2022 - Relatório e Contas
2022 - Relatório e Contas
2022
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Conteúdo
1. QUEM SOMOS............................................................................................ 4
1.1. Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da
Comissão Executiva ............................................................................................. 4
1.2. Nosso Banco .............................................................................................. 6
1.3. Estrutura Accionista ...................................................................................... 7
1.4. Visão, Missão e Valores ................................................................................. 7
2. PENSAR ANGOLA ....................................................................................... 9
2.1. Factor diferencial .......................................................................................... 9
2.2. Negócio................................................................................................... 10
2.3. Marketing................................................................................................. 14
2.4. Banca Electrónica e Canais Digitais .................................................................. 16
2.5. Capital humano.......................................................................................... 19
2.6. Sustentabilidade Social ................................................................................ 21
2.7. Crédito .................................................................................................... 22
2.8. Recuperação de Crédito ............................................................................... 22
3. DESEMPENHO FINANCEIRO ........................................................................ 25
3.1. Contexto Macroeconómico Mundial .................................................................. 25
3.2. Contexto Macroeconómico Nacional ................................................................. 28
3.3. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Individual ................................. 37
3.4. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Consolidado ............................. 38
3.5. Análise Financeira ...................................................................................... 39
4. CAPITAL, LIQUIDEZ E RISCO ....................................................................... 43
4.1. Rácio de Solvabilidade ................................................................................. 43
4.2. Propostas de aplicação de Resultados Individual .................................................. 44
4.3. Propostas de aplicação de Resultados Consolidado ............................................... 44
5. GOVERNAÇÃO CORPORATIVA ..................................................................... 46
5.1. Modelo de Governação Corporativa .................................................................. 46
5.2. Sistema de Controlo Interno ........................................................................... 48
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (INDIVIDUAL) ........................... 55
6.1. Demonstrações Financeiras ............................................................................ 55
6.2. Notas Às Contas ......................................................................................... 60
6.3. Pareceres ............................................................................................... 149
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (CONSOLIDADO) ..................... 156
6.1. Demostrações Financeiras Consolidadas .......................................................... 156
6.2. Notas Às Contas ....................................................................................... 161
7.3. Pareceres ............................................................................................... 253
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QUEM
SOMOS
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Presidente do Conselho de Administração Presidente da Comissão Executiva
Dr. Pedro Luis da Fonseca Dr. Renato de Assunção Borges
1. QUEM SOMOS
É com grande satisfação que apresentamos o relatório e contas do Banco, referente ao último
exercício, considerando as condições macroeconómicas do mercado nacional e internacional.
No entanto, também é importante destacar que o Banco de Comércio e Indústria passou por
mudanças internas significativas. Como é sabido, houve a privatização do Banco, o que trouxe
novos desafios, mas também novas oportunidades. Nós estamos comprometidos em aproveitar
essas oportunidades e continuar oferecendo serviços financeiros de qualidade para os nossos
clientes.
Reconhecemos que, por um determinado período, deixamos de investir em tecnologia, mas agora
estamos comprometidos em retomar nossos investimentos nesse domínio, para garantir que
possamos oferecer soluções inovadoras e eficientes que atendam às necessidades em constante
evolução dos nossos clientes. Em simultâneo, a segurança cibernética tornou-se uma preocupação
cada vez maior no nosso sector, estando o Banco a investir nessa área para proteger nossos
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clientes e nosso próprio património. Sabemos que a confiança é fundamental no nosso sector, e é
nossa prioridade garantir a segurança de todas as transacções realizadas com o Banco de
Comércio e Indústria.
Estes fenómenos estão sendo amplificados no cenário sistemático de riscos globais, incluindo níveis
de endividamento, uma nova era de baixo crescimento, baixo investimento, estes últimos
decorrentes do comportamento das taxas de juro, um declínio no desenvolvimento após décadas
de progresso, e a pressão crescente de impactos e ambições das mudanças climáticas em uma
janela cada vez menor para a transição energética. Em suma, estes fenómenos juntos estão
convergindo para formar uma década incerta e turbulenta que está por vir.
No que se refere aos resultados financeiros, o Banco de Comércio e Indústria registou um resultado
negativo, mas sustentável de Kz 328 milhões, representando uma significativa melhoria face ao ano
anterior de 96% em que registamos um resultado negativo de Kz 7,5 mil milhões, pelo que
continuamos a trabalhar arduamente para melhorar nossos resultados financeiros e garantir a
sustentabilidade financeira do Banco.
Obrigado.
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1.2. Nosso Banco
O Banco de Comércio e Indústria, S.A. (adiante designado por “Banco” ou “BCI”), foi constituído
pelo Decreto n.º 8 - A/91 de 11 de Março e por Escritura Pública de 1 de Agosto de 1991. O BCI
opera e tem sede social em Angola, na Rua Rainha Ginga, Largo do Atlético – Luanda, e possui o
contribuinte fiscal n.º 5410000536, estando registado no Banco Nacional de Angola (adiante
designado por “BNA”) sob o número 005. Sendo o seu capital social, neste momento, detido
integralmente pela sociedade comercial Carrinho Empreendimentos, S.A.
No mesmo ano 1991 a Sede do BCI que antes funcionou na avenida 4 de Fevereiro, após a
construção do novo edifício, foi transferida para Rua Rainha Ginga nº 79 onde funciona actualmente.
Objecto social
O Banco tem como objecto social o exercício da actividade bancária, como banco comercial, nos
termos legalmente estabelecidos, designadamente apoiar as trocas comerciais e monetárias entre
os agentes económicos residentes ou não residentes, promovendo os movimentos comerciais entre
o país e o estrangeiro, exercendo o comercio de cambio, captando a poupança interna e
dinamizando o investimento no país.
Capital Social
O capital social inicial era Kz 1 000 000 000,00, representado por 100 000 acções, sendo 91%
subscritas pelo estado angolano e 9% pelos accionistas seguintes accionistas: Sociedade de
Combustíveis de Angola -Sonangol, Empresa de Diamantes de Angola - Endiama, Porto Comercial
de Luanda, Empresa Linhas Aéreas de Angola-TAAG, ENSA - Seguros de Angola, Empresa de
Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL), Empresa Nacional de Cervejas (CERVAL),
Empresa Nacional de Telecomunicações - ENATEL, Bolama - Fábrica de Bolachas todos com 1%
de acções.
Processo de Privatização
A primeira tentativa de privatização do BCI ocorreu em finais dos anos 1990 e surgiu sob proposta
do Fundo Monetário Internacional na perspectiva da separação do Estado da actividade bancária
de índole comercial. O Governo desistiu da privatização porque, naquela época, "o sistema bancário
angolano ainda era muito incipiente, com poucos bancos a operarem, pelo que interessava a
consolidação do sistema bancário”.
O processo que culminou com a privatização do BCI, surge de acordo com despacho presidencial
N.º 66/20, de 05 de Maio, que autorizava a abertura do processo de alienação das acções
representativas do capital social do Banco de Comércio e Indústria (BCI) detidas pelo Estado, no
quadro do Programa de Privatizações (PROPRIV).
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O diploma estabelecia que o processo de privatização do BCI fosse feito no regime de Leilão em
Bolsa tal como aconteceu, dirigido a candidatos especialmente qualificados, e delega competências
à Ministra das Finanças para a verificação da validade e legalidade de todos os actos inerentes,
designadamente Abertura do Procedimento, Constituição da Comissão de Negociação, Aprovação
das Peças do Procedimento, Adjudicação das Propostas e Celebração dos Correspondentes
Contractos.
O BCI após a privatização o seu capital social passou a ser detido integralmente pela sociedade
comercial Carrinho Empreendimentos, S.A.
Visão
“Ser uma Instituição Financeira de referência, oferecendo produtos e serviços com um elevado
padrão de excelência, robustez e inovação, destacando-se pela sua posição na banca comercial.”
Missão
“O Banco de Comércio e Indústria move-se pelo foco na satisfação das necessidades financeiras
dos Clientes e pelo compromisso de proporcionar uma rentabilidade atractiva aos seus
stakeholders, destacando-se com uma oferta integrada, inovadora, de excelência e proximidade”
Valores
“O BCI encontra-se focado nas necessidades dos Clientes, procurando garantir a sua satisfação ao
manter uma relação de proximidade e cumplicidade com o Cliente e excedendo as expectativas
através de uma oferta integrada, inovadora e de excelência”
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PENSAR
ANGOLA
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2. PENSAR ANGOLA
A linha estratégica definida pelo Conselho de Administração estipula que o aumento de actividade
terá que ser feito de forma sustentada, assegurando bons níveis de liquidez, boa qualidade do
crédito, rácios de solvabilidade sustentáveis e rigoroso controlo de custos.
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2.2. Negócio
O BCI, sendo uma instituição histórica em Angola e multicultural, está presente no mercado com
uma rede de pontos de atendimento presencial e não presencial, e um leque variado de produtos e
serviços financeiros, que consistem em oferecer uma experiência digital diferenciadora de acordo
com as necessidades dos clientes.
O BCI sempre teve como foco principal fortalecer a sua actuação no segmento de clientes Mass
Market, mantendo um compromisso com o desenvolvimento sustentável desses clientes. Para
atender às necessidades desse segmento, o Banco está constantemente empenhado em aprimorar
seus procedimentos e processos internos, garantindo a qualidade do atendimento e
acompanhamento dos clientes.
Com esse objectivo em mente, o BCI busca oferecer um conjunto de produtos e serviços que atenda
às necessidades dos clientes Mass Market de forma ágil e eficiente. Além disso, o Banco entende
a importância de prestar atendimento personalizado e de qualidade, fornecendo soluções
financeiras que estejam alinhadas com as necessidades de cada cliente.
O compromisso do BCI com seus clientes é contínuo e se reflecte em sua busca constante por
inovação e na melhoria de seus processos, sempre com o objectivo de oferecer um serviço
excepcional e apoiar o desenvolvimento sustentável dos seus clientes.
A Organização da Direcção
A DRN é dividida em regiões, sendo que cada uma dessas regiões é coordenada por um Director
Comercial. Esse modelo de organização permite que cada região seja gerenciada de forma mais
eficiente e que as estratégias de negócios sejam adaptadas às particularidades de cada região.
A segregação da Direcção por regiões também ajuda a assegurar uma maior proximidade com os
clientes, permitindo que o Banco entenda melhor as suas necessidades e ofereça soluções
financeiras mais personalizadas. Além disso, a coordenação por Directores Comerciais garante uma
gestão mais focada e especializada em cada região, o que pode resultar em uma maior eficiência
e eficácia das operações.
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Em suma, a segregação da Direcção da Rede de Negócios por regiões, com a coordenação de um
Director Comercial para cada uma, é uma estratégia que permite ao Banco adaptar-se melhor às
particularidades de cada região e oferecer soluções financeiras mais personalizadas e eficientes
para seus clientes.
Região Centro
(Luanda)
Região Norte
Região Sul
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Ao longo do ano 2022, fruto da estratégia em execução, o Banco iniciou o processo de optimização,
dos pontos de atendimento que culminou na redução inicial de 49 pontos. Contudo, esta medida foi
tomada numa lógica de curto/médio prazo de modo a gerar eficiência e eficácia na utilização dos
recursos do Banco, proporcionando segurança financeira e operacional.
Personalização: cada cliente BCI é único, e nossa meta é transformar sua experiência
financeira;
Proximidade: nosso modelo requer mais interacção com os clientes, seja de forma
presencial ou digital, criando uma cultura positiva na relação entre Cliente e o Banco;
Prioridade: cumprimos rigorosamente nossos níveis de serviço, estabelecendo uma
implementação eficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, com feedbacks
atempados, respostas construtivas e assertivas, agilidade e celeridade, sempre buscando a
solução.
Nº Clientes Particulares
697 372
40 273 Nº Clientes
Empresas
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Operações Western Union
Nº de operações
Mil Milhões (2022) Nº de operações de envio
de pagamentos
Quantidade 7 734 19 978
Montante 4 611 214 959 1 810 509 422
O BCI continuará focado em reforçar a sua presença no segmento Corporate e Institucional, com o
compromisso de contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. O Banco está empenhado na
melhoria dos procedimentos e processos internos, garantindo a qualidade do atendimento e
acompanhamento dos Clientes deste segmento, a fim de disponibilizar também liquidez às
empresas de forma rápida e em tempo oportuno.
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A proposta de valor da Direcção está assente em soluções inovadoras, excelência no atendimento
e um serviço personalizado, com equipas dedicadas para o efeito, visando estar preparada para os
desafios apresentados pelos clientes do segmento Corporate e Institucional que sejam:
Grupos económicos;
Sector Público e Institucional;
Sector Oil & Gas;
Sector Mineiro;
Sector Industrial;
Agronegócio;
Exportação;
Private.
As unidades de negócio da DCI são responsáveis pelo atendimento dos Clientes Corporate,
Institucional e Private, assentando num modelo de serviço relacional, valorizando o atendimento
personalizado.
2.3. Marketing
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Pacote BCI Pacote BCI Pacote BCI Mais
Institucional Premium Salário
Pacote de solução integrada Conjunto de produtos e Esta solução foi pensada para os
com vários produtos e serviços disponibilizados de clientes mass market visando
serviços pensados na forma integrada com várias colmatar a as necessidades
melhor satisfação dos vantagens e benefícios para os diárias dos nossos clientes
nossos clientes particulares clientes particulares com disponibilizando até 5 vezes o
com rendimento acima dos salário mínimo domiciliado de seu salário para realização os
Kz 350 mil. Kz 150 mil. seus objectivos sem ter que
esperar o final do mês para tirar
os seus projectos da gaveta.
Estas soluções foram pensadas para os clientes mass market e corporate visando colmatar a
necessidade de liquidez e poupança, perspectivando sempre um futuro melhor para os nossos
clientes.
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Para alem dos produtos e serviços destacados acima, a Direcção de Marketing, ao longo do ano de
2022, realizou as seguintes actividades:
Formação Interna
Feiras e Eventos
FIL 2022;
Expo Huíla 2022;
Feira do Imobiliário da Cidade da China;
Conferências da Revista E&M
Em 2022, o Banco continuou a elevar o seu nível de transformação digital, com foco na satisfação
dos clientes, dando continuidade ao lançamento e a inovação das funcionalidades das nossas
plataformas digitais. A Direcção de Banca Electrónica e Canais Digitais, tem como função:
Definição da estratégia digital do BCI;
Optimização do processo de abertura de conta;
Inovação contínua dos canais digitais;
Melhoria e inovação dos processos transferências e pagamentos – nacionais e
internacionais.
Canais Alternativos
Em relação ao BCINET, continuamos a desenvolver e a dinamizar este canal, com vista a oferecer,
ao cliente, uma experiência completamente digital, no qual poderão usufruir todos os produtos e
serviços da carteira BCI.
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No período em análise registou-se 61 328 contractos criados, sendo que 98,22% para o segmento
particular normal, 1,72% para empresas e 0,06% para particular trabalhador. A variação foi positiva
de 1 401 contractos em relação ao período anterior.
BCINET
37
1 054
60 237
Em 2022, o parque de ATM do BCI contou com 112 máquinas matriculadas das quais 99 activas.
Se comparado ao ano anterior, o número de ATM matriculados e activos teve uma redução de 51
e 45 máquinas, respectivamente, o que representa uma redução de 31% e 31%, na mesma ordem.
Esta redução, deveu-se essencialmente ao processo de encerramento de alguns pontos de
atendimento.
Activo
O gráfico acima mostra a evolução nos últimos 3 anos, onde a relação entre os Caixas Automáticas
Activos sobre os Matriculados em 2022 representou 88%, enquanto a média na rede nos últimos
três anos foi de 89. Tendo a mesma a mesma percentagem comparado ao período anterior.
De acordo com os dados da EMIS, o ecossistema de pagamentos de Angola fechou o ano de 2022
com um total de 159 382 TPA matriculados e 119 965 TPA activos.
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Por seu lado, o parque de TPA do BCI evoluiu para 2 746 unidades de TPA matriculadas e 1 912
unidades activas, representando uma quota de mercado de 1,72% e 1,59%, respectivamente.
3%
97%
Mercado BCI
No final do período, o BCI tinha em carteira de cartões Multicaixas, um total de 274.692 (89%)
cartões activos no universo de 309.487 cartões válidos. Este indicador encontra-se 2% abaixo da
média na rede que foi de 91%.
Durante o ano em análise registou um total de 145 458 cartões não personalizados emitidos, contra
um total de 334 055 cartões expirados.
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Call Center
5881 5654
3136 Tratamento BCI
513 435 421
Tratamento BCI
Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022
A área do capital humano é um pilar fundamental para o sucesso de nossa organização. Estamos
cientes de que somente com uma equipe altamente qualificada, motivada e comprometida podemos
oferecer serviços financeiros de qualidade aos nossos clientes e manter a nossa competitividade
no mercado.
Esta tipologia de investimento já se reflecte nos resultados positivos que têm sido verificados nestes
últimos meses. Temos observado uma maior eficiência operacional e uma melhoria na qualidade
dos nossos serviços financeiros, além de um aumento no nível de satisfação dos nossos clientes.
Quadro de Efectivo
No final de 2022, o BCI contava com um total de 519 colaboradores, sendo 63% na área de front-
end e 37% na área de back-end. A necessidade da recente reestruturação que o Banco teve de
implementar, resultou numa queda de 52% no número de colaboradores em relação ao headcount
do final de 2021.
A nível do género, temos conseguido assegurar algum equilíbrio, sendo as mulheres representadas
por um total de 48% da população e os homens 52%, com uma idade média de 35 anos. A geração
millennial é a mais representada, correspondendo também a 52% da população.
O referido processo de reestruturação do BCI, que levou à redução de colaboradores do Banco, foi
uma medida necessária para enfrentar os desafios do mercado e garantir a sustentabilidade da
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organização a longo prazo. Durante esse processo, foram avaliados cuidadosamente os objectivos
da empresa e a necessidade de cada área e equipa, o que resultou em mudanças significativas na
estrutura e nas operações do BCI.
Embora a redução tenha sido significativa, e uma decisão difícil, o BCI mantem o seu compromisso
em oferecer suporte e assistência aos colaboradores afectados durante a transição, esperando que
essas mudanças permitam que o Banco se torne ainda mais eficiente e competitivo no futuro.
Formação
Qualidade e excelência na interacção com o Cliente: esta acção formativa visou melhorar
os níveis de interacção e de qualidade do atendimento ao cliente, de forma a aumentar a
satisfação do cliente com o Banco;
Formação sobre Seguros: assegurar um maior domínio, por parte dos colaboradores, à oferta
de seguros que o Banco disponibiliza aos seus clientes, de forma a potenciar as vendas e
agregar valor ao seu portfolio de serviços;
Cartas de Crédito “Portal”: uma medida para melhorar a eficiência na gestão de cartas de
crédito.
Pacotes integrados: uma medida para oferecer pacotes de serviços bancários integrados aos
clientes.
a) Execução completa das seis (6) formações programadas no período em análise: A instituição
conseguiu realizar todas as seis formações planeadas com sucesso;
b) Participação de 175 colaboradores, sendo 96 homens e 79 mulheres: é notável que a instituição
tenha conseguido envolver uma grande quantidade de colaboradores em suas formações e que
haja uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres;
c) Todas as formações foram desenvolvidas internamente e sem custos adicionais: é louvável que
a instituição tenha conseguido fornecer formações sem ter que recorrer a fontes externas de
custo, o que pode ser eficiente em termos de gestão de recursos financeiros;
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Plano de Desenvolvimento de Capital Humano
O Plano de Desenvolvimento de Capital Humano (PDCH) do BCI, é uma iniciativa estratégica que
visa capacitar e desenvolver as habilidades e competências dos colaboradores. O objectivo do
PDCH é criar um ambiente de trabalho que promova a aprendizagem contínua e apoie o
desenvolvimento de carreira de seus funcionários, além de melhorar a produtividade e a eficiência
da organização como um todo. O PDCH do BCI tem como foco principal o desenvolvimento de
habilidades técnicas e comportamentais de seus colaboradores, oferecendo treinamentos,
workshops e programas de couching para ajudá-los a alcançar seu potencial máximo. O Banco
reconhece que investir em capital humano é uma das melhores maneiras de se manter competitivo
e alcançar o sucesso a longo prazo. O nosso plano de desenvolvimento de capital humano,
contempla 10 iniciativas que são:
Embora o contexto actual tenha conduzido à recente reestruturação do Banco e uma maior
eficiência operacional e financeira, o BCI já se encontra a trabalhar num conjunto de iniciativas que
permitam, em linha com o momento de reconstrução que atravessa, contribuir activamente para a
comunidade, através de:
Um plano de recrutamento que visa diminuir os níveis de desemprego jovem, voltado para
a população em situação de primeiro emprego, com ou sem formação superior concluída, e
jovens recém-licenciados;
Implementação de um plano de responsabilidade social, onde, de entre outros, os principais
focos são a inclusão social, educação o agronegócio e a gravidez precoce;
Dentro do plano de responsabilidade social, dois lares em Benguela já tiveram oportunidade
de beneficiar das primeiras acções de responsabilidade social, através da doação de bens
alimentares e outros produtos de manutenção dos lares e higiene pessoal;
Estão ainda programadas, de entre outras, as seguintes iniciativas até ao final do ano:
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Seca no Cunene/Namibe – naturalmente temos noção de que a dimensão deste problema
é estrutural, mas pensamos que se cada um fazer a sua parte, metade deste problema será
minimizado, e o impacto que projectos como estes têm nas comunidades ainda que em
pequenos grupos, é imensurável. Por isso, em parceria com o governo local ou a Direcção
Nacional de Águas, pretendemos apoiar a construção de poços/fontenários de água em
zonas afectadas pela seca severa;
Promover a “bancarização” junto das famílias de agricultores, sensibilizando e facilitando no
processo de abertura de conta, bem como doar fertilizantes a família de camponeses, de
forma a apoiar a agricultura familiar.
2.7. Crédito
A Direcção de Crédito é uma unidade orgânica de primeira linha da estrutura do Banco de Comércio
e Indústria. A DCR depende hierárquica e funcionalmente da Comissão Executiva, sendo que, a
sua actuação é de âmbito nacional em função da sua natureza específica e das atribuições que lhe
são acopladas.
Planear, coordenar e controlar as tarefas atribuídas a Direcção face aos objectivos específicos
e gerais do Banco, visando atingir ou superar as metas fixadas superiormente;
Conceber e propor as estratégias a adoptar no âmbito das competências da Direcção;
Propor e monitorar as reestruturações de créditos;
Acompanhar a carteira de crédito em situação normal e em situação vencida para valores
inferiores a 2 milhões de Kwanzas, a partir do 61º dia, até 300 dias de incumprimento;
Reportar aos órgãos competentes, nos prazos estabelecidos o resultado da execução dos
créditos aprovados e o respectivo retorno financeiro;
Adoptar em estreita sintonia com as áreas Comerciais e DGR, mecanismos de gestão e
acompanhamento dos clientes e do crédito concedido, de modo a prevenir situações de
incumprimento, para garantir os pagamentos nas datas previstas;
Secretariar o Comité de Crédito e ao posterior monitorar, coordenar e fiscalizar o cumprimento
das deliberações do Comité de Crédito, sobre os processos de crédito aprovados.
Monitoramento de Crédito
8 2 3 1 1
Luanda Benguela Malange Huíla Bengo
A Direcção de Recuperação de Crédito é uma área de extrema importância para o plano estratégico
do BCI, com o foco na recuperação e regularização do crédito em situação de incumprimento, que
impactam negativamente as contas do Banco.
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Nesta conformidade, verificou-se um maior desempenho no sentido de alcançar os objectivos
preconizados no último trimestre de 2022. Face ao elevado índice de crédito em situação irregular
verificado no período em análise, o Banco teve de adoptar medidas para mitigar o impacto negativo
da situação de inadimplência.
A carteira do BCI
Situação da Carteira
Normal
32% 34% Vencido
Extrapatrimonial
34%
A DRC actua em três eixos ou pilares fundamentais para a recuperação do crédito que são:
Recuperação em Dinheiro; Reestruturação de Crédito; Dação em Cumprimento.
Neste contexto até ao final de 2022, o Banco concretizou um valor superior a 90% do objectivo.
A DRC está a trabalhar nas diligências e recomendações para um bom desempenho no processo
recuperação, na qual uma das recomendações é a parceria com outras instituições de recuperação
de crédito, nomeadamente “Positiva”, “Williet” entre outros que se perspectivam para 2023, com
vista a mitigar o impacto negativo do incumprimento da Carteira do Banco. A DRC tem utilizado
técnicas e mecânicas que varia de cliente a cliente como em caso de liquidações, reestruturações,
dação em cumprimento.
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DESEMPENHO
FINANCEIRO
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3. DESEMPENHO FINANCEIRO
Com o início de 2023, o mundo enfrenta uma série de riscos que parecem totalmente novos e
estranhamente familiares. Nós temos visto um retorno de riscos “antigos” como inflação, custo de
vida, crises, guerras comerciais, saídas de capital de países emergentes, instabilidade dos
mercados, agitação social generalizada, confrontos geopolíticos e o espectro da guerra nuclear,
que poucos dos líderes empresariais desta geração e formuladores de políticas públicas têm
experimentado. Estes fenómenos estão sendo amplificados no cenário sistemático de riscos
globais, incluindo níveis de endividamento, uma nova era de baixo crescimento, baixo investimento
e desglobalização, um declínio no desenvolvimento após décadas de progresso, rápido
desenvolvimento irrestrito de uso duplo (civil e militares) de tecnologias, e a pressão crescente de
impactos e ambições das mudanças climáticas em uma janela cada vez menor para a transição
para um mundo de 1,5°C. Estes fenómenos juntos estão convergindo para formar uma década
incerta e turbulenta que está por vir.
Espera-se que o crescimento global desacelere para 1,7% em 2023, a taxa mais lenta em quase
três décadas, superada apenas pelas recessões globais em 2009 e 2020. Essa desaceleração se
deve em parte à implementação de políticas destinadas a controlar a alta inflação. Choques
negativos, como inflação mais alta, políticas mais rígidas ou estresse financeiro, podem fazer com
que a economia mundial se contraia. Para mitigar os riscos de recessão global e superpopulação,
é necessária uma acção imediata. Também é fundamental que os formuladores de políticas
assegurem que qualquer apoio seja direccionado a grupos vulneráveis, que as expectativas de
inflação permaneçam razoáveis e que os sistemas financeiros permaneçam robustos.
Após a revisão do relatório publicado em Junho de 2022, o crescimento económico projectado para
os Estados Unidos em 2023 foi ajustado para baixo em 1,7 pontos percentuais, de 0,5% para -1,2%.
Da mesma forma, a projecção de crescimento para 2024 foi ajustada para baixo em 0,3 pontos
percentuais, de 1,6% para 1,3%. Esses ajustes indicam uma perspectiva menos optimista para a
economia dos EUA nos próximos anos.
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2020 2021 2022e 2023f 2024f
Mundo -3,2 5,9 2,9 1,7 2,7
Economias avançadas -4,3 5,3 2,5 0,5 1,6
Estados Unidos -2,8 5,9 1,9 0,5 1,6
Zona do Euro -6,1 5,3 3,3 0,0 1,6
Japão -4,3 2,2 1,2 1,0 0,7
Mercados emergentes e economias
-1,5 6,7 3,4 3,4 4,1
em desenvolvimento
Leste Asiático e Pacífico 1,2 7,2 3,2 4,3 4,9
Europa e Ásia Central -1,7 6,7 0,2 0,1 2,8
América Latina e Caribe -6,2 6,8 3,6 1,3 2,4
Oriente Médio e Norte da África -3,6 3,7 5,7 3,5 2,7
Sul da Ásia -4,5 7,9 6,1 5,5 5,8
África Subsaariana -2,0 4,3 3,4 3,6 3,9
Fonte: Banco Mundial.
No que diz respeito aos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, foi observada
uma manutenção da taxa de crescimento em 3,4%, comparando com as estimativas de 2022. Esse
resultado pode ser atribuído à Europa e Ásia Central, que apesar de terem uma taxa de crescimento
baixa, apresentaram uma redução de 0,2% para 0,1% no crescimento estimado, e à região da
América Latina e Caribe, onde se estima uma redução de 2,3 pontos percentuais em relação à
estimativa de crescimento de 2022.
É uma realidade que a actividade económica mundial tem sido afectada por uma série de factores
que têm levado a uma desaceleração mais ampla e acentuada do que o esperado. A pandemia de
COVID-19 continua a afectar a economia global, com muitos países ainda enfrentando restrições
de distanciamento social e outros desafios relacionados à pandemia. A inflação também tem sido
uma preocupação crescente em vários países, com aumentos nos preços de alimentos, energia e
outros bens.
Além disso, a crise do custo de vida e o aperto das condições financeiras em muitas regiões têm
adicionado mais pressão às perspectivas económicas mundiais. A invasão da Ucrânia pela Rússia
tem gerado incertezas políticas e económicas na região, com o potencial de impactar a economia
global.
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Inflação das Principais Economias do Mundo
14% 14% 14% 14%
13% 13%
12% 11%
Fonte: WEO FMI
11%
10%
7% 8%
7% 7% 5%
6% 5% 6%
5% 4%
3% 2% 2%
1%
África Oriente
America
EUA Zona Euro Subsaarian Médio e Russia China India
Latina
a Asia
2021 5% 3% 11% 13% 10% 7% 1% 6%
2022 7% 8% 14% 14% 14% 14% 2% 7%
2023 4% 6% 12% 13% 11% 5% 2% 5%
Fonte BNA
Taxa de Juros
No âmbito da política monetária das principais economias, com o objectivo de controlar a inflação
acumulada, os Bancos Centrais realizaram uma sequência de aumentos das taxas de juros.
Fonte BNA
Os bancos centrais estão a aumentar as suas taxas de juro para controlar a tendência crescente da
inflação, que continua a atingir níveis recorde.
27
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou o início de uma nova era de política monetária, em que
a redução da inflação é seu principal objectivo. A medida põe fim a um longo período de taxas
negativas que remonta aos anos da crise da dívida soberana na União Europeia (UE).
Nos últimos meses, os bancos centrais do Reino Unido, Suécia, Noruega, Canadá, Coreia do Sul e
Austrália tomaram medidas semelhantes e o banco central norte-americano [Reserva Federal]
decidiu aumentar a sua taxa de juro de referência em 0,75 pontos percentuais, o maior aumento
desde 1994.
As economias emergentes, com excepção do Brasil, Rússia, China, Nigéria e África do Sul,
aumentaram as taxas de juros com o objectivo de controlar a inflação.
Fonte BNA
Desde a invasão da Ucrânia que o Banco central da Rússia tem reduzido a taxa de Juros de modo
a fazer face a contracção económica, registando a data uma redução na ordem dos 13 pontos
percentuais face a Fevereiro de 2022.
De acordo com dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o
Indicador de Clima Económico (ICE) apresentou uma tendência descendente durante o terceiro
trimestre de 2022. O objectivo do ICE é retractar a situação económica actual e fornecer
informações estatísticas de curto prazo sobre as expectativas dos agentes económicos de diversos
sectores. Apesar disso, o indicador de confiança manteve-se em terreno positivo pelo quarto
trimestre consecutivo.
28
Apesar de uma redução em relação ao período anterior, a expectativa dos agentes económicos em
relação à situação económica no curto prazo manteve-se positiva, com o Indicador de Clima
Económico (ICE) referente ao terceiro trimestre de 2022 fixando-se em 6 pontos positivos, de acordo
com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A maioria dos sectores
analisados apresentou uma evolução homóloga positiva e uma conjuntura económica favorável. É
importante ressaltar que essa pontuação representa uma redução em relação aos 10 pontos do
período anterior:
Fonte BNA
Na maioria dos sectores da economia apresentou uma evolução positiva em relação ao trimestre
anterior, com excepção do sector da construção cujo índice de confiança continuou em terreno
negativo no terceiro trimestre de 2022, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE). Apesar da melhoria observada nesse trimestre, a insuficiência da procura e a
falta de materiais foram os principais obstáculos enfrentados pelo sector, juntamente com a alta
taxa de juros e as dificuldades na obtenção de crédito bancário.
No sector do comércio, embora o ICE tenha-se mantido em terreno positivo, houve uma inversão
da tendência de crescimento a partir do primeiro trimestre de 2022. Essa mudança na tendência
positiva do indicador deveu-se a alguns constrangimentos enfrentados pelos comerciantes, como
insuficiências na procura, falta de estoque e preços elevados dos produtos.
No sector do turismo, o sentimento de confiança registou uma queda no terceiro trimestre de 2022,
após um aumento impulsionado no trimestre anterior. Apesar disso, os empresários do sector
continuam a manter sua confiança em terreno positivo, devido a menos empresas de o sector
enfrentarem dificuldades para exercer suas actividades e pelas boas perspectivas futuras em
relação ao desenvolvimento do sector. No entanto, o alto preço dos serviços prestados e o elevado
nível de burocracia ainda são os principais obstáculos do sector.
Segundo os dados divulgados pelo BNA, a conta corrente referente ao terceiro trimestre de 2022
registou um total acumulado superavitário de US$ 11 283 milhões. Esse saldo representa um
aumento de 5% em comparação ao período homólogo, que registava um total acumulado
29
superavitário de apenas US$ 10 704 milhões na mesma época. Esse crescimento da conta corrente
se deve a um aumento da conta de bens, cujo saldo acumulado no mesmo período atingiu um total
de US$ 31 193 milhões (+33% em relação ao período homólogo). É importante ressaltar que as
restrições devido à pandemia começaram a ser suspensas no final de 2021, quando o preço do
petróleo era de cerca de US$ 73 por barril, abaixo dos níveis actuais que rondam em torno de US$
100 por barril.
A evolução da conta de bens registou um desempenho negativo no 4º trimestre de 2022, com uma
redução de 75% em relação ao período homólogo. Este desempenho é explicado pelo aumento das
exportações, que totalizaram US$ 36 795 milhões, o que representa um aumento de 65% em
relação ao mesmo período de 2021. O incremento das exportações de petróleo bruto (+60%) e gás
(+125%) foram os principais impulsionadores deste crescimento. Este resultado é reflexo do
aumento dos preços do barril de petróleo e do aumento da produção de petróleo e gás, que
ultrapassou os 100 milhões de barris por trimestre no 2º e 3º trimestre de 2022. É importante referir
que o período homólogo ainda se encontrava sob impacto das restrições pandémicas, o que
contribuiu para o crescimento exponencial das exportações neste período.
Fonte BNA
No que se refere às importações, houve um aumento no seu valor, atingindo um total acumulado
de US$ 18 734 milhões no mesmo período (+85% vs. período homólogo). A categoria de produtos
relacionados com combustíveis ultrapassou a categoria de máquinas, aparelhos electrónicos e
eléctricos, como aquela que detém a maior fatia das importações, registando um aumento de 125%
face ao mesmo período de 2021. Este aumento pode ser explicado pelo aumento dos subsídios aos
combustíveis, resultante da subida dos preços da gasolina e do gasóleo nos mercados
internacionais.
30
No que diz respeito aos gastos com a prestação de serviços, verifica-se uma tendência de aumento,
com um valor total de US$ 11.214 milhões no quarto trimestre de 2022, o que representa um
aumento de 61% em comparação com o período homólogo. Os serviços prestados estão,
principalmente, relacionados com transportes, construção e outros serviços associados ao sector
petrolífero, o que revela a dependência contínua do país em relação a esse sector.
No que diz respeito às origens das importações de Angola, destaca-se a China como o país que
mais exporta para o país, totalizando um valor acumulado de US$ 1.887 milhões no quarto trimestre
de 2022. Portugal, República da Coreia e Países Baixos surgem logo a seguir como os países com
maiores valores de importações para Angola.
1 891
1 659
1 210
1 051
764 761 713
647 646
512
361 357 348 295 295 269
252 241 217 191 164
147 140 130
Fonte BNA
31
Reservas Internacionais Líquidas
15 323 Fonte: BNA
15 065
14 477
14 308 14 386
14 094
13 736 13 836 13 790
13 580
13 350 13 410
jan/22 fev/22 mar/22 abr/22 mai/22 jun/22 jul/22 ago/22 set/22 out/22 nov/22 dez/22
Fonte BNA
O recente aumento nos preços do barril de petróleo no mercado internacional também contribui
para esse crescimento na balança comercial, o que melhora a posição externa do país. No entanto,
é importante destacar que houve uma redução de 6% nas reservas no mês de Junho, influenciada
pela diminuição dos activos de reserva do Banco Nacional de Angola (BNA), que é composto por
moedas, depósitos e títulos conversíveis em moeda estrangeira. Essa redução foi especialmente
notada nos depósitos em moeda estrangeira, enquanto os títulos que compõem os activos de
reserva cresceram 6% no mesmo período.
Mercado Cambial
Nos últimos meses, o mercado cambial tem apresentado certa regularidade na oferta de divisas, o
que tem contribuído para uma certa estabilidade cambial no período. Até Abril, houve uma tendência
clara de valorização do Kwanza, resultando em uma valorização acumulada de 27% em relação ao
dólar e cerca de 32% em relação ao euro. No entanto, a partir desta data, devido à valorização do
dólar nos mercados internacionais e também à intervenção do BNA, que realizou uma operação de
compra de US$ 631 milhões para reduzir a volatilidade da moeda, o Kwanza sofreu uma
desvalorização de 20% em relação ao dólar e 18,7% em relação ao euro entre Abril e Novembro.
Assim, apesar de ter sofrido uma desvalorização nos últimos meses, o kwanza conseguiu manter
uma trajectória de recuperação em termos acumulados em relação às principais moedas mundiais.
