ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA DE JABOTICABA
ZOOTECNIA
ISABELLY CUNHA, ISTEFHANNY FREITAS E MARIA EDUARDA
GADO LEITEIRO: RAÇAS E CARACTERÍSTICAS
QUIXABEIRA-BA
ABRIL-2024
ISABELLY CUNHA, ISTEFHANNY FREITAS E MARIA EDUARDA
GADO LEITEIRO: RAÇAS E CARACTERÍSTICAS
TRABALHO APRESENTADO PARA
AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE
ZOOTECNIA DO QUARTO ANO DO ENSINO
MÉDIO DA ESCOLA FAMÍLIA AGRÍCOLA
DE JABOTICABA, MINISTRADO PELO
PROFESSOR JILCELIO ALMEIDA.
QUIXABEIRA-BA
ABRIL-2024
GADO LEITEIRO
O gado leiteiro é criado para produzir leite, sendo essencial na indústria
de laticínios. Selecionados geneticamente para alta produção de leite,
requerem cuidados específicos para garantir sua saúde e a qualidade do
produto final. O leite bovino é essencial na agropecuária brasileira,
representando uma fonte crucial de renda. A eficiência na produção, que coloca
o Brasil entre os líderes mundiais, é resultado da relação entre produtividade e
custo, onde a nutrição animal desempenha papel fundamental. O gado leiteiro
tem hábitos específicos de alimentação e descanso, e a produção de leite
começa por volta dos 24 meses de idade. A ordenha pode ser manual ou
mecânica, exigindo cuidados para preservar a qualidade do produto. No Brasil,
os principais estados produtores são Minas Gerais, Goiás e São Paulo.
O leite bovino é um dos pilares fundamentais da agropecuária brasileira,
desempenhando um papel crucial na geração de renda e no abastecimento do
mercado interno e externo. A eficiência na produção leiteira, que coloca o Brasil
entre os principais produtores globais, está itrinsecamente ligada à busca
constante por uma relação ideal entre produtividade e custo. Nesse contexto, a
nutrição animal emerge como um fator preponderante, representando cerca de
70% dos custos totais da produção leiteira. Uma nutrição adequada garante
não apenas a saúde e o bem-estar do rebanho, mas também impacta
diretamente nos índices de produção.
Os hábitos e características do gado leiteiro são elementos fundamentais a
serem considerados. As principais características a serem levadas em conta
são:
Esses animais têm padrões específicos de alimentação e descanso,
geralmente se alimentando nas horas mais frescas do dia e durante a
noite, buscando abrigo nas horas de maior calor. A qualidade e a
composição do leite produzido estão diretamente relacionadas à dieta
dos animais, que precisa ser balanceada para atender às necessidades
de mantença, crescimento, reprodução e produção;
O ciclo reprodutivo das vacas é outro ponto de grande relevância. Com
um tempo de gestação médio de cerca de 9 meses, as vacas
normalmente dão à luz um único bezerro, embora casos de gestações
múltiplas também ocorram. A fase inicial de vida dos bezerros é crucial
para seu desenvolvimento e saúde futura, sendo observadas suas
brincadeiras e interações como indicadores de bem-estar;
Quando as novilhas atingem aproximadamente 24 meses de idade,
começam a produzir leite. A qualidade e a quantidade de leite produzido
por essas vacas são influenciadas por diversos fatores, incluindo
genética, nutrição e manejo. A ordenha, um processo crítico na produção
leiteira, pode ser realizada manualmente ou por meio de ordenhadeiras
mecânicas, exigindo cuidados específicos para garantir a higiene e a
qualidade do leite;
A expectativa de vida de uma vaca leiteira varia entre 10 e 18 anos,
sendo que sua capacidade de produção diminui após a décima cria.
Embora a idade influencie na quantidade de leite produzido, não tem um
impacto significativo na qualidade do produto. Com um rebanho bovino
estimado em cerca de 160 milhões de cabeças, o Brasil se destaca
como um dos maiores produtores de leite do mundo, com os estados de
Minas Gerais, Goiás e São Paulo liderando a produção nacional.
RAÇAS
HOLANDÊS:
A origem da raça Holandesa é pouco conhecida, há apenas algumas
afirmações de que sua domesticação se deu nas terras planas e pantanosas
da Holanda setentrional e da Frisa (Países Baixos) e também na Frisa Oriental
(Alemanha). Já no Brasil, não foi especificada uma data de introdução no país,
apenas citações em que, segundo os dados históricos referentes a colonização
do país, pressupõem-se que o gado holandês foi trazido nos anos de 1530 a
1535, época na qual o Brasil foi dividido em capitanias hereditárias.
