E.
E MARGARIDA PINHO RODRIGUES
CURSO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO
LETÍCIA MATHEUS LIMA
LUÍSA NASCIMENTO RIBEIRO
DISPARIEDADES DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO
DOUTOR POLLYDORO DE OLIVEIRA BITTENCOURT, 300 - SÃO VICENTE – SP
2023
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LETÍCIA MATHEUS LIMA
LUÍSA NASCIMENTO RIBEIRO
DISPARIEDADADES DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO
A desigualdade de gênero ainda persiste no
mercado de trabalho, com mulheres ganhando
menos que os homens e com baixa representação
em cargos de gerência.
Orientador: Prof. Pablo de Castro Rodrigues Santos
DOUTOR POLLYDORO DE OLIVEIRA BITTENCOURT 300, SÃO VICENTE – SP
2023
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Dedicamos este trabalho aos
nossos pais, familiares e
professores, que sempre estiveram
juntos conosco e acreditaram no
nosso potencial.
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Se a educação sozinha não
transforma a sociedade, sem ela
tampouco a sociedade muda.
(Paulo Freire)
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SUMÁRIO
SUMÁRIO............................................................................................................................................5
DISCREPÂNCIA DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO..................................7
DESAFIOS ATUAIS DAS MULHERES..................................................................................10
ESTRUTURAS DE PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES PRODUTIVAS E ACESSO A
RECURSOS................................................................................................................................11
QUE HORAS ELA VOLTA?............................................................................................................12
CONCLUSÃO....................................................................................................................................13
REFERÊNCIAS:................................................................................................................................15
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DESIGUALDADE NO MERCADO DE TRABALHO
Atualmente, em um cenário mundial anterior a pandemia no mercado de trabalho.
Observa – se que nos últimos 30 anos muitas mudanças ocorreram na sociedade e no mercado
de trabalho brasileiro, contribuindo para uma maior inserção da mulher, mas as desigualdades
de gênero ainda persistem. A questão da diversidade de gênero não engloba apenas o caráter
biofisiológico de um indivíduo, que define o que seria uma pessoa de sexo masculino ou
feminino.
Do mesmo modo, a orientação sexual não define o gênero de uma pessoa. O gênero
está ligado ao papel do indivíduo na sociedade, que determina quais atividades são específicas
para “homens” e quais são para “mulheres”. Entretanto, como é um fenômeno social, a
diversidade de gênero se expande do padrão homem/mulher e engloba outros gêneros, como
os transgêneros. No mercado de trabalho, a diversidade de gênero ainda está muito
relacionada à posição feminina nas empresas, uma vez que a participação de transgêneros
muitas vezes é nula. Isto porque o preconceito ainda mantém transgêneros fora de grandes
empresas e excluídos das maiores posições sociais.
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DISCREPÂNCIA DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO
Diversos estudos têm evidenciado a existência de desigualdades de gênero no
mercado de trabalho. Essas disparidades se revelam em praticamente todas as sociedades,
embora em países desenvolvidos elas possam se apresentar em menor magnitude do que
nos países em desenvolvimento. Através de algumas procuras, podemos perceber que a
importância da mulher no mercado de trabalho, não é tão grandiosa quanto a de um
homem, durante os anos (1914 – 1918 e 1939 – 1945), ficou mais evidente o trabalho da
mulher, após as I e II Guerra Mundiais, quando os homens chefes de família tiveram que
defender seu país na frente da batalha. As mulheres antigamente se dedicavam muito mais
ao trabalho doméstico, aos filhos, e alimentação, tiveram que assumir os negócios de seus
maridos ou buscar sustento fora de casa para a sua família.
Após o fim da guerra, a vida de alguns homens foi destruída. Muitos dos que
sobreviveram ficaram impossibilitados de trabalhar. Foi daí em diante que as mulheres
perceberam a necessidade de trabalhar fora de casa e começaram a estar em cargos que antes
eram exclusivamente dos homens. No século XIX, algumas mudanças começaram a ocorrer
na organização do trabalho feminino, a industrialização abriu espaço para a mão de obra das
mulheres nas fábricas, e por outro lado, começou a ser observado muita diferença na jornada,
remuneração e cargos ocupados quando comparados com o trabalho masculino. Foi então,
que em 1970, o Movimento Feminista é um movimento social, político e econômico que tem
o objetivo de discutir e lutar por direitos das mulheres. Foi então que as mulheres se uniram
no grito por liberdade e igualdade, iniciando um processo de lutas para conquistar seus
direitos. Uma das primeiras leis que passaram a reconhecer o trabalho das mulheres e
regulamentar sua jornada de trabalho, ficou estabelecido na Constituição de 32:
Art. 1º. Sem distinção de sexo, a todo trabalho de igual valor correspondente salário
igual.
