WS I 06 07 Cenario Economico e Demanda 1. Cenario Macroeconomico
WS I 06 07 Cenario Economico e Demanda 1. Cenario Macroeconomico
PLANO ESTADUAL
DE ENERGIA 2050
Race to Zero | Race to Resilience
06 de Julho de 2023
WORKSHOP 1
PLANO ESTADUAL
DE ENERGIA 2050
Race to Zero | Race to Resilience
06 de Julho de 2023
ROTEIRO
1. ECONOMIA GLOBAL
2. ECONOMIA BRASILEIRA
3
PROJEÇÕES 2023/24
4
MÉDIO/LONGO PRAZO (I)
• Demografia reduz crescimento potencial/tendencial mundial. Para além da demografia menos favorável, ganhos menores de
produtividade nos países que estão na fronteira tecnológica e efeitos negativos das mudanças climáticas também pesam
negativamente nas atuais perspectivas de médio e longo prazo
5
MÉDIO/LONGO PRAZO (II)
6
CONVERGÊNCIA
• Convergência apresentada na figura à direita se refere à convergência não condicional (a não ser no PIB per capita inicial; também é
chamada de Beta convergência não condicional)
• Evidência aponta que convergência condicional (à aproximação dos fatores mais estruturais/institucionais) é mais forte
7
REFORMAS
• Algumas reformas podem amenizar essa desaceleração e/ou aumentar ritmo de convergência dos emergentes
• Não está claro se os efeitos líquidos da revolução da Inteligência Artificial (IA) serão positivos em termos de aceleração dos ganhos de
produtividade nas economias que estão na fronteira tecnológica. Isso porque o avanço do uso da IA poderá gerar alguns efeitos
colaterais desfavoráveis, que, caso não sejam mitigados, podem gerar maior instabilidade política e econômica em função do aumento do
desemprego estrutural
8
MAIORES ECONOMIAS DO MUNDO
9
ROTEIRO
1. ECONOMIA GLOBAL
2. ECONOMIA BRASILEIRA
10
SURPRESAS NO PIB NOS ÚLTIMOS ANOS
PIB Brasil
Var. % anual em volume. Fontes: BCB/Focus e IBGE.
Projeção no começo do ano Observado 5.0
3.4
2.7 2.9 2.2
2.5
(Focus em 23/06)
1.8
1.3 1.2
0.5 0.8
0.3
-3.3
-6.5
2017
2018
2019
2021
2022
2023
* Em junho de 2020 2020*
11
PIB VS PREÇOS DE COMMODITIES
-40.0
Correlação em 2004-2022: +71,5% -4.0
-50.0
-60.0 -6.0
2T13
4T04
2T05
4T05
2T06
4T06
2T07
4T07
2T08
4T08
2T09
4T09
2T10
4T10
2T11
4T11
2T12
4T12
4T13
2T14
4T14
2T15
4T15
2T16
4T16
2T17
4T17
2T18
4T18
2T19
4T19
2T20
4T20
2T21
4T21
2T22
4T22
12
RENDA GERADA POR COMMODITIES
4 9.5
8.5
3
7.5
2
6.5
1
5.5
0 4.5
1T23 dessaz.
1970
1971
1972
1973
1974
1975
1976
1977
1978
1979
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
13
CONTRAFACTUAL
110.0
Observado
100.0
98.8
95.0
90.0
85.0
4T19
1T19
2T19
3T19
1T20
2T20
3T20
4T20
1T21
2T21
3T21
4T21
1T22
2T22
3T22
4T22
1T23
14
CENÁRIO 2023
• O que puxa o crescimento do PIB em 2023? PIB: número-índice com ajuste sazonal
2019.T4=100. Fonte: IBGE. Projeção: LCA.
Setores sensíveis à oferta (agropecuária e extrativa mineral) 108
106
Consumo de bens dependentes de renda (não-duráveis) 104
102
100
98
• O que modera o crescimento do PIB em 2023? 96
94 Projeção
Consumo de bens dependentes de crédito (duráveis) 92 Observado
90
Desaceleração de investimentos e construção civil 88
Média anual
3T23 (p)
1T14
3T14
1T15
3T15
1T16
3T16
1T17
3T17
1T18
3T18
1T19
3T19
1T20
3T20
1T21
3T21
1T22
3T22
1T23
Brasil, projeção para o crescimento do PIB em 2023: ótica da oferta
PIB: variação % QoQ
Variação anual média ante 2022, com ajuste sazonal (em %)
Fonte: IBGE. Projeção: LCA.
