CURSO: Licenciatura em Teologia
DISCIPLINA: Teologia Sistemática I
PROFESSOR: Sabino Teck
Método de Estudo da Teologia
Por:
Valentina Sili Epalanga Sabino
Seminário Teológico da Convenção Baptista de Angola/C.B.A – Huambo
Janeiro/2024
CURSO: Licenciatura em Teologia
DISCIPLINA: Teologia Sistemática I
PROFESSOR: Sabino Teck
Método de Estudo da Teologia
Por:
Valentina Sili Epalanga Sabino
Índice
Introdução
Fundamentação Teórico-Empírica
Método dedutivo
Método mísitico
Método indutivo
Método básico
Considerações finais
Referências
1. INTRODUÇÃO
O estudo da teologia emprega vários métodos para compreender e
interpretar crenças e práticas religiosas. Esses métodos podem ser
amplamente categorizados em quatro tipos: dedutivo, indutivo, místico e
básico.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-EMPÍRICA
2.1. Método dedutivo
Este método envolve tirar conclusões de princípios ou premissas gerais.
É uma abordagem de cima para baixo que começa com um conjunto de
suposições e as aplica a situações específicas. Este método é frequentemente
utilizado na teologia sistemática, que procura organizar e articular as crenças
de uma determinada religião.
Exemplo: o método dedutivo pode ser usado para provar a existência de Deus
com base na premissa de que Deus é um ser necessário (Kant, 1781).
2.2. Método indutivo
Este método envolve chegar a princípios ou conclusões gerais através
da observação e da experiência. É uma abordagem ascendente que começa
com instâncias específicas e procura identificar padrões ou princípios comuns.
Este método é frequentemente usado na teologia prática, que busca aplicar as
crenças religiosas à vida cotidiana.
Exemplo: o método indutivo pode ser usado para compreender o papel da
oração na vida dos crentes, examinando as experiências de indivíduos que
praticam a oração regularmente (Bonhoeffer, 1940).
2.3. Método místico
Este método envolve a busca de uma experiência direta da realidade
divina ou espiritual. É uma abordagem subjetiva que busca transcender as
limitações da compreensão humana e experimentar o divino diretamente. Este
método é frequentemente usado na teologia mística, que busca compreender a
natureza de Deus através da experiência pessoal. Por exemplo, o método
místico pode ser usado para compreender a experiência de união com Deus
descrita por místicos como Santa Teresa de Ávila (1515-1582) e São João da
Cruz (1542-1591).
2.4. Método básico
Este método envolve examinar as crenças e princípios fundamentais de
uma determinada religião ou tradição teológica. É uma abordagem fundamental
que procura compreender os princípios básicos de uma religião e suas
implicações para a crença e a prática. Este método é frequentemente usado na
teologia fundamental, que busca compreender as crenças e práticas básicas de
uma religião específica. Por exemplo, o método básico pode ser usado para
compreender a crença na Trindade como uma doutrina central do Cristianismo
(Tomás de Aquino, 1265-1274). Este método contém seis passos, que são:
a) Definir e esclarecer o problema ou questão teológica;
b) Identificar as várias soluções do problema que foram sugeridas na
história cristã;
c) Estudar a fonte da teologia cristã, a bíblia, para determinar exatamente o
que diz o texto, e chegar às conclusões preliminares;
d) Relacionar as conclusões preliminares com a revelação geral e com as
outras doutrinas já estabelecidas para concretizar esta resposta
teológica.
e) Defender esta conclusão diante da oposição das ideologias contrárias;
f) Aplicar as conclusões teológicas as situações específicas da vida neste
mundo. Há uma verdade divina, mas há muitas aplicações nos
diferentes contextos e situações em que vive o ser humano.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da teologia emprega uma variedade de métodos para
compreender e interpretar crenças e práticas religiosas. Cada método tem seus
próprios pontos fortes e fracos e podem ser usados em combinação para
fornecer uma compreensão mais abrangente dos conceitos teológicos. No
entanto precisamos cuidar do método que vamos adotar, porque ele vai
determinar aonde vamos chegar, mas para isso é necessário tentar esquecer
nossas ideias prévias e vir a escritura com uma mente aberta e disposta para
ouvir e aprender. Também, não podemos evitar completamente nossos
preconceitos e os efeitos da cultura e da história, mas podemos ter consciência
deles e tentar não permitir que eles controlem nossa interpretação da bíblia.
4. REFERÊNCIAS
Bonhoeffer, D. (1940). Vida juntos. Traduzido por JH de B. de Lisle. Nova
York: Harper & Row.
Kant, I. (1781). Crítica da Razão Pura. Traduzido por JMD Meiklejohn.
Londres: Henry G. Bohn.
Santa Teresa de Ávila, S. (1515-1582). O Castelo Interno. Traduzido por
MDHMP Correa. Nova York: livros de imagens.
São João da Cruz, S. (1542-1591). O Cântico Espiritual. Traduzido por
K. K. D. D. M. Prior. Nova York: livros de imagens.
Tomás de Aquino, T. (1265-1274). Suma Teológica. Traduzido por FC
Pegis. Nova York: McGraw-Hill.