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NR10 - Curso Básico - Segurança em Instalações e Serviços Com Eletricidade - Reciclagem - Material Didático

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1

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

NR 10 CURSO BÁSICO
SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E
SERVIÇOS EM ELETRICIDADE -
RECICLAGEM
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Robson Braga de Andrade
Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA – DIRET


Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti
Diretor de Educação e tecnologia

SESI/DN
Robson Braga de Andrade
Diretor

Rafael Esmeraldo Lucchesi Ramacciotti


Diretor-Superintendente

DIRETORIA DE OPERAÇÕES
Paulo Mól Júnior
Diretor de Operações

NR 10 CURSO BÁSICO
SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE
RECICLAGEM

Brasília, DF
2020
©2020. SESI/DN - Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SESI/DN
Unidade de Saúde e Segurança na Indústria (SSI)

FICHA CATALOGRÁFICA

Serviço Social da Indústria. Departamento Nacional.

Curso: NR10 Curso Básico - Segurança em instalações e serviços em eletricidade - Reciclagem


Brasília: SESI/DN, 2020. Serviço Social da Indústria - Brasília: SESI/DN, 2020.
1 Livro digital
56 p.: il.

SESI/DN Serviço de Atendimento ao Cliente - SAC


Serviço Social da Indústria Tels.: (61) 3317-9989 / 3317-9992
Departamento Nacional [email protected]

Sede
Setor Bancário Norte
Quadra 1 – Bloco C
Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
Tel: (61) 3317-9000
Fax: (61) 3317-9994
http://www.portaldaindustria.com.br/sesi/
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Zona de risco, controlada e livre 19
Tabela 2: Níveis máximos de temperatura superficial 39
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Distâncias da zona de risco e controlada sem barreira 20
Figura 2: Distâncias da zona de risco, controlada e livre com barreira 20
Figura 3: Exemplo de tensão de toque 34
Figura 4: Exemplo de tensão de passo 34
Figura 5: Exemplo de arco elétrico 35
Figura 6: Exemplo de impedimento da reenergização 45
Figura 7: Exemplo de sinalização de impedimento de energização 47
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 10
1. OBJETIVO GERAL DA CAPACITAÇÃO 11

PLANO DE ESTUDOS 12
REQUISITOS MÍNIMOS 13
CARGA HORÁRIA DO CURSO 13

1. CONCEITOS; RISCOS; ACIDENTES; MEDIDAS DE CONTROLE 16


1.1. INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE 17
1.2. NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS - NBR DA ABNT: NBR 5410, NBR 14039 E OUTRAS 21
1.3. REGULAMENTAÇÕES LEGAIS 22
1.4. PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 25
1.5. RESPONSABILIDADES 27
1.6. ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS 28
1.7 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE 32
1.8. RISCOS ADICIONAIS 36
1.9. ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA 42
1.10. MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO 42
1.11. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA 47
1.12. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 48

REFERÊNCIAS 52
APRESENTAÇÃO
11

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
1. OBJETIVO GERAL DA CAPACITAÇÃO
O curso de NR 10 Curso Básico – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade -
Reciclagem, tem por objetivo aperfeiçoar e atualizar profissionais da área com conhecimentos
concernentes ao desenvolvimento de atividades de trabalho com eletricidade em conformidade
com as especificidades da empresa, normas técnicas e as normas de segurança pertinentes,
apresentando os requisitos mínimos e as medidas de proteção para o trabalho com eletricida-
de, envolvendo o planejamento, a organização e a execução, de forma a garantir a segurança e
a saúde dos trabalhadores.

2. PRINCÍPIOS E CONCEITOS PARA PROTEÇÃO DA SEGURANÇA E


SAÚDE DOS TRABALHADORES
A Norma Regulamentadora 10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – tem como
objetivo estabelecer os requisitos e condições mínimas objetivando a implementação de medidas
de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores
que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade.

Conforme estabelecido na NR 10 deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e


sempre que ocorrer alguma das situações a seguir
• Troca de função ou mudança de empresa;
• Retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a três meses;
• Modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de métodos, processos e
organização do trabalho.
PLANO DE ESTUDOS
13

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
REQUISITOS MÍNIMOS
Para acesso ao curso, o candidato deverá atender os seguintes requisitos:
• Comprovar idade mínima de 18 anos;
• Ensino Fundamental ou Ensino Médio, completos ou em curso.
• Comprovar conclusão no curso de formação NR 10 – Segurança em Instalações e Servi-
ços com Eletricidade

CARGA HORÁRIA DO CURSO


A matriz para desenvolvimento do curso de reciclagem “NR 10 Curso Básico ― Segurança em Ins-
talações e Serviços com Eletricidade”, está estruturada de forma a garantir a formação integral do
participante. O curso será desenvolvido em duas etapas, complementares e indissociáveis, confor-
me a seguir:

Módulo 1(EAD)
• Conceitos; Riscos; Acidentes; Medidas de Controle – 4h

Módulo 2 (Presencial)
• Prática: Técnicas de Análise de Risco; Proteção e combate a incêndios; Primeiros socorros – 4h

Conteúdo Programático
O Curso de NR 10 Curso Básico – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade - Reciclagem,
modalidade semipresencial, apresenta conteúdo programático:
14 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

M
MÓDULO EAD

AULA I – CONCEITOS; RISCOS; ACIDENTES; MEDIDAS DE CONTROLE


1.1. INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE
1.2. NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS NBR DA ABNT: NBR 5410, NBR 14039 E OUTRAS
1.3. REGULAMENTAÇÃO LEGAL
1.4. DOCUMENTAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
1.5. RESPONSABILIDADES
1.6. ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS
1.7. RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE
1.8. RISCOS ADICIONAIS
1.9. ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA
1.10. MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO
1.11. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA
1.12. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


15

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
MÓDULO PRESENCIAL
Aula II – PRÁTICA TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO; PROTEÇÃO E COM-
BATE A INCÊNDIOS; PRIMEIROS SOCORROS
2.1. TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO
2.2. PROTEÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS
2.3. PRIMEIROS SOCORROS
1. CONCEITOS; RISCOS;
ACIDENTES; MEDIDAS DE
CONTROLE
17

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
1.1. INTRODUÇÃO À SEGURANÇA COM ELETRICIDADE
A eletricidade é a forma de energia mais utilizada na sociedade atual, devido ao grande conhecimen-
to técnico adquirido para a transmissão da energia elétrica dos locais de geração para os pontos de
consumo, bem como a sua transformação em outros tipos de energia, como: mecânica, luminosa,
térmica. O que muito contribui para o desenvolvimento econômico e social da humanidade.

Com características adequadas à moderna economia, facilmente disponibilizada aos consumidores,


a eletricidade sob certas circunstâncias, pode comprometer a segurança e a saúde das pessoas.

A eletricidade não é vista, é um fenômeno que escapa aos nossos sentidos, só se percebem suas
manifestações exteriores, como a iluminação, sistemas de calefação, entre outros.

Em consequência desta “invisibilidade”, as pessoas são, muitas vezes, expostas a situações de ris-
co ignoradas ou mesmo subestimada. Acidentes ocorridos com eletricidade, no lar e no trabalho,
ocorrem com muita frequência e certamente são os que trazem as mais graves consequências. As
normas de segurança estabelecem que pessoas devam ser informadas sobre os riscos a que se
expõem, assim como conhecer os seus efeitos e as medidas de segurança aplicáveis.

Além disso, a eletricidade constitui em risco ao patrimônio, pois temos muitos incêndios, ex-
plosões e demais acidentes ampliados que são causados por curtos-circuitos, consequentes
de instalações defeituosas, devido a diversos fatores, tais como: ausência de manutenção, ou
mesmo manutenção inadequada, falta de proteção, ou operação incorreta de dispositivos e
equipamentos elétricos. As sobrecargas nos circuitos, também são motivos para ocorrências de
incêndios nas instalações elétricas, principalmente em edifícios comerciais e também indústrias
de diversos segmentos; como consta historicamente nos desastres atendidos pelo Corpo de
Bombeiros. Já nas “favelas” temos diversas ligações elétricas clandestinas e fora dos padrões
exigidos pelas normas técnicas vigentes, propiciando eventos desastrosos.
18 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Conhecimentos básicos de eletricidade e de segurança em eletricidade que irão auxiliar no desen-


volvimento de suas atividades profissionais nesta importante área de qualquer atividade laboral.

Trabalho em proximidade
A Norma Regulamentadora nº 10, que trata de Segurança em Instalações Elétricas e Serviços em
Eletricidade, é aplicada a todos os serviços em eletricidade, seja nas fases de geração, transmissão,
distribuição e consumo de energia, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação e ma-
nutenção de instalações elétricas.

Esta mesma norma equipara a serviço em eletricidade todo e qualquer trabalho em proximidade
de instalações elétricas com exposição aos fatores de risco decorrentes do emprego da energia
elétrica, em que o trabalhador adentrar ao espaço definido como zona controlada, seja com parte
do corpo ou por meio de extensões condutoras.

Neste contexto, podemos enquadrar as seguintes atividades:

• Trabalhadores instaladores de telefone, quando exercerem suas atividades em postes


comuns a telefonia e a rede elétrica;
• Trabalhadores instaladores de TV’s a cabo, nas mesmas condições dos trabalhadores
da telefonia;
• Trabalhadores atuando na limpeza de faixa de servidão (espaço reservado embaixo
das linhas de transmissão);
• Trabalhadores em pintura de estruturas de linhas de transmissão ou na pintura de
uma subestação, quando o trabalhado é realizado nas proximidades da entrada de energia;
• Trabalhadores da construção civil, quando próximos de redes de distribuição de ener-
gia elétrica;
• Trabalhadores instaladores de antenas, também próximos às redes de distribuição de
energia elétrica;
• Pintores, instaladores de placas, lavadores de janelas, também na proximidade de
redes de distribuição de energia elétrica.

As atividades exercidas dentro da zona controlada são denominadas de atividades a proximidade


e os diz-se que os trabalhadores inseridos nesta zona interagem indiretamente com eletricidade.

Importante salientar que as atividades ou operações elementares realizadas com tensão elétrica
igual ou inferior a 1,0 kV em CA, ou 1,5 kV em CC, tais como, uso de equipamentos elétricos energi-
zados e os procedimentos de ligar e desligar circuitos elétricos, adequados para operação, podem
ser realizados por qualquer pessoa.

Zona de risco, Controlada e Livre


Entende-se por zona de risco (ZR), a região entorno de parte condutora energizada, não segre-
gada (área não protegida, não isolada, não enclausurada), acessível inclusive acidentalmente, de
dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão, cuja aproximação só é permitida a
profissionais autorizados e com a adoção de técnicas e instrumentos apropriados de trabalho.
Para o profissional ser autorizado a ingressar na zona de risco é necessário que tenha recebido
treinamento adequado e trabalhe com técnicas de trabalho em linha viva, além de utilizar ferra-
mentas e equipamentos isolados para o nível de tensão do ponto.

É considerada linha viva uma rede elétrica energizada, isto é, ligada ou mesmo desligada, mas
na qual não foi possível executar todos os passos para considerá-la desenergizada.

Zona Controlada (RC) é a região entorno de parte condutora energizada, não segregada, aces-
sível, de dimensões estabelecidas de acordo com o nível de tensão (Rc), cuja aproximação só é
permitida a profissionais autorizados. É a região que fica entra a zona de risco e a zona livre.
19

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
Por zona livre entende-se o espaço fora da área delimitada como zona controlada, afastado da
parte energizada não segregada, onde os trabalhadores não autorizados a realizar serviços com
eletricidade podem circular livremente.

Todos os trabalhadores que intervêm em instalações elétricas energizadas e exercem suas ati-
vidades dentro dos limites estabelecidos como “zona controlada” e “zona de risco”, devem co-
nhecer e respeitar os distanciamentos definidos para preservar sua saúde e segurança, como
listados na tabela abaixo.
Tabela 1: Zona de risco, controlada e livre
Zona de risco, controlada e livre

Faixa de tensão nominal da Rr – raio de delimitação entre Rc – raio de delimitação entre


instalação elétrica em kV zona de risco e controlada em zona controlada e livre em
metros metros

<1 0,20 0,70

≥1 e < 3 0,22 1,22

≥3 e < 6 0,25 1,25

≥6 e < 10 0,35 1,35

≥10 e < 15 0,38 1,38

≥15 e < 20 0,40 1,40

≥20 e < 30 0,56 1,56

≥30 e < 36 0,58 1,58

≥36 e < 45 0,63 1,63

≥45 e < 60 0,83 1,83

≥60 e < 70 0,90 1,90

≥70 e < 110 1,00 2,00

≥110 e < 132 1,10 3,10

≥132 e < 150 1,20 3,20

≥150 e < 220 1,60 3,60

≥220 e < 275 1,80 3,80

≥275 e < 380 2,50 4,50

≥380 e < 480 3,20 5,20

≥480 e < 700 5,20 7,20

A figura a seguir mostra as distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco, con-
trolada e livre:
20 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Figura 1: Distâncias da zona de risco e controlada sem barreira


PARTE CONDUTORA ENERGIZADA

ZL
ZC ZR

Distância da zona de risco controlada

ZL - Zona livre

ZC - Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados

ZR - Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e equipa-
mentos apropriados ao trabalho

As distâncias no ar que delimitam radialmente as zonas de risco (controlada e livre), com a


interposição de superfície de separação física adequada.