Os criadores holandeses e alemães criaram e acompanharam o
desenvolvimento da raça no intuito de obter animais com melhor conversão
alimentar em pastejo. Ao decorrer do tempo, o resultado adquirido foi uma vaca
leiteira de elevada produção. O gado holandês se caracteriza por sua
docilidade e facilidade em manejo. A alta produtividade de leite, com boa
concentração de sólidos, é sem dúvida alguma, a principal característica da
raça. Pode-se dizer, de modo geral, que é a maior produtora de leite, podendo
atingir mais de 50 litros/leite/dia, em 3 a 4 ordenhadas.
Foi observado que em termos de adaptabilidade a raça sofria com
variações climáticas mais acentuadas e temperaturas mais elevadas, o que
refletia diretamente em seu desenvolvimento, produtividade e fertilidade. Sua
rusticidade é mais acentuada, logo após adaptada a um determinado clima. A
fim de buscar animais mais adaptados as condições climáticas do Brasil,
propuseram animais oriundos com a raça Holandesa, com o objetivo de manter
a alta produtividade e raças mais adaptadas a região, como as zebuínas. Os
principais cruzamentos foram realizados com a raça Gir (formando o
Girolando), e com o Guzerá (formando o Guzolando ou Guzerando).
Visando atender as atuais necessidades do mercado, a busca de
melhoria de vários aspectos como componentes dos sólidos do leite,
precocidade dos animais e produtividade, surgiu a procura de novas
alternativas genéticas, tendo o cruzamento Jersey x Holandês garantindo bons
resultados.
GIR:
O gado gir é de origem indiana, com aptidão para produção de leite
embora também produza carne de qualidade. Introduzido, no Brasil, em 1911,
inicialmente para produção de carne, o rebanho gir passou por melhoramento
genético, o que aprimorou sua aptidão para produzir leite. Atualmente, o gir
leiteiro tem sido criado em várias regiões do país devido à fácil adaptabilidade
e rusticidade.
A criação de gir leiteiro apresenta ótimo custo-benefício, em especial no
sistema de criação extensivo a pasto. Além de todas essas vantagens, a raça
gir leiteiro é resistente a parasitas, como carrapatos, e apresenta longevidade
produtiva e reprodutiva. Nesse sentido, investir no rebanho gir leiteiro é uma
forma lucrativa de negócio.
A cabeça do gir leiteiro é de tamanho médio, com perfil ultra convexo e
fronte proeminente. Os chifres são de tamanho médio, curvados para dentro e
com base grossa. Os olhos são pretos e elípticos, posicionados nas laterais,
enquanto as orelhas são pendentes, finas e longas. O focinho é largo e preto,
com narinas dilatadas. O pescoço é musculoso, de tamanho médio nos
machos e fino nas fêmeas, com barbela que se estende até o umbigo nos
machos e é menor nas fêmeas. A giba é volumosa nos machos, semelhante a
uma castanha de caju, e menor nas fêmeas. O lombo e dorso são largos, as
costelas são separadas e arqueadas, e os flancos são volumosos. As ancas
são largas e niveladas com o dorso, e a garupa é levemente caída e
musculosa, com cauda de tamanho médio e vassoura preta.
Os membros anteriores são afastados, curtos e bem aprumados, com
cascos escuros de boa conformação e tamanho médio. Os membros
posteriores são musculosos, afastados e curtos, com cascos médios, escuros e
bem conformados. O úbere das vacas gir leiteiro é bem desenvolvido. A
pelagem é variada, com tons de vermelho, incluindo vermelho chitado, moura
escura, moura clara e amarela chitada, podendo apresentar cabeça e orelhas
escuras ou parcialmente pretas.
GIROLANDO:
O cruzamento entre raças leiteiras é a tentativa de somar características
positivas de raças diferentes, com o objetivo de promover o melhoramento
genético. Um dos principais exemplos no Brasil é a raça Girolando, cruzamento
entre a raça Gir (de alta rusticidade) e a raça Holandesa (de alto potencial
genético para a produção), representando o maior número de fêmeas leiteiras
no país. A raça Girolando é, atualmente, uma das principais raças que
compõem o rebanho leiteiro no Brasil. São animais de dupla aptidão, que
podem ser direcionados à atividade leiteira e à pecuária de corte.
Com características equilibradas de animais taurinos (Holandesa) e de
animais zebuínos (Gir), a raça Girolando consegue ter a versatilidade de entrar
bem nos diversos sistemas de produção, sendo altamente adaptável. Além
disso, produzem bem, com composição mediana de sólidos no leite.
Heranças da raça Gir Leiteiro:
Adaptada às condições climáticas brasileiras, menor estresse com o calor;
Boa resistência aos parasitas;
Capacidade de buscar alimento, o que possibilita sua criação em sistema semi-
intensivo;
Boa fertilidade, boa conversão alimentar e maior longevidade.
Heranças da raça Holandesa:
Alta produção de leite;
Melhor persistência na lactação;
Maior docilidade e facilidade de manejo;
Alta disponibilidade de material genético para comercialização.
