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A Sustentabilidade

na Prática Pedagógica
A Sustentabilidade
na Prática Pedagógica
Ficha
Técnica

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Material Produzido em Dezembro de 2021
Edição 02 - Curso autoinstrucional - 80h

Equipe Técnica do Projeto


Adriana de Oliveira Gularte
Angela Bárbara Tischner
Milena Cornelio Olivi
Poliana Cristina Correa

Gerente do Projeto
Caroline Cristina Engel Gabriel
Inteligência e Gestão Territorial - IT.DT
Parque Tecnológico Itaipu - PTI Brasil

Coordenador Técnico do Projeto


Rodrigo Launikas Cupelli
Departamento de Proteção Ambiental
Superintendência de Gestão Ambiental
Diretoria de Coordenação - CD
Itaipu Binacional
Redação
Angela Bárbara Tischner
Éverli Marlei Moers
Felippe Damasceno
Kleber Ramires

Revisão
Angela Bárbara Tischner
Milena Cornelio Olivi

Realização
Escola Internacional para Sustentabilidade
Inteligência e Gestão Territorial - IT.DT
Parque Tecnológico Itaipu - PTI Brasil
Superintendência de Gestão Ambiental
Diretoria de Coordenação - CD
Itaipu Binacional

Projeto Educacional e Projeto Gráfico


Equipe Técnica do Projeto - PTI - Brasil
Vista Design
Escola Internacional
para Sustentabilidade

A Escola Internacional para Sustentabilidade (EIS) trata-se de


uma iniciativa educacional que reúne de maneira didática os conceitos,
metodologias, programas e ações socioambientais desenvolvidas por Itaipu
Binacional em seu território de influência, visando promover a visão sistêmica
do território e dos processos de gestão e mobilização, contribuindo assim,
para a ampliação das redes de conhecimento sobre gestão sustentável.

Durante sua trajetória de mais de 40 anos, a Itaipu desenvolveu


uma série de iniciativas com foco na contribuição para o desenvolvimento
sustentável da Região Oeste do Paraná. Foram implementadas diversas
iniciativas socioambientais que mobilizaram instituições públicas e privadas,
instituições de ensino, governanças, terceiro setor, além dos moradores
locais. Desta forma, a Usina tornou-se reconhecida mundialmente como uma
empresa comprometida com boas práticas sustentáveis.

6 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Visando atender a demanda de compartilhar todo esse conhecimento
acumulado ao longo de sua existência, a Itaipu firmou parceria com o
Parque Tecnológico Itaipu - Brasil (PTI-BR) para oferecer um amplo acervo
de informações sobre gestão territorial sustentável, em consonância com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A partir dessa cooperação,
surgiu a Escola Internacional para Sustentabilidade (EIS).

O PTI-BR é responsável pela sistematização desses conteúdos e a


disponibilização no formato de cursos multitemáticos de diferentes níveis, nos
idiomas português e espanhol. Essas formações são oferecidas para públicos
distintos, nas modalidades de Ensino à Distância (EaD) e semipresencial.

Para o desenvolvimento dos cursos EaD, é utilizado o Ambiente Virtual


de Aprendizagem (AVA) do Parque Tecnológico. Além disso, a trilha de
aprendizagem dos cursos conta com conteúdos complementares disponíveis
de forma pública no Youtube e no Spotify.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 7


Boas-vindas
Parceiros

A Escola Internacional para a Sustentabilidade (EIS) é fruto


de um convênio entre a ITAIPU Binacional e o Parque
Tecnológico Itaipu (PTI). Sua gestão técnica e operacional se dá
através de duas Áreas destas Instituições, a Divisão de Educação
Ambiental, por parte de ITAIPU (Diretoria de Coordenação) e o
setor de Inteligência Territorial do PTI. Seu principal objeto é o
de oferecer oportunidades formativas a públicos diversos com
base nas experiências de Gestão Territorial Sustentável da
ITAIPU ao longo dos anos. Somado a isso, a EIS promove a
divulgação de conhecimento científico e sobre sustentabilidade
para a sociedade em geral, através de suas plataformas digitais.
Com essa expertise, a EIS desenvolveu um curso específico
para professores do ensino formal: “A Sustentabilidade na
Prática Pedagógica”, que traz uma abordagem atual sobre o
conceito e histórico da sustentabilidade no mundo e no Brasil,
além de contextualizar o tema para ser levado pelos professores
até as suas escolas.
Conteúdos como os Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável, Educação Ambiental, Economia Participativa,
Fontes Renováveis de Energia e Cultura Regenerativa, entre
outros, fazem parte de um cardápio de aprendizagem recheado
de exemplos e inspirações para os professores e para as escolas,
congregando em um pilar formativo complementar sobre
sustentabilidade.
Assim, nossa equipe deseja a todos os professores e
profissionais da Educação que passarem pelo curso um excelente
momento formativo em suas trajetórias e que possamos fazer
parte da melhoria contínua dos processos formativos e
estruturas educadoras para sociedades mais sustentáveis.

8 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Um excelente curso a todos!

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 9


Introdução
Geral

Fonte

Para iniciar nosso Curso, vamos apresentar uma breve visão sobre o
conceito de Sustentabilidade, a fim de que você já se familiarize com ele e
entenda a relação desta temática com as práticas pedagógicas que podem
ser desenvolvidas no ambiente escolar.

A palavra sustentável deriva do Latim Sustinere e significa sustentar,


defender, favorecer, apoiar, conservar e cuidar. Em meados da década de 80,
o termo Desenvolvimento Sustentável foi apresentado como a capacidade da
sociedade garantir os meios necessários para uma vida de qualidade. Segundo
o Relatório de Brundtland, apresentado em 1987, o termo tem como objetivo
a preservação do planeta e o atendimento das necessidades do presente,
sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas
próprias necessidades (Relatório Brundtland, 1987).

Este conceito pode ser aplicado em atitudes individuais e coletivas, e o


ambiente escolar é uma excelente oportunidade de praticá-lo, além de outros

10 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


espaços como pequenas comunidades e até grandes metrópoles, alcançando
todo o planeta, pois todos os fatores, vivos ou não, que integram a biosfera
são inter-relacionados e interdependentes.

O Desenvolvimento Sustentável deve considerar pelo menos três


dimensões de forma integrada: a social, a ambiental e a econômica. Sendo
assim, entende-se que o desenvolvimento será sustentável à medida que
consiga englobar essas dimensões, em equilíbrio.

A palavra Sustentabilidade começou a ganhar


destaque a partir da década de 90 e pode ser
definida como sendo uma habilidade, no sentido de
capacidade de sustentar ou suportar uma ou mais
condições. Está vinculada à busca da qualidade de
vida por meio da valorização dos aspectos culturais,
sociais, espirituais, ecológicos e econômicos do
território.

Para se atingir o objetivo da Sustentabilidade entende-se que é necessário


promover o Desenvolvimento Sustentável, que é estratégico e pontual. Por
isso, “Pensar de forma global e agir localmente”, ideia apresentada em 1992,
na Agenda 21, é essencial quando se fala em Desenvolvimento Sustentável.
Fica claro que a responsabilidade deve ser compartilhada por todos e, além
disso, ocorre no âmbito local.

Além dos indivíduos e comunidades, também é importante que


instituições civis organizadas, instituições de ensino, empresas e as diferentes
esferas de governo se integrem com tais conceitos e sejam sensibilizadas.
Nesse sentido, o papel das escolas também precisa ser evidenciado e
reconhecido. Encorajar a realização de práticas pedagógicas mais voltadas
às políticas de responsabilidade ambiental e social e de Sustentabilidade,
assumindo uma postura mais ecopedagógica, é fundamental para se
desenvolver cidadãos mais ativos e conscientes para o desenvolvimento

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 11


de territórios sustentáveis, seja pelas pequenas ações cotidianas, seja
pelos processos de inovação e utilização de recursos tecnológicos, em
uma perspectiva educativa sustentável.

A Itaipu Binacional também esteve ativa neste


processo da busca pela Sustentabilidade desde o
início de sua construção e em meados da década de
90, quando o tema começou a ser difundido, logo
após a Rio 92. Atualmente, a Usina é reconhecida
internacionalmente como uma empresa que
pratica a Sustentabilidade em suas ações internas e
externas que contribuem para a segurança hídrica e energética; avaliando as
fontes renováveis e não renováveis; promovendo a destinação dos resíduos
sólidos; a gestão das bacias hidrográficas; agricultura orgânica; segurança
alimentar; turismo sustentável e, principalmente, com a Educação Ambiental
formal, com capacitações e formação continuada em todo o seu território de
influência.