Figura 2: Distâncias da zona de risco, controlada e livre com barreira


PARTE CONDUTORA
ENERGIZADA

ZL

ZL SI
ZR ZC

Distância da zona de risco controlada

ZL - Zona livre

ZC - Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados


21

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
ZR - Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados e com adoção de técnicas, instrumentos e equipa-
mentos apropriados ao trabalho

SI - Superfície isolante construída com material resistente e dotada de todos dispositivos de segurança

1.2. NORMAS TÉCNICAS BRASILEIRAS - NBR DA ABNT: NBR 5410,


NBR 14039 E OUTRAS
No Brasil, as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT), como resultado de uma ampla discussão entre profissionais, institui-
ções, grupos de estudos, comissões e comitês.

As Normas Técnicas são referência para projeto e operação de sistemas e serviços em eletrici-
dade. São elas que nos dizem como devemos fazer as instalações para atender aos requisitos
das normas regulamentadoras.

A ABNT é a representante brasileira no sistema internacional de normalização, composto por


entidades nacionais, regionais e internacionais. Para atividades com eletricidade, há diversas
normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e produtos. Vamos verificar do que se
trata algumas destas normas.

NBR 5410 – Instalações elétricas de baixa tensão


A NBR 5410 é uma referência obrigatória quando se fala em segurança com Eletricidade. Ela
apresenta todos os cálculos de dimensionamento de condutores e dispositivos de proteção.
Nela estão as diferentes formas de instalação e as infl uências externas a serem consideradas
em um projeto. Os aspectos de segurança são apresentados de forma detalhada, incluindo o
aterramento, a proteção por dispositivos de corrente de fuga, de sobretensões e sobrecorren-
tes. Os procedimentos para aceitação da instalação nova e para sua manutenção também são
nela apresentados, incluindo etapas de inspeção visual e de ensaios específicos.

NBR 14039 – Instalações elétricas de média tensão de 1,0 A 32,6 KV


Esta norma abrange as instalações. Dentro da faixa de tensão especificada. Ela não inclui as
redes de distribuição das empresas concessionárias de energia elétrica. Além de todas as pres-
crições técnicas para o dimensionamento dos componentes dessas instalações, a Norma esta-
belece critérios específicos de segurança para as subestações consumidoras, incluindo acesso,
parâmetros físicos e de infraestrutura.

NBR 5419 – Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas


Especifica condições exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de sistemas de proteção
contra descargas atmosféricas – SPDA (para raio), de estruturas e de pessoas e instalações em
seu aspecto físico dentro do volume protegido.

NBR IEC 60079-14/2018 – Projeto, seleção e montagem de ins-


talações elétricas
ABNT NBR IEC 60079 contém os requisitos específicos para o projeto, seleção, montagem
e inspeção inicial de instalações elétricas em, ou associadas com, áreas classificadas.
22 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

NBR 13534 – Instalações elétricas em ambientes assistenciais de


saúde – requisitos para segurança
Especifica condições exigíveis às instalações elétricas de estabelecimentos assistenciais de saúde, a
fim de garantir a segurança de pessoas (em particular de pacientes) e, onde for o caso, de animais.

NBR IEC 13570 – Instalações elétricas em locais de afluência de


público – requisitos específicos
Fixa requisitos específicos exigíveis às instalações elétricas em locais de afluência de público, a
fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e de animais domésticos
e a conservação dos bens.

NBR 16690 – Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos – re-


quisitos de projeto
Esta Norma estabelece os requisitos de projeto das instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos,
incluindo disposições sobre os condutores, dispositivos de proteção elétrica, dispositivos de mano-
bra, aterramento e equipotencialização do arranjo fotovoltaico. O escopo desta Norma inclui todas as
partes do arranjo fotovoltaico até, mas não incluindo, os dispositivos de armazenamento de energia,
as unidades de condicionamento de potência ou as cargas. Uma exceção é a de que disposições
relativas a unidades de condicionamento de potência e/ou a baterias são abordadas apenas onde
a segurança das instalações do arranjo fotovoltaico está envolvida. A interligação de pequenas uni-
dades de condicionamento de potência em corrente contínua para conexão a um ou dois módulos
fotovoltaicos também está incluída no escopo desta Norma.

Quando a utilização de um produto puder comprometer a segurança ou a saúde do consu-


midor, o INMETRO ou outro órgão regulamentador poderá tornar obrigatória a Avaliação de
Conformidade desse produto. Isso aumenta a confiança de que o produto está de acordo
com as Normas e com os Regulamentos Técnicos aplicáveis. Já existem vários produtos cuja
certificação é obrigatória, alguns deles apenas aguardando o prazo limite para proibição de
comercialização. Entre os produtos de certificação compulsória, por exemplo, estão os plu-
gues, tomadas, interruptores, disjuntores, equipamentos para atmosferas explosivas e esta-
bilizadores de tensão, entre outros.

Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na Constituição Fe-


deral que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, inclui entre eles a proteção de sua
saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube ao Ministério do Trabalho estabe-
lecer essas regulamentações (Normas Regulamentadoras – NR) por intermédio da Portaria nº
3.214/78. A partir de então, uma série de outras portarias foram editadas pelo Ministério do
Trabalho, com o propósito de modificar ou acrescentar normas regulamentadoras de prote-
ção ao trabalhador, conhecidas pelas suas iniciais: NR.

1.3. REGULAMENTAÇÕES LEGAIS


As Normas Regulamentadoras - NR, relativas à segurança e medicina do trabalho, são de obser-
vância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração
direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT.
O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do tra-
balho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente.
23

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
Constitui ato faltoso a recusa injustificada do empregado ao cumprimento de suas obrigações
com a segurança do trabalho.

As Normas Regulamentadoras vigentes estão listadas adiante:


• NR 01 - Disposições Gerais
• NR 02 - Inspeção Prévia (Revogada pela Portaria SEPRT n.º 915/2019)
• NR 03 - Embargo ou Interdição
• NR 04 - Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho
• NR 05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual - EPI
• NR 07 - Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• NR 08 - Edificações
• NR 09 - Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
• NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
• NR 11 - Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, Armazenagem e
Manuseio de Chapas de Rochas Ornamentais
• NR 12 - Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
• NR 13 - Caldeiras, Vasos de Pressão e Tubulações
• NR 14 - Fornos
• NR 15 - Atividades e Operações Insalubres
• NR 16 - Atividades e Operações Perigosas
• NR 17 - Ergonomia
Anexo 1 – Trabalho dos operadores de Checkouts
Anexo 2 – Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing
• NR 18 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
• NR 19 - Explosivos
• NR 20 - Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis
• NR 21 - Trabalho a Céu Aberto
• NR 22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• NR 23 - Proteção Contra Incêndios
• NR 24 - Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• NR 25 - Resíduos Industriais
• NR 26 - Sinalização de Segurança
• NR 27 - Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB (Revogada
pela Portaria GM n.º 262/2008)
• NR 28 - Fiscalização e Penalidades
• NR 29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• NR 30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• NR 31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Explora-
ção Florestal e Aquicultura
• NR 32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• NR 33 - Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• NR 34 - Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Repara-
ção Naval
• NR 35 - Trabalho em Altura
• NR 36 - Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de
Carnes e Derivados
• NR 37 - Segurança e Saúde no Trabalho em Plataformas de Petróleo

Sobre a segurança em instalações e serviços em eletricidade, a referência é a NR 10 – Segurança


em Instalações e Serviços em Eletricidade. Uma Norma Regulamentadora objetiva explicitar a
implantação das determinações contidas nos artigos 154 a 201, capítulo V da Consolidação das
Leis do Trabalho – CLT, para que sirvam de balizamento, de parâmetro técnico, às pessoas/empresas
que devem atender aos ditames legais e que, também, devem observar o pactuado nas
Convenções/Acordos Coletivos de Trabalho de cada categoria e nas Convenções Coletivas
sobre Prevenção de Acidentes.
A NR 10 exige também, que sejam observadas as Normas Técnicas oficiais vigentes e, na falta
ou omissão destas, as Normas Técnicas Internacionais. Nos serviços em eletricidade no Brasil
devem ser observadas as normas técnicas elaboradas pela Associação Brasileira de Normas
24 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Técnicas – ABNT. Um importante fator a ser observado quanto às normas técnicas é a necessi-
dade de se verificar se existe alguma nova versão da norma atualizada.

No caso de inexistência de norma da ABNT, deve-se recorrer às normas de origem estrangeira,


preferindo as normas do sistema internacional, no caso a IEC. A preferência imputada à norma
do sistema IEC é devido à tendência da ABNT de adotar o sistema internacional de normaliza-
ção. Outras normas de referência que podem ser adotadas são as do sistema NEC, NPFA, etc.

As atividades exercidas em instalações elétricas envolvem a exposição ao risco elétrico, cau-


sador de muitos acidentes graves. A perfeita identificação deste risco assim como o conheci-
mento dos procedimentos de segurança no trabalho, equipamentos de proteção individual
e coletiva e principalmente, o simples reconhecimento de que os acidentes não acontecem
apenas com os outros, diminuirá em muito o índice de acidentes do trabalho em atividades
elétricas. Isso nos conduz ao reconhecimento da necessidade de um programa intenso de
treinamento na área elétrica associado a um treinamento de segurança do trabalho em
instalações elétricas.

A NR 10 descreve detalhadamente como deve ser definido o trabalhador autorizado a traba-


lhar em instalações elétricas, evitando-se que trabalhadores sem treinamento específico e de
segurança venham a exercer atividades de risco, expondo-se desnecessariamente a acidentes
do trabalho.

Entre as prescrições da NR 10 encontram-se os critérios que devem atender os profissionais


que atuam em instalações elétricas.

Profissional qualificado, habilitado, capacitado


É considerado trabalhador qualificado aquele que comprovar conclusão de curso específico
na área elétrica reconhecido pelo Sistema Oficial de Ensino, ou seja, que possui o certificado ou
diploma da escola em que se formou na área elétrica, mesmo que não disponha de regulamen-
tação profissional e conselho de classe.

É considerado profissional legalmente habilitado o trabalhador previamente qualificado pelo


Sistema Oficial de Ensino em curso específico na área elétrica e com registro no órgão compe-
tente de classe. Neste caso, o profissional está registrado no CREA e em dia com suas atribui-
ções (anuidade paga).

Ser habilitado significa estar apto a ser Responsável Técnico pela elaboração de projetos de
instalações elétricas e/ou execução de serviços em eletricidade. O documento que comprova
a Responsabilidade Técnica de um profissional habilitado é a Anotação de Responsabilidade
Técnica (ART).

É considerado trabalhador capacitado aquele que atenda às seguintes condições, simultaneamente:


• recebeu capacitação sob docência e responsabilidade de profissional habilitado e autorizado;
• comprovou estágio prático, prática profissional supervisionada e exercícios simulados;
• trabalhou sob a responsabilidade de um profissional habilitado e autorizado.

A capacitação só terá validade para a organização que o capacitou e nas condições estabeleci-
das pelo profissional habilitado e com autorização do responsável pela capacitação.

A autorização é um processo de formalização obrigatório, de responsabilidade dos “tomadores”


dos serviços como requisito para que os trabalhadores possam acessar as instalações elétricas,
locais de serviço elétrico ou dependendo da situação, trabalhar nas proximidades das instalações
ou equipamentos elétricos, o que envolve aspectos de natureza técnica, legal e administrativa.

São considerados autorizados os trabalhadores qualificados ou capacitados e os profissionais


habilitados, inclusive aqueles que executam trabalhos a proximidade, com anuência formal da
organização, e submetidos a treinamento de segurança, curso básico e complementar com avalia-
25

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
ção e aproveitamento satisfatórios, independente do cargo que exerce e o grau de escolaridade.

Os profissionais autorizados a trabalhar em instalações elétricas devem ter essa condição con-
signada no sistema de registro de empregado da organização.

A autorização é um ato administrativo, de responsabilidade da empresa e deverá ser formalizado,


fazendo parte dos registros funcionais e do sistema de identificação funcional dos trabalhadores
(crachá), de forma que seja possível, a qualquer tempo, identificar-se as limitações da autorização.

