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2022 - Relatório e Contas

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RELATÓRIO & CONTAS

2022

1
Conteúdo
1. QUEM SOMOS............................................................................................ 4
1.1. Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da
Comissão Executiva ............................................................................................. 4
1.2. Nosso Banco .............................................................................................. 6
1.3. Estrutura Accionista ...................................................................................... 7
1.4. Visão, Missão e Valores ................................................................................. 7
2. PENSAR ANGOLA ....................................................................................... 9
2.1. Factor diferencial .......................................................................................... 9
2.2. Negócio................................................................................................... 10
2.3. Marketing................................................................................................. 14
2.4. Banca Electrónica e Canais Digitais .................................................................. 16
2.5. Capital humano.......................................................................................... 19
2.6. Sustentabilidade Social ................................................................................ 21
2.7. Crédito .................................................................................................... 22
2.8. Recuperação de Crédito ............................................................................... 22
3. DESEMPENHO FINANCEIRO ........................................................................ 25
3.1. Contexto Macroeconómico Mundial .................................................................. 25
3.2. Contexto Macroeconómico Nacional ................................................................. 28
3.3. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Individual ................................. 37
3.4. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Consolidado ............................. 38
3.5. Análise Financeira ...................................................................................... 39
4. CAPITAL, LIQUIDEZ E RISCO ....................................................................... 43
4.1. Rácio de Solvabilidade ................................................................................. 43
4.2. Propostas de aplicação de Resultados Individual .................................................. 44
4.3. Propostas de aplicação de Resultados Consolidado ............................................... 44
5. GOVERNAÇÃO CORPORATIVA ..................................................................... 46
5.1. Modelo de Governação Corporativa .................................................................. 46
5.2. Sistema de Controlo Interno ........................................................................... 48
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (INDIVIDUAL) ........................... 55
6.1. Demonstrações Financeiras ............................................................................ 55
6.2. Notas Às Contas ......................................................................................... 60
6.3. Pareceres ............................................................................................... 149
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (CONSOLIDADO) ..................... 156
6.1. Demostrações Financeiras Consolidadas .......................................................... 156
6.2. Notas Às Contas ....................................................................................... 161
7.3. Pareceres ............................................................................................... 253

2
QUEM
SOMOS

3
Presidente do Conselho de Administração Presidente da Comissão Executiva
Dr. Pedro Luis da Fonseca Dr. Renato de Assunção Borges

1. QUEM SOMOS

1.1. Mensagem Conjunta do Presidente do Conselho de Administração e do Presidente da


Comissão Executiva

É com grande satisfação que apresentamos o relatório e contas do Banco, referente ao último
exercício, considerando as condições macroeconómicas do mercado nacional e internacional.

No entanto, também é importante destacar que o Banco de Comércio e Indústria passou por
mudanças internas significativas. Como é sabido, houve a privatização do Banco, o que trouxe
novos desafios, mas também novas oportunidades. Nós estamos comprometidos em aproveitar
essas oportunidades e continuar oferecendo serviços financeiros de qualidade para os nossos
clientes.

Paralelamente, a privatização também trouxe mudanças indesejadas, como a redução significativa


do quadro de colaboradores, tendo essa decisão sido tomada através de uma resolução por mútuo
acordo, resultado de um diálogo aberto e transparente com todos os colaboradores envolvidos.

Reconhecemos que, por um determinado período, deixamos de investir em tecnologia, mas agora
estamos comprometidos em retomar nossos investimentos nesse domínio, para garantir que
possamos oferecer soluções inovadoras e eficientes que atendam às necessidades em constante
evolução dos nossos clientes. Em simultâneo, a segurança cibernética tornou-se uma preocupação
cada vez maior no nosso sector, estando o Banco a investir nessa área para proteger nossos

4
clientes e nosso próprio património. Sabemos que a confiança é fundamental no nosso sector, e é
nossa prioridade garantir a segurança de todas as transacções realizadas com o Banco de
Comércio e Indústria.

No cenário internacional, e após a pandemia da COVID-19 que teve um impacto significativo na


economia mundial, com o início de 2023, o mundo enfrenta uma série de riscos que parecem
totalmente novos e estranhamente familiares. Temos visto um retorno de riscos “antigos” como a
inflação, as guerras comerciais, saídas de capital de países emergentes, instabilidade dos
mercados, agitação social generalizada, confrontos geopolíticos e o espectro da guerra nuclear,
que poucos dos líderes empresariais desta geração e formuladores de políticas públicas têm
experimentado.

Estes fenómenos estão sendo amplificados no cenário sistemático de riscos globais, incluindo níveis
de endividamento, uma nova era de baixo crescimento, baixo investimento, estes últimos
decorrentes do comportamento das taxas de juro, um declínio no desenvolvimento após décadas
de progresso, e a pressão crescente de impactos e ambições das mudanças climáticas em uma
janela cada vez menor para a transição energética. Em suma, estes fenómenos juntos estão
convergindo para formar uma década incerta e turbulenta que está por vir.

No que se refere aos resultados financeiros, o Banco de Comércio e Indústria registou um resultado
negativo, mas sustentável de Kz 328 milhões, representando uma significativa melhoria face ao ano
anterior de 96% em que registamos um resultado negativo de Kz 7,5 mil milhões, pelo que
continuamos a trabalhar arduamente para melhorar nossos resultados financeiros e garantir a
sustentabilidade financeira do Banco.

Agradecemos a todos os nossos colaboradores pelo esforço e dedicação, especialmente em


relação à redução de pessoal, que foi uma medida difícil, mas necessária para garantir a
sustentabilidade financeira do Banco, pelo que continuamos comprometidos em proporcionar aos
nossos colaboradores um ambiente de trabalho seguro e inclusivo.
Agradecemos, adicionalmente, ao nosso accionista pela confiança e apoio contínuo, e esperamos
continuar a servir nossos clientes com excelência.

Obrigado.

5
1.2. Nosso Banco

O Banco de Comércio e Indústria, S.A. (adiante designado por “Banco” ou “BCI”), foi constituído
pelo Decreto n.º 8 - A/91 de 11 de Março e por Escritura Pública de 1 de Agosto de 1991. O BCI
opera e tem sede social em Angola, na Rua Rainha Ginga, Largo do Atlético – Luanda, e possui o
contribuinte fiscal n.º 5410000536, estando registado no Banco Nacional de Angola (adiante
designado por “BNA”) sob o número 005. Sendo o seu capital social, neste momento, detido
integralmente pela sociedade comercial Carrinho Empreendimentos, S.A.
No mesmo ano 1991 a Sede do BCI que antes funcionou na avenida 4 de Fevereiro, após a
construção do novo edifício, foi transferida para Rua Rainha Ginga nº 79 onde funciona actualmente.

Objecto social

O Banco tem como objecto social o exercício da actividade bancária, como banco comercial, nos
termos legalmente estabelecidos, designadamente apoiar as trocas comerciais e monetárias entre
os agentes económicos residentes ou não residentes, promovendo os movimentos comerciais entre
o país e o estrangeiro, exercendo o comercio de cambio, captando a poupança interna e
dinamizando o investimento no país.

No exercício da sua actividade, o Banco tem em conta os interesses da economia nacional, as


finalidades das operações e a politica de gestão dos recursos e as suas aplicações, conceder ou
tomar empréstimos internos e externos, receber e prestar garantias e praticar outras operações
análogas do âmbito Bancário.

Capital Social

O capital social inicial era Kz 1 000 000 000,00, representado por 100 000 acções, sendo 91%
subscritas pelo estado angolano e 9% pelos accionistas seguintes accionistas: Sociedade de
Combustíveis de Angola -Sonangol, Empresa de Diamantes de Angola - Endiama, Porto Comercial
de Luanda, Empresa Linhas Aéreas de Angola-TAAG, ENSA - Seguros de Angola, Empresa de
Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL), Empresa Nacional de Cervejas (CERVAL),
Empresa Nacional de Telecomunicações - ENATEL, Bolama - Fábrica de Bolachas todos com 1%
de acções.

Processo de Privatização

A primeira tentativa de privatização do BCI ocorreu em finais dos anos 1990 e surgiu sob proposta
do Fundo Monetário Internacional na perspectiva da separação do Estado da actividade bancária
de índole comercial. O Governo desistiu da privatização porque, naquela época, "o sistema bancário
angolano ainda era muito incipiente, com poucos bancos a operarem, pelo que interessava a
consolidação do sistema bancário”.

O processo que culminou com a privatização do BCI, surge de acordo com despacho presidencial
N.º 66/20, de 05 de Maio, que autorizava a abertura do processo de alienação das acções
representativas do capital social do Banco de Comércio e Indústria (BCI) detidas pelo Estado, no
quadro do Programa de Privatizações (PROPRIV).

6
O diploma estabelecia que o processo de privatização do BCI fosse feito no regime de Leilão em

Bolsa tal como aconteceu, dirigido a candidatos especialmente qualificados, e delega competências
à Ministra das Finanças para a verificação da validade e legalidade de todos os actos inerentes,
designadamente Abertura do Procedimento, Constituição da Comissão de Negociação, Aprovação
das Peças do Procedimento, Adjudicação das Propostas e Celebração dos Correspondentes
Contractos.

Segundo o cronograma estabelecido para o processo de privatização do BCI, previa-se a sua


concretização ainda em 2020 o que não aconteceu, facto que vinha se concretizar somente no final
de 2021 em que a Carrinho Empreendimentos S.A. foi a entidade vencedora ao concurso.

1.3. Estrutura Accionista

O BCI após a privatização o seu capital social passou a ser detido integralmente pela sociedade
comercial Carrinho Empreendimentos, S.A.

1.4. Visão, Missão e Valores

Visão

“Ser uma Instituição Financeira de referência, oferecendo produtos e serviços com um elevado
padrão de excelência, robustez e inovação, destacando-se pela sua posição na banca comercial.”

Missão

“O Banco de Comércio e Indústria move-se pelo foco na satisfação das necessidades financeiras
dos Clientes e pelo compromisso de proporcionar uma rentabilidade atractiva aos seus
stakeholders, destacando-se com uma oferta integrada, inovadora, de excelência e proximidade”

Valores

“O BCI encontra-se focado nas necessidades dos Clientes, procurando garantir a sua satisfação ao
manter uma relação de proximidade e cumplicidade com o Cliente e excedendo as expectativas
através de uma oferta integrada, inovadora e de excelência”

7
PENSAR
ANGOLA

8
2. PENSAR ANGOLA

2.1. Factor diferencial

A estratégia do Banco de Comércio e Indústria está alicerçada em 3 pilares: “Visão”, “Missão” e


“Valores Estratégicos”, que estabelecem respectivamente: (i) os objectivos de longo prazo do
Conselho de Administração e traduz, de uma forma abrangente, um conjunto de intenções e
aspirações para o futuro do Banco; (ii) a razão da existência do Banco e um conjunto de acções
que visam orientar a prossecução da mesma; e (iii) os princípios e regras de conduta aplicáveis à
generalidade dos colaboradores no desempenho de qualquer actividade ou função.

Com as intensas transformações tecnológicas, regulatórias e um contexto de mercado com novos


players e procura de serviços diferentes, estamos em constante inovação, mantemos um olhar
cuidadoso para a diversidade, temos foco no cliente e na aprendizagem contínua.

Principais Objectivos Estratégicos

Terminado o processo de privatização, com vista a relançar a instituição no mercado, conferindo-


lhe a eficiência necessária, o Conselho de Administração elaborou e discutiu o Plano Estratégico
de médio prazo, em Dezembro de 2022, que define os objectivos de negócio do Banco e as
projecções da sua actividade para o período de 2023 a 2025, nomeadamente:

 Reforçar a captação de recursos e o envolvimento médio dos clientes;


 Reforçar o sistema de governação corporativa e sistema de controlo interno, com enfoque
na Gestão de Risco e Compliance;
 Reforçar os níveis de satisfação dos clientes e dos colaboradores;
 Desenvolver a oferta de produtos e serviços bancários, incluindo promoção da utilização dos
canais digitais;
 Reforçar os Sistemas de Informação e Inovação;
 Reduzir o rácio de crédito em incumprimento;
 Melhorar o rácio cost-to-income;
 Melhorar o return-on-equity.

A linha estratégica definida pelo Conselho de Administração estipula que o aumento de actividade
terá que ser feito de forma sustentada, assegurando bons níveis de liquidez, boa qualidade do
crédito, rácios de solvabilidade sustentáveis e rigoroso controlo de custos.

No que respeita às projecções da actividade, o Conselho de Administração tem como objectivo


manter nos próximos 3 anos, um return-on-equity (ROE) de acordo com a perspectiva dos seus
stakeholders e um rácio de solvabilidade confortavelmente acima do limite estipulado pelo Banco
Nacional de Angola.

9
2.2. Negócio

O BCI, sendo uma instituição histórica em Angola e multicultural, está presente no mercado com
uma rede de pontos de atendimento presencial e não presencial, e um leque variado de produtos e
serviços financeiros, que consistem em oferecer uma experiência digital diferenciadora de acordo
com as necessidades dos clientes.

Em termos efectivos, o BCI considera como principais áreas de negócio as seguintes:

 Banca de rede de negócio: orientada essencialmente a operações de concessão de crédito


e à captação de recursos relacionados a clientes particulares, com atendimento através da
sua rede de pontos de atendimento presencial e remotamente pelo canal de internet banking
(BCINET);

 Banca Corporate & Institucional: orientada essencialmente para a captação de recursos


relacionados com os segmentos “empresa” e “instituições” oferecendo-se para a realização
de operações de concessão de crédito, em que se incluem as de financiamento a
exportações.

Direcção da Rede de Negócio (“DRN”)

O BCI sempre teve como foco principal fortalecer a sua actuação no segmento de clientes Mass
Market, mantendo um compromisso com o desenvolvimento sustentável desses clientes. Para
atender às necessidades desse segmento, o Banco está constantemente empenhado em aprimorar
seus procedimentos e processos internos, garantindo a qualidade do atendimento e
acompanhamento dos clientes.

Com esse objectivo em mente, o BCI busca oferecer um conjunto de produtos e serviços que atenda
às necessidades dos clientes Mass Market de forma ágil e eficiente. Além disso, o Banco entende
a importância de prestar atendimento personalizado e de qualidade, fornecendo soluções
financeiras que estejam alinhadas com as necessidades de cada cliente.

O compromisso do BCI com seus clientes é contínuo e se reflecte em sua busca constante por
inovação e na melhoria de seus processos, sempre com o objectivo de oferecer um serviço
excepcional e apoiar o desenvolvimento sustentável dos seus clientes.

A Organização da Direcção

A DRN é dividida em regiões, sendo que cada uma dessas regiões é coordenada por um Director
Comercial. Esse modelo de organização permite que cada região seja gerenciada de forma mais
eficiente e que as estratégias de negócios sejam adaptadas às particularidades de cada região.
A segregação da Direcção por regiões também ajuda a assegurar uma maior proximidade com os
clientes, permitindo que o Banco entenda melhor as suas necessidades e ofereça soluções
financeiras mais personalizadas. Além disso, a coordenação por Directores Comerciais garante uma
gestão mais focada e especializada em cada região, o que pode resultar em uma maior eficiência
e eficácia das operações.

10
Em suma, a segregação da Direcção da Rede de Negócios por regiões, com a coordenação de um
Director Comercial para cada uma, é uma estratégia que permite ao Banco adaptar-se melhor às
particularidades de cada região e oferecer soluções financeiras mais personalizadas e eficientes
para seus clientes.

Região Centro
(Luanda)
Região Norte

Região Sul

No seguimento do parágrafo acima, o Banco possui uma estrutura organizacional, na qual as


regiões são subdivididas em zonas e, por sua vez, cada zona possui pontos de atendimento
gerenciados por coordenadores de zona e coordenadores de balcão, respectivamente. Além disso,
a empresa conta com os seguintes cargos e funções:

 Director Comercial: responsável por liderar a área comercial do Banco e definir as


estratégias para o alcance dos objectivos de vendas;
 Coordenador de Zona: responsável por gerenciar as actividades comerciais de uma
determinada zona, incluindo a supervisão dos coordenadores de balcão e a implementação
das estratégias definidas pelo Director Comercial;
 Coordenador de Balcão: responsável por gerenciar um ponto de atendimento específico,
garantindo a qualidade do atendimento ao cliente e a execução das actividades comerciais
de acordo com as directrizes estabelecidas;
 Gestor Comercial: responsável por acompanhar o desempenho das equipes de vendas e
identificar oportunidades de melhoria nos processos comerciais;
 Assistente Comercial: responsável por dar suporte às actividades comerciais da
instituição, como a elaboração de propostas comerciais, relatórios de vendas e outras
tarefas administrativas.

11
Ao longo do ano 2022, fruto da estratégia em execução, o Banco iniciou o processo de optimização,
dos pontos de atendimento que culminou na redução inicial de 49 pontos. Contudo, esta medida foi
tomada numa lógica de curto/médio prazo de modo a gerar eficiência e eficácia na utilização dos
recursos do Banco, proporcionando segurança financeira e operacional.

# Dez./21 Dez./22 Variação %

Pontos de atendimento 112 63 49 44%

Modelo de Serviço e de Actuação Comercial

Em termos de acompanhamento e eficiência operacional, a DRN tem adaptado sua estrutura às


necessidades dos nossos clientes, adoptando o seguinte modelo de actuação comercial:

 Personalização: cada cliente BCI é único, e nossa meta é transformar sua experiência
financeira;
 Proximidade: nosso modelo requer mais interacção com os clientes, seja de forma
presencial ou digital, criando uma cultura positiva na relação entre Cliente e o Banco;
 Prioridade: cumprimos rigorosamente nossos níveis de serviço, estabelecendo uma
implementação eficiente para atender a todos os pedidos dos clientes, com feedbacks
atempados, respostas construtivas e assertivas, agilidade e celeridade, sempre buscando a
solução.

A actividade da área de negócios é garantida, principalmente, por uma rede de agências e


dependências em todo o país. O Banco continua a apoiar particulares e empresas e mantém a
ambição de ser o melhor Banco para colaboradores, clientes e sociedade. O modelo de negócio
está dividido em dois segmentos: particulares e empresas. Cada segmento é classificado de acordo
com o perfil dos clientes e as modalidades de produtos e serviços contractados pelos mesmos.

Nº Clientes Particulares
697 372

40 273 Nº Clientes
Empresas

12
Operações Western Union

Com o objectivo de continuar a satisfazer as necessidades dos nossos clientes através da


diversificação da nossa carteira de produtos e serviços, o Banco tem mantido uma parceria de longa
data com a multinacional Western Union. Através da Western Union, oferecemos um serviço de
transferência de dinheiro rápido e seguro para o exterior do país, permitindo que os nossos clientes
realizem transferências de dinheiro de Angola para outros países, onde a Western Union está
presente. Além disso, também oferecemos o serviço de recebimento de dinheiro enviado do exterior
para residentes em Angola, através do BCI.

No ano de 2022, o BCI realizou um número significativo de operações de transferência de dinheiro


através da Western Union, tanto em termos de quantidade quanto em montante. Estamos
empenhados em continuar a aprimorar os nossos serviços e garantir a satisfação contínua dos
nossos clientes.

Nº de operações
Mil Milhões (2022) Nº de operações de envio
de pagamentos
Quantidade 7 734 19 978
Montante 4 611 214 959 1 810 509 422

Direcção de Corporate & Institucional (“DCI”)

O BCI continuará focado em reforçar a sua presença no segmento Corporate e Institucional, com o
compromisso de contribuir para o seu desenvolvimento sustentável. O Banco está empenhado na
melhoria dos procedimentos e processos internos, garantindo a qualidade do atendimento e
acompanhamento dos Clientes deste segmento, a fim de disponibilizar também liquidez às
empresas de forma rápida e em tempo oportuno.

Ao nível do acompanhamento e eficiência operacional, a DCI tem adaptado a sua estrutura


operacional e sistemas de transferências à necessidade dos nossos clientes, nos seguintes termos:

 Reforço da abordagem omnicanal e incentivo à utilização dos meios de pagamentos


electrónicos (BCINet Empresas), em complemento ao serviço prestado pelos Desks, com
forte investimento nos canais digitais, contribuindo para o aumento do grau de autonomia,
satisfação e fidelização de clientes;
 Registo e acompanhamento célere dos Contractos de Serviços no SINOC (Sistema
Integrado de Operações Cambiais);
 Reforço do negócio de Trade Finance (OPE’s, cartas de crédito de importação e exportação
e SBLC’s);
 Reforço do financiamento para apoio à tesouraria (Factoring) e ao investimento (Leasing de
equipamentos);
 Reforço das soluções de gestão de pagamentos (Confirming).

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A proposta de valor da Direcção está assente em soluções inovadoras, excelência no atendimento
e um serviço personalizado, com equipas dedicadas para o efeito, visando estar preparada para os
desafios apresentados pelos clientes do segmento Corporate e Institucional que sejam:

 Grupos económicos;
 Sector Público e Institucional;
 Sector Oil & Gas;
 Sector Mineiro;
 Sector Industrial;
 Agronegócio;
 Exportação;
 Private.

Modelo de Serviço e de Actuação Comercial

As unidades de negócio da DCI são responsáveis pelo atendimento dos Clientes Corporate,
Institucional e Private, assentando num modelo de serviço relacional, valorizando o atendimento
personalizado.

O modelo de serviço da DCI assenta no modelo de banca relacional, valorizando o atendimento


personalizado, promovendo o relacionamento e serviço comercial aos Clientes Corporate e
Institucionais:

 Gestores Corporate e Institucional asseguram a gestão comercial da sua carteira de


Clientes;
 Assistentes Corporate e Institucional apoiam os Gestores na gestão administrativa da
carteira de Clientes, bem como na execução das operações solicitadas pelos Clientes.

2.3. Marketing

A Direcção de Marketing e Comunicação, é uma unidade orgânica de primeiro nível da estrutura do


Banco, que depende hierárquica e funcionalmente do Comissão Executiva, sendo a sua acção de
âmbito nacional de acordo com a natureza específica das atribuições que lhe são incumbidas.

A Direcção de Marketing tem como responsabilidades:

 Gestão do ciclo de vida dos produtos e serviços (carteira da oferta);


 Execução de estudos de mercado e de satisfação dos clientes;
 Realização de estudos da concorrência;
 Manutenção do preçário do Banco;
 Apoio à gestão dos canais de relacionamento e segmentos para aumento da contribuição
para o produto bancário.

Em relação ao desenvolvimento da carteira da oferta, foram desenvolvidos vários produtos e


serviços, com realce para os pacotes e os depósitos a prazo, que foram desenhados pensando na
satisfação plena dos nossos clientes.

14
Pacote BCI Pacote BCI Pacote BCI Mais
Institucional Premium Salário

Pacote de solução integrada Conjunto de produtos e Esta solução foi pensada para os
com vários produtos e serviços disponibilizados de clientes mass market visando
serviços pensados na forma integrada com várias colmatar a as necessidades
melhor satisfação dos vantagens e benefícios para os diárias dos nossos clientes
nossos clientes particulares clientes particulares com disponibilizando até 5 vezes o
com rendimento acima dos salário mínimo domiciliado de seu salário para realização os
Kz 350 mil. Kz 150 mil. seus objectivos sem ter que
esperar o final do mês para tirar
os seus projectos da gaveta.

Pacote BCI Start Depósito a Prazo Depósito Aniversário


Festas Felizes

Pacote de soluções Depósito a prazo festa Depósito a prazo ganhar


integradas para que servem felizes Depósito com uma sempre Depósito com
de porta de entrada para que taxa de juro bastante modalidade cumulativa e
os clientes particulares atractiva que reflecte este com uma taxa de juro
percebam os benefícios marco, para os nossos bastante atractiva.
especiais/inicias caso clientes começarem o ano
decidam incrementar o com maior rentabilidade dos
envolvimento transaccional seus depósitos
com o Banco.

Estas soluções foram pensadas para os clientes mass market e corporate visando colmatar a
necessidade de liquidez e poupança, perspectivando sempre um futuro melhor para os nossos
clientes.

15
Para alem dos produtos e serviços destacados acima, a Direcção de Marketing, ao longo do ano de
2022, realizou as seguintes actividades:

Formação Interna

Capacitação sobre os Pacotes de Soluções Integradas, para as seguintes Direcções:


 Direcção de Rede de Negócio (DRN);
 Direcção de Corporate e Institucionais (DCI);
 Direcção de Operações (DOP);
 Direcção de Crédito (DCR);
 Dinamização Comercial

Feiras e Eventos
 FIL 2022;
 Expo Huíla 2022;
 Feira do Imobiliário da Cidade da China;
 Conferências da Revista E&M

2.4. Banca Electrónica e Canais Digitais

Em 2022, o Banco continuou a elevar o seu nível de transformação digital, com foco na satisfação
dos clientes, dando continuidade ao lançamento e a inovação das funcionalidades das nossas
plataformas digitais. A Direcção de Banca Electrónica e Canais Digitais, tem como função:
 Definição da estratégia digital do BCI;
 Optimização do processo de abertura de conta;
 Inovação contínua dos canais digitais;
 Melhoria e inovação dos processos transferências e pagamentos – nacionais e
internacionais.

Canais Alternativos

Em resultado da estratégia de diversificação dos canais de distribuição de produtos e serviços,


contamos neste momento com vários canais alternativos aos balcões tradicionais, nomeadamente:
Canais não presenciais
 Internet Banking – BCINet;
 ATM Centers (AC);
 Terminal de Pagamento Automático;
 Call Center.

Internet Banking – BCINET

Em relação ao BCINET, continuamos a desenvolver e a dinamizar este canal, com vista a oferecer,
ao cliente, uma experiência completamente digital, no qual poderão usufruir todos os produtos e
serviços da carteira BCI.

16
No período em análise registou-se 61 328 contractos criados, sendo que 98,22% para o segmento
particular normal, 1,72% para empresas e 0,06% para particular trabalhador. A variação foi positiva
de 1 401 contractos em relação ao período anterior.

BCINET
37
1 054

60 237

Clientes Particulares Clientes Empresa Clientes Trabalhadores

Caixas Automáticas (ATMs)

Em 2022, o parque de ATM do BCI contou com 112 máquinas matriculadas das quais 99 activas.
Se comparado ao ano anterior, o número de ATM matriculados e activos teve uma redução de 51
e 45 máquinas, respectivamente, o que representa uma redução de 31% e 31%, na mesma ordem.
Esta redução, deveu-se essencialmente ao processo de encerramento de alguns pontos de
atendimento.

167 153 163


144
112 99

Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022


Matriculado

Activo

O gráfico acima mostra a evolução nos últimos 3 anos, onde a relação entre os Caixas Automáticas
Activos sobre os Matriculados em 2022 representou 88%, enquanto a média na rede nos últimos
três anos foi de 89. Tendo a mesma a mesma percentagem comparado ao período anterior.

Terminal de Pagamento Automático

De acordo com os dados da EMIS, o ecossistema de pagamentos de Angola fechou o ano de 2022
com um total de 159 382 TPA matriculados e 119 965 TPA activos.

17
Por seu lado, o parque de TPA do BCI evoluiu para 2 746 unidades de TPA matriculadas e 1 912
unidades activas, representando uma quota de mercado de 1,72% e 1,59%, respectivamente.

Quando comparados com os dados de 2021, os números apresentados anteriormente representam


uma redução de 18% para os TPA matriculados e 13% para os activos.

Ano 2021 Ano 2022


Bancos C.
C. Validos C. Activos % C. Validos Activos %
BCI 3 363 2 190 65% 2 746 1 912 70%
Mercado 147 198 103 262 70% 159 382 119 965 75%

TPA Activo – Mercado VS BCI

3%

97%

Mercado BCI

Cartões de débito Multicaixas

No final do período, o BCI tinha em carteira de cartões Multicaixas, um total de 274.692 (89%)
cartões activos no universo de 309.487 cartões válidos. Este indicador encontra-se 2% abaixo da
média na rede que foi de 91%.

Durante o ano em análise registou um total de 145 458 cartões não personalizados emitidos, contra
um total de 334 055 cartões expirados.

Ano 2021 Ano 2021


Descritivo C.
C. Validos Activos % C. Validos C. Activos %
BCI 296 751 235 720 79% 309 487 274 692 89%
Mercado 6 671 186 5 567 409 83% 6 822 190 6 207 826 91%

18
Call Center

A apreciação das reclamações constitui um instrumento de acompanhamento e desenvolvimento,


dos produtos e serviços, e possíveis melhorias. Com efeito dos normativos do BNA e o apoio técnico
da EMIS, que promove os cuidados necessários para tratamento das reclamações recebidas.

Em relação ao Contact Center, registou-se uma redução de 4% das reclamações registadas em


relação ao período anterior, o que perfaz um total de 6 075 reclamações. O nível de satisfação do
serviço do canal é de 90% e resolução de 94%.

5881 5654
3136 Tratamento BCI
513 435 421
Tratamento BCI
Ano 2020 Ano 2021 Ano 2022

2.5. Capital humano

A área do capital humano é um pilar fundamental para o sucesso de nossa organização. Estamos
cientes de que somente com uma equipe altamente qualificada, motivada e comprometida podemos
oferecer serviços financeiros de qualidade aos nossos clientes e manter a nossa competitividade
no mercado.

O nosso banco tem o compromisso de investir fortemente na formação e desenvolvimento dos


colaboradores, por meio de programas de formação e desenvolvimento que visam melhorar as
habilidades e competências de cada colaborador(a). Além disso, procuramos constantemente
avaliar e aperfeiçoar as nossas iniciativas de aquisição de talento, com o objectivo de atrair e reter
os melhores talentos do mercado, bem como promover o emprego jovem.

Esta tipologia de investimento já se reflecte nos resultados positivos que têm sido verificados nestes
últimos meses. Temos observado uma maior eficiência operacional e uma melhoria na qualidade
dos nossos serviços financeiros, além de um aumento no nível de satisfação dos nossos clientes.

Quadro de Efectivo

No final de 2022, o BCI contava com um total de 519 colaboradores, sendo 63% na área de front-
end e 37% na área de back-end. A necessidade da recente reestruturação que o Banco teve de
implementar, resultou numa queda de 52% no número de colaboradores em relação ao headcount
do final de 2021.

A nível do género, temos conseguido assegurar algum equilíbrio, sendo as mulheres representadas
por um total de 48% da população e os homens 52%, com uma idade média de 35 anos. A geração
millennial é a mais representada, correspondendo também a 52% da população.

O referido processo de reestruturação do BCI, que levou à redução de colaboradores do Banco, foi
uma medida necessária para enfrentar os desafios do mercado e garantir a sustentabilidade da

19
organização a longo prazo. Durante esse processo, foram avaliados cuidadosamente os objectivos
da empresa e a necessidade de cada área e equipa, o que resultou em mudanças significativas na
estrutura e nas operações do BCI.

Embora a redução tenha sido significativa, e uma decisão difícil, o BCI mantem o seu compromisso
em oferecer suporte e assistência aos colaboradores afectados durante a transição, esperando que
essas mudanças permitam que o Banco se torne ainda mais eficiente e competitivo no futuro.

Formação

 Qualidade e excelência na interacção com o Cliente: esta acção formativa visou melhorar
os níveis de interacção e de qualidade do atendimento ao cliente, de forma a aumentar a
satisfação do cliente com o Banco;

 Implementação Workflow – “OPE'S ” e “Gestão de Plafond e Aprovação”: A


implementação de um novo workflow para o registro de operações bancárias pode ser uma
medida importante para melhorar a eficiência e a qualidade dos processos da empresa. A
formação dos(as) colaboradores(as) visou garantir uma melhor assimilação de conhecimentos
e promover uma implementação da ferramenta com sucesso;

 Formação sobre Seguros: assegurar um maior domínio, por parte dos colaboradores, à oferta
de seguros que o Banco disponibiliza aos seus clientes, de forma a potenciar as vendas e
agregar valor ao seu portfolio de serviços;

 Workshop "Centralidade no Consumidor/Cliente": Este workshop enfatizou a importância


do cliente para a empresa, bem como a necessidade de dar uma resposta eficiente e eficaz às
necessidades que nos são apresentadas, tendo como objectivo principal a fidelização e
satisfação do cliente;

 Cartas de Crédito “Portal”: uma medida para melhorar a eficiência na gestão de cartas de
crédito.

 Pacotes integrados: uma medida para oferecer pacotes de serviços bancários integrados aos
clientes.

No que diz respeito aos dados estatísticos, podemos destacar o seguinte:

a) Execução completa das seis (6) formações programadas no período em análise: A instituição
conseguiu realizar todas as seis formações planeadas com sucesso;
b) Participação de 175 colaboradores, sendo 96 homens e 79 mulheres: é notável que a instituição
tenha conseguido envolver uma grande quantidade de colaboradores em suas formações e que
haja uma distribuição equilibrada entre homens e mulheres;
c) Todas as formações foram desenvolvidas internamente e sem custos adicionais: é louvável que
a instituição tenha conseguido fornecer formações sem ter que recorrer a fontes externas de
custo, o que pode ser eficiente em termos de gestão de recursos financeiros;

d) As formações realizadas totalizaram 20 horas: em média, cada formação durou


aproximadamente 3 horas e 20 minutos. Este dado pode ser útil para avaliar a eficácia das
formações em termos de tempo investido.

20
Plano de Desenvolvimento de Capital Humano

O Plano de Desenvolvimento de Capital Humano (PDCH) do BCI, é uma iniciativa estratégica que
visa capacitar e desenvolver as habilidades e competências dos colaboradores. O objectivo do
PDCH é criar um ambiente de trabalho que promova a aprendizagem contínua e apoie o
desenvolvimento de carreira de seus funcionários, além de melhorar a produtividade e a eficiência
da organização como um todo. O PDCH do BCI tem como foco principal o desenvolvimento de
habilidades técnicas e comportamentais de seus colaboradores, oferecendo treinamentos,
workshops e programas de couching para ajudá-los a alcançar seu potencial máximo. O Banco
reconhece que investir em capital humano é uma das melhores maneiras de se manter competitivo
e alcançar o sucesso a longo prazo. O nosso plano de desenvolvimento de capital humano,
contempla 10 iniciativas que são:

 Reforço do alinhamento estratégico, cultura e clima organizacional;


 Reforço dos instrumentos e políticas de gestão de RH;
 Fomento à formação;
 Desenvolvimento da carreira profissional;
 Reforço das medidas de Saúde, Higiene e Segurança no Trabalho;
 Revisão do Fundo Social e criação do Fundo de Pensões BCI;
 Projecto "Vou à Reforma";
 Projecto "Novos líderes e Nova Angola";
 Dimensionamento do Pessoal do Banco;
 Revisão e automatização dos processos críticos de RH.

2.6. Sustentabilidade Social

Embora o contexto actual tenha conduzido à recente reestruturação do Banco e uma maior
eficiência operacional e financeira, o BCI já se encontra a trabalhar num conjunto de iniciativas que
permitam, em linha com o momento de reconstrução que atravessa, contribuir activamente para a
comunidade, através de:

 Um plano de recrutamento que visa diminuir os níveis de desemprego jovem, voltado para
a população em situação de primeiro emprego, com ou sem formação superior concluída, e
jovens recém-licenciados;
 Implementação de um plano de responsabilidade social, onde, de entre outros, os principais
focos são a inclusão social, educação o agronegócio e a gravidez precoce;
 Dentro do plano de responsabilidade social, dois lares em Benguela já tiveram oportunidade
de beneficiar das primeiras acções de responsabilidade social, através da doação de bens
alimentares e outros produtos de manutenção dos lares e higiene pessoal;

Estão ainda programadas, de entre outras, as seguintes iniciativas até ao final do ano:

 Premiação de jovens estudantes das escolas do ensino médio politécnico e superior


politécnico que desenvolvam projectos na área de ciências exactas e que se tenham
destacado quer em competições nacionais ou internacionais;
 Reabilitar latrinas de algumas escolas públicas que estejam em más condições de higiene
e conservação, proporcionando um espaço salubre para as crianças;

21
 Seca no Cunene/Namibe – naturalmente temos noção de que a dimensão deste problema
é estrutural, mas pensamos que se cada um fazer a sua parte, metade deste problema será
minimizado, e o impacto que projectos como estes têm nas comunidades ainda que em
pequenos grupos, é imensurável. Por isso, em parceria com o governo local ou a Direcção
Nacional de Águas, pretendemos apoiar a construção de poços/fontenários de água em
zonas afectadas pela seca severa;
 Promover a “bancarização” junto das famílias de agricultores, sensibilizando e facilitando no
processo de abertura de conta, bem como doar fertilizantes a família de camponeses, de
forma a apoiar a agricultura familiar.

2.7. Crédito

A Direcção de Crédito é uma unidade orgânica de primeira linha da estrutura do Banco de Comércio
e Indústria. A DCR depende hierárquica e funcionalmente da Comissão Executiva, sendo que, a
sua actuação é de âmbito nacional em função da sua natureza específica e das atribuições que lhe
são acopladas.

A Direcção de Crédito tem, entre outras, as seguintes atribuições:

 Planear, coordenar e controlar as tarefas atribuídas a Direcção face aos objectivos específicos
e gerais do Banco, visando atingir ou superar as metas fixadas superiormente;
 Conceber e propor as estratégias a adoptar no âmbito das competências da Direcção;
 Propor e monitorar as reestruturações de créditos;
 Acompanhar a carteira de crédito em situação normal e em situação vencida para valores
inferiores a 2 milhões de Kwanzas, a partir do 61º dia, até 300 dias de incumprimento;
 Reportar aos órgãos competentes, nos prazos estabelecidos o resultado da execução dos
créditos aprovados e o respectivo retorno financeiro;
 Adoptar em estreita sintonia com as áreas Comerciais e DGR, mecanismos de gestão e
acompanhamento dos clientes e do crédito concedido, de modo a prevenir situações de
incumprimento, para garantir os pagamentos nas datas previstas;
 Secretariar o Comité de Crédito e ao posterior monitorar, coordenar e fiscalizar o cumprimento
das deliberações do Comité de Crédito, sobre os processos de crédito aprovados.

Monitoramento de Crédito

No âmbito de monitorização de crédito, a DCR durante o período de 2022 desenvolveu 15 visitas


de constatação aos projectos financiados em 5 províncias conforme o gráfico abaixo:

8 2 3 1 1
Luanda Benguela Malange Huíla Bengo

2.8. Recuperação de Crédito

A Direcção de Recuperação de Crédito é uma área de extrema importância para o plano estratégico
do BCI, com o foco na recuperação e regularização do crédito em situação de incumprimento, que
impactam negativamente as contas do Banco.

22
Nesta conformidade, verificou-se um maior desempenho no sentido de alcançar os objectivos
preconizados no último trimestre de 2022. Face ao elevado índice de crédito em situação irregular
verificado no período em análise, o Banco teve de adoptar medidas para mitigar o impacto negativo
da situação de inadimplência.

A carteira do BCI

A carteira de Crédito do BCI no ano de 2022 reportava os seguintes dados:

Situação da Carteira

Normal
32% 34% Vencido

Extrapatrimonial

34%

Havendo níveis altos da carteira de crédito na ordem de 66% de inadimplência, a área de


recuperação de crédito tem sido um dos elementos pilares para inverter o actual quadro. A nova
Administração decidiu estabelecer metas ambiciosas com relação a recuperação do crédito
malparado até ao final de Dezembro 2022, com a actuação ao top 200 de clientes inadimplentes,
dividido em duas partes, 100 clientes do Crédito Vencido e 100 de Clientes em Extrapatrimonial.

Resultados do ano 2022

A DRC actua em três eixos ou pilares fundamentais para a recuperação do crédito que são:
Recuperação em Dinheiro; Reestruturação de Crédito; Dação em Cumprimento.

Para o ano de 2022 a meta foi superior a Kz 4 mil milhões.

Neste contexto até ao final de 2022, o Banco concretizou um valor superior a 90% do objectivo.

A DRC está a trabalhar nas diligências e recomendações para um bom desempenho no processo
recuperação, na qual uma das recomendações é a parceria com outras instituições de recuperação
de crédito, nomeadamente “Positiva”, “Williet” entre outros que se perspectivam para 2023, com
vista a mitigar o impacto negativo do incumprimento da Carteira do Banco. A DRC tem utilizado
técnicas e mecânicas que varia de cliente a cliente como em caso de liquidações, reestruturações,
dação em cumprimento.

23
DESEMPENHO
FINANCEIRO

24
3. DESEMPENHO FINANCEIRO

3.1. Contexto Macroeconómico Mundial

Os primeiros anos desta década anunciaram um período particularmente perturbador da história


humana, o retornar a um “novo normal” após o COVID-19 a pandemia foi rapidamente interrompida
pelo surto de guerra na Ucrânia, inaugurando uma nova série de crises nos sectores da alimentação
e energético, desencadeando problemas que décadas de progresso procurou resolver.

Com o início de 2023, o mundo enfrenta uma série de riscos que parecem totalmente novos e
estranhamente familiares. Nós temos visto um retorno de riscos “antigos” como inflação, custo de
vida, crises, guerras comerciais, saídas de capital de países emergentes, instabilidade dos
mercados, agitação social generalizada, confrontos geopolíticos e o espectro da guerra nuclear,
que poucos dos líderes empresariais desta geração e formuladores de políticas públicas têm
experimentado. Estes fenómenos estão sendo amplificados no cenário sistemático de riscos
globais, incluindo níveis de endividamento, uma nova era de baixo crescimento, baixo investimento
e desglobalização, um declínio no desenvolvimento após décadas de progresso, rápido
desenvolvimento irrestrito de uso duplo (civil e militares) de tecnologias, e a pressão crescente de
impactos e ambições das mudanças climáticas em uma janela cada vez menor para a transição
para um mundo de 1,5°C. Estes fenómenos juntos estão convergindo para formar uma década
incerta e turbulenta que está por vir.

Produto Interno Bruto Mundial

Espera-se que o crescimento global desacelere para 1,7% em 2023, a taxa mais lenta em quase
três décadas, superada apenas pelas recessões globais em 2009 e 2020. Essa desaceleração se
deve em parte à implementação de políticas destinadas a controlar a alta inflação. Choques
negativos, como inflação mais alta, políticas mais rígidas ou estresse financeiro, podem fazer com
que a economia mundial se contraia. Para mitigar os riscos de recessão global e superpopulação,
é necessária uma acção imediata. Também é fundamental que os formuladores de políticas
assegurem que qualquer apoio seja direccionado a grupos vulneráveis, que as expectativas de
inflação permaneçam razoáveis e que os sistemas financeiros permaneçam robustos.

Após a revisão do relatório publicado em Junho de 2022, o crescimento económico projectado para
os Estados Unidos em 2023 foi ajustado para baixo em 1,7 pontos percentuais, de 0,5% para -1,2%.
Da mesma forma, a projecção de crescimento para 2024 foi ajustada para baixo em 0,3 pontos
percentuais, de 1,6% para 1,3%. Esses ajustes indicam uma perspectiva menos optimista para a
economia dos EUA nos próximos anos.

25
2020 2021 2022e 2023f 2024f
Mundo -3,2 5,9 2,9 1,7 2,7
Economias avançadas -4,3 5,3 2,5 0,5 1,6
Estados Unidos -2,8 5,9 1,9 0,5 1,6
Zona do Euro -6,1 5,3 3,3 0,0 1,6
Japão -4,3 2,2 1,2 1,0 0,7
Mercados emergentes e economias
-1,5 6,7 3,4 3,4 4,1
em desenvolvimento
Leste Asiático e Pacífico 1,2 7,2 3,2 4,3 4,9
Europa e Ásia Central -1,7 6,7 0,2 0,1 2,8
América Latina e Caribe -6,2 6,8 3,6 1,3 2,4
Oriente Médio e Norte da África -3,6 3,7 5,7 3,5 2,7
Sul da Ásia -4,5 7,9 6,1 5,5 5,8
África Subsaariana -2,0 4,3 3,4 3,6 3,9
Fonte: Banco Mundial.

No que diz respeito aos mercados emergentes e economias em desenvolvimento, foi observada
uma manutenção da taxa de crescimento em 3,4%, comparando com as estimativas de 2022. Esse
resultado pode ser atribuído à Europa e Ásia Central, que apesar de terem uma taxa de crescimento
baixa, apresentaram uma redução de 0,2% para 0,1% no crescimento estimado, e à região da
América Latina e Caribe, onde se estima uma redução de 2,3 pontos percentuais em relação à
estimativa de crescimento de 2022.

Inflação das Principais Economias

É uma realidade que a actividade económica mundial tem sido afectada por uma série de factores
que têm levado a uma desaceleração mais ampla e acentuada do que o esperado. A pandemia de
COVID-19 continua a afectar a economia global, com muitos países ainda enfrentando restrições
de distanciamento social e outros desafios relacionados à pandemia. A inflação também tem sido
uma preocupação crescente em vários países, com aumentos nos preços de alimentos, energia e
outros bens.

Além disso, a crise do custo de vida e o aperto das condições financeiras em muitas regiões têm
adicionado mais pressão às perspectivas económicas mundiais. A invasão da Ucrânia pela Rússia
tem gerado incertezas políticas e económicas na região, com o potencial de impactar a economia
global.

26
Inflação das Principais Economias do Mundo
14% 14% 14% 14%
13% 13%
12% 11%
Fonte: WEO FMI

11%
10%
7% 8%
7% 7% 5%
6% 5% 6%
5% 4%
3% 2% 2%
1%

África Oriente
America
EUA Zona Euro Subsaarian Médio e Russia China India
Latina
a Asia
2021 5% 3% 11% 13% 10% 7% 1% 6%
2022 7% 8% 14% 14% 14% 14% 2% 7%
2023 4% 6% 12% 13% 11% 5% 2% 5%

Fonte BNA

Taxa de Juros

No âmbito da política monetária das principais economias, com o objectivo de controlar a inflação
acumulada, os Bancos Centrais realizaram uma sequência de aumentos das taxas de juros.

Fonte BNA

A guerra na Ucrânia, os confinamentos intermitentes na China, a crise persistente no sector da


energia e cadeias de produção interrompidas, provocaram um desequilíbrio entre a oferta e a
procura de bens e serviços e o aumento dos preços.

Os bancos centrais estão a aumentar as suas taxas de juro para controlar a tendência crescente da
inflação, que continua a atingir níveis recorde.

27
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou o início de uma nova era de política monetária, em que
a redução da inflação é seu principal objectivo. A medida põe fim a um longo período de taxas
negativas que remonta aos anos da crise da dívida soberana na União Europeia (UE).

Nos últimos meses, os bancos centrais do Reino Unido, Suécia, Noruega, Canadá, Coreia do Sul e
Austrália tomaram medidas semelhantes e o banco central norte-americano [Reserva Federal]
decidiu aumentar a sua taxa de juro de referência em 0,75 pontos percentuais, o maior aumento
desde 1994.
As economias emergentes, com excepção do Brasil, Rússia, China, Nigéria e África do Sul,
aumentaram as taxas de juros com o objectivo de controlar a inflação.

Fonte BNA

Desde a invasão da Ucrânia que o Banco central da Rússia tem reduzido a taxa de Juros de modo
a fazer face a contracção económica, registando a data uma redução na ordem dos 13 pontos
percentuais face a Fevereiro de 2022.

3.2. Contexto Macroeconómico Nacional

Ambiente Económico e de Negócio

De acordo com dados recentemente divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o
Indicador de Clima Económico (ICE) apresentou uma tendência descendente durante o terceiro
trimestre de 2022. O objectivo do ICE é retractar a situação económica actual e fornecer
informações estatísticas de curto prazo sobre as expectativas dos agentes económicos de diversos
sectores. Apesar disso, o indicador de confiança manteve-se em terreno positivo pelo quarto
trimestre consecutivo.

28
Apesar de uma redução em relação ao período anterior, a expectativa dos agentes económicos em
relação à situação económica no curto prazo manteve-se positiva, com o Indicador de Clima
Económico (ICE) referente ao terceiro trimestre de 2022 fixando-se em 6 pontos positivos, de acordo
com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A maioria dos sectores
analisados apresentou uma evolução homóloga positiva e uma conjuntura económica favorável. É
importante ressaltar que essa pontuação representa uma redução em relação aos 10 pontos do
período anterior:

Indice de Clima Economico (ICE)


10 ICE por sector
6 6 60
1
-2
40
-5 -4
-7 -6 20
-12 -9
-14-15-16 -… -15
0
-17 -16
-21 -21 -20
-24 -24
-40
-33 -60
-80
I2017
II III IV I 2018
II III IV I II2019
III IV I II2020
III IV I II2021
III IV I2022
II III
I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III IV I II III
Indústria extrativa turismo
2017 2018 2019 2020 2021 2022 construção comunicação
Indústria transformadora comercio

Fonte BNA

Na maioria dos sectores da economia apresentou uma evolução positiva em relação ao trimestre
anterior, com excepção do sector da construção cujo índice de confiança continuou em terreno
negativo no terceiro trimestre de 2022, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional
de Estatística (INE). Apesar da melhoria observada nesse trimestre, a insuficiência da procura e a
falta de materiais foram os principais obstáculos enfrentados pelo sector, juntamente com a alta
taxa de juros e as dificuldades na obtenção de crédito bancário.

No sector do comércio, embora o ICE tenha-se mantido em terreno positivo, houve uma inversão
da tendência de crescimento a partir do primeiro trimestre de 2022. Essa mudança na tendência
positiva do indicador deveu-se a alguns constrangimentos enfrentados pelos comerciantes, como
insuficiências na procura, falta de estoque e preços elevados dos produtos.

No sector do turismo, o sentimento de confiança registou uma queda no terceiro trimestre de 2022,
após um aumento impulsionado no trimestre anterior. Apesar disso, os empresários do sector
continuam a manter sua confiança em terreno positivo, devido a menos empresas de o sector
enfrentarem dificuldades para exercer suas actividades e pelas boas perspectivas futuras em
relação ao desenvolvimento do sector. No entanto, o alto preço dos serviços prestados e o elevado
nível de burocracia ainda são os principais obstáculos do sector.

Contas e Comércio externo

Segundo os dados divulgados pelo BNA, a conta corrente referente ao terceiro trimestre de 2022
registou um total acumulado superavitário de US$ 11 283 milhões. Esse saldo representa um
aumento de 5% em comparação ao período homólogo, que registava um total acumulado

29
superavitário de apenas US$ 10 704 milhões na mesma época. Esse crescimento da conta corrente
se deve a um aumento da conta de bens, cujo saldo acumulado no mesmo período atingiu um total
de US$ 31 193 milhões (+33% em relação ao período homólogo). É importante ressaltar que as
restrições devido à pandemia começaram a ser suspensas no final de 2021, quando o preço do
petróleo era de cerca de US$ 73 por barril, abaixo dos níveis actuais que rondam em torno de US$
100 por barril.

A evolução da conta de bens registou um desempenho negativo no 4º trimestre de 2022, com uma
redução de 75% em relação ao período homólogo. Este desempenho é explicado pelo aumento das
exportações, que totalizaram US$ 36 795 milhões, o que representa um aumento de 65% em
relação ao mesmo período de 2021. O incremento das exportações de petróleo bruto (+60%) e gás
(+125%) foram os principais impulsionadores deste crescimento. Este resultado é reflexo do
aumento dos preços do barril de petróleo e do aumento da produção de petróleo e gás, que
ultrapassou os 100 milhões de barris por trimestre no 2º e 3º trimestre de 2022. É importante referir
que o período homólogo ainda se encontrava sob impacto das restrições pandémicas, o que
contribuiu para o crescimento exponencial das exportações neste período.

Fonte BNA

No que se refere às importações, houve um aumento no seu valor, atingindo um total acumulado
de US$ 18 734 milhões no mesmo período (+85% vs. período homólogo). A categoria de produtos
relacionados com combustíveis ultrapassou a categoria de máquinas, aparelhos electrónicos e
eléctricos, como aquela que detém a maior fatia das importações, registando um aumento de 125%
face ao mesmo período de 2021. Este aumento pode ser explicado pelo aumento dos subsídios aos
combustíveis, resultante da subida dos preços da gasolina e do gasóleo nos mercados
internacionais.

30
No que diz respeito aos gastos com a prestação de serviços, verifica-se uma tendência de aumento,
com um valor total de US$ 11.214 milhões no quarto trimestre de 2022, o que representa um
aumento de 61% em comparação com o período homólogo. Os serviços prestados estão,
principalmente, relacionados com transportes, construção e outros serviços associados ao sector
petrolífero, o que revela a dependência contínua do país em relação a esse sector.