12,5
1,9
0,1
0,0
2,2 1,8
0,0
-0,2 -0,1
-0,2
-0,9 -1,4
3T23 (p)
4T23 (p)
2T23 (p)
1T21
2T21
3T21
1T22
2T22
4T22
1T23
4T21
3T22
PIB Agro Extrativa IT Construção Comércio Serviços
ex-Comércio
15
CENÁRIO 2024
- Recuo dos preços internacionais e valorização do R$/US$ deverão gerar choque negativo relevante na renda gerada pelo setor de commodities
nos próximos trimestres e em 2024. No caso do agro, queda deverá se aproximar dos 15% (2024 vs 2021)
- Isso significa dizer que temos um choque negativo de renda/demanda exógeno “encomendado” para 2024
- No médio e longo prazo: extração de petróleo e gás deverá crescer cerca de 80% até 2031, ao passo que extração de minerais críticos para
eletrificação (lítio, cobre e níquel) poderá impulsionar ainda mais atividade da indústria extrativa
700 450
650 400
600 350
550 300
500 250
450 200
400 150
350 100
300 50
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023 (p)
2024 (p)
2024 (p)
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
2023 (p)
16
SELIC
jul/18
jul/23
jan/16
jan/21
dez/18
dez/23
nov/16
nov/21
fev/18
fev/23
mai/19
mai/24
abr/17
abr/22
jun/16
jun/21
mar/20
out/19
out/24
set/17
set/22
ago/20
17
PROJEÇÕES 2023/24 (I)
18
PROJEÇÕES 2023/24 (II)
19
DISCLAIMER
• Cenários de médio e longo prazo da LCA incorporam projeções populacionais mais recentes do IBGE,
divulgadas em 2018 e ainda baseadas, em boa medida, no Censo de 2010 (já que a Contagem Populacional de
2016 foi cancelada por falta de recursos)
• Dados do Censo de 2022/23 deverão começar a ser divulgados em junho deste ano
• Caso se confirme, isso poderá gerar um impacto nada desprezível não somente nas projeções, mas também no
passado brasileiro (desde 2010), já que as estimativas populacionais impactam o cálculo de diversos
indicadores utilizados para se estimar o PIB brasileiro
• Ademais, em 2024 o IBGE deverá divulgar uma ampla revisão das Contas Nacionais (a última ocorreu em
2015, com base no ano de 2010). Em geral, tais revisões quase sempre levam a alterações do PIB nominal e
da taxa de variação do PIB em volume para cima, na medida em que o IBGE incorpora novos setores/produtos,
que costumam ser aqueles com maior dinamismo. Contudo, não é possível antecipar a magnitude dessas
revisões
20
PIB BRASIL MÉDIO/LONGO PRAZO
• No longo prazo, crescimento do PIB pode ser decomposto/explicado pela dinâmica de três
variáveis: 1) População; 2) Razão entre População Ocupada e População Total; e 3)
Produtividade do Trabalho. Tais variáveis, por sua vez, são afetas por diversos outros
condicionantes (macroeconômicos, microeconômicos, institucionais, dotação de recursos
naturais etc.) Brasil: variação anual do PIB a preços de mercado
• Projeção da LCA para 2023-2050 admite que a produtividade do trabalho (PIB VAPB / PO)
Volume, em %. Fonte: IBGE. Projeções: Cenário Base LCA em 11/05/23.
na economia brasileira irá crescer cerca de 1,8% a.a. nesse período (já que Força de 8
Trabalho deverá crescer perto de zero nesse período, após ter variado +2,2% a.a. em
1990-2010 e +1,2% a.a. em 2011-22) 7
• Na média 1982-1994, produtividade do trabalho variou -0,5% a.a. 6
• Em 1995-2022, produtividade do trabalho variou +0,6% a.a. (+1,2% a.a. durante o período 5
do superciclo de commodities, 1999 a 2011).
