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Para Lograr A Vitória Na Guerra de Libertação Da Pátria - Kim Il Sung

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KIM IL SUNG

PARA LOGRAR A VITÓRIA NA


GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA
PÁTRIA RECHAÇANDO A
INVASÃO ARMADA DOS
IMPERIALISTAS
ESTADUNIDENSES

KFA-BR
2020
TRABALHADORES DE TODO O MUNDO, UNI-VOS!

KIM IL SUNG

PARA LOGRAR A VITÓRIA NA


GUERRA DA LIBERTAÇÃO DA
PÁTRIA RECHAÇANDO A INVASÃO
ARMADA DOS IMPERIALISTAS
ESTADUNIDENSES

Traduzido e publicado pela Associação de


Amizade com a Coreia – Brasil em julho de Juche 109(2020) com base
na Edição em Línguas Estrangeiras da RPDC de Juche 104(2015)
ÍNDICE
PREPAREMO-NOS MELHOR PARA O COMBATE........4
Palavras aos militares da Unidade Nº 749 do Exército Popular da Coreia 5 de
junho de 1950.......................................................................................................4
SOBRE A TENSA SITUAÇÃO CRIADA EM NOSSO PAÍS
E AS TAREFAS IMEDIATAS DOS ORGANISMOS DO
INTERIOR..........................................................................11
Discurso proferido aos diretores dos departamentos do Interior de todas as
províncias 22 de junho de 1950..........................................................................11
ANIQUILEMOS OS AGRESSORES ARMADOS
MEDIANTE A CONTRAOFENSIVA DECISIVA............20
Discurso pronunciado na Reunião Extraordinária do Conselho de Ministros da
República Popular Democrática da Coreia 25 de junho de 1950.......................20
TODAS AS FORÇAS PARA A VITÓRIA NA GUERRA. .29
Discurso por radio dirigido a todo o povo coreano 25 de junho de 1950..........29
TAREFAS DOS PARTIDOS POLÍTICOS PARA LOGRAR
A VITÓRIA NA GUERRA DA LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA
.............................................................................................41
Discurso proferido na Conferência Conjunta dos Presidentes dos Comitês
Provinciais do Partido do Trabalho da Coreia, do Partido Democrático da
Coreia do Norte e do Partido Chondoista Chong-u da Coreia do Norte 25 de
junho de 1950.....................................................................................................41
RECHACEMOS RESOLUTAMENTE A INVASÃO
ARMADA DOS IMPERIALISTAS IANQUES..................53
Discurso por rádio a todo o povo coreano 8 de julho de 1950...........................53
ANIQUILEMOS OS INVASORES IMPERIALISTAS
IANQUES E LOGREMOS A TOTAL LIBERTAÇÃO DA
PÁTRIA...............................................................................59
Ordem Nº 82 do Comandante Supremo do Exército Popular da Coreia 15 de

1
agosto de 1950....................................................................................................59
POR OCASIÃO DO SEGUNDO ANIVERSÁRIO DA
FUNDAÇÃO DA REPÚBLICA POPULAR
DEMOCRÁTICA DA COREIA..........................................65
Discurso por radio a todo o povo coreano 9 de setembro de 1950.....................65
DEFENDEMOS COM NOSSO SANGUE CADA PALMO
DO SOLO PÁTRIO.............................................................83
Discurso por rádio a todo o povo coreano 11 de outubro de 1950.....................83
LUTEM MAIS AUDAZMENTE PELA VITÓRIA FINAL
NA GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA................95
Ordem Nº 0097 do Comandante Supremo do Exército Popular da Coreia 8 de
fevereiro de 1951................................................................................................95
SOBRE ALGUMAS TAREFAS DO EXÉRCITO
POPULAR PARA ALCANÇAR A VITÓRIA FINAL NA
GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA.....................107
Discurso no cursilho para os quadros de regimento do Exército Popular da
Coreia 7 de fevereiro de 1952..........................................................................107
SEM DÚVIDA ALGUMA, A VITÓRIA SERÁ NOSSA. .117
Informe no ato comemorativo do sétimo aniversário da libertação de 15 de
Agosto, realizado na cidade de Pyongyang 14 de agosto de 1952...................117
1. NOSSO ÊXITO NA GUERRA....................................................................118
2. POR QUE OS AGRESSORES ARMADOS IMPERIALISTAS
ESTADUNIDENSES ATRASAM AS NEGOCIAÇÕES DE ARMISTÍCIO?
..........................................................................................................................125
3. NOSSAS TAREFAS....................................................................................128
4. VENCEREMOS...........................................................................................130
REFORCEMOS O EXÉRCITO POPULAR....................127
Discurso em uma reunião de oficiais superiores do Exército Popular da Coreia
24 de dezembro de 1952...................................................................................127
1. A NATUREZA E O CARÁTER..................................................................127
DA GUERRA COREANA...............................................................................127

2
2. O CARÁTER DO EXÉRCITO POPULAR.................................................131
3. O CRESCIMENTO DO EXÉRCITO POPULAR DA COREIA NO CURSO
DA GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA E SUA SITUAÇÃO..........137
4. NOSSAS TAREFA IMEDIATAS...............................................................141
FELICITO-VOS POR OCASIÃO DA GRANDE VITÓRIA
NA GUERRA DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA..............144
Ordem Nº 470 do Comandante Supremo do Exército Popular da Coreia 27 de
julho de 1953....................................................................................................144
POR OCASIÃO DA CONCLUSÃO DO ACORDO DE
ARMISTÍCIO....................................................................168
Discurso por radio a todo o povo coreano 27 de julho de 1953.......................168
(1).....................................................................................................................168
(2).....................................................................................................................172
(3).....................................................................................................................175

3
PREPAREMO-NOS MELHOR
PARA O COMBATE

Palavras aos militares da Unidade Nº 749


do Exército Popular da Coreia
5 de junho de 1950

Vocês realizaram um grande trabalho em um curto espaço


de tempo. Mantiveram bem a unidade, fizeram uma perfeita
preparação para a mobilização e têm alto o moral. Tudo isso me
alegra e expresso meu agradecimento a todos os soldados da
unidade.
A situação atual do nosso país é muito tensa. Agora, os
agressores imperialistas ianques e a camarilha títere de Syngman
Rhee não apenas aceleram os preparativos para a guerra, como
também se deram mais abertamente às provocações militares contra
a parte Norte da Coreia. Atualmente, os inimigos fazem incursões
armadas quase que diárias nas regiões de Yangyang, do monte Song-
ak, e Ongjin. A cada vez, é claro, o inimigo é duramente punido e
rechaçado pelos valentes combatentes de nossa Guarnição e do
Exército Popular.
Contudo, não desistem de seus planos de agressão. Seguem
atuando descontroladamente, colocando a situação à beira da guerra,
concentrando grande quantidade de forças armadas agressivas nas
zonas limite da Linha de Demarcação do Paralelo 38. A julgar por
todos estes sintomas, os imperialistas dos EUA e a camarilha títere
de Syngman Rhee podem desencadear a qualquer momento uma
guerra de grande magnitude em nosso país.
Diante dessa tensa situação, as unidades do Exército
Popular têm a importante tarefa de aperfeiçoar a preparação
combativa para mobilizar-se a qualquer momento. Conforme exigido
pela situação prevalecente, vocês devem se manter, hoje mais do que
nunca, em estado de alerta, de mobilização, e redobrar os
preparativos de combate de sua unidade para fazer frente ao inimigo
4
assim que vier pra cima.
O mais importante para reforçar os preparativos de
combate da unidade é formar bem os militares no plano político e
ideológico. Há que intensificar a educação ideológica entre os
militares para que todos compreendam a fundo a justeza de nossa
causa revolucionária e tenham imutável confiança na vitória da
revolução, isto é, na inevitabilidade da derrota imperialista e de
nossa vitória. Além disso, há que educá-los para que sintam um
fervoroso amor pela pátria e pelo povo e não hesitem em arriscar a
vida em defesa da pátria contra a agressão do inimigo.
É necessário também intensificar os exercícios de combate.
Ultimamente, em algumas unidades, pode-se ver certo descuido
nestes exercícios; assim não poderão elevar sua capacidade
combativa nem se preparar adequadamente para o combate. Vocês,
aproveitando ao máximo o tempo, devem executar diligentemente os
exercícios. Na unidade, nunca se devem tolerar fenômenos como
dedicar poucas horas ao treinamento ou descuidá-lo.
Nos exercícios, devem prestar máxima atenção a estimular
os militares a manejar bem as armas e equipamentos técnicos de
combate e a adquirir boa pontaria. Em especial, os artilheiros tem
que se exercitar muito para manejar e disparar com destreza os
canhões. Para disparar bem o canhão ou o fuzil é preciso prática
frequente. Há que treinar, portanto, os militares no tiro,
intensificando os exercícios e efetuando com frequência o tiro real
em suas diversas modalidades, assim como exercitá-los muito no
lançamento de granadas de mão.
Fora isto, há que intensificar os exercícios de marcha. Os
soldados devem estar preparados para marchar em um ritmo
acelerado com 30 ou 40 kg de carga nas costas; além disso, ensinar-
lhes a golpear primeiro o inimigo e aniquilá-lo se colidirem com ele
no caminho.
É necessário praticar com frequência o ataque e a defesa em
regiões montanhosas, intensificar o treinamento em táticas de ataque
em áreas povoadas e o treinamento na travessia de rios usando
equipamento pessoal. É necessário efetuar com acerto os exercícios
de defesa antiaérea, também.
5
Em particular, é preciso realizar muitos exercícios para
forjar os soldados nas condições de campo. Há que fazer uma longa
marcha, com a cozinha de campo, acampar nas profundezas das
florestas das montanhas e preparar refeições ao ar livre. É
aconselhável que, após um dia de marcha, todos os militares tenham
a experiência de construir cabanas para acampar, montar tendas,
cavar poços para garantir água potável, assim como faziam os
guerrilheiros anti-japoneses em outros tempos. Através destes
exercícios, deve-se forjar a coragem nos militares e ensinar-lhes
muita coisa útil de combate real.
Reforçando os exercícios de combate e a formação
política, há que preparar todos os militares para que, além de
combater bravamente o inimigo a qualquer momento, sejam capazes
de cumprir as responsabilidades de um cargo mais alto. De maneira
que em emergência, todos os soldados e classes possam assumir e
desempenhar devidamente o cargo imediatamente superior, se assim
o Partido exigir. Em particular, as classes devem estar capacitadas
para desempenhar em qualquer momento a função de líder de
pelotão.
Da mesma forma, é preciso complementar os efetivos,
armas e equipamentos técnicos de combate da unidade de acordo
com o escalão e prover granadas de mão a todos os soldados. Devem
preparar todos os canhões de modo que estejam prontos para
disparar a qualquer momento e ter assegurados, dentro de alguns
dias, os projéteis de acordo com a norma de combate.
É necessário, também, preparar suficientes quantidades de
materiais de intendência. Há que preparar suprimentos e uniformes
para fornecer a tempo e também, na devida forma, cavalos e ração.
Deve-se ter suficientes meios de transporte e mantê-los em bom
estado para uso a qualquer momento.
Assim, devem completar os preparativos de combate para
que toda a unidade entre em ação prontamente assim que o inimigo
nos atacar. Se os imperialistas estadunidenses e seus lacaios se
atreverem a desencadear uma guerra de agressão contra a parte
Norte da Coreia, devemos imediatamente contra-atacar e desferir
golpes devastadores, expulsar esses imperialistas de nosso território
6
e reunificar a pátria.
Hoje, o Partido exige a todas as unidades do Exército
Popular que redobrem ainda mais os preparativos de combate para
enfrentar a situação cada dia mais tensa. Espero que informem da
situação prevalecente e transmitam esta exigência do Partido a todo
o pessoal da unidade.

7
SOBRE A TENSA SITUAÇÃO CRIADA EM
NOSSO PAÍS E AS TAREFAS IMEDIATAS
DOS ORGANISMOS DO INTERIOR

Discurso proferido aos diretores dos


departamentos do Interior de todas as províncias
22 de junho de 1950

Gostaria de referir-me a algumas tarefas que os


organismos do interior devem realizar com urgência frente à tensa
situação criada em nosso país.
A situação em nosso país chegou hoje a um estágio muito
grave devido à política de guerra e às provocações militares do
imperialismo estadunidense e da camarilha títere de Syngman Rhee.
Os imperialistas ianques há muito abrigam a sonho de
apoderar-se de toda a Coreia e usá-la como trampolim para a
agressão contra a Ásia. Para realizar essa ambição selvagem e
agressiva, estes imperialistas, aplicando uma política colonial
escravista, vêm acelerando, desde os primeiros dias de seu
desembarque no Sul, os preparativos para a agressão contra toda a
Coreia.
Os imperialistas ianques, em flagrante violação dos
compromissos internacionais com respeito ao problema coreano,
intencionalmente frustraram o trabalho da Comissão Conjunta
URSS-EUA e fabricaram um governo fantoche mediante eleições
separadas em 10 de maio na Coreia do Sul. Instigaram a camarilha
títere de Syngman Rhee a organizar o "Exército de Defesa
N acional" e a recrutar à força jovens e adultos para aumentar em
grande escala suas unidades, e introduziram armas de todo tipo na
Coreia do Sul para equipá-lo. Como se isto não bastasse, nas zonas-
limite com o Paralelo 38, construíram muitas instalações militares e
deslocaram grande quantidade de tropas. O inimigo avança como um
filhote de cachorro sem medo de um tigre, levando a situação à beira
da guerra. Atualmente, a camarilha títere de Syngman Rhee arma,
com mais histeria do que nunca, um escândalo com a "marcha ao

11
Norte”, falando presunçosamente: “tomaremos café da manhã em
Haeju, almoçaremos em Pyongyang e jantaremos em Sinuiju”, por
um lado, e por outro lado proclama a “lei marcial” em todo o
território Sul coreano e realiza, mais selvagemente do que nunca,
provocações armadas ao longo do Paralelo 38 e das costas Leste e
Oeste. Recentemente penetraram na região do condado de
Pyoksong, província de Hwanghae, incendiaram povoados,
sequestraram habitantes e até perpetraram, sem hesitar, a atrocidade
de canhonear as sedes do condado.
Num ambiente em que, dia após dia, não cessavam as
provocações armadas do inimigo contra a parte Norte da Coreia,
alguns maníacos de guerra do imperialismo ianque, encabeçados por
Dulles, chegaram à Coreia do Sul em uma "missão" e
inspecionaram, em 18 de junho, as zonas do Paralelo 38. Agora,
em nosso país, a situação chegou a tal extremo de gravidade que a
guerra pode estourar de um momento pra o outro por culpa dos
imperialistas ianques e da camarilha títere de Syngman Rhee.
O que fazer se esses canalhas provocarem insensatamente a
guerra contra a parte Norte da Coreia?
É óbvio que, até o momento, fizemos e continuaremos
fazendo sinceros esforços pela reunificação pacífica da pátria. No
entanto, se os imperialistas dos EUA e camarilha títere de Syngman
Rhee se atreverem a iniciar a guerra, não ficaremos de braços
cruzados, teremos que dar-lhes um duro contragolpe.
Se provocarem uma guerra, certamente sairemos vitoriosos.
Embora o inimigo se gabe agora de seu poderio, não é tão grande
quanto se acredita. O exército títere sul-coreano adoece de
vulnerabilidades mortais: foi recrutado à força, motivo pelo qual
seus soldados são frágeis, covardes e ideologicamente inferiores. Por
esta razão, não devemos temê-los mesmo que nos ataquem
violentamente. Mas isto não nos permite permanecer ociosos.
Frente a estas manobras provocadoras de guerra do inimigo,
os funcionários dos organismos do Interior devem aguçar mais a
vigilância revolucionária, vigiar atentamente suas maquinações e
aperfeiçoar os preparativos de guerra. Desta maneira, mesmo que se
desencadeie a guerra a qualquer momento, poderemos dar golpes
12
resolutos e oportunos e salvaguardar o nosso Partido, o Governo da
República, a vida e os bens do povo.
É preciso potenciar, antes de tudo, a luta contra os inimigos
de classe e os elementos contrarrevolucionários que estão contra o
nosso Partido, o Governo da República e o nosso povo.
Embora esta luta seja o trabalho cotidiano realizado pelos
funcionários dos organismos do Interior, deverão revigorá-la,
principalmente, à medida que a situação do país se torna mais tensa.
Em tempos normais, os inimigos de classe e os elementos
contrarrevolucionários manobram ocultos, mas uma vez
desencadeada a guerra, atuarão abertamente contra nosso Partido,
Governo da República e nosso povo. Então, poderão acarretar graves
consequências que serão difíceis de remediar. Os funcionários dos
organismos do Interior, cientes disso, precisam travar uma forte luta
contra eles para descobrir todos sem exceção. Agora, quando
prevalece uma tensa situação no país, os inimigos de classe e os
elementos contrarrevolucionários podem recorrer a vários métodos
malignos, como propagar rumores infundados, destinados a semear
o pânico da guerra entre os habitantes e gerar confusão em nosso
trabalho. Portanto, os funcionários dos organismos do Interior não
devem se mostrar indiferentes ante este tipo de rumores. Se
elevarem a vigilância e travarem uma determinada luta, apoiando-se
nas massas, poderão detectar até o último os inimigos de classe e os
elementos contrarrevolucionários entrincheirados em nossas fileiras,
por mais dissimuladas que sejam suas maquinações.
Deverão reforçar a guarda nas regiões próximas ao
Paralelo 38 e nas zonas costeiras.
Trata-se das zonas através das quais os imperialistas
estadunidenses e a camarilha títere de Syngman Rhee introduzem
atualmente muitos espiões na parte Norte da Coreia. Portanto,
montando uma boa guarda nessas zonas, poderemos capturar todos
os espiões que penetrem sem deixar escapar nem um. No passado, os
funcionários dos organismos do Interior apanharam em flagrante um
bom número de espiões que passavam por ali. No primeiro golpe,
demoliram, na província de Kangwon, a "unidade Horim", um grupo
de espiões armados do exército títere, mostrando nosso poder ao
13
inimigo, o que é um fato louvável. Mas não se contentem com estes
êxitos. O inimigo, que fracassou repetidamente nas ações de
infiltração de espiões, poderá recorrer a outros métodos nesse
sentido. Cabe aos funcionários dos organismos do Interior reforçar a
guarda nessas regiões e seguir estudando os métodos de infiltração
de espiões que os inimigos utilizam para, assim, apreender todos
eles, de onde vierem.
Há que prestar profunda atenção à guarda industrial.
Antes de estourar a guerra, o inimigo trata de destruir
nossas instalações industriais importantes pelas mãos de seus
espiões, elementos subversivos e sabotadores. Nesta situação, se
descuidarmos da guarda industrial, não poderemos protegê-las das
manobras subversivas destes canalhas e, consequentemente,
estaremos seriamente obstaculizados na reabilitação e
desenvolvimento da economia nacional e na preparação dos
fundamentos de uma economia nacional independente. Por esta
razão, os membros dos organismos do Interior deverão prestar
especial atenção à defesa de importantes instalações industriais.
Além disso, é preciso proteger devidamente as ferrovias.
Deve ser reforçada a guarda nas pontes metálicas, túneis e outros
pontos ferroviários importantes e deve-se preparar com antecedência
também os materiais de reserva para repará-los assim que forem
destruídos em casos de emergência. Assim, eliminarão os obstáculos
que possam afetar o tráfego normal de trens e o transporte de carga
em casos de emergências.
Para lutar com eficácia contra o inimigo de classe, os
elementos contrarrevolucionários, espiões, elementos subversivos e
sabotadores, é necessário conhecer nos menores detalhes a
composição dos habitantes. Somente assim podemos distinguir
corretamente o inimigo e impedir manobras de elementos hostis.
Portanto, os funcionários dos organismos do Interior devem
conhecer em detalhes a composição dos habitantes de suas
respectivas áreas.
Há que intensificar o trabalho do Corpo de Autodefesa. Há
que aumentar suas fileiras e reforçar a educação ideológica e o
treinamento militar entre seus membros para que eles mesmos
14
possam defender sua terra natal.
Uma das tarefas importantes que incumbe aos organismos
do Interior é proteger a propriedade do Estado e os bens e a vida do
povo. Para cumprir fielmente este dever, devem preservar
plenamente a ordem e a segurança social. Estabelecer uma perfeita
ordem social, vigiar e controlar rigorosamente todas as alterações
neste campo, assim como evitar as transgressões.
Uma importante tarefa que deve ser cumprida de imediato é
tomar precauções antiaéreas drásticas. Caso contrário, não
poderemos proteger os bens e a vida do povo dos ataques aéreos do
inimigo no tempo de emergência nem, no fim das contas, triunfar na
guerra. Portanto, tomar eficazes medidas antiaéreas constitui uma
das questões importantes que garantem o triunfo na guerra. Os
funcionários do Interior, a partir de agora mesmo, devem tomar
essas medidas. Repararão e consertarão brevemente os abrigos
antiaéreos existentes e construirão novos. Devem instalar um
sistema de sinais de alarme aéreo, divulgá-los ao povo e realizar
periodicamente alarmes aéreos. Somente intensificando estes
exercícios, poderemos elevar a vigilância da população e refugiá-la
de maneira rápida e organizada, em casos de emergência.
Há que redobrar os exercícios de extinção de incêndios e
manter também prontos as instalações e aparatos de extinção de
incêndios para que estejam à disposição a qualquer momento.
Devem preparar perfeitamente os meios de transporte para
colocá-los em ação a qualquer momento, se necessário. Todos os
Departamentos Provinciais do Interior devem registrar todos os
caminhões de suas respectivas províncias, organizar unidades de
transporte móvel e mantê-los alertas para que possam ser
mobilizados sem demora, se o Exército Popular exigir, em tempo de
emergência. Paralelamente a isto, há que abrir centros de ensino de
curta duração para formar motoristas em todas as províncias e
prepará-los em grande número.
Devem fortalecer as comunicações secretas e reajustar a
rede de comunicação telefônica. Estruturar bem as fileiras dos
mensageiros confidenciais e garantir a rapidez e exatidão nos
serviços de comunicações secretas. Além disso, devem conservar e
15
adequar devidamente os equipamentos de comunicação e criar sem
falta postos de comunicações em pontos importantes. Assim, entre
os organismos do Interior, desde as subestações até o Ministério, há
que assegurar com rapidez e exatidão as comunicações.
O segredo é como a vida. Quanto mais tensa se torna a
situação, mais importante é assegurar o segredo. Os funcionários do
Interior devem defender com suas próprias vidas os segredos.
É preciso formar um grande número de funcionários
de reserva do Interior e assegurar plenamente a pureza em suas
fileiras. A experiência nos ensina que um inimigo infiltrado em
nossas fileiras é mais perigoso do que cem inimigos fora delas.
Portanto, há que estruturar bem as fileiras dos funcionários do
Interior para que não possa se infiltrar nem um único elemento de
má fé.
Há que estruturar bem e ampliar as fileiras do corpo de
guarda e segurança que existem em todas as províncias e organizar
bem a guarda.
Em vista da situação prevalecente, é necessário
implementar um sistema de mobilização urgente dos funcionários do
Interior e abrigá-los coletivamente para mobilizá-los a qualquer
momento.
Acabo de destacar algumas questões que os funcionários do
Interior devem ter em mente em seu trabalho na atual situação. É
difícil, é claro, afirmar com exatidão quando estourará a guerra,
porque não somos nós que a provocaremos, mas os imperialistas
ianques e a camarilha títere de Syngman Rhee, maníacos da guerra.
No entanto, a julgar por todos os sintomas, acreditamos que o
inimigo a desencadeará em breve. Como a situação é muito crítica,
aconselho que voltem sem demora a seus postos e informem sobre
as tarefas que atribuímos aos comitês provinciais do Partido e
comecem a executá-las sem demora.

16
ANIQUILEMOS OS AGRESSORES ARMADOS
MEDIANTE A CONTRAOFENSIVA DECISIVA

Discurso pronunciado na Reunião Extraordinária


do Conselho de Ministros da República
Popular Democrática da Coreia
25 de junho de 1950

Camaradas:
O exército títere da camarilha traidora e vende-pátria de
Syngman Rhee lançou na madrugada de hoje uma agressão armada
surpresa contra a parte Norte da Coreia, ao longo do Paralelo 38.
Em seu desejo de impedir a expansão da guerra, o Governo
da República exigiu que os inimigos cessassem imediatamente a
insensata agressão armada e afirmou que, se continuassem esta ação
aventureira, seria totalmente deles a responsabilidade pelas
consequências. Apesar disto, os arrogantes inimigos expandem as
chamas da guerra. Já avançaram um ou dois quilômetros em direção
ao Norte do Paralelo 38 e estão tentando conquistar a parte Norte da
Coreia em um 1 golpe, através da aventureira "guerra relâmpago".
Agora, na zona do Paralelo 38, a corajosa Guarnição da
nossa República está travando uma intensa batalha para frustrar a
agressão inimiga.
Manipulada diretamente pelos imperialistas ianques, a
camarilha títere de Syngman Rhee há muito se preparava para
agredir a parte Norte da Coreia.
Desde 1946, a camarilha títere de Syngman Rhee prepara as
tropas agressoras destinadas a atacar a parte Norte da Coreia,
recrutando coercivamente jovens e adultos da Coreia do Sul; no ano
passado, criou a "lei de serviço militar", a fim de aumentar em
grande escala o número de efetivos do exército fantoche. A
camarilha traidora de Syngman Rhee introduziu uma grande
quantidade de armas e materiais técnicos de combate dos Estados
Unidos mas, sentindo que isso não era suficiente, fez, há pouco, um
acordo comercial com os militaristas japoneses e importou muitos
equipamentos militares do Japão, a fim de fortalecer o armamento
do exército títere.
A camarilha de Syngman Rhee, por um lado, aumentou em
grande escala as forças armadas fantoches e, por outro, construiu
posições de ataque, concentrou numerosos efetivos nas zonas
próximas ao Paralelo 38 e realizou frequentes provocações armadas
contra a parte Norte da Coreia.
Tropas da camarilha de Syngman Rhee cruzaram a linha
demarcatória nas regiões de Pyoksong e Yonbaek da península
Ongjin em 1947, assassinaram crianças e idosos inocentes,
queimaram casas da população, saquearam propriedades e
cometeram outros atos delinquentes. Em 1948, ativaram as
agressões militares contra a parte Norte da Coreia e realizaram sem
pausa provocações armadas nas regiões do monte Chiak, na
província de Hwanghae, e da colina Kosan, na província de
Kangwon. Como consequência, nestas zonas houveram, quase que
diariamente, conflitos entre nossas forças e as do inimigo. Desde o
início de 1949, os inimigos passaram à etapa de fazer mais
descaradas as ações provocativas de guerra. Perpetraram a invasão
armada em larga escala da colina Kuksa e do monte Kachi na
península Ongjin, do monte Song-ak, ao sul de Kumchon, o monte
Unpha, na província de Hwanghae, a região de Yangyang, na
província de Kangwon e outras áreas próximas ao Paralelo 38.
Particularmente, com o objetivo de causar confusão em nossas
fileiras e massas e abrir caminho para a agressão das principais
tropas do exército fantoche, em reiteradas ocasiões penetraram na
parte Norte da Coreia a "unidade Horim" e outras brigadas de
choque para a "marcha ao Norte". De fato, a camarilha de Syngman
Rhee fez esforços frenéticos para destruir as realizações de nossa
revolução e conquistar a parte Norte da Coreia.
Antes de empreender a "expedição ao Norte", para dar
"segurança" à sua retaguarda, a camarilha de Syngman Rhee,
seguindo as ordens dos imperialistas ianques para acabar com as
forças patrióticas e democráticas e com as guerrilhas da Coreia do
Sul, proibiu todos os partidos políticos e organizações sociais
democráticas, assim como deteve, prendeu e assassinou
aleatoriamente patriotas, progressistas e democratas, praticando
várias operações "punitivas" de grande magnitude contra as
guerrilhas na Coreia do Sul. Além disso, a camarilha fantoche de
Syngman Rhee recorreu a viciosas maquinações para destruir nossas
fábricas de equipamentos militares, ferrovias, pontes e
comunicações, infiltrando em grande escala espiões, sabotadores e
elementos subversivos na parte Norte da Coreia.
O Governo da República fez tudo o que estava ao seu
alcance para impedir o fratricídio e reunificar a pátria por via
pacífica. Sua posição invariável é resolver o problema coreano não
mediante guerra, mas pelas próprias forças da nação coreana e por
via pacífica.
O Governo da República reiterou as orientações mais
realistas e razoáveis para a reunificação pacífica da pátria. Em junho
deste ano, através da Frente Democrática para a Reunificação da
Pátria, propôs fundar um órgão legislativo supremo unido,
realizando eleições gerais no Norte e no Sul de acordo com
princípios democráticos, por ocasião do 5º aniversário da libertação
de 15 de Agosto, e, posteriormente, o Presidium da Assembleia
Popular Suprema da República Popular Democrática da Coreia
propôs ao "parlamento" sul-coreano materializar a reunificação
pacífica da pátria fundindo em um único órgão legislativo para toda
a Coreia a Assembleia e este "parlamento". Todas as propostas do
Governo da República, destinadas a evitar uma guerra fratricida e
uma catástrofe sangrenta, para reunificar a pátria pacificamente, têm
unânime apoio de todo o povo coreano, assim como dos povos
progressistas de todo o mundo.
No entanto, a camarilha títere de Syngman Rhee não
aceitou nenhuma das propostas justas e razoáveis para a reunificação
pacífica da pátria propostas pelo Governo da República, e,
finalmente, provocou uma guerra fratricida criminosa preparada
durante muito tempo.
Um grande perigo para a nossa pátria e povo foi criado
graças à invasão armada da camarilha títere, traidora e vende-pátria
de Syngman Rhee. Agora, o povo coreano tem diante de si uma
séria alternativa: tornar-se escravo colonial dos imperialistas
novamente ou permanecer livre como povo de um Estado soberano e
independente. Agora que a camarilha títere de Syngman Rhee
desencadeou uma guerra fratricida, não podemos ficar de braços
cruzados. Neste momento tão crítico, se hesitarmos em lutar, nosso
povo não poderá evitar novamente o destino de apátrida. Teremos
que lutar resolutamente contra os inimigos, a fim de salvaguardar a
independência da pátria, a liberdade e a honra da nação, assim como
responder com a justa guerra libertadora à bárbara guerra agressiva
do inimigo.
O Exército Popular deve frustrar a agressão inimiga e dar
inicio de imediato ao contra-ataque decisivo para acabar com os
agressores armados.
Deter a inesperada ofensiva inimiga e passar à
contraofensiva não é, obviamente, uma tarefa fácil. Do ponto de
vista da ciência militar, fazer fracassar o ataque inimigo e passar
para o contra-ataque só é possível quando se possuem forças
preparadas, várias vezes mais poderosas que as inimigas de
ataque. As forças do Exército Popular e da Guarnição, deslocadas
agora nas zonas da linha do Paralelo 38, não passam de pequenas
forças defensivas. Em particular, nosso Exército Popular foi criado
há dois anos, como força regular, e não tem experiência na guerra
moderna. Nestas condições, frustrar a ofensiva surpresa do inimigo e
passar à contra-ofensiva é um trabalho difícil. Mas podemos e
devemos fazê-lo.
A guerra que travamos contra a agressão da camarilha
vende-pátria de Syngman Rhee é uma guerra justa encaminhada a
defender a liberdade, a independência e a democracia da pátria. A
história demonstra que o povo alçado a uma guerra justa, com toda
segurança, triunfa. Nosso povo não quer ser escravo colonial do
imperialismo novamente ou render a ninguém as liberdades e os
direitos democráticos alcançados. Todo o povo coreano se levantará
com armas na mão como um só homem para a guerra justa, para
defender a independência, a liberdade e a democracia da pátria.
O Exército Popular é numericamente menor que o do
inimigo, mas é incomparavelmente mais poderoso em capacidade
combativa. É uma autêntica força armada do povo coreano,
composta pelos melhores filhos e filhas dos trabalhadores,
camponeses e outros setores do povo trabalhador. O Exército
Popular está firmemente preparado no campo técnico-militar e
dotado de armamento moderno. Em seu seio predominam a
camaradagem e a disciplina consciente e todos os militares possuem
alta determinação política e ideológica para servir abnegadamente à
pátria e ao povo. O Exército Popular, graças a esta superioridade,
certamente é capaz de derrotar o exército fantoche de Syngman
Rhee.
Estamos em condições e temos a possibilidade de ampliar
em um breve período de tempo as fileiras do Exército Popular.
Formamos segundo o princípio de exército de elite seus oficiais e
soldados, graças ao qual, tomando-os como estrutura, podemos
organizar muitas outras divisões em tempo reduzido.
Contamos com uma firme retaguarda, garantia de vitória na
guerra. Todo o povo coreano está firmemente unido na Frente
Democrática para a Reunificação da Pátria e o Governo da
República, como o genuíno Estado democrático, guia as massas
populares à vitória. Nosso povo unido deu provas claras de seu
poder na construção da pátria democrática após a libertação, e nesta
guerra ajudará intensamente a frente com todas as suas forças
unidas. Também temos uma firme base econômica, capaz de
produzir e fornecer satisfatoriamente os materiais demandados pela
frente.
A situação internacional também se desenvolve a nosso
favor. Após a Segunda Guerra Mundial, as forças reacionárias
internacionais ficaram consideravelmente debilitadas, enquanto que as
democráticas cresceram e se fortaleceram rapidamente. Em
particular, o triunfo da revolução chinesa no ano passado imprimiu
uma grande mudança na correlação de forças políticas mundiais.
Graças a este triunfo, as forças democráticas internacionais foram
consolidadas ainda mais, enquanto as forças reacionárias foram em
grande medida enfraquecidas. A vitória da revolução chinesa causou
também um contundente golpe na camarilha fantoche de Syngman
Rhee. Agora, a corja de Chiang Kai-shek não está em condições de
ajudar a camarilha de Syngman Rhee. Nós, por outro lado, gozamos
de apoio e ajuda ativos dos povos da União Soviética, China e de
muitos outros países.
Enquanto existam o nosso Partido, o poder da República, o
poderoso Exército Popular e a firme retaguarda, assim como
contarmos com a ajuda e o apoio internacional, seguramente
sairemos vitoriosos. Todo o povo, oficiais e soldados do Exército
Popular se levantarão como um só homem para a grande guerra
sagrada para aniquilar os inimigos com firme confiança na vitória.
O Ministério da Defesa Nacional deve enviar
imediatamente à frente as unidades do Exército Popular para
reforçar as forças contraofensivas e aumentar o impulso de seu
avanço. Os oficiais e soldados do Exército Popular devem
demonstrar sem reservas bravura incomparável e heroísmo massivo
no combate, consagrando tudo de si à feroz batalha.
Os organismos do Partido, do Estado e da economia devem
reorganizar toda a sua atividade adaptando-a às condições da guerra
e mobilizar todas as forças para a vitória nela.
O Comitê de Planejamento do Estado deve coordenar o
plano da economia nacional deste ano conforme as circunstâncias da
guerra e reduzir ao mínimo a construção básica, para que todos os
setores da economia nacional concentrem suas forças para atender às
demandas materiais da frente.
Os ministérios devem tomar medidas para o suporte
material ao Exército Popular. O Ministério da Indústria deve
produzir e fornecer em grande escala os materiais de guerra; o
Ministério da Agricultura e Silvicultura deve prover a frente de
cereais e alimentos complementares na quantidade necessária; o
Ministério do Transporte deve fornecer a tempo os materiais de
guerra e de intendência; o Ministério das Comunicações deve
assegurar rápida e precisamente a transmissão entre a frente e a
retaguarda; e o da Saúde Pública, assegurar excelentemente o
abastecimento de medicamentos e a assistência aos soldados
feridos. Igualmente, todos os ministérios devem lutar intensamente
para cumprir o Plano Bienal da Economia Nacional ao ritmo do
avanço vitorioso do Exército Popular.
Toda a população deve se empenhar em cumprir
excelentemente as tarefas assumidas, mantendo-se em estado de
mobilização, mais alerta do que nunca. Operários, técnicos e
funcionários devem travar uma vigorosa luta para aumentar a
produção de guerra, com grande entusiasmo e iniciativa criativa; e os
camponeses, por sua vez, esforçarem-se energeticamente para
produzir arroz, ainda que seja um grão a mais.
É preciso manter rigorosamente a ordem pública. Todos os
organismos devem estabelecer uma estrita ordem laboral e preservá-
la firmemente; os órgãos do Poder popular e os organismos do
Interior devem estar plenamente preparados para enfrentar os
ataques aéreos do inimigo, de modo que, caso aconteça, a população
possa ser encaminhada aos abrigos ordenadamente.
É possível que espiões do inimigo, elementos subversivos e
sabotadores atuem freneticamente com o objetivo de perturbar nossa
retaguarda e roubar nossos segredos. Todo o povo, mantendo forte
vigilância revolucionária, deve travar uma intensa luta contra eles,
contra os estranhos de má fé e descobri-los até o último. Todas as
fábricas e empresas devem organizar seu próprio corpo de
autodefesa para proteger suas instalações industriais em vez de se
apoiar totalmente nas guardas industriais, enquanto os organismos
do Interior devem redobrar a guarda em pontos chave da ferrovia e
nas pontes.
Todo o povo deve reforçar o suporte ao Exército Popular e
à Guarnição e seguir engrossando as fileiras do Exército Popular
constantemente. Para os jovens de sangue ardente, o motivo de
maior honra é lutar, incorporados ao Exército Popular, contra os
inimigos arriscando suas vidas neste tempo solene em que se decide
o destino do país, da nação. Os jovens ingressarão entusiasticamente
no Exército Popular pelo bem da Pátria e do povo.
Pode ser que, a partir de agora, no decorrer da guerra,
tropecemos com muitas dificuldades. Teremos que superar
bravamente todas as dificuldades que surgirem e, necessariamente,
conquistar a vitória final na guerra.
TODAS AS FORÇAS PARA
A VITÓRIA NA GUERRA