No que diz respeito às origens das importações de Angola, destaca-se a China como o país que
mais exporta para o país, totalizando um valor acumulado de US$ 1.887 milhões no quarto trimestre
de 2022. Portugal, República da Coreia e Países Baixos surgem logo a seguir como os países com
maiores valores de importações para Angola.

Importações por Países


(Fonte: BNA) dados em milhões de USD
2 686

1 891
1 659

1 210
1 051
764 761 713
647 646
512
361 357 348 295 295 269
252 241 217 191 164
147 140 130

Fonte BNA

As Reservas Internacionais (RI) referentes a Dezembro de 2022 alcançaram os US$ 14 477


milhões, tendo registado um aumento mensal de 5%. No entanto, é importante salientar que a
comparação com as reservas internacionais anteriores a 2022 não é possível devido a uma
mudança na metodologia de apuramento das estatísticas. Desde Janeiro de 2022, os títulos
colateralizados em operações de financiamento (REPOs) e os depósitos do Tesouro Nacional em
moeda estrangeira passaram a ser excluídos e reclassificados como outros activos externos no
balanço do Banco Central.

A correlação significativa entre as reservas internacionais e a conta corrente explica a tendência de


manutenção das reservas, já que a balança comercial (conta de bens) tem apresentado um saldo
superavitário, impulsionado pelo aumento do valor das exportações.

31
Reservas Internacionais Líquidas
15 323 Fonte: BNA
15 065
14 477
14 308 14 386
14 094
13 736 13 836 13 790
13 580
13 350 13 410

jan/22 fev/22 mar/22 abr/22 mai/22 jun/22 jul/22 ago/22 set/22 out/22 nov/22 dez/22

Fonte BNA

O recente aumento nos preços do barril de petróleo no mercado internacional também contribui
para esse crescimento na balança comercial, o que melhora a posição externa do país. No entanto,
é importante destacar que houve uma redução de 6% nas reservas no mês de Junho, influenciada
pela diminuição dos activos de reserva do Banco Nacional de Angola (BNA), que é composto por
moedas, depósitos e títulos conversíveis em moeda estrangeira. Essa redução foi especialmente
notada nos depósitos em moeda estrangeira, enquanto os títulos que compõem os activos de
reserva cresceram 6% no mesmo período.

Mercado Cambial

Nos últimos meses, o mercado cambial tem apresentado certa regularidade na oferta de divisas, o
que tem contribuído para uma certa estabilidade cambial no período. Até Abril, houve uma tendência
clara de valorização do Kwanza, resultando em uma valorização acumulada de 27% em relação ao
dólar e cerca de 32% em relação ao euro. No entanto, a partir desta data, devido à valorização do
dólar nos mercados internacionais e também à intervenção do BNA, que realizou uma operação de
compra de US$ 631 milhões para reduzir a volatilidade da moeda, o Kwanza sofreu uma
desvalorização de 20% em relação ao dólar e 18,7% em relação ao euro entre Abril e Novembro.
Assim, apesar de ter sofrido uma desvalorização nos últimos meses, o kwanza conseguiu manter
uma trajectória de recuperação em termos acumulados em relação às principais moedas mundiais.
Até o momento, apresenta uma apreciação de 9,5% em relação ao dólar americano e de 19,7% em
relação ao euro. No final de Dezembro, a cotação do kwanza era de USD/AOA 503,63 e EUR/AOA
538,132 em comparação com os USD/AOA 555 e EUR/AOA 629 registrados no final de 2021.

Taxa de Câmbio
Fonte: BNA
803,369

535,93
503,691
02/06…

02/08…

02/04…
02/01…
02/02…
02/03…
02/04…
02/05…

02/07…

02/09…
02/10…
02/11…
02/12…
02/01…
02/02…
02/03…

02/05…
02/06…
02/07…
02/08…
02/09…
02/10…
02/11…
02/12…
02/01…
02/02…
02/03…
02/04…
02/05…
02/06…
02/07…
02/08…
02/09…
02/10…
02/11…
02/12…

EUR USD
Fonte BNA

32
Inflação

Os dados mais recentes sobre o índice de preços do consumidor nacional (IPCN) divulgado pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao mês de Dezembro de 2022, indicam uma taxa
de inflação acumulada de 12,87% contra os 24,42% registados no período homólogo. Estes dados
vêm confirmar a tendência de desaceleração dos níveis de inflação desde o início do ano de 2022,
depois de termos verificado um abrandamento nos anos de 2018 e 2019 (inflação acumulada anual
18,6% e 16,90%).

Relativamente a inflação média mensal, registamos ao longo do ano de 2022 uma inflação média
mensal de 1,1%, posicionando-se abaixo da inflação média mensal ocorrida no mesmo período de
2021 (2%), o que demonstra que os níveis de inflação mensal foram na sua generalidade inferior
ao ano transacto.

Este comportamento de preços em Angola difere da tendência mundial, especialmente com a


subida dos preços dos alimentos e dos bens energéticos. O processo de desinflação no país é
resultado da política monetária restritiva do Banco Nacional de Angola, que trabalha em conjunto
com a absorção dos impactos inflacionários decorrentes da apreciação do Kwanza. Além disso,
medidas estão sendo implementadas para estabilizar a oferta e os preços de bens essenciais de
amplo consumo, o que contribui para essa tendência de desinflação.

Inflação Nacional
30,00% 27,7% 27,3% 27,0%
25,8%
24,4%
25,00% 23,0%
21,4%
19,8%
20,00% 18,2%
16,7%
15,2%
13,9% 13,9%
15,00% 12,0%
12,9%
11,1%
9,4% 10,2%
10,00% 8,5%
7,6%
6,6%
5,4%
3,8%
5,00% 1,77% 1,56% 1,12%
2,0% 0,93% 0,84% 0,81% 0,76% 0,79% 0,78% 0,82% 0,87%
0,00%
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Acumulada Homolga Mensal

Fonte BNA

É importante relembrar que as medidas adoptadas pelo governo, nomeadamente a suspensão


temporária de algumas tarifas de importação, o alívio dos estrangulamentos nos transportes e o
fomento da produção nacional, produziram os seus efeitos ao longo do ano de 2022. As estimativas
de inflação do Governo, tendo em conta as medidas que foram, entretanto, implementadas
apontavam para uma redução da inflação para cerca de 18%. De acordo com as autoridades
nacionais, a situação de liquidez foi suficientemente restritiva para possibilitar a desinflação
alterando a estimativa do ano para os 14,4%, com perspectivas de chegar aos 11,1% em 2023.

33
Divida pública

Mercado Interno (primário)

O stock da dívida registou no mês de Dezembro de 2022 um total de Kz 10 388 mil milhões de
kwanzas, dos quais Kz 465 mil milhões de kwanzas são referentes a dívida de curto prazo (BT’s) e
Kz 9 922 mil milhões de kwanzas referentes a dívida de médio e longo prazo (OT’s). No período em
referência, notou-se uma redução do stock total de dívida em relação ao ano anterior tendo recuado
cerca de 3%.
No caso da dívida de curto prazo, a redução do stock foi de 3% relativamente ao período homólogo,
reflectindo uma melhoria da pressão em termos de tesouraria de curto prazo. Por outro lado, a
dívida de médio e longo prazo registou uma diminuição, de 3% face ao mesmo período de 2021.

Descrição
( Em Unidade de Fecho 2021 Emissão Resgate Fecho 2022
Kwanzas )
Bilhete do Tesouro 453 148 527 000 488 681 862 000 476 713 608 000 465 116 781 000
Obrigações do Tesouro 10 265 332 321 874 1 511 571 182 182 1 854 013 845 000 9 922 889 659 055

Total 10 718 480 848 874 2 000 253 044 182 2 330 727 453 000 10 388 006 440 055
Fonte BNA

Até ao mês de Dezembro 2022, foram emitidos Kz 2 000 mil milhões em títulos de dívida pública,
dos quais Kz 489 mil milhões são referentes a emissões de BT’s e Kz 1 512 mil milhões para as
emissões de OT’s. Estes valores representam uma diminuição das emissões de dívida no valor de
Kz 155 mil milhões (-3%) relativamente ao período homólogo resultante maioritariamente da
redução de emissões de BT’s que verificaram uma diminuição de 44%. Esta redução evidente de
novas emissões de dívida, juntamente com a redução das taxas deste tipo de instrumentos vem
demonstrar a menor necessidade de endividamento do Estado, especialmente em termos de
tesouraria de curto prazo cuja redução de emissões foi maior.

Emissão de Dívida Interna


421 (em mM Kwanzas)
Fonte: BNA
270 292
237 234 244
217
179 176 151 169 175
143 145 135 139 128 131
101 117 86
56
0 0

BT´s OT´s

Fonte BNA

34
Até ao mês de Dezembro 2022, foram resgatados cerca Kz 2 331 mil milhões em títulos de dívida
pública, dos quais Kz 476 mil milhões são referentes a emissões de BT’s e Kz 1 854 mil milhões
para as emissões de OT’s. Estes valores representam uma diminuição do resgate de dívida no valor
de Kz 577 mil milhões (-20%) relativamente ao período homólogo resultante maioritariamente da
redução de resgates de BT’s que verificaram uma diminuição de 65%.

Resgate de Dívida Interna


(em mM Kwanzas)
Fonte: BNA

571
528

293 312
268 258 245
209 231
202 199 195
174 194 175 192 184 182
128 111 131 114
82 61

BT´s OT´s
Fonte BNA

Dívida externa pública

Durante o ano de 2022, o Governo manteve a contenção orçamental rigorosa decorrente do


ajustamento do défice orçamental primário, essencialmente do défice não petrolífero conseguido
desde 2019. A subsequente recuperação sustentada do crescimento, apoiada por reformas
estruturais para eliminar os principais obstáculos ao crescimento em Angola, tais como o reforço do
clima empresarial e da governação complementará a continuação duma política de contenção
orçamental.

De acordo com os dados disponibilizados pelo Banco Nacional de Angola relativamente a dívida
externa, verificou-se a manutenção da taxa de crescimento verificada no ano de 2022, fixando-se
na ordem dos USD 52 mil milhões, um agravamento em cerca de USD 804 milhões, face ao ano de
2021. Este agravamento é explicado pelo aumento das nossas responsabilidades com Grã-
Bretanha, Estado Israel e Estados Unidos da América com os respectivos agravamentos 11%, 49%
e 10%.

No concernente ao grau de concentração a China continua a ser o principal credor com uma
representatividade sobre o total da dívida em 40%, seguido Grã-Bretanha com um peso de 28%
sobre o total da dívida.

35
Dívida Externa por Credor
(Em mM Kwanzas)
20 900

14 513
13097

5 502 5776

3 263 2968 3009


2 508 2 434
1685
816 784 654 506 524 586 522 738 430 335

CHINA GRÃ Org. Inst ESTADOS ISRAEL PORTUGAL PAÍSES BAIXOS IRLANDA JAPÃO ALEMANHA Outros
BRETANHA UNIDOS DE
AMÉRICA

2022 2021

Fonte BNA

No decorrer do ano de 2022, o país teve às revisões ao seu rating de acordo com as revisões
económicas periódicas da Moody´s, Standards and Poor´s (S&P) e Fitch, tendo a notação do risco
da dívida soberana do governo de Angola alcançado uma melhoria. Estas melhorias fora as
seguintes

 Moody´s reviu para cima o Outlook de Angola de “estável” para “positivo”, mantendo a escala
de notação de risco da dívida soberana de Angola em “B3”;
 Fitch Ratings, no mês de Janeiro de 2022, melhorou a notação de risco soberano de Angola
de “CCC” para “B-“ e no mês Julho, alterou de estável para positivo;
 Standard and Poor´s, no mês de Fevereiro de 2022, melhorou a notação do risco soberano
de Angola de “CCC+” para “B- “e, no mês Agosto, manteve a perspectiva como estável.

36
3.3. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Individual

Milhares de Kwanzas
Var. (%)
Dez. 2021 Dez. 2022
Dez. 22/Dez.21

1. ESTRUTURA
Activo total 398 916 871 719 267 087 80%
Crédito sobre clientes (Líquido de imparidades) 52 378 807 50 169 367 -4%
Depósitos de clientes 335 706 814 650 979 795 94%
Fundos Próprios Regulamentares 18 778 085 35 924 220 91%
Fundos Próprios 19 059 607 36 377 503 91%
Número da rede comercial 113 63 -44%
Número de Colaboradores 1 088 539 -50%
CA's 2 163 112 -31%
TPA's 3 3 363 2 746 -18%
Número de clientes 678 488 737 645 9%

2. RENDIBILIDADE
Margem financeira 24 682 025 12 022 844 -51%
Margem complementar -424 956 9 514 421 2339%
Produto bancário 24 257 069 21 537 265 -11%
Custos de estrutura 4 33 893 946 23 860 572 -30%
Resultado líquido -7 515 492 -328 803 96%
Rendibilidade dos capitais próprios (ROE) -39,40% -0,90% 39 p.p.
Rendibilidade do activo (ROA) -1,30% 0,00% 1 p.p.
3. SOLIDEZ
Crédito vencido/Crédito total 40% 47% 7 p.p.
Imparidades/Crédito vencido 77% 67% -10 p.p.
Imparidades/Crédito total 31% 32% 1 p.p.
4. SOLVABILIDADE
Rácio de solvabilidade regulamentar 12% 21% 9 p.p.

5. LIQUIDEZ
Crédito/Depósitos totais 16% 8% -8 p.p.
Depósitos a prazo/Depósitos totais 15% 10% -5 p.p.

6. PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA
Custos de estrutura/Produto bancário 140% 111% -29 p.p.
Margem financeira/Produto bancário 102% 56% -46 p.p.
Produto bancário/N.° Colaboradores 22 295 39 958 79%

1 Inclui agências, balcões e postos de atendimento


2 Caixas automáticos
3 Terminais de pagamento automático
4 Inclui custos com o pessoal, fornecimento e serviços
de terceiros, outros custos, depreciações e amortizações

37
3.4. Principais Indicadores Financeiros e de Performance Consolidado

Milhares de Kwanzas
Var. (%)
Dez. 2021 Dez. 2022
Dez. 22/Dez.21

1. ESTRUTURA
Activo total 396 670 745 719 323 140 81%
Crédito sobre clientes (Líquido de imparidades) 52 378 807 50 169 367 -4%
Depósitos de clientes 335 530 809 650 834 565 94%
Fundos Próprios Regulamentares 15 462 063 36 048 623 133%
Fundos Próprios 16 889 406 36 502 372 116%
Número da rede comercial 113 63 -44%
Número de Colaboradores 1 088 539 -50%
CA's 2 163 112 -31%
TPA's 3 3 363 2 746 -18%
Número de clientes 678 488 737 645 9%

2. RENDIBILIDADE
Margem financeira 24 658 300 12 019 916 -51%
Margem complementar -330 055 12 562 409 3906%
Produto bancário 24 328 245 24 582 325 1%
Custos de estrutura 4 34 069 773 24 743 203 -27%
Resultado líquido -7 496 658 1 966 264 126%
Rendibilidade dos capitais próprios (ROE) -44,00% 5,00% 49 p.p.
Rendibilidade do activo (ROA) -1,00% 0,00% 1 p.p.
3. SOLIDEZ
Crédito vencido/Crédito total 40% 47% 7 p.p.
Imparidades/Crédito vencido 77% 67% -10 p.p.
Imparidades/Crédito total 31% 32% 1 p.p.
4. SOLVABILIDADE
Rácio de solvabilidade regulamentar 11% 21% 10 p.p.

5. LIQUIDEZ
Crédito/Depósitos totais 16% 8% -8 p.p.
Depósitos a prazo/Depósitos totais 15% 10% -5 p.p.

6. PRODUTIVIDADE E EFICIÊNCIA
Custos de estrutura/Produto bancário 140% 111% -29 p.p.
Margem financeira/Produto bancário 102% 56% -46 p.p.
Produto bancário/N.° Colaboradores 22 295 39 958 79%

1 Inclui agências, balcões e postos de atendimento


2 Caixas automáticos
3 Terminais de pagamento automático
4 Inclui custos com o pessoal, fornecimento e serviços
de terceiros, outros custos, depreciações e amortizações

38
3.5. Análise Financeira

Demonstração de Resultados

Demonstração de Resultado 2021 2022


Juros e Rendimentos Similares 33 113 141 20 718 583
Juros e Encargos Similares -8 431 116 -8 695 739
Margem Financeira 24 682 025 12 022 844
Rendimentos de Serviços e C omissões 5 247 761 6 477 425
Encargos com Serviços e C omissões -2 217 786 -3 331 157
Resultados de Alienação de Outros Activos 0 6 775 645
Resultados C ambiais -1 781 203 330 880
Outros Resultados -1 673 728 -738 372
Produto Bancário 24 257 069 21 537 265
Gastos com Pessoal -20 676 484 -14 556 507
Fornecimento de serviços de terceiros -10 814 930 -7 085 296
Depreciação e Amortização -2 402 532 -2 218 768
Custos de Estrutura -33 893 946 -23 860 571
Imparidades C rédito e Títulos 2 369 149 2 240 542
Imparidades Outros activos e Provisões -247 764 -246 040
Resultados Antes Impostos -7 515 492 -328 804

A margem financeira diminui 51%, registando Kz 12,0 mil milhões, quando em 2021 totalizou Kz
24,7 mil milhões. Este resultado deveu-se a três efeitos conjugados: (i) redução muito significativa
nos proveitos com títulos e valores mobiliários decorrente da necessidade de não reinvestimento
dos títulos maturados para gestão corrente até à fase da reestruturação; (ii) ausência de proveitos
das aplicações em Outras Instituições de Crédito decorrente da alteração da necessidade desde
meados de 2021 da constituição de reservas obrigatórias a 100% para os depósitos do Estado; (iiI)
estabilização dos custos financeiros, apesar da alteração da estrutura de financiamento mais
direccionado para dos recursos de clientes.

Ao nível do comissionamento encontra-se estabilizado sem variações significativas, apesar do


aumento de volume de transacções já notório no final de 2022, este ainda não se traduz num
aumento de proveitos líquidos para o Banco. Decorrente do processo de reestruturação que o
Banco tem vindo a implementar, durante o exercício de 2022, alienou um conjunto de activos não
afectos à actividade bancária, nomeadamente imóveis recebidos em dação e parte do seu
imobilizado, realizando dessa forma mais valias, assim como obtendo outras fontes de liquidez.

Os resultados cambiais do Banco, apresentaram-se em 2022 ligeiramente positivos, decorrente das


melhorias na actividade em 2022, assim como por via da desvalorização do Kwanza face às moedas
estrangeiras.

39
Um dos pontos mais relevantes a alteração efectuada no exercício presente esteve relacionado
com a redução muito significativa dos custos de estrutura do Banco, diminuindo o mesmo em
30%, representando aproximadamente Kz 10,0 mil milhões. Adicional a este facto existiu uma
redução do nível de serviços externos, permitindo que o Banco se implementa uma cultura de
redução dos seus custos, assim como tendo ganhos de eficiência por via do investimento dos seus
fundos.

Um outro ponto de destaque, em 2022, é a estabilização do risco de crédito, o que permitiu a não
necessidade de incrementos de imparidade, assim como a libertação de alguns valores por via da
redução de valores associados a créditos liquidados.

Balanço

Balanço 2021 2022


Activo 398 916 871 719 267 087
Disponibilidade 223 782 853 514 666 393
Aplicações Financeiras 12 133 172 43 082 314
Títulos 70 946 280 61 870 485
C rédito a C lientes 52 378 807 50 169 367
Imobilizações 29 198 910 25 840 218
Outros Activos 4 498 000 22 238 510
Activos Não C orrentes Detidos Para Venda 5 978 849 1 399 800
Passivo 379 857 264 682 889 585
Recursos de C lientes 335 706 814 650 979 795
C aptações de Liquidez 25 954 253 14 204 386
Passivos por Impostos Diferidos 5 965 916 5 935 000
Outros Passivos 5 880 224 6 733 339
Passivos Programas Estado e Recursos
Vinculados 2 590 301 2 738 600
Provisões 3 759 756 2 298 465
Capital próprio 19 059 607 36 377 502
C apital Social 67 254 079 82 275 708
Prémio/Desconto Emissões de C apital -2 617 297 -2 617 297
Reservas de Reavaliação 15 529 077 15 537 026
Outras Reservas e Resultados Transitados -53 590 760 -58 489 131
Resultado Líquido -7 515 492 -328 804

Apesar das alterações significativas ao longo de 2022, o Banco conseguiu apresentar um


crescimento do seu activo em 80%, para isso decorreu sobretudo devido ao aumento com o valor
de Disponibilidades, contudo decorrente da fase de transição que o Banco se encontra a passar a
mesma não se encontra a ser rentabilizada da melhor forma.

40
Dado o processo de reestruturação que está a ser implementado o excesso de liquidez em 2022 foi
investido em Aplicações de curto prazo no sentido de melhor definição da sua estratégia para o
novo ciclo do Banco, sendo esse valor visível por via da liquidação de títulos e da impossibilidade
de concessão de novo crédito.

De destacar ainda a alienação da totalidade do activo existente em 2021, que não afecto à
actividade bancária, como objectivo de liquidez e rentabilização, pelo que o actual valor em 2022
corresponde às agências descontinuadas em 2022.

Ao nível dos recursos do Banco, destacar o crescimento muito significativo sobretudo direccionado
nesta fase a clientes Institucionais o que representa a confiança existente no BCI apesar da
implementação do Plano de Recapitalização e Reestruturação ter estado a decorrer nesse mesmo
período.

Por fim destacar o aumento de capital ocorrido em 2022, por via do accionista num valor de Kz 15,0
mil milhões para repor os níveis de solvabilidade e para permitir que o Banco efectue os
investimentos necessários para a implementação da estratégia para o próximo ciclo.

41
Capital,
Liquidez e
Risco

42
4. CAPITAL, LIQUIDEZ E RISCO

4.1. Rácio de Solvabilidade

Em 31 de Dezembro de 2022, o rácio de solvabilidade total situava-se em 21,0%, por comparativo


com 2021 em que os valores se situavam em 12,1%.

Importa destacar, no contexto de pandemia actual, o facto de o Banco Central Europeu (BCE) ter
divulgado durante o mês de marco de 2020 medidas que permitem aos Bancos operar
temporariamente abaixo do nível de capital exigido permitindo que as instituições financeiras
continuem a suportar o financiamento da economia, num contexto económico particularmente
adverso.

Descrição 31/12/2021 31/12/2022


Fundos Próprios Nível 1 10 432 126 35 924 220
Fundos Próprios Nível 2 8 345 959 -
Fundos Próprios Regulamentares 18 778 085 35 924 220
RFP para Risco de Crédito, de Crédito de
Contraparte e de Transações Incompletas 10 173 129 9 120 193
RFP para Risco Mercado 1 553 809 1 234 064
RFP para Risco Operacional 3 735 125 3 339 309
RFR para Excessos face aos Limites
Prudenciais aos Grandes Riscos
Requisitos de Fundos Próprios 15 462 063 13 693 566
Rácio de Fundos Próprios Regulamentares 12,1% 21,0%

Gestão do Risco

A definição e implementação da ferramenta para a gestão de risco permite a concretização da


estratégia definida através da validação do cumprimento do apetite de risco definido, permitindo
mitigar substancialmente os riscos associados ao Banco e assim como antecipar os riscos
potenciais.

Esta aplicação permite ao Banco apoiar a gestão para tornar eficaz a gestão dos riscos e no
desenvolvimento de uma forte cultura de risco através da definição dos seguintes factores:

 Os principais riscos enfrentados pelo BCI, assim como os riscos potenciais;


 A matriz de apetite ao risco e o seu acompanhamento;
 As funções de responsabilidades na gestão de riscos, assim como a implementação efectiva
do comité de risco.

Neste sentido, o Risco está implícito ao sector bancário, estando este naturalmente exposto a várias
categorias de riscos que decorrem de factores externos e internos.

43
Pelo que a Direcção de Gestão de Risco tem por base, necessariamente, a independência face às
outras direcções do Banco, em particular face às tomadoras de risco.

Pelo que, considera o Banco, que deve o uma forte cultura de riscos na organização revela-se pela
actuação diligente, proactiva e consistente no cumprimento com a regulamentação, código de
conduta, valores e apetite de risco definido para todas as actividades e exposições de risco.

Função de gestão dos riscos

A função de gestão de riscos encontra-se organizada de forma a permitir uma gestão efectiva dos
riscos considerados relevantes e materiais pelo Banco, identificando-os no âmbito do exercício de
Auto-avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP), sendo os mais relevantes:

i. o risco de crédito, que inclui risco de contraparte e concentração;


ii. risco de estratégia, decorrente de todo o processo de transformação que o banco atravessa;
iii. risco imobiliário, dado o Banco actualmente ainda apresentar valores a nível dos seus rácios de
imobilizado superiores ao permitido pelo Regulador e acima dos seus targets na matriz de apetite
ao risco.

Neste sentido, considera a Administração que a gestão de risco é considerada crucial para o
sucesso do Banco.

4.2. Propostas de aplicação de Resultados Individual

O Conselho de Administração propõe, nos termos da alínea f) do n.º 2 do artigo 71.º, conjugado
com a alínea b) do n.º 1 do artigo 396.º, ambos da Lei das Sociedades Comerciais (aprovada pela
Lei n.º 1/04, de 13 de Fevereiro, com alterações posteriores), e nos termos do artigo 30.º dos
Estatutos, que ao resultado líquido do exercício de 2022, no montante de 328 803 139,73 Kwanzas
negativos, seja dada a seguinte aplicação:

Resultados transitados: no valor correspondente à totalidade do resultado líquido negativo do


exercício do Banco, isto é, Kz 328 803 139,73.

4.3. Propostas de aplicação de Resultados Consolidado

O Conselho de Administração propõe, nos termos da alínea f) do n.º 2 do artigo 71.º, conjugado
com a alínea b) do n.º 1 do artigo 396.º, ambos da Lei das Sociedades Comerciais (aprovada pela
Lei n.º 1/04, de 13 de Fevereiro, com alterações posteriores), e nos termos do artigo 30.º dos
Estatutos, que aos resultados líquidos do exercício de 2022, no montante de Kz 1 966 264 164,00
Kwanzas, seja dada a seguinte aplicação:

Resultados transitados: no valor correspondente à totalidade do resultado líquido do exercício do


Banco, isto é, Kz 1 966 264 163,96 positivo, no sentido de robustecer os Fundos Próprios.

44
GOVERNAÇÃO
CORPORATIVA

45
5. GOVERNAÇÃO CORPORATIVA

5.1. Modelo de Governação Corporativa

A estrutura organizacional do BCI na sua perspectiva basilar e funcional está adequadamente


definida, servindo de suporte à actividade do banco, asseverando a implementação de um sistema
de controlo interno eficiente e eficaz, alinhada a estratégia em volume, natureza e complexidade da
actividade desenvolvida. O modelo de governo do BCI visa a transparência e a eficácia do
funcionamento das suas Direcções/Gabinetes, assente numa separação clara de poderes entre os
diversos órgãos sociais:

 Assembleia geral (AG);


 Conselho Fiscal (CF);
 Conselho de Administração (CAD);
 Comissão Executiva (CEA).

Organização Interna

Organograma

Em 31 de Dezembro de 2022, o Banco de Comércio e Indústria apresentava a seguinte estrutura


de governo corporativo, apesar das alterações já efectuadas pelo actual CAD que produzirão o seu
efeito a partir do dia 1 de Janeiro de 2023:

ESTRUTURA DE GOVERNANCE CORPORATIVO

ASSEMBLEIA GERAL

Conse lho Fis cal Com is são de Re mune raç ão


dos órgãos Sociais

Auditor Externo
Comité de Nomeação, Direcção de Capital
Avaliação e Remuneração Humano
dos Colaboradores (CNARC)

Comissão de Au ditoria Direcção de Auditoria

Conselho de Comissão de Gestão de


Crise
Administração Direcção de Gestão de
Risco
Comissão de Gestão de
Risco
Sec ret ário da
Sociedade

Comissão de Ét ica Direcção de Compliance

COMISSÃO EXECUTIVA

Com ité de Re cuperaçã o Com ité de Segurança Com ité de Comité de Gestão de
Com ité de Te cnologia
Com ité de Ne gócio Com ité de Crédito Inve stimentos e Capital, Activos e
de Crédito Cibernétic a e Inovaçã o
(CNE) (CCR) Cus tos Passivos
(CCR) (CSC) (CTI)
(CIC) (CAP)

Obs.: durante o ano de 2022, fruto do processo de privatização/restruturação o processo de


homologação dos novos membros de Administração pelo regulador, a sua duração levou o BCI não
deter o quórum necessário para a realização das reuniões ordinárias do CAD, CEA e CF, bem como
das comissões ou comités auxiliares do Conselho de Administração.

46
Distribuição das funções de negócio, suporte e controlo

O Organograma do BCI apresenta na sua composição 3 Comissões, 9 Comités, 19 Direcções e 1


Gabinete, conforme descrição abaixo.

Devido a razões já evocadas acima, a 31 de Dezembro de 2022 não havia efectivamente uma
distribuição funcional dos pelouros no Banco, mas sim uma supervisão dos dois Administradores
em pleno exercício de funções.

Assim, à 31 de Dezembro de 2022 o BCI apresentava a seguinte distribuição:

Comité de Nomeação, Avaliação


Comité de
e Remuneração dos Comissão de Gestão de Crise
Colaboradores (CNARC) Ética
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Comissão de Au ditoria Comissão de Gestão de Risco

Secretário da Sociedade

COMISSÃO EXECUTIVA

Comité de Gestão de
Comité de Comité de Segurança Comité de Tecnologia Comité de
Comité de Negócio Comité de Crédito Capital Activos e
Recuperação Crédito Cibernética e Inovação Investimentos e Custos
Passivos

Negócio Suporte Controlo


Direcção da Rede de Direcção de Auditoria
Direcção de Crédito
Negócios Interna
DRN DCR DAI
Direcção de Mercados e Direcção de Capital Humano Direcção de Gestão de
Relacões .
DCH Risco
Internacionais
DMR DGR
Direcção Júridica
Direcção Corporate e DJU Direcção de
Institucionais Compliance
DCI Direcção de Organização e
DCO
Qualidade
DOQ Direcção de
Direcção de Co ntabilidade e Segurança Cibernética
Planeamento DSC
DCP
Gabinete de Controlo
Direcção de Tecnologias de Cambial
Informação GCC
DTI

Direcção de Marketing e
Comunicação
DMC

Direcção Administrativa
DAD

Direcção de Património e
Serviços
DPS

Direcção de Operações
DOP

Direcção de Recuperação de
Crédito
DRC

Direcção da B anca
Electrónica
DBE

Obs.: durante o ano de 2022, devido ao processo de Privatização a homologação dos novos
membros do Conselho de Administração, forçou o Banco a distribuir os pelouros para apenas 2
Administradores Executivos. Esta situação impactou na segregação de funções do BCI.

47
5.2. Sistema de Controlo Interno

A implementação do sistema de controlo interno nas instituições financeira é definida e


regulamentada pelo Aviso nº 1/2022 do BNA. Um sistema de controlo interno é considerado
adequado e eficaz, quando o conselho de administração e gestão detém uma segurança razoável
em como os objectivos estratégicos e operacionais do Banco estão a ser atingidos, o sistema de
reporte fidedigno e as normas e regulamento estão a ser cumpridos.

O Sistema de controlo interno do BCI baseia-se nas orientações definidas pelo “Committee of
Sponsoring Of the Treadway Commission” (COSO)” no que se refere ao Ambiente de Controlo,
Avaliação do Risco, Actividades de Controlo, o mesmo é composto por 4 componentes com
objectivos e instrumentos adequados e integrados:

O sistema de controlo interno esta assente no modelo operacional das 3 linhas de defesa, que assenta
na repartição de responsabilidades distintas em matéria de governo e gestão do risco, pelas diferentes
funções que integram cada uma das linhas de defesa, caracterizadas da seguinte forma:

Primeira linha: que envolve as unidades de negócio que acarretam risco para o banco, necessitam
deste modo de uma adequada preparação no que a gestão de riscos diz respeito, com vista a que os
preceitos a seguir sejam alcançados.

Segunda linha: a segunda linha de defesa é formada pelas funções de controlo interno que incluem
as funções de Gestão de Risco, Compliance, Controlo Cambial e Cyber Security e as quais contribuem
para primeira linha, com objectivo de adicionar conhecimento com vista a dar suporte, monitoria e
prover a gestão dos riscos, no sentido de que se adopte as melhores práticas de gestão de risco ao
nível de processos e sistemas. Igualmente analisa e reporta sobre a adequação e eficácia da gestão
dos riscos.

Terceira linha: é garantida pela auditoria interna, dotada de avaliação independente e orientadas para
o risco.

No BCI as funções de controlo interno estão estruturadas da seguinte forma: Gestão de Risco,
Compliance, Auditoria Interna, Controlo Cambial e a Segurança Cibernética.

48
Gestão de Risco

A gestão de risco é realizada pela Direcção de Gestão de Risco sendo uma unidade orgânica do
primeiro nível da estrutura do Banco, depende, actualmente, hierárquica e funcionalmente do
Conselho de Administração, sendo o pelouro atribuído à um Administrador Independente sem
qualquer responsabilidade por áreas de negócio e suporte e actua de forma transversal e com o
nível de actuação necessária na organização, garantindo assim a identificação, mensuração,
gestão, mitigação e reporte das diversas tipologias de risco.

A actividade de gestão de riscos do BCI perspectiva, sempre, actuação com base nas melhores
práticas de gestão bancária, partindo do princípio de que estas práticas aconselham a observância
da segregação de funções entre a origem, a gestão e o controlo dos riscos assumidos.

Na vertente institucional convém sublinhar a relevância do Comité de Capital Activos e Passivos


(ALCO), onde participam a CEA e os responsáveis pelas direcções que gerem e controlam os riscos
financeiros (crédito, taxa de juro, liquidez e mercado).

A gestão de risco é igualmente alinhada com os demais órgãos colegiais, nomeadamente com os
seguintes comités:

 Comité de Capital, Activos e Passivos (ALCO – Assets and Liabilities Committee), que tem
o dever de decidir sobre medidas fundamentais que permitam adaptar o balanço à estratégia e
objectivos do Banco, bem como analisar e debater a evolução dos principais indicadores do
balanço. Reúne-se com uma periodicidade Trimestral;
 Comité de Crédito é o órgão com intervenção na gestão do risco de crédito. Tem como
principais encargos decidir sobre todas as operações que lhe são submetidas de acordo com as
políticas e regras de cedência de crédito em vigor, as quais estão concretizadas em regulamento
específico. Este Comité realiza-se com periodicidade quinzenal.

Objectivos e funções específicas

A DGR, no desenvolvimento das suas actividades, tem como objectivos essenciais os seguintes:

 Identificar, mensurar e monitorizar, particularmente e de forma integrada, os diversos riscos do


Banco, designadamente o, Risco de Crédito, o Risco de Mercado e Liquidez, o Risco Operacional,
o Risco de Cliente e o Risco de Continuidade do Negócio;
 Promover e implementar Políticas de Gestão e Controlo de Risco, actuando nos contextos de
identificação, antecipação, medição, controlo, monitorização e propor medidas que visam a
mitigação dos níveis de riscos incorridos.
 Assegurar a implementação de políticas e dos procedimentos adoptados para a gestão dos
riscos.
 Prestar informação ao BNA por via dos Reportes Regulamentar e outras;
 Estimular uma Cultura de Gestão de Riscos, promovendo a responsabilização transversal;
 Promover o desenvolvimento, manutenção e actualização das metodologias e ferramentas de
gestão de risco;

49
 Garantir a implementação das normas prudenciais estipuladas pela entidade reguladora (BNA),
bem como avaliar o impacto das mesmas na actividade do banco;
 Supervisionar os indicadores definidos no perfil de risco do Banco;
 Garantir a qualidade nos processos de análise, atribuição e gestão do risco de clientes;
 Produzir e disponibilizar informação relacionada com a gestão de risco aos Órgãos de Gestão;
 Assegurar a implementação das normas prudenciais estipuladas pela entidade reguladora
(BNA), bem como avaliar o impacto das mesmas na actividade do banco.

De acordo com a estrutura orgânica do Banco, a DGR segrega a sua estrutura interna em seguintes
departamentos: Departamento de Riscos Financeiros, Departamento de Riscos Não Financeiros,
Departamento de Rating.

Compliance

O Compliance visa coordenar e monitorar a aplicação efectiva das políticas, dos procedimentos e
controlos adequados à gestão eficaz dos riscos de branqueamento de capitais, financiamento do
terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa a que o Banco esteja ou venha a
estar exposto;

 Assegurar a avaliação de risco de BCFT do Banco bem como da determinação dos KRIs
(Key Risk Indicators) e KPIs (Key Performance Indicators) da actividade da área;
 Acompanhar, em permanência, a adequação, a suficiência e a actualidade das políticas e
dos procedimentos e controlos em matéria de prevenção do branqueamento de capitais,
financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa, propondo
as necessárias actualizações;
 Implementar processos de monitorização de todas as operações em curso ou já realizadas
com o objectivo identificar-se as consideradas como suspeitas de serem fraudulentas ou de
estarem associadas ao branqueamento de capitais e/ou ao financiamento do terrorismo e
elaborar o respectivo processo de reporte;
 Comunicar, sem interferências internas ou externas, as operações suspeitas à UIF;
 Coordenar a elaboração dos reportes, relatórios e demais informações a enviar ao Banco
Nacional de Angola e demais supervisores, em matéria de prevenção do branqueamento de
capitais, financiamento do terrorismo e da proliferação de armas de destruição em massa;
 Gerir o Risco de Compliance bem como desenvolver uma cultura de Compliance no Banco,
de modo a mitigar os riscos de incumprimento dos normativos e legislação aplicável e
preservar a imagem reputacional da instituição;
 Promover abordagens com as diferentes áreas com o intuito da divulgação, análise e
interpretação dos normativos, sobretudo os de recente emissão, definindo o respectivo
owners e planos de acção para a sua implementação;
 Programar juntamente com a DCH (Direcção de Capital Humano) a formação dos
colaboradores do Banco sobre matérias de prevenção do BCFT e Compliance;
 Implementar a Avaliação de Desempenho dos Colaboradores sob a sua responsabilidade,
promovendo a sua motivação, desenvolvimento e alinhamento com os valores e cultura do
Banco;
 Elaborar o Relatório Anual sobre prevenção do BCFT a ser remetido ao BNA;
 Elaborar o Relatório anual sobre a actividade de Compliance no Banco para o CAD e
Conselho Fiscal;
 Preparar e remeter ao BNA e aos Bancos Correspondentes os questionários de AML e
demais informações solicitadas.

50
Tendo como base as linhas operacionais definidas para 2022, encontrando-se estes alinhados ao
Plano Estratégico definido pelo Conselho de Administração, fazemos neste relatório, uma incursão
sobre a performance da Direcção de Compliance, em particular, tendo em atenção os objectivos
abaixo descriminados:

a) Processo de controlo sobre a actividade normativa do Banco, tal como dos reguladores;
b) Robustecimento da ferramenta de monitorização de Clientes e transacções; Acções de
sensibilização relativas aos temas de prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento
ao terrorismo;
c) Implementação do modelo descentralizado de Compliance (Agentes de Compliance);
d) Criação de um programa focado na cultura da ética e no rigor;
e) Avaliação independente de risco de branqueamento de capitais e de financiamento ao
terrorismo;
f) Asseguramento do cumprimento das recomendações emanadas pelo auditor externo, Banco
Nacional de Angola, e Conselho Fiscal; e,
g) Reforço da actuação do Compliance no âmbito do Trade Finance;
h) Assim, a Direcção de Compliance, durante o período em referência, redefiniu estratégias para
o cumprimento das recomendações identificadas pelo Auditor Externo, e Banco Nacional de
Angola.

A DCO actuou como dinamizador e facilitador na implementação dos diversos normativos internos,
bem como os emanados pelo Banco Nacional de Angola e pela Comissão de Mercados de Capitais.
Prestou ainda assistência ao Conselho de Administração nos temas em que foi necessária à sua
intervenção e, em particular na emissão de pareceres técnicos, e prestou de igual modo, suporte
às demais unidades orgânicas, com maior realce à área Comercial, Controlo Cambial, Operações,
Auditoria e Risco.

Auditoria Interna

O exercício da função de Auditoria Interna tem carácter permanente e independente, devendo


desempenhar a sua missão mediante ao previsto no Aviso do BNA 1/2022 e da adopção dos
princípios de auditoria interna e das normas de auditoria reconhecidas e aceites a nível internacional
(Normas da IIA Global e Estrutura Internacional de Práticas profissionais de Auditoria designada
International Profisional Pratices Framework - IPPF), emitindo recomendações baseadas nos
resultados das avaliações efectuadas e da sequência das acções com posterior acompanhamento
das medidas correctiva com intuito de acrescentar valor à organização, melhoria do sistema do
controlo interno e a qualidade das suas operações, contribuindo assim para a realização dos seus
objectivos.

A função de auditoria interna é exercida cumprindo com os seguintes pressupostos legais:

 Estar em conformidade com os princípios de auditoria interna reconhecidos e aceites a nível


internacional, os quais estipulam que seja exercida com independência face às áreas
auditadas;
 Dispor das condições necessárias para a avaliação independente, autónoma e imparcial da
qualidade e da efectividade dos processos de controlo interno, gestão dos riscos e
governança corporativa da Instituição;
 Ser dotada de recursos materiais e humanos suficientes para a prossecução dos seus
objectivos;

51
 Ter acesso pleno a todas as actividades, documentos e informações relevantes para o
exercício das suas funções;
 Actuar como 3 ª linha de defesa no sistema de controlo interno da Instituição; e,
 Monitorar os sistemas informáticos garantindo o seu alinhamento com a estratégia de
negócio e promover com eficácia os objectivos organizacionais.

Atribuições

À Direcção de Auditoria Interna estão atribuídas as seguintes funções:

 Prestar informação periódica sobre a execução e resultados do plano de actividade da


Auditoria Interna e sobre a suficiência, ou não, dos respectivos recursos para execução do
plano;
 Avaliação contínua da adequação e eficácia do SCI do Banco, de acordo com a missão e
atribuições, com a alusão síntese das principais deficiências detectadas nas acções,
indicando e identificando as recomendações a serem seguidas;
 Coordenar a sua actividade com as demais estruturas organizativas internas do Banco com
competências em matéria de controlo e monitorização de riscos, e prestar informação sobre
o exercício de tais actividades;
 Reportar todas as questões relevantes relativamente aos processos de controlo das
actividades do Banco, incluindo as oportunidades de melhoria de tais processos e fornecer
informação sobre a resolução das questões reportadas.

Plano Anual das Acções da DAI

O plano anual de auditoria de 2022 foi elaborado baseando-se em alguns factores essenciais, tais
como: o nível de risco dos processos, o conhecimento do negócio bancário, bem como as linhas
orientadoras do plano estratégico, de forma a determinar as actividades prioritárias bem como torná-
las consistentes em linha com os objectivos do Banco e em conformidade com os princípios de
auditoria interna reconhecidos e aceites internacionalmente. Pretendeu-se com os trabalhos de
auditoria efectuados ao longo do ano, mitigar riscos materialmente relevantes das actividades e
processos do Banco.

Follow up das Recomendações da Auditoria Interna

No âmbito de acompanhamento das deficiências do sistema do controlo interno para o período de


2022, foram detectadas sessenta e duas (62) deficiências das quais, vinte quatro (24) encontravam-
se em estado aberto e trinta e oito (38) estavam fechadas. O resultado deste trabalho foi reportado
ao Conselho de Administração do Banco, com vista a adopção de medidas consistentes para o
reforço do ambiente de controlo.

Controlo Cambial

Controlo Cambial, é a área que tem como missão de assegurar o controlo e cumprimento da
legislação e regulação cambial, bem como garantir o processamento, registo e reporte de todas as
operações cambiais ao Banco Nacional de Angola. Portanto, é da responsabilidade desta área:

 A representação do BCI junto do BNA para todas as questões cambiais;


 Acompanhamento de toda a regulamentação publicada pelo BNA sobre operações
cambiais;

52
 A legitimidade e correcta constituição de todos os processos de solicitação de licenciamento
ou registo de operações e o seu envio de forma atempada ao BNA;
 A adequação das soluções informáticas para o cumprimento da legislação e regulamentação
cambial em vigor;
 A adequação da equipa do GCC com técnicos capacitados relativamente ao processo
cambial no sentido de garantir uma resposta eficaz do Gabinete.

Segurança Cibernética

Segurança Cibernética é a unidade com a missão de dar apoio ao Conselho de Administração nas
matérias relativas as ameaças e incidentes, encontrar mecanismos para prevenção de ameaças de
origem cibernética, não descurando a análise e classificação de acordo com o impacto causado
pelo incidente, que pode ser critico ou baixo de acordo com a ocorrência. Esta área tem, entre
outras, as seguintes responsabilidades:

 Garantir a elaboração e cumprimento de politicas que assegurem a protecção dos sistemas


informáticos do Banco;
 Garantir que as informações tratadas sejam de conhecimento exclusivo de pessoas
especificamente autorizadas;
 Assegurar o arquivo de documentação sobre os assuntos gerais da Direcção;
 Elaborar o plano anual da actividade da Direcção, definindo as metas a atingir em
consonância com os objectivos superiormente definidos;
 Garantir que as informações sejam mantidas íntegras, sem modificações indevidas
(acidentais ou propositadas);
 Acompanhar e identificar, proteger, detectar, responder e recuperar rapidamente de uma
ameaça cibernética, a fim de proteger a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos
arquivos tecnológicos e informações;
 Definir todo e qualquer evento não esperado que gere algum tipo de instabilidade;

53
Demonstrações Financeiras
& Pareceres
(Individual – Dezembro 2022)

54
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (INDIVIDUAL)

6.1. Demonstrações Financeiras

BALANÇO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(montantes expressos em milhares de kwanzas)


ACTIVO
NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 502 307 902 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 12 358 491 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 16 43 082 314 12 133 172
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral 17 240 065 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Títulos de dívida 18 61 630 420 70 742 442
Crédito a clientes 19 50 169 367 52 378 807
Outros activos tangíveis 20 25 386 935 28 917 388
Activos não correntes detidos para venda 21 1 399 800 5 978 849
Activos intangíveis 22 453 283 281 522
Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 23 0 0
Activos por impostos correntes 24 235 189 234 492
Outros activos 25 22 003 321 4 263 508
TOTAL DO ACTIVO 719 267 087 398 916 871

PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO


Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 26 14 204 385 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 27 650 979 795 335 706 814
Provisões 28 2 298 465 3 759 756
Passivos por impostos diferidos 24 5 935 000 5 965 916
Passivos programas Estado e recursos vinculados 29 2 738 600 2 590 301
Outros passivos 30 6 733 338 5 880 224
TOTAL DO PASSIVO 682 889 583 379 857 264
Capital Social 31 82 275 707 67 254 079
Prémios de emissão 31 653 582 653 582
Desconto de emissão 31 (3 270 879) (3 270 879)
Reservas de reavaliação 32 15 672 469 15 529 077
Outras reservas e resultados transitados 32 (58 624 571) (53 590 760)
Resultado líquido individual do exercício (328 804) (7 515 492)
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 36 377 504 19 059 607

TOTAL DO PASSIVO E DO CAPITAL PRÓPRIO 719 267 087 398 916 871

Luanda, 17 de Abril de 2023

55
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS
PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(montantes expressos em milhares de Kwanzas)

NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

Juros e rendimentos similares 4 20 718 583 33 113 141


Juros e encargos similares 4 (8 695 739) (8 431 116)
MARGEM FINANCEIRA 12 022 844 24 682 025
Rendimentos de serviços e comissões 5 6 477 425 5 247 761
Encargos com serviços e comissões 5 (3 331 157) (2 217 786)
Resultados cambiais 6 330 880 (1 781 203)
Resultados de alienação de outros activos 7 6 775 645 0
Outros resultados de exploração 8 (738 372) (1 673 728)
PRODUTO DA ACTIVIDADE BANCÁRIA 21 537 265 24 257 069
Custos com o pessoal 9 (14 556 507) (20 676 484)
Fornecimentos e serviços de terceiros 10 (7 085 296) (10 814 930)
Depreciações e amortizações do exercício 11 (2 218 768) (2 402 532)
Provisões líquidas de anulações 28 55 774 (144 224)
Imparidade para activos financeiros ao custo amortizado líquida de reversões e recuperações 12 e 19 374 125 (2 205 266)
Imparidade para outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 12 1 866 417 4 574 415
Imparidade para outros activos líquida de reversões e recuperações 13 (301 814) (103 540)
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS DE OPERAÇÕES EM CONTINUAÇÃO (328 804) (7 515 492)
Impostos sobre os resultados
Correntes 24 0 0
Diferidos 24 0 0
RESULTADO APÓS IMPOSTO DE OPERAÇÕES EM CONTINUAÇÃO (328 804) (7 515 492)
Resultado de operações descontinuadas e/ou em descontinuação 0 0
RESULTADO LIQUÍDO INDIVIDUAL DO EXERCICÍO (328 804) (7 515 492)

56
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO INTEGRAL EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(mo ntantes expresso s em milhares de Kwanzas )

NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

Resultado líquido individual do exercício (328 804) (7 515 492)


Itens que não serão reclassificados para resultados
Remensuração dos planos de benefícios definidos 28 1 590 124 270 900
Itens que poderão vir a ser reclassificados para resultados
Reservas de reavaliação de imobilizado 20 1 004 033 0

RESULTADO INTEGRAL INDIVIDUAL DO EXERCÍCIO 2 265 353 (7 244 592)

57
DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(montantes expressos em milhares de Kwanzas)


Capital Social Outras Reservas e Resultados Transitados

Prémio de Reservas de Reavaliação Reservas


Emissão / de activos Resultado do
Reserva de Resultados Total
Desconto de financeiros Reserva Outras Exercício
Acções Actualização Excedente de Imposto Transitados e Subtotal
Subtotal emissão Subtotal ao justo Legal Reservas
Ordinárias Monetária do Revalorização Diferido RPBD
valor por
Capital Social OCI
Saldos em 1 de Janeiro de 2021 67 078 372 175 707 67 254 079 (2 617 297) 21 630 433 (6 013 320) 15 617 113 (390 264) 1 992 260 1 197 437 (60 994 133) (58 194 700) 4 197 600 26 256 795
Transferência do resultado de 2020 - - - - - - - - - - 4 197 600 4 197 600 (4 197 600) -
Remensuração dos planos de benefícios definidos - - - - - - - - - - 270 900 270 900 - 270 900
Reavaliação de imóveis - - - - - - - - - - - - - -
Movimentação da reserva de reavaliação de imóveis - º - - - (135 440) 47 404 (88 036) - - - 135 440 135 440 - 47 404
Resultado do Exercício - - - - - - - - - - - - (7 515 492) (7 515 492)
Saldos em 31 de Dezembro de 2021 67 078 372 175 707 67 254 079 (2 617 297) 21 494 993 (5 965 916) 15 529 077 (390 264) 1 992 260 1 197 437 (56 390 193) (53 590 760) (7 515 492) 19 059 607

Transferência do resultado de 2021 - - - - - - - - - - (7 515 492) (7 515 492) 7 515 492 -


Remensuração dos planos de benefícios definidos - - - - - - - - - - 1 590 124 1 590 124 - 1 590 124
Reavaliação de imóveis - - - - 1 004 033 (281 129) 722 904 - - - - - - 722 904
Movimentação da reserva de reavaliação de imóveis - n - - - (891 557) 312 045 (579 512) - - - 891 557 891 557 - 312 045
Aumento de capital 15 021 628 - 15 021 628 - - - - - - - - - - 15 021 628
Resultado do Exercício - - - - - - - - - - - - (328 804) (328 804)
Saldos em 31 de Dezembro de 2022 82 100 000 175 707 82 275 707 (2 617 297) 21 607 469 (5 935 000) 15 672 469 (390 264) 1 992 260 1 197 437 (61 424 004) (58 624 571) (328 804) 36 377 504

Luanda, 17 de Abril de 2023

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DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(mo ntantes expresso s em milhares de Kwanzas )

NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES O P ER A C I O N A I S
Juros, comissões e outros proveitos equiparados recebidos 26 701 273 36 840 523
Juros, comissões e outros encargos equiparados pagos (10 954 043) (11 004 183)
Juros da locação (42 040) (128 819)
Pagamentos a empregados e fornecedores (26 915 942) (29 378 541)
Pagamentos de locações de curto prazo (245 832) (116 455)
Recuperação de créditos abatidos ao activo 2 039 399 468 474
Outros resultados (854 239) 142 736
FLUXOS DE CAIXA ANTES DAS ALTERACOES NOS ACTIVOS E PASSIVOS OPERACIONAIS (10 271 425) (3 176 264)
(Aumentos)/Diminuições de activos operacionais:
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito (32 610 590) 80 781 844
Títulos de Dívida 9 065 630 102 028 358
Crédito a clientes 255 239 (6 659 642)
Outros activos 2 346 572 815 214
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS ACTIVOS OPERACIONAIS (20 943 149) 176 965 774
Aumentos/(Diminuições) de passivos operacionais:
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito (17 789 035) 25 500 079
Recursos de clientes e outros empréstimos 317 498 322 (80 836 718)
Outros passivos 10 419 709 (4 718 662)
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS PASSIVOS OPERACIONAIS 310 128 997 (60 055 301)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 278 914 423 113 734 209
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E I N V ES T I M EN T O
Aquisições de outros activos tangíveis, líquidas de alienações 2 116 032 (772 943)
Aquisições de activos intangíveis, líquidas de alienações (315 237) (68 331)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO 1 800 796 (841 274)
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E FI N A N C I A M EN T O
Aumento de Capital 15 021 628 0
Pagamentos de locação respeitantes à componente de capital (64 777) (219 906)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO 14 956 851 (219 906)
V ARI ACAO DE CAI X A E S EUS EQ UI V AL ENT ES 295 672 070 112 673 029
Caixa e seus equivalentes no início do período 223 847 689 118 288 622
Efeitos da variação cambial em caixa e seus equivalentes (4 853 182) (7 113 962)
CAIXA E SEUS EQUIVALENTES NO FIM DO PERIODO 514 666 577 223 847 689

Caixa e seus equivalentes engloba :


Caixa 14 9 758 174 10 338 905
Disponibilidades no banco central 14 492 549 728 203 504 587
Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 12 358 675 10 004 197
514 666 577 223 847 689

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6.2. Notas Às Contas

Banco de Comércio e Indústria, S.A.

