MAIO LARANJA
NAS ESCOLAS
Abuso sexual infantil
A flor de gerbera possui vários tons, dentre
eles a cor laranja que é o símbolo da campanha
“Maio Laranja”.
Essa flor nos remete aos desenhos da primeira
infância e está associada à delicadeza,
fragilidade e vulnerabilidade de uma criança.
PARA INÍCIO DE CONVERSA
“Maio Laranja” são ações educativas de prevenção que alertam
educadores e responsáveis por crianças, adolescentes e jovens sobre
as vulnerabilidades e perigos do abuso sexual.
De acordo com dados do último Anuário Brasileiro de Segurança Pú-
blica, divulgado em 2023, o estupro é o tipo de crime com maior nú-
mero de registros contra crianças e adolescentes do Brasil.
Você sabia que o Brasil ocupa o 2º
lugar no ranking mundial de abuso
sexual infantil e apenas 7,5% dos
casos são denunciados?
Esses impactos na vida das crianças, adolescentes e jovens são gra-
ves e demonstram a necessidade urgente de prevenir o abuso sexual
infantil e fornecer apoio adequado às vítimas, para ajudá-las a se re-
cuperarem do trauma e reconstruírem suas vidas.
A conscientização, educação e intervenção eficazes são essenciais
para enfrentar esse grave problema e proteger as crianças, adoles-
centes e jovens contra o abuso sexual.
Todo dia 18 de maio é dedicado às atividades escolares voltadas para
as questões do tema, porém, a escola deve desenvolver ações de pre-
venção durante todo o ano letivo.
As escolas estimulam o protagonismo de alunos para a sensibilização
e mobilização de ações reflexivas sobre o tema, por meio de oficinas
teórico-vivenciais, rodas de conversa, exibições de teatro, saraus, ex-
posições fotográficas e videográficas, entre outras.
A VIOLÊNCIA SEXUAL PODE
ACONTECER DE DUAS FORMAS:
Exploração sexual: é a utilização de crianças e adolescentes para
fins sexuais mediada por lucro, objetos de valor ou outros elementos
de troca. Ocorre no contexto da prostituição, pornografia, nas redes
de tráfico e no turismo com motivação sexual.
Abuso sexual: é a utilização da sexualidade de uma criança, adoles-
cente ou jovem para a prática de qualquer ato de natureza sexual.
O abuso sexual geralmente é praticado por uma pessoa com quem
a criança, adolescente ou jovem possui uma relação de confiança e
que participa do seu convívio. Essa violência pode se manifestar den-
tro do ambiente familiar ou fora dele.
COMO IDENTIFICAR UMA CRIANÇA, ADOLESCENTE
OU JOVEM QUE TALVEZ ESTEJA PASSANDO POR
ABUSO OU EXPLORAÇÃO SEXUAL?
PRINCIPAIS SINAIS:
• manifestar comportamento sexual inadequado com brinque-
dos e objetos;
• pesadelos e distúrbios do sono;
• raiva ou agressividade;
• passar a se isolar e se retrair;
• a criança, adolescente ou jovem volta a ter comportamentos in-
fantis, já abandonados anteriormente;
• mudanças súbitas/oscilação de humor;
• baixa atenção, concentração e memória;
• insegurança;
• evitar contato físico com adultos;
• sensação explícita de culpa, vergonha, humilhação e falta de va-
lor (baixa autoestima);
• ideias e tentativas de suicídio;
• automutilação (machucar a si mesmo);
• comportamento extremamente tenso, em “estado de alerta”;
• necessidade de esconder seu corpo (vestir roupas largas);
• receber presentes e dinheiro sem motivo;
• mudanças no padrão natural de aprendizagem em que antes
aprendia com facilidade e agora apresenta dificuldades de
aprender, e tirar notas baixas, por exemplo;
• mudanças no padrão de comportamento, tais como alterações
de humor entre retraimento e extroversão, agressividade repen-
tina, vergonha excessiva, medo ou pânico;
• não confiar em adultos, especialmente os que são próximos.
ATENÇÃO!
Ao se descobrir o abuso sexual,
é imprescindível que os adultos
envolvidos reajam adequadamente.
A vítima precisa sentir-se acolhida
e apoiada por uma rede de
suporte social, desde o início até
a finalização do caso. Ela precisa
entender que será apoiada! A forma
como a situação for conduzida
minimizará ou trará consequências
aos impactos do abuso sexual.