A Itaipu Binacional adotou a gestão sustentável como política interna


e, além disso, promove ações em todo o seu território de abrangência. Dessa
forma, a Usina torna-se ativa no quesito Sustentabilidade e também acaba
por impulsionar inovações à medida que difunde práticas e conhecimentos.
Este curso é um exemplo disto!

Estas questões, vistas desta forma, podem parecer um pouco distantes


da vida cotidiana, mas é justamente o resultado das ações do dia a dia que
irão determinar se uma escola, uma instituição ou um território é sustentável
ou não. Em geral, são ações simples de serem implementadas, embora exijam
disciplina, consciência e motivação e, para isso, o envolvimento da sociedade
e a educação ambiental são fundamentais.

Promover um consumo mais ecológico e consciente é fundamental e


pode ser praticado ao fazer escolhas mais responsáveis no cotidiano, seja
no consumo, seja no uso ou no descarte de produtos, ou em outros hábitos
que contribuem para a conservação da biodiversidade. O uso de fontes
energéticas renováveis e outras medidas também podem ser difundidas e
aplicadas em conjunto, a fim de possibilitar a gestão para Sustentabilidade

12 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


territorial, de forma geral. O papel da Escola tem grande relevância nesse
sentido, ao desenvolver a Educação Ambiental para permear projetos ou
atividades, gerando resultados positivos a curto, médio e longo prazo tanto
local quanto global, de acordo com a abordagem pedagógica e sustentável
em sala de aula.

O uso racional de energia elétrica e água tratada nas escolas, além de


diminuir as despesas, pode incentivar a comunidade escolar a fazer o mesmo
em suas residências. A separação adequada dos resíduos recicláveis e dos
resíduos orgânicos, incentivando compostagem e cultivo de hortas escolares,
são excelentes exemplos que podem ser aplicados em projetos pedagógicos
multidisciplinares.

Ao longo do nosso curso você terá oportunidade de estudar vários


conceitos, informações, exemplos e métodos para contribuir com a sua
formação em Sustentabilidade, de modo que isso possa refletir na sua
prática pedagógica o que, por sua vez, reflete na formação dos nossos alunos,
profissionais e cidadãos. Assim, iniciaremos com os módulos 2 e 3 falando
um pouco sobre qual a importância da Sustentabilidade e o papel dela no
Ensino Formal. Vamos tratar da evolução do conceito de Sustentabilidade,
passando pelos principais eventos e documentos, além de tratar de suas
dimensões, discutir os conceitos de desenvolvimento sustentável e
Sustentabilidade e como podemos pensar no contexto global, agindo de
forma local.
Na sequência, no módulo 4 do curso vamos falar um pouco mais sobre
a Educação para Sustentabilidade, aprofundando os conhecimentos em
Educação Ambiental, consumo consciente, economia solidária e culturas
regenerativas. Já no módulo 5, vamos conhecer um pouco mais sobre
territórios sustentáveis, considerando os recursos naturais como fonte
energética, tratando da matriz energética do Brasil e fontes alternativas de
energias renováveis, além de falar sobre desenvolvimento, crescimento e
turismo sustentável.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 13


Concluindo o curso, o módulo 6 vai nos auxiliar a compreender a
importância de desenvolver projetos socioambientais, fornecer orientações
sobre como estruturar e planejar seus projetos, além de definir indicadores e
conhecer ferramentas de monitoramento de ações socioambientais.

Esperamos que a partir do conhecimento adquirido com nosso curso,


você possa adotar práticas mais sustentáveis nas suas aulas, no seu cotidiano
e no seu território!

Seja bem-vindo!
Equipe Escola
Internacional para
Sustentabilidade.

14 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Módulo 2
Evolução da
Sustentabilidade
Sumário Módulo 2

2.1 Introdução ................................................. 29

2.2 Por que falar de Sustentabilidade? .... 31

· A Sustentabilidade no Ensino Formal ........... 36

2.3. A evolução do conceito de


Sustentabilidade ............................................ 44

· Os conceitos de natureza, meio ambiente e a


Educação Ambiental .......................................................... 46

· Principais eventos ................................................. 53

· Documentos e Princípios ................................... 59

· Desenvolvimento Sustentável ou
Sustentabilidade? ................................................................. 73

2.4 Considerações Finais ............................. 77

2.5 Materiais Complementares ................. 79

2.6 Referências ................................................ 81

28 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


2.1
Introdução

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 29


Olá professor(a)!
Seja bem-vindo ao Módulo 2, onde vamos começar a tratar do nosso
objeto de aprendizado, a Sustentabilidade. Você já parou para observar que
o termo Sustentabilidade está cada dia mais popular? Será que as pessoas
sabem o verdadeiro sentido desta palavra? Sua origem? Desde quando tem se
falado sobre isso? Em que contexto histórico a Sustentabilidade se tornou tão
importante? Como você pode contribuir para a Sustentabilidade planetária?
E, ainda: por que falamos sobre Sustentabilidade atualmente?
Esta temática, muitas vezes, aparece nas rodas de conversa, nas mídias
associadas aos produtos que compramos, nos artigos científicos e conteúdos
pedagógicos; geralmente acompanhada por outros conceitos como: consumo
consciente, comportamento ou atitude sustentável, ecologia, meio ambiente,
Educação Ambiental (EA), entre tantos outros. Por isso, é importante que
neste curso possamos compreender estes conceitos e refletir sobre o principal
motivo pelo qual precisamos nos dedicar um pouquinho a tudo isso.
Você, educador(a), já desenvolveu alguma atividade pedagógica ou
algum conteúdo que tenha relação direta ou indireta com a Sustentabilidade?
Será que isso ficou claro para seus alunos? E como eles lidam com esta
temática? Será que faz algum sentido para eles compreender para que
serve e como podemos desenvolver a Sustentabilidade nos espaços em que
convivemos?
Bem, é preciso compreender os conceitos e, principalmente, assimilar
por que falar de Sustentabilidade é tão importante atualmente. Por isso, este
módulo vai ajudar você a compreender qual a importância da Sustentabilidade
e qual a ligação dela com o Ensino Formal. Vamos falar um pouco sobre
os conceitos de meio ambiente, natureza e Educação Ambiental; destacar os
principais eventos globais e documentos planetários que estão associados à
Sustentabilidade, além de abordar Desenvolvimento Sustentável,
Sustentabilidade e os ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável).
Portanto, entender “por que falar de Sustentabilidade” é nossa primeira
tarefa!

Vamos lá?!

30 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


2.2
Por que falar de
Sustentabilidade?

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 31


Professor(a), você já se deu conta de que tudo
que temos e usamos faz parte da transformação
da natureza? Assim, manter o equilíbrio do meio
ambiente é essencial para nossa sobrevivência e de
todas as espécies de vida. A busca desse equilíbrio
nos conta uma história que está vinculada à
Sustentabilidade, como veremos a seguir.

Em tempos de desafios ambientais, sociais, econômicos, é importante


que todos compreendam o que significa a Sustentabilidade. Esclarecendo e
reforçando:

A Sustentabilidade está associada a uma capacidade


de sustentar, de suportar uma ou mais condições, para
o atendimento das necessidades do presente, sem
comprometer as necessidades das gerações futuras.

32 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Veja só, estamos falando sobre algo muito importante, sobre precisarmos
agir hoje, sem deixar para amanhã! É a Sustentabilidade à nossa volta que
está em jogo e que está associada também à garantia da existência humana.

Vamos abordar mais à frente, no próximo módulo, que a Sustentabilidade


apresenta várias dimensões, entre elas a social, a econômica e a ambiental,
que são as mais conhecidas. No entanto, existem outras dimensões também,
como a cultural e a educacional. Quando pensamos na dimensão da Educação,
o papel da escola é fundamental. Nossos futuros profissionais, cidadãos que se
encontram como público escolar, precisam compreender a Sustentabilidade.
Para Vieira, Rosa e Mortella (2018):

Uma escola que incentiva a prática de hábitos e ações


sustentáveis em seu cotidiano, permite que o indivíduo
e a comunidade se percebam como parte integrante
do processo, tomando consciência do seu papel como
agente transformador, para que ele esteja apto a
identificar problemas ambientais no seu entorno, apontar
soluções e colocá-las em prática.

Nesse sentido, é preciso falar de


Sustentabilidade na Escola do
século 21!

Para tanto, vale destacar o que já está preconizado por relatórios,


discursos e documentos globais apresentados nos grandes eventos
ambientais, a favor de uma sociedade mais sustentável, o que será tema dos
próximos itens ainda neste módulo. No Brasil, a Constituição Federal de 1988
é um dos marcos legais das questões ambientais. Em seu art. 225, dispõe que
um meio ambiente equilibrado é bem de uso comum e essencial à qualidade
de vida, sendo dever do Poder Público e da coletividade defendê-lo e preservá-
lo (BRASIL, 1988).