Notas às Demonstrações Financeiras em 31 de Dezembro de 2022

1. NOTA INTRODUTÓRIA

O Banco de Comércio e Indústria, S.A. (adiante designado por, “Banco” ou “BCI”), foi constituído
por Escritura Pública de 11 de Março de 1991, pelo Decreto n.º 8 - A/91 de 11 de Março. O BCI
opera e tem sede social em Angola, na Rua Rainha Ginga, Largo do Atlético – Luanda.

O Banco dedica-se à obtenção de recursos de terceiros sob a forma de depósitos ou outros, os


quais aplicam, juntamente com os seus recursos próprios, na concessão de empréstimos, depósitos
no Banco Nacional de Angola, aplicações em instituições de crédito, aquisição de títulos e em outros
activos, para os quais se encontra devidamente autorizado. O Banco presta ainda outros serviços
bancários e realiza diversos tipos de operações em moeda estrangeira, dispondo para o efeito de
uma rede de 62 pontos de atendimento (balcões e postos de atendimento).

No que se refere à estrutura accionista, conforme detalhado na nota 31, o Banco é detido pela
Carrinho Empreendimentos, SA.

O capital social do Banco totaliza, à data de 31 de Dezembro de 2022, 82 275 707 milhares de
kwanzas.

2. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1 Bases de apresentação

As demonstrações financeiras anexas foram preparadas no pressuposto da continuidade das


operações, de acordo com as IFRS (International Financial Reporting Standards), no âmbito do
disposto no Aviso n.º 5/2019 de 23 de Agosto, do Banco Nacional de Angola (adiante igualmente
designado por “BNA”).

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board
(IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee
(IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras do exercício findo 31 de Dezembro de 2022 foram aprovadas em


reunião do Conselho de Administração do Banco em 17 de Abril de 2023 e serão submetidos para
Assembleia Geral que tem o poder de alterar. No entanto, é convicção do Conselho de
Administração do Banco que as mesmas sejam aprovadas sem alterações significativas.

As demonstrações financeiras individuais do Banco de Comércio e Indústria agora apresentadas


reflectem os resultados das operações do Banco para o exercício findo em 31 de Dezembro de
2022. Relativamente aos exercícios findos de 2017 e 2018 o Banco Nacional de Angola (“BNA”)
expressou uma interpretação de que não se encontravam cumpridos na totalidade os requisitos
previstos na IAS 29 – Relato financeiro em economias hiperinflacionárias (“IAS 29”) para que a
economia angolana fosse considerada hiperinflacionária e, consequentemente, o Conselho de

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Administração do Banco decidiu não aplicar as disposições constantes naquela Norma às suas
demonstrações financeiras naquelas datas.

O efeito resultante da aplicação da referida norma nesses exercícios não se encontra reflectido
igualmente nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2022.
As demonstrações financeiras foram preparadas de acordo com o princípio do custo histórico, com
excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor, nomeadamente os activos
financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral e os activos financeiros ao justo valor
através de resultados.

A preparação das demonstrações financeiras de acordo com as IFRS requer que o Banco efectue
julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das políticas
contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais
pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais
estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade,
ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações
financeiras encontram-se descritas e analisadas na Nota 3.

As demonstrações financeiras do Banco, encontram-se expressas em milhares de Kwanzas, tendo


os activos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira sido convertidos com base
no câmbio indicativo publicado pelo BNA naquelas datas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro 2021, o câmbio indicativo do Kwanza (Kz),


publicado pelo BNA, face ao Dólar dos Estados Unidos (USD) e ao Euro (EUR) era o seguinte:

31/12/2022 31/12/2021

1 USD = 503,691 554,981


1 EUR = 537,438 629,015

2.2 Comparabilidade da informação

As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota foram aplicadas de forma consistente com as
utilizadas nas demonstrações financeiras a 31 de Dezembro de 2021.

2.3 Transacções em moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema multi-
currency, sendo cada operação registada em função das respectivas moedas de denominação. As
transacções em moeda estrangeira são convertidas para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa
publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e passivos monetários expressos em moeda
estrangeira são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA à data
do balanço. Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, realizadas ou potenciais, são
registados na demonstração de resultados do exercício em que ocorrem os activos e passivos não
monetários expressos em moeda estrangeira e registados ao custo histórico, são convertidos para
Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e
passivos não monetários registados ao justo valor são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio
em vigor na data em que o justo valor é determinado e reconhecido por contrapartida de resultados,

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com excepção daqueles reconhecidos em activos financeiros ao justo valor por rendimento integral,
cuja diferença é registada por contrapartida de capitais próprios.

Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são
imediatamente registadas na posição cambial. Sempre que estas operações conduzam a variações
dos saldos líquidos das diferentes moedas, há lugar à movimentação das contas de posição
cambial, à vista ou a prazo, cujo conteúdo e critério de reavaliação são como segue:

Posição cambial à vista

A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos activos e passivos dessa
moeda, assim como das operações à vista a aguardar liquidação e das operações a prazo com
vencimento nos dois dias úteis subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente
com base na taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA nessa data, dando origem à
movimentação da conta de posição cambial, por contrapartida de resultados.

Posição cambial a prazo

A posição cambial a prazo em cada moeda corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a
aguardar liquidação, com exclusão das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes.
Todos os contractos relativos a estas operações (forwards de moeda) são reavaliados às taxas de
câmbio a prazo do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de
juro aplicáveis ao prazo residual de cada operação.

A diferença entre os contravalores em Kwanzas às taxas de reavaliação a prazo aplicadas, e os


contravalores às taxas contratadas, que representam o custo ou proveito ou o custo de reavaliação
da posição cambial a prazo, é registada nas rubricas de “Activos ou passivos ao justo valor através
de resultados”, por contrapartida da rubrica “Resultados de activos e passivos financeiros avaliados
ao justo valor através de resultados” na demonstração dos resultados.

2.4 Instrumentos financeiros

De acordo com a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”, os activos financeiros podem ser classificados
em três categorias com diferentes critérios de mensuração:

 Custo amortizado,
 Justo valor através de outro rendimento integral (FVOCI); e
 Justo valor através de resultados (FVTPL).

A classificação dos activos financeiros depende do modelo de negócio e das características dos
fluxos de caixa contratuais (critério SPPI).

Modelo de negócio

Os modelos de negócio previstos na norma são como se seguem:


 Modelo de negócio cujo objectivo é atingido através da detenção do activo até à maturidade
para obtenção dos fluxos de caixa contratuais do mesmo (Held to collect);

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 Modelo de negócio cujo objectivo é alcançado tanto através da obtenção dos fluxos contratuais
do activo como através da sua venda (Held to collect and sell);

 Outros modelos de negócio (e.g. negociação).

O Banco avaliou os seus modelos de negócio tendo por base um conjunto alargado de indicadores.
Entre outros, os seguintes factores são considerados pelo Banco na identificação do modelo de
negócio para um conjunto de activos:
 a forma como o desempenho dos activos é avaliada e relatada à administração,
 quais os principais riscos associados aos activos e como são avaliados e geridos; e
 a forma como os gestores dos activos são remunerados.

A avaliação do modelo de negócio não depende das intenções para um instrumento individual, mas
sim para um conjunto de instrumentos, tendo em consideração a frequência, o montante, o
calendário e os motivos de vendas previstas dos activos. Vendas pouco frequentes, pouco
significativas, ou próximas do vencimento dos activos e as motivadas por aumento do risco de
crédito dos activos financeiros, ou que tenham por finalidade a gestão do risco de concentração,
entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de negócio de detenção dos activos até à
maturidade para receber os seus fluxos de caixa contratuais.

Relativamente ao modelo de negócio “Held to Collect”, por forma a avaliar a frequência e


materialidade das vendas, foram definidos thresholds quantitactivos tendo por base a experiência
passada. As vendas previstas para os activos financeiros classificados neste modelo de negócio
não ultrapassam os thresholds definidos pelo Banco.

O Banco enquadra os activos financeiros de dívida detidos em carteira - títulos, crédito a clientes,
disponibilidades e aplicações em instituições de crédito e outros valores a receber - no âmbito do
modelo de negócio de “Held to Collect”, uma vez que o principal objectivo associado à gestão dos
referidos instrumentos é de deter os mesmos para recolha dos seus fluxos de caixa contratuais
(capital e juros).

Avaliação se os fluxos de caixa contratuais correspondem somente ao pagamento de capital


e juros (teste SPPI)

O teste SPPI consiste na avaliação se os fluxos de caixa contratuais dos instrumentos financeiros
se referem exclusivamente ao pagamento de capital e juros. A avaliação é efectuada com base nos
termos contratuais originais do instrumento. Para efeitos desta avaliação, o “capital” é definido como
o justo valor do activo financeiro no seu reconhecimento inicial. O “juro” é definido como a
consideração pelo valor temporal do dinheiro e pelo risco de crédito associado ao montante em
dívida durante um determinado período e por outros riscos e custos associados à actividade (ex.
risco de liquidez e custos administrativos), bem como uma margem de lucro.

Quando os termos contratuais introduzem exposição ao risco de crédito ou variabilidade dos fluxos
de caixa que são inconsistentes com um simples contracto de crédito básico, o instrumento
financeiro não cumpre com o referido critério SPPI. Se um activo financeiro contém uma cláusula
contratual que pode modificar o calendário ou o valor dos fluxos de caixa contratuais (tais como
cláusulas de amortização antecipada ou extensão da duração), o Banco determina se os fluxos de
caixa que serão gerados durante o período de vida do instrumento, devido ao exercício da referida

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cláusula contratual, são apenas pagamentos de capital e juros nos termos atrás referidos. No caso
de um activo financeiro contemplar um ajustamento periódico da taxa de juro, mas a frequência
desse ajustamento não coincidir com o prazo da taxa de juro de referência, o Banco avalia, no
momento do reconhecimento inicial, essa incoerência na componente dos juros para determinar se
os fluxos de caixa contratuais representam apenas pagamentos de capital e juros.

As condições contratuais que, no momento do reconhecimento inicial, tenham um efeito mínimo


sobre os fluxos de caixa ou dependam da ocorrência de eventos excepcionais ou altamente
improváveis (como a liquidação por parte do emitente) não impedem que os correspondentes
activos cumpram com o conceito do SPPI.

Os activos financeiros com derivados embutidos são considerados na sua totalidade, aquando do
teste do SPPI. Estes activos nunca cumprem com o conceito do SPPI, desde que as condições
contratuais do derivado embutido sejam genuínas.

Classificação dos activos financeiros

Activos financeiros ao custo amortizado

O Banco mensura um activo financeiro ao custo amortizado se cumprir, em simultâneo, com as


seguintes características e se não for designado ao FVTPL por opção (utilização da Fair Value
Option):

 o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo principal é a detenção dos
activos para recolha dos seus cash flows contratuais (HTC – Held to collect); e

 os seus cash flows contratuais ocorrem em datas específicas e correspondem apenas a


pagamentos de capital e juro do montante em dívida (SPPI – Solely Payments of Principal
and Interest).

Estes instrumentos são inicialmente contabilizados ao justo valor e subsequentemente valorizados


ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva e são sujeitos a testes de
imparidade.

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

O Banco mensura um activo financeiro ao justo valor através de outro rendimento integral se
cumprir, em simultâneo, com as seguintes características e se não for designado ao FVTPL por
opção (utilização da Fair Value Option):

 o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo é a detenção dos activos
para recolha dos seus cash flows contratuais e venda (HTC and Sell – Held to collect and
Sell); e

 os seus cash flows contratuais ocorrem em datas específicas e correspondem apenas a


pagamentos de capital e juro do montante em dívida (SPPI – Solely Payments of Principal
and Interest).

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No reconhecimento inicial de um instrumento de capital que não seja detido para negociação, o
Banco pode irrevogavelmente designá-lo nesta categoria. Esta designação é efectuada numa base
casuística, investimento a investimento e está apenas disponível para os instrumentos financeiros
que cumpram a definição de instrumentos de capital prevista na IAS 32, não podendo ser utilizada
para os instrumentos financeiros cuja classificação como instrumento de capital na esfera do
emitente seja efectuada ao abrigo das excepções previstas nos parágrafos 16A a 16D da IAS 32.

Os activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral são registados inicialmente
pelo seu justo valor. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são
reflectidos em rubrica específica do capital próprio (“Reservas de activos financeiros ao justo valor
por OCI”) até à sua venda onde são reclassificados para resultados do período, com excepção dos
instrumentos de capital que são reclassificados para resultados transitados. Adicionalmente, estão
sujeitos, desde o seu reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade (apenas
instrumentos de dívida).

Os juros inerentes são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em
resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. Os rendimentos de títulos de rendimento
variável são reconhecidos na rubrica da demonstração dos resultados “Rendimentos de
instrumentos de capital” na data em que são atribuídos. De acordo com este critério, os dividendos
antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

O Banco elegeu a opção irrevogável de classificar as acções detidas em carteira ao justo valor
através de outro rendimento integral.

Activos financeiros ao justo valor através de resultados.

Todos os activos financeiros que não sejam mensurados, de acordo com métodos descritos
anteriormente são mensurados ao justo valor através de resultados.

Os instrumentos de dívida cujas características dos fluxos de caixa contratuais não cumprem com
o critério SPPI, e que de outra forma estariam mensurados ao custo amortizado ou ao justo valor
através de outro rendimento integral, são obrigatoriamente mensurados ao justo valor através de
resultados.

Esta categoria inclui também activos adquiridos com o objectivo de realização de ganhos a partir
de flutuações de curto prazo nos preços de mercado. Incluem-se também nesta categoria os
instrumentos financeiros derivados, excluindo aqueles que cumpram os requisitos de contabilidade
de cobertura. Por definição os instrumentos de capital próprio são também classificados ao justo
valor através de resultados, a não ser que as entidades optem pela classificação irrevogável ao
justo valor através de outro rendimento integral como referido anteriormente.

Adicionalmente, no reconhecimento inicial, o Banco pode designar irrevogavelmente um activo


financeiro, que de outra forma cumpre os requisitos para ser mensurado ao custo amortizado ou ao
justo valor através de outro rendimento integral, como ao justo valor através de resultados, se a
designação eliminar significativamente o mismatch contabilístico que de outra forma existiria (Fair
Value Option).

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Os activos financeiros classificados nesta categoria são reconhecidos inicialmente ao justo valor.
Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos na
demonstração dos resultados. Os juros são reflectidos nas respectivas rubricas de “Juros e
rendimentos similares”.

Justo valor (IFRS 13)

Conforme disposto na IFRS 13, os instrumentos financeiros ao justo valor estão mensurados de
acordo com os níveis de valorização descritos na nota 35.

Reclassificações

Os activos financeiros não são reclassificados após o seu reconhecimento inicial, excepto no
período após alteração do seu modelo de negócios para a gestão de activos financeiros realizada
pelo Banco. Os activos financeiros são reclassificados para outras categorias apenas se o modelo
de negócio utilizado na sua gestão for alterado. Neste caso, todos os activos financeiros afectados
são reclassificados. A reclassificação é aplicada prospectivamente a partir da data da
reclassificação, não sendo reexpressos quaisquer ganhos, perdas (incluindo relacionados com
imparidade) ou juros anteriormente reconhecidos. Não é permitida a reclassificação de
investimentos em instrumentos de capital mensurados ao justo valor através de outro rendimento
integral, nem de instrumentos financeiros designados ao justo valor através de resultados.

Classes de mensuração de passivos financeiros

A mensuração subsequente dos passivos financeiros é, regra geral, efectuada pelo custo
amortizado. Existem algumas excepções a esta base de mensuração, nomeadamente:

 Passivos financeiros que são detidos para negociação ou quando é aplicada a fair value
option – a mensuração subsequente consiste no justo valor por resultados.

 Garantias financeiras – a mensuração subsequente consiste no maior de entre as


correspondentes perdas de crédito esperadas e a quantia da comissão inicial recebida deduzida
dos montantes já reconhecidos como rédito de acordo com o disposto na IFRS 15.

Desta forma, os restantes passivos financeiros são mensurados subsequentemente pelo custo
amortizado.

Estes passivos financeiros incluem:


 Depósitos de clientes em kwanzas e em divisas: os depósitos dos clientes do Banco são
utilizados para emprestar dinheiro a empresas e a particulares, sendo a base do negócio de
intermediação financeira. Estes passivos não incluem qualquer derivado embutido e não são detidos
para negociação, pelo que são subsequentemente mensurados pelo custo amortizado.

 Recursos de outras instituições de crédito e de terceiros: tratam-se de financiamentos de


curto prazo que não incluem quaisquer derivados embutidos nem são detidos para negociação,
sendo, assim, subsequentemente mensurados pelo custo amortizado.

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Activos modificados

Os activos modificados são sujeitos a tratamento específico na data da modificação (inclui


reestruturações de créditos concedidos).

É inicialmente aferido se a modificação (essencialmente alteração de taxa da operação, períodos


de carência e haircuts) dá origem ao desreconhecimento do activo original e ao reconhecimento de
um novo activo financeiro. Existirá desreconhecimento quando, em substância, a modificação
resulta num activo financeiro distinto. Como expediente prático para decidir sobre este aspecto, o
Banco adopta, por aplicação supletiva, a “regra dos 10%”. Ou seja, em substância, a modificação
dá origem a um activo financeiro distinto quando a diferença entre o valor presente dos novos fluxos
de caixa contratuais do activo (tendo por base a taxa de juro efectiva original) e a sua quantia
escriturada exceder, em termos absolutos, 10% da quantia escriturada na altura.

Quando a modificação não resultar no desreconhecimento do activo, o montante correspondente à


diferença entre o referido valor presente e a quantia escriturada do activo modificado é registado de
imediato em resultados. A taxa de juro efectiva não é alterada na sequência destas modificações
sem desreconhecimento.

Activos financeiros adquiridos ou originados com imparidade (“POCI”)

Os activos financeiros adquiridos ou originados com imparidade de crédito são tratados de forma
diferente uma vez que se encontram em situação “impaired”. Para esses activos, o Banco aquando
do seu reconhecimento inicial em stage 3, regista o activo pelo valor líquido da perda esperada.

Na mensuração subsequente, é sempre calculada uma ECL com uma PD life-time e as suas
variações são registadas com contrapartida em resultados. Os juros associados são calculados
aplicando a taxa de juro efectiva ao valor líquido contabilístico do activo.

Desreconhecimento e write-offs

Um activo financeiro (ou parte) é desreconhecido quando os direitos a receber os seus fluxos de
caixa expiram. Haverá igualmente lugar ao desreconhecimento do activo financeiro quando o
mesmo for transferido e a transferência se qualificar para desreconhecimento.

Existe uma transferência de um activo financeiro quando o Banco transferiu os direitos contratuais
de receber os fluxos de caixa contratuais do mesmo ou quando reteve esses direitos, mas assumiu
uma obrigação de entregar a um terceiro, sem demora material, os fluxos de caixa recebidos
(condição pass-through).

Uma transferência qualifica-se para desreconhecimento se o Banco tiver transferido


substancialmente todos os riscos e benefícios associados à posse do activo, ou se o Banco não
transferiu nem reteve tais riscos e benefícios, mas transferiu o controlo sobre o activo.

É efectuado o write-off (abate) de um crédito concedido quando não exista expectativa razoável de
recuperação do mesmo (após consideração dos colaterais associados). O write-off de um crédito
(na totalidade ou em parte) implica a anulação do correspondente saldo do activo, assim como as
perdas por imparidade acumuladas. A diferença entre estes dois montantes é reconhecida em
resultados na data do abate.

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Um passivo financeiro é desreconhecido quando a responsabilidade associada é liquidada,
cancelada ou expira. Quando um passivo financeiro é substituído por outro passivo financeiro da
mesma contraparte com termos em condições substancialmente distintos ou os termos do passivo
financeiro são substancialmente modificados, o passivo financeiro original é desreconhecido e um
novo passivo financeiro é reconhecido.

A diferença entre a quantia escriturada do passivo financeiro original e a quantia do reconhecimento


inicial do novo passivo financeiro é reconhecida em resultados de imediato. Quando não é
claramente evidente a existência de uma substituição ou de uma modificação de passivos
financeiros em condições substancialmente distintas, o Banco adopta a “regra dos 10%”. Ou seja,
em substância, a modificação dá origem a um passivo financeiro distinto quando a diferença entre
o valor presente dos novos fluxos de caixa contratuais do passivo financeiro (tendo por base a taxa
de juro efectiva original) e a sua quantia escriturada exceder, em termos absolutos, 10% da quantia
escriturada na altura da substituição ou modificação.

Rendimentos de juros

Os rendimentos de juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa
de juro efectiva ou TJE) para todos os activos financeiros mensurados pelo custo amortizado e para
todos os activos financeiros mensurados a justo valor por outro rendimento integral que sejam
instrumentos de dívida. A TJE é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do
activo financeiro de modo que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia
escriturada líquida do activo na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração
custos de transacção (impostos, comissões, taxas, …), prémios e descontos associados ao activo.

Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos activos atrás referidos (que não
dão origem a desreconhecimento) por razões que não estejam relacionadas com o risco de crédito,
as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor presente (determinado usando a TJE) das
referidas alterações. Este efeito é reconhecido de imediato em resultados (juros e rendimentos
similares).

Os rendimentos de juros são determinados pela aplicação da TJE à quantia escriturada bruta (não
deduzida de perdas por imparidade acumuladas) dos activos financeiros que não apresentam
evidências objectivas de imparidade.

No caso dos activos financeiros adquiridos ou originados já em imparidade, os rendimentos de juros


são determinados pela aplicação, à quantia escriturada dos activos, da TJE ajustada ao risco de
crédito. A TJE ajustada ao risco de crédito é a taxa que, no reconhecimento inicial dos activos,
desconta os seus fluxos de caixa estimados (incluindo perdas de crédito) de modo que a soma dos
respectivos valores presentes corresponda à quantia paga pelos mesmos.

Gastos com juros

Os gastos com juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa de
juro efectiva ou TJE) para todos os passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado. A TJE
é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do passivo financeiro de modo
que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia escriturada líquida do passivo
na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração custos de transacção
(impostos, comissões, taxas, …), prémios e descontos associados ao passivo.

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Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos passivos atrás referidos (que
não dão origem a desreconhecimento), as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor
presente (determinado usando a TJE) das referidas alterações. Este efeito é reconhecido de
imediato em resultados (juros e encargos similares).

Imparidade de activos financeiros

As perdas por imparidade (perdas de crédito esperadas ou ECL) são mensuradas e reconhecidas
pelo Banco de acordo com o modelo de perdas de créditos esperadas previsto pela IFRS 9. Este
modelo abrange, na medida em que tal for aplicável, os seguintes activos financeiros:
 Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados ao custo amortizado;
 Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados a justo valor através de outro rendimento integral (instrumentos de dívida apenas);
 Contas a receber comerciais e activos de contractos reconhecidos de acordo com o disposto
na IFRS 15;
 Contas a receber de locações.
Em cada data de relato são mensuradas e reconhecidas ECL para todos os activos financeiros atrás
referidos.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que não registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 1), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer num horizonte temporal futuro de 12 meses. Para os activos financeiros que registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 2), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer durante toda a vida do instrumento.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que já se encontram
em incumprimento (em default) na data de relato (Stage 3), as perdas por imparidade consistem na
diferença entre a quantia escriturada do activo na data de relato e o valor presente dos fluxos de
caixa futuros estimados descontados à taxa de juro efectiva original do activo.
Considera-se que um activo está em default quando existem pagamentos contratuais em mora por
um período superior a 90 dias, quando se verificaram reestruturações por dificuldades financeiras
do devedor com incumprimento deste na data da reestruturação ou quando se verifica falência ou
liquidação do devedor, assim como outras evidências de que não é provável o cumprimento das
obrigações contratuais por parte do mesmo.
Em cada data de relato deve ser feita uma avaliação sobre se houve um aumento significativo do
risco de crédito desde o reconhecimento inicial do activo financeiro. Esta avaliação não é necessária
para instrumentos que têm um risco de crédito considerado baixo.
Considera-se que existe um aumento significativo do risco de crédito quando existem pagamentos
contratuais em mora por um período superior a 30 dias ou quando se observam outras evidências
de que o risco de crédito aumentou significativamente desde o reconhecimento inicial (conforme
disposto no Instrutivo do BNA nº 8/19, de 27 de Agosto).
Para além de informação histórica relevante, a avaliação das ECL deve também ter em
consideração informação que reflicta perspectivas futuras (forward looking information), desde que
a sua obtenção não implique um esforço ou custo excessivos.

69
A mensuração das ECL deve ter em consideração os seguintes aspectos:
 Uma avaliação não enviesada de vários desfechos possíveis (ponderados pelas respectivas
probabilidades de ocorrência); e
 O valor temporal do dinheiro; e
 Informação razoável e verificável sobre acontecimentos passados, condições presentes e
projecções sobre condições económicas futuras, disponível sem esforço ou custo
excessivos.
As ECL são reconhecidas através do reconhecimento de perdas por imparidade a abater à quantia
escriturada do activo correspondente e as variações na imparidade são registadas em resultados
do período (imparidade de activos financeiros).
O cálculo das ECL tem por base o exercício de staging. O exercício de staging consiste na atribuição
de um stage aos activos para efeitos de cálculo das perdas por imparidade, de acordo com os
seguintes critérios:
 Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial (ou
com baixo risco de crédito) – stage 1;
 Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial – stage
2;
 Activos em default (incluindo os adquiridos ou gerados com imparidade) – stage 3.
As ECL correspondem à diferença entre todos os fluxos de caixa contratuais em dívida ao Banco e
todos os fluxos de caixa que o Banco espera receber (ou seja, correspondem a uma insuficiência
esperada de fluxos de caixa), descontados à taxa de juro efectiva (TJE) original do activo ou, para
activos financeiros adquiridos ou originados em imparidade, à taxa de juro efectiva ajustada ao risco
de crédito. No caso de compromissos irrevogáveis assumidos, tais como, por exemplo, garantias
bancárias, são considerados os pagamentos que o Banco espera realizar deduzidos dos fluxos de
caixa que espera receber da contraparte.
O Banco estima os fluxos de caixa tendo em consideração o prazo contratual definido para as
operações.
Na determinação dos fluxos de caixa que o Banco espera receber, são considerados, quando
aplicável, os fluxos de caixa líquidos resultantes da execução de colaterais existentes.
Para os activos em stage 1 e stage 2, os fluxos de caixa que o Banco espera receber são
determinados tendo em consideração a probabilidade de a contraparte entrar em incumprimento
(PD), assim como a proporção da exposição (EAD) que será perdida na eventualidade de ocorrer
um incumprimento (LGD). No caso dos activos em stage 1, a PD apenas considera acontecimentos
de default que possam ocorrer nos 12 meses seguintes. No caso dos activos em stage 2, a PD
considera acontecimentos de default que possam ocorrer durante a maturidade remanescente.
As ECL (conforme metodologia atrás descrita) são apuradas para 3 cenários distintos (base,
favorável e adverso), sendo os valores obtidos ponderados pelas respectivas probabilidades de
ocorrência. As probabilidades de ocorrência são as seguintes (conforme disposto na Directiva do
BNA nº 13, de 27 de Dezembro de 2019):
 Cenário base – 70%
 Cenário favorável – 10%
 Cenário adverso – 20%

70
Os cenários são determinados tendo por base um índice de clima económico construído com base
nos seguintes indicadores macros económicos: crescimento do PIB, taxa de inflação, câmbio
Akz/USD, câmbio Akz/Eur e preço do barril de petróleo. Para o efeito, é considerado um histórico
de 5 anos.
São calculados os factores de risco PD e LGD para cada um dos cenários atrás descritos.
A análise de imparidade do crédito a clientes pode ser efectuada de forma individual ou de forma
colectiva. Uma exposição deve considerar-se elegível para análise individual quando for
individualmente significativa ou quando possua um outro critério de elegibilidade complementar,
conforme orientações do BNA.
A análise de imparidade é efectuada de forma individual quando, de acordo com o disposto no
Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA, uma exposição se encontre acima de pelo menos
um dos dois seguintes limiares de materialidade:
 A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,5% dos fundos próprios do Banco;
 A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,1% dos fundos próprios do Banco
e o cliente/grupo económico regista um aumento significativo do risco de crédito tal como definido
na Parte 2 do Anexo III do Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA.
Para o efeito são considerados os últimos fundos próprios contabilísticos anuais conhecidos pela
instituição e reportados, ou a reportar, ao supervisor.
Na análise colectiva, os factores de risco são determinados para grupos homogéneos de créditos
(macro segmentos), nomeadamente:
a) Colaboradores
b) Consumo
c) Empresas
d) Empresas Privadas
e) Empresas publicas
f) Habitação
g) Negócios
h) Outros
i) PME
j) Retalho
k) Salário
l) Estado

2.5 Outros activos tangíveis

Reconhecimento e mensuração

Os outros activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, à excepção dos


imóveis, deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade. O custo
inclui as despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

A rubrica de imóveis encontra-se mensurada pelo modelo de revalorização.

O valor de revalorização dos terrenos e edifícios é baseado em valores de mercado apurados


através de avaliações efectuadas por especialistas independentes. O Banco recorreu a um conjunto
de avaliadores registados na CMC.

71
Os aumentos ao valor contabilístico dos terrenos e edifícios em resultado de reavaliações são
debitados em activos fixos tangíveis. As reduções que possam ser compensadas por anteriores
reavaliações do mesmo activo são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as
restantes reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados. subsequentes. As
revalorizações são efectuadas com a regularidade necessária para assegurar que a quantia
escriturada não difere materialmente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data
do balanço.

O excedente de revalorização incluído no capital próprio é transferido para resultados transitados


quando o activo é usado. A quantia do excedente transferida resulta da diferença entre a
depreciação baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a depreciação baseada no
custo original do activo. As transferências do excedente de revalorização para resultados retidos
não são feitas através dos lucros ou prejuízos.

Custos subsequentes

Os custos subsequentes são reconhecidos como um activo separado apenas se for provável que
deles resultarão benefícios económicos para o Banco. As despesas com manutenção e reparação
são reconhecidas como custo à medida que são incorridas de acordo com o princípio da
especialização dos exercícios.

Depreciações

Os terrenos não são depreciados. O método utilizado pelo Banco para cálculo das depreciações é
o das quotas constantes, de acordo com os seguintes períodos de vida útil esperada:

Descrição Anos
Imóveis de uso próprio:
. Edifícios 2 a 50
. Obras 5

Equipamento:
. Mobiliário e material 6a9
. Máquinas e ferramentas 3a6
. Equipamento informático 5
. Instalações interiores 5a6
. Material de transporte 4
. Equipamento de segurança 10
. Outros equipamentos 3a7

Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, a IAS 36 (Imparidade de
activos), exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por
imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por
imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados.
O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu
valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros
que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

72
2.6 Activos intangíveis

Software

Os custos incorridos com a aquisição de software a entidades terceiras, são capitalizados, assim
como as despesas adicionais suportadas pelo Banco necessárias à sua implementação. Estes
custos são amortizados linearmente pelo período da vida útil estimado, a qual se situa normalmente
nos 3 anos.

2.7 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

Os investimentos em subsidiárias e associadas são contabilizados nas demonstrações financeiras


do Banco ao seu custo histórico deduzido de quaisquer perdas por imparidade.
Subsidiárias são entidades (incluindo fundos de investimento e veículos de securitização)
controladas pelo Banco. O Banco controla uma entidade quando está exposta, ou tenha direitos, à
variabilidade nos retornos provenientes do seu envolvimento com essa entidade e possa apoderar-
se dos mesmos através do poder que detém sobre as actividades relevantes dessa entidade
(controlo de facto).

As empresas associadas são entidades nas quais o Banco tem influência significativa, mas não
exerce controlo sobre a sua política financeira e operacional. Presume-se que o Banco exerce
influência significativa quando detém o poder de exercer mais de 20% dos direitos de voto da
associada. Caso o Banco detenha, directa ou indirectamente, menos de 20% dos direitos de voto,
presume-se que o Banco não possui influência significativa, excepto quando essa influência possa
ser claramente demonstrada.

A existência de influência significativa por parte do Banco é normalmente demonstrada por uma ou
mais das seguintes formas:

o representação no Conselho de Administração ou órgão de direcção equivalente;


o participação em processos de definição de políticas, incluindo a participação em decisões sobre
dividendos ou outras distribuições;
o transacções materiais entre o Banco e a participada;
o intercâmbio de pessoal de gestão; e
o fornecimento de informação técnica essencial.

Imparidade

O valor recuperável dos investimentos em subsidiárias e associadas é avaliado sempre que existam
sinais de evidência de imparidade. As perdas de imparidade são apuradas tendo por base a
diferença entre o valor recuperável dos investimentos em subsidiárias ou associadas e o seu valor
contabilístico. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de
resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso se verifique uma redução do

montante da perda estimada, num período posterior. O valor recuperável é determinado com base
no maior entre o valor em uso dos activos e o justo valor deduzido dos custos de venda, sendo
calculado com recurso a metodologias de avaliação, suportadas em técnicas de fluxos de caixa
descontados, considerando as condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio.

73
2.8 Locações

IFRS 16

No início de um contracto o Banco avalia se o mesmo é, ou contém, uma locação. É uma locação
um contracto ou parte de um contracto que transmite o direito de usar um activo (o activo
subjacente) durante um certo período, em troca de uma retribuição.

Para avaliar se um contracto transmite o direito de controlar o uso de um activo identificado, o Banco
avalia, se:

- O contracto envolve o uso de um activo identificado – o activo poderá ser especificado de forma
explícita ou implícita e deve ser fisicamente distinto ou representar substancialmente toda a
capacidade de um activo fisicamente não distinto. Mesmo que um activo seja especificado, o Banco
não tem o direito de usar um activo identificado se o fornecedor tiver o direito substantivo de
substituir esse activo durante o período de utilização;
- O Banco tem o direito de obter substancialmente todos os benefícios económicos do uso do
activo identificado, durante todo o período de utilização; e

- O Banco tem o direito de orientar o uso do activo identificado. O Banco tem este direito quando
tem os direitos de tomada de decisão mais relevantes para alterar o modo e a finalidade com que o
activo é usado durante todo o período de utilização. Nos casos em que a decisão sobre como e
para que finalidade o activo é utilizado é predeterminada, o Banco tem o direito de orientar o uso
do activo se:

- O Banco tem o direito de explorar o activo (ou de mandar outros explorar o activo da forma que
ele determinar) durante todo o período de utilização, sem que o fornecedor tenha o direito de alterar
essas instruções de exploração; ou

- O Banco concebeu o activo (ou aspectos específicos do activo) de uma forma que determine
previamente o modo e a finalidade com que o activo será usado durante todo o período de utilização.

No início ou na reavaliação de um contracto que contenha um componente da locação, o Banco


imputa a retribuição no contracto a cada componente da locação com base nos seus preços
individuais.

i. Como locatário

O Banco reconhece um activo sob direito de uso e um passivo da locação na data de início da
locação. O activo sob direito de uso é mensurado inicialmente ao custo, o qual inclui o valor inicial
do passivo da locação ajustado de todos os pagamentos antecipados da locação em ou antes da
data de início (deduzidos os incentivos à locação recebidos), adicionado de quaisquer custos
directos iniciais incorridos e da estimativa dos custos para desmantelamento e remoção do activo
subjacente ou para restaurar o activo subjacente ou as instalações na qual está localizado.

Subsequentemente, o activo sob direito de uso é depreciado utilizando o método linear desde a
data de início até ao fim da vida útil do activo sob direito de uso ou ao fim do prazo da locação,
consoante o que terminar primeiro. A vida útil estimada dos activos sob direito de uso é determinada
seguindo os mesmos princípios dos Activos Tangíveis. Adicionalmente, o activo sob direito de uso
é periodicamente deduzido das perdas por imparidade, se existirem, e ajustado por determinadas
remensurações do passivo da locação.

74
O passivo da locação é mensurado inicialmente pelo valor presente dos pagamentos da locação
que não tenham sido efectuados nessa data, descontados segundo a taxa de juro implícita na
locação, se essa taxa poder ser facilmente determinada. Se a taxa não poder ser facilmente
determinada, deve ser utilizada a taxa incremental de financiamento do Banco. A taxa incremental
de financiamento é uma taxa de desconto que o Banco obteria para conseguir, com a mesma
maturidade e garantia semelhante, os fundos necessários para a aquisição do activo subjacente.
Por norma, o Banco utiliza como taxa de desconto a sua taxa incremental de financiamento.

Os pagamentos de locação incluídos na mensuração do passivo da locação compreendem os


seguintes pagamentos pelo direito de usar o activo subjacente durante o prazo de locação que não
tenham sido efectuados nessa data:

 pagamentos fixos (incluindo pagamentos fixos em substância), menos os incentivos à


locação;

 pagamentos variáveis que dependam de um índice ou uma taxa, inicialmente mensurados


utilizando a taxa ou o índice existente à data de início;

 montantes que se espera que venham a ser pagos a título de garantias de valor residual;

 o preço do exercício de uma opção de compra, se o Banco estiver razoavelmente certo de


exercer essa opção; e

 pagamentos de sanções por rescisão da locação, se o prazo da locação reflectir o exercício


de uma opção de rescisão da locação pelo Banco.

O passivo da locação é mensurado ao custo amortizado usando o método da taxa de juro efectiva.
É remensurado quando existe uma alteração aos pagamentos futuros da locação decorrentes de
uma alteração num índice ou taxa, quando ocorre uma alteração na estimativa do Banco do
montante que se espera pagar ao abrigo de uma garantia de valor residual, ou sempre que o Banco
altera a sua avaliação sobre a expectativa de exercer ou não uma opção de compra, prorrogação
ou rescisão.

Sempre que o passivo da locação é remensurado, o Banco reconhece o montante da remensuração


do passivo da locação como um ajustamento ao activo sob direito de uso. No entanto, caso a quantia
escriturada do activo sob direito de uso se encontre reduzida a zero e houver uma outra redução
na mensuração do passivo da locação, o Banco reconhece essa redução na demonstração de
resultados.

O Banco apresenta os activos sob direito de uso que não correspondem à definição de propriedade
de investimento em “Outros Activos Tangíveis” e os passivos da locação em “Outros Passivos” na
demonstração da posição financeira.

Locações de curto prazo e locações de activos de baixo valor.

A norma permite que um locatário não reconheça os activos sob direito de uso e os passivos da
locação de curto prazo que têm um prazo de locação de 12 meses ou inferior e locações de activos
de baixo valor, sendo os pagamentos associados a estas locações reconhecidos como despesa
pelo método linear durante a vigência do contracto.

O Banco aplicou a isenção definida pela IFRS 16 para o reconhecimento dos activos sob direito de
uso e passivos da locação para locações de curta duração, cujo prazo de locação seja igual ou

75
inferior a 12 meses. Deste modo, o Banco reconhece as despesas associadas a estes contractos
directamente em “Fornecimentos e Serviços de Terceiros” na Demonstração de Resultados.

ii. Como locador

Quando o Banco actua como locador, no início da locação determina se a mesma deve ser
classificada como uma locação operacional ou uma locação financeira.

Para classificar cada locação, o Banco efectua uma avaliação global sobre se a locação transfere
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do activo subjacente. No
caso de a locação transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade
do activo subjacente, a mesma é classificada como locação financeira, caso contrário, como locação
operacional. Como parte desta avaliação, o Banco considera alguns indicadores tais como se a
locação é realizada para a maior parte da vida económica do activo.

Quando o Banco é um locador intermediário, este contabiliza os seus interesses na locação principal
e na sublocação separadamente. A classificação da sublocação é efectuada por referência ao activo
sob direito de uso decorrente da locação original, e não por referência ao activo subjacente. No
caso da locação original ser um contracto de locação de curto prazo à qual o Banco aplica a isenção
de reconhecimento descrita anteriormente, o Banco classifica a sublocação como uma locação
operacional.

Se um contracto contém componentes de locação e de não locação, o Banco aplicará a IFRS 15


para imputar a retribuição prevista no contracto.

2.9 Impostos

Os rendimentos obtidos pelo Banco de Comércio e Indústria (“BCI”), no âmbito do exercício normal
da sua actividade, estão sujeitos a diversos impostos, de acordo com a sua natureza.

Deste modo, o Banco é tributado pela totalidade dos lucros obtidos quer no país, quer no estrangeiro
e o seu lucro tributável corresponde à diferença entre todos os proveitos ou ganhos realizados e os
custos ou perdas imputáveis ao exercício em apreço, eventualmente corrigidos nos termos do
Código do Imposto Industrial.

O Banco encontra-se sujeito a tributação em sede do Imposto Industrial, nos termos do Regime
Geral de Tributação. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos do novo Código do
Imposto Industrial (i.e., Lei n.º 26/20, de 20 de Julho, a qual introduziu alterações significativas ao
Código do Imposto Industrial, aprovado pela Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro). Neste contexto, o BCI
encontra-se sujeito à taxa aplicável de 35%, de acordo com o artigo 64.º, n.º 3 do Código do Imposto
Industrial.

Os proveitos dos títulos da dívida pública, resultantes de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do


Tesouro emitidos pelo Estado Angolano, cuja emissão se encontra regulamentada pela Lei-Quadro
da Dívida Pública Directa (Lei n.º 16/02, de 5 de Dezembro) e pelos Decretos Regulamentares
números 51/03 e 52/03, de 8 de Julho, bem assim como os restantes rendimentos obtidos pelo
Banco sujeitos a tributação em sede de IAC, gozam de isenção ou não sujeição em sede do Imposto
Industrial, de acordo com o previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 47.º do Código do Imposto
Industrial, onde é referido expressamente que para a determinação da matéria tributável deduzir-
se-ão do lucro líquido apurado nos termos dos artigos anteriores os proveitos ou ganhos sujeitos a
IAC.

76
Os rendimentos de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do Tesouro, emitidos pelo Estado
Angolano após 1 de Janeiro de 2013 encontram-se sujeitos ao IAC, à taxa de 10% (5% no caso de
títulos de dívida admitidos à negociação em mercado regulamentado e que apresentem uma
maturidade igual ou superior a três anos) e, bem assim, a Imposto Industrial, no caso das mais ou
menos-valias obtidas (incluindo eventuais reavaliações cambiais sobre a componente do capital).

Ademais, a referida Lei, consagrou, entre outras alterações, a elegibilidade das variações cambiais
realizadas favoráveis e desfavoráveis como proveitos e custos fiscalmente aceites,
respectivamente. No mesmo sentido, passaram a não ser aceites como custo as
provisões/imparidades constituídas sobre crédito com garantia, salvo na parte não coberta.

As declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante
um período de 5 anos, das quais poderão resultar eventuais correcções ao lucro tributável dos
exercícios de 2017 a 2022.

O registo dos impactos fiscais das transacções realizadas pelo Banco corresponde ao entendimento
da gestão sobre o tratamento fiscal aplicável à luz da legislação emitida. Nas situações em que haja
lugar a interpretação e tal venha a ser questionado pela Administração Fiscal, a gestão procede à
sua reanálise, avaliando a probabilidade (superior ou inferior ao 50%) de o tratamento fiscal
adoptado ser aceite e, consequentemente, determina qual o valor mais provável ou o valor esperado
de activos ou passivos por imposto, a registar.

Imposto corrente

O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável do exercício, o qual difere do resultado
contabilístico devido a ajustamentos resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos
fiscais ou que apenas serão considerados em outros períodos contabilísticos.

Adicionalmente, o Imposto Industrial é objecto de liquidação provisória numa única prestação a ser
efectuada até ao final do mês de Agosto, apurada através da aplicação de uma taxa de 2% sobre o
resultado derivado das operações de intermediação financeira, apurados nos primeiros seis meses
do exercício fiscal anterior, excluídos os proveitos sujeitos a imposto sobre aplicação de capitais,
independentemente da existência de matéria colectável no exercício.

Sem prejuízo do que antecede, os contribuintes que apurem prejuízo no exercício imediatamente
anterior encontram-se dispensados de efectuar a entrega da liquidação provisória.

Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício podem ser deduzidos aos lucros tributáveis
de um ou mais, dos cinco anos posteriores.

O Imposto sobre Aplicação de Capitais (“IAC”) incide, genericamente, sobre os rendimentos


provenientes de aplicações financeiras do próprio Banco, nomeadamente rendimentos de
aplicações, juros de títulos de dívida e, de forma genérica, quaisquer outros rendimentos derivados
da simples aplicação de capitais.

Imposto diferido

Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar/pagar em períodos futuros


resultantes de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos
e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável.

77
Os impostos diferidos activos e passivos são calculados com base nas taxas fiscais em vigor para
o período em que se prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo. Os prejuízos fiscais
reportáveis dão também origem a impostos diferidos activos.

Os passivos fiscais diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto os activos fiscais diferidos só são reconhecidos até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes
diferenças tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são
registados activos fiscais diferidos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionável
devido a outras situações, incluindo questões de interpretação da legislação fiscal em vigor.

Apesar disto, não são registados activos ou passivos fiscais diferidos relativos a diferenças
temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não
afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável.

O Banco procede, conforme estabelecido na IAS 12 – Imposto sobre o Rendimento, parágrafo 74,
à compensação dos activos e passivos por impostos diferidos sempre que: (i) tenha o direito
legalmente executável de compensar activos por impostos correntes e passivos por impostos
correntes; e (ii) os activos e passivos por impostos diferidos se relacionarem com impostos sobre o
rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre a mesma entidade tributável ou diferentes
entidades tributáveis que pretendam liquidar passivos e activos por impostos correntes numa base
líquida, ou realizar os activos e liquidar os passivos simultaneamente, em cada período futuro em
que os passivos ou activos por impostos diferidos se esperem que sejam liquidados ou recuperados.

Imposto sobre a Aplicação de Capitais (“IAC”)

O IAC incide, genericamente, sobre os rendimentos provenientes das aplicações financeiras do


Banco. A taxa varia entre 5% (no caso de juros, prémios de amortização ou reembolso e outras
formas de remuneração de títulos de dívida pública, obrigações, títulos de participação ou outros
títulos análogos emitidos por qualquer sociedade, que se encontrem admitidos à negociação em
mercado regulamentado e a sua emissão apresente uma maturidade igual ou superior a três anos)
e 15%.

Sem prejuízo do exposto, no que diz respeito aos rendimentos de títulos de dívida pública, segundo
o último entendimento das Autoridades Fiscais dirigido à ABANC (carta com a referência
196/DGC/AGT/2016, de 17 de Maio de 2016), apenas os que decorrerem de títulos emitidos em
data igual ou posterior a 1 de Janeiro de 2013 se encontram sujeitos a este imposto.

Ademais, cumpre ainda referir que, segundo a posição das Autoridades Fiscais, as reavaliações
cambiais de títulos de dívida pública emitidos em moeda nacional, mas indexados a moeda
estrangeira, emitidos desde 1 de Janeiro de 2013, deverão ser sujeitas a Imposto Industrial até que
o Banco Nacional de Angola se encontre em condições de efectuar a devida retenção na fonte em
sede de IAC.

Imposto sobre a Aplicação de Capitais - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14,
de 20 de Outubro, o Banco procede a retenção na fonte de IAC, à taxa de 10%, sobre os juros de
depósitos a prazo pagos a clientes.

78
Imposto sobre o Valor Acrescentado (“IVA”)

A Lei n.º 7/19 introduziu o IVA em Angola, que se encontra em vigor desde o dia 1 de Outubro de
2019, revogando o Regulamento do Imposto de Consumo (“IC”) e introduzindo relevantes
alterações ao Código do Imposto de Selo (“IS”).

Nos termos do Código do IVA aprovado pela referida Lei n.º 7/19, e, bem assim, das alterações
introduzidas pela Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto, estão sujeitas a este imposto: (i) as transmissões
de bens e prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso por um sujeito
passivo, agindo nessa qualidade; e (ii) as importações de bens.

Não obstante, o Código do IVA prevê isenções para determinadas operações, incluindo a isenção
aplicada às operações de intermediação financeira, incluindo as descritas no Anexo III a este
Código, excepto as que dão lugar ao pagamento de uma taxa, ou contraprestação, específica e
predeterminada, pela sua realização. Esta isenção não confere direito à dedução do IVA incorrido
pelo sujeito passivo nas aquisições de bens e serviços conexas com operações isentas.

Importa assinalar que a taxa normal de IVA vigente no território Angolano, aplicável às operações
sujeitas a IVA e dele não isentas é de 14%.

Adicionalmente, e em conformidade com o n.º 2 do artigo 21.º do Código do IVA, os bancos


comerciais devem cativar 50% do imposto contido na factura ou documento equivalente emitido
pelo sujeito passivo aquando da transmissão de bens ou prestação de serviços (excepto nas
transmissões de bens ou prestações de serviços elencadas como excluídas deste regime de
cativação). Neste âmbito, a cativação do imposto em apreço deverá ser concretizada na declaração
periódica de IVA referente ao mês em que este imposto se torna exigível nos termos estabelecidos
no n.º 3 do artigo 21.º do Código do IVA (i.e., no momento da recepção da respectiva factura ou
documento equivalente por parte das entidades sujeitas ao Regime do IVA cativo).

Não obstante, o Instrutivo n.º 000003/DNP/DSIVA/AGT/2020, emitido pelas autoridades fiscais


Angolanas, veio esclarecer que beneficiam de dispensa de cativação as transmissões de bens a
quaisquer entidades cativadoras cujo pagamento seja feito por débito em conta, à excepção do
Estado. São exemplos destas situações as transmissões de bens no âmbito de operações bancárias
e financeiras em que as instituições efectuam o débito em conta do cliente, designadamente: (i) a
transmissão de bens objecto de contractos de locação financeira, ao respectivo locatário, aquando
do exercício da opção de compra estipulada, bem como (ii) a venda de terminais de pagamento
automático (TPA) no âmbito da disponibilização pelas instituições aos seus clientes aos seus
clientes de serviços de aceitação de cartões de pagamento.

O Código do IVA, nos termos do n.º 1 do artigo 10.º, estabelece que, para efeitos deste imposto, e
em regra geral, a prestação de serviços ocorre no território nacional quando nele o adquirente
possui domicílio, sede ou estabelecimento estável para o qual os serviços são adquiridos. Neste
contexto, o n.º 2 do artigo 29.º do Código do IVA, conjugado com a alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º
deste mesmo compêndio tributário, prevê o mecanismo de inversão do sujeito passivo, através do
qual “sempre que o adquirente seja um sujeito passivo, o imposto é devido por esse mesmo
adquirente, relativamente a prestações de serviços localizadas no território nacional, nos termos do
artigo 10.º, quando o prestador de serviços seja um sujeito passivo não residente e não disponha
de um estabelecimento estável em território nacional” – i.e. o adquirente, sujeito passivo de IVA em

79
Angola, deverá (auto)liquidar o IVA angolano devido nas prestações de serviços localizadas em
Angola, quando as mesmas sejam prestadas por fornecedores não residentes.

