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Fábulas

30 fábulas com moral e explicação
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Fábulas

30 fábulas com moral e explicação
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1.

A Cigarra e a Formiga
Enquanto a formiga trabalhava, recolhendo
alimentos durante o verão inteiro, sua
companheira cigarra estava mais preocupada em
cantar. Quando chegou o frio e a chuva do
inverno, a primeira tinha garantido o seu
sustento. Já a segunda não tinha o que comer.
Foi aí que a cigarra procurou a formiga, pedindo
que dividisse com ela aquilo que recolheu. A
formiga respondeu:
— Você não passou o verão todo cantando,
enquanto eu trabalhava? Então agora se vire
sozinha.
Moral: Precisamos ser independentes e garantir
o nosso futuro, sem depender do trabalho dos
outros.

Esta é uma das fábulas mais famosas de


todos os tempos e fala sobre a necessidade de
nos esforçarmos e trabalharmos arduamente
mesmo quando não temos vontade. De outra
forma, não podemos nos precaver e construir
um futuro próspero. Enquanto a cigarra se
divertia, a formiguinha recolhia comida todos os
dias. Com a chegada do inverno, a primeira
começou a passar necessidades e ficou
dependente da outra, que tinha sido responsável
e garantido o seu próprio alimento.
2. A Raposa e as Uvas
Uma raposa estava com fome e viu
um delicioso cacho de uvas pendurado
numa parreira. Decidida, fez vários
esforços para alcançá-la, mas não
conseguiu cumprir a missão. Foi aí que,
com ar de desdém, resolveu ir embora,
afirmando: Estão verdes”.
Moral: Muitas vezes, quando não
conseguimos cumprir um objetivo, temos
tendência a culpar os outros.

Outra narrativa tradicional muito


conhecida é aquela que fala de uma
raposa que não soube admitir a própria
derrota. Em vez de ter a humildade de
assumir que não conseguia chegar às
uvas, o animal preferiu começar a
desdenhá-las. Assim, passou a dizer que
as frutas não estavam boas o suficiente
para ele.
3. O Estômago e os Pés
O corpo estava em guerra, já que o
estômago e os pés discutiam para saber qual
deles era o mais importante. Os pés tinham
certeza da sua superioridade, já que eram
eles que faziam com que o corpo todo se
movesse. Então, o estômago respondeu: se
não fosse o meu trabalho, garantindo os
alimentos que nos sustentam, vocês não
conseguiriam ir a lugar nenhum.
Moral: Aqueles que cumprem as ordens são
muito importantes, mas os que sabem liderar
são essenciais.

Este enredo fala sobre uma discussão que


acontece entre as partes do corpo. Os pés
declaram a sua importância, já que são eles
que transportam o ser humano. No entanto,
o estômago afirma a sua liderança, porque é
ele que "alimenta" os outros órgãos. A
história fala da importância do trabalho em
equipe e, principalmente, da necessidade de
um líder eficaz que assuma o comando das
ações.
4. A Raposa e a Máscara
Uma raposa conseguiu invadir a casa
de um ator e começou a remexer nos seus
pertences. Foi aí que encontrou uma
máscara linda, repleta de ornamentos e
decorações. Segurou o objeto e
exclamou: "Que cabeça bonita! Pena que
não tem um cérebro lá dentro”.
Moral: A aparência exterior nem sempre
reflete aquilo que existe no nosso
espírito.

Esta é uma narrativa que alerta para o


perigo de julgar alguém
pelas aparências. Só porque alguém é
muito belo fisicamente, isso não significa
que as suas ideias e a sua alma
carreguem a mesma beleza. Quando a
Raposa percebe que não existe nada
dentro daquela cabeça, perde o interesse
pelo objeto, por valorizar mais o cérebro
do que o rosto de alguém. Ou seja, antes
de nos encantarmos por uma pessoa, é
bom sabermos aquilo que ela pensa.