Até o momento, apresenta uma apreciação de 9,5% em relação ao dólar americano e de 19,7% em
relação ao euro. No final de Dezembro, a cotação do kwanza era de USD/AOA 503,63 e EUR/AOA
538,132 em comparação com os USD/AOA 555 e EUR/AOA 629 registrados no final de 2021.
Taxa de Câmbio
Fonte: BNA
803,369
535,93
503,691
02/06…
02/08…
02/04…
02/01…
02/02…
02/03…
02/04…
02/05…
02/07…
02/09…
02/10…
02/11…
02/12…
02/01…
02/02…
02/03…
02/05…
02/06…
02/07…
02/08…
02/09…
02/10…
02/11…
02/12…
02/01…
02/02…
02/03…
02/04…
02/05…
02/06…
02/07…
02/08…
02/09…
02/10…
02/11…
02/12…
EUR USD
Fonte BNA
32
Inflação
Os dados mais recentes sobre o índice de preços do consumidor nacional (IPCN) divulgado pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao mês de Dezembro de 2022, indicam uma taxa
de inflação acumulada de 12,87% contra os 24,42% registados no período homólogo. Estes dados
vêm confirmar a tendência de desaceleração dos níveis de inflação desde o início do ano de 2022,
depois de termos verificado um abrandamento nos anos de 2018 e 2019 (inflação acumulada anual
18,6% e 16,90%).
Relativamente a inflação média mensal, registamos ao longo do ano de 2022 uma inflação média
mensal de 1,1%, posicionando-se abaixo da inflação média mensal ocorrida no mesmo período de
2021 (2%), o que demonstra que os níveis de inflação mensal foram na sua generalidade inferior
ao ano transacto.
Inflação Nacional
30,00% 27,7% 27,3% 27,0%
25,8%
24,4%
25,00% 23,0%
21,4%
19,8%
20,00% 18,2%
16,7%
15,2%
13,9% 13,9%
15,00% 12,0%
12,9%
11,1%
9,4% 10,2%
10,00% 8,5%
7,6%
6,6%
5,4%
3,8%
5,00% 1,77% 1,56% 1,12%
2,0% 0,93% 0,84% 0,81% 0,76% 0,79% 0,78% 0,82% 0,87%
0,00%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Acumulada Homolga Mensal
Fonte BNA
33
Divida pública
O stock da dívida registou no mês de Dezembro de 2022 um total de Kz 10 388 mil milhões de
kwanzas, dos quais Kz 465 mil milhões de kwanzas são referentes a dívida de curto prazo (BT’s) e
Kz 9 922 mil milhões de kwanzas referentes a dívida de médio e longo prazo (OT’s). No período em
referência, notou-se uma redução do stock total de dívida em relação ao ano anterior tendo recuado
cerca de 3%.
No caso da dívida de curto prazo, a redução do stock foi de 3% relativamente ao período homólogo,
reflectindo uma melhoria da pressão em termos de tesouraria de curto prazo. Por outro lado, a
dívida de médio e longo prazo registou uma diminuição, de 3% face ao mesmo período de 2021.
Descrição
( Em Unidade de Fecho 2021 Emissão Resgate Fecho 2022
Kwanzas )
Bilhete do Tesouro 453 148 527 000 488 681 862 000 476 713 608 000 465 116 781 000
Obrigações do Tesouro 10 265 332 321 874 1 511 571 182 182 1 854 013 845 000 9 922 889 659 055
Total 10 718 480 848 874 2 000 253 044 182 2 330 727 453 000 10 388 006 440 055
Fonte BNA
Até ao mês de Dezembro 2022, foram emitidos Kz 2 000 mil milhões em títulos de dívida pública,
dos quais Kz 489 mil milhões são referentes a emissões de BT’s e Kz 1 512 mil milhões para as
emissões de OT’s. Estes valores representam uma diminuição das emissões de dívida no valor de
Kz 155 mil milhões (-3%) relativamente ao período homólogo resultante maioritariamente da
redução de emissões de BT’s que verificaram uma diminuição de 44%. Esta redução evidente de
novas emissões de dívida, juntamente com a redução das taxas deste tipo de instrumentos vem
demonstrar a menor necessidade de endividamento do Estado, especialmente em termos de
tesouraria de curto prazo cuja redução de emissões foi maior.
BT´s OT´s
Fonte BNA
34
Até ao mês de Dezembro 2022, foram resgatados cerca Kz 2 331 mil milhões em títulos de dívida
pública, dos quais Kz 476 mil milhões são referentes a emissões de BT’s e Kz 1 854 mil milhões
para as emissões de OT’s. Estes valores representam uma diminuição do resgate de dívida no valor
de Kz 577 mil milhões (-20%) relativamente ao período homólogo resultante maioritariamente da
redução de resgates de BT’s que verificaram uma diminuição de 65%.
571
528
293 312
268 258 245
209 231
202 199 195
174 194 175 192 184 182
128 111 131 114
82 61
BT´s OT´s
Fonte BNA
De acordo com os dados disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola relativamente a dívida
externa, verificou-se a manutenção da taxa de crescimento verificada no ano de 2022, fixando-se
na ordem dos USD 52 mil milhões, um agravamento em cerca de USD 804 milhões, face ao ano de
2021. Este agravamento é explicado pelo aumento das nossas responsabilidades com Grã-
Bretanha, Estado Israel e Estados Unidos da América com os respectivos agravamentos 11%, 49%
e 10%.
No concernente ao grau de concentração a China continua a ser o principal credor com uma
representatividade sobre o total da dívida em 40%, seguido Grã-Bretanha com um peso de 28%
sobre o total da dívida.
35
Dívida Externa por Credor
(Em mM Kwanzas)
20 900
14 513
13097
5 502 5776
CHINA GRÃ Org. Inst ESTADOS ISRAEL PORTUGAL PAÍSES BAIXOS IRLANDA JAPÃO ALEMANHA Outros
BRETANHA UNIDOS DE
AMÉRICA
2022 2021
Fonte BNA
No decorrer do ano de 2022, o país teve às revisões ao seu rating de acordo com as revisões
económicas periódicas da Moody´s, Standards and Poor´s (S&P) e Fitch, tendo a notação do risco
da dívida soberana do governo de Angola alcançado uma melhoria. Estas melhorias fora as
seguintes
Moody´s reviu para cima o Outlook de Angola de “estável” para “positivo”, mantendo a escala
de notação de risco da dívida soberana de Angola em “B3”;
Fitch Ratings, no mês de Janeiro de 2022, melhorou a notação de risco soberano de Angola
de “CCC” para “B-“ e no mês Julho, alterou de estável para positivo;
Standard and Poor´s, no mês de Fevereiro de 2022, melhorou a notação do risco soberano
de Angola de “CCC+” para “B- “e, no mês Agosto, manteve a perspectiva como estável.
36
3.3. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Individual
Milhares de Kwanzas
Var. (%)
Dez. 2021 Dez. 2022
Dez. 22/Dez.21
1. ESTRUTURA
Activo total 398 916 871 719 267 087 80%
Crédito sobre clientes (Líquido de imparidades) 52 378 807 50 169 367 -4%
Depósitos de clientes 335 706 814 650 979 795 94%
Fundos Próprios Regulamentares 18 778 085 35 924 220 91%
Fundos Próprios 19 059 607 36 377 503 91%
Número da rede comercial 113 63 -44%
Número de Colaboradores 1 088 539 -50%
CA's 2 163 112 -31%
TPA's 3 3 363 2 746 -18%
Número de clientes 678 488 737 645 9%
2. RENDIBILIDADE
Margem financeira 24 682 025 12 022 844 -51%
Margem complementar -424 956 9 514 421 2339%
Produto bancário 24 257 069 21 537 265 -11%
Custos de estrutura 4 33 893 946 23 860 572 -30%
Resultado líquido -7 515 492 -328 803 96%
Rendibilidade dos capitais próprios (ROE) -39,40% -0,90% 39 p.p.
Rendibilidade do activo (ROA) -1,30% 0,00% 1 p.p.
3. SOLIDEZ
Crédito vencido/Crédito total 40% 47% 7 p.p.
Imparidades/Crédito vencido 77% 67% -10 p.p.
Imparidades/Crédito total 31% 32% 1 p.p.
4. SOLVABILIDADE
Rácio de solvabilidade regulamentar 12% 21% 9 p.p.
5. LIQUIDEZ
Crédito/Depósitos totais 16% 8% -8 p.p.
Depósitos a prazo/Depósitos totais 15% 10% -5 p.p.
6. PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA
Custos de estrutura/Produto bancário 140% 111% -29 p.p.
Margem financeira/Produto bancário 102% 56% -46 p.p.
Produto bancário/N.° Colaboradores 22 295 39 958 79%
37
3.4. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Consolidado
Milhares de Kwanzas
Var. (%)
Dez. 2021 Dez. 2022
Dez. 22/Dez.21
1. ESTRUTURA
Activo total 396 670 745 719 323 140 81%
Crédito sobre clientes (Líquido de imparidades) 52 378 807 50 169 367 -4%
Depósitos de clientes 335 530 809 650 834 565 94%
Fundos Próprios Regulamentares 15 462 063 36 048 623 133%
Fundos Próprios 16 889 406 36 502 372 116%
Número da rede comercial 113 63 -44%
Número de Colaboradores 1 088 539 -50%
CA's 2 163 112 -31%
TPA's 3 3 363 2 746 -18%
Número de clientes 678 488 737 645 9%
2. RENDIBILIDADE
Margem financeira 24 658 300 12 019 916 -51%
Margem complementar -330 055 12 562 409 3906%
Produto bancário 24 328 245 24 582 325 1%
Custos de estrutura 4 34 069 773 24 743 203 -27%
Resultado líquido -7 496 658 1 966 264 126%
Rendibilidade dos capitais próprios (ROE) -44,00% 5,00% 49 p.p.
Rendibilidade do activo (ROA) -1,00% 0,00% 1 p.p.
3. SOLIDEZ
Crédito vencido/Crédito total 40% 47% 7 p.p.
Imparidades/Crédito vencido 77% 67% -10 p.p.
Imparidades/Crédito total 31% 32% 1 p.p.
4. SOLVABILIDADE
Rácio de solvabilidade regulamentar 11% 21% 10 p.p.
5. LIQUIDEZ
Crédito/Depósitos totais 16% 8% -8 p.p.
Depósitos a prazo/Depósitos totais 15% 10% -5 p.p.
6. PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA
Custos de estrutura/Produto bancário 140% 111% -29 p.p.
Margem financeira/Produto bancário 102% 56% -46 p.p.
Produto bancário/N.° Colaboradores 22 295 39 958 79%
38
3.5. Análise Financeira
Demonstração de Resultados
A margem financeira diminui 51%, registando Kz 12,0 mil milhões, quando em 2021 totalizou Kz
24,7 mil milhões. Este resultado deveu-se a três efeitos conjugados: (i) redução muito significativa
nos proveitos com títulos e valores mobiliários decorrente da necessidade de não reinvestimento
dos títulos maturados para gestão corrente até à fase da reestruturação; (ii) ausência de proveitos
das aplicações em Outras Instituições de Crédito decorrente da alteração da necessidade desde
meados de 2021 da constituição de reservas obrigatórias a 100% para os depósitos do Estado; (iiI)
estabilização dos custos financeiros, apesar da alteração da estrutura de financiamento mais
direccionado para dos recursos de clientes.
39
Um dos pontos mais relevantes a alteração efectuada no exercício presente esteve relacionado
com a redução muito significativa dos custos de estrutura do Banco, diminuindo o mesmo em
30%, representando aproximadamente Kz 10,0 mil milhões. Adicional a este facto existiu uma
redução do nível de serviços externos, permitindo que o Banco se implementa uma cultura de
redução dos seus custos, assim como tendo ganhos de eficiência por via do investimento dos seus
fundos.
Um outro ponto de destaque, em 2022, é a estabilização do risco de crédito, o que permitiu a não
necessidade de incrementos de imparidade, assim como a libertação de alguns valores por via da
redução de valores associados a créditos liquidados.
Balanço
40
Dado o processo de reestruturação que está a ser implementado o excesso de liquidez em 2022 foi
investido em Aplicações de curto prazo no sentido de melhor definição da sua estratégia para o
novo ciclo do Banco, sendo esse valor visível por via da liquidação de títulos e da impossibilidade
de concessão de novo crédito.
De destacar ainda a alienação da totalidade do activo existente em 2021, que não afecto à
actividade bancária, como objectivo de liquidez e rentabilização, pelo que o actual valor em 2022
corresponde às agências descontinuadas em 2022.
Ao nível dos recursos do Banco, destacar o crescimento muito significativo sobretudo direccionado
nesta fase a clientes Institucionais o que representa a confiança existente no BCI apesar da
implementação do Plano de Recapitalização e Reestruturação ter estado a decorrer nesse mesmo
período.
Por fim destacar o aumento de capital ocorrido em 2022, por via do accionista num valor de Kz 15,0
mil milhões para repor os níveis de solvabilidade e para permitir que o Banco efectue os
investimentos necessários para a implementação da estratégia para o próximo ciclo.
41
Capital,
Liquidez e
Risco
42
4. CAPITAL, LIQUIDEZ E RISCO
Importa destacar, no contexto de pandemia actual, o facto de o Banco Central Europeu (BCE) ter
divulgado durante o mês de marco de 2020 medidas que permitem aos Bancos operar
temporariamente abaixo do nível de capital exigido permitindo que as instituições financeiras
continuem a suportar o financiamento da economia, num contexto económico particularmente
adverso.
Gestão do Risco
Esta aplicação permite ao Banco apoiar a gestão para tornar eficaz a gestão dos riscos e no
desenvolvimento de uma forte cultura de risco através da definição dos seguintes factores:
Neste sentido, o Risco está implícito ao sector bancário, estando este naturalmente exposto a várias
categorias de riscos que decorrem de factores externos e internos.
43
Pelo que a Direcção de Gestão de Risco tem por base, necessariamente, a independência face às
outras direcções do Banco, em particular face às tomadoras de risco.
Pelo que, considera o Banco, que deve o uma forte cultura de riscos na organização revela-se pela
actuação diligente, proactiva e consistente no cumprimento com a regulamentação, código de
conduta, valores e apetite de risco definido para todas as actividades e exposições de risco.
A função de gestão de riscos encontra-se organizada de forma a permitir uma gestão efectiva dos
riscos considerados relevantes e materiais pelo Banco, identificando-os no âmbito do exercício de
Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP), sendo os mais relevantes:
Neste sentido, considera a Administração que a gestão de risco é considerada crucial para o
sucesso do Banco.
O Conselho de Administração propõe, nos termos da alínea f) do n.º 2 do artigo 71.º, conjugado
com a alínea b) do n.º 1 do artigo 396.º, ambos da Lei das Sociedades Comerciais (aprovada pela
Lei n.º 1/04, de 13 de Fevereiro, com alterações posteriores), e nos termos do artigo 30.º dos
Estatutos, que ao resultado líquido do exercício de 2022, no montante de 328 803 139,73 Kwanzas
negativos, seja dada a seguinte aplicação:
O Conselho de Administração propõe, nos termos da alínea f) do n.º 2 do artigo 71.º, conjugado
com a alínea b) do n.º 1 do artigo 396.º, ambos da Lei das Sociedades Comerciais (aprovada pela
Lei n.º 1/04, de 13 de Fevereiro, com alterações posteriores), e nos termos do artigo 30.º dos
Estatutos, que aos resultados líquidos do exercício de 2022, no montante de Kz 1 966 264 164,00
Kwanzas, seja dada a seguinte aplicação:
44
GOVERNAÇÃO
CORPORATIVA
45
5. GOVERNAÇÃO CORPORATIVA
Organização Interna
Organograma
ASSEMBLEIA GERAL
Auditor Externo
Comité de Nomeação, Direcção de Capital
Avaliação e Remuneração Humano
dos Colaboradores (CNARC)
COMISSÃO EXECUTIVA
Com ité de Re cuperaçã o Com ité de Segurança Com ité de Comité de Gestão de
Com ité de Te cnologia
Com ité de Ne gócio Com ité de Crédito Inve stimentos e Capital, Activos e
de Crédito Cibernétic a e Inovaçã o
(CNE) (CCR) Cus tos Passivos
(CCR) (CSC) (CTI)
(CIC) (CAP)
46
Distribuição das funções de negócio, suporte e controlo
Devido a razões já evocadas acima, a 31 de Dezembro de 2022 não havia efectivamente uma
distribuição funcional dos pelouros no Banco, mas sim uma supervisão dos dois Administradores
em pleno exercício de funções.
Secretário da Sociedade
COMISSÃO EXECUTIVA
Comité de Gestão de
Comité de Comité de Segurança Comité de Tecnologia Comité de
Comité de Negócio Comité de Crédito Capital Activos e
Recuperação Crédito Cibernética e Inovação Investimentos e Custos
Passivos
Direcção de Marketing e
Comunicação
DMC
Direcção Administrativa
DAD
Direcção de Património e
Serviços
DPS
Direcção de Operações
DOP
Direcção de Recuperação de
Crédito
DRC
Direcção da B anca
Electrónica
DBE
Obs.: durante o ano de 2022, devido ao processo de Privatização a homologação dos novos
membros do Conselho de Administração, forçou o Banco a distribuir os pelouros para apenas 2
Administradores Executivos. Esta situação impactou na segregação de funções do BCI.
47
5.2. Sistema de Controlo Interno
O Sistema de controlo interno do BCI baseia-se nas orientações definidas pelo “Committee of
Sponsoring Of the Treadway Commission” (COSO)” no que se refere ao Ambiente de Controlo,
Avaliação do Risco, Actividades de Controlo, o mesmo é composto por 4 componentes com
objectivos e instrumentos adequados e integrados:
O sistema de controlo interno esta assente no modelo operacional das 3 linhas de defesa, que assenta
na repartição de responsabilidades distintas em matéria de governo e gestão do risco, pelas diferentes
funções que integram cada uma das linhas de defesa, caracterizadas da seguinte forma:
Primeira linha: que envolve as unidades de negócio que acarretam risco para o banco, necessitam
deste modo de uma adequada preparação no que a gestão de riscos diz respeito, com vista a que os
preceitos a seguir sejam alcançados.
Segunda linha: a segunda linha de defesa é formada pelas funções de controlo interno que incluem
as funções de Gestão de Risco, Compliance, Controlo Cambial e Cyber Security e as quais contribuem
para primeira linha, com objectivo de adicionar conhecimento com vista a dar suporte, monitoria e
prover a gestão dos riscos, no sentido de que se adopte as melhores práticas de gestão de risco ao
nível de processos e sistemas. Igualmente analisa e reporta sobre a adequação e eficácia da gestão
dos riscos.
Terceira linha: é garantida pela auditoria interna, dotada de avaliação independente e orientadas para
o risco.
No BCI as funções de controlo interno estão estruturadas da seguinte forma: Gestão de Risco,
Compliance, Auditoria Interna, Controlo Cambial e a Segurança Cibernética.
48
Gestão de Risco
A gestão de risco é realizada pela Direcção de Gestão de Risco sendo uma unidade orgânica do
primeiro nível da estrutura do Banco, depende, actualmente, hierárquica e funcionalmente do
Conselho de Administração, sendo o pelouro atribuído à um Administrador Independente sem
qualquer responsabilidade por áreas de negócio e suporte e actua de forma transversal e com o
nível de actuação necessária na organização, garantindo assim a identificação, mensuração,
gestão, mitigação e reporte das diversas tipologias de risco.
A actividade de gestão de riscos do BCI perspectiva, sempre, actuação com base nas melhores
práticas de gestão bancária, partindo do princípio de que estas práticas aconselham a observância
da segregação de funções entre a origem, a gestão e o controlo dos riscos assumidos.
A gestão de risco é igualmente alinhada com os demais órgãos colegiais, nomeadamente com os
seguintes comités:
Comité de Capital, Activos e Passivos (ALCO – Assets and Liabilities Committee), que tem
o dever de decidir sobre medidas fundamentais que permitam adaptar o balanço à estratégia e
objectivos do Banco, bem como analisar e debater a evolução dos principais indicadores do
balanço. Reúne-se com uma periodicidade Trimestral;
Comité de Crédito é o órgão com intervenção na gestão do risco de crédito. Tem como
principais encargos decidir sobre todas as operações que lhe são submetidas de acordo com as
políticas e regras de cedência de crédito em vigor, as quais estão concretizadas em regulamento
específico. Este Comité realiza-se com periodicidade quinzenal.
A DGR, no desenvolvimento das suas actividades, tem como objectivos essenciais os seguintes:
49
Garantir a implementação das normas prudenciais estipuladas pela entidade reguladora (BNA),
bem como avaliar o impacto das mesmas na actividade do banco;
Supervisionar os indicadores definidos no perfil de risco do Banco;
Garantir a qualidade nos processos de análise, atribuição e gestão do risco de clientes;
Produzir e disponibilizar informação relacionada com a gestão de risco aos Órgãos de Gestão;
Assegurar a implementação das normas prudenciais estipuladas pela entidade reguladora
(BNA), bem como avaliar o impacto das mesmas na actividade do banco.
De acordo com a estrutura orgânica do Banco, a DGR segrega a sua estrutura interna em seguintes
departamentos: Departamento de Riscos Financeiros, Departamento de Riscos Não Financeiros,
Departamento de Rating.
Compliance
O Compliance visa coordenar e monitorar a aplicação efectiva das políticas, dos procedimentos e
controlos adequados à gestão eficaz dos riscos de branqueamento de capitais, financiamento do
terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa a que o Banco esteja ou venha a
estar exposto;
Assegurar a avaliação de risco de BCFT do Banco bem como da determinação dos KRIs
(Key Risk Indicators) e KPIs (Key Performance Indicators) da actividade da área;
Acompanhar, em permanência, a adequação, a suficiência e a actualidade das políticas e
dos procedimentos e controlos em matéria de prevenção do branqueamento de capitais,
financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa, propondo
as necessárias actualizações;
Implementar processos de monitorização de todas as operações em curso ou já realizadas
com o objectivo identificar-se as consideradas como suspeitas de serem fraudulentas ou de
estarem associadas ao branqueamento de capitais e/ou ao financiamento do terrorismo e
elaborar o respectivo processo de reporte;
Comunicar, sem interferências internas ou externas, as operações suspeitas à UIF;
Coordenar a elaboração dos reportes, relatórios e demais informações a enviar ao Banco
Nacional de Angola e demais supervisores, em matéria de prevenção do branqueamento de
capitais, financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa;
Gerir o Risco de Compliance bem como desenvolver uma cultura de Compliance no Banco,
de modo a mitigar os riscos de incumprimento dos normativos e legislação aplicável e
preservar a imagem reputacional da instituição;
Promover abordagens com as diferentes áreas com o intuito da divulgação, análise e
interpretação dos normativos, sobretudo os de recente emissão, definindo o respectivo
owners e planos de acção para a sua implementação;
Programar juntamente com a DCH (Direcção de Capital Humano) a formação dos
colaboradores do Banco sobre matérias de prevenção do BCFT e Compliance;
Implementar a Avaliação de Desempenho dos Colaboradores sob a sua responsabilidade,
promovendo a sua motivação, desenvolvimento e alinhamento com os valores e cultura do
Banco;
Elaborar o Relatório Anual sobre prevenção do BCFT a ser remetido ao BNA;
Elaborar o Relatório anual sobre a actividade de Compliance no Banco para o CAD e
Conselho Fiscal;
Preparar e remeter ao BNA e aos Bancos Correspondentes os questionários de AML e
demais informações solicitadas.
50
Tendo como base as linhas operacionais definidas para 2022, encontrando-se estes alinhados ao
Plano Estratégico definido pelo Conselho de Administração, fazemos neste relatório, uma incursão
sobre a performance da Direcção de Compliance, em particular, tendo em atenção os objectivos
abaixo descriminados:
a) Processo de controlo sobre a actividade normativa do Banco, tal como dos reguladores;
b) Robustecimento da ferramenta de monitorização de Clientes e transacções; Acções de
sensibilização relativas aos temas de prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento
ao terrorismo;
c) Implementação do modelo descentralizado de Compliance (Agentes de Compliance);
d) Criação de um programa focado na cultura da ética e no rigor;
e) Avaliação independente de risco de branqueamento de capitais e de financiamento ao
terrorismo;
f) Asseguramento do cumprimento das recomendações emanadas pelo auditor externo, Banco
Nacional de Angola, e Conselho Fiscal; e,
g) Reforço da actuação do Compliance no âmbito do Trade Finance;
h) Assim, a Direcção de Compliance, durante o período em referência, redefiniu estratégias para
o cumprimento das recomendações identificadas pelo Auditor Externo, e Banco Nacional de
Angola.
A DCO actuou como dinamizador e facilitador na implementação dos diversos normativos internos,
bem como os emanados pelo Banco Nacional de Angola e pela Comissão de Mercados de Capitais.
Prestou ainda assistência ao Conselho de Administração nos temas em que foi necessária à sua
intervenção e, em particular na emissão de pareceres técnicos, e prestou de igual modo, suporte
às demais unidades orgânicas, com maior realce à área Comercial, Controlo Cambial, Operações,
Auditoria e Risco.
Auditoria Interna
51
Ter acesso pleno a todas as actividades, documentos e informações relevantes para o
exercício das suas funções;
Actuar como 3 ª linha de defesa no sistema de controlo interno da Instituição; e,
Monitorar os sistemas informáticos garantindo o seu alinhamento com a estratégia de
negócio e promover com eficácia os objectivos organizacionais.
Atribuições
O plano anual de auditoria de 2022 foi elaborado baseando-se em alguns factores essenciais, tais
como: o nível de risco dos processos, o conhecimento do negócio bancário, bem como as linhas
orientadoras do plano estratégico, de forma a determinar as actividades prioritárias bem como torná-
las consistentes em linha com os objectivos do Banco e em conformidade com os princípios de
auditoria interna reconhecidos e aceites internacionalmente. Pretendeu-se com os trabalhos de
auditoria efectuados ao longo do ano, mitigar riscos materialmente relevantes das actividades e
processos do Banco.
Controlo Cambial
Controlo Cambial, é a área que tem como missão de assegurar o controlo e cumprimento da
legislação e regulação cambial, bem como garantir o processamento, registo e reporte de todas as
operações cambiais ao Banco Nacional de Angola. Portanto, é da responsabilidade desta área:
52
A legitimidade e correcta constituição de todos os processos de solicitação de licenciamento
ou registo de operações e o seu envio de forma atempada ao BNA;
A adequação das soluções informáticas para o cumprimento da legislação e regulamentação
cambial em vigor;
A adequação da equipa do GCC com técnicos capacitados relativamente ao processo
cambial no sentido de garantir uma resposta eficaz do Gabinete.
Segurança Cibernética
Segurança Cibernética é a unidade com a missão de dar apoio ao Conselho de Administração nas
matérias relativas as ameaças e incidentes, encontrar mecanismos para prevenção de ameaças de
origem cibernética, não descurando a análise e classificação de acordo com o impacto causado
pelo incidente, que pode ser critico ou baixo de acordo com a ocorrência. Esta área tem, entre
outras, as seguintes responsabilidades:
53
Demonstrações Financeiras
& Pareceres
(Individual – Dezembro 2022)
54
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (INDIVIDUAL)
BALANÇO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 502 307 902 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 12 358 491 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 16 43 082 314 12 133 172
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral 17 240 065 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Títulos de dívida 18 61 630 420 70 742 442
Crédito a clientes 19 50 169 367 52 378 807
Outros activos tangíveis 20 25 386 935 28 917 388
Activos não correntes detidos para venda 21 1 399 800 5 978 849
Activos intangíveis 22 453 283 281 522
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 23 0 0
Activos por impostos correntes 24 235 189 234 492
Outros activos 25 22 003 321 4 263 508
TOTAL DO ACTIVO 719 267 087 398 916 871
TOTAL DO PASSIVO E DO CAPITAL PRÓPRIO 719 267 087 398 916 871
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BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022
56
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
57
DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022
58
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES O P ER A C I O N A I S
Juros, comissões e outros proveitos equiparados recebidos 26 701 273 36 840 523
Juros, comissões e outros encargos equiparados pagos (10 954 043) (11 004 183)
Juros da locação (42 040) (128 819)
Pagamentos a empregados e fornecedores (26 915 942) (29 378 541)
Pagamentos de locações de curto prazo (245 832) (116 455)
Recuperação de créditos abatidos ao activo 2 039 399 468 474
Outros resultados (854 239) 142 736
FLUXOS DE CAIXA ANTES DAS ALTERACOES NOS ACTIVOS E PASSIVOS OPERACIONAIS (10 271 425) (3 176 264)
(Aumentos)/Diminuições de activos operacionais:
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito (32 610 590) 80 781 844
Títulos de Dívida 9 065 630 102 028 358
Crédito a clientes 255 239 (6 659 642)
Outros activos 2 346 572 815 214
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS ACTIVOS OPERACIONAIS (20 943 149) 176 965 774
Aumentos/(Diminuições) de passivos operacionais:
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito (17 789 035) 25 500 079
Recursos de clientes e outros empréstimos 317 498 322 (80 836 718)
Outros passivos 10 419 709 (4 718 662)
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS PASSIVOS OPERACIONAIS 310 128 997 (60 055 301)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 278 914 423 113 734 209
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E I N V ES T I M EN T O
Aquisições de outros activos tangíveis, líquidas de alienações 2 116 032 (772 943)
Aquisições de activos intangíveis, líquidas de alienações (315 237) (68 331)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO 1 800 796 (841 274)
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E FI N A N C I A M EN T O
Aumento de Capital 15 021 628 0
Pagamentos de locação respeitantes à componente de capital (64 777) (219 906)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO 14 956 851 (219 906)
V ARI ACAO DE CAI X A E S EUS EQ UI V AL ENT ES 295 672 070 112 673 029
Caixa e seus equivalentes no início do período 223 847 689 118 288 622
Efeitos da variação cambial em caixa e seus equivalentes (4 853 182) (7 113 962)
CAIXA E SEUS EQUIVALENTES NO FIM DO PERIODO 514 666 577 223 847 689
59
6.2. Notas Às Contas
1. NOTA INTRODUTÓRIA
O Banco de Comércio e Indústria, S.A. (adiante designado por, “Banco” ou “BCI”), foi constituído
por Escritura Pública de 11 de Março de 1991, pelo Decreto n.º 8 - A/91 de 11 de Março. O BCI
opera e tem sede social em Angola, na Rua Rainha Ginga, Largo do Atlético – Luanda.
No que se refere à estrutura accionista, conforme detalhado na nota 31, o Banco é detido pela
Carrinho Empreendimentos, SA.
O capital social do Banco totaliza, à data de 31 de Dezembro de 2022, 82 275 707 milhares de
kwanzas.
2. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board
(IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee
(IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.
60
Administração do Banco decidiu não aplicar as disposições constantes naquela Norma às suas
demonstrações financeiras naquelas datas.
O efeito resultante da aplicação da referida norma nesses exercícios não se encontra reflectido
igualmente nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2022.
As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com
excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor, nomeadamente os activos
financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral e os activos financeiros ao justo valor
através de resultados.
A preparação das demonstrações financeiras de acordo com as IFRS requer que o Banco efectue
julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas
contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais
pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais
estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade,
ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações
financeiras encontram-se descritas e analisadas na Nota 3.
31/12/2022 31/12/2021
As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota foram aplicadas de forma consistente com as
utilizadas nas demonstrações financeiras a 31 de Dezembro de 2021.
As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema multi-
currency, sendo cada operação registada em função das respectivas moedas de denominação. As
transacções em moeda estrangeira são convertidas para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa
publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e passivos monetários expressos em moeda
estrangeira são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA à data
do balanço. Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, realizadas ou potenciais, são
registados na demonstração de resultados do exercício em que ocorrem os activos e passivos não
monetários expressos em moeda estrangeira e registados ao custo histórico, são convertidos para
Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e
passivos não monetários registados ao justo valor são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio
em vigor na data em que o justo valor é determinado e reconhecido por contrapartida de resultados,
61
com excepção daqueles reconhecidos em activos financeiros ao justo valor por rendimento integral,
cuja diferença é registada por contrapartida de capitais próprios.
Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são
imediatamente registadas na posição cambial. Sempre que estas operações conduzam a variações
dos saldos líquidos das diferentes moedas, há lugar à movimentação das contas de posição
cambial, à vista ou a prazo, cujo conteúdo e critério de reavaliação são como segue:
A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos activos e passivos dessa
moeda, assim como das operações à vista a aguardar liquidação e das operações a prazo com
vencimento nos dois dias úteis subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente
com base na taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA nessa data, dando origem à
movimentação da conta de posição cambial, por contrapartida de resultados.
A posição cambial a prazo em cada moeda corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a
aguardar liquidação, com exclusão das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes.
Todos os contractos relativos a estas operações (forwards de moeda) são reavaliados às taxas de
câmbio a prazo do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de
juro aplicáveis ao prazo residual de cada operação.
De acordo com a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”, os activos financeiros podem ser classificados
em três categorias com diferentes critérios de mensuração:
Custo amortizado,
Justo valor através de outro rendimento integral (FVOCI); e
Justo valor através de resultados (FVTPL).
A classificação dos activos financeiros depende do modelo de negócio e das características dos
fluxos de caixa contratuais (critério SPPI).
Modelo de negócio
62
Modelo de negócio cujo objectivo é alcançado tanto através da obtenção dos fluxos contratuais
do activo como através da sua venda (Held to collect and sell);
O Banco avaliou os seus modelos de negócio tendo por base um conjunto alargado de indicadores.
Entre outros, os seguintes factores são considerados pelo Banco na identificação do modelo de
negócio para um conjunto de activos:
a forma como o desempenho dos activos é avaliada e relatada à administração,
quais os principais riscos associados aos activos e como são avaliados e geridos; e
a forma como os gestores dos activos são remunerados.
A avaliação do modelo de negócio não depende das intenções para um instrumento individual, mas
sim para um conjunto de instrumentos, tendo em consideração a frequência, o montante, o
calendário e os motivos de vendas previstas dos activos. Vendas pouco frequentes, pouco
significativas, ou próximas do vencimento dos activos e as motivadas por aumento do risco de
crédito dos activos financeiros, ou que tenham por finalidade a gestão do risco de concentração,
entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de negócio de detenção dos activos até à
maturidade para receber os seus fluxos de caixa contratuais.
O Banco enquadra os activos financeiros de dívida detidos em carteira - títulos, crédito a clientes,
disponibilidades e aplicações em instituições de crédito e outros valores a receber - no âmbito do
modelo de negócio de “Held to Collect”, uma vez que o principal objectivo associado à gestão dos
referidos instrumentos é de deter os mesmos para recolha dos seus fluxos de caixa contratuais
(capital e juros).
O teste SPPI consiste na avaliação se os fluxos de caixa contratuais dos instrumentos financeiros
se referem exclusivamente ao pagamento de capital e juros. A avaliação é efectuada com base nos
termos contratuais originais do instrumento. Para efeitos desta avaliação, o “capital” é definido como
o justo valor do activo financeiro no seu reconhecimento inicial. O “juro” é definido como a
consideração pelo valor temporal do dinheiro e pelo risco de crédito associado ao montante em
dívida durante um determinado período e por outros riscos e custos associados à actividade (ex.
risco de liquidez e custos administrativos), bem como uma margem de lucro.
Quando os termos contratuais introduzem exposição ao risco de crédito ou variabilidade dos fluxos
de caixa que são inconsistentes com um simples contracto de crédito básico, o instrumento
financeiro não cumpre com o referido critério SPPI. Se um activo financeiro contém uma cláusula
contratual que pode modificar o calendário ou o valor dos fluxos de caixa contratuais (tais como
cláusulas de amortização antecipada ou extensão da duração), o Banco determina se os fluxos de
caixa que serão gerados durante o período de vida do instrumento, devido ao exercício da referida
63
cláusula contratual, são apenas pagamentos de capital e juros nos termos atrás referidos. No caso
de um activo financeiro contemplar um ajustamento periódico da taxa de juro, mas a frequência
desse ajustamento não coincidir com o prazo da taxa de juro de referência, o Banco avalia, no
momento do reconhecimento inicial, essa incoerência na componente dos juros para determinar se
os fluxos de caixa contratuais representam apenas pagamentos de capital e juros.
Os activos financeiros com derivados embutidos são considerados na sua totalidade, aquando do
teste do SPPI. Estes activos nunca cumprem com o conceito do SPPI, desde que as condições
contratuais do derivado embutido sejam genuínas.
o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo principal é a detenção dos
activos para recolha dos seus cash flows contratuais (HTC – Held to collect); e
O Banco mensura um activo financeiro ao justo valor através de outro rendimento integral se
cumprir, em simultâneo, com as seguintes características e se não for designado ao FVTPL por
opção (utilização da Fair Value Option):
o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo é a detenção dos activos
para recolha dos seus cash flows contratuais e venda (HTC and Sell – Held to collect and
Sell); e
64
No reconhecimento inicial de um instrumento de capital que não seja detido para negociação, o
Banco pode irrevogavelmente designá-lo nesta categoria. Esta designação é efectuada numa base
casuística, investimento a investimento e está apenas disponível para os instrumentos financeiros
que cumpram a definição de instrumentos de capital prevista na IAS 32, não podendo ser utilizada
para os instrumentos financeiros cuja classificação como instrumento de capital na esfera do
emitente seja efectuada ao abrigo das excepções previstas nos parágrafos 16A a 16D da IAS 32.