Ademais, considerando que o Banco é um sujeito passivo que realiza conjuntamente operações
que conferem direito dedução (i.e., operações tributadas em IVA) e operações que não conferem

direito à dedução (i.e., operações isentas deste imposto nos termos acima referidos), o IVA incorrido
pelo Banco nas suas aquisições de bens e serviços apenas é parcialmente dedutível através do
método do pro rata.

Não obstante, o Banco, enquanto sujeito passivo abrangido pelo regime geral de IVA, pode, nos
termos do n.º 2 do artigo 27.º do Código do IVA, adoptar o método da afectação real relativamente
ao IVA incorrido nos bens destinados a venda.

Este método de dedução consiste na possibilidade de deduzir a totalidade do imposto suportado na


aquisição de bens das operações que conferem direito à dedução, porém exclui a possibilidade de
dedução do imposto suportado nas operações que não conferem esse direito, nos termos dos
artigos 22.º e 24.º do Código do IVA. Os bens cujo imposto pode ser deduzido segundo o método
de afectação real estão sujeitos a prévia autorização por parte da Administração Geral Tributária.
Adicionalmente, o Instrutivo n.º 000003/DNP/DSIVA/AGT/2020, referido infra, veio estabelecer que
as instituições financeiras podem adoptar o método de afectação real para deduzir o IVA suportado
relativamente à aquisição de bens e serviços “exclusivamente utilizados” para a realização de:

I. Operações de locação financeira;

II. Operações financeiras realizadas por instituições sem sede ou estabelecimento estável em
território nacional ("bancos correspondentes”) para as instituições angolanas;

III. Operações abrangidas pelo disposto no n.º 3 do artigo 6.º do Código do IVA, nomeadamente,
refacturação de bens e/ou serviços adquiridos pelas instituições em nome próprio, mas por conta
de terceiras entidades, a quem os respectivos bens e/ou serviços sejam refacturados, com vista a
obter o receptivo reembolso (redébitos de custos).

Para efeitos de dedução do IVA segundo o mencionado método, as instituições financeiras devem
elaborar um oficio dirigido à Direcção dos Serviços do IVA, a solicitar a alteração da declaração de
início de actividade, bem como o respectivo cumprimento das obrigações previstas no Código do
IVA quanto ao registo contabilístico das operações, de forma a permitir o controlo das operações
cujo imposto suportado foi deduzido segundo o método de afectação real.

Adicionalmente, o Banco está ainda obrigado a cumprir com regras em matéria de facturação nos
termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (“RJFDE”), em vigor desde
Abril de 2019. Neste âmbito, os agentes económicos com volume de negócios igual ou superior a
Kwanzas equivalentes a USD 250 mil devem emitir as facturas ou documentos equivalentes através
de um sistema de facturação certificado.

As Leis de Orçamento Geral do Estado para os exercícios económicos de 2021 e de 2022 prevêem
ainda que, sobre os recebimentos obtidos nos terminais de pagamento automático, relativos às
transmissões de bens e prestações de serviços efectuados pelos sujeitos passivos, é retido a taxa
de 2,5% a título de Imposto sobre o Valor Acrescentado.

80
Imposto do Selo - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro,
recai sobre o Banco a responsabilidade de liquidação e entrega do Imposto do Selo devido pelos
seus clientes na generalidade das operações bancárias (v.g., financiamentos, cobrança de juros de
financiamentos, comissões por serviços financeiros), procedendo o Banco à liquidação do imposto,
às taxas previstas na Tabela do Imposto do Selo.

Imposto Industrial - De acordo com o previsto no artigo 67.º do Código do Imposto Industrial, as
prestações de serviços por entidades com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em

Angola, estão sujeitas a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%. Quando se trate de
serviços prestados por entidades não-residentes, a taxa de retenção na fonte é de 15%.

Imposto Predial - De acordo com o previsto na Lei n.º 20/20, publicada a 9 de Julho, a qual aprovou
o novo Código do Imposto Predial e revogou o anterior, o Banco procede à retenção na fonte do
Imposto Predial devido, à taxa de 15% sobre o pagamento ou entrega de rendas relativas a imóveis
arrendados, com excepção dos terrenos para construção, em que será devido Imposto Predial à
taxa de 0,6% sobre o valor patrimonial.

Será devido Imposto Predial sobre imóveis não-arrendados de acordo com os seguintes intervalos:

 Taxa de 0,1% sobre o valor patrimonial, aplicável a imóveis com valor patrimonial inferior a Kz
5 000 000;

 Valor fixo de Kz 5.000 para imóveis com valor patrimonial superior a Kz 5 000 000 e inferior a Kz
6 000 000;

 Taxa de 0,5% sobre o valor patrimonial excedente a Kz 5 000 000, aplicável a imóveis com valor
patrimonial superior a AKZ 6 000 000.

Na transmissão gratuita ou onerosa o valor tributável corresponde ao valor patrimonial constante


da matriz, à data da transmissão, ao valor determinado por avaliação, no caso de prédio omisso,
ou o valor declarado, consoante o que for maior. A transmissão de bens imóveis é sujeita a Imposto
Predial à taxa de 2%, cujo encargo e responsabilidade pela liquidação deverá recair sobre o Banco
sempre que actue como adquirente.

2.10 Benefícios a colaboradores

Os benefícios de curto prazo a empregados são registados como custo assim que o serviço
associado tiver sido prestado. É reconhecido um passivo pelo montante expectável a ser liquidado,
quando o Banco tem uma obrigação presente, legal, de pagar este montante como resultado de um
serviço prestado no passado pelo colaborador e essa obrigação possa ser fiavelmente estimada.

Responsabilidades com pensões de reforma

Em 15 de Março de 2010, o Banco celebrou um protocolo com o Banco Nacional de Angola com
vista à assunção de encargos com pensões de reforma complementares ao Sistema de Segurança
Social de Angola para os colaboradores do Banco provenientes daquela instituição. Estes encargos
são pagos através de uma renda vitalícia mensal a partir do momento em que os colaboradores se
reformam sendo assumidos de forma partilhada e proporcional ao tempo de serviço prestado pelos
colaboradores em cada uma das instituições.

81
As responsabilidades do banco com pensões de reforma são calculadas, com base no Método da
Unidade de Crédito Projectada. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base
nas taxas de mercado associadas a emissões de obrigações do Estado Angolano.

O juro líquido com o plano de pensões foi calculado pelo Banco multiplicando a responsabilidade
com pensões de reforma pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das
responsabilidades com pensões de reforma atrás referida. Nessa base, o juro líquido foi apurado
através do custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de reforma, ambos
mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.

Os ganhos e perdas de remensuração, nomeadamente (i) os ganhos e perdas actuariais,


resultantes das diferenças entre os pressupostos actuariais utilizados e os valores efectivamente
verificados (ganhos e perdas de experiência) e das alterações de pressupostos actuariais, são
reconhecidos por contrapartida de capital próprio na rubrica de Outras Reservas e Resultados
Transitados - Resultados Transitados e RPBD.

O Banco reconhece na sua demonstração de resultados um valor total que inclui (i) o custo do
serviço corrente, (ii) o juro líquido de juros com o plano de pensões.

Estimativa para férias e subsídio de férias

A Lei Geral do Trabalho, em vigor em 31 de Dezembro de 2021, determina que o montante de


subsídio de férias pagável aos trabalhadores em determinado exercício é um direito por eles
adquirido no ano imediatamente anterior. Consequentemente, o Banco releva contabilisticamente
no exercício os valores relativos a férias e subsídio de férias pagáveis no ano seguinte (ver nota
31).

2.11 Provisões e passivos contingentes

São reconhecidas provisões quando:

 O Banco tem uma obrigação presente (legal ou decorrente de práticas passadas ou políticas
publicadas que impliquem o reconhecimento de certas responsabilidades);
 Seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido;
 Quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

A mensuração das provisões tem em conta os princípios definidos na IAS 37 (Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes) no que respeita à melhor estimativa do custo expectável, ao
resultado mais provável das acções em curso e tendo em conta os riscos e incertezas inerentes
ao processo.

As provisões são revistas no final de cada data de reporte e ajustadas para reflectir a melhor
estimativa, sendo revertidas por contrapartida de resultados na proporção dos pagamentos que não
sejam prováveis.

As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para as obrigações para as quais foram
inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixem de se observar.

82
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os
passivos contingentes são sempre objecto de divulgação, excepto nos casos em que a possibilidade
da sua concretização seja remota.

2.12 Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões

Os rendimentos resultantes de serviços e comissões são reconhecidos de acordo com os seguintes


critérios:

- Quando são obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados
é efectuado no período a que respeitam de acordo com a IFRS 15;
- Quando resultam de uma prestação de serviços, o seu reconhecimento é efectuado quando o
referido serviço está concluído de acordo com a IFRS 15;
- Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os
proveitos resultantes de serviços e comissões são registados na margem financeira, diluídos ao
longo da maturidade do instrumento financeiro de acordo com a IFRS 9.

2.13 Resultados em operações financeiras

Os resultados em operações financeiras incluem os ganhos e perdas gerados por activos e passivos
financeiros ao justo valor através de resultados, nomeadamente das carteiras de negociação e de
outros activos e passivos ao justo valor através de resultados, incluindo dividendos associados a
estas carteiras.

Estes resultados incluem igualmente as valias nas vendas de activos financeiros ao justo valor por
outro rendimento integral e de activos financeiros ao custo amortizado.

2.14 Caixa e seus equivalentes

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores
registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se
incluem a caixa, as disponibilidades em bancos centrais e as disponibilidades em outras instituições
de crédito.

2.15 Garantias financeiras e compromissos

As garantias financeiras são contractos que obrigam o Banco a efectuar pagamentos específicos
de forma a reembolsar o detentor da garantia por uma perda incorrida em virtude de um devedor
falhar o cumprimento de um pagamento.

Os compromissos são compromissos firmes (irrevogáveis) e têm o objectivo de fornecer crédito ao


abrigo de condições pré-determinadas.

Os passivos que decorrem de garantias financeiras ou compromissos dados para fornecer um


empréstimo a uma taxa de juro abaixo do valor de mercado são inicialmente reconhecidos ao justo
valor, sendo o justo valor inicial amortizado durante o período de vida útil da garantia ou
compromisso. Subsequentemente o passivo é registado ao mais alto entre o valor amortizado e o
valor presente de qualquer pagamento expectável para liquidar.

83
2.16 Activos não correntes detidos para venda

Os activos não correntes, grupos de activos não correntes detidos para venda (grupos de activos
em conjunto com os respectivos passivos, que incluem pelo menos um activo não corrente) e
operações descontinuadas são classificados como detidos para venda quando existe a intenção de
alienar os referidos activos e passivos e os activos ou grupos de activos estão disponíveis para
venda imediata e a sua venda é muito provável.
O Banco também classifica como activos não correntes detidos para venda os activos não correntes
ou grupos de activos adquiridos apenas com o objectivo de venda posterior, que estão disponíveis
para venda imediata e cuja venda é muito provável.
Imediatamente antes da sua classificação como activos não correntes detidos para venda, a
mensuração de todos os activos não correntes e todos os activos e passivos incluídos num grupo
de activos para venda é efectuada de acordo com as IFRS aplicáveis. Após a sua reclassificação,
estes activos ou grupos de activos são mensurados ao menor entre o seu custo e o seu justo valor
deduzido dos custos de venda.
O Banco classifica igualmente em activos não correntes detidos para venda os imóveis detidos por
recuperação de crédito, que se encontram mensurados inicialmente pelo menor entre o seu justo
valor líquido de custos de venda e o valor contabilístico do crédito existente na data em que foi
efectuada a dação ou arrematação judicial do bem.
As avaliações destes imóveis são efectuadas de acordo com uma das seguintes metodologias,
aplicadas de acordo com a situação específica do bem:
i. Método Comparativo
O Método de Mercado tem por referência valores de transacção de imóveis semelhantes e
comparáveis ao imóvel objecto de estudo obtido através de prospecção de mercado realizada na
zona.
ii. Método do Rendimento
Este método tem por finalidade estimar o valor do imóvel a partir da capitalização da sua renda
líquida, actualizado para o momento presente, através do método dos fluxos de caixa descontados.

iii. Método do Custo


O Método de Custo tem por finalidade reflectir o montante que seria exigido correntemente para
substituir o activo nas actuais condições, decompondo o valor da propriedade nas suas
componentes fundamentais: Valor do Solo Urbano e o Valor da Urbanidade; Valor da Construção;
e Valor de Custos Indirectos.
As avaliações realizadas são conduzidas por peritos avaliadores independentes. Os relatórios de
avaliação são analisados internamente, para aferição da adequação de pressupostos, comparando
os valores de venda históricos com os valores reavaliados dos imóveis, a fim de se manterem
actualizados os parâmetros e processos de avaliação à evolução do mercado.
Adicionalmente, uma vez que se tratam de activos cujo nível de justo valor da hierarquia da IFRS
13 corresponde maioritariamente ao nível 3, dada a subjectividade de alguns pressupostos
utilizados nas avaliações e o facto de existirem indicações externas com valores alternativos, o
Banco procede a análises internas sobre os pressupostos utilizados o que poderá implicar
ajustamentos adicionais ao seu justo valor.

84
3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de


Administração do Banco efectue julgamentos e faça as estimativas necessárias para decidir qual o
tratamento contabilístico mais adequado.

As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios


contabilísticos pelo Banco são apresentadas nesta Nota, tendo como objectivo melhorar o
entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados pelo Banco e a sua
divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Banco é
apresentada na nota 2 às demonstrações financeiras.

Considerando que, em muitas situações, existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado


pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Banco poderiam ser diferentes caso
um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas
efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira
e apropriada a posição financeira do Banco e o resultado das suas operações em todos os aspectos
materialmente relevantes.

3.1 Perdas por imparidade para activos financeiros ao custo amortizado

Os julgamentos críticos com maior impacto nos montantes reconhecidos de imparidade dos activos
financeiros contabilizados pelo custo amortizado são os seguintes:

a) Aumento significativo do risco de crédito: As perdas por imparidade correspondem às perdas


esperadas em caso de default num horizonte temporal de 12 meses, para os activos em estágio 1,
e às perdas esperadas considerando a probabilidade de ocorrência de um evento de default em
algum momento até à data de maturidade do instrumento financeiro, para os activos em estágio 2
e 3. Um activo é classificado em estágio 2 sempre que se verifique um aumento significativo no
respectivo risco de crédito desde o seu reconhecimento inicial. Na avaliação da existência de um
aumento significativo do risco de crédito, o Banco tem em consideração informação qualitativa e
quantitativa, razoável e sustentável

b) Definição de grupos de activos com características de risco de crédito comuns: quando as perdas
de crédito esperadas são mensuradas numa base colectiva, os instrumentos financeiros são
agrupados com base em características de risco comuns. O Banco monitoriza a adequação das
características de risco de crédito numa base regular para avaliar se mantém a sua similaridade.
Este procedimento é necessário para assegurar que, no caso de se verificar uma alteração das
características de risco de crédito, a segmentação dos activos é revista. Esta revisão pode resultar
na criação de novos portfólios ou na transferência dos activos para portfólios já existentes, que
reflictam melhor as suas características de risco de crédito.

O cálculo de imparidade colectiva considera diversos cenários com uma ponderação específica,
com base na metodologia interna definida sobre cenarização definição de múltiplas perspectivas de
evolução macroeconómica, com probabilidade de ocorrência relevante.

85
c) Probabilidade de incumprimento: A probabilidade de incumprimento representa um factor
determinante na mensuração das perdas de crédito esperadas. A probabilidade de incumprimento
corresponde a uma estimativa da probabilidade de incumprimento num determinado período
temporal, cujo cálculo é efectuado com base em dados históricos, pressupostos e expectativas
sobre as condições futuras.

d) Perda dado o incumprimento: corresponde a uma estimativa de perda num cenário de


incumprimento. É baseada na diferença entre os fluxos de caixa contratuais e os que o Banco
espera receber, por via dos fluxos de caixa gerados pelo negócio do cliente ou dos colaterais do
crédito. O apuramento da estimativa de perda dado o incumprimento tem por base, entre outros
aspectos, os diferentes cenários de recuperação, informação histórica, os custos envolvidos no
processo de recuperação e a estimativa de valorização dos colaterais associados às operações de
crédito.

Esta avaliação é realizada com recurso a informação interna e externa e inclui a utilização de
pressupostos e julgamentos na sua modelização cuja alteração poderia determinar diferentes
resultados.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou


julgamentos no apuramento de imparidade, poderia originar resultados diferentes daqueles
reportados e resumidos nas notas 12, 15, 16, 18 e 19.

Por fim, o Banco considera que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite
reflectir de forma adequada o risco associado aos seus activos financeiros, tendo em conta as
regras definidas pela IFRS 9 –“Instrumentos financeiros”.

3.2. Responsabilidades das pensões

A determinação das responsabilidades por pensões de reforma apresentadas na nota 28 requer a


utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de tábuas actuariais, pressupostos
de crescimento das pensões e dos salários e taxas de desconto. Estes pressupostos são baseados
nas expectativas do Banco para o período durante o qual irão ser liquidadas as responsabilidades
e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades das pensões. A análise
de sensibilidade aos pressupostos acima é apresentada na Nota 28.

Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.

86
4. MARGEM FINANCEIRA

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Juros e rendimentos similares


Juros de crédito a clientes 8 726 773 9 556 735
Juros de disponibilidades e aplicações 271 460 7 350 398
Juros de títulos de dívida 11 720 350 16 206 008
20 718 583 33 113 141
Juros e encargos similares
Juros de recursos de bancos centrais e instituições de crédito 2 621 846 3 532 415
Juros de recursos de clientes 6 031 853 4 749 152
Juros de outros passivos 0 20 730
Juros do Passivo da Locação 42 040 128 819
8 695 739 8 431 116

Margem Financeira 12 022 844 24 682 025

Em 2022, a Margem Financeira teve uma redução significativa, mais de 50%, decorrente de três
efeitos: redução dos proveitos com títulos e valores mobiliários decorrentes da maturação dos
mesmos durante o ano de 2021, ausência de proveitos das aplicações em outras instituições de
crédito por via da constituição de reservas obrigatórias a 100% para os depósitos do Estado; e pela
estabilização dos custos financeiros.

87
5. RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Rendimentos de serviços e comissões


Movimentos ATM/TPA/Multicaixa 2 937 630 2 344 097
Transferências nacionais 649 737 120 226
Operações sobre o estrangeiro 494 965 567 912
Cartões 417 263 294 435
Levantamentos 281 518 345 655
Transferências nacionais DST 183 373 122 665
Manutenção de contas 165 944 149 146
Abertura/Renovação/Imobilização de contas correntes 155 392 26 195
Aluguer TPA 122 005 76 689
Abertura/Alteração de créditos documentários 106 751 364 392
Intermediação de titulos 103 222 226 991
Arrecadação de receitas 89 401 6 215
Cheques 67 113 88 229
Compra/Venda/Levantamento moeda estrangeira 37 999 8 124
Western Union 27 782 6 844
Abertura/Alteração/Renovação/Antecipação de crédito 24 730 36 346
Garantias prestadas 10 269 161
PACOTES BCI 9 670 0
Extractos bancários 486 587
Recolha de valores 320 0
Outras 591 855 462 852
6 477 425 5 247 761

Encargos com serviços e comissões


Movimentos ATM/TPA/Multicaixa 2 749 527 1 573 429
Cartões 283 407 426 573
Operações sobre o estrangeiro 63 996 70 782
Importação de notas 12 478 0
Outras 221 749 147 002
3 331 157 2 217 786

Resultados de serviços e comissões 3 146 268 3 029 975

A rubrica de rendimentos de serviços e comissões - “Movimentos ATM/TPA/Multicaixa” regista as


comissões atribuídas ao Banco pelas transacções no sistema de pagamento electrónico.

A rubrica de encargos de serviços e comissões “Movimentos ATM/TPA/Multicaixa” regista os custos


atribuídos ao Banco pelas transacções no sistema de pagamento electrónico.

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6. RESULTADOS CAMBIAIS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Resultados de operações cambiais 2 469 350 2 284 939

Resultados com a reavaliação cambial (2 138 470) (4 066 142)

330 880 (1 781 203)

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos


monetários expressos em moeda estrangeira de acordo com a política contabilística descrita na
Nota 2.3 e pelo proveito decorrente de compra e venda de divisas.

Em relação a reavaliação de activos e passivos monetários, registou-se uma redução nos custos
devido a dóis efeitos: A desvalorização do Kwanza face ao dólar e ao euro abaixo do registado em
2021; conjugada com uma posição cambial longa, contudo, mais reduzida.

7. RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Outros activos tangíveis 3 724 216 0


Activos não correntes detidos para venda 3 051 429 0

6 775 645 0

O resultado relativo a “Outros activos tangíveis” respeita essencialmente à alienação de uma


componente do imobilizado do Banco (Materiais de escritório e viaturas), enquadrada no processo
de reestruturação em curso, conforme detalhado na nota 20.

Adicionalmente, no exercício de 2022, o Banco alienou um conjunto de imóveis que tinha recebido
em dação de incumprimento, gerando um resultado de cerca de 3,1 mil milhões de kwanzas,
conforme detalhado na nota 21.

89
8. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Outros rendimentos de exploração


Recuperação de crédito 2 039 399 468 474
Outros rendimentos 250 190 8 787
2 289 589 477 261
Outros encargos de exploração
Imposto sobre aplicação de capitais 530 713 1 282 113
Outros impostos e taxas 396 101 299 628
Penalidades aplicadas por entidades reguladoras 161 182 292 029
Penalidades aplicadas por entidades ficalizadoras 10 327 44 025
Outros encargos 1 929 638 233 194
3 027 961 2 150 989

(738 372) (1 673 728)

A 31 de Dezembro de 2022, na rubrica Outros Resultados de Exploração, registou-se uma melhoria


quanto aos rendimentos, principalmente pela recuperação de crédito de mais de 2 mil milhões, pelo
facto de serem recuperações de crédito abatido ao activo.

Em relação aos encargos teve um agravamento, principalmente, pelo reconhecimento de perdas na


operação com cartões da mastercard no valor de 1,9 mil milhões.

90
9. CUSTOS COM PESSOAL

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Membros dos órgãos de gestão e fiscalização


Vencimentos e salários :
Remuneração base 433 569 399 166
Remunerações adicionais 72 515 180 264
Outros custos 0 18 578
506 084 598 008
Trabalhadores
Vencimentos e salários :
Remuneração base 6 648 455 10 507 910
Remunerações adicionais 3 040 944 4 941 809
Custos com responsabilidades de pensões 780 802 748 475
Formação 3 797 3 684
Juros bonificados 1 639 187 1 708 783
Outros custos 559 65 600
12 113 744 17 976 261
Encargos sociais
Obrigatórios 1 155 472 1 314 063
Facultativos 781 207 788 152
1 936 679 2 102 215

14 556 507 20 676 484

A variação no custo com pessoal deve-se a redução do número de efectivos, conforme detalhado
no quadro abaixo de acordo com o plano de reestruturação do Banco iniciado em Junho de 2022.

Os custos com responsabilidades de pensões de reforma no exercício findo em 31 de Dezembro


de 2022 ascendem a 780 802 milhares de kwanzas (2021: 748 475 milhares de kwanzas).

Os colaboradores do Banco dividem-se nas seguintes categorias profissionais:

31/12/2022 31/12/2021

Cargos com função de administração 5 5


Cargos com função de direcção 13 39
Cargos com função de chefia e gerência 60 158
Cargos com função técnica 94 179
Cargos com funções administrativas e outras 367 707

539 1 088

91
10. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Conservação e reparação 1 950 963 3 360 781


Segurança e vigilância 959 954 1 398 935
Serviços especializados 838 818 1 426 317
Comunicações e expedição 744 933 859 873
Quotizações 645 734 62 908
Consultoria e auditoria 597 537 1 062 900
Materiais diversos 284 594 1 137 089
Transporte de valores 273 113 196 333
Rendas e alugueres 263 801 136 524
Água, energia e combustiveis 153 834 209 876
Deslocações, alojamento e representação 133 823 276 985
Publicidade e publicações 51 698 174 167
Seguros 24 608 128 366
Outros custos 161 886 383 876

7 085 296 10 814 930

A diminuição da rúbrica de conservação deve-se essencialmente à rescisão no contracto dos


fornecedores (com os serviços de manutenção de geradores, elevadores, com viaturas e serviços
de jardinagem) e com o encerramento dos balcões.

Adicionalmente os serviços realizados por entidades externas, em moeda estrangeira,


apresentaram uma redução do seu valor em kwanzas por via da apreciação do mesmo face às
principais moedas estrangeiras desses serviços.

92
11. DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DO EXERCICIO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Activos intangíveis
Sistema de tratamento automático de dados 143 475 273 459
143 475 273 459
Outros activos tangíveis
Imóveis de uso
Imóveis de serviço próprio 874 861 515 119
Obras em edifícios próprios 156 600 239 274
Móveis, utensílios, instalações e equipamentos
Mobiliário e material 66 744 74 533
Máquinas e ferramentas 314 723 367 810
Equipamento informático 207 348 224 120
Instalações interiores 17 959 17 092
Material de transporte 201 955 327 697
Equipamento de segurança 40 540 39 161
Equipamento de comunicações 9 269 3 913
Outro equipamento 20 074 19 449
Obras em edifícios arrendados 36 102 47 542
Activos sob o direito de uso 100 193 235 877
Outros 28 925 17 486
2 075 293 2 129 073

2 218 768 2 402 532

12. IMPARIDADE PARA ACTIVOS AO CUSTO AMORTIZADO LÍQUIDA DE REVERSÕES E


RECUPERAÇÕES

O valor desta rubrica em imparidade é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Crédito a Clientes (Nota 19) 374 125 (2 205 266)


Outros Activos Financeiros 1 866 417 4 574 415
Disponibilidades em OIC (Nota 15) 14 462 6 618
Aplicações em bancos centrais e OIC (Nota 16) 365 647 (3 980)
Títulos de Divida (Nota 18) 1 486 308 4 571 777

2 240 542 2 369 149

O desagravamento das imparidades de crédito durante o exercício de 2022 resulta da estabilização


do risco de crédito referente as operações de crédito a clientes, sendo o efeito positivo decorrente
da redução do volume de operações de crédito e pela sua liquidação.

93
Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Banco durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.

No exercício de 2022 a redução da imparidade de títulos deve-se, essencialmente, a recuperação


de montantes vencidos referentes a obrigações em dólares de uma contraparte no estrangeiro e
pela redução da carteira de títulos.

A reversão de imparidade referente aos títulos de dívida registada em 2021 é essencialmente


explicada pela melhoria do rating da dívida pública de Angola anunciado pela agência Moody’s em
Setembro de 2021, passado a classificação de Caa1 para B3, da qual resultou, nomeadamente, o
desagravamento da probabilidade de incumprimento utilizada no cálculo da imparidade.

13. IMPARIDADE PARA OUTROS ACTIVOS LÍQUIDA DE REVERSÕES E RECUPERAÇÕES

O valor desta rubrica é composto por:


31/12/2022 31/12/2021

Outros activos (Nota 25) (271 535) (3 740)


Activos não correntes detidos para venda (Nota 21) (30 279) (99 800)

(301 814) (103 540)

A análise a estes montantes está detalhada na nota 25 e 21, respectivamente.

14.CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

O valor desta rubrica é composto por:


31/12/2022 31/12/2021

Caixa
Notas e moedas nacionais 5 375 277 5 145 407
Notas e moedas estrangeiras 3 279 571 3 849 295
Notas em ATM 1 103 326 1 344 203
9 758 174 10 338 905
Depósitos em bancos centrais
Banco Nacional de Angola
Em moeda nacional 480 220 702 197 826 265
Em moeda estrangeira 12 329 026 5 678 322
492 549 728 203 504 587

502 307 902 213 843 492

Damos nota que com a publicação do Instrutivo N.º 02/2021 de 10 de Fevereiro, para efeitos do
presente Instrutivo, as reservas excedentárias são divididas em dois níveis: (i) nível isento da taxa
de custódia e (II) nível sujeito à taxa de custódia de 0,1% por dia, sendo que:

94
a) O nível isento da taxa de custódia corresponde ao valor de mKz 3 000 000 (Três Mil Milhões de
Kwanzas);

b) O nível sujeito à taxa de custódia corresponde ao saldo das reservas excedentárias líquido do
valor estabelecido no nível 1.

Os depósitos em bancos centrais em moeda nacional e moeda estrangeira visam cumprir as


disposições em vigor de manutenção de reservas mínimas obrigatórias, não sendo remuneradas.
A variação face ao período homólogo deveu-se ao aumento dos recursos dos governos centrais
(conforme nota 36).

Em 31 de Dezembro de 2022, as reservas obrigatórias são apuradas nos termos do disposto no


Instrutivo n.º 02/2021, de 10 de Fevereiro, no Instrutivo n.º 08/2021, de 14 de Maio, e na Directiva
n.º 11/2022, de 12 de Dezembro.

Em 31 de Dezembro de 2021, as reservas obrigatórias foram apuradas nos termos do disposto no


Instrutivo n.º 02/2021, de 10 de Fevereiro, no Instrutivo n.º 08/2021, de 14 de Maio, na Directiva n.º
05/DMA/2021, de 5 de Maio, na Directiva n.º 06/DMA/DSP/2021, de 21 de Maio e na Directiva n.º
07/DMA/2021, de 06 de Julho.

As reservas obrigatórias são constituídas em moeda nacional e em moeda estrangeira, em função


da respectiva denominação dos passivos que constituem a sua base de incidência.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a exigibilidade de manutenção de reservas mínimas


obrigatórias constituídas junto do BNA, é apurada através da aplicação dos coeficientes resumidos
na seguinte tabela:

Moeda Moeda
31/12/2022
Nacional Estrangeira

Taxas sobre Base de


Incidência
Governo Central 100% 100%
Apuramento
Governos Locais e Diário
17% 100%
Administrações Municipais
Apuramento
Outros Sectores 17% 22%
Semanal

Moeda Moeda
31/12/2021
Nacional Estrangeira

Taxas sobre Base de


Incidência
Governo Central 100% 100%
Apuramento
Governos Locais e Diário
22% 100%
Administrações Municipais
Apuramento
Outros Sectores 22% 22%
Semanal

95
Em 31 de Dezembro de 2022, pode ser deduzido da exigibilidade em moeda nacional o montante
até 80% dos activos representativos do valor dos desembolsos de créditos, em moeda nacional, em
situação regular, referente a projectos dos sectores da agricultura, pecuária, silvicultura e pescas,
concedidos até à data de 14 de Abril de 2021, desde que sejam de maturidade residual igual ou
superior a 24 (vinte e quatro) meses, aos créditos definidos de acordo no artigo 8.º do Aviso n.º
10/2022, de 6 de Abril, sobre Concessão de Crédito ao Sector Real da Economia, qualquer que seja
a maturidade residual, aos créditos definidos de acordo com o disposto no artigo 10.º do Aviso n.º
09/2022, de 6 de Abril, sobre Concessão de Crédito à habitação, qualquer que seja a maturidade
residual.

Em 31 de Dezembro de 2021, podem ser deduzidos da exigibilidade em moeda nacional o montante


até 80% dos activos representativos do valor dos desembolsos de créditos, em moeda nacional,
concedido a projectos dos sectores da agricultura, pecuária, silvicultura e pescas, desde que sejam
de maturidade residual igual ou superior a 24 meses, bem como a totalidade do crédito concedido
à produção de bens essenciais que apresentam défices de oferta de produção nacional, a matéria-
prima e o investimento necessário à sua produção, incluindo-se no investimento a aquisição de
tecnologia, máquinas e equipamentos, nos termos do Aviso n.º 10/2020, 1 de Abril, do BNA, sobre
concessão de crédito ao sector real da economia, qualquer que seja a maturidade residual.

Na última semana do mês de Dezembro de 2022 e 2021 as reservas mínimas obrigatórias totais
eram de 481 875 242 e 213 290 289 milhares de kwanzas, respectivamente.

15. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021
Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade
Bruta Liquida Bruta Liquida

Disponibilidades em outras instituições de crédito no país


Depósitos à ordem 381 344 0 381 344 340 499 0 340 499
Outras disponibilidades - Operações pendentes de liquidação 0 0 0 251 009 0 251 009

381 344 0 381 344 591 508 0 591 508

Disponibilidades em outras instituições de crédito no estrangeiro


Depósitos à ordem
Na moeda Eur 2 844 373 9 2 844 364 1 296 236 11 889 1 284 347
Na moeda Usd 8 740 900 33 8 740 867 7 604 635 52 526 7 552 109
Em outras moedas 392 058 142 391 916 511 818 421 511 397

11 977 331 184 11 977 147 9 412 689 64 836 9 347 853

12 358 675 184 12 358 491 10 004 197 64 836 9 939 361

96
Em 2021, o montante referente a Outras Disponibilidades – Operações pendentes de liquidação
respeitavam a valores enviados a compensação a liquidar no primeiro dia útil de Janeiro de 2022
O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:

31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade

Disponibilidades em outras instituições


de crédito no estrangeiro
64 836 (14 462) (50 190) 0 184

31/12/2021
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade

Disponibilidades em outras instituições


de crédito no estrangeiro
71 454 (6 618) 0 64 836

16. APLICAÇÕES EM BANCOS CENTRAIS E EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro

Quantia Bruta 7 070 904 12 528 541


Perdas por Imparidade (42 754) (408 401)
Quantia Líquida 7 028 150 12 120 140
Aplicações em instituições de crédito no país

Quantia Bruta 36 054 164 13 032


Perdas por Imparidade 0 0
Quantia Líquida 36 054 164 13 032

43 082 314 12 133 172

Em 31 de Dezembro de 2022 as aplicações em instituições de crédito no estrangeiro tiveram uma


redução de mais de 45%, comparando com o ano anterior. Essa redução, deve-se a utilização do
colateral junto do Novo banco, SA de 15 milhões de dólares para liquidação de cartas de crédito.

No exercício de 2022 o Banco reconheceu nesta rubrica um activo POCI (Purchase or Originated
Credit Impaired), mensurado no momento inicial pelo valor contabilístico zero. O referido activo tem
um valor nominal de 6 milhões de dólares.

Com o aumento de capital realizado nos últimos meses do ano, entre outros negócios, o Banco
optou pelo investimento em aplicações nas instituições de crédito no país.

97
O escalonamento das aplicações em bancos centrais e outras instituições de crédito por prazos de
vencimento, a 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, é como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Até 3 meses 42 632 400 4 200 270


De 3 meses a um ano 492 668 8 341 303
43 125 068 12 541 573

O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:


31/12/2022

Saldo inicial Saldo final


Dotações /
perdas por Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
Aplicações em instituições de
crédito no estrangeiro
408 401 (365 647) 42 754

31/12/2021

Saldo inicial Saldo final


Dotações /
perdas por Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
Aplicações em instituições de
crédito no estrangeiro 404 421 3 980 408 401

No que diz respeito ao stage das aplicações, as mesmas encontram-se em stage 1.

17. ACTIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE OUTRO RENDIMENTO


INTEGRAL

O valor desta rubrica é composto por 173.350 acções da EMIS.

31/12/2022 31/12/2021

Quantidades Justo Valor Quantidades Justo Valor

Activos Financeiros ao Justo Valor através de outro Rendimento Integral

Acções 173 350 240 065 153 051 203 838

173 350 240 065 153 051 203 838

No exercício de 2022 o Banco efectuou a aquisição de 20 299 acções da EMIS.

98
18. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - TÍTULOS DE DIVÍDA

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo


De emissores públicos
Bilhetes de Tesouro 0 0 0 6 514 75 6 439
Stage 1 0 0 0 6 514 75 6 439
Stage 2 0 0 0 0 0 0
Stage 3 0 0 0 0 0 0
Obrigações do tesouro em moeda nacional 55 688 776 787 548 54 901 228 56 420 899 1 097 202 55 323 697
Stage 1 55 688 776 787 548 54 901 228 56 420 899 1 097 202 55 323 697
Stage 2 0 0 0 0 0 0
Stage 3 0 0 0 0 0 0
Obrigações do tesouro indexadas ao USD 6 813 140 83 948 6 729 192 8 114 957 161 414 7 953 543
Stage 1 6 813 140 83 948 6 729 192 7 447 518 151 612 7 295 906
Stage 2 0 0 0 667 439 9 802 657 637
Stage 3 0 0 0 0 0 0
Obrigações em moeda estrangeira 0 0 0 7 613 746 154 983 7 458 763
Stage 1 0 0 0 0 0 0
Stage 2 0 0 0 7 613 746 154 983 7 458 763
Stage 3 0 0 0 0 0 0
De outros emissores
Obrigações em moeda estrangeira 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0
Stage 1 0 0 0 0 0 0
Stage 2 0 0 0 0 0 0
Stage 3 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0

62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442

A desagregação por stage é apresentada da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida
Stage 1 62 501 916 871 496 61 630 420 63 874 931 1 248 889 62 626 042
Stage 2 0 0 0 8 281 185 164 785 8 116 400
Stage 3 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0
62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442

O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:

31/12/2022

Saldo inicial Saldo final


perdas por Dotações / Reversões Utilizações Variação cambial Perdas por
imparidade imparidade
Obrigações e outros títulos de rendimento fixo
De emissores públicos:
Bilhetes de Tesouro 75 (75) 0 0 0
Obrigações do tesouro em moeda nacional 1 097 202 (309 654) 0 0 787 548
Obrigações do tesouro indexadas ao USD 161 414 (9 803) 0 (67 663) 83 948
Obrigações em moeda estrangeira 154 983 (154 983) 0 0 0
De outros emissores:
Obrigações em moeda estrangeira 11 127 677 (1 011 793) (8 707 050) (1 408 834) 0
12 541 351 (1 486 308) (8 707 050) (1 476 497) 871 496

No exercício 2022 a redução da imparidade de títulos deve-se, essencialmente, a recuperação de


montantes vencidos referentes a obrigações em dólares de uma contraparte no estrangeiro e pela
redução da carteira de títulos.

99
A utilização efectuada em 2022 nas obrigações em dólar está relacionada com a obrigação indicada
no parágrafo acima.

31/12/2021

Saldo inicial Saldo final


perdas por Dotações / Reversões Variação cambial Perdas por
imparidade imparidade
Obrigações e outros títulos de rendimento fixo
De emissores públicos:
Bilhetes de Tesouro 807 524 (807 449) 0 75
Obrigações do tesouro em moeda nacional 3 441 907 (2 344 705) 0 1 097 202
Obrigações do tesouro indexadas ao USD 647 333 (485 920) 1 161 414
Obrigações em moeda estrangeira 1 088 686 (933 703) 0 154 983
De outros emissores:
Obrigações em moeda estrangeira 13 024 921 0 (1 897 244) 11 127 677
19 010 371 (4 571 777) (1 897 243) 12 541 351

A reversão de imparidade referente aos títulos de dívida registada em 2021 é essencialmente


explicada pela melhoria do rating da dívida pública de Angola anunciado pela agência Moody’s em
Setembro de 2021, passado a classificação de Caa1 para B3, da qual resultou, nomeadamente, o
desagravamento da probabilidade de incumprimento utilizada no cálculo da imparidade.

Em 2021, no que diz respeito às obrigações em moeda estrangeira de outros emissores o aumento
de imparidade está relacionado apenas com a variação cambial visto que esta operação se
encontrava totalmente provisionada.

100
19. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - CRÉDITO A CLIENTES

A composição da carteira de crédito é apresentada da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021 Variação

Outros créditos
A empresas
Créditos em conta corrente 878 720 1 604 335 (725 615)
Empréstimos 16 704 080 14 230 978 2 473 102
Descobertos 97 419 858 96 561
Cartão de crédito 196 196 0
A particulares 16 920 688 24 605 137 7 684 449
34 601 103 40 441 504 (5 840 401)
Crédito e juros vencidos
Até 3 meses 2 651 301 3 812 695 (1 161 394)
De 3 meses a 1 ano 4 313 447 2 439 247 1 874 200
De 1 a 3 anos 9 176 272 9 676 228 (499 956)
Há mais de 3 anos 12 627 899 7 884 596 4 743 303
28 768 919 23 812 766 4 956 153

Total de outros crédito 63 370 022 64 254 270 (884 248)

Programas de crédito do Executivo Angolano


A empresas
Empréstimos 3 050 582 2 618 858 431 724
A particulares
Créditos em conta corrente 11 004 11 004 0
Empréstimos 56 405 1 501 295 (1 444 890)
Angola Investe 1 743 378 1 743 378 0
4 861 369 5 874 535 (1 013 166)
Crédito e juros vencidos
Até 3 meses 55 356 672 353 (616 997)
De 3 meses a 1 ano 25 782 45 553 (19 771)
De 1 a 3 anos 1 773 953 3 136 661 (1 362 708)
Há mais de 3 anos 4 740 018 3 426 694 1 313 324
6 595 109 7 281 261 (686 152)

Total de programas de crédito do Executivo Angolano 11 456 478 13 155 796 (1 699 318)

Total de crédito 74 826 500 77 410 065 (2 583 565)

Perdas por imparidade (24 657 133) (25 031 258) 374 125

50 169 367 52 378 807 (2 209 440)

101
A movimentação da imparidade de crédito é apresentada da seguinte forma:

31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações / Transferê
perdas por Utilizações Perdas por
Reversões ncias
imparidade imparidade
Crédito a clientes 23 860 091 (374 125) 0 23 485 966
Crédito Programas Estado 1 171 167 1 171 167
Total 25 031 258 (374 125) 0 0 24 657 133

O desagravamento das imparidades de crédito durante o exercício de 2022 resulta da estabilização


do risco de crédito referente as operações de crédito a clientes, sendo o efeito positivo decorrente
da redução do volume de operações de crédito e pela sua liquidação.

Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Banco durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.

31/12/2021
Saldo inicial perdas Dotações / Saldo final Perdas por
Transferências Utilizações
por imparidade Reversões imparidade
Crédito a clientes 21 683 703 2 205 266 0 (28 878) 23 860 091
Crédito Programas Estado 1 171 167 0 0 1 171 167
Total 22 854 870 2 205 266 0 (28 878) 25 031 258

O agravamento das imparidades de crédito resulta essencialmente da degradação da qualidade da


Carteira de Crédito durante o exercício de 2021.

O valor dos quadros seguintes para além da carteira de crédito, inclui também a carteira de
extrapatrimonial sujeita a imparidade no montante de 3 220 377 (2021: 7 920 575 milhares de
kwanzas), excluindo o efeito do ajustamento no montante de 1 526 265 milhares de kwanzas (2021:
1 698 151 milhares de kwanzas) referente ao crédito a colaboradores bem como o crédito ao abrigo
dos programas do Estado (Angola Investe) no montante de 1 743 378 milhares de kwanzas (2021:
1 743 378 milhares de kwanzas).

102
19a. Crédito e imparidade por stage

31/12/2022 Exposições
Total Crédito em Crédito em Total Crédito em Crédito em Crédito em
Total crédito Crédito em stage 3
Exposição total crédito em stage 1 stage 1 crédito em stage 2 stage 2 stage 3
em stage 3 restruturado
stage 1 curado restruturado stage 2 curado restruturado curado

Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 0 0 3 934 0 0
Empresas Privadas 31 434 984 7 568 280 0 0 1 682 677 0 0 22 184 027 0 7 934 884
Empresas Públicas 496 022 495 528 0 0 3 0 0 491 0 0
Negócios 683 478 0 0 0 33 0 0 683 445 0 7 146
PME 20 901 312 6 443 761 0 0 901 914 0 1 148 13 555 637 0 7 295 993
Particulares
Colaboradores BCI 2 903 301 2 184 489 0 0 495 762 0 0 223 050 0 29 298
Consumo 2 141 766 634 993 0 0 270 500 0 36 066 1 236 273 0 31 035
Estado 1 217 656 1 095 384 0 0 117 824 0 0 4 448 0 0
Habitação 7 164 084 6 144 617 0 0 126 291 0 3 017 893 176 0 5 356
Outros 68 750 8 956 0 0 0 0 0 59 794 0 419
Retalho 3 611 818 2 883 176 0 0 63 513 0 0 665 129 0 41
Salário 5 482 107 5 276 186 0 0 37 480 0 0 168 441 0 0
76 109 212 32 735 370 0 0 3 695 997 0 40 231 39 677 845 0 15 304 172

31/12/2021 Exposições

Crédito em Crédito em Crédito em


Exposição Total crédito Total crédito Total crédito
stage 1 stage 2 stage 3
total em stage 1 em stage 2 em stage 3
restruturado restruturado restruturado

Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 3 934 0
Empresas Privadas 33 075 944 9 053 049 386 936 5 634 207 1 968 746 18 388 688 6 551 303
Empresas Públicas 646 924 46 660 0 600 264 0 0 0
Negócios 603 141 0 0 0 0 603 141 3 424
PME 19 462 701 7 522 767 20 550 5 808 264 2 347 833 6 131 670 16 084
Particulares
Colaboradores BCI 9 611 399 9 033 390 9 819 441 585 0 136 424 48 127
Consumo 2 473 905 1 642 251 0 23 536 0 808 118 457
Estado 5 840 934 5 744 763 0 28 878 0 67 293 0
Habitação 8 413 781 7 197 885 3 553 145 527 0 1 070 369 6 341
Outros 543 474 172 448 37 776 9 511 709 361 515 34 732
Retalho 615 889 73 0 1 0 615 815 41
Salário 4 403 374 4 235 159 0 14 581 0 153 634 0
85 695 400 44 648 445 458 634 12 706 354 4 317 288 28 340 601 6 660 509

31/12/2022 31/12/2021

Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade


total stage 1 stage 2 stage 3 total stage 1 stage 2 stage 3

3 796 0 0 3 796 3 899 0 0 3 899


14 727 463 244 807 263 112 14 219 544 15 003 212 285 866 1 294 637 13 422 709
14 490 14 148 0 342 31 341 7 803 23 538 0
553 215 12 1 553 202 474 859 0 0 474 859
5 064 606 184 213 30 873 4 849 520 4 959 231 181 971 329 060 4 448 200
0
438 720 145 599 38 241 254 880 483 595 454 198 22 114 7 283
1 103 776 15 285 8 067 1 080 424 814 381 32 163 642 781 576
41 317 31 936 6 192 3 189 230 889 174 585 1 448 54 856
862 279 29 406 852 832 021 1 089 570 71 634 4 861 1 013 075
59 611 22 0 59 589 341 873 35 716 1 307 304 850
672 096 57 040 1 936 613 120 614 456 1 423 0 613 033
128 468 1 651 1 060 125 757 152 999 8 028 4 864 140 107
23 669 837 724 119 350 334 22 595 384 24 200 305 1 253 387 1 682 471 21 264 447

103
19b. Crédito e imparidade por mora e stage

31/12/2022 Exposições
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
dias (31 -
dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias > 90
90)

Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 934
Empresas Privadas 7 568 280 0 0 354 199 1 328 478 0 221 430 72 240 21 890 357
Empresas Públicas 495 528 0 0 0 3 0 0 0 491
Negócios 0 0 0 20 12 0 0 0 683 446
PME 6 443 761 0 0 816 443 85 472 0 6 751 978 3 6 803 655
Particulares
Colaboradores BCI 2 184 489 0 0 136 444 359 318 0 19 144 17 913 185 993
Consumo 634 993 0 0 41 457 229 042 0 16 890 749 1 218 635
Estado 1 095 384 0 0 117 824 0 0 0 0 4 448
Habitação 6 144 617 0 0 38 491 87 800 0 27 877 6 371 858 928
Outros 8 956 0 0 0 0 0 0 0 59 794
Retalho 2 883 176 0 0 36 273 27 240 0 882 0 664 247
Salário 5 276 187 0 0 20 193 17 286 0 9 754 815 157 872
32 735 371 0 0 1 561 344 2 134 651 0 7 047 955 98 091 32 531 800

31/12/2022 Imparidade
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
Mora em Mora em Mora em dias
dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 -
dias > 90 dias > 90 > 90
30) 90) 30) 90) 30) 90)

Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 796
Empresas Privadas 244 807 0 0 7 364 255 748 0 42 712 42 148 14 134 684
Empresas Públicas 14 148 0 0 0 0 0 0 0 342
Negócios 0 0 12 0 0 0 0 553 203
PME 184 213 0 0 28 017 2 855 0 810 159 0 4 039 362
Particulares
Colaboradores BCI 145 600 0 0 19 155 19 086 0 1 791 1 337 251 751
Consumo 15 285 0 0 1 316 6 751 0 14 882 352 1 065 190
Estado 31 936 0 0 6 192 0 0 0 0 3 189
Habitação 29 406 0 0 330 522 0 21 403 5 425 805 193
Outros 22 0 0 0 0 0 0 0 59 589
Retalho 57 040 0 0 1 122 814 0 801 0 612 319
Salário 1 651 0 0 661 400 0 2 143 233 123 380
724 108 0 0 64 169 286 176 0 893 891 49 495 21 651 998

104
31/12/2021 Imparidade

Stage 1 Stage 2 Stage 3

Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias
(0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90

Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 899
Empresas Privadas 285 686 0 0 1 294 636 0 0 377 029 334 006 12 709 693
Empresas Públicas 7 803 0 0 23 505 34 0 0 0 1 981
Negócios 180 0 0 0 0 0 0 0 474 859
PME 181 971 0 0 329 060 0 0 14 985 4 843 4 428 372
Particulares
Colaboradores BCI 454 198 0 0 21 326 788 0 4 853 0 2 430
Consumo 32 163 0 0 93 549 0 8 374 3 632 769 570
Estado 174 585 0 0 1 312 136 0 10 755 0 44 101
Habitação 71 634 0 0 1 498 3 363 0 52 469 42 960 564
Outros 35 716 0 0 867 440 0 16 821 5 532 282 497
Retalho 1 423 0 0 0 0 0 8 719 0 604 314
Salário 8 028 0 0 2 238 2 626 0 7 764 181 132 162
1 253 387 0 0 1 674 535 7 936 0 501 769 348 236 20 414 442

19c. Crédito e imparidade por grau de risco

31/12/2022 Exposições
Grau de risco baixo Grau de risco médio Grau de risco elevado
Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade Imparidade
bruta escriturada bruta escriturada bruta escriturada
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 3 934 3 796 138
Empresas Privadas 8 143 909 294 883 7 849 026 1 400 718 297 896 1 102 822 21 890 357 14 134 684 7 755 673
Empresas Públicas 495 528 14 148 481 380 3 0 3 491 342 149
Negócios 20 12 8 12 0 12 683 446 553 203 130 243
PME 14 012 182 1 022 390 12 989 792 85 475 2 855 82 620 6 803 655 4 039 361 2 764 294
Particulares
Colaboradores BCI 2 340 077 166 545 2 173 532 377 231 20 424 356 807 185 993 251 751 -65 758
Consumo 693 340 31 482 661 858 229 792 7 104 222 688 1 218 634 1 065 190 153 444
Estado 1 213 208 38 128 1 175 080 0 0 0 4 448 3 189 1 259
Habitação 6 210 985 51 139 6 159 846 94 171 5 947 88 224 858 928 805 193 53 735
Outros 8 956 22 8 934 0 0 0 59 794 59 589 205
Retalho 2 920 331 58 964 2 861 367 27 240 814 26 426 664 247 612 318 51 929
Salário 5 306 133 4 455 5 301 678 18 102 632 17 470 157 872 123 381 34 491
41 344 669 1 682 168 39 662 501 2 232 744 335 672 1 897 072 32 531 799 21 651 997 10 879 802