5. Zeus e a Serpente
No dia em que Zeus resolveu se casar,
todos os animais apareceram para
entregar presentes. Foi então que surgiu a
serpente, que subiu pelo seu corpo,
carregando uma rosa com a boca. Zeus,
repleto de sabedoria e esperteza,
declarou: "Da tua boca, não vou aceitar
nada!".
Moral: Cuidado ao aceitar favores
daqueles em quem não confia.

Embora Zeus, o pai dos deuses


gregos, tenha recebido presentes de todos
os animais, recusou o da cobra. Sabendo
que o bicho era conhecido por
ser traiçoeiro, ele preferiu se precaver e
não aceitar nem uma rosa vinda dela. A
fábula nos lembra que não devemos nos
aproximar, e muito menos aceitar
favores, de pessoas que não merecem a
nossa confiança.

6. O Mosquito e o Touro
Um mosquito passou muito tempo
pousado no chifre de um touro. Na hora
de levantar voo, perguntou ao outro
animal se desejava que ele partisse, para
não o incomodar mais. O touro, forte e
imponente, respondeu: "Não senti a sua
presença e também não vou sentir a sua
ausência".
Moral: Existem pessoas às quais
reagimos com total indiferença, mesmo
quando elas acham que nos atrapalham.

Esta fábula engraçada fala sobre


pessoas que não fazem a sua presença ser
notada nem oferecem ajuda para nada.
Assim, elas acabam ganhando a
nossa indiferença e, quando partem, nem
deixam saudade.

7. A Lâmpada
Havia uma lâmpada que sempre
iluminava tudo em redor. Por isso, ela
achava que era mais poderosa do que o
próprio sol. No entanto, um dia veio uma
rajada de vento e a sua chama se apagou de
imediato. Quando alguém veio reacendê-la,
disse: "Não te gabes, oh lâmpada, que
ninguém é capaz de apagar a luz que vem
dos astros".
Moral: Não devemos ficar dominados pelo
orgulho excessivo e esquecer que também
temos fraquezas.
A história vem sublinhar o valor
da humildade. Por vezes, as conquistas
podem "subir à nossa cabeça" e nos levam a
perder a consciência de nossas fragilidades e
limitações. Mesmo que a chama da
lamparina tenha um brilho sem igual, a sua
força não se pode comparar à do sol. Da
mesma forma, os seres humanos não se
devem considerar superiores uns aos outros,
já que todos são vulneráveis e efêmeros.

8. A Serpente e o Cabrito
Quando uma cabra estava pastando
com o seu filho, pisou uma serpente
por distração. A serpente, com raiva,
mordeu uma de suas tetas para se
vingar. O filhote da cabra, na hora em
que foi mamar, sugou o veneno.
Assim, a cabra sobreviveu, mas o
cabrito sofreu uma morte súbita.
Moral: Em certas ocasiões, são os
inocentes que acabam sendo
castigados.

Neste caso, o erro foi da cabra que


pisou a serpente. No entanto, quem se
prejudicou foi o cabrito que bebeu do
seu leite e morreu envenenado. A
fábula vem nos lembrar que a vida
pode ser injusta e que, por vezes, são
os inocentes que sofrem as
consequências.

9. A Víbora e a Lima
Uma víbora entrou numa loja de
ferragens e, contando com a caridade das
ferramentas, pediu que todas lhe dessem
algo. Cada uma contribuiu com alguma
coisa, até que chegou a vez da lima. Depois
de várias súplicas sem sucesso, a lima
respondeu:
— Você acha mesmo que te darei
alguma coisa? Logo eu, que estou
acostumada a tirar algo de todos?
Moral: Não devemos esperar generosidade
daqueles que nunca dão, apenas tomam
aquilo que é dos outros.

O enredo transmite um ensinamento


difícil, mas também fundamental: nem todas
as pessoas são iguais. Se algumas estão
sempre dispostas a ajudar os demais, outras
são incapazes disso mesmo. Assim como a
lima, aqueles que vivem se aproveitando da
caridade dos outros nem sempre estão
dispostos a retribuir a solidariedade.