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 33


Precisamos conhecer e agir em consonância com os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, que visam cumprir a Agenda 2030, estipulada
pela Organização das Nações Unidas - ONU. Esta nova agenda global de
desenvolvimento foi aprovada em setembro de 2015, após consultas abertas
e pesquisa global da qual participaram mais de 1,4 milhão de pessoas de mais
de 190 países, entre governos, sociedade civil, setor privado, universidade e
instituições de pesquisa (A AGENDA 2030, 2016).

Fonte: Google imagens

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2017), o Brasil participou


ativamente deste processo e a publicação do Decreto Presidencial 8.892, em
outubro de 2016, promoveu um movimento de governança nacional para o
processo de implantação da Agenda 2030. Para tanto, foi criada a Comissão
Nacional para os ODS. Muitas iniciativas estão sendo apoiadas desde
então por órgãos públicos das três esferas de governo, por entidades não
governamentais, empresas, instituições de ensino, comunidades, iniciativa
privada e representações da sociedade civil organizada. A temática tem
permeado muitos projetos e ações que serão abordadas ao longo deste curso.

Nesse sentido é preciso, além de preservar o meio ambiente, conforme


artigo 225 já citado, da Constituição Federal de 1988, transformar as atitudes,
a cultura, valorizar as políticas ambientais e agir em uma mesma direção
rumo à sustentabilidade. Diante de um histórico da legislação e das políticas

34 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


públicas do Brasil em relação ao meio ambiente e à sustentabilidade, vale
destacar o papel da Educação, diante da intencionalidade pedagógica e seu
papel social.

Para Bradshaw et.al. (2021) “a Ciência por trás das questões ambientais
é forte, mas a consciência é fraca”. Precisamos estimular e fortalecer a
consciência, é preciso focar no equilíbrio entre o que se preconiza e o que se
observa e desenvolve em relação às boas práticas sustentáveis no ambiente
escolar, a fim de fomentar atitudes mais sustentáveis, no contexto da base
curricular e das políticas públicas em movimento.

Então, agora que já entendemos por que é importante falar de


Sustentabilidade, vamos começar a aprofundar a temática, iniciando
pelo papel da Sustentabilidade no Ensino Formal para que você
possa avaliar, do ponto de vista da escola, como poderá inserir
essas questões nas sua prática pedagógica.

Bons Estudos!

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 35


A Sustentabilidade
no Ensino Formal

“A educação é o ponto em que decidimos se


amamos o mundo o bastante para assumirmos
a responsabilidade por ele e, com tal gesto,
salvá-lo da ruína que seria inevitável não fosse
a renovação e a vinda dos novos e dos jovens…
”(Hannah Arendt apud Portugal e Sorrentino, 2018)

A temática da Sustentabilidade também tem seu espaço reservado


no Ensino Formal. A partir de 1997, nos Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN´s), o conteúdo meio ambiente aparece entre os temas transversais, que
devem ser abordados de forma integrada. Em 2014 é regulamentado o Plano
Nacional de Educação quando iniciou-se a mobilização que resultou na Base
Nacional Comum Curricular - BNCC, que define o conjunto de aprendizagens
essenciais para toda a Educação Básica brasileira.

36 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


A partir da BNCC, os sistemas estaduais e municipais de ensino podem
elaborar seu referencial curricular contemplando especificidades regionais.
Quando aprovados, esses referenciais passam a ser parâmetro para a
reorganização dos currículos. No Paraná, o Referencial Curricular da Educação
Infantil e do Ensino Fundamental já estão aprovados, e o Referencial do
Ensino Médio está em construção.

Como roteiro nacional, a BNCC traz como uma de suas competências


específicas em Ciências da Natureza e suas Tecnologias, a capacidade de
investigar situações problema e avaliar informações de conhecimento
científico e tecnológico de modo a fundamentar um debate, entre outros,
sobre o impacto das tecnologias nas relações humanas. Este debate provoca
reflexões sobre riscos e benefícios para o Desenvolvimento Sustentável
e a preservação da vida no planeta. Quando indica essas competências,
a BNCC identifica que a Educação deve estimular ações que
contribuam para a transformação da sociedade, inclusive
para a conservação da natureza, o que também está de acordo com
a Agenda 2030, da ONU (BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR, 2021).

Fazer com que a informação e a sensibilização


chegue até a comunidade escolar é um desafio
para o Ensino Formal. Ainda assim, é a esperança
de um despertar para a problemática ambiental, a
fim de garantir que esta geração possa contribuir
para que as próximas também tenham os
mesmos recursos, as mesmas oportunidades e as
mesmas paisagens para viver nesta casa comum
que é o planeta Terra.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 37


Portugal e Sorrentino (2018) defendem a instrução na dimensão
socioambiental na formação inicial e continuada de profissionais da Educação,
com formação complementar em suas áreas de atuação.

Nesse contexto, a formação do professor(a) quanto ao


tema Sustentabilidade é de fundamental importância, ao
considerarmos que a partir de suas abordagens pedagógicas,
poderá contribuir com a formação de futuros profissionais
e cidadãos críticos e conscientes de um planeta que precisa
de atenção e cuidados.

Sendo assim, eles podem passar a auxiliar na resolução dos desafios


ambientais, como a extinção da biodiversidade ou as mudanças do clima, seja
com impactos ambientais no seu território de atuação, como assoreamento
de rios ou descarte inadequado de resíduos no bairro da escola ou na sua
comunidade.

Educar para Sustentabilidade não é uma tarefa fácil, já que a EA pretende


estimular mudanças de hábitos culturais e econômicos (ADAMS, 2012). Para
Vieira, Rosa e Mortella (2018) a EA é a ferramenta educativa que permite a
criação de espaços educadores sustentáveis.

Com foco no estabelecimento de uma educação condizente com o


propósito de estimular e fortalecer individual e coletivamente o compromisso
com a manutenção de todas as formas de vida do Planeta Terra, como fruto de
longos diálogos entre a sociedade brasileira e o Ministério da Educação, este,
estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Ambiental-
DCNEA (Resolução nº 2 de 15 de junho de 2012), (PORTUGAL e SORRENTINO,
2018). Rosa, Trovão e Coelho (2018) destacam a importância das DCNEA, já
que até então a EA era praticada a partir de princípios informais no ambiente
escolar, com ausência de orientações curriculares e normativas.

As Diretrizes reafirmam objetivos e princípios de documentos como


a Politica Nacional de Educação Ambiental, o Programa Nacional de
Educação Ambiental e o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades
Sustentáveis e Responsabilidade Global. São firmadas ainda pela

38 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Constituição Federal, na Lei da Política Nacional de Meio Ambiente, pela Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, no Plano Nacional de Educação,
e na Lei no 9.795, de 1999, que instituiu a Política Nacional de EA (PORTUGAL
e SORRENTINO, 2018).

Em relação ao cenário estadual, Rosa, Trovão e Coelho (2018) apontam


que o Paraná acompanhou os acontecimentos do cenário internacional
e nacional a partir de 1990. Após a mobilização de diferentes atores como
gestores públicos, educadores, movimentos ambientalistas, com a criação
da Rede de Educação Ambiental do Paraná e após diversos encontros e
documentos estaduais, em 2013, foi aprovada a Política Estadual de Educação
Ambiental (Lei no 17.505/2013) e regulamentadas pelo decreto n° 9958/14,
concomitantemente, as Normas Estaduais para o Ensino de Educação
Ambiental no Estado do Paraná.

Vieira, Rosa e Mortella (2018) destacam que as normas estaduais


consolidam a formação de escolas sustentáveis no contexto do espaço físico,
gestão democrática e organização curricular e em seu art. 3º, inciso V, indicam
como recorte territorial de atuação a bacia hidrográfica na qual a escola está
inserida. Sobre esse recorte territorial específico, vamos conhecer um pouco
mais no módulo 5.

As normas estaduais refletem os princípios das DCNEA e avançam quando


propõem “princípios orientadores” como: o cuidado com as comunidades
de vida, em todas as suas formas e manifestações, como sujeitos de direito;
o fortalecimento do papel da escola como espaço de construção de um
projeto de sociedade sustentável e a constituição de redes socioambientais
para realização e efetividade de ações integradas. Tais princípios devem
constar nos Projetos Político-Pedagógicos e Planos de Curso da Educação
Básica e Profissional (ROSA, TROVÃO, COELHO, 2018). As normas estaduais
de EA definem parâmetros para que as instituições de ensino possam se
estabelecer como espaços educadores sustentáveis, com gestão e edificações
equilibradas com o meio ambiente, tornando-se referência para seu território
(PARANÁ, 2013).

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 39


Respeitando a dinâmica e autonomia escolar, a EA deve
ser desenvolvida como uma prática educativa integrada,
interdisciplinar e contínua, em todos os níveis de Educação Básica
e Superior ( MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2012).