31/12/2021 Exposições

Grau de risco baixo Grau de risco médio Grau de risco elevado


Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade Imparidade
bruta escriturada bruta escriturada bruta escriturada
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 3 934 3 899 35
Empresas Privadas 15 371 817 1 957 531 13 414 286 785 227 334 006 451 221 16 918 900 12 711 675 4 207 225
Empresas Públicas 646 546 31 307 615 239 378 34 344 0 0 0
Negócios 0 0 0 0 0 0 603 141 474 859 128 282
PME 13 347 104 526 015 12 821 089 308 219 4 843 303 376 5 807 378 4 428 373 1 379 005
Particulares
Colaboradores BCI 9 560 053 480 378 9 079 675 12 020 788 11 232 39 326 2 429 36 897
Consumo 1 657 459 40 631 1 616 828 22 811 4 180 18 631 793 635 769 570 24 065
Estado 5 786 145 186 651 5 599 494 2 955 136 2 819 51 834 44 102 7 732
Habitação 7 306 763 125 600 7 181 163 99 813 3 406 96 407 1 007 205 960 564 46 641
Outros 194 117 53 404 140 713 11 326 5 972 5 354 338 031 282 497 55 534
Retalho 11 106 10 142 964 1 0 1 604 782 604 314 468
Salário 4 251 572 18 031 4 233 541 8 196 2 807 5 389 143 606 132 161 11 445
58 132 682 3 429 690 54 702 992 1 250 946 356 172 894 774 26 311 772 20 414 443 5 897 329

105
19d. Crédito e imparidade por conta-corrente e empréstimos

31/12/2022 Exposições
Conta - corrente Empréstimos

Nº de
Nº de operações Montante Imparidade Montante Imparidade
operações

Empresas
Contas correntes 40 2 425 089 1 366 502
Empréstimos 249 44 991 655 17 224 555
Descobertos 95 2 882 412 1 725 648
Outros 20 3 220 575 46 864
Particulares
Consumo 4 630 2 141 766 1 103 776
Habitação 1 137 7 164 084 862 279
Outros 17 076 13 283 632 1 340 212
40 2 425 089 1 366 502 23 207 73 684 124 22 303 334

31/12/2021 Exposições

Conta - corrente Empréstimos


Nº de Nº de
Montante Imparidade Montante Imparidade
operações operações

Empresas
Contas correntes 63 2 967 949 1 469 569 0 0 0
Empréstimos 0 0 0 279 40 885 544 17 441 747
Descobertos 0 0 0 46 2 018 376 1 160 419
Outros 0 0 0 33 7 920 775 400 808
Particulares
Consumo 0 0 0 4 220 2 140 581 486 547
Habitação 0 0 0 1 124 8 413 783 1 089 570
Outros 0 0 0 21 261 21 348 392 2 151 645
63 2 967 949 1 469 569 26 963 82 727 451 22 730 736

19e. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva

31/12/2022 Empresas
Empresas Empresas Privadas Empresas Públicas Negócios PME
Exposição Exposição Exposição Imparida Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total de Total Total

Imparidade Individual 0 0 30 890 332 14 542 703 359 932 12 445 618 533 488 950 20 644 704 4 977 692
Imparidade Colectiva 3 934 3 796 544 652 184 760 136 090 2 045 64 945 64 265 256 608 86 914
3 934 3 796 31 434 984 14 727 463 496 022 14 490 683 478 553 215 20 901 312 5 064 606

31/12/2021 Empresas

Empresas Empresas Privadas Empresas Públicas Negócios PME


Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total
Imparidade Individual 0 0 32 489 185 14 582 600 599 886 25 486 541 865 415 280 19 244 050 4 866 701
Imparidade Colectiva 3 934 3 899 586 759 420 612 47 038 5 855 61 276 59 579 218 651 92 530
3 934 3 899 33 075 944 15 003 212 646 924 31 341 603 141 474 859 19 462 701 4 959 231

106
31/12/2022 Particulares
Colaboradores BCI Consumo Estado Habitação Outros Retalho Salário
Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total Total Total

751 343 319 947 617 664 387 571 0 0 417 802 371 804 58 263 58 263 0 0 374 374
2 151 958 118 773 1 524 102 716 205 1 217 656 41 317 6 746 282 490 475 10 487 1 348 3 611 818 672 096 5 481 733 128 094
2 903 301 438 720 2 141 766 1 103 776 1 217 656 41 317 7 164 084 862 279 68 750 59 611 3 611 818 672 096 5 482 107 128 468

31/12/2021 Particulares

Colaboradores BCI Consumo Estado Habitação Outros Retalho Salário


Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Exposição Total Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total Total
Imparidade Individual 85 350 4 367 156 347 158 812 0 0 567 704 520 358 261 871 254 033 0 0 374 374
Imparidade Colectiva 9 526 049 479 228 2 317 558 655 569 5 840 934 230 889 7 846 077 569 212 281 603 87 840 615 889 614 456 4 403 000 152 625
9 611 399 483 595 2 473 905 814 381 5 840 934 230 889 8 413 781 1 089 570 543 474 341 873 615 889 614 456 4 403 374 152 999

19f. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva e por sector geográfico

31/12/2022 31/12/2021
Imparidade individual Imparidade colectiva Imparidade individual Imparidade colectiva
Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Exposição total Imparidade Exposição total Imparidade
total total

Benguela 4 953 533 349 865 2 289 172 157 471 4 268 506 297 833 2 262 935 228 533
Bié 0 0 220 571 2 376 0 0 274 413 4 813
Bengo 235 014 63 720 303 311 22 382 0 69 322 324 216 32 014
Cabinda 243 299 230 456 490 298 49 006 231 260 223 865 696 360 76 734
Cuando-Cubango 0 0 115 680 7 634 0 0 110 900 9 075
Cunene 0 0 272 968 8 570 0 0 255 173 9 558
Huambo 110 756 45 024 922 433 143 642 110 675 53 185 896 343 164 245
Huila 461 949 286 218 589 021 113 601 464 370 347 646 599 526 129 264
Kwanza-Norte 24 925 462 195 898 6 278 25 001 22 310 630 9 744
Kwanza-Sul 608 015 334 084 433 283 38 269 387 003 335 254 716 361 63 387
Luanda 46 979 331 19 607 594 12 631 302 1 469 080 47 993 009 19 313 434 22 015 039 2 077 803
Lunda-Norte 0 0 176 323 1 339 0 0 177 280 2 603
Lunda-Sul 0 0 687 740 137 839 0 0 821 374 146 178
Malange 417 000 57 994 824 322 122 141 188 583 39 289 715 168 137 126
Moxico 0 0 354 208 24 974 0 0 358 976 26 960
Namibe 48 491 47 950 629 540 45 409 0 0 421 519 94 246
Uige 276 634 136 382 210 295 40 254 278 225 148 162 269 569 44 550
Zaire 0 0 403 900 119 823 0 0 522 987 115 459
54 358 947 21 159 749 21 750 265 2 510 088 53 946 632 20 828 011 31 748 768 3 372 294

19g. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva e por país

31/12/2022 Angola Outros

Exposição Total Imparidade Exposição Total Imparidade

Imparidade Individual 54 358 947 21 159 749 0 0


Imparidade Colectiva 21 750 265 2 510 088 0 0
76 109 212 23 669 837 0 0

31/12/2021 Angola Outros

Exposição Exposição
Imparidade Imparidade
Total Total
Análise Individual 53 946 632 20 828 011 0 0
Análise Colectiva 31 748 768 3 372 294 0 0
85 695 400 24 200 305 0 0

107
19h. Crédito e imparidade restruturado por stage

31/12/2022
Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total

Exposição Nº Exposição Nº Exposição Nº Exposição


Nº operações Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total operações Total operações Total operações Total

Outra 0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384
0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384

31/12/2021

Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total

Nº Exposição Nº Exposição Nº Exposição Nº Exposição


Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
operações Total operações Total operações Total operações Total

Outra 14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208
14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208

20. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

O valor desta rubrica é composto por:


31/12/2022 31/12/2021

Outros a ctivos ta ngíve is


Imóve is
De serviço próprio 29 339 073 30 048 067
Obras em imóveis arrendados 1 090 416 1 088 224
Activo Sob Direito de Uso 993 300 993 300
31 422 789 32 129 591
Equipa me nto
Equipamento informático 136 080 1 587 174
Instalações interiores 192 541 180 734
Mobiliário e material 82 829 1 062 210
Equipamento de segurança 239 946 466 746
Máquinas e ferramentas 1 786 896 3 201 263
Material de transporte 0 2 515 621
Equipamento de comunicações 51 383 43 303
Outros 261 878 257 542
2 751 553 9 314 593
Imobiliza do e m curso
Imóveis 688 492 724 352
Equipamento 104 963 104 963
793 455 829 315
Outra s imobiliza çõe s
Outros 182 838 138 381
182 838 138 381

35 150 635 42 411 880


De pre cia çã o a cumula da
Relativas ao exercício corrente 2 075 293 2 129 073
Abates/Transferências (5 806 085) (185 873)
Relativas a exercício anteriores 13 494 492 11 551 292
9 763 700 13 494 492

25 386 935 28 917 388

Em 2022 os Outros Activos Tangíveis registaram uma diminuição de 12%, em termos líquidos, face
a 2021, explicado pela alienação de uma componente dos equipamentos do Banco e pela
transferência de um conjunto de imoveis para Activos não correntes detidos para venda, visto que
o Banco deixou de operar nestes mesmos imóveis e tem como finalidade a venda dos mesmos.
Os movimentos da rubrica Outros Activos Tangíveis, no exercício findo a 31 de Dezembro de 2022
e 2021, são analisados como segue:

108
Saldo em Aumentos por Alienações/ Transferências / Saldo em
Aumentos
31-12-2021 Reavaliação Abates Regularizações 31-12-2022

Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 30 048 067 157 589 1 004 033 0 (1 870 616) 29 339 073
Obras em imóveis arrendados 1 088 224 2 192 0 0 0 1 090 416
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 314 593 199 740 0 (6 762 780) 0 2 751 553
Outros activos tangíveis 138 381 44 457 0 0 0 182 838
Imobilizado em curso 829 315 0 0 0 (35 860) 793 455

Total bruto 42 411 880 403 978 1 004 033 (6 762 780) (1 906 476) 35 150 635

Depreciações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 886 895 1 031 462 0 0 (426 828) 5 491 529
Obras em imóveis arrendados 1 110 911 36 102 0 0 0 1 147 013
Activo Sob Direito de Uso 674 267 100 193 0 0 0 774 460
Equipamento 6 756 611 878 612 0 (5 379 257) 0 2 255 966
Outros activos tangíveis 65 808 28 925 0 0 0 94 733

Total depreciações acumuladas 13 494 492 2 075 293 0 (5 379 257) (426 828) 9 763 700

Total liquido 28 917 388 (1 671 315) 1 004 033 (1 383 523) (1 479 648) 25 386 935

Em 2022, o Banco efectuou a reavaliação dos seus imóveis em Dezembro tendo registado um
incremento na reserva de revalorização no montante de cerca de mil milhões de kwanzas (Reserva
Bruta).

As alineações acima identificadas dizem essencialmente respeito à venda de imobilizado do Banco


que gerou uma mais valia de cerca de 3 mil milhões de Kwanzas, conforme detalhado na nota 7.

As transferências dizem essencialmente respeito à transferência de imóveis de serviço próprio para


activos não correntes detidos para venda conforme detalhado na nota 21.

Saldo em Aumentos por Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2020 Reavaliação Abates Regularizações 31-12-2021

Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 29 507 968 108 106 0 0 431 993 30 048 067
Obras em imóveis arrendados 1 242 526 42 351 0 0 (196 653) 1 088 224
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 036 982 441 802 0 (185 873) 21 682 9 314 593
Outros activos tangíveis 117 499 20 882 0 0 0 138 381
Imobilizado em curso 926 534 159 803 0 0 (257 022) 829 315

Total bruto 41 824 809 772 944 0 (185 873) 0 42 411 880

Amortizações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 132 502 754 393 0 0 0 4 886 895
Obras em imóveis arrendados 1 063 369 47 542 0 0 0 1 110 911
Activo Sob Direito de Uso 438 390 235 877 0 0 0 674 267
Equipamento 5 868 709 1 073 775 0 (185 873) 0 6 756 611
Outros activos tangíveis 48 322 17 486 0 0 0 65 808

Total amortizações acumuladas 11 551 292 2 129 073 0 (185 873) 0 13 494 492

Total liquido 30 273 517 (1 356 129) 0 0 0 28 917 388

109
21. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA
(milhares de Kwanzas)
31/12/2022 31/12/2021

Activos não correntes detidos para venda


Imóveis 1 536 725 7 148 552
1 536 725 7 148 552

Perdas por imparidade ( 136 925) (1 169 703)

1 399 800 5 978 849

Em Julho de 2022 foi vendido maior parte da carteira dos activos não correntes detidos para venda.
E em Dezembro, do mesmo ano, foi feita transferência de aproximadamente Kz 1 400 milhões de
Outros activos tangíveis. Estes dois acontecimentos resultaram numa diminuição de mais de 76%.

No âmbito da operação de venda dos activos não correntes detidos para venda, foi registado uma
mais valia, conforme detalhado na nota 7.

A movimentação da imparidade a 31 de Dezembro de 2022 e 2021 é apresentada da seguinte


forma:

31/12/2022 31/12/2021

Saldo inicial (1 169 703) (1 069 903)


Dotações / Reversões ( 30 279) ( 99 800)
Utilizações 1 063 057 -

Saldo final ( 136 925) (1 169 703)

As utilizações do período dizem respeito à operação de venda dos activos não correntes detidos
para venda.

O movimento do exercício é apresentado como se segue:

31/12/2022 31/12/2021

Saldo inicial 7 148 552 6 909 258


Entradas 1 399 800 239 294
Alienações (7 011 627) -

Saldo final 1 536 725 7 148 552

110
22. ACTIVOS INTANGÍVEIS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Activos intangíveis
Sistemas de tratamento automático de dados 1 584 065 1 575 803

Imobilizado em curso
Sistemas de tratamento automático de dados 352 997 46 023

1 937 062 1 621 826


Amortização acumulada
Relativas ao exercício corrente 143 475 273 459
Relativas a exercícios anteriores 1 340 304 1 066 845
1 483 779 1 340 304

Imparidade 0 0

453 283 281 522

Os movimentos da rubrica Activos Intangíveis, no exercício findo a 31 de Dezembro de 2022 e 31


de Dezembro de 2021, são analisados como segue:

Saldo em Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2021 Abates Regularizações 31-12-2022
Custos de aquisição
Sistemas de tratamento automático de dados 1 575 803 0 0 8 262 1 584 065
Imobilizado em curso 46 023 315 236 0 (8 262) 352 997

Total bruto 1 621 826 315 236 0 0 1 937 062

Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 340 304 143 475 0 0 1 483 779

Total amortizações acumuladas 1 340 304 143 475 0 0 1 483 779

Total liquido 281 522 171 761 0 0 453 283

Saldo em Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2020 Abates Regularizações 31-12-2021
Custos de aquisição
Sistemas de tratamento automático de dados 1 551 930 23 873 0 0 1 575 803
Imobilizado em curso 1 566 44 457 0 0 46 023

Total bruto 1 553 496 68 330 0 0 1 621 826

Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 066 845 273 459 0 0 1 340 304

Total amortizações acumuladas 1 066 845 273 459 0 0 1 340 304

Total liquido 486 651 (205 129) 0 0 281 522

111
23. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022
Participação Custo Método Perda
Valor
directa da da por
líquido
no capital participação eq patrimonial imparidade

Filiais
BCI imobiliária 100,00% 2 000 (2 000) 0 0
Ilha 100,00% 471 000 (471 000) 0 0
473 000 (473 000) 0 0

31/12/2021
Participação Custo Método Perda
Valor
directa da da por
líquido
no capital participação eq patrimonial imparidade

Filiais
BCI imobiliária 100,00% 2 000 (2 000) 0 0
Ilha 100,00% 471 000 (471 000) 0 0
473 000 (473 000) 0 0

O Banco para além das filiais acima mencionadas tem um conjunto de associadas, conforme
detalhado na nota 34, para as quais já reconheceu imparidade a 100%.

Tendo em consideração a avaliação efectuada pelo Banco à situação das empresas associadas e
o risco associado à recuperabilidade dos montantes investidos, o Banco constitui um montante de
imparidade equivalente ao total do investimento efectuado nessas sociedades, dado que à data o
Banco não dispõe de informação financeira actualizada.

24. IMPOSTOS

A rubrica de activos por impostos correntes é composto por:

Activo

31/12/2022 31/12/2021

Imposto industrial provisório 205 715 205 715


Imposto industrial retido na fonte 29 474 28 777
235 189 234 492

112
A reconciliação da taxa efectiva de imposto apresenta-se da seguinte forma

31/12/2022 31/12/2021
% Valor % Valor

Resultado antes do imposto (328 804) (7 515 492)

Taxa de imposto 35% 35%


Amortizações excessivas 120 616 118 475
(artigo 40º)
Provisões não previstas 55 774 0
(artigo 36º)
Imposto Industrial (Artigo 18º) 0 0
Imposto sobre Aplicação de Capitais (artigo 18º) 530 713 1 282 113
Imposto Predial Urbano (artigo 18º) 9 775 20 271
Multas e encargos sobre infrações (artigo 18º) 161 182 292 029
Donativos não previstos 0 0
(artigo 18º)
Encargos com assistência social (artigo 15º) 0 0
Correcções relativas a exercícios anteriores 0 0
e extraordinários (artigo 18º)
Variações cambiais favoráveis não realizadas (Art. 13º CII) 2 495 119 3 965 867
Variações patrimoniais positivas (Art. 13º CII) 1 590 124 0
Despesas não especificadas 0 197 201
A acrescer 4 963 304 5 875 955

Provisões não previstas (artigo 45º) 0 144 224


Rendas sujeitas a IPU (artigo 47º) 0 0
Rendimentos sujeitos a imposto sobre 10 488 166 18 216 747
a Aplicação de Capitais (artigo 47º)
Variações patrimoniais negativas (Art. 13º CII) 0 0
Variações cambiais favoráveis não realizadas (Art. 13º CII) 0 0
A deduzir 10 488 166 18 360 971

Imposto apurado com base 0 0


na taxa de imposto

Prejuízos Fiscais 34 585 398 51 545 156

Imposto a pagar - Passivo 0 0


por imposto corrente

Imposto sobre os resultados 0 0

A rúbrica de Impostos Diferidos é composta da seguinte forma:

Activo Passivo Líquido


31/12/2022 31/12/2021 31/12/2022 31/12/2021 31/12/2022 31/12/2021

Reavaliação Imóveis 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)
Activo/Passivo
por imposto diferido 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)

A 31 de Dezembro de 2022, os prejuízos fiscais por ano de caducidade, são analisados como segue:

Ano de
Ano Valor AID
caducidade
8 731 3 055
2020 31/12/2025 220 927
20 000 7 000
2021 31/12/2026 510 179
5 853 2 048
2022 31/12/2027 668 784
34 585 12 104
Total 398 889

Em resultado da avaliação à recuperabilidade dos activos por impostos diferidos associados aos
prejuízos fiscais acumulados, o Banco optou por não reconhecer qualquer activo por impostos
diferidos em Balanço a 31 de Dezembro de 2022.

113
25. OUTROS ACTIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Quantia
Quantia bruta Imparidade Valor Liquido Imparidade Valor Liquido
bruta

Outros activos de natureza cível


Devedores diversos
Sector público administrativo
Comissões a receber de arrecadação de receitas 341 277 5 017 336 260 296 152 21 610 274 542
Bonificações de créditos a receber 1 731 822 25 458 1 706 364 1 298 048 87 001 1 211 047
Taxa de circulação 14 068 207 13 861 14 068 0 14 068
Outros activos de natureza cível 820 991 0 820 991 641 773 33 031 608 742
2 908 158 30 681 2 877 477 2 250 041 141 642 2 108 399

BCI Imobiliária 3 207 365 3 207 365 0 2 701 050 2 701 050 0
Adiantamentos a fornecedores 1 063 439 654 543 408 896 0 0 0
Rescições de mútuo acordo 10 535 264 0 10 535 264 0 0 0
Outros devedores diversos 9 442 911 1 709 369 7 733 542 2 485 979 2 485 979 0
24 248 979 5 571 277 18 677 702 5 187 029 5 187 029 0
27 157 137 5 601 958 21 555 179 7 437 070 5 328 671 2 108 399

Outros activos de natureza administrativa e comercial


Ajustamento crédito a colaboradores 368 308 0 368 308 1 698 151 0 1 698 151
Despesas antecipadas 51 877 0 51 877 5 707 0 5 707
420 185 0 420 185 1 703 858 0 1 703 858

Aplicações em ouro e outros metais preciosos 17 847 0 17 847 17 847 0 17 847


Outros activos 10 110 0 10 110 6 345 6 345 0
Operações cambiais a liquidar 0 0 0 561 321 127 917 433 404

27 605 279 5 601 958 22 003 321 9 726 441 5 462 933 4 263 508

Em 2022, o Banco efectuou um processo de Reestruturação e Recapitalização, com impactos muito


significativos originando uma profunda mudança na matriz do Banco e nos seus colaboradores.
Neste âmbito, o Banco propôs-se a restruturar e capacitar o capital humano que previa uma redução
dos custos com pessoal na ordem dos 50%, dada a insuficiência estrutural que até então era
evidente. Essa redução foi realizada por via de um processo de Resolução por Mútuo Acordo
(“RMA”), que o Banco contempla o reconhecimento diferido do custo por um período de 3 anos, no
valor total do processo de RMA que totalizou Kz 10 535 milhões.

Referente à rubrica de “Outros devedores diversos” verifica-se uma variação significativa justificada
por dois efeitos relevantes: (i) a alienação do imobilizado, foi efectuada com um plano de
pagamentos definido, encontrando-se, com referência a 31 de Dezembro de 2022, o valor de Kz 2
400 milhões por liquidar; (ii) a alienação dos imóveis recebidos em dação foi efectuado durante o
exercício contudo para um dos imoveis não foi possível efectuar a transacção decorrente de
impedimentos fiscais que originaram o respectivo atraso na liquidação por parte do comprador para
ser realizado em 2023.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “BCI Imobiliária”


respeita aos adiantamentos efectuados pelo Accionista BCI à sua participada.

114
Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Outros valores de
natureza cível – Devedores diversos – Sector Público administrativo – Comissões de arrecadação
de receitas” corresponde às comissões a receber do Ministério das Finanças pela arrecadação de
impostos. O apuramento destas comissões é efectuado através da aplicação de 1% sobre o total
de impostos arrecadados.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Outros valores de natureza


administrativa – Ajustamento crédito a colaboradores” diz respeito a taxa de juros bonificada dos
créditos concedidos aos colaboradores.

A rubrica “Bonificações de créditos a receber” diz respeito a valores a receber por parte do Ministério
da Economia decorrentes dos créditos do programa do Angola Investe.

O movimento da imparidade para outros activos nos exercícios findos a 31 de Dezembro de 2022
e 31 de Dezembro de 2021, foi esta relacionado ao incremento dos valores a receber da BCI
Imobiliária.

31/12/2022 31/12/2021

Saldo inicial 5 462 933 5 733 359


Dotações / Reversões 271 535 3 740
Variação cambial (132 510) 0
Transferências 0 (274 166)

Saldo final 5 601 958 5 462 933

26. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS E DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Mercado monetário interbancário


Tomadas de liquidez (BNA) 4 702 696 25 500 079
Juros a pagar 5 016 78 115
Obrigações no sistema de pagamentos 9 496 673 376 059

14 204 385 25 954 253

Em 2022, as Tomadas de Liquidez junto do BNA reduziram consideravelmente devido ao aumento


na captação dos depósitos bem como pelo reforço de capital que foi feito pelo accionista.

As obrigações no sistema de pagamentos, são operações que foram executadas nos últimos dias
do ano e que aguardavam compensação nos primeiros dias uteis de 2023.

115
O escalonamento das operações no Mercado Monetário Interbancário, por prazos de vencimento
em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, é como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Até 3 meses 14 204 385 25 954 253


De 3 meses a um ano 0 0
14 204 385 25 954 253

27. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Depósitos à vista
Depósitos à ordem 583 666 542 285 349 833

Depósitos a prazo
Depósitos a prazo 65 684 573 49 281 731
Outros depósitos
Cartões pré-pagos 1 628 680 1 075 250

650 979 795 335 706 814

Em 31 de Dezembro de 2022, registou-se um aumento nos depósitos explicados pela alteração da


estratégia de captação bem com pelo aumento dos depósitos do sector Público Administrativo de
Estado.

A generalidade dos depósitos à ordem de clientes não é remunerada.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, todas as operações de depósitos a prazo apresentam taxa


de juro fixa, conforme detalhado na nota 36.

116
O escalonamento dos recursos de clientes e outros empréstimos por prazos de vencimento, em 31
de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, é como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Exigível à vista 585 295 222 286 425 083


Exigível a prazo
Até 3 meses 45 480 910 34 122 485
De 3 meses a um ano 20 047 693 14 932 366
De um a cinco anos 155 970 226 880
65 684 573 49 281 731

650 979 795 335 706 814

28. PROVISÕES

A movimentação das provisões em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021 foi a


seguinte:

Provisões para Outras provisões


garantias e outros para riscos e Total
compromissos encargos

Saldo a 31 de Dezembro de 2020 79 820 3 402 808 3 482 628


Dotações / Reversões 144 224 0 144 224
Custos dos serviços correntes 0 26 779 26 779
Custo dos juros 0 721 696 721 696
(Ganhos)/ Perdas actuariais 0 (270 900) (270 900)
Utilizações 0 (460 839) (460 839)
Variação cambial 116 168 0 116 168
Saldo a 31 de Dezembro de 2021 340 212 3 419 544 3 759 756
Dotações / Reversões (55 774) 0 (55 774)
Custos dos serviços correntes 0 7 116 7 116
Custo dos juros 0 773 686 773 686
(Ganhos)/ Perdas actuariais 0 (1 590 124) (1 590 124)
Utilizações 0 (495 628) (495 628)
Variação cambial (100 567) 0 (100 567)
Saldo a 31 de Dezembro de 2022 183 871 2 114 594 2 298 465

O saldo desta rubrica, visa a cobertura de determinadas contingências devidamente identificadas,


decorrentes da actividade do Banco, sendo revistas em cada data de reporte, de forma a reflectir a
melhor estimativa do montante e da respectiva probabilidade de pagamento.

Adicionalmente, a rúbrica de provisões para garantias e outros compromissos refere-se à provisão


determinada no âmbito da aplicação do modelo de imparidade utilizado pelo Banco sobre as
responsabilidades extrapatrimoniais.

117
A rubrica de outras provisões para riscos e encargos decompõe-se, em 31 de Dezembro de 2022 e
em 31 de Dezembro de 2021, da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021

Provisões para processos judiciais 324 802 324 802


Provisões para responsabilidades com pensões 1 789 792 3 094 742

2 114 594 3 419 544

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Provisões para


responsabilidades com pensões” regista a responsabilidade referente às pensões de reforma
complementar ao Sistema de Segurança Social de Angola, dos trabalhadores do BCI provenientes
do Banco Nacional de Angola. O montante encontra-se apurado através de um estudo actuarial
realizado por uma entidade autorizada pela AAAT (Associação Angolana de Actuários).

Os principais pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades por pensões


apresentam-se como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Pressupostos Actuariais
Taxa de técnica desconto 25,00% 25,00%
Taxa de crescimento de pensões 0,00% 5,00%
Taxa de crescimento salarial 1,00% 11,78%
Taxa de inflação - 11,78%
Tábua de Mortalidade PF 60/64 PF 60/64

O valor das responsabilidades de benefícios definidos em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de


Dezembro de 2021 apresentam-se da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021
Total responsabilidades
Ativos 239 634 682 113
Reformados 1 550 158 2 412 629
Responsabilidades reconhecidas em Balanço 1 789 792 3 094 742

De acordo com a política definida na Nota 2.10 – Benefícios a colaboradores, o BCI procede ao
cálculo das responsabilidades com pensões de reforma e dos ganhos e perdas actuariais à data de
cada balanço.

118
Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a análise de sensibilidade resulta nos
seguintes cenários no valor actual das responsabilidades apuradas por serviços passados:

31/12/2022
Pressupostos Variação no valor das
responsabilidades resultantes
de +1,5% na de -1,5% taxa
taxa utilizada utilizada
Taxa de Desconto 81 376 (80 319)
Taxa de crescimento salarial (4 791) 4 865
Taxa de crescimento de pensões (100 600) 103 296

31/12/2021
Pressupostos
Variação no valor das responsabilidades resultantes da
de +1% na taxa de -1% taxa de +2,5% na de -2,5% na
utilizada utilizada taxa utilizada taxa utilizada
Taxa de Desconto - - 289 495 (356 031)
Taxa de crescimento salarial (30 289) 28 798
Taxa de crescimento de pensões (145 070) 134 477 - -

A evolução das responsabilidades com pensões de reforma pode ser analisada como se segue:

31/12/2022

Responsabilidades no início do exercício 3 094 742


Custos dos serviços correntes 7 116
Custo dos juros 773 686
(Ganhos)/ Perdas actuariais (1 590 124)
Benefícios pagos (495 628)
Responsabilidades no fim do exercício 1 789 792

31/12/2021

Responsabilidades no início do exercício 3 078 006


Custos dos serviços correntes 26 779
Custo dos juros 721 696
(Ganhos)/ Perdas actuariais (270 900)
Benefícios pagos (460 839)
Responsabilidades no fim do exercício 3 094 742

A variação verificada nas responsabilidades com pensões decorre da aplicação de pressupostos


acima mencionados, originando o correspondente ganho actuarial de 1 590 124 milhares de
kwanzas.

119
Os custos com pensões de reforma no exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de
Dezembro de 2021 podem ser analisados como segue:

31/12/2022

Custos do serviço corrente 7 116


Custo dos juros 773 686
Custos de Benefícios Pós-Emprego 780 802

31/12/2021

Custos do serviço corrente 26 779


Custo dos juros 721 696
Custos de Benefícios Pós-Emprego 748 475

29. PASSIVOS PROGRAMAS ESTADO E RECURSOS VINCULADOS

O valor desta rubrica é composto por:


31/12/2022 31/12/2021

Programas de crédito do Executivo Angolano


Crédito Meu Negócio Minha Vida 1 435 500 1 435 500
Projovem / Cap.Circulante 1 303 100 1 154 801
Linhas de crédito recebidas 4 273 620 4 273 618
Projectos financiados (2 970 520) (3 118 818)

2 738 600 2 590 301

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Passivos – Programas


de crédito do Executivo Angolano” refere-se às convenções financeiras celebradas com o Banco de
Desenvolvimento de Angola, Ministério das Finanças e Ministério da Economia, em que estes
financiam o Banco para que este conceda crédito a pequenos empreendedores ou sectores
específicos de actividade.

120
30. OUTROS PASSIVOS

O valor desta rubrica é composto por:


31/12/2022 31/12/2021

Obrigações de Natureza Social ou Estatutária


Suprimentos 81 796 81 796

Obrigações de Natureza Fiscal


Encargos fiscais a pagar (retidos a terceiros)
Imposto sobre rendimentos de trabalho dependente 92 884 0
Imposto de selo 21 787 0
Imposto predial urbano 665 0
Imposto sobre aplicação de capitais 35 538 0
Imposto industrial sobre prestação de serviços 21 478 9 756
Iva 959 271 0
Segurança Social 2 449 0
Outros 0 708 690
1 134 071 718 446

Obrigações de Natureza Cível 2 656 550 2 140 346


2 656 550 2 140 346

Obrigações de Natureza Administrativa e de Comercialização


Pessoal – Salários e outras remunerações
Estimativa de férias e subsídio de férias 731 043 1 646 051
Fundo social dos trabalhadores 7 369 518
Outros custos administrativos a pagar
Estimativa para outros custos a pagar 1 674 717 761 139
Outros 46 506 65 865
2 459 635 2 473 573

Passivos da Locação 401 286 466 063

6 733 338 5 880 224

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de natureza


Social ou Estatutária - Suprimentos” é referente a suprimentos efectuados pelos accionistas do
Banco.

Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de Natureza Fiscal – Outros” é explicada


essencialmente pelo saldo de IVA nas comissões interbancárias e IVA liquidações gerais no
montante de 678 415 milhares.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de natureza


cível” referem-se aos saldos em aberto com transgressões cambiais, operações passivas e com os
fornecedores do Banco no decurso das prestações de serviços realizadas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de Natureza


Administrativa e de Comercialização – “Estimativa para outros custos a pagar” regista os acréscimos
a fornecedores de serviços externos.

121
A rubrica “Passivos da Locação” corresponde ao valor do Passivo da Locação, reconhecidos no
âmbito da IFRS 16, conforme Política Contabilística descrita na nota 2.8.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021 a desagregação do Passivo da


Locação por maturidade é apresentada no quadro seguinte:

31/12/2022 31/12/2021
Inferiores a 1 ano 236 874 288 146
1 a 5 anos 257 705 313 250
Superiores a 5 anos 0 0
Pagamentos de locação não descontados 494 579 601 396
Juros a periodificar na margem financeira (93 293) (135 333)
Passivo da Locação 401 286 466 063

31. CAPITAL SOCIAL E PREMIO E DESCONTO DE EMISSÃO

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2022, o capital social do Banco apresenta a


seguinte composição:

31/12/2022 31/12/2021

Capital Social 82 275 707 67 254 079


Acções ordinárias 82 100 000 67 078 372
Reserva de actualização monetária do capital social 175 707 175 707
Prémio de emissão 653 582 653 582
Desconto de emissão (3 270 879) (3 270 879)

79 658 410 64 636 782

122
Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a estrutura accionista do Banco tem
a seguinte composição:

31/12/2022 31/12/2021

% de % de
Montante Montante
participação participação
Carrinho Empreendimentos SA 100% 82 100 000 0,00% -
Ministério das Finanças 0% - 99,45% 66 712 125
Sonangol 0% - 0,11% 70 432
Ensa 0% - 0,11% 70 432
Porto de Luanda 0% - 0,11% 70 432
TAAG 0% - 0,11% 70 432
TCUL 0% - 0,04% 28 173
Endiama 0% - 0,04% 28 173
Angola Telecom 0% - 0,04% 28 173

Total 100% 82 100 000 100% 67 078 372

Reserva de actualização
175 707 175 707
monetária do capital social

82 275 707 67 254 079

Em 2014, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 338 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através de entradas em numerário pelo accionista maioritário
Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na rubrica “Outras reservas
e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.

Em de 2015, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
Em 2016, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 10 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.

No decorrer de 2017, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 12 500 milhões,


tendo sido integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo
accionista maioritário Ministério das Finanças. O Banco registou o referido aumento de capital na
rubrica “Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do
BNA.

As emissões de capital do accionista Estado não foram realizadas em condições de mercado, logo
de acordo com os requisitos da IAS 39 e agora IFRS 9, todos estes instrumentos financeiros deverão
reconhecidos ao justo valor no seu momento inicial. O diferencial negativo entre o justo valor no seu
momento inicial e o valor nominal das obrigações foi reconhecido em capital próprio – Desconto de
Emissão no montante de 16 224 752 milhares de Kwanzas em 2018, foram transferidas todas as
verbas acima indicadas, para a rúbrica de Capital Social, pois foi efectuada a escritura de aumento
de capital e formalizado junto do BNA.

123
No mês de Junho de 2020 o accionista maioritário Ministério das Finanças realizou um aumento de
Capital Social de Kz 30 000 milhões. Este aumento de capital não foi realizado em condições de
mercado pelo que conforme já mencionado anteriormente foi efectuado um ajustamento ao valor
inicial negativo das obrigações no montante de 2 026 0001 milhares de Kwanza.

No decorrer do mês de Dezembro de 2020, na sequência da publicação do Decreto Executivo n.º


271/20, o accionista maioritário Ministério das Finanças decretou o resgate antecipado das
Obrigações do Tesouro detidas pelo banco que tinham as seguintes características: Montante
global: Kz 26 500 milhões, Taxa de Juro: 5%, Condições de Reembolso: 24 anos.

No âmbito deste resgate, o accionista maioritário Ministério das Finanças através do Despacho n.º
12/20, atribui ao Banco uma obrigação do tesouro com as seguintes características: Montante: Kz
26 500 milhões, Taxa de Juro: 16,5%, Condições de Reembolso: 4 anos.

De acordo com as normas contabilísticas em vigor o Banco procedeu ao apuramento do diferencial


entre o custo amortizado e o justo valor dos títulos desreconhecidos e registou o mesmo, no
montante de Kz 1 005 540 milhares, em resultados do ano em 2020. Relativamente aos novos
títulos recebidos no âmbito desta operação foi determinado o respectivo justo valor e registado o
diferencial positivo entre este justo valor e o justo valor dos títulos desreconhecidos, no montante
de Kz 14 979 874 milhares, em capital próprio. Tratando-se de uma operação específica para o BCI
promovida pelo seu accionista, na sua qualidade de accionista, este acréscimo foi registado em
capital próprio.

Em Dezembro de 2021 o Banco através de um leilão em Bolsa, foi colocado a privatização tendo
sido o vencedor o Grupo Carrinho Empreendimentos, SA. em Março de 2022 foi concluído o
processo de privatização de Banco.

No último trimestre de 2022, o Accionista procedeu a realização de aumento de capital no montante


de Kz 15 021 628 milhares.

32. OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Reservas de Reavaliação
Excedente de revalorização 21 607 469 21 494 993
Imposto Diferido do excedente de revalorização (5 935 000) (5 965 916)
15 672 469 15 529 077
Reservas
Reserva legal 1 992 260 1 992 260
Outras reservas 1 197 437 1 197 437
Reservas de activos financeiros ao justo valor por OCI (390 264) (390 264)
2 799 433 2 799 433

Resultados Transitados e RPBD (61 424 004) (56 390 193)

124
Nos termos da legislação vigente, o Banco deverá constituir um fundo de reserva legal até à
concorrência do seu capital. Para tal, deverá ser anualmente transferido para esta reserva um
mínimo de 10% do resultado líquido do exercício anterior.

Esta reserva só pode ser utilizada para a cobertura de prejuízos acumulados, quando esgotadas as
demais reservas constituídas.

A Reserva de reavaliação corresponde a mensuração dos terrenos e edifícios pelo modelo de


revalorização.

33. GARANTIAS E OUTROS COMPROMISSOS

O montante de garantias prestadas e de outros compromissos é apresentado de seguida:

Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total


31/12/2022
Exposição ECL Exposição ECL Exposição ECL Exposição ECL

Garantias prestadas 1 027 060 13 668 256 113 4 169 0 0 1 283 173 17 837
Créditos documentários abertos 1 937 204 29 001 0 0 0 0 1 937 204 29 001

Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total


31-12-2021
EAD ECL EAD ECL EAD ECL EAD ECL

Créditos documentários abertos 6 534 300 74 754 989 958 98 094 396 319 167 364 7 920 577 340 212

As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de
fundos por parte do Banco, estando relacionadas com garantias prestadas para suporte de
operações de importação e para execução de contractos por parte de clientes do Banco. As
garantias prestadas representam valores que podem ser exigíveis no futuro.

Os créditos documentários abertos são compromissos irrevogáveis, por parte do Banco, por conta
dos seus clientes, de pagar um montante determinado ao fornecedor de uma dada mercadoria,
dentro de um prazo estipulado, contra a apresentação de documentos referentes à expedição da
mercadoria.

A condição de irrevogável consiste no facto de não ser viável o seu cancelamento ou alteração sem
o acordo expresso de todas as partes envolvidas.

Os instrumentos financeiros contabilizados como Garantias e outros compromissos estão sujeitos


aos mesmos procedimentos de aprovação e controlo aplicados à carteira de crédito nomeadamente
quanto à avaliação da adequação das provisões constituídas tal como descrito na política
contabilística descrita na nota 2.15. A exposição máxima de crédito é representada pelo valor
nominal que poderia ser perdido relativos aos passivos contingentes e outros compromissos
assumidos pelo Banco na eventualidade de incumprimento pelas respectivas contrapartes, sem ter
em consideração potenciais recuperações de crédito ou colaterais.

125
34. TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

De acordo com a IAS 24 (Divulgações de Partes Relacionadas), são consideradas entidades


relacionadas com o Banco:

i) Titulares de participações qualificadas – Accionistas, presumindo-se que tal sucede quando


a participação de capital é não inferior a 10%;

ii) Entidades que se encontrem directa ou indirectamente em relação de domínio ou em relação


de grupo – Filiais, empresas associadas e de controlo conjunto;

iii) Membros dos órgãos de administração e fiscalização do Banco e seus cônjuges,


descendentes ou ascendentes até ao segundo grau da linha recta, considerados beneficiários
últimos das transacções ou dos activos.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, os principais saldos e transacções


mantidos com accionistas, participadas, outras entidades relacionadas e membros dos órgãos
sociais, são os seguintes:

31/12/2022 31/12/2021
Membros dos Membros dos
Outras Outras
Accionistas Participadas Orgão Total Accionistas Participadas Orgão Total
Entidades Entidades
Sociais Sociais
Activos financeiros
Ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065 - - 203 838 - 203 838
Ao custo amortizado - - - - - 72 156 115 - - - 72 156 115
Crédito a clientes - - - 369 426 369 426 - - - 1 220 425 1 220 425
Outros activos - 3 207 365 502 215 - 3 709 580 1 608 268 2 701 050 568 489 - 4 877 807
Depósitos
Depósitos à ordem 7 371 155 998 787 965 58 237 1 009 571 178 111 806 190 812 6 628 7 332 178 316 578
Depósitos a prazo - - - 52 485 52 485 278 558 15 909 - - 294 467
Passivos programa Estado - - - - - 5 709 119 - - - 5 709 119
Outros passivos 81 796 - - - 81 796 9 756 - - 47 061 56 817

126
Em 31 de Dezembro de 2022 a entidade accionista é a seguinte:

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS, SA

Em 31 de Dezembro de 2022 as entidades participadas são as seguintes:

 BCI Imobiliária, S.A.R.L.

 ILHA – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo, S.A.

Em 31 de Dezembro de 2022 as outras entidades relacionadas são as seguintes:

 Bricomil – Construção e Obras Públicas, SA

 CLV – Central de Viana, SA

 EBA - Empreendimentos e prestações de serviços, SA

 Mutombe – Comércio Geral e Representações Comerciais, SA

 SADI – Sociedade Angolana de Desenvolvimento e Imobiliário, SA

 Servauto – Comércio e Serviços Industriais, SA

 Sopros – Sociedade Angolana de Promoção e Exploração de Shoppings, SA

 EMIS - Empresa Interbancária de Serviços

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS AGRI LDA

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS COM GERAL LDA

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS INDUSTRIA LDA

 CARRINHO INVESTMENT

 TOOLS AND FOODSERVICE, LDA

Em 31 de Dezembro de 2022 os membros dos órgãos sociais são os seguintes:

Conselho de Administração

 Pedro Luís da Fonseca - Presidente

 Renato de Assunção Borges – Presidente da Comissão Executiva

 Jardel Silvério Duarte – Administrador Executivo

 Cosete de Almeida D’Apresentação Neto – Administrador independente

 António Manuel Ramos da Cruz - Administrador independente

127
Conselho Fiscal

 Manuel Gomes Pereira – Presidente

 Cláudio Paulino dos Santos – Membro Efectivo

 Francisco Manuel – Membro Suplente

 Rui Manuel – Membro Suplente

Em 31 de Dezembro de 2021 as entidades accionistas eram as seguintes:

 Ministério das Finanças

 Sonangol, EP

 ENSA – Empresa Nacional de Seguros de Angola

 Porto de Luanda

 TAAG - Linhas Aéreas de Angola

 TCUL

 Endiama

 Angola Telecom

Em 31 de Dezembro de 2021 as entidades participadas eram as seguintes:

 BCI Imobiliária, S.A.R.L.

 ILHA – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo, S.A.

 Em 31 de Dezembro de 2021 as outras entidades relacionadas são as seguintes:

 Bricomil – Construção e Obras Públicas, SA

 CLV – Central de Viana, SA

 EBA - Empreendimentos e prestações de serviços, SA

 Multitel, Lda

 Mutombe – Comércio Geral e Representações Comerciais, SA

 SADI – Sociedade Angolana de Desenvolvimento e Imobiliário, SA

 Servauto – Comércio e Serviços Indústriais, SA

 Sopros – Sociedade Angolana de Promoção e Exploração de Shoppings, SA

128
 EMIS - Empresa Interbancária de Serviços

Em 31 de Dezembro de 2021 os membros dos órgãos sociais eram os seguintes:

Conselho de Administração

 Zenaida Gertrudes dos Santos Ramos Zumbi - Presidente

 Ederson Cruz de Sousa Machado - Administrador Executivo

 Renato de Assunção Borges - Administrador Executivo

 Raquel Celeste da Conceição Kulivela Sole - Administrador Não Executivo

 Gilberto João Pipa Vunge - Administrador Não Executivo

Conselho Fiscal

 José Manuel Rela dos Santos Bento - Presidente

 António Vieira Eusébio Manuel – Primeiro Vogal

 Rosária de Fátima Dias dos Santos Filipe – Segundo Vogal

35. JUSTO VALOR DE ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS

O justo valor tem como base as cotações de mercado, sempre que estas se encontrem disponíveis.
Caso estas não existam, o justo valor é estimado através de modelos internos baseados em
técnicas de desconto de fluxos de caixa. A geração de fluxos de caixa dos diferentes instrumentos
é feita com base nas respectivas características financeiras e as taxas de desconto utilizadas
incorporam quer a curva de taxas de juro de mercado, quer os actuais níveis de risco do respectivo
emitente.

Assim, o justo valor obtido encontra-se influenciado pelos parâmetros utilizados no modelo de
avaliação, que necessariamente incorporam algum grau de subjectividade, e reflecte
exclusivamente o valor atribuído aos diferentes instrumentos financeiros.

O Banco utiliza a seguinte hierarquia de justo valor, com três níveis na valorização de instrumentos
financeiros (activos ou passivos), a qual reflecte o nível de julgamento, a observabilidade dos dados
utilizados e a importância dos parâmetros aplicados na determinação da avaliação do justo valor do
instrumento, de acordo com o disposto na IFRS 13:

Nível 1: O justo valor é determinado com base em preços cotados não ajustados, capturados em
transacções em mercados activos envolvendo instrumentos financeiros idênticos aos instrumentos
a avaliar. Existindo mais que um mercado activo para o mesmo instrumento financeiro, o preço
relevante é o que prevalece no mercado principal do instrumento, ou o mercado mais vantajoso
para os quais o acesso existe;

129
Nível 2: O justo valor é apurado a partir de técnicas de avaliação suportadas em dados observáveis
em mercados activos, sejam dados directos (preços, taxas, spreads) ou indirectos (derivados), e
pressupostos de valorização semelhantes aos que uma parte não relacionada usaria na estimativa
do justo valor do mesmo instrumento financeiro. Inclui ainda instrumentos cuja valorização é obtida
através de cotações divulgadas por entidades independentes, mas cujos mercados têm liquidez
mais reduzida; e

Nível 3: O justo valor é determinado com base em dados não observáveis em mercados activos,
com recurso a técnicas e pressupostos que os participantes do mercado utilizariam para avaliar os
mesmos instrumentos, incluindo hipóteses acerca dos riscos inerentes, à técnica de avaliação
utilizada e aos inputs utilizados e contemplados nos processos de revisão da acuidade dos valores
assim obtidos.

O Banco considera que a definição de mercado activo para um dado instrumento financeiro, a cada
data de mensuração, depende do volume de negócios e da liquidez das operações realizadas, da
volatilidade relativa dos preços cotados e da prontidão e disponibilidade da informação, devendo,
para o efeito verificar as seguintes condições mínimas:

— Existência de cotações diárias frequentes de negociação no último ano;

— As cotações acima mencionadas alteram-se com regularidade;

— Existem cotações executáveis de mais do que uma entidade;

Um parâmetro utilizado numa técnica de valorização é considerado um dado observável no mercado


se estiverem reunidas as condições seguintes:

• se o seu valor é determinado num mercado activo;

• se existe um mercado Over-the-counter (OTC) e é razoável assumir-se que se verificam


as condições de mercado activo, com a excepção da condição de volumes de negociação; e

• O valor do parâmetro pode ser obtido pelo cálculo inverso dos preços dos instrumentos
financeiros e ou derivados onde os restantes parâmetros necessários à avaliação inicial são
observáveis num mercado líquido ou num mercado OTC que cumprem com os parágrafos
anteriores.

130
A hierarquia de justo valor dos activos e passivos financeiros mensurados ao justo valor é a
seguinte:

Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização


Cotações de
com parâmetros com parâmetros não Total
mercado
observáveis no mercado observáveis no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2022

Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 240 065 240 065

Activos financeiros - - 240 065 240 065

Passivos financeiros ao justo valor através de resultados - - - -

Passivos financeiros - - - -

Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização


Cotações de
com parâmetros com parâmetros não Total
mercado
observáveis no mercado observáveis no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2021

Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 203 838 203 838

Activos financeiros - - 203 838 203 838

Passivos financeiros ao justo valor através de resultados - - - -

Passivos financeiros - - - -

O justo valor dos activos e passivos financeiros registados no balanço ao custo amortizado é
analisado como segue, tendo sido estimado com base nas principais metodologias e pressupostos
abaixo descritos:
Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização com


Custo Amortizado Cotações de
com parâmetros parâmetros não observáveis Total Justo Valor
mercado
observáveis no mercado no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2022

Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 491 - 12 358 491 - 12 358 491
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 082 314 - 43 082 314 - 43 082 314
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 61 630 420 - 60 463 461 - 60 463 461
Crédito a clientes 50 169 367 - - 50 169 367 50 169 367
Outros activos - outros devedores 22 003 321 - 0 22 003 321 22 003 321

Activos financeiros 691 551 815 - 618 212 168 72 172 687 690 384 856

Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 14 204 385 - 14 204 385 - 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 650 979 795 - - 650 979 795 650 979 795
Outros passivos 6 733 338 6 733 338 6 733 338

Passivos financeiros 671 917 517 - 14 204 385 657 713 133 671 917 517

131
Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização com


Custo Amortizado Cotações de
com parâmetros parâmetros não observáveis Total Justo Valor
mercado
observáveis no mercado no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2021

Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 213 843 492 - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 9 939 361 - 9 939 361 - 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 12 133 172 - 12 133 172 - 12 133 172
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 70 742 442 - 77 466 857 - 77 466 857
Crédito a clientes 52 378 807 - - 52 378 807 52 378 807
Outros activos - outros devedores 4 263 508 - 0 4 263 508 4 263 508

Activos financeiros 363 300 782 - 313 382 882 56 642 314 370 025 197

Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 25 954 253 - 25 954 253 - 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 335 706 814 - - 335 706 814 335 706 814
Outros passivos 5 880 224 5 880 224 5 880 224

Passivos financeiros 367 541 290 - 25 954 253 341 587 038 367 541 290

Caixa e disponibilidades em bancos, Disponibilidades em outras instituições de crédito e


Aplicações em bancos centrais e outras instituições de crédito

Estes activos e passivos são de muito curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa
razoável do respectivo justo valor.

Títulos ao custo amortizado

O justo valor dos títulos registados ao custo amortizado é estimado com base na actualização dos
fluxos de caixa esperados de capital e de juros, conforme descrito no início da presente Nota.

Crédito a clientes

O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa
esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas
contratualmente definidas. Os fluxos de caixa futuros esperados das carteiras de crédito
homogéneas, como por exemplo o crédito à habitação, são estimados numa base de portfolio. As
taxas de desconto utilizadas são as taxas actuais praticadas para empréstimos com características
similares.

Recursos de Bancos Centrais e outras instituições de crédito

O justo valor dos recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito é estimado com
base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros.

Recursos de clientes e outros empréstimos

O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de
caixa esperados de capital e de juros. A taxa de desconto utilizada é a que reflecte as taxas
praticadas para os depósitos com características similares à data do balanço. Considerando que as
taxas de juro aplicáveis são renovadas por períodos inferiores a um ano, não existem diferenças
materialmente relevantes no seu justo valor.

132
36. GESTÃO DO RISCO DA ACTIVIDADE

Principais Categorias de Risco

Crédito – O risco de crédito, encontra-se associado ao grau de incerteza de recuperação do


investimento e do seu retorno, por incapacidade de um devedor (e do seu garante se existir),
provocando deste modo uma perda financeira para o credor. O risco de crédito encontra-se patente
em títulos de divida, crédito concedido e noutros saldos a receber.

Mercado – O conceito de risco de mercado, reflecte a perda potencial que pode ser registada por
uma determinada carteira em resultado de alterações de taxas (juros e de câmbio) e/ou de preços
dos diferentes instrumentos financeiros que a compõem, considerando quer as correlações
existentes entre eles, quer as respectivas volatilidades. Assim, o risco de mercado engloba o risco
da taxa de juro cambial e outros riscos de preço.

Liquidez – O risco de liquidez, reflecte a incapacidade do banco cumprir com as suas obrigações
associados aos passivos financeiros a cada data de vencimento, sem incorrer em perdas
significativas decorrentes de uma degradação das condições de acesso ao financiamento (risco de
financiamento) e/ou de venda dos seus activos por valores inferiores aos habitualmente praticados
em mercado (risco de liquidez de mercado).