Os profissionais e pessoas autorizadas a trabalhar em instalações elétricas devem apresentar estado


de saúde compatível com as atividades a serem desenvolvidas, conforme determina a NR 7.

Treinamento de Segurança
Os trabalhadores que realizam serviços em eletricidade, inclusive os que exercem ativida-
des a proximidade, antes de iniciarem suas funções, devem atender aos requisitos acima e
ser submetidos a treinamento inicial de segurança específico sobre os riscos decorrentes do
emprego da energia elétrica e as principais medidas de prevenção de acidentes e doenças
do trabalho em instalações elétricas.

O treinamento inicial de segurança é composto pelo curso básico e/ou complementar, com car-
ga horária mínima de 40 horas para cada curso. Os trabalhadores que executarem serviços em
eletricidade ou a proximidade, com exposição à tensão superior a 1000 V CA e 1500 V CC, devem
ser submetidos ao treinamento básico e ao complementar.

Os trabalhadores devem ser submetidos aos treinamentos previstos na NR 10, independente-


mente do cargo ou da escolaridade.

A organização deverá realizar treinamento periódico bienal de segurança em eletricidade e


treinamento eventual, independente de já ter realizado o treinamento periódico bienal, nas
seguintes situações:
a) Na troca de função;
b) Quando ocorrer mudança de organização, salvo aproveitamento de treinamentos
segundo a NR 1;
c) Após retorno de afastamento ao trabalho ou inatividade, por período superior a 180
(cento e oitenta) dias;
d) Quando houver modificações significativas nas instalações elétricas ou troca de mé-
todos, processos e organização do trabalho;
e) Quando houver mudança nos procedimentos, condições ou operações de trabalho,
que impliquem em alteração dos riscos ocupacionais;
f) Após ocorrência de acidente grave ou fatal, que indique a necessidade de novo treinamento.

Os trabalhadores com serviços não relacionados às instalações elétricas e que não compa-
tilham de suas estruturas, desenvolvidas em zona livre e na vizinhança da zona controlada,
devem ser instruídos formalmente com conhecimentos que permitam identificar e avaliar
seus possíveis riscos e adotar as precauções cabíveis.

1.4. PRONTUÁRIO DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


As instalações elétricas devem ser executadas a partir de projeto elétrico específico que assegure
condições de segurança e saúde dos trabalhadores e usuários, e contenha no mínimo:
• Plantas baixas da instalação,
• Esquemas e diagramas unifilares,
• Laudos de aterramentos e equipotencialização,
• Memorial descritivo e outros documentos, quando aplicáveis.
O projeto elétrico deve atender às normas técnicas oficiais estabelecidas pelos órgãos competen-
tes e, somente no caso de ausência ou omissão destas, às normas internacionais cabíveis, além de
26 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

ser elaborado por profissional legalmente habilitado. Após a execução, toda a documentação de-
verá ser revisada e mantida atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado.

A NR 10 enumera um conjunto de documentos que as organizações devem manter organizados


e atualizados, que foi dado o nome de Prontuário de Instalações Elétricas, cujo objetivo é garantir
as medidas de controle e prevenção de riscos de acidentes com eletricidade. Esse prontuário deve
conter tanto os documentos relativos à instalação elétrica quanto os relacionados aos trabalhos
realizados nas instalações. Os documentos técnicos previstos no prontuário devem ser elabora-
dos por profissional legalmente habilitado.

O prontuário de instalações elétricas deve ser organizado e mantido atualizado pelo empregador
ou pessoa formalmente designada pela empresa, devendo permanecer à disposição dos trabalha-
dores envolvidos nas instalações e serviços em eletricidade.

A NR 10 definiu um conteúdo mínimo para o prontuário, mas em cada empresa esse conteúdo
dependerá da complexidade das suas instalações elétricas.

A NR 10 estabelece nos itens abaixo relacionados, a documentação mínima do Prontuário de


Instalações Elétricas, o qual deverá conter para:

1. Todas as organizações (independente da potência instalada) estão obrigadas a manter


diagramas unifilares atualizados das instalações elétricas com as especificações do sistema de aterra-
mento e demais equipamentos e dispositivos de proteção. Isto é o mínimo exigido por norma.
2. Estabelecimentos com potência superior a 75 KW, devem constituir e manter o prontuá-
rio de instalações elétricas, contendo além do diagrama unifilar, no mínimo os seguintes documentos:
a) Conjunto de procedimentos e instruções técnicas e administrativas de segurança
e saúde, implantadas e relacionadas a NR 10 e descrição das medidas de controle existentes;
b) Documentação das inspeções e medições do sistema de proteção contra
descargas atmosféricas e aterramentos elétricos;
c) Especificação dos equipamentos de proteção coletiva e individual e o ferra-
mental, aplicáveis conforme determina a NR 10;
d) Documentação comprobatória da qualificação, habilitação, capacitação, auto-
rização dos trabalhadores e dos treinamentos realizados;
e) Resultados dos testes de isolação elétrica realizados em equipamentos, ferra-
mentas, dispositivos, equipamentos de proteção coletiva (EPC’s) e individual (EPI’s);
f) Certificações dos equipamentos e materiais elétricos em áreas classificadas;
3. Organizações que operam em instalações ou equipamentos do Sistema Elétrico
de Potência – SEP (e as que realizam trabalhos em proximidade do SEP) devem constituir e
manter o prontuário de instalações elétricas, contendo além do disposto no item anterior, no
mínimo os seguintes documentos:
a) Descrição dos procedimentos para emergência; e
b) Certificações dos equipamentos de proteção coletiva e individual.

Relatório técnico
A organização deve realizar uma auditoria na documentação e uma inspeção nas instalações elétricas
da empresa. A partir dessa auditoria e dessa inspeção, elabora-se um relatório determinando todas
as não-conformidades encontradas, em termos de medidas de controle e sistemas preventivos desti-
nados a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores, e também um cronograma de adequação
— correção das não-conformidades — do prontuário, no que tange à documentação, e das instalações,
no tocante às medidas de controle.

Esse relatório, incluindo o cronograma de adequação, tem dois objetivos principais:


• Orientar os profissionais de segurança e de manutenção elétrica das empresas no pro-
cesso de adequação da NR 10; e
• Facilitar a fiscalização das não-conformidades com as disposições da NR 10.

No programa para adequação à NR 10, a primeira atividade realizada nas instalações da empresa
27

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
deve ser a inspeção, que depois será repetida periodicamente visando à manutenção da adequação.
A periodicidade das inspeções não é fixada pela nova NR 10, uma vez que depende muito da comple-
xidade das instalações e dos serviços em eletricidade em cada companhia. Essa periodicidade deve
ser estabelecida, caso a caso, por um SESMT – Serviço Especializado em Segurança e Medicina do
Trabalho ou pela CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Ou ainda, na falta destes, pelo
responsável designado pela empresa para organizar e manter o prontuário, mediante orientação de
profissional legalmente habilitado.

Toda a documentação prevista na norma deve estar permanentemente à disposição das


autoridades competentes.

1.5. RESPONSABILIDADES
A NR 10 estabelece responsabilidades para contratantes, empresa e para os trabalhadores.

É de responsabilidade dos contratantes manter os trabalhadores informados sobre os riscos a que es-
tão expostos, instruindo-os quanto aos procedimentos e medidas de controle contra os riscos elétricos
a serem adotados.

Cabe à empresa, na ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo instalações e serviços em eletrici-


dade, propor e adotar medidas preventivas e corretivas

Cabe aos trabalhadores, zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afeta-
das por suas ações ou omissões no trabalho.

Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares,
inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde.

Comunicar, de imediato, ao responsável pela execução do serviço as situações que considerar de risco
para sua segurança e saúde e a de outras pessoas.

Os trabalhadores envolvidos com a execução dos serviços podem se dividir em quatro


situações: gerência, supervisor e encarregado, trabalhador e acompanhante. São reco-
mendadas as seguintes responsabilidades:

Gerencia
• Instruir e esclarecer seus trabalhadores sobre as normas de Segurança do Trabalho e
precauções relativas às peculiaridades dos serviços executados.
• Fazer cumprir as normas de segurança do trabalho a que estão obrigados todos os
empregados, sem exceção.
• Designar somente pessoal devidamente autorizado para a execução de cada tarefa.
• Manter-se a par das alterações introduzidas nas normas de Segurança do Trabalho,
transmitindo-as a seus trabalhadores.
• Estudar as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e fazer cumprir as medidas que
possam evitar sua repetição.
• Proibir a entrada de menores aprendizes em estações ou em áreas de risco.

Supervisores e encarregados
• Instruir adequadamente os trabalhadores com relação às normas de Segurança do Trabalho.
• Certificar-se da colocação dos equipamentos de sinalização adequados antes do início
de execução dos serviços.
• Orientar os integrantes de sua equipe quanto às características dos serviços a serem
executados e quanto às precauções a serem observadas em seu desenvolvimento.
• Comunicar à gerência imediata quaisquer irregularidades observadas em relação ao
cumprimento das normas de Segurança do Trabalho, inclusive quando ocorrerem fora de sua
área de serviço.
• Advertir os trabalhadores sob sua responsabilidade, pronta e adequadamente, quan-
28 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

do deixarem de cumprir as normas de Segurança de Trabalho.


• Zelar pela conservação das ferramentas e dos equipamentos de segurança, assim
como por sua correta utilização.
• Proibir que os integrantes de sua equipe utilizem ferramentas e equipamentos inade-
quados ou defeituosos.
• Usar e exigir o uso de roupa adequada ao serviço.
• Manter-se a par das inovações introduzidas nas normas de Segurança do Trabalho,
transmitindo-as aos integrantes de sua equipe.
• Providenciar prontamente os primeiros socorros para os trabalhadores acidentados e
comunicar o acidente à gerência imediata, logo após sua ocorrência.
• Estudar as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e fazer cumprir as medidas que
possam evitar sua repetição.
• Conservar o local de trabalho organizado e limpo.
• Cooperar com as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes – CIPA, sugerindo
medidas que garantam a segurança no trabalho.
• Atribuir serviços somente a trabalhadores que estejam física e emocionalmente capa-
citados a executá-los e distribuir as tarefas de acordo com a capacidade técnica de cada um.
• Quando houver interrupção de serviços em execução, garantir que antes de seu reinicio
sejam tomadas precauções para a verificação da segurança geral, do mesmo modo como foi rea-
lizada antes do início do trabalho.

Trabalhadores
• Observar normas e preceitos relativos à Segurança do Trabalho e ao uso correto dos
equipamentos de segurança.
• Utilizar os Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva.
• Alertar os companheiros de trabalho quando executarem os serviços de maneira in-
correta ou se praticarem atos que possam gerar acidentes.
• Comunicar imediatamente ao superior imediato e aos companheiros de equipe qual-
quer acidente, mesmo insignificante, ocorrido consigo próprio, com colegas ou terceiros, para
que sejam tomadas as providências cabíveis.
• Avisar a seu superior imediato quando, por motivo de saúde, não estiver em condi-
ções de executar o serviço para o qual tenha sido designado.
• Observar a proibição da realização de procedimentos que possam gerar riscos de segurança.
• Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas ou o uso de drogas antes do início, nos intervalos
ou durante a jornada de trabalho.
• Evitar brincadeiras em serviço.
• Não usar adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proxi-
midades, tais como anéis, brincos, pulseiras, colar, piercings, óculos com armação de metal etc.
• Não portar armas. Exceto os trabalhadores autorizados pela administração da empre-
sa em função das atividades que exercem.
• Não usar aparelhos sonoros.
• Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que possam ser afetadas por
suas ações ou omissões no trabalho.
• Responsabilizar-se junto com a empresa pelo cumprimento das disposições legais e
regulamentares, inclusive quanto aos procedimentos internos de segurança e saúde.

Acompanhantes
O trabalhador encarregado de conduzir os visitantes pelas instalações da empresa deverá:
• Dar-lhes conhecimento das normas de segurança;
• Fazer com que se mantenham próximos de quem os conduz;
• Alertá-los quanto à distância adequada que devem manter dos equipamentos, sem tocá-los;
• Fornecer-lhes EPI aplicáveis (capacetes, protetores auriculares e outros que se façam
necessários, conforme as circunstâncias).

1.6. ROTINAS DE TRABALHO – PROCEDIMENTOS


Os serviços em eletricidade devem ser planejados e realizados em conformidade com procedi-
29

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
mentos de trabalho específicos, padronizados, com descrição detalhada de cada tarefa, passo a
passo, assinados por profissional autorizado.

Os procedimentos de trabalho devem conter, no mínimo, objetivo, campo de aplicação, base


técnica, competências e responsabilidades, disposições gerais, medidas de controle e orienta-
ções finais.

Quando o serviço em eletricidade for realizado em equipe a organização deverá:


a) indicar trabalhador em condições para exercer a supervisão e condução dos trabalhos;
b) realizar análise prévia das ações a serem desenvolvidas no local, de forma a atender
os princípios técnicos básicos e as melhores técnicas de segurança aplicáveis ao serviço.