10. O Sapo e o Poço


O pântano onde viviam dois sapos secou
durante um verão de muito calor. Aí, eles
precisaram partir em busca de um novo
lugar onde pudessem viver. Após algum
tempo, se depararam com um poço fundo
que parecia um local convidativo. Um deles
disse:
— Está decidido, vamos pular para aqui
e fazer a nossa nova casa.
O segundo, pensou um pouco e
respondeu:
— Calma, amigo! Se o poço também
secar um dia, não vamos ter como sair.
Moral: Analise todos os ângulos antes
de tomar uma decisão importante.
Esta versão da fábula, repleta de
sabedoria, vem nos lembrar que não
podemos ser precipitados quando estamos
perante uma escolha. Pelo contrário, antes
de entrarmos numa nova situação, é
necessário estarmos atentos às várias
possibilidades e mantermos um pensamento
racional.

11. O Cão e a Carne


O cão estava feliz porque tinha
encontrado um bom naco de carne para
comer. Quando atravessava um rio, viu o
seu reflexo e a carne que estava projetada
na água parecia bem maior e tentadora.
Entusiasmado, ele largou o
alimentado que segurava entre os dentes,
para tentar capturar o outro. Assim, a
corrente levou a carne embora e o pobre
cachorro ficou sem nada.
Moral: Não se deixe levar pela
ganância e valorize aquilo que tem.
Muitas vezes, a ganância fala mais
alto do que a razão. O reflexo do pedaço
de carne que parecia maior capturou a
atenção do cachorro, que acabou
perdendo aquele que segurava entre os
dentes. A história é um lembrete para
darmos valor àquilo que temos, em vez
de deitar tudo a perder por uma ilusão
aparentemente melhor.

12. O Leão, o Urso e a Raposa


Quando encontraram um filhote de veado,
um leão e um urso começaram a lutar, para
decidir quem iria devorá-lo. Depois de um
combate violento, os dois ficaram feridos e
caídos no chão, às portas da morte. Uma raposa
que passava viu aquele cenário e se apressou a
levar o veado embora, garantindo a sua refeição.
Os dois animais, percebendo o que tinha
acabado de acontecer, começaram a lamentar-
se: "Que infelicidade a nossa! Nos prejudicamos
para ajudar a raposa!".
Moral: Por vezes, podemos nos esforçar muito
para realizar algo e ficamos frustrados quando
outras pessoas colhem os frutos que nós
semeamos.

Outra dura lição sobre a vida, a fábula se


refere a algumas situações nas quais nos
desgastamos por um propósito, mas outra
pessoa acaba se beneficiando. A raposa esperou
o momento certo para atacar e roubar a caça do
leão e do urso, que estavam exaustos. Entre os
seres humanos, este tipo de malícia também é
comum, por isso precisamos ser cautelosos.

13. As Árvores e o Machado


Havia um machado com uma lâmina
bastante afiada, mas que não conseguia
cortar porque não tinha cabo. Ele
resolveu pedir ajuda às árvores da região,
suplicando por um pouco de madeira que
pudesse resolver o seu problema. As
árvores concordaram e forneceram a
madeira para construir o cabo. Logo em
seguida, o machado começou a dizimar o
arvoredo da região. Duas árvores que
sobreviveram, começaram a se lamentar:
— Quem nos mandou ajudar aquele
que queria destruir-nos?
Moral: Se auxiliarmos os nossos
inimigos, prejudicamos a nós mesmos.

A história do homem e do machado


carrega um ensinamento essencial acerca
das amizades que travamos e as suas
consequências. Por vezes, podemos
estender a mão para alguém que deseja
o nosso mal e contribuir para a nossa
própria ruína.

