo de número 1.442.664.
U lizou-se a amostragem não probabilís ca por conveniência, que
cons tuiu 111 pacientes. Os par cipantes incluídos no estudo foram adultos
(18 a 59 anos) e idosos (maiores de 60 anos), de ambos os sexos, admi dos
há no máximo 72 horas, lúcidos para responderem aos ques onamentos ou
com acompanhantes aptos para tanto. Os critérios de exclusão estabelecidos
foram: pacientes menores de 18 anos, admissão por mo vos obstétricos
ou psiquiátricos, negação para par cipar da pesquisa, impossibilidade em
se aferir ou es mar peso e estatura. Após a aprovação, os pacientes ou
responsáveis que concordaram em par cipar do estudo assinaram o Termo
de Consen mento Livre e Esclarecido (TCLE).
As ferramentas de triagem nutricional para aplicação no estudo foram
selecionadas após uma prévia busca na literatura. Os instrumentos u lizados
foram: NRS-2002, MUST, MNA-SF® (RUBENSTEIN et al., 2001; KONDRUP et
al., 2003; STRATTON et al., 2004). Ressalta-se que a MNA-SF® foi desenvol-
vida a par r da MNA original, voltada para idosos, mas, nos úl mos anos,
vem sendo amplamente u lizada também entre adultos.
Na tenta va de padronizar os resultados da triagem nutricional,
realizou-se uma adaptação da classificação original para os instrumentos
MUST e MNA-SF®. Para a MUST, os pacientes com baixo risco na classificação
original foram considerados como sendo pacientes sem risco nutricional,
uma vez que estes possuíam escore zero. Os pacientes considerados com
médio e alto risco na classificação original foram classificados como pos-
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3 RESULTADOS
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possíveis diferenças entre adultos e idosos. O IMC médio geral dos pacien-
tes foi de 24,6 ± 5,7 Kg/m². Em relação à classificação do IMC, a maioria
(44,1%) estava eutrófica, seguida pela classificação de desnutrição (25,2%),
obesidade (17,1%) e, por fim, sobrepeso (13,5%). Os idosos apresentaram
um percentual maior de desnutrição em relação aos adultos, 32% versus
19,7%. No que se refere às classificações de excesso de peso (sobrepeso e
obesidade), os adultos apresentaram percentual de 34,5% em comparação
aos idosos, nos quais obteve-se 26%.
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4 DISCUSSÃO
A desnutrição ainda passa despercebida em muitos hospitais, com
consequências visíveis na qualidade de vida dos pacientes (RASLAN et al.,
2010; SCHULTZ et al., 2014). Em geral, a desnutrição grave é de simples per-
cepção no momento da admissão hospitalar, por outro lado, a desnutrição
leve ou o risco nutricional não são facilmente percep veis, tendo, por esse
mo vo, sua prevalência subes mada em muitas ocasiões (LI et al., 2016).
Na presente pesquisa, ao se avaliar o diagnós co nutricional em re-
lação à classificação do IMC, quase metade dos pacientes (44%) apresenta-
ram-se em eutrofia, não tendo diferença significa va quando os pacientes
foram divididos entre adulto e idosos (p=0,001). Esse resultado mostra-se
conflitante quando comparado à alta presença do risco nutricional encon-
trada no estudo. Embora já seja um consenso de que o IMC isolado não
define risco nutricional, Elia e Stra on (2012), em sua revisão bibliográfica,
observaram que a escolha dos pontos de corte de IMC nos protocolos de
triagem diverge entre eles e que isso pode ter uma grande influência sobre
sua aplicabilidade, tornando os resultados conflitantes.
Em um estudo mul cêntrico na Grécia sobre aplicação de protocolos
de triagem, os autores destacam que, antes de ins tuir um protocolo de
triagem, deve-se analisar a confiabilidade do método u lizado (POULIA et
al., 2017). Além disso, a aplicação de uma ferramenta não deve ser vista
pela equipe de maneira simplista, pois a precisão do método depende da
capacidade do observador em detectar as alterações nutricionais significa-
vas através da avaliação subje va (ALLARD et al., 2016).
O resultado do presente estudo revelou que a taxa de risco nutricio-
nal na admissão foi elevada de acordo com as três ferramentas u lizadas,
a ngindo percentuais de risco acima do visto em outros estudos publi-
cados internacionalmente (ELIA; STRATTON, 2012; ALLARD et al., 2016;
KOREN-HAKIM et al., 2016; LI et al., 2016). Entretanto encontrar diferenças
na prevalência de risco nutricional entre um hospital público brasileiro e
hospitais europeus parece esperado, considerando-se que as condições
socioeconômicas da população estão relacionadas ao risco nutricional na
internação. Esse fato também pode ser atribuído ao po de metodologia
realizada neste trabalho, em que os pacientes foram divididos em duas ca-
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nutricional
por Allard et al. (2016) observou que a perda de peso maior ou igual a 5%,
foi associada com longa permanência hospitalar, independentemente de
fatores não nutricionais.
A longa permanência hospitalar, por conseguinte acarreta aumento
do custo da hospitalização. Não obstante o seu impacto sobre a saúde, o
impacto econômico da desnutrição hospitalar tem sido pouco estudado.