Os activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral são registados inicialmente
pelo seu justo valor. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são
reflectidos em rubrica específica do capital próprio (“Reservas de activos financeiros ao justo valor
por OCI”) até à sua venda onde são reclassificados para resultados do período, com excepção dos
instrumentos de capital que são reclassificados para resultados transitados. Adicionalmente, estão
sujeitos, desde o seu reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade (apenas
instrumentos de dívida).
Os juros inerentes são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em
resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. Os rendimentos de títulos de rendimento
variável são reconhecidos na rubrica da demonstração dos resultados “Rendimentos de
instrumentos de capital” na data em que são atribuídos. De acordo com este critério, os dividendos
antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
O Banco elegeu a opção irrevogável de classificar as acções detidas em carteira ao justo valor
através de outro rendimento integral.
Todos os activos financeiros que não sejam mensurados, de acordo com métodos descritos
anteriormente são mensurados ao justo valor através de resultados.
Os instrumentos de dívida cujas características dos fluxos de caixa contratuais não cumprem com
o critério SPPI, e que de outra forma estariam mensurados ao custo amortizado ou ao justo valor
através de outro rendimento integral, são obrigatoriamente mensurados ao justo valor através de
resultados.
Esta categoria inclui também activos adquiridos com o objectivo de realização de ganhos a partir
de flutuações de curto prazo nos preços de mercado. Incluem-se também nesta categoria os
instrumentos financeiros derivados, excluindo aqueles que cumpram os requisitos de contabilidade
de cobertura. Por definição os instrumentos de capital próprio são também classificados ao justo
valor através de resultados, a não ser que as entidades optem pela classificação irrevogável ao
justo valor através de outro rendimento integral como referido anteriormente.
65
Os activos financeiros classificados nesta categoria são reconhecidos inicialmente ao justo valor.
Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos na
demonstração dos resultados. Os juros são reflectidos nas respectivas rubricas de “Juros e
rendimentos similares”.
Conforme disposto na IFRS 13, os instrumentos financeiros ao justo valor estão mensurados de
acordo com os níveis de valorização descritos na nota 35.
Reclassificações
Os activos financeiros não são reclassificados após o seu reconhecimento inicial, excepto no
período após alteração do seu modelo de negócios para a gestão de activos financeiros realizada
pelo Banco. Os activos financeiros são reclassificados para outras categorias apenas se o modelo
de negócio utilizado na sua gestão for alterado. Neste caso, todos os activos financeiros afectados
são reclassificados. A reclassificação é aplicada prospectivamente a partir da data da
reclassificação, não sendo reexpressos quaisquer ganhos, perdas (incluindo relacionados com
imparidade) ou juros anteriormente reconhecidos. Não é permitida a reclassificação de
investimentos em instrumentos de capital mensurados ao justo valor através de outro rendimento
integral, nem de instrumentos financeiros designados ao justo valor através de resultados.
A mensuração subsequente dos passivos financeiros é, regra geral, efectuada pelo custo
amortizado. Existem algumas excepções a esta base de mensuração, nomeadamente:
Passivos financeiros que são detidos para negociação ou quando é aplicada a fair value
option – a mensuração subsequente consiste no justo valor por resultados.
Desta forma, os restantes passivos financeiros são mensurados subsequentemente pelo custo
amortizado.
66
Activos modificados
Os activos financeiros adquiridos ou originados com imparidade de crédito são tratados de forma
diferente uma vez que se encontram em situação “impaired”. Para esses activos, o Banco aquando
do seu reconhecimento inicial em stage 3, regista o activo pelo valor líquido da perda esperada.
Na mensuração subsequente, é sempre calculada uma ECL com uma PD life-time e as suas
variações são registadas com contrapartida em resultados. Os juros associados são calculados
aplicando a taxa de juro efectiva ao valor líquido contabilístico do activo.
Desreconhecimento e write-offs
Um activo financeiro (ou parte) é desreconhecido quando os direitos a receber os seus fluxos de
caixa expiram. Haverá igualmente lugar ao desreconhecimento do activo financeiro quando o
mesmo for transferido e a transferência se qualificar para desreconhecimento.
Existe uma transferência de um activo financeiro quando o Banco transferiu os direitos contratuais
de receber os fluxos de caixa contratuais do mesmo ou quando reteve esses direitos, mas assumiu
uma obrigação de entregar a um terceiro, sem demora material, os fluxos de caixa recebidos
(condição pass-through).
É efectuado o write-off (abate) de um crédito concedido quando não exista expectativa razoável de
recuperação do mesmo (após consideração dos colaterais associados). O write-off de um crédito
(na totalidade ou em parte) implica a anulação do correspondente saldo do activo, assim como as
perdas por imparidade acumuladas. A diferença entre estes dois montantes é reconhecida em
resultados na data do abate.
67
Um passivo financeiro é desreconhecido quando a responsabilidade associada é liquidada,
cancelada ou expira. Quando um passivo financeiro é substituído por outro passivo financeiro da
mesma contraparte com termos em condições substancialmente distintos ou os termos do passivo
financeiro são substancialmente modificados, o passivo financeiro original é desreconhecido e um
novo passivo financeiro é reconhecido.
Rendimentos de juros
Os rendimentos de juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa
de juro efectiva ou TJE) para todos os activos financeiros mensurados pelo custo amortizado e para
todos os activos financeiros mensurados a justo valor por outro rendimento integral que sejam
instrumentos de dívida. A TJE é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do
activo financeiro de modo que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia
escriturada líquida do activo na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração
custos de transacção (impostos, comissões, taxas, …), prémios e descontos associados ao activo.
Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos activos atrás referidos (que não
dão origem a desreconhecimento) por razões que não estejam relacionadas com o risco de crédito,
as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor presente (determinado usando a TJE) das
referidas alterações. Este efeito é reconhecido de imediato em resultados (juros e rendimentos
similares).
Os rendimentos de juros são determinados pela aplicação da TJE à quantia escriturada bruta (não
deduzida de perdas por imparidade acumuladas) dos activos financeiros que não apresentam
evidências objectivas de imparidade.
Os gastos com juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa de
juro efectiva ou TJE) para todos os passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado. A TJE
é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do passivo financeiro de modo
que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia escriturada líquida do passivo
na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração custos de transacção
(impostos, comissões, taxas, …), prémios e descontos associados ao passivo.
68
Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos passivos atrás referidos (que
não dão origem a desreconhecimento), as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor
presente (determinado usando a TJE) das referidas alterações. Este efeito é reconhecido de
imediato em resultados (juros e encargos similares).
As perdas por imparidade (perdas de crédito esperadas ou ECL) são mensuradas e reconhecidas
pelo Banco de acordo com o modelo de perdas de créditos esperadas previsto pela IFRS 9. Este
modelo abrange, na medida em que tal for aplicável, os seguintes activos financeiros:
Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados ao custo amortizado;
Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados a justo valor através de outro rendimento integral (instrumentos de dívida apenas);
Contas a receber comerciais e activos de contractos reconhecidos de acordo com o disposto
na IFRS 15;
Contas a receber de locações.
Em cada data de relato são mensuradas e reconhecidas ECL para todos os activos financeiros atrás
referidos.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que não registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 1), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer num horizonte temporal futuro de 12 meses. Para os activos financeiros que registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 2), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer durante toda a vida do instrumento.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que já se encontram
em incumprimento (em default) na data de relato (Stage 3), as perdas por imparidade consistem na
diferença entre a quantia escriturada do activo na data de relato e o valor presente dos fluxos de
caixa futuros estimados descontados à taxa de juro efectiva original do activo.
Considera-se que um activo está em default quando existem pagamentos contratuais em mora por
um período superior a 90 dias, quando se verificaram reestruturações por dificuldades financeiras
do devedor com incumprimento deste na data da reestruturação ou quando se verifica falência ou
liquidação do devedor, assim como outras evidências de que não é provável o cumprimento das
obrigações contratuais por parte do mesmo.
Em cada data de relato deve ser feita uma avaliação sobre se houve um aumento significativo do
risco de crédito desde o reconhecimento inicial do activo financeiro. Esta avaliação não é necessária
para instrumentos que têm um risco de crédito considerado baixo.
Considera-se que existe um aumento significativo do risco de crédito quando existem pagamentos
contratuais em mora por um período superior a 30 dias ou quando se observam outras evidências
de que o risco de crédito aumentou significativamente desde o reconhecimento inicial (conforme
disposto no Instrutivo do BNA nº 8/19, de 27 de Agosto).
Para além de informação histórica relevante, a avaliação das ECL deve também ter em
consideração informação que reflicta perspectivas futuras (forward looking information), desde que
a sua obtenção não implique um esforço ou custo excessivos.
69
A mensuração das ECL deve ter em consideração os seguintes aspectos:
Uma avaliação não enviesada de vários desfechos possíveis (ponderados pelas respectivas
probabilidades de ocorrência); e
O valor temporal do dinheiro; e
Informação razoável e verificável sobre acontecimentos passados, condições presentes e
projecções sobre condições económicas futuras, disponível sem esforço ou custo
excessivos.
As ECL são reconhecidas através do reconhecimento de perdas por imparidade a abater à quantia
escriturada do activo correspondente e as variações na imparidade são registadas em resultados
do período (imparidade de activos financeiros).
O cálculo das ECL tem por base o exercício de staging. O exercício de staging consiste na atribuição
de um stage aos activos para efeitos de cálculo das perdas por imparidade, de acordo com os
seguintes critérios:
Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial (ou
com baixo risco de crédito) – stage 1;
Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial – stage
2;
Activos em default (incluindo os adquiridos ou gerados com imparidade) – stage 3.
As ECL correspondem à diferença entre todos os fluxos de caixa contratuais em dívida ao Banco e
todos os fluxos de caixa que o Banco espera receber (ou seja, correspondem a uma insuficiência
esperada de fluxos de caixa), descontados à taxa de juro efectiva (TJE) original do activo ou, para
activos financeiros adquiridos ou originados em imparidade, à taxa de juro efectiva ajustada ao risco
de crédito. No caso de compromissos irrevogáveis assumidos, tais como, por exemplo, garantias
bancárias, são considerados os pagamentos que o Banco espera realizar deduzidos dos fluxos de
caixa que espera receber da contraparte.
O Banco estima os fluxos de caixa tendo em consideração o prazo contratual definido para as
operações.
Na determinação dos fluxos de caixa que o Banco espera receber, são considerados, quando
aplicável, os fluxos de caixa líquidos resultantes da execução de colaterais existentes.
Para os activos em stage 1 e stage 2, os fluxos de caixa que o Banco espera receber são
determinados tendo em consideração a probabilidade de a contraparte entrar em incumprimento
(PD), assim como a proporção da exposição (EAD) que será perdida na eventualidade de ocorrer
um incumprimento (LGD). No caso dos activos em stage 1, a PD apenas considera acontecimentos
de default que possam ocorrer nos 12 meses seguintes. No caso dos activos em stage 2, a PD
considera acontecimentos de default que possam ocorrer durante a maturidade remanescente.
As ECL (conforme metodologia atrás descrita) são apuradas para 3 cenários distintos (base,
favorável e adverso), sendo os valores obtidos ponderados pelas respectivas probabilidades de
ocorrência. As probabilidades de ocorrência são as seguintes (conforme disposto na Directiva do
BNA nº 13, de 27 de Dezembro de 2019):
Cenário base – 70%
Cenário favorável – 10%
Cenário adverso – 20%
70
Os cenários são determinados tendo por base um índice de clima económico construído com base
nos seguintes indicadores macros económicos: crescimento do PIB, taxa de inflação, câmbio
Akz/USD, câmbio Akz/Eur e preço do barril de petróleo. Para o efeito, é considerado um histórico
de 5 anos.
São calculados os factores de risco PD e LGD para cada um dos cenários atrás descritos.
A análise de imparidade do crédito a clientes pode ser efectuada de forma individual ou de forma
colectiva. Uma exposição deve considerar-se elegível para análise individual quando for
individualmente significativa ou quando possua um outro critério de elegibilidade complementar,
conforme orientações do BNA.
A análise de imparidade é efectuada de forma individual quando, de acordo com o disposto no
Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA, uma exposição se encontre acima de pelo menos
um dos dois seguintes limiares de materialidade:
A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,5% dos fundos próprios do Banco;
A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,1% dos fundos próprios do Banco
e o cliente/grupo económico regista um aumento significativo do risco de crédito tal como definido
na Parte 2 do Anexo III do Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA.
Para o efeito são considerados os últimos fundos próprios contabilísticos anuais conhecidos pela
instituição e reportados, ou a reportar, ao supervisor.
Na análise colectiva, os factores de risco são determinados para grupos homogéneos de créditos
(macro segmentos), nomeadamente:
a) Colaboradores
b) Consumo
c) Empresas
d) Empresas Privadas
e) Empresas publicas
f) Habitação
g) Negócios
h) Outros
i) PME
j) Retalho
k) Salário
l) Estado
Reconhecimento e mensuração
71
Os aumentos ao valor contabilístico dos terrenos e edifícios em resultado de reavaliações são
debitados em activos fixos tangíveis. As reduções que possam ser compensadas por anteriores
reavaliações do mesmo activo são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as
restantes reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados. subsequentes. As
revalorizações são efectuadas com a regularidade necessária para assegurar que a quantia
escriturada não difere materialmente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data
do balanço.
Custos subsequentes
Os custos subsequentes são reconhecidos como um activo separado apenas se for provável que
deles resultarão benefícios económicos para o Banco. As despesas com manutenção e reparação
são reconhecidas como custo à medida que são incorridas de acordo com o princípio da
especialização dos exercícios.
Depreciações
Os terrenos não são depreciados. O método utilizado pelo Banco para cálculo das depreciações é
o das quotas constantes, de acordo com os seguintes períodos de vida útil esperada:
Descrição Anos
Imóveis de uso próprio:
. Edifícios 2 a 50
. Obras 5
Equipamento:
. Mobiliário e material 6a9
. Máquinas e ferramentas 3a6
. Equipamento informático 5
. Instalações interiores 5a6
. Material de transporte 4
. Equipamento de segurança 10
. Outros equipamentos 3a7
Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, a IAS 36 (Imparidade de
activos), exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por
imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por
imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados.
O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu
valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros
que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.
72
2.6 Activos intangíveis
Software
Os custos incorridos com a aquisição de software a entidades terceiras, são capitalizados, assim
como as despesas adicionais suportadas pelo Banco necessárias à sua implementação. Estes
custos são amortizados linearmente pelo período da vida útil estimado, a qual se situa normalmente
nos 3 anos.
As empresas associadas são entidades nas quais o Banco tem influência significativa, mas não
exerce controlo sobre a sua política financeira e operacional. Presume-se que o Banco exerce
influência significativa quando detém o poder de exercer mais de 20% dos direitos de voto da
associada. Caso o Banco detenha, directa ou indirectamente, menos de 20% dos direitos de voto,
presume-se que o Banco não possui influência significativa, excepto quando essa influência possa
ser claramente demonstrada.
A existência de influência significativa por parte do Banco é normalmente demonstrada por uma ou
mais das seguintes formas:
Imparidade
O valor recuperável dos investimentos em subsidiárias e associadas é avaliado sempre que existam
sinais de evidência de imparidade. As perdas de imparidade são apuradas tendo por base a
diferença entre o valor recuperável dos investimentos em subsidiárias ou associadas e o seu valor
contabilístico. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de
resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso se verifique uma redução do
montante da perda estimada, num período posterior. O valor recuperável é determinado com base
no maior entre o valor em uso dos activos e o justo valor deduzido dos custos de venda, sendo
calculado com recurso a metodologias de avaliação, suportadas em técnicas de fluxos de caixa
descontados, considerando as condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio.
73
2.8 Locações
IFRS 16
No início de um contracto o Banco avalia se o mesmo é, ou contém, uma locação. É uma locação
um contracto ou parte de um contracto que transmite o direito de usar um activo (o activo
subjacente) durante um certo período, em troca de uma retribuição.
Para avaliar se um contracto transmite o direito de controlar o uso de um activo identificado, o Banco
avalia, se:
- O contracto envolve o uso de um activo identificado – o activo poderá ser especificado de forma
explícita ou implícita e deve ser fisicamente distinto ou representar substancialmente toda a
capacidade de um activo fisicamente não distinto. Mesmo que um activo seja especificado, o Banco
não tem o direito de usar um activo identificado se o fornecedor tiver o direito substantivo de
substituir esse activo durante o período de utilização;
- O Banco tem o direito de obter substancialmente todos os benefícios económicos do uso do
activo identificado, durante todo o período de utilização; e
- O Banco tem o direito de orientar o uso do activo identificado. O Banco tem este direito quando
tem os direitos de tomada de decisão mais relevantes para alterar o modo e a finalidade com que o
activo é usado durante todo o período de utilização. Nos casos em que a decisão sobre como e
para que finalidade o activo é utilizado é predeterminada, o Banco tem o direito de orientar o uso
do activo se:
- O Banco tem o direito de explorar o activo (ou de mandar outros explorar o activo da forma que
ele determinar) durante todo o período de utilização, sem que o fornecedor tenha o direito de alterar
essas instruções de exploração; ou
- O Banco concebeu o activo (ou aspectos específicos do activo) de uma forma que determine
previamente o modo e a finalidade com que o activo será usado durante todo o período de utilização.
i. Como locatário
O Banco reconhece um activo sob direito de uso e um passivo da locação na data de início da
locação. O activo sob direito de uso é mensurado inicialmente ao custo, o qual inclui o valor inicial
do passivo da locação ajustado de todos os pagamentos antecipados da locação em ou antes da
data de início (deduzidos os incentivos à locação recebidos), adicionado de quaisquer custos
directos iniciais incorridos e da estimativa dos custos para desmantelamento e remoção do activo
subjacente ou para restaurar o activo subjacente ou as instalações na qual está localizado.
Subsequentemente, o activo sob direito de uso é depreciado utilizando o método linear desde a
data de início até ao fim da vida útil do activo sob direito de uso ou ao fim do prazo da locação,
consoante o que terminar primeiro. A vida útil estimada dos activos sob direito de uso é determinada
seguindo os mesmos princípios dos Activos Tangíveis. Adicionalmente, o activo sob direito de uso
é periodicamente deduzido das perdas por imparidade, se existirem, e ajustado por determinadas
remensurações do passivo da locação.
74
O passivo da locação é mensurado inicialmente pelo valor presente dos pagamentos da locação
que não tenham sido efectuados nessa data, descontados segundo a taxa de juro implícita na
locação, se essa taxa poder ser facilmente determinada. Se a taxa não poder ser facilmente
determinada, deve ser utilizada a taxa incremental de financiamento do Banco. A taxa incremental
de financiamento é uma taxa de desconto que o Banco obteria para conseguir, com a mesma
maturidade e garantia semelhante, os fundos necessários para a aquisição do activo subjacente.
Por norma, o Banco utiliza como taxa de desconto a sua taxa incremental de financiamento.
montantes que se espera que venham a ser pagos a título de garantias de valor residual;
O passivo da locação é mensurado ao custo amortizado usando o método da taxa de juro efectiva.
É remensurado quando existe uma alteração aos pagamentos futuros da locação decorrentes de
uma alteração num índice ou taxa, quando ocorre uma alteração na estimativa do Banco do
montante que se espera pagar ao abrigo de uma garantia de valor residual, ou sempre que o Banco
altera a sua avaliação sobre a expectativa de exercer ou não uma opção de compra, prorrogação
ou rescisão.
O Banco apresenta os activos sob direito de uso que não correspondem à definição de propriedade
de investimento em “Outros Activos Tangíveis” e os passivos da locação em “Outros Passivos” na
demonstração da posição financeira.
A norma permite que um locatário não reconheça os activos sob direito de uso e os passivos da
locação de curto prazo que têm um prazo de locação de 12 meses ou inferior e locações de activos
de baixo valor, sendo os pagamentos associados a estas locações reconhecidos como despesa
pelo método linear durante a vigência do contracto.
O Banco aplicou a isenção definida pela IFRS 16 para o reconhecimento dos activos sob direito de
uso e passivos da locação para locações de curta duração, cujo prazo de locação seja igual ou
75
inferior a 12 meses. Deste modo, o Banco reconhece as despesas associadas a estes contractos
directamente em “Fornecimentos e Serviços de Terceiros” na Demonstração de Resultados.
Quando o Banco actua como locador, no início da locação determina se a mesma deve ser
classificada como uma locação operacional ou uma locação financeira.
Para classificar cada locação, o Banco efectua uma avaliação global sobre se a locação transfere
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do activo subjacente. No
caso de a locação transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade
do activo subjacente, a mesma é classificada como locação financeira, caso contrário, como locação
operacional. Como parte desta avaliação, o Banco considera alguns indicadores tais como se a
locação é realizada para a maior parte da vida económica do activo.
Quando o Banco é um locador intermediário, este contabiliza os seus interesses na locação principal
e na sublocação separadamente. A classificação da sublocação é efectuada por referência ao activo
sob direito de uso decorrente da locação original, e não por referência ao activo subjacente. No
caso da locação original ser um contracto de locação de curto prazo à qual o Banco aplica a isenção
de reconhecimento descrita anteriormente, o Banco classifica a sublocação como uma locação
operacional.
2.9 Impostos
Os rendimentos obtidos pelo Banco de Comércio e Indústria (“BCI”), no âmbito do exercício normal
da sua actividade, estão sujeitos a diversos impostos, de acordo com a sua natureza.
Deste modo, o Banco é tributado pela totalidade dos lucros obtidos quer no país, quer no estrangeiro
e o seu lucro tributável corresponde à diferença entre todos os proveitos ou ganhos realizados e os
custos ou perdas imputáveis ao exercício em apreço, eventualmente corrigidos nos termos do
Código do Imposto Industrial.
O Banco encontra-se sujeito a tributação em sede do Imposto Industrial, nos termos do Regime
Geral de Tributação. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos do novo Código do
Imposto Industrial (i.e., Lei n.º 26/20, de 20 de Julho, a qual introduziu alterações significativas ao
Código do Imposto Industrial, aprovado pela Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro). Neste contexto, o BCI
encontra-se sujeito à taxa aplicável de 35%, de acordo com o artigo 64.º, n.º 3 do Código do Imposto
Industrial.
76
Os rendimentos de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do Tesouro, emitidos pelo Estado
Angolano após 1 de Janeiro de 2013 encontram-se sujeitos ao IAC, à taxa de 10% (5% no caso de
títulos de dívida admitidos à negociação em mercado regulamentado e que apresentem uma
maturidade igual ou superior a três anos) e, bem assim, a Imposto Industrial, no caso das mais ou
menos-valias obtidas (incluindo eventuais reavaliações cambiais sobre a componente do capital).
Ademais, a referida Lei, consagrou, entre outras alterações, a elegibilidade das variações cambiais
realizadas favoráveis e desfavoráveis como proveitos e custos fiscalmente aceites,
respectivamente. No mesmo sentido, passaram a não ser aceites como custo as
provisões/imparidades constituídas sobre crédito com garantia, salvo na parte não coberta.
As declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante
um período de 5 anos, das quais poderão resultar eventuais correcções ao lucro tributável dos
exercícios de 2017 a 2022.
O registo dos impactos fiscais das transacções realizadas pelo Banco corresponde ao entendimento
da gestão sobre o tratamento fiscal aplicável à luz da legislação emitida. Nas situações em que haja
lugar a interpretação e tal venha a ser questionado pela Administração Fiscal, a gestão procede à
sua reanálise, avaliando a probabilidade (superior ou inferior ao 50%) de o tratamento fiscal
adoptado ser aceite e, consequentemente, determina qual o valor mais provável ou o valor esperado
de activos ou passivos por imposto, a registar.
Imposto corrente
O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável do exercício, o qual difere do resultado
contabilístico devido a ajustamentos resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos
fiscais ou que apenas serão considerados em outros períodos contabilísticos.
Adicionalmente, o Imposto Industrial é objecto de liquidação provisória numa única prestação a ser
efectuada até ao final do mês de Agosto, apurada através da aplicação de uma taxa de 2% sobre o
resultado derivado das operações de intermediação financeira, apurados nos primeiros seis meses
do exercício fiscal anterior, excluídos os proveitos sujeitos a imposto sobre aplicação de capitais,
independentemente da existência de matéria colectável no exercício.
Sem prejuízo do que antecede, os contribuintes que apurem prejuízo no exercício imediatamente
anterior encontram-se dispensados de efectuar a entrega da liquidação provisória.
Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício podem ser deduzidos aos lucros tributáveis
de um ou mais, dos cinco anos posteriores.
Imposto diferido
77
Os impostos diferidos activos e passivos são calculados com base nas taxas fiscais em vigor para
o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo. Os prejuízos fiscais
reportáveis dão também origem a impostos diferidos activos.
Os passivos fiscais diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto os activos fiscais diferidos só são reconhecidos até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes
diferenças tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são
registados activos fiscais diferidos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionável
devido a outras situações, incluindo questões de interpretação da legislação fiscal em vigor.
Apesar disto, não são registados activos ou passivos fiscais diferidos relativos a diferenças
temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não
afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável.
O Banco procede, conforme estabelecido na IAS 12 – Imposto sobre o Rendimento, parágrafo 74,
à compensação dos activos e passivos por impostos diferidos sempre que: (i) tenha o direito
legalmente executável de compensar activos por impostos correntes e passivos por impostos
correntes; e (ii) os activos e passivos por impostos diferidos se relacionarem com impostos sobre o
rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre a mesma entidade tributável ou diferentes
entidades tributáveis que pretendam liquidar passivos e activos por impostos correntes numa base
líquida, ou realizar os activos e liquidar os passivos simultaneamente, em cada período futuro em
que os passivos ou activos por impostos diferidos se esperem que sejam liquidados ou recuperados.
Sem prejuízo do exposto, no que diz respeito aos rendimentos de títulos de dívida pública, segundo
o último entendimento das Autoridades Fiscais dirigido à ABANC (carta com a referência
196/DGC/AGT/2016, de 17 de Maio de 2016), apenas os que decorrerem de títulos emitidos em
data igual ou posterior a 1 de Janeiro de 2013 se encontram sujeitos a este imposto.
Ademais, cumpre ainda referir que, segundo a posição das Autoridades Fiscais, as reavaliações
cambiais de títulos de dívida pública emitidos em moeda nacional, mas indexados a moeda
estrangeira, emitidos desde 1 de Janeiro de 2013, deverão ser sujeitas a Imposto Industrial até que
o Banco Nacional de Angola se encontre em condições de efectuar a devida retenção na fonte em
sede de IAC.
Imposto sobre a Aplicação de Capitais - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14,
de 20 de Outubro, o Banco procede a retenção na fonte de IAC, à taxa de 10%, sobre os juros de
depósitos a prazo pagos a clientes.
78
Imposto sobre o Valor Acrescentado (“IVA”)
A Lei n.º 7/19 introduziu o IVA em Angola, que se encontra em vigor desde o dia 1 de Outubro de
2019, revogando o Regulamento do Imposto de Consumo (“IC”) e introduzindo relevantes
alterações ao Código do Imposto de Selo (“IS”).
Nos termos do Código do IVA aprovado pela referida Lei n.º 7/19, e, bem assim, das alterações
introduzidas pela Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto, estão sujeitas a este imposto: (i) as transmissões
de bens e prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso por um sujeito
passivo, agindo nessa qualidade; e (ii) as importações de bens.
Não obstante, o Código do IVA prevê isenções para determinadas operações, incluindo a isenção
aplicada às operações de intermediação financeira, incluindo as descritas no Anexo III a este
Código, excepto as que dão lugar ao pagamento de uma taxa, ou contraprestação, específica e
predeterminada, pela sua realização. Esta isenção não confere direito à dedução do IVA incorrido
pelo sujeito passivo nas aquisições de bens e serviços conexas com operações isentas.
Importa assinalar que a taxa normal de IVA vigente no território Angolano, aplicável às operações
sujeitas a IVA e dele não isentas é de 14%.
O Código do IVA, nos termos do n.º 1 do artigo 10.º, estabelece que, para efeitos deste imposto, e
em regra geral, a prestação de serviços ocorre no território nacional quando nele o adquirente
possui domicílio, sede ou estabelecimento estável para o qual os serviços são adquiridos. Neste
contexto, o n.º 2 do artigo 29.º do Código do IVA, conjugado com a alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º
deste mesmo compêndio tributário, prevê o mecanismo de inversão do sujeito passivo, através do
qual “sempre que o adquirente seja um sujeito passivo, o imposto é devido por esse mesmo
adquirente, relativamente a prestações de serviços localizadas no território nacional, nos termos do
artigo 10.º, quando o prestador de serviços seja um sujeito passivo não residente e não disponha
de um estabelecimento estável em território nacional” – i.e. o adquirente, sujeito passivo de IVA em
79
Angola, deverá (auto)liquidar o IVA angolano devido nas prestações de serviços localizadas em
Angola, quando as mesmas sejam prestadas por fornecedores não residentes.
Ademais, considerando que o Banco é um sujeito passivo que realiza conjuntamente operações
que conferem direito dedução (i.e., operações tributadas em IVA) e operações que não conferem
direito à dedução (i.e., operações isentas deste imposto nos termos acima referidos), o IVA incorrido
pelo Banco nas suas aquisições de bens e serviços apenas é parcialmente dedutível através do
método do pro rata.
Não obstante, o Banco, enquanto sujeito passivo abrangido pelo regime geral de IVA, pode, nos
termos do n.º 2 do artigo 27.º do Código do IVA, adoptar o método da afectação real relativamente
ao IVA incorrido nos bens destinados a venda.
II. Operações financeiras realizadas por instituições sem sede ou estabelecimento estável em
território nacional ("bancos correspondentes”) para as instituições angolanas;
III. Operações abrangidas pelo disposto no n.º 3 do artigo 6.º do Código do IVA, nomeadamente,
refacturação de bens e/ou serviços adquiridos pelas instituições em nome próprio, mas por conta
de terceiras entidades, a quem os respectivos bens e/ou serviços sejam refacturados, com vista a
obter o receptivo reembolso (redébitos de custos).
Para efeitos de dedução do IVA segundo o mencionado método, as instituições financeiras devem
elaborar um oficio dirigido à Direcção dos Serviços do IVA, a solicitar a alteração da declaração de
início de actividade, bem como o respectivo cumprimento das obrigações previstas no Código do
IVA quanto ao registo contabilístico das operações, de forma a permitir o controlo das operações
cujo imposto suportado foi deduzido segundo o método de afectação real.
Adicionalmente, o Banco está ainda obrigado a cumprir com regras em matéria de facturação nos
termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (“RJFDE”), em vigor desde
Abril de 2019. Neste âmbito, os agentes económicos com volume de negócios igual ou superior a
Kwanzas equivalentes a USD 250 mil devem emitir as facturas ou documentos equivalentes através
de um sistema de facturação certificado.
As Leis de Orçamento Geral do Estado para os exercícios económicos de 2021 e de 2022 prevêem
ainda que, sobre os recebimentos obtidos nos terminais de pagamento automático, relativos às
transmissões de bens e prestações de serviços efectuados pelos sujeitos passivos, é retido a taxa
de 2,5% a título de Imposto sobre o Valor Acrescentado.
80
Imposto do Selo - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro,
recai sobre o Banco a responsabilidade de liquidação e entrega do Imposto do Selo devido pelos
seus clientes na generalidade das operações bancárias (v.g., financiamentos, cobrança de juros de
financiamentos, comissões por serviços financeiros), procedendo o Banco à liquidação do imposto,
às taxas previstas na Tabela do Imposto do Selo.
Imposto Industrial - De acordo com o previsto no artigo 67.º do Código do Imposto Industrial, as
prestações de serviços por entidades com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em
Angola, estão sujeitas a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%. Quando se trate de
serviços prestados por entidades não-residentes, a taxa de retenção na fonte é de 15%.
Imposto Predial - De acordo com o previsto na Lei n.º 20/20, publicada a 9 de Julho, a qual aprovou
o novo Código do Imposto Predial e revogou o anterior, o Banco procede à retenção na fonte do
Imposto Predial devido, à taxa de 15% sobre o pagamento ou entrega de rendas relativas a imóveis
arrendados, com excepção dos terrenos para construção, em que será devido Imposto Predial à
taxa de 0,6% sobre o valor patrimonial.
Será devido Imposto Predial sobre imóveis não-arrendados de acordo com os seguintes intervalos:
Taxa de 0,1% sobre o valor patrimonial, aplicável a imóveis com valor patrimonial inferior a Kz
5 000 000;
Valor fixo de Kz 5.000 para imóveis com valor patrimonial superior a Kz 5 000 000 e inferior a Kz
6 000 000;
Taxa de 0,5% sobre o valor patrimonial excedente a Kz 5 000 000, aplicável a imóveis com valor
patrimonial superior a AKZ 6 000 000.
Os benefícios de curto prazo a empregados são registados como custo assim que o serviço
associado tiver sido prestado. É reconhecido um passivo pelo montante expectável a ser liquidado,
quando o Banco tem uma obrigação presente, legal, de pagar este montante como resultado de um
serviço prestado no passado pelo colaborador e essa obrigação possa ser fiavelmente estimada.
Em 15 de Março de 2010, o Banco celebrou um protocolo com o Banco Nacional de Angola com
vista à assunção de encargos com pensões de reforma complementares ao Sistema de Segurança
Social de Angola para os colaboradores do Banco provenientes daquela instituição. Estes encargos
são pagos através de uma renda vitalícia mensal a partir do momento em que os colaboradores se
reformam sendo assumidos de forma partilhada e proporcional ao tempo de serviço prestado pelos
colaboradores em cada uma das instituições.
81
As responsabilidades do banco com pensões de reforma são calculadas, com base no Método da
Unidade de Crédito Projectada. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base
nas taxas de mercado associadas a emissões de obrigações do Estado Angolano.
O juro líquido com o plano de pensões foi calculado pelo Banco multiplicando a responsabilidade
com pensões de reforma pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das
responsabilidades com pensões de reforma atrás referida. Nessa base, o juro líquido foi apurado
através do custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de reforma, ambos
mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.
O Banco reconhece na sua demonstração de resultados um valor total que inclui (i) o custo do
serviço corrente, (ii) o juro líquido de juros com o plano de pensões.
O Banco tem uma obrigação presente (legal ou decorrente de práticas passadas ou políticas
publicadas que impliquem o reconhecimento de certas responsabilidades);
Seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido;
Quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.
A mensuração das provisões tem em conta os princípios definidos na IAS 37 (Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes) no que respeita à melhor estimativa do custo expectável, ao
resultado mais provável das acções em curso e tendo em conta os riscos e incertezas inerentes
ao processo.
As provisões são revistas no final de cada data de reporte e ajustadas para reflectir a melhor
estimativa, sendo revertidas por contrapartida de resultados na proporção dos pagamentos que não
sejam prováveis.
As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para as obrigações para as quais foram
inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixem de se observar.
82
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os
passivos contingentes são sempre objecto de divulgação, excepto nos casos em que a possibilidade
da sua concretização seja remota.
- Quando são obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados
é efectuado no período a que respeitam de acordo com a IFRS 15;
- Quando resultam de uma prestação de serviços, o seu reconhecimento é efectuado quando o
referido serviço está concluído de acordo com a IFRS 15;
- Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os
proveitos resultantes de serviços e comissões são registados na margem financeira, diluídos ao
longo da maturidade do instrumento financeiro de acordo com a IFRS 9.
Os resultados em operações financeiras incluem os ganhos e perdas gerados por activos e passivos
financeiros ao justo valor através de resultados, nomeadamente das carteiras de negociação e de
outros activos e passivos ao justo valor através de resultados, incluindo dividendos associados a
estas carteiras.
Estes resultados incluem igualmente as valias nas vendas de activos financeiros ao justo valor por
outro rendimento integral e de activos financeiros ao custo amortizado.
Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores
registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se
incluem a caixa, as disponibilidades em bancos centrais e as disponibilidades em outras instituições
de crédito.
As garantias financeiras são contractos que obrigam o Banco a efectuar pagamentos específicos
de forma a reembolsar o detentor da garantia por uma perda incorrida em virtude de um devedor
falhar o cumprimento de um pagamento.
83
2.16 Activos não correntes detidos para venda
Os activos não correntes, grupos de activos não correntes detidos para venda (grupos de activos
em conjunto com os respectivos passivos, que incluem pelo menos um activo não corrente) e
operações descontinuadas são classificados como detidos para venda quando existe a intenção de
alienar os referidos activos e passivos e os activos ou grupos de activos estão disponíveis para
venda imediata e a sua venda é muito provável.
O Banco também classifica como activos não correntes detidos para venda os activos não correntes
ou grupos de activos adquiridos apenas com o objectivo de venda posterior, que estão disponíveis
para venda imediata e cuja venda é muito provável.
Imediatamente antes da sua classificação como activos não correntes detidos para venda, a
mensuração de todos os activos não correntes e todos os activos e passivos incluídos num grupo
de activos para venda é efectuada de acordo com as IFRS aplicáveis. Após a sua reclassificação,
estes activos ou grupos de activos são mensurados ao menor entre o seu custo e o seu justo valor
deduzido dos custos de venda.
O Banco classifica igualmente em activos não correntes detidos para venda os imóveis detidos por
recuperação de crédito, que se encontram mensurados inicialmente pelo menor entre o seu justo
valor líquido de custos de venda e o valor contabilístico do crédito existente na data em que foi
efectuada a dação ou arrematação judicial do bem.
As avaliações destes imóveis são efectuadas de acordo com uma das seguintes metodologias,
aplicadas de acordo com a situação específica do bem:
i. Método Comparativo
O Método de Mercado tem por referência valores de transacção de imóveis semelhantes e
comparáveis ao imóvel objecto de estudo obtido através de prospecção de mercado realizada na
zona.
ii. Método do Rendimento
Este método tem por finalidade estimar o valor do imóvel a partir da capitalização da sua renda
líquida, actualizado para o momento presente, através do método dos fluxos de caixa descontados.