Os procedimentos de serviço compreendem três situações distintas:


a) com a instalação desenergizada;
b) com a instalação energizada;
c) nas proximidades de elementos energizados;

Serviços em instalações desenergizadas


Para realizar serviços em instalações desenergizadas é necessário assegurar que a instalação
elétrica do local de serviço esteja sem tensão e se mantenha sem energia durante a realização
do serviço. Isto vai exigir a identificação clara e a delimitação elétrica precisa do local de serviço
que sofrerá a intervenção. Para garantir a desenergização da instalação elétrica do local de ser-
viço, deve ser observado o procedimento de desenergização.

É fundamental que a permissão para iniciar o serviço desenergizado seja autorizada pelo res-
ponsável pela instalação elétrica para o responsável pelo serviço. Todos os trabalhadores que
participam do serviço devem ser autorizados pela empresa contratante e pela empresa presta-
dora do serviço.

Em intervenções em sistemas elétricos, convém elaborar um documento com detalhes quanto


à desenergização e instalação do aterramento temporário.

É importante que todos os envolvidos sejam informados quando os serviços forem finalizados,
e que não pode ser realizada mais atividade alguma no local, devendo os mesmos ficarem afas-
tados para o início do procedimento de reenergização.

Serviços em instalações energizadas


Em baixa tensão - os serviços em eletricidade, inclusive a proximidade, com exposição à tensão
igual ou superior a 50 Volts em corrente alternada (Vca) ou superior a 120 Volts em corren-
te contínua (Vcc) somente podem ser realizados por trabalhadores que atendam aos critérios
de qualificação, habilitação e capacitação. Os trabalhadores deverão possuir treinamento para
executar trabalhos em instalações elétricas de baixa tensão energizadas. Além disso, deverá
utilizar ferramentas e equipamentos de proteção para o nível de tensão do local do serviço.

Os serviços em eletricidade, inclusive a proximidade, com exposição à tensão igual ou superior


a 50 Volts em corrente alternada (Vca) ou superior a 120 Volts em corrente contínua (Vcc), de-
vem ser suspensos de imediato na iminência de ocorrência que possa colocar os trabalhadores
em perigo.

Em média tensão - os serviços em eletricidade, inclusive a proximidade, com exposição à tensão


superior a 1000 Vca e 1500 Vcc, devem ser executados por trabalhadores que que atendam aos
critérios de qualificação, habilitação e capacitação. Os trabalhadores deverão possuir treinamento
para executar trabalhos em instalações elétricas de média tensão energizadas e possuir, além do
curso básico de segurança em eletricidade, o curso em segurança complementar. Além disso, de-
verá utilizar ferramentas e equipamentos de proteção para o nível de tensão do local do serviço.
30 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Os serviços em instalações elétricas de média tensão energizadas somente podem ser realiza-
dos mediante a desativação, também conhecida como bloqueio, dos conjuntos e dispositivos de
religamento automático do circuito, sistema ou equipamento.

Os conjuntos e dispositivos de religamento automático do circuito, sistema ou equipamento


desativados devem ser sinalizados com identificação da condição de desativação, conforme
procedimento de trabalho específico padronizado.

Os equipamentos, ferramentas, dispositivos, equipamentos de proteção individual e coletivo que


possuam isolação elétrica destinados ao trabalho com tensão superior a 1000 Vca e 1500 Vcc devem
ser submetidos a inspeção e testes elétricos ou ensaios de laboratório periódicos, obedecendo-se as
especificações do fabricante, os procedimentos da organização e na ausência desses, anualmente.

Os serviços em instalações elétricas de média tensão energizadas devem dispor de equipa-


mento que permita a comunicação permanente com os demais membros da equipe e com o
centro de operação da organização durante a realização do serviço, independentemente das
condições locais e interferências ou ausência de sinais.

A empresa que possuir fonte própria de energia elétrica deve implementar medidas que impeçam a
energização de instalações elétricas de outras organizações, salvo previsto em legislação competente.

Existem três principais métodos de serviço em equipamentos e instalações energizadas, que


dependem da posição da pessoa em relação às partes energizadas e das medidas de proteção
utilizadas contra choques elétricos e arcos elétricos oriundos de curto circuitos.

Para cada método, convém que sejam avaliados os demais riscos adicionais envolvidos, além de
choque e arco elétrico, como trabalho em altura ou espaço confinado.

Métodos de trabalho
• Método de trabalho a distância
• Método de trabalho ao contato
• Método de trabalho ao potencial

Atividades preliminares à execução do trabalho


Para melhor conhecimento do sistema elétrico e maior domínio da tarefa é preciso realizar a
inspeção da área (considerando, inclusive, condições ambientais como a presença de animais,
ventilação e fatores que possam provocar riscos adicionais), a análise da documentação técnica
e a identificação dos procedimentos técnicos mais adequados para cada tipo de tarefa, garan-
tindo sua eficiência.

Para minimizar e manter sob controle o potencial de risco de acidentes em serviço, os trabalha-
dores devem seguir os procedimentos operacionais da empresa ou, quando a tarefa não estiver
prevista no Procedimentos de Trabalho, realizar uma análise de riscos específica para esta tarefa.

Os procedimentos operacionais da empresa são registrados em documento que define, passo


a passo, a realização da tarefa levando em conta as medidas de controle previamente definidas
na Análise Preliminar de Risco.

Outras atividades preliminares recomendadas são:


• Verificar os EPI e os EPC necessários para evitar acidentes;
• Inspecionar ferramental e instrumental necessários, minimizando riscos;
• Escolher trabalhadores autorizados para executar a tarefa (os trabalhadores devem
estar em boas condições de saúde e emocional, portando a avaliação de médico do Trabalho,
com Atestado de Saúde Ocupacional – ASO) de modo que os serviços sejam executados de for-
ma padronizada;
• Manter todos os trabalhadores informados sobre os riscos da tarefa, discutindo com
a equipe as peculiaridades e todos os aspectos de segurança relativos ao serviço;
• Seguir a sequência de atividades passo a passo, para liberar de forma segura os serviços,
31

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
reduzindo os riscos de acidentes.

Procedimentos preliminares para obter ordem de serviço (OS)


e permissão de trabalho (PT)
Os serviços em instalações elétricas energizadas de AT devem ser precedidos de ordens de
serviço (OS), enquanto as permissões de trabalho (PT) devem ser preenchidas para insta-
lações elétricas nas áreas classificadas. Ambas devem ser aprovadas por trabalhador auto-
rizado, contendo, no mínimo, o tipo, a data, o local e as referências aos procedimentos de
trabalho a serem adotados.

Para eliminar ou minimizar a possibilidade de acidente ou incidente, o responsável pela OS ou PT deve:


• Analisar os riscos do serviço em conjunto com o operador, verificar a análise de risco
da tarefa e certificar-se da abrangência da OS ou da PT; e
• Acompanhar ou executar as manobras de desenergização e liberação dos serviços,
em conformidade com o roteiro previamente elaborado, usando EPI e EPC apropriados.

Liberação de serviços
A liberação de serviços em instalações elétricas desenergizadas somente poderá ser realizada
se for obedecida a sequência de procedimentos que garantem a segurança.

A autorização para serviços em instalações elétricas deve ser emitida por profissional autorizado.
Estão aptos a realizar a tarefa somente os profissionais capacitados, habilitados e qualificados,
devidamente autorizados.

Sinalização da área de trabalho


Nas instalações e serviços em eletricidade deve ser adotada sinalização adequada de segurança, desti-
nada à advertência e à identificação para evitar que trabalhadores e terceiros sejam expostos a riscos.

Procedimento para a realização de desenergização


O procedimento de desenergização é a primeira tarefa que deve ser realizada após a obtenção
da Ordem de Serviço (OS).

Somente serão consideradas desenergizadas as instalações elétricas liberadas para trabalho,


mediante os procedimentos apropriados, obedecida a sequência abaixo:
a) Delimitação e sinalização da área de trabalho;
b) Seccionamento ou desligamento;
c) Constatação da ausência de tensão;
d) Impedimento da reenergização
e) Constatação da ausência de tensão para a instalação de aterramento temporário e
equipotencialização dos condutores dos circuitos;
f) Proteção dos elementos energizados existentes nas imediações; e
g) Instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Execução dos serviços


Execução do serviço consiste em realizar as tarefas previstas no Procedimento de Trabalho da
empresa, mediante ordem de serviço específica para data e local, assinada por superior respon-
sável pela área, cujos perigos e fatores de risco tenham sido previamente identificadas em Análise
Preliminar de Risco (APR).
32 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

O trabalhador deve estar atento a todas as etapas e particularidades do serviço, executando


as tarefas conforme os procedimentos técnico-operacionais, garantindo segurança, qualidade
e padronização. Também é obrigatório verificar as condições de segurança sempre que se au-
sentar do local do trabalho e quando reiniciar o serviço, para garantir sua própria integridade.

Tarefas não contempladas nos Procedimentos de Trabalho, necessitam de realização de Análise Pre-
liminar de Risco, seguido de atualização do procedimento de trabalho adicionando este novo serviço.

Reenergização
Para garantir a condição operacional de equipamentos e sistemas na conclusão dos serviços,
deve ser promovida inspeção observando:
• Condições de energização;
• Cabos bem conectados;
• Aterramentos temporários (curto-circuito) retirados;
• Sistemas de proteção ativos;
• Caixas de conexões vedadas;
• Buchas e isoladores limpos e sem avarias;
• Sistemas de refrigeração desobstruídos; e
• Ausência de materiais e ferramentas no interior dos equipamentos.

Importante saber
• Para evitar curto-circuito, devem ser retirados todos os aterramentos
temporários (na sequência inversa dos procedimentos de aterramento), a
sinalização, as fitas de isolamento da área e os equipamentos e materiais.

Após a conclusão dos serviços e no procedimento de reenergização do sistema, visando manter


a área limpa e em ordem, o responsável deve acompanhar ou executar as manobras de nor-
malização do sistema elétrico, conforme o roteiro previamente elaborado, e dar baixa na OS
(Ordem de Serviço) ou na PT (Permissão de Trabalho).

1.7 RISCOS EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS COM ELETRICIDADE


A NR 10 tem como objetivo a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos,
de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores expostos aos fatores de riscos
decorrentes do emprego da energia elétrica, observando as prescrições do Programa de Geren-
ciamento de Riscos – PGR da empresa.

O primeiro passo para elaborar o PGR é a identificação dos riscos existentes no ambiente de
trabalho, observando a função de cada trabalhador. O trabalho com eletricidade, e a proximi-
dade de instalações elétricas, se caracteriza pelos riscos elevados à segurança e a saúde dos
trabalhadores, podendo levar a lesões graves e ao óbito.

A eletricidade constitui-se em agente de elevado potencial de risco ao homem. Mesmo em baixas


tensões ela representa perigo à integridade física e saúde do trabalhador. Sua ação mais nociva,
sem dúvidas, é a ocorrência do choque elétrico e suas consequências diretas e indiretas.

Embora o maior risco à segurança e saúde dos trabalhadores sejam os de origem elétrica, é im-
portante identificar os demais riscos adicionais, que embora não estejam diretamente vinculados
à presença da eletricidade, estão presentes nas atividades laborais dos trabalhadores que execu-
tam atividades com instalações elétricas e a proximidade (dentro das zonas controladas das ins-
33

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
talações elétricas). A eletricidade também pode provocar danos aos patrimônios das empresas,
como no caso de incêndios ou explosões, provocados por curto circuitos ou mau funcionamento
do sistema elétrico, que também podem provocar lesões e óbitos aos trabalhadores.

Convém salientar que cada empresa possui suas particularidades e que poderão surgir riscos
adicionais não previstos nesta unidade de estudo, desta forma, sempre deverá ser observado
o PGR da empresa.

Choque Elétrico
Um choque elétrico é a passagem de corrente pelo corpo humano, gerando uma perturbação
no organismo.

A corrente elétrica é o fluxo de elétrons que só circula em um caminho fechado denominado cir-
cuito elétrico. Este circuito é estabelecido entre dois pontos com potenciais elétricos (ddp) dife-
rentes (um condutor energizado, por exemplo, cheio de elétrons, e um polo positivo com menos
elétrons, como a terra). Quando esta corrente elétrica (choque) percorre um corpo humano,
que é um bom condutor em vista da presença de líquidos, são ocasionados efeitos diversos.

Mesmo quando a corrente elétrica percorre o corpo humano em correntes de baixa intensidade,
da ordem de microampéres (μA), elas podem ser fatais se aplicadas diretamente ao coração. Da
mesma forma, correntes da ordem de miliampéres (mA) podem ser potencialmente fatais se apli-
cadas externamente, dependendo do trajeto.