Art. 2º O trabalho da mulher nos estabelecimentos industriais e comerciais, públicos
ou particulares, é vedado desde 22 horas até 5 horas.
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Os outros artigos tratam da proibição do trabalho da mulher em algumas
frentes como em minerações, subterrâneos, obras de construção e pedreiras. A
legislação ainda formaliza o trabalho da mulher grávida:
Art. 7º. Em todos os estabelecimentos industriais e comerciais públicos ou
particulares, é proibido o trabalho à mulher grávida, durante um período de quatro
semanas, antes do parto, e quatro semanas depois.
Também inclui o respeito ao período de amamentação, casos de aborto e sobre a
dispensa de mulheres nessa condição. Mesmo com essa grande conquista, o que se viu na
prática foi muito diferente, durante muito tempo, as mulheres enfrentavam jornadas de 14 e
18 horas e até hoje é possível encontrar diferenças salariais acentuadas. O motivo que sempre
deram foi de que o homem é o chefe da casa e precisa sustentar sua esposa e família. Mas, os
tempos mudaram e a luta ainda continua.
Gráfico 1: Taxas de participação na PEA, por sexo, Brasil - 1950-2010.
Fonte: Censos demográficos do IBGE.
Analisando o comportamento das taxas de atividade para homens e mulheres, entre
1950 e 2010, observa-se a redução das taxas masculinas, que passaram de 80,8% em 1950
para 67,1% em 2010 e aumento das taxas femininas, que passaram de 13,6% para 48,9%, no
mesmo período. A linha do gráfico 1, mostra a tendência de decréscimo do hiato de gênero, já
que existe um processo de convergência no nível de inserção de ambos os sexos na população
economicamente ativa. Evidentemente, o aumento da participação feminina no mercado de
trabalho não eliminou os problemas de segregação ocupacional e discriminação salarial,
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embora tenham sido abrandados. Em 1950, cerca de 81% dos homens de 10 anos ou mais de
idade estavam no mercado de trabalho. Eles entravam cedo e saíam tarde da atividade
econômica. Porém, com o processo de modernização do país, os homens foram ficando mais
tempo na escola e passaram a sair mais cedo da força de trabalho devido ao aumento da
cobertura da previdência social.
Gráfico 2: Taxas de Atividades Específicas masculinas, Brasil: 1950-2010.
Fonte: Censos demográficos do IBGE.
Já no caso das mulheres houve aumento das taxas de atividade em todas as idades,
conforme mostra o gráfico 3. A taxa de atividade feminina era de apenas 13,6% em 1950 e
passou para 48,9% em 2010. A curva de 1950 tinha a cúspide na idade 15-19, caindo para as
idades posteriores. Para os anos de 1970 e 1980 a cúspide estava na faixa etária de 20-24
anos, caindo para as idades posteriores. Porém, a partir de 1991 as taxas de atividade feminina
continuaram crescendo até o grupo etário 30-39 anos e só apresentando uma tendência de
queda rápida a partir dos 49 anos. Ou seja, o padrão das taxas específicas de atividade de
homens e mulheres ficaram mais parecidas ao longo das últimas 6 décadas, havendo apenas
uma diferença de nível.
DESAFIOS ATUAIS DAS MULHERES
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Se antes as mulheres ocupavam somente alguns tipos de cargos como: cozinheira,
enfermeira e professora, hoje elas estão presentes em praticamente todos os setores de
trabalho, desde funcionárias de base ao nível de liderança. Muitas são empreendedoras, juízas,
engenheiras, pedreiras, doutoras e ocupam profissões do futuro. Mas apesar de todo o espaço
e direitos já conquistados, as mulheres ainda encontram barreiras durante a sua jornada
profissional.