84
3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Os julgamentos críticos com maior impacto nos montantes reconhecidos de imparidade dos activos
financeiros contabilizados pelo custo amortizado são os seguintes:
b) Definição de grupos de activos com características de risco de crédito comuns: quando as perdas
de crédito esperadas são mensuradas numa base colectiva, os instrumentos financeiros são
agrupados com base em características de risco comuns. O Banco monitoriza a adequação das
características de risco de crédito numa base regular para avaliar se mantém a sua similaridade.
Este procedimento é necessário para assegurar que, no caso de se verificar uma alteração das
características de risco de crédito, a segmentação dos activos é revista. Esta revisão pode resultar
na criação de novos portfólios ou na transferência dos activos para portfólios já existentes, que
reflictam melhor as suas características de risco de crédito.
O cálculo de imparidade colectiva considera diversos cenários com uma ponderação específica,
com base na metodologia interna definida sobre cenarização definição de múltiplas perspectivas de
evolução macroeconómica, com probabilidade de ocorrência relevante.
85
c) Probabilidade de incumprimento: A probabilidade de incumprimento representa um factor
determinante na mensuração das perdas de crédito esperadas. A probabilidade de incumprimento
corresponde a uma estimativa da probabilidade de incumprimento num determinado período
temporal, cujo cálculo é efectuado com base em dados históricos, pressupostos e expectativas
sobre as condições futuras.
Esta avaliação é realizada com recurso a informação interna e externa e inclui a utilização de
pressupostos e julgamentos na sua modelização cuja alteração poderia determinar diferentes
resultados.
Por fim, o Banco considera que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite
reflectir de forma adequada o risco associado aos seus activos financeiros, tendo em conta as
regras definidas pela IFRS 9 –“Instrumentos financeiros”.
Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.
86
4. MARGEM FINANCEIRA
31/12/2022 31/12/2021
Em 2022, a Margem Financeira teve uma redução significativa, mais de 50%, decorrente de três
efeitos: redução dos proveitos com títulos e valores mobiliários decorrentes da maturação dos
mesmos durante o ano de 2021, ausência de proveitos das aplicações em outras instituições de
crédito por via da constituição de reservas obrigatórias a 100% para os depósitos do Estado; e pela
estabilização dos custos financeiros.
87
5. RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES
31/12/2022 31/12/2021
88
6. RESULTADOS CAMBIAIS
31/12/2022 31/12/2021
Em relação a reavaliação de activos e passivos monetários, registou-se uma redução nos custos
devido a dóis efeitos: A desvalorização do Kwanza face ao dólar e ao euro abaixo do registado em
2021; conjugada com uma posição cambial longa, contudo, mais reduzida.
31/12/2022 31/12/2021
6 775 645 0
Adicionalmente, no exercício de 2022, o Banco alienou um conjunto de imóveis que tinha recebido
em dação de incumprimento, gerando um resultado de cerca de 3,1 mil milhões de kwanzas,
conforme detalhado na nota 21.
89
8. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO
31/12/2022 31/12/2021
90
9. CUSTOS COM PESSOAL
31/12/2022 31/12/2021
A variação no custo com pessoal deve-se a redução do número de efectivos, conforme detalhado
no quadro abaixo de acordo com o plano de reestruturação do Banco iniciado em Junho de 2022.
31/12/2022 31/12/2021
539 1 088
91
10. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS
31/12/2022 31/12/2021
92
11. DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DO EXERCICIO
31/12/2022 31/12/2021
Activos intangíveis
Sistema de tratamento automático de dados 143 475 273 459
143 475 273 459
Outros activos tangíveis
Imóveis de uso
Imóveis de serviço próprio 874 861 515 119
Obras em edifícios próprios 156 600 239 274
Móveis, utensílios, instalações e equipamentos
Mobiliário e material 66 744 74 533
Máquinas e ferramentas 314 723 367 810
Equipamento informático 207 348 224 120
Instalações interiores 17 959 17 092
Material de transporte 201 955 327 697
Equipamento de segurança 40 540 39 161
Equipamento de comunicações 9 269 3 913
Outro equipamento 20 074 19 449
Obras em edifícios arrendados 36 102 47 542
Activos sob o direito de uso 100 193 235 877
Outros 28 925 17 486
2 075 293 2 129 073
31/12/2022 31/12/2021
93
Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Banco durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.
Caixa
Notas e moedas nacionais 5 375 277 5 145 407
Notas e moedas estrangeiras 3 279 571 3 849 295
Notas em ATM 1 103 326 1 344 203
9 758 174 10 338 905
Depósitos em bancos centrais
Banco Nacional de Angola
Em moeda nacional 480 220 702 197 826 265
Em moeda estrangeira 12 329 026 5 678 322
492 549 728 203 504 587
Damos nota que com a publicação do Instrutivo N.º 02/2021 de 10 de Fevereiro, para efeitos do
presente Instrutivo, as reservas excedentárias são divididas em dois níveis: (i) nível isento da taxa
de custódia e (II) nível sujeito à taxa de custódia de 0,1% por dia, sendo que:
94
a) O nível isento da taxa de custódia corresponde ao valor de mKz 3 000 000 (Três Mil Milhões de
Kwanzas);
b) O nível sujeito à taxa de custódia corresponde ao saldo das reservas excedentárias líquido do
valor estabelecido no nível 1.
Moeda Moeda
31/12/2022
Nacional Estrangeira
Moeda Moeda
31/12/2021
Nacional Estrangeira
95
Em 31 de Dezembro de 2022, pode ser deduzido da exigibilidade em moeda nacional o montante
até 80% dos activos representativos do valor dos desembolsos de créditos, em moeda nacional, em
situação regular, referente a projectos dos sectores da agricultura, pecuária, silvicultura e pescas,
concedidos até à data de 14 de Abril de 2021, desde que sejam de maturidade residual igual ou
superior a 24 (vinte e quatro) meses, aos créditos definidos de acordo no artigo 8.º do Aviso n.º
10/2022, de 6 de Abril, sobre Concessão de Crédito ao Sector Real da Economia, qualquer que seja
a maturidade residual, aos créditos definidos de acordo com o disposto no artigo 10.º do Aviso n.º
09/2022, de 6 de Abril, sobre Concessão de Crédito à habitação, qualquer que seja a maturidade
residual.
Na última semana do mês de Dezembro de 2022 e 2021 as reservas mínimas obrigatórias totais
eram de 481 875 242 e 213 290 289 milhares de kwanzas, respectivamente.
31/12/2022 31/12/2021
Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade
Bruta Liquida Bruta Liquida
11 977 331 184 11 977 147 9 412 689 64 836 9 347 853
12 358 675 184 12 358 491 10 004 197 64 836 9 939 361
96
Em 2021, o montante referente a Outras Disponibilidades – Operações pendentes de liquidação
respeitavam a valores enviados a compensação a liquidar no primeiro dia útil de Janeiro de 2022
O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:
31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
31/12/2021
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
31/12/2022 31/12/2021
No exercício de 2022 o Banco reconheceu nesta rubrica um activo POCI (Purchase or Originated
Credit Impaired), mensurado no momento inicial pelo valor contabilístico zero. O referido activo tem
um valor nominal de 6 milhões de dólares.
Com o aumento de capital realizado nos últimos meses do ano, entre outros negócios, o Banco
optou pelo investimento em aplicações nas instituições de crédito no país.
97
O escalonamento das aplicações em bancos centrais e outras instituições de crédito por prazos de
vencimento, a 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, é como segue:
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
98
18. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - TÍTULOS DE DIVÍDA
31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida
62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442
31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida
Stage 1 62 501 916 871 496 61 630 420 63 874 931 1 248 889 62 626 042
Stage 2 0 0 0 8 281 185 164 785 8 116 400
Stage 3 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0
62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442
31/12/2022
99
A utilização efectuada em 2022 nas obrigações em dólar está relacionada com a obrigação indicada
no parágrafo acima.
31/12/2021
Em 2021, no que diz respeito às obrigações em moeda estrangeira de outros emissores o aumento
de imparidade está relacionado apenas com a variação cambial visto que esta operação se
encontrava totalmente provisionada.
100
19. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - CRÉDITO A CLIENTES
Outros créditos
A empresas
Créditos em conta corrente 878 720 1 604 335 (725 615)
Empréstimos 16 704 080 14 230 978 2 473 102
Descobertos 97 419 858 96 561
Cartão de crédito 196 196 0
A particulares 16 920 688 24 605 137 7 684 449
34 601 103 40 441 504 (5 840 401)
Crédito e juros vencidos
Até 3 meses 2 651 301 3 812 695 (1 161 394)
De 3 meses a 1 ano 4 313 447 2 439 247 1 874 200
De 1 a 3 anos 9 176 272 9 676 228 (499 956)
Há mais de 3 anos 12 627 899 7 884 596 4 743 303
28 768 919 23 812 766 4 956 153
Total de programas de crédito do Executivo Angolano 11 456 478 13 155 796 (1 699 318)
Perdas por imparidade (24 657 133) (25 031 258) 374 125
101
A movimentação da imparidade de crédito é apresentada da seguinte forma:
31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações / Transferê
perdas por Utilizações Perdas por
Reversões ncias
imparidade imparidade
Crédito a clientes 23 860 091 (374 125) 0 23 485 966
Crédito Programas Estado 1 171 167 1 171 167
Total 25 031 258 (374 125) 0 0 24 657 133
Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Banco durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.
31/12/2021
Saldo inicial perdas Dotações / Saldo final Perdas por
Transferências Utilizações
por imparidade Reversões imparidade
Crédito a clientes 21 683 703 2 205 266 0 (28 878) 23 860 091
Crédito Programas Estado 1 171 167 0 0 1 171 167
Total 22 854 870 2 205 266 0 (28 878) 25 031 258
O valor dos quadros seguintes para além da carteira de crédito, inclui também a carteira de
extrapatrimonial sujeita a imparidade no montante de 3 220 377 (2021: 7 920 575 milhares de
kwanzas), excluindo o efeito do ajustamento no montante de 1 526 265 milhares de kwanzas (2021:
1 698 151 milhares de kwanzas) referente ao crédito a colaboradores bem como o crédito ao abrigo
dos programas do Estado (Angola Investe) no montante de 1 743 378 milhares de kwanzas (2021:
1 743 378 milhares de kwanzas).
102
19a. Crédito e imparidade por stage
31/12/2022 Exposições
Total Crédito em Crédito em Total Crédito em Crédito em Crédito em
Total crédito Crédito em stage 3
Exposição total crédito em stage 1 stage 1 crédito em stage 2 stage 2 stage 3
em stage 3 restruturado
stage 1 curado restruturado stage 2 curado restruturado curado
Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 0 0 3 934 0 0
Empresas Privadas 31 434 984 7 568 280 0 0 1 682 677 0 0 22 184 027 0 7 934 884
Empresas Públicas 496 022 495 528 0 0 3 0 0 491 0 0
Negócios 683 478 0 0 0 33 0 0 683 445 0 7 146
PME 20 901 312 6 443 761 0 0 901 914 0 1 148 13 555 637 0 7 295 993
Particulares
Colaboradores BCI 2 903 301 2 184 489 0 0 495 762 0 0 223 050 0 29 298
Consumo 2 141 766 634 993 0 0 270 500 0 36 066 1 236 273 0 31 035
Estado 1 217 656 1 095 384 0 0 117 824 0 0 4 448 0 0
Habitação 7 164 084 6 144 617 0 0 126 291 0 3 017 893 176 0 5 356
Outros 68 750 8 956 0 0 0 0 0 59 794 0 419
Retalho 3 611 818 2 883 176 0 0 63 513 0 0 665 129 0 41
Salário 5 482 107 5 276 186 0 0 37 480 0 0 168 441 0 0
76 109 212 32 735 370 0 0 3 695 997 0 40 231 39 677 845 0 15 304 172
31/12/2021 Exposições
Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 3 934 0
Empresas Privadas 33 075 944 9 053 049 386 936 5 634 207 1 968 746 18 388 688 6 551 303
Empresas Públicas 646 924 46 660 0 600 264 0 0 0
Negócios 603 141 0 0 0 0 603 141 3 424
PME 19 462 701 7 522 767 20 550 5 808 264 2 347 833 6 131 670 16 084
Particulares
Colaboradores BCI 9 611 399 9 033 390 9 819 441 585 0 136 424 48 127
Consumo 2 473 905 1 642 251 0 23 536 0 808 118 457
Estado 5 840 934 5 744 763 0 28 878 0 67 293 0
Habitação 8 413 781 7 197 885 3 553 145 527 0 1 070 369 6 341
Outros 543 474 172 448 37 776 9 511 709 361 515 34 732
Retalho 615 889 73 0 1 0 615 815 41
Salário 4 403 374 4 235 159 0 14 581 0 153 634 0
85 695 400 44 648 445 458 634 12 706 354 4 317 288 28 340 601 6 660 509
31/12/2022 31/12/2021
103
19b. Crédito e imparidade por mora e stage
31/12/2022 Exposições
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
dias (31 -
dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias > 90
90)
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 934
Empresas Privadas 7 568 280 0 0 354 199 1 328 478 0 221 430 72 240 21 890 357
Empresas Públicas 495 528 0 0 0 3 0 0 0 491
Negócios 0 0 0 20 12 0 0 0 683 446
PME 6 443 761 0 0 816 443 85 472 0 6 751 978 3 6 803 655
Particulares
Colaboradores BCI 2 184 489 0 0 136 444 359 318 0 19 144 17 913 185 993
Consumo 634 993 0 0 41 457 229 042 0 16 890 749 1 218 635
Estado 1 095 384 0 0 117 824 0 0 0 0 4 448
Habitação 6 144 617 0 0 38 491 87 800 0 27 877 6 371 858 928
Outros 8 956 0 0 0 0 0 0 0 59 794
Retalho 2 883 176 0 0 36 273 27 240 0 882 0 664 247
Salário 5 276 187 0 0 20 193 17 286 0 9 754 815 157 872
32 735 371 0 0 1 561 344 2 134 651 0 7 047 955 98 091 32 531 800
31/12/2022 Imparidade
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
Mora em Mora em Mora em dias
dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 -
dias > 90 dias > 90 > 90
30) 90) 30) 90) 30) 90)
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 796
Empresas Privadas 244 807 0 0 7 364 255 748 0 42 712 42 148 14 134 684
Empresas Públicas 14 148 0 0 0 0 0 0 0 342
Negócios 0 0 12 0 0 0 0 553 203
PME 184 213 0 0 28 017 2 855 0 810 159 0 4 039 362
Particulares
Colaboradores BCI 145 600 0 0 19 155 19 086 0 1 791 1 337 251 751
Consumo 15 285 0 0 1 316 6 751 0 14 882 352 1 065 190
Estado 31 936 0 0 6 192 0 0 0 0 3 189
Habitação 29 406 0 0 330 522 0 21 403 5 425 805 193
Outros 22 0 0 0 0 0 0 0 59 589
Retalho 57 040 0 0 1 122 814 0 801 0 612 319
Salário 1 651 0 0 661 400 0 2 143 233 123 380
724 108 0 0 64 169 286 176 0 893 891 49 495 21 651 998
104
31/12/2021 Imparidade
Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias
(0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 899
Empresas Privadas 285 686 0 0 1 294 636 0 0 377 029 334 006 12 709 693
Empresas Públicas 7 803 0 0 23 505 34 0 0 0 1 981
Negócios 180 0 0 0 0 0 0 0 474 859
PME 181 971 0 0 329 060 0 0 14 985 4 843 4 428 372
Particulares
Colaboradores BCI 454 198 0 0 21 326 788 0 4 853 0 2 430
Consumo 32 163 0 0 93 549 0 8 374 3 632 769 570
Estado 174 585 0 0 1 312 136 0 10 755 0 44 101
Habitação 71 634 0 0 1 498 3 363 0 52 469 42 960 564
Outros 35 716 0 0 867 440 0 16 821 5 532 282 497
Retalho 1 423 0 0 0 0 0 8 719 0 604 314
Salário 8 028 0 0 2 238 2 626 0 7 764 181 132 162
1 253 387 0 0 1 674 535 7 936 0 501 769 348 236 20 414 442
31/12/2022 Exposições
Grau de risco baixo Grau de risco médio Grau de risco elevado
Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade Imparidade
bruta escriturada bruta escriturada bruta escriturada
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 3 934 3 796 138
Empresas Privadas 8 143 909 294 883 7 849 026 1 400 718 297 896 1 102 822 21 890 357 14 134 684 7 755 673
Empresas Públicas 495 528 14 148 481 380 3 0 3 491 342 149
Negócios 20 12 8 12 0 12 683 446 553 203 130 243
PME 14 012 182 1 022 390 12 989 792 85 475 2 855 82 620 6 803 655 4 039 361 2 764 294
Particulares
Colaboradores BCI 2 340 077 166 545 2 173 532 377 231 20 424 356 807 185 993 251 751 -65 758
Consumo 693 340 31 482 661 858 229 792 7 104 222 688 1 218 634 1 065 190 153 444
Estado 1 213 208 38 128 1 175 080 0 0 0 4 448 3 189 1 259
Habitação 6 210 985 51 139 6 159 846 94 171 5 947 88 224 858 928 805 193 53 735
Outros 8 956 22 8 934 0 0 0 59 794 59 589 205
Retalho 2 920 331 58 964 2 861 367 27 240 814 26 426 664 247 612 318 51 929
Salário 5 306 133 4 455 5 301 678 18 102 632 17 470 157 872 123 381 34 491
41 344 669 1 682 168 39 662 501 2 232 744 335 672 1 897 072 32 531 799 21 651 997 10 879 802
31/12/2021 Exposições
105
19d. Crédito e imparidade por conta-corrente e empréstimos
31/12/2022 Exposições
Conta - corrente Empréstimos
Nº de
Nº de operações Montante Imparidade Montante Imparidade
operações
Empresas
Contas correntes 40 2 425 089 1 366 502
Empréstimos 249 44 991 655 17 224 555
Descobertos 95 2 882 412 1 725 648
Outros 20 3 220 575 46 864
Particulares
Consumo 4 630 2 141 766 1 103 776
Habitação 1 137 7 164 084 862 279
Outros 17 076 13 283 632 1 340 212
40 2 425 089 1 366 502 23 207 73 684 124 22 303 334
31/12/2021 Exposições
Empresas
Contas correntes 63 2 967 949 1 469 569 0 0 0
Empréstimos 0 0 0 279 40 885 544 17 441 747
Descobertos 0 0 0 46 2 018 376 1 160 419
Outros 0 0 0 33 7 920 775 400 808
Particulares
Consumo 0 0 0 4 220 2 140 581 486 547
Habitação 0 0 0 1 124 8 413 783 1 089 570
Outros 0 0 0 21 261 21 348 392 2 151 645
63 2 967 949 1 469 569 26 963 82 727 451 22 730 736
31/12/2022 Empresas
Empresas Empresas Privadas Empresas Públicas Negócios PME
Exposição Exposição Exposição Imparida Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total de Total Total
Imparidade Individual 0 0 30 890 332 14 542 703 359 932 12 445 618 533 488 950 20 644 704 4 977 692
Imparidade Colectiva 3 934 3 796 544 652 184 760 136 090 2 045 64 945 64 265 256 608 86 914
3 934 3 796 31 434 984 14 727 463 496 022 14 490 683 478 553 215 20 901 312 5 064 606
31/12/2021 Empresas
106
31/12/2022 Particulares
Colaboradores BCI Consumo Estado Habitação Outros Retalho Salário
Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total Total Total
751 343 319 947 617 664 387 571 0 0 417 802 371 804 58 263 58 263 0 0 374 374
2 151 958 118 773 1 524 102 716 205 1 217 656 41 317 6 746 282 490 475 10 487 1 348 3 611 818 672 096 5 481 733 128 094
2 903 301 438 720 2 141 766 1 103 776 1 217 656 41 317 7 164 084 862 279 68 750 59 611 3 611 818 672 096 5 482 107 128 468
31/12/2021 Particulares
19f. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva e por sector geográfico
31/12/2022 31/12/2021
Imparidade individual Imparidade colectiva Imparidade individual Imparidade colectiva
Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Exposição total Imparidade Exposição total Imparidade
total total
Benguela 4 953 533 349 865 2 289 172 157 471 4 268 506 297 833 2 262 935 228 533
Bié 0 0 220 571 2 376 0 0 274 413 4 813
Bengo 235 014 63 720 303 311 22 382 0 69 322 324 216 32 014
Cabinda 243 299 230 456 490 298 49 006 231 260 223 865 696 360 76 734
Cuando-Cubango 0 0 115 680 7 634 0 0 110 900 9 075
Cunene 0 0 272 968 8 570 0 0 255 173 9 558
Huambo 110 756 45 024 922 433 143 642 110 675 53 185 896 343 164 245
Huila 461 949 286 218 589 021 113 601 464 370 347 646 599 526 129 264
Kwanza-Norte 24 925 462 195 898 6 278 25 001 22 310 630 9 744
Kwanza-Sul 608 015 334 084 433 283 38 269 387 003 335 254 716 361 63 387
Luanda 46 979 331 19 607 594 12 631 302 1 469 080 47 993 009 19 313 434 22 015 039 2 077 803
Lunda-Norte 0 0 176 323 1 339 0 0 177 280 2 603
Lunda-Sul 0 0 687 740 137 839 0 0 821 374 146 178
Malange 417 000 57 994 824 322 122 141 188 583 39 289 715 168 137 126
Moxico 0 0 354 208 24 974 0 0 358 976 26 960
Namibe 48 491 47 950 629 540 45 409 0 0 421 519 94 246
Uige 276 634 136 382 210 295 40 254 278 225 148 162 269 569 44 550
Zaire 0 0 403 900 119 823 0 0 522 987 115 459
54 358 947 21 159 749 21 750 265 2 510 088 53 946 632 20 828 011 31 748 768 3 372 294
Exposição Exposição
Imparidade Imparidade
Total Total
Análise Individual 53 946 632 20 828 011 0 0
Análise Colectiva 31 748 768 3 372 294 0 0
85 695 400 24 200 305 0 0
107
19h. Crédito e imparidade restruturado por stage
31/12/2022
Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total
Outra 0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384
0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384
31/12/2021
Outra 14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208
14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208
Em 2022 os Outros Activos Tangíveis registaram uma diminuição de 12%, em termos líquidos, face
a 2021, explicado pela alienação de uma componente dos equipamentos do Banco e pela
transferência de um conjunto de imoveis para Activos não correntes detidos para venda, visto que
o Banco deixou de operar nestes mesmos imóveis e tem como finalidade a venda dos mesmos.
Os movimentos da rubrica Outros Activos Tangíveis, no exercício findo a 31 de Dezembro de 2022
e 2021, são analisados como segue:
108
Saldo em Aumentos por Alienações/ Transferências / Saldo em
Aumentos
31-12-2021 Reavaliação Abates Regularizações 31-12-2022
Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 30 048 067 157 589 1 004 033 0 (1 870 616) 29 339 073
Obras em imóveis arrendados 1 088 224 2 192 0 0 0 1 090 416
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 314 593 199 740 0 (6 762 780) 0 2 751 553
Outros activos tangíveis 138 381 44 457 0 0 0 182 838
Imobilizado em curso 829 315 0 0 0 (35 860) 793 455
Total bruto 42 411 880 403 978 1 004 033 (6 762 780) (1 906 476) 35 150 635
Depreciações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 886 895 1 031 462 0 0 (426 828) 5 491 529
Obras em imóveis arrendados 1 110 911 36 102 0 0 0 1 147 013
Activo Sob Direito de Uso 674 267 100 193 0 0 0 774 460
Equipamento 6 756 611 878 612 0 (5 379 257) 0 2 255 966
Outros activos tangíveis 65 808 28 925 0 0 0 94 733
Total depreciações acumuladas 13 494 492 2 075 293 0 (5 379 257) (426 828) 9 763 700
Total liquido 28 917 388 (1 671 315) 1 004 033 (1 383 523) (1 479 648) 25 386 935
Em 2022, o Banco efectuou a reavaliação dos seus imóveis em Dezembro tendo registado um
incremento na reserva de revalorização no montante de cerca de mil milhões de kwanzas (Reserva
Bruta).
Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 29 507 968 108 106 0 0 431 993 30 048 067
Obras em imóveis arrendados 1 242 526 42 351 0 0 (196 653) 1 088 224
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 036 982 441 802 0 (185 873) 21 682 9 314 593
Outros activos tangíveis 117 499 20 882 0 0 0 138 381
Imobilizado em curso 926 534 159 803 0 0 (257 022) 829 315
Total bruto 41 824 809 772 944 0 (185 873) 0 42 411 880
Amortizações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 132 502 754 393 0 0 0 4 886 895
Obras em imóveis arrendados 1 063 369 47 542 0 0 0 1 110 911
Activo Sob Direito de Uso 438 390 235 877 0 0 0 674 267
Equipamento 5 868 709 1 073 775 0 (185 873) 0 6 756 611
Outros activos tangíveis 48 322 17 486 0 0 0 65 808
Total amortizações acumuladas 11 551 292 2 129 073 0 (185 873) 0 13 494 492
109
21. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA
(milhares de Kwanzas)
31/12/2022 31/12/2021
Em Julho de 2022 foi vendido maior parte da carteira dos activos não correntes detidos para venda.
E em Dezembro, do mesmo ano, foi feita transferência de aproximadamente Kz 1 400 milhões de
Outros activos tangíveis. Estes dois acontecimentos resultaram numa diminuição de mais de 76%.
No âmbito da operação de venda dos activos não correntes detidos para venda, foi registado uma
mais valia, conforme detalhado na nota 7.
31/12/2022 31/12/2021
As utilizações do período dizem respeito à operação de venda dos activos não correntes detidos
para venda.
31/12/2022 31/12/2021
110
22. ACTIVOS INTANGÍVEIS
31/12/2022 31/12/2021
Activos intangíveis
Sistemas de tratamento automático de dados 1 584 065 1 575 803
Imobilizado em curso
Sistemas de tratamento automático de dados 352 997 46 023
Imparidade 0 0
Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 340 304 143 475 0 0 1 483 779
Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 066 845 273 459 0 0 1 340 304
111
23. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS
31/12/2022
Participação Custo Método Perda
Valor
directa da da por
líquido
no capital participação eq patrimonial imparidade
Filiais
BCI imobiliária 100,00% 2 000 (2 000) 0 0
Ilha 100,00% 471 000 (471 000) 0 0
473 000 (473 000) 0 0
31/12/2021
Participação Custo Método Perda
Valor
directa da da por
líquido
no capital participação eq patrimonial imparidade
Filiais
BCI imobiliária 100,00% 2 000 (2 000) 0 0
Ilha 100,00% 471 000 (471 000) 0 0
473 000 (473 000) 0 0
O Banco para além das filiais acima mencionadas tem um conjunto de associadas, conforme
detalhado na nota 34, para as quais já reconheceu imparidade a 100%.
Tendo em consideração a avaliação efectuada pelo Banco à situação das empresas associadas e
o risco associado à recuperabilidade dos montantes investidos, o Banco constitui um montante de
imparidade equivalente ao total do investimento efectuado nessas sociedades, dado que à data o
Banco não dispõe de informação financeira actualizada.
24. IMPOSTOS
Activo
31/12/2022 31/12/2021
112
A reconciliação da taxa efectiva de imposto apresenta-se da seguinte forma
31/12/2022 31/12/2021
% Valor % Valor
Reavaliação Imóveis 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)
Activo/Passivo
por imposto diferido 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)
A 31 de Dezembro de 2022, os prejuízos fiscais por ano de caducidade, são analisados como segue:
Ano de
Ano Valor AID
caducidade
8 731 3 055
2020 31/12/2025 220 927
20 000 7 000
2021 31/12/2026 510 179
5 853 2 048
2022 31/12/2027 668 784
34 585 12 104
Total 398 889
Em resultado da avaliação à recuperabilidade dos activos por impostos diferidos associados aos
prejuízos fiscais acumulados, o Banco optou por não reconhecer qualquer activo por impostos
diferidos em Balanço a 31 de Dezembro de 2022.
113
25. OUTROS ACTIVOS
31/12/2022 31/12/2021
Quantia
Quantia bruta Imparidade Valor Liquido Imparidade Valor Liquido
bruta
BCI Imobiliária 3 207 365 3 207 365 0 2 701 050 2 701 050 0
Adiantamentos a fornecedores 1 063 439 654 543 408 896 0 0 0
Rescições de mútuo acordo 10 535 264 0 10 535 264 0 0 0
Outros devedores diversos 9 442 911 1 709 369 7 733 542 2 485 979 2 485 979 0
24 248 979 5 571 277 18 677 702 5 187 029 5 187 029 0
27 157 137 5 601 958 21 555 179 7 437 070 5 328 671 2 108 399
27 605 279 5 601 958 22 003 321 9 726 441 5 462 933 4 263 508
Referente à rubrica de “Outros devedores diversos” verifica-se uma variação significativa justificada
por dois efeitos relevantes: (i) a alienação do imobilizado, foi efectuada com um plano de
pagamentos definido, encontrando-se, com referência a 31 de Dezembro de 2022, o valor de Kz 2
400 milhões por liquidar; (ii) a alienação dos imóveis recebidos em dação foi efectuado durante o
exercício contudo para um dos imoveis não foi possível efectuar a transacção decorrente de
impedimentos fiscais que originaram o respectivo atraso na liquidação por parte do comprador para
ser realizado em 2023.
114
Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Outros valores de
natureza cível – Devedores diversos – Sector Público administrativo – Comissões de arrecadação
de receitas” corresponde às comissões a receber do Ministério das Finanças pela arrecadação de
impostos. O apuramento destas comissões é efectuado através da aplicação de 1% sobre o total
de impostos arrecadados.
A rubrica “Bonificações de créditos a receber” diz respeito a valores a receber por parte do Ministério
da Economia decorrentes dos créditos do programa do Angola Investe.
O movimento da imparidade para outros activos nos exercícios findos a 31 de Dezembro de 2022
e 31 de Dezembro de 2021, foi esta relacionado ao incremento dos valores a receber da BCI
Imobiliária.
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
As obrigações no sistema de pagamentos, são operações que foram executadas nos últimos dias
do ano e que aguardavam compensação nos primeiros dias uteis de 2023.
115
O escalonamento das operações no Mercado Monetário Interbancário, por prazos de vencimento
em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, é como segue:
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
Depósitos à vista
Depósitos à ordem 583 666 542 285 349 833
Depósitos a prazo
Depósitos a prazo 65 684 573 49 281 731
Outros depósitos
Cartões pré-pagos 1 628 680 1 075 250
116
O escalonamento dos recursos de clientes e outros empréstimos por prazos de vencimento, em 31
de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, é como segue:
31/12/2022 31/12/2021
28. PROVISÕES
117
A rubrica de outras provisões para riscos e encargos decompõe-se, em 31 de Dezembro de 2022 e
em 31 de Dezembro de 2021, da seguinte forma:
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
Pressupostos Actuariais
Taxa de técnica desconto 25,00% 25,00%
Taxa de crescimento de pensões 0,00% 5,00%
Taxa de crescimento salarial 1,00% 11,78%
Taxa de inflação - 11,78%
Tábua de Mortalidade PF 60/64 PF 60/64
31/12/2022 31/12/2021
Total responsabilidades
Ativos 239 634 682 113
Reformados 1 550 158 2 412 629
Responsabilidades reconhecidas em Balanço 1 789 792 3 094 742
De acordo com a política definida na Nota 2.10 – Benefícios a colaboradores, o BCI procede ao
cálculo das responsabilidades com pensões de reforma e dos ganhos e perdas actuariais à data de
cada balanço.
118
Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a análise de sensibilidade resulta nos
seguintes cenários no valor actual das responsabilidades apuradas por serviços passados:
31/12/2022
Pressupostos Variação no valor das
responsabilidades resultantes
de +1,5% na de -1,5% taxa
taxa utilizada utilizada
Taxa de Desconto 81 376 (80 319)
Taxa de crescimento salarial (4 791) 4 865
Taxa de crescimento de pensões (100 600) 103 296
31/12/2021
Pressupostos
Variação no valor das responsabilidades resultantes da
de +1% na taxa de -1% taxa de +2,5% na de -2,5% na
utilizada utilizada taxa utilizada taxa utilizada
Taxa de Desconto - - 289 495 (356 031)
Taxa de crescimento salarial (30 289) 28 798
Taxa de crescimento de pensões (145 070) 134 477 - -
A evolução das responsabilidades com pensões de reforma pode ser analisada como se segue:
31/12/2022
31/12/2021
119
Os custos com pensões de reforma no exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de
Dezembro de 2021 podem ser analisados como segue:
31/12/2022
31/12/2021
120
30. OUTROS PASSIVOS
121
A rubrica “Passivos da Locação” corresponde ao valor do Passivo da Locação, reconhecidos no
âmbito da IFRS 16, conforme Política Contabilística descrita na nota 2.8.
31/12/2022 31/12/2021
Inferiores a 1 ano 236 874 288 146
1 a 5 anos 257 705 313 250
Superiores a 5 anos 0 0
Pagamentos de locação não descontados 494 579 601 396
Juros a periodificar na margem financeira (93 293) (135 333)
Passivo da Locação 401 286 466 063
31/12/2022 31/12/2021
122
Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a estrutura accionista do Banco tem
a seguinte composição:
31/12/2022 31/12/2021
% de % de
Montante Montante
participação participação
Carrinho Empreendimentos SA 100% 82 100 000 0,00% -
Ministério das Finanças 0% - 99,45% 66 712 125
Sonangol 0% - 0,11% 70 432
Ensa 0% - 0,11% 70 432
Porto de Luanda 0% - 0,11% 70 432
TAAG 0% - 0,11% 70 432
TCUL 0% - 0,04% 28 173
Endiama 0% - 0,04% 28 173
Angola Telecom 0% - 0,04% 28 173
Reserva de actualização
175 707 175 707
monetária do capital social
Em 2014, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 338 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através de entradas em numerário pelo accionista maioritário
Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na rubrica “Outras reservas
e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
Em de 2015, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
Em 2016, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 10 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
As emissões de capital do accionista Estado não foram realizadas em condições de mercado, logo
de acordo com os requisitos da IAS 39 e agora IFRS 9, todos estes instrumentos financeiros deverão
reconhecidos ao justo valor no seu momento inicial. O diferencial negativo entre o justo valor no seu
momento inicial e o valor nominal das obrigações foi reconhecido em capital próprio – Desconto de
Emissão no montante de 16 224 752 milhares de Kwanzas em 2018, foram transferidas todas as
verbas acima indicadas, para a rúbrica de Capital Social, pois foi efectuada a escritura de aumento
de capital e formalizado junto do BNA.
123
No mês de Junho de 2020 o accionista maioritário Ministério das Finanças realizou um aumento de
Capital Social de Kz 30 000 milhões. Este aumento de capital não foi realizado em condições de
mercado pelo que conforme já mencionado anteriormente foi efectuado um ajustamento ao valor
inicial negativo das obrigações no montante de 2 026 0001 milhares de Kwanza.
No âmbito deste resgate, o accionista maioritário Ministério das Finanças através do Despacho n.º
12/20, atribui ao Banco uma obrigação do tesouro com as seguintes características: Montante: Kz
26 500 milhões, Taxa de Juro: 16,5%, Condições de Reembolso: 4 anos.
Em Dezembro de 2021 o Banco através de um leilão em Bolsa, foi colocado a privatização tendo
sido o vencedor o Grupo Carrinho Empreendimentos, SA. em Março de 2022 foi concluído o
processo de privatização de Banco.
31/12/2022 31/12/2021
Reservas de Reavaliação
Excedente de revalorização 21 607 469 21 494 993
Imposto Diferido do excedente de revalorização (5 935 000) (5 965 916)
15 672 469 15 529 077
Reservas
Reserva legal 1 992 260 1 992 260
Outras reservas 1 197 437 1 197 437
Reservas de activos financeiros ao justo valor por OCI (390 264) (390 264)
2 799 433 2 799 433
124
Nos termos da legislação vigente, o Banco deverá constituir um fundo de reserva legal até à
concorrência do seu capital. Para tal, deverá ser anualmente transferido para esta reserva um
mínimo de 10% do resultado líquido do exercício anterior.
Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados, quando esgotadas as
demais reservas constituídas.
Garantias prestadas 1 027 060 13 668 256 113 4 169 0 0 1 283 173 17 837
Créditos documentários abertos 1 937 204 29 001 0 0 0 0 1 937 204 29 001
Créditos documentários abertos 6 534 300 74 754 989 958 98 094 396 319 167 364 7 920 577 340 212
As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de
fundos por parte do Banco, estando relacionadas com garantias prestadas para suporte de
operações de importação e para execução de contractos por parte de clientes do Banco. As
garantias prestadas representam valores que podem ser exigíveis no futuro.
Os créditos documentários abertos são compromissos irrevogáveis, por parte do Banco, por conta
dos seus clientes, de pagar um montante determinado ao fornecedor de uma dada mercadoria,
dentro de um prazo estipulado, contra a apresentação de documentos referentes à expedição da
mercadoria.
A condição de irrevogável consiste no facto de não ser viável o seu cancelamento ou alteração sem
o acordo expresso de todas as partes envolvidas.