O risco de ocorrência de choque elétrico está permanentemente presente em redes de alta e baixa
tensão, em máquinas, ferramentas, aparelhos eletrodomésticos e até em veículos automotores.

Nos locais onde existem redes aéreas energizadas há risco de choque elétrico por contato acidental,
curto-circuito, rompimento e queda de cabos.

Choque eletrostático
O choque eletrostático ocorre por descarga eletrostática. O atrito entre corpos ou entre um
corpo em movimento e o ar é uma das formas de produção de eletricidade que gera acúmulo
de cargas elétricas e provoca a descarga de um ponto de maior potencial para outro de menor
potencial elétrico. Isto é, as cargas elétricas ficam acumuladas como em capacitores, cargas
positivas de um lado e cargas negativas de outro. Quando a pessoa entra em contato físico com
os dois locais, ocorre a descarga que percorre o corpo humano.

Em determinados ambientes, como nos postos de combustíveis e na montagem de dispositivos


eletrônicos, descargas eletrostáticas podem causar explosões e danos materiais.

Um exemplo é o que ocorre com veículos automotores. Com o movimento do veículo, geralmente
em climas secos, ocorre o atrito com o ar e geram- se as cargas elétricas que se acumulam ao
longo da estrutura externa do automóvel – passa a existir a diferença de potencial entre o veículo
e o solo. Dependendo do acúmulo das cargas, há o risco de faiscamento ou choque elétrico no
instante em que uma pessoa desce e toca no veículo.

Trabalhadores na indústria eletrônica, por exemplo, utilizam equipamentos especial de proteção,


como pulseira ligadas a um ponto de aterramento, para descarga da energia eletrostática do
próprio corpo, assim evitando riscos de danificar os processadores que estão sendo manuseados.

Choque dinâmico
O choque dinâmico ocorre quando se faz contato com materiais em que existem a presença de
tensão elétrica e o corpo humano faz parte do circuito energizado.
34 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Este tipo de choque é potencialmente mais perigoso que o eletrostático porque a corrente de
choque persiste continuamente, uma vez que o gerador da usina alimenta as redes 24 horas
por dia, até que haja interferência.

A persistência da corrente passando pelo corpo acaba ocasionando graves consequências em


seus órgãos internos.

Tensão de toque
É a ocorrência de choque elétrico causada pelo contato de qualquer parte do corpo com uma
instalação energizada.

Tensão de toque é aquela existente quando se toca, intencionalmente ou por descuido, uma
parte do corpo humano em uma instalação elétrica energizada – oferecendo, assim, um cami-
nho (o corpo humano) para a passagem da corrente elétrica.

Um fato importante a ser considerado é o percurso da corrente no corpo humano em relação


à posição do coração. Os caminhos de entrada e saída da corrente definirão a quantidade que
passará pelo coração, tornando-se mais perigosos por conta da fibrilação ventricular.
Figura 3: Exemplo de tensão de toque

Tensão de passo
É a tensão elétrica que ocorre entre os dois pés afastados entre si ocupando pontos com po-
tenciais diferentes no solo na área percorrida pela energia elétrica (descarga). A figura a seguir
mostra um exemplo de tensão de passo.
Figura 4: Exemplo de tensão de passo
35

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
A tensão de passo é menos perigosa do que a tensão de toque, porque neste caso o fluxo princi-
pal da corrente vai de um pé ao outro e o coração, obviamente, está fora do trajeto. No entanto,
a tensão do passo também apresenta algum perigo, pois, sendo o sangue condutor, e como as
veias e artérias vão da planta do pé ao coração, uma parte da corrente acaba por atingi-lo ao
utilizar este caminho, retornando ao outro pé. Por este motivo, a tensão de passo pode provo-
car fibrilação ventricular.

Outro perigo do choque por tensão de passo é de ele se transformar em choque por tensão de
toque. Isto pode acontecer no caso da contração (tetanização) dos músculos das pernas que
ocasionam a queda da pessoa.

Lembre-se, no entanto, de que a tensão de passo não ocorre somente no solo. A pessoa que
caminha sobre superfícies energizadas também está sujeita à tensão de passo em plataformas,
andaimes, pape-hacks etc.

Contato direto
O choque por contato direto ocorre quando se toca diretamente nas partes sob tensão, também co-
nhecidas como partes vivas – fio de cobre ou alumínio, contatos, barramentos, conexões, bobinas,
coletores etc. – onde normalmente circula a corrente, porque esta é a função do equipamento, ou
seja, conduzir a energia elétrica.

Contato indireto
É o choque elétrico que ocorre quando se toca em partes normalmente não-energizadas, mas
que assim ficaram devido a uma falha de isolamento. O choque na carcaça de um motor conhe-
cido como massa, o registro do chuveiro, a porta de um quadro numa indústria ou a carcaça
(massa) de um eletrodoméstico são bons exemplos de como se manifesta o choque por con-
tato indireto.

Arco elétrico
O arco elétrico, também chamado de arco voltaico, é o fenômeno da passagem de corrente
elétrica pelo ar ou outro meio isolante, como o óleo. A passagem de corrente elétrica entre
dois materiais com pequeno distanciamento entre si é ocasionada pela grande diferença de
potencial existente entre eles, proporcionando a ruptura dielétrica do meio isolante (rompe-se
a capacidade de isolação) e a consequente formação do arco elétrico. Isso ocorre devido ao fe-
nômeno de ionização do meio isolante entre os contatos e a persistência de uma tensão elétrica
entre eles.
Figura 5: Exemplo de arco elétrico
36 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

A situação do meio isolante (na maioria das vezes o ar) contribui para a ocorrência de arco elé-
trico, além de fatores como poluição, umidade e o alto valor de corrente, que aparece entre os
contatos no instante de sua separação quando da execução de manobras sob carga de chaves
seccionadoras do tipo abertura sem carga (chaves a vazio ou secas).

O arco elétrico é uma ocorrência de curtíssima duração (geralmente menor que ½ segundo)
e muitos são tão rápidos que o olho humano não chega a percebê-los. Os arcos elétricos
são extremamente quentes, próximo ao laser (light amplification by stimulated emission of
radiation = amplificação de luz por emissão estimulada de radiação), podendo alcançar a tem-
peratura de 20.000ºC.

Pessoas que estiverem no raio de alguns metros de um arco elétrico poderão sofrer severas
queimaduras, pois ele é um evento de múltipla energia. Forte explosão e energia acústica
acompanham a intensa energia térmica gerada por um arco voltaico. Em determinadas situ-
ações, uma onda de pressão também pode se formar, sendo capaz de empurrar e derrubar
quem estiver próximo ao local da ocorrência.

Os acidentes com arco elétrico podem ser causados por fatores relacionados a:

Equipamentos: em equipamentos elétricos, quando há um fluxo de corrente não intencional


entre fase e terra, ou entre múltiplas fases, provocado por falhas de isolação.

Fatores ambientais: contaminação por sujeira, água ou presença de insetos ou outros animais
(gatos ou ratos) que provocam curtos-circuitos em barramentos de painéis ou subestações.

Ações de pessoas: negligência, imperícia ou imprudência de trabalhadores ao fazerem mo-


vimentos bruscos ou ao agirem sem cuidado no manejo de ferramentas e outros materiais
condutivos quando estão trabalhando em partes energizadas da instalação ou próximo a elas.

Abertura de cargas com equipamentos inadequados: seccionadora a vazio sem dispositivo


que garanta que o arco fique confinado.

1.8. RISCOS ADICIONAIS


Os cinco riscos mais presentes nas atividades com eletricidade: altura, ambientes confinados,
áreas classificadas, condições atmosféricas (umidade) e animais peçonhentos. Todavia, não se
pode deixar de citar ainda os seguintes:
• Animais não peçonhentos: Cachorros, ratos e outros presentes no interior de armá-
rios, painéis e bandejas de cabos e nos pátios das empresas e residências;
• Riscos biológicos: como bactérias e fungos;
• Poeira: além de contaminante, também pode ser explosiva;
• Ruídos: presentes nos ambientes industriais.

Altura
As quedas constituem uma das principais causas de acidentes no setor elétrico, ocorrem em
consequência de choques elétricos, de utilização inadequada de equipamentos de elevação
(escadas, cestas, plataformas), falta ou uso inadequado de EPI, falta de treinamento dos traba-
lhadores, falta de delimitação e de sinalização do canteiro do serviço e ataque de insetos.

Trabalho em altura é todo aquele em que o trabalhador se posiciona na base de apoio, isto é,
com os pés acima de 2 metros do solo, como ao subir em escadas, andaimes, plataformas etc.
ou ao descer a poços de bombas, galerias etc. A medida de 2 metros considera que neste es-
paço o trabalhador corre risco, em caso de queda, de girar no ar e atingir o solo com a cabeça.

Todo o trabalho em altura será planejado, organizado e executado por trabalhador capacitado
37

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
e autorizado. Considera-se trabalhador autorizado para trabalho em altura aquele capacitado
(que recebeu treinamento para este tipo de atividade), participou dos treinamentos de seguran-
ça obrigatório, cujo estado de saúde foi avaliado, tendo sido apto para executar essa atividade
e que possua anuência formal da empresa.

Todas as atividades em altura, com risco para os trabalhadores, devem ser precedidas de aná-
lise de risco e o trabalhador deve ser informado sobre estes riscos e sobre as medidas de pro-
teção implantadas pela empresa.

Para atividades rotineiras de trabalho em altura, a análise de risco poderá estar contemplada
no respectivo procedimento operacional. As atividades de trabalho em altura não rotineiras
devem ser previamente autorizadas mediante Permissão de Trabalho. Para estas atividades, as
medidas de controle devem ser evidenciadas na Análise de Risco e na Permissão de Trabalho.

A Permissão de Trabalho deve ser emitida, aprovada pelo responsável pela autorização da per-
missão, disponibilizada no local de execução da atividade e, no final, encerrada e arquivada de
forma a permitir sua rastreabilidade.

Deve ser realizada uma avaliação prévia das condições no local do serviço pelo trabalhador ou
equipe de trabalho, considerando as boas práticas de segurança e saúde. Esta avaliação prévia
deverá possibilitar a equalização do entendimento de todos, dirimindo as dúvidas e proporcio-
nando o emprego de práticas seguras de trabalho. Além disso, a avaliação prévia possibilitará
identificar e alertar acerca de possíveis riscos, não previstos na Análise de Riscos e nos procedi-
mentos, discutir a divisão de tarefas e responsabilidades e identificar a necessidade de revisão
dos procedimentos.

Para a realização das atividades em altura, os trabalhadores devem possuir os exames especí-
ficos da função, consignados no Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional – PCMSO,
comprovados no Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), estar em perfeitas condições físicas e
psicológicas e estar treinado e orientado sobre todos os riscos envolvidos.

Os Equipamentos de Proteção Individual – EPI, acessórios e sistemas de ancoragem devem ser


especificados e selecionados considerando-se sua eficiência, o conforto, a carga aplicada aos
mesmos e o respectivo fator de segurança, em caso de eventual queda.

O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista e dotado de dispositivo para conexão em
sistema de ancoragem. O sistema de ancoragem deve ser estabelecido pela análise de risco.

O trabalhador deve permanecer conectado ao sistema de ancoragem durante todo período de


exposição ao risco de queda. O talabarte e o dispositivo travam quedas devem estar fixados
acima do nível da cintura do trabalhador, ajustados de modo a restringir a altura de queda e
assegurar que, em caso de ocorrência, minimize as chances de o trabalhador colidir com a es-
trutura inferior.

Quando o fator de queda for maior que 1 ou quando o comprimento do talabarte for maior que
0,9 metros, é obrigatório o uso de absorvedor de energia.

A seleção dos pontos de ancoragem deve ser realizada por profissional legalmente habilitado,
que deve considerar a resistência do mesmo em relação à carga máxima aplicável. A inspeção
dos pontos de ancoragem, antes de sua utilização, pode ser feita de forma visual ou por meio
de ensaios não destrutivos para comprovar a integridade do mesmo.

Os trabalhos em altura devem possuir disponível, equipe apta para atuar em caso de emergên-
cia, que responda de acordo com o determinado no plano de emergência. Esta equipe deve
possuir os recursos necessários para as respostas a emergências.