ABUSADORES SÃO PESSOAS SIMPÁTICAS,
AMÁVEIS E GENTIS, QUE SE APROXIMAM
DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E JOVENS!
• 82,5% dos abusadores possuem vínculo familiar ou são conhe-
cidos da vítima
• 40,7% dos abusos são praticados por pais e padrastos
• 8% por avós
• 37% por irmãos e primos
• 87,9% dos abusadores são do sexo masculino
• 76,5% dos casos ocorrem na casa da vítima ou do agressor
Fonte:@FABRICADESONHOSINSTITUTO
PERFIS DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E
JOVENS QUE SÃO ALVOS DE ABUSADORES:
• não possuem forte conexão afetiva com seus pais ou cuidadores;
• fazem parte de uma família que não tem confiança e diálogo
como uma realidade, onde vivem com medo de ser punidos;
• têm pais agressivos;
• não têm supervisão e o abusador consegue acesso de maneira
irrestrita;
• são emocionalmente carentes, com baixa autoestima, que se
sentem desvalorizados, desacreditados e pouco importantes;
• não conhecem os limites do corpo e não têm informação sobre
autoproteção;
• não é recomendável que se pergunte diretamente os detalhes
da violência sofrida, nem fazer repetir a história várias vezes.
ATENÇÃO!
O silêncio protege abusadores, não
a vítima!
Se você desconfia que uma criança,
adolescente ou jovem está sendo
abusado, não hesite em denunciar!
Nem sempre crianças, adolescentes e jovens conhecem os termos
“violência sexual”, “abuso” e “exploração”. De acordo com a fase de de-
senvolvimento e com o vocabulário que em seu contexto se utiliza,
eles vão ter sua própria forma de narrar o que lhes acontece, sendo
necessário que adultos tenham sensibilidade para reparar nos relatos
e nos sinais que indicam que possam estar em situação de violência
e facilitem a verbalização de suas formas de expressão. Em muitos
casos, demora anos para que a pessoa perceba que foi vítima de uma
violência sexual. Por isso é tão importante orientar, desde cedo e na
linguagem apropriada, crianças e adolescentes para o desenvolvi-
mento sexual saudável, para que possam distinguir os toques que
são carinhosos dos toques que são violentos, entender as noções de
público e privado, respeitar o próprio corpo e o corpo alheio e enten-
der a importância do consentimento.
O QUE FAZER DIANTE DE UM DESABAFO
OU CONFISSÃO DE UMA CRIANÇA,
ADOLESCENTE OU JOVEM QUE DIZ TER
SOFRIDO ABUSO SEXUAL?
• ouça atentamente e sem interrupções;
• mantenha a calma, pois é essencial para tranquilizar a vítima e
não a assustar ainda mais;
• leve a sério tudo que for dito. Em momento algum deixe trans-
parecer para a criança, adolescente ou jovem que você duvida
do que ela está falando;
• não pressione a vítima para obter informações. Escute paciente-
mente e permita que ela fale livremente;
• diga para a vítima que você acredita nela e que ela não tem cul-
pa de nada;
• jamais desconsidere o sentimento do estudante do tipo “isso
não foi nada”, “não precisa chorar”, pois, no momento de falar
sobre o assunto, ele revive sentimentos de dor, raiva, culpa e
medo;
• se o estudante desejar que a violência seja mantida em segredo,
você deverá dizer a ele que, se está sofrendo violências, você
terá que contar isso a um órgão competente para garantir sua
proteção;
• procure ajuda psicológica para a vítima e não se cale!
• faça uma denúncia, que pode ser anônima. Órgãos competen-
tes investigarão o caso;
• se você teme que o agressor cause prejuízos adicionais à vítima
após o conhecimento sobre a investigação, comunique clara-
mente às autoridades.
CANAIS DE DENÚNCIA E REDE DE APOIO
• Disque 100
• Conselho Tutelar
• Escola
• Posto de Saúde
• Polícia
• CRAS
• CREAS
• CNRVV
• Associação Palas Athena
• Instituto Alana
COMO PREVENIR A VIOLÊNCIA SEXUAL
INFANTIL
PASSO A PASSO:
1. Comece pela forma como trata a criança que você cuida. É im-
portante ter uma atmosfera de respeito e cuidado em torno da
vítima e de sua família.
2. Construa uma relação de segurança e confiança com os seus
filhos ou alunos.
3. Ensine à criança, adolescente ou jovem os limites do corpo, o
toque do sim e o toque do não. Mas lembre-se que não adianta
ensinar como ela deve ser tocada se você a toca de maneira vio-
lenta, sempre batendo, lançando palavras que a machucam ao
invés de oferecer um espaço de diálogo e respeito.