125
34. TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
31/12/2022 31/12/2021
Membros dos Membros dos
Outras Outras
Accionistas Participadas Orgão Total Accionistas Participadas Orgão Total
Entidades Entidades
Sociais Sociais
Activos financeiros
Ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065 - - 203 838 - 203 838
Ao custo amortizado - - - - - 72 156 115 - - - 72 156 115
Crédito a clientes - - - 369 426 369 426 - - - 1 220 425 1 220 425
Outros activos - 3 207 365 502 215 - 3 709 580 1 608 268 2 701 050 568 489 - 4 877 807
Depósitos
Depósitos à ordem 7 371 155 998 787 965 58 237 1 009 571 178 111 806 190 812 6 628 7 332 178 316 578
Depósitos a prazo - - - 52 485 52 485 278 558 15 909 - - 294 467
Passivos programa Estado - - - - - 5 709 119 - - - 5 709 119
Outros passivos 81 796 - - - 81 796 9 756 - - 47 061 56 817
126
Em 31 de Dezembro de 2022 a entidade accionista é a seguinte:
CARRINHO EMPREENDIMENTOS, SA
CARRINHO INVESTMENT
Conselho de Administração
127
Conselho Fiscal
Sonangol, EP
Porto de Luanda
TCUL
Endiama
Angola Telecom
Multitel, Lda
128
EMIS - Empresa Interbancária de Serviços
Conselho de Administração
Conselho Fiscal
O justo valor tem como base as cotações de mercado, sempre que estas se encontrem disponíveis.
Caso estas não existam, o justo valor é estimado através de modelos internos baseados em
técnicas de desconto de fluxos de caixa. A geração de fluxos de caixa dos diferentes instrumentos
é feita com base nas respectivas características financeiras e as taxas de desconto utilizadas
incorporam quer a curva de taxas de juro de mercado, quer os actuais níveis de risco do respectivo
emitente.
Assim, o justo valor obtido encontra-se influenciado pelos parâmetros utilizados no modelo de
avaliação, que necessariamente incorporam algum grau de subjectividade, e reflecte
exclusivamente o valor atribuído aos diferentes instrumentos financeiros.
O Banco utiliza a seguinte hierarquia de justo valor, com três níveis na valorização de instrumentos
financeiros (activos ou passivos), a qual reflecte o nível de julgamento, a observabilidade dos dados
utilizados e a importância dos parâmetros aplicados na determinação da avaliação do justo valor do
instrumento, de acordo com o disposto na IFRS 13:
Nível 1: O justo valor é determinado com base em preços cotados não ajustados, capturados em
transacções em mercados activos envolvendo instrumentos financeiros idênticos aos instrumentos
a avaliar. Existindo mais que um mercado activo para o mesmo instrumento financeiro, o preço
relevante é o que prevalece no mercado principal do instrumento, ou o mercado mais vantajoso
para os quais o acesso existe;
129
Nível 2: O justo valor é apurado a partir de técnicas de avaliação suportadas em dados observáveis
em mercados activos, sejam dados directos (preços, taxas, spreads) ou indirectos (derivados), e
pressupostos de valorização semelhantes aos que uma parte não relacionada usaria na estimativa
do justo valor do mesmo instrumento financeiro. Inclui ainda instrumentos cuja valorização é obtida
através de cotações divulgadas por entidades independentes, mas cujos mercados têm liquidez
mais reduzida; e
Nível 3: O justo valor é determinado com base em dados não observáveis em mercados activos,
com recurso a técnicas e pressupostos que os participantes do mercado utilizariam para avaliar os
mesmos instrumentos, incluindo hipóteses acerca dos riscos inerentes, à técnica de avaliação
utilizada e aos inputs utilizados e contemplados nos processos de revisão da acuidade dos valores
assim obtidos.
O Banco considera que a definição de mercado activo para um dado instrumento financeiro, a cada
data de mensuração, depende do volume de negócios e da liquidez das operações realizadas, da
volatilidade relativa dos preços cotados e da prontidão e disponibilidade da informação, devendo,
para o efeito verificar as seguintes condições mínimas:
• O valor do parâmetro pode ser obtido pelo cálculo inverso dos preços dos instrumentos
financeiros e ou derivados onde os restantes parâmetros necessários à avaliação inicial são
observáveis num mercado líquido ou num mercado OTC que cumprem com os parágrafos
anteriores.
130
A hierarquia de justo valor dos activos e passivos financeiros mensurados ao justo valor é a
seguinte:
Justo Valor
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 240 065 240 065
Passivos financeiros - - - -
Justo Valor
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 203 838 203 838
Passivos financeiros - - - -
O justo valor dos activos e passivos financeiros registados no balanço ao custo amortizado é
analisado como segue, tendo sido estimado com base nas principais metodologias e pressupostos
abaixo descritos:
Justo Valor
Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 491 - 12 358 491 - 12 358 491
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 082 314 - 43 082 314 - 43 082 314
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 61 630 420 - 60 463 461 - 60 463 461
Crédito a clientes 50 169 367 - - 50 169 367 50 169 367
Outros activos - outros devedores 22 003 321 - 0 22 003 321 22 003 321
Activos financeiros 691 551 815 - 618 212 168 72 172 687 690 384 856
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 14 204 385 - 14 204 385 - 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 650 979 795 - - 650 979 795 650 979 795
Outros passivos 6 733 338 6 733 338 6 733 338
Passivos financeiros 671 917 517 - 14 204 385 657 713 133 671 917 517
131
Justo Valor
Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 213 843 492 - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 9 939 361 - 9 939 361 - 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 12 133 172 - 12 133 172 - 12 133 172
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 70 742 442 - 77 466 857 - 77 466 857
Crédito a clientes 52 378 807 - - 52 378 807 52 378 807
Outros activos - outros devedores 4 263 508 - 0 4 263 508 4 263 508
Activos financeiros 363 300 782 - 313 382 882 56 642 314 370 025 197
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 25 954 253 - 25 954 253 - 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 335 706 814 - - 335 706 814 335 706 814
Outros passivos 5 880 224 5 880 224 5 880 224
Passivos financeiros 367 541 290 - 25 954 253 341 587 038 367 541 290
Estes activos e passivos são de muito curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa
razoável do respectivo justo valor.
O justo valor dos títulos registados ao custo amortizado é estimado com base na actualização dos
fluxos de caixa esperados de capital e de juros, conforme descrito no início da presente Nota.
Crédito a clientes
O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa
esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas
contratualmente definidas. Os fluxos de caixa futuros esperados das carteiras de crédito
homogéneas, como por exemplo o crédito à habitação, são estimados numa base de portfolio. As
taxas de desconto utilizadas são as taxas actuais praticadas para empréstimos com características
similares.
O justo valor dos recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito é estimado com
base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros.
O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de
caixa esperados de capital e de juros. A taxa de desconto utilizada é a que reflecte as taxas
praticadas para os depósitos com características similares à data do balanço. Considerando que as
taxas de juro aplicáveis são renovadas por períodos inferiores a um ano, não existem diferenças
materialmente relevantes no seu justo valor.
132
36. GESTÃO DO RISCO DA ACTIVIDADE
Mercado – O conceito de risco de mercado, reflecte a perda potencial que pode ser registada por
uma determinada carteira em resultado de alterações de taxas (juros e de câmbio) e/ou de preços
dos diferentes instrumentos financeiros que a compõem, considerando quer as correlações
existentes entre eles, quer as respectivas volatilidades. Assim, o risco de mercado engloba o risco
da taxa de juro cambial e outros riscos de preço.
Liquidez – O risco de liquidez, reflecte a incapacidade do banco cumprir com as suas obrigações
associados aos passivos financeiros a cada data de vencimento, sem incorrer em perdas
significativas decorrentes de uma degradação das condições de acesso ao financiamento (risco de
financiamento) e/ou de venda dos seus activos por valores inferiores aos habitualmente praticados
em mercado (risco de liquidez de mercado).
Imobiliário – O risco imobiliário, resulta de possíveis impactos negativos nos resultados ou nível de
capital do banco, devido a oscilações no preço de mercado dos bens imobiliários.
Avaliação de riscos
Risco de crédito
133
Analisar os risos de concentração;
Por forma a mitigar o risco de crédito, análise da carteira tem em conta os seguintes
parâmetros:
Patrimoniais 722 965 405 (31 173 525) 691 791 880 407 013 399 (43 508 779) 363 504 620
Caixa e disponibilidade em bancos centrais 502 307 902 0 502 307 902 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidade em outras instituições de crédito 12 358 675 (184) 12 358 491 10 004 197 (64 836) 9 939 361
Activos financeiros pelo justo valor através de outro rendimento integral 240 065 0 240 065 203 838 - 203 838
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito á clientes 74 826 500 (24 657 133) 50 169 367 77 410 065 (25 031 258) 52 378 807
Títulos de dívida 62 501 916 (871 496) 61 630 420 83 283 793 (12 541 351) 70 742 442
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 125 068 (42 754) 43 082 314 12 541 573 (408 401) 12 133 172
Outros activos 27 605 279 (5 601 958) 22 003 321 9 726 441 (5 462 933) 4 263 508
Extrapatrimoniais 3 220 377 (46 838) 3 173 539 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Crédito Documentário 1 937 204 (29 001) 1 908 203 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Garantias prestadas 1 283 173 (17 837) 1 265 336 - - 0
Total 726 185 782 (31 220 363) 694 965 419 414 933 976 (43 848 991) 371 084 985
134
A repartição por sectores de actividade ao risco de crédito apresenta-se da seguinte forma:
31/12/2022
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/E
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
xp. Total
Total 32 735 370 3 695 997 39 677 845 76 109 212 23 669 837 31%
31/12/2021
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/Ex
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
p. Total
Total 44 648 443 12 706 354 28 340 603 85 695 400 24 200 305 28%
31/12/2022 31/12/2021
Área geográfica Área geográfica
Angola Outros Total Angola Outros Total
Créditos à clientes 50 169 367 0 50 169 367 52 378 807 0 52 378 807
Garantias prestadas e cartas de crédito 3 173 539 0 3 173 539 7 580 365 0 7 580 365
O risco de crédito é o risco mais importante no sector bancário, definindo como o risco da
contraparte em incumprir o pagamento da sua obrigação. Refere ainda, que o risco de crédito se
divide em várias componentes de risco, das quais se destacam as seguintes:
i) Risco de incumprimento (default): é o risco do mutuário não cumprir com o serviço da dívida
de um empréstimo resultante de um evento de default, em certo período. Exemplos: o atraso no
pagamento; a reestruturação de uma operação e a falência ou liquidação do devedor, que podem
provocar uma perda total ou parcial do valor emprestado à contraparte;
135
iii) Risco de degradação da garantia (colateral): não resulta em uma perda imediata, mas sim na
probabilidade de ocorrer um evento de default pela queda da qualidade da garantia oferecida,
ocasionada por uma desvalorização do colateral no mercado, ou pelo desaparecimento do
património pelo mutuário.
O risco de crédito é considerado como o principal risco subjacente à actividade bancária, sendo que
a sua gestão consiste na execução de estratégias de maximização de resultados face a exposição
dos riscos assumidos nas operações de crédito concedidas, respeitando sempre as exigências
regulamentares dos supervisores.
Risco de Mercado
Deste modo, pode-se afirmar que o risco de mercado deriva de potenciais perdas nas carteiras de
negócios (trading book) ou investimentos, decorrentes das alterações às condições económicas e
financeiras do mercado. Na abordagem às carteiras de investimento, a composição de uma carteira
de títulos (portfolio), este risco não pode ser totalmente eliminado através da diversificação, uma
vez que o risco de mercado afecta o comportamento de todos os títulos e, bem assim, de todas as
carteiras.
O risco de mercado como o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado, podendo englobar três tipos
de riscos, a saber:
i) Risco cambial: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de câmbio;
ii) Risco de taxa de juro: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de juro no mercado;
iii) Outros riscos de preços: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um
instrumento financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado (que não
associados a riscos de taxa de juro ou riscos cambiais), quer essas alterações sejam causadas por
factores específicos do instrumento individual ou do seu emitente, quer por factores que afectem
todos os instrumentos similares negociados do mercado (podemos associar ao risco das
commodities, das cotações de títulos, e o risco do sector imobiliário).
136
Os activos e passivos do Banco são decompostos por tipo de taxa da seguinte forma:
2022
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro
Ativo 161 023 408 19 430 076 514 906 642 - 695 360 126
Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 12 358 675 - 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 62 501 916 - - - 62 501 916
Crédito a clientes 55 396 424 19 430 076 - - 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 43 125 068 - - - 43 125 068
Recursos de clientes e outros empréstimos 65 684 573 - 585 295 222 - 650 979 795
31/12/2021
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro
Ativo 150 561 622 22 673 808 224 051 528 - 397 286 959
Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 10 004 197 - 10 004 197
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 203 838 - 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 83 283 793 - - - 83 283 793
Crédito a clientes 54 736 257 22 673 808 - - 77 410 065
Aplicações em instituições de crédito 12 541 573 - - - 12 541 573
Recursos de clientes e outros empréstimos 49 281 731 - 286 425 083 - 335 706 814
Aplicações 546 323 542 20 718 583 4% 432 203 711 33 113 141 8%
Disponibilidade 369 257 133 0 0% 171 066 156 0 0%
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito a clientes 76 118 283 8 726 773 11% 73 627 535 9 556 735 13%
Títulos de Dívida 72 892 855 11 720 350 16% 134 297 972 16 206 008 12%
Aplicações em Instituições de Crédito 27 833 321 271 460 1% 53 008 210 7 350 398 14%
Juros de activos financeiros pelo justo valor através de rendimento integral 221 952 0 0% 203 838 0 0%
Recursos 519 729 404 8 695 739 2% 398 175 368 8 431 116 2%
Depósitos de clientes
Ordem 435 860 152 0 0% 303 574 372 0 0%
Prazo 57 483 152 6 031 853 10% 72 831 908 4 749 152 7%
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 20 079 319 2 621 846 13% 13 410 529 3 532 415 26%
Passivo de Locação e Outros Passsivos 6 306 781 42 040 1% 8 358 559 149 549 2%
137
A repartição dos activos e passivos por moeda apresenta-se da seguinte forma:
31-12-2022
AKZ Kz indexados USD EUR Outras Moedas Total
aos USD
Ativo 677 806 354 6 729 192 29 844 821 4 412 778 473 942 719 267 087
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 486 699 306 0 14 560 048 1 026 662 21 886 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 393 309 0 8 740 867 2 772 347 451 968 12 358 491
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
240 065 0 0 0 0 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 54 901 228 6 729 192 0 0 0 61 630 420
Crédito a clientes 50 169 367 0 0 0 0 50 169 367
Aplicações em instituições de crédito 36 045 617 0 6 543 906 492 791 0 43 082 314
Outros activos tangíveis 25 386 935 0 0 0 0 25 386 935
Activos Intangíveis 400 441 0 0 52 842 0 453 283
Activos não correntes detidos para venda 1 399 800 0 0 0 0 1 399 800
Activos por impostos corrente 235 189 0 0 0 0 235 189
Outros activos 21 935 098 0 0 68 135 88 22 003 321
Passivos 655 747 245 881 21 147 953 5 965 260 28 243 682 889 582
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
13 759 234 0 92 465 350 799 1 887 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 625 815 695 0 20 950 277 4 198 531 15 291 650 979 795
Passivos por impostos diferidos 5 935 000 0 0 0 0 5 935 000
Provisões 1 771 476 881 62 949 463 159 0 2 298 465
Passivos programas Estado e recursos vinculados 2 738 600 0 0 0 0 2 738 600
Outros Passivos 5 727 240 0 42 262 952 771 11 065 6 733 338
Total 22 059 109 6 728 311 8 696 868 (1 552 482) 445 699 36 377 505
31/12/2021
AKZ Kz indexados USD EUR Outras Moedas Total
aos USD
Ativo 350 497 175 7 953 543 34 680 915 5 253 034 532 205 398 916 872
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 204 315 876 0 8 300 601 1 206 275 20 740 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 591 508 0 7 552 109 1 284 347 511 397 9 939 361
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
203 838 0 0 0 0 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 55 330 136 7 953 543 7 458 763 0 0 70 742 442
Crédito a clientes 52 378 807 0 0 0 0 52 378 807
Aplicações em instituições de crédito 0 10 959 304 1 173 838 31 12 133 172
Outros activos tangíveis 28 917 388 0 0 0 0 28 917 388
Activos Intangíveis 281 522 0 0 0 0 281 522
Activos não correntes detidos para venda 5 978 849 0 0 0 0 5 978 849
Activos por impostos corrente 234 492 0 0 0 0 234 492
Outros activos 2 264 759 0 410 137 1 588 574 37 4 263 508
Passivos 346 185 047 0 25 264 623 5 784 357 32 937 377 266 963
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
25 954 253 0 0 0 0 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 305 386 916 0 25 050 117 5 237 815 31 966 335 706 814
Passivos por impostos diferidos 5 965 916 0 0 0 0 5 965 916
Provisões 3 147 315 0 69 359 542 111 971 3 759 756
Outros Passivos 5 730 647 0 145 147 4 430 0 5 880 224
Total 4 312 128 7 953 543 9 416 291 ( 531 323) 499 269 21 649 908
31-12-2022
-20% -10% -5% +5% +10% +20%
Moedas
Dólares dos Estados Unidos da América 6 957 494 7 827 181 8 262 024 9 131 711 9 566 554 10 436 241
Kwanzas indexados aos USD 5 382 649 6 055 480 6 391 895 7 064 727 7 401 142 8 073 973
Euros (1 241 986) (1 397 234) (1 474 858) (1 630 106) (1 707 730) (1 862 979)
Outras Moedas 356 559 401 129 423 414 467 984 490 269 534 839
Total
31/12/2021
-20% -10% -5% +5% +10% +20%
Moedas
Dólares dos Estados Unidos da América 7 533 033 8 474 662 8 945 477 9 887 106 10 357 921 11 299 550
Kwanzas indexados aos USD 6 362 834 7 158 189 7 555 866 8 351 220 8 748 897 9 544 252
Euros ( 425 058) ( 478 190) ( 504 757) ( 557 889) ( 584 455) ( 637 587)
Outras Moedas 399 415 449 342 474 305 524 232 549 195 599 122
138
Risco de Liquidez
A gestão de um adequado grau de liquidez é uma das preocupações centrais das instituições
financeiras.
Ou, num sentido mais lato, pode-se afirmar que o risco de liquidez é o resultado do desajustamento
entre os padrões de maturidade dos activos e dos passivos dos bancos, ou seja, o risco de liquidez
resulta da descompensação da dimensão e maturidade entre activos e passivos.
O conceito de liquidez pode ser usado em diferentes contextos. Pode ser usado para descrever
instrumentos financeiros e os seus mercados. Um mercado líquido é composto por activos líquidos,
onde transacções normais podem ser facilmente executadas. E pode ser também utilizado no
sentido da solvência de uma empresa.
Deste modo, a crise financeira global alertou para a importância do risco de liquidez nas instituições
financeiras e ao mesmo tempo para a necessidade de o regular.
Ativo 514 666 577 46 481 479 2 126 434 9 570 931 83 373 201 3 537 411 35 604 093 695 360 126
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 0 0 0 0 0 0 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 675 0 0 0 0 0 0 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 0 0 0 0 0 0 240 065 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 0 1 787 434 0 6 773 985 53 940 497 0 0 62 501 916
Crédito a clientes 0 2 061 645 1 633 766 2 796 946 29 432 704 3 537 411 35 364 028 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 0 42 632 400 492 668 0 0 0 0 43 125 068
Passivos 585 295 222 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 979 795
Recursos de clientes e outros empréstimos 585 295 222 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 979 795
Exposição Líquida (70 628 645) 1 000 569 (8 270 213) (80 115) 83 217 231 3 537 411 35 604 093 44 380 331
31/12/2021
Entre 3 a 6 Entre 6 meses a Entre 1 a 5 Mais de 5 Total
Á vista Até 3 meses Indeterminado
meses 1 ano anos anos
Ativo 223 782 854 6 787 280 3 784 858 20 315 743 89 861 971 10 263 875 42 425 542 397 222 122
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 213 843 492 0 0 0 0 0 0 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 9 939 361 0 0 0 0 0 0 9 939 361
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 0 0 0 0 0 203 838 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado 0
Título de Dívida 0 1 310 196 6 514 9 005 146 61 834 260 0 11 127 677 83 283 793
Crédito a clientes 0 1 276 814 3 778 344 2 969 294 28 027 711 10 263 875 31 094 027 77 410 065
Aplicações em instituições de crédito 0 4 200 270 0 8 341 303 0 0 0 12 541 573
Passivos 286 425 083 34 122 485 5 569 904 9 362 462 226 880 0 0 335 706 814
Recursos de clientes e outros empréstimos 286 425 083 34 122 485 5 569 904 9 362 462 226 880 0 0 335 706 814
Exposição Líquida (62 642 229) -27 335 205 (1 785 046) 10 953 281 89 635 091 10 263 875 42 425 542 61 515 308
Damos nota que o gap de liquidez até seis meses apresentado acima é mitigado pela renovação
dos depósitos dos nossos clientes que historicamente se encontram estáveis.
139
No que diz respeito ao risco de concentração de liquidez, indicamos seguidamente o valor de
depósitos de clientes por sector institucional:
31-12-2022 31/12/2021
Risco Imobiliário
31/12/2022 31/12/2021
Risco Operacional
Risco de Estratégia
Risco de Reputação
Decorre de uma percepção negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por
parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de
imprensa ou pela opinião pública em geral.
Risco de Compliance
Este tipo de risco está associado a alterações ou perturbações específicas de natureza política,
económica ou financeira, nos locais onde operam as contrapartes que impeçam o integral
cumprimento do contracto. É ainda utilizado para classificar o risco de contraparte envolvido em
empréstimos a entidades estatais, dada a semelhança entre os métodos de análise do risco-país e
do risco de contraparte de um Estado.
140
Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade
Os fundos próprios do Banco e o rácio de solvabilidade são apurados de acordo com as normas
regulamentares aplicáveis, nomeadamente com o Aviso nº 08/2021 e os instrutivos aplicáveis:
instrutivo nº 13/2021, instrutivo nº 14/2021, instrutivo nº 15/2021, instrutivo nº 16/2021, instrutivo
17/2021, instrutivo nº 19/2021, instrutivo nº 22/2021, instrutivo nº 2/2022 e instrutivo nº 5/2022, com
referência a 31 de Dezembro de 2022.
As instituições financeiras angolanas devem manter um nível de fundos próprios compatíveis com
a natureza e escala das operações devidamente ponderados pelos riscos inerentes às operações,
sendo o rácio de fundos próprios regulamentares mínimo de 8%, o rácio de fundos próprios de nível
1 mínimo de 6% e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 mínimo de 4,5%.
Os fundos próprios regulamentares compreendem:
1. Fundos próprios de nível 1– compreendem: i) Capital social realizado; ii) Resultados transitados
positivos de exercícios anteriores; iii) Reservas legais, estatutárias e outras reservas provenientes
de resultados não distribuídos, ou constituídas para o aumento de capital; iv) Resultado líquido
positivo do exercício anterior; v) Resultado líquido positivo provisório do exercício em curso; vi)
Instrumentos de capital próprio; e, vii) Prémios de emissão.
141
3. Fundos próprios adicionais de nível 1 – compreendem (i) Acções preferenciais; ii) Instrumentos
híbridos e/ ou convertíveis; iii). Outros instrumentos cujas condições de emissão foram previamente
aprovadas pelo Banco Nacional de Angola; e iv) Prémios de emissão respeitantes a elementos
enquadrados nas alíneas anteriores.
142
Os resultados líquidos positivos do exercício anterior e do exercício em curso referidos nos pontos
anteriores apenas podem ser considerados sempre que certificados pelo perito contabilista membro
do órgão de fiscalização ou fiscal único e pelo auditor externo.
31/12/2022
Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 13 693 566
Risco de crédito e contraparte 9 120 193
31/12/2021
Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 15 462 063
Risco de crédito e contraparte 10 173 129
Risco de mercado e risco de crédito de contraparte
na carteira de negociação 1 553 809
143
37. Novas normas e interpretações e alterações a normas e interpretações
As alterações devem ser aplicadas a concentrações de negócios para as quais a data de aquisição
é no ou após o início do primeiro período de relatório anual com início em ou após 1 de Janeiro de
2022. A aplicação antecipada é permitida se, ao mesmo tempo ou antes, uma entidade também
aplicar todas as alterações feitas em "Alterações às referências à Estrutura Conceptual nas normas
IFRS", emitidas em Março de 2018.
Activos fixos tangíveis - Receitas antes do uso pretendido, alterações à IAS 16 Activos fixos
tangíveis
Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Activos fixos tangíveis - Receitas antes do Uso Pretendido", que
alterou a IAS 16 Activos fixos tangíveis.
As alterações proíbem a dedução ao custo de um item do activo fixo tangível, de qualquer receita
da venda de itens produzidos ao trazer esse activo para o local e condição necessários para que
seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Em vez disso, a entidade deverá
reconhecer em resultados essas receitas de vendas.
As alterações devem ser aplicadas retrospectivamente para períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2022, com aplicação antecipada permitida.
Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Contractos Onerosos - Custo de cumprir um contracto", que
alterou a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
144
As alterações devem ser aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2022, sendo permitida a sua aplicação antecipada.
a) permitir que uma entidade, enquanto subsidiária, associada ou joint venture, que adopta as
IFRS pela primeira vez depois da sua controladora e opta por aplicar o parágrafo D16 (a) da
IFRS 1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, possa
mensurar as diferenças de conversão cumulativas usando os valores relatados pela
controladora, com base na respectiva data de transição para as IFRS;
b) esclarecer que a referência às taxas no teste de 10 por cento inclui apenas taxas pagas ou
recebidas entre o mutuário e o credor, incluindo taxas pagas ou recebidas pelo mutuário ou
pelo credor em nome do outro (IFRS 9);
d) remover o requisito do parágrafo 22 da IAS 41 Agricultura para que as entidades excluam fluxos
de caixa para tributação ao mensurar o justo valor aplicando a IAS 41.
As alterações serão aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022,
com aplicação antecipada permitida.
2. O Banco decidiu optar pela não aplicação antecipada das seguintes normas e/ou
interpretações:
Na sequência de feedback obtido sobre a necessidade de existir mais orientação que ajude as
empresas a decidir sobre que informação divulgar relativamente às políticas contabilísticas, o IASB
emitiu em 12 de Fevereiro de 2021 alterações à IAS 1 - Apresentação das demonstrações
financeiras e à IFRS Practice Statement 2 - Fazendo julgamentos de materialidade.
As principais alterações à IAS 1 incluem: i) exigir que as entidades divulguem informação relativa a
políticas contabilísticas materiais em vez de políticas contabilísticas significativas, ii) esclarecer que
as políticas contabilísticas relacionadas com transacções imateriais são igualmente imateriais e
como tal não precisam de ser divulgadas e iii) esclarecer que nem todas as políticas contabilísticas
relacionadas com transacções materiais são, elas mesmas, materiais para as demonstrações
financeiras de uma entidade.
145
O IASB também alterou a IFRS Practice Statement 2 para incluir orientações e dois exemplos
adicionais na aplicação de materialidade às divulgações de políticas contabilísticas. Estas
alterações são consistentes com a definição revista de material:
"A informação relativa a políticas contabilísticas é material se, quando considerada em conjunto
com outras informações incluídas nas demonstrações financeiras de uma entidade, é
razoavelmente esperado que influencie as decisões que os principais utilizadores das
demonstrações financeiras de uma forma geral tomem com base nessas demonstrações
financeiras."
As alterações entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, mas a sua aplicação antecipada é
permitida.
O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
As alterações introduzem uma nova definição para estimativas contabilísticas: clarificando que são
valores monetários nas demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração.
As alterações são efectivas para períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2023, com
aplicação antecipada permitida, e serão aplicadas prospectivamente às alterações nas estimativas
contabilísticas e alterações nas políticas contabilísticas ocorridas no ou após o início do primeiro
período de relatório anual ao qual a entidade aplica as alterações.
O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
Alterações à IAS 12: imposto diferido relacionado com activos e passivos decorrentes de
uma única transacção
As alterações exigem que as empresas reconheçam impostos diferidos sobre as transacções que,
no reconhecimento inicial, dão origem a montantes iguais de diferenças temporárias tributáveis e
dedutíveis.
146
sobre se a isenção se aplicava a transacções como locações e provisões para desmantelamento,
isto é, transacções no âmbito das quais as empresas reconhecem um activo e um passivo. As
alterações esclarecem que a isenção não se aplica a este tipo de transacções e que as empresas
são obrigadas a reconhecer impostos diferidos. O objectivo das alterações é reduzir a diversidade
na divulgação de impostos diferidos sobre locações e provisões para desmantelamento.
As alterações entram em vigor para os períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2023. A aplicação antecipada é permitida.
O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
3. Normas, alterações e interpretações emitidas, mas ainda não efectivas para o Banco
O IASB emitiu em 23 de Janeiro de 2020 uma alteração à IAS 1 Apresentação das Demonstrações
Financeiras para clarificar como classificar dívida e outros passivos como corrente e não corrente.
As alterações esclarecem um critério da IAS 1 para classificar um passivo como não corrente: a
exigência de uma entidade ter o direito de diferir a liquidação do passivo por pelo menos 12 meses
após o período de relatório.
As alterações visam:
a) especificar que o direito de uma entidade de diferir a liquidação deve existir no final do período
de relatório e tem de ser substantivo;
b) esclarecer que os rácios que a empresa deve cumprir após a data do balanço (ou seja, rácios
futuros) não afectam a classificação de um passivo na data do balanço. No entanto, quando
passivos não correntes estão sujeitos a rácios futuros, as empresas têm de divulgar informação
que permita aos utilizadores a compreender o risco de que esses passivos possam ser
reembolsados dentro de 12 meses após a data do balanço.; e
c) esclarecer os requisitos para classificar passivos que uma entidade irá liquidar, ou possa
liquidar, através da emissão dos seus próprios instrumentos patrimoniais (ex: dívida convertível).
O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
O IASB emitiu em Setembro de 2022 alterações à IFRS 16 – Locações que introduzem um novo
modelo contabilístico para pagamentos variáveis numa transacção de venda e relocação.
147
As alterações confirmam que:
Um vendedor - locatário pode adoptar diferentes abordagens que satisfaçam os novos requisitos
de mensuração subsequente.
As alterações são efectivas para períodos anuais iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2024, com
aplicação antecipada permitida.
O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
Chamamos à atenção que no último trimestre de 2022, o Capital Social do Banco foi reforçado Kz
15 021 628 milhares demonstrando um comprometimento pelo Accionista. Adicionalmente no plano
apresentado, o Accionista apresenta uma proposta de emissão de obrigações convertíveis no valor
de KZ 10 000 000 milhares com a natureza de reforçar os rácios de solvabilidade.
148
6.3. Pareceres
149
Parecer do Auditor Independente (2/4)
150
Parecer do Auditor Independente (3/4)
151
Parecer do Auditor Independente (4/4)
152
Parecer do Conselho Fiscal (1/2)
153
Parecer do Conselho Fiscal (2/2)
154
Demonstrações Financeiras
& Pareceres
(Consolidado– Dezembro 2022)
155
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (CONSOLIDADO)
BALANÇO CONSOLIDADO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 502 307 902 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 12 358 491 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 16 43 082 314 12 133 172
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral 17 240 065 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Títulos de dívida 18 61 630 420 70 742 442
Crédito a clientes 19 50 169 367 52 378 807
Outros activos tangíveis 20 25 391 639 28 924 534
Activos não correntes detidos para venda 21 1 399 800 3 043 347
Activos intangíveis 22 453 750 282 197
Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos 23 0 0
Activos por impostos correntes 24 235 189 234 492
Outros activos 25 22 054 203 4 945 063
TOTAL DO ACTIVO 719 323 140 396 670 745
TOTAL DO PASSIVO E DO CAPITAL PRÓPRIO 719 323 140 396 670 745
156
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
157
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
158
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
159
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES O P ER A C I O N A I S
Juros, comissões e outros proveitos equiparados recebidos 26 701 273 36 840 523
Juros, comissões e outros encargos equiparados pagos (10 954 043) (11 004 183)
Juros da locação (42 040) (128 819)
Pagamentos a empregados e fornecedores (26 915 942) (29 378 541)
Pagamentos de locações de curto prazo (245 832) (116 455)
Recuperação de créditos abatidos ao activo 2 039 399 468 474
Outros resultados (854 239) 142 736
FLUXOS DE CAIXA ANTES DAS ALTERACOES NOS ACTIVOS E PASSIVOS OPERACIONAIS (10 271 425) (3 176 264)
(Aumentos)/Diminuições de activos operacionais:
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito (32 610 590) 80 781 844
Títulos de Dívida 9 065 630 102 028 358
Crédito a clientes 255 239 (6 659 642)
Outros activos 2 346 572 815 214
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS ACTIVOS OPERACIONAIS (20 943 149) 176 965 774
Aumentos/(Diminuições) de passivos operacionais:
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito (17 789 035) 25 500 079
Recursos de clientes e outros empréstimos 317 498 322 (80 836 718)
Outros passivos 10 419 708 (4 718 662)
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS PASSIVOS OPERACIONAIS 310 128 996 (60 055 301)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 278 914 422 113 734 209
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E I N V ES T I M EN T O
Aquisições de outros activos tangíveis, líquidas de alienações 2 116 032 (772 943)
Aquisições de activos intangíveis, líquidas de alienações (315 237) (68 331)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO 1 800 796 (841 274)
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E FI N A N C I A M EN T O
Aumento de Capital 15 021 628 0
Pagamentos de locação respeitantes à componente de capital (64 777) (219 906)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO 14 956 851 (219 906)
V ARI ACAO DE CAI X A E S EUS EQ UI V AL ENT ES 295 672 069 112 673 029
Caixa e seus equivalentes no início do período 223 847 689 118 288 622
Efeitos da variação cambial em caixa e seus equivalentes (4 853 182) (7 113 962)
CAIXA E SEUS EQUIVALENTES NO FIM DO PERIODO 514 666 577 223 847 689
160
6.2. Notas Às Contas
1. NOTA INTRODUTÓRIA
O Banco de Comércio e Indústria, S.A. (adiante designado por, “Banco”, “Grupo” ou “BCI”), foi
constituído por Escritura Pública de 11 de Março de 1991, pelo Decreto n.º 8 - A/91 de 11 de Março.
O BCI opera e tem sede social em Angola, na Rua Rainha Ginga, Largo do Atlético – Luanda.
O Banco dedica-se à obtenção de recursos de terceiros sob a forma de depósitos ou outros, o qual
aplica, juntamente com os seus recursos próprios, na concessão de empréstimos, depósitos no
Banco Nacional de Angola, aplicações em instituições de crédito, aquisição de títulos e em outros
activos, para os quais se encontra devidamente autorizado. O Banco presta ainda outros serviços
bancários e realiza diversos tipos de operações em moeda estrangeira, dispondo para o efeito de
uma rede de 62 pontos de atendimento (balcões e postos de atendimento).
No que se refere à estrutura accionista, conforme detalhado na nota 31, o Banco é detido pela
Carrinho Empreendimentos, SA.
O perímetro de consolidação do Banco BCI incluí apenas a BCI-Imobiliária, não consta a Ilha,
Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo S.A. porque a mesma encontra-se
com a actividade cessada desde 2017.
2. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS
As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board
(IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee
(IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.
161
Relativamente aos exercícios findos de 2017 e 2018 o Banco Nacional de Angola (“BNA”) expressou
uma interpretação de que não se encontravam cumpridos na totalidade os requisitos previstos na
IAS 29 – Relato financeiro em economias hiperinflacionárias (“IAS 29”) para que a economia
Angolana fosse considerada hiperinflacionária e, consequentemente, o Conselho de Administração
do Grupo decidiu não aplicar as disposições constantes naquela Norma às suas demonstrações
financeiras naquelas datas. O efeito resultante da aplicação da referida norma nesses exercícios
não se encontra reflectido igualmente nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2022.
As demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas de acordo com o princípio do custo
histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor, nomeadamente os
activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral e os activos financeiros ao
justo valor através de resultados.
A preparação das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as IFRS requer que o
Grupo efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das
políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais
pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais
estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade,
ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações
financeiras encontram-se descritas e analisadas na Nota 3.
31/12/2022 31/12/2021
As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota foram aplicadas de forma consistente com as
utilizadas nas demonstrações financeiras a 31 de Dezembro de 2021.
162
Participações financeiras em subsidiárias
A aquisição de interesses que não controlam da qual não resulte uma alteração de controlo sobre
uma subsidiária, é contabilizada como uma transacção com accionistas e, como tal, não é
reconhecido goodwill adicional resultante desta transacção. A diferença entre o custo de aquisição
e o justo valor dos interesses que não controlam adquiridos é reconhecida directamente em
reservas. De igual forma, os ganhos ou perdas decorrentes de alienações de interesses que
controlam, das quais não resulte uma perda de controlo sobre uma subsidiária, são sempre
reconhecidos por contrapartida de reservas.
Perda de controlo
Os saldos e transacções entre empresas do Grupo, bem como os ganhos e perdas não realizados
resultantes dessas transacções, são anulados na preparação das demonstrações financeiras
consolidadas.
As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema multi-
currency, sendo cada operação registada em função das respectivas moedas de denominação. As
transacções em moeda estrangeira são convertidas para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa
publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e passivos monetários expressos em moeda
estrangeira são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA à data
do balanço. Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, realizadas ou potenciais, são
registados na demonstração de resultados do exercício em que ocorrem.
163
valor por rendimento integral, cuja diferença é registada por contrapartida de capitais próprios.
Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são
imediatamente registadas na posição cambial. Sempre que estas operações conduzam a variações
dos saldos líquidos das diferentes moedas, há lugar à movimentação das contas de posição
cambial, à vista ou a prazo, cujo conteúdo e critério de reavaliação são como segue:
A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos activos e passivos dessa
moeda, assim como das operações à vista a aguardar liquidação e das operações a prazo com
vencimento nos dois dias úteis subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente
com base na taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA nessa data, dando origem à
movimentação da conta de posição cambial, por contrapartida de resultados.