Discurso por radio dirigido a todo o povo coreano


25 de junho de 1950

Queridos compatriotas;
Amados irmãos e irmãs;
Oficiais, classes e soldados de nosso Exército Popular;
Guerrilheiros que operam na parte Sul da Coreia:
Em nome do Governo da República Popular Democrática
da Coreia, dirijo-me a vocês com o seguinte apelo:
O exército do governo títere do traidor Syngman Rhee
iniciou, no dia 25 de junho, uma ofensiva total contra as áreas da
parte Norte da Coreia, ao longo do Paralelo 38. A valente Guarnição
da República, travando ferozes batalhas contra a invasão do inimigo,
impediu seu avanço.
O Governo da República Popular Democrática da Coreia,
tendo discutido a situação criada, ordenou que nosso Exército
Popular iniciasse um decisivo contra-ataque e varresse as forças
armadas do inimigo. Cumprindo as ordens do Governo da
República, o Exército Popular repeliu o inimigo das áreas ao Norte
do Paralelo 38, e avançou de 10 a 15 quilômetros ao Sul. Já libertou
um número de cidades, como Ongjin, Yonan, Kaesong, Paechon e
muitos vilarejos.
A camarilha traidora de Syngman Rhee desencadeou uma
guerra fratricida e antipopular, apesar de todo o povo patriótico da
nossa nação estar fazendo os máximos esforços para reunificar a
pátria por via pacífica.
Como se sabe, a camarilha de Syngman Rhee, que se opõe
à reunifica pacífica da pátria a todo custo, há muito se preparava
para a guerra civil. Alucinadamente, aumentou seus armamentos às
custas do suor e do sangue da população sul-coreana e fez frenéticos
esforços para preparar sua retaguarda. Recorrendo a um despotismo
terrorista sem igual, proibiu todos os partidos políticos e
organizações sociais democráticos da Coreia do Sul; deteve,
encarcerou e assassinou personalidades patriotas e progressistas,
reprimiu impiedosamente até as menores manifestações de
descontentamento com seu regime reacionário. Centenas de milhares
dos melhores filhos e filhas do nosso povo, que lutaram pela
independência, liberdade e democracia da pátria, foram encarcerados
e massacrados pelo inimigo.
A fim de encobrir suas maquinações para iniciar a guerra
civil, a camarilha de Syngman Rhee provocou incessantes conflitos
no Paralelo 38, mantendo nosso povo permanentemente preocupado,
e tentou colocar a responsabilidade por esses conflitos provocadores
na República Popular Democrática da Coreia. Durante a preparação
da chamada "expedição ao Norte", seguindo instruções dos
imperialistas dos EUA, não hesitou em agir em conluio com os
militaristas japoneses, inimigos jurados do povo coreano.
A camarilha traidora de Syngman Rhee vendeu a parte Sul
da nossa pátria aos imperialistas dos EUA, como colônia e base
militar estratégica, e sujeitou sua economia ao domínio dos
monopolistas ianques.
Os imperialistas estadunidenses se apoderaram das
principais artérias econômicas da parte Sul e deslocaram
completamente a economia nacional. Roubam arroz, tungstênio,
grafite e muitos outros recursos naturais de vital necessidade para
o nosso país. Os pequenos e médios empresários e comerciantes da
Coreia do Sul, sob a pressão do capital dos EUA, não puderam
evitar a falência. Na parte Sul de nossa pátria, a maioria das fábricas
e oficinas estão fechadas; o número de desempregados sobe para
vários milhões; os camponeses ainda não possuem terra e a
agricultura decai de ano em ano. A população da Coreia do Sul está
na pobreza e definhando de fome.
Queridos compatriotas:
O governo da República Popular Democrática da Coreia,
juntamente com todos os partidos políticos e organizações sociais de
caráter patriótico e democrático, e todo o povo do nosso país,
fizeram o quanto foi possível para evitar uma guerra fratricida e o
catastrófico derramamento de sangue, para reunificar nossa pátria
por via pacífica. A primeira tentativa para alcançar tal reunificação
foi feita já em abril de 1948, na Conferência Conjunta de
Representantes de Partidos Políticos e Organizações Sociais da
Coreia do Norte e do Sul.
No entanto, a camarilha traiçoeira de Syngman Rhee
frustrou esta tentativa e, seguindo instruções dos imperialistas
ianques e da chamada "Comissão Provisória da ONU para a
Coreia", instrumento de agressão a seu serviço, efetuou eleições
separadas na Coreia do Sul em 10 de Maio de 1948 e intensificou os
preparativos para o ataque armado contra a parte Norte da nossa
pátria.
Com o objetivo de alcançar a reunificação pacífica da pátria
e sua completa independência, os 72 partidos políticos e
organizações sociais de caráter patriótico da Coreia do Norte e do
Sul, afiliados à Frente Democrática pela Reunificação da Pátria,
fizeram uma proposta em junho do ano passado para reunificar por
via pacifica o nosso país, mediante a efetuação de eleições gerais.
Todo o povo coreano apoiou entusiasticamente esta proposição, mas
a traiçoeira camarilha de Syngman Rhee se opôs também a ela.
Em 7 de junho de 1950, a Frente Democrática para a Reunificação
da Pátria, expressando o desejo de todo o povo, reiterou mais
uma vez sua proposta de acelerar a reunificação pacífica da pátria.
Mas novamente, a gangue traidora de Syngman Rhee frustrou sua
realização declarando, em tom de ameaça, que qualquer um que a
apoiasse seria considerado renegado.
Em 19 de junho de 1950, o Presidium da Assembleia
Popular Suprema da República Popular Democrática da Coreia,
manifestando a firme vontade de reunificação, independência e
desenvolvimento democrático da pátria, e de acordo com o desejo
dos partidos políticos e organizações sociais democráticos, propôs
realizar a reunificação pacífica da pátria através da união desta
Assembleia com o "parlamento" sul-coreano em um único órgão
legislativo para toda a Coreia.
A este unânime desejo de todo o povo coreano de reunificar
pacificamente a pátria, e à nossa justa e sincera proposta, a
camarilha traidora de Syngman Rhee respondeu provocando a guerra
civil.
Qual é o objetivo desta camarilha com essa guerra
fratricida?
Busca estender, por meio dela, o regime reacionário e
antipopular da parte Sul à parte Norte da Coreia, para tirar do nosso
povo as conquistas das reformas democráticas.
A gangue reacionária de Syngman Rhee quer tirar a terra
dos camponeses da parte Norte da Coreia — que se tornaram seus
mestres, como resultado da reforma agrária realizada sobre o
princípio do confisco sem indenização e a distribuição gratuita da
terra — e devolvê-la aos senhores e privar a população da parte
Norte de todas as liberdades e direitos democráticos que obteve. A
camarilha traidora de Syngman Rhee quer fazer da nossa pátria uma
colônia do imperialismo ianque, e de todo o povo coreano, seu
escravo.
Queridos irmãos e irmãs:
Um grande perigo ameaça nossa pátria e nosso povo.
Nesta guerra contra a camarilha de Syngman Rhee, o povo
coreano deve defender com sua vida a República Popular
Democrática da Coreia e sua Constituição, libertar a parte Sul da
nossa pátria do domínio reacionário da referida camarilha,
derrubando o poder vende-pátria e fantoche estabelecido ali,
restaurar os comitês populares, genuíno poder do povo, e lograr a
causa da reunificação da pátria sob a bandeira da República Popular
Democrática da Coreia.
A guerra que estamos travando contra o fratricídio
desencadeado pela camarilha de Syngman Rhee é uma guerra justa
pela reunificação e a independência da pátria e pela liberdade e
democracia.
Todo o povo coreano, se não quiser ser escravo dos
imperialistas estrangeiros de novo, deve se alçar a uma luta de
salvação nacional para derrubar o "poder" vende-pátria de Syngman
Rhee e suas forças armadas. Devemos alcançar sem falta a vitória
final fazendo todos os sacrifícios.
Todo o povo coreano deve sempre observar com a maior
atenção e aumentar a vigilância diante de cada um dos movimentos
dos imperialistas estadunidenses, que se escondem atrás da
camarilha traidora de Syngman Rhee.
Nosso Exército Popular deve exibir valentia e abnegação na
justa luta para defender as conquistas das reformas democráticas na
parte Norte da Coreia, libertar os compatriotas da parte Sul do
domínio reacionário, e reunificar a pátria sob a bandeira da
República Popular.
Os oficiais, classes e soldados do Exército Popular
emergiram do povo. O Exército Popular é a genuína força armada do
povo coreano, formada por seus melhores filhos e filhas. Foi
educado e formado no espírito de amor à pátria e ao povo; está
equipado com armas modernas de grande eficiência e armado com o
elevado espírito patriótico de combater até a morte pelos interesses
da pátria e do povo. Todos os oficiais e soldados do Exército
Popular devem lutar até a última gota de sangue pela pátria e o povo.
A população da parte Norte da Coreia deve reorganizar
todo o seu trabalho adaptando-o ao período de guerra e colocar em
ação todas as forças para a vitória na guerra, a fim de exterminar o
inimigo o mais rápido possível. Há que organizar a ajuda de todo o
povo ao Exército Popular, reforçá-lo continuamente, transportar com
rapidez todos os artigos de primeira necessidade e os materiais
bélicos para a frente, e organizar o trabalho de auxílio afetuoso e
generoso aos soldados feridos.
Com o objetivo de assegurar a vitória na frente, a
retaguarda do Exército Popular deve ser consolidada como uma
fortaleza inexpugnável.
Há que travar na retaguarda uma luta implacável contra os
desertores e os espalhadores de boatos e organizar habilmente o
trabalho de descobrir e liquidar espiões e elementos subversivos. O
inimigo é astuto e sinistro; portanto, fará todo o possível para
difundir falsos rumores. O povo não pode se deixar enganar por tal
demagogia do inimigo, e os órgãos de poder da República devem
punir impiedosamente os traidores que os ajudem.
Os operários, técnicos e trabalhadores de escritório na parte
Norte da Coreia devem defender as fábricas, as oficinas, os serviços
de transporte e comunicações frente aos ataques do inimigo,
executar fielmente os planos de produção e todas as demais tarefas
que lhes foram atribuídas e atender com prontidão às necessidades
da frente.
Os camponeses na parte Norte da Coreia devem aumentar
a produção agrícola a fim de abastecer suficientemente o Exército
Popular com os alimentos que precisa e ajudar-lhe por todos os
meios para assegurar a vitória na guerra.
Os guerrilheiros e guerrilheiras na parte Sul da Coreia
devem travar sua luta mais energética e audazmente, criar e expandir
zonas libertadas incorporando as grandes massas do povo à
guerrilha. Devem atacar e destruir o inimigo em sua linha de trás;
assaltar seus quartéis, cortar e destruir ferrovias, rodovias, pontes,
linhas telegráficas e telefônicas, etc; interromper por todos os meios
possíveis as comunicações entre a frente e a retaguarda do inimigo, e
em todas as partes, liquidar os traidores, restaurar os comitês
populares, órgãos do poder do povo, e cooperar ativamente com o
Exército Popular em suas operações.
Os compatriotas na parte Sul da Coreia devem desobedecer
às ordens e instruções do governo títere de Syngman Rhee, boicotar
sua execução e semear a confusão na organização da retaguarda
inimiga.
Os trabalhadores da parte Sul devem organizar greve em
todas as partes, protestar, defender as fábricas, oficinas, minas,
ferrovias e outros locais de trabalho, para que não sejam destruídas
pelo inimigo em fuga, e prestar ativa ajuda ao Exército Popular a fim
de assegurar o triunfo na guerra.
Os camponeses na parte Sul não devem dar alimentos ao
inimigo; devem recolher bem as colheitas do ano, participar
ativamente do movimento guerrilheiro e não poupar esforços em
fornecer todo tipo de cooperação e ajuda ao Exército Popular.
Os empresários e os comerciantes de médio e pequeno
porte na parte Sul devem cooperar na luta para salvar a economia
nacional do nosso país da subordinação ao capital monopolista dos
EUA, opondo-se ao "poder" de Syngman Rhee, e ajudando o
Exército Popular.
Os expoentes da cultura e intelectuais na parte Sul devem
colaborar ativamente na guerra contra a camarilha traidora de
Syngman Rhee pela reunificação e liberdade da pátria, para criar as
condições para o desenvolvimento da cultura nacional. Devem expôr
plenamente entre as massas populares os crimes da camarilha de
Syngman Rhee e cumprir seu papel de agitadores na organização
dos levantes de massas.
Oficiais e soldados do "exército de defesa nacional" do
governo títere da Coreia do Sul:
Seu inimigo não é outro senão a camarilha traidora de
Syngman Rhee. Pelos interesses da pátria e do povo, devem voltar
suas armas contra ela, aproveitando todas as oportunidades para
fazê-lo.
Devem ir para o lado do Exército Popular e dos
guerrilheiros e colaborar na luta de todo o povo pela reunificação e
liberdade da pátria. Devem ocupar um lugar honroso nas fileiras dos
combatentes pela liberdade e independência da pátria, rebelando-se
contra o inimigo do nosso povo.
Queridos compatriotas, irmãos e irmãs:
Chamo a todo o povo coreano para se unir mais
estreitamente em torno do Governo da República Popular
Democrática da Coreia para derrotar e varrer o mais rápido possível
as forças armadas e o regime policial da corja traidora de Syngman
Rhee.
A história da humanidade ensina que um povo que se
levanta resolutamente para lutar por sua liberdade e independência
sai sempre vitorioso. Nossa luta é justa. Com toda certeza, a vitória
será do nosso povo. Estou seguro de que nossa justa luta pela pátria
e pelo povo será certamente coroada com o triunfo.
É chegada a hora de reunificar nossa pátria. Avancemos
com valentia confiando firmemente na vitória.
Todas as forças para ajudar nosso Exército Popular e a
frente!
Concentrai todos os esforços em derrotar e varrer o
inimigo!
Viva o povo coreano, que se levantou inteiro em uma justa
guerra!
Viva a República Popular Democrática da Coreia!
Avancemos à vitória!
TAREFAS DOS PARTIDOS POLÍTICOS PARA
LOGRAR A VITÓRIA NA GUERRA DA
LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA

Discurso proferido na Conferência Conjunta dos Presidentes dos


Comitês Provinciais do Partido do Trabalho da Coreia, do Partido
Democrático da Coreia do Norte e do Partido Chondoista Chong-u da
Coreia do Norte
25 de junho de 1950

Camaradas:
Atualmente, a situação na frente é muito favorável. As
unidades do Exército Popular, em seu contínuo e valente avanço,
aniquilam os inimigos em fuga e libertam muitas cidades e vilas na
parte Sul. Amanhã, provavelmente libertarão Seul.
Desde o início, o Governo da nossa República não quis se
envolver em um sangrento conflito fratricida. Em repetidas ocasiões,
apresentou ao lado sul-coreano várias e razoáveis propostas
destinadas à reunificar a pátria por via pacífica, e fez esforços
sinceros para realizá-las.
No entanto, a traiçoeira camarilha de Syngman Rhee não
aceitou nenhuma dessas propostas do Governo da República. Em 19
de junho, o Presidium da Assembleia Popular Suprema da República
Popular Democrática da Coreia, fazendo uma grande concessão,
propôs realizar a reunificação pacífica da pátria mediante a reunião
da referida Assembleia e do "parlamento" da Coreia do Sul em um
único órgão legislativo para toda a Coreia, mas descartou até esta
proposta, e provocou guerra.
É clara a razão pela qual a camarilha de Syngman Rhee se
opõe obstinadamente às razoáveis proposições do governo da
República para a reunificação pacífica da pátria: vai de encontro à
sua conspiração de transformar em colônia do imperialismo
estadunidense não apenas a parte Sul, mas também o Norte da
Coreia.
A camarilha de Syngman Rhee é um bando de marionetes
criadas pelos imperialistas ianques para executar suas ambições
agressivas contra a Coreia. É mais do que óbvio que não aceitariam
nossas propostas para a reunificação pacífica da pátria, que refletem
os interesses e o desejo de todo o povo coreano.
A camarilha títere de Syngman Rhee, manipulada e
instigada pelos imperialistas ianques, opôs-se à reunificação pacífica
da pátria e atuou perfidamente para transformá-la em colônia.
Assassinou indiscriminadamente os patriotas que lutavam pela
justiça e pela democracia na Coreia do Sul, destruiu a economia
nacional introduzindo bens excedentes dos EUA, e exterminou a
cultura nacional importando a decadente "cultura ianque". E, em
fim, vendeu a Coreia do Sul como colônia do imperialismo ianque.
A firme unidade das forças democráticas e o cada dia
crescente poderio da base econômica e as forças militares na parte
Norte da Coreia constituem por si um contundente golpe à camarilha
títere de Syngman Rhee, que tenta vender toda a Coreia para os
imperialistas ianques. Por isso, durante muito tempo preparou a
guerra, para empreender a qualquer custo a "expedição ao Norte"
antes que este fortalecesse ainda mais seu poderio político,
econômico e militar, e vendê-lo como colônia ao imperialismo dos
EUA. Recrutou à força jovens e homens de meia idade para
aumentar seu efetivo, armou o exército títere com armas modernas,
e construiu em grande escala posições na zona do Paralelo 38. A
fim de garantir a "segurança" da retaguarda antes de iniciar a
"expedição ao Norte", proibiu as atividades de partidos políticos e
organizações sociais progressistas e perpetrou uma vasta operação
"punitiva" contra as guerrilhas na Coreia do Sul. Para decompor a
parte Norte da Coreia a partir de dentro, infiltrou espiões, elementos
subversivos e sabotadores, e no verão do ano passado, lançou
também a "unidade Horim" do exército fantoche. Mas esta unidade,
introduzida na região da província de Kangwon, foi completamente
derrotada graças à corajosa luta do nosso povo e da Guarnição.
Enquanto preparava a "expedição ao Norte", a camarilha
títere de Syngman Rhee se gabava dizendo que no mesmo dia de seu
início "tomaria café da manhã em Haeju, almoçaria em Pyongyang e
jantaria em Sinuiju".
Desde o início deste ano, realizou mais intensamente os
preparativos para a "expedição ao Norte". Em fevereiro, Syngman
Rhee esteve em Tóquio, onde assinou um acordo com MacArthur a
respeito da "expedição do Norte" e estruturou um plano para reforçar
em grande escala as forças armadas do exército títere na zona do
Paralelo 38 e empreender a "expedição ao Norte" antes do mês de
julho. No "ato de formação do corpo juvenil", um oficial de alta
patente do exército títere sul-coreano disse que em junho ou julho do
mesmo ano desapareceria a linha do Paralelo 38.
Não fomos meros espectadores da intensa preparação de
guerra da camarilha títere de Syngman Rhee. Observamos
seriamente cada um de seus movimentos e fizemos os preparativos
necessários para enfrentar a guerra. Por isso, fomos capazes de
frustrar imediatamente sua agressão surpresa e passar para o contra-
ataque.
A guerra que travamos contra a camarilha títere de
Syngman Rhee é uma guerra justa de todo o povo pela reunificação
e a independência da pátria, pela liberdade e a democracia.
Nesta oportunidade, devemos libertar a população sul-coreana, que
sofre com o domínio reacionário do imperialismo ianque e seus
lacaios, a camarilha títere de Syngman Rhee, e cumprir a missão de
reunificar da pátria sob a bandeira da República.
Não há dúvidas de que venceremos na guerra. Dizem que
Syngman Rhee já fugiu de Seul.
Mas, para nós, o avanço ininterrupto do Exército Popular ao
Sul e a fuga de Syngman Rhee não devem ser motivo para
comemorar e perder tempo em festas, pensando que tudo correrá
bem e tranquilamente. De maneira alguma devemos nos vangloriar
da vitória. É provável que a camarilha títere de Syngman Rhee tente
alguma última artimanha. Além disso, devemos ter em mente que
por trás dela estão os agressores imperialistas ianques e os
militaristas japoneses coligados. A fim de tornar nossa pátria sua
colônia e nosso povo, seu escravo, os astutos e sinistros imperialistas
estadunidenses, instigando a camarilha de Syngman Rhee,
provocaram a guerra e tentaram uma intervenção armada direta.
Truman, presidente dos EUA, emitiu uma declaração especial para
mobilizar suas forças aéreas e marítimas estacionadas no Japão. Isto
demonstra que os imperialistas ianques, para alcançar seus
propósitos agressivos em relação à Coreia, tomam o caminho da
agressão armada aberta. É previsível que, no futuro, lancem muitas
forças agressivas contra o nosso país.
Desde meados do século XIX, os imperialistas
estadunidenses realizam todo tipo de maquinação para agredir o
nosso país. Ao mesmo tempo em que manobravam para subjugá-lo
pela força das armas, tentaram tornar nosso povo seu escravo usando
a religião. Ergueram igrejas em todas as partes do nosso país e
pregaram a doutrina de não-resistência. Os missionários ianques
pregavam: "se alguém lhe der um tapa na bochecha esquerda, vire-
lhe a outra também". Isto significa que, mesmo quando os Estados
Unidos agredisse a Coreia, devemos ser mansos, não resistir. Atrás
da máscara de "humanitarismo", esses missionários sem escrúpulos
cometeram em nosso país atrocidades bestiais, que a mente humana
dificilmente pode imaginar. Um deles, estabelecido em Sunan,
perpetrou a imperdoável barbaridade de gravar a palavra "ladrão"
com ácido clorídrico na testa de um garoto coreano pelo simples fato
de ter pegado uma maçã caída em sua horta.
Mesmo se os imperialistas ianques executarem uma
intervenção armada direta, indubitavelmente sairemos vitoriosos
nesta guerra pela liberdade e independência da pátria.
Temos todas as condições e possibilidades para triunfar.
Contamos com o Governo da República e o povo
firmemente unido ao seu redor. Toda a política que o Governo da
República aplicou nos últimos anos foi pela pátria e o povo. Por ter-
lhes prestado serviço abnegado, conquistaram seu apoio e confiança
absolutos, e o povo ilimitadamente lhe confia seu destino. A unidade
integral do Governo da República e do povo — eis aqui a garantia
de todas as nossas vitórias.
Temos o Exército Popular, autênticas forças armadas do
povo coreano. O Exército Popular está firmemente preparado no
aspecto político e ideológico assim como no técnico-militar, e
desfruta do amor e apoio ativo do povo, razão pela qual com toda
segurança pode derrotar qualquer inimigo.
Nossa retaguarda é sólida. Agora, a camarilha títere de
Syngman Rhee não tem nenhuma base econômica, por isso está
impondo ao povo pesados encargos e, por outra, introduz enorme
quantidade de dólares dos Estados Unidos. Nós, por outro lado,
cobrimos as necessidades de guerra apoiando-nos em nossa sólida
base econômica.
Recebemos apoio e respaldo ativos dos povos da União
Soviética, China e de outros países irmãos, assim como de todos os
povos amantes da paz.
A vitória na guerra não vem por si só, embora tenhamos
todos os fatores necessários. Com o objetivo de vencer a guerra,
todos os partidos políticos, organizações sociais e todas as classes e
setores do povo devem se levantar como um só homem,
independente de suas afiliações partidárias, ponto de vista político e
crenças religiosas. No passado, o Partido do Trabalho da Coreia, o
Partido Democrático e o Partido Chondoista Chong-u, da Coreia do
Norte, colaboraram estreitamente e fizeram muitos esforços unidos
sob a bandeira da frente unida para garantir o sucesso na construção
democrática na parte Norte da Coreia e edificar um Estado
democrático, soberano e independente, rico e poderoso para toda a
Coreia. Hoje, quando uma situação séria foi criada em nossa pátria,
os partidos políticos devem se unir mais firmemente na frente unida
e mobilizar com energia todas as classes e setores do povo na luta
pelo triunfo na guerra.
Então, o que devem fazer os partidos políticos para
assegurar a vitória na guerra?
Primeiro, devem cobrir plenamente e a tempo as demandas
da frente em recursos humanos e materiais.
Esta é uma das condições fundamentais para assegurar a
vitória na guerra. Agora, a frente exige que reforcemos ou
completemos as fileiras de combate do Exército Popular e lhe
enviemos grande quantidade de munições, uniformes, calçados,
suprimentos, medicamentos e outros materiais de guerra e artigos de
intendência.
Todos os partidos políticos, a fim de reforçar e completar as
fileiras do Exército Popular, devem encorajar que os jovens e
homens de meia idade se ofereçam massivamente para se juntar a
elas. Ao mesmo tempo, selecionar e enviar à frente os técnicos de
que o Exército Popular necessite.
É preciso abastecer a frente com uma quantidade suficiente
dos materiais que exige. Os partidos políticos devem lograr que
todos se mobilizem para ajudar a frente, com dinheiro aqueles
que têm, com força aqueles que a possuem, e que todos os setores e
entidades a ajudem de todos os modos. Os hospitais enviarão
medicamentos à frente e organizarão adequadamente a assistência
aos feridos. No campo, devem fornecer suficiente quantidade de
vegetais, carne e outros alimentos complementares, e nas regiões
montanhosas, colher para a frente muitas ervas comestíveis.
Há que transportar a tempo os equipamentos e materiais de
intendência à frente. No futuro, é provável que a aviação inimiga
bombardeie e destrua ferrovias e estradas. Então, o povo deverá ser
mobilizado para reabilitá-las a tempo para que o transporte de
equipamentos e materiais não seja obstruído.
É preciso ajudar devidamente as famílias dos mobilizados
ao Exército Popular. Devemos fazer com que todas as camadas e
setores do povo lhes ajudem ativamente, para que não tenham
nenhum desconforto na vida.
Segundo, é preciso defender com total firmeza a base
democrática da parte Norte da Coreia.
Esta base constitui uma segura garantida para a vitória na
guerra. Por isso, o inimigo envia um grande número de espiões e
elementos subversivos e sabotadores para destruí-la. É possível que,
em conluio com estes, atuem violentamente os antigos proprietários
de terra e outros elementos residuais da classe exploradora
derrubada, os elementos ociosos e ressentidos. Devemos lutar
dinamicamente contra os espiões, elementos subversivos,
sabotadores e outros reacionários, para não deixá-los nem um
mínimo terreno onde possam se apoiar para agir; devemos descobrir
e eliminá-los a tempo, todos.
Esta luta só pode ser levada a cabo exitosamente com todo
o povo mobilizado e muito vigilante. Os partidos políticos devem
fazer com que seus respectivos militantes e todas as classes e setores
do povo ajudem ativamente o trabalho dos organismos do Interior,
vigiem com atenção cada movimento de elementos reacionários e
defendam em alerta as fábricas e vilarejos. Assim, impedirão que os
espiões, elementos subversivos e sabotadores e os remanescentes da
classe exploradora derrubada atuem à vontade nas fábricas,
vilarejos, povoados pescadores, bairros e, finalmente, em todas as
partes.
No futuro, se a situação se tornar desfavorável, elementos
degenerados poderão aparecer. Há que combatê-los sem piedade.
Terceiro, é preciso seguir aumentando a produção.
Após o estouro da guerra, certas pessoas, inquietas sem
justificativa, descuidaram de seu trabalho; não se pode continuar
assim. Para alcançar a vitória na guerra, todos devem trabalhar e
produzir mais. No curso da guerra, quanto mais disparam os
canhões, mais projéteis são necessários, e quanto mais tropas
avançam, mais materiais bélicos fazem falta. Por esta razão, se não
seguir aumentando a produção, não é possível atender às demandas
da frente.
Aumentar continuamente a produção é de vital importância
para reabilitar a destruída economia da Coreia do Sul e salvar
seus habitantes que padecem na miséria.
O Norte e o Sul da Coreia apresentam um diáfano
contraste nos níveis de desenvolvimento econômico e de vida do
povo.
Na parte Norte, todos os ramos da economia nacional se
reconstroem e se desenvolvem celeremente com o passar dos dias.
Na indústria, a produção cresceu significativamente em relação ao
período anterior à libertação e está se desenvolvendo aos trancos e
barrancos, enquanto na agricultura a produção de cereais aumenta a
cada ano graças ao entusiasmo laboral dos camponeses, donos da
terra, e à ajuda material do Estado. Com o desenvolvimento
vertiginoso de todos os setores da economia nacional, o nível de
vida material e cultural do povo aumentou, como é lógico.
Em contraste a isto, na Coreia do Sul a economia se
arruinou completamente. Devido à falta de carvão e eletricidade, a
produção industrial estagnou, e também a produção de cereais está
em um nível atrasado devido à escassez de fertilizantes, água de
irrigação e ferramentas. Os imperialistas ianques, que ocupam a
Coreia do Sul, apoderaram-se das artérias da economia sul-coreana e
saquearam desenfreadamente os recursos de matérias-primas e
produtos agrícolas. Devido à destruição da economia nacional e à
política predatória do imperialismo estadunidense, a vida da
população sul-coreana é ainda pior do que sob o domínio do
imperialismo japonês. Hoje, definha na miséria e na fome. Não
podemos permanecer de braços cruzados diante de uma tão precária
condição de vida dos habitantes da Coreia do Sul. Temos a
responsabilidade de salvá-los e de reabilitar sua destruída economia.
Devemos salvá-los o quanto antes da miséria que padecem e
restaurar sua economia terrivelmente arruinada.
Os partidos políticos devem buscar que todos os seus
militantes, todas as classes e setores do povo, profundamente
conscientes de que o contínuo aumento da produção tem enorme
significado não apenas para satisfazer as demandas materiais da
frente, para elevar a moral combativa dos oficiais e soldados do
Exército Popular e para melhorar a vida da população da parte Norte
da Coreia, mas também para salvar a população do Sul que sofre
miséria e reabilitar sua economia destruída, trabalhem e produzam
mais, colocando suas capacidades criativas em ação. Devem
assegurar, desta forma, o cumprimento vitorioso do Plano Bienal da
Economia Nacional, mesmo em condições de guerra.
Os operários, técnicos e funcionários de escritório da parte
Norte da Coreia devem aumentar mais que o dobro a produtividade
do trabalho, a fim de exceder não apenas suas próprias atribuições
de trabalho, mas também aquelas dos camaradas mobilizados na
frente.
Os camponeses devem empreender com dinamismo a luta
para cumprir o plano de produção de cereais deste ano. Devem
resolver os problemas de gados de trabalho e da mão-de-obra, não
dependendo unicamente do Estado, mas mediante a ajuda recíproca
e o apoio em suas próprias forças, assim como superar as
consequências da seca obtendo água para irrigação através da
escavação de poços. Desta forma, devem cumprir ou exceder o plano
de produção de cereais deste ano.
Quarto, há que realizar da melhor forma a propaganda e a
educação ideológica entre todas as camadas e setores do povo.
É importante, acima de tudo, anunciar a tempo e
amplamente entre o povo os êxitos do Exército Popular no combate.
A camarilha títere de Syngman Rhee, agora, transmite por rádio a
falsa propaganda de que ocuparam a cidade de Haeju. Se não
cumprirmos a tarefa a cima mencionada, o povo será enganado pela
propaganda falsa do inimigo e, assim, ficará desiludido. Os partidos
políticos devem mobilizar a imprensa e todos os meios de agitação
e propaganda para anunciar a tempo e em larga escala as vitórias do
Exército Popular no combate, estimulando, assim, o povo da
retaguarda em seus esforços pelo aumento a produção.
Também é importante inspirar o povo com firme fé na
vitória. No transcurso da guerra, podemos tropeçar com diversas e
inesperadas dificuldades complicadas. Devemos educar o povo
para superar qualquer obstáculo difícil que surja e combater
tenazmente pela vitória final na guerra.
Sob as condições de guerra, os partidos políticos devem
realizar seu trabalho propagandístico de uma maneira coordenada.
Há, agora, pessoas que o fazem como bem entendem sob o pretexto
da liberdade de expressão. Os partidos políticos não devem fazer
assim a propaganda. De agora em diante, devem organizá-la e
conduzi-la de acordo com a orientação estabelecida pelo Governo da
República.
Por último, grandes esforços devem ser empenhados para
fortalecer a frente unida.
O Partido do Trabaho da Coreia, o Partido Democrático e
o Partido Chondoista Chong-u da Coreia do Norte esforçam-se para
alcançar o objetivo comum de construir um Estado democrático,
soberano e independente, rico e poderoso, e assegurar uma vida feliz
ao povo. Porém, mesmo assim, ainda agora algumas organizações
locais destes partidos criam confusões por desavenças. Se os
partidos políticos não superarem estes fenômenos o mais rápido
possível, serão criados obstáculos para mobilizar todas as forças
patrióticas à vitória na guerra.
Com o objetivo de fortalecer a frente unida, todas as
unidades de cada partido devem manter regularmente contatos
estreitos e cooperar entre si. Devem descobrir e frustrar a tempo as
manobras do inimigo destinadas a destruir a frente unida.
Atualmente, os imperialistas ianques e seus lacaios, a camarilha
títere de Syngman Rhee, estão tentando dividir e separar o Partido
do Trabalho da Coreia, o Partido Democrático e o Partido
Chondoista Chong-u da Coreia do Norte, assim como nos tempos da
Segunda Guerra Mundial, a camarilha de Hitler semeou a discórdia
sorrateiramente entre as forças democráticas antifascistas. Todos os
partidos políticos devem se opor e rechaçar categoricamente estas
manobras do inimigo e educar bem seus militantes para que não
sejam enganados por eles.
Estou seguro de que também no futuro, como no passado, o
Partido do Trabalho da Coreia, o Partido Democrático e o Partido
Chondoista Chong-u da Coreia do Norte combaterão ativamente pela
vitória na guerra, trabalhando em estreita colaboração.
RECHACEMOS RESOLUTAMENTE
A INVASÃO ARMADA DOS
IMPERIALISTAS IANQUES