4. Não permita que seu filho tenha acesso irrestrito às telas. A in-
ternet se tornou um lugar em que muitos abusadores buscam
por crianças, adolescentes e jovens.
LEIA MAIS:
• Pipo e Fifi. Caroline Arcari, Caqui Editora, 2018
• Não me toca, seu boboca. Andrea Viviana Taubman, Ed. Aletria,
2019
• Meu corpo, meu corpinho! Roseli Mendonça, Ed. Matrescência,
2019
• Segredo segredíssimo. Ovidia Barros, Geração Editorial, 2019
• Sugestões de atividades preventivas para HTPC e sala de aula
dos Programas Comunidade Presente e Prevenção Também se
Ensina - https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?-
codigoMenu=183
• A escola contra o abuso sexual infantil – guia de orientação aos
profissionais de ensino – Seduc-SP/Secretaria da Segurança Pú-
blica. https://efape.educacao.sp.gov.br/convivasp/wp-content/
uploads/2021/03/Cartilha-A-Escola-contra-o-Abuso-Sexual-
-draft-06.pdf
• Protocolo CONVIVA 179 – 2ª versão - https://midiasstoragesec.
blob.core.windows.net/001/2023/12/1_-_comunicado_exter-
no_conjunto_subsecretaria_conviva__2023_-_n__280_-_2_
verso_do_protocolo_179__dezembro_de_2023__.pdf
ASSISTA MAIS:
• O começo da vida – Instituto Alana
• A mão boa e a mão boba, Renata Emrich
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
• Oficinas ou rodas de conversa entre POCs, diretores, professo-
res, funcionários e um convidado da Diretoria de Ensino, repre-
sentantes do Conselho Tutelar e de outras redes protetivas, com
o tema Abuso Sexual Infantil e Estratégias Preventivas.
• Oficinas a serem desenvolvidas pela equipe de psicólogos,
“saber lidar com o abuso e exploração sexual de crianças e
adolescentes” com os POCs, diretores, vice-diretores, professo-
res e funcionários.
• Produção e exposição de desenhos infantis com o tema “Cui-
dar de mim, cuidar do outro” – convidar as famílias, funcioná-
rios, comunidade, parceiros e instituições que compõem a rede
protetiva para o evento.
• Rodas de conversa com a comunidade escolar (pais ou res-
ponsáveis) com o tema “Como cuidamos de nossas crianças
e adolescentes?” – com os POCs, equipe gestora, professores,
funcionários e convidados da rede protetiva.
• Encenação/role play, com roda de conversa – em sala de aula,
pátio ou teatro da escola: “Saber cuidar de mim, do outro, sa-
ber denunciar...” – com adolescentes e jovens; convidar a co-
munidade escolar, funcionários e/ou apenas realizar o debate
na sala de aula.
• Produção de textos, poemas, músicas, cartazes, pequenos ví-
deos, grafites... com o tema “Cuidar de mim, cuidar do outro,
saber denunciar...” – com crianças, adolescentes e jovens. Utili-
zar pátio, corredores, muros para expor os trabalhos. Convidar
um artista da região para um dia de debate na escola sobre a
importância da arte no ato de denunciar, junto com os profes-
sores, POCs e equipe gestora.
REFERÊNCIAS
Associação Fábrica de Sonhos.
Disponível em:
https://fabricadesonhos.ong.br/
Sugestões de atividades preventivas para HTPC e sala de aula dos
programas Comunidade Presente e Prevenção Também se Ensina.
Disponível em:
https://www.fde.sp.gov.br/PagePublic/Interna.aspx?codigoMenu=183
A escola contra o abuso sexual infantil: guia de orientação aos
profissionais de ensino – identificar, acolher e não se omitir. Seduc-
SP/Secretaria da Segurança Pública. 2018.
Disponível em:
https://efape.educacao.sp.gov.br/convivasp/wp-content/
uploads/2021/03/Cartilha-A-Escola-contra-o-Abuso-Sexual-
draft-06.pdf
Instituto Liberta
https://liberta.org.br/?utm_medium=%2Fnoticias%2Fbrasil-
ocupa-o-2o-lugar-no-ranking-de-exploracao-sexual-de-criancas-e-
adolescentes
Anuário Brasileiro de Segurança Pública
https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2023/07/
anuario-2023.pdf
MAIO LARANJA
NAS ESCOLAS
Abuso sexual infantil