Os trabalhos em altura poderão ser desenvolvidos com a utilização de escadas, plataformas


elevatórias ou andaimes.
38 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

As seguintes instruções gerais de segurança deverão ser seguidas:


• Analisar atentamente o local de trabalho, antes de iniciar o serviço;
• É obrigatório o uso de cinto de segurança e do capacete com jugular;
• Os equipamentos acima devem ser inspecionados pelo trabalhador antes do seu uso,
no que concerne a defeitos nas costuras, rebites, argolas, mosquetões, molas e travas, bem
como quanto à integridade da carneira e da jugular do capacete;
• Os EPI’s, acessórios e sistemas de ancoragem que apresentarem defeitos, degrada-
ção, deformações ou sofrerem impactos de queda devem ser inutilizados e descartados, exceto
quando sua restauração for prevista em normas técnicas nacionais ou, na sua ausência, normas
internacionais;
• Ferramentas, peças e equipamentos devem ser levados para o alto apenas em bolsas
especiais, evitando seu arremesso;
• O local de trabalho deverá ser sinalizado através de placas indicativas e ser feito um iso-
lamento para prevenir acidentes com transeuntes ou pessoas que estejam trabalhando embaixo;
• Materiais e ferramentas não podem ser deixados desordenadamente nos locais de
trabalho sobre andaimes, plataformas ou qualquer estrutura elevada, para evitar acidentes
com pessoas que estejam trabalhando ou transitando sob as mesmas;
• Nunca andar diretamente sobre materiais frágeis (telhas, ripas estuques);
• Não amontoar ou guardar coisa alguma sobre o telhado;
• Ao descer ou subir, faça com calma e devagar;
• Todo o trabalho em altura deverá ser previamente autorizado pelo setor de Segurança
e Saúde do Trabalho (SST), mediante preenchimento de Permissão de Trabalho;
• Não é permitido qualquer tipo de improviso;
• Os trabalhos deverão ser devidamente planejados antes da execução.

Espaços confinados
De forma geral, ambientes confinados são espaços que apresentam dificuldades/restrições ao
trabalhador ao exercer seu ofício. As dificuldades podem incluir movimentação restrita, de-
ficiência de oxigênio e/ou iluminação, para citar algumas. A presença de apenas uma dessas
características já é suficiente para que o local seja considerado um espaço confinado. Veja a
explicação técnica:

Espaço confinado é qualquer área ou ambiente não projetado para ocupação humana
contínua, que possui meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insu-
ficiente para remover contaminantes ou onde pode existir deficiência ou enriquecimento
de oxigênio.

A capacitação obrigatória para a realização de trabalhos em espaços confinados é abordada


pela norma NR 33 (Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados)

Medidas preventivas para evitar acidentes em ambientes confinados São medidas preventivas
a serem seguidas:
• Treinar e orientar os trabalhadores quanto aos riscos a que estão submetidos, as formas
de preveni-los e o procedimento a ser adotado em situação de risco.
• Garantir que dois trabalhadores em cada grupo de 20 tenham sido treinados para resgate.
• Realizar a Análise Preliminar de Riscos (APR) antes de executar cada tarefa e seguir os
procedimentos padronizados.
• Realizar inspeção prévia e elaborar a ordem de serviço com os procedimentos a
serem adotados.
• Sinalizar com informação clara e permanente a realização de trabalhos no interior dos
espaços confinados.
• Realizar a avaliação prévia nos serviços em que são utilizados produtos químicos.
• Garantir monitoramento permanente de substância que cause asfixia, explosão e in-
toxicação, realizado por trabalhador qualificado sob supervisão de responsável técnico.
• Proibir o uso de oxigênio para ventilação, utilizando ventilação local exaustora eficaz
que elimine os contaminantes, e ventilação geral garantindo a renovação contínua do ar.
• Acondicionar adequadamente substâncias tóxicas ou inflamáveis utilizadas na aplica-
39

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
ção de laminados, pisos, papéis de parede ou similares.
• Manter ar mandado e equipamento autônomo para resgate ao alcance dos trabalhadores.
• Providenciar desgaseificação prévia antes da execução do trabalho no caso de manu-
tenção de tanque.
• Utilizar cordas ou cabos de segurança e armaduras para amarração, que possibilitem
meios seguros para resgates.

Áreas classificadas
Áreas classificadas são locais com risco de explosão, que ocorrem em ambientes com presença de
gases, poeiras, fibras e outras substâncias igualmente de alto risco quanto a incêndios e explosões.

Algumas atividades industriais são reconhecidamente perigosas quanto aos riscos de incêndios
e explosões, como os exemplos a seguir:
• Indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas,
• Indústrias fabricantes de rações animais,
• Indústrias alimentícias,
• Indústrias metalúrgicas,
• Indústrias farmacêuticas,
• Indústrias plásticas,
• Indústrias de beneficiamento de madeira e
• Indústrias do carvão.

Estes ambientes são classificados em função de seu potencial explosivo conforme normas in-
ternacionais e, de acordo com a classificação, é obrigatório que a instalação de equipamentos
atenda às exigências nelas prescritas.

As áreas classificadas segundo critérios descritos na IEC 79-10 normalmente cobrem uma zona
cuja fronteira é onde os gases inflamáveis estarão diluídos ou dispersos e poderão não eviden-
ciar o perigo de explosão ou combustão. Segundo as recomendações da IEC 79-10 as áreas são
classificadas nos seguintes critérios:

Zona 0: área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva, está presente continua-
mente ou por grandes períodos de tempo.

Zona 1: área na qual a mistura gás/ar, potencialmente explosiva, pode estar presente durante
o funcionamento normal do processo.

Zona 2: área na qual uma mistura de gás/ar, potencialmente explosiva, não está normalmente
presente. Caso esteja, será por curtos períodos de tempo.

Equipamentos instalados dentro de uma área classificada também devem ser classificados. Esta
classificação é baseada na temperatura superficial máxima que o equipamento pode alcançar,
em funcionamento normal ou em caso de falha.

A EN 50.014 especifica a temperatura superficial máxima em seis níveis, assumindo como refe-
rência de temperatura ambiente 40ºC:
Tabela 2: Níveis máximos de temperatura superficial

Níveis máximos de temperatura superficial

T1 T2 T3 T4 T5 T6

450ºC 300ºC 200ºC 135ºC 100ºC 85ºC

Exemplo: em ambientes cujos gases possuem temperatura de combustão superior a 200º C,


deve-se utilizar equipamento classificado como T3 (200º).
40 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Para a diminuição do risco de explosão podem ser adotados métodos diferentes. Um deles é
eliminar um dos elementos do quadrado do fogo: reação em cadeia, fonte de ignição, material
combustível ou comburente. Também se pode optar por:
• Contenção da explosão – Este é o único método que permite a explosão, garantindo que
ela ocorra confinada num ambiente bem definido, sem propagar-se para a atmosfera do entorno.
• Segregação – Método que permite separar ou isolar fisicamente as partes elétricas ou
as superfícies quentes da mistura explosiva.
• Prevenção – Através deste método limita-se a energia, seja térmica ou elétrica, a ní-
veis não-perigosos. A técnica de segurança intrínseca armazena energia em circuitos elétricos,
tornando-os totalmente incapazes de produzir faíscas elétricas tanto em condições normais de
operação quanto em situações de falha. É a técnica de proteção mais empregada e também a
mais efetiva por impedir a geração de arcos voltaicos que possam causar a explosão.

Há itens de segurança indicados para uso em cada área:


• Tarefas de manutenção elétrica: requerem permissão formal para o trabalho e são
realizadas sob controle de um supervisor. A rede deve estar desenergizada, com chave de acio-
namento bloqueada, etiquetada e aterrada. Implicam um constante monitoramento da concen-
tração dos gases.
• Material utilizado em instalações elétricas: peças, dispositivos, cabos, condutores,
equipamentos e sistemas devem ser certificados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Norma-
lização e Qualidade Industrial – INMETRO.
• Locais de instalação de transformadores e capacitores, painéis e respectivos
dispositivos de operação: devem ser construídos e ancorados de forma segura, ter boa venti-
lação e iluminação ou projetados e construídos com tecnologia adequada para operação em
ambientes confinados. Precisam de proteção e sinalização adequada, indicando zona de perigo
para alertar que o acesso é proibido a pessoas não-autorizadas. Devem possuir extintores por-
táteis de incêndio adequados à classe de risco, localizados na entrada ou em suas proximidades
(em subsolos à montante do fluxo de ventilação). Locais destinados a receber instalações elétri-
cas não devem ser utilizados para finalidades diversas do projeto original.
• Aterramento: instalações, carcaças, invólucros, blindagens ou peças condutoras que
possam armazenar energia estática, com possibilidade de gerar fagulhas ou centelhas, devem
ser aterrados. Malhas, pontos de aterramento e para-raios devem ser revisados periodicamen-
te, e os resultados, registrados.
• Locais sujeitos a emanações de gases explosivos e inflamáveis: as instalações elétricas
serão à prova de explosão.

Condições climáticas
Descargas atmosféricas
Deve-se considerar que todo trabalho em equipamentos energizados só deve ser iniciado com
boas condições meteorológicas; ou seja, não é permitido realizar este tipo de trabalho sob chuva,
neblina densa ou ventos. A presença de umidade, por exemplo, reduz a rigidez dielétrica do ar e
compromete também a capacidade de isolamento dos EPI e EPC.

Pode-se determinar a condição de umidade favorável com a utilização de termohigrômetro ou


tocar levemente com um pano úmido a superfície de um bastão de manobra e aguardar durante
aproximadamente 5 min. Caso desapareça a película de umidade, há condições seguras para a
execução dos serviços.

Os equipamentos que utilizam óleo isolante não devem ser abertos em condições de umidade eleva-
da, acima de 70%. O óleo, absorvendo a umidade do ar, compromete suas características isolantes.

Como medidas preventivas quanto ao risco de descargas atmosféricas, podemos citar:


• Evitar a execução de serviços em equipamentos e instalações elétricas internas e externas.
• Nunca procurar abrigo sob árvores ou construções isoladas sem sistema de
proteção adequada.
• Não entrar em rios, lagos, piscinas, guardando uma distância segura destes.
• Procurar abrigo em instalações seguras, jamais ficando ao relento.
41

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
• Caso não encontre abrigo, procurar não se movimentar, e se possível ficar agachado,
evitando assim o efeito das pontas.
• Evitar o uso de telefones, a não ser que seja sem fio.
• Evitar ficar próximo de tomadas e canos, janelas e pontas metálicas.
• Evitar tocar em qualquer equipamento elétrico ligado à rede elétrica.
• Evitar locais extremamente perigosos, como topo de morros, topos de prédios, proxi-
midade de cercas de arame, torres, linhas telefônicas, linhas aéreas.

Importante salientar que o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas (SPDA) servem
para proteção de prédios, antenas, instalações industriais, tanques, tubulações e pessoas con-
tra as descargas atmosféricas e seus efeitos. O SPDA é composto por dispositivos instalados
nos pontos mais altos das instalações e estruturas, que proporcionam um caminho para a terra,
oferecendo a menor resistência elétrica possível e, desta forma, criam um caminho para a cor-
rente originada pela descarga atmosférica fluir em direção à terra, sem danificar equipamentos
ou estruturas, além de proteger as pessoas dentro desta edificação.

O sistema de proteção se completa com a instalação de um Dispositivo de Proteção contra Surtos


(DPS) na rede de energia elétrica da edificação, com a finalidade de proteger contra sobretensões
decorrentes de descargas atmosféricas ocorridas próximo à redes de distribuição (até 1,0 km).

A NR 10 define que a abrangência das medidas de prevenção depende das características das ex-
posições e necessidades de controle das instalações elétricas. A NBR 5419 - Proteção de Estruturas
contra Descargas Atmosféricas estabelece os critérios a serem observados para verificar a necessi-
dade ou não da instalação de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas. Novamente a
NR 10, inclui entre a documentação que a organização deve manter atualizada, os laudos de inspe-
ções e medições da proteção contra descargas atmosféricas e aterramentos elétricos, salientando
que estes documentos devem ser elaborados por profissional legalmente habilitado.

O projeto de SPDA faz parte do Programa de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI), sendo
considerado uma proteção coletiva.

Umidade

A água pura não é uma substância condutora, contudo o agravamento que ela proporciona no
caso de contato com uma superfície energizada é que a água aumenta a área de contato entre
a pessoa que sofre o choque e a superfície energizada. É desta forma que a umidade se torna
um fator de agravamento das lesões provenientes da descarga de energia.

Devido a este fato, é importante que, na realização de serviços em eletricidade, seja dada aten-
ção à umidade presente nas ferramentas, equipamentos e demais utensílios empregados, bem
como não trabalhar com mãos e roupas úmidas.

Ressalta-se que o suor é composto de água e sais que podem aumentar a condutividade super-
ficial da pele e a área de contato.

Além do aspecto de segurança do trabalhador, a umidade também danifica ou ajuda a danificar


os equipamentos elétricos.

Animais peçonhentos
Nas atividades realizadas em instalações elétricas, o trabalhador está exposto ao risco de sofrer
ataques de insetos e animais, muitos deles peçonhentos ou venenosos.

Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno e que o injetam com fa-
cilidade por meio de dentes ocos, ferrões ou aguilhões. Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões,
lacraias, abelhas, vespas, marimbondos e arraias.