14. O Cavalo e o Asno


Um cavalo e um asno caminhavam pela
estrada, com o seu dono. Toda a carga ia em
cima do asno, que suplicou ajuda ao outro
animal: "Por favor, leva um pouco da minha
carga, para eu poder seguir o caminho". O
cavalo ignorou e, logo depois, o burro
acabou morrendo de cansaço. Aí, o dono
transferiu todo o peso para as costas do
cavalo, incluindo o corpo do animal que
morreu. O cavalo, infeliz, pensou: "Não quis
carregar um peso tão leve e, por isso, agora
tenho que carregar tudo sozinho".
Moral: Se não quisermos ajudar aqueles
que precisam, também não seremos
ajudados quando necessitarmos.

A fábula transporta uma antiga lição


acerca da entre-ajuda e da união. Como o
cavalo se recusa a apoiar o burro, que
considera inferior, os dois acabam se dando
mal. O burro morreu de exaustão e o cavalo
passou a carregar o peso todo sozinho, algo
que seria evitado se ele tivesse auxiliado o
seu companheiro.

15. A Lebre e a Tartaruga


A lebre, muito rápida, estava sempre se
gabando da sua velocidade e diminuindo a
tartaruga, que chamava de lerda. Um dia, a
tartaruga ficou cansada dessas humilhações e
resolveu desafiar a lebre para uma corrida. A
lebre logo aceitou, rindo da situação. A
tartaruga, consciente de que levaria mais tempo,
logo começou a caminhar, de forma lenta e
persistente. Já a sua rival, como era mais rápida,
resolveu tirar um cochilo. Quando acordou e
começou a correr, era tarde demais: a tartaruga
já estava atravessando a meta, feliz e orgulhosa
do seu esforço.
Moral: Devagar se vai ao longe.

Uma das histórias mais famosas de sempre,


a narrativa mostra a diferença fundamental entre
resiliência e excesso de confiança. A tartaruga
sabe que é mais lenta e não tem grandes
chances, mas nunca desiste e se esforça até à
meta. A lebre, pelo contrário, age como se já
tivesse vencido e subestima totalmente a
adversária. No final, a sua atitude arrogante leva
à derrota.

16. O Corvo e a Raposa


Quando um corvo encontrou um pedaço
de carne, resolveu pousar numa árvore para
se alimentar. Uma raposa que estava
passando, viu a comida e resolveu apoderar-
se dela. Começou a elogiar o seu porte e sua
beleza, dizendo que o corvo só precisaria ter
uma voz imponente para ser o rei dos
pássaros. Vaidoso, o corvo abriu a boca para
mostrar o seu canto e deixou a carne cair no
chão. Logo em seguida, a raposa devorou o
alimento e disse: "Corvo, você tem tudo, só
falta inteligência".
Moral: Cuidado com a simpatia daqueles
que são interesseiros.

Por vezes, as palavras de simpatia podem


esconder segundas intenções. Apelando ao
ego do corvo, a raposa esperta consegue
distraí-lo e roubar o seu alimento. Ou seja,
quando alguém nos faz muitos elogios,
precisamos reparar nos seus verdadeiros
motivos, antes de baixarmos a nossa guarda.

17. O Lobo e a Garça


Um lobo engoliu um osso e ficou
engasgado, pedindo a todos que o
ajudassem. A garça apareceu e disse que
queria uma recompensa se o auxiliasse. O
outro aceitou e logo ela enfiou a cabeça na
sua goela e retirou o osso. No final, pediu o
pagamento que eles tinham acertado.
O lobo, rindo, disse: "Existe recompensa
maior do que tirar a cabeça da boca de um
lobo sem ser devorada? Esse é o teu
pagamento".
Moral: Não espere gratidão ou
reconhecimento daqueles que se julgam
superiores aos outros.

Quando estava correndo risco de vida, o


lobo fez um acordo com a garça,
prometendo uma recompensa se ela o
salvasse. No entanto, já em segurança, o
predador se recusa a pagar o preço, falando
que o prêmio da garça é ele ter poupado a
sua vida. A fábula relembra que, apesar das
suas palavras, não podemos
esperar gratidão nem honestidade daqueles
que não têm caráter.