Discurso por rádio a todo o povo coreano


8 de julho de 1950

Queridos compatriotas;
Queridos irmãos e irmãs;
Heroicos oficiais, classes e soldados do Exército Popular;
Guerrilheiros que operam no Sul;
Os imperialistas estadunidenses iniciaram uma
invasão armada contra nossa pátria e nosso povo.
A aviação dos Estados Unidos está bombardeando
violentamente cidades e vilarejos do nosso país, massacrando seus
pacíficos habitantes. Sua frota penetrou ilegalmente em nossas águas
territoriais, bombardeando cidades e vilas costeiras, enquanto suas
unidades de infantaria, profanando nosso território com suas garras
manchadas de sangue, abriram uma frente nas áreas ainda não
libertadas da parte Sul da pátria e cometem todo tipo de atrocidades,
tentando conter o avanço do Exército Popular ao sul.
Por que os imperialistas dos EUA introduzem suas tropas
em nosso solo pátrio? Por que esses parasitas vorazes invadiram o
sagrado território do nosso país?
O povo coreano nunca atacou uma única polegada do
território dos Estados Unidos da América, nem jamais violaram sua
soberania no menor grau possível. Nosso povo nunca cometeu
nenhum ato hostil contra o povo dos Estados Unidos da América,
nem jamais causou o menor dano à vida ou propriedade de seus
habitantes pacíficos. Por que, então, os imperialistas dos EUA
enviam suas tropas para o nosso território, intervêm militarmente
nos assuntos internos do nosso país, massacram arbitrariamente
nossa população e enchem de sangue nossa bela terra pátria?
É porque os imperialistas estadunidenses, que sonham em
dominar o mundo, querem transformar nossa pátria em sua colônia
permanente e escravizar nosso povo. Para realizar estes propósitos,
na parte Sul de nossa pátria, colocaram Syngman Rhee no poder,
inimigo jurado do povo coreano, e instalaram um governo fantoche.
Também para este fim, impediram obstinadamente, por todos os
meios possíveis — terrorismo, assassinato, ameaças, fraudes, etc. —,
a reunificação pacífica da pátria, o ardente desejo do povo coreano, e
instigaram seus lacaios, a camarilha traidora de Syngman Rhee, a
provocar uma guerra civil fratricida em nosso país, que foi
imediatamente seguida por sua aberta invasão armada.
Os imperialistas estadunidenses não reconhecem os
legítimos direitos do povo coreano à liberdade e à independência,
nem o considera parte da humanidade. Os saqueadores ianques
creem que o povo coreano está destinado apenas a ser seu escravo
colonial, que está obrigado a trabalhar para encher de dólares as
bolsas de dinheiro dos maníacos de guerra de Wall Street.
Os agressores imperialistas estadunidenses transformam
nossas pacíficas cidades e vilarejos em seus campos de treinamento
militar e fazem alvo de suas metralhadoras e bombardeios aéreos
nossas crianças, mulheres e idosos. Pyongyang, Nampho, Haeju,
Wonsan, Hamhung e muitas outras cidades ao Norte do Paralelo 38,
bem como os vilarejos vizinhos, sofreram repetidos e selvagens
bombardeios aéreos; Ao Sul do Paralelo 38, cidades libertadas como
Seul, Chunchon, Kaesong, Uijongbu, Jumunjin, Kangrung etc., e
numerosos vilarejos estão submetidas a contínuos e desenfreados
bombardeios da aviação militar dos Estados Unidos. Os bandidos
imperialistas estadunidenses metralham do ar camponesas
transplantando arroz e lançam bombas sobre crianças inocentes.
Os imperialistas ianques tentam mascarar sua invasão
armada contra nossa pátria escondendo-se atrás da chamada
"resolução" do Conselho de Segurança da ONU sobre a questão
coreana. Mas tal "resolução" do Conselho de Segurança foi
"aprovada" violando sua própria Carta, sem a participação de
representantes coreanos, nem da União Soviética e da China.
Apesar de sua falsa propaganda, a verdadeira face dos
imperialistas ianques, que invadem nosso país apoiando-se na força
das armas, revelou-se completamente a todas as pessoas honestas
do mundo. As enganosas declarações dos imperialistas
estadunidenses, que vociferam que suas tropas só estão prestando
serviços policiais na Coreia em nome da ONU, não serão capazes de
enganar ninguém.
A Organização das Nações Unidas não foi estabelecida para
que, sob sua bandeira, os imperialistas dos Estados Unidos
pudessem bombardear as cidades e vilarejos do nosso país,
assassinar nosso povo, que aspira à liberdade e à independência.
Enquanto despejam suas bombas sobre a população coreana, os
imperialistas dos EUA proclamam que o fazem em interesse da paz,
mas ninguém deve ser enganado por essa mentira.
Tal falsidade e impostura era o truque favorito utilizado
pelos fascistas de Hitler e os imperialistas japoneses. É bem sabido por
todo o mundo que Hitler dizia: "Quando falo de paz, penso em guerra".
Os imperialistas japoneses tentavam encobrir seus atos agressivos no
Extremo Oriente com declarações hipócritas de que estavam a favor da
paz na Ásia. O "decreto imperial", emitido pelo Imperador do Japão
em 29 de agosto de 1910, proclamava absurdamente que o Japão
anexava a Coreia para "preservar a paz duradoura no Oriente", como
se a Coreia tivesse ameaçado a paz do oriente.
Hoje, os imperialistas dos Estados Unidos, que fazem
desesperados esforços para privar nosso país de sua independência e
transformar a Coreia em sua colônia, têm o descaro de tentar
justificar sua intervenção armada nos assuntos internos da nossa
pátria e os bárbaros bombardeios a que submetem nossos pacíficos
habitantes com a falsa declaração de que seu único objetivo é a paz,
tal como faziam os fascistas de Hitler e os imperialistas japoneses.
Mas com nenhuma falsidade ou engano pode-se encobrir ou
justificar as atrocidades bestiais que os agressores ianques estão
perpetrando na Coreia, violando descaradamente todas as normas do
Direito Internacional e da Carta da ONU.
Apesar do frenesi que exibem na agressão ao nosso país,
mobilizando enormes forças armadas, os imperialistas dos EUA
nunca serão capazes de quebrar o indomável espírito da luta nem o
vigor patriótico do nosso povo, que se levantou como um só homem
para combater pela reunificação e a independência de sua pátria. O
povo coreano, unido com a firmeza de uma rocha em torno do
Partido do Trabalho da Coreia, lutará até a morte contra a agressão
do imperialismo estadunidense e salvaguardará para sempre a
liberdade e a honra de sua pátria.
Mesmo jovem e inexperiente em batalhas, nosso Exército
Popular já alcançou grandes êxitos de combate ao longo de alguns
dias, exibindo valor e devoção patriótica.
As unidades do Exército Popular que libertaram a capital,
Seul, cruzaram o rio Han e quebraram as posições inimigas na
margem Sul do rio, apesar dos bárbaros bombardeios realizados pela
aviação estadunidense, e perseguindo as tropas inimigas em retirada,
libertaram completamente zonas industriais do nosso país, como
Yongdungpho, Puphyong, Incheon e outras cidades e seus arredores.
Os bravos combatentes do Exército Popular também libertaram
Suwon, que o inimigo considerava sua segunda base, e agora
continuam seu avanço ao sul.
As unidades do Exército Popular que operavam nas áreas
de Chunchon e Hongchon libertaram Wonju, Hoengsong, Ryoju,
Jechon e muitas outras cidades e vilarejos vizinhos, e continuando
sua marcha ao sul, libertaram também Chungju.
Nossa jovem aviação desorganiza as formações de batalha
das forças inimigas e ataca bravamente as aeronaves do Exército dos
Estados Unidos. Os audazes falcões da Coreia abateram e destruíram
em ferozes batalhas aéreas dezenas de aviões de combate e
bombardeiros, incluindo os "B-29s", que o inimigo
vangloriosamente chama de "fortalezas voadoras", e asseguram o
avanço bem-sucedido de nossas unidades terrestres.
Os pilotos de tanque, orgulho do nosso Exército, lançaram
ataques decisivos contra o inimigo; romperam suas linhas de defesa
sem dar-lhe um minuto para respirar, motivo pelo qual seus soldados
fugiram em debandada. Perseguindo o inimigo, nossas unidades de
tanques foram as primeiras a entrar em Seul, capital da nossa pátria,
e levam agora o glorioso título de Divisão de Tanques Seul.
Nossa infantaria e artilharia, mostrando tenacidade em sua
marcha e atacando com determinação e bravura, causam grandes
perdas ao inimigo em homens e equipamentos de guerra, e avançam
continuamente.
As jovens forças navais da República também
demonstraram heroísmo no cumprimento de suas missões de
combate. A façanha realizada por nossos esquadrões de lanchas
torpedeiras, que, em um intrépido ataque a um inimigo
esmagadoramente superior, afundaram um cruzador ianque, será
sempre uma página brilhante na história da nossa frota.
Em seus enfrentamentos contra a força terrestre dos
invasores ianques, as unidades do Exército Popular infligiram a
primeira derrota devastadora ao exército dos Estados Unidos.
Os êxitos que obtivemos na frente mostram que a força do
nosso povo, que se levantou para lutar pela independência e a
liberdade da pátria, é inesgotável, e que o heroico Exército Popular
pode expulsar e seguramente expulsará de nossa pátria os agressores
imperialistas estadunidenses.
Nosso Exército Popular reúne todas as condições
necessárias para aniquilar completamente o inimigo.
Nosso Exército está equipado com uma moderna técnica
militar.
Não luta por dólares, nem para subjugar outras nações,
como os mercenários estadunidenses, mas pela independência de sua
pátria e a liberdade de seu povo. O elevado patriotismo, que leva a
doar-se por inteiro na luta pela pátria e pelo povo, é a inesgotável
fonte de coragem e heroísmo dos soldados do nosso Exército
Popular.
As forças dos agressores estadunidenses estão lutando em
solo estrangeiro, enquanto nosso Exército Popular luta no território
de sua pátria, desfrutando do amor e do apoio de todo o povo. Os
bandidos imperialistas estadunidenses são odiados por todo o nosso
povo, que a cada passo se vinga deles pelas brutalidades que
cometem.
A intervenção armada ianque em nosso país provocou a
extrema indignação e hostilidade do povo coreano aos saqueadores
coloniais imperialistas dos EUA e seus lacaios, a camarilha de
Syngman Rhee. Um contínuo afluente de nossa brava juventude
ingressa nas fileiras do Exército Popular para marchar para a frente.
Seu número passa agora de 500.000. Unidades voluntárias e
combinadas estão sendo formadas em todas as partes do país com
patriotas que se levantaram para derrotar prontamente os invasores
armados onde quer que apareçam e para defender cada centímetro da
nossa pátria com seu sangue.
Em resposta ao heroico avanço do Exército Popular, os
intrépidos guerrilheiros estendem suas áreas de operações nas
províncias de Kyongsang do Norte, Kyongsang do Sul, Jolla do Sul
e outras regiões, e com o ativo apoio do povo, travam uma
vigorosa luta contra os invasores armados ianques e a camarilha
traidora de Syngman Rhee.
Nas áreas libertadas pelo Exército Popular, todas as classes
e camadas do povo recebem com entusiasmo seus heroicos oficiais e
soldados que os resgataram do regime policialesco e terrorista da
gangue vende-pátria de Syngman Rhee. O povo libertado está
lutando para restaurar os comitês populares dissolvidos pelos
reacionários e para pôr em vigor a Constituição da República
Popular Democrática da Coreia, que garante a liberdade e os
direitos do povo. Os camponeses começaram a realizar a reforma
agrária — seu desejo secular —, de acordo com o decreto do
Presidium da Assembleia Popular Suprema da República Popular
Democrática da Coreia. Toda a terra que pertencia aos imperialistas
estadunidenses e ao governo títere de Syngman Rhee, bem como aos
proprietários coreanos e traidores da nação, está sendo confiscada e
entregue gratuitamente ao campesinato.
A derrota do exército títere de Syngman Rhee e o colapso
da maquinaria do estado reacionário revelaram completamente a
corrupção no seio de seu regime fantoche, imposto à população sul-
coreana pelas baionetas dos imperialistas ianques, e demonstram que
este regime nunca teve o apoio do povo coreano.
As vitórias do Exército Popular e o unânime afeto e
assistência do povo a seus oficiais e soldados comprovam a
superioridade do sistema estatal e social da República Popular
Democrática da Coreia e a firme unidade do povo, demonstram que
todo o povo coreano apoia com fervor a política do Governo da
República encaminhada a rechaçar a invasão armada dos
imperialistas estadunidenses, lograr a reunificação da pátria e
defender a independência nacional. As vitórias que obtivemos foram
possível graças ao fato de a população da parte Norte da Coreia ter
se levantado como um só homem para defender o regime de
democracia popular estabelecido aqui, e é uma prova clara também
de que a população da parte Sul apoia República Popular
Democrática da Coreia e está ansiosa para que as reformas
democráticas que garantem o desenvolvimento político, econômico e
cultural da pátria e o melhoramento do bem-estar do povo sejam
também realizadas na Coreia do Sul.
Tendo sido a camarilha de Syngman Rhee já derrotada —
que, como fiel lacaio do imperialismo dos EUA, executava sua
política na Coreia do Sul — os gângsteres ianques realizam mais
abertamente sua agressão armada contra o povo coreano. Se não
fosse a intervenção armada direta dos imperialistas ianques, a guerra
civil fratricida que seus lacaios desencadearam tivesse terminado,
nossa pátria já poderia ter se reunificado e a população da parte Sul
estaria completamente livre do governo policialesco e terrorista do
imperialismo dos EUA e da camarilha Syngman Rhee.
A invasão armada dos imperialistas estadunidenses na
Coreia provoca a indignação dos povos do mundo inteiro. Na União
Soviética e na China, em primeiro lugar, e na França, Inglaterra,
Alemanha, Austrália, Itália, Paquistão, Japão e muitos outros países
do mundo, mesmo nos Estados Unidos, movimentos populares estão
se manifestando contra a agressão dos imperialistas ianques ao nosso
país, sob a palavra de ordem “Tirem as mãos da Coreia!”. A justa
causa de nosso povo, pela liberdade e independência da pátria, está
recebendo caloroso apoio e incentivo de todos os povos amantes da
paz do mundo.
Queridos compatriotas, irmãos e irmãs:
Os imperialistas ianques, inimigos nefastos do povo
coreano, estenderam suas garras manchadas de sangue sobre nossa
terra, com o fim de subjugar nossa amada pátria pela força das
armas. Todo o povo deve se unir como um e combater a intervenção
armada dos imperialistas ianques com um golpe decisivo.
Os imperialistas estadunidenses, sem dúvidas, entenderão
quão grande e inesgotável é o poder do povo coreano unido, e
quão forte é a sua inabalável vontade combativa e sua aspiração pela
liberdade e independência da pátria.
Nosso povo nunca retornará à escravidão colonial.
Nunca perdoaremos os crimes que os imperialistas dos
EUA cometem em nosso território pátrio; nunca os perdoaremos
pelo selvagem bombardeio de nossas pacíficas cidades e vilarejos,
nem pelo assassinato de nossos pais, irmãos e irmãs, de nossos filhos
inocentes. Os bárbaros agressores imperialistas ianques que
encharcaram a terra pátria com o sangue do povo serão eternamente
amaldiçoados não apenas por nós, mas também por nossas futuras
gerações.
Todos os coreanos que consideram preciosos a honra da
pátria e o destino da nação, seja quem for, devem participar como
um só homem na sagrada batalha pela libertação da pátria contra a
agressão dos imperialistas estadunidenses.
Os nomes dos combatentes patriotas que demonstraram
coragem e audácia na batalha contra os invasores armados
estrangeiros, pela liberdade e independência de seu país, brilharão
para sempre nos anais da pátria.
Patriotas da nossa Coreia;
Queridos irmãos e irmãs:
Conquistar a liberdade e a independência da pátria é um
assunto do próprio povo coreano. Todo o povo deve intensificar por
todos os meios sua ajuda ao nosso Exército Popular, que extermina
os inimigos e continua seu avanço em direção ao sul, demonstrando
coragem e devoção patriótica nas ferozes batalhas contra os
invasores armados imperialistas estadunidenses.
Mobilizemos todas as forças e recursos para triunfar na
guerra e ajudar o Exército Popular, produzamos mais alimentos,
tecidos, carvão, aço, etc., e economizemos ao máximo seu consumo,
a fim de derrotar o mais rápido possível os agressores imperialistas
ianques a gangue de Syngman Rhee.
Fortaleçamos ainda mais a disciplina laboral,
realizemos façanhas no trabalho e reconstruamos rapidamente as
empresas industriais danificadas pelos bombardeios, a fim de
aumentar a produção do período de guerra; fortifiquemos nossa
retaguarda como uma fortaleza inexpugnável, intensificando ao
máximo a vigilância.
Heroicos guerrilheiros e guerrilheiras;
Pessoas das regiões ainda não libertadas:
Travemos a guerra de guerrilhas contra os bandidos
imperialistas estadunidenses e seus lacaios, transformando-a em um
movimento de todo o povo. Guerrilheiros: atacai o inimigo de
maneira mais ousada, brava e implacável. Destruí estradas,
ferrovias, pontes e linhas de comunicação. Frustrai o movimento de
tropas e o transporte de armas e equipamentos bélicos dos
agressores; atacai e destruí seus arsenais e depósitos de materiais
bélicos e liquidai suas tropas assim que aparecerem. Que arda a terra
sob os pés do sinistro inimigo que invadiu o sagrado solo da nossa
pátria!
Vossas heroicas lutas na retaguarda do inimigo acelerarão
ainda mais o avanço do Exército Popular e adiantarão mais a
chegada do dia da grande vitória na Guerra de Libertação da Pátria.
Heroicos soldados, classes e oficiais do Exército Popular:
Todo o povo coreano segue com profundo afeto e orgulho
as façanhas que estás realizando na luta pela pátria e pelo povo.
Destrocemos os malignos agressores mais implacável e
resolutamente. Limpemos nossa terra dos invasores imperialistas
estadunidenses e seus lacaios.
Oficiais do Exército Popular:
Aplicai habilmente a arte de comando da guerra moderna.
Envolvei e varrei o inimigo conduzindo com ousadia operações
móveis de unidades. Aproveitemos plenamente a magnífica técnica
do nosso Exército.
Infantaria, pilotos de tanque, artilheiros,
aviadores, marinheiros do Exército Popular:
Já demonstrastes heroísmo e devoção nas batalhas para
derrotar o exército títere de Syngman Rhee. Esmaguemos com mais
coragem e em sua totalidade as forças agressoras do imperialismo
estadunidense que invadiram nosso território. Usai vossas armas
habilmente e golpeai o inimigo com precisão.
Não esquecei nem por um momento que estão cumprindo
um dever sagrado para com vossa pátria e vosso povo. Realizai
façanhas heroicas nesta luta sagrada pela libertação da pátria,
seguindo o exemplo do nobre espírito patriótico de nossos
antepassados, como os Generais Ulji Mun Dok e Kang Kam Chan e
o Almirante Ri Sun Sin, valentes defensores da nossa pátria contra
os agressores estrangeiros, e rendei heroico serviço, cada um de
vocês, nesta guerra sagrada pela libertação da pátria.
Marchemos adiante para expulsar completamente os
imperialistas ianques da terra pátria que, geração após geração,
guarda os restos de nossos antepassados e onde crescem nossas
novas e amadas gerações. Levemos nossa justa luta de libertação a
um fim triunfante, para que a gloriosa bandeira da República
Popular Democrática da Coreia voe alto sobre Pusan, Mokpho e
monte Halla, na ilha de Jeju.
Adiante à vitória!
Viva a liberdade e a independência da Coreia!
ANIQUILEMOS OS INVASORES
IMPERIALISTAS IANQUES E LOGREMOS
A TOTAL LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA

Ordem Nº 82 do Comandante Supremo do


Exército Popular da Coreia
15 de agosto de 1950

Soldados, comandantes e instrutores culturais das forças


terrestres, marítimas e aéreas do Exército Popular;
Guerrilheiros e guerrilheiras;
Trabalhadores, camponeses e intelectuais;
Irmãos e irmãs das áreas não libertadas do domínio
despótico dos agressores armados imperialistas ianques e da
camarilha de Syngman Rhee:
Permitam-me, em nome do Governo da República Popular
Democrática da Coreia, felicitar-vos calorosamente por ocasião do
5º aniversário da libertação, 15 de Agosto.
Há cinco anos, o exército do imperialismo japonês foi
derrotado na Coreia e nossa pátria se libertou de seu jugo colonial. O
povo coreano recuperou sua liberdade e independência e criou um
autêntico poder popular. No entanto, graças às tramas do
imperialismo estadunidense, nosso país não pôde se desenvolver
democraticamente como um Estado unificado e independente.
Os saqueadores colonialistas imperialistas dos EUA
ocuparam a parte sul da nossa pátria e instituíram nela um regime
terrorista policial e fascista, colocando à sua frente a camarilha
vende-pátria de Syngman Rhee, seu fiel lacaio, assim como
dividiram artificialmente em dois o nosso país, com o Paralelo 38
como linha divisória.
Após a libertação, na parte norte da Coreia, desenvolveu-se
rapidamente a economia e a cultura e o nível de vida do povo se
eleva a cada dia. Em contrapartida, os habitantes da parte sul da
Coreia estão sofrendo insuportáveis penúrias, a produção industrial e
agrícola cai sem parar devido ao pesado jugo imposto pelos
"filantropos" dos Estados Unidos. Fábricas e oficinas se fecham,
cresce o número de desempregados, e trabalhadores e camponeses
seguem vivendo na miséria.
Camaradas: o povo coreano celebra hoje o 5º aniversário da
libertação de 15 de Agosto nas difíceis circunstâncias em que ocorre
a justa Guerra de Libertação da Pátria contra os intervencionistas
armados do imperialismo estadunidense, que violam a liberdade e a
independência da nossa pátria.
O inimigo, crendo que com o seu primeiro ataque faria com
que o Exército Popular perdesse a capacidade de resistência, que
seria derrotado e que toda a Coreia se tornaria uma colônia dos
Estados Unidos e uma base para a provocação de outra guerra no
Extremo Oriente, iniciou uma pérfida agressão armada contra a parte
Norte da Coreia, violando da maneira mais descarada todas as
normas do Direito Internacional. Comete um grave erro. Os
agressores imperialistas estadunidenses não levaram em conta o
poderio invencível do Exército Popular, nem a vontade indomável
do povo coreano, de pé pela liberdade e independência de sua
pátria.
O Exército Popular, a Guarnição e os guerrilheiros e
guerrilheiras frustraram completamente, com firmeza e coragem, a
tentativa do inimigo. O Exército Popular, em seguida, contra-
atacou, desferiu, e continua desferindo-lhe golpes devastadores. Em
batalhas reais contra os agressores, nossos soldados e comandantes
assimilaram os métodos de combate para aniquilar e destruir os
efetivos e materiais bélicos e frustrar as tentativas do inimigo,
adquirindo rica experiência de combate.
As tropas agressoras do imperialismo estadunidense, que se
gabavam de ser de elite, e o exército títere de Syngman Rhee se
retiram sofrendo grandes perdas devido à contraofensiva do Exército
Popular. Os inimigos já perderam 29.215 e mais de 40.000
homens, caídos e prisioneiros, respectivamente. O Exército Popular
capturou uma grande quantidade de suprimentos de guerra durante
seu avanço. As tropas sobreviventes do exército agressor do
imperialismo estadunidense e do exército títere de Syngman Rhee
ocupam agora só cerca de 10% da parte Sul. Está próximo o dia em
que toda a parte Sul da Coreia estará liberta por completo dos
intervencionistas armados, dos imperialistas ianques, e em todo o
território da Coreia tremulará a bandeira da liberdade e da
independência.
Camaradas: os inimigos estão sofrendo derrotas. Mas ainda
não foram aniquilados por completo. Uma batalha feroz ainda nos
aguarda. Os invasores armados do imperialismo ianque farão seus
últimos frenéticos esforços tentando exercer o domínio colonial em
nosso país, e agirão com mais crueldade quanto mais derrotas
sofrerem na frente. Quando chega à sua fase final, a guerra se torna
ainda mais sangrenta. Não devemos nos vangloriar nunca dos êxitos
alcançados nos combates, mas devemos seguir lutando
corajosamente até a vitória final.
O povo coreano tem a firme decisão de concluir em vitória
a Guerra de Libertação da Pátria. Nenhum invasor pode quebrar esta
férrea vontade do nosso povo. Os inimigos já experimentaram de
corpo e alma o alcance do golpe devastador do Exército Popular. Os
agressores conhecerão, no futuro, com maior clareza o grande poder
do povo coreano, que luta pela paz e pela liberdade e independência
de sua pátria.
De agora em diante, teremos que enviar um grande número
de novas unidades do Exército Popular à frente e organizar melhor o
trabalho destinado a alcançar a vitória final na guerra.
É necessário que na indústria se esforcem para multiplicar o
ritmo de aumento da produção, que os trabalhadores, camponeses,
intelectuais e todos os demais habitantes da retaguarda se empenhem
de maneira mais franca e abnegada para satisfazer a demanda da
frente e proporcionar uma maior quantidade de materiais bélicos e
suprimentos de guerra. Os ferroviários devem transportar à frente a
tempo e ininterruptamente os armamentos. Em todo o país deve se
implantar um sistema de tempo de guerra e se subordinar tudo à
conquista da vitória nela.
Soldados, classes, comandantes e instrutores culturais do
Exército Popular;
Guerrilheiros e guerrilheiras:
O triunfo na luta para aniquilar os intervencionistas
armados imperialistas estadunidenses e seu lacaio, a camarilha de
Syngman Rhee, e expulsar os agressores imperialistas do território
pátrio, depende da vossa firmeza, tenacidade e habilidade militar e
da decisão com que cumprem o dever assumido perante o país e o
povo.
Em um curto lapso de tempo, podemos e devemos expulsar
do território pátrio os agressores imperialistas ianques.
Nosso Exército Popular possui todas as condições
necessárias para alcançar esse nobre propósito. O ponto consiste em
que todos os oficiais, classes, soldados, metralhadores, morteiristas,
pilotos de tanque, aviadores, marinheiros e demais militares de todos
os ramos e armas se dediquem com entusiasmo ao estudo militar,
familiarizem-se com suas armas, sejam habilidosos em sua profissão
e assimilem melhores métodos de combate para esmagar sem
piedade o inimigo. Quando todos os militares do Exército Popular
estiverem preparados a este nível, poderão derrubar e aniquilar até o
último dos inimigos.
Expresso minhas calorosas felicitações por ocasião do 5º
aniversário da libertação, em 15 de Agosto, a todos os soldados,
classes e oficiais do Exército Popular da Coreia e ordeno:
1. Que os soldados conheçam e manejem perfeitamente suas
armas, rifles e submetralhadoras, descarregam uma torrente de
disparos certeiros contra o inimigo e aniquilem todos os invasores
estadunidenses.
2. Os metralhadores, artilheiros, morteiristas, aviadores e
marinheiros devem se familiarizar plenamente com suas armas e
meios técnicos de combate e ser habilidosos em seu trabalho para
derrotar e varrer definitivamente os agressores imperialistas
estadunidenses. Cuidar e apreciar as armas; não desperdiçar munição
nem projéteis.
Defender-se e proteger os materiais militares do
bombardeio inimigo.
Recolher a tempo as armas, munições, projéteis e outros
suprimentos sem abandonar nem um único e aniquilar os inimigos
com eles.
Que os intendentes sigam fornecendo na quantidade
requerida armas, munições e materiais bélicos à frente, usem com
eficiência os bens conquistados, protejam os materiais militares do
ataque aéreo do inimigo e devolvam os materiais de guerra
prontamente reparados à frente.
3. Que todos os comandantes sejam competentes oficiais
capazes de comandar bem os militares e relevantes estrategistas, que
saibam organizar com destreza a cooperação com diversas unidades
e o reconhecimento detalhado do inimigo, promover o
desenvolvimento acelerado do trabalho do Estado-Maior e organizar
e aplicar hábil e sagazmente as táticas de manobras e cerco de
unidades. Para demonstrar, assim, que o Exército Popular da Coreia
é uma verdadeira força armada popular, que serve fielmente ao povo
e que poderá cumprir a nobre missão de libertar completamente a
pátria. Implantar uma férrea disciplina e uma rígida ordem e
intensificar o sistema de responsabilidade indivisa no Exército
Popular.
4. Que avancem com coragem todos os oficiais e soldados
das forças de infantaria, marítimas e aéreas do Exército Popular da
Coreia para esmagar e aniquilar definitivamente as derrotadas tropas
dos exércitos do agressor imperialista estadunidense e fantoche de
Syngman Rhee, para lograr a libertação total de nossa terra pátria.
Que não deixem ao inimigo nem um minuto de descanso,
para que não possa fortalecer sua posição em uma nova linha
defensiva. Mantenha-o desorientado, aniquile seus efetivos e destrua
seus materiais de guerra, empregando toda a energia. Desfira golpes
mortais e definitivos.
5. Que os guerrilheiros e guerrilheiras intensifiquem seu
combate na retaguarda do inimigo para, assim, cortar seus meios de
comunicação, derrubar seu Estado-Maior e destruir seu equipamento
bélico. Dar golpes mortais nos imperialistas estadunidenses que
invadem nossa pátria.
Viva o 5º aniversário da libertação de 15 de Agosto! Viva o
Exército Popular da Coreia!
Vivam nossos bravos guerrilheiros e guerrilheiras! Vivam a
liberdade e a independência da nossa pátria!
Destinai todos os esforços para ajudar o heroico Exército
Popular!
Morte aos agressores armados, os
imperialistas estadunidenses!
Adiante à nossa vitória!
Glória eterna aos oficiais e soldados do Exército
Popular caídos em batalha pela liberdade e independência da pátria!
POR OCASIÃO DO SEGUNDO ANIVERSÁRIO
DA FUNDAÇÃO DA REPÚBLICA POPULAR
DEMOCRÁTICA DA COREIA

Discurso por radio a todo o povo coreano


9 de setembro de 1950

Queridos compatriotas e irmãos;


Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular; Valentes
guerrilheiros e guerrilheiras:
Hoje, todo o povo coreano celebra o segundo aniversário da
fundação da República Popular Democrática da Coreia, conquista de
sua prolongada luta.
Há dois anos, em 9 de setembro de 1948, a Primeira Sessão
da Assembleia Popular Suprema aprovou a Constituição da
República Popular Democrática da Coreia, proclamou esta
República e estabeleceu o Governo.
O povo coreano comemora este aniversário em meio às
ardentes chamas da Guerra de Libertação da Pátria, pela
independência, liberdade e honra da nação, contra os invasores
armados imperialistas ianques e seu lacaio, a camarilha traidora de
Syngman Rhee.
Todos os patriotas coreanos, independentemente das
diferenças de posição social, profissão, patrimônio, critério político e
religião, levantaram-se como um só homem para a Guerra de
Libertação da Pátria, para defender a República, estabelecida com
por suas próprias mãos, para defender os direitos que conquistou.
Nossa República é o primeiro Estado do mundo que um
povo liberto do jugo colonial fundou com suas próprias mãos.
Embora tenham passado apenas dois anos desde sua
fundação, neste período nosso povo logrou grandes êxitos em sua
sagrada batalha pela construção de um Estado independente e
democrático.
O caminho percorrido pela nossa República em dois anos
de existência não estava coberto de rosas. Foi um caminho de
ferozes lutas para superar as dificuldades e vicissitudes e rechaçar os
atentados inimigos; foi também um caminho glorioso adornado com
brilhantes vitórias.
Desde o primeiro dia, nossa República se viu obrigada a
passar por duras provas devido a invasões de reacionários nacionais
e estrangeiros encabeçados pelos saqueadores imperialistas ianques.
Estes, que perseguem uma política de pilhagem colonial na parte Sul
da nossa pátria, e seu lacaio, a camarilha de Syngman Rhee,
tentaram estrangular a República no início de seu estabelecimento,
agrupando as forças reacionárias do interior e do exterior, e agora
perpetram diretamente uma selvagem agressão armada contra ela e o
povo coreano.
Nossa República se levantou resolutamente contra a política
de escravização colonial dos saqueadores imperialistas e em defesa
da independência e da soberania da nação, dos interesses e direitos
democráticos do povo. Com o unânime apoio do povo coreano,
avança triunfantemente em sua gloriosa causa pela pátria e pelo
povo, superando todo tipo de provação.
Queridos compatriotas, irmãos e irmãs;
Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular; Valentes
guerrilheiros e guerrilheiras:
Desde o primeiro dia em que os imperialistas ianques
ocuparam a parte Sul do nosso país, esforçaram-se
desesperadamente para dividir nossa nação, fazer do nosso país
uma colônia, devastar a economia nacional, saquear o povo e
transformar a Coreia em um trampolim para atacar todo o
continente. Para estes propósitos, armaram eleições separadas na
Coreia do Sul em 10 de maio de 1948, manipulando seu lacaio, a
camarilha vende-pátria de Syngman Rhee, e estabeleceram um
regime antipopular, reacionário e policialesco encabeçado por ele.
Em vista de que sobre nossa pátria e nosso povo pairava o
perigo da divisão nacional e da escravização colonial, em 25 de
agosto de 1948 realizamos eleições gerais no Norte e no Sul,
proclamamos a República Popular Democrática e formamos seu
Governo conforme a vontade de todo o povo coreano, que ama a
pátria e aspira à reunificação e à independência democráticas. Isto
foi um grande triunfo do nosso povo na justa luta para realizar seu
desejo nacional.
Em seu primeiro dia, o Governo da República promulgou o
histórico Programa encaminhado a alcançar a completa reunificação
da nossa pátria e transformá-la em um Estado rico e poderoso,
independente e democrático.
Este Programa do Governo da República estabelece que,
reunindo compactamente todo o povo coreano ao redor do Governo
da República, todos os esforços sejam feitos para construir o quanto
antes um Estado democrático e unificado, soberano e independente,
assegurar a integridade territorial e realizar a reunificação total da
nação.
O Programa apresenta a tarefa de ativar a luta para liquidar
as nefastas consequências do prolongado domínio colonial do
imperialismo japonês na vida política, econômica e cultural do nosso
país; castigar pela lei os elementos pró-japoneses e traidores da
nação, que renegaram os interesses do povo coreano e ajudaram
ativamente os imperialistas japoneses; extirpar da raiz os vestígios
de ideias caducas que estes deixaram, e combater energeticamente
todas as tentativas dos reacionários de vender novamente nossa
pátria aos imperialistas estrangeiros e derrubar o regime
democrático do nosso povo.
Além disso, o Programa do Governo da República estipula
abolir todas as leis da época do imperialismo japonês, chamadas a
escravizar nossa nação, e todas as leis antipopulares e
antidemocráticas do governo títere reacionário da Coreia do Sul;
estabelece lutar energeticamente para consolidar e desenvolver mais
os êxitos de todas as reformas democráticas realizadas na Coreia do
Norte, entre outras, a reforma agrária, a nacionalização das
indústrias, a Lei do Trabalho e a Lei da Igualdade de Direitos do
Homem e da Mulher, e aplicá-las em todo o país.
O Programa do Governo da República apresenta, também,
acabar com a dependência e a unilateralidade coloniais da nossa
economia e edificar uma economia nacional autossustentada, oposta
à política de escravização econômica por monopolistas estrangeiros
inclinada a colonizar novamente nossa pátria, para construir na
Coreia um Estado democrático, independente, rico e poderoso,
incrementar incessantemente o bem-estar material do povo e
consolidar a independência política e econômica do país.
Além disso, expõe a tarefa de desenvolver rapidamente o
ensino, a cultura e a saúde pública.
O Programa do Governo assinala que o comitê popular é o
autêntico poder de todo o povo coreano, sendo uma nova forma de
poder estabelecida por sua livre vontade, e que onde está organizado
o comitê popular local há que lutar para consolida-lo mais, e onde,
depois de estabelecido, foi dissolvido pelas forças reacionárias,
restaurá-lo.
Estipula também que nosso povo se juntará às fileiras dos
povos amantes da liberdade, manterá amizade com os países
democráticos e defensores da liberdade que respeitem a soberania e
a liberdade da nossa nação e desejem estabelecer relações
igualitárias conosco e considera inimigos da nossa nação todos os
Estados imperialistas que tentam ressuscitar o Japão como um país
agressivo imperialista.
Por último, o Programa do Governo da República
estabelece que serão feitos os maiores esforços para fortalecer ao
máximo o Exército Popular para defender da agressão inimiga o
nosso território, os direitos do povo e os êxitos alcançados nas
reformas democráticas e impedir que nosso povo sofra novamente o
amargo destino de escravo apátrida.
Durante o curto período de dois anos de existência, o
Governo da República, com o ardente apoio de todo o povo
coreano, obteve grandes êxitos no cumprimento das tarefas
históricas incluidas no Programa.
Tendo em mente que nosso país está dividido em Norte e
Sul devido à política dos imperialistas ianques, encaminhada a
escravizar e colonizar nossa pátria e fragmentar nossa nação, o
Governo da República, para estabelecer na parte Norte da Coreia
uma poderosa base política e econômica capaz de permitir a
reunificação e a independência democráticas da pátria, empreendeu
grandes tarefas, como fortalecer mais os órgãos locais de Poder
Popular, consolidar e levar adiante os êxitos das reformas
democráticas realizadas na parte Norte e assegurar o
desenvolvimento acelerado da economia nacional e o florescimento
da cultura nacional. Na parte Norte da Coreia, a economia e a cultura
nacionais foram reconstruidas e desenvolvidas e o nível de vida
material e cultural do povo melhorou substancialmente, e dezenas de
milhares de quadros nacionais foram formados. Desta forma, a parte
Norte tornou-se uma poderosa base democrática para a reunificação
da pátria.
No campo de política externa, o Governo da República
Popular Democrática da Coreia canalizou toda a sua energia para
elevar seu prestígio internacional, consolidar e desenvolver relações
de amizade com os povos de vários países democráticos amantes da
paz e fortalecer a solidariedade e cooperação do campo democrático
como membro igual. Hoje, nossa República mantém relações
diplomáticas com a União Soviética, República Popular da China,
Polônia, Checoslováquia, Romênia, Hungria, Bulgária, Albânia,
República Democrática Alemã, República Popular da Mongólia e
República Democrática do Vietnã; fortalece e desenvolve relações
de cooperação e amizade internacionalistas com estes países, além
de contar com o fervoroso apoio e respaldo de todos os povos
amantes da liberdade, na luta contra os invasores imperialistas dos
EUA, incendiários de uma nova guerra.
Desde o primeiro dia, o Governo da República Popular
Democrática da Coreia adotou todos os meios e medidas
possíveis para alcançar, por via pacífica, a integridade territorial e a
reunificação da nação, para construir um Estado unificado,
democrático e independente. Manteve invariavelmente a linha pela
reunificação pacífica da pátria, para resolver de maneira pacífica
este problema da Coreia, após conter os sinistros esforços dos
imperialistas estadunidenses e de seu subalterno, a camarilha
traidora de Syngman Rhee, direcionados a desencadear uma guerra
fratricida e inundar nossa linda terra com sangue, para
transformar até o Norte da nossa pátria em colônia dos EUA. A luta
para levar à prática a resolução da Conferência de Moscou dos
Ministros de Relações Exteriores dos Três Estados, um razoável
acordo internacional para a solução do problema coreano; o
posterior esforço para estimular os trabalhos da Comissão
Conjunta Soviético-Estadunidense; a luta que, após a dissolução
desta Comissão, ocorreu quando era necessário plasmar a justa
proposição do governo da União Soviética de retirar
simultaneamente os exércitos soviético e estadunidense da Coreia e
deixar que o povo coreano resolva seus assuntos; a realização,
em abril de 1948, da Conferência Conjunta do Norte e do Sul, a
proposta de eleições gerais do Norte e do Sul e a luta para efetuá-
las; a batalha chamada a pôr em prática as medidas para
reunificar a pátria por via pacífica, propostas pela Frente
Democrática para a Reunificação da Pátria em junho de 1949; a luta
para realizar o apelo feito por esta Frente, em junho de 1950, com o
fim de aplicar o quanto antes as medidas mencionadas — tudo isto
ateste os sinceros esforços que o Governo da República e nosso
povo fizeram para reunificar por via pacífica a pátria e evitar o
conflito sangrento que os imperialistas ianques e a traiçoeira
camarilha de Syngman Rhee tentavam desencadear contra nossa
pátria e nosso povo.
Apesar de nos últimos dois anos os militares e a policia do
fantoche Syngman Rhee, manipulados pelos imperialistas ianques,
terem perpetrado em milhares de ocasiões todo tipo de excessos
provocativos — invadiam incessantemente as zonas ao Norte do
Paralelo 38, sequestravam frequentemente seus habitantes,
assaltavam e queimavam casas de camponeses depois de saqueá-las,
assassinavam a população inocente, etc., etc. —, o Governo da
República demonstrou grande paciência no desejo de evitar a
expansão dos confrontos no Paralelo 38 e a tragédia de uma guerra
fratricida.
Qual foi, então, a resposta dos imperialistas ianques e da
camarilha traidora de Syngman Rhee aos incansáveis esforços
desperdiçados pelo Governo da República e pelo povo coreano para
dar uma solução pacífica ao problema da Coreia? Seu propósito era
fazer fracassar deliberadamente o trabalho da Comissão Conjunta
Soviético-Estadunidense para tornar realidade a resolução da
Conferência de Moscou dos Ministros de Relações Exteriores dos
Três Estados, recusar a justa proposta do governo da União
Soviética da retirada simultânea dos exércitos soviético e
estadunidense da Coreia, fortalecer o regime antipopular,
policialesco e terrorista na Coreia do Sul e perpetrar cruéis atos de
massacre e terror sem precedentes contra o patriótico povo coreano.
Da mesma forma, à proposta de reunificar a pátria por via pacífica
mediante eleições gerais do Norte e do Sul, feita na Conferência
Conjunta de Abril pelos representantes dos 56 partidos políticos e
organizações sociais do Norte e do Sul da Coreia, que integravam
mais de 12 milhões de pessoas, responderam realizando, em 10 de
maio de 1948, pérfidas eleições separadas usando a força das
baionetas; e à proposta para a reunificação pacífica da pátria,
apresentada em duas ocasiões pela Frente Democrática para a
Reunificação da Pátria, respondeu com uma agressão armada
surpresa contra a parte Norte da Coreia, provocando uma guerra
fratricida e a intervenção direta dos exércitos de terra, mar e ar do
imperialismo ianque.
Todo o povo coreano e suas forças armadas, o heroico
Exército Popular, que amam sua terra natal, a República Popular
Democrática da Coreia, levantaram-se como um só homem com as
armas na mão para a Guerra de Libertação da Pátria, contra a
camarilha de Syngman Rhee e os invasores armados imperialistas
ianques, pela independência, liberdade e honra da pátria.
Queridos compatriotas, irmãos e irmãs:
Mais de dois meses se passaram desde que começou a
Guerra de Libertação da Pátria do povo Coreano contra a camarilha
de Syngman Rhee e os invasores armados imperialistas
estadunidenses. O povo coreano e suas forças armadas, o heroico
Exército Popular, obtiveram honrosos triunfos ressoantes nesta
guerra, aniquilando e rechaçando essas tropas invasoras e o exército
fantoche de Syngman Rhee. Em mais de dois meses de combates, os
bravos oficiais e soldados do nosso Exército Popular dizimaram as
unidades principais do exército fantoche de Syngman Rhee e as
principais divisões ianques que desembarcaram em nosso território
e libertaram vastas regiões da parte Sul da nossa pátria.
Por essas brilhantes vitórias alcançadas na justa Guerra de
Libertação da Pátria, nosso Exército Popular goza do afeto e respeito
de todo o povo coreano e de todos os povos amantes da liberdade.
Por ocasião do segundo aniversário do estabelecimento da República
Popular Democrática da Coreia, agradeço, em nome do Governo
da República, aos oficiais e soldados do heroico Exército Popular e
aos guerrilheiros e guerrilheiras que defendem a independência, a
liberdade e a honra da pátria em ferozes batalhas contra o inimigo.
Hoje, nosso Exército Popular, na verdade, não luta contra o
exército fantoche de Syngman Rhee, mas contra os invasores
armados imperialistas ianques, caudilhos do imperialismo mundial.
As unidades sobreviventes do exército fantoche de Syngman Rhee,
destruídas e aniquiladas pela ofensiva das unidades do Exército
Popular, não têm força nem capacidade para conter seu impetuoso
avanço. Em pouco mais de dois meses de combate, o exército
fantoche de Syngman Rhee perdeu a massa fundamental de seus
efetivos humanos e a maioria de seus meios de fogo. Agora, serve
apenas de máscara para encobrir os atos de agressão armada dos
imperialistas estadunidenses.
Os mercenários, vendidos por dólares aos monopolistas dos
EUA, que buscam agredir o território de outro país, violar a
independência e a liberdade de outra nação para subjugá-la, foram
despachados para o outro lado do mundo em grande número,
saldando os infortúnios e as catástrofes que causaram ao nosso país.
Como reportou há dias atrás o Quartel General Supremo do Exército
Popular da Coreia, em dois meses de combate o nosso heroico
Exército Popular matou 15.176 soldados das tropas terrestres do
agressor imperialista ianque, feriu 45.000 e fez 1.736 prisioneiros.
Quanto mais durar a invasão armada do imperialismo
contra o nosso país, mais se intensificará a ofensiva do heroico
Exército Popular para desferir golpes devastadores e,
consequentemente, maior será o número de mercenários do
imperialismo ianque que sucumbirão em nosso território pátrio.
Na luta contra os agressores armados
imperialistas estadunidenses, não apenas participa o Exército
Popular, mas também todo o povo coreano. Na retaguarda, nosso
povo luta com abnegação, sacrificando até a vida para garantir a
vitória na frente, para ajudar o Exército Popular que trava duras
batalhas contra o inimigo pela honra da pátria. Por ocasião do
segundo aniversário da proclamação da República, permita-me
prestar homenagem de gratidão e honra a todos os habitantes da
retaguarda, que revelam ímpar e inaudito heroísmo e abnegação
patriótica para garantir a vitória na frente.
Atualmente, o Governo da República Popular Democrática
da Coreia não apenas domina a parte Norte da Coreia, mas também
todas as regiões da parte Sul, exceto uma pequena parte das
províncias de Kyongsang do Sul e do Norte. Agora, cerca de 95% da
superfície total do nosso país e 97% da população estão coesamente
unidos sob a bandeira da gloriosa República Popular Democrática da
Coreia. A população sul-coreana, que, emancipada já da opressão,
pobreza, escuridão e privação de direitos, recuperou sua liberdade e
seus direitos, embarcou, juntamente com a população norte-coreana,
no caminho da digna luta pela prosperidade da pátria, por sua
própria felicidade.
Quero aproveitar esta oportunidade para felicitar toda a
população sul-coreana que escapou do domínio reacionário dos
imperialistas ianques e da gangue de Syngman Rhee.
Também a população sul-coreana emancipada se levantou
unanimemente em defesa da República e ajuda ativamente o
Exército Popular em ofensiva.
Nas áreas libertadas, foram restabelecidos os comitês
populares, autênticos órgãos do Poder popular — que, logo após de
constituídos por iniciativa do povo, foram dissolvidos pela repressão
do imperialismo ianque e da camarilha de Syngman Rhee —, e estão
sendo realizadas com sucesso eleições para os comitês populares de
condado, distrito e comuna.
Os eleitores do Sul participam ativamente nas eleições
com um alto espírito político e entusiasmo patriótico nunca visto
durante o domínio de Syngman Rhee. A população sul-coreana não
demonstrava nenhum interesse por votar para os organismos do
governo, que estavam destinados a oprimi-lo. Hoje, porém, elegendo
seus órgãos de poder por sua própria vontade, é natural que
demonstre entusiasmo político extraordinariamente alto.
Nas eleições para os comitês populares de condado, sub-
condado e comuna (bairro) efetuadas nas áreas libertadas da parte
Sul, 97-98% do número total de eleitores participaram. Esta é uma
prova tangível do entusiasmo com que a população sul-coreana
participou nas eleições para seus organismos de poder, e de seu
ardente apoio ao Governo da República.
Lá, foram realizadas uma após a outra as mesmas reformas
democráticas realizadas na parte Norte. Para tornar realidade o
anseio secular dos camponeses, é realizada a reforma agrária sobre a
base do princípio de confisco e distribuição gratuita das terras, assim
como se aplica a Lei do Trabalho para trabalhadores e empregados.
Como resultado da reforma agrária, também os camponeses
sul-coreanos se tornaram donos da terra e se libertaram por completo
das garras do jugo e da exploração pelos senhores, da miséria e da
escuridão, da privação de direitos e de humilhações. Com esta
reforma, muitas terras expropriadas do governo títere de Syngman
Rhee, do imperialismo ianque e dos proprietários de terras foram
distribuídas gratuitamente a trabalhadores agrícolas e camponeses
com pouca ou nenhuma terra. Na província de Kyonggi, 156.824
hectares de terra foram distribuídos entre 214.115 famílias
camponesas; na província de Kangwon da parte Sul, 35.293 hectares
foram entregues a 74.789 famílias; e na província de Chungchong do
Sul, até 31 de agosto, 95.241 hectares foram distribuídos entre
216.980 famílias. Em todas as províncias da parte Sul, a reforma
agrária é concluída exitosamente graças à participação entusiástica
dos camponeses e sua ativa luta contra os senhores de terras e a
camarilha de Syngman Rhee.
Todas as reformas democráticas que Governo da República
realiza nas áreas libertadas do Sul são fervorosamente apoiadas por
seus habitantes.
A população sul-coreana, que agonizava sob a dominação
antipopular, reacionária e policialesca do imperialismo
estadunidense e da gangue vende-pátria de Syngman Rhee, participa
ativamente, juntamente com a norte-coreana, na Guerra de
Libertação da Pátria para aniquilar e expulsar do nosso solo os
invasores armados ianques e a camarilha de Syngman Rhee.
Combatendo-os valentemente com armas nas mãos, estão centenas
de milhares de jovens patriotas sul-coreanos que ingressaram
voluntariamente no Exército Popular e o Corpo Popular de
Voluntários.
A guerra que travamos hoje contra os invasores armados
imperialistas ianques é uma guerra justa de todo o povo para libertar
a pátria, guerra na qual participa não apenas o Exército Popular, mas
também toda a população.
Com o tempo, os invasores armados imperialistas ianques
experimentarão cada vez mais a força demolidora do nosso povo, de
pé para lutar contra eles.
Eles tentam encobrir suas ações militares agressivas contra
nossa pátria com a bandeira da ONU, alegando uma resolução do
Conselho de Segurança adotada ilegalmente sem a participação dos
delegados da União Soviética, da República Popular da China e do
povo coreano.
Como todos sabem, a ONU foi instituída com a missão de
fazer respeitar a integridade territorial de cada país e a
independência, a liberdade e a soberania de cada nação e de
preservar a paz e a segurança no mundo. No entanto, os
imperialistas ianques a usam para seus fins agressivos, para violar o
território, a independência, a liberdade e a soberania de outros
países, por meio do mecanismo de votação de seus seguidores
vendidos por dólares. Se a ONU quer, realmente, respeitar a
independência e a soberania de todas as nações e preservar a paz e
a segurança, deve parar imediatamente as ações agressivas que os
bandidos imperialistas ianques estão perpetrando em nossa pátria e
os selvagens bombardeio de seus aviões contra nossas cidades e
vilarejos pacíficos.
Recentemente, por iniciativa da Frente Democrática pela
Reunificação da Pátria, foi publicada a “Declaração do Povo
Coreano”, que exigia ao Conselho de Segurança da ONU tomar
medidas para pôr fim sem demora aos atos bélicos dos invasores
imperialistas ianques em nosso solo pátrio e fazê-los se retirar
imediatamente. Esta declaração foi assinada por mais de 13 milhões
de coreanos com mais de 15 anos. Se a ONU não quer ser um
instrumento agressivo a serviço do imperialismo ianque e respeita
os direitos e a liberdade do povo coreano, deve ouvir suas razões
e apoiá-las, interrompendo a agressão armada dos imperialistas
ianques.
Os invasores armados imperialistas ianques e seus lacaios
devem ter em mente que nossa Coreia não pertence, como a
Califórnia, aos Estados Unidos, mas ao povo coreano, que está
firmemente determinado a oferecer até a última gota de sangue para
salvaguardar a independência, liberdade e a honra de sua pátria, e
que a vitória está do lado do povo coreano, que empreende uma
guerra justa.
Os invasores armados imperialistas ianques, alegando que
seus delitos contra nossa pátria são "ações policiais da ONU",
tentam encobrir e falsificar, diante do povo de seu país e da opinião
pública mundial, as tremendas perdas, vicissitudes e crises que
sofrem na guerra coreana. Quem poderá considerar como "ações
policiais da ONU" as flagrantes operações militares que já lhes
custaram mais de 15 mil mortos em apenas dois meses de guerra? O
quartel general de MacArthur reporta, orgulhosamente, que
diariamente despeja milhares de toneladas de bombas sobre nossos
vilarejos e cidades pacíficos, sobre habitantes inocentes, e Truman,
MacArthur e Acheson, maníacos de guerras e caudilhos da agressão,
cinicamente chamam isso de "ação policial da ONU".
Os invasores armados imperialistas ianques colocam em
prática seu plano predatório elaborado minuciosamente há muito
tempo para subjugar e massacrar o povo coreano por meio das armas
e chantagens, transformá-lo em escravo, submetê-lo à miséria e à
fome e devastar a economia do nosso país.
Devido aos desumanos bombardeios aéreos e navais dos
piratas ianques, numerosas cidades do nosso país, como Chongjin,
Wonsan, Nampho, Taejon e Wonju, foram destruídas, centenas de
milhares de vilarejos foram reduzidos a cinzas e um incontável
número de habitantes pacíficos foram selvagemente assassinados. Os
agressores armados imperialistas ianques devastaram um grande
número de empresas industriais em nosso país. Estes bandidos
assolaram muitas fábricas e empresas, como a Fábrica de
Fertilizantes de Hungnam, a Fábrica de Vidro de Nampho, a Fábrica
de Tabaco de Pyongyang, a Fábrica de Processamento de Cereais de
Pyongyang, a Fábrica de Fundição de Metais não Ferrosos de
Nampho, a Fábrica de Fundição de Ferro de Hwanghae e a Fábrica
de Aço de Chongjin, que eram o orgulho do nosso país.
Embora tenham sido capazes de transformar nossas
cidades, vilarejos e empresas industriais em ruínas, nunca poderão
tirar do povo coreano sua liberdade, independência e soberania. O
povo coreano nunca esquecerá as atrocidades que os agressores
armados imperialistas estadunidenses cometeram na Coreia, mas os
odiará eternamente, geração após geração.
Os bárbaros bombardeios contra nossa pátria e povo lhe
renderam um ódio e indignação implacáveis, e motivaram até
mesmo algumas personalidades que o adoravam a entenderem
sua natureza.
O povo coreano estava diante de duas alternativas:
mansamente tornar-se escravo colonial ou lutar para salvaguardar a
independência, a liberdade e a honra da pátria. Todo o povo coreano,
amante de sua pátria, não hesitou em escolher a segunda. Junto com
suas forças armadas, o heroico Exército Popular, mobilizou-se em
uníssono para alcançar o triunfo final na Guerra de Libertação da
Pátria contra os invasores armados imperialistas ianques. Os oficiais
e soldados do Exército Popular, demonstrando ímpar valentia e
patriotismo em ferozes combates derrotam irremediavelmente o
inimigo, enquanto o povo empreende na retaguarda heroísmo e
abnegação patriótica a fim de garantir a vitória na frente. Nosso
Exército Popular é inigualavelmente corajoso e nosso povo é
heroico.
Em dois meses de guerra, os oficiais e soldados do nosso
Exército Popular acumularam rica experiência e adquiriram hábil
capacidade combativa para surpreender o inimigo por sua
retaguarda, aniquilá-lo nos cercos, e derrotá-lo com maior eficácia.
Hoje, nosso Exército Popular tornou-se mais poderoso e é capaz de
dar golpes fatais no inimigo. Dois meses de combate demonstraram
que é mais forte que as tropas invasoras do imperialismo ianque, e
nossos oficiais, vindos do povo, muito superiores aos do inimigo.
Os agressores armados imperialistas ianques, para justificar
suas ações, chamam de "agressor" o povo coreano, que está lutando
pela independência, liberdade e honra de sua pátria. Isto nos lembra
dos antigos ditos, equivale a "Um ladrão acusar a vítima" e "De tão
absurdo, faz um boi rir e romper o cabestro".
Segundo a lógica dos bandidos ianques, o povo coreano,
que se levantou para proteger a independência, a liberdade e os
direitos de sua pátria contra o ataque de invasores armados do outro
lado do oceano, são "invasores"; enquanto os saqueadores
colonialistas que, mobilizando suas forças terrestres, marítimas e
aéreas, agridem outro país, violam os direitos e a liberdade de outra
nação, bombardeiam selvagemente cidades e vilarejos pacíficos e
assassinam em massa a população inocente são "defensores da paz e
da caridade".
A essência da "filosofia" made in USA, com a qual os
imperialistas ianques definem o agressor, foi claramente revelada
também na confissão de Kim Hyo Sok, ex-"ministro de assuntos
internos" do governo fantoche de Syngman Rhee. Revelou que
quando, em abril de 1949, visitou juntamente com Beard — um
conselheiro estadunidense de assuntos policiais do governo fantoche
de Syngman Rhee —, a "embaixada dos Estados Unidos na Coreia
do Sul", o embaixador ianque Muccio, depois de trocar umas
palavras de protocolo, disse: “Política é força. Quando uma força
colide com outra, não há necessidade de discriminar meios e
métodos. O forte vence e o débil perde. A vitória é boa; a derrota é
má.”
Os imperialistas ianques não serão capazes de justificar
com nenhum argumento suas ações agressivas ao desencadear,
instigando a camarilha de Syngman Rhee, uma guerra fratricida,
segundo um detalhado plano preparado durante muito tempo, e ao
iniciar uma intervenção armada direta contra nossa pátria e nosso
povo.
Com poderão explicar seu mapa militar estratégico traçado
com a camarilha de Syngman Rhee para a "expedição ao Norte",
publicado na imprensa, e os acordos concluídos com o mesmo
objetivo em fevereiro do mesmo ano entre MacArthur e Syngman
Rhee em Tóquio, Japão? Como poderão encobrir os sinistros
propósitos das sucessivas visitas, desde fevereiro deste ano, de
parlamentares, missões diplomáticas e delegados do Departamento
de Defesa dos Estados Unidos, bem como a visita de Dulles à Coreia
do Sul nas vésperas do início da chamada "expedição ao Norte" e
sua inspeção do Paralelo 38 e das trincheiras do exército títere de
Syngman Rhee em suas proximidades? Como expressara o delegado
soviético Malik em uma sessão do Conselho de Segurança da ONU,
ninguém acreditará que Dulles esteve nessas trincheiras para colher
lírios.
Para expor como o traidor Syngman Rhee preparou a
guerra fratricida, sob a manipulação direta do imperialismo ianque,
desejo citar uma frase de sua carta confidencial dirigida em 10 de
abril de 1949 a seu "enviado especial" Jo Pyong Ok, que foi
descoberta em um cofre de documentos secretos de Syngman Rhee:
“Creio que você deverá discutir este assunto, a portas fechadas e
com franqueza, com distintas personalidades das Nações Unidas e
dos Estados Unidos da América. Anuncie em sigilo absoluto nosso
plano para a reunificação. De fato, já estamos preparados para a
reunificação, mesmo que seja agora mesmo, em todos os aspectos,
exceto um: faltam armas e munições... Antes de empreender esta
operação, precisamos de dois navios de guerra de 8 mil toneladas
cada um e dotados de canhões de calibre 18 polegadas, para
defender os rios Amnok e Tuman. Precisamos também de guarda
costeiros de alta velocidade para proteger as costas do movimento
comunista clandestino, 200 mil efetivos militares organizados e
treinados para guardar a fronteira norte e aviões e canhões
antiaéreos para a defesa. Necessitamos de tudo isto agora mesmo”.
Em outra carta enviada a Robert Oliver em 30 de setembro de 1949,
Syngman Rhee escreve: “Recebi suas cartas e obrigado por elas...
Gostaria de ter frequentes oportunidades para trocar opiniões sobre o
desenvolvimento da situação aqui e nos Estados Unidos... Gostaria
de descrever-te brevemente nossa situação. Estou convencido de que
estamos no momento mais propício para iniciar o ataque...
Deveríamos encurralar as tropas de Kim Il Sung nas zonas
montanhosas e forçá-las a passar fome com o passar do tempo. Se
tudo correr assim, nossa linha de defesa será fixada nos rios Amnok
e Tuman. Então, nossa situação melhorará em por cento.
A linha defensiva natural, demarcada por estes rios e pelo monte
Paektu, será quase intransitável, se contarmos com suficiente
número de aviões, dois ou três guardas costeiras de alta velocidade
nas fozes desses rios e caças para defender todas as linhas costeiras
incluindo a ilha Jeju... Estou seguro de que poderíamos resolver este
problema em muito pouco tempo, se permitem fazê-lo.”
Em resposta a esta carta, em 12 de outubro de 1949, Jo
Pyong Ok, enviado especial de Syngman Rhee que, na época,
permanecia em Lake Succes, remeteu-lhe a seguinte carta
confidencial: “Li com grande atenção e interesse sua carta enviada
ao doutor Oliver referente à questão da reunificação. Considero que
nas condições atuais, a proposta apresentada em sua carta constitui o
único meio conveniente e definitivo para realizar nosso desejo, a
reunificação. Mas, tendo em conta todos os fatores, considero que
ainda não chegou o momento mais propício para pôr em prática este
plano. Sobretudo, duvido muito do estado de nossa preparação e a
opinião pública internacional não apoiará nossas ações... Discuti o
problema com o embaixador Jang e o doutor Oliver; concordamos
que sua proposta deve ser considerada como o plano principal do
nosso governo, plano que devemos cumprir sem falta quando
estivermos preparados e chegar o momento adequado”.
Estes documentos secretos atestam que os imperialistas
ianques e a camarilha de Syngman Rhee há muito vinham forjando a
"expedição ao Norte" e a guerra fratricida. Hoje, quando estes
documentos secretos são mostrados ao mundo, acusando sua longa
preparação para atacar o Norte da Coreia, não podem mais encobrir
sua natureza agressiva.
Queridos compatriotas, irmãos e irmãs;
Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular;
Valentes guerrilheiros e guerrilheiras:
A Guerra de Libertação da Pátria do povo coreano contra
o invasor armado imperialista ianque entrou em sua fase decisiva.
Os inimigos estão completamente cercados por três lados,
encurralados na área estreita dentro da linha de Kyongju, Yongchon,
Taegu, Changnyong, Masan e Jinhae. Não lhes resta outra saída
senão o estreito da Coreia.
Na tentativa de escapar da iminente derrota, o inimigo
resiste desesperadamente mobilizando todos os seus efetivos
terrestres, marítimos e aéreos e todos os seus meios de fogo.
Mas sua resistência será esmagada pela ofensiva do nosso
heroico Exército Popular e, em um futuro não distante, será
dizimada e expulsada de nosso solo pátrio.
Quanto mais próxima fica a hora da sua derrota, mais
desesperadamente o inimigo agirá, e quanto mais o encurralemos na
zona estreita, mais ele resistirá.
Portanto, todos os oficiais e soldados do Exército Popular e
os guerrilheiros devem lutar com mais coragem e heroísmo, dizimar
implacavelmente o inimigo que tentar resistir, intensificando a
ofensiva e o ataque surpresa. Vocês devem saber aproveitar
eficientemente cada bala e cada obus, e não desperdiçá-los; proteger
bem suas vidas e armas dos ataques aéreos inimigos; aproximar-se
mais das posições do inimigo à medida que intensifique seus ataques
aéreos, quebrá-las astuciosamente e penetrar na profundidade de sua
retaguarda e mais profundamente em sua defesa, cercá-lo e
aniquila-lo.
Oficiais e soldados do Exército Popular, guerrilheiros e
guerrilheiras: os corpos de crianças e mulheres assassinadas
cruelmente pelos selvagens e indiscriminados bombardeios aéreos e
navais dos imperialistas ianques, as cidades e vilarejos em chamas
pedem-te vingança. A cada passo que deem, devem sentir mais ódio,
indignação e sede de vingança pelos bárbaros bombardeios, pelas
atrocidades dos piratas imperialistas ianques contra nossa pátria e
nosso povo, devem combater mais valentemente, mais
impiedosamente o inimigo. Devem esmagar e expulsar o quanto
antes todos os invasores armados estadunidenses do nosso solo
pátrio e coroar com brilhantes vitórias a honrosa Guerra de
Libertação da Pátria.
Para satisfazer a tempo as crescentes demandas da frente e
assegurar a vitória, todos os habitantes consolidarão mais a
retaguarda, reconstruirão prontamente as estradas e pontes que o
inimigo destruiu, produzirão mais materiais bélicos e cereais e
intensificarão a ajuda às famílias dos militares do Exército Popular.
Trabalhadores fabris produzirão mais armas, munições e
obuses; os do transporte levarão a tempo, sem perder nem um
minuto, os materiais bélicos à frente; os camponeses recolherão os
cereais e pagarão sem demora o imposto em espécie, desafiando os
ataques aéreos do inimigo, para fornecer mais comida à frente e à
retaguarda.
Além disso, todos os habitantes da retaguarda, aguçando
mais a vigilância, devem detectar a tempo os agentes do inimigo e os
elementos subversivos e sabotadores e descarregar sobre eles todo o
peso da lei e decretos do tempo de guerra.
Nosso povo não está sozinho na luta contra os invasores
imperialistas ianques e seu lacaio, a quadrilha de Syngman Rhee.
Nesta justa luta para defender a independência, a liberdade e a
honra da pátria, desfruta do ardente apoio e respaldo
internacional dos povos da União Soviética, dos países
democráticos populares, e de todos os povos amantes da paz.
Este apoio e respaldo internacionais são um grande estímulo à
nossa luta e inspiram nosso povo com a convicção na vitória. A
vitória será do povo coreano, que se levantou para uma justa luta.
Glória ao heroico povo coreano, aos valentes oficiais e
soldados de suas forças armadas, o Exército Popular, e os
guerrilheiros e guerrilheiras que se levantaram para a honrosa
luta contra os invasores armados imperialistas ianques!
Adiante para aniquilar e expulsar o quanto antes de nosso
solo pátrio todos os intervencionistas armados imperialistas ianques
e seus lacaios da camarilha de Syngman Rhee, que pisoteiam a
independência, a liberdade e a honra da nossa pátria e os direitos do
nosso povo!
Viva o povo coreano unido sob a bandeira da República
Popular Democrática da Coreia!
Viva o heroico Exército Popular, forças armadas do
povo coreano!
Viva a República Popular Democrática da Coreia!
DEFENDEMOS COM NOSSO SANGUE
CADA PALMO DO SOLO PÁTRIO