• Estiagem crônica em 2012-21 (ver próximo slide) subtraiu cerca de 1 p.p. ao ano da 4
produtividade agregada de nossa economia nesse período (dada nossa elevada 3 +3,5% a.a.
dependência de chuvas, para geração de eletricidade e agronegócio). Como matriz está se +1,8% a.a. +1,8% a.a.
tornando gradativamente menos dependente de hidreletricidade e chuvas voltaram a se 2 +1,5% a.a. +1,7% a.a.
aproximar da média em 2022-23 (energia armazenada no SIN hoje é a maior em décadas),
essa restrição de oferta deverá ser fortemente aliviada nos próximos anos 1
• Portanto, nosso Cenário Base já incorpora a reversão de alguns choques desfavoráveis e 0
persistentes de oferta, bem como a maturação de reformas implementadas nos últimos -0,3% a.a.
anos e a implementação de outras reformas, neste e nos próximos governos – fatores que
-1
deverão elevar a produtividade da economia brasileira. A principal reforma é a da -2
tributação indireta (IVA/IBS)
-3
• Cenário Base também incorpora perspectiva de que a extração de petróleo e gás natural
no Brasil deverá crescer quase 80% até o final desta década (após dobrar desde a -4
descoberta do pré-sal, em 2006/07). País continuará tendo um dos menores custos de
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
2015
2017
2019
2021
2023
2025
2027
2029
2031
2033
2035
2037
2039
2041
2043
2045
2047
2049
produção do mundo nas décadas de 2030 e 2040 (demanda global por petróleo, hoje em
cerca de 100 milhões de barris por dia, deverá cair para 30 milhões em 2050 caso países
trilhem o cenário Net Zero de emissões de GEE em 2050)
21
MEMO: PIB E CHUVAS
- Descolamento entre precipitações e PIB, refletindo expressiva adaptação (mudança da composição da matriz elétrica) e “sorte” (chuvas
na média nos reservatórios do SIN em 2022/23)
- Vale lembrar que Brasil passou muito perto de ter que adotar racionamentos compulsórios de energia em 2014, 2017 e na segunda
metade de 2021/começo de 2022. Mas isso não foi sem ônus: preço da eletricidade subiu muito mais do que a inflação desde 2012
1999
2016
2018
1996
1998
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2017
2019
2020
2021
2022
22
MEMO: REFORMA TRIBUTÁRIA IVA/CBS-IBS (I)
• Todos os setores ganham com a reforma, mas a Indústria de Transformação ganha mais, de modo que essa reforma de fato pode promover uma
reindustrialização no Brasil. Isso acontece pois hoje a indústria é quem mais sofre com a cumulatividade e com as demais distorções do atual
sistema, que fazem com que na prática o Brasil exporte tributos nos produtos manufaturados e que as empresas industriais não consigam se
apropriar de todos os créditos tributários que teriam em um sistema não cumulativo (encarecendo, inclusive, o custos dos investimentos em
máquinas e equipamentos)
• Figura abaixo obtida em Borges 2020
Longo
2021
2022
2023
2024
2025
2026
2027
2028
2029
2030
2031
2032
2033
2034
2035
prazo
23
MEMO: REFORMA TRIBUTÁRIA IVA/CBS-IBS (II)
- Ferreira, Delalibera, Gomes & Soares 2022 (EPGE/FGV): reforma da tributação indireta neutra do ponto de vista da arrecadação, mas que
reduz heterogeneidade de alíquotas e cumulatividade, aumentaria o PIB brasileiro em 7,8%, podendo chegar a 14,2% caso receitas reais do
governo aumentem em 5% (algo que poderia acontecer por conta do aumento da conformidade na própria tributação indireta e nos demais
tributos, por exemplo). Em apenas 3 dos 66 setores considerados haveria queda da lucratividade;
- Oliveira 2020 (Ipea): ganho de 5,3% para o PIB brasileiro no médio prazo com introdução de IVA nacional com alíquota de 25% (trabalho levou
em conta apenas a mudança de alocação do fator trabalho entre setores e regiões, sem levar em conta realocação intrassetorial, realocação de
capital e impactos associados à redução da complexidade tributária);
- Domingues & Freire 2020 (UFMG): ganhos de pelo menos 4% de PIB no médio prazo, podendo chegar a 20% (quando se consideram também
ganhos de produtividade do capital), com realocação setorial e ganhos ainda maiores de bem-estar (redução da regressividade). Todos os
macrossetores ganham com a reforma (ver próximo slide), mas a indústria ganha mais (já que hoje é quem mais sofre com o atual sistema);
- Pereira & Ferreira 2010 (FGV): criação de um IVA Federal no Brasil, desoneração total dos investimentos e uma desoneração parcial da folha
salarial (não neutra, com redução da carga tributária total), elevaria o PIB brasileiro em 14% a 17% no longo prazo (desoneração da folha explica
cerca de 2 p.p. desse impacto);
- Lledo 2005 (IMF): substituição de PIS, Cofins, IOF e CPMF por um IVA Federal de alíquota única e base ampla elevaria o PIB brasileiro em 9%
no longo prazo (autor não levou em conta ICMS e ISS).