A posição cambial a prazo em cada moeda corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a
aguardar liquidação, com exclusão das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes.
Todos os contractos relativos a estas operações (forwards de moeda) são reavaliados às taxas de
câmbio a prazo do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de
juro aplicáveis ao prazo residual de cada operação. A diferença entre os contravalores em Kwanzas
às taxas de reavaliação a prazo aplicadas, e os contravalores às taxas contratadas, que
representam o custo ou proveito ou o custo de reavaliação da posição cambial a prazo, é registada
nas rubricas de “Activos ou passivos ao justo valor através de resultados”, por contrapartida da
rubrica “Resultados de activos e passivos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados”
na demonstração dos resultados.
De acordo com a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”, os activos financeiros podem ser classificados
em três categorias com diferentes critérios de mensuração:
Custo amortizado,
Justo valor através de outro rendimento integral (FVOCI); e
Justo valor através de resultados (FVTPL).
A classificação dos activos financeiros depende do modelo de negócio e das características dos
fluxos de caixa contratuais (critério SPPI).
Modelo de negócio
Modelo de negócio cujo objectivo é atingido através da detenção do activo até à maturidade
para obtenção dos fluxos de caixa contratuais do mesmo (Held to collect);
Modelo de negócio cujo objectivo é alcançado tanto através da obtenção dos fluxos
contratuais do activo como através da sua venda (Held to collect and sell)
164
Outros modelos de negócio (e.g. negociação).
O Grupo avaliou os seus modelos de negócio tendo por base um conjunto alargado de indicadores.
Entre outros, os seguintes factores são considerados pelo Grupo na identificação do modelo de
negócio para um conjunto de activos:
A avaliação do modelo de negócio não depende das intenções para um instrumento individual, mas
sim para um conjunto de instrumentos, tendo em consideração a frequência, o montante, o
calendário e os motivos de vendas previstas dos activos. Vendas pouco frequentes, pouco
significativas, ou próximas do vencimento dos activos e as motivadas por aumento do risco de
crédito dos activos financeiros, ou que tenham por finalidade a gestão do risco de concentração,
entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de negócio de detenção dos activos até à
maturidade para receber os seus fluxos de caixa contratuais.
O Grupo enquadra os activos financeiros de dívida detidos em carteira - títulos, crédito a clientes,
disponibilidades e aplicações em instituições de crédito e outros valores a receber - no âmbito do
modelo de negócio de “Held to Collect”, uma vez que o principal objectivo associado à gestão dos
referidos instrumentos é de deter os mesmos para recolha dos seus fluxos de caixa contratuais
(capital e juros).
O teste SPPI consiste na avaliação se os fluxos de caixa contratuais dos instrumentos financeiros
se referem exclusivamente ao pagamento de capital e juros. A avaliação é efectuada com base nos
termos contratuais originais do instrumento. Para efeitos desta avaliação, o “capital” é definido como
o justo valor do activo financeiro no seu reconhecimento inicial. O “juro” é definido como a
consideração pelo valor temporal do dinheiro e pelo risco de crédito associado ao montante em
dívida durante um determinado período e por outros riscos e custos associados à actividade (ex.
risco de liquidez e custos administrativos), bem como uma margem de lucro.
Quando os termos contratuais introduzem exposição ao risco de crédito ou variabilidade dos fluxos
de caixa que são inconsistentes com um simples contracto de crédito básico, o instrumento
financeiro não cumpre com o referido critério SPPI. Se um activo financeiro contém uma cláusula
contratual que pode modificar o calendário ou o valor dos fluxos de caixa contratuais (tais como
cláusulas de amortização antecipada ou extensão da duração), o Grupo determina se os fluxos de
caixa que serão gerados durante o período de vida do instrumento, devido ao exercício da referida
cláusula contratual, são apenas pagamentos de capital e juros nos termos atrás referidos. No caso
de um activo financeiro contemplar um ajustamento periódico da taxa de juro, mas a frequência
165
desse ajustamento não coincidir com o prazo da taxa de juro de referência, o Grupo avalia, no
momento do reconhecimento inicial, essa incoerência na componente dos juros para determinar se
os fluxos de caixa contratuais representam apenas pagamentos de capital e juros. As condições
contratuais que, no momento do reconhecimento inicial, tenham um efeito mínimo sobre os fluxos
de caixa ou dependam da ocorrência de eventos excepcionais ou altamente improváveis (como a
liquidação por parte do emitente) não impedem que os correspondentes activos cumpram com o
conceito do SPPI.
Os activos financeiros com derivados embutidos são considerados na sua totalidade, aquando do
teste do SPPI. Estes activos nunca cumprem com o conceito do SPPI, desde que as condições
contratuais do derivado embutido sejam genuínas.
O Grupo mensura um activo financeiro ao justo valor através de outro rendimento integral se
cumprir, em simultâneo, com as seguintes características e se não for designado ao FVTPL por
opção (utilização da Fair Value Option):
o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo é a detenção dos activos
para recolha dos seus cash flows contratuais e venda (HTC and Sell – Held to collect and Sell); e
No reconhecimento inicial de um instrumento de capital que não seja detido para negociação, o
Grupo pode irrevogavelmente designá-lo nesta categoria.
Esta designação é efectuada numa base casuística, investimento a investimento e está apenas
disponível para os instrumentos financeiros que cumpram a definição de instrumentos de capital
prevista na IAS 32, não podendo ser utilizada para os instrumentos financeiros cuja classificação
166
como instrumento de capital na esfera do emitente seja efectuada ao abrigo das excepções
previstas nos parágrafos 16A a 16D da IAS 32.
Os activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral são registados inicialmente
pelo seu justo valor. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são
reflectidos em rubrica específica do capital próprio (“Reservas de activos financeiros ao justo valor
por OCI”) até à sua venda onde são reclassificados para resultados do período, com excepção dos
instrumentos de capital que são reclassificados para resultados transitados. Adicionalmente, estão
sujeitos, desde o seu reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade (apenas
instrumentos de dívida).
Os juros inerentes são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em
resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. Os rendimentos de títulos de rendimento
variável são reconhecidos na rubrica da demonstração dos resultados “Rendimentos de
instrumentos de capital” na data em que são atribuídos. De acordo com este critério, os dividendos
antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.
O Grupo elegeu a opção irrevogável de classificar as acções detidas em carteira ao justo valor
através de outro rendimento integral.
Todos os activos financeiros que não sejam mensurados, de acordo com métodos descritos
anteriormente são mensurados ao justo valor através de resultados.
Os instrumentos de dívida cujas características dos fluxos de caixa contratuais não cumprem com
o critério SPPI, e que de outra forma estariam mensurados ao custo amortizado ou ao justo valor
através de outro rendimento integral, são obrigatoriamente mensurados ao justo valor através de
resultados.
Esta categoria inclui também activos adquiridos com o objectivo de realização de ganhos a partir
de flutuações de curto prazo nos preços de mercado. Incluem-se também nesta categoria os
instrumentos financeiros derivados, excluindo aqueles que cumpram os requisitos de contabilidade
de cobertura. Por definição os instrumentos de capital próprio são também classificados ao justo
valor através de resultados, a não ser que as entidades optem pela classificação irrevogável ao
justo valor através de outro rendimento integral como referido anteriormente.
Os activos financeiros classificados nesta categoria são reconhecidos inicialmente ao justo valor.
Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos na
demonstração dos resultados. Os juros são refletidos nas respectivas rubricas de “Juros e
rendimentos similares”.
167
Justo valor (IFRS 13)
Conforme disposto na IFRS 13, os instrumentos financeiros ao justo valor estão mensurados de
acordo com os níveis de valorização descritos na nota 35.
Reclassificações
Os activos financeiros não são reclassificados após o seu reconhecimento inicial, excepto no
período após alteração do seu modelo de negócios para a gestão de activos financeiros realizada
pelo Grupo. Os activos financeiros são reclassificados para outras categorias apenas se o modelo
de negócio utilizado na sua gestão for alterado. Neste caso, todos os activos financeiros afectados
são reclassificados. A reclassificação é aplicada prospectivamente a partir da data da
reclassificação, não sendo reexpressos quaisquer ganhos, perdas (incluindo relacionados com
imparidade) ou juros anteriormente reconhecidos. Não é permitida a reclassificação de
investimentos em instrumentos de capital mensurados ao justo valor através de outro rendimento
integral, nem de instrumentos financeiros designados ao justo valor através de resultados.
A mensuração subsequente dos passivos financeiros é, regra geral, efectuada pelo custo
amortizado. Existem algumas excepções a esta base de mensuração, nomeadamente:
Passivos financeiros que são detidos para negociação ou quando é aplicada a fair
value option – a mensuração subsequente consiste no justo valor por resultados.
Garantias financeiras – a mensuração subsequente consiste no maior de entre as
correspondentes perdas de crédito esperadas e a quantia da comissão inicial recebida
deduzida dos montantes já reconhecidos como rédito de acordo com o disposto na IFRS 15.
Desta forma, os restantes passivos financeiros são mensurados subsequentemente pelo custo
amortizado.
Activos modificados
168
É inicialmente aferido se a modificação (essencialmente alteração de taxa da operação, períodos
de carência e haircuts) dá origem ao desreconhecimento do activo original e ao reconhecimento de
um novo activo financeiro. Existirá desreconhecimento quando, em substância, a modificação
resulta num activo financeiro distinto. Como expediente prático para decidir sobre este aspecto, o
Grupo adopta, por aplicação supletiva, a “regra dos 10%”. Ou seja, em substância, a modificação
dá origem a um activo financeiro distinto quando a diferença entre o valor presente dos novos fluxos
de caixa contratuais do activo (tendo por base a taxa de juro efectiva original) e a sua quantia
escriturada exceder, em termos absolutos, 10% da quantia escriturada na altura.
Os activos financeiros adquiridos ou originados com imparidade de crédito são tratados de forma
diferente uma vez que se encontram em situação “impaired”. Para esses activos, o Grupo aquando
do seu reconhecimento inicial em stage 3, regista o activo pelo valor líquido da perda esperada.
Na mensuração subsequente, é sempre calculada uma ECL com uma PD life-time e as suas
variações são registadas com contrapartida em resultados. Os juros associados são calculados
aplicando a taxa de juro efectiva ao valor líquido contabilístico do activo.
Desreconhecimento e write-offs
Um activo financeiro (ou parte) é desreconhecido quando os direitos a receber os seus fluxos de
caixa expiram. Haverá igualmente lugar ao desreconhecimento do activo financeiro quando o
mesmo for transferido e a transferência se qualificar para desreconhecimento.
Existe uma transferência de um activo financeiro quando o Grupo transferiu os direitos contratuais
de receber os fluxos de caixa contratuais do mesmo ou quando reteve esses direitos, mas assumiu
uma obrigação de entregar a um terceiro, sem demora material, os fluxos de caixa recebidos
(condição pass-through).
É efectuado o write-off (abate) de um crédito concedido quando não exista expectativa razoável de
recuperação do mesmo (após consideração dos colaterais associados). O write-off de um crédito
(na totalidade ou em parte) implica a anulação do correspondente saldo do activo, assim como as
perdas por imparidade acumuladas. A diferença entre estes dois montantes é reconhecida em
resultados na data do abate.
169
novo passivo financeiro é reconhecido. A diferença entre a quantia escriturada do passivo financeiro
original e a quantia do reconhecimento inicial do novo passivo financeiro é reconhecida em
resultados de imediato. Quando não é claramente evidente a existência de uma substituição ou de
uma modificação de passivos financeiros em condições substancialmente distintas, o Grupo adopta
a “regra dos 10%”. Ou seja, em substância, a modificação dá origem a um passivo financeiro distinto
quando a diferença entre o valor presente dos novos fluxos de caixa contratuais do passivo
financeiro (tendo por base a taxa de juro efectiva original) e a sua quantia escriturada exceder, em
termos absolutos, 10% da quantia escriturada na altura da substituição ou modificação.
Rendimentos de juros
Os rendimentos de juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa
de juro efectiva ou TJE) para todos os activos financeiros mensurados pelo custo amortizado e para
todos os activos financeiros mensurados a justo valor por outro rendimento integral que sejam
instrumentos de dívida. A TJE é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do
activo financeiro de modo que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia
escriturada líquida do activo na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração
custos de transacção (impostos, comissões, taxas,), prémios e descontos associados ao activo.
Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos activos atrás referidos (que não
dão origem a desreconhecimento) por razões que não estejam relacionadas com o risco de crédito,
as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor presente (determinado usando a TJE) das
referidas alterações. Este efeito é reconhecido de imediato em resultados (juros e rendimentos
similares).
Os rendimentos de juros são determinados pela aplicação da TJE à quantia escriturada bruta (não
deduzida de perdas por imparidade acumuladas) dos activos financeiros que não apresentam
evidências objectivas de imparidade.
Os gastos com juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa de
juro efectiva ou TJE) para todos os passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado. A TJE
é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do passivo financeiro de modo
que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia escriturada líquida do passivo
na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração custos de transacção
(impostos, comissões, taxas,), prémios e descontos associados ao passivo.
Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos passivos atrás referidos (que
não dão origem a desreconhecimento), as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor
presente (determinado usando a TJE) das referidas alterações. Este efeito é reconhecido de
imediato em resultados (juros e encargos similares).
170
Imparidade de activos financeiros
As perdas por imparidade (perdas de crédito esperadas ou ECL) são mensuradas e reconhecidas
pelo Grupo de acordo com o modelo de perdas de créditos esperadas previsto pela IFRS 9. Este
modelo abrange, na medida em que tal for aplicável, os seguintes activos financeiros:
Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados ao custo amortizado;
Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados a justo valor através de outro rendimento integral (instrumentos de dívida apenas);
Contas a receber comerciais e activos de contractos reconhecidos de acordo com o disposto
na IFRS 15;
Contas a receber de locações.
Em cada data de relato são mensuradas e reconhecidas ECL para todos os activos financeiros atrás
referidos.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que não registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 1), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer num horizonte temporal futuro de 12 meses. Para os activos financeiros que registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 2), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer durante toda a vida do instrumento.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que já se encontram
em incumprimento (em default) na data de relato (Stage 3), as perdas por imparidade consistem na
diferença entre a quantia escriturada do activo na data de relato e o valor presente dos fluxos de
caixa futuros estimados descontados à taxa de juro efectiva original do activo.
Considera-se que um activo está em default quando existem pagamentos contratuais em mora por
um período superior a 90 dias, quando se verificaram reestruturações por dificuldades financeiras
do devedor com incumprimento deste na data da reestruturação ou quando se verifica falência ou
liquidação do devedor, assim como outras evidências de que não é provável o cumprimento das
obrigações contratuais por parte do mesmo.
Em cada data de relato deve ser feita uma avaliação sobre se houve um aumento significativo do
risco de crédito desde o reconhecimento inicial do activo financeiro. Esta avaliação não é necessária
para instrumentos que têm um risco de crédito considerado baixo.
Considera-se que existe um aumento significativo do risco de crédito quando existem pagamentos
contratuais em mora por um período superior a 30 dias ou quando se observam outras evidências
de que o risco de crédito aumentou significativamente desde o reconhecimento inicial (conforme
disposto no Instrutivo do BNA nº 8/19, de 27 de Agosto).
Para além de informação histórica relevante, a avaliação das ECL deve também ter em
consideração informação que reflita perspetivas futuras (forward looking information), desde que a
sua obtenção não implique um esforço ou custo excessivos.
171
A mensuração das ECL deve ter em consideração os seguintes aspectos:
Uma avaliação não enviesada de vários desfechos possíveis (ponderados pelas respectivas
probabilidades de ocorrência); e
O valor temporal do dinheiro; e
Informação razoável e verificável sobre acontecimentos passados, condições presentes e
projecções sobre condições económicas futuras, disponível sem esforço ou custo excessivos.
As ECL são reconhecidas através do reconhecimento de perdas por imparidade, a abater à quantia
escriturada do activo correspondente e as variações na imparidade são registadas em resultados
do período (imparidade de activos financeiros).
O cálculo das ECL tem por base o exercício de staging. O exercício de staging consiste na atribuição
de um stage aos activos para efeitos de cálculo das perdas por imparidade, de acordo com os
seguintes critérios:
Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial (ou com
baixo risco de crédito) – stage 1
Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial – stage 2
Activos em default (incluindo os adquiridos ou gerados com imparidade) – stage 3
As ECL correspondem à diferença entre todos os fluxos de caixa contratuais em dívida ao Grupo e
todos os fluxos de caixa que o Grupo espera receber (ou seja, correspondem a uma insuficiência
esperada de fluxos de caixa), descontados à taxa de juro efectiva (TJE) original do activo ou, para
activos financeiros adquiridos ou originados em imparidade, à taxa de juro efectiva ajustada ao risco
de crédito. No caso de compromissos irrevogáveis assumidos, tais Como, por exemplo, garantias
bancárias, são considerados os pagamentos que o Grupo espera realizar deduzidos dos fluxos de
caixa que espera receber da contraparte.
O Grupo estima os fluxos de caixa tendo em consideração o prazo contratual definido para as
operações.
Na determinação dos fluxos de caixa que o Grupo espera receber, são considerados, quando
aplicável, os fluxos de caixa líquidos resultantes da execução de colaterais existentes.
Para os activos em stage 1 e stage 2, os fluxos de caixa que o Grupo espera receber são
determinados tendo em consideração a probabilidade de a contraparte entrar em incumprimento
(PD), assim como a proporção da exposição (EAD) que será perdida na eventualidade de ocorrer
um incumprimento (LGD). No caso dos activos em stage 1, a PD apenas considera acontecimentos
de default que possam ocorrer nos 12 meses seguintes. No caso dos activos em stage 2, a PD
considera acontecimentos de default que possam ocorrer durante a maturidade remanescente.
As ECL (conforme metodologia atrás descrita) são apuradas para 3 cenários distintos (base,
favorável e adverso), sendo os valores obtidos ponderados pelas respectivas probabilidades de
ocorrência. As probabilidades de ocorrência são as seguintes (conforme disposto na Directiva do
BNA nº 13-de 27 de Dezembro de 2019):
Cenário base – 70%
Cenário favorável – 10%
Cenário adverso – 20%
Os cenários são determinados tendo por base um índice de clima económico construído com base
nos seguintes indicadores macros económicos: crescimento do PIB, taxa de inflação, câmbio
Akz/USD, câmbio Akz/Eur e preço do barril de petróleo. Para o efeito, é considerado um histórico
de 5 anos.
172
São calculados os factores de risco PD e LGD para cada um dos cenários atrás descritos.
A análise de imparidade do crédito a clientes pode ser efectuada de forma individual ou de forma
colectiva. Uma exposição deve considerar-se elegível para análise individual quando for
individualmente significativa ou quando possua um outro critério de elegibilidade complementar,
conforme orientações do BNA.
A análise de imparidade é efectuada de forma individual quando, de acordo com o disposto no
Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA, uma exposição se encontre acima de pelo menos
um dos dois seguintes limiares de materialidade:
A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,5% dos fundos próprios do Grupo;
A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,1% dos fundos próprios do Grupo
e o cliente/grupo económico regista um aumento significativo do risco de crédito tal como
definido na Parte 2 do Anexo III do Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA.
Para o efeito são considerados os últimos fundos próprios contabilísticos anuais conhecidos pela
instituição e reportados, ou a reportar, ao supervisor.
Na análise colectiva, os factores de risco são determinados para grupos homogéneos de créditos
(macro segmentos), nomeadamente:
Colaboradores
Consumo
Empresas
Empresas Privadas
Empresas Públicas
Habitação
Negócios
Outros
PME
Retalho
Salário
Estado
Reconhecimento e mensuração
173
Os aumentos ao valor contabilístico dos terrenos e edifícios em resultado de reavaliações são
debitados em activos fixos tangíveis. As reduções que possam ser compensadas por anteriores
reavaliações do mesmo activo são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as
restantes reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados. subsequentes. As
revalorizações são efectuadas com a regularidade necessária para assegurar que a quantia
escriturada não difere materialmente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data
do balanço.
Custos subsequentes
Os custos subsequentes são reconhecidos como um activo separado apenas se for provável que
deles resultarão benefícios económicos para o Grupo. As despesas com manutenção e reparação
são reconhecidas como custo à medida que são incorridas de acordo com o princípio da
especialização dos exercícios.
Depreciações
Os terrenos não são depreciados. O método utilizado pelo Grupo para cálculo das depreciações é
o das quotas constantes, de acordo com os seguintes períodos de vida útil esperada:
Descrição Anos
Imóveis de uso próprio:
. Edifícios 2 a 50
. Obras 5
Equipamento:
. Mobiliário e material 6a9
. Máquinas e ferramentas 3a6
. Equipamento informático 5
. Instalações interiores 5a6
. Material de transporte 4
. Equipamento de segurança 10
. Outros equipamentos 3a7
Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, a IAS 36 (Imparidade de
activos), exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por
imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por
imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados.
O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu
valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros
que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.
174
2.7 Activos intangíveis
Software
Os custos incorridos com a aquisição de software a entidades terceiras, são capitalizados, assim
como as despesas adicionais suportadas pelo Grupo necessárias à sua implementação. Estes
custos são amortizados linearmente pelo período da vida útil estimado, a qual se situa normalmente
nos 3 anos.
As empresas associadas são entidades nas quais o Grupo tem influência significativa, mas não
exerce controlo sobre a sua política financeira e operacional. Presume-se que o Grupo exerce
influência significativa quando detém o poder de exercer mais de 20% dos direitos de voto da
associada. Caso o Grupo detenha, directa ou indirectamente, menos de 20% dos direitos de voto,
presume-se que o Grupo não possui influência significativa, excepto quando essa influência possa
ser claramente demonstrada.
A existência de influência significativa por parte do Grupo é normalmente demonstrada por uma ou
mais das seguintes formas:
o representação no Conselho de Administração ou órgão de direcção equivalente;
o participação em processos de definição de políticas, incluindo a participação em decisões sobre
dividendos ou outras distribuições;
o transacções materiais entre o Grupo e a participada;
o intercâmbio de pessoal de gestão; e
o fornecimento de informação técnica essencial.
Imparidade
O valor recuperável dos investimentos em subsidiárias e associadas é avaliado sempre que existam
sinais de evidência de imparidade. As perdas de imparidade são apuradas tendo por base a
diferença entre o valor recuperável dos investimentos em subsidiárias ou associadas e o seu valor
contabilístico. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de
resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso se verifique uma redução do
montante da perda estimada, num período posterior. O valor recuperável é determinado com base
no maior entre o valor em uso dos activos e o justo valor deduzido dos custos de venda, sendo
calculado com recurso a metodologias de avaliação, suportadas em técnicas de fluxos de caixa
descontados, considerando as condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio.
175
2.9 Locações
IFRS 16
No início de um contracto o Grupo avalia se o mesmo é, ou contém, uma locação. É uma locação
um contracto ou parte de um contracto que transmite o direito de usar um activo (o activo
subjacente) durante um certo período, em troca de uma retribuição.
Para avaliar se um contracto transmite o direito de controlar o uso de um activo identificado, o Grupo
avalia, se:
- o contracto envolve o uso de um activo identificado – o activo poderá ser especificado de forma
explícita ou implícita e deve ser fisicamente distinto ou representar substancialmente toda a
capacidade de um activo fisicamente não distinto. Mesmo que um activo seja especificado, o Grupo
não tem o direito de usar um activo identificado se o fornecedor tiver o direito substantivo de
substituir esse activo durante o período de utilização;
- o Grupo tem o direito de obter substancialmente todos os benefícios económicos do uso do
activo identificado, durante todo o período de utilização; e
- o Grupo tem o direito de orientar o uso do activo identificado. O Grupo tem este direito quando
tem os direitos de tomada de decisão mais relevantes para alterar o modo e a finalidade com que o
activo é usado durante todo o período de utilização.
Nos casos em que a decisão sobre como e para que finalidade o activo é utilizado é predeterminada,
o Grupo tem o direito de orientar o uso do activo se:
- O Grupo tem o direito de explorar o activo (ou de mandar outros explorar o activo da forma que
ele determinar) durante todo o período de utilização, sem que o fornecedor tenha o direito de alterar
essas instruções de exploração; ou
- O Grupo concebeu o activo (ou aspectos específicos do activo) de uma forma que determine
previamente o modo e a finalidade com que o activo será usado durante todo o período de utilização.
No início ou na reavaliação de um contracto que contenha um componente da locação, o Grupo
imputa a retribuição no contracto a cada componente da locação com base nos seus preços
individuais.
O Grupo reconhece um activo sob direito de uso e um passivo da locação na data de início da
locação. O activo sob direito de uso é mensurado inicialmente ao custo, o qual inclui o valor inicial
do passivo da locação ajustado de todos os pagamentos antecipados da locação em ou antes da
data de início (deduzidos os incentivos à locação recebidos), adicionado de quaisquer custos
directos iniciais incorridos e da estimativa dos custos para desmantelamento e remoção do activo
subjacente ou para restaurar o activo subjacente ou as instalações na qual está localizado.
Subsequentemente, o activo sob direito de uso é depreciado utilizando o método linear desde a
data de início até ao fim da vida útil do activo sob direito de uso ou ao fim do prazo da locação,
consoante o que terminar primeiro. A vida útil estimada dos activos sob direito de uso é determinada
seguindo os mesmos princípios dos Activos Tangíveis. Adicionalmente, o activo sob direito de uso
é periodicamente deduzido das perdas por imparidade, se existirem, e ajustado por determinadas
remensurações do passivo da locação.
176
O passivo da locação é mensurado inicialmente pelo valor presente dos pagamentos da locação
que não tenham sido efectuados nessa data, descontados segundo a taxa de juro implícita na
locação, se essa taxa poder ser facilmente determinada. Se a taxa não poder ser facilmente
determinada, deve ser utilizada a taxa incremental de financiamento do Grupo. A taxa incremental
de financiamento é uma taxa de desconto que o Grupo obteria para conseguir, com a mesma
maturidade e garantia semelhante, os fundos necessários para a aquisição do activo subjacente.
Por norma, o Grupo utiliza como taxa de desconto a sua taxa incremental de financiamento.
• montantes que se espera que venham a ser pagos a título de garantias de valor residual;
O passivo da locação é mensurado ao custo amortizado usando o método da taxa de juro efectiva.
É remensurado quando existe uma alteração aos pagamentos futuros da locação decorrentes de
uma alteração num índice ou taxa, quando ocorre uma alteração na estimativa do Grupo do
montante que se espera pagar ao abrigo de uma garantia de valor residual, ou sempre que o Grupo
altera a sua avaliação sobre a expectativa de exercer ou não uma opção de compra, prorrogação
ou rescisão.
O Grupo apresenta os activos sob direito de uso que não correspondem à definição de propriedade
de investimento em “Outros Activos Tangíveis” e os passivos da locação em “Outros Passivos” na
demonstração da posição financeira.
A norma permite que um locatário não reconheça os activos sob direito de uso e os passivos da
locação de curto prazo que têm um prazo de locação de 12 meses ou inferior e locações de activos
de baixo valor, sendo os pagamentos associados a estas locações reconhecidos como despesa
pelo método linear durante a vigência do contracto.
O Grupo aplicou a isenção definida pela IFRS 16 para o reconhecimento dos activos sob direito de
uso e passivos da locação para locações de curta duração, cujo prazo de locação seja igual ou
inferior a 12 meses. Deste modo, o Grupo reconhece as despesas associadas a estes contractos
directamente em “Fornecimentos e Serviços de Terceiros” na Demonstração de Resultados.
177
ii.. Como locador
Quando o Grupo actua como locador, no início da locação determina se a mesma deve ser
classificada como uma locação operacional ou uma locação financeira.
Para classificar cada locação, o Grupo efectua uma avaliação global sobre se a locação transfere
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do activo subjacente. No
caso de a locação transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade
do activo subjacente, a mesma é classificada como locação financeira, caso contrário, como locação
operacional. Como parte desta avaliação, o Grupo considera alguns indicadores tais como se a
locação é realizada para a maior parte da vida económica do activo.
Quando o Grupo é um locador intermediário, este contabiliza os seus interesses na locação principal
e na sublocação separadamente. A classificação da sublocação é efectuada por referência ao activo
sob direito de uso decorrente da locação original, e não por referência ao activo subjacente. No
caso da locação original ser um contracto de locação de curto prazo à qual o Grupo aplica a isenção
de reconhecimento descrita anteriormente, o Grupo classifica a sublocação como uma locação
operacional.
2.10 Impostos
Os rendimentos obtidos pelo Grupo de Comércio e Indústria (“BCI”), no âmbito do exercício normal
da sua actividade, estão sujeitos a diversos impostos, de acordo com a sua natureza.
Deste modo, o Grupo é tributado pela totalidade dos lucros obtidos quer no país, quer no estrangeiro
e o seu lucro tributável corresponde à diferença entre todos os proveitos ou ganhos realizados e os
custos ou perdas imputáveis ao exercício em apreço, eventualmente corrigidos nos termos do
Código do Imposto Industrial.
O Grupo encontra-se sujeito a tributação em sede do Imposto Industrial, nos termos do Regime
Geral de Tributação. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos do novo Código do
Imposto Industrial (i.e., Lei n.º 26/20, de 20 de Julho, a qual introduziu alterações significativas ao
Código do Imposto Industrial, aprovado pela Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro). Neste contexto, o BCI
encontra-se sujeito à taxa aplicável de 35%, de acordo com o artigo 64.º, n.º 3 do Código do Imposto
Industrial.
178
Os rendimentos de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do Tesouro, emitidos pelo Estado
Angolano após 1 de Janeiro de 2013 encontram-se sujeitos ao IAC, à taxa de 10% (5% no caso de
títulos de dívida admitidos à negociação em mercado regulamentado e que apresentem uma
maturidade igual ou superior a três anos) e, bem assim, a Imposto Industrial, no caso das mais ou
menos-valias obtidas (incluindo eventuais reavaliações cambiais sobre a componente do capital).
Ademais, a referida Lei, consagrou, entre outras alterações, a elegibilidade das variações cambiais
realizadas favoráveis e desfavoráveis como proveitos e custos fiscalmente aceites,
respectivamente. No mesmo sentido, passaram a não ser aceites como custo as
provisões/imparidades constituídas sobre crédito com garantia, salvo na parte não coberta.
As declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante
um período de 5 anos, das quais poderão resultar eventuais correcções ao lucro tributável dos
exercícios de 2017 a 2022.
O registo dos impactos fiscais das transacções realizadas pelo Grupo corresponde ao entendimento
da gestão sobre o tratamento fiscal aplicável à luz da legislação emitida. Nas situações em que haja
lugar a interpretação e tal venha a ser questionado pela Administração Fiscal, a gestão procede à
sua reanálise, avaliando a probabilidade (superior ou inferior ao 50%) de o tratamento fiscal
adoptado ser aceite e, consequentemente, determina qual o valor mais provável ou o valor esperado
de activos ou passivos por imposto, a registar.
Imposto corrente
O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável do exercício, o qual difere do resultado
contabilístico devido a ajustamentos resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos
fiscais ou que apenas serão considerados em outros períodos contabilísticos.
Adicionalmente, o Imposto Industrial é objecto de liquidação provisória numa única prestação a ser
efectuada até ao final do mês de Agosto, apurada através da aplicação de uma taxa de 2% sobre o
resultado derivado das operações de intermediação financeira, apurados nos primeiros seis meses
do exercício fiscal anterior, excluídos os proveitos sujeitos a imposto sobre aplicação de capitais,
independentemente da existência de matéria colectável no exercício.
Sem prejuízo do que antecede, os contribuintes que apurem prejuízo no exercício imediatamente
anterior encontram-se dispensados de efectuar a entrega da liquidação provisória.
Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício podem ser deduzidos aos lucros tributáveis
de um ou mais, dos cinco anos posteriores.
179
Imposto diferido
Os passivos fiscais diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto os activos fiscais diferidos só são reconhecidos até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes
diferenças tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são
registados activos fiscais diferidos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionável
devido a outras situações, incluindo questões de interpretação da legislação fiscal em vigor.
Apesar disto, não são registados activos ou passivos fiscais diferidos relativos a diferenças
temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não
afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável.
O Grupo procede, conforme estabelecido na IAS 12 – Imposto sobre o Rendimento, parágrafo 74,
à compensação dos activos e passivos por impostos diferidos sempre que: (i) tenha o direito
legalmente executável de compensar activos por impostos correntes e passivos por impostos
correntes; e (ii) os activos e passivos por impostos diferidos se relacionarem com impostos sobre o
rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre a mesma entidade tributável ou diferentes
entidades tributáveis que pretendam liquidar passivos e activos por impostos correntes numa base
líquida, ou realizar os activos e liquidar os passivos simultaneamente, em cada período futuro em
que os passivos ou activos por impostos diferidos se esperem que sejam liquidados ou recuperados.
Sem prejuízo do exposto, no que diz respeito aos rendimentos de títulos de dívida pública, segundo
o último entendimento das Autoridades Fiscais dirigido à ABANC (carta com a referência
196/DGC/AGT/2016, de 17 de Maio de 2016), apenas os que decorrerem de títulos emitidos em
data igual ou posterior a 1 de Janeiro de 2013 se encontram sujeitos a este imposto.
Ademais, cumpre ainda referir que, segundo a posição das Autoridades Fiscais, as reavaliações
cambiais de títulos de dívida pública emitidos em moeda nacional, mas indexados a moeda
estrangeira, emitidos desde 1 de Janeiro de 2013, deverão ser sujeitas a Imposto Industrial até que
o Banco Nacional de Angola se encontre em condições de efectuar a devida retenção na fonte em
sede de IAC.
180
Imposto sobre a Aplicação de Capitais - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14,
de 20 de Outubro, o Grupo procede a retenção na fonte de IAC, à taxa de 10%, sobre os juros de
depósitos a prazo pagos a clientes.
A Lei n.º 7/19 introduziu o IVA em Angola, que se encontra em vigor desde o dia 1 de Outubro de
2019, revogando o Regulamento do Imposto de Consumo (“IC”) e introduzindo relevantes
alterações ao Código do Imposto de Selo (“IS”).
Nos termos do Código do IVA aprovado pela referida Lei n.º 7/19, e, bem assim, das alterações
introduzidas pela Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto, estão sujeitas a este imposto: (i) as transmissões
de bens e prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso por um sujeito
passivo, agindo nessa qualidade; e (ii) as importações de bens.
Não obstante, o Código do IVA prevê isenções para determinadas operações, incluindo a isenção
aplicada às operações de intermediação financeira, incluindo as descritas no Anexo III a este
Código, excepto as que dão lugar ao pagamento de uma taxa, ou contraprestação, específica e
predeterminada, pela sua realização. Esta isenção não confere direito à dedução do IVA incorrido
pelo sujeito passivo nas aquisições de bens e serviços conexas com operações isentas.
Importa assinalar que a taxa normal de IVA vigente no território Angolano, aplicável às operações
sujeitas a IVA e dele não isentas é de 14%.
O Código do IVA, nos termos do n.º 1 do artigo 10.º, estabelece que, para efeitos deste imposto, e
em regra geral, a prestação de serviços ocorre no território nacional quando nele o adquirente
possui domicílio, sede ou estabelecimento estável para o qual os serviços são adquiridos. Neste
contexto, o n.º 2 do artigo 29.º do Código do IVA, conjugado com a alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º
deste mesmo compêndio tributário, prevê o mecanismo de inversão do sujeito passivo, através do
qual “sempre que o adquirente seja um sujeito passivo, o imposto é devido por esse mesmo
adquirente, relativamente a prestações de serviços localizadas no território nacional, nos termos do
181
artigo 10.º, quando o prestador de serviços seja um sujeito passivo não residente e não disponha
de um estabelecimento estável em território nacional” – i.e. o adquirente, sujeito passivo de IVA em
Angola, deverá (auto)liquidar o IVA angolano devido nas prestações de serviços localizadas em
Angola, quando as mesmas sejam prestadas por fornecedores não residentes.
Ademais, considerando que o Grupo é um sujeito passivo que realiza conjuntamente operações
que conferem direito dedução (i.e., operações tributadas em IVA) e operações que não conferem
direito à dedução (i.e., operações isentas deste imposto nos termos acima referidos), o IVA incorrido
pelo Grupo nas suas aquisições de bens e serviços apenas é parcialmente dedutível através do
método do pro-rata.
Não obstante, o Grupo, enquanto sujeito passivo abrangido pelo regime geral de IVA, pode, nos
termos do n.º 2 do artigo 27.º do Código do IVA, adoptar o método da afectação real relativamente
ao IVA incorrido nos bens destinados a venda. Este método de dedução consiste na possibilidade
de deduzir a totalidade do imposto suportado na aquisição de bens das operações que conferem
direito à dedução, porém exclui a possibilidade de dedução do imposto suportado nas operações
que não conferem esse direito, nos termos dos artigos 22.º e 24.º do Código do IVA. Os bens cujo
imposto pode ser deduzido segundo o método de afectação real estão sujeitos a prévia autorização
por parte da Administração Geral Tributária. Adicionalmente, o Instrutivo n.º
000003/DNP/DSIVA/AGT/2020, referido infra, veio estabelecer que as instituições financeiras
podem adoptar o método de afectação real para deduzir o IVA suportado relativamente à aquisição
de bens e serviços “exclusivamente utilizados” para a realização de:
II. Operações financeiras realizadas por instituições sem sede ou estabelecimento estável em
território nacional ("bancos correspondentes”) para as instituições angolanas;
III. Operações abrangidas pelo disposto no n.º 3 do artigo 6.º do Código do IVA, nomeadamente,
refacturação de bens e/ou serviços adquiridos pelas instituições em nome próprio, mas por conta
de terceiras entidades, a quem os respectivos bens e/ou serviços sejam refacturados, com vista a
obter o receptivo reembolso (redébitos de custos).