Discurso por rádio a todo o povo coreano


11 de outubro de 1950

Queridos compatriotas;
Irmãos e irmãs;
Oficiais e soldados do heroico Exército Popular;
Valentes guerrilheiros e guerrilheiras:
Os bandidos estadunidenses continuam sua agressão
armada contra a Coreia para transformá-la em sua colônia, e nosso
povo — 30 milhões de habitantes —, em seu escravo.
Até hoje, os imperialistas ianques sofreram contundentes
golpes e perderam um grande número de tropas, mas desencadearam
uma ofensiva de grande magnitude mobilizando todas as suas forças
armadas estacionadas na região do Pacífico.
Nosso Exército Popular se viu obrigado a empreender,
enquanto segue combatendo, um recuo estratégico. A situação atual
em nossas frentes se agravou. Nossa pátria está em grande perigo.
Os imperialistas ianques, ao ver que na Coreia seus lacaios,
a camarilha de Syngman Rhee, estavam sofrendo derrotas absolutas
e que o regime de dominação reacionário se desmoronava, lançaram
a agressão armada aberta contra o povo coreano de acordo com seu
sinistro plano premeditado.
O objetivo da agressão armada do imperialismo ianque
contra a Coreia é transformá-la em sua colônia, e nosso povo, em
seu escravo, e fazer dela sua base militar estratégica para suprimir a
luta dos povos asiáticos por sua libertação nacional e atacar a
China e a União Soviética.
Para encobrir seus atos agressivos contra a Coreia, os
imperialistas ianques se aproveitam do rótulo da ONU. Falam que
as tropas ianques estão fazendo atividades militares na Coreia de
acordo com uma "resolução" do Conselho de Segurança da ONU.
No entanto, de fato empreenderam sua intervenção armada
antes que tal "resolução" fosse aprovada, que por si só não tem
validez, já que foi adotada sem a participação dos representantes da
União Soviética e da República Popular da China, membros
permanentes do Conselho de Segurança da ONU, sem mencionar os
do povo coreano.
Escondendo-se atrás da ONU, o bandidesco imperialismo
ianque afoga nosso território em sangue, cometendo todo tipo de
cruéis delitos. Seus aviões e navios incendiam nossas cidades e
vilarejos pacíficos, não deixando nem um único de pé, e destroem
indiscriminadamente nossas empresas industriais que custaram tanto
suor e sangue do nosso povo. As tropas agressoras do imperialismo
ianque assassinam em massa nossos habitantes pacíficos: homens e
mulheres, idosos e crianças. Os bandidos imperialistas ianques,
agarrados aos métodos mais cruéis, tentam freneticamente reprimir o
indomável espírito de luta do povo coreano que aspira à liberdade e
independência, em flagrante violação da Carta da ONU e ignorando
o Direito Internacional e as normas da moralidade humana.
No entanto, por mais desesperados esforços que façam, não
serão capazes de fazer se ajoelhar o povo coreano, levantado em
uníssono para a sagrada luta de libertação de sua pátria contra o
agressor, pela liberdade e pela independência do país; nem serão
capazes de impedir a luta patriótica do nosso bravo Exército
Popular, dos nossos bravos guerrilheiros e de toda a população na
retaguarda. Diante dos fortes ataques do heroico Exército Popular, as
tropas agressoras do imperialismo ianque sofrem fracasso após
fracasso e se veem à beira da derrota final em nosso solo pátrio. Por
isso, lançaram uma ofensiva desesperada, mobilizando forças
terrestres, navais e aéreas de suas bases do Pacífico, parte de sua
frota do Mediterrâneo e até seus navios de reserva, para restaurar seu
prestígio arruinado e realizar a todo custo seus objetivos agressivos
na Coreia.
Assim, concentraram na frente coreana enormes forças
armadas cujos efetivos chegam a centenas de milhares e, em 16 de
setembro, de surpresa, desembarcaram em Inchon mais de
50.000 soldados. Nesta operação, participaram várias centenas de
navios e cerca de 1.000 aviões. O inimigo tentava tomar Seul com
um só golpe, mas não pôde fazê-lo tão facilmente. O Exército
Popular, apoiado pelos cidadãos de Seul e pelo Corpo Popular de
Voluntários, durante 14 dias deteve o ataque inimigo,
numericamente superior, revelando exemplar devoção patriótica e
heroísmo incomparável.
Também em outros setores da frente, o inimigo conseguiu
ocupar uma posição vantajosa.
Diante desta situação, nosso Exército Popular não teve mais
opção senão realizar um recuo estratégico. Na frente foi criada uma
grave situação. O inimigo cruzou o Paralelo 38 e avança em direção
ao Norte.
Os imperialistas ianques, que invadem as regiões ao Norte
do Paralelo 38 da Coreia ameaçando ao extremo a paz e a segurança
na Ásia, rejeitaram outra proposta para resolver a questão coreana
por meios pacíficos apresentada pelo governo da URSS. Esta
proposta, feita pelo representante da União Soviética na Assembleia
Geral da ONU, prevê a cessação de ações militares, a retirada das
tropas estrangeiras do território da Coreia e a reunificação pacífica
da Coreia mediante eleições gerais livres no Norte e no Sul. Esta
proposta concorda totalmente com os interesses do povo coreano.
No entanto, os imperialistas ianques a rejeitaram usando sua
maquinaria de votação, que os obedece, e continuam sua guerra de
rapina.
Ao estender sua agressão armada contra a Coreia, cometem
ainda mais abertamente perversos atos de saques do povo e revelam
com maior nitidez sua verdadeira face como os piores inimigos do
povo coreano e de todos os povos asiáticos.
Esta guerra que nosso povo empreende contra os agressores
imperialistas ianques pela liberdade e independência da pátria, pela
felicidade das gerações vindouras e para não se tornar escravo
colonial novamente, é a mais justa e sagrada guerra.
Como a história mostra, o caminho da grande luta dos
povos pela liberdade e independência de seu país não é suave. No
curso desta luta, tanto pode haver êxitos quanto fracassos
temporários. Citemos por exemplo a luta do povo soviético. Após
a grande Revolução Socialista de Outubro, os intervencionistas
armados, os imperialistas dos EUA, Inglaterra, França etc.
invadiram a jovem República Soviética para estrangulá-la. Então,
os intervencionistas armados apertaram o estreito cerco ao centro,
crendo que poderiam triunfar em pouco tempo. Mas, nesta árdua
luta contra as forças aliadas imperialistas, os povos soviéticos
saíram vitoriosos, após repelir os intervencionistas armados, e
salvaguardaram a liberdade e a independência da pátria soviética. O
mesmo vemos na luta do povo chinês. Os imperialistas e
reacionários chineses acreditavam que poderiam esmagar a
resistência do povo chinês, que lutava pela liberdade e
independência de sua pátria. Entretanto, o povo chinês finalmente
derrotou a reação interna e as agressivas forças imperialistas e
venceu na revolução.
O imperialismo, condenado ao fracasso, faz desesperados
esforços para girar para trás a roda da história. Tentou na Rússia,
mas falhou. Tentou novamente na China, mas não teve sucesso.
Hoje, os imperialistas tentam escravizar o povo coreano. Não há
dúvida de que os bandidos imperialistas ianques sofrerão um
contundente fracasso em seus desígnios agressivos.
Em sua feroz luta contra os agressores imperialistas
ianques, o povo coreano fez milagres de coragem e heroísmo sem
par. O fato de nosso povo ter se levantado como um só homem para
a sagrada luta de libertação nacional, pela liberdade e independência
da pátria, dando provas de incomparável bravura e indomável
espírito combativo, não é de modo algum derivado de um fator
temporário ou aleatório. É porque nosso povo, que suportou a
penosa vida de escravidão durante muito tempo sob o domínio do
imperialismo japonês, tem uma firme determinação nacional de não
permitir que seu país seja arrebatado de novo pelos imperialistas
nem de se tornar mais uma vez escravo; além disso, compreendeu
claramente que só através da luta de libertação nacional contra a
agressão dos imperialistas estrangeiros poderá alcançar a liberdade e
a independência de sua pátria, a felicidade e a prosperidade para si e
para as gerações vindouras.
O povo coreano — disposto a consagrar tudo o que estiver
ao seu alcance pela libertação da pátria e de si mesmo e convencido
da justeza de sua causa — superará com audácia qualquer
dificuldade e dura prova, e alcançará uma brilhante vitória.
Atualmente, temos todas as condições para triunfar. A vitória será,
inevitavelmente, nossa.
Os três meses de guerra provaram claramente o grande
poder do nosso povo. O mundo inteiro pôde constatar o grande
poder da unidade e o indomável espírito combativo do nosso povo,
de pé na luta contra os agressores imperialistas ianques e a gangue
vende-pátria de Syngman Rhee, para defender a liberdade, a
independência da pátria e os êxitos das reformas democráticas, por
sua felicidade e um esplêndido futuro, para não voltar a sofrer a
amargura de ser um escravo apátrida.
Queridos compatriotas;
Bravos oficiais e soldados do Exército Popular e
guerrilheiros:
Atualmente, para superar a crise que nosso país atravessa,
repelir os agressores e salvar o destino da pátria e do povo, devemos
lutar mais resolutamente, com um intransigente espírito combativo.
Os oficiais e soldados do Exército Popular devem combater
corajosamente, até a última gota de sangue, para proteger cada
palmo da terra pátria, para defender nossas cidades e vilarejos.
Devemos nos vingar mil vezes dos agressores imperialistas ianques
e da camarilha de Syngman Rhee, assassinos de nossos pais e
irmãos, e defender os êxitos alcançados nas reformas democráticas.
Os trabalhadores dos setores de transporte e de
comunicações devem modificar seu trabalho conforme a situação
atual, reconstruir com rapidez as estradas e linhas férreas e de
comunicação destruídas pelos bombardeios inimigos, proteger os
meios de transporte e de comunicação e assegurar a tempo o
abastecimento à frente de todos os tipos de materiais. Os
trabalhadores devem aproveitar cada minuto e produzir o máximo
de armas, projéteis e munições para atender as necessidades da
frente. Os camponeses devem aumentar o rendimento da colheita
para abastecer com suficiente quantidade de alimentos a frente e a
retaguarda, conservar cuidadosamente os grãos produzidos e
entregar a tempo o imposto em espécie.
Os camponeses sul-coreanos devem seguir lutando
bravamente contra os agressores ianques imperialistas para
salvaguardar os êxitos da reforma agrária e pela emancipação da
pátria.
Todo o povo molestará a retaguarda inimiga e, em caso de
inevitável retirada, mudará para outro local todos os materiais e
meios de transporte ferroviário, para não deixar nem uma
locomotiva, nem vagão, nem um grão nas mãos do inimigo.
Nas regiões ocupadas pelo inimigo, há que empreender
amplamente a luta guerrilheira, para atacar de surpresa os quarteis-
generais do inimigo, destrui-los e, em todo lugar, cortar suas linhas
de suprimento, como estradas, pontes etc., cortar as de comunicação
e incendiar armazéns e materiais de guerra.
Com máxima vigilância, todos os habitantes deverão
descobrir e aniquilar a tempo espiões e elementos subversivos e
sabotadores infiltrados em nossa retaguarda e lutar implacavelmente
contra os propagadores de boatos, contra os covardes e os
desertores.
Para vencer na Guerra de Libertação da Pátria, todo o povo
coreano deve fazer tudo ao seu alcance e ajudar ativamente o
Exército Popular em todos os aspectos.
Nosso povo não está sozinho na luta pela liberdade e
independência da pátria. É preciso que todos oficiais e soldados do
Exército Popular, os guerrilheiros na retaguarda inimiga e todo o
povo coreano tenham em mente que nossa grande luta desfruta do
apoio e ajuda ativos dos povos da União Soviética, da República
Popular da China e de outros países de democracia popular, bem
como a simpatia unânime de toda a humanidade progressista.
Hoje, a tarefa mais importante que temos adiante é defender
com nosso sangue cada palmo do solo pátrio e preparar todas as
forças para desferir novos golpes decisivos ao inimigo. Devemos
aniquilar definitivamente os intervencionistas armados estrangeiros
e a gangue de Syngman Rhee.
Que todo o povo coreano levante alto a bandeira da
República Popular Democrática da Coreia, a bandeira da vitória!
Glória ao heroico Exército Popular da Coreia!
Glória aos guerrilheiros que lutam na retaguarda inimiga!
Viva o heroico povo coreano, de pé para a luta pela
liberdade, independência e honra da pátria contra os agressores
imperialistas ianques!
LUTEM MAIS AUDAZMENTE PELA
VITÓRIA FINAL NA GUERRA DE
LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA

Ordem Nº 0097 do Comandante Supremo


do Exército Popular da Coreia
8 de fevereiro de 1951

Bravos soldados e classes das forças terrestres, marítimas e


aéreas;
Camaradas comandantes e instrutores políticos;
Queridos camaradas guerrilheiros guerrilheiras:
Hoje, em severas circunstâncias, quando a Guerra de
Libertação da Pátria pela independência e reunificação do país e pela
liberdade do povo entrou em seu estágio decisivo, celebramos o
terceiro aniversário da fundação do heroico Exército Popular da
Coreia.
O heroico Exército Popular da Coreia, em estreitas
cooperações com o Corpo de Voluntários do fraterno povo chinês,
libertaram todo o território da parte Norte, incluindo Pyongyang,
antiquíssima cidade de nossa pátria e capital democrática da
República, que foi temporariamente ocupada pelo inimigo, repelido
completamente ao Sul do Paralelo 38.
Cercando e aniquilando o inimigo em fuga, as unidades do
Exército Popular e do Corpo de Voluntários do Povo Chinês
avançaram com maior rapidez e já libertaram Seul, Incheon, Suwon,
Wonju, Haengsong e outras muitas cidades e vilas da parte Sul, e
travam, sem trégua, combates ferozes, acumulando mais êxitos
militares.
Nossas valentes unidades guerrilheiras combinadas, no
fundo da retaguarda inimiga, expandem mais a chama da luta;
atacam de surpresa seus quartéis generais, destroem suas linhas de
suprimentos, meios de comunicação e depósitos de materiais de
guerra, semeando a confusão entre suas fileiras à beira da derrota.
Nos 7 meses da Guerra de Libertação da Pátria,
conquistamos verdadeiramente uma grande vitória. Esta nos serve de
firme base para seguirmos libertando toda a Coreia. Nossa vitória
revelou por completo a vulnerabilidade dos imperialistas ianques,
desferiu um contundente golpe ao seu projeto de agredir a Ásia e
agravou mais a confusão e a divisão entre as forças agressivas
imperialistas encabeçadas pelos estadunidenses. Ao mesmo tempo,
nossa vitória estimulou vigorosamente a luta anti-imperialista
pela libertação nacional dos povos de vários países asiáticos.
Na justa Guerra de Libertação da Pátria para defender o
país e o povo da agressão do imperialismo ianque, nosso jovem
Exército Popular esbanjou coragem, audácia e abnegação patriótica,
demonstrando seu poder ante o mundo inteiro.
Nossos soldados e classes, cientes de sua pesada missão
sublime para com a pátria e o povo, empregaram sua capacidade
combativa e conhecimentos da técnica militar avançada e deram
prova de um alto senso organizativo e disciplinar em ferozes
combates, e os oficiais estimularam os soldados com atos
exemplares.
Em meio a sangrentos combates travados para derrotar e
expulsar os agressores imperialistas ianques, sugiram muitos heróis
e combatentes exemplares entre os oficiais e soldados do Exército
Popular. É altíssimo o número daqueles que, por seus relevantes
méritos perante a pátria e o povo, foram distinguidos com o Título
de Herói da República e com diversas ordens e medalhas.
O Exército Popular, que passou a difícil prova da
retirada, cresceu e se fortaleceu tanto em efetivos quanto no plano
técnico, tornando-se poderosas forças armadas com alta consciência
revolucionária.
Com a participação das unidades do Corpo de Voluntários
do fraterno povo chinês na Guerra de Libertação da Pátria, a
situação na frente se tornou mais favorável, e nas três operações
realizadas em cooperação, o Exército Popular e as unidades do
Corpo de Voluntários do Povo Chinês deram golpes devastadores no
inimigo, causando mais de 100.000 baixas.
Os agressores imperialistas ianques, não querendo se
retirar da Coreia, correm o risco de serem aniquilados até o último
em nosso solo pátrio.
Em todos os lugares da parte Norte temporariamente
ocupados, os assassinos imperialistas ianques cometeram
atrocidades ferozes com nossos queridos pais e mães, irmãos e
irmãs: massacres terríveis, estupros e torturas sinistras. As mãos
desses bandidos se sujaram de vermelho do sangue dos coreanos.
Nunca esqueceremos o rancor dos nossos habitantes assassinados
pelos bandidos imperialistas ianques e faremos com que paguem
centenas de vezes mais caro pelos sofrimentos impostos ao nosso
povo.
Nós temos todas as condições para vencer na guerra.
O Exército Popular goza de grande carinho e apoio do povo
e seus laços com ele são cada vez mais estreitos. Todo o povo,
ansioso por ver nossa vitória em breve, mobiliza-se como um só
homem para ajudar o Exército Popular a garantir seu avanço
triunfante.
A disposição espiritual e moral do Exército Popular é
incomparavelmente superior à do inimigo. Os oficiais e soldados do
nosso Exército Popular conhecem bem o nobre objetivo que
perseguem na guerra e a justeza de sua causa. Por outro lado, as
tropas agressoras do imperialismo ianque, que realizam uma guerra
injusta de agressão contra outra nação e já perpetraram crimes
em nosso país, têm um ânimo muito baixo e tremem de medo ao ver
que se aproxima a hora da vingança. Na guerra da Coreia, o exército
agressor do imperialismo ianque sofreu derrotas não apenas no
aspecto militar, mas também no político e no moral.
Os nobres traços políticos e morais do nosso Exército
Popular alcançaram um nível mais alto na luta para derrotar o
inimigo.
Nesta justa luta, não estamos só. Os povos da União
Soviética, China e outros países de democracia popular nos
oferecem seu apoio e ajuda ativos, e os povos progressistas do
mundo inteiro simpatizam com nossa luta.
Tudo isto constitui a condição que garante nossa vitória
final.
Camaradas soldados e classes do Exército Popular;
Camaradas comandantes e instrutores políticos;
Camaradas guerrilheiros e guerrilheiras:
Aproxima-se o dia em que derrotaremos e expulsaremos
totalmente o inimigo e lograremos a vitória na grande Guerra de
Libertação da Pátria. Mas a vitória não vem por si só, não se
conquista sem uma tremenda luta. O inimigo, condenado à derrota
final, esforça-se com mais ira e frenesi para se salvar da severa
vingança do nosso povo. Resistirá freneticamente recorrendo aos
mais astutos e perversos métodos.
Não devemos nos gabar da vitória, mas elevar mais a
vigilância revolucionária e aniquilar mais implacável e duramente
os agressores imperialistas dos EUA.
Por ocasião do terceiro aniversário da fundação do heroico
Exército Popular da Coreia, felicito-vos calorosamente e emito a
seguinte ordem para lograr a vitória definitiva na grande Guerra de
Libertação da Pátria:
Primeiro, todos os soldados e classes do Exército Popular
devem masterizar o manuseio de suas armas, aperfeiçoar
incessantemente a técnica militar, cumprir pontualmente os
requisitos dos regulamentos e das instruções militares, executar a
tempo e corretamente as ordens dos superiores, observar
conscientemente a disciplina militar e a ordem, elevar seu espírito
organizativo e dar provas de nobre conduta combativa e moral.
Segundo, os comandantes e instrutores políticos, em todos
os níveis, aperfeiçoando incansavelmente a arte de comando, devem
organizar habilmente ações conjuntas entre diferentes unidades,
melhorar e desenvolver de múltiplas formas as atividades de
reconhecimento, que constituem os olhos e ouvidos do exército,
elevar a um nível mais alto o trabalho dos estados maiores,
aproveitar ao máximo as experiências das unidades avançadas da
Guarda e elevar mais o espírito revolucionário das unidades.
Terceiro, todas as unidades do Exército Popular devem
organizar e realizar mais estreitamente ações coordenadas com as
unidades do Corpo de Voluntários do fraterno povo chinês, trocar
informações entre si e aplicar em maior grau valentia e tenacidade
nos combates.
Quarto, os intendentes assegurarão o envio a tempo de
diversas armas, munições e outros equipamentos e materiais
militares à frente, proteger perfeitamente esses suprimentos dos
ataques aéreos do inimigo, reparar e utilizar eficientemente os
despojos de guerra, e reparar prontamente os suprimentos
danificados para devolvê-los à frente.
Quinto, os guerrilheiros e guerrilheiras devem assistir
substancialmente o avanço das unidades do Exército Popular e do
Corpo de Voluntários do Povo Chinês, assaltar os quartéis generais
do inimigo, destruir seus canais de comunicação e meios de
transmissão e perturbar ainda mais sua retaguarda.
Sexto, para celebrar a enorme vitória lograda pelo nosso
heroico Exército Popular, às 8h da noite de hoje, 8 de fevereiro, dia
do terceiro aniversário de sua fundação, em Seul e Pyongyang 120
canhões dispararão cada um 20 salvas.
SOBRE ALGUMAS TAREFAS DO
EXÉRCITO POPULAR PARA ALCANÇAR
A VITÓRIA FINAL NA GUERRA DE
LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA

Discurso no cursilho para os quadros de regimento do


Exército Popular da Coreia
7 de fevereiro de 1952

Com o objetivo de melhorar a qualidade do Exército


Popular, decidimos que, desde o fim do ano passado, fossem
instituídos estes cursos de curta duração para comandantes.
Desejo aproveitar a oportunidade de me encontrar aqui com
vocês camaradas participantes do cursilho para falar da situação
político-militar do nosso país e sobre algumas tarefas que o Exército
Popular tem pela frente para alcançar a vitória definitiva na Guerra
de Libertação da Pátria.
Como já sabem, atualmente nosso Exército Popular segue
desgastando e enfraquecendo o inimigo na linha de confrontação,
seguindo a orientação do Partido sobre a defesa ativa em posição, e,
ao mesmo tempo, intensifica os exercícios de combate e a
preparação política, realizando preparativos em todos os níveis para
antecipar a vitória definitiva na guerra.
Os imperialistas estadunidenses estão se afundando em uma
profunda crise político-militar, como resultado dos contundentes
golpes que nosso Exército Popular desfere. Sofrendo sucessivas
derrotas contra este, viram-se obrigados a propor-nos, no verão
passado, negociações de armistício. Eles parecem poderosos, mas na
realidade não são. Se fossem tão poderosos, por que nos proporiam
negociações de armistício? É que não lhes saíram os cálculos da
vitória.
Porém, os imperialistas ianques manobram para ver
realizados seus planos bandidescos negociando o cessar-fogo, por
um lado, e, por outro, ao entrar no novo ano, preparam
desesperadamente uma nova ofensiva militar. Agora, estão
aumentando em grande escala seus efetivos e bombardeiam e
canhoneiam barbaramente na frente, na costa e na nossa retaguarda.
Vocês devem guardar-se de colocar esperanças nessas
negociações, deixando-se afrouxar pelo sentimento pacifista ou
relaxar a tensão.
O Exército Popular, aproveitando o tempo ao máximo, deve
assegurar as vitórias alcançadas ao preço do sangue derramado e,
apoiando-se na experiência que já possui, fazer todos os preparativos
para alcançar a vitória definitiva na Guerra de Libertação da Pátria.
Há que aperfeiçoar, acima de tudo, a preparação político-
ideológica.
Uma boa formação política e ideológica do soldado é uma
garantia decisiva para a vitória na guerra. Isto o faz combater
resolutamente, sem se curvar diante de nenhuma dificuldade,
demonstrando ousadia e espírito de sacrifício.
É importante na preparação político-ideológica incutir em
todos os militares um ódio implacável ao inimigo. Torná-los
conscientes de todas as atrocidades, dos crimes perpetrados pelos
agressores imperialistas ianques, para despertar sua consciência
classista e imbuí-los em ardente ódio pelo inimigo.
É preciso reforçar entre o pessoal a educação comparando o
avançado regime social estabelecido na parte Norte da Coreia com o
regime social reacionário da parte Sul. Fazer isto para que
compreenda bem a superioridade do regime social do nosso país,
ame ardentemente a pátria e o povo e salvaguarde ao custo da vida
cada centímetro do país.
Nas unidades da frente, deve-se educar bem os soldados
para que não sejam enganados pela propaganda reacionária
mentirosa do inimigo. Na primeira linha, o inimigo lança folhetos e
emite transmissões de rádio. Não devem ignorar, mas revelar a
fundo seu caráter reacionário e falso e desenvolver a educação
política dos soldados por sua própria iniciativa, antes das possíveis
maquinações do inimigo.
Para a preparação político-ideológica, também é importante
educar os militares na disposição ideológica de valer-se de suas
próprias forças, sem depender dos demais, para derrotar os invasores
e conquistar a vitória definitiva.
Os povos dos países irmãos e os demais povos amantes
da paz apoiam e respaldam ativamente nosso povo em sua luta, mas
os protagonistas da Guerra de Libertação da Pátria são os próprios
coreanos. Ajude quem quer nos ajudar, mas o Exército Popular deve
cumprir seu papel de protagonista. Há que redobrar a educação
ideológica dos combatentes fazendo com que se desprendam da
ideia de apoiar-se nos outros e se mantenham em elevada disposição
ideológica para valer-se de suas próprias forças para combater os
invasores imperialistas dos EUA e alcançar a vitória definitiva.
Também é importante na preparação político-ideológica
inspirar os militares com a firme confiança na vitória.
Embora pior armado que o inimigo, lutando com
inquebrantável confiança na vitória, nosso Exército Popular vencerá.
Um povo e um exército que lutam por um causa justa é natural que
saiam vitoriosos desta luta revolucionária. Os fatos históricos
confirmam que um exército revolucionário, que luta por uma causa
justa com inquebrantável confiança, derrota os invasores
imperialistas, apesar de que sejam superiores em técnica.
No passado, a Guerrilha Anti-Japonesa lutou sob condições
muito difíceis, mas perseverando em sua causa dotada de
confiança na vitória, pôde derrotar o poderoso imperialismo japonês
e recuperar a pátria.
Se a Revolução Socialista de outubro triunfou na Rússia,
foi porque sua classe trabalhadora lutou liderada por Lenin com uma
inquebrantável confiança de que o capitalismo ruiria e a vitória seria
do socialismo, inevitavelmente.
Hoje, nosso Exército Popular está lutando em condições
incomparavelmente mais favoráveis do que as do período da Luta
Armada Anti-japonesa.
Está dotado de armas e equipamento técnico de combate
modernos e conta com uma segura retaguarda. Temos o Partido do
Trabalho da Coreia, organizador e inspirador de todas as nossas
vitórias, e sua sábia direção, e temos um povo coesamente unido em
torno do Partido.
O Exército Popular é um exército genuinamente popular,
que luta pelos interesses dos trabalhadores e camponeses, um
exército partidário, revolucionário, dirigido pelo Partido do Trabalho
da Coreia. Está travando uma guerra justa em defesa da pátria contra
a invasão imperialista estrangeira.
Pelo contrário, o exército agressor do imperialismo ianque é
reacionário e antipopular, que se lança a uma agressão, à predação
em outros países, para favorecer os interesses de um punhado de
monopolistas. Está envolvido em uma guerra injusta, de agressão
contra o nosso país, com a intenção de estendê-la posteriormente à
China e à União Soviética.
Contamos com o ativo apoio e respaldo dos povos dos
países de democracia popular e dos demais povos amantes da paz.
Portanto, se nosso Exército Popular lutar com
inquebrantável confiança na vitória, é claro que culminará em um
brilhante triunfo a grande Guerra de Libertação da Pátria contra os
invasores armados imperialistas, acaudilhados pelos ianques, e a
camarilha fantoche de Syngman Rhee.
Devemos explicar claramente aos oficiais e soldados
do Exército Popular o justo caráter da guerra que estamos lutando e
a justeza de nossa causa, para que lutem com mais coragem, com
firme confiança na vitória.
Outra tarefa é seguir materializando cabalmente a
orientação dada pelo Partido com relação à defesa ativa em posição.
Na implementação desta orientação, o regimento ocupa um
lugar muito importante. Quando o regimento cumprir sua missão de
combate com eficácia, a divisão poderá fazer a sua própria, e,
finalmente, a orientação estratégica do Partido será brilhantemente
executada.
Quando se incorporarem às suas unidades, vocês devem
organizar bem a defesa, fortificar as posições de acordo com a
orientação do Partido, para consolidar a frente e as costas,
transformando-as em uma fortaleza de aço.
Há que construir muitas e melhores posições de defesa que
tenham a galeria subterrânea como espinha dorsal. Contando com a
galeria, durante o combate será possível proteger dos golpes do
inimigo os efetivos humanos e os materiais de guerra e repelir
qualquer ataque inimigo. Prevendo o uso da galeria com fins táticos,
há que deixá-la estreitamente vinculada às posições de campanha.
Todas as unidades de defesa devem acelerar e concluir prontamente
os trabalhos de defesa dos primeiros escalões, construir o sistema de
posições até a profundidade da defesa, ao longo da estrada do
caminho que conduz até lá, e seguir fortalecendo as costas e os
pontos de importância tática. Na parte oriental da frente, que é uma
área montanhosa, há que situar as posições em todas as dimensões
importantes, de tal modo que se possa organizar uma defesa
circular.
É necessário organizar efetivamente o sistema de fogo. Os
vales e áreas fechadas onde não chega o fogo das armas portáteis,
mantê-los-ão totalmente bloqueados mediante fogo de artilharia e
minas.
Devem organizar habilmente a batalha defensiva. Há que
ser cuidadoso particularmente na distribuição das pequenas
unidades, na designação de missões, na organização do sistema de
comando e na cooperação.
Ao mesmo tempo em que a defesa é efetivamente
organizada, há que fazê-la mais ativa para seguir desgastando e
enfraquecendo os efetivos humanos do inimigo. Não devem
permanecer inativos nas posições pensando apenas em atacar o
inimigo com ofensiva, mas intensificar as ações dos grupos de
assalto, dos franco-atiradores, das companhias de artilharia móvel,
para causar perdas ao inimigo em todas as partes, em efetivos
humanos, armas e equipamentos técnicos de combate, cansá-lo e
mantê-lo em constante pânico.
O assalto é o melhor método de aniquilar de surpresa o
inimigo. Bem organizado, o assalto noturno pode sobrecarregar
facilmente qualquer força inimiga. Os regimentos de infantaria
devem organizar em grande escala assaltos, especialmente à noite,
enviando grupos às linhas do inimigo para um ataque surpresa, a fim
de destruir continuamente equipamentos técnicos de combate, como
canhões e tanques e outros objetos.
Em suas unidades, o Exército Popular deve fazer um
balanço dos êxitos protagonizados pelos grupos de atiradores até
agora, para desenvolver a um nível mais alto suas atividades. É
conveniente organizar mais grupos de franco-atiradores com os
soldados de melhor pontaria, de melhor visão e audição, e dar-lhes
cursos que os ensinem os métodos de combate.
Há que intensificar as ações das companhias de artilharia
móvel, que são eficazes em causar muito baixas ao inimigo com
poucas forças artilheiras e obstaculizar suas ações. Fazendo assim,
causarão mais perdas tanto em efetivos humanos quanto em
equipamentos de fogo.
Há que derrubar mais aviões do inimigo. Planejamos
realizar mais adiante uma conferência de grupos de caçadores de
aviões para fazer um balanço de suas ações passadas, expor novos
métodos de combate conforme a mudança tática da aviação inimiga,
a fim de dar uma grande viragem em suas atividades.
Para obter êxitos no abatimento de aviões, os grupos de
caçadores não devem permanecer fixos em um lugar, mas mover-se
constantemente, derrubando os aviões do inimigo, atraindo-os com
diversos tipos de simulações de estabelecimentos, canhões,
caminhões etc.
É necessário organizar bem os combates de montanha e
noturnos. Em nosso país, que é montanhoso, pode-se dizer que o
enfrentamento, para ambas as partes beligerantes, concentra-se em
ferozes batalhas pela conquista das colinas. Vocês, portanto, devem
ser hábeis nos combates de montanha para arrancar do inimigo, uma
por uma, as colinas ocupadas, avançando passo a passo adiante.
É importante, também, para materializar a orientação do
Partido sobre a defesa ativa em posição, elevar a capacidade de
comando dos chefes de regimento e dos chefes de seus estados
maiores e melhorar a atuação destes órgãos.
A guerra moderna é diferente da antiga, quando os
caudilhos militares combatiam a cavalo à frente das tropas. É uma
guerra mecanizada, tridimensional, na qual intervêm milhões de
homens com armas e equipamentos técnicos de combate
desenvolvidos e lutam com grande capacidade de movimento em
extensas frentes e profundas retaguardas. Para triunfar na guerra
contemporânea, é necessário que os comandantes elevem sua
capacidade de comando e o estado-maior se desenvolva
adequadamente. Os comandantes devem saber como utilizar com
eficácia as armas modernas e equipamentos técnicos de combate
modernos, de acordo com suas características, e organizar
meticulosamente a cooperação entre as unidades e sub-unidades de
diferentes ramos e armas e entre as pequenas unidades.
É necessário que os comandantes saibam como usufruir da
artilharia. Em outros tempos, houve chefes de regimentos e de
batalhão que não a usavam devidamente, chegando até mesmo a
desdenhá-la. Houve incluso comandantes que, além de desprezarem
o papel da artilharia, cometeram atos perniciosos ao retirá-la para a
retaguarda.
Os comandantes devem estudar a fundo como empregar
melhor os canhões e outros meios de fogo, a fim de causar maiores
baixas ao inimigo e ampliar o sucesso do combate. O fogo artilheiro
não deve ser disperso, mas concentrado. Se for disperso, não será
possível dar golpes mais contundentes no inimigo. Sobretudo em
áreas eminentemente montanhosas, como em nosso país, é muito
importante o utilizar eficazmente todo tipo de peças de artilharia de
acordo com suas características de combate. É necessário posicionar,
como foi feito na elevação 1211, os canhões de tiro direto nas
colinas, não apenas para aniquilar desde elas os efetivos inimigos,
mas também para destruir pontos de tiro individuais, tanques, assim
como canhões. Há que procurar que os artilheiros afiem
constantemente a pontaria para causar mais baixas ao inimigo com
menor gasto de projéteis.
Os chefes de regimento, a fim de aproveitar eficientemente
as baterias de artilharia, devem estar cientes das questões de
princípio relacionadas ao uso tático do canhão na topografia das
montanhas e com a teoria de fogo artilheiro, e ajudar bem os
comandantes de artilharia a cumprir plenamente sua missão.
Do mesmo modo, os comandantes devem organizar melhor
a cooperação com as unidades vizinhas e assegurar os flancos. Na
guerra moderna, na qual as condições de combate são
frequentemente alteradas, são muito importantes a organização e a
manutenção adequadas da cooperação e a proteção responsável dos
flancos. No entanto, há, segundo o que me foi informado,
comandantes e estados maiores que se preocupam menos com a
proteção dos flancos e nem sequer prestam apoio ativo às unidades
vizinhas em combates desiguais contra o ataque inimigo. Não é
uma atitude digna do comandante de um exército revolucionário
diante do combate. As unidades devem se ajudar e auxiliar para
assegurar sucesso na batalha como um todo.
Além disso, há que elevar mais ainda o nível de
organização dos exercícios para seguir aperfeiçoando a capacidade
combativa da unidade.
Os exercícios de combate devem ser organizados de acordo
com a orientação dada pelo Partido para torná-los mais práticos para
as lutas reais, levando em conta as experiências do curso da guerra, a
realidade do nosso país e a imediata tarefa combativa da unidade.
Sobretudo, reforçar o treinamento nas montanhas e nas condições
noturnas, para atuar melhor nos combates de defesa e de assalto das
linhas ocupadas. O que o inimigo mais teme é o assalto noturno do
Exército Popular. Portanto, é necessário fazer muitos exercícios
durante a noite, para acostumar os soldados às ações de combater
em tais condições.
Ao mesmo tempo, devem intensificar os exercícios de
comandantes e de estados maiores. Disseram-me que este cursilho
se limitou a realizar apenas exercícios táticos conjuntos nas áreas de
planície, mas de agora em diante deverão fazer principalmente nas
áreas montanhosas, de acordo com as características do nosso país.
Quando retornarem às suas unidades, farão maquetes, sobre as quais
estudarão uma por uma as questões práticas, baseando-se na
experiência adquirida em combates reais, a fim de assimilar mais
táticas ágeis e flexíveis.
Outra tarefa é estabelecer uma férrea disciplina e eficaz
administração na unidade.
Para um exército, a disciplina significa a vida. Um exército
bem disciplinado pode vencer, mesmo com piores armas, um
inimigo tecnicamente superior. Um dos principais fatores da vitória
do nosso Exército Popular sobre as tropas agressoras do
imperialismo ianque, que se gabam de manter sua "supremacia" no
mundo, é a férrea disciplina que possui.
Os comandantes devem educar todos os soldados
constantemente para que observem conscientemente a disciplina e
executem ao pé da letra suas ordens.
Devem envolver os soldados de cuidado e afeto e buscar
uma administração eficaz das unidades. No entanto, há alguns
comandantes que tentam estabelecer a disciplina entre os soldados
censurando e gritando, em vez de tratá-los calorosamente e
raciocinar gentilmente com eles; com este método, não poderão
atingir seu objetivo. Usar da censura e dos gritos é um método usado
nos exércitos dos Estados capitalistas, tal procedimento coercitivo
não pode ser permitido no Exército Popular.
Para dar à unidade temperamento de combatividade de aço,
os chefes e soldados devem estar monoliticamente unidos em
ideologia e vontade. Como comandantes que são, vocês tem sob sua
responsabilidade um grande número de soldados, os melhores filhos
de operários e camponeses. Sendo assim, devem tratá-los como
verdadeiros camaradas revolucionários, apreciá-los e amá-los com
um sentimento paterno, conhecer se têm ou não dificuldades e
resolvê-las a tempo quando as possuem.
Os comandantes devem prestar profunda atenção à vida
cotidiana dos soldados. Como estão divididos em pequenas unidades
na frente, seus comandantes poderão assegurar, incluso com poucos
esforços, melhores condições de vida para os soldados.
Os comandantes velarão para que aos soldados, que
enfrentam dias penosos de luta nas colinas, não faltem arroz e sopa
quentes em cada refeição. Assim como, embora estejam nas
primeiras linhas, para fazer com que possam receber a tempo jornais,
revistas e outras publicações, que vivam com otimismo. O modo de
vida do nosso exército é: lutar com coragem, ter momentos
agradáveis de distração, de alegre descanso, sempre que para ele se
apresente a ocasião oportuna.
Os comandantes devem sempre ser um exemplo, tanto no
combate quanto no serviço cotidiano. Assim eram os da Guerrilha
Anti-japonesa, característica que influía sobre os soldados. No
combate, colocavam-se na frente de seus homens dando provas de
valor, e ao acampar durante a marcha, eram os primeiros a cortar as
árvores e armar as tendas, e até cumpriam a missão de sentinelas
junto com os soldados. Na Guerrilha Anti-Japonesa, não havia
qualquer tipo de discórdia entre superiores e subordinados. Da
mesma forma, os comandantes do Exército Popular devem servir,
como aqueles, de exemplo em todos os aspectos.
Por último, os comandantes não deixarão de estudar a
fundo a experiência de guerra já acumulada e a ciência militar
moderna, para aplicá-las bem em combate.
Nosso Exército Popular tem experiência tanto em ofensiva quanto
em retirada, bem como em diversas formas de operações e batalhas:
a defesa em posição, a defesa das costas, o assalto. Nossa
experiência de guerra é uma base valiosa para o desenvolvimento de
nossa ciência militar, porque é uma experiência viva da guerra
contemporânea, reunida na luta contra as tropas agressoras do
imperialismo ianque, que tanto se orgulham de serem "as mais
fortes" do mundo.
Incumbe-nos aprofundar no estudo dos métodos e da
experiência de combate adquiridos no transcurso da Guerra de
Libertação da Pátria. Todos os comandantes devem contribuir para o
estudo destas valiosas experiências e enriquecer a ciência militar do
nosso país, resumindo sua experiência de combate e enviando-a ao
Estado-Maior-Geral.
Desejo-vos boa saúde e êxitos nos combates até o dia da
vitória na guerra.
SEM DÚVIDA ALGUMA,
A VITÓRIA SERÁ NOSSA