Imobiliário – O risco imobiliário, resulta de possíveis impactos negativos nos resultados ou nível de
capital do banco, devido a oscilações no preço de mercado dos bens imobiliários.

Operacional – Como risco operacional, entende-se a perda potencial resultante de falhas ou


inadequações nos processos internos, nas pessoas ou nos sistemas, ou ainda as perdas potenciais
resultantes de eventos externos.

Avaliação de riscos

Risco de crédito

Os modelos de risco de crédito, desempenham um papel essencial no processo de decisão de


crédito. Assim, o processo de decisão de operações da carteira de crédito, baseia-se num conjunto
de políticas recorrendo a modelos de scoring para as carteiras de Clientes particulares e Negócio e
de rating para o segmento de Empresas.

As decisões de crédito dependem das classificações de risco e de cumprimento de diversas regras


sobre a capacidade financeira e o comportamento dos proponentes. Existem modelos de scoring
relativos para as principais carteiras de créditos a particulares, designadamente crédito a habitação
e crédito individual, contemplando a necessária segmentação entre Clientes e não Clientes (ou
clientes recentes).

A actividade de risco de crédito, tem como funções principais:

 Definir as regras de cálculo de imparidade;

 Definir o processo de análise de risco;

 Analisar os riscos sectoriais e geográficos;

133
 Analisar os risos de concentração;

 Definir e monitorar limites internos de contrapartes;

 Monitorar a implementação de planos de redução de riscos, através de acompanhamento


da carteira de crédito vencido.

 Por forma a mitigar o risco de crédito, análise da carteira tem em conta os seguintes
parâmetros:

 Histórico do cliente em que se apura a existência de incidentes, incumprimentos, penhoras


ou dívidas;

 Limites de exposição ao risco de crédito em que se atribui um rating interno mediante a


avaliação da capacidade creditícia das contrapartes, bem como a definição de limites
máximos de exposição às contrapartes;

 Risco de incumprimento onde são rejeitados os clientes com rating de elevada


probabilidade de incumprimento;

 Garantias pessoais ou reais no acto da concepção de crédito, a fim de mitigar a exposição


do Banco a esta contraparte.

Seguidamente, apresenta-se a informação relativa à exposição do Banco ao risco de crédito:


31/12/2022 31/12/2021
Valor contabilístico Valor contabilístico Valor contabilístico Valor contabilístico
Imparidade Imparidade
bruto líquido bruto líquido

Patrimoniais 722 965 405 (31 173 525) 691 791 880 407 013 399 (43 508 779) 363 504 620
Caixa e disponibilidade em bancos centrais 502 307 902 0 502 307 902 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidade em outras instituições de crédito 12 358 675 (184) 12 358 491 10 004 197 (64 836) 9 939 361
Activos financeiros pelo justo valor através de outro rendimento integral 240 065 0 240 065 203 838 - 203 838
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito á clientes 74 826 500 (24 657 133) 50 169 367 77 410 065 (25 031 258) 52 378 807
Títulos de dívida 62 501 916 (871 496) 61 630 420 83 283 793 (12 541 351) 70 742 442
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 125 068 (42 754) 43 082 314 12 541 573 (408 401) 12 133 172
Outros activos 27 605 279 (5 601 958) 22 003 321 9 726 441 (5 462 933) 4 263 508

Extrapatrimoniais 3 220 377 (46 838) 3 173 539 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Crédito Documentário 1 937 204 (29 001) 1 908 203 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Garantias prestadas 1 283 173 (17 837) 1 265 336 - - 0

Total 726 185 782 (31 220 363) 694 965 419 414 933 976 (43 848 991) 371 084 985

134
A repartição por sectores de actividade ao risco de crédito apresenta-se da seguinte forma:

31/12/2022
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/E
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
xp. Total

Agricultura 0 12 1 157 846 1 157 858 837 648 72%


Obras e construção civil 3 512 0 851 348 854 860 615 759 72%
Hotelaria 41 396 28 30 381 71 805 30 326 42%
Outros 2 545 337 0 336 967 2 882 304 207 745 7%
Particulares 18 227 800 1 111 369 3 250 312 22 589 481 3 306 268 15%
Comércio por grosso e retalho 5 798 175 87 281 22 034 089 27 919 545 14 346 984 51%
Serviços 1 835 329 1 708 571 11 082 743 14 626 643 3 623 667 25%
Indústria transformadora 4 283 821 788 736 934 159 6 006 716 701 440 12%

Total 32 735 370 3 695 997 39 677 845 76 109 212 23 669 837 31%

31/12/2021
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/Ex
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
p. Total

Agricultura 19 047 0 1 489 383 1 508 430 975 279 65%


Obras e construção civil 11 940 0 854 755 866 695 665 056 77%
Hotelaria 207 553 0 32 965 240 518 39 215 16%
Outros 2 862 169 0 337 646 3 199 815 230 217 7%
Particulares 28 025 968 663 618 3 213 168 31 902 754 3 727 763 12%
Comércio por grosso e retalho 6 901 540 4 112 499 17 492 336 28 506 375 14 575 044 51%
Serviços 1 435 655 7 930 237 3 984 514 13 350 406 3 197 724 24%
Indústria transformadora 5 184 571 0 935 836 6 120 407 790 007 13%

Total 44 648 443 12 706 354 28 340 603 85 695 400 24 200 305 28%

A concentração geográfica ao risco de crédito apresenta-se da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021
Área geográfica Área geográfica
Angola Outros Total Angola Outros Total

Créditos à clientes 50 169 367 0 50 169 367 52 378 807 0 52 378 807
Garantias prestadas e cartas de crédito 3 173 539 0 3 173 539 7 580 365 0 7 580 365

Total 53 342 906 0 53 342 906 59 959 172 0 59 959 172

O risco de crédito é o risco mais importante no sector bancário, definindo como o risco da
contraparte em incumprir o pagamento da sua obrigação. Refere ainda, que o risco de crédito se
divide em várias componentes de risco, das quais se destacam as seguintes:

i) Risco de incumprimento (default): é o risco do mutuário não cumprir com o serviço da dívida
de um empréstimo resultante de um evento de default, em certo período. Exemplos: o atraso no
pagamento; a reestruturação de uma operação e a falência ou liquidação do devedor, que podem
provocar uma perda total ou parcial do valor emprestado à contraparte;

ii) Risco de concentração: possibilidade de perdas em função da concentração de empréstimos


elevados a um pequeno número de mutuários e/ou grupos de risco, ou em poucos sectores de
actividade;

135
iii) Risco de degradação da garantia (colateral): não resulta em uma perda imediata, mas sim na
probabilidade de ocorrer um evento de default pela queda da qualidade da garantia oferecida,
ocasionada por uma desvalorização do colateral no mercado, ou pelo desaparecimento do
património pelo mutuário.

O risco de crédito é considerado como o principal risco subjacente à actividade bancária, sendo que
a sua gestão consiste na execução de estratégias de maximização de resultados face a exposição
dos riscos assumidos nas operações de crédito concedidas, respeitando sempre as exigências
regulamentares dos supervisores.

Risco de Mercado

Existe uma diversidade de conceitos do risco de mercado no desenvolvimento da sua actividade,


as instituições estão sujeitas aos riscos de mercado, quer se situem em posições constantes do
balanço, quer em posições extrapatrimoniais. O risco de mercado consiste na possibilidade de
ocorrerem perdas derivadas de situações adversas aos preços de mercado, como é o caso das
alterações de taxas de juro, taxas de câmbio, de preços do mercado accionista e mercadorias
(commodities).

Deste modo, pode-se afirmar que o risco de mercado deriva de potenciais perdas nas carteiras de
negócios (trading book) ou investimentos, decorrentes das alterações às condições económicas e
financeiras do mercado. Na abordagem às carteiras de investimento, a composição de uma carteira
de títulos (portfolio), este risco não pode ser totalmente eliminado através da diversificação, uma
vez que o risco de mercado afecta o comportamento de todos os títulos e, bem assim, de todas as
carteiras.

O risco de mercado como o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado, podendo englobar três tipos
de riscos, a saber:

i) Risco cambial: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de câmbio;

ii) Risco de taxa de juro: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de juro no mercado;

iii) Outros riscos de preços: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um
instrumento financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado (que não
associados a riscos de taxa de juro ou riscos cambiais), quer essas alterações sejam causadas por
factores específicos do instrumento individual ou do seu emitente, quer por factores que afectem
todos os instrumentos similares negociados do mercado (podemos associar ao risco das
commodities, das cotações de títulos, e o risco do sector imobiliário).

136
Os activos e passivos do Banco são decompostos por tipo de taxa da seguinte forma:

2022
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro

Ativo 161 023 408 19 430 076 514 906 642 - 695 360 126

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 12 358 675 - 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 62 501 916 - - - 62 501 916
Crédito a clientes 55 396 424 19 430 076 - - 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 43 125 068 - - - 43 125 068

Passivos 65 684 573 - 585 295 222 - 650 979 795

Recursos de clientes e outros empréstimos 65 684 573 - 585 295 222 - 650 979 795

31/12/2021
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro

Ativo 150 561 622 22 673 808 224 051 528 - 397 286 959

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 10 004 197 - 10 004 197
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 203 838 - 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 83 283 793 - - - 83 283 793
Crédito a clientes 54 736 257 22 673 808 - - 77 410 065
Aplicações em instituições de crédito 12 541 573 - - - 12 541 573

Passivos 49 281 731 - 286 425 083 - 335 706 814

Recursos de clientes e outros empréstimos 49 281 731 - 286 425 083 - 335 706 814

Seguidamente apresentamos as taxas médias de juro verificadas para os principais activos e


passivos financeiros do Banco:
(milhares de Kwanzas)
31-12-2022 31/12/2021
Saldo médio Juros do Taxa de juro Saldo médio Juro do Taxa de juro
do exercício exercício média do exercício exercício média

Aplicações 546 323 542 20 718 583 4% 432 203 711 33 113 141 8%
Disponibilidade 369 257 133 0 0% 171 066 156 0 0%
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito a clientes 76 118 283 8 726 773 11% 73 627 535 9 556 735 13%
Títulos de Dívida 72 892 855 11 720 350 16% 134 297 972 16 206 008 12%
Aplicações em Instituições de Crédito 27 833 321 271 460 1% 53 008 210 7 350 398 14%
Juros de activos financeiros pelo justo valor através de rendimento integral 221 952 0 0% 203 838 0 0%

Recursos 519 729 404 8 695 739 2% 398 175 368 8 431 116 2%

Depósitos de clientes
Ordem 435 860 152 0 0% 303 574 372 0 0%
Prazo 57 483 152 6 031 853 10% 72 831 908 4 749 152 7%
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 20 079 319 2 621 846 13% 13 410 529 3 532 415 26%
Passivo de Locação e Outros Passsivos 6 306 781 42 040 1% 8 358 559 149 549 2%

Margem Financeira 12 022 844 24 682 025

137
A repartição dos activos e passivos por moeda apresenta-se da seguinte forma:

31-12-2022
AKZ Kz indexados USD EUR Outras Moedas Total
aos USD

Ativo 677 806 354 6 729 192 29 844 821 4 412 778 473 942 719 267 087
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 486 699 306 0 14 560 048 1 026 662 21 886 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 393 309 0 8 740 867 2 772 347 451 968 12 358 491
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
240 065 0 0 0 0 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 54 901 228 6 729 192 0 0 0 61 630 420
Crédito a clientes 50 169 367 0 0 0 0 50 169 367
Aplicações em instituições de crédito 36 045 617 0 6 543 906 492 791 0 43 082 314
Outros activos tangíveis 25 386 935 0 0 0 0 25 386 935
Activos Intangíveis 400 441 0 0 52 842 0 453 283
Activos não correntes detidos para venda 1 399 800 0 0 0 0 1 399 800
Activos por impostos corrente 235 189 0 0 0 0 235 189
Outros activos 21 935 098 0 0 68 135 88 22 003 321

Passivos 655 747 245 881 21 147 953 5 965 260 28 243 682 889 582
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
13 759 234 0 92 465 350 799 1 887 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 625 815 695 0 20 950 277 4 198 531 15 291 650 979 795
Passivos por impostos diferidos 5 935 000 0 0 0 0 5 935 000
Provisões 1 771 476 881 62 949 463 159 0 2 298 465
Passivos programas Estado e recursos vinculados 2 738 600 0 0 0 0 2 738 600
Outros Passivos 5 727 240 0 42 262 952 771 11 065 6 733 338

Total 22 059 109 6 728 311 8 696 868 (1 552 482) 445 699 36 377 505

31/12/2021
AKZ Kz indexados USD EUR Outras Moedas Total
aos USD

Ativo 350 497 175 7 953 543 34 680 915 5 253 034 532 205 398 916 872
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 204 315 876 0 8 300 601 1 206 275 20 740 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 591 508 0 7 552 109 1 284 347 511 397 9 939 361
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
203 838 0 0 0 0 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 55 330 136 7 953 543 7 458 763 0 0 70 742 442
Crédito a clientes 52 378 807 0 0 0 0 52 378 807
Aplicações em instituições de crédito 0 10 959 304 1 173 838 31 12 133 172
Outros activos tangíveis 28 917 388 0 0 0 0 28 917 388
Activos Intangíveis 281 522 0 0 0 0 281 522
Activos não correntes detidos para venda 5 978 849 0 0 0 0 5 978 849
Activos por impostos corrente 234 492 0 0 0 0 234 492
Outros activos 2 264 759 0 410 137 1 588 574 37 4 263 508

Passivos 346 185 047 0 25 264 623 5 784 357 32 937 377 266 963
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
25 954 253 0 0 0 0 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 305 386 916 0 25 050 117 5 237 815 31 966 335 706 814
Passivos por impostos diferidos 5 965 916 0 0 0 0 5 965 916
Provisões 3 147 315 0 69 359 542 111 971 3 759 756
Outros Passivos 5 730 647 0 145 147 4 430 0 5 880 224

Total 4 312 128 7 953 543 9 416 291 ( 531 323) 499 269 21 649 908

A análise de sensibilidade ao valor dos instrumentos financeiros a variações de taxas de câmbio


apresenta-se da seguinte forma:

31-12-2022
-20% -10% -5% +5% +10% +20%
Moedas
Dólares dos Estados Unidos da América 6 957 494 7 827 181 8 262 024 9 131 711 9 566 554 10 436 241
Kwanzas indexados aos USD 5 382 649 6 055 480 6 391 895 7 064 727 7 401 142 8 073 973
Euros (1 241 986) (1 397 234) (1 474 858) (1 630 106) (1 707 730) (1 862 979)
Outras Moedas 356 559 401 129 423 414 467 984 490 269 534 839

Total

31/12/2021
-20% -10% -5% +5% +10% +20%
Moedas
Dólares dos Estados Unidos da América 7 533 033 8 474 662 8 945 477 9 887 106 10 357 921 11 299 550
Kwanzas indexados aos USD 6 362 834 7 158 189 7 555 866 8 351 220 8 748 897 9 544 252
Euros ( 425 058) ( 478 190) ( 504 757) ( 557 889) ( 584 455) ( 637 587)
Outras Moedas 399 415 449 342 474 305 524 232 549 195 599 122

138
Risco de Liquidez

A gestão de um adequado grau de liquidez é uma das preocupações centrais das instituições
financeiras.

Um dos aspectos críticos no negócio bancário é precisamente o processo de transformar os fundos


de curto prazo e colocá-los a médio e a longo prazo. Uma adequada gestão de liquidez representa
a capacidade de as instituições continuarem a financiar a sua actividade creditícia e fazer frente ao
vencimento das suas responsabilidades.

Ou, num sentido mais lato, pode-se afirmar que o risco de liquidez é o resultado do desajustamento
entre os padrões de maturidade dos activos e dos passivos dos bancos, ou seja, o risco de liquidez
resulta da descompensação da dimensão e maturidade entre activos e passivos.

O conceito de liquidez pode ser usado em diferentes contextos. Pode ser usado para descrever
instrumentos financeiros e os seus mercados. Um mercado líquido é composto por activos líquidos,
onde transacções normais podem ser facilmente executadas. E pode ser também utilizado no
sentido da solvência de uma empresa.

Num momento em que grandes instituições financeiras se deparam em situação de insolvência,


pode-se verificar o esforço despendido por vários bancos para manter níveis adequados de liquidez,
os quais eram exigidos pelos bancos centrais dos seus países, a fim de sustentar as operações
desses bancos e, principalmente, do sistema financeiro como um todo.

Deste modo, a crise financeira global alertou para a importância do risco de liquidez nas instituições
financeiras e ao mesmo tempo para a necessidade de o regular.

O gap de liquidez do Balanço do Banco apresenta a seguinte estrutura:


31-12-2022
Entre 3 a 6 Entre 6 meses a Entre 1 a 5 Mais de 5 Total
Á vista Até 3 meses Indeterminado
meses 1 ano anos anos

Ativo 514 666 577 46 481 479 2 126 434 9 570 931 83 373 201 3 537 411 35 604 093 695 360 126
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 0 0 0 0 0 0 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 675 0 0 0 0 0 0 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 0 0 0 0 0 0 240 065 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 0 1 787 434 0 6 773 985 53 940 497 0 0 62 501 916
Crédito a clientes 0 2 061 645 1 633 766 2 796 946 29 432 704 3 537 411 35 364 028 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 0 42 632 400 492 668 0 0 0 0 43 125 068

Passivos 585 295 222 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 979 795
Recursos de clientes e outros empréstimos 585 295 222 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 979 795

Exposição Líquida (70 628 645) 1 000 569 (8 270 213) (80 115) 83 217 231 3 537 411 35 604 093 44 380 331

31/12/2021
Entre 3 a 6 Entre 6 meses a Entre 1 a 5 Mais de 5 Total
Á vista Até 3 meses Indeterminado
meses 1 ano anos anos

Ativo 223 782 854 6 787 280 3 784 858 20 315 743 89 861 971 10 263 875 42 425 542 397 222 122
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 213 843 492 0 0 0 0 0 0 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 9 939 361 0 0 0 0 0 0 9 939 361
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 0 0 0 0 0 203 838 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado 0
Título de Dívida 0 1 310 196 6 514 9 005 146 61 834 260 0 11 127 677 83 283 793
Crédito a clientes 0 1 276 814 3 778 344 2 969 294 28 027 711 10 263 875 31 094 027 77 410 065
Aplicações em instituições de crédito 0 4 200 270 0 8 341 303 0 0 0 12 541 573

Passivos 286 425 083 34 122 485 5 569 904 9 362 462 226 880 0 0 335 706 814
Recursos de clientes e outros empréstimos 286 425 083 34 122 485 5 569 904 9 362 462 226 880 0 0 335 706 814

Exposição Líquida (62 642 229) -27 335 205 (1 785 046) 10 953 281 89 635 091 10 263 875 42 425 542 61 515 308

Damos nota que o gap de liquidez até seis meses apresentado acima é mitigado pela renovação
dos depósitos dos nossos clientes que historicamente se encontram estáveis.

139
No que diz respeito ao risco de concentração de liquidez, indicamos seguidamente o valor de
depósitos de clientes por sector institucional:

31-12-2022 31/12/2021

Sector Público 518 948 727 214 769 034


Sector Empresarial Privado 60 758 145 53 174 203
Particulares 71 272 922 67 763 577

Total 650 979 795 335 706 814

Risco Imobiliário

A exposição a imóveis pelo Banco evolui da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021

Imóveis recebidos em dação de crédito 1 399 800 5 978 849

Total 1 399 800 5 978 849

Risco Operacional

O risco operacional decorre de falhas na análise, processamento das operações, de fraudes


internas e externas e da existência de recursos humanos insuficientes ou inadequados.

Risco de Estratégia

Decorre de decisões estratégicas inadequadas, da deficiente implementação das decisões ou da


incapacidade de resposta a alterações do meio envolvente ou a alterações no ambiente de negócios
da instituição.

Risco de Reputação

Decorre de uma percepção negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por
parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de
imprensa ou pela opinião pública em geral.

Risco de Compliance

Decorre de violações ou da não conformidade relativamente a leis, regulamentos, contractos,


códigos de conduta, práticas instituídas ou princípios éticos.

Risco País ou Risco Soberano

Este tipo de risco está associado a alterações ou perturbações específicas de natureza política,
económica ou financeira, nos locais onde operam as contrapartes que impeçam o integral
cumprimento do contracto. É ainda utilizado para classificar o risco de contraparte envolvido em
empréstimos a entidades estatais, dada a semelhança entre os métodos de análise do risco-país e
do risco de contraparte de um Estado.

140
Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade

Os fundos próprios do Banco e o rácio de solvabilidade são apurados de acordo com as normas
regulamentares aplicáveis, nomeadamente com o Aviso nº 08/2021 e os instrutivos aplicáveis:
instrutivo nº 13/2021, instrutivo nº 14/2021, instrutivo nº 15/2021, instrutivo nº 16/2021, instrutivo
17/2021, instrutivo nº 19/2021, instrutivo nº 22/2021, instrutivo nº 2/2022 e instrutivo nº 5/2022, com
referência a 31 de Dezembro de 2022.

As instituições financeiras angolanas devem manter um nível de fundos próprios compatíveis com
a natureza e escala das operações devidamente ponderados pelos riscos inerentes às operações,
sendo o rácio de fundos próprios regulamentares mínimo de 8%, o rácio de fundos próprios de nível
1 mínimo de 6% e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 mínimo de 4,5%.
Os fundos próprios regulamentares compreendem:

1. Fundos próprios de nível 1– compreendem: i) Capital social realizado; ii) Resultados transitados
positivos de exercícios anteriores; iii) Reservas legais, estatutárias e outras reservas provenientes
de resultados não distribuídos, ou constituídas para o aumento de capital; iv) Resultado líquido
positivo do exercício anterior; v) Resultado líquido positivo provisório do exercício em curso; vi)
Instrumentos de capital próprio; e, vii) Prémios de emissão.

2. Os elementos negativos dos Fundos próprios de nível 1 – Compreendem: i) Acções próprias em


carteira, pelo valor de registo no balanço; ii) Resultados negativos, transitados de exercícios
anteriores; iii) Resultado líquido negativo do exercício anterior; iv) Resultado líquido negativo
provisório do exercício em curso; v) Imobilizações incorpóreas líquidas das amortizações, incluindo
o goodwill incluído na avaliação de investimentos significativos da instituição; vi) Despesas com
custos diferidos relacionadas com responsabilidades com pensões; vii) Activos por impostos
diferidos que dependam de rendibilidade futura; viii) Os ajustamentos sobre as perdas por
imparidade de instrumentos financeiros face ao apurado pelo Banco Nacional de Angola no
exercício de supervisão prudencial; ix) Diferenças positivas de reavaliação decorrentes da
aplicação do método de equivalência patrimonial; x) Perdas actuariais não reconhecidas em
resultados; xi) O valor dos elementos que é necessário deduzir aos elementos dos fundos próprios
adicionais de nível 1 que exceda os elementos dos fundos próprios adicionais de nível 1 da
instituição; xii) O valor da posição em risco das transacções incompletas; xii) Os instrumentos de
fundos próprios principais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e
sinteticamente, com as quais a instituição tenha detenções cruzadas que o Banco Nacional de
Angola considere terem sido constituídas para inflacionar artificialmente os fundos próprios da
instituição; xiv) O valor aplicável dos instrumentos de fundos próprios principais de nível 1 de
Instituições financeiras detidos pela instituição directa, indirecta e sinteticamente, caso a instituição
não tenha um investimento significativo nessas entidades; xv) O valor aplicável dos instrumentos
de fundos próprios principais de nível 1 de Instituições financeiras detidos pela instituição directa,
indirecta e sinteticamente, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas entidades,
excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a 5 (cinco) dias
úteis; xvi) Qualquer imposto relativos a elementos de fundos próprios principais de nível 1,
previsível no momento em que é calculado, excepto no caso de a instituição ajustar
adequadamente o valor dos elementos de fundos próprios principais de nível 1 na medida em que
esse imposto reduza o valor até ao qual esses elementos possam ser utilizados para a cobertura
de riscos ou perdas.

141
3. Fundos próprios adicionais de nível 1 – compreendem (i) Acções preferenciais; ii) Instrumentos
híbridos e/ ou convertíveis; iii). Outros instrumentos cujas condições de emissão foram previamente
aprovadas pelo Banco Nacional de Angola; e iv) Prémios de emissão respeitantes a elementos
enquadrados nas alíneas anteriores.

4. Os elementos negativos dos fundos próprios adicionais de nível 1 – Compreendem: i) Os


instrumentos próprios de fundos próprios adicionais de nível 1 detidos directa, indirecta e
sinteticamente, incluindo instrumentos próprios de fundos próprios adicionais de nível 1 que a
instituição possa ser obrigada a adquirir em resultado de obrigações contratuais existentes; ii) Os
instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa,
indirecta e sinteticamente, com as quais a instituição tenha detenções cruzadas que o Banco
Nacional de Angola considere terem sido constituídas para inflacionar artificialmente os fundos
próprios da instituição; iii) O valor aplicável dos instrumentos de fundos próprios adicionais de nível
1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente, caso a instituição não tenha
um investimento significativo nessas Instituições financeiras; iv) Os instrumentos de fundos
próprios adicionais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente
por parte da instituição, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas Instituições
financeiras, excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a
cinco dias úteis; v) O valor dos elementos que seja necessário deduzir aos elementos de fundos
próprios de nível 2, que exceda os elementos de fundos próprios de nível 2 da instituição; e, vi)
Qualquer imposto relativos a elementos de fundos próprios adicionais de nível 1 previsível no
momento em que é calculado, excepto no caso da instituição ajustar adequadamente o valor dos
elementos de fundos próprios adicionais de nível 1 na medida em que esse imposto reduza o valor
até ao qual esses elementos possam ser afectados à cobertura de riscos ou perdas.

5. Os Fundos próprios de nível 2 – Compreendem: i) Acções preferenciais remíveis; ii) Reservas


provenientes da reavaliação dos imóveis de uso próprio; iii) Dívida subordinada, na forma de
empréstimos ou obrigações emitidas, cujas condições de emissão foram previamente aprovadas
pelo Banco Nacional de Angola; iv) Outros instrumentos cujas condições de emissão foram
previamente aprovadas pelo Banco Nacional de Angola; e, v) Prémios de emissão respeitantes a
elementos enquadrados nas pontos anteriores.

6. Os elementos negativos dos fundos próprios de nível 2 – Compreendem: i) Os instrumentos


próprios de fundos próprios de nível 2 detidos directa, indirecta e sinteticamente, incluindo
instrumentos próprios de fundos próprios de nível 2 que a instituição possa ser obrigada a adquirir
em resultado de obrigações contratuais existentes; ii) Os instrumentos de fundos próprios de nível
2 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente, com as quais a instituição
tenha detenções cruzadas que o Banco Nacional de Angola considere terem sido constituídas para
inflacionar artificialmente os fundos próprios da instituição; iii) O valor aplicável dos instrumentos
de fundos próprios de nível 2 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente,
caso a instituição não tenha um investimento significativo nessas Instituições financeiras; e, iv) Os
instrumentos de fundos próprios de nível 2 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e
sinteticamente por parte da instituição, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas
entidades, excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a cinco
dias úteis.

142
Os resultados líquidos positivos do exercício anterior e do exercício em curso referidos nos pontos
anteriores apenas podem ser considerados sempre que certificados pelo perito contabilista membro
do órgão de fiscalização ou fiscal único e pelo auditor externo.

O seguinte quadro apresenta os fundos próprios e o rácio de solvabilidade da entidade com


referência a 31 de Dezembro de 2022:

31/12/2022

Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 13 693 566
Risco de crédito e contraparte 9 120 193

Risco de mercado e risco de crédito de 1 234 064


Risco operacional 3 339 309

Fundos Próprios Regulamentares 35 924 220


Fundos próprios de nível I 35 924 220
Fundos próprios de nível II 0
Deduções aos fundos próprios 0
de base e complementares

Rácio de Fundos Próprios Regulamentares 20,99%

Os fundos próprios do Banco em 31 de Dezembro de 2021 foram apurados de acordo com as


normas regulamentares aplicáveis à data, nomeadamente com o Aviso nº 08/2021. Relativamente
aos requisitos para o rácio de solvabilidade aplicavam-se à data o Aviso nº 3/2016, Aviso nº 4/2016
e Aviso nº 5/2016, assim como o Instrutivo nº 12/2016, Instrutivo nº 13/2016, Instrutivo nº 14/2016,
o Instrutivo nº 15/2016, Instrutivo nº 16/2016, Instrutivo nº 17/2016 e o Instrutivo nº 18/2016.

31/12/2021

Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 15 462 063
Risco de crédito e contraparte 10 173 129
Risco de mercado e risco de crédito de contraparte
na carteira de negociação 1 553 809

Risco operacional 3 735 125

Fundos Próprios Regulamentares 18 778 085


Fundos próprios de base 10 432 126
Fundos próprios complementares 8 345 959
Deduções aos fundos próprios 0
de base e complementares

Rácio de Solvabilidade Regulamentar 12,14%

143
37. Novas normas e interpretações e alterações a normas e interpretações

1. As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas que entraram em vigor


e que o Banco aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, são as seguintes:

Referências à Estrutura Conceptual (alterações à IFRS 3)

Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Referências à Estrutura Conceptual", alterando a IFRS 3


Concentração de Negócios.

As alterações actualizaram a IFRS 3, substituindo a referência a uma versão antiga da Estrutura


Conceptual por uma referência à versão mais recente, que foi emitida em Março de 2018.

As alterações devem ser aplicadas a concentrações de negócios para as quais a data de aquisição
é no ou após o início do primeiro período de relatório anual com início em ou após 1 de Janeiro de
2022. A aplicação antecipada é permitida se, ao mesmo tempo ou antes, uma entidade também
aplicar todas as alterações feitas em "Alterações às referências à Estrutura Conceptual nas normas
IFRS", emitidas em Março de 2018.

O Banco não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

Activos fixos tangíveis - Receitas antes do uso pretendido, alterações à IAS 16 Activos fixos
tangíveis

Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Activos fixos tangíveis - Receitas antes do Uso Pretendido", que
alterou a IAS 16 Activos fixos tangíveis.

As alterações proíbem a dedução ao custo de um item do activo fixo tangível, de qualquer receita
da venda de itens produzidos ao trazer esse activo para o local e condição necessários para que
seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Em vez disso, a entidade deverá
reconhecer em resultados essas receitas de vendas.

As alterações devem ser aplicadas retrospectivamente para períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2022, com aplicação antecipada permitida.

O Banco não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

Contractos onerosos - Custo de cumprir um contracto

Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Contractos Onerosos - Custo de cumprir um contracto", que
alterou a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.

O objectivo das alterações é o de esclarecer os requisitos da IAS 37 sobre contractos onerosos no


que diz respeito à avaliação se, num contracto, os custos inevitáveis de cumprir as obrigações
decorrentes do contracto excedem os benefícios económicos que se esperam receber do mesmo.

144
As alterações devem ser aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2022, sendo permitida a sua aplicação antecipada.

O Banco não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

Melhoramentos do ciclo 2018-2020

Em 14 de Maio de 2020, o IASB emitiu melhoramentos às normas IFRS 2018-2020 contendo as


seguintes alterações às IFRSs:

a) permitir que uma entidade, enquanto subsidiária, associada ou joint venture, que adopta as
IFRS pela primeira vez depois da sua controladora e opta por aplicar o parágrafo D16 (a) da
IFRS 1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, possa
mensurar as diferenças de conversão cumulativas usando os valores relatados pela
controladora, com base na respectiva data de transição para as IFRS;

b) esclarecer que a referência às taxas no teste de 10 por cento inclui apenas taxas pagas ou
recebidas entre o mutuário e o credor, incluindo taxas pagas ou recebidas pelo mutuário ou
pelo credor em nome do outro (IFRS 9);

c) remover a confusão potencial em relação ao tratamento de incentivos de locação aplicando a


IFRS 16 Locações, conforme ilustrado no Exemplo Ilustrativo 13 que acompanha a IFRS 16; e

d) remover o requisito do parágrafo 22 da IAS 41 Agricultura para que as entidades excluam fluxos
de caixa para tributação ao mensurar o justo valor aplicando a IAS 41.

As alterações serão aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022,
com aplicação antecipada permitida.

O Banco não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

2. O Banco decidiu optar pela não aplicação antecipada das seguintes normas e/ou
interpretações:

Alterações à IAS 1 - Apresentação das demonstrações financeiras e IFRS Practice Statement


2: Divulgações de políticas contabilísticas

Na sequência de feedback obtido sobre a necessidade de existir mais orientação que ajude as
empresas a decidir sobre que informação divulgar relativamente às políticas contabilísticas, o IASB
emitiu em 12 de Fevereiro de 2021 alterações à IAS 1 - Apresentação das demonstrações
financeiras e à IFRS Practice Statement 2 - Fazendo julgamentos de materialidade.

As principais alterações à IAS 1 incluem: i) exigir que as entidades divulguem informação relativa a
políticas contabilísticas materiais em vez de políticas contabilísticas significativas, ii) esclarecer que
as políticas contabilísticas relacionadas com transacções imateriais são igualmente imateriais e
como tal não precisam de ser divulgadas e iii) esclarecer que nem todas as políticas contabilísticas
relacionadas com transacções materiais são, elas mesmas, materiais para as demonstrações
financeiras de uma entidade.

145
O IASB também alterou a IFRS Practice Statement 2 para incluir orientações e dois exemplos
adicionais na aplicação de materialidade às divulgações de políticas contabilísticas. Estas
alterações são consistentes com a definição revista de material:

"A informação relativa a políticas contabilísticas é material se, quando considerada em conjunto
com outras informações incluídas nas demonstrações financeiras de uma entidade, é
razoavelmente esperado que influencie as decisões que os principais utilizadores das
demonstrações financeiras de uma forma geral tomem com base nessas demonstrações
financeiras."

As alterações entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, mas a sua aplicação antecipada é
permitida.

O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

Alterações à IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros: Definição de Estimativas Contabilísticas

O IASB emitiu alterações à IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas


Contabilísticas e Erros para clarificar como as entidades devem distinguir as alterações nas políticas
contabilísticas das alterações nas estimativas contabilísticas, com foco principal na definição e
esclarecimentos sobre as estimativas contabilísticas.

As alterações introduzem uma nova definição para estimativas contabilísticas: clarificando que são
valores monetários nas demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração.

As alterações também clarificam a relação entre as políticas contabilísticas e as estimativas


contabilísticas, especificando que uma entidade desenvolve uma estimativa contabilística para
atingir o objectivo estabelecido por uma política contabilística. Os efeitos das alterações em tais
dados ou técnicas de mensuração são alterações nas estimativas contabilísticas.

As alterações são efectivas para períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2023, com
aplicação antecipada permitida, e serão aplicadas prospectivamente às alterações nas estimativas
contabilísticas e alterações nas políticas contabilísticas ocorridas no ou após o início do primeiro
período de relatório anual ao qual a entidade aplica as alterações.

O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

Alterações à IAS 12: imposto diferido relacionado com activos e passivos decorrentes de
uma única transacção

O IASB emitiu alterações à IAS 12 - 'Impostos sobre o Rendimento', em 7 de Maio de 2021.

As alterações exigem que as empresas reconheçam impostos diferidos sobre as transacções que,
no reconhecimento inicial, dão origem a montantes iguais de diferenças temporárias tributáveis e
dedutíveis.

Em determinadas circunstâncias, as empresas estão isentas de reconhecer impostos diferidos


quando reconhecem activos ou passivos pela primeira vez. Anteriormente, havia alguma incerteza

146
sobre se a isenção se aplicava a transacções como locações e provisões para desmantelamento,
isto é, transacções no âmbito das quais as empresas reconhecem um activo e um passivo. As
alterações esclarecem que a isenção não se aplica a este tipo de transacções e que as empresas
são obrigadas a reconhecer impostos diferidos. O objectivo das alterações é reduzir a diversidade
na divulgação de impostos diferidos sobre locações e provisões para desmantelamento.

As alterações entram em vigor para os períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2023. A aplicação antecipada é permitida.

O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

3. Normas, alterações e interpretações emitidas, mas ainda não efectivas para o Banco

Clarificação dos requisitos de classificação de passivos como corrente ou não corrente


(alterações à IAS 1 – Apresentação das Demonstrações Financeiras)

O IASB emitiu em 23 de Janeiro de 2020 uma alteração à IAS 1 Apresentação das Demonstrações
Financeiras para clarificar como classificar dívida e outros passivos como corrente e não corrente.

As alterações esclarecem um critério da IAS 1 para classificar um passivo como não corrente: a
exigência de uma entidade ter o direito de diferir a liquidação do passivo por pelo menos 12 meses
após o período de relatório.

As alterações visam:

a) especificar que o direito de uma entidade de diferir a liquidação deve existir no final do período
de relatório e tem de ser substantivo;

b) esclarecer que os rácios que a empresa deve cumprir após a data do balanço (ou seja, rácios
futuros) não afectam a classificação de um passivo na data do balanço. No entanto, quando
passivos não correntes estão sujeitos a rácios futuros, as empresas têm de divulgar informação
que permita aos utilizadores a compreender o risco de que esses passivos possam ser
reembolsados dentro de 12 meses após a data do balanço.; e

c) esclarecer os requisitos para classificar passivos que uma entidade irá liquidar, ou possa
liquidar, através da emissão dos seus próprios instrumentos patrimoniais (ex: dívida convertível).

Esta alteração é efectiva para períodos após 1 de Janeiro de 2024.

O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

Passivo de locação numa transacção de venda e relocação (alterações à IFRS 16 – Locações)

O IASB emitiu em Setembro de 2022 alterações à IFRS 16 – Locações que introduzem um novo
modelo contabilístico para pagamentos variáveis numa transacção de venda e relocação.

147
As alterações confirmam que:

• No reconhecimento inicial, o vendedor - locatário inclui os pagamentos variáveis de locação


quando mensura um passivo de locação decorrente de uma transacção de venda e relocação.

• Após o reconhecimento inicial, o vendedor - locatário aplica os requisitos gerais para a


contabilização subsequente do passivo de locação, de modo que não reconheça nenhum ganho ou
perda relacionado com o direito de uso que retém.

Um vendedor - locatário pode adoptar diferentes abordagens que satisfaçam os novos requisitos
de mensuração subsequente.

As alterações são efectivas para períodos anuais iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2024, com
aplicação antecipada permitida.

De acordo com a IAS 8 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros, um vendedor - locatário terá de aplicar as alterações retrospectivamente às transacções de
venda e relocação celebradas ou após a data de aplicação inicial da IFRS 16. Isto significa que terá
de identificar e reanalisar as transacções de venda e relocação celebradas desde a implementação
da IFRS 16 em 2019 e, potencialmente, reexpressar aquelas que incluíam pagamentos variáveis
de locação.

O Banco está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

38. PLANO DE REESTRUTURAÇÃO

Em Outubro de 2022, o BCI apresentou um plano de reestruturação e recapitalização (PRR) que


contemplava um conjunto de oportunidades de melhoria na performance do Banco e na sua
eficiência.

Posteriormente em Janeiro de 2023, o Conselho de Administração aprovou o seu plano estratégico


para o período de 2023 a 2025 incluindo um plano de negócios preparado numa da base da
continuidade das operações, pelo que é entendimento do Conselho de Administração, que o Banco
dispõe de meios para continuar a desenvolver a sua actividade no futuro. Ainda assim, existem
incertezas quanto: (i) à concretização das medidas adicionais definidas no referido plano de
negócios (2023-2025), (ii) pressupostos que não estão sob controlo do Banco entre outros, que
resultam numa incerteza material, podendo colocar dúvidas sobre a capacidade da entidade em se
manter em continuidade e, portanto, poderá não ser capaz de realizar os activos e de liquidar os
seus passivos no decurso da sua actividade.

Chamamos à atenção que no último trimestre de 2022, o Capital Social do Banco foi reforçado Kz
15 021 628 milhares demonstrando um comprometimento pelo Accionista. Adicionalmente no plano
apresentado, o Accionista apresenta uma proposta de emissão de obrigações convertíveis no valor
de KZ 10 000 000 milhares com a natureza de reforçar os rácios de solvabilidade.

148
6.3. Pareceres

Parecer do Auditor Independente (1/4)

149
Parecer do Auditor Independente (2/4)

150
Parecer do Auditor Independente (3/4)

151
Parecer do Auditor Independente (4/4)

152
Parecer do Conselho Fiscal (1/2)

153
Parecer do Conselho Fiscal (2/2)

154
Demonstrações Financeiras
& Pareceres
(Consolidado– Dezembro 2022)

155
6. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS & PARECERES (CONSOLIDADO)

6.1. Demostrações Financeiras Consolidadas

BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

BALANÇO CONSOLIDADO
EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(montantes expressos em milhares de kwanzas)


ACTIVO
NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

Caixa e disponibilidades em bancos centrais 14 502 307 902 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 12 358 491 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 16 43 082 314 12 133 172
Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral 17 240 065 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Títulos de dívida 18 61 630 420 70 742 442
Crédito a clientes 19 50 169 367 52 378 807
Outros activos tangíveis 20 25 391 639 28 924 534
Activos não correntes detidos para venda 21 1 399 800 3 043 347
Activos intangíveis 22 453 750 282 197
Investimentos em associadas e empreendimentos conjuntos 23 0 0
Activos por impostos correntes 24 235 189 234 492
Outros activos 25 22 054 203 4 945 063
TOTAL DO ACTIVO 719 323 140 396 670 745

PASSIVO E CAPITAL PRÓPRIO


Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 26 14 204 385 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 27 650 834 565 335 530 809
Provisões 28 2 298 465 3 759 756
Passivos por impostos diferidos 24 5 935 000 5 965 916
Passivos programas Estado e recursos vinculados 29 2 738 600 2 590 301
Outros passivos 30 6 809 753 5 980 304
TOTAL DO PASSIVO 682 820 768 379 781 339
Capital Social 31 82 275 707 67 254 079
Prémios de emissão 31 653 582 653 582
Desconto de emissão 31 (3 270 879) (3 270 879)
Reservas de reavaliação 32 15 672 469 15 529 077
Outras reservas e resultados transitados 32 (60 794 771) (55 779 794)
Resultado líquido consolidado do exercício 1 966 264 (7 496 658)
TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 36 502 372 16 889 406

TOTAL DO PASSIVO E DO CAPITAL PRÓPRIO 719 323 140 396 670 745

Luanda, 17 de Abril de 2023

156
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS CONSOLIDADA


PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(montantes expressos em milhares de Kwanzas)

NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

Juros e rendimentos similares 4 20 715 655 33 089 416


Juros e encargos similares 4 (8 695 739) (8 431 116)
MARGEM FINANCEIRA 12 019 916 24 658 300
Rendimentos de serviços e comissões 5 6 477 425 5 244 790
Encargos com serviços e comissões 5 (3 331 157) (2 217 786)
Resultados cambiais 6 330 880 (1 781 203)
Resultados de alienação de outros activos 7 9 810 945 0
Outros resultados de exploração 8 (725 684) (1 575 856)
PRODUTO DA ACTIVIDADE BANCÁRIA 24 582 325 24 328 245
Custos com o pessoal 9 (16 063 515) (21 750 423)
Fornecimentos e serviços de terceiros 10 (6 454 428) (9 910 644)
Depreciações e amortizações do exercício 11 (2 225 260) (2 408 706)
Provisões líquidas de anulações 28 55 774 (144 224)
Imparidade para activos financeiros ao custo amortizado líquida de reversões e recuperações 12 e 19 374 125 (2 206 581)
Imparidade para outros activos financeiros líquida de reversões e recuperações 12 1 866 417 4 574 415
Imparidade para outros activos líquida de reversões e recuperações 13 (169 174) 21 260
RESULTADO ANTES DE IMPOSTOS DE OPERAÇÕES EM CONTINUAÇÃO 1 966 264 (7 496 658)
Impostos sobre os resultados
Correntes 24 0 0
Diferidos 24 0 0
RESULTADO APÓS IMPOSTO DE OPERAÇÕES EM CONTINUAÇÃO 1 966 264 (7 496 658)
Resultado de operações descontinuadas e/ou em descontinuação 0 0
RESULTADO LIQUÍDO CONSOLIDADO DO EXERCICÍO 1 966 264 (7 496 658)

157
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO INTEGRAL CONSOLIDADA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(mo ntantes expresso s em milhares de Kwanzas )

NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

Resultado líquido consolidado do exercício 1 966 264 (7 496 658)


Itens que não serão reclassificados para resultados
Remensuração dos planos de benefícios definidos 28 1 590 124 270 900
Itens que poderão vir a ser reclassificados para resultados
Reservas de reavaliação de imobilizado 20 1 004 033 0

RESULTADO INTEGRAL CONSOLIDADO DO EXERCÍCIO 4 560 421 (7 225 758)

158
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

DEMONSTRAÇÃO DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO CONSOLIDADA EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(montantes expressos em milhares de Kwanzas)


Capital Social Outras Reservas e Resultados Transitados

Prém io de Reservas de Reavaliação Reservas


Em issão / de activos Resultado do
Reserva de Resultados Total
Desconto de financeiros Reserva Outras Exercício
Acções Actualização Excedente de Im posto Transitados e Subtotal
Subtotal em issão Subtotal ao justo Legal Reservas
Ordinárias Monetária do Revalorização Diferido RPBD
valor por
Capital Social OCI
Saldos em 1 de Janeiro de 2021 67 078 372 175 707 67 254 079 (2 617 297) 21 630 433 (6 013 320) 15 617 113 (390 264) 1 992 260 87 104 (58 602 132) (56 913 032) 726 898 24 067 761
Transferência do resultado de 2020 - - - - - - - - - - 726 898 726 898 (726 898) -
Remensuração dos planos de benefícios definidos - - - - - - - - - - 270 900 270 900 - 270 900
Movimentação da reserva de reavaliação de imóveis - º - - - (135 440) 47 404 (88 036) - - - 135 440 135 440 - 47 404
Resultado do Exercício - - - - - - - - - - - - (7 496 658) (7 496 658)
Saldos em 31 de Dezem bro de 2021 67 078 372 175 707 67 254 079 (2 617 297) 21 494 993 (5 965 916) 15 529 077 (390 264) 1 992 260 87 104 (57 468 894) (55 779 794) (7 496 658) 16 889 407

Transferência do resultado de 2021 - - - - - - - - - - (7 496 658) (7 496 658) 7 496 658 -


Remensuração dos planos de benefícios definidos - - - - - - - - - - 1 590 124 1 590 124 - 1 590 124
Reavaliação de imóveis - - - - 1 004 033 (281 129) 722 904 - - - - - - 722 904
Movimentação da reserva de reavaliação de imóveis - n - - - (891 557) 312 045 (579 512) - - - 891 557 891 557 - 312 045
Aumento de capital 15 021 628 - 15 021 628 - - - - - - - - - - 15 021 628
Resultado do Exercício - - - - - - - - - - - - 1 966 264 1 966 264
Saldos em 31 de Dezem bro de 2022 82 100 000 175 707 82 275 707 (2 617 297) 21 607 469 (5 935 000) 15 672 469 (390 264) 1 992 260 87 104 (62 483 871) (60 794 771) 1 966 264 36 502 372

159
BCI-BANCO DE COMÉRCIO E INDÚSTRIA

DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA CONSOLIDADA


PARA O EXERCÍCIO FINDO EM 31 DE DEZEMBRO DE 2022

(mo ntantes expresso s em milhares de Kwanzas )

NOTAS 31/12/2022 31/12/2021

FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES O P ER A C I O N A I S
Juros, comissões e outros proveitos equiparados recebidos 26 701 273 36 840 523
Juros, comissões e outros encargos equiparados pagos (10 954 043) (11 004 183)
Juros da locação (42 040) (128 819)
Pagamentos a empregados e fornecedores (26 915 942) (29 378 541)
Pagamentos de locações de curto prazo (245 832) (116 455)
Recuperação de créditos abatidos ao activo 2 039 399 468 474
Outros resultados (854 239) 142 736
FLUXOS DE CAIXA ANTES DAS ALTERACOES NOS ACTIVOS E PASSIVOS OPERACIONAIS (10 271 425) (3 176 264)
(Aumentos)/Diminuições de activos operacionais:
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito (32 610 590) 80 781 844
Títulos de Dívida 9 065 630 102 028 358
Crédito a clientes 255 239 (6 659 642)
Outros activos 2 346 572 815 214
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS ACTIVOS OPERACIONAIS (20 943 149) 176 965 774
Aumentos/(Diminuições) de passivos operacionais:
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito (17 789 035) 25 500 079
Recursos de clientes e outros empréstimos 317 498 322 (80 836 718)
Outros passivos 10 419 708 (4 718 662)
FLUXO LIQUIDO PROVENIENTE DOS PASSIVOS OPERACIONAIS 310 128 996 (60 055 301)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES OPERACIONAIS 278 914 422 113 734 209
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E I N V ES T I M EN T O
Aquisições de outros activos tangíveis, líquidas de alienações 2 116 032 (772 943)
Aquisições de activos intangíveis, líquidas de alienações (315 237) (68 331)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE INVESTIMENTO 1 800 796 (841 274)
FL U X O S D E C A I X A D A S A C T I V I D A D ES D E FI N A N C I A M EN T O
Aumento de Capital 15 021 628 0
Pagamentos de locação respeitantes à componente de capital (64 777) (219 906)
CAIXA LIQUIDA DAS ACTIVIDADES DE FINANCIAMENTO 14 956 851 (219 906)
V ARI ACAO DE CAI X A E S EUS EQ UI V AL ENT ES 295 672 069 112 673 029
Caixa e seus equivalentes no início do período 223 847 689 118 288 622
Efeitos da variação cambial em caixa e seus equivalentes (4 853 182) (7 113 962)
CAIXA E SEUS EQUIVALENTES NO FIM DO PERIODO 514 666 577 223 847 689

Caixa e seus equivalentes engloba :


Caixa 14 9 758 174 10 338 905
Disponibilidades no banco central 14 492 549 728 203 504 587
Disponibilidades em outras instituições de crédito 15 12 358 675 10 004 197
514 666 577 223 847 689

160
6.2. Notas Às Contas

Banco de Comércio e Indústria, S.A.

Notas às Demonstrações Financeiras Consolidadas em 31 de Dezembro de 2022

1. NOTA INTRODUTÓRIA

O Banco de Comércio e Indústria, S.A. (adiante designado por, “Banco”, “Grupo” ou “BCI”), foi
constituído por Escritura Pública de 11 de Março de 1991, pelo Decreto n.º 8 - A/91 de 11 de Março.
O BCI opera e tem sede social em Angola, na Rua Rainha Ginga, Largo do Atlético – Luanda.

O Banco dedica-se à obtenção de recursos de terceiros sob a forma de depósitos ou outros, o qual
aplica, juntamente com os seus recursos próprios, na concessão de empréstimos, depósitos no
Banco Nacional de Angola, aplicações em instituições de crédito, aquisição de títulos e em outros
activos, para os quais se encontra devidamente autorizado. O Banco presta ainda outros serviços
bancários e realiza diversos tipos de operações em moeda estrangeira, dispondo para o efeito de
uma rede de 62 pontos de atendimento (balcões e postos de atendimento).

No que se refere à estrutura accionista, conforme detalhado na nota 31, o Banco é detido pela
Carrinho Empreendimentos, SA.

O perímetro de consolidação do Banco BCI incluí apenas a BCI-Imobiliária, não consta a Ilha,
Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo S.A. porque a mesma encontra-se
com a actividade cessada desde 2017.

2. POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1 Bases de apresentação

As demonstrações financeiras consolidadas anexas foram preparadas no pressuposto da


continuidade das operações, de acordo com as IFRS (International Financial Reporting Standards),
no âmbito do disposto no Aviso n.º 5/2019 de 23 de Agosto, do Banco Nacional de Angola (adiante
igualmente designado por “BNA”).

As IFRS incluem as normas contabilísticas emitidas pelo International Accounting Standards Board
(IASB) e as interpretações emitidas pelo International Financial Reporting Interpretation Committee
(IFRIC), e pelos respectivos órgãos antecessores.

As demonstrações financeiras consolidadas do Grupo para o exercício findo em 31 de Dezembro


de 2022 foram aprovadas em reunião do Conselho de Administração do Banco em 17 de Abril de
2023 e serão submetidos para Assembleia Geral que tem o poder de alterar. No entanto, é
convicção do Conselho de Administração do Banco que as mesmas sejam aprovadas sem
alterações significativas.