Dessa forma, o tema Sustentabilidade pode ser desenvolvido dentro


do ambiente escolar, seja na forma de projeto, disciplina ou no contexto geral
e conforme aponta Woo et al. (2012), proporcionando experiências de casos
reais, estimulando a reflexão acerca da atuação profissional e cidadã do aluno.

Seguindo as orientações das DCNEA, citadas no item anterior, o art. 9º


estabelece que, conteúdos que tratem da ética socioambiental das atividades
profissionais, devem ser incorporados nos cursos de especialização técnica e
profissional em todos seus níveis ( MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2012).

Para que haja um comprometimento com a Sustentabilidade,


frente à educação profissionalizante, é fundamental que este tema esteja
vinculado à grade curricular, ou seja, ao contexto do curso, especificamente.
E, principalmente, que considere as necessidades e especificidades do
território local. Além disso, valorizar diálogos e projetos que reconheçam o
bem-estar humano e ambiental e promover engajamento para a mobilização
frente às problemáticas locais e globais em todas as dimensões da
Sustentabilidade.

40 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Dessa forma, como concluíram Loureiro, Pereira e Júnior (2018) os
alunos podem reconstruir e transformar suas próprias experiências e efetuar
julgamentos sobre mudanças necessárias.

Para Loureiro, Pereira e Júnior (2018), o currículo da Educação Profissional


e Tecnológica - EPT para Sustentabilidade, deve proporcionar a compreensão
da complexidade dos fenômenos, tratando-os em sua interdisciplinaridade
e deve proporcionar formação crítica com atenção à cidadania democrática,
baseada em princípios de ética e responsabilidade. Carvalho (2011) também
afirma que as escolas ainda demandam de uma transformação profunda para
enfrentar os desafios sociais, econômicos e ambientais do planeta. O papel
do professor(a), com seus saberes, valores e experiências, é fundamental
no processo de formação continuada e na tarefa de valorizar a educação e o
bem-estar social.

Nesse sentido, a UNESCO (2005) afirma a necessidade de uma rede


de apoio para os professores(as) como atores locais, para uma educação
para o Desenvolvimento Sustentável. Essa rede pode motivar e capacitar
o professor(a) de modo que ele possa agir para adaptar o currículo em seu
contexto educacional local, assim como você, professor(a), está tendo a
oportunidade de se dedicar neste curso.

Saiba mais:

O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa),


organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento
Econômico (OCDE) e aplicado a cada 3 anos, tem por objetivo avaliar o nível
de aprendizagem de jovens de 15 anos sobre conhecimentos e habilidades
essenciais para garantir uma vida social e econômica equilibrada. Em 2018,
o Brasil se apresentou em um ranking preocupante: 68,1% dos estudantes
brasileiros demonstraram não possuir o nível básico em matemática, 50%
em leitura e 55% em ciências. Acesse aqui.

42 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


A Sustentabilidade deve permear todos os
níveis de ensino. E, no caso da Educação
Profissional, é um diferencial na formação dos
jovens e permite um avanço para a sociedade
no contexto econômico do Brasil.

Apresenta-se como uma oportunidade para disseminar o conhecimento


sobre Sustentabilidade em territórios específicos, nas áreas de atuação
de cada curso e futuro profissional. Dessa forma, é preciso estar atento,
ainda, para que as práticas de responsabilidade socioambiental adotadas
em instituições públicas e privadas não se caracterizem apenas como
estratégias mercadológicas, mas que estejam alinhadas às dimensões da
Sustentabilidade, buscando, principalmente, o fortalecimento das políticas
públicas de geração de trabalho e renda para os jovens, estudantes que
aguardam iniciar sua jornada no mercado de trabalho.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 43


2.3
A Evolução
do Conceito de
Sustentabilidade

44 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Como já sabemos, após a Revolução Industrial, com início no século
XVII, com foco no crescimento econômico, a sociedade passou a ser
estimulada a satisfazer seus desejos e a consumir em grandes quantidades,
o que fez crescer a cultura consumista entre as pessoas. No entanto, esse
ritmo acelerado das atividades no modelo de desenvolvimento vigente não
permite que os recursos naturais possam se regenerar respeitando os ciclos
próprios. Após um período onde esse assunto do “limite de crescimento” não
estava pautado, as atenções começaram a mudar quando diversos cientistas
e pensadores passaram a questionar o uso indiscriminado dos recursos
naturais sem preocupação com as gerações futuras.

Revolu
Industrção
Crise l? ial?
ta
ambien

Combustíveis
fósseis?
o?
Capitalism

Nesse sentido, entre as décadas de 70 e 90 surgiram discussões,


pesquisas, projeções, foram elaborados documentos e organizados eventos
que resultaram no conceito de Desenvolvimento Sustentável. Sob o ponto de
vista ambiental, o Desenvolvimento Sustentável iniciou com ações isoladas,
com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU), e levou à programação
de grandes encontros internacionais e a tomada de decisões para seguir em
um novo modelo de desenvolvimento econômico, social, ambiental e cultural
em nível mundial.
Sobre esses eventos globais e documentos planetários vamos tratar mais
especificamente nos próximos itens deste módulo. Por agora, professor(a),
vamos apresentar alguns conceitos para que você possa compreender melhor
como eles estão intimamente relacionados à Sustentabilidade. São eles:
meio ambiente, natureza e Educação Ambiental.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 45


Os Conceitos de Natureza,
Meio Ambiente e a
Educação Ambiental

Vamos lá! Você já parou para observar a natureza? Nesse caso, o que
você observou? Será que você estava observando algum elemento natural ou
um conjunto de elementos vivos e não vivos? E seus alunos, como definem a
natureza? E como definem o meio ambiente?
Estas são algumas reflexões para que você perceba como é importante
conhecer cada conceito para traduzir nosso pensamento e nossas experiências.
A vida no planeta Terra ocorre em uma teia de inter-relações entre os seres
vivos e não vivos.
Segundo BOFF (1997, p.72), “a natureza e o universo constituem uma
teia de relações em constante interação”.

Desta forma, o pensamento sobre a natureza e as


relações humanas deveriam estar conectados também.

No entanto, a própria especialização da Ciência, ao longo dos últimos


séculos, levou a sociedade a compartimentalizar o pensamento e o ambiente.
Isso gerou uma ruptura que resultou na dicotomia entre humano e natureza.
O homem se autodenominou diferenciado e o egocentrismo se sobrepôs ao
ecocentrismo, ou seja, o ser humano está no topo das representações da vida
e do planeta.
E como podemos abordar estas questões na prática escolar? Segundo
CARVALHO (2011), a percepção do conhecimento disciplinar, proposto
no ensino formal, também afeta esta ruptura entre homem e natureza. Na
escola, a interdisciplinaridade tenta conectar temas na construção de novos
referenciais conceituais. Já na multidisciplinaridade, o conhecimento se
mistura entre várias disciplinas para um mesmo tema, mas não há integração

46 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


de disciplinas. E, em outra ótica, a transdisciplinaridade seria a união do
conhecimento de toda a realidade, extinguindo disciplinas, o que parece
mais complexo.
Lima e Oliveira (2011), consideram muita pretensão que a prática
interdisciplinar compreenda a dinâmica do meio ambiente em sua
plenitude. Ao mesmo tempo, diante de tamanha complexidade apontam a
interdisciplinaridade como caminho para estabelecer o diálogo de saberes.
Assim, o ambiente escolar muitas vezes também é sensível à dicotomia
ser humano x natureza. Nesse sentido, ressalta-se que para se compreender
a problemática da questão ambiental, uma das principais perspectivas é a
Sustentabilidade. É fundamental que se valorize as complexas relações entre
sociedade e natureza, de acordo com o pensamento ambiental proposto
por LEFF (2001), ou seja, educar para a Sustentabilidade também considera
educar de forma holística, sistêmica e transdisciplinar.

Mas afinal, como podemos definir a natureza?


A natureza pode ser entendida como a constituição dos elementos
básicos que permitem a existência da vida no planeta, desde bilhões de anos.
“Algo do que há entre nós pulsa também nas estrelas”
BRANDÃO (2012, p.17).

Fonte

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 47


Uma das principais características da natureza é a interdependência
entre os seres vivos e não vivos que ocupam o mesmo ambiente. Aquele algo
que pulsa nas estrelas, que está em nós, e que constitui os elementos básicos
como os gases da atmosfera e a água que abriga tantas formas de vida, e toda
a biodiversidade do planeta, regulam a biosfera e garantem as condições de
vida na Terra.