Já os animais venenosos são aqueles que produzem veneno, mas não possuem um aparelho
42 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento passivo por contato (lonomia ou ta-
turana), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe baiacu).

Os acidentes com animais venenosos e peçonhentos têm grande importância médica de-
vido a sua gravidade e frequência. Podem ser: picadas por escorpiões, aranhas, lacraias,
cobras, abelhas.

Ataques de insetos tais como abelhas, escorpiões e marimbondos podem ocorrer na execu-
ção de serviços em torres, postes, subestações, leitura de medidores, serviços de poda de
árvores e outros. Nestes casos, deverá ser realizada inspeção prévia de modo a se constatar
se no local de realização dos serviços programados existe caixa de marimbondos ou outros
tipos de insetos.

Já o ataque de animais ocorre, sobretudo, nas atividades de construção, supervisão e manuten-


ção em redes de transmissão e distribuição de energia em regiões silvícolas e florestais. Atenção
especial deve ser dada à possibilidade de picadas de animais peçonhentos nessas regiões.

Também é frequente no setor de distribuição de energia com os trabalhadores leituristas do-


miciliares, que são normalmente atacados por animais domésticos, situação que não é comum
dentro de instituições públicas.

1.9. ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA


Podem-se classificar como causas diretas de acidentes com eletricidade aquelas propiciadas
pelo contato no ponto energizado. Este contato pode ocorrer de forma direta ou indireta:
• Contato direto: quando o objeto está energizado, por ser este o princípio funcional,
pois sua função é a de conduzir corrente elétrica. São exemplos: a parte condutora dos cabos,
os barramentos de quadros e as conexões de fusíveis.
• Contato indireto: neste caso, o objeto ficou energizado acidentalmente, como a porta
da geladeira, o registro de chuveiro ou a porta do quadro de comando.

As causas indiretas de acidentes elétricos são oriundas, basicamente, de três fatores:


• Indução eletromagnética: um circuito desligado compartilhando uma estrutura física
com outros circuitos energizados, a exemplo de uma eletrocalha.
• Tensões eletrostáticas: atrito de peças em movimento, como polias e correias;
• Descargas atmosféricas: raios.

1.10. MEDIDAS DE CONTROLE DO RISCO ELÉTRICO


Medidas de prevenção do controle do risco, em Segurança do Trabalho, se entende por um con-
junto de atitudes proativas que visam, por meio de conscientização, treinamento adequado e
técnicas de análise de riscos, identificar os riscos nos ambientes de trabalho, avaliá-los e imple-
mentar medidas de controle. Essas medidas são titulações de itens que representam o coletivo
de ações estratégicas de prevenção destinada a eliminar ou reduzir, mantendo sob controle as
incertezas e eventos indesejáveis com a capacidade potencial para causar lesões ou danos à
saúde dos trabalhadores e, dessa forma, transpor as dificuldades possíveis na obtenção de um
resultado esperado, dentro de condições satisfatórias.

A NR 10 estabelece que as organizações deverão adotar medidas de prevenção contra choque


elétrico, arco elétrico e outros fatores de riscos de origem elétrica, além dos fatores de riscos
adicionais, sempre em conformidade com o Programa de Gerenciamento de Riscos. Importante
notar que não apenas os riscos referentes à área elétrica são considerados, mas também os
chamados riscos adicionais, como risco de queda (trabalho em altura), exposição a produtos
químicos, acidentes com ferramentas, e outros.
Uma instalação e/ou um serviço em eletricidade sempre deve ser precedido por um criterio-
43

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
so planejamento, que contemplará todas as etapas que serão desenvolvidas, dimensionan-
do os recursos materiais e humanos para sua execução.

O projeto elétrico é o documento essencial para o desenvolvimento das atividades e neces-


sariamente deve estar à disposição dos trabalhadores que operam e realizam manutenção.
E as informações contidas no projeto são fundamentais para a garantia de segurança dos
trabalhadores e também do patrimônio.

Projeto Elétrico
A NR 10 especifica que as instalações elétricas devem ser executadas a partir de projeto elétrico que
assegure condições de segurança e saúde dos trabalhadores e usuários, e que deve conter no mínimo:
a) Plantas baixas, cortes e detalhes;
b) Esquemas ou diagramas unifilares;
c) Laudos de aterramentos e equipotencialização, além de outros documentos, quando
aplicáveis; e
d) Memorial descritivo da instalação.

É imprescindível que o profissional que estiver elaborando o projeto seja conhecedor dos cri-
térios de segurança inerentes ao projeto elétrico. O projeto elétrico deve atender às normas
técnicas oficiais (NBRs) estabelecidas pelos órgãos competentes (ABNT) e, somente no caso de
ausência ou omissão destas, às normas internacionais cabíveis, e ser elaborado por profissional
legalmente habilitado.

A norma técnica NBR 16384/2020 – Segurança em Eletricidade – Recomendações e orientações


para trabalho seguro em serviços com eletricidade, de 18 de março de 2020, recomendam que
os desenhos sejam mantidos atualizados e acessíveis, bem como as especificações de equipa-
mentos, o memorial descritivo de projeto e os registros das instalações elétricas.

A NBR 16384 estabelece ainda que, além dos documentos de projetos com informações técnicas
de engenharia da instalação elétrica e concepção do sistema elétrico, é recomendado que sejam
elaborados documentos específicos com informações necessárias para o planejamento e execução
segura e confiável dos serviços, como isolamento, operação e manutenção do sistema elétrico.

A elaboração do diagrama unifilar ou multifilar, conforme aplicável, é importante para a operação


com o propósito de segurança e deve conter as seguintes informações:
a) Tensão de alimentação;
b) Informações das fontes de alimentação, incluindo geradores de emergência e energia
armazenada, pontos de seccionamento, e que possa ser fácil e rapidamente identificado, o fluxo
de energia para o local de serviço;
c) Todas as situações operacionais possíveis e indicações de seccionamentos efetivos
da(s) alimentação(ões), ou intertravamentos elétricos ou mecânicos, incluindo fontes auxilia-
res, como geradores de emergência, fontes alternativas de energia e energia armazenada;
d) Nível de energia incidente do arco elétrico para cada situação operacional do sistema;
e) Tensão, capacidade de ruptura e corrente nominal dos dispositivos de proteção;
f) Filosofia do sistema de aterramento adotado
g) Identificação dos dispositivos e unidades funcionais;
h) Identificação dos circuitos elétricos.

É conveniente que o diagrama unifilar ou multifilar seja elaborado para cada local, sistema elé-
trico ou equipamento, e esteja acessível a todos os envolvidos no local de serviço. Também é
recomendado que as identificações dos dispositivos e unidades funcionais sejam idênticas em
todos os documentos de projeto.

A NBR 16384 recomenda que as instalações sejam documentadas pelos desenhos de instalação
indicados abaixo, quando aplicáveis:
a) Desenho da planta contendo a configuração do sistema de aterramento e equipoten-
cia lização para proteção dos trabalhadores, pessoas e instalações;
44 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

b) Plantas da classificação de áreas, incluindo planta baixa e cortes, quando aplicáveis;


c) Desenho da instalação subterrânea ou enterrada;
d) Desenho do sistema de combate a incêndio;
e) Desenho das instalações elétricas aéreas;
f) Arranjo dos equipamentos e desenho da distribuição do sistema elétrico como: salas
e encaminhamento de cabos elétricos, incluindo rotas de fuga e iluminação de emergência;
g) Desenhos do Sistema de Proteção contra Descarga Atmosférica (SPDA).

No aspecto técnico devem ser observados alguns pontos na hora de definir e especificar alguns
dispositivos ou equipamentos. Desta forma o profissional que elaborar o projeto deve observar os
seguintes pontos:
a) Devem ser especificados dispositivos de desligamento de circuito com impedimento
da reenergização e para sinalização desta condição;
b) Sempre que for possível especificar dispositivo de seccionamento simultâneo com
impedimento de reenergização;
c) Previsão do distanciamento e espaços suficientes nas instalações para manter seguro
o trabalhador que for executar serviços de montagem e manutenção;
d) Implementar medidas preventivas as influências externas;
e) Definir e informar o esquema de aterramento escolhido no projeto;
f) Prever condições de aterramento provisório nas instalações;
g) Observar os critérios de ergonomia (NR 17) quanto ao posicionamento adequado do
trabalhador e iluminação adequada.

A NR 10 determina que toda a documentação que compõe o projeto elétrico deve ser revisada
e mantida atualizada de forma a corresponder fielmente ao que foi executado. Após a execução
da instalação elétrica deverá ser realizado o projeto como construído (as built).

A abrangência das medidas de prevenção depende das características das exposições e das
necessidades de controle das instalações elétricas.

Medidas de Eliminação do Fator de Risco


O principal fator de risco para quem executar as atividades com eletricidade é a própria
eletricidade. A NR 10 estabelece que, prioritariamente, deverá ser adotada a eliminação
do fator de risco decorrente do emprego da energia elétrica por meio da desenergização
das instalações elétricas. A desenergização é um conjunto de ações coordenadas entre si,
sequenciadas e controladas, destinadas a garantir a efetiva ausência de tensão no circui-
to, trecho ou ponto de trabalho, durante todo o tempo de intervenção e sob controle dos
trabalhadores envolvidos.

Delimitação e sinalização da área de trabalho - para realizar serviços em instalações de-


senergizadas é necessário assegurar que a instalação elétrica do local de serviço esteja sem
tensão e se mantenha sem energia durante a realização do serviço. Isto vai exigir a identifi-
cação clara e a delimitação elétrica precisa do local de serviço que sofrerá intervenção.

A área de trabalho, onde serão realizados os procedimentos de desenergização do circuito e


onde serão realizados os serviços, deverão ser devidamente delimitados (isolados) e sinaliza-
dos. Para isso, normalmente são utilizadas cones, placas, grades de proteção, faixas de sina-
lização, cavaletes, cordões de isolamento e outros dispositivos, cabendo ao encarregado do
serviço ou a um elemento designado, advertir e afastar aos que tentarem adentrar a área de
risco demarcada.

Seccionamento ou desligamento - é a ação de desligar completamente um equipamento ou


circuito realizando a separação adequada de contatos para garantir condições de segurança
específica. A parte da instalação ou equipamento em que vai ser realizado o serviço deve estar
desconectado de todas as fontes de alimentação, incluindo fontes de emergência e fontes alter-
nativas por meios ou dispositivos de seccionamento efetivo de todas as fases.
45

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
A interrupção de energia pode ser executada com manobra local (manual) ou remota se for o
caso (a distância).

Caso exista chave seccionadora tipo seca, o procedimento correto de seccionamento consiste
de duas etapas:
• desligar o disjuntor ou chave de abertura sob carga, e
• abrir a chave seccionadora.

Convém que a desconexão seja assegurada por uma distância no ar (isolação) ou um isolamen-
to de eficácia equivalente que assegure que o ponto de seccionamento não provoque falha elé-
trica. Desta forma o seccionamento terá mais eficácia quando se puder constatar visualmente a
separação dos contatos, como, por exemplo, a abertura de seccionadoras, a retirada de fusíveis
ou a extração de disjuntores.

Constatação da ausência de tensão - é conferir se realmente todas as fases do circuito


se encontram desligadas, na condição de zero volt, usualmente por sinalização lumino-
sa ou voltímetro instalado no próprio painel. Na inexistência ou inoperabilidade de tal
equipamento, deve-se constatar a ausência da tensão com equipamentos apropriados
(voltímetro portátil, detectores de tensão de proximidade ou contato), adequados à classe
de tensão no ponto de execução da tarefa, garantindo a segurança do usuário. Utiliza-se
o detector de tensão de proximidade com sinal sonoro especialmente em alta tensão, e o
voltímetro ou multiteste na baixa tensão.

Antes de proceder ao teste de ausência de tensão, usa-se o equipamento em circuitos sabida-


mente energizados (ligados) para comprovar que o aparelho se encontra em perfeito estado
de funcionamento.

Impedimento da reenergização - é o processo pelo qual se impede o religamento acidental


do circuito seccionado utilizando bloqueio mecânico (lockout). O trabalhador que realiza uma
tarefa no circuito ou na instalação deve bloquear o circuito com cadeado ou algum recurso com
eficiência similar, para evitar o religamento intencional ou acidental.

Por exemplo em seccionadora aberta deverá ser utilizado um sistema de bloqueio, como
ilustra a figura. Este bloqueio requer o uso de cadeados a fim de impedir a manobra de reli-
gamento, pelo travamento da haste de manobra.
Figura 6: Exemplo de impedimento da reenergização

Em disjuntores, a manopla deverá ser bloqueada através de um sistema de travamento, como


cadeado ou lacre. E em algumas instalações, quando tecnologicamente o equipamento permi-
tir, o bloqueio poderá ser executado pela remoção do disjuntor no painel. Este procedimento é
denominado de extração do disjuntor.
46 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Constatação da ausência de tensão para a instalação de aterramento temporário de equi-


potencialização dos condutores dos circuitos - denomina-se temporário o aterramento para
situações determinadas e transitórias durante a execução de uma tarefa. Ele garante ligação
elétrica efetiva, confiável, adequada e intencional à terra.