Para efeitos de dedução do IVA segundo o mencionado método, as instituições financeiras devem
elaborar um oficio dirigido à Direcção dos Serviços do IVA, a solicitar a alteração da declaração de
início de actividade, bem como o respectivo cumprimento das obrigações previstas no Código do
IVA quanto ao registo contabilístico das operações, de forma a permitir o controlo das operações
cujo imposto suportado foi deduzido segundo o método de afectação real.
Adicionalmente, o Grupo está ainda obrigado a cumprir com regras em matéria de facturação nos
termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (“RJFDE”), em vigor desde
Abril de 2019. Neste âmbito, os agentes económicos com volume de negócios igual ou superior a
Kwanzas equivalentes a USD 250 mil devem emitir as facturas ou documentos equivalentes através
de um sistema de facturação certificado.
As Leis de Orçamento Geral do Estado para os exercícios económicos de 2021 e de 2022 prevêem
ainda que, sobre os recebimentos obtidos nos terminais de pagamento automático, relativos às
transmissões de bens e prestações de serviços efectuados pelos sujeitos passivos, é retido a taxa
de 2,5% a título de Imposto sobre o Valor Acrescentado.
182
Imposto do Selo - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro,
recai sobre o Grupo a responsabilidade de liquidação e entrega do Imposto do Selo devido pelos
seus clientes na generalidade das operações bancárias (v.g., financiamentos, cobrança de juros de
financiamentos, comissões por serviços financeiros), procedendo o Grupo à liquidação do imposto,
às taxas previstas na Tabela do Imposto do Selo.
Imposto Industrial - De acordo com o previsto no artigo 67.º do Código do Imposto Industrial, as
prestações de serviços por entidades com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em
Angola, estão sujeitas a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%. Quando se trate de
serviços prestados por entidades não-residentes, a taxa de retenção na fonte é de 15%.
Imposto Predial
De acordo com o previsto na Lei n.º 20/20, publicada a 9 de Julho, a qual aprovou o novo Código
do Imposto Predial e revogou o anterior, o Grupo procede à retenção na fonte do Imposto Predial
devido, à taxa de 15% sobre o pagamento ou entrega de rendas relativas a imóveis arrendados,
com excepção dos terrenos para construção, em que será devido Imposto Predial à taxa de 0,6%
sobre o valor patrimonial.
Será devido Imposto Predial sobre imóveis não-arrendados de acordo com os seguintes intervalos:
Taxa de 0,1% sobre o valor patrimonial, aplicável a imóveis com valor patrimonial inferior a
Kz 5 000 000;
Valor fixo de Kz 5.000 para imóveis com valor patrimonial superior a Kz 5 000 000 e inferior a
Kz 6 000 000;
Taxa de 0,5% sobre o valor patrimonial excedente a Kz 5 000 000, aplicável a imóveis com
valor patrimonial superior a AKZ 6 000 000.
Os benefícios de curto prazo a empregados são registados como custo assim que o serviço
associado tiver sido prestado. É reconhecido um passivo pelo montante expectável a ser liquidado,
quando o Grupo tem uma obrigação presente, legal, de pagar este montante como resultado de um
serviço prestado no passado pelo colaborador e essa obrigação possa ser fiavelmente estimada.
Em 15 de Março de 2010, o Grupo celebrou um protocolo com o Banco Nacional de Angola com
vista à assunção de encargos com pensões de reforma complementares ao Sistema de Segurança
Social de Angola para os colaboradores do Grupo provenientes daquela instituição. Estes encargos
são pagos através de uma renda vitalícia mensal a partir do momento em que os colaboradores se
183
reformam sendo assumidos de forma partilhada e proporcional ao tempo de serviço prestado pelos
colaboradores em cada uma das instituições.
As responsabilidades do Grupo com pensões de reforma são calculadas, com base no Método da
Unidade de Crédito Projectada. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base
nas taxas de mercado associadas a emissões de obrigações do Estado Angolano.
O juro líquido com o plano de pensões foi calculado pelo Grupo multiplicando a responsabilidade
com pensões de reforma pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das
responsabilidades com pensões de reforma atrás referida. Nessa base, o juro líquido foi apurado
através do custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de reforma, ambos
mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.
i) O Grupo tem uma obrigação presente (legal ou decorrente de práticas passadas ou políticas
publicadas que impliquem o reconhecimento de certas responsabilidades);
ii) Seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido;
iii) Quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.
A mensuração das provisões tem em conta os princípios definidos na IAS 37 (Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes) no que respeita à melhor estimativa do custo expectável, ao
resultado mais provável das acções em curso e tendo em conta os riscos e incertezas inerentes ao
processo.
As provisões são revistas no final de cada data de reporte e ajustadas para reflectir a melhor
estimativa, sendo revertidas por contrapartida de resultados na proporção dos pagamentos que não
sejam prováveis.
As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para as obrigações para as quais foram
inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixem de se observar.
184
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os
passivos contingentes são sempre objecto de divulgação, excepto nos casos em que a possibilidade
da sua concretização seja remota.
- Quando são obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados
é efectuado no período a que respeitam de acordo com a IFRS 15;
- Quando resultam de uma prestação de serviços, o seu reconhecimento é efectuado quando o
referido serviço está concluído de acordo com a IFRS 15;
- Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os
proveitos resultantes de serviços e comissões são registados na margem financeira, diluídos ao
longo da maturidade do instrumento financeiro de acordo com a IFRS 9.
Os resultados em operações financeiras incluem os ganhos e perdas gerados por activos e passivos
financeiros ao justo valor através de resultados, nomeadamente das carteiras de negociação e de
outros activos e passivos ao justo valor através de resultados, incluindo dividendos associados a
estas carteiras.
Estes resultados incluem igualmente as valias nas vendas de activos financeiros ao justo valor por
outro rendimento integral e de activos financeiros ao custo amortizado.
Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores
registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se
incluem a caixa, as disponibilidades em bancos centrais e as disponibilidades em outras instituições
de crédito.
As garantias financeiras são contractos que obrigam o Grupo a efectuar pagamentos específicos
de forma a reembolsar o detentor da garantia por uma perda incorrida em virtude de um devedor
falhar o cumprimento de um pagamento.
185
Os passivos que decorrem de garantias financeiras ou compromissos dados para fornecer um
empréstimo a uma taxa de juro abaixo do valor de mercado são inicialmente reconhecidos ao justo
valor, sendo o justo valor inicial amortizado durante o período de vida útil da garantia ou
compromisso. Subsequentemente o passivo é registado ao mais alto entre o valor amortizado e o
valor presente de qualquer pagamento expectável para liquidar.
Os activos não correntes, grupos de activos não correntes detidos para venda (grupos de activos
em conjunto com os respectivos passivos, que incluem pelo menos um activo não corrente) e
operações descontinuadas são classificados como detidos para venda quando existe a intenção de
alienar os referidos activos e passivos e os activos ou grupos de activos estão disponíveis para
venda imediata e a sua venda é muito provável.
O Grupo também classifica como activos não correntes detidos para venda os activos não correntes
ou grupos de activos adquiridos apenas com o objectivo de venda posterior, que estão disponíveis
para venda imediata e cuja venda é muito provável.
Imediatamente antes da sua classificação como activos não correntes detidos para venda, a
mensuração de todos os activos não correntes e todos os activos e passivos incluídos num grupo
de activos para venda é efectuada de acordo com as IFRS aplicáveis. Após a sua reclassificação,
estes activos ou grupos de activos são mensurados ao menor entre o seu custo e o seu justo valor
deduzido dos custos de venda.
O Grupo classifica igualmente em activos não correntes detidos para venda os imóveis detidos por
recuperação de crédito, que se encontram mensurados inicialmente pelo menor entre o seu justo
valor líquido de custos de venda e o valor contabilístico do crédito existente na data em que foi
efectuada a dação ou arrematação judicial do bem.
As avaliações destes imóveis são efectuadas de acordo com uma das seguintes metodologias,
aplicadas de acordo com a situação específica do bem:
i. Método Comparativo
O Método de Mercado tem por referência valores de transacção de imóveis semelhantes e
comparáveis ao imóvel objecto de estudo obtido através de prospecção de mercado realizada na
zona.
ii. Método do Rendimento
Este método tem por finalidade estimar o valor do imóvel a partir da capitalização da sua renda
líquida, actualizado para o momento presente, através do método dos fluxos de caixa descontados.
iii. Método do Custo
O Método de Custo tem por finalidade reflectir o montante que seria exigido correntemente para
substituir o activo nas actuais condições, decompondo o valor da propriedade nas suas
componentes fundamentais: Valor do Solo Urbano e o Valor da Urbanidade; Valor da Construção;
e Valor de Custos Indirectos.
186
As avaliações realizadas são conduzidas por peritos avaliadores independentes. Os relatórios de
avaliação são analisados internamente, para aferição da adequação de pressupostos, comparando
os valores de venda históricos com os valores reavaliados dos imóveis, a fim de se manterem
actualizados os parâmetros e processos de avaliação à evolução do mercado.
Adicionalmente, uma vez que se tratam de activos cujo nível de justo valor da hierarquia da IFRS
13 corresponde maioritariamente ao nível 3, dada a subjectividade de alguns pressupostos
utilizados nas avaliações e o facto de existirem indicações externas com valores alternativos, o
Grupo procede a análises internas sobre os pressupostos utilizados o que poderá implicar
ajustamentos adicionais ao seu justo valor.
Os julgamentos críticos com maior impacto nos montantes reconhecidos de imparidade dos activos
financeiros contabilizados pelo custo amortizado são os seguintes:
187
similaridade. Este procedimento é necessário para assegurar que, no caso de se verificar uma
alteração das características de risco de crédito, a segmentação dos activos é revista. Esta
revisão pode resultar na criação de novos portfólios ou na transferência dos activos para
portfólios já existentes, que reflictam melhor as suas características de risco de crédito. O cálculo
de imparidade colectiva considera diversos cenários com uma ponderação específica, com base
na metodologia interna definida sobre cenarização definição de múltiplas perspectivas de
evolução macroeconómica, com probabilidade de ocorrência relevante.
Esta avaliação é realizada com recurso a informação interna e externa e inclui a utilização de
pressupostos e julgamentos na sua modelização cuja alteração poderia determinar diferentes
resultados.
Por fim, o Grupo considera que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite
reflectir de forma adequada o risco associado aos seus activos financeiros, tendo em conta as
regras definidas pela IFRS 9 –“Instrumentos financeiros”.
Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.
188
4. MARGEM FINANCEIRA
31/12/2022 31/12/2021
Em 2022, a Margem Financeira teve uma redução significativa, mais de 50%, decorrente de três
efeitos: redução dos proveitos com títulos e valores mobiliários decorrentes da maturação dos
mesmos durante o ano de 2021, ausência de proveitos das aplicações em outras instituições de
crédito por via da constituição de reservas obrigatórias a 100% para os depósitos do Estado; e pela
estabilização dos custos financeiros.
189
5. RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES
190
6. RESULTADOS CAMBIAIS
31/12/2022 31/12/2021
Em relação a reavaliação de activos e passivos monetários, registou-se uma redução nos custos
devido a dóis efeitos: A desvalorização do Kwanza face ao dólar e ao euro abaixo do registado em
2021; conjugada com uma posição cambial longa, contudo, mais reduzida.
31/12/2022 31/12/2021
9 810 945 0
191
8. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
192
A variação no custo com pessoal deve-se a redução do número de efectivos, conforme detalhado
no quadro abaixo de acordo com o plano de reestruturação do Grupo iniciado em Junho de 2022.
31/12/2022 31/12/2021
539 1 306
31/12/2022 31/12/2021
193
11. DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DO EXERCICIO
31/12/2022 31/12/2021
Activos intangíveis
Sistema de tratamento automático de dados 143 683 273 459
143 683 273 459
Outros activos tangíveis
Imóveis de uso
Imóveis de serviço próprio 874 861 515 119
Obras em edifícios próprios 156 600 239 274
Móveis, utensílios, instalações e equipamentos
Mobiliário e material 69 722 74 533
Máquinas e ferramentas 314 723 367 810
Equipamento informático 207 348 224 120
Instalações interiores 17 959 17 092
Material de transporte 202 138 327 697
Equipamento de segurança 40 540 39 161
Equipamento de comunicações 9 269 3 913
Outro equipamento 20 074 19 449
Obras em edifícios arrendados 36 102 47 542
Activos sob o direito de uso 100 193 235 877
Outros 32 048 23 660
2 081 577 2 135 247
31/12/2022 31/12/2021
194
Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Grupo durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
Caixa
Notas e moedas nacionais 5 375 277 5 145 407
Notas e moedas estrangeiras 3 279 571 3 849 295
Notas em ATM 1 103 326 1 344 203
9 758 174 10 338 905
Depósitos em bancos centrais
Banco Nacional de Angola
Em moeda nacional 480 220 702 197 826 265
Em moeda estrangeira 12 329 026 5 678 322
492 549 728 203 504 587
Damos nota que com a publicação do Instrutivo N.º 02/2021 de 10 de Fevereiro, para efeitos do
presente Instrutivo, as reservas excedentárias são divididas em dois níveis: (i) nível isento da taxa
de custódia e (II) nível sujeito à taxa de custódia de 0,1% por dia, sendo que:
195
a) O nível isento da taxa de custódia corresponde ao valor de mKz 3 000 000 (Três Mil Milhões de
Kwanzas);
b) O nível sujeito à taxa de custódia corresponde ao saldo das reservas excedentárias líquido do
valor estabelecido no nível 1.
Moeda Moeda
31/12/2022
Nacional Estrangeira
Apuramento
Outros Sectores 17% 22%
Semanal
196
Moeda Moeda
31/12/2021
Nacional Estrangeira
Apuramento
Outros Sectores 22% 22%
Semanal
Na última semana do mês de Dezembro de 2022 e 2021 as reservas mínimas obrigatórias totais
eram de 481 875 242 e 213 290 289 milhares de kwanzas, respectivamente.
197
15. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
31/12/2022 31/12/2021
Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade
Bruta Liquida Bruta Liquida
11 977 331 184 11 977 147 9 412 689 64 836 9 347 853
12 358 675 184 12 358 491 10 004 197 64 836 9 939 361
31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
31/12/2021
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
198
16. APLICAÇÕES EM BANCOS CENTRAIS E EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
31/12/2022 31/12/2021
No exercício de 2022 o Grupo reconheceu nesta rubrica um activo POCI (Purchase or Originated
Credit Impaired), mensurado no momento inicial pelo valor contabilístico zero. O referido activo tem
um valor nominal de 6 milhões de dólares.
Com o aumento de capital realizado nos últimos meses do ano, entre outros negócios, o Grupo
optou pelo investimento em aplicações nas instituições de crédito no país.
O escalonamento das aplicações em bancos centrais e outras instituições de crédito por prazos de
vencimento, a 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, é como segue:
31/12/2022 31/12/2021
199
O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:
31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
Aplicações em instituições de
crédito no estrangeiro
408 401 (365 647) 42 754
31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
200
18. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - TÍTULOS DE DIVÍDA
31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida
62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442
31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida
Stage 1 62 501 916 871 496 61 630 420 63 874 931 1 248 889 62 626 042
Stage 2 0 0 0 8 281 185 164 785 8 116 400
Stage 3 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0
62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442
A utilização efectuada em 2022 nas obrigações em dólar está relacionada com a obrigação indicada
no parágrafo acima.
201
31/12/2021
Em 2021, no que diz respeito às obrigações em moeda estrangeira de outros emissores o aumento
de imparidade está relacionado apenas com a variação cambial visto que esta operação se
encontrava totalmente provisionada.
202
19. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - CRÉDITO A CLIENTES
Outros créditos
A empresas
Créditos em conta corrente 878 720 1 604 335 (725 615)
Empréstimos 16 704 080 14 230 978 2 473 102
Descobertos 97 419 858 96 561
Cartão de crédito 196 196 0
A particulares 16 920 688 24 605 137 7 684 449
34 601 103 40 441 504 (5 840 401)
Crédito e juros vencidos
Até 3 meses 2 651 301 3 812 695 (1 161 394)
De 3 meses a 1 ano 4 313 447 2 439 247 1 874 200
De 1 a 3 anos 9 176 272 9 676 228 (499 956)
Há mais de 3 anos 12 627 899 7 884 596 4 743 303
28 768 919 23 812 766 4 956 153
Total de programas de crédito do Executivo Angolano 11 456 478 13 155 796 (1 699 318)
Perdas por imparidade (24 657 133) (25 031 258) 374 125
203
A movimentação da imparidade de crédito é apresentada da seguinte forma:
31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações / Transferê
perdas por Utilizações Perdas por
Reversões ncias
imparidade imparidade
Crédito a clientes 23 860 091 (374 125) 0 23 485 966
Crédito Programas Estado 1 171 167 1 171 167
Total 25 031 258 (374 125) 0 0 24 657 133
Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Grupo durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.
31/12/2021
Saldo inicial perdas Dotações / Saldo final Perdas por
Transferências Utilizações
por imparidade Reversões imparidade
Crédito a clientes 21 683 703 2 205 266 0 (28 878) 23 860 091
Crédito Programas Estado 1 171 167 0 0 1 171 167
Total 22 854 870 2 205 266 0 (28 878) 25 031 258
O valor dos quadros seguintes para além da carteira de crédito, inclui também a carteira de
extrapatrimonial sujeita a imparidade no montante de 3 220 377 (2021: 7 920 575 milhares de
kwanzas), excluindo o efeito do ajustamento no montante de 1 526 265 milhares de kwanzas (2021:
1 698 151 milhares de kwanzas) referente ao crédito a colaboradores bem como o crédito ao abrigo
dos programas do Estado (Angola Investe) no montante de 1 743 378 milhares de kwanzas (2021:
1 743 378 milhares de kwanzas).
204
19a. Crédito e imparidade por stage
31/12/2022 Exposições
Total Crédito em Crédito em Total Crédito em Crédito em Crédito em
Total crédito Crédito em stage 3
Exposição total crédito em stage 1 stage 1 crédito em stage 2 stage 2 stage 3
em stage 3 restruturado
stage 1 curado restruturado stage 2 curado restruturado curado
Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 0 0 3 934 0 0
Empresas Privadas 31 434 984 7 568 280 0 0 1 682 677 0 0 22 184 027 0 7 934 884
Empresas Públicas 496 022 495 528 0 0 3 0 0 491 0 0
Negócios 683 478 0 0 0 33 0 0 683 445 0 7 146
PME 20 901 312 6 443 761 0 0 901 914 0 1 148 13 555 637 0 7 295 993
Particulares
Colaboradores BCI 2 903 301 2 184 489 0 0 495 762 0 0 223 050 0 29 298
Consumo 2 141 766 634 993 0 0 270 500 0 36 066 1 236 273 0 31 035
Estado 1 217 656 1 095 384 0 0 117 824 0 0 4 448 0 0
Habitação 7 164 084 6 144 617 0 0 126 291 0 3 017 893 176 0 5 356
Outros 68 750 8 956 0 0 0 0 0 59 794 0 419
Retalho 3 611 818 2 883 176 0 0 63 513 0 0 665 129 0 41
Salário 5 482 107 5 276 186 0 0 37 480 0 0 168 441 0 0
76 109 212 32 735 370 0 0 3 695 997 0 40 231 39 677 845 0 15 304 172
31/12/2021 Exposições
Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 3 934 0
Empresas Privadas 33 075 944 9 053 049 386 936 5 634 207 1 968 746 18 388 688 6 551 303
Empresas Públicas 646 924 46 660 0 600 264 0 0 0
Negócios 603 141 0 0 0 0 603 141 3 424
PME 19 462 701 7 522 767 20 550 5 808 264 2 347 833 6 131 670 16 084
Particulares
Colaboradores BCI 9 611 399 9 033 390 9 819 441 585 0 136 424 48 127
Consumo 2 473 905 1 642 251 0 23 536 0 808 118 457
Estado 5 840 934 5 744 763 0 28 878 0 67 293 0
Habitação 8 413 781 7 197 885 3 553 145 527 0 1 070 369 6 341
Outros 543 474 172 448 37 776 9 511 709 361 515 34 732
Retalho 615 889 73 0 1 0 615 815 41
Salário 4 403 374 4 235 159 0 14 581 0 153 634 0
85 695 400 44 648 445 458 634 12 706 354 4 317 288 28 340 601 6 660 509
31/12/2022 31/12/2021
205
19b. Crédito e imparidade por mora e stage
31/12/2022 Exposições
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
dias (31 -
dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias > 90
90)
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 934
Empresas Privadas 7 568 280 0 0 354 199 1 328 478 0 221 430 72 240 21 890 357
Empresas Públicas 495 528 0 0 0 3 0 0 0 491
Negócios 0 0 0 20 12 0 0 0 683 446
PME 6 443 761 0 0 816 443 85 472 0 6 751 978 3 6 803 655
Particulares
Colaboradores BCI 2 184 489 0 0 136 444 359 318 0 19 144 17 913 185 993
Consumo 634 993 0 0 41 457 229 042 0 16 890 749 1 218 635
Estado 1 095 384 0 0 117 824 0 0 0 0 4 448
Habitação 6 144 617 0 0 38 491 87 800 0 27 877 6 371 858 928
Outros 8 956 0 0 0 0 0 0 0 59 794
Retalho 2 883 176 0 0 36 273 27 240 0 882 0 664 247
Salário 5 276 187 0 0 20 193 17 286 0 9 754 815 157 872
32 735 371 0 0 1 561 344 2 134 651 0 7 047 955 98 091 32 531 800
31/12/2022 Imparidade
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
Mora em Mora em Mora em dias
dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 -
dias > 90 dias > 90 > 90
30) 90) 30) 90) 30) 90)
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 796
Empresas Privadas 244 807 0 0 7 364 255 748 0 42 712 42 148 14 134 684
Empresas Públicas 14 148 0 0 0 0 0 0 0 342
Negócios 0 0 12 0 0 0 0 553 203
PME 184 213 0 0 28 017 2 855 0 810 159 0 4 039 362
Particulares
Colaboradores BCI 145 600 0 0 19 155 19 086 0 1 791 1 337 251 751
Consumo 15 285 0 0 1 316 6 751 0 14 882 352 1 065 190
Estado 31 936 0 0 6 192 0 0 0 0 3 189
Habitação 29 406 0 0 330 522 0 21 403 5 425 805 193
Outros 22 0 0 0 0 0 0 0 59 589
Retalho 57 040 0 0 1 122 814 0 801 0 612 319
Salário 1 651 0 0 661 400 0 2 143 233 123 380
724 108 0 0 64 169 286 176 0 893 891 49 495 21 651 998
206
31/12/2021 Imparidade
Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias
(0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 899
Empresas Privadas 285 686 0 0 1 294 636 0 0 377 029 334 006 12 709 693
Empresas Públicas 7 803 0 0 23 505 34 0 0 0 1 981
Negócios 180 0 0 0 0 0 0 0 474 859
PME 181 971 0 0 329 060 0 0 14 985 4 843 4 428 372
Particulares
Colaboradores BCI 454 198 0 0 21 326 788 0 4 853 0 2 430
Consumo 32 163 0 0 93 549 0 8 374 3 632 769 570
Estado 174 585 0 0 1 312 136 0 10 755 0 44 101
Habitação 71 634 0 0 1 498 3 363 0 52 469 42 960 564
Outros 35 716 0 0 867 440 0 16 821 5 532 282 497
Retalho 1 423 0 0 0 0 0 8 719 0 604 314
Salário 8 028 0 0 2 238 2 626 0 7 764 181 132 162
1 253 387 0 0 1 674 535 7 936 0 501 769 348 236 20 414 442
31/12/2022 Exposições
Grau de risco baixo Grau de risco médio Grau de risco elevado
Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade Imparidade
bruta escriturada bruta escriturada bruta escriturada
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 3 934 3 796 138
Empresas Privadas 8 143 909 294 883 7 849 026 1 400 718 297 896 1 102 822 21 890 357 14 134 684 7 755 673
Empresas Públicas 495 528 14 148 481 380 3 0 3 491 342 149
Negócios 20 12 8 12 0 12 683 446 553 203 130 243
PME 14 012 182 1 022 390 12 989 792 85 475 2 855 82 620 6 803 655 4 039 361 2 764 294
Particulares
Colaboradores BCI 2 340 077 166 545 2 173 532 377 231 20 424 356 807 185 993 251 751 -65 758
Consumo 693 340 31 482 661 858 229 792 7 104 222 688 1 218 634 1 065 190 153 444
Estado 1 213 208 38 128 1 175 080 0 0 0 4 448 3 189 1 259
Habitação 6 210 985 51 139 6 159 846 94 171 5 947 88 224 858 928 805 193 53 735
Outros 8 956 22 8 934 0 0 0 59 794 59 589 205
Retalho 2 920 331 58 964 2 861 367 27 240 814 26 426 664 247 612 318 51 929
Salário 5 306 133 4 455 5 301 678 18 102 632 17 470 157 872 123 381 34 491
41 344 669 1 682 168 39 662 501 2 232 744 335 672 1 897 072 32 531 799 21 651 997 10 879 802
31/12/2021 Exposições
207
19d. Crédito e imparidade por conta-corrente e empréstimos
31/12/2022 Exposições
Conta - corrente Empréstimos
Nº de
Nº de operações Montante Imparidade Montante Imparidade
operações
Empresas
Contas correntes 40 2 425 089 1 366 502
Empréstimos 249 44 991 655 17 224 555
Descobertos 95 2 882 412 1 725 648
Outros 20 3 220 575 46 864
Particulares
Consumo 4 630 2 141 766 1 103 776
Habitação 1 137 7 164 084 862 279
Outros 17 076 13 283 632 1 340 212
40 2 425 089 1 366 502 23 207 73 684 124 22 303 334
31/12/2021 Exposições
Empresas
Contas correntes 63 2 967 949 1 469 569 0 0 0
Empréstimos 0 0 0 279 40 885 544 17 441 747
Descobertos 0 0 0 46 2 018 376 1 160 419
Outros 0 0 0 33 7 920 775 400 808
Particulares
Consumo 0 0 0 4 220 2 140 581 486 547
Habitação 0 0 0 1 124 8 413 783 1 089 570
Outros 0 0 0 21 261 21 348 392 2 151 645
63 2 967 949 1 469 569 26 963 82 727 451 22 730 736
31/12/2022 Empresas
Empresas Empresas Privadas Empresas Públicas Negócios PME
Exposição Exposição Exposição Imparida Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total de Total Total
Imparidade Individual 0 0 30 890 332 14 542 703 359 932 12 445 618 533 488 950 20 644 704 4 977 692
Imparidade Colectiva 3 934 3 796 544 652 184 760 136 090 2 045 64 945 64 265 256 608 86 914
3 934 3 796 31 434 984 14 727 463 496 022 14 490 683 478 553 215 20 901 312 5 064 606
31/12/2021 Empresas
208
31/12/2022 Particulares
Colaboradores BCI Consumo Estado Habitação Outros Retalho Salário
Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total Total Total
751 343 319 947 617 664 387 571 0 0 417 802 371 804 58 263 58 263 0 0 374 374
2 151 958 118 773 1 524 102 716 205 1 217 656 41 317 6 746 282 490 475 10 487 1 348 3 611 818 672 096 5 481 733 128 094
2 903 301 438 720 2 141 766 1 103 776 1 217 656 41 317 7 164 084 862 279 68 750 59 611 3 611 818 672 096 5 482 107 128 468
31/12/2021 Particulares
19f. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva e por sector geográfico
31/12/2022 31/12/2021
Imparidade individual Imparidade colectiva Imparidade individual Imparidade colectiva
Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Exposição total Imparidade Exposição total Imparidade
total total
Benguela 4 953 533 349 865 2 289 172 157 471 4 268 506 297 833 2 262 935 228 533
Bié 0 0 220 571 2 376 0 0 274 413 4 813
Bengo 235 014 63 720 303 311 22 382 0 69 322 324 216 32 014
Cabinda 243 299 230 456 490 298 49 006 231 260 223 865 696 360 76 734
Cuando-Cubango 0 0 115 680 7 634 0 0 110 900 9 075
Cunene 0 0 272 968 8 570 0 0 255 173 9 558
Huambo 110 756 45 024 922 433 143 642 110 675 53 185 896 343 164 245
Huila 461 949 286 218 589 021 113 601 464 370 347 646 599 526 129 264
Kwanza-Norte 24 925 462 195 898 6 278 25 001 22 310 630 9 744
Kwanza-Sul 608 015 334 084 433 283 38 269 387 003 335 254 716 361 63 387
Luanda 46 979 331 19 607 594 12 631 302 1 469 080 47 993 009 19 313 434 22 015 039 2 077 803
Lunda-Norte 0 0 176 323 1 339 0 0 177 280 2 603
Lunda-Sul 0 0 687 740 137 839 0 0 821 374 146 178
Malange 417 000 57 994 824 322 122 141 188 583 39 289 715 168 137 126
Moxico 0 0 354 208 24 974 0 0 358 976 26 960
Namibe 48 491 47 950 629 540 45 409 0 0 421 519 94 246
Uige 276 634 136 382 210 295 40 254 278 225 148 162 269 569 44 550
Zaire 0 0 403 900 119 823 0 0 522 987 115 459
54 358 947 21 159 749 21 750 265 2 510 088 53 946 632 20 828 011 31 748 768 3 372 294
Exposição Exposição
Imparidade Imparidade
Total Total
Análise Individual 53 946 632 20 828 011 0 0
Análise Colectiva 31 748 768 3 372 294 0 0
85 695 400 24 200 305 0 0
209
19h. Crédito e imparidade restruturado por stage
31/12/2022
Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total
Outra 0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384
0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384
31/12/2021
Outra 14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208
14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208
210
20. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS
31/12/2022 31/12/2021
Em 2022 os Outros Activos Tangíveis registaram uma diminuição de 12%, em termos líquidos, face
a 2021, explicado pela alienação de uma componente dos equipamentos do Grupo e pela
transferência de um conjunto de imoveis para Activos não correntes detidos para venda, visto que
o Grupo deixou de operar nestes mesmos imóveis e tem como finalidade a venda dos mesmos.
211
Os movimentos da rubrica Outros Activos Tangíveis, no exercício findo a 31 de Dezembro de 2022
e 2021, são analisados como segue:
Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 30 048 067 157 589 1 004 033 0 (1 870 616) 29 339 073
Obras em imóveis arrendados 1 088 224 2 192 0 0 0 1 090 416
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 346 618 203 582 0 (6 762 780) 0 2 787 420
Outros activos tangíveis 138 381 44 457 0 0 0 182 838
Imobilizado em curso 829 315 0 0 0 (35 860) 793 455
Total bruto 42 443 905 407 820 1 004 033 (6 762 780) (1 906 476) 35 186 502
Depreciações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 886 895 1 031 461 0 0 (426 828) 5 491 528
Obras em imóveis arrendados 1 110 911 36 102 0 0 0 1 147 013
Activo Sob Direito de Uso 674 267 100 193 0 0 0 774 460
Equipamento 6 771 573 881 773 0 (5 379 257) 0 2 274 089
Outros activos tangíveis 75 725 32 048 0 0 0 107 773
Total depreciações acumuladas 13 519 371 2 081 577 0 (5 379 257) (426 828) 9 794 863
Total liquido 28 924 534 (1 673 757) 1 004 033 (1 383 523) (1 479 648) 25 391 639
Em 2022, o Grupo efectuou a reavaliação dos seus imóveis em Dezembro tendo registado um
incremento na reserva de revalorização no montante de cerca de mil milhões de kwanzas (Reserva
Bruta).
Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 29 507 968 108 106 0 0 431 993 30 048 067
Obras em imóveis arrendados 1 242 526 42 351 0 0 (196 653) 1 088 224
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 066 756 453 970 0 (195 790) 21 682 9 346 618
Outros activos tangíveis 117 499 20 882 0 0 0 138 381
Imobilizado em curso 926 534 159 803 0 0 (257 022) 829 315
Total bruto 41 854 583 785 112 0 (195 790) 0 42 443 905
Depreciações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 132 502 754 393 0 0 0 4 886 895
Obras em imóveis arrendados 1 063 369 47 542 0 0 0 1 110 911
Activo Sob Direito de Uso 438 390 235 877 0 0 0 674 267
Equipamento 5 893 588 1 073 775 0 (195 790) 0 6 771 573
Outros activos tangíveis 52 065 23 660 0 0 0 75 725
Total depreciações acumuladas 11 579 914 2 135 247 0 (195 790) 0 13 519 371
212
21. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA
31/12/2022 31/12/2021
Em Julho de 2022 foi vendido maior parte da carteira dos activos não correntes detidos para venda.
E em Dezembro, do mesmo ano, foi feita transferência de aproximadamente Kz 1 400 milhões de
Outros activos tangíveis. Estes dois acontecimentos resultaram numa diminuição de mais de 76%.
No âmbito da operação de venda dos activos não correntes detidos para venda, foi registado uma
mais valia, conforme detalhado na nota 7.
31/12/2022 31/12/2021
Saldo inicial - -
Dotações / Reversões ( 30 279) -
Saldo final ( 30 279) -
As utilizações do período dizem respeito à operação de venda dos activos não correntes detidos
para venda.
31/12/2022 31/12/2021
213
22. ACTIVOS INTANGÍVEIS
31/12/2022 31/12/2021
Activos intangíveis
Sistemas de tratamento automático de dados 1 585 124 1 576 862
Imobilizado em curso
Sistemas de tratamento automático de dados 352 997 46 023
Imparidade 0 0
Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 340 688 143 683 0 0 1 484 371
Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 067 229 273 459 0 0 1 340 688
214
23. INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS
Tendo em consideração a avaliação efectuada pelo Grupo à situação das empresas associadas e
o risco associado à recuperabilidade dos montantes investidos, o Grupo constitui um
montante de imparidade equivalente ao total do investimento efectuado nessas sociedades, dado
que à data o Grupo não dispõe de informação financeira actualizada.
24. IMPOSTOS
Activo
31/12/2022 31/12/2021
215
A reconciliação da taxa efectiva de imposto apresenta-se da seguinte forma
31/12/2022 31/12/2021
% Valor % Valor
216
A rúbrica de Impostos Diferidos é composta da seguinte forma:
Reavaliação Imóveis 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)
Activo/Passivo
por imposto diferido 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)
A 31 de Dezembro de 2022, os prejuízos fiscais por ano de caducidade, são analisados como segue:
Activo por
Ano Ano de caducidade Valor
Imposto Diferido
2020 31/12/2025 8 731 220 3 055 927
2021 31/12/2026 20 000 510 7 000 179
2022 31/12/2027 5 853 668 2 048 784
Total 34 585 398 12 104 889
Em resultado da avaliação à recuperabilidade dos activos por impostos diferidos associados aos
prejuízos fiscais acumulados, o Grupo optou por não reconhecer qualquer activo por impostos
diferidos em Balanço a 31 de Dezembro de 2022.
31/12/2022 31/12/2021
Quantia
Quantia bruta Imparidade Valor Liquido Imparidade Valor Liquido
bruta
25 100 082 3 045 879 22 054 203 8 134 230 3 189 167 4 945 063
217
Em 2022, o Grupo efectuou um processo de Reestruturação e Recapitalização, com impactos muito
significativos originando uma profunda mudança na matriz do Grupo e nos seus colaboradores.
Neste âmbito, o Grupo propôs-se a restruturar e capacitar o capital humano que previa uma redução
dos custos com pessoal na ordem dos 50%, dada a insuficiência estrutural que até então era
evidente. Essa redução foi realizada por via de um processo de Resolução por Mútuo Acordo
(“RMA”), que o Grupo contempla o reconhecimento diferido do custo por um período de 3 anos, n
valor total do processo de RMA que totalizou Kz 10 535 milhões.
Referente à rubrica de “Outros devedores diversos” verifica-se uma variação significativa justificada
por dois efeitos relevantes: (i) a alienação do imobilizado, foi efectuada com um plano de
pagamentos definido, encontrando-se, com referência a 31 de Dezembro de 2022, o valor de Kz 2
400 milhões por liquidar; (ii) a alienação dos imóveis recebidos em dação foi efectuado durante o
exercício contudo para um dos imoveis não foi possível efectuar a transacção decorrente de
impedimentos fiscais que originaram o respectivo atraso na liquidação por parte do comprador para
ser realizado em 2023.
A rubrica “Bonificações de créditos a receber” diz respeito a valores a receber por parte do Ministério
da Economia decorrentes dos créditos do programa do Angola Investe.
31/12/2022 31/12/2021
218
26. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS E DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO
31/12/2022 31/12/2021
As obrigações no sistema de pagamentos, são operações que foram executadas nos últimos dias
do ano e que aguardavam compensação nos primeiros dias uteis de 2023.
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
Depósitos à vista
Depósitos à ordem 583 521 312 285 173 828
Depósitos a prazo
Depósitos a prazo 65 684 573 49 281 731
Outros depósitos
Cartões pré-pagos 1 628 680 1 075 250
219
Em 31 de Dezembro de 2022, registou-se um aumento nos depósitos explicados pela alteração da
estratégia de captação bem com pelo aumento dos depósitos do sector Público Administrativo de
Estado.
31/12/2022 31/12/2021
28. PROVISÕES
220
O saldo desta rubrica, visa a cobertura de determinadas contingências devidamente identificadas,
decorrentes da actividade do Grupo, sendo revistas em cada data de reporte, de forma a reflectir a
melhor estimativa do montante e da respectiva probabilidade de pagamento.