Na Europa, es ma-se que 20 milhões de pacientes estão em risco de des-
nutrição, com um custo anual de até 120 milhões de Euros (FREIJER et al.,
2013). Em uma revisão bibliográfica que avaliou o impacto da desnutrição
hospitalar nos custos e tempo de internação, os autores indicam que a des-
nutrição carrega um fardo econômico considerável, com um custo adicional
que varia entre 1640 e 5829 Euros por paciente internado (KHALATBARI-
SOLTANI; MARQUES-VIDAL, 2015).
No Brasil, sob nosso conhecimento não foram encontrados dados rela-
cionando os custos hospitalares da desnutrição. Em um estudo na Noruega
que analisou o risco nutricional e tempo de internação de 3279 pacientes,
observou-se que o custo hospitalar foi 60% maior para os pacientes em
risco em comparação com pacientes sem risco (TANGVIK et al., 2014). Em
um período em que a contenção dos custos de saúde é uma necessidade,
uma melhor iden ficação dos fatores associados com o aumento dos custos
de hospitalização é fundamental para o mizar o fornecimento de cuidados
de saúde (GOMES; EMERY; WEEKES, 2016).
Os resultados desse trabalho reforçam os resultados de estudos que
sugerem que piores desfechos clínicos são mais frequentes em pacientes
com algum comprome mento do estado nutricional (ALLARD et al., 2016;
POULIA et al., 2017). No presente estudo, 43% dos pacientes que foram a
óbito apresentavam risco nutricional pela NRS-2002. Esses resultados são
similares ao de Jansen et al. (2013) e Tangvik et al. (2014). No primeiro es-
tudo, 87,9% dos pacientes que foram a óbito ou transferidos para a Unidade
de Cuidados Palia vos apresentavam risco nutricional. No segundo, foi
observada uma taxa de 37% de mortalidade entre os pacientes em risco
nutricional em comparação com 11% entre os que não apresentaram risco.
O aumento do risco de pior desfecho clínico também foi mostrado
por Lim et al. (2012) em estudo mul cêntrico, em que a desnutrição foi as-
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sociada com longa internação (6,9 contra 4,6 dias) e um risco 4 vezes maior
de morte em 1 ano. Em pesquisa conduzida em hospital público brasileiro,
Raslan et al. (2011) apuraram, em pacientes em risco nutricional, segundo
NRS 2002, risco rela vo para mortalidade de 3,9 (1,2 a 13,1).
Os resultados do presente estudo salientam a importância de se
reduzir o impacto nega vo da desnutrição hospitalar. Tal situação só pode
ser alcançada se os indivíduos em risco nutricional são prontamente iden-
ficados e que, após esse processo, as intervenções nutricionais devem ser
oportunas e efe vas (SCHULTZ et al., 2014; DONINI et al., 2016).
Entretanto a intervenção nutricional em pacientes com risco nem
sempre evita a piora do estado nutricional. Os mecanismos envolvidos para
responder essa questão sobre a eficácia da intervenção nutricional devem
ser mais estudados, de fato existe uma discrepância entre a prescrição nu-
tricional e a oferta/ingestão do paciente (SCHULTZ et al., 2014).
Contrariamente às expecta vas, a maioria dos estudos revistos não
relatam qualquer intervenção nutricional, por razões é cas é provável que
os pacientes iden ficados em risco devam ter recebido apoio nutricional,
mesmo não sendo relatados pelos autores quais foram os mecanismos
realizados e se houve sua recuperação ou mesmo manutenção do seu
estado nutricional (RASLAN et al., 2010; KOREN-HAKIM et al., 2016; LIM et
al., 2012; POULIA et al., 2017).
Em um ensaio clínico randomizado realizado na Austrália, os resultados
sugerem que o envolvimento da equipe mul profissional pode ser o cami-
nho para uma intervenção nutricional eficiente e ressaltam a importância
da equipe mul profissional nesse processo (SCHULTZ et al., 2014).
Ao contrário de alguns estudos, os resultados do presente trabalho
demonstraram uma forte correlação entre os resultados de risco nutricional
dos três protocolos aplicados. Porém, as diferenças metodológicas impe-
dem comparações mais minuciosas. Há uma variedade de estudos à nossa
disposição, aplicando todos os pos de ferramentas em todos os pos de
populações, com diferentes resultados (DE VAN DER SCHUEREN et al, 2014).
No geral a NRS-2002 parece ser o método mais preferido na literatura e
preconizado pela ESPEN (2003), sendo u lizada em toda a Europa como
ferramenta padrão (KONDRUP et al., 2003).
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5 CONCLUSÃO
Nesta pesquisa ficou clara a importância da triagem nutricional em
pacientes hospitalizados, pois houve uma prevalência acima de 70% em
risco nutricional de acordo com os três protocolos u lizados.
Ressalta-se que todas as ferramentas de triagem foram consideradas
adequadas para avaliar o risco nutricional em pacientes hospitalizados, pois
elas apresentaram boa correlação entre si. Independente do protocolo u -
lizado, foi possível observar que os pacientes em risco veram uma longa
permanência hospitalar e pior desfecho clínico em relação aos indivíduos
sem risco.
Diante do exposto, são necessários mais estudos nacionais para o
mapeamento da atual situação do risco nutricional e o seu impacto na
evolução do paciente, durante a sua estadia no ambiente hospitalar, e seu
reflexo no desfecho clínico e financeiro das ins tuições e do próprio sistema
de saúde brasileiro.
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