As características equilibradas da raça Girolando favorecem a condição
de produzir bem em território nacional de clima tropical, o que facilita a vida do
produtor. Mas vale lembrar que é preciso avaliar o que a propriedade consegue
disponibilizar para que o animal produza bem. A produtividade depende, não só
da genética, mas também do ambiente que será oferecido para o animal.
A Girolando recebe o nome de raça sintética por não ser uma raça pura,
por ser oriunda de cruzamento de outras duas raças. E é considerada raça
sintética quando possui ⅝ de sangue Holandês e ⅜ de sangue Gir.
SINDI:
O Sindi é uma raça de gado zebuíno originária do Paquistão. Eles são
conhecidos por sua resistência ao calor e adaptabilidade a climas quentes, o
que os torna populares em regiões tropicais. Além disso, apresentam uma
pelagem curta e lisa, geralmente vermelha, e chifres pequenos.
Em termos de produção, os bovinos Sindi são valorizados por sua carne
de alta qualidade, que é suculenta e saborosa. Eles também são criados para
produção de leite, embora em menor escala em comparação com raças
especializadas em laticínios. Sua capacidade de se adaptar a ambientes
desafiadores e sua resistência a doenças são características que os tornam
atraentes para criadores em climas tropicais.
JERSEY:
A raça Jersey é conhecida por sua produção de leite de alta qualidade.
Originária da Ilha de Jersey, no Reino Unido, os bovinos Jersey são de
tamanho médio, apresentam uma pelagem geralmente em tons de castanho
claro e são reconhecidos por seus olhos grandes e expressivos.
Quanto à produção, as vacas Jersey são famosas por produzir leite com
alto teor de gordura e proteína, o que é altamente valorizado na indústria de
laticínios. Apesar de produzirem menos volume de leite do que algumas raças
especializadas em laticínios, a qualidade superior do leite Jersey compensa
essa diferença, tornando-as uma escolha popular para fazendas leiteiras que
buscam qualidade sobre quantidade.
As características físicas distintas dos bovinos Jersey, juntamente com
sua habilidade de se adaptar a diferentes condições climáticas, contribuem
para sua popularidade em diversas regiões ao redor do mundo.
PARDO SUÍÇO:
A raça Pardo Suíço, originária da Suíça, é conhecida por sua resistência,
habilidade de adaptação a diferentes condições ambientais e sua versatilidade
na produção de leite e carne. Os bovinos Pardo Suíço possuem uma pelagem
variando do marrom claro ao escuro, com uma máscara facial característica em
tons mais escuros.
Em termos de produção, os Pardo Suíços são valorizados por sua
capacidade de produzir leite de alta qualidade, com teor médio a alto de
gordura e proteína. Além disso, eles são conhecidos por sua longevidade e
fertilidade, o que os torna uma escolha popular para fazendas leiteiras
preocupadas com a eficiência reprodutiva e a longevidade do rebanho.
Além da produção leiteira, os Pardo Suíços também são criados para a
produção de carne de qualidade. Sua adaptabilidade a diferentes ambientes e
seu temperamento dócil também contribuem para sua popularidade entre os
criadores.
GUZOLANDO:
A raça Guzolando é uma raça de gado originada do cruzamento entre o
gado Holandês e o Guzerá. Essa raça é reconhecida por sua adaptabilidade a
diferentes ambientes, sendo comum em regiões tropicais. Em termos de
características físicas, os Guzolandos tendem a apresentar pelagem mesclada,
com variações de cores, e podem herdar características de porte grande e
robusto de suas raças parentais.
Quanto à produção, os Guzolandos são valorizados por sua capacidade
de produzir leite em quantidades significativas, herdando a alta produtividade
leiteira do gado Holandês e a adaptabilidade do Guzerá a climas tropicais.
Além da produção leiteira, também são criados para a produção de carne,
aproveitando as características robustas herdadas do gado Guzerá.
Devido à sua herança genética diversificada, os Guzolandos são
conhecidos por serem versáteis em termos de produção, podendo atender
tanto a demanda por leite quanto por carne em diferentes sistemas de
produção.
CURRALEIRO
O Gado Curraleiro-Pé-Duro (Bos taurus taurus) tem origem na
colonização do Vale do Rio São Francisco pelos portugueses no século XVII,
ligada à criação de gado em grandes latifúndios. Esses animais, conhecidos
como "curraleiros", são rústicos e adaptados ao clima tropical, desempenhando
um papel crucial na ocupação do Nordeste brasileiro. Apesar do preconceito e
da desvalorização por parte dos grandes produtores em favor de raças
comerciais, o reconhecimento de seu valor está aumentando devido à
demanda por produtos diferenciados e sustentáveis.
A Embrapa tem trabalhado na recuperação dessa raça desde os anos
1970, visando sua conservação devido ao risco de extinção causado pela
introdução de outras raças e cruzamentos desordenados. Esses esforços
incluem a criação de um Núcleo de Conservação in situ de Bovinos Curraleiro-
Pé-Duro no estado do Piauí e iniciativas de pesquisa financiadas pelo CNPq.