E, para que a natureza possa continuar desempenhando seu papel para


manter o equilíbrio da vida, o papel do ser humano e suas inter-relações no
meio ambiente é tão fundamental que grandes eventos, documentos globais e
políticas públicas tornaram-se indispensáveis. No Brasil, a Constituição Federal
(CF) de 1988 garante legalmente a todos um meio ambiente ecologicamente
equilibrado, devendo o Poder Público e a coletividade defendê-lo e preservá-
lo para as gerações presentes e futuras. Mas, como podemos definir o que é o
“meio ambiente”, professor(a)?

Conforme a Lei nº 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio


ambiente, este é definido como: “o conjunto de condições, leis, influências e
interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a
vida em todas as suas formas” (BRASIL, 1981).

No entanto, Dulley (2004) alerta que a maioria das políticas ambientais


contemporâneas levam em conta os elementos do ambiente necessários à
sobrevivência apenas da espécie humana. Isso nos lembra do egocentrismo
citado há pouco não é? Nessa perspectiva, Dulley (2004) diferencia meio
ambiente e ambiente, sendo que o primeiro se refere a cada espécie em
particular (meio ambiente do ser humano, meio ambiente da formiga no pátio
da escola, meio ambiente dos morcegos urbanos) e o segundo (ambiente)
refere-se a todas as espécies, ou seja, a natureza conhecida pelo sistema social
humano. Para Melo (2007), o meio ambiente é o local onde estão presentes as
condições para que a vida se desenvolva, o que, no planeta Terra, varia de
9.000m acima e 9.000m abaixo do nível do mar, sendo composto pelo mundo
natural (água, ar, animais, entre outros) e pelo mundo artificial, resultante da
interferência do homem na natureza.

48 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Japiassu e Guerra (2017) propõem que compreender o significado de
meio ambiente envolve adotar uma visão holística e integrada, considerando
aspectos globais e locais, para além de uma simples soma de recursos da
natureza como água, ar ou solo, concordando com o pensamento ambiental
proposto por LEFF (2001), já citado.

É bastante relevante a observação feita por Melo (2007) quando


afirma que o conceito de meio ambiente não é fechado, ele pode se adequar
continuamente de acordo com o desenvolvimento de novos conhecimentos
e pode, inclusive, assumir sentidos diversos, dependendo do ângulo de
observação. Assim, professor(a), talvez aquele aluno que nunca conheceu um
processo de coleta seletiva possa expandir sua concepção de meio ambiente,
possa modificar suas ações cotidianas com reflexo para as futuras gerações.
Isso tudo, a partir de uma oportunidade proporcionada por você, em sua
prática pedagógica!

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 49


Saiba mais:

Professor(a), caso você esteja disposto a refletir um pouco mais sobre


essa e outras questões, deixamos como sugestão o trabalho de Lima e Oliveira,
citado acima que chama-se: A (re)construção dos conceitos de natureza,
meio ambiente e educação ambiental por professor(a)es de duas escolas
públicas, publicado em 2011.

A Educação se caracteriza como oportunidade de


capilarização e compartilhamento de informações sobre a
questão ambiental.
No Brasil, como já estava respaldado na Constituição de 1988, a Educação
Ambiental deveria ser a responsável no Ensino Formal pela conscientização e
preservação do meio ambiente.

Seguindo as diretrizes da CF, foi promulgada a Lei Federal n° 9.795/99,


também conhecida como Política Nacional de Educação Ambiental - PNEA,
que define que a EA se refere aos “processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes
e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua Sustentabilidade”.

É um componente essencial e permanente em todos


os níveis de educação nacional, deve ser tratada de forma
articulada na educação de caráter formal e não formal,
como direito de todos.
Para Adams (2012) a EA surgiu a partir da necessidade de mudança de
postura do ser humano para com o ambiente. É um processo e como tal deve
estar implícito em todas as ações educativas, promovendo compreensão
crítica e global, oportunizando alteridade, equidade, estimulando a
participação, promovendo a cidadania e a consciência ambiental e, portanto,
não se trata de uma tarefa fácil. O Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global também apresenta a

50 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


EA como um processo permanente, baseado no respeito a todas formas de
vida, que estimula a construção de sociedades ecologicamente equilibradas
e socialmente justas, que conservam entre si relação de interdependência e
diversidade” (TRATADO, 2021).

Cabe destacar que, segundo Sauvé (1997), já na Conferência da UNESCO


sobre Educação Ambiental, realizada em Tbilisi em 1977, os princípios da
Educação Ambiental incluíam elementos importantes para o Desenvolvimento
Sustentável, como a promoção de solidariedade internacional e a necessidade
de considerar aspectos socioambientais e as suas relações entre a economia,
o ambiente e o desenvolvimento. Tal Conferência também destacou cinco
aspectos básicos, essenciais e indissociáveis para que a ação educativa seja
efetiva: conhecimento, consciência, atitudes, habilidades e participação.

As ações de Educação Ambiental podem ocorrer em diferentes espaços,


sendo eles espaços formais, não formais e informais (estes termos serão
apresentados no módulo 4). É a partir da Educação Ambiental formal e das
atividades pedagógicas voltadas para o tema, que a comunidade escolar
poderá agir em prol da conservação, do bem-estar social e da equidade, junto
a uma economia que valoriza a Ciência e as boas práticas sustentáveis.

Para finalizar esta reflexão sobre os conceitos apresentados, vale


destacar que segundo CARVALHO (2011, p. 79), “a EA fomenta sensibilidades
afetivas e capacidades cognitivas para uma leitura do mundo do ponto de
vista ambiental.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 51


[...] Esse processo de aprendizagem por via dessa
perspectiva de leitura dá-se particularmente pela
ação do educador como intérprete dos nexos entre
sociedade e ambiente e da EA como mediadora na
construção social de novas sensibilidades e posturas
éticas diante do mundo”.

Assim, professor(a), reforçamos sua essencial participação neste


processo educativo, considerando o bem-estar humano e a conservação da
natureza para um ambiente ecologicamente saudável, socialmente justo e
economicamente viável, de acordo com os princípios fundamentais do tripé
da Sustentabilidade.
O papel do educador, neste sentido, é a chave para
a sensibilização de uma geração que está destinada a
fazer a diferença na prática sustentável, seja individual ou
coletivamente.

52 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Principais Eventos Globais no
Contexto da Sustentabilidade

Conforme já verificamos no item anterior, o conceito de Sustentabilidade


foi sendo construído ao longo do tempo, sob a influência de documentos
e reuniões globais. Neste momento do curso vamos conhecer um pouco
sobre a sequência de eventos que contextualizam e fundamentam o tema
Sustentabilidade.
Sequência cronológica dos principais eventos:

Publicação do livro Primavera Silenciosa: a autora


Rachel Carson fez um alerta sobre o uso agrícola
de pesticidas químicos sintéticos, destacando a
1962 necessidade de respeitar o ecossistema em que
vivemos para proteger a saúde humana e o meio
ambiente;

Fonte

Clube de Roma: que hoje é uma organização não


governamental e continua atuando. Iniciou em abril
1968 de 1968 com um grupo de empresários, diplomatas,
cientistas, economistas, entre outros profissionais,
que se reuniam para discutir e refletir sobre os limites
do crescimento econômico;

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 53


Publicação do relatório Os Limites do Crescimento:
elaborado por uma equipe de cientistas do MIT
Início de (Instituto de Tecnologia de Massachusetts - EUA)

1972 a pedido do Clube de Roma. Este relatório utilizou


sistemas de informática para simular a interação do
homem com o meio ambiente, considerando aumento
populacional de esgotamento de recursos naturais.
Há análises mais atuais que indicam praticamente o
mesmo cenário da década de 70: Saiba mais;

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio


Ambiente Humano: também conhecida como
Junho de Conferência de Estocolmo, foi a primeira grande

1972 reunião de chefes de estado, chamada pela ONU, para


tratar de questões relacionadas à degradação do meio
ambiente. O evento foi um marco e sua declaração
final, conhecida como Declaração de Estocolmo traz
vários princípios que são um manifesto ambiental
para nossos tempos;

Fonte

54 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Comissão Mundial de Meio Ambiente e

1983 Desenvolvimento - CMMAD: criada na Assembléia


Geral da ONU, passa a ser presidida pela médica
sanitarista norueguesa Gro Harlem Brundtland;

Publicação do Relatório Our Common Future [Nosso


Futuro Comum]: também conhecido como Relatório
1987 Brundtland, que traz o conceito de Desenvolvimento
Sustentável para a discussão pública;

Criação do IPCC, o Painel Intergovernamental para


Mudanças Climáticas, que se tornou uma importante
1988 fonte de informação científica associada às mudanças
climáticas;

Conferência das Nações Unidas sobre Meio


Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida
como Cúpula da Terra, Eco 92 ou Rio 92. Realizada
1992 no Rio de Janeiro, ocorreu como consequência das
amplas recomendações do Relatório Brundtland e
colocou a questão do Desenvolvimento Sustentável
em pauta na agenda pública como nunca antes.
Entre os resultados da Conferência, os governos dos
países participantes adotaram a Agenda 21, como um
programa com diferentes áreas de ação, para afastar
o mundo do modelo insustentável de crescimento. Ao
todo, deste encontro (Rio 92) resultaram 5 importantes
documentos: Declaração do Rio sobre Meio Ambiente

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 55


e Desenvolvimento; Declaração de Princípios sobre
Florestas; Agenda 21; Convenção sobre Biodiversidade
Biológica e a Convenção Quadro sobre a Mudança do
Clima.