As mulheres têm enfrentado uma variedade de desafios e questões atualmente, e esses
podem variar de diferentes partes do mundo. Alguns desafios que as mulheres mais enfrentam
está relacionado a:
Desigualdade Salarial: A desigualdade salarial é a diferença entre os salários
recebidos por homens e mulheres, mesmo quando ocupam as mesmas funções e têm o
mesmo nível de qualificação. Essa diferença é uma situação global, que afeta todos os
países, independente do seu nível de desenvolvimento econômico. No Brasil a
desigualdade salarial entre os homens e as mulheres é de 22%, segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em média, as mulheres ganham
22% a menos do que os homens, mesmo quando exercem a mesma função no mercado
de trabalho.
Discriminação de Gênero: No Brasil a discriminação de gênero é proibida pela
Constituição Federal artigo 5º, inciso I, a Constituição estabelece que "todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade". No entanto, a discriminação de gênero ainda
é uma realidade no país afetando mulheres de todas as idades, classes sociais e etnias.
Falta de Oportunidade: A falta de oportunidade da mulher no mercado de trabalho tem
um impacto negativo na vida das mulheres, prejudicando suas carreiras, sua saúde, e
seu bem-estar. Também contribui para a insistência das desigualdades sociais e de
gênero. As causas de falta de oportunidade também incluem os estereótipos de gênero
e principalmente o preconceito.
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Ações para combater a falta de oportunidade da mulher no mercado de trabalho devem
ser adotadas por todos os setores da sociedade, incluindo governos, empresas, organizações
não governamentais e indivíduos. Todos têm um papel a desempenhar na construção de uma
sociedade mais justa e igualitária, onde as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os
homens de ter sucesso no mercado de trabalho.
ESTRUTURAS DE PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES PRODUTIVAS E ACESSO A
RECURSOS
Indicadores de monitoramento do mercado de trabalho apontam desigualdades
expressivas entre homens e mulheres. A taxa de participação que mede a parcela da população
em idade de trabalhar que está na força de trabalho, ou seja, trabalhando ou procurando
trabalho, revela que as mulheres encontram maior dificuldade de entrar no mercado de
trabalho. Em 2019, a taxa de participação das mulheres com 15 aos ou mais de idade foi de
54,5% contra 73,7% dos homens. Este número elevado de desigualdade se manifestou tanto
entre mulheres e homens brancos quanto entre mulheres e homens pretos ou pardos.
.Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra De Domicílios Contínua 2019 Nota: Consolidado de primeiras entrevist
Por terem um maior envolvimento em atividades não remuneradas, como, por
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exemplo, nos afazeres domésticos, as mulheres acabam tendo uma menor participação no
mercado de trabalho. Em 2019, no Brasil, as mulheres dedicaram semanalmente quase o
dobro de tempo aos cuidados de pessoas ou afazeres domésticos se comparado aos homens
(21,4 horas contra 11,0 horas). O indicador Número de horas semanais dedicadas às
atividades de cuidados de pessoas e/ou afazeres domésticos, por sexo, fornece informações
que visam alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas
e dar visibilidade a esta forma de trabalho.
QUE HORAS ELA VOLTA?
De acordo com as pesquisas realizadas, observamos que a obra ``Que Horas Ela
Volta`` dirigida por Anna Muylaert, conta a história de Val (Regina Cazé), uma empregada
doméstica nordestina que trabalha há mais de uma década na casa de uma família de classe
média alta, em São Paulo.
Val deixou sua filha, Jéssica (Camila Márdila), ainda criança em Pernambuco para
poder trabalhar em São Paulo e dar uma vida melhor para a filha. Anos depois, Jéssica
telefona para Val dizendo que quer ir para São Paulo para prestar vestibular. Os patrões de
Val, Bárbara (Karine Teles) e José Carlos (Lourenço Mutarelli), recebem Jéssica de braços
abertos. No entanto, a convivência entre mãe e filha não é fácil. Jéssica, que cresceu em uma
família de classe média alta, tem uma visão de mundo diferente da de Val, que ainda carrega
os valores da cultura nordestina.
O filme aborda a desigualdade social e de gênero no Brasil. O filme mostra como as
empregadas domésticas são frequentemente discriminadas e desvalorizadas. Também mostra
como as mães que trabalham fora de casa enfrentam desafios únicos.
Val é uma empregada doméstica nordestina que trabalha há mais de uma década na
casa de uma família de classe média alta em São Paulo. Ela é frequentemente tratada
com desrespeito e condescendência por seus patrões, que a consideram inferior a eles.
Jéssica, a filha de Val, é uma jovem que cresceu em uma família de classe média alta.
Ela tem uma visão de mundo diferente da de Val, que ainda carrega os valores da
cultura nordestina.