Informe no ato comemorativo do sétimo


aniversário da libertação de 15 de Agosto,
realizado na cidade de Pyongyang
14 de agosto de 1952

Queridos camaradas:
Celebramos hoje o sétimo aniversário de 15 de Agosto, data
em que a nossa pátria se libertou do domínio colonial do
imperialismo japonês.
Durante um ano, de 15 de agosto do ano passado até agora,
não houve grandes mudanças na frente: prosseguem combates
ferozes de posição com o inimigo. Neste período, o inimigo lançou
vários ataques, entre outros, a chamada "ofensiva de Ridgway" e a
"ofensiva de outono". Mas, cada vez, sofreu derrotas.
O inimigo, tentando se ressarcir da derrota na frente,
recorreu a métodos de guerra cada vez mais selvagens e cruéis:
usando incluso armas químicas e bacteriológicas. No entanto, não
conseguiu nenhum lucro com isso. As diversas epidemias, como a
peste e a cólera que queria espalhar, não lhe deram nenhuma ajuda.
Em um ano, o povo coreano alcançou grandes êxitos na
frente e na retaguarda. As unidades do Exército Popular da Coreia e
do Corpo de Voluntários do Povo Chinês não apenas defenderam
tenazmente suas posições, mas também desferiram contundentes
golpes ao inimigo.
Os êxitos que alcançamos no ano passado são provas claras
da inesgotável vitalidade da nossa República e do sistema popular
democrático.
1. NOSSO ÊXITO NA GUERRA

Camaradas:
Defendemos da agressão dos intervencionistas armados do
imperialismo ianque o Norte da Coreia, base democrática que nosso
povo construiu com suas próprias mãos nos cinco anos seguintes à
libertação, e poderoso ponto de apoio político, econômico, militar e
cultural da nossa revolução. Assim, salvaguardamos gloriosamente a
independência, a liberdade e a honra da pátria. Conseguimos conter
o inimigo no Paralelo 38, de onde empreendeu, em 25 de junho de
1950, uma agressão armada contra nossa República, obrigando-o a
ficar na defensiva contra a sua vontade. Para nós, este é um êxito
muito grande; para o inimigo, derrota militar e vergonha
irreparáveis.
Ao defender na luta heroica o sistema popular
democrático e a base democrática estabelecidos por nosso povo,
estamos em condições de seguir fortalecendo nossa força
revolucionária em todas os âmbitos: político, econômico, militar e
cultural. Conseguimos unir firmemente o povo e fortalecer o Partido,
o poder, o Exército Popular e as organizações sociais. Assim,
contamos com poderosas forças capazes de vencer o inimigo e com
as condições para alcançar a reunificação e a independência total da
pátria, o máximo anseio do nosso povo.
Outro êxito obtido na Guerra de Libertação da Pátria foi
que se consolidou a confiança na vitória, elevou-se o orgulho
nacional e se tornou mais firme o sentimento de ódio ao inimigo e
de vingança em nosso povo, oficiais e soldados do Exército Popular.
Hoje, o povo coreano dedica todos os seus esforços à tarefa
nacional de aniquilar e derrotar o quanto antes os agressores
imperialistas ianques em nossa terra pátria.
Em toda a história de sua pátria, nosso povo jamais esteve
tão firmemente unido no plano político e moral como está agora. O
Exército Popular na frente e o povo na retaguarda, unidos em um
todo único, defendem, com firme convicção na vitória, a
independência, a liberdade e a honra da pátria.
Nosso povo, após se libertar do domínio colonial do
imperialismo japonês, experimentou em sua própria carne a
superioridade do sistema popular democrático durante 7 anos de
vida livre. Hoje, é dirigido pelo poderoso Partido do Trabalho da
Coreia, dotado firmemente com a invencível teoria do marxismo-
leninismo. É um povo tão poderoso que nenhuma força pode
subjugá-lo.
No curso da feroz Guerra de Libertação da Pátria, que está
em seu terceiro ano agora, nosso povo percebeu ainda mais
claramente qual o caminho a seguir para assegurar o feliz futuro de
sua pátria. Este é, precisamente, o caminho do desenvolvimento
democrático. Nosso povo sabe bem que apenas seguindo-o e
expulsando os agressores imperialistas ianques e imperialistas do
nosso território poderá construir um Estado totalmente democrático,
soberano e independente e gozar de uma vida livre e feliz. Por isso,
em todos os coreanos, sem distinção de religião, critério político e
bens de fortuna, que realmente amam sua pátria, arde unanimemente
o desejo de aniquilar e expulsar de seu solo pátrio os
intervencionistas armados.
Operários, camponeses, funcionários de escritório e
intelectuais do nosso país estão realizando façanhas laborais sem
precedentes. Nossa classe trabalhadora logrou grandes êxitos na
produção, mesmo sob as difíceis condições de incessantes
bombardeios aéreos e navais do inimigo. Sobretudo, nossos
honrosos ferroviários e trabalhadores dos corpos de transporte
motorizado e de reparação rodoviária asseguram excelentemente o
transporte durante o período de guerra, sem trégua. Nas difíceis
circunstâncias da guerra, os camponeses e, especialmente, as
camponesas, terminaram com êxito, mais cedo que o ano passado, o
plantio, o transplante de arroz e a capina. Nossos intelectuais,
desafiando as dificuldades da guerra, consagram todas as suas
energias e conhecimentos à grande tarefa de derrotar o inimigo.
Na frente e na retaguarda, as mulheres coreanas exibem um
heroísmo e espírito de abnegação sem par. Substituindo seus irmãos,
maridos e pais que marcharam para a frente, trabalham heroicamente
nas fábricas e no campo. O Governo obsequiou milhares de
mulheres por suas façanhas combativas e seus méritos laborais.
Na retaguarda, nossos jovens substituem seus irmãos que
foram para a frente com o objetivo de aniquilar o inimigo e estudam
e trabalham com entusiasmo em escolas ou centros de trabalho.
Nossos heroicos guerrilheiros e guerrilheiras, que atuam na
retaguarda do inimigo, esmagam audazmente os intervencionistas
armados do exterior e a camarilha de Syngman Rhee, traidor do
povo, golpeando-os contundentemente.
Nossas organizações do Partido, organismos de poder e
organizações sociais sabem trabalhar melhor do que no início da
guerra, dirigir com maior agilidade as massas populares e cumprir
no devido tempo todas as tarefas do período de guerra, superando os
contratempos.
Outro êxito na guerra é que nosso Exército Popular
acumulou uma rica experiência de combate e cresceu tanto em
quantidade quanto em qualidade, tornando-se verdadeiramente um
poderoso exército capaz de defender firmemente nossa pátria.
Nossos soldados, classes e oficiais sabem combater o inimigo e
possuem características políticas e morais incomparavelmente
superiores às das tropas agressoras. A capacidade de comando dos
nossos oficiais e generais, que são treinados, também, em operações
de manobra, elevou-se. Hoje, a moral dos soldados e comandantes
do nosso Exército Popular é mais elevada do que nunca e todos estão
plenos de firme confiança na vitória.
Por outro lado, o ânimo das tropas intervencionistas
armadas dos imperialistas ianques e ingleses decai com o passar do
tempo; descompõem-se mais cada vez tanto no aspecto político
quanto no moral. Isto enfraquece sua capacidade militar. Os
agressores recorrem a todos os meios e métodos para elevar a cada
dia mais decadente moral de seus soldados. Aplicam um sistema de
recompensas para participar dos combates, ensinam vis e bestiais
hábitos como a pilhagem e a brutalidade, vigiam cada um de seus
movimentos através da polícia militar e tentam consolá-los com a
"ajuda do santo Deus", que pregam em missas e orações.
Por exemplo, quando enviam seus piratas aéreos para
bombardear nossas cidades e vilarejos pacíficos, os ianques,
segundo dizem, pregam: "O Deus todo-poderoso vos acompanha,
protegendo vossas vidas". Porém, nossas unidades de artilharia
antiaérea, nossos grupos de caçadores de aviões e nossa aviação
derrubam todo dia esses piratas aéreos "protegidos" por "Deus".
Esses métodos vis e infames que o inimigo aplica para levantar o
ânimo de suas tropas agressoras não poderão impedir sua
decomposição política e moral nem recuperar seu ânimo, que decai
sem pausa.
Os oficiais e soldados das tropas agressoras dos
imperialistas ianques e ingleses estão aumentando sua voz de
protesto mais e mais, perguntando-se por que devem morrer tão
desonrosamente na frente coreana. A força da razão e da verdade
triunfará, por fim, sobre a ignorância e o engano.
No campo inimigo prevalece a discórdia e o desespero,
enquanto a nossa situação é totalmente distinta.
Conferimos condecorações e medalhas da República
a 350.000 soldados, classes, oficiais e generais que demonstraram
bravura, heroísmo e abnegação sem paralelo pelo país e pelo povo
na Guerra de Libertação da Pátria contra os agressores ianques e
ingleses, e o Título de Herói da República, que é ostentado por 352
deles. Estas figuras são uma eloquente prova do heroísmo massivo e
do patriotismo que soldados e comandantes do nosso Exército
Popular exibem na luta pela honra e pela libertação da pátria.
Um êxito na Guerra de Libertação da Pátria é também que
se elevou o prestígio internacional da nossa República e é maior a
simpatia e o apoio ao nosso povo pelos países do campo
democrático.
Os agressores imperialistas ianques calculavam que no
decorrer da guerra poderiam isolar o povo coreano escondendo-se
atrás da bandeira da ONU, mas o resultado foi oposto. Nesta guerra,
longe de ser isolado, o povo coreano ganhou um elevado prestígio
internacional. Nele se focam a simpatia, o apoio e a atenção da
humanidade progressista. Hoje, todas as pessoas honestas do mundo
ajudam desinteressadamente o povo coreano, que luta pela liberdade,
honra e independência de sua pátria.
Desencadeada a agressão armada contra nossa pátria e
nosso povo pelos imperialistas ianques e ingleses, os povos da União
Soviética, República Popular da China, Polônia, Checoslováquia,
Romênia, Bulgária, Hungria, Albânia, República Democrática
Alemã, República Popular da Mongólia e República Democrática do
Vietnã, assim como outros povos amantes da liberdade, colocaram-
se do nosso lado e nos apoiam por todos os meios, e, no grave
período em que nosso jovem Exército Popular se viu obrigado a se
retirar temporariamente devido à superioridade das forças do
inimigo, o povo chinês enviou o Corpo de Voluntários para nos
ajudar.
Eis aqui uma amostra da dimensão do apoio e respaldo
internacionais ao povo coreano: durante o plantio primaveral deste
ano, quando era muito difícil a situação alimentar em nosso país, o
povo soviético nos deu 50.000 toneladas de farinha; o chinês,
dezenas de milhares de toneladas de suprimentos e outros materiais
de ajuda; República Popular da Mongólia, milhares de toneladas de
suprimentos e carne e mais de 100.000 cabeças de gado, e outros
países populares democráticos, vários milhares de vagões de
medicamentos e roupas.
Como vemos, na guerra da Coreia surgiu uma nova forma
de solidariedade e apoio internacionais dos países do campo
democrático e dos povos amantes da liberdade, o que ressalta
brilhantemente seu inquebrantável poderio. Esta solidariedade e
apoio internacionais reforçam mais a convicção do povo coreano na
vitória sobre agressores armados, os imperialistas ianques e ingleses.
O fato de termos infligido derrotas aos intervencionistas
armados do imperialismo ianque, não apenas no aspecto militar, mas
também, e enfaticamente, no político, constitui também um êxito na
guerra.
As tropas agressoras de 16 países, encabeçados pelos
imperialistas ianques, ansiosos por dominar o mundo, levam já dois
anos atacando a jovem República Popular Democrática da Coreia
mediante técnicas militares modernas, armas bacteriológicas, gases
tóxicos e bombas de napalm. Hoje, todo o mundo sabe que as tropas
agressoras imperialistas ianques são mais cruéis e bárbaras que os
fascistas alemães. Apareceram no exército agressor imperialista
ianque novos "generais", como o "general da peste", o "general da
cólera" e o "general do tifo", inéditos para o mundo. Estes atos
inflamaram o ódio dos povos do mundo inteiro aos imperialistas
ianques e expuseram evidentemente o verdadeiro "modo de vida
norte-americano".
Até a Cruz Vermelha Internacional, dirigida pelo
imperialismo ianque, está descontente pelos EUA terem iniciado
uma guerra bacteriológica e química na Coreia. Mas os ianques, os
bárbaros do século XX, recusam-se a assinar o protocolo de
Genebra sobre a proibição de armas bacteriológicas e químicas. Isto
inflama a opinião mundial contra as ações do imperialismo ianque.
O Conselho Mundial da Paz revelou nitidamente a
natureza da guerra que os imperialistas ianques perpetram na Coreia.
Hoje, são completamente desprestigiados e todos os povos os
odeiam.
A guerra da Coreia agrava as contradições entre os países
imperialistas. Muitos deles, que participaram da agressão armada
contra o nosso país, querem romper com o imperialismo ianque para
evitar a responsabilidade por esta guerra criminsa. Isso se deve ao
fato de que os imperialistas ianques não apenas sofrem derrotas
miseráveis na guerra contra o povo coreano, mas também porque
exercem pressão política e econômica sobre muitos países,
circunstância que os leva a perceber que marchar unidos ao carro
dos imperialistas ianques é cair em um atoleiro.
Os povos amantes da paz condenam o imperialismo
estadunidense por sua guerra contra a Coreia. É porque o povo
coreano empreende uma guerra justa pela liberdade e independência
de sua pátria, enquanto os imperialistas ianques perpetram uma
guerra agressiva, injusta.
Em nossa época, não se pode ameaçar com a guerra os
povos de outros países. Os povos estão se levantando mais
dinamicamente para a justa luta para defender sua liberdade e sua
independência. Na Malásia, Filipinas e Indonésia, há já vários anos
se desenvolvem guerras de libertação nacional anti-imperialistas; os
povos destes países defendem sua liberdade e independência. Hoje
em dia, no Oriente se estende a chama ardente da luta libertadora.
Não há força capaz de extingui-la.
É impossível conter, seja com forças armadas terrestres,
marítimas e aéreas, ou armas químicas e bacteriológicas, o progresso
da sociedade humana. Porque hoje todos os povos oprimidos
anseiam por uma vida verdadeiramente livre e feliz, sem
imperialistas e mais ainda sem imperialistas ianques.
Por ocasião do VII aniversário da libertação de 15 de
Agosto, em nome do Governo da República e de todo o povo
coreano, estendo minha gratidão ao exército e ao povo da União
Soviética, que ajudaram nosso povo na luta de libertação nacional.
Também expresso minha gratidão, em nome do Governo da
República e de todo o povo coreano, aos oficiais e soldados do
Corpo de Voluntários do Povo Chinês e a este último.
Por ocasião do VII aniversário de 15 de Agosto da
libertação, permita-me agradecer aos povos da Polônia,
Checoslováquia, Romênia, Bulgária, Hungria, Albânia, República
Democrática Alemã, República Popular da Mongólia e República
Democrática do Vietnã, por sua ajuda constante ao nosso povo, tanto
material quanto moral, desde o início da Guerra de Libertação da
Pátria até hoje.
Por ocasião do VII aniversário da gloriosa libertação de 15
de Agosto, estendo minhas calorosas felicitações e agradecimento,
em nome do Partido do Trabalho da Coreia e do Governo da
República aos heroicos oficiais e soldados do Exército Popular, aos
guerrilheiros e guerrilheiras, à nossa heroica classe trabalhadora e
aos camponeses, aos intelectuais e às mulheres, que defendem a
liberdade e a independência da pátria em uma feroz guerra contra os
agressores armados de 16 países, encabeçados pelo imperialismo
ianque.
2. POR QUE OS AGRESSORES ARMADOS IMPERIALISTAS
ESTADUNIDENSES ATRASAM AS NEGOCIAÇÕES DE
ARMISTÍCIO?

Queridos camaradas:
Nosso povo alcançou relevantes êxitos na Guerra de
Libertação da Pátria. Tais êxitos obrigaram os agressores
armados, os imperialistas ianques, a se sentar à mesa de negociações
de armistício. Como todos sabem, estas negociações duram um ano e
um mês, desde o início de julho do ano passado até a presente data.
Não houve nenhum avanço. Isto se deve inteiramente às
maquinações dos agressores imperialistas ianques.
Os governantes dos Estados Unidos, que continuaram
obstruindo a solução pacífica do problema coreano, estão exigindo
de nós uma concessão absurda para recuperar seu prestígio perdido e
alcançar seus objetivos de agressão, que não alcançaram na guerra,
mediante as negociações de armistício.
Em vez de conduzir estas negociações sobre a base da
compreensão mútua e da igualdade, os agressores imperialistas
ianques tentam efetuá-las a partir da posição de "triunfadores". Este
é o "armistício honroso" que perseguem.
Hoje, os Estados Unidos, que se consideram o país mais
forte do mundo, tentam dominá-lo pela força das armas e contam
com muitas colônias e países satélites. O simples fato de esse país,
após mobilizar suas próprias forças armadas e as de 15 países
satélites, estar em guerra há mais de dois anos com a pequena
República Popular Democrática da Coreia, constitui um ato
vergonhoso sem precedentes em sua história. Maior será a sua
vergonha se firmar o acordo de armistício com o nosso país a partir
de uma posição de igualdade. Por isso, o imperialismo ianque,
tentando recuperar seu decadente prestígio por meio das negociações
de armistício, abriga incluso a estúpida ideia de serem "vencedores".
Nós não podemos considerar como "vencedores" quem não
venceu, nem "derrotados" quem não foi derrotado. Exigimos firmar
um justo acordo de armistício, em pé de igualdade.
O que significa a conclusão justa das negociações de
armistício? Significa que ambas as partes beligerantes concluam o
acordo de cessar-fogo sobre um princípio justo, de igualdade.
Mas os governantes dos EUA atrasam intencionalmente as
negociações de armistício, buscando recuperar seu decadente
prestígio. Na hora de discutir o problema da linha de demarcação
militar, os agressores imperialistas ianques atrasaram por quatro
meses as negociações de armistício, com o propósito de apoderar-se
de uma zona de 13.000 quilômetros quadrados da parte Norte. Este
problema foi resolvido graças aos nossos sinceros esforços. Nas
negociações de armistício, os governantes dos EUA tentaram nos
proibir de construir aeródromos, intrometendo-se em um assunto
interno da nossa República. A questão da construção do aeródromo
fez atrasar as negociações de armistício por mais cinco meses. Mas
o lado estadunidense falhou em atingir seu objetivo.
Agora, os imperialistas ianques fazem obstinados esforços
para reter à força nossos prisioneiros de guerra. Por culpa do
imperialismo ianque, que persiste neste problema, as negociações de
armistício se atrasam novamente. O lado estadunidense deverá
compreender que não conseguirá nada a esse respeito.
Os agressores armados imperialistas ianques apresentaram
a questão do "retorno voluntário" para reter à força nossos
prisioneiros de guerra. Mas a heroica luta que travaram na ilha Koje
contra a tortura, o assassinato e este "retorno voluntário" dos
imperialistas estadunidenses expõe à opinião mundial a real natureza
do "retorno voluntário" que preconizam.
Não podemos deixar nas mãos do inimigo os filhos e filhas
de nossa pátria e nossos irmãos do Corpo de Voluntários do Povo
Chinês aprisionados pelo inimigo. Isto viola a moralidade humana e
o Direito Internacional. Nós, sem dúvida alguma, conseguiremos
que eles retornem à sua pátria, às suas famílias.
Uma das principais causas do atraso das negociações de
armistício se deve ao fato de os imperialistas ianques se prepararem,
por trás das negociações, para uma guerra prolongada. Os
monopolistas dos EUA não querem o fim da guerra na Coreia
nem a distensão internacional, porque para eles a guerra é uma
enorme linha de lucros e um excelente motivo para promover a
corrida armamentista.
Os bilionários dos EUA temem que a solução pacífica do
problema coreano afunde o mundo capitalista em uma crise política
e econômica mais profunda. Os governantes dos EUA pensam que
atrasar as negociações de armistício na Coreia e manter tensa a
situação internacional ajudaria o rearmamento da Alemanha
Ocidental e do Japão, que faz parte do plano para provocar a terceira
guerra mundial contra os países do campo democrático.
Essas são as principais causas que levam os agressores
imperialistas ianques a atrasar as negociações de armistício.
Nossa posição a respeito é clara. Temos nos esforçado e
continuaremos nos esforçando para dar uma solução pacífica ao
problema coreano. Queremos o armistício, mas não tememos a
continuação da guerra.
Se as negociações de armistício são ou não efetuadas com
êxito, depende da parte inimiga. Só resta pendente a questão dos
prisioneiros de guerra. Se os governantes dos EUA desejam com
sinceridade a cessação das hostilidades, obrigatoriamente devem
abandonar sua injusta insistência de manter à força nossos
prisioneiros de guerra. Nos últimos dias, os imperialistas ianques
bombardearam selvagemente cidades, vilarejos e instalações
pacíficas, enquanto seguem obstinadamente com a absurda proposta
a respeito dos prisioneiros de guerra. Por meio deste método
virulento, sonham em vão em alcançar seu maléfico objetivo.
Porém, com nenhum método poderão fazer com que nosso
povo se renda, nem alcançar seus propósitos. Se os agressores
armados ianques e ingleses seguirem estendendo a guerra contra
nossa pátria e nosso povo, sem abandonar suas ambições agressivas,
o valente povo coreano acabará por derrotá-los com o apoio e
respaldo das forças democráticas do mundo inteiro.
3. NOSSAS TAREFAS

Queridos camaradas;
Levamos mais de dois anos de Guerra de Libertação da
Pátria contra os intervencionistas armados ianques e ingleses e seu
lacaio, a camarilha de Syngman Rhee, pela defesa da liberdade e da
independência da pátria e da República, e hoje enfrentamos tarefas
mais árduas e volumosas.
Antes de tudo, no plano político, devemos fortalecer a
unidade política e ideológica do povo e consolidar a Frente
Democrática para a Reunificação da Pátria e sua força reitora, o
Partido do Trabalho da Coreia. Da mesma forma, temos que elevar o
nível de trabalho das instituições estatais e dos organismos do
Partido, aproximar a direção das unidades superiores às inferiores e
fortalecer as atividades das organizações inferiores do Partido e dos
comitês populares de distrito e de comuna, para estabelecer laços
estreitos com as massas populares.
Há que intensificar a formação política e ideológica das
amplas massas populares, especialmente a dos camponeses, para que
tenham confiança no triunfo e sintam ódio e indignação implacáveis
do inimigo. Do mesmo modo, há que educar o povo para que se
mantenha vigilante, no máximo grau, contra espiões, sabotadores e
elementos subversivos enviados pelo inimigo.
Uma garantia da nossa vitória está na consolidação da
solidariedade internacional com os povos de diversos países.
Devemos estreitar a amizade e a solidariedade
internacionalista com os povos da União Soviética, da República
Popular da China e de outros países de democracia popular.
Na esfera econômica, devemos elevar ainda mais
o entusiasmo político e as faculdades criadoras das massas
populares, a fim de seguir normalizando suas vidas, implantar um
amplo movimento de economia e emulação para o aumento da
produção no período de guerra e superar obstáculos e dificuldades
de todo tipos.
Usando todos os métodos e meios, devemos aumentar a
produção de acordo com a guerra e assegurar no devido tempo a
colheita e a debulha deste ano. Dada a escassez de fertilizantes
químicos, a partir de agora teremos que produzir em grandes
quantidades fertilizantes orgânicos, para garantir exitosamente as
tarefas agrícolas do próximo ano.
No plano militar, devemos fortalecer incessantemente o
poderio do Exército Popular, elevar mais a capacidade de comando
dos comandantes e fazer com que todos os soldados e classes
manejem perfeitamente as armas e lutem com um alto espírito
patriótico e heroísmo em prol da pátria e do povo.
Devemos nos esforçar para aumentar a capacidade
combativa do Exército Popular, intensificar sua disciplina e aniquilar
os efetivos humanos do inimigo e destruir seus meios de guerra.
Devemos cumprir todas as tarefas que temos adiante nas
esferas política, econômica e militar para lograr a vitória definitiva
na Guerra de Libertação da Pátria, desejo tanto o povo coreano
quanto de outros povos progressistas.
No momento atual, o povo coreano defende dos
intervencionistas armados ianques e ingleses não apenas a liberdade
e a independência da pátria, o sistema popular democrático e a
República, conquistados com seus próprios esforços, mas também a
paz e a segurança no mundo inteiro. Com sua luta heroica, põe fim
às maquinações dos imperialistas ianques e ingleses dirigidas a
provocar a terceira guerra mundial. A missão que assume o povo
coreano é sublime e sagrada. Executando lealmente esta missão e
defendendo o sistema popular democrático e a República —
conquistas do nosso povo — contra intervencionistas armados, os
imperialistas ianques, devemos corresponder à sincera ajuda e apoio
que os países socialistas e democráticos nos dão.
4. VENCEREMOS

Camaradas:
Estamos firmemente convencidos da vitória. Em que se
fundamenta esta convicção? Em dois importantes fatores:
O primeiro fator é interno.
O povo coreano demonstrou que tem suficientes forças para
salvaguardar o Poder Popular frente ao ataque dos imperialistas
ianques e seus lacaios. No futuro também defenderá, sem dúvidas, a
República Popular Democrática da Coreia e sua própria existência,
frustrando todas as tentativas dos imperialistas ianques e seus lacaios
dirigidas a suprimi-la.
Temos forças e possibilidades para vencer.
Contamos com o Poder Popular, eleito democraticamente e
que representa a vontade de todo o povo coreano e desfruta de
seu amor e confiança.
À frente do nosso povo na luta está o Partido do Trabalho
da Coreia. Seus militantes demonstraram na prática que são os
defensores mais consistentes dos interesses e da felicidade do povo.
O povo coreano possui poderosas forças armadas e sólida
organização militar. O Exército Popular da Coreia deu provas de sua
capacidade para defender firmemente a liberdade e a independência
da pátria.
Contamos com uma sólida retaguarda e uma firme base
econômica, capaz de abastecer o Exército Popular e o país com todo
o necessário.
Além disso, a coesão de todo o povo e a unidade de todas
as forças progressistas e democráticas que se levantaram contra a
agressão dos imperialistas ianques ganham mais solidez. O
fortalecimento da coesão e a unidade de todo o povo, guiado pela
classe operária, na luta contra o imperialismo e pela defesa do
Poder popular e de seus direitos é um dos fatores mais importantes
para a vitória definitiva do povo coreano.
O segundo fator é o externo.
O povo coreano, que luta por uma justa causa, goza da
simpatia e do apoio dos povos de todos os países, do apoio e da
ajuda dos países socialistas e democráticos. Contamos com o
corajoso Corpo de Voluntários do Povo Chinês que luta lado a lado
com o povo coreano.
À medida que passam os dias, são mais estreitas a coesão e
a unidade indestrutível entre os povos dos países socialistas e
democráticos. Nosso povo, apoiado e respaldado por estes povos,
tem suficientes forças e possibilidades para fazer frente a uma guerra
prolongada, enquanto defende o Poder popular, seus direitos e sua
existência.
A transição do sistema capitalista para o sistema socialista,
forma social mais alta, isto é, a passagem para o sistema em que
desapareceram a exploração e a miséria e a opressão dos
exploradores contra as massas populares é uma lei do
desenvolvimento da sociedade humana. Podemos comprovar este
desenvolvimento da sociedade em todas as partes. Como exemplo
eloquente, temos o surgimento de vários países populares e
democráticos na Europa e a República Popular da China na Ásia,
após a Segunda Guerra Mundial.
Todos os fatos comprovam que é impossível frear o
desenvolvimento da sociedade humana ou detê-lo na etapa capitalista.
Os imperialistas não podem parar o desenvolvimento da sociedade
humana nem com a guerra nem com as forças armadas, nem com a
difusão de epidemias como a peste e a cólera, nem com bombas
atômicas, nem com qualquer coisa. Comprovam isso a história e a
realidade objetiva.
O mundo está dividido em dois campos: o democrático e o
imperialista. O mercado mundial capitalista se estreitou
notavelmente. Os imperialistas ianques aspiram subjugar todos os
países e torná-los seus mercados. Mas esta ambição agressiva suscita
resistência mesmo nos círculos governantes de outros países
capitalistas. A emulação dos capitalistas por obter máximas
ganâncias é uma lei da sociedade capitalista e agudiza suas
contradições.
A incessante exploração e opressão dos imperialistas
contra os povos dos países coloniais e dependentes exacerba a luta
dos povos dos países fracos e pequenos contra a guerra imperialista.
Esses povos exigem igualdade de direitos e condições justas para o
desenvolvimento normal do comércio, que assegurem o
desenvolvimento econômico de seus países. Esta exigência agrava
as contradições entre esses países e os imperialistas.
Também se agravam cada vez mais as contradições no
interior dos países capitalistas. No seio destes países, agudizam-se,
com o passar dos dias, não apenas as contradições entre a classe
trabalhadora e a burguesia, mas também entre todas as forças
progressistas e as quadrilhas fascistas.
Estes fatos são uma prova clara do quão corrupto é o
imperialismo, fase superior do capitalismo. À medida que se
aproxima a hora de sua derrota, os imperialistas fazem esforços
desesperados para provocar a terceira guerra mundial, recorrendo
aos métodos extremos de genocídio, para prolongar, mesmo que seja
um pouco mais, a sua existência.
Pelo contrário, o poder dos países do campo democrático
aumenta e se fortalece todos os dias e sua coesão é cada vez mais
sólida. Mesmo nos países capitalistas, crescem e se fortalecem as
forças da paz. Assim, vai chegando a hora da derrota final do
imperialismo e do triunfo geral do campo socialista e democrático.
Não está longe o dia em que o imperialismo será sepultado para
sempre. Temos, portanto, todas as condições para alcançar a vitória.
Sem dúvida alguma, a vitória será nossa.
Marchemos energeticamente adiante à vitória!
Viva o VII aniversário de 15 de Agosto, dia em que nossa
pátria se libertou da dominação colonial do imperialismo japonês!
Glória ao heroico povo coreano e suas forças armadas, o
heroico Exército Popular da Coreia, que está lutando para defender a
liberdade e independência da pátria e o sistema popular democrático
contra os agressores imperialistas ianques e ingleses!
Glória aos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do
Povo Chinês, que lutam heroicamente contra os agressores armados
estadunidenses e ingleses na frente coreana!
Glória eterna aos heroicos oficiais e soldados do
Exército Popular, aos guerrilheiros e guerrilheiras e aos combatentes
do Corpo de Voluntários do Povo Chinês caídos na luta pela
liberdade e a independência da pátria!
Vivam a solidariedade e a amizade internacionalista do
campo socialista e democrático!
Viva o Partido do Trabalho da Coreia, inspirador e
organizador da vitória do povo coreano na luta contra os agressores
imperialistas ianques e ingleses!
Viva a gloriosa República Popular Democrática da Coreia!
REFORCEMOS O
EXÉRCITO POPULAR

Discurso em uma reunião de oficiais superiores


do Exército Popular da Coreia
24 de dezembro de 1952

Camaradas:
Transcorre o terceiro ano da grande Guerra de Libertação
da Pátria do povo coreano contra os intervencionistas armados
estadunidenses e ingleses e a camarilha de Syngman Rhee. Nosso
povo, alçado à justa luta libertadora e seguro da vitória, defende
firmemente, em ferozes combates, o regime de democracia popular.
O ano passado foi um ano de grande significação histórica
na vida do nosso povo e do nosso Exército, ano coroado por nossa
grande vitória na luta pela paz, pela liberdade e pela independência.
A presente reunião militar, de ampla magnitude, tem
enorme importância para adotar medidas destinadas a aumentar a
capacidade combativa do Exército Popular, nossas forças armadas,
durante a Guerra de Libertação da Pátria contra os invasores
imperialistas armados, estadunidenses e os ingleses.
Os imperialistas ianques não querem aceitar as condições
de armistício que propomos, embora sejam razoáveis e sirvam aos
interesses fundamentais não apenas do povo coreano, mas também
do próprio povo estadunidense. Como consequência, as negociações
de armistício permanecerão suspensas por muito tempo, e agora
estamos enfrentando uma nova etapa da guerra.