O aterramento temporário consiste em interligar condutores, fases e neutro curto circuitando-os


à malha existente ou à haste provisória de aterramento através de condutores e dispositivos
apropriados, para proteger contra manobras indevidas, sobretensões e induções, garantindo
maior segurança aos executores da tarefa.

Deve-se lembrar que aterramento temporário significa a equipotencialização dos condutores e


que somente pode ser realizado em circuitos desenergizados (condutores ou equipamento sem
alimentação elétrica), como medida efetiva de segurança.

O condutor de neutro jamais deve ser utilizado em substituição ao ponto de terra na insta-
lação de aterramento temporário, porque o neutro é funcional, e não de segurança. Em outras
palavras, se você usar o neutro como aterramento, na ocorrência de um problema, ao invés
de ir direto para o terra, ele ficará flutuante no circuito (sem descarregar com eficácia no solo).
Sequência do procedimento para a instalação do aterramento temporário:
• Afastar pessoas não envolvidas na execução do aterramento.
• Confirmar a desenergização do circuito a ser aterrado.
• Realizar a inspeção prévia dos dispositivos que serão utilizados.
• Ligar com firmeza o grampo de terra do conjunto de aterramento temporário à malha
existente ou à haste provisória de aterramento.
• Ligar a outra extremidade do conjunto de aterramento aos condutores a serem aterrados.
• Procedimento para a remoção do aterramento temporário:
• Desconectar a extremidade ligada aos condutores aterrados.
• Desconectar o grampo ligado à malha de terra.
• Recolher o conjunto de aterramento.

O aterramento temporário por curto-circuito trifásico dos condutores é um dos procedimentos


exigidos por norma para a desenergização e deve ser mantido continuamente durante a manu-
tenção na instalação elétrica.

Caso seja necessária a retirada do aterramento temporário por um breve período de tempo
para a execução de testes de isolação (megar o cabo, por exemplo), ele deve ser reconectado
imediatamente após o término do teste. Também deve ser dada a devida atenção aos demais
trabalhadores envolvidos na manutenção, que deverão ser afastados do local durante o teste.
O curto-circuito trifásico feito em situações normais de trabalho utiliza o dispositivo de varetas.
A barra de aterramento de baixa tensão é utilizada em situações de emergência, onde se faz o
curto-circuito para evitar que o eletricista sofra o efeito de um choque acidental.

Proteção dos elementos energizados existentes nas imadiações - a proteção dos elementos
energizados compreendem a proteção física contra contatos acidentais com outros circuitos ou
elementos que continuarão energizados na zona controlada e de risco, através da colocação de
barreiras e obstáculos.

Se houver partes de uma instalação elétrica próximas ao local de serviço que não podem ser
desenergizadas, é necessário adotar medidas adicionais de proteção contra contatos antes de
iniciar o serviço.

Em algumas situações pode ser tecnicamente inviável instalar o aterramento provisório nos
circuitos de baixa tensão. Nestes casos é necessário utilizar EPI completo para proteção contra
choque elétrico e os efeitos térmicos de eventual arco elétrico ou barreiras isolantes.

Instalação da sinalização de impedimento de reenergização - compreende a sinalização


(tagout) do circuito, equipamento ou dispositivo desenergizado.

A sinalização de impedimento de energização deve ser fixada no dispositivo de comando e em


47

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
todos os pontos possíveis de alimentação do equipamento principal, alertando que ele está im-
pedido de ser manobrado. Este tipo de sinalização é utilizado para diferenciar os equipamentos
energizados dos não-energizados.

A sinalização de impedimento de energização deve ser feita com etiquetas ou placas conten-
do avisos de proibição de religamento, como:
“Homens trabalhando no equipamento.”
“Não ligue esta chave.”
“Perigo de vida”
“Perigo. Não mexa!”
Figura 7: Exemplo de sinalização de impedimento de energização

1.11. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA


As medidas de proteção coletiva são providências estratégicas abrangentes ao coletivo dos
trabalhadores expostos à mesma condição, de forma a eliminar ou reduzir, com controle, as
incertezas e eventos indesejáveis, destinadas a preservar a integridade física e a saúde dos tra-
balhadores, usuários e terceiros.

As medidas de proteção contra choques estão fundamentadas na garantia de que partes vivas
perigosas não sejam acessíveis e que massas ou partes condutivas acessíveis não ofereçam
perigo, tanto em condições normais como em situações de risco decorrentes de alguma falha
que as torne acidentalmente vivas. Esta garantia é assegurada pelo provimento conjunto de
proteção básica e de proteção supletiva, mediante combinação de meios independentes ou
mediante aplicação de medida capaz de prover ambas as proteções simultaneamente.

As medidas de proteção básica são utilizadas para proteção contra contatos diretos das partes
vivas perigosas em condições normais, enquanto que as medidas de proteção supletiva são
utilizadas para proteção contra contatos indiretos de massas ou partes condutivas acessíveis,
acidentalmente vivas.

Isolamente elétrico
Define-se isolamento elétrico como uma ação destinada a impedir todo e qualquer contato com
as partes vivas (energizadas) das instalações elétricas.

As partes vivas devem possuir uma cobertura isolante completa e que só possa ser removida
através de sua destruição, que pode ocorrer por ação mecânica do trabalhador ou usuário ou
por sobretensões transitórias que causam a ruptura do isolamento, aquecimento etc.

Como afirmado anteriormente, a proteção contra choques elétricos compreendem, em caráter


geral, dois tipos de proteção: básica e supletiva.
48 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Até 2004, esses dois conceitos correspondiam aos conceitos de proteção contra choques
diretos e indiretos. A NBR 5410 estabelece, como regra geral para proteção contra choques
elétricos, a aplicação de uma única medida capaz de prover os dois tipos de proteção de
forma simultânea.

Proteção básica - meio destinado a impedir o contato com partes vivas perigosas em condições
normais. A proteção básica pode ser parcial ou completa. Exemplo de proteção completa é a
isolação básica, uso de barreiras ou invólucros e a limitação de tensão; e exemplo de proteção
parcial é o uso de obstáculos ou a colocação fora de alcance.

Proteção supletiva - meio destinado a proteger contra choques elétricos quando massas
ou partes condutoras acessíveis se tornam acidentalmente vivas. A proteção supletiva
pode ser exemplificada por: equipotencialização, isolação suplementar, separação elétrica
e seccionamento automático da alimentação, que é feito pelo uso de disjuntor, fusíveis ou
dispositivo DR.

1.12. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL


Nos serviços em eletricidade devem ser adotados equipamentos de proteção individual ― EPI,
específicos e adequados às atividades desenvolvidas.

Segundo a Norma Regulamentadora NR 6 do Ministério do Trabalho e Emprego, Equipamento


de Proteção Individual ― EPI é todo dispositivo de uso individual de fabricação nacional ou es-
trangeira destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

O Equipamento de Proteção Individual é estritamente pessoal, sendo proibido o uso compar-


tilhado entre trabalhadores, mesmo que utilizados em momentos diferentes das atividades.

As vestimentas de trabalho devem ser adequadas às atividades, considerando-se, também, a


condutibilidade, a inflamabilidade e as influências eletromagnéticas. O uso de adornos pessoais
é vedado nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas proximidades, principalmente se
forem confeccionados com metal ou se facilitam a condução de energia.

A utilização de EPI deve considerar as Normas Legais e Administrativas em vigor e envolver,


no mínimo:
• Seleção do EPI adequado, tecnicamente, ao risco ao qual o trabalhador está exposto
e à atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao
risco e o conforto oferecido segundo a avaliação do trabalhador usuário;
• Programa de treinamento dos trabalhadores quanto a sua correta utilização e orien-
tação sobre as limitações de proteção que o EPI oferece;
• Estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o fornecimento, o uso,
a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando garantir as
condições de proteção originalmente estabelecidas;
• Caracterização das funções ou atividades dos trabalhadores, com a respectiva identi-
ficção dos EPI utilizados para os riscos ambientais.

Importante saber
• Lembre-se de que a Norma determina que as empresas forneçam gratui-
tamente a seus empregados estes equipamentos, adequados ao risco e
em perfeito estado de conservação e funcionamento.

.
49

NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
E SERVIÇOS ELÉTRICOS
Obrigações do empregador:
1. Adquirir o EPI adequado ao risco de cada atividade;
2. Exigir seu uso;
3. Fornecer ao trabalhador somente o EPI aprovado pelo órgão nacional competente
em matéria de segurança e saúde no trabalho;
4. Orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação do EPI;
5. Substituir imediatamente o EPI, quando danificado ou extraviado;
6. Responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e
7. Comunicar ao órgão competente qualquer irregularidade observada.

Obrigações do empregado:
1. Usar o EPI, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina;
2. Responsabilizar-se pela guarda e conservação do EPI;
3. Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso;
4. Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.

Observação: o artigo 158 da CLT diz que “constitui ato faltoso do empregado a recusa do EPI”.

Salientamos ainda, que além dessas obrigações legais, o trabalhador deve realizar uma inspeção
visual no EPI. Havendo dúvida sobre suas condições, as especificações técnicas ou o resposável pela
área de segurança da empresa deverá ser consultado.

Principais EPI para eletricistas


A seguir vamos relacionar os principais EPI usados pelos eletricistas em geral. Não esquecendo
que o tipo de EPI necessário para cada serviço deve obedecer ao prescrito na Análise de Risco.

Capacetes isolantes de segurança - equipamento destinado à proteção contra quedas de ob-


jetos e contatos acidentais com as partes energizadas da instalação. O capacete para uso em
serviços com eletricidade deve ser da classe B (submetido a testes de rigidez dielétrica a 30 kV)
e preferencialmente com aba total. Quando utilizado para trabalhos em altura, deverá possuir
jugular, e estar corretamente ajustada sob o queixo.

Óculos de segurança - equipamento destinado à proteção contra elementos como partículas


volantes e descargas elétricas, que possam prejudicar a visão.

Máscaras e respiradores - estes equipamento devem ser utilizados em áreas confinadas, classifi-
cadas ou sujeitas à emissão de gases e poeiras.

Luvas isolantes - luvas confeccionadas em borracha especial, destinadas à proteção contra qual-
quer possibilidade de choques na execução de serviços no setor elétrico. De acordo com a norma
NBR 10622 – Norma Brasileira para Ensaios Elétricos em Luvas Isolantes de Borracha ABNT, de fe-
vereiro de 1989, elas devem ser testadas diariamente com inflador de luvas para a verificação visual
da existência de furos, além de passar por testes de laboratório (a cada 6 meses ou quando exista
suspeita de dano) que garantam sua adequação ao uso, garantindo a proteção à vida do trabalha-
dor. As luvas isolantes são apresentadas em seis classes distintas, de acordo com o nível de tensão
de trabalho e de teste, identificadas por cores e pelas informações gravadas no punho.

Luvas de cobertura - as luvas de cobertura são confeccionadas em couro vaqueta ou raspa e


devem ser utilizadas por cima das luvas isolantes, oferecendo-lhes proteção mecânica e evitan-
do cortes e desgaste do material. Estas luvas não possuem características isolantes; portanto,
não devem ser usadas sem as luvas de borracha em trabalhos elétricos.

Calçados (botinas, sem biqueira de aço) - equipamento utilizado para minimizar as


consequências de contatos com partes energizadas, as botinas são selecionadas conforme
o nível de tensão de isolação e aplicabilidade (trabalhos em linhas energizadas ou desener-
gizadas). Devem ser acondicionadas em local apropriado, para que não percam suas carac-
terísticas de isolação.
50 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

Protetores auriculares - esses protetores destinam-se a minimizar as consequências de ruí-


dos prejudiciais à audição. Para trabalhos com eletricidade, devem ser utilizados os protetores
apropriados, sem elementos metálicos.

Cinturão de segurança - equipamento destinado à proteção contra quedas de pessoas. Sua


utilização é obrigatória em trabalhos acima de 2 m de altura. Os cinturões podem ser basica-
mente de dois tipos: os abdominais e os de três pontos (do tipo paraquedista). Para serviços de
eletricidade em redes de distribuição, o modelo mais indicado é o cinturão com talabarte de
nylon e sinalização interna de limite. Quando for utilizado o tipo paraquedista, podem ser ins-
talados travaquedas em cabos de aço ou cabo flexível, fixados a estruturas a serem escaladas.
REFERÊNCIAS
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NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES
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56 E SERVIÇOS ELÉTRICOS
NR 10 – SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES

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