18. A Galinha dos Ovos de Ouro


Havia uma galinha que conseguia
pôr ovos de ouro. O seu dono,
ganancioso, começou a achar que
havia uma pilha de ouro na sua barriga
e resolveu matá-la. Foi aí que
descobriu que o animal, por dentro,
era igual a todos os outros. Assim, ele
perdeu o animal que lhe trazia lucros,
na ambição de aumentar rapidamente
a sua riqueza.
Moral: A cobiça insaciável pode
levar-nos a perder tudo o que temos.

Se o fazendeiro soubesse dar valor


à galinha mágica que tinha nas mãos,
talvez pudesse ter enriquecido muito
mais. Contudo, o homem resolver
matar o animal e ficou sem nada por
ser ganancioso e impaciente.

19. O Galo e a Pérola


Um galo estava ciscando na terra, em
busca de alimentos, quando se deparou com
uma pérola. Olhou para o objeto por um
instante, admirando sua beleza, e depois
declarou:
— Você é linda e deve ser preciosa para
aqueles que valorizam as joias, mas para
mim não tem valor, porque eu quero algo
para comer.
Logo depois, o animal largou a pérola e
continuou a sua procura, com o objetivo de
encontrar algo que pudesse servir de
alimento.
Moral: O valor de cada coisa depende
daquele que está observando.

Esta história nos ensina que aquilo que


valorizamos é subjetivo. Para um ser
humano, que aprecia a beleza e o luxo, uma
pérola pode ser especial. Contudo, para o
galo que apenas se preocupa em comer, o
objeto se revela totalmente inútil e
desinteressante.

20. A Raposa e o Leão


O Leão resolveu fingir que estava doente
e passou a receber visitas dos outros animais
da região. Todos entravam no seu covil, mas
nenhum saía, porque eram devorados. A
raposa, muito observadora, decidiu ficar
parada na entrada do covil e perguntar como
ele se sentia. O Leão convidou-a para entrar,
mas ela recusou, respondendo:
— Repare nas pegadas: todos os animais
entraram para te visitar, mas nenhum
consegue sair do seu covil.
Moral: Cuidado com aqueles que são
perigosos, mesmo se parecem estar
vulneráveis.

Mesmo num estado de fragilidade, a


raposa não abandona a sua esperteza. O leão
se lamenta e finge que está doente, mas ela
percebe que é tudo um plano para devorá-la
e consegue evitar o pior.Com a raposa
podemos aprender que não
devemos acreditar em qualquer um.

21. Os Viajantes e o Urso


Dois viajantes estão caminhando quando se
depararam com um urso. Um deles ignorou o
companheiro e fugiu o mais depressa que pôde,
subindo ao topo de uma árvore. O outro, sem
saber o que fazer, resolveu deitar no chão e
fingir que estava morto.
O urso chegou perto do seu corpo e, após
cheirá-lo algumas vezes, acreditou que estava
morto e se afastou. O viajante que estava em
cima da árvore perguntou se o animal tinha dito
alguma coisa.
O que estava no chão respondeu: "Disse
para eu ter cuidado com os amigos que deixam
os outros para trás quando o perigo se
aproxima".
Moral: É nas horas de aperto que as amizades
são colocadas à prova.

Esta fábula mostra que é nos momentos de


maior adversidade que os seres humanos se
revelam. Com a chegada inesperada do urso, um
dos viajantes apenas se preocupa em salvar a
própria pele, deixando o outro para trás,
entregue à própria sorte. É necessário tomarmos
cuidado com os amigos egoístas.

22. O Vento e o Sol


O vento e o sol estavam brigando para
decidir qual deles tinha mais força.
Quando um viajante passou resolveram
fazer uma aposta: aquele que o fizesse
tirar o casaco seria o vencedor. O vento
foi o primeiro. Ele começou a soprar com
muita força, mas quanto mais atingia o
viajante, mas o homem segurava no seu
casaco. Depois chegou a vez do sol, que
saiu de trás de uma nuvem e começou a
brilhar. O viajante, satisfeito com o seu
calor, acabou tirando o casaco que vestia.
Moral: Conquistamos mais com a
simpatia do que com a violência.