1. A NATUREZA E O CARÁTER
DA GUERRA COREANA

A atual situação internacional é caracterizada pelos esforços


frenéticos dos imperialistas estadunidenses e ingleses para arrastar a
humanidade para uma nova guerra mundial.
Toda a política dos círculos dominantes dos EUA no pós-
guerra encaminhou este país ao caminho de aventuras sangrentas. Há
dois anos e meio, os maníacos de guerra ianques passaram da
política de ameaça e chantagem para a de agressão direta, cujo
primeiro alvo foi o povo coreano.
Os cientistas venais a serviço da burguesia tentam encobrir
a causa real da guerra e seu caráter classista e tentam, de qualquer
maneira, demonstrar e justificar a "necessidade" da guerra.
O marxismo-leninismo é uma poderosa arma ideológica
que expõe a natureza reacionária da moderna teoria burguesa de
guerra. Somente a doutrina marxista-leninista esclarece a causa real
das guerras e aponta o caminho correto para eliminar todos os
motivos que as geram e para eliminar a própria existência da guerra.
A guerra é, em essência, a continuação da política de uma
determinada classe por meios especiais, pela força.
Lenin disse: “Se aplicarmos à guerra a tese básica da
dialética... ‘a guerra não passa da continuação da política por outros
meios (violentos)’... Este foi sempre o ponto de vista de Marx e
Engels. Eles consideraram cada guerra como continuação da política
de determinadas potências interessadas (e de diferentes classes
dentro dessas potências) da época respectiva”.
Concretando esta tese, o camarada Stalin disse: “Não se
deve ver o problema da guerra separando-o da política. A guerra é
uma expressão da política”.
Para compreender a real essência da guerra e todas as
causas que a provocam, é necessário esclarecer a política interna e
externa aplicada pelas classes dominantes antes da guerra, a política
que levou ao desencadeamento da guerra.
No conceito marxista da guerra, o que importa, antes de
tudo, é elucidar por que as guerras são travadas, que condições
históricas e econômicas as desencadearam e que classes as
sustentam.
Portanto, o estudo da política de classes e Estados permite
definir o caráter e o conteúdo classista da guerra e determinar os
interesses políticos e econômicos das classes que a provocam.
Se a política é imperialista, a guerra que tal política gera é
de agressão imperialista; se a política é de libertação nacional, ou
seja, se expressa a luta que empreende o povo para defender seus
interesses contra a opressão nacional, a guerra é de libertação
nacional.
Existem guerras justas e injustas; as das classes
avançadas e as das classes reacionárias; as que são sustentadas para
se emancipar da opressão classista e nacional e as que são
provocadas para consolidar tal opressão.
As injustas guerras agressivas das classes exploradoras
reacionárias retardam o desenvolvimento da sociedade. Guerra
injusta é a que mantêm os Estados imperialistas entre si pela
repartição do mundo, pela conquista de mercados e fontes de
matérias-primas, pelo direito a investimentos; e a que promovem os
burgueses contra o movimento revolucionário das massas
trabalhadoras, contra os povos das colônias e países subjugados, que
lutam pela libertação nacional e pela independência estatal.
A guerra libertadora dos povos contra os invasores
imperialistas é justa. A guerra justa está a favor do
desenvolvimento social. Independentemente de como é
empreendida, esta guerra cria sempre condições para debilitar e
eliminar por completo as classes reacionárias e seus organismos
dominantes, que impedem o progresso da sociedade, para emancipar
os povos oprimidos pelo regime de escravidão capitalista e os povos
coloniais da opressão imperialista, e para garantir o desenvolvimento
independente estatal e nacional de todos os povos.
A doutrina marxista-leninista da guerra torna possível
compreender completamente a grandeza da Guerra de Libertação da
Pátria do povo coreano, modelo eloquente de guerra justa
contemporânea.
Hoje, a humanidade progressista de todo o mundo expressa
sua simpatia ardente pelo povo coreano pois trava uma guerra justa
pela independência e liberdade de sua pátria contra agressores
armados, os imperialistas estadunidenses e ingleses.
A luta armada do povo coreano contra os intervencionistas
ianques é uma luta pela liberdade e a independência da pátria e, ao
mesmo tempo, uma luta pela paz e a segurança em todo o mundo.
Nossa luta é uma bandeira de luta pela libertação nacional
dos povos das colônias e dos países dependentes, uma vez que o
imperialismo ianque, contra quem lutamos, é o pilar e inspirador da
reação internacional e, ao mesmo tempo, o principal incendiário de
uma nova guerra mundial e o estrangulador dos povos oprimidos em
sua luta pela liberdade e independência nacional.
Os imperialistas ianques há muito tempo já cobiçam a
Coreia. Já em 1920, Lenin disse: “...Os estadunidenses querem se
apoderar dessa apetitosa terra que é a Coreia”. Os imperialistas
ianques cobiçam os recursos naturais da Coreia e sua excelente
posição estratégica.
A importância estratégico-militar da Península Coreana já
era definida pelos agressores japoneses no tristemente famoso
"informe de Tanaka ao imperador". Nele se dizia: "Para dominar o
mundo, é preciso conquistar a Ásia, mas para isso, há dominar a
China, e para isto, subjugar a Coreia".
Os imperialistas ianques, que ocuparam a Coreia do Sul em
1945, implementaram o plano de agressão contra o nosso país com o
qual sonhavam há muito tempo. Em vão, pretendem aproveitar a
Península Coreana como base logística intermediária destinada à
transferência de suas tropas do Japão para o continente asiático,
utilizando as ferrovias da Coreia, ligadas à rede ferroviária da China,
e os portos favoráveis. Com o objetivo de executar seu plano
agressivo, os círculos militares dos Estados Unidos reconstruíram
bases em portos sul-coreanos, construíram numerosos aeródromos
militares ali e concentraram suas tropas em zonas próximas ao
Paralelo 38.
Como preparativos para a invasão contra a parte Norte da
Coreia, logo após ocupar a parte Sul, os imperialistas ianques
começaram a criar um "exército de defesa nacional", tomando como
espinha dorsal as forças policiais e grupos terroristas.
No final de 1946, dentro do aparato da administração
militar dos EUA, criaram um organismo encarregado das forças
armadas sul-coreanas, com sessões de forças terrestres, navais e
aéreas, e, mais tarde, instalaram escolas militares para treinar o
pessoal de comando.
Em 1950, os imperialistas estadunidenses terminaram de
transformar a Coreia do Sul em sua base de agressão ao Extremo
Oriente, uma base estratégico-militar, e em junho do mesmo ano,
provocaram a guerra de agressão ao invadir militarmente a parte
Norte da nossa pátria.
O principal objetivo que perseguiam com a provocação
desta guerra era subjugar a República Popular Democrática da
Coreia, ocupando sua parte Norte, e avançar para as fronteiras com a
China e a União Soviética.
Mas os cálculos dos invasores imperialistas ianques para
transformar nosso país em sua colônia, em sua base de guerra contra
a República Popular da China e a União Soviética, terminaram em
completo fracasso. Sua invasão armada originou um implacável ódio
de todo o nosso povo, que se colocou de pé em defesa da liberdade e
da independência da pátria, que apoia tenazmente, por dois anos e
meio, a justa Guerra de Libertação da Pátria contra os agressores
armados, e consolida as bases para a vitória final.

2. O CARÁTER DO EXÉRCITO POPULAR

Com a derrota pelo exército soviético dos militaristas


japoneses na Ásia, nosso país conquistou a libertação destes
ocupantes e o poder estatal, pela primeira vez na história de nossa
pátria, e a Coreia se proclamou República Popular Democrática.
O povo coreano, liberto da prolongada opressão
imperialista japonesa, travou uma dinâmica luta para estabelecer o
Poder popular. O Partido do Trabalho da Coreia, única força
dirigente e orientadora da luta do povo coreano para reunificar sua
pátria em um Estado democrático, guiou e está guiando este esforço
das amplas massas populares.
As reformas democráticas realizadas em nosso país
assentaram as bases materiais para consolidar o regime popular
democrático, para fazer prosperar e desenvolver a cultura nacional,
a ciência e as artes. Essas reformas tiveram, também, um
profundo impacto nas massas populares no Sul de nossa pátria e as
estimularam na luta contra o regime de Syngman Rhee, regime de
fome e escravidão. As massas trabalhadoras sul-coreanas não
desejavam voltar viver como no passado, exigiram a reunificação da
pátria e a implantação do regime de democracia popular.
Em vista da presença de forças de agressão à nossa pátria e
povo, nosso Partido viu a necessidade de criar o exército para
defender o país, razão pela qual, em fevereiro de 1948, fundou o
Exército Popular da Coreia.
Nosso Exército Popular se organizou tendo como espinha
dorsal os autênticos revolucionários coreanos, que empreenderam
com total abnegação a Luta Armada Anti-Japonesa para emancipar a
pátria e o povo da cruel repressão do imperialismo japonês, e tendo
como base a rica experiência de luta acumulada por eles.
Na estruturação do Exército Popular, o Partido do Trabalho
e o Poder popular se guiaram pela tese de Lenin: “Uma nova classe
social, ao chegar ao poder, nunca poderia, e não pode agora,
alcançar o poder e consolidá-lo, exceto gradualmente construindo,
em meio a duras guerras civis, um novo exército, uma nova
disciplina, uma nova organização militar da nova classe”.
A provocação da guerra, em 25 de junho de 1950, pela
quadrilha de Syngman Rhee e a intervenção armada dos saqueadores
imperialistas estadunidenses, apresentou sérias tarefas ao nosso
jovem Exército Popular: defender as conquistas democráticas do
povo, a liberdade e a independência da pátria no fogo da guerra.
A selvagem invasão dos imperialistas estadunidenses
unificou nosso povo mais fortemente em torno do nosso Partido e
fortaleceu a unidade espiritual do povo diante da ameaça à
existência do Estado e da nação.
Esta unidade espiritual, permeada de implacável ódio ao
inimigo e de elevada consciência da justeza da guerra libertadora,
alenta e estimula nossos valentes soldados na frente, os
trabalhadores na retaguarda e os guerrilheiros na zona ocupada pelo
inimigo.
Sob a direção do Partido do Trabalho, nosso Exército
Popular se aperfeiçoou no curso da guerra como um exército com
excelente arte militar. Baseado na experiência da grande Guerra de
Libertação da Pátria, nosso Partido educa e treina incessantemente
os soldados para que tenham mais valentia, agilidade e capacidade
de derrotar o inimigo em qualquer condição.
O Exército Popular cresceu e se fortaleceu como poderosas
forças armadas capazes de aniquilar as forças agressoras do inimigo.
A luta por uma causa justa, pela liberdade e a independência da
pátria é a fonte do heroísmo dos oficiais e soldados do Exército
Popular da Coreia. A elevada consciência que os soldados têm de
que levam a cabo uma guerra justa pela liberdade e independência
da pátria fez crescer em valor e em tenacidade nosso jovem Exército
Popular, e os encorajou a travar uma heroica e abnegada luta contra
os invasores estadunidenses, deferindo-lhes golpes devastadores.
Nosso Exército Popular é um invicto exército de novo tipo,
que defende ao risco da vida a liberdade e a independência da pátria
e o regime popular democrático estabelecido em nosso país.
Qual é, então, a fonte do poder do nosso Exército Popular,
um exército de novo tipo, e quais são suas características?
Nosso Exército Popular difere radicalmente dos exércitos
dos Estados capitalistas, que servem aos exploradores como
instrumentos para se opor e oprimir o povo trabalhador.
Por exemplo, o exército estadunidense, como assinalou
Lenin, foi e continua sendo “um instrumento da reação, servo fiel do
capital na luta contra o trabalho e um carrasco da liberdade popular”.
O imperialismo ianque mostrou que, desde há muito tempo,
desempenha o papel de gendarme internacional usando a violência
de seu exército, é responsável pela opressão e o estrangulamento
mais flagrante das pequenas nações.
Através de ruidosa demagogia acerca de sua suposta
"defesa da paz", os monopolistas estadunidenses tentam paralisar a
vigilância dos povos e escravizá-los.
Da mesma forma, sob o rótulo de "ajuda", praticam uma
política de asfixia, apertam o laço da fome no pescoço dos povos
que não se deixam subjugar.
Os imperialistas dos EUA, Inglaterra, França e outros
países sempre escravizam os povos de outros países com seus
exércitos, recorrendo diretamente a métodos de violência sangrenta.
Em total contraste com os exércitos dos países
imperialistas, nosso Exército Popular pertence aos livres
trabalhadores, camponeses e outros setores do povo de nossa
República. Ao contrário dos exércitos burgueses que nada têm a ver
com seus povos, uma vez que são forças hostis a eles, nosso Exército
é realmente popular. Precisamente nisto reside uma das
características mais importantes do Exército Popular.
Nosso povo e o Exército Popular formam um todo integral,
uma única família, pela comunidade de interesses e objetivos e à
identidade de tarefas na defesa da independência da pátria.
Nosso Exército se distingue radicalmente do exército dos
países capitalistas não apenas do ponto de vista de que protege os
interesses de seu povo, mas, também, por sua composição. Dado que
em nosso país o poder pertence ao povo, nosso Exército é formado
pelo povo e são promovidos como comandantes os melhores
representantes dos operários, camponeses e outros setores do povo
trabalhador.
O Exército Popular, sendo autenticamente as forças
armadas do povo, herda e desenvolve as gloriosas tradições
revolucionárias da Guerrilha Anti-Japonesa.
Na justa e sagrada guerra contra o exército invasor dos
imperialistas estadunidenses e de seus cúmplices, hasteia
dignamente, com nosso povo, a bandeira da independência e
soberania nacionais.
A inabalável vontade dos oficiais e soldados do
nosso Exército Popular de derrotar os invasores e sua nobre
aspiração de salvaguardar a liberdade e a independência da pátria
frustrou a aventura dos imperialistas estadunidenses.
O exército do imperialismo estadunidense é antipopular,
não desfruta e nem pode desfrutar do carinho de seu povo. Sua
história está marcada de crimes e atrocidades.
Desde o início do século XX, as tropas ianques
participaram de 114 selvagens guerras de rapina. O extermínio de
indígenas, da população autóctone da América, constitui a primeira
página mais do que vergonhosa da sanguinária história do exército
ianque. Sua infame história é testemunhada por horrendos massacres
perpetrados contra os povos das ilhas do Hawaii, México, Filipinas,
Argentina e muitos outros países.
Desde seu primeiro dia de existência, o exército ianque
serviu como instrumento para reprimir o movimento progressista
democrático, e os imperialistas estadunidenses o utilizaram em sua
política agressiva para obter enormes ganancias financeiras. Não é
por acaso, portanto, que a casta militar se tornou a força política
mais ativa nos Estados Unidos, que ocupa quase todos os cargos de
estadistas e diplomatas que orientam toda a política desse país ao
militarismo agressivo.
Camaradas:
Todo o povo coreano conhece bem as atrocidades cometidas
em nosso país pelo exército invasor do imperialismo estadunidense,
que está levando a cabo aqui uma guerra com os mais selvagens e
nefastos métodos de caráter medieval. Destrói cruelmente nossas
cidades e vilarejos pacíficos, queima nossos campos com bombas de
napalm e assassina civis, sejam homens ou mulheres, idosos ou
crianças. Usa armas bacteriológicas e químicas na frente e na
retaguarda e massacra impiedosamente prisioneiros.
O comando do exército estadunidense pensava que com tais
métodos conseguiria chantagear e subjugar nosso povo e os povos
de outros países da Ásia, quebrando sua vontade na luta pela
liberdade e a independência.
Os imperialistas ianques falharam em isolar nosso povo e
os povos asiáticos, mas, pelo contrário, avivaram mais o ódio e a
indignação das massas populares de todo o mundo.
Todos os êxitos que nosso povo alcançou na justa causa de
defender a liberdade e a independência da pátria estão estreitamente
ligados à correta direção do Partido do Trabalho e à ajuda ativa dos
países de democracia popular. Nosso Partido guia o povo à luta
para consolidar o regime popular democrático e para reunificar a
pátria. Fundou e equipou o Exército Popular e organizou sua
preparação política e militar.
Nosso Exército Popular dispõe de todo o necessário para
triunfar na luta contra os imperialistas ianques e a camarilha vende-
pátria de Syngman Rhee, e pela independência e a reunificação da
pátria.
Primeiro, conta com o Partido do Trabalho, força reitora e
orientadora de todo o povo coreano, partido ferreamente unido e
coesionado e com forte espírito revolucionário.
O Partido do Trabalho marcha na vanguarda de todas as
forças patrióticas e democráticas do nosso país. O poderio e a
integridade do Partido do Trabalho, equipado com a ideologia
marxista-leninista, constituem a garantia mais importante do nosso
sucesso e da nossa vitória.
Segundo, a política do Partido do Trabalho e do Governo da
República, que diariamente dirigem os trabalhos para fortalecer
nosso Exército Popular, é a mais justa e concorda totalmente com os
interesses do povo. O Exército Popular luta pela felicidade e a
liberdade de seus pais, irmãos e filhos, bem como pela
independência e a liberdade de sua pátria.
Terceiro, o Exército Popular se mantém invariavelmente
fiel a seu povo e este o ama e ajuda, depositando nele toda a sua
confiança, considerando os soldados como seus próprios irmãos.
Em nosso país, toda a retaguarda contribui para
cobrir satisfatoriamente as necessidades da frente para a vitória na
guerra.
Quarto, o Exército Popular possui comandantes
capacitados, forjados no calor da guerra e que dominam a arte de
comando para vencer nos combates. Nele, atuam organismos
políticos e organizações do Partido. Acumularam grande experiência
para garantir o sucesso da formação política dos militares, o
cumprimento de missões combativas, a intensificação da disciplina
militar, a plena manifestação de heroísmo, a realização da
preparação combativa e política nas grandes e pequenas unidades e o
cumprimento de outros trabalhos. Além disso, hoje, o Exército
Popular está equipado, em geral, com as mais recentes conquistas da
técnica militar.
Quinto, em sua heroica luta contra os invasores ianques, o
Exército Popular goza do apoio e da ajuda dos povos dos países de
democracia popular e da simpatia de todos os povos amantes da paz.

3. O CRESCIMENTO DO EXÉRCITO POPULAR


DA COREIA NO CURSO DA GUERRA
DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA
E SUA SITUAÇÃO

O Exército Popular da Coreia, que luta pela independência


e pela liberdade do nosso país e pelos direitos das massas
trabalhadoras, apoia-se, em sua organização e em todas as suas
atividades, no princípio da estruturação do exército e na ciência
militar do marxismo-leninismo.
O resultado de uma guerra não é decidido por algum
motivo eventual, mas, como disse Stalin a este respeito, pelos fatores
permanentes, isto é, pela solidez da retaguarda, a qualidade moral do
exército, a quantidade e qualidade da divisão, o armamento do
exército, a capacidade organizativa dos comandantes, etc.
O primeiro lugar entre estes fatores permanentes
corresponde à solidez da retaguarda, base do potencial militar do
Estado e da capacidade combativa de suas forças armadas.
Stalin disse: “Nenhum exército do mundo pode triunfar sem
uma sólida retaguarda. (...) A retaguarda alimenta a frente não
apenas com materiais bélicos, mas também com combatentes, com
moral e ideologia. Uma retaguarda instável, e tanto mais uma
retaguarda hostil, está fadada a transformar o melhor e mais unido
exército em uma massa instável e acumulativa”.
A solidez da retaguarda, um dos fatores permanentes que
decidem o destino da guerra, é a base que determina outros fatores
permanentes.
Os Estados imperialistas, sempre sob ameaça de crise e que
se baseiam em um regime social e político moribundo, não podem
ter uma sólida retaguarda em uma injusta guerra de agressão contra
os países socialistas e de democracia popular.
A vantagem do nosso país de ter uma sólida retaguarda
não foi alcançada casual ou espontaneamente. A consistência
inabalável da nossa retaguarda se baseia em nossos recursos internos
e nas atividades do Partido do Trabalho, bem como nas relações
amistosas mantidas com os países de democracia popular.
Durante a guerra, a retaguarda do nosso país foi
notavelmente fortalecida. Hoje, nosso Exército Popular conta com
uma retaguarda organizada e consolidada. Ela completa sem cessar o
Exército com combatentes de alta consciência e aumenta a produção
de armas e equipamentos bélicos para satisfazer a tempo as
demandas da frente. Assim, estamos em condição para dar golpes
muito mais duros e mortais ao inimigo.
A alta qualidade moral do Exército Popular, que cresceu
com o passar dos dias em dois anos e meio de guerra feroz, está
em uma relação inseparável com a elevação geral da consciência
política das massas trabalhadoras, e a crescente conscientização do
exército e das massas permite que todos os oficiais e soldados
compreendam claramente o caráter sócio-político da guerra e seu
verdadeiro propósito.
E, ao mesmo tempo, a tensa, difícil e prolongada guerra
exige dos oficiais e soldados do Exército Popular superar grandes
provas morais.
A plena compreensão, por cada oficial e cada soldado, do
caráter justo do objetivo da guerra, seu entendimento das estreitas
relações entre este objetivo e os interesses do povo, são condição de
grande importância para elevar a qualidade moral do Exército
Popular.
A disposição política e moral do exército tem um
significado especial nos combates. A experiência de todas as
guerras vencidas indica que o trabalho político do partido
desempenha um grande papel na conquista da vitória. Portanto, o
conteúdo principal desta tarefa consiste em fazer todos os
combatentes compreender seu dever e, ainda mais nitidamente, que
o êxito nos combates depende do papel que cada um deles
desempenhe lutando com heroísmo e abnegação no posto que lhe
corresponde. O melhoramento do papel educativo dos quadros
militares e políticos, a ampla realização do trabalho político do
Partido no Exército e o exemplo de sacrifício de todos os militantes
do Partido do Trabalho na batalha aumentam a tenacidade e a
combatividade imbatíveis do nosso Exército Popular.
Para elevar as qualidades políticas e morais do nosso
Exército Popular é de suma importância cultivar nos militares um
forte sentimento de ódio e indignação aos invasores imperialistas
estadunidenses e ingleses, que tentam arrancar de nosso país a
liberdade e a honra com suas garras sangrentas.
Assim, a nobre qualidade moral do nosso Exército depende,
em grande parte, da educação política que nele realizam as
organizações do Partido.
A qualidade moral do nosso Exército é nutrida também na
luta pela paz no mundo. O Congresso Mundial dos Povos pela Paz,
realizado recentemente em Viena, foi uma advertência severa aos
agressores.
Tudo isto contribui para elevar a qualidade moral do nosso
Exército e possibilita-lhe cumprir com êxito a árdua tarefa de
aniquilar os invasores imperialistas.
A quantidade e qualidade das divisões, um dos fatores
permanentes que decidem o destino da guerra, são fundamentais
para consolidar as forças armadas. Está afirmada a superioridade de
nossas forças para alcançar a vitória, e o exército, que tem vantagem
em quantidade e qualidade, triunfa sempre. A divisão, que possui
armas fundamentais, pode cumprir independentemente tarefas
táticas e, portanto, constitui a principal unidade tática conjunta e sua
qualidade depende do nível científico de sua estruturação e da
combatividade de seus elementos, da composição e da qualidade das
armas, assim como do grau de treinamento dos oficiais e soldados.
Por esta razão, a quantidade e a qualidade das divisões mostram as
de todo o exército.
Durante a Guerra de Libertação da Pátria, o Exército
Popular triplicou em efetivos. Em 1952, o poder de fogo de cada
divisão de infantaria aumentou 60% em comparação com 1951.
Somente este fato é suficiente para conhecer o grau de consolidação
das forças do Exército Popular. Em 1952, a quantidade de balas que
uma divisão dispara por minuto com suas diversas armas aumentou
40% sobre a base de 100 em 1951. Esta melhoria qualitativa do
Exército Popular se deve ao fato de que cresceu a quantidade de
poderosos meios de combate, como canhões, morteiros,
metralhadoras, submetralhadoras e outras armas.
As ações armadas do exército são uma das condições
determinantes da possibilidade para o desenvolvimento da arte
militar. Consta que este sofre uma mudança essencial devido à
transformação das condições políticas e sociais, pelo surgimento de
novos meios de combate. Isso mostra que a arte militar depende da
produção por meio da técnica militar.
Nosso exército cresce incessantemente em qualidade e
quantidade, dotando-se de nova técnica militar. De 1951 a 1952,
nosso armamento cresceu: submetralhadoras — 44%;
metralhadoras — 24%; canhões — 28%; morteiros — 40%; armas
antiaéreas — 118%; tanques e canhões automáticos — 82%. O
poder de fogo das armas automáticas da infantaria aumentou 41%.
Todas as unidades contam com suficientes suprimentos para
sustentar a guerra prolongada. Devemos agradecer à classe
trabalhadora que equipa nosso Exército. Igualmente, elevou-se
consideravelmente o nível de mecanização do Exército. Em 1952, os
cavalos de potência por cada soldado atingiram 300%, sobre a base
de 100 em 1951.
No exército, os comandantes desempenham um
grandíssimo papel. Como suas qualidades são uma condição
importante para determinar a qualidade de todo o exército, nosso
Partido presta singular atenção à formação dos comandantes.
Sua capacidade organizadora, fator importante para a
vitória nos combates, não se forma espontaneamente.
A capacidade organizadora e combativa dos comandantes
se modela nos campos de batalhas difíceis, em escolas militares e
demais centros de treinamento. No período da guerra, nossos
comandantes registraram um notório progresso em número e
qualidade.
Nosso Exército está dotado de comandantes relativamente
bem preparados e conta com suficientes reservas para aumentar
incessantemente suas fileiras. 45% deles foram requalificados, em
1952, em cursilhos de oficiais e outros centros de treinamento.
Todos adquiriram mais conhecimentos de teoria militar e
experiência combativa e sabem organizar e dirigir com êxito as
batalhas.
Nossos comandantes devem dirigir de modo correto o
exército que lhes foi confiado pelo Partido e pelo povo, e utilizar
com eficácia os meios técnicos combativos nos campos de batalha
para vencer a guerra.
Os estados maiores vão adquirindo a capacidade de dirigir as
unidades e tornando-se autênticos ajudantes dos comandantes em
ações de combate.