As demonstrações financeiras, Consolidadas do Banco de Comércio e Indústria agora


apresentadas reflectem os resultados das operações do Grupo para o exercício findo em 31 de
Dezembro de 2022.

161
Relativamente aos exercícios findos de 2017 e 2018 o Banco Nacional de Angola (“BNA”) expressou
uma interpretação de que não se encontravam cumpridos na totalidade os requisitos previstos na
IAS 29 – Relato financeiro em economias hiperinflacionárias (“IAS 29”) para que a economia
Angolana fosse considerada hiperinflacionária e, consequentemente, o Conselho de Administração
do Grupo decidiu não aplicar as disposições constantes naquela Norma às suas demonstrações
financeiras naquelas datas. O efeito resultante da aplicação da referida norma nesses exercícios
não se encontra reflectido igualmente nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2022.
As demonstrações financeiras consolidadas foram preparadas de acordo com o princípio do custo
histórico, com excepção dos activos e passivos registados ao seu justo valor, nomeadamente os
activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral e os activos financeiros ao
justo valor através de resultados.

A preparação das demonstrações financeiras consolidadas de acordo com as IFRS requer que o
Grupo efectue julgamentos e estimativas e utilize pressupostos que afectam a aplicação das
políticas contabilísticas e os montantes de proveitos, custos, activos e passivos. Alterações em tais
pressupostos ou diferenças destes face à realidade poderão ter impactos sobre as actuais
estimativas e julgamentos. As áreas que envolvem um maior nível de julgamento ou complexidade,
ou onde são utilizados pressupostos e estimativas significativas na preparação das demonstrações
financeiras encontram-se descritas e analisadas na Nota 3.

As demonstrações financeiras consolidadas, encontram-se expressas em milhares de Kwanzas,


tendo os activos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira sido convertidos com
base no câmbio indicativo publicado pelo BNA naquelas datas.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro 2021, o câmbio indicativo do Kwanza (Kz),


publicado pelo BNA, face ao Dólar dos Estados Unidos (USD) e ao Euro (EUR) era o seguinte:

31/12/2022 31/12/2021

1 USD = 503,691 554,981


1 EUR = 537,438 629,015

2.2 Comparabilidade da informação

As políticas contabilísticas apresentadas nesta nota foram aplicadas de forma consistente com as
utilizadas nas demonstrações financeiras a 31 de Dezembro de 2021.

2.3 Bases de consolidação

O grupo aplica a IFRS 3 (revista) para o reconhecimento contabilístico das concentrações de


actividades empresariais. As alterações de políticas contabilísticas decorrentes da aplicação da
IFRS 3 (revista) são aplicadas prospectivamente.
As demonstrações financeiras consolidadas agora apresentadas reflectem os activos, passivos,
proveitos e custos do Grupo e das suas subsidiárias (Grupo).

162
Participações financeiras em subsidiárias

Subsidiárias são entidades (incluindo fundos de investimento e veículos de securitização)


controladas pelo Grupo. O Grupo controla uma entidade quando detém o poder de dirigir as
actividades relevantes da entidade, e quando está exposto, ou tenha direitos, à variabilidade nos
retornos provenientes do seu envolvimento com essa entidade e possa apoderar-se dos mesmos
através do poder que detém sobre as actividades relevantes dessa entidade (controlo de facto). As
demonstrações financeiras, das subsidiárias são incluídas nas demonstrações financeiras
consolidadas desde a data em que o Grupo adquire o controlo até à data em que o controlo termina.

Aquisição e diluição de Interesses que não controlam

A aquisição de interesses que não controlam da qual não resulte uma alteração de controlo sobre
uma subsidiária, é contabilizada como uma transacção com accionistas e, como tal, não é
reconhecido goodwill adicional resultante desta transacção. A diferença entre o custo de aquisição
e o justo valor dos interesses que não controlam adquiridos é reconhecida directamente em
reservas. De igual forma, os ganhos ou perdas decorrentes de alienações de interesses que
controlam, das quais não resulte uma perda de controlo sobre uma subsidiária, são sempre
reconhecidos por contrapartida de reservas.

Perda de controlo

Os ganhos ou perdas decorrentes da diluição ou venda de uma parte da participação financeira


numa subsidiária, com perda de controlo, são reconhecidos pelo Grupo na demonstração de
resultados consolidada.

Transacções eliminadas em consolidação

Os saldos e transacções entre empresas do Grupo, bem como os ganhos e perdas não realizados
resultantes dessas transacções, são anulados na preparação das demonstrações financeiras
consolidadas.

2.4 Transacções em moeda estrangeira

As operações em moeda estrangeira são registadas de acordo com os princípios do sistema multi-
currency, sendo cada operação registada em função das respectivas moedas de denominação. As
transacções em moeda estrangeira são convertidas para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa
publicada pelo BNA na data da transacção. Os activos e passivos monetários expressos em moeda
estrangeira são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA à data
do balanço. Os custos e proveitos relativos a diferenças cambiais, realizadas ou potenciais, são
registados na demonstração de resultados do exercício em que ocorrem.

Os activos e passivos não monetários expressos em moeda estrangeira e registados ao custo


histórico, são convertidos para Kwanzas à taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA na data
da transacção. Os activos e passivos não monetários registados ao justo valor são convertidos para
Kwanzas à taxa de câmbio em vigor na data em que o justo valor é determinado e reconhecido por
contrapartida de resultados, com excepção daqueles reconhecidos em activos financeiros ao justo

163
valor por rendimento integral, cuja diferença é registada por contrapartida de capitais próprios.
Na data da sua contratação, as compras e vendas de moeda estrangeira à vista e a prazo são
imediatamente registadas na posição cambial. Sempre que estas operações conduzam a variações
dos saldos líquidos das diferentes moedas, há lugar à movimentação das contas de posição
cambial, à vista ou a prazo, cujo conteúdo e critério de reavaliação são como segue:

Posição cambial à vista

A posição cambial à vista em cada moeda é dada pelo saldo líquido dos activos e passivos dessa
moeda, assim como das operações à vista a aguardar liquidação e das operações a prazo com
vencimento nos dois dias úteis subsequentes. A posição cambial à vista é reavaliada diariamente
com base na taxa de câmbio indicativa publicada pelo BNA nessa data, dando origem à
movimentação da conta de posição cambial, por contrapartida de resultados.

Posição cambial a prazo

A posição cambial a prazo em cada moeda corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a
aguardar liquidação, com exclusão das que se vençam dentro dos dois dias úteis subsequentes.
Todos os contractos relativos a estas operações (forwards de moeda) são reavaliados às taxas de
câmbio a prazo do mercado ou, na ausência destas, através do seu cálculo com base nas taxas de
juro aplicáveis ao prazo residual de cada operação. A diferença entre os contravalores em Kwanzas
às taxas de reavaliação a prazo aplicadas, e os contravalores às taxas contratadas, que
representam o custo ou proveito ou o custo de reavaliação da posição cambial a prazo, é registada
nas rubricas de “Activos ou passivos ao justo valor através de resultados”, por contrapartida da
rubrica “Resultados de activos e passivos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados”
na demonstração dos resultados.

2.5 Instrumentos financeiros

De acordo com a IFRS 9 - “Instrumentos financeiros”, os activos financeiros podem ser classificados
em três categorias com diferentes critérios de mensuração:

 Custo amortizado,
 Justo valor através de outro rendimento integral (FVOCI); e
 Justo valor através de resultados (FVTPL).

A classificação dos activos financeiros depende do modelo de negócio e das características dos
fluxos de caixa contratuais (critério SPPI).

Modelo de negócio

Os modelos de negócio previstos na norma são como se seguem:

 Modelo de negócio cujo objectivo é atingido através da detenção do activo até à maturidade
para obtenção dos fluxos de caixa contratuais do mesmo (Held to collect);

 Modelo de negócio cujo objectivo é alcançado tanto através da obtenção dos fluxos
contratuais do activo como através da sua venda (Held to collect and sell)

164
 Outros modelos de negócio (e.g. negociação).

O Grupo avaliou os seus modelos de negócio tendo por base um conjunto alargado de indicadores.
Entre outros, os seguintes factores são considerados pelo Grupo na identificação do modelo de
negócio para um conjunto de activos:

 a forma como o desempenho dos activos é avaliada e relatada à administração,


 quais os principais riscos associados aos activos e como são avaliados e geridos; e
 a forma como os gestores dos activos são remunerados.

A avaliação do modelo de negócio não depende das intenções para um instrumento individual, mas
sim para um conjunto de instrumentos, tendo em consideração a frequência, o montante, o
calendário e os motivos de vendas previstas dos activos. Vendas pouco frequentes, pouco
significativas, ou próximas do vencimento dos activos e as motivadas por aumento do risco de
crédito dos activos financeiros, ou que tenham por finalidade a gestão do risco de concentração,
entre outras, podem ser compatíveis com o modelo de negócio de detenção dos activos até à
maturidade para receber os seus fluxos de caixa contratuais.

Relativamente ao modelo de negócio “Held to Collect”, por forma a avaliar a frequência e


materialidade das vendas, foram definidos thresholds quantitactivos tendo por base a experiência
passada. As vendas previstas para os activos financeiros classificados neste modelo de negócio
não ultrapassam os thresholds definidos pelo Grupo.

O Grupo enquadra os activos financeiros de dívida detidos em carteira - títulos, crédito a clientes,
disponibilidades e aplicações em instituições de crédito e outros valores a receber - no âmbito do
modelo de negócio de “Held to Collect”, uma vez que o principal objectivo associado à gestão dos
referidos instrumentos é de deter os mesmos para recolha dos seus fluxos de caixa contratuais
(capital e juros).

Avaliação se os fluxos de caixa contratuais correspondem somente ao pagamento de capital


e juros (teste SPPI)

O teste SPPI consiste na avaliação se os fluxos de caixa contratuais dos instrumentos financeiros
se referem exclusivamente ao pagamento de capital e juros. A avaliação é efectuada com base nos
termos contratuais originais do instrumento. Para efeitos desta avaliação, o “capital” é definido como
o justo valor do activo financeiro no seu reconhecimento inicial. O “juro” é definido como a
consideração pelo valor temporal do dinheiro e pelo risco de crédito associado ao montante em
dívida durante um determinado período e por outros riscos e custos associados à actividade (ex.
risco de liquidez e custos administrativos), bem como uma margem de lucro.

Quando os termos contratuais introduzem exposição ao risco de crédito ou variabilidade dos fluxos
de caixa que são inconsistentes com um simples contracto de crédito básico, o instrumento
financeiro não cumpre com o referido critério SPPI. Se um activo financeiro contém uma cláusula
contratual que pode modificar o calendário ou o valor dos fluxos de caixa contratuais (tais como
cláusulas de amortização antecipada ou extensão da duração), o Grupo determina se os fluxos de
caixa que serão gerados durante o período de vida do instrumento, devido ao exercício da referida
cláusula contratual, são apenas pagamentos de capital e juros nos termos atrás referidos. No caso
de um activo financeiro contemplar um ajustamento periódico da taxa de juro, mas a frequência

165
desse ajustamento não coincidir com o prazo da taxa de juro de referência, o Grupo avalia, no
momento do reconhecimento inicial, essa incoerência na componente dos juros para determinar se
os fluxos de caixa contratuais representam apenas pagamentos de capital e juros. As condições
contratuais que, no momento do reconhecimento inicial, tenham um efeito mínimo sobre os fluxos
de caixa ou dependam da ocorrência de eventos excepcionais ou altamente improváveis (como a
liquidação por parte do emitente) não impedem que os correspondentes activos cumpram com o
conceito do SPPI.

Os activos financeiros com derivados embutidos são considerados na sua totalidade, aquando do
teste do SPPI. Estes activos nunca cumprem com o conceito do SPPI, desde que as condições
contratuais do derivado embutido sejam genuínas.

Classificação dos activos financeiros

Activos financeiros ao custo amortizado

O Grupo mensura um activo financeiro ao custo amortizado se cumprir, em simultâneo, com as


seguintes características e se não for designado ao FVTPL por opção (utilização da Fair Value
Option):
 o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo principal é a detenção dos
activos para recolha dos seus cash flows contratuais (HTC – Held to collect); e

 Os seus cash flows contratuais ocorrem em datas específicas e correspondem apenas a


pagamentos de capital e juro do montante em dívida (SPPI – Solely Payments of Principal and
Interest).

Estes instrumentos são inicialmente contabilizados ao justo valor e subsequentemente valorizados


ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efectiva e são sujeitos a testes de
imparidade.

Activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral

O Grupo mensura um activo financeiro ao justo valor através de outro rendimento integral se
cumprir, em simultâneo, com as seguintes características e se não for designado ao FVTPL por
opção (utilização da Fair Value Option):

 o activo financeiro é detido num modelo de negócio cujo objectivo é a detenção dos activos
para recolha dos seus cash flows contratuais e venda (HTC and Sell – Held to collect and Sell); e

 Os seus cash flows contratuais ocorrem em datas específicas e correspondem apenas a


pagamentos de capital e juro do montante em dívida (SPPI – Solely Payments of Principal and
Interest).

No reconhecimento inicial de um instrumento de capital que não seja detido para negociação, o
Grupo pode irrevogavelmente designá-lo nesta categoria.

Esta designação é efectuada numa base casuística, investimento a investimento e está apenas
disponível para os instrumentos financeiros que cumpram a definição de instrumentos de capital
prevista na IAS 32, não podendo ser utilizada para os instrumentos financeiros cuja classificação

166
como instrumento de capital na esfera do emitente seja efectuada ao abrigo das excepções
previstas nos parágrafos 16A a 16D da IAS 32.

Os activos financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral são registados inicialmente
pelo seu justo valor. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são
reflectidos em rubrica específica do capital próprio (“Reservas de activos financeiros ao justo valor
por OCI”) até à sua venda onde são reclassificados para resultados do período, com excepção dos
instrumentos de capital que são reclassificados para resultados transitados. Adicionalmente, estão
sujeitos, desde o seu reconhecimento inicial, ao apuramento de perdas por imparidade (apenas
instrumentos de dívida).

Os juros inerentes são calculados de acordo com o método da taxa de juro efectiva e registados em
resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”. Os rendimentos de títulos de rendimento
variável são reconhecidos na rubrica da demonstração dos resultados “Rendimentos de
instrumentos de capital” na data em que são atribuídos. De acordo com este critério, os dividendos
antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

O Grupo elegeu a opção irrevogável de classificar as acções detidas em carteira ao justo valor
através de outro rendimento integral.

Activos financeiros ao justo valor através de resultados.

Todos os activos financeiros que não sejam mensurados, de acordo com métodos descritos
anteriormente são mensurados ao justo valor através de resultados.
Os instrumentos de dívida cujas características dos fluxos de caixa contratuais não cumprem com
o critério SPPI, e que de outra forma estariam mensurados ao custo amortizado ou ao justo valor
através de outro rendimento integral, são obrigatoriamente mensurados ao justo valor através de
resultados.

Esta categoria inclui também activos adquiridos com o objectivo de realização de ganhos a partir
de flutuações de curto prazo nos preços de mercado. Incluem-se também nesta categoria os
instrumentos financeiros derivados, excluindo aqueles que cumpram os requisitos de contabilidade
de cobertura. Por definição os instrumentos de capital próprio são também classificados ao justo
valor através de resultados, a não ser que as entidades optem pela classificação irrevogável ao
justo valor através de outro rendimento integral como referido anteriormente.

Adicionalmente, no reconhecimento inicial, o Grupo pode designar irrevogavelmente um activo


financeiro, que de outra forma cumpre os requisitos para ser mensurado ao custo amortizado ou ao
justo valor através de outro rendimento integral, como ao justo valor através de resultados, se a
designação eliminar significativamente o mismatch contabilístico que de outra forma existiria (Fair
Value Option).

Os activos financeiros classificados nesta categoria são reconhecidos inicialmente ao justo valor.
Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos na
demonstração dos resultados. Os juros são refletidos nas respectivas rubricas de “Juros e
rendimentos similares”.

167
Justo valor (IFRS 13)

Conforme disposto na IFRS 13, os instrumentos financeiros ao justo valor estão mensurados de
acordo com os níveis de valorização descritos na nota 35.

Reclassificações

Os activos financeiros não são reclassificados após o seu reconhecimento inicial, excepto no
período após alteração do seu modelo de negócios para a gestão de activos financeiros realizada
pelo Grupo. Os activos financeiros são reclassificados para outras categorias apenas se o modelo
de negócio utilizado na sua gestão for alterado. Neste caso, todos os activos financeiros afectados
são reclassificados. A reclassificação é aplicada prospectivamente a partir da data da
reclassificação, não sendo reexpressos quaisquer ganhos, perdas (incluindo relacionados com
imparidade) ou juros anteriormente reconhecidos. Não é permitida a reclassificação de
investimentos em instrumentos de capital mensurados ao justo valor através de outro rendimento
integral, nem de instrumentos financeiros designados ao justo valor através de resultados.

Classes de mensuração de passivos financeiros

A mensuração subsequente dos passivos financeiros é, regra geral, efectuada pelo custo
amortizado. Existem algumas excepções a esta base de mensuração, nomeadamente:

 Passivos financeiros que são detidos para negociação ou quando é aplicada a fair
value option – a mensuração subsequente consiste no justo valor por resultados.
 Garantias financeiras – a mensuração subsequente consiste no maior de entre as
correspondentes perdas de crédito esperadas e a quantia da comissão inicial recebida
deduzida dos montantes já reconhecidos como rédito de acordo com o disposto na IFRS 15.

Desta forma, os restantes passivos financeiros são mensurados subsequentemente pelo custo
amortizado.

Estes passivos financeiros incluem:


 Depósitos de clientes em kwanzas e em divisas: os depósitos dos clientes do Grupo são
utilizados para emprestar dinheiro a empresas e a particulares, sendo a base do negócio de
intermediação financeira. Estes passivos não incluem qualquer derivado embutido e não são detidos
para negociação, pelo que são subsequentemente mensurados pelo custo amortizado.

 Recursos de outras instituições de crédito e de terceiros: tratam-se de financiamentos de


curto prazo que não incluem quaisquer derivados embutidos nem são detidos para negociação,
sendo, assim, subsequentemente mensurados pelo custo amortizado.

Activos modificados

Os activos modificados são sujeitos a tratamento específico na data da modificação (inclui


reestruturações de créditos concedidos).

168
É inicialmente aferido se a modificação (essencialmente alteração de taxa da operação, períodos
de carência e haircuts) dá origem ao desreconhecimento do activo original e ao reconhecimento de
um novo activo financeiro. Existirá desreconhecimento quando, em substância, a modificação
resulta num activo financeiro distinto. Como expediente prático para decidir sobre este aspecto, o
Grupo adopta, por aplicação supletiva, a “regra dos 10%”. Ou seja, em substância, a modificação
dá origem a um activo financeiro distinto quando a diferença entre o valor presente dos novos fluxos
de caixa contratuais do activo (tendo por base a taxa de juro efectiva original) e a sua quantia
escriturada exceder, em termos absolutos, 10% da quantia escriturada na altura.

Quando a modificação não resultar no desreconhecimento do activo, o montante correspondente à


diferença entre o referido valor presente e a quantia escriturada do activo modificado é registado de
imediato em resultados. A taxa de juro efectiva não é alterada na sequência destas modificações
sem desreconhecimento.

Activos financeiros adquiridos ou originados com imparidade (“POCI”)

Os activos financeiros adquiridos ou originados com imparidade de crédito são tratados de forma
diferente uma vez que se encontram em situação “impaired”. Para esses activos, o Grupo aquando
do seu reconhecimento inicial em stage 3, regista o activo pelo valor líquido da perda esperada.

Na mensuração subsequente, é sempre calculada uma ECL com uma PD life-time e as suas
variações são registadas com contrapartida em resultados. Os juros associados são calculados
aplicando a taxa de juro efectiva ao valor líquido contabilístico do activo.

Desreconhecimento e write-offs

Um activo financeiro (ou parte) é desreconhecido quando os direitos a receber os seus fluxos de
caixa expiram. Haverá igualmente lugar ao desreconhecimento do activo financeiro quando o
mesmo for transferido e a transferência se qualificar para desreconhecimento.

Existe uma transferência de um activo financeiro quando o Grupo transferiu os direitos contratuais
de receber os fluxos de caixa contratuais do mesmo ou quando reteve esses direitos, mas assumiu
uma obrigação de entregar a um terceiro, sem demora material, os fluxos de caixa recebidos
(condição pass-through).

Uma transferência qualifica-se para desreconhecimento se o Grupo tiver transferido


substancialmente todos os riscos e benefícios associados à posse do activo, ou se o Grupo não
transferiu nem reteve tais riscos e benefícios, mas transferiu o controlo sobre o activo.

É efectuado o write-off (abate) de um crédito concedido quando não exista expectativa razoável de
recuperação do mesmo (após consideração dos colaterais associados). O write-off de um crédito
(na totalidade ou em parte) implica a anulação do correspondente saldo do activo, assim como as
perdas por imparidade acumuladas. A diferença entre estes dois montantes é reconhecida em
resultados na data do abate.

Um passivo financeiro é desreconhecido quando a responsabilidade associada é liquidada,


cancelada ou expira. Quando um passivo financeiro é substituído por outro passivo financeiro da
mesma contraparte com termos em condições substancialmente distintos ou os termos do passivo
financeiro são substancialmente modificados, o passivo financeiro original é desreconhecido e um

169
novo passivo financeiro é reconhecido. A diferença entre a quantia escriturada do passivo financeiro
original e a quantia do reconhecimento inicial do novo passivo financeiro é reconhecida em
resultados de imediato. Quando não é claramente evidente a existência de uma substituição ou de
uma modificação de passivos financeiros em condições substancialmente distintas, o Grupo adopta
a “regra dos 10%”. Ou seja, em substância, a modificação dá origem a um passivo financeiro distinto
quando a diferença entre o valor presente dos novos fluxos de caixa contratuais do passivo
financeiro (tendo por base a taxa de juro efectiva original) e a sua quantia escriturada exceder, em
termos absolutos, 10% da quantia escriturada na altura da substituição ou modificação.

Rendimentos de juros

Os rendimentos de juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa
de juro efectiva ou TJE) para todos os activos financeiros mensurados pelo custo amortizado e para
todos os activos financeiros mensurados a justo valor por outro rendimento integral que sejam
instrumentos de dívida. A TJE é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do
activo financeiro de modo que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia
escriturada líquida do activo na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração
custos de transacção (impostos, comissões, taxas,), prémios e descontos associados ao activo.

Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos activos atrás referidos (que não
dão origem a desreconhecimento) por razões que não estejam relacionadas com o risco de crédito,
as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor presente (determinado usando a TJE) das
referidas alterações. Este efeito é reconhecido de imediato em resultados (juros e rendimentos
similares).

Os rendimentos de juros são determinados pela aplicação da TJE à quantia escriturada bruta (não
deduzida de perdas por imparidade acumuladas) dos activos financeiros que não apresentam
evidências objectivas de imparidade.

No caso dos activos financeiros adquiridos ou originados já em imparidade, os rendimentos de juros


são determinados pela aplicação, à quantia escriturada dos activos, da TJE ajustada ao risco de
crédito. A TJE ajustada ao risco de crédito é a taxa que, no reconhecimento inicial dos activos,
desconta os seus fluxos de caixa estimados (incluindo perdas de crédito) de modo que a soma dos
respectivos valores presentes corresponda à quantia paga pelos mesmos.

Gastos com juros

Os gastos com juros são reconhecidos de acordo com o método do juro efectivo (usando a taxa de
juro efectiva ou TJE) para todos os passivos financeiros mensurados pelo custo amortizado. A TJE
é a taxa que desconta todos os fluxos de caixa futuros estimados do passivo financeiro de modo
que a soma dos respectivos valores presentes corresponda à quantia escriturada líquida do passivo
na data da mensuração. A TJE é determinada tendo em consideração custos de transacção
(impostos, comissões, taxas,), prémios e descontos associados ao passivo.

Quando se verificam alterações nos fluxos de caixa esperados dos passivos atrás referidos (que
não dão origem a desreconhecimento), as suas quantias escrituradas são ajustadas pelo valor
presente (determinado usando a TJE) das referidas alterações. Este efeito é reconhecido de
imediato em resultados (juros e encargos similares).

170
Imparidade de activos financeiros

As perdas por imparidade (perdas de crédito esperadas ou ECL) são mensuradas e reconhecidas
pelo Grupo de acordo com o modelo de perdas de créditos esperadas previsto pela IFRS 9. Este
modelo abrange, na medida em que tal for aplicável, os seguintes activos financeiros:
 Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados ao custo amortizado;
 Activos financeiros no âmbito das disposições de reconhecimento e mensuração, que sejam
mensurados a justo valor através de outro rendimento integral (instrumentos de dívida apenas);
 Contas a receber comerciais e activos de contractos reconhecidos de acordo com o disposto
na IFRS 15;
 Contas a receber de locações.
Em cada data de relato são mensuradas e reconhecidas ECL para todos os activos financeiros atrás
referidos.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que não registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 1), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer num horizonte temporal futuro de 12 meses. Para os activos financeiros que registam um
aumento significativo do risco crédito desde o seu reconhecimento inicial (Stage 2), as ECL
consistem nas perdas de crédito esperadas resultantes de acontecimentos de default que possam
ocorrer durante toda a vida do instrumento.
Para os activos financeiros no âmbito dos requisitos de imparidade da IFRS 9 que já se encontram
em incumprimento (em default) na data de relato (Stage 3), as perdas por imparidade consistem na
diferença entre a quantia escriturada do activo na data de relato e o valor presente dos fluxos de
caixa futuros estimados descontados à taxa de juro efectiva original do activo.
Considera-se que um activo está em default quando existem pagamentos contratuais em mora por
um período superior a 90 dias, quando se verificaram reestruturações por dificuldades financeiras
do devedor com incumprimento deste na data da reestruturação ou quando se verifica falência ou
liquidação do devedor, assim como outras evidências de que não é provável o cumprimento das
obrigações contratuais por parte do mesmo.
Em cada data de relato deve ser feita uma avaliação sobre se houve um aumento significativo do
risco de crédito desde o reconhecimento inicial do activo financeiro. Esta avaliação não é necessária
para instrumentos que têm um risco de crédito considerado baixo.
Considera-se que existe um aumento significativo do risco de crédito quando existem pagamentos
contratuais em mora por um período superior a 30 dias ou quando se observam outras evidências
de que o risco de crédito aumentou significativamente desde o reconhecimento inicial (conforme
disposto no Instrutivo do BNA nº 8/19, de 27 de Agosto).
Para além de informação histórica relevante, a avaliação das ECL deve também ter em
consideração informação que reflita perspetivas futuras (forward looking information), desde que a
sua obtenção não implique um esforço ou custo excessivos.

171
A mensuração das ECL deve ter em consideração os seguintes aspectos:
 Uma avaliação não enviesada de vários desfechos possíveis (ponderados pelas respectivas
probabilidades de ocorrência); e
 O valor temporal do dinheiro; e
 Informação razoável e verificável sobre acontecimentos passados, condições presentes e
projecções sobre condições económicas futuras, disponível sem esforço ou custo excessivos.
As ECL são reconhecidas através do reconhecimento de perdas por imparidade, a abater à quantia
escriturada do activo correspondente e as variações na imparidade são registadas em resultados
do período (imparidade de activos financeiros).
O cálculo das ECL tem por base o exercício de staging. O exercício de staging consiste na atribuição
de um stage aos activos para efeitos de cálculo das perdas por imparidade, de acordo com os
seguintes critérios:
 Activos sem aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial (ou com
baixo risco de crédito) – stage 1
 Activos com aumento significativo do risco de crédito desde o reconhecimento inicial – stage 2
 Activos em default (incluindo os adquiridos ou gerados com imparidade) – stage 3
As ECL correspondem à diferença entre todos os fluxos de caixa contratuais em dívida ao Grupo e
todos os fluxos de caixa que o Grupo espera receber (ou seja, correspondem a uma insuficiência
esperada de fluxos de caixa), descontados à taxa de juro efectiva (TJE) original do activo ou, para
activos financeiros adquiridos ou originados em imparidade, à taxa de juro efectiva ajustada ao risco
de crédito. No caso de compromissos irrevogáveis assumidos, tais Como, por exemplo, garantias
bancárias, são considerados os pagamentos que o Grupo espera realizar deduzidos dos fluxos de
caixa que espera receber da contraparte.
O Grupo estima os fluxos de caixa tendo em consideração o prazo contratual definido para as
operações.
Na determinação dos fluxos de caixa que o Grupo espera receber, são considerados, quando
aplicável, os fluxos de caixa líquidos resultantes da execução de colaterais existentes.
Para os activos em stage 1 e stage 2, os fluxos de caixa que o Grupo espera receber são
determinados tendo em consideração a probabilidade de a contraparte entrar em incumprimento
(PD), assim como a proporção da exposição (EAD) que será perdida na eventualidade de ocorrer
um incumprimento (LGD). No caso dos activos em stage 1, a PD apenas considera acontecimentos
de default que possam ocorrer nos 12 meses seguintes. No caso dos activos em stage 2, a PD
considera acontecimentos de default que possam ocorrer durante a maturidade remanescente.
As ECL (conforme metodologia atrás descrita) são apuradas para 3 cenários distintos (base,
favorável e adverso), sendo os valores obtidos ponderados pelas respectivas probabilidades de
ocorrência. As probabilidades de ocorrência são as seguintes (conforme disposto na Directiva do
BNA nº 13-de 27 de Dezembro de 2019):
 Cenário base – 70%
 Cenário favorável – 10%
 Cenário adverso – 20%
Os cenários são determinados tendo por base um índice de clima económico construído com base
nos seguintes indicadores macros económicos: crescimento do PIB, taxa de inflação, câmbio
Akz/USD, câmbio Akz/Eur e preço do barril de petróleo. Para o efeito, é considerado um histórico
de 5 anos.

172
São calculados os factores de risco PD e LGD para cada um dos cenários atrás descritos.

A análise de imparidade do crédito a clientes pode ser efectuada de forma individual ou de forma
colectiva. Uma exposição deve considerar-se elegível para análise individual quando for
individualmente significativa ou quando possua um outro critério de elegibilidade complementar,
conforme orientações do BNA.
A análise de imparidade é efectuada de forma individual quando, de acordo com o disposto no
Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA, uma exposição se encontre acima de pelo menos
um dos dois seguintes limiares de materialidade:
 A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,5% dos fundos próprios do Grupo;
 A exposição agregada do cliente/grupo económico excede 0,1% dos fundos próprios do Grupo
e o cliente/grupo económico regista um aumento significativo do risco de crédito tal como
definido na Parte 2 do Anexo III do Instrutivo nº 08/2019 de 27 de Agosto do BNA.
Para o efeito são considerados os últimos fundos próprios contabilísticos anuais conhecidos pela
instituição e reportados, ou a reportar, ao supervisor.
Na análise colectiva, os factores de risco são determinados para grupos homogéneos de créditos
(macro segmentos), nomeadamente:
 Colaboradores
 Consumo
 Empresas
 Empresas Privadas
 Empresas Públicas
 Habitação
 Negócios
 Outros
 PME
 Retalho
 Salário
 Estado

2.6 Outros activos tangíveis

Reconhecimento e mensuração

Os outros activos tangíveis encontram-se registados ao custo de aquisição, à excepção dos


imóveis, deduzido das respectivas amortizações acumuladas e perdas por imparidade. O custo
inclui as despesas que são directamente atribuíveis à aquisição dos bens.

A rubrica de imóveis encontra-se mensurada pelo modelo de revalorização.

O valor de revalorização dos terrenos e edifícios é baseado em valores de mercado apurados


através de avaliações efectuadas por especialistas independentes. O Grupo recorreu a um conjunto
de avaliadores registados na CMC.

173
Os aumentos ao valor contabilístico dos terrenos e edifícios em resultado de reavaliações são
debitados em activos fixos tangíveis. As reduções que possam ser compensadas por anteriores
reavaliações do mesmo activo são movimentadas contra a respectiva reserva de reavaliação, as
restantes reduções são reconhecidas na demonstração dos resultados. subsequentes. As
revalorizações são efectuadas com a regularidade necessária para assegurar que a quantia
escriturada não difere materialmente daquela que seria determinada pelo uso do justo valor à data
do balanço.

O excedente de revalorização incluído no capital próprio é transferido para resultados transitados


quando o activo é usado. A quantia do excedente transferida resulta da diferença entre a
depreciação baseada na quantia escriturada revalorizada do activo e a depreciação baseada no
custo original do activo. As transferências do excedente de revalorização para resultados retidos
não são feitas através dos lucros ou prejuízos.

Custos subsequentes

Os custos subsequentes são reconhecidos como um activo separado apenas se for provável que
deles resultarão benefícios económicos para o Grupo. As despesas com manutenção e reparação
são reconhecidas como custo à medida que são incorridas de acordo com o princípio da
especialização dos exercícios.
Depreciações

Os terrenos não são depreciados. O método utilizado pelo Grupo para cálculo das depreciações é
o das quotas constantes, de acordo com os seguintes períodos de vida útil esperada:

Descrição Anos
Imóveis de uso próprio:
. Edifícios 2 a 50
. Obras 5

Equipamento:
. Mobiliário e material 6a9
. Máquinas e ferramentas 3a6
. Equipamento informático 5
. Instalações interiores 5a6
. Material de transporte 4
. Equipamento de segurança 10
. Outros equipamentos 3a7

Quando existe indicação de que um activo possa estar em imparidade, a IAS 36 (Imparidade de
activos), exige que o seu valor recuperável seja estimado, devendo ser reconhecida uma perda por
imparidade sempre que o valor líquido de um activo exceda o seu valor recuperável. As perdas por
imparidade são reconhecidas na demonstração de resultados.

O valor recuperável é determinado como o mais elevado entre o seu preço de venda líquido e o seu
valor de uso, sendo este calculado com base no valor actual dos fluxos de caixa estimados futuros
que se esperam vir a obter do uso continuado do activo e da sua alienação no fim da sua vida útil.

174
2.7 Activos intangíveis

Software

Os custos incorridos com a aquisição de software a entidades terceiras, são capitalizados, assim
como as despesas adicionais suportadas pelo Grupo necessárias à sua implementação. Estes
custos são amortizados linearmente pelo período da vida útil estimado, a qual se situa normalmente
nos 3 anos.

2.8 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

Os investimentos em subsidiárias e associadas são contabilizados nas demonstrações financeiras


do Grupo ao seu custo histórico deduzido de quaisquer perdas por imparidade.
Subsidiárias são entidades (incluindo fundos de investimento e veículos de securitização)
controladas pelo Grupo. O Grupo controla uma entidade quando está exposta, ou tenha direitos, à
variabilidade nos retornos provenientes do seu envolvimento com essa entidade e possa apoderar-
se dos mesmos através do poder que detém sobre as actividades relevantes dessa entidade
(controlo de facto).

As empresas associadas são entidades nas quais o Grupo tem influência significativa, mas não
exerce controlo sobre a sua política financeira e operacional. Presume-se que o Grupo exerce
influência significativa quando detém o poder de exercer mais de 20% dos direitos de voto da
associada. Caso o Grupo detenha, directa ou indirectamente, menos de 20% dos direitos de voto,
presume-se que o Grupo não possui influência significativa, excepto quando essa influência possa
ser claramente demonstrada.
A existência de influência significativa por parte do Grupo é normalmente demonstrada por uma ou
mais das seguintes formas:
o representação no Conselho de Administração ou órgão de direcção equivalente;
o participação em processos de definição de políticas, incluindo a participação em decisões sobre
dividendos ou outras distribuições;
o transacções materiais entre o Grupo e a participada;
o intercâmbio de pessoal de gestão; e
o fornecimento de informação técnica essencial.

Imparidade

O valor recuperável dos investimentos em subsidiárias e associadas é avaliado sempre que existam
sinais de evidência de imparidade. As perdas de imparidade são apuradas tendo por base a
diferença entre o valor recuperável dos investimentos em subsidiárias ou associadas e o seu valor
contabilístico. As perdas por imparidade identificadas são registadas por contrapartida de
resultados, sendo subsequentemente revertidas por resultados caso se verifique uma redução do
montante da perda estimada, num período posterior. O valor recuperável é determinado com base
no maior entre o valor em uso dos activos e o justo valor deduzido dos custos de venda, sendo
calculado com recurso a metodologias de avaliação, suportadas em técnicas de fluxos de caixa
descontados, considerando as condições de mercado, o valor temporal e os riscos de negócio.

175
2.9 Locações

IFRS 16
No início de um contracto o Grupo avalia se o mesmo é, ou contém, uma locação. É uma locação
um contracto ou parte de um contracto que transmite o direito de usar um activo (o activo
subjacente) durante um certo período, em troca de uma retribuição.

Para avaliar se um contracto transmite o direito de controlar o uso de um activo identificado, o Grupo
avalia, se:
- o contracto envolve o uso de um activo identificado – o activo poderá ser especificado de forma
explícita ou implícita e deve ser fisicamente distinto ou representar substancialmente toda a
capacidade de um activo fisicamente não distinto. Mesmo que um activo seja especificado, o Grupo
não tem o direito de usar um activo identificado se o fornecedor tiver o direito substantivo de
substituir esse activo durante o período de utilização;
- o Grupo tem o direito de obter substancialmente todos os benefícios económicos do uso do
activo identificado, durante todo o período de utilização; e

- o Grupo tem o direito de orientar o uso do activo identificado. O Grupo tem este direito quando
tem os direitos de tomada de decisão mais relevantes para alterar o modo e a finalidade com que o
activo é usado durante todo o período de utilização.
Nos casos em que a decisão sobre como e para que finalidade o activo é utilizado é predeterminada,
o Grupo tem o direito de orientar o uso do activo se:
- O Grupo tem o direito de explorar o activo (ou de mandar outros explorar o activo da forma que
ele determinar) durante todo o período de utilização, sem que o fornecedor tenha o direito de alterar
essas instruções de exploração; ou
- O Grupo concebeu o activo (ou aspectos específicos do activo) de uma forma que determine
previamente o modo e a finalidade com que o activo será usado durante todo o período de utilização.
No início ou na reavaliação de um contracto que contenha um componente da locação, o Grupo
imputa a retribuição no contracto a cada componente da locação com base nos seus preços
individuais.

i.. Como locatário

O Grupo reconhece um activo sob direito de uso e um passivo da locação na data de início da
locação. O activo sob direito de uso é mensurado inicialmente ao custo, o qual inclui o valor inicial
do passivo da locação ajustado de todos os pagamentos antecipados da locação em ou antes da
data de início (deduzidos os incentivos à locação recebidos), adicionado de quaisquer custos
directos iniciais incorridos e da estimativa dos custos para desmantelamento e remoção do activo
subjacente ou para restaurar o activo subjacente ou as instalações na qual está localizado.

Subsequentemente, o activo sob direito de uso é depreciado utilizando o método linear desde a
data de início até ao fim da vida útil do activo sob direito de uso ou ao fim do prazo da locação,
consoante o que terminar primeiro. A vida útil estimada dos activos sob direito de uso é determinada
seguindo os mesmos princípios dos Activos Tangíveis. Adicionalmente, o activo sob direito de uso
é periodicamente deduzido das perdas por imparidade, se existirem, e ajustado por determinadas
remensurações do passivo da locação.

176
O passivo da locação é mensurado inicialmente pelo valor presente dos pagamentos da locação
que não tenham sido efectuados nessa data, descontados segundo a taxa de juro implícita na
locação, se essa taxa poder ser facilmente determinada. Se a taxa não poder ser facilmente
determinada, deve ser utilizada a taxa incremental de financiamento do Grupo. A taxa incremental
de financiamento é uma taxa de desconto que o Grupo obteria para conseguir, com a mesma
maturidade e garantia semelhante, os fundos necessários para a aquisição do activo subjacente.
Por norma, o Grupo utiliza como taxa de desconto a sua taxa incremental de financiamento.

Os pagamentos de locação incluídos na mensuração do passivo da locação compreendem os


seguintes pagamentos pelo direito de usar o activo subjacente durante o prazo de locação que não
tenham sido efectuados nessa data:

• pagamentos fixos (incluindo pagamentos fixos em substância), menos os incentivos à locação;

• pagamentos variáveis que dependam de um índice ou uma taxa, inicialmente mensurados


utilizando a taxa ou o índice existente à data de início;

• montantes que se espera que venham a ser pagos a título de garantias de valor residual;

• o preço do exercício de uma opção de compra, se o Grupo estiver razoavelmente certo de


exercer essa opção; e

• pagamentos de sanções por rescisão da locação, se o prazo da locação reflectir o exercício de


uma opção de rescisão da locação pelo Grupo.

O passivo da locação é mensurado ao custo amortizado usando o método da taxa de juro efectiva.
É remensurado quando existe uma alteração aos pagamentos futuros da locação decorrentes de
uma alteração num índice ou taxa, quando ocorre uma alteração na estimativa do Grupo do
montante que se espera pagar ao abrigo de uma garantia de valor residual, ou sempre que o Grupo
altera a sua avaliação sobre a expectativa de exercer ou não uma opção de compra, prorrogação
ou rescisão.

Sempre que o passivo da locação é remensurado, o Grupo reconhece o montante da remensuração


do passivo da locação como um ajustamento ao activo sob direito de uso. No entanto, caso a quantia
escriturada do activo sob direito de uso se encontre reduzida a zero e houver uma outra redução
na mensuração do passivo da locação, o Grupo reconhece essa redução na demonstração de
resultados.

O Grupo apresenta os activos sob direito de uso que não correspondem à definição de propriedade
de investimento em “Outros Activos Tangíveis” e os passivos da locação em “Outros Passivos” na
demonstração da posição financeira.

Locações de curto prazo e locações de activos de baixo valor.

A norma permite que um locatário não reconheça os activos sob direito de uso e os passivos da
locação de curto prazo que têm um prazo de locação de 12 meses ou inferior e locações de activos
de baixo valor, sendo os pagamentos associados a estas locações reconhecidos como despesa
pelo método linear durante a vigência do contracto.

O Grupo aplicou a isenção definida pela IFRS 16 para o reconhecimento dos activos sob direito de
uso e passivos da locação para locações de curta duração, cujo prazo de locação seja igual ou
inferior a 12 meses. Deste modo, o Grupo reconhece as despesas associadas a estes contractos
directamente em “Fornecimentos e Serviços de Terceiros” na Demonstração de Resultados.

177
ii.. Como locador

Quando o Grupo actua como locador, no início da locação determina se a mesma deve ser
classificada como uma locação operacional ou uma locação financeira.

Para classificar cada locação, o Grupo efectua uma avaliação global sobre se a locação transfere
substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade do activo subjacente. No
caso de a locação transferir substancialmente todos os riscos e benefícios inerentes à propriedade
do activo subjacente, a mesma é classificada como locação financeira, caso contrário, como locação
operacional. Como parte desta avaliação, o Grupo considera alguns indicadores tais como se a
locação é realizada para a maior parte da vida económica do activo.

Quando o Grupo é um locador intermediário, este contabiliza os seus interesses na locação principal
e na sublocação separadamente. A classificação da sublocação é efectuada por referência ao activo
sob direito de uso decorrente da locação original, e não por referência ao activo subjacente. No
caso da locação original ser um contracto de locação de curto prazo à qual o Grupo aplica a isenção
de reconhecimento descrita anteriormente, o Grupo classifica a sublocação como uma locação
operacional.

Se um contracto contém componentes de locação e de não locação, o Grupo aplicará a IFRS 15


para imputar a retribuição prevista no contracto.

2.10 Impostos

Os rendimentos obtidos pelo Grupo de Comércio e Indústria (“BCI”), no âmbito do exercício normal
da sua actividade, estão sujeitos a diversos impostos, de acordo com a sua natureza.

Deste modo, o Grupo é tributado pela totalidade dos lucros obtidos quer no país, quer no estrangeiro
e o seu lucro tributável corresponde à diferença entre todos os proveitos ou ganhos realizados e os
custos ou perdas imputáveis ao exercício em apreço, eventualmente corrigidos nos termos do
Código do Imposto Industrial.

O Grupo encontra-se sujeito a tributação em sede do Imposto Industrial, nos termos do Regime
Geral de Tributação. A tributação dos seus rendimentos é efectuada nos termos do novo Código do
Imposto Industrial (i.e., Lei n.º 26/20, de 20 de Julho, a qual introduziu alterações significativas ao
Código do Imposto Industrial, aprovado pela Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro). Neste contexto, o BCI
encontra-se sujeito à taxa aplicável de 35%, de acordo com o artigo 64.º, n.º 3 do Código do Imposto
Industrial.

Os proveitos dos títulos da dívida pública, resultantes de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do


Tesouro emitidos pelo Estado Angolano, cuja emissão se encontra regulamentada pela Lei-Quadro
da Dívida Pública Directa (Lei n.º 16/02, de 5 de Dezembro) e pelos Decretos Regulamentares
números 51/03 e 52/03, de 8 de Julho, bem assim como os restantes rendimentos obtidos pelo
Grupo sujeitos a tributação em sede de IAC, gozam de isenção ou não sujeição em sede do Imposto
Industrial, de acordo com o previsto na alínea b) do n.º 1 do artigo 47.º do Código do Imposto
Industrial, onde é referido expressamente que para a determinação da matéria tributável deduzir-
se-ão do lucro líquido apurado nos termos dos artigos anteriores os proveitos ou ganhos sujeitos a
IAC.

178
Os rendimentos de Obrigações do Tesouro e de Bilhetes do Tesouro, emitidos pelo Estado
Angolano após 1 de Janeiro de 2013 encontram-se sujeitos ao IAC, à taxa de 10% (5% no caso de
títulos de dívida admitidos à negociação em mercado regulamentado e que apresentem uma
maturidade igual ou superior a três anos) e, bem assim, a Imposto Industrial, no caso das mais ou
menos-valias obtidas (incluindo eventuais reavaliações cambiais sobre a componente do capital).

Ademais, a referida Lei, consagrou, entre outras alterações, a elegibilidade das variações cambiais
realizadas favoráveis e desfavoráveis como proveitos e custos fiscalmente aceites,
respectivamente. No mesmo sentido, passaram a não ser aceites como custo as
provisões/imparidades constituídas sobre crédito com garantia, salvo na parte não coberta.

As declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante
um período de 5 anos, das quais poderão resultar eventuais correcções ao lucro tributável dos
exercícios de 2017 a 2022.

O registo dos impactos fiscais das transacções realizadas pelo Grupo corresponde ao entendimento
da gestão sobre o tratamento fiscal aplicável à luz da legislação emitida. Nas situações em que haja
lugar a interpretação e tal venha a ser questionado pela Administração Fiscal, a gestão procede à
sua reanálise, avaliando a probabilidade (superior ou inferior ao 50%) de o tratamento fiscal
adoptado ser aceite e, consequentemente, determina qual o valor mais provável ou o valor esperado
de activos ou passivos por imposto, a registar.

Imposto corrente

O imposto corrente é calculado com base no lucro tributável do exercício, o qual difere do resultado
contabilístico devido a ajustamentos resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos
fiscais ou que apenas serão considerados em outros períodos contabilísticos.

Adicionalmente, o Imposto Industrial é objecto de liquidação provisória numa única prestação a ser
efectuada até ao final do mês de Agosto, apurada através da aplicação de uma taxa de 2% sobre o
resultado derivado das operações de intermediação financeira, apurados nos primeiros seis meses
do exercício fiscal anterior, excluídos os proveitos sujeitos a imposto sobre aplicação de capitais,
independentemente da existência de matéria colectável no exercício.

Sem prejuízo do que antecede, os contribuintes que apurem prejuízo no exercício imediatamente
anterior encontram-se dispensados de efectuar a entrega da liquidação provisória.

Os prejuízos fiscais apurados em determinado exercício podem ser deduzidos aos lucros tributáveis
de um ou mais, dos cinco anos posteriores.

O Imposto sobre Aplicação de Capitais (“IAC”) incide, genericamente, sobre os rendimentos


provenientes de aplicações financeiras do próprio Grupo, nomeadamente rendimentos de
aplicações, juros de títulos de dívida e, de forma genérica, quaisquer outros rendimentos derivados
da simples aplicação de capitais.

179
Imposto diferido

Os impostos diferidos correspondem ao impacto no imposto a recuperar/pagar em períodos futuros


resultantes de diferenças temporárias dedutíveis ou tributáveis entre o valor de balanço dos activos
e passivos e a sua base fiscal, utilizada na determinação do lucro tributável. Os impostos diferidos
activos e passivos são calculados com base nas taxas fiscais em vigor para o período em que se
prevê que seja realizado o respectivo activo ou passivo. Os prejuízos fiscais reportáveis dão
também origem a impostos diferidos activos.

Os passivos fiscais diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias
tributáveis, enquanto os activos fiscais diferidos só são reconhecidos até ao montante em que seja
provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes
diferenças tributárias dedutíveis ou de reporte de prejuízos fiscais. Adicionalmente, não são
registados activos fiscais diferidos nos casos em que a sua recuperabilidade possa ser questionável
devido a outras situações, incluindo questões de interpretação da legislação fiscal em vigor.

Apesar disto, não são registados activos ou passivos fiscais diferidos relativos a diferenças
temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não
afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável.

O Grupo procede, conforme estabelecido na IAS 12 – Imposto sobre o Rendimento, parágrafo 74,
à compensação dos activos e passivos por impostos diferidos sempre que: (i) tenha o direito
legalmente executável de compensar activos por impostos correntes e passivos por impostos
correntes; e (ii) os activos e passivos por impostos diferidos se relacionarem com impostos sobre o
rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre a mesma entidade tributável ou diferentes
entidades tributáveis que pretendam liquidar passivos e activos por impostos correntes numa base
líquida, ou realizar os activos e liquidar os passivos simultaneamente, em cada período futuro em
que os passivos ou activos por impostos diferidos se esperem que sejam liquidados ou recuperados.

Imposto sobre a Aplicação de Capitais (“IAC”)

O IAC incide, genericamente, sobre os rendimentos provenientes das aplicações financeiras do


Grupo. A taxa varia entre 5% (no caso de juros, prémios de amortização ou reembolso e outras
formas de remuneração de títulos de dívida pública, obrigações, títulos de participação ou outros
títulos análogos emitidos por qualquer sociedade, que se encontrem admitidos à negociação em
mercado regulamentado e a sua emissão apresente uma maturidade igual ou superior a três anos)
e 15%.

Sem prejuízo do exposto, no que diz respeito aos rendimentos de títulos de dívida pública, segundo
o último entendimento das Autoridades Fiscais dirigido à ABANC (carta com a referência
196/DGC/AGT/2016, de 17 de Maio de 2016), apenas os que decorrerem de títulos emitidos em
data igual ou posterior a 1 de Janeiro de 2013 se encontram sujeitos a este imposto.

Ademais, cumpre ainda referir que, segundo a posição das Autoridades Fiscais, as reavaliações
cambiais de títulos de dívida pública emitidos em moeda nacional, mas indexados a moeda
estrangeira, emitidos desde 1 de Janeiro de 2013, deverão ser sujeitas a Imposto Industrial até que
o Banco Nacional de Angola se encontre em condições de efectuar a devida retenção na fonte em
sede de IAC.

180
Imposto sobre a Aplicação de Capitais - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14,
de 20 de Outubro, o Grupo procede a retenção na fonte de IAC, à taxa de 10%, sobre os juros de
depósitos a prazo pagos a clientes.

Imposto sobre o Valor Acrescentado (“IVA”)

A Lei n.º 7/19 introduziu o IVA em Angola, que se encontra em vigor desde o dia 1 de Outubro de
2019, revogando o Regulamento do Imposto de Consumo (“IC”) e introduzindo relevantes
alterações ao Código do Imposto de Selo (“IS”).

Nos termos do Código do IVA aprovado pela referida Lei n.º 7/19, e, bem assim, das alterações
introduzidas pela Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto, estão sujeitas a este imposto: (i) as transmissões
de bens e prestações de serviços efectuadas no território nacional, a título oneroso por um sujeito
passivo, agindo nessa qualidade; e (ii) as importações de bens.

Não obstante, o Código do IVA prevê isenções para determinadas operações, incluindo a isenção
aplicada às operações de intermediação financeira, incluindo as descritas no Anexo III a este
Código, excepto as que dão lugar ao pagamento de uma taxa, ou contraprestação, específica e
predeterminada, pela sua realização. Esta isenção não confere direito à dedução do IVA incorrido
pelo sujeito passivo nas aquisições de bens e serviços conexas com operações isentas.