Fonte

Fórum Global das ONG´s, evento paralelo à Cúpula


da Terra, na Rio 92. Trata-se do maior encontro de
organizações não governamentais que já houve
1992 no mundo. Foi a partir do diálogo entre diferentes
representações, de todas as partes do mundo, que
resultaram em muitas ideias, iniciativas, projetos,
ações e documentos, inclusive o Tratado de
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis
e Responsabilidade Global. Este Tratado é conhecido
como documento planetário e serve como base para
a construção de políticas públicas voltadas para
as questões de Sustentabilidade socioambiental,
permeados pela Educação Ambiental;

56 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Rio +5, em Nova York, uma assembléia especial das
Nações Unidas foi realizada para revisar a Agenda
21 e acabou recomendando: a adoção de metas
1997 juridicamente vinculativas para reduzir as emissões
de gases de efeito estufa; uma maior movimentação
dos padrões sustentáveis de distribuição de energia,
produção e uso; e o foco na erradicação da pobreza
como pré-requisito para o Desenvolvimento
Sustentável;

Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável


ou Rio +10: ocorreu em Johanesburgo e foi concebida
2002 como um evento de implementação para transformar
as metas, promessas e compromissos da Agenda 21
em ações concretas;

2007 Rio +15: novamente no Rio de Janeiro, foi uma terceira


avaliação da Agenda 21;

Conferência das Nações Unidas sobre


Desenvolvimento Sustentável ou Rio +20: evento
em que os países membros decidiram lançar um
2012 projeto para desenvolver um conjunto de Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS), fundamentados
nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e
convergindo com a agenda de desenvolvimento
pós-2015. O documento O Futuro que queremos,
declaração final da Conferência, identificou que o
estabelecimento de metas pode ser útil para uma
ação global coerente e focada no desenvolvimento

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 57


sustentável. Assim, um processo intergovernamental
abrangente e transparente ocorreu nos três anos
seguintes, convergindo na construção de um
conjunto de objetivos universais de Desenvolvimento
Sustentável para além de 2015;

Cúpula de Desenvolvimento Sustentável: foi o


evento em que os países membros da ONU definiram
os novos ODS como parte de uma nova agenda de
2015 Desenvolvimento Sustentável, finalizando o trabalho
dos ODM, com o objetivo de não deixar nenhuma
nação para trás. Em tal evento, foi estabelecida a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Além dos ODS, a Agenda 2030 traz também 169 metas
para erradicar a pobreza e promover vida digna para
todos, dentro dos limites do planeta.

Em relação ao histórico de eventos relacionados à Sustentabilidade, a


RIO 92 foi espaço de diversos eventos paralelos, como o Fórum Global das
ONG´s, onde os atores do movimento ambiental internacional pautaram
diretrizes mais objetivas, construindo o que conhecemos como Tratado de
Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global, a partir do qual o termo Sustentabilidade ganhou destaque. Vamos
falar deste e outros documentos importantes na sequência.

58 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Documentos e Princípios
Planetários que Permeiam a
Sustentabilidade

Professor(a), como acabamos de verificar, foram diversos eventos


internacionais determinantes na construção do conceito e das particularidades
da Sustentabilidade. Não apenas os eventos, mas as declarações, os
relatórios, os tratados, os documentos produzidos durante ou até nos
intervalos preparatórios a esses eventos, são muito importantes no contexto
da Sustentabilidade e é sobre eles que vamos tratar neste item.

Relatório Our Common Future [Nosso Futuro Comum]


ou Relatório Brundtland.

Como citado anteriormente, foi um relatório apresentado em


1987 pela Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento da
ONU, presidida à época pela primeira ministra norueguesa, Gro Harlem
Brundtland. O Relatório Brundtland, como ficou mais conhecido,
popularizou o termo Desenvolvimento Sustentável e trouxe uma
definição mais próxima do consenso oficial, estabelecendo a famosa frase:
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da
geração atual sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”, ou
seja, define o Desenvolvimento Sustentável como um processo, onde o
aproveitamento de recursos naturais, a orientação dos investimentos e o
desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais se harmonizam
e reforçam o potencial de sobrevivência no presente e no futuro.

Foi a partir de tal estudo que o termo Desenvolvimento Sustentável foi


ganhando forma e, cinco anos mais tarde, na Rio 92, foi internacionalmente
reconhecido e divulgado.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 59


Entenda um pouco mais do Relatório de Brundtland, pela própria ex-
primeira-ministra. Acesse aqui. O vídeo é bem curtinho e você irá se
surpreender!

Tratado de Educação Ambiental para Sociedades


Sustentáveis e Responsabilidade Global

Paralelamente à Rio 92, ocorreu o Fórum Global


das ONGs, um encontro de diálogos, mobilizações
e produções, realizadas por ONG´s, movimentos
sociais, instituições escolares, entre tantas outras
representações de dezenas de países. Foi em um
destes eventos paralelos, conhecido como Jornada
Internacional de Educação Ambiental que, por meio da
participação e mobilização social, culminou na produção
e aprovação do Tratado de Educação Ambiental para
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global.
O tema Desenvolvimento Sustentável já estava em pauta
nos últimos anos, desde a publicação do Relatório de
Brundtland, em 1987.

O documento conta com princípios que norteiam


o conceito da Educação Ambiental, fundamentais
para uma nova postura mundial frente aos desafios
que o relatório Nosso Futuro Comum apresentava.
Nesse sentido, educadores e educadoras, cidadãos,
representantes de diversas culturas e nações,
concretizaram o documento em plena Rio 92 e ganharam
a comunidade internacional, com a repercussão deste
histórico documento planetário.

60 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Princípios da educação para sociedades sustentáveis e
responsabilidade global

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e


Responsabilidade Global estabelece 16 princípios a serem observados:

1 A educação é um
direito de todos;

2
A educação ambiental deve ter como base o
pensamento crítico e inovador, promovendo a
transformação e a construção da sociedade;

3 A educação ambiental tem o propósito de formar


cidadãos com consciência local e planetária, que
respeitem a autodeterminação dos povos e a
soberania das nações;

A educação ambiental não é neutra, e sim


4
ideológica, constituindo-se como ato político;

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 61


5 A educação ambiental deve envolver uma
perspectiva holística, com enfoque interdisciplinar
na relação entre ser humano, natureza e universo;

A educação ambiental deve estimular a


solidariedade, a igualdade e o respeito aos
direitos humanos;
6
7 A educação ambiental deve tratar as questões
globais críticas, suas causas e inter-relações em
uma perspectiva sistêmica, em seu contexto
social e histórico;

A educação ambiental deve facilitar a


cooperação mútua e equitativa nos processos
8
de decisão, em todos os níveis e etapas;

A educação ambiental deve recuperar, reconhecer,


9 respeitar, refletir e utilizar a história indígena e
culturas locais, assim como promover a diversidade
cultural, linguística e ecológica;

A educação ambiental deve estimular e potencializar o poder


das diversas populações, promovendo oportunidades para
as mudanças democráticas de base que estimulem os setores
10
populares da sociedade. Isto implica que as comunidades
devem retomar a condução de seus próprios destinos;

62 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


11 A educação ambiental valoriza as
diferentes formas de conhecimento;

A educação ambiental deve ser planejada


para capacitar as pessoas para trabalharem
12
conflitos de forma justa e humana;

13 A educação ambiental deve promover a


cooperação e o diálogo entre indivíduos e
instituições, visando criar novos modos de vida
que atendam às necessidades básicas de todos;

A educação ambiental requer a democratização dos


meios de comunicação de massa, que devem se
comprometer com o interesse de toda a sociedade;
14
15 A educação ambiental deve integrar
conhecimentos, aptidões, valores,
atitudes e ações;

A educação ambiental deve contribuir para o


desenvolvimento de uma consciência ética sobre todas as
16
formas de vida, com as quais compartilhamos este planeta,
respeitando seus ciclos vitais e impondo limites à exploração
das demais formas de vida pelos humanos.