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A relação entre Val e Jéssica é complexa e às vezes difícil. Elas são mãe e filha, mas
também são mulheres de gerações e classes sociais diferentes.
O filme se encerra com Val e Jéssica voltando para a casa da família de Val, na favela.
Elas estão cansadas da hipocrisia e da desigualdade da sociedade brasileira. Elas decidem
construir uma vida nova, onde possam ser livres e iguais.
A conclusão do filme é ambígua. Por um lado, é um final positivo, pois Val e Jéssica
finalmente conseguem escapar da opressão da classe média alta. Por outro lado, é um final
melancólico, pois elas precisam abandonar o sonho de uma vida melhor na cidade grande.
O filme "Que horas ela volta?" é um filme importante, pois traz à tona uma questão
fundamental da sociedade brasileira: a desigualdade social. O filme mostra como essa
desigualdade afeta as relações entre as pessoas, e como ela pode levar à opressão e à
exploração.
CONCLUSÃO
Ao analisar este tema, é notável que falar sobre desigualdade social exige muito e
ainda é excessivo na sociedade, se passaram muitos anos e nada é feito para melhorar este
problema, às mulheres já conseguiram muitos direitos, claramente isso se deve a muito
esforço para terem algum tipo de oportunidade no mercado de trabalho, e até mesmo um
espaço dentro da sociedade. Entretanto, ainda há muito a ser feito para garantir a igualdade de
gênero no mercado de trabalho. É necessário implementar políticas públicas que combatam o
preconceito e a discriminação, que promovam a conciliação entre trabalho e família e que
ofereçam oportunidades iguais para homens e mulheres.
Algumas medidas que podem ser adotadas para combater a disparidade de gênero no
mercado de trabalho incluem:
Educação e conscientização: é importante educar a população sobre a importância da
igualdade de gênero e combater os preconceitos e estereótipos que perpetuam a
desigualdade.
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Legislação: é necessário criar leis que proíbam a discriminação de gênero no mercado
de trabalho.
Políticas públicas: é necessário implementar políticas públicas que promovam a
igualdade de gênero no mercado de trabalho, como programas de qualificação
profissional para mulheres e políticas de conciliação entre trabalho e família.
A igualdade de gênero é um direito fundamental que deve ser garantido a todas as
pessoas. É necessário que todos os setores da sociedade se mobilizem para combater a
disparidade de gênero no mercado de trabalho e construir uma sociedade mais justa e
igualitária.
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REFERÊNCIAS:
Gráfico 1 e 2 - https://www.dmtemdebate.com.br/o-crescimento-da-pea-e-a-reducao-do-hiato-
de-genero-nas-taxas-dfe-atividade-no-mercado-de-trabalho/
CAVALLINI, Marta. 63% das mulheres negras já sofreram preconceito em seleções de
emprego, mostra pesquisa. G1, 03 de junho de 2022. Disponível em: 63% das mulheres
negras já sofreram preconceito em seleções de emprego, mostra pesquisa | Trabalho e Carreira
| G1 (globo.com). Acesso em: 28 de novembro de 2023.
DYNIEWICZ, Luciana. Diferença salarial entre homens e mulheres vai a 22%, aponta IBGE.
UOL, 08 de março de 2023. Disponível em: Diferença salarial entre homens e mulheres vai a
22%, aponta IBGE (uol.com.br). Acesso em 27 de novembro de 2023.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 Brasília, DF: Senado
Federal, 1988. Disponível em: Art. 5 da Constituição Federal de 88 | Jusbrasil
ONU: 90% da população mundial tem algum preconceito contra mulheres. 12 de junho de
2023. Disponível em: ONU: 90% da população mundial tem algum preconceito contra
mulheres | ONU News. Acesso em 27 de novembro de 2023
SERASA EXPERIEN: Mulheres no mercado de trabalho e sua jornada até a atualidade. 06 de
março de 2023. Disponível em
https://www.serasaexperian.com.br/carreiras/blog-carreiras/mulheres-no-mercado-de-
trabalho-e-sua-jornada-at. Acesso em 27 de novembro de 2023.
SARTI, Cynthia Andersen. O feminismo brasileiro desde os anos 1970: revisitando uma
trajetória. Revista Estudos Feministas: Florianópolis, 2004. Acesso em 27 de novembro de
2023.
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<http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/20/aeb_1996.pdf>. Acesso em 27 de
novembro de 2023.
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