Este enredo vem comprovar que não


devemos usar a força para convencer
alguém. Pelo contrário, através da doçura
e da simpatia podemos conseguir aquilo
que queremos de uma forma bem mais
simples.

23. A Gata e Afrodite


Uma gata se apaixonou por um homem e
pediu ajuda a Afrodite, suplicando que a
transformasse numa mulher. A deusa ficou
impressionada pelo seu amor e tornou a gata
numa bela mulher. Assim que o homem viu
a mulher, se apaixonou imediatamente os
dois se casaram. No entanto, Afrodite tinha
um último teste: colocou um rato no leito
nupcial, para ver se a mulher resistiria.
Assim que viu o bichinho, ela seguiu os seus
instintos e passou a caça-lo, porque queria
comê-lo. A deusa, percebendo que a gata
não tinha mudado, fez com que voltasse à
sua forma inicial.
Moral: Não vale a pena mudar de aparência
se conservarmos os velhos hábitos.

Não adianta mudarmos o nosso exterior


se permanecermos iguais por dentro. Apesar
de ter uma aparência de mulher, a
gata ainda tem os mesmos instintos e se
comporta do jeito de antes. Assim, quando é
testada pela deusa, ela acaba falhando.

24. A Assembleia dos Ratos


Era uma vez uma casa que tinha um gato tão
feroz que os ratos estavam aterrorizados. Eles
passavam tanto tempo nas suas tocas, para se
esconder, que estavam prestes a morrer à
míngua.
Aproveitando uma noite em que o felino
estava passeando no telhado, eles resolveram se
juntar e procurar uma solução para o problema.
O plano era simples: atar um guizo no pescoço
do gato, para escutarem sempre que ele se
aproximasse.
Todos adoraram a ideia, mas havia um
grande obstáculo: nenhum deles tinha coragem
de se aproximar para colocar o guizo no pescoço
do gato. E foi assim que os ratos acabaram
desistindo da ideia.
Moral: Falar é mais fácil do que fazer.

Esta fábula célebre narra um episódio da


eterna batalha entre gatos e ratos. Ameaçados
pelo felino, os roedores precisam convocar uma
assembleia para decidir o que fazer. No entanto,
embora seja fácil propor sugestões, colocar as
ideias em prática é muito mais complicado.

25. O Touro e as Rãs


Dois touros estavam lutando para decidir
qual deles era o dono de um pasto. Enquanto
isso, no brejo, duas rãs jovens estavam
vendo tudo e rindo, até que apareceu uma
mais velha e avisou:
— Vocês estão rindo, mas as
prejudicadas seremos nós.
Pouco tempo depois, a profecia se
cumpriu. O touro que perdeu a briga acabou
se mudando para o brejo das rãs, que
passaram a viver subjugadas a ele.
Moral: Quando os grandes brigam, quem
pagam são os pequenos.

Aqui, a voz da experiência parece estar


correta, mais uma vez. A fábula dá conta de
um fato bastante complexo da nossa
sociedade. Por vezes, quando há discussões
entre os mais poderosos, é nos que estão
abaixo deles que vão recair as
consequências.
26. O lobo e a cabra
Um lobo avistou uma cabra que estava
em cima de uma montanha muito íngreme.
Como não conseguia alcançá-la, começou a
sugerir que ela descesse, pois corria o risco
de cair. Mostrando como o pasto estava
apetecível lá em baixo, tentou convencê-la
durante muito tempo. Até que a ovelha
respondeu: "Se esse pasto fosse tão bom,
você não precisaria que eu descesse para
poder me devorar".
Moral: Cuidado com as artimanhas
daqueles que querem se aproveitar dos
outros.