Importa assinalar que a taxa normal de IVA vigente no território Angolano, aplicável às operações
sujeitas a IVA e dele não isentas é de 14%.

Adicionalmente, e em conformidade com o n.º 2 do artigo 21.º do Código do IVA, os bancos


comerciais devem cativar 50% do imposto contido na factura ou documento equivalente emitido
pelo sujeito passivo aquando da transmissão de bens ou prestação de serviços (excepto nas
transmissões de bens ou prestações de serviços elencadas como excluídas deste regime de
cativação). Neste âmbito, a cativação do imposto em apreço deverá ser concretizada na declaração
periódica de IVA referente ao mês em que este imposto se torna exigível nos termos estabelecidos
no n.º 3 do artigo 21.º do Código do IVA (i.e., no momento da recepção da respectiva factura ou
documento equivalente por parte das entidades sujeitas ao Regime do IVA cativo).

Não obstante, o Instrutivo n.º 000003/DNP/DSIVA/AGT/2020, emitido pelas autoridades fiscais


Angolanas, veio esclarecer que beneficiam de dispensa de cativação as transmissões de bens a
quaisquer entidades cativadoras cujo pagamento seja feito por débito em conta, à excepção do
Estado. São exemplos destas situações as transmissões de bens no âmbito de operações bancárias
e financeiras em que as instituições efectuam o débito em conta do cliente, designadamente: (i) a
transmissão de bens objecto de contractos de locação financeira, ao respectivo locatário, aquando
do exercício da opção de compra estipulada, bem como (ii) a venda de terminais de pagamento
automático (TPA) no âmbito da disponibilização pelas instituições aos seus clientes aos seus
clientes de serviços de aceitação de cartões de pagamento.

O Código do IVA, nos termos do n.º 1 do artigo 10.º, estabelece que, para efeitos deste imposto, e
em regra geral, a prestação de serviços ocorre no território nacional quando nele o adquirente
possui domicílio, sede ou estabelecimento estável para o qual os serviços são adquiridos. Neste
contexto, o n.º 2 do artigo 29.º do Código do IVA, conjugado com a alínea d) do n.º 1 do artigo 2.º
deste mesmo compêndio tributário, prevê o mecanismo de inversão do sujeito passivo, através do
qual “sempre que o adquirente seja um sujeito passivo, o imposto é devido por esse mesmo
adquirente, relativamente a prestações de serviços localizadas no território nacional, nos termos do

181
artigo 10.º, quando o prestador de serviços seja um sujeito passivo não residente e não disponha
de um estabelecimento estável em território nacional” – i.e. o adquirente, sujeito passivo de IVA em
Angola, deverá (auto)liquidar o IVA angolano devido nas prestações de serviços localizadas em
Angola, quando as mesmas sejam prestadas por fornecedores não residentes.

Ademais, considerando que o Grupo é um sujeito passivo que realiza conjuntamente operações
que conferem direito dedução (i.e., operações tributadas em IVA) e operações que não conferem
direito à dedução (i.e., operações isentas deste imposto nos termos acima referidos), o IVA incorrido
pelo Grupo nas suas aquisições de bens e serviços apenas é parcialmente dedutível através do
método do pro-rata.

Não obstante, o Grupo, enquanto sujeito passivo abrangido pelo regime geral de IVA, pode, nos
termos do n.º 2 do artigo 27.º do Código do IVA, adoptar o método da afectação real relativamente
ao IVA incorrido nos bens destinados a venda. Este método de dedução consiste na possibilidade
de deduzir a totalidade do imposto suportado na aquisição de bens das operações que conferem
direito à dedução, porém exclui a possibilidade de dedução do imposto suportado nas operações
que não conferem esse direito, nos termos dos artigos 22.º e 24.º do Código do IVA. Os bens cujo
imposto pode ser deduzido segundo o método de afectação real estão sujeitos a prévia autorização
por parte da Administração Geral Tributária. Adicionalmente, o Instrutivo n.º
000003/DNP/DSIVA/AGT/2020, referido infra, veio estabelecer que as instituições financeiras
podem adoptar o método de afectação real para deduzir o IVA suportado relativamente à aquisição
de bens e serviços “exclusivamente utilizados” para a realização de:

I. Operações de locação financeira;

II. Operações financeiras realizadas por instituições sem sede ou estabelecimento estável em
território nacional ("bancos correspondentes”) para as instituições angolanas;

III. Operações abrangidas pelo disposto no n.º 3 do artigo 6.º do Código do IVA, nomeadamente,
refacturação de bens e/ou serviços adquiridos pelas instituições em nome próprio, mas por conta
de terceiras entidades, a quem os respectivos bens e/ou serviços sejam refacturados, com vista a
obter o receptivo reembolso (redébitos de custos).

Para efeitos de dedução do IVA segundo o mencionado método, as instituições financeiras devem
elaborar um oficio dirigido à Direcção dos Serviços do IVA, a solicitar a alteração da declaração de
início de actividade, bem como o respectivo cumprimento das obrigações previstas no Código do
IVA quanto ao registo contabilístico das operações, de forma a permitir o controlo das operações
cujo imposto suportado foi deduzido segundo o método de afectação real.

Adicionalmente, o Grupo está ainda obrigado a cumprir com regras em matéria de facturação nos
termos do Regime Jurídico das Facturas e Documentos Equivalentes (“RJFDE”), em vigor desde
Abril de 2019. Neste âmbito, os agentes económicos com volume de negócios igual ou superior a
Kwanzas equivalentes a USD 250 mil devem emitir as facturas ou documentos equivalentes através
de um sistema de facturação certificado.

As Leis de Orçamento Geral do Estado para os exercícios económicos de 2021 e de 2022 prevêem
ainda que, sobre os recebimentos obtidos nos terminais de pagamento automático, relativos às
transmissões de bens e prestações de serviços efectuados pelos sujeitos passivos, é retido a taxa
de 2,5% a título de Imposto sobre o Valor Acrescentado.

182
Imposto do Selo - De acordo com o Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro,
recai sobre o Grupo a responsabilidade de liquidação e entrega do Imposto do Selo devido pelos
seus clientes na generalidade das operações bancárias (v.g., financiamentos, cobrança de juros de
financiamentos, comissões por serviços financeiros), procedendo o Grupo à liquidação do imposto,
às taxas previstas na Tabela do Imposto do Selo.

Imposto Industrial - De acordo com o previsto no artigo 67.º do Código do Imposto Industrial, as
prestações de serviços por entidades com sede, direcção efectiva ou estabelecimento estável em
Angola, estão sujeitas a tributação, por retenção na fonte, à taxa de 6,5%. Quando se trate de
serviços prestados por entidades não-residentes, a taxa de retenção na fonte é de 15%.

Imposto Predial

De acordo com o previsto na Lei n.º 20/20, publicada a 9 de Julho, a qual aprovou o novo Código
do Imposto Predial e revogou o anterior, o Grupo procede à retenção na fonte do Imposto Predial
devido, à taxa de 15% sobre o pagamento ou entrega de rendas relativas a imóveis arrendados,
com excepção dos terrenos para construção, em que será devido Imposto Predial à taxa de 0,6%
sobre o valor patrimonial.

Será devido Imposto Predial sobre imóveis não-arrendados de acordo com os seguintes intervalos:

Taxa de 0,1% sobre o valor patrimonial, aplicável a imóveis com valor patrimonial inferior a
Kz 5 000 000;

Valor fixo de Kz 5.000 para imóveis com valor patrimonial superior a Kz 5 000 000 e inferior a
Kz 6 000 000;

Taxa de 0,5% sobre o valor patrimonial excedente a Kz 5 000 000, aplicável a imóveis com
valor patrimonial superior a AKZ 6 000 000.

Na transmissão gratuita ou onerosa o valor tributável corresponde ao valor patrimonial constante


da matriz, à data da transmissão, ao valor determinado por avaliação, no caso de prédio omisso,
ou o valor declarado, consoante o que for maior. A transmissão de bens imóveis é sujeita a Imposto
Predial à taxa de 2%, cujo encargo e responsabilidade pela liquidação deverá recair sobre o Grupo
sempre que actue como adquirente.

2.11 Benefícios a colaboradores

Os benefícios de curto prazo a empregados são registados como custo assim que o serviço
associado tiver sido prestado. É reconhecido um passivo pelo montante expectável a ser liquidado,
quando o Grupo tem uma obrigação presente, legal, de pagar este montante como resultado de um
serviço prestado no passado pelo colaborador e essa obrigação possa ser fiavelmente estimada.

Responsabilidades com pensões de reforma

Em 15 de Março de 2010, o Grupo celebrou um protocolo com o Banco Nacional de Angola com
vista à assunção de encargos com pensões de reforma complementares ao Sistema de Segurança
Social de Angola para os colaboradores do Grupo provenientes daquela instituição. Estes encargos
são pagos através de uma renda vitalícia mensal a partir do momento em que os colaboradores se

183
reformam sendo assumidos de forma partilhada e proporcional ao tempo de serviço prestado pelos
colaboradores em cada uma das instituições.

As responsabilidades do Grupo com pensões de reforma são calculadas, com base no Método da
Unidade de Crédito Projectada. A taxa de desconto utilizada neste cálculo é determinada com base
nas taxas de mercado associadas a emissões de obrigações do Estado Angolano.

O juro líquido com o plano de pensões foi calculado pelo Grupo multiplicando a responsabilidade
com pensões de reforma pela taxa de desconto utilizada para efeitos da determinação das
responsabilidades com pensões de reforma atrás referida. Nessa base, o juro líquido foi apurado
através do custo dos juros associado às responsabilidades com pensões de reforma, ambos
mensurados com base na taxa de desconto utilizada no cálculo das responsabilidades.

Os ganhos e perdas de remensuração, nomeadamente (i) os ganhos e perdas actuariais,


resultantes das diferenças entre os pressupostos actuariais utilizados e os valores efectivamente
verificados (ganhos e perdas de experiência) e das alterações de pressupostos actuariais, são
reconhecidos por contrapartida de capital próprio na rubrica de Outras Reservas e Resultados
Transitados - Resultados Transitados e RPBD.
O Grupo reconhece na sua demonstração de resultados um valor total que inclui (i) o custo do
serviço corrente, (ii) o juro líquido de juros com o plano de pensões.

Estimativa para férias e subsídio de férias

A Lei Geral do Trabalho, em vigor em 31 de Dezembro de 2021, determina que o montante de


subsídio de férias pagável aos trabalhadores em determinado exercício é um direito por eles
adquirido no ano imediatamente anterior. Consequentemente, o Grupo releva contabilisticamente
no exercício os valores relativos a férias e subsídio de férias pagáveis no ano seguinte (ver nota
31).

2.12 Provisões e passivos contingentes

São reconhecidas provisões quando:

i) O Grupo tem uma obrigação presente (legal ou decorrente de práticas passadas ou políticas
publicadas que impliquem o reconhecimento de certas responsabilidades);
ii) Seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido;

iii) Quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.

A mensuração das provisões tem em conta os princípios definidos na IAS 37 (Provisões, Passivos
Contingentes e Activos Contingentes) no que respeita à melhor estimativa do custo expectável, ao
resultado mais provável das acções em curso e tendo em conta os riscos e incertezas inerentes ao
processo.

As provisões são revistas no final de cada data de reporte e ajustadas para reflectir a melhor
estimativa, sendo revertidas por contrapartida de resultados na proporção dos pagamentos que não
sejam prováveis.

As provisões são desreconhecidas através da sua utilização para as obrigações para as quais foram
inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixem de se observar.

184
Caso não seja provável o futuro dispêndio de recursos, trata-se de um passivo contingente. Os
passivos contingentes são sempre objecto de divulgação, excepto nos casos em que a possibilidade
da sua concretização seja remota.

2.13 Reconhecimento de rendimentos de serviços e comissões

Os rendimentos resultantes de serviços e comissões são reconhecidos de acordo com os seguintes


critérios:

- Quando são obtidos à medida que os serviços são prestados, o seu reconhecimento em resultados
é efectuado no período a que respeitam de acordo com a IFRS 15;
- Quando resultam de uma prestação de serviços, o seu reconhecimento é efectuado quando o
referido serviço está concluído de acordo com a IFRS 15;
- Quando são uma parte integrante da taxa de juro efectiva de um instrumento financeiro, os
proveitos resultantes de serviços e comissões são registados na margem financeira, diluídos ao
longo da maturidade do instrumento financeiro de acordo com a IFRS 9.

2.14 Resultados em operações financeiras

Os resultados em operações financeiras incluem os ganhos e perdas gerados por activos e passivos
financeiros ao justo valor através de resultados, nomeadamente das carteiras de negociação e de
outros activos e passivos ao justo valor através de resultados, incluindo dividendos associados a
estas carteiras.

Estes resultados incluem igualmente as valias nas vendas de activos financeiros ao justo valor por
outro rendimento integral e de activos financeiros ao custo amortizado.

2.15 Caixa e seus equivalentes

Para efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores
registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se
incluem a caixa, as disponibilidades em bancos centrais e as disponibilidades em outras instituições
de crédito.

2.16 Garantias financeiras e compromissos

As garantias financeiras são contractos que obrigam o Grupo a efectuar pagamentos específicos
de forma a reembolsar o detentor da garantia por uma perda incorrida em virtude de um devedor
falhar o cumprimento de um pagamento.

Os compromissos são compromissos firmes (irrevogáveis) e têm o objectivo de fornecer crédito ao


abrigo de condições pré-determinadas.

185
Os passivos que decorrem de garantias financeiras ou compromissos dados para fornecer um
empréstimo a uma taxa de juro abaixo do valor de mercado são inicialmente reconhecidos ao justo
valor, sendo o justo valor inicial amortizado durante o período de vida útil da garantia ou
compromisso. Subsequentemente o passivo é registado ao mais alto entre o valor amortizado e o
valor presente de qualquer pagamento expectável para liquidar.

2.17 Activos não correntes detidos para venda

Os activos não correntes, grupos de activos não correntes detidos para venda (grupos de activos
em conjunto com os respectivos passivos, que incluem pelo menos um activo não corrente) e
operações descontinuadas são classificados como detidos para venda quando existe a intenção de
alienar os referidos activos e passivos e os activos ou grupos de activos estão disponíveis para
venda imediata e a sua venda é muito provável.
O Grupo também classifica como activos não correntes detidos para venda os activos não correntes
ou grupos de activos adquiridos apenas com o objectivo de venda posterior, que estão disponíveis
para venda imediata e cuja venda é muito provável.
Imediatamente antes da sua classificação como activos não correntes detidos para venda, a
mensuração de todos os activos não correntes e todos os activos e passivos incluídos num grupo
de activos para venda é efectuada de acordo com as IFRS aplicáveis. Após a sua reclassificação,
estes activos ou grupos de activos são mensurados ao menor entre o seu custo e o seu justo valor
deduzido dos custos de venda.
O Grupo classifica igualmente em activos não correntes detidos para venda os imóveis detidos por
recuperação de crédito, que se encontram mensurados inicialmente pelo menor entre o seu justo
valor líquido de custos de venda e o valor contabilístico do crédito existente na data em que foi
efectuada a dação ou arrematação judicial do bem.
As avaliações destes imóveis são efectuadas de acordo com uma das seguintes metodologias,
aplicadas de acordo com a situação específica do bem:
i. Método Comparativo
O Método de Mercado tem por referência valores de transacção de imóveis semelhantes e
comparáveis ao imóvel objecto de estudo obtido através de prospecção de mercado realizada na
zona.
ii. Método do Rendimento
Este método tem por finalidade estimar o valor do imóvel a partir da capitalização da sua renda
líquida, actualizado para o momento presente, através do método dos fluxos de caixa descontados.
iii. Método do Custo
O Método de Custo tem por finalidade reflectir o montante que seria exigido correntemente para
substituir o activo nas actuais condições, decompondo o valor da propriedade nas suas
componentes fundamentais: Valor do Solo Urbano e o Valor da Urbanidade; Valor da Construção;
e Valor de Custos Indirectos.

186
As avaliações realizadas são conduzidas por peritos avaliadores independentes. Os relatórios de
avaliação são analisados internamente, para aferição da adequação de pressupostos, comparando
os valores de venda históricos com os valores reavaliados dos imóveis, a fim de se manterem
actualizados os parâmetros e processos de avaliação à evolução do mercado.
Adicionalmente, uma vez que se tratam de activos cujo nível de justo valor da hierarquia da IFRS
13 corresponde maioritariamente ao nível 3, dada a subjectividade de alguns pressupostos
utilizados nas avaliações e o facto de existirem indicações externas com valores alternativos, o
Grupo procede a análises internas sobre os pressupostos utilizados o que poderá implicar
ajustamentos adicionais ao seu justo valor.

3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E JULGAMENTOS UTILIZADOS NA ELABORAÇÃO DAS


DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As IFRS estabelecem uma série de tratamentos contabilísticos e requerem que o Conselho de


Administração do Grupo efectue julgamentos e faça as estimativas necessárias para decidir qual o
tratamento contabilístico mais adequado.

As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios


contabilísticos pelo Grupo são apresentadas nesta Nota, tendo como objectivo melhorar o
entendimento de como a sua aplicação afecta os resultados reportados pelo Grupo e a sua
divulgação. Uma descrição alargada das principais políticas contabilísticas utilizadas pelo Grupo é
apresentada na nota 2 às demonstrações financeiras.

Considerando que, em muitas situações, existem alternativas ao tratamento contabilístico adoptado


pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pelo Grupo poderiam ser diferentes caso
um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que as escolhas
efectuadas são apropriadas e que as demonstrações financeiras apresentam de forma verdadeira
e apropriada a posição financeira do Grupo e o resultado das suas operações em todos os aspectos
materialmente relevantes.

3.1 Perdas por imparidade para activos financeiros ao custo amortizado

Os julgamentos críticos com maior impacto nos montantes reconhecidos de imparidade dos activos
financeiros contabilizados pelo custo amortizado são os seguintes:

a) Aumento significativo do risco de crédito: As perdas por imparidade correspondem às perdas


esperadas em caso de default num horizonte temporal de 12 meses, para os activos em estágio
1, e às perdas esperadas considerando a probabilidade de ocorrência de um evento de default
em algum momento até à data de maturidade do instrumento financeiro, para os activos em
estágio 2 e 3. Um activo é classificado em estágio 2 sempre que se verifique um aumento
significativo no respectivo risco de crédito desde o seu reconhecimento inicial. Na avaliação da
existência de um aumento significativo do risco de crédito, o Grupo tem em consideração
informação qualitativa e quantitativa, razoável e sustentável;

b) Definição de grupos de activos com características de risco de crédito comuns: quando as


perdas de crédito esperadas são mensuradas numa base colectiva, os instrumentos financeiros
são agrupados com base em características de risco comuns. O Grupo monitoriza a adequação
das características de risco de crédito numa base regular para avaliar se mantém a sua

187
similaridade. Este procedimento é necessário para assegurar que, no caso de se verificar uma
alteração das características de risco de crédito, a segmentação dos activos é revista. Esta
revisão pode resultar na criação de novos portfólios ou na transferência dos activos para
portfólios já existentes, que reflictam melhor as suas características de risco de crédito. O cálculo
de imparidade colectiva considera diversos cenários com uma ponderação específica, com base
na metodologia interna definida sobre cenarização definição de múltiplas perspectivas de
evolução macroeconómica, com probabilidade de ocorrência relevante.

c) Probabilidade de incumprimento: A probabilidade de incumprimento representa um factor


determinante na mensuração das perdas de crédito esperadas. A probabilidade de
incumprimento corresponde a uma estimativa da probabilidade de incumprimento num
determinado período temporal, cujo cálculo é efectuado com base em dados históricos,
pressupostos e expectativas sobre as condições futuras.

d) Perda dado o incumprimento: corresponde a uma estimativa de perda num cenário de


incumprimento. É baseada na diferença entre os fluxos de caixa contratuais e os que o Grupo
espera receber, por via dos fluxos de caixa gerados pelo negócio do cliente ou dos colaterais
do crédito. O apuramento da estimativa de perda dado o incumprimento tem por base, entre
outros aspectos, os diferentes cenários de recuperação, informação histórica, os custos
envolvidos no processo de recuperação e a estimativa de valorização dos colaterais associados
às operações de crédito.

Esta avaliação é realizada com recurso a informação interna e externa e inclui a utilização de
pressupostos e julgamentos na sua modelização cuja alteração poderia determinar diferentes
resultados.

Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou


julgamentos no apuramento de imparidade, poderia originar resultados diferentes daqueles
reportados e resumidos nas notas 12, 15, 16, 18 e 19.

Por fim, o Grupo considera que a imparidade determinada com base nesta metodologia permite
reflectir de forma adequada o risco associado aos seus activos financeiros, tendo em conta as
regras definidas pela IFRS 9 –“Instrumentos financeiros”.

3.2. Responsabilidades das pensões

A determinação das responsabilidades por pensões de reforma apresentadas na nota 28 requer a


utilização de pressupostos e estimativas, incluindo a utilização de tábuas actuariais, pressupostos
de crescimento das pensões e dos salários e taxas de desconto. Estes pressupostos são baseados
nas expectativas do Grupo para o período durante o qual irão ser liquidadas as responsabilidades
e outros factores que podem ter impacto nos custos e nas responsabilidades das pensões. A análise
de sensibilidade aos pressupostos acima é apresentada na Nota 28.

Alterações a estes pressupostos poderiam ter um impacto significativo nos valores determinados.

188
4. MARGEM FINANCEIRA

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Juros e rendimentos similares


Juros de crédito a clientes 8 726 773 9 533 010
Juros de disponibilidades e aplicações 268 532 7 350 398
Juros de títulos de dívida 11 720 350 16 206 008
20 715 655 33 089 416
Juros e encargos similares
Juros de recursos de bancos centrais e instituições de crédito 2 621 846 3 532 415
Juros de recursos de clientes 6 031 853 4 749 152
Juros de outros passivos 0 20 730
Juros do Passivo da Locação 42 040 128 819
8 695 739 8 431 116

Margem Financeira 12 019 916 24 658 300

Em 2022, a Margem Financeira teve uma redução significativa, mais de 50%, decorrente de três
efeitos: redução dos proveitos com títulos e valores mobiliários decorrentes da maturação dos
mesmos durante o ano de 2021, ausência de proveitos das aplicações em outras instituições de
crédito por via da constituição de reservas obrigatórias a 100% para os depósitos do Estado; e pela
estabilização dos custos financeiros.

189
5. RESULTADOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

O valor desta rubrica é composto por:


31/12/2022 31/12/2021

Rendimentos de serviços e comissões


Movimentos ATM/TPA/Multicaixa 2 937 630 2 344 097
Transferências nacionais 649 737 120 226
Operações sobre o estrangeiro 494 965 567 912
Cartões 417 263 294 435
Levantamentos 281 518 345 655
Transferências nacionais DST 183 373 122 665
Manutenção de contas 165 944 149 146
Abertura/Renovação/Imobilização de contas correntes 155 392 26 195
Aluguer TPA 122 005 76 689
Abertura/Alteração de créditos documentários 106 751 364 392
Intermediação de titulos 103 222 226 991
Arrecadação de receitas 89 401 6 215
Cheques 67 113 88 229
Compra/Venda/Levantamento moeda estrangeira 37 999 8 124
Western Union 27 782 6 844
Abertura/Alteração/Renovação/Antecipação de crédito 24 730 36 346
Garantias prestadas 10 269 161
PACOTES BCI 9 670 0
Extractos bancários 486 587
Recolha de valores 320 0
Outras 591 855 459 881
6 477 425 5 244 790

Encargos com serviços e comissões


Movimentos ATM/TPA/Multicaixa 2 749 527 1 573 429
Cartões 283 407 426 573
Operações sobre o estrangeiro 63 996 70 782
Importação de notas 12 478 0
Outras 221 749 147 002
3 331 157 2 217 786

Resultados de serviços e comissões 3 146 268 3 027 004

A rubrica de rendimentos de serviços e comissões - “Movimentos ATM/TPA/Multicaixa” regista as


comissões atribuídas ao Grupo pelas transacções no sistema de pagamento electrónico.

A rubrica de encargos de serviços e comissões “Movimentos ATM/TPA/Multicaixa” regista os custos


atribuídos ao Grupo pelas transacções no sistema de pagamento electrónico.

190
6. RESULTADOS CAMBIAIS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Resultados de operações cambiais 2 469 350 2 284 939

Resultados com a reavaliação cambial (2 138 470) (4 066 142)

330 880 (1 781 203)

Esta rubrica inclui os resultados decorrentes da reavaliação cambial de activos e passivos


monetários expressos em moeda estrangeira de acordo com a política contabilística descrita na
Nota 2.3 e pelo proveito decorrente de compra e venda de divisas.

Em relação a reavaliação de activos e passivos monetários, registou-se uma redução nos custos
devido a dóis efeitos: A desvalorização do Kwanza face ao dólar e ao euro abaixo do registado em
2021; conjugada com uma posição cambial longa, contudo, mais reduzida.

7. RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Outros activos tangíveis 3 724 216 0


Activos não correntes detidos para venda 6 086 729 0

9 810 945 0

O resultado relativo a “Outros activos tangíveis” respeita essencialmente à alienação de uma


componente do imobilizado do Grupo (Materiais de escritório e viaturas), enquadrada no processo
de reestruturação em curso, conforme detalhado na nota 20.

Adicionalmente, no exercício de 2022, o Grupo alienou um conjunto de imóveis, gerando um


resultado de cerca de 6,1 mil milhões de kwanzas, conforme detalhado na nota 21.

191
8. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Outros rendimentos de exploração


Recuperação de crédito 2 039 399 468 474
Outros rendimentos 262 878 8 647
2 302 277 477 121
Outros encargos de exploração
Imposto sobre aplicação de capitais 530 713 1 282 113
Outros impostos e taxas 396 101 299 628
Penalidades aplicadas por entidades reguladoras 161 182 292 029
Penalidades aplicadas por entidades ficalizadoras 10 327 44 025
Outros encargos 1 929 638 135 182
3 027 961 2 052 977

(725 684) (1 575 856)

A 31 de Dezembro de 2022, na rubrica Outros Resultados de Exploração, registou-se uma melhoria


quanto aos rendimentos, principalmente pela recuperação de crédito de mais de 2 mil milhões de
kwanzas, pelo facto de serem recuperações de crédito abatido ao activo.
Em relação aos encargos teve um agravamento, principalmente, pelo reconhecimento de perdas na
operação com cartões da mastercard no valor de 1. 9 mil milhões de kwanzas.

9. CUSTOS COM PESSOAL

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Membros dos órgãos de gestão e fiscalização


Vencimentos e salários :
Remuneração base 464 727 399 166
Remunerações adicionais 72 515 180 264
Outros custos 0 18 578
537 242 598 008
Trabalhadores
Vencimentos e salários :
Remuneração base 7 385 735 11 581 849
Remunerações adicionais 3 040 944 4 941 809
Custos com responsabilidades de pensões 780 802 748 475
Formação 3 840 3 684
Juros bonificados 1 639 187 1 708 783
Outros custos 683 361 65 600
13 533 869 19 050 200
Encargos sociais
Obrigatórios 1 211 197 1 314 063
Facultativos 781 207 788 152
1 992 404 2 102 215
16 063 515 21 750 423

192
A variação no custo com pessoal deve-se a redução do número de efectivos, conforme detalhado
no quadro abaixo de acordo com o plano de reestruturação do Grupo iniciado em Junho de 2022.

Os custos com responsabilidades de pensões de reforma no exercício findo em 31 de Dezembro


de 2022 ascendem a 780 802 milhares de kwanzas (2021: 748 475 milhares de kwanzas).
Os colaboradores do Grupo dividem-se nas seguintes categorias profissionais:

31/12/2022 31/12/2021

Cargos com função de administração 5 6


Cargos com função de direcção 13 43
Cargos com função de chefia e gerência 60 164
Cargos com função técnica 94 189
Cargos com funções administrativas e outras 367 904

539 1 306

10. FORNECIMENTOS E SERVIÇOS DE TERCEIROS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Conservação e reparação 1 689 373 2 456 495


Segurança e vigilância 479 099 1 398 935
Serviços especializados 838 818 1 426 317
Comunicações e expedição 744 933 859 873
Quotizações 645 734 62 908
Consultoria e auditoria 597 537 1 062 900
Materiais diversos 285 859 1 137 089
Transporte de valores 273 113 196 333
Rendas e alugueres 263 801 136 524
Água, energia e combustiveis 162 308 209 876
Deslocações, alojamento e representação 133 823 276 985
Publicidade e publicações 51 698 174 167
Seguros 36 397 128 366
Outros custos 251 935 383 876

6 454 428 9 910 644

A diminuição da rúbrica de conservação deve-se essencialmente à rescisão no contracto dos


fornecedores (com os serviços de manutenção de geradores, elevadores, com viaturas e serviços
de jardinagem) e com o encerramento dos balcões.

Adicionalmente os serviços realizados por entidades externas, em moeda estrangeira,


apresentaram uma redução do seu valor em kwanzas por via da apreciação do mesmo face às
principais moedas estrangeiras desses serviços.

193
11. DEPRECIAÇÕES E AMORTIZAÇÕES DO EXERCICIO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Activos intangíveis
Sistema de tratamento automático de dados 143 683 273 459
143 683 273 459
Outros activos tangíveis
Imóveis de uso
Imóveis de serviço próprio 874 861 515 119
Obras em edifícios próprios 156 600 239 274
Móveis, utensílios, instalações e equipamentos
Mobiliário e material 69 722 74 533
Máquinas e ferramentas 314 723 367 810
Equipamento informático 207 348 224 120
Instalações interiores 17 959 17 092
Material de transporte 202 138 327 697
Equipamento de segurança 40 540 39 161
Equipamento de comunicações 9 269 3 913
Outro equipamento 20 074 19 449
Obras em edifícios arrendados 36 102 47 542
Activos sob o direito de uso 100 193 235 877
Outros 32 048 23 660
2 081 577 2 135 247

2 225 260 2 408 706

12. IMPARIDADE PARA ACTIVOS AO CUSTO AMORTIZADO LÍQUIDA DE REVERSÕES E


RECUPERAÇÕES

O valor desta rubrica em imparidade é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Crédito a Clientes 374 125 (2 206 581)


Disponibilidades em OIC 14 462 6 618
Aplicações em bancos centrais e OIC 365 647 (3 980)
Títulos de Divida 1 486 308 4 571 777
Outros Activos Financeiros 1 866 417 4 574 415

2 240 542 2 367 834

O desagravamento das imparidades de crédito durante o exercício de 2022 resulta da estabilização


do risco de crédito referente as operações de crédito a clientes, sendo o efeito positivo decorrente
da redução do volume de operações de crédito e pela sua liquidação.

194
Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Grupo durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.

No exercício de 2022 a redução da imparidade de títulos deve-se, essencialmente, a recuperação


de montantes vencidos referentes a obrigações em dólares de uma contraparte no estrangeiro e
pela redução da carteira de títulos.

A reversão de imparidade referente aos títulos de dívida registada em 2021 é essencialmente


explicada pela melhoria do rating da dívida pública de Angola anunciado pela agência Moody’s em
Setembro de 2021, passado a classificação de Caa1 para B3, da qual resultou, nomeadamente, o
desagravamento da probabilidade de incumprimento utilizada no cálculo da imparidade.

13. IMPARIDADE PARA OUTROS ACTIVOS LÍQUIDA DE REVERSÕES E RECUPERAÇÕES

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Outros activos (Nota 25) (138 895) 21 260


Activos não correntes detidos para venda (Nota 21) (30 279) -

(169 174) 21 260

A análise a estes montantes está detalhada na nota 25 e 21, respectivamente.

14. CAIXA E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Caixa
Notas e moedas nacionais 5 375 277 5 145 407
Notas e moedas estrangeiras 3 279 571 3 849 295
Notas em ATM 1 103 326 1 344 203
9 758 174 10 338 905
Depósitos em bancos centrais
Banco Nacional de Angola
Em moeda nacional 480 220 702 197 826 265
Em moeda estrangeira 12 329 026 5 678 322
492 549 728 203 504 587

502 307 902 213 843 492

Damos nota que com a publicação do Instrutivo N.º 02/2021 de 10 de Fevereiro, para efeitos do
presente Instrutivo, as reservas excedentárias são divididas em dois níveis: (i) nível isento da taxa
de custódia e (II) nível sujeito à taxa de custódia de 0,1% por dia, sendo que:

195
a) O nível isento da taxa de custódia corresponde ao valor de mKz 3 000 000 (Três Mil Milhões de
Kwanzas);

b) O nível sujeito à taxa de custódia corresponde ao saldo das reservas excedentárias líquido do
valor estabelecido no nível 1.

c) Os depósitos em bancos centrais em moeda nacional e moeda estrangeira visam cumprir as


disposições em vigor de manutenção de reservas mínimas obrigatórias, não sendo
remuneradas. A variação face ao período homólogo deveu-se ao aumento dos recursos dos
governos centrais (conforme nota 36).

Em 31 de Dezembro de 2022, as reservas obrigatórias são apuradas nos termos do disposto no


Instrutivo n.º 02/2021, de 10 de Fevereiro, no Instrutivo n.º 08/2021, de 14 de Maio, e na Directiva
n.º 11/2022, de 12 de Dezembro.

Em 31 de Dezembro de 2021, as reservas obrigatórias foram apuradas nos termos do disposto no


Instrutivo n.º 02/2021, de 10 de Fevereiro, no Instrutivo n.º 08/2021, de 14 de Maio, na Directiva n.º
05/DMA/2021, de 5 de Maio, na Directiva n.º 06/DMA/DSP/2021, de 21 de Maio e na Directiva n.º
07/DMA/2021, de 06 de Julho.

As reservas obrigatórias são constituídas em moeda nacional e em moeda estrangeira, em função


da respectiva denominação dos passivos que constituem a sua base de incidência.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, a exigibilidade de manutenção de reservas mínimas


obrigatórias constituídas junto do BNA, é apurada através da aplicação dos coeficientes resumidos
na seguinte tabela:

Moeda Moeda
31/12/2022
Nacional Estrangeira

Taxas sobre Base de


Incidência

Governo Central 100% 100%


Apuramento
Governos Locais Diário
e Administrações 17% 100%
Municipais

Apuramento
Outros Sectores 17% 22%
Semanal

196
Moeda Moeda
31/12/2021
Nacional Estrangeira

Taxas sobre Base de


Incidência

Governo Central 100% 100%


Apuramento
Governos Locais Diário
e Administrações 22% 100%
Municipais

Apuramento
Outros Sectores 22% 22%
Semanal

Em 31 de Dezembro de 2022, pode ser deduzido da exigibilidade em moeda nacional o montante


até 80% dos activos representativos do valor dos desembolsos de créditos, em moeda nacional, em
situação regular, referente a projectos dos sectores da agricultura, pecuária, silvicultura e pescas,
concedidos até à data de 14 de Abril de 2021, desde que sejam de maturidade residual igual ou
superior a 24 (vinte e quatro) meses, aos créditos definidos de acordo no artigo 8.º do Aviso n.º
10/2022, de 6 de Abril, sobre Concessão de Crédito ao Sector Real da Economia, qualquer que seja
a maturidade residual, aos créditos definidos de acordo com o disposto no artigo 10.º do Aviso n.º
09/2022, de 6 de Abril, sobre Concessão de Crédito à habitação, qualquer que seja a maturidade
residual.

Em 31 de Dezembro de 2021, podem ser deduzidos da exigibilidade em moeda nacional o montante


até 80% dos activos representativos do valor dos desembolsos de créditos, em moeda nacional,
concedido a projectos dos sectores da agricultura, pecuária, silvicultura e pescas, desde que sejam
de maturidade residual igual ou superior a 24 meses, bem como a totalidade do crédito concedido
à produção de bens essenciais que apresentam défices de oferta de produção nacional, a matéria-
prima e o investimento necessário à sua produção, incluindo-se no investimento a aquisição de
tecnologia, máquinas e equipamentos, nos termos do Aviso n.º 10/2020, 1 de Abril, do BNA, sobre
concessão de crédito ao sector real da economia, qualquer que seja a maturidade residual.

Na última semana do mês de Dezembro de 2022 e 2021 as reservas mínimas obrigatórias totais
eram de 481 875 242 e 213 290 289 milhares de kwanzas, respectivamente.

197
15. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021
Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade
Bruta Liquida Bruta Liquida

Disponibilidades em outras instituições de crédito no país


Depósitos à ordem 381 344 0 381 344 340 499 0 340 499
Outras disponibilidades - Operações pendentes de liquidação 0 0 0 251 009 0 251 009

381 344 0 381 344 591 508 0 591 508

Disponibilidades em outras instituições de crédito no estrangeiro


Depósitos à ordem
Na moeda Eur 2 844 373 9 2 844 364 1 296 236 11 889 1 284 347
Na moeda Usd 8 740 900 33 8 740 867 7 604 635 52 526 7 552 109
Em outras moedas 392 058 142 391 916 511 818 421 511 397

11 977 331 184 11 977 147 9 412 689 64 836 9 347 853

12 358 675 184 12 358 491 10 004 197 64 836 9 939 361

Em 2021, o montante referente a Outras Disponibilidades – Operações pendentes de liquidação


respeitavam a valores enviados a compensação a liquidar no primeiro dia útil de Janeiro de 2022

O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:

31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade

Disponibilidades em outras instituições


de crédito no estrangeiro
64 836 (14 462) (50 190) 0 184

31/12/2021
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Utilizações Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade

Disponibilidades em outras instituições


de crédito no estrangeiro
71 454 (6 618) 0 64 836

198
16. APLICAÇÕES EM BANCOS CENTRAIS E EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro

Quantia Bruta 7 070 904 12 528 541


Perdas por Imparidade (42 754) (408 401)
Quantia Líquida 7 028 150 12 120 140
Aplicações em instituições de crédito no país

Quantia Bruta 36 054 164 13 032


Perdas por Imparidade 0 0
Quantia Líquida 36 054 164 13 032

43 082 314 12 133 172

Em 31 de Dezembro de 2022 as aplicações em instituições de crédito no estrangeiro tiveram uma


redução de mais de 45%, comparando com o ano anterior. Essa redução, deve-se a utilização do
colateral junto do Novo banco, SA de 15 milhões de dólares para liquidação de cartas de crédito.

No exercício de 2022 o Grupo reconheceu nesta rubrica um activo POCI (Purchase or Originated
Credit Impaired), mensurado no momento inicial pelo valor contabilístico zero. O referido activo tem
um valor nominal de 6 milhões de dólares.

Com o aumento de capital realizado nos últimos meses do ano, entre outros negócios, o Grupo
optou pelo investimento em aplicações nas instituições de crédito no país.

O escalonamento das aplicações em bancos centrais e outras instituições de crédito por prazos de
vencimento, a 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, é como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Até 3 meses 42 632 400 4 200 270


De 3 meses a um ano 492 668 8 341 303
43 125 068 12 541 573

199
O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:

31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações /
perdas por Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
Aplicações em instituições de
crédito no estrangeiro
408 401 (365 647) 42 754

31/12/2021

Saldo inicial Saldo final


Dotações /
perdas por Variação Cambial Perdas por
Reversões
imparidade imparidade
Aplicações em instituições de
crédito no estrangeiro 404 421 3 980 408 401
No que diz respeito ao stage das aplicações, as mesmas encontram-se em stage 1.

17. ACTIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE OUTRO RENDIMENTO


INTEGRAL

O valor desta rubrica é composto por 173.350 acções da EMIS.

31/12/2022 31/12/2021

Quantidades Justo Valor Quantidades Justo Valor

Activos Financeiros ao Justo Valor através de outro Rendimento Integral

Acções 173 350 240 065 153 051 203 838

173 350 240 065 153 051 203 838

No exercício de 2022 o Grupo efectuou a aquisição de 20 299 acções da EMIS.

200
18. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - TÍTULOS DE DIVÍDA

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida

Obrigações e outros títulos de rendimento fixo


De emissores públicos
Bilhetes de Tesouro 0 0 0 6 514 75 6 439
Stage 1 0 0 0 6 514 75 6 439
Stage 2 0 0 0 0 0 0
Stage 3 0 0 0 0 0 0
Obrigações do tesouro em moeda nacional 55 688 776 787 548 54 901 228 56 420 899 1 097 202 55 323 697
Stage 1 55 688 776 787 548 54 901 228 56 420 899 1 097 202 55 323 697
Stage 2 0 0 0 0 0 0
Stage 3 0 0 0 0 0 0
Obrigações do tesouro indexadas ao USD 6 813 140 83 948 6 729 192 8 114 957 161 414 7 953 543
Stage 1 6 813 140 83 948 6 729 192 7 447 518 151 612 7 295 906
Stage 2 0 0 0 667 439 9 802 657 637
Stage 3 0 0 0 0 0 0
Obrigações em moeda estrangeira 0 0 0 7 613 746 154 983 7 458 763
Stage 1 0 0 0 0 0 0
Stage 2 0 0 0 7 613 746 154 983 7 458 763
Stage 3 0 0 0 0 0 0
De outros emissores
Obrigações em moeda estrangeira 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0
Stage 1 0 0 0 0 0 0
Stage 2 0 0 0 0 0 0
Stage 3 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0

62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442

A desagregação por stage é apresentada da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021
Quantia bruta Imparidade Quantia líquida Quantia bruta Imparidade Quantia líquida
Stage 1 62 501 916 871 496 61 630 420 63 874 931 1 248 889 62 626 042
Stage 2 0 0 0 8 281 185 164 785 8 116 400
Stage 3 0 0 0 11 127 677 11 127 677 0
62 501 916 871 496 61 630 420 83 283 793 12 541 351 70 742 442

O movimento de perdas por imparidade é o seguinte:


31/12/2022

Saldo inicial Saldo final


perdas por Dotações / Reversões Utilizações Variação cambial Perdas por
imparidade imparidade
Obrigações e outros títulos de rendimento fixo
De emissores públicos:
Bilhetes de Tesouro 75 (75) 0 0 0
Obrigações do tesouro em moeda nacional 1 097 202 (309 654) 0 0 787 548
Obrigações do tesouro indexadas ao USD 161 414 (9 803) 0 (67 663) 83 948
Obrigações em moeda estrangeira 154 983 (154 983) 0 0 0
De outros emissores:
Obrigações em moeda estrangeira 11 127 677 (1 011 793) (8 707 050) (1 408 834) 0
12 541 351 (1 486 308) (8 707 050) (1 476 497) 871 496

No exercício 2022 a redução da imparidade de títulos deve-se, essencialmente, a recuperação de


montantes vencidos referentes a obrigações em dólares de uma contraparte no estrangeiro e pela
redução da carteira de títulos.

A utilização efectuada em 2022 nas obrigações em dólar está relacionada com a obrigação indicada
no parágrafo acima.

201
31/12/2021

Saldo inicial Saldo final


perdas por Dotações / Reversões Variação cambial Perdas por
imparidade imparidade
Obrigações e outros títulos de rendimento fixo
De emissores públicos:
Bilhetes de Tesouro 807 524 (807 449) 0 75
Obrigações do tesouro em moeda nacional 3 441 907 (2 344 705) 0 1 097 202
Obrigações do tesouro indexadas ao USD 647 333 (485 920) 1 161 414
Obrigações em moeda estrangeira 1 088 686 (933 703) 0 154 983
De outros emissores:
Obrigações em moeda estrangeira 13 024 921 0 (1 897 244) 11 127 677
19 010 371 (4 571 777) (1 897 243) 12 541 351

A reversão de imparidade referente aos títulos de dívida registada em 2021 é essencialmente


explicada pela melhoria do rating da dívida pública de Angola anunciado pela agência Moody’s em
Setembro de 2021, passado a classificação de Caa1 para B3, da qual resultou, nomeadamente, o
desagravamento da probabilidade de incumprimento utilizada no cálculo da imparidade.

Em 2021, no que diz respeito às obrigações em moeda estrangeira de outros emissores o aumento
de imparidade está relacionado apenas com a variação cambial visto que esta operação se
encontrava totalmente provisionada.

202
19. ACTIVOS FINANCEIROS PELO CUSTO AMORTIZADO - CRÉDITO A CLIENTES

A composição da carteira de crédito é apresentada da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021 Variação

Outros créditos
A empresas
Créditos em conta corrente 878 720 1 604 335 (725 615)
Empréstimos 16 704 080 14 230 978 2 473 102
Descobertos 97 419 858 96 561
Cartão de crédito 196 196 0
A particulares 16 920 688 24 605 137 7 684 449
34 601 103 40 441 504 (5 840 401)
Crédito e juros vencidos
Até 3 meses 2 651 301 3 812 695 (1 161 394)
De 3 meses a 1 ano 4 313 447 2 439 247 1 874 200
De 1 a 3 anos 9 176 272 9 676 228 (499 956)
Há mais de 3 anos 12 627 899 7 884 596 4 743 303
28 768 919 23 812 766 4 956 153

Total de outros crédito 63 370 022 64 254 270 (884 248)

Programas de crédito do Executivo Angolano


A empresas
Empréstimos 3 050 582 2 618 858 431 724
A particulares
Créditos em conta corrente 11 004 11 004 0
Empréstimos 56 405 1 501 295 (1 444 890)
Angola Investe 1 743 378 1 743 378 0
4 861 369 5 874 535 (1 013 166)
Crédito e juros vencidos
Até 3 meses 55 356 672 353 (616 997)
De 3 meses a 1 ano 25 782 45 553 (19 771)
De 1 a 3 anos 1 773 953 3 136 661 (1 362 708)
Há mais de 3 anos 4 740 018 3 426 694 1 313 324
6 595 109 7 281 261 (686 152)

Total de programas de crédito do Executivo Angolano 11 456 478 13 155 796 (1 699 318)

Total de crédito 74 826 500 77 410 065 (2 583 565)

Perdas por imparidade (24 657 133) (25 031 258) 374 125

50 169 367 52 378 807 (2 209 440)

203
A movimentação da imparidade de crédito é apresentada da seguinte forma:

31/12/2022
Saldo inicial Saldo final
Dotações / Transferê
perdas por Utilizações Perdas por
Reversões ncias
imparidade imparidade
Crédito a clientes 23 860 091 (374 125) 0 23 485 966
Crédito Programas Estado 1 171 167 1 171 167
Total 25 031 258 (374 125) 0 0 24 657 133

O desagravamento das imparidades de crédito durante o exercício de 2022 resulta da estabilização


do risco de crédito referente as operações de crédito a clientes, sendo o efeito positivo decorrente
da redução do volume de operações de crédito e pela sua liquidação.

Adicionalmente, para além dos efeitos referidos anteriormente o Grupo durante o ano de 2022
efectuou a actualização do seu modelo de imparidade no que respeita à identificação e valorização
dos seus colaterais hipotecário e da forma de segmentação da carteira.

31/12/2021
Saldo inicial perdas Dotações / Saldo final Perdas por
Transferências Utilizações
por imparidade Reversões imparidade
Crédito a clientes 21 683 703 2 205 266 0 (28 878) 23 860 091
Crédito Programas Estado 1 171 167 0 0 1 171 167
Total 22 854 870 2 205 266 0 (28 878) 25 031 258

O agravamento das imparidades de crédito resulta essencialmente da degradação da qualidade da


Carteira de Crédito durante o exercício de 2021.

O valor dos quadros seguintes para além da carteira de crédito, inclui também a carteira de
extrapatrimonial sujeita a imparidade no montante de 3 220 377 (2021: 7 920 575 milhares de
kwanzas), excluindo o efeito do ajustamento no montante de 1 526 265 milhares de kwanzas (2021:
1 698 151 milhares de kwanzas) referente ao crédito a colaboradores bem como o crédito ao abrigo
dos programas do Estado (Angola Investe) no montante de 1 743 378 milhares de kwanzas (2021:
1 743 378 milhares de kwanzas).

204
19a. Crédito e imparidade por stage

31/12/2022 Exposições
Total Crédito em Crédito em Total Crédito em Crédito em Crédito em
Total crédito Crédito em stage 3
Exposição total crédito em stage 1 stage 1 crédito em stage 2 stage 2 stage 3
em stage 3 restruturado
stage 1 curado restruturado stage 2 curado restruturado curado

Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 0 0 3 934 0 0
Empresas Privadas 31 434 984 7 568 280 0 0 1 682 677 0 0 22 184 027 0 7 934 884
Empresas Públicas 496 022 495 528 0 0 3 0 0 491 0 0
Negócios 683 478 0 0 0 33 0 0 683 445 0 7 146
PME 20 901 312 6 443 761 0 0 901 914 0 1 148 13 555 637 0 7 295 993
Particulares
Colaboradores BCI 2 903 301 2 184 489 0 0 495 762 0 0 223 050 0 29 298
Consumo 2 141 766 634 993 0 0 270 500 0 36 066 1 236 273 0 31 035
Estado 1 217 656 1 095 384 0 0 117 824 0 0 4 448 0 0
Habitação 7 164 084 6 144 617 0 0 126 291 0 3 017 893 176 0 5 356
Outros 68 750 8 956 0 0 0 0 0 59 794 0 419
Retalho 3 611 818 2 883 176 0 0 63 513 0 0 665 129 0 41
Salário 5 482 107 5 276 186 0 0 37 480 0 0 168 441 0 0
76 109 212 32 735 370 0 0 3 695 997 0 40 231 39 677 845 0 15 304 172

31/12/2021 Exposições

Crédito em Crédito em Crédito em


Exposição Total crédito Total crédito Total crédito
stage 1 stage 2 stage 3
total em stage 1 em stage 2 em stage 3
restruturado restruturado restruturado

Empresas
Empresas 3 934 0 0 0 0 3 934 0
Empresas Privadas 33 075 944 9 053 049 386 936 5 634 207 1 968 746 18 388 688 6 551 303
Empresas Públicas 646 924 46 660 0 600 264 0 0 0
Negócios 603 141 0 0 0 0 603 141 3 424
PME 19 462 701 7 522 767 20 550 5 808 264 2 347 833 6 131 670 16 084
Particulares
Colaboradores BCI 9 611 399 9 033 390 9 819 441 585 0 136 424 48 127
Consumo 2 473 905 1 642 251 0 23 536 0 808 118 457
Estado 5 840 934 5 744 763 0 28 878 0 67 293 0
Habitação 8 413 781 7 197 885 3 553 145 527 0 1 070 369 6 341
Outros 543 474 172 448 37 776 9 511 709 361 515 34 732
Retalho 615 889 73 0 1 0 615 815 41
Salário 4 403 374 4 235 159 0 14 581 0 153 634 0
85 695 400 44 648 445 458 634 12 706 354 4 317 288 28 340 601 6 660 509

31/12/2022 31/12/2021

Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade


total stage 1 stage 2 stage 3 total stage 1 stage 2 stage 3

3 796 0 0 3 796 3 899 0 0 3 899


14 727 463 244 807 263 112 14 219 544 15 003 212 285 866 1 294 637 13 422 709
14 490 14 148 0 342 31 341 7 803 23 538 0
553 215 12 1 553 202 474 859 0 0 474 859
5 064 606 184 213 30 873 4 849 520 4 959 231 181 971 329 060 4 448 200
0
438 720 145 599 38 241 254 880 483 595 454 198 22 114 7 283
1 103 776 15 285 8 067 1 080 424 814 381 32 163 642 781 576
41 317 31 936 6 192 3 189 230 889 174 585 1 448 54 856
862 279 29 406 852 832 021 1 089 570 71 634 4 861 1 013 075
59 611 22 0 59 589 341 873 35 716 1 307 304 850
672 096 57 040 1 936 613 120 614 456 1 423 0 613 033
128 468 1 651 1 060 125 757 152 999 8 028 4 864 140 107
23 669 837 724 119 350 334 22 595 384 24 200 305 1 253 387 1 682 471 21 264 447

205
19b. Crédito e imparidade por mora e stage

31/12/2022 Exposições
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
dias (31 -
dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias (31 -90) dias > 90 dias (0 -30) dias > 90
90)

Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 934
Empresas Privadas 7 568 280 0 0 354 199 1 328 478 0 221 430 72 240 21 890 357
Empresas Públicas 495 528 0 0 0 3 0 0 0 491
Negócios 0 0 0 20 12 0 0 0 683 446
PME 6 443 761 0 0 816 443 85 472 0 6 751 978 3 6 803 655
Particulares
Colaboradores BCI 2 184 489 0 0 136 444 359 318 0 19 144 17 913 185 993
Consumo 634 993 0 0 41 457 229 042 0 16 890 749 1 218 635
Estado 1 095 384 0 0 117 824 0 0 0 0 4 448
Habitação 6 144 617 0 0 38 491 87 800 0 27 877 6 371 858 928
Outros 8 956 0 0