24
MEMO: REFORMA TRIBUTÁRIA IVA/CBS-IBS (III)
- Menor diferenciação na tributação de bens e serviços reduzirá regressividade da tributação indireta, já que o percentual de serviços
consumidos pelas famílias mais ricas é bem maior do que aquela das famílias mais pobres (e hoje os bens possuem uma carga tributária
efetiva muito maior comparativamente a boa parte dos serviços). Essa redução de regressividade pode ser amplificada com introdução do
cashback dos tributos sobre cesta básica e outros produtos.
• Cenário Base admite que investimentos em infraestrutura no Brasil irão se manter em cerca de 2% do PIB por ano (foram de 2,3% na
média 2011-15, atingiram um mínimo de 1,6% em 2019, subindo para 1,9% em 2022). Mas Brasil precisaria investir quase 4% do PIB por
muitos anos para fechar os gaps de infra (ante países comparáveis). Com efeito, mudanças que propiciem esse catching up poderiam
gerar melhoria das perspectivas econômicas brasileiras
• Depois de se tornar um exportador líquido de petróleo a partir de 2016, Brasil poderá se tornar exportador líquido de eletricidade “limpa”
sob a forma de H2 e amônia verdes, já que os custos de produção em território brasileiro são altamente competitivos (eólica onshore e
offshore, fotovoltaica e biomassa)
• Brasil poderá se beneficiar do forte aumento de demanda dos chamados “minerais críticos”, necessários para viabilizar a transição
energética (aumento da eletrificação na mobilidade e substituição de térmicas movidas a combustíveis fósseis). Brasil possui a 2ª maior
reservas conhecida do mundo de terras raras, a 3ª maior reserva de níquel (hoje produz muito pouco), além de reservas relevantes de
cobre e manganês. Mas esse “bilhete premiado” pode se tornar uma “maldição” (resource curse)
• Brasil poderá faturar até US$ 120 bilhões em 2030 no mercado de créditos de carbono voluntário (ICC Brasil/Way Carbon). Esse
montante poderá ser ainda maior com implementação do mercado de carbono regulado doméstico e do mercado internacional (Artigo 6
do Acordo de Paris de 2015). Política agressiva de redução de desmatamentos e regeneração de biomas poderia transformar Brasil em
exportador líquido de créditos de carbono
• A não mitigação das mudanças climáticas (isto é, evitar que a temperatura global se eleve muito mais do que 1,5 grau ante o observado
antes da Revolução Industrial) irá prejudicar principalmente os países tropicais. Com efeito, caso o mundo não consiga atuar para zerar
as emissões de GEE até 2050, Brasil será um dos mais prejudicados
26
COMPARAÇÃO DOS 3 CENÁRIOS
1. ECONOMIA GLOBAL
2. ECONOMIA BRASILEIRA
28
PIB SP: SEADE VS IBGE
-2
Seade (2004 a 2022)
-4
IBGE (2004 a 2020) e estimativa LCA (2021 e 2022)
-6
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
2021
2022
29
DESEMPENHO ACUMULADO 2003-22
média 2003-2022
crescimento do PIB de vários outros 1.00
estados)
0.50
• Utilizando coeficientes apontados na SC
PR
regressão ao lado e o PIB per capita 0.00 SP
inicial de São Paulo em 2022, análise de DF
convergência sugere uma taxa de -0.50
crescimento do PIB de SP abaixo do PIB AP RJ
brasileiro nas próximas décadas -1.00
0.00 0.50 1.00 1.50 2.00 2.50 3.00
Razão entre o PIB per capita do estado e aquele do Brasil em 2002
32
PROJEÇÕES PARA O PIB DE SP
Agropecuária Indústria
2,4
1,8
1,5 1,6
1,4 1,5 1,4
1,2 1,3
1,0 1,1
0,9 0,9
0,6
0,3
34