O ensinamento que essa pequena fábula


traz é sobre a importância de se preservar
e não confiar cegamente em todos que
cruzam nosso caminho. Quando um inimigo
nos dá um conselho "amigo", devemos ter
muita atenção, pois muitas vezes podemos
ser vítimas de alguém que, usando uma
linguagem "passivo-agressiva", quer o nosso
mal.
27. A mosca e o carro
Uma mula puxava um carro pesado por
uma estrada cheia de curvas e buracos. O
seu esforço era imenso, enquanto levava
chicotadas do cocheiro.
Uma mosca que estava sentada no topo,
se sentindo muito importante, falou no
seu ouvido:
— Pobrezinha, eu vou sair daqui de cima
e te livrar do meu peso, para você poder
puxar o carro.
Moral: Muitas pessoas têm uma imagem
errada e exagerada de si mesmas.

Esta história usa o humor para fazer uma


crítica social, como é comum nas
fábulas. Aqui, a sátira está focada
naquelas pessoas que se acham maiores
e mais importantes do que são na
realidade. Assim como a mosca, muitas
pessoas parecem ter uma visão
grandiosa de si mesmas, que é absurda
para quem as rodeia.

28. O asno, a raposa e o leão


A raposa e o asno eram muito amigos e
decidiram fazer um acordo para sempre se
protegem, jurando manter a amizade para
sempre. Um tempo depois saíram para caçar e
deram de cara com um leão. A raposa, ao ver o
grande animal, pensou que teria que ser
amigável com o predador. Assim, disse para o
leão que poderia ajudá-lo a capturar o asno,
contanto que sua vida fosse poupada. Ela então
convenceu o amigo asno a acompanhá-la até um
local perto de um buraco. Lá chegando ela o
empurrou e ele ficou preso. O leão, ao ver que o
asno não poderia escapar, partiu para cima da
raposa e a devorou. Ele poderia comer o asno
mais tarde.
Moral: Quem trai os amigos não deve
esperar que respeitem a palavra dada.

A lição que fica nessa fábula é a de que


nunca devemos trair a confiança de alguém. A
raposa jurou se manter fiel ao asno, mas assim
que se sentiu ameaçada, ofereceu o amigo em
troca de sair ilesa. Mas as coisas não saíram
como planejado e ela também acabou sendo
traída pelo leão.

A Lamparina
A lamparina, bem cheia de óleo, esteve
acesa para ter uma luz clara e constante. Ela
começou a se encher de orgulho e a se
vangloriar, dizendo:
— Eu brilho mais do que o próprio sol.
Logo depois veio um sopro de vento e a
apagou. Alguém pegou um fósforo e
acendeu novamente, dizendo:
— Mantenha-se acesa e não se preocupe
com o sol. As estrelas nunca precisarão ser
reacendidas, como acabei de fazer com
você.
Moral: Tenha humildade para não passar
vergonha.

Esta é mais uma história sobre algo


necessário para o nosso equilíbrio
emocional: manter a humildade. Mesmo
quando as coisas estão dando certo, é
importante termos os pés no chão e lembrar
que isso não nos torna superiores a
ninguém. Até porque, na vida, todas as
vitórias e derrotas são efêmeras perante o
maior poder de todos: a passagem do
tempo.

As árvores e o machado
Um homem queria fazer um machado e foi à
floresta pedir às árvores um pedaço de madeira
para o cabo. As árvores decidiram aceitar o seu
pedido e entregaram um bom cabo para o
machado, feito de uma oliveira; o homem
pegou, colocou no machado e começou a
derrubar as árvores e a cortar seus galhos.
O carvalho falou para as outras árvores:
— Bem feito para nós. Somos culpadas de nossa
desgraça porque ajudamos nosso inimigo.
Moral: Quem não se importa com os outros,
não pode se surpreender se um dia acontecer a
mesma coisa com ele.

Esta fábula é uma narrativa repleta de


significado. Fala sobre a vida em comunidade,
em sociedade e até em democracia. Ao
entregarem a primeira árvore, que foi
sacrificada para fazer um machado (seu inimigo
natural), as restantes provocaram a própria
ruína. A história vem nos lembrar que ter
empatia com os nossos semelhantes pode ser
um instrumento fundamental de sobrevivência.

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