31/12/2022 31/12/2021
31/12/2022 31/12/2021
Pressupostos Actuariais
Taxa de técnica desconto 25,00% 25,00%
Taxa de crescimento de pensões 0,00% 5,00%
Taxa de crescimento salarial 1,00% 11,78%
Taxa de inflação - 11,78%
Tábua de Mortalidade PF 60/64 PF 60/64
221
O valor das responsabilidades de benefícios definidos em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de
Dezembro de 2021 apresentam-se da seguinte forma:
31/12/2022 31/12/2021
Total responsabilidades
Ativos 239 634 682 113
Reformados 1 550 158 2 412 629
Responsabilidades reconhecidas em Balanço 1 789 792 3 094 742
De acordo com a política definida na Nota 2.10 – Benefícios a colaboradores, o BCI procede ao
cálculo das responsabilidades com pensões de reforma e dos ganhos e perdas actuariais à data de
cada balanço.
31/12/2022
Pressupostos Variação no valor das
responsabilidades resultantes
de +1,5% na de -1,5% taxa
taxa utilizada utilizada
Taxa de Desconto 81 376 (80 319)
Taxa de crescimento salarial (4 791) 4 865
Taxa de crescimento de pensões (100 600) 103 296
31/12/2021
Pressupostos
Variação no valor das responsabilidades resultantes da
de +1% na taxa de -1% taxa de +2,5% na de -2,5% na
utilizada utilizada taxa utilizada taxa utilizada
Taxa de Desconto - - 289 495 (356 031)
Taxa de crescimento salarial (30 289) 28 798
Taxa de crescimento de pensões (145 070) 134 477 - -
A evolução das responsabilidades com pensões de reforma pode ser analisada como se segue:
31/12/2022
222
31/12/2021
31/12/2022
31/12/2021
223
29. PASSIVOS PROGRAMAS ESTADO E RECURSOS VINCULADOS
31/12/2022 31/12/2021
224
30. OUTROS PASSIVOS
31/12/2022 31/12/2021
225
Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de Natureza
Administrativa e de Comercialização – “Estimativa para outros custos a pagar” regista os acréscimos
a fornecedores de serviços externos.
31/12/2022 31/12/2021
Inferiores a 1 ano 236 874 288 146
1 a 5 anos 257 705 313 250
Superiores a 5 anos 0 0
Pagamentos de locação não descontados 494 579 601 396
Juros a periodificar na margem financeira (93 293) (135 333)
Passivo da Locação 401 286 466 063
31/12/2022 31/12/2021
226
31/12/2022 31/12/2021
% de % de
Montante Montante
participação participação
Em 2014, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 338 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através de entradas em numerário pelo accionista maioritário
Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na rubrica “Outras reservas
e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
Em de 2015, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
Em 2016, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 10 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
As emissões de capital do accionista Estado não foram realizadas em condições de mercado, logo
de acordo com os requisitos da IAS 39 e agora IFRS 9, todos estes instrumentos financeiros deverão
reconhecidos ao justo valor no seu momento inicial. O diferencial negativo entre o justo valor no seu
momento inicial e o valor nominal das obrigações foi reconhecido em capital próprio – Desconto de
Emissão no montante de 16 224 752 milhares de Kwanzas
Em 2018, foram transferidas todas as verbas acima indicadas, para a rúbrica de Capital Social, pois
foi efectuada a escritura de aumento de capital e formalizado junto do BNA.
No mês de Junho de 2020 o accionista maioritário Ministério das Finanças realizou um aumento de
Capital Social de Kz 30 000 milhões. Este aumento de capital não foi realizado em condições de
mercado pelo que conforme já mencionado anteriormente foi efectuado um ajustamento ao valor
inicial negativo das obrigações no montante de 2 026 0001 milhares de Kwanza.
227
No decorrer do mês de Dezembro de 2020, na sequência da publicação do Decreto Executivo n.º
271/20, o accionista maioritário Ministério das Finanças decretou o resgate antecipado das
Obrigações do Tesouro detidas pelo Grupo que tinham as seguintes características: Montante
global: Kz 26 500 milhões, Taxa de Juro: 5%, Condições de Reembolso: 24 anos.
No âmbito deste resgate, o accionista maioritário Ministério das Finanças através do Despacho n.º
12/20, atribui ao Grupo uma obrigação do tesouro com as seguintes características: Montante: Kz
26 500 milhões, Taxa de Juro: 16,5%, Condições de Reembolso: 4 anos.
Em Dezembro de 2021 o Grupo através de um leilão em Bolsa, foi colocado a privatização tendo
sido o vencedor o Grupo Carrinho Empreendimentos, SA. em Março de 2022 foi concluído o
processo de privatização de Grupo.
31/12/2022 31/12/2021
Reservas de Reavaliação
Excedente de revalorização 21 607 469 21 494 993
Imposto Diferido do excedente de revalorização (5 935 000) (5 965 916)
15 672 469 15 529 077
Reservas
Reserva legal 1 992 260 1 992 260
Outras reservas 87 104 87 104
Reservas de activos financeiros ao justo valor por OCI (390 264) (390 264)
1 689 100 1 689 100
228
Nos termos da legislação vigente, o Grupo deverá constituir um fundo de reserva legal até à
concorrência do seu capital. Para tal, deverá ser anualmente transferido para esta reserva um
mínimo de 10% do resultado líquido do exercício anterior. Esta reserva só pode ser utilizada para a
cobertura de prejuízos acumulados, quando esgotadas as demais reservas constituídas.
Garantias prestadas 1 027 060 13 668 256 113 4 169 0 0 1 283 173 17 837
Créditos documentários abertos 1 937 204 29 001 0 0 0 0 1 937 204 29 001
Créditos documentários abertos 6 534 300 74 754 989 958 98 094 396 319 167 364 7 920 577 340 212
As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de
fundos por parte do Grupo, estando relacionadas com garantias prestadas para suporte de
operações de importação e para execução de contractos por parte de clientes do Grupo. As
garantias prestadas representam valores que podem ser exigíveis no futuro.
Os créditos documentários abertos são compromissos irrevogáveis, por parte do Grupo, por conta
dos seus clientes, de pagar um montante determinado ao fornecedor de uma dada mercadoria,
dentro de um prazo estipulado, contra a apresentação de documentos referentes à expedição da
mercadoria.
A condição de irrevogável consiste no facto de não ser viável o seu cancelamento ou alteração sem
o acordo expresso de todas as partes envolvidas.
229
34. TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS
iv) Titulares de participações qualificadas – Accionistas, presumindo-se que tal sucede quando a
participação de capital é não inferior a 10%;
31/12/2022 31/12/2021
Membros dos Membros dos
Outras Outras
Accionistas Participadas Orgão Total Accionistas Participadas Orgão Total
Entidades Entidades
Sociais Sociais
Activos financeiros
Ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065 - - 203 838 - 203 838
Ao custo amortizado - - - - - 72 156 115 - - - 72 156 115
Crédito a clientes - - - 369 426 369 426 - - - 1 220 425 1 220 425
Outros activos - - 502 215 - 502 215 1 608 268 - 568 489 - 2 176 757
Depósitos
Depósitos à ordem 7 371 22 369 787 965 58 237 875 942 178 111 806 14 807 6 628 7 332 178 140 573
Depósitos a prazo - - - 52 485 52 485 278 558 15 909 - - 294 467
Passivos programa Estado - - - - - 5 709 119 - - - 5 709 119
Outros passivos 81 796 - - - 81 796 9 756 - - 47 061 56 817
230
Em 31 de Dezembro de 2022 a entidade accionista é a seguinte:
CARRINHO EMPREENDIMENTOS, SA
CARRINHO INVESTMENT
Conselho de Administração
231
Conselho Fiscal
Sonangol, EP
Porto de Luanda
TCUL
Endiama
Angola Telecom
Multitel, Lda
232
EMIS - Empresa Interbancária de Serviços
Conselho de Administração
Conselho Fiscal
O justo valor tem como base as cotações de mercado, sempre que estas se encontrem disponíveis.
Caso estas não existam, o justo valor é estimado através de modelos internos baseados em
técnicas de desconto de fluxos de caixa. A geração de fluxos de caixa dos diferentes instrumentos
é feita com base nas respectivas características financeiras e as taxas de desconto utilizadas
incorporam quer a curva de taxas de juro de mercado, quer os actuais níveis de risco do respectivo
emitente.
Assim, o justo valor obtido encontra-se influenciado pelos parâmetros utilizados no modelo de
avaliação, que necessariamente incorporam algum grau de subjectividade, e reflecte
exclusivamente o valor atribuído aos diferentes instrumentos financeiros.
O Grupo utiliza a seguinte hierarquia de justo valor, com três níveis na valorização de instrumentos
financeiros (activos ou passivos), a qual reflecte o nível de julgamento, a observabilidade dos dados
utilizados e a importância dos parâmetros aplicados na determinação da avaliação do justo valor do
instrumento, de acordo com o disposto na IFRS 13:
Nível 1: O justo valor é determinado com base em preços cotados não ajustados, capturados em
transacções em mercados activos envolvendo instrumentos financeiros idênticos aos instrumentos
a avaliar. Existindo mais que um mercado activo para o mesmo instrumento financeiro, o preço
relevante é o que prevalece no mercado principal do instrumento, ou o mercado mais vantajoso
para os quais o acesso existe;
233
Nível 2: O justo valor é apurado a partir de técnicas de avaliação suportadas em dados observáveis
em mercados activos, sejam dados directos (preços, taxas, spreads) ou indirectos (derivados), e
pressupostos de valorização semelhantes aos que uma parte não relacionada usaria na estimativa
do justo valor do mesmo instrumento financeiro. Inclui ainda instrumentos cuja valorização é obtida
através de cotações divulgadas por entidades independentes, mas cujos mercados têm liquidez
mais reduzida; e
Nível 3: O justo valor é determinado com base em dados não observáveis em mercados activos,
com recurso a técnicas e pressupostos que os participantes do mercado utilizariam para avaliar os
mesmos instrumentos, incluindo hipóteses acerca dos riscos inerentes, à técnica de avaliação
utilizada e aos inputs utilizados e contemplados nos processos de revisão da acuidade dos valores
assim obtidos.
O Grupo considera que a definição de mercado activo para um dado instrumento financeiro, a cada
data de mensuração, depende do volume de negócios e da liquidez das operações realizadas, da
volatilidade relativa dos preços cotados e da prontidão e disponibilidade da informação, devendo,
para o efeito verificar as seguintes condições mínimas:
• O valor do parâmetro pode ser obtido pelo cálculo inverso dos preços dos instrumentos
financeiros e ou derivados onde os restantes parâmetros necessários à avaliação inicial são
observáveis num mercado líquido ou num mercado OTC que cumprem com os parágrafos
anteriores.
234
A hierarquia de justo valor dos activos e passivos financeiros mensurados ao justo valor é a
seguinte:
Justo Valor
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 240 065 240 065
Passivos financeiros - - - -
Justo Valor
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 203 838 203 838
Passivos financeiros - - - -
O justo valor dos activos e passivos financeiros registados no balanço ao custo amortizado é
analisado como segue, tendo sido estimado com base nas principais metodologias e pressupostos
abaixo descritos:
Justo Valor
Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 491 - 12 358 491 - 12 358 491
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 082 314 - 43 082 314 - 43 082 314
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 61 630 420 - 60 463 461 - 60 463 461
Crédito a clientes 50 169 367 - - 50 169 367 50 169 367
Outros activos - outros devedores 22 054 203 - 0 22 054 203 22 054 203
Activos financeiros 691 602 697 - 618 212 168 72 223 569 690 435 738
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 14 204 385 - 14 204 385 - 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 650 834 565 - - 650 834 565 650 834 565
Outros passivos 6 809 753 6 809 753 6 809 753
Passivos financeiros 671 848 703 - 14 204 385 657 644 318 671 848 703
235
Justo Valor
Modelos de valorização Modelos de valorização com
Custo Amortizado Cotações de
com parâmetros parâmetros não observáveis Total Justo Valor
mercado
observáveis no mercado no mercado
Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 213 843 492 - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 9 939 361 - 9 939 361 - 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 12 133 172 - 12 133 172 - 12 133 172
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 70 742 442 - 77 466 857 - 77 466 857
Crédito a clientes 52 378 807 - - 52 378 807 52 378 807
Outros activos - outros devedores 4 945 063 - - 4 945 063 4 945 063
Activos financeiros 363 982 337 - 313 382 882 57 323 869 370 706 752
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 25 954 253 - 25 954 253 - 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 335 530 809 - - 335 530 809 335 530 809
Outros passivos 5 980 304 - 5 980 304 5 980 304
Passivos financeiros 367 465 365 - 25 954 253 341 511 113 367 465 365
Estes activos e passivos são de muito curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa
razoável do respectivo justo valor.
O justo valor dos títulos registados ao custo amortizado é estimado com base na actualização dos
fluxos de caixa esperados de capital e de juros, conforme descrito no início da presente Nota.
Crédito a clientes
O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa
esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas
contratualmente definidas. Os fluxos de caixa futuros esperados das carteiras de crédito
homogéneas, como por exemplo o crédito à habitação, são estimados numa base de portfolio. As
taxas de desconto utilizadas são as taxas actuais praticadas para empréstimos com características
similares.
O justo valor dos recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito é estimado com
base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros.
O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de
caixa esperados de capital e de juros. A taxa de desconto utilizada é a que reflecte as taxas
praticadas para os depósitos com características similares à data do balanço. Considerando que as
taxas de juro aplicáveis são renovadas por períodos inferiores a um ano, não existem diferenças
materialmente relevantes no seu justo valor.
236
36. GESTÃO DO RISCO DA ACTIVIDADE
Mercado – O conceito de risco de mercado, reflecte a perda potencial que pode ser registada por
uma determinada carteira em resultado de alterações de taxas (juros e de câmbio) e/ou de preços
dos diferentes instrumentos financeiros que a compõem, considerando quer as correlações
existentes entre eles, quer as respectivas volatilidades. Assim, o risco de mercado engloba o risco
da taxa de juro cambial e outros riscos de preço.
Liquidez – O risco de liquidez, reflecte a incapacidade do Grupo cumprir com as suas obrigações
associados aos passivos financeiros a cada data de vencimento, sem incorrer em perdas
significativas decorrentes de uma degradação das condições de acesso ao financiamento (risco de
financiamento) e/ou de venda dos seus activos por valores inferiores aos habitualmente praticados
em mercado (risco de liquidez de mercado).
Imobiliário – O risco imobiliário, resulta de possíveis impactos negativos nos resultados ou nível de
capital do Grupo, devido a oscilações no preço de mercado dos bens imobiliários.
Avaliação de riscos
Risco de crédito
237
Analisar os risos de concentração;
Por forma a mitigar o risco de crédito, análise da carteira tem em conta os seguintes parâmetros:
Risco de incumprimento onde são rejeitados os clientes com rating de elevada probabilidade
de incumprimento;
Patrimoniais 720 460 208 (28 617 446) 691 842 762 405 419 188 (41 235 013) 364 184 175
Caixa e disponibilidade em bancos centrais 502 307 902 0 502 307 902 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidade em outras instituições de crédito 12 358 675 (184) 12 358 491 10 004 197 (64 836) 9 939 361
Activos financeiros pelo justo valor através de outro rendimento integral 240 065 0 240 065 203 838 - 203 838
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito á clientes 74 826 500 (24 657 133) 50 169 367 77 410 065 (25 031 258) 52 378 807
Títulos de dívida 62 501 916 (871 496) 61 630 420 83 283 793 (12 541 351) 70 742 442
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 125 068 (42 754) 43 082 314 12 541 573 (408 401) 12 133 172
Outros activos 25 100 082 (3 045 879) 22 054 203 8 132 230 (3 189 167) 4 943 063
Extrapatrimoniais 3 220 377 (46 838) 3 173 539 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Crédito Documentário 1 937 204 (29 001) 1 908 203 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Garantias prestadas 1 283 173 (17 837) 1 265 336 - - 0
Total 723 680 585 (28 664 284) 695 016 301 413 339 765 (41 575 225) 371 764 540
31/12/2022
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/E
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
xp. Total
Total 32 735 370 3 695 997 39 677 845 76 109 212 23 669 837 31%
238
31/12/2021
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/Ex
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
p. Total
Total 44 648 443 12 706 354 28 340 603 85 695 400 24 200 305 28%
31/12/2022 31/12/2021
Área geográfica Área geográfica
Angola Outros Total Angola Outros Total
Créditos à clientes 50 169 367 0 50 169 367 52 378 807 0 52 378 807
Garantias prestadas e cartas de crédito 3 173 539 0 3 173 539 7 580 365 0 7 580 365
O risco de crédito é o risco mais importante no sector bancário, definindo como o risco da
contraparte em incumprir o pagamento da sua obrigação. Refere ainda, que o risco de crédito se
divide em várias componentes de risco, das quais se destacam as seguintes:
iv) Risco de incumprimento (default): é o risco do mutuário não cumprir com o serviço da dívida
de um empréstimo resultante de um evento de default, em certo período. Exemplos: o atraso no
pagamento; a reestruturação de uma operação e a falência ou liquidação do devedor, que podem
provocar uma perda total ou parcial do valor emprestado à contraparte;
v) Risco de concentração: possibilidade de perdas em função da concentração de empréstimos
elevados a um pequeno número de mutuários e/ou grupos de risco, ou em poucos sectores de
actividade;
vi) Risco de degradação da garantia (colateral): não resulta em uma perda imediata, mas sim na
probabilidade de ocorrer um evento de default pela queda da qualidade da garantia oferecida,
ocasionada por uma desvalorização do colateral no mercado, ou pelo desaparecimento do
património pelo mutuário.
O risco de crédito é considerado como o principal risco subjacente à actividade bancária, sendo que
a sua gestão consiste na execução de estratégias de maximização de resultados face a exposição
dos riscos assumidos nas operações de crédito concedidas, respeitando sempre as exigências
regulamentares dos supervisores.
Risco de Mercado
239
Deste modo, pode-se afirmar que o risco de mercado deriva de potenciais perdas nas carteiras de
negócios (trading book) ou investimentos, decorrentes das alterações às condições económicas e
financeiras do mercado. Na abordagem às carteiras de investimento, a composição de uma carteira
de títulos (portfolio), este risco não pode ser totalmente eliminado através da diversificação, uma
vez que o risco de mercado afecta o comportamento de todos os títulos e, bem assim, de todas as
carteiras.
O risco de mercado como o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado, podendo englobar três tipos
de riscos, a saber:
iv) Risco cambial: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de câmbio;
v) Risco de taxa de juro: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de juro no mercado;
vi) Outros riscos de preços: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um
instrumento financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado (que não
associados a riscos de taxa de juro ou riscos cambiais), quer essas alterações sejam causadas por
factores específicos do instrumento individual ou do seu emitente, quer por factores que afectem
todos os instrumentos similares negociados do mercado (podemos associar ao risco das
commodities, das cotações de títulos, e o risco do sector imobiliário).
Os activos e passivos do Grupo são decompostos por tipo de taxa da seguinte forma:
2022
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro
Ativo 161 023 408 19 430 076 514 906 642 - 695 360 126
Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 12 358 675 - 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 62 501 916 - - - 62 501 916
Crédito a clientes 55 396 424 19 430 076 - - 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 43 125 068 - - - 43 125 068
Recursos de clientes e outros empréstimos 65 684 573 - 585 149 992 - 650 834 565
2021
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro
Ativo 154 381 292 18 854 138 224 051 527 - 397 286 959
Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 10 004 197 - 10 004 197
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 203 838 - 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 83 283 793 - - - 83 283 793
Crédito a clientes 58 555 927 18 854 138 - - 77 410 065
Aplicações em instituições de crédito 12 541 573 - - - 12 541 573
Recursos de clientes e outros empréstimos 49 281 731 - 286 249 078 - 335 530 809
240
Seguidamente apresentamos as taxas médias de juro verificadas para os principais activos e
passivos financeiros do Grupo:
31-12-2022 31/12/2021
Saldo médio Juros do Taxa de juro Saldo médio Juro do Taxa de juro
do exercício exercício média do exercício exercício média
Aplicações 546 323 542 20 715 655 4% 432 205 711 33 089 416 8%
Disponibilidade 369 257 133 0 0% 171 068 156 0 0%
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito a clientes 76 118 283 8 726 773 11% 73 627 535 9 533 010 13%
Títulos de Dívida 72 892 855 11 720 350 16% 134 297 972 16 206 008 12%
Aplicações em Instituições de Crédito 27 833 321 268 532 1% 53 008 210 7 350 398 14%
Juros de activos financeiros pelo justo valor através de rendimento integral 221 952 0 0% 203 838 0 0%
Recursos 519 657 034 8 695 739 2% 398 264 972 8 431 116 2%
Depósitos de clientes
Ordem 435 699 535 0 0% 303 574 372 0 0%
Prazo 57 483 152 6 031 853 10% 72 831 908 4 749 152 7%
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 20 079 319 2 621 846 13% 13 410 529 3 532 415 26%
Passivo de Locação e Outros Passsivos 6 395 028 42 040 1% 8 448 163 149 549 2%
31-12-2022
AKZ Kz indexados USD EUR Outras Moedas Total
aos USD
Ativo 677 862 408 6 729 192 29 844 821 4 412 778 473 942 719 323 141
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 486 699 306 0 14 560 048 1 026 662 21 886 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 393 309 0 8 740 867 2 772 347 451 968 12 358 491
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
240 065 0 0 0 0 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 54 901 228 6 729 192 0 0 0 61 630 420
Crédito a clientes 50 169 367 0 0 0 0 50 169 367
Aplicações em instituições de crédito 36 045 618 0 6 543 906 492 791 0 43 082 314
Outros activos tangíveis 25 391 639 0 0 0 0 25 391 639
Activos Intangíveis 400 908 0 0 52 842 0 453 750
Activos não correntes detidos para venda 1 399 800 0 0 0 0 1 399 800
Activos por impostos corrente 235 189 0 0 0 0 235 189
Outros activos 21 985 980 0 0 68 135 88 22 054 203
Passivos 655 678 430 881 21 147 953 5 965 260 28 243 682 820 767
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
13 759 234 0 92 465 350 799 1 887 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 625 670 465 0 20 950 277 4 198 531 15 291 650 834 565
Passivos por impostos diferidos 5 935 000 0 0 0 0 5 935 000
Provisões 1 771 476 881 62 949 463 159 0 2 298 465
Passivos programas Estado e recursos vinculados 2 738 600 0 0 0 0 2 738 600
Outros Passivos 5 803 655 0 42 262 952 771 11 065 6 809 753
Total 22 183 978 6 728 311 8 696 868 (1 552 482) 445 699 36 502 374
241
31-12-2021
AKZ Kz USD EUR Outras Total
indexados Moedas
aos USD
Ativo 348 251 050 7 953 543 34 680 913 5 253 034 532 205 396 670 745
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 204 315 876 0 8 300 601 1 206 275 20 740 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 591 508 0 7 552 109 1 284 347 511 397 9 939 361
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 203 838 0 0 0 0 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 55 330 136 7 953 543 7 458 763 0 0 70 742 442
Crédito a clientes 52 378 807 0 0 0 0 52 378 807
Aplicações em instituições de crédito 0 0 10 959 303 1 173 838 31 12 133 172
Outros activos tangíveis 28 924 534 0 0 0 0 28 924 534
Activos Intangíveis 282 197 0 0 0 0 282 197
Activos não correntes detidos para venda 3 043 347 0 0 0 0 3 043 347
Activos por impostos corrente 234 492 0 0 0 0 234 492
Outros activos 2 946 315 0 410 137 1 588 574 37 4 945 063
Passivos 346 109 122 0 25 264 623 5 784 356 32 937 377 191 038
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 25 954 253 0 0 0 0 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 305 210 911 0 25 050 117 5 237 815 31 966 335 530 809
Passivos por impostos diferidos 5 965 916 0 0 0 0 5 965 916
Provisões 3 147 315 0 69 359 542 111 971 3 759 756
Outros Passivos 5 830 727 0 145 147 4 430 0 5 980 304
Total 2 141 928 7 953 543 9 416 290 ( 531 322) 499 268 19 479 707
31-12-2022
-20% -10% -5% +5% +10% +20%
Moedas
Dólares dos Estados Unidos da América 6 957 494 7 827 181 8 262 024 9 131 711 9 566 554 10 436 241
Kwanzas indexados aos USD 5 382 649 6 055 480 6 391 895 7 064 727 7 401 142 8 073 973
Euros (1 241 986) (1 397 234) (1 474 858) (1 630 106) (1 707 730) (1 862 979)
Outras Moedas 356 559 401 129 423 414 467 984 490 269 534 839
Risco de Liquidez
A gestão de um adequado grau de liquidez é uma das preocupações centrais das instituições
financeiras.
Ou, num sentido mais lato, pode-se afirmar que o risco de liquidez é o resultado do desajustamento
entre os padrões de maturidade dos activos e dos passivos dos Grupos, ou seja, o risco de liquidez
resulta da descompensação da dimensão e maturidade entre activos e passivos.
242
O conceito de liquidez pode ser usado em diferentes contextos. Pode ser usado para descrever
instrumentos financeiros e os seus mercados. Um mercado líquido é composto por activos líquidos,
onde transacções normais podem ser facilmente executadas. E pode ser também utilizado no
sentido da solvência de uma empresa.
Deste modo, a crise financeira global alertou para a importância do risco de liquidez nas instituições
financeiras e ao mesmo tempo para a necessidade de o regular.
Ativo 514 666 577 46 481 479 2 126 434 9 570 931 83 373 201 3 537 411 35 604 093 695 360 126
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 0 0 0 0 0 0 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 675 0 0 0 0 0 0 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 0 0 0 0 0 0 240 065 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 0 1 787 434 0 6 773 985 53 940 497 0 0 62 501 916
Crédito a clientes 0 2 061 645 1 633 766 2 796 946 29 432 704 3 537 411 35 364 028 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 0 42 632 400 492 668 0 0 0 0 43 125 068
Passivos 585 149 992 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 834 565
Recursos de clientes e outros empréstimos 585 149 992 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 834 565
Exposição Líquida (70 483 415) 1 000 569 (8 270 213) (80 115) 83 217 231 3 537 411 35 604 093 44 525 561
Damos nota que o gap de liquidez até seis meses apresentado acima é mitigado pela renovação
dos depósitos dos nossos clientes que historicamente se encontram estáveis.
31-12-2022 31/12/2021
243
Risco Imobiliário
31-12-2022 31/12/2021
Risco Operacional
Risco de Estratégia
Risco de Reputação
Decorre de uma percepção negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por
parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de
imprensa ou pela opinião pública em geral.
Risco de Compliance
Este tipo de risco está associado a alterações ou perturbações específicas de natureza política,
económica ou financeira, nos locais onde operam as contrapartes que impeçam o integral
cumprimento do contracto. É ainda utilizado para classificar o risco de contraparte envolvido em
empréstimos a entidades estatais, dada a semelhança entre os métodos de análise do risco-país e
do risco de contraparte de um Estado.
Os fundos próprios do Grupo e o rácio de solvabilidade são apurados de acordo com as normas
regulamentares aplicáveis, nomeadamente com o Aviso nº 08/2021 e os instrutivos aplicáveis:
instrutivo nº 13/2021, instrutivo nº 14/2021, instrutivo nº 15/2021, instrutivo nº 16/2021, instrutivo
17/2021, instrutivo nº 19/2021, instrutivo nº 22/2021, instrutivo nº 2/2022 e instrutivo nº 5/2022, com
referência a 31 de Dezembro de 2022.
244
As instituições financeiras angolanas devem manter um nível de fundos próprios compatíveis com
a natureza e escala das operações devidamente ponderados pelos riscos inerentes às operações,
sendo o rácio de fundos próprios regulamentares mínimo de 8%, o rácio de fundos próprios de nível
1 mínimo de 6% e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 mínimo de 4,5%.
1. Fundos próprios de nível 1– compreendem: i) Capital social realizado; ii) Resultados transitados
positivos de exercícios anteriores; iii) Reservas legais, estatutárias e outras reservas provenientes
de resultados não distribuídos, ou constituídas para o aumento de capital; iv) Resultado líquido
positivo do exercício anterior; v) Resultado líquido positivo provisório do exercício em curso; vi)
Instrumentos de capital próprio; e, vii) Prémios de emissão.
3. Fundos próprios adicionais de nível 1 – compreendem (i) Acções preferenciais; ii) Instrumentos
híbridos e/ ou convertíveis; iii) outros instrumentos cujas condições de emissão foram previamente
aprovadas pelo Banco Nacional de Angola; e iv) Prémios de emissão respeitantes a elementos
enquadrados nas alíneas anteriores.
245
instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa,
indirecta e sinteticamente, com as quais a instituição tenha detenções cruzadas que o Banco
Nacional de Angola considere terem sido constituídas para inflacionar artificialmente os fundos
próprios da instituição; iii) O valor aplicável dos instrumentos de fundos próprios adicionais de nível
1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente, caso a instituição não tenha
um investimento significativo nessas Instituições financeiras; iv) Os instrumentos de fundos
próprios adicionais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente
por parte da instituição, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas Instituições
financeiras, excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a
cinco dias úteis; v) O valor dos elementos que seja necessário deduzir aos elementos de fundos
próprios de nível 2, que exceda os elementos de fundos próprios de nível 2 da instituição; e, vi)
Qualquer imposto relativo a elementos de fundos próprios adicionais de nível 1 previsível no
momento em que é calculado, excepto no caso da instituição ajustar adequadamente o valor dos
elementos de fundos próprios adicionais de nível 1 na medida em que esse imposto reduza o valor
até ao qual esses elementos possam ser afectados à cobertura de riscos ou perdas.
Os resultados líquidos positivos do exercício anterior e do exercício em curso referidos nos pontos
anteriores apenas podem ser considerados sempre que certificados pelo perito contabilista membro
do órgão de fiscalização ou fiscal único e pelo auditor externo.
246
31/12/2022
Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 13 693 566
Risco de crédito e contraparte 9 120 193
31/12/2021
Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 15 462 063
Risco de crédito e contraparte 10 173 129
Risco de mercado e risco de crédito de contraparte
na carteira de negociação 1 553 809
247
37. Novas normas e interpretações e alterações a normas e interpretações
As alterações devem ser aplicadas a concentrações de negócios para as quais a data de aquisição
é no ou após o início do primeiro período de relatório anual com início em ou após 1 de Janeiro de
2022. A aplicação antecipada é permitida se, ao mesmo tempo ou antes, uma entidade também
aplicar todas as alterações feitas em "Alterações às referências à Estrutura Conceptual nas normas
IFRS", emitidas em Março de 2018.
Activos fixos tangíveis - Receitas antes do uso pretendido, alterações à IAS 16 Activos fixos
tangíveis
Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Activos fixos tangíveis - Receitas antes do Uso Pretendido", que
alterou a IAS 16 Activos fixos tangíveis.
As alterações proíbem a dedução ao custo de um item do activo fixo tangível, de qualquer receita
da venda de itens produzidos ao trazer esse activo para o local e condição necessários para que
seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Em vez disso, a entidade deverá
reconhecer em resultados essas receitas de vendas.
As alterações devem ser aplicadas retrospectivamente para períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2022, com aplicação antecipada permitida.
Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Contractos Onerosos - Custo de cumprir um contracto", que
alterou a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.
248
As alterações devem ser aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2022, sendo permitida a sua aplicação antecipada.
e) permitir que uma entidade, enquanto subsidiária, associada ou joint venture, que adopta as
IFRS pela primeira vez depois da sua controladora e opta por aplicar o parágrafo D16 (a) da IFRS
1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, possa mensurar
as diferenças de conversão cumulativas usando os valores relatados pela controladora, com base
na respectiva data de transição para as IFRS;
f) esclarecer que a referência às taxas no teste de 10 por cento inclui apenas taxas pagas ou
recebidas entre o mutuário e o credor, incluindo taxas pagas ou recebidas pelo mutuário ou pelo
credor em nome do outro (IFRS 9);
h) remover o requisito do parágrafo 22 da IAS 41 Agricultura para que as entidades excluam fluxos
de caixa para tributação ao mensurar o justo valor aplicando a IAS 41.
As alterações serão aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022,
com aplicação antecipada permitida.
2. O Grupo decidiu optar pela não aplicação antecipada das seguintes normas e/ou
interpretações:
Na sequência de feedback obtido sobre a necessidade de existir mais orientação que ajude as
empresas a decidir sobre que informação divulgar relativamente às políticas contabilísticas, o IASB
emitiu em 12 de Fevereiro de 2021 alterações à IAS 1 - Apresentação das demonstrações
financeiras e à IFRS Practice Statement 2 - Fazendo julgamentos de materialidade.
As principais alterações à IAS 1 incluem: i) exigir que as entidades divulguem informação relativa a
políticas contabilísticas materiais em vez de políticas contabilísticas significativas, ii) esclarecer que
as políticas contabilísticas relacionadas com transacções imateriais são igualmente imateriais e
como tal não precisam de ser divulgadas e iii) esclarecer que nem todas as políticas contabilísticas
relacionadas com transacções materiais são, elas mesmas, materiais para as demonstrações
financeiras de uma entidade.
249
O IASB também alterou a IFRS Practice Statement 2 para incluir orientações e dois exemplos
adicionais na aplicação de materialidade às divulgações de políticas contabilísticas. Estas
alterações são consistentes com a definição revista de material:
"A informação relativa a políticas contabilísticas é material se, quando considerada em conjunto
com outras informações incluídas nas demonstrações financeiras de uma entidade, é
razoavelmente esperado que influencie as decisões que os principais utilizadores das
demonstrações financeiras de uma forma geral tomem com base nessas demonstrações
financeiras."
As alterações entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, mas a sua aplicação antecipada é
permitida.
O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
As alterações introduzem uma nova definição para estimativas contabilísticas: clarificando que são
valores monetários nas demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração.
As alterações são efectivas para períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2023, com
aplicação antecipada permitida, e serão aplicadas prospectivamente às alterações nas estimativas
contabilísticas e alterações nas políticas contabilísticas ocorridas no ou após o início do primeiro
período de relatório anual ao qual a entidade aplica as alterações.
O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
Alterações à IAS 12: imposto diferido relacionado com activos e passivos decorrentes de
uma única transacção
As alterações exigem que as empresas reconheçam impostos diferidos sobre as transacções que,
no reconhecimento inicial, dão origem a montantes iguais de diferenças temporárias tributáveis e
dedutíveis.
250
Em determinadas circunstâncias, as empresas estão isentas de reconhecer impostos diferidos
quando reconhecem activos ou passivos pela primeira vez. Anteriormente, havia alguma incerteza
sobre se a isenção se aplicava a transacções como locações e provisões para desmantelamento,
isto é, transacções no âmbito das quais as empresas reconhecem um activo e um passivo. As
alterações esclarecem que a isenção não se aplica a este tipo de transacções e que as empresas
são obrigadas a reconhecer impostos diferidos. O objectivo das alterações é reduzir a diversidade
na divulgação de impostos diferidos sobre locações e provisões para desmantelamento.
As alterações entram em vigor para os períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2023. A aplicação antecipada é permitida.
O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
3. Normas, alterações e interpretações emitidas, mas ainda não efectivas para o Grupo
O IASB emitiu em 23 de Janeiro de 2020 uma alteração à IAS 1 Apresentação das Demonstrações
Financeiras para clarificar como classificar dívida e outros passivos como corrente e não corrente.
As alterações esclarecem um critério da IAS 1 para classificar um passivo como não corrente: a
exigência de uma entidade ter o direito de diferir a liquidação do passivo por pelo menos 12 meses
após o período de relatório.
As alterações visam:
a) especificar que o direito de uma entidade de diferir a liquidação deve existir no final do período
de relatório e tem de ser substantivo;
b) esclarecer que os rácios que a empresa deve cumprir após a data do balanço (ou seja, rácios
futuros) não afectam a classificação de um passivo na data do balanço. No entanto, quando
passivos não correntes estão sujeitos a rácios futuros, as empresas têm de divulgar informação que
permita aos utilizadores a compreender o risco de que esses passivos possam ser reembolsados
dentro de 12 meses após a data do balanço.; e
c) esclarecer os requisitos para classificar passivos que uma entidade irá liquidar, ou possa
liquidar, através da emissão dos seus próprios instrumentos patrimoniais (ex: dívida convertível).
O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
O IASB emitiu em Setembro de 2022 alterações à IFRS 16 – Locações que introduzem um novo
modelo contabilístico para pagamentos variáveis numa transacção de venda e relocação.
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As alterações confirmam que:
• No reconhecimento inicial, o vendedor - locatário inclui os pagamentos variáveis de locação
quando mensura um passivo de locação decorrente de uma transacção de venda e relocação.
Um vendedor - locatário pode adoptar diferentes abordagens que satisfaçam os novos requisitos
de mensuração subsequente.
As alterações são efectivas para períodos anuais iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2024, com
aplicação antecipada permitida.
O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.
Chamamos à atenção que no último trimestre de 2022, o Capital Social do Grupo foi reforçado Kz
15 021 628 milhares demonstrando um comprometimento pelo Accionista.
252
7.3. Pareceres
253
Parecer do Auditor Independente (2/4)
254
Parecer do Auditor Independente (3/4)
255
Parecer do Auditor Independente (4/4)
256
Parecer do Conselho Fiscal (1/3)
257
Parecer do Conselho Fiscal (2/3)
258
Parecer do Conselho Fiscal (3/3)
259
BANCO DE COMÉRCIO E
INDÚSTRIA
260