Fonte

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 63


O documento de nível planetário é considerado um plano de ação para as
políticas públicas de diferentes países e comunidades. No Brasil, é norteador
da Política Nacional de Meio Ambiente e da Política Nacional de Educação
Ambiental, ambas brasileiras, as quais deram origem a diversas políticas de
mobilização e ao fortalecimento de Coletivos Educadores, Comitês Gestores,
Redes e Comitês de Educação Ambiental.

Saiba mais sobre a história do Tratado de


Educação Ambiental: acesse este vídeo
e faça uma viagem para o ano de 1992!

A Carta da Terra
A Carta da Terra é um importante norteador para o Desenvolvimento
Sustentável no contexto global. Por iniciativa da ONU, foi apresentada na
Cúpula da Terra - Rio 92, e demorou mais de 10 anos para ser oficialmente
editada e distribuída enquanto documento planetário. Ela apresenta quatro
princípios básicos que deveriam ser entendidos com o mesmo peso da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, já que trata da vida, da paz, da
cultura e do meio ambiente de forma sustentável, democrática e com respeito
e dignidade, elaborada por mãos e mentes de várias nações e culturas.

Aqui, Professor(a), você pode acessar todo o conteúdo da Carta da


Terra, com seus quatro princípios:

01 Respeitar e Cuidar da
Comunidade de Vida; 03 Justiça Social e
Econômica;

Democracia,
02 Integridade
Ecológica; 04 Não-Violência
e Paz.

64 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Em 2020, a Carta da Terra completou 20 anos de publicação e muitos
eventos online foram realizados para comemorar e avaliar seus resultados em
duas décadas de mobilização em torno do mundo. A Iniciativa Internacional
para a Carta da Terra é responsável pela divulgação e avaliação do documento.
Em junho de 2020 preparou o Festival Internacional 20 anos Carta da Terra,
um evento online, que você pode acessar aqui e conhecer um pouco mais da
sua trajetória.

Quer saber mais detalhes sobre a origem da Carta da Terra? Assista ao


vídeo com depoimento de Oscar Motomura - Co-Chairman do Conselho
Internacional da Carta da Terra e da Iniciativa Carta da Terra em Ação.

Agenda 21
A Agenda 21 consiste em um plano mundial de políticas públicas
para o século XXI, para a proteção do nosso planeta e seu Desenvolvimento
Sustentável (ONU, 2021). Este documento estabeleceu a necessidade de
comprometimento de todos os países em refletir, global e localmente,
considerando a cooperação de todos os setores da sociedade (governos,
empresas privadas, organizações não-governamentais e outros atores) na
busca de soluções para os problemas socioambientais.

A relevância da questão ambiental fica clara na Agenda 21 pois, de


seus 40 capítulos, 14 tratam da conservação e gestão dos recursos naturais;
11 discutem aspectos operacionais para implementação de novas políticas; 8
abordam questões econômicas e sociais e 7 falam do papel dos grupos sociais
(MOTA et. al., 2018).

Aqui, professor(a), destacamos o Capítulo 36 da Agenda 21, o qual


trata sobre a reorientação do ensino para o Desenvolvimento Sustentável,
o aumento da consciência pública e a promoção do treinamento, tema
que possui alta correlação com este curso. Neste sentido, a declaração e as
orientações da Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação
Ambiental (1977) proporcionam os princípios para as propostas neste item
(AGENDA 21, 2021).

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 65


Apesar de atualmente a Agenda 21 não estar em evidência, foi um
documento fundamental para construir coletivamente a base para todas
as ações relacionadas à gestão, educação e mobilização socioambiental da
comunidade global pós Rio-92, inclusive no Brasil.

Os Objetivos do Desenvolvimento
do Milênio (ODM)
Ainda durante a Rio 92, foi articulada uma estratégia global para o
Desenvolvimento Sustentável, especialmente no que tocava à erradicação da
fome no planeta e à escolaridade em nível primário, como principais pontos
a serem combatidos para se chegar ao Desenvolvimento Sustentável, que
surgia como principal conceito no evento global. Somente em setembro de
2000, em novo encontro organizado pela ONU - a Cúpula do Milênio, em Nova
York - os ODM foram estabelecidos, quando 191 nações se comprometeram
com a Declaração do Milênio da ONU.

Foram criados oito objetivos globais, também conhecidos


como Metas do Milênio, que guiaram Curiosidades:
a agenda
sustentável do planeta até o ano de 2015.
O Brasil foi um dos países q
das metas dos ODM. Entre os r
exemplo, a redução em 55% da m
são decorrentes da implantaç
engajamento de diferentes atore
civil.

Aqui você pode conhecer


um dos Objetivos do Milênio, co

66 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Agenda 2
Desenvolvimen
Curiosidades

O Brasil foi um dos países que mais avançou no cumprimento das


metas dos ODM. Entre os resultados
significativos estão, por exemplo, a redução em 55% da mortalidade
materna. As conquistas são decorrentes da implantação de
políticas públicas e do engajamento de diferentes atores públicos,
privados e da sociedade civil.

Aqui você pode conhecer os principais resultados de cada um


dos Objetivos do Milênio, concretizados entre 2000 e 2015.

Agenda 2030 para o


Desenvolvimento Sustentável

A partir da Rio+20, em 2012, a ideia de atualizar os ODM e repensar em


objetivos mais estratégicos frente aos novos desafios do planeta foi ganhando
destaque. Até que uma nova agenda global de desenvolvimento foi aprovada
junto à Organização das Nações Unidas, em setembro de 2015, intitulada
“Transformando Nosso Mundo: A Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável”. Após consultas abertas e pesquisa global, da qual participaram
mais de 1,4 milhão de. pessoas de mais de 190 países, entre governos,
sociedade civil, setor privado, universidade e instituições de pesquisa, foram
definidos os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)

Fonte

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) fazem parte


de uma agenda universal e integrada, baseada nos êxitos dos ODM,
com objetivo de construir um mundo mais sustentável nos próximos 15
anos. Os novos objetivos tem foco nos três elementos interligados do
desenvolvimento sustentável: crescimento econômico, inclusão social e
proteção ao meio ambiente, sobre os quais vamos tratar mais no próximo
módulo.

São 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS),


divididos em 169 metas, que têm a intenção de enfrentar
os principais problemas que afetam a humanidade como as
mudanças climáticas, a fome, a miséria, a contaminação dos ecossistemas
e o esgotamento das fontes de água potável e, além disso, ainda incluem
a implementação de parcerias locais e internacionais. Esses objetivos são
universalmente aplicáveis, levando em conta realidades, capacidades e níveis
de desenvolvimento local, respeitando políticas e prioridades nacionais.

68 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Saiba mais:

Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre a iniciativa chamada Estratégia
ODS.

Trata-se de uma coalizão entre organizações da sociedade civil, do setor privado,


de governos locais e universidades, com o objetivo de ampliar e qualificar o
debate a respeito dos ODS no Brasil e de mobilizar, discutir e propor meios de
implementação efetivos para essa agenda.

Os ODS formam um conjunto interconectado e indivisível de prioridades


globais para o Desenvolvimento Sustentável, de forma que o sucesso de um
objetivo acarreta no sucesso de outros (PNUD, 2021). Os ODS podem ser
divididos em 5 grandes áreas: Pessoas, Prosperidade, Paz, Parcerias e Planeta.

Fonte

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 69


Entre todos os ODS, neste curso vamos destacar o Objetivo
4. Educação de qualidade: Assegurar a educação inclusiva
e equitativa e de qualidade e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos.

A partir dos anos 2000 (com os ODM) houve muito progresso na meta
universal de garantir a educação primária, mas em algumas regiões, as altas
taxas de pobreza, a existência de conflitos armados e outras emergências
comprometeram a continuidade do progresso.

Traçar, trabalhar e alcançar esse objetivo, alimenta o ideal de que


a educação é a mais poderosa ferramenta para efetivamente alcançar o
Desenvolvimento Sustentável.

70 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Curiosidade:

A relação da Itaipu Binacional com os ODS

A ONU reconhece a importância do papel das


empresas no alcance dos ODS, uma vez que, além de
serem a força motriz do sistema econômico, possuem
estratégias de negócios que impactam diretamente o
ambiente social e ambiental em que operam. Na Itaipu
Binacional, o planejamento das ações é fundamentado
nas diretrizes do Governo Federal e nos documentos
planetários. Por isso, desde 2015 o planejamento
estratégico da hidrelétrica é orientado pelos ODS.

O curso que você está fazendo, pela proposta da


Escola Internacional para a Sustentabilidade é mais
uma prática da Itaipu Binacional voltada à implantação
dos ODS. Em especial o ODS 17, que trata sobre as
parcerias para a implementação dos ODS, propondo
um caminho junto para a capilarização do tema
Sustentabilidade no Ensino Formal e ao ODS 04:
Educação de Qualidade.
Conheça o Relatório de Ações Sustentáveis da
Itaipu Binacional que permeia os ODS.