4. NOSSAS TAREFA IMEDIATAS

Nossas tarefas imediatas para 1953 se definem em função


do objetivo da sagrada Guerra de Libertação da Pátria que nosso
povo leva a cabo contra os invasores armados imperialistas
estadunidenses e a camarilha vende-pátria de Syngman Rhee.
A luta do nosso povo pela defesa da liberdade e da
independência exige que o Exército Popular não se deixe enganar
pelos artifícios dos imperialistas estadunidenses e ingleses na ONU e
nas negociações de armistício de Kaesong, não baixar a vigilância,
mas se preparar continua e intensamente para uma guerra
prolongada e para batalhas de grande magnitude.
Quais são, então, as tarefas do nosso Exército Popular?
Primeiro, deve fazer com que todos os oficiais e soldados
compreendam a justeza de nossa causa pela liberdade,
independência e honra da pátria e prepará-los para sustentar com
firmeza uma guerra prolongada. Devem estar firmemente preparados
ideologicamente para que quando os inimigos empreendam furiosas
ofensivas ou operações de desembarque, não apenas repilam-nos,
mas deem-lhes golpes devastadores, que mudem definitivamente ao
nosso favor o curso da guerra.
Todo o trabalho político do Partido deve se concentrar em
reforçar o sistema de direção unitária, manter rigorosamente a
disciplina e a ordem nas unidades e incutir nos oficiais e soldados
fervoroso ódio aos intervencionistas armados ianques e à camarilha
vende-pátria de Syngman Rhee e o espírito de guardar estritamente
os segredos militares, apreciar e cuidar das armas e os meios
técnicos de combate. Sem disciplina e organização, é impossível
alcançar a vitória.
Segundo, há que melhorar o aproveitamento operacional e
tático de todas as armas e estreitar mais sua cooperação nas batalhas.
Há que defender firme e tenazmente nossa frente terrestre e
costeira. Devemos defendê-la do ataque ou desembarque do inimigo.
É urgente que as unidades do nosso Exército Popular tornem mais
ativa a defesa, realizem todos os esforços para esgotar os inimigos e
causar-lhes mais perdas em efetivos humanos e em equipamentos de
combate.
Nossas unidades de artilharia antiaérea devem aumentar a
taxa de acertos.
Terceiro, há que melhorar ao máximo a qualidade dos
exercícios operacionais e táticos de comandantes e estados maiores.
É preciso elevar o nível de trabalho dos estados maiores para que
possam assegurar o melhor possível o comando de suas unidades e
ajudem eficazmente os comandantes.
Há que melhorar todas as formas de reconhecimento tendo
em vista que, sem isto, não é possível desferir golpes efetivos ao
inimigo.
Devem fazer incansável e tenazmente os preparativos para
golpear o inimigo.
Quarto, nos exercícios de combate das unidades de todas as
armas, há que ensinar o necessário para a guerra, para as batalhas.
É preciso realizar mais exercícios táticos e de tiro. Estes,
em sua totalidade, devem ser realizados em condições próximas às
de combates reais, em áreas montanhosas e planas, e mais de 40%
delas em condições noturnas. Há que treinar as unidades em
marchas forçadas diurnas e noturnas, superando com rapidez os
obstáculos naturais e as posições defensivas do inimigo.
Devem dominar com perfeição as armas e os equipamentos
técnicos de combate e saber como cuidar deles.
Quinto, tendo em mente que o sucesso em combate e
operações depende do abastecimento a tempo das unidades com
suficiente quantidade de munições, suprimentos e outros materiais
bélicos, deve-se melhorar a intendência do Exército ao nível exigido
pela guerra moderna.
Devemos combater resolutamente as práticas que resultam
em desperdício, perda e apropriação indébita em todas as esferas.
Devemos melhorar os serviços médicos para os soldados e
também o trabalho de profilaxia veterinária.
Não duvido que nossos comandantes cumprirão estas
tarefas. Nosso povo deposita grandes esperanças no Exército
Popular e está seguro de sua vitória.
FELICITO-VOS POR OCASIÃO DA
GRANDE VITÓRIA NA GUERRA
DE LIBERTAÇÃO DA PÁTRIA

Ordem Nº 470 do Comandante Supremo do


Exército Popular da Coreia
27 de julho de 1953

Valentes camaradas soldados, classes, oficiais e generais do


Exército Popular da Coreia:
Em 27 de julho, foi firmado o Acordo de Armistício por
ambas as partes: uma constituída por representantes do Exército
Popular da Coreia e do Corpo de Voluntários do Povo Chinês e a
outra por representantes dos exércitos agressores acaudilhados pelos
imperialistas estadunidenses.
Coroamos com a vitória a justa Guerra de Libertação da
Pátria que o povo coreano empreendeu contra os agressores
armados, os imperialistas estadunidenses e seu lacaio, a camarilha
títere de Syngman Rhee.
A firmação do Acordo de Armistício é uma prova da
derrota militar, política e moral dos agressores armados, dos
imperialistas ianques e seu sequaz, a camarilha títere de Syngman
Rhee.
Nos três anos da Guerra de Libertação da Pátria, o povo
coreano, que desfrutou de desinteressada ajuda moral e material dos
povos dos países do campo democrático, amantes da paz, defendeu,
em heroica luta, a honra, a liberdade e a independência da pátria, a
República Popular Democrática da Coreia, e alcançou a vitória.
Os imperialistas ianques esperavam transformar a Coreia
em sua colônia, colocar o povo coreano sob o jugo da escravidão,
suplantando a servidão colonial anteriormente imposta pelo
imperialismo japonês e, a longo prazo, transformar a Coreia em base
de agressão contra a China e a União Soviética. Mas foram
incapazes de alcançar seus objetivos.
Na guerra agressiva contra a RPDC, ficou claramente
exposto que são o inimigo jurado não apenas do povo coreano, mas
também de todos os povos amantes da liberdade.
Os oficiais e soldados do Exército Popular da Coreia, com
sua luta heroica e integridade inflexível, partiram em pedacinhos o
mito da "superioridade técnica" e da "invencibilidade" dos
imperialistas estadunidenses, forçando-os a firmar o Acordo de
Armistício.
Faço minhas calorosamente felicitações e meu
agradecimento aos oficiais e soldados do Exército Popular da
Coreia, que com sua luta abnegada e heroica derrotaram os invasores
armados, os imperialistas estadunidenses e seu lacaio, a camarilha
fantoche de Syngman Rhee, alcançando a vitória na Guerra de
Libertação da Pátria.
Também expresso, em nome de todo o povo coreano,
fervorosa gratidão aos bravos e determinados oficiais e soldados do
Corpo de Voluntários do fraterno povo chinês, que nos deram uma
preciosa ajuda na justa Guerra de Libertação da Pátria.
Hoje, após a assinatura do armistício, os oficiais e soldados
do Exército Popular têm a missão de seguir sempre vigiando
atentamente as manobras do inimigo e de estarem perfeitamente
dispostos para o combate.
Há que ter a convicção de que derrotaremos totalmente os
invasores armados, os imperialistas ianques e seus lacaios, em caso
de que voltem a desatar a guerra contra a RPDC.
Para celebrar a nossa vitória na Guerra de Libertação da
Pátria contra os agressores armados do imperialismo estadunidense
e seu lacaio, a camarilha títere de Syngman Rhee, ordeno:
Hoje, às 9 horas da noite, em Pyongyang, capital
democrática de nossa pátria, 124 canhões dispararão simultaneamente
24 salvas cada um.
Viva a República Popular Democrática da Coreia, nossa
gloriosa pátria!
Viva o heroico Exército Popular da Coreia!
Viva o valente Corpo de Voluntários do Povo Chinês!
Glória eterna aos oficiais e soldados do Exército Popular da
Coreia e do Corpo de Voluntários do Povo Chinês caídos na sagrada
Guerra de Libertação da Pátria pela liberdade e a independência do
país!
POR OCASIÃO DA CONCLUSÃO
DO ACORDO DE ARMISTÍCIO

Discurso por radio a todo o povo coreano


27 de julho de 1953

(1)

Queridos compatriotas, irmãos e irmãs;


Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular,
guerrilheiros e guerrilheiras;
Bravos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do
Povo Chinês;
Queridos camaradas:
Às 10:00 de 27 de julho, em Panmunjom, foi concluído o
Acordo de Armistício entre as partes: uma, integrada por
representantes do Exército Popular da Coreia e do Corpo de
Voluntários do Povo Chinês, e a outra, por representantes das forças
armadas agressoras, acaudilhadas pelos imperialistas ianques.
Conforme este Acordo, a partir das 22:00 do dia 27 de
julho, suspendem-se todas as ações de guerra entre os lados
beligerantes, implantando-se o armistício na Coreia, esperado e
desejado unanimemente não apenas por todo o povo coreano, mas
também pelos povos amantes da liberdade de todo o mundo.
O cessar-fogo é produto da luta heroica que nosso povo
travou durante três anos contra as forças coligadas dos imperialistas
estrangeiros e a camarilha vende-pátria de Syngman Rhee, o lacaio
do imperialismo estadunidense, pela liberdade e a independência da
pátria; é uma vitória histórica do nosso povo.
Ao empreender a invasão armada contra nossa pátria e
nosso povo, os imperialistas ianques, sonhando em dominar o
mundo, pretendiam fazer de nosso povo seu escravo perpétuo,
transformar nosso país em colônia e base estratégico-militar contra a
União Soviética e a China.
Embora os invasores armados, os imperialistas ianques,
tenham mobilizado forças terrestres, marítimas e aéreas, equipadas
com técnicas modernas, e até mesmo as de países satélites, não
conseguiram realizar seu propósito sinistro, mas, pelo contrário,
fracassaram, sofrendo enormes perdas em homens e materiais. Nos
três anos de guerra na Coreia, os imperialistas ianques puderam
conhecer a grande força do povo coreano, de sua intransigente
vontade de luta e da grande vitalidade do regime popular
democrático estabelecido na parte Norte do nosso país.
Em reiteradas vezes, nossa nação, ao longo de sua história
de cinco milênios, combateu heroicamente o invasor. Mas nunca
houve um exemplo tão incomum como a Guerra de Libertação da
Pátria, quando todo o povo com as forças unidas desferiu golpes
devastadores a um inimigo poderoso e obtiveram uma vitória
brilhante; além disso, nunca como hoje nosso povo desfrutou de um
prestígio internacional tão alto e do ativo apoio e simpatia dos povos
de todo o mundo.
O heroico povo coreano e suas forças armadas, o Exército
Popular da Coreia, lado a lado com o Corpo de Voluntários do
fraterno povo chinês, e com apoio e respaldo constante dos povos
dos países socialistas, de democracia popular e dos povos amantes
da liberdade do mundo inteiro, lutaram bravamente durante três anos
superando todo tipo de contratempos e revelando inaudito heroísmo,
abnegação patriótica e tenacidade inabalável. Dezenas de milhares
dos melhores filhos e filhas de nossa pátria consagraram suas vidas à
sagrada luta pela defesa da pátria, e nosso povo combateu
obstinadamente, desafiando todas as dificuldades e todos os
sacrifícios, até alcançar o triunfo na guerra.
Não foi em vão o sangue derramado pelos melhores filhos e
filhas de nossa pátria na sagrada luta pela liberdade e a
independência, nem a dor e os sacrifícios de nosso povo.
O povo coreano e o Exército Popular salvaguardaram
com sua luta abnegada o regime popular democrático, estabelecido
na parte Norte de nossa pátria, os êxitos das reformas democráticas e
a base democrática frente à invasão perpetrada pelas forças
coligadas imperialistas, acaudilhadas pelo exército agressor do
imperialismo estadunidense, líder do imperialismo contemporâneo.
Foi assim que o povo coreano passou a ter condições não apenas
para consolidar continuamente as forças revolucionárias da parte
Norte da Coreia nos aspectos político, econômico, militar e cultural
e salvar-se de correr o destino de escravo colonial do imperialismo
ianque, mas, também, para lograr a reunificação e independência
completas da pátria, o maior desejo de toda a nação.
O povo coreano, que experienciou até os ossos o domínio
colonial obscuro do imperialismo japonês por quase meio século,
sabe muito bem como é a situação de uma nação privada de seu país
e qual é o destino de um escravo colonial.
A pátria é para nosso povo a coisa mais preciosa que não
pode ser trocada por nada no mundo. Por isso, defendeu a RPDC,
sua pátria, em heroica luta contra o ataque dos invasores armados
imperialistas.
O povo coreano e suas forças armadas, o Exército Popular
da Coreia, com sua heroica luta, consolidaram mais as posições e o
prestígio de sua República no plano exterior e interior e colocaram
seu país, sua nação, nas fileiras dos países avançados, nas fileiras
dos combatentes avançados, que lutam pela independência nacional,
pela liberdade, pela paz e pela democracia.
A luta de libertação do povo coreano pela liberdade e
independência tornou-se a bandeira do movimento de libertação
nacional dos povos oprimidos do Oriente e destacou que os povos
asiáticos, outrora vítimas de todo tipo de humilhações pelos
imperialistas, podem defender com armas na mão a liberdade e a
independência de suas pátrias. Portanto, os povos amantes da
liberdade do mundo inteiro chamam o povo coreano de combatente
avançado pela independência e liberdade nacionais, e Stalin disse
que o Partido do Trabalho da Coreia, vanguarda combativa das
massas trabalhadoras coreanas, é uma “brigada de choque” da
independência nacional e da liberdade.
Nos três anos de provação da guerra, nosso povo se
temperou como aço, elevaram-se a função e o papel dos organismos
do Partido e de poder e das organizações sociais, seus quadros se
capacitaram, fortaleceram-se e também acumularam rica
experiência.
No fragor da guerra, foram formados dezenas de milhares
de quadros capacitados para todos os ramos — militar, político,
econômico e cultural —, e o Exército Popular da Coreia, poderosas
forças armadas do nosso povo, cresceu e se consolidou como um
exército invencível. No curso da guerra, nosso povo, nossos oficiais
e soldados do Exército Popular passaram a ter maior confiança e
dignidade nacional de que poderiam derrotar qualquer inimigo,
mesmo que fosse várias vezes superior em força.
A rica experiência que adquirimos no transcurso da guerra
servirá como base para a edificação de um país poderoso e rico,
independente e democrático, como uma valiosa garantia para
restabelecer e desenvolver com prontidão nossa pátria devastada
pela guerra e assegurar ao país e ao povo prosperidade e felicidade
ilimitadas.
Com sua luta heroica, o povo coreano e suas forças
armadas, o glorioso Exército Popular, expuseram ao mundo inteiro a
verdadeira face dos imperialistas estadunidense, o líder mais bárbaro
do imperialismo atual.
Na guerra coreana, não apenas se destruiu o mito da
"invencibilidade" dos EUA, mas também foi exposta a natureza
sinistra da "democracia" estadunidense, que, durante muito tempo,
os imperialistas ianques astutamente pintavam como ideal.
Os imperialistas ianques foram objeto de repulsa e
indignação dos povos amantes da liberdade, foram isolados como
consequência das atrocidades, métodos e meios bélicos criminosos,
desconhecidos na história das guerras, a que recorreram na guerra
contra o povo coreano.
Os fracassos militar, político e moral dos invasores
armados, os imperialistas ianques, na frente coreana não constituem
apenas uma grande vitória para o povo coreano na luta pela
liberdade e a independência, mas também um magno triunfo do
campo democrático amante da liberdade.
A guerra na Coreia evidenciou mais uma vez que a unidade
e a coesão do campo democrático, amante da paz, são
inquebrantáveis, e suas forças, invencíveis.
O fato de os EUA, chamados de superpotência do campo
imperialista, depois de três anos de guerra contra nossa pequena
Coreia, terem sido obrigados a se ajoelhar no mesmo local onde se
iniciou a invasão armada e a firmar o Acordo de Armistício,
destacou que os imperialistas já não podem agredir à vontade, como
no passado, os territórios de outros países. Isto constitui também
uma prova clara de que nenhuma força agressora pode subjugar os
povos que conhecem o valor da independência nacional e se
levantam unanimemente com a decisão de lutar até o fim contra os
agressores, com o apoio do campo democrático, amante da paz.
Na guerra coreana, cresceu a força do campo
democrático amante da paz, enquanto se agravaram as contradições
no campo imperialista e se aprofundou a crise do capitalismo.
O fracasso do projeto agressivo dos imperialistas ianques
na guerra da Coreia obriga os maníacos de guerra a levar em
consideração as consequências que outras aventuras militares podem
acarretar. Os imperialistas estadunidenses consideravam sua invasão
à Coreia e à China como um passo decisivo para provocar uma
terceira guerra mundial, mas sua guerra agressiva na Coreia não
ocorreu como queriam. Desferindo resolutos golpes aos invasores
armados, os imperialistas ianques, nosso bravo Exército Popular e o
Corpo de Voluntários do Povo Chinês frustraram esse plano sinistro
contra a Coreia e apagaram o fogo da febre bélica, fazendo uma
grande contribuição para prevenir o início da terceira guerra e
salvaguardar a paz e a segurança no mundo, especialmente no
Extremo Oriente.

(2)

Queridos compatriotas, irmãos e irmãs;


Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular,
guerrilheiros e guerrilheiras;
Valorosos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do
Povo Chinês;
Queridos camaradas:
Qual foi o fator fundamental para que o povo coreano
alcançasse esta grande vitória na Guerra de Libertação da Pátria pela
liberdade e independência e que força tornou possível alcançar esse
brilhante triunfo?
Um fator importante da vitória do povo coreano em sua
Guerra de Libertação da Pátria contra os agressores armados, os
imperialistas ianques, foi a aliança inquebrantável da classe operária
e do campesinato trabalhador, e o fervoroso apoio dado a esta
aliança pelas diversas classes e setores das forças democráticas. Tal
aliança e tal apoio constituem a base da solidez da República
Popular Democrática da Coreia e de todos os êxitos alcançados por
nosso povo.
Após a libertação, nosso povo criou uma poderosa base
democrática e a consolidou em todos os setores: político,
econômico, militar e cultural. Criamos o Exército Popular da Coreia,
nossas próprias forças armadas capazes de defender o Poder popular
do atentado dos agressores e formamos uma retaguarda e uma base
econômica sólida capazes de cobrir todas as necessidades do
Exército Popular e da guerra. Apoiando-se na poderosa base
democrática, nosso povo satisfez as demandas apresentadas pela
guerra, de recursos humanos e materiais, e é por isso que logrou a
vitória na guerra.
Quando provocaram a guerra na Coreia, os imperialistas
ianques calculavam que o povo coreano não ousaria confrontar sua
técnica militar, especialmente suas forças aéreas. Acreditavam que
poderiam dominar nosso povo através de sua técnica militar.
Mas também nesse aspecto, estavam completamente
equivocados. Esta técnica militar não serviu para subjugar o povo
coreano, nem mesmo intimidá-lo. Como prova a guerra na Coreia, a
superioridade técnico-militar não é, em absoluto, o único fator de
triunfo em uma guerra. Não basta para alcançá-lo.
O estado político e moral do exército e do povo e seu
espírito combativo na frente e na retaguarda são um dos fatores mais
importantes da vitória na guerra. O erro fundamental do inimigo foi
não compreendê-lo.
Os oficiais e soldados do Exército Popular e do Corpo de
Voluntários do Povo Chinês exibiram valentia e heroísmo sem par na
luta contra os agressores armados, enquanto os exércitos dos EUA e
de seus satélites demonstraram apatia e covardia na guerra. Sabiam
que, como invasores, travavam uma guerra injusta, em benefício
dos monopolistas. Os oficiais e soldados do Exército Popular da
Coreia e do Corpo de Voluntários do Povo Chinês estavam
conscientes de que a guerra contra os agressores imperialistas
ianques era justa e seu dever sagrado era lutar até ao custo da vida
nesta guerra.
Quando provocaram a guerra agressiva contra a RPDC, os
imperialistas supunham, também, que poderiam isolar nosso povo
dos povos amantes da liberdade do mundo, mas não conseguiram.
Pelo contrário, em sua heroica luta contra os intervencionistas
armados estadunidenses e ingleses, o povo coreano desfrutou do
ativo apoio e da ajuda, do carinho e do respeito desses povos.
Eles condenaram os intervencionistas armados
estadunidenses e ingleses pelas atrocidades perpetradas na Coreia e
lutaram resolutamente para interromper a bandidesca agressão
armada do imperialismo ianque.
Os países do campo socialista e democrático não apenas
nos apoiaram moralmente, mas também nos deram grande ajuda
econômica. Especial menção merece a campanha de resistência aos
ianques e ajuda à Coreia, liderada pelo povo chinês, que enviou seus
destacamentos de voluntários à frente coreana no período mais
difícil da Guerra de Libertação da Pátria. Os oficiais e soldados do
Corpo de Voluntários do Povo Chinês, revelando alto espírito
internacionalista e sentimento de amizade fraternal, lado a lado com
o Exército Popular, combateram heroicamente na frente coreana,
superando todas as dificuldades.
O apoio moral e político e a ajuda material que os povos do
campo socialista e democrático ofereceram ao povo coreano, bem
como a assistência na frente coreana do Corpo de Voluntários do
Povo Chinês, constituíram outro fator importante do triunfo
alcançado pelo povo coreano na luta contra os invasores armados, os
imperialistas estadunidenses.
Encabeça a luta do povo coreano o Partido do Trabalho
da Coreia, partido de novo tipo, marxista-leninista, que em todas as
suas atividades se baseia na doutrina invencível do marxismo-
leninismo e aplica de modo criativo as experiências dos partidos
revolucionários em nosso país.
No árduo período de guerra, os membros do Partido do
Trabalho não pouparam suas vidas pela pátria e pelo povo, e,
colocando-se à frente da luta pela independência, liberdade e honra
da pátria, organizaram e mobilizaram o povo para a vitória. Com
suas ações e luta práticas pela pátria e o povo, demonstraram a
infinita lealdade aos interesses do povo e firmeza e consistência
como seus defensores.
Sob a direção do Partido do Trabalho, todas as classes e
camadas do povo, desde operários, camponeses e intelectuais a
empresários, comerciantes e artesãos, firmemente agrupados na
Frente Democrática para a Reunificação da Pátria, lutaram
bravamente para salvaguardar a liberdade da pátria e a
independência nacional.
Por estes fatores, o povo coreano pôde lograr um brilhante
triunfo na Guerra de Libertação da Pátria contra as forças coligadas
imperialistas, acaudilhadas pelo imperialismo ianque.

(3)

Queridos compatriotas, irmãos e irmãs;


Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular,
guerrilheiros e guerrilheiras;
Bravos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do
Povo Chinês;
Queridos camaradas:
Com a conclusão do Acordo de Armistício, perante nosso
Partido, Governo e povo coreano se apresentam tarefas políticas,
econômicas e militares: restaurar e acelerar a economia nacional
destruída durante a guerra, mobilizando todas as forças do país e do
povo, fortalecer a capacidade defensiva do país, elevar o nível de
vida material e cultural do povo, consolidar e desenvolver o regime
popular democrático para cumprir a tarefa histórica da reunificação
pacífica da pátria.
Devemos nos manter em estado de preparação e
mobilização permanente.
A suspensão das ações militares na frente coreana não
significa que os imperialistas estadunidenses tenham renunciado
para sempre seus projetos agressivos contra nossa pátria. A
assinatura do Acordo de Armistício significa cessar-fogo, o primeiro
passo para a solução pacífica do problema coreano, mas não a
conquista de uma paz completa.
Na parte Sul de nossa pátria, permanecem as tropas
agressoras imperialistas ianques e segue inalterado o domínio anti-
popular do títere Syngman Rhee, que advoga por uma "expedição ao
Norte".
Não é segredo para ninguém que os imperialistas
estadunidenses não pretendem se retirar do nosso solo pátrio e
rearmar o Japão para usá-lo como um instrumento de sua política
agressiva na Ásia. Além disso, o povo coreano sabe bem que
existem bases das forças aéreas dos EUA no Japão, que reduziram
nossas cidades e vilarejos pacíficos a cinzas, e que o Japão serviu de
arsenal, de base de suprimento para o exército ianque durante a
guerra coreana.
Além disso, somos forçados a permanecer alertas às
maquinações que os imperialistas estadunidenses e a camarilha
traidora de Syngman Rhee tramaram pouco antes da conclusão do
Acordo de Armistício.
Ultimamente, a camarilha de Syngman Rhee e o governo
reacionário japonês de Yoshida mantiveram conversações para
concluir o chamado "acordo sul-coreano-japonês", e a camarilha de
Syngman Rhee, se opondo ao Acordo de Armistício, pretende
abertamente continuar a guerra, a "expedição ao Norte", e, em
conluio com o imperialismo estadunidense, deixou "livres" os
prisioneiros, que são retidos à força. Antes de firmar o Acordo de
Armistício, os imperialistas ianques se comprometeram com a
camarilha vende-pátria de Syngman Rhee para concluir o chamado
"tratado de defesa mútua sul-coreano-estadunidense" com o
propósito de intervir continuamente nos assuntos internos da Coreia;
o general estadunidense Taylor, antes do cessar-fogo, deu às
unidades sob seu comando instruções para permanecer em alerta de
guerra para a próxima etapa.
Todos estes acontecimentos que ocorrem atualmente no
campo inimigo com relação ao Acordo de Armistício evidenciam
que os agressores imperialistas ianques estão tramando vis e
sinistros planos para continuar ocupando o Sul da Coreia, tornando-a
para sempre sua base militar e sua colônia, seguir mantendo na
frente os jovens sul-coreanos como bucha de canhão e continuar
intervindo nos assuntos internos do nosso país. Mas o povo coreano
não deixará que materializem tal projeto maligno.
Não devemos esquecer que o inimigo pode violar o
Acordo de Armistício e retomar a guerra, isto é, que nosso país pode
voltar à guerra a qualquer momento.
O Governo da RPDC não cessará seus esforços para
estabelecer uma paz duradoura. Todo o povo coreano deverá se unir
mais compactamente para enfrentar a camarilha antipopular e
traidora de Syngman Rhee e seus protetores estrangeiros e
salvaguardar a paz, a liberdade e os direitos democráticos.
O cessar-fogo na Coreia deve ser precisamente o primeiro
passo em direção à distensão internacional, em direção à solução
pacífica do problema coreano, à reunificação pacífica da Coreia, mas
devemos ter em mente que ainda perdura o perigo real de uma nova
guerra.
Por isso, devemos elevar por todos os meios a capacidade
combativa do Exército Popular.
Os soldados, classes, oficiais e generais do Exército
Popular não devem baixar a guarda nem por um minuto, mas
desenvolver ininterruptamente sua preparação técnico-militar e
política, dominar perfeitamente o manuseio das armas e dos meios
técnicos de combate, aperfeiçoar a arte de comando militar, resumir
e estudar a rica experiência da Guerra de Libertação da Pátria e
implantar a disciplina e a ordem férreas no Exército para elevar sua
capacidade combativa, transformando essa nossa glória em uma
muralha inexpugnável e segura para a defesa da pátria. O povo deve
orientar todos os seus esforços ao fortalecimento do nosso glorioso
Exército Popular, estimar e ajudar os oficiais e soldados do Exército
Popular e do Corpo de Voluntários do Povo Chinês, os feridos na
guerra e os desmobilizados, rendendo-lhes honra e respeito.
Devemos elevar a vigilância revolucionária e estar sempre
preparados para que o inimigo não altere a paz novamente nem
realize aventuras bélicas.
Todo o povo deve consolidar ferreamente retaguarda.
Sem perder nem um minuto, devemos concentrar as forças
de todo o povo para restaurar rapidamente a devastada economia
nacional, normalizar a vida da população e consolidar a capacidade
de defesa nacional.
Na restauração da economia nacional, devemos direcionar o
foco para a indústria.
A orientação principal para restabelecer a indústria reside
em superar os defeitos revelados no curso da guerra e na
unilateralidade colonial, uma sequela do domínio colonial do
imperialismo japonês, reconstruir e expandir preferencialmente a
indústria pesada, partindo da necessidade de estabelecer as bases da
futura industrialização do país, e desenvolver aceleradamente a
indústria leve para normalizar a vida do povo.
Para isso, há que restabelecer e expandir prontamente as
indústrias siderúrgica, mecânica, de armamento, mineira, elétrica,
química, de materiais de construção, de transporte ferroviário e
têxtil.
O restabelecimento e o desenvolvimento rápidos da
economia rural assumem um significado particular. Para isso, o
Governo da República fará todos os esforços.
Neste setor, há que adotar medidas para normalizar e
melhorar em pouco tempo a vida dos camponeses que possuem
pouca ou infértil terra, difundir amplamente métodos de cultivo
avançados, promover em larga escala as tarefas para melhorar as
terras, colocar em operação novas terras e novos sistemas de
irrigação, garantir que não haja família camponesa sem gado e que
se desenvolvam gradualmente as fazendas pecuárias estatais. Assim,
devem atingir e exceder, em um ou dois anos, o nível pré-guerra em
todos os ramos da economia rural.
Devemos fazer enormes esforços para desenvolver as
indústrias pesqueira e silvicultural.
Na educação e na cultura, não apenas há que restaurar
todos os institutos e escolas especializadas que existiam antes da
guerra, mas elevar também a qualidade do ensino, fundar o Instituto
da Economia Nacional para formar muitos quadros na administração
estatal e, ao mesmo tempo, tomar medidas para preparar promoções
numerosas de quadros reserva. Além disso, há que enviar
continuamente estudantes à União Soviética e a outros países de
democracia popular e facilitar, aos que acabaram de retornar após
concluir seus estudos no exterior, todas as condições possíveis para
que possam testar ao máximo suas habilidades. Além disso, dentro
de 2 a 3 anos, a educação deve alcançar o nível do pré-guerra, para o
qual há que empreender um movimento de todo o povo a fim de
restabelecer e construir as escolas primárias e as secundárias básicas
e superiores.
A fim de normalizar e melhorar a vida da população,
devemos desenvolver em todos os aspectos as empresas estatais e as
cooperativas de produção da indústria leve, ajustar os preços nos
mercados e adotar medidas para evitar a inflação e restaurar o valor
do won.
Para cumprir com êxito estas colossais tarefas de restaurar e
desenvolver a economia nacional do pós-guerra, devemos direcionar
todos os nossos esforços, mobilizar todos os recursos possíveis para
a construção pacífica, sem afrouxar nem no mínimo o estado de
alerta e de mobilização em que nos mantivemos durante o guerra.
Há que lançar um movimento de todo o povo, de todo o país, para
estabelecer a férrea disciplina laboral e a ordem produtiva, aumentar
prontamente a produção e incrementar a acumulação estatal.
O povo deve lançar uma ampla campanha para aumentar a
produção e diversos movimentos de iniciativa criativa em fábricas e
minas, na tarefa de restaurar e construir ferrovias e cidades, no meio
rural, em todos os aspectos da restauração e do desenvolvimento da
economia nacional do pós-guerra, assim como empreender uma
energética luta para superar as dificuldades que surgem nesta tarefa.
As dificuldades que nos surgem não provém da nossa estagnação e
atraso, mas de nosso crescimento e desenvolvimento, pelo qual
podemos e devemos superá-las sem falta. Nosso povo,
profundamente consciente de que superar as vicissitudes e
contratempos com que tropece no processo de avanço é
precisamente o caminho para a vitória, devem superá-los com
coragem.
O povo, trabalhando com o mesmo ânimo que manifestou
para aniquilar o inimigo na Guerra de Libertação da Pátria, para
aumentar a produção, para levar a cabo as tarefas de restauração e
construção, deve levantar-se como um só homem para a batalha
laboral. Suar muito pela pátria e pelo povo — devemos considerá-lo
como a maior honra, motivo de orgulho e dever sagrado.
Com a profunda consciência de que estão reerguendo a
pátria, reduzida a escombros pela guerra, todo o povo deve restaurá-
la o mais rápido e o melhor possível, há que dedicar todos os nossos
recursos humanos e materiais à restauração e ao desenvolvimento da
indústria e de outros setores da economia nacional, assim como às
construções básicas, sem desperdiçar nem um centavo, nem um
grão, nem prego nem fio.
Há que intensificar a disciplina estatal para que se
observem consciente e rigorosamente todas as leis, decisões e
disposições do Estado e combater implacavelmente a menor
expressão de preguiça e frouxidão.
Profundamente conscientes da especial importância que a
luta contra os espiões adquire no pós-guerra, devemos elevar a
vigilância revolucionária das amplas massas populares e lançar em
grande escala, mediante um movimento de todo o povo, a luta para
deter e desmascarar os espiões, elementos subversivos e
sabotadores, infiltrados em nossas fileiras se aproveitando do caos
do período da guerra ou da construção pacífica do pós-guerra, a fim
de que nenhum único deles atue entre nós.
O triunfo conquistado hoje pelo povo coreano é uma vitória
comum do campo democrático internacional, que luta pela
liberdade, pela paz e pela independência nacional, assim como uma
brilhante vitória da nobre ideia do internacionalismo.
Hoje, esta é uma importante bandeira para o povo coreano,
amante de sua pátria. No fragor da feroz guerra pela liberdade e pela
independência, o povo coreano experimentou em sua própria pele
que o campo socialista e democrático, unido sob a bandeira do
internacionalismo, tem um grande potencial e está estreitamente
ligado à sua liberdade, independência e futuro feliz.
O apoio e respaldo internacionalistas dos povos dos países
irmãos será também um grande incentivo para o povo coreano no
trabalho de restabelecer e construir a economia de seu país assolada
pela guerra, consolidar a base democrática, lograr a integridade
territorial e a reunificação pacífica da pátria.
No futuro, devemos seguir consolidando a amizade e
a solidariedade com os povos dos países do campo democrático e
levantar no alto a bandeira do internacionalismo.
Toda a população da parte Sul da Coreia deve lutar
contínua e tenazmente contra a camarilha de Syngman Rhee,
vendedora de nossa pátria e nosso povo para o imperialismo
estadunidense, isolando-a por completo das massas populares,
continuando a desmascarar a política de escravidão colonial do
imperialismo ianque na Coreia, impedir que possa intervir nos
assuntos internos do nosso país, e lutar mais resolutamente pela
solução pacífica do problema coreano.
Após a guerra, devemos prosseguir a luta pela integridade
territorial e a reunificação pacífica da pátria.
A Coreia é uma, a nação coreana é homogênea e a Coreia
pertence ao seu povo. Os partidos políticos patrióticos, organizações
sociais e o povo patriótico do Norte e do Sul do país — que não
querem o fratricídio, mas a integridade territorial e a reunificação da
nação —, podem e devem se unir pela reunificação e independência
da pátria, acima das diferenças em suas atividades passadas, em seus
critérios políticos e crenças religiosas. Todas as pessoas de
consciência nacional e todos os partidos e grupos devem entrar em
acordo e se agrupar monoliticamente na Frente Democrática para a
Reunificação da Pátria, a fim lograr por via pacífica este objetivo.
Fortalecer a base democrática da República através do
rápido restabelecimento e desenvolvimento da nossa economia
nacional no pós-guerra é a tarefa patriótica de todo o povo para
promover a grande obra pela integridade territorial e pela
reunificação da pátria. Todo o povo deve se levantar como um só
homem sob a palavra de ordem: “Tudo pela reconstrução e pelo
desenvolvimento da economia nacional do pós-guerra a fim de
fortalecer a base democrática!”
Com firme segurança no triunfo definitivo de nossa justa
causa pela reunificação pacífica da pátria, todo o povo deve
combater bravamente até alcançá-lo.
Para levar à culminação esta missão, todo o povo coreano
deve se unir mais firmemente em torno do Governo da República
Popular Democrática da Coreia, autêntico governo do povo, e da
Frente Democrática para a Reunificação da Pátria, sob a direção do
Partido do Trabalho da Coreia, vanguarda da classe operária e de
outros setores do povo trabalhador de nosso país.
Queridos compatriotas, irmãos e irmãs;
Heroicos oficiais e soldados do Exército Popular,
guerrilheiros e guerrilheiras;
Bravos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do
Povo Chinês;
Queridos camaradas:
Conquistamos uma grande vitória histórica em três anos da
justa Guerra de Libertação da Pátria.
Este triunfo prova que a política do Governo da RPDC e a
orientação da FDRP, cujo núcleo é o Partido do Trabalho da Coreia,
força reitora e orientadora do nosso povo, foram justas e contaram
com o apoio de todo o povo coreano por refletir seus interesses
fundamentais.
Agradeço a todo o povo coreano pela confiança dispensada
ao Governo da RPDC, ao PTC e à FDRP.
Permitam-me agradecer, em nome de todo o povo coreano,
ao povo soviético e a todos os demais povos revolucionários do
campo da paz, da democracia e do socialismo, que apoiaram
ativamente e ajudaram fraternalmente nosso povo na Guerra de
Libertação da Pátria.
Expresso gratidão ao povo chinês por ter nos enviado o
poderoso Corpo de Voluntários, formado por seus melhores filhos e
filhas, para nos ajudar no árduo período da Guerra de Libertação da
Pátria.
Ofereço minhas calorosas felicitações e gratidão aos
heroicos oficiais e soldados do Exército Popular e aos guerrilheiros
e guerrilheiras, que defenderam com honra o regime popular
democrático da nossa República, a liberdade e a independência do
nosso povo contra a invasão imperialista estadunidense, assim como
aos oficiais e soldados do Corpo de Voluntários do Povo Chinês, que
nos ajudaram à custa do sangue em nossa Guerra de Libertação da
Pátria.
Manifesto minha consideração e felicitação a todos os
nossos operários, camponeses, funcionários de escritório,
intelectuais, empresários, comerciantes, artesãos e outros setores do
povo que asseguraram a vitória na guerra tornando inexpugnável a
retaguarda, enfrentando corajosamente todas as dificuldades e
obstáculos nos difíceis anos de guerra.
Glória aos oficiais e soldados do Exército Popular, aos
guerrilheiros e guerrilheiras, aos oficiais e soldados do Corpo de
Voluntários do Povo Chinês, a todos os patriotas caídos no sagrado
combate pela liberdade, independência e honra da nossa pátria!
A Coreia pertence ao povo coreano! Coreia para os
coreanos!
Marchemos todos adiante para acabar com a intervenção
dos imperialistas ianques nos assuntos internos do nosso país, para
alcançar o quanto antes a reunificação pacífica da nossa pátria!
Viva a República Popular Democrática da Coreia, gloriosa
pátria do nosso povo!
Viva a Frente Democrática para a Reunificação da Pátria!
Viva o glorioso Partido do Trabalho da Coreia, força reitora
e orientadora do nosso povo!
Vivam a invencível amizade e solidariedade
internacionalista entre os povos dos países do campo socialista e
democrático!

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