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 71


Os ODS fornecem uma base para lidar com os antigos desafios que se
intensificaram, bem como as novas complexidades que surgiram nos tempos
atuais. No quadro a seguir você pode comparar as principais diferenças
entre os ODM e os ODS, para além do que já foi citado:

ODM (até 2015) ODS (2015 a 2030)

Foco • No um bilhão de pessoas • Na população mundial;


vivendo na pobreza
• Escala global;
absoluta;
• Nos países
• Nos países em
desenvolvidos: liderança
desenvolvimento e países
na mudança de padrões
com menor
insustentáveis de
desenvolvimento relativo.
produção e consumo.

Meios de • Maior importância de


implementação recursos privados;
• Tecnologia;
• Incentivos tributários,
investimento direto.

Construção • De cima pra baixo. • Colaborativa.

Atuação • Governos, com papel • Governos, setor privado e


muito limitado do setor sociedade.
privado.

FONTE: Adaptado de PNUD, 2015.

72 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


Desenvolvimento Sustentável
ou Sustentabilidade?

Agora que você já conhece o histórico, origem e conceitos básicos do


Desenvolvimento Sustentável, já parou para observar que em alguns casos nos
referimos à Sustentabilidade e em outros ao Desenvolvimento Sustentável?
Afinal, existem diferenças importantes entre estes conceitos que comumente
estão associados? Por que é importante distinguir um do outro?
Vale destacar que, especialmente, neste módulo inicial procuramos
apresentar um breve histórico formal, vinculado aos grandes eventos e
documentos publicados em relação ao tema. No entanto, nas últimas
décadas, ambos conceitos, apesar de semelhantes, vêm sendo utilizados
para diferentes contextos. Feil e Schreiber (2017), apontam que, apesar de
muito utilizados, os vocábulos ainda não possuem um consenso em termos
de conceito. Yolles e Fink (2014) afirmam que os estudos neste tema devem
reconhecer a existência de várias formas de utilização, considerando a
orientação cognitiva em cada caso. É nessa reflexão que vamos entrar a partir
de agora, vamos lá?
Para Carvalho (2019), tanto Desenvolvimento Sustentável quanto
Sustentabilidade ultrapassam a ideia ecológica e ambiental, contendo outras
vertentes, com os aspectos sociais, econômicos, políticos e históricos.
O Desenvolvimento Sustentável, conforme proposto pela ONU
na Rio-92, está associado de forma mais estreita às questões
de economia e relações internacionais, com interesse na
proteção de recursos naturais, procurando garantir a Sustentabilidade
da economia mundial e a qualidade de vida das sociedades desta geração e
das futuras.
Já a Sustentabilidade propõe reconsiderar valores
e comportamentos cotidianos para gerar uma cultura
da Sustentabilidade, voltada à garantia da qualidade de
vida, considerando dimensões ecológicas, culturais, espirituais, sociais
A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 73
e também econômicas. Neste contexto, os princípios da Carta da Terra e as
premissas do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis
e Responsabilidade Global orientam decisões que consideram a diversidade
e o respeito a todas as formas de vida e a cultura da paz.

Fonte

Para Feil e Schreiber (2017), Sustentabilidade é um processo que


verifica o nível de qualidade do sistema ambiental humano,
utilizando indicadores de Sustentabilidade que apontam a
distância do sistema em relação ao Desenvolvimento Sustentável. Dessa
forma, é possível identificar quais aspectos (ambiental, social, econômico) do
complexo ambiental precisam ser readequados para atingir o nível sustentável
desejado.
74 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica
Desenvolvimento Sustentável, para Feil e Schreiber (2017), está mais
voltado para estratégias para aproximar o sistema ambiental a
um nível de Sustentabilidade, de modo que a vida desse sistema se
harmonize e perpetue ao longo do tempo.

Para Veiga (2005), citada por Carvalho et al. (2015), o conceito de


Desenvolvimento Sustentável ainda está em construção, pois é difícil
mensurar as necessidades do presente, quanto mais as das gerações futuras,
sendo um enigma a ser descoberto.

Feil e Schreiber (2017) concluem que apesar de não poderem ser


considerados sinônimos, Desenvolvimento Sustentável e Sustentabilidade
também não podem ser consideradas práticas isoladas, mas sim
complementares. Para melhorar a compreensão deste tema, verifique o
quadro proposto pelos autores logo abaixo.

Síntese das conexões entre a Sustentabilidade e Desenvolvimento


Sustentável:

Desenvolvimento sustentável Sustentabilidade

Necessidades humanas e bem-estar Sistema global humano ambiental

Forma de acesso Intento final (Longo Prazo)

Estratégias Meta (parâmetro)

Capitalismo Ecologia

Econômico Ambiental

Fonte: FEIL; SCHREIBER (2017)

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 75


Carvalho et al. (2015) apontam que o maior mérito do Desenvolvimento
Sustentável talvez seja, justamente, a abertura de um espaço de debate
sobre a responsabilidade de nossos atos enquanto seres racionais e com
livre arbítrio, e que esses atos, por mais pessoais que sejam, alcançam uma
escala global. Assim, nossas ações devem ser locais, com uma visão global.
Professor(a), não é interessante refletir sobre como nossas ações pontuais
podem refletir a nível global nesta teia da vida, da qual somos pequenos fios?
Sobre essa questão, trataremos um pouco mais no módulo seguinte.

76 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


2.4
Considerações
Finais

A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 77


Professor(a), ao concluir a trilha de conhecimento deste módulo,
iniciando nosso caminho pelo aprendizado em Sustentabilidade, é possível
que você tenha se reconhecido em alguns exemplos e fatos descritos, é provável
que você tenha parado para refletir em alguns momentos, é presumível que
você tenha imaginado atividades para desenvolver com seus alunos. E o que
permanece ao final do módulo?

Almejamos que ao final deste conteúdo você tenha conseguido


compreender a importância do tema Sustentabilidade no seu dia a dia, como
cidadão e como professor(a). Que você tenha conseguido articular possíveis
formas de trabalhar este tema e todos os conceitos apresentados com seus
alunos na sua prática pedagógica.

Esperamos que o caminho trilhado por todos que já defenderam o


Desenvolvimento Sustentável tenha ficado um pouco mais claro, e que todos
os documentos e propostas de aplicação do Desenvolvimento Sustentável
elaboradas até hoje fundamentam sua prática. Aspiramos que o conhecimento
em Sustentabilidade, possa pautar suas ações, e com uma perspectiva
reflexiva, possa transformar valores e comportamentos.

Nos próximos módulos, vamos lhe fornecer mais


informações e ferramentas para aplicar esses
conhecimentos e contribuir com as mudanças
que precisamos para nossa casa comum e
compartilhada, o planeta Terra.

Seguimos
juntos?

78 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


2.5
Materiais
Complementares

Animação de Steve Cutts produzida pelo departamento científico da Fundação Nicolaas G. Pierson
do Partido Animalista Holandês sobre zoonoses infecciosas e exploração animal. Disponível em: <https://
www.youtube.com/watch?v=F0yL3K9Nrh4>. Acesso em: 19 de jun. 2021.

DRUMMONT, José Augusto. A primazia dos cientistas naturais na construção da agenda ambiental
contemporânea. RBCS Vol. 21 nº. 62. Out. de 2006. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/
F8rDhfv79vRpc6LTm5RmzDr/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 24 de jun. 2021.

FEIL, Alexandre, André; SCHREIBER, Dusan. Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável:


desvendando as sobreposições e alcances de seus significados. Cad. EBAPE.BR. n. 3. vol. 14. Jul-
Set. 2017. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/cadernosebape/article/
view/57473/69408>. Acesso em: 20 de jun. 2021.

GRANDISOLI, Edson; SOUZA, Daniele Tubino Pante de; JACOBI, Pedro Roberto; MONTEIRO, Rafael
de Araújo Arosa (Org.). Educar para a Sustentabilidade: visões de presente e futuro. São Paulo. Reconecta:
Editora na Raiz. 2020.

JAPIASSU, C. E.; GUERRA, I. F. 30 anos do relatório Brundtland: nosso comum e o desenvolvimento


sustentável como diretriz constitucional brasileira. Revista de Direito da Cidade. vol. 09, nº 4. ISSN
2317-7721 pp. 1884-1901. Disponível em: https://www.epublicacoes.uerj.br/index.php/rdc/article/
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Limits to Growth: A report for the Club of Rome’s project on the predicament of mankind. Disponível
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(2015?).

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em: 17 de mai. 2021.

80 A Sustentabilidade na Prática Pedagógica


2.6
Referências

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A Sustentabilidade na Prática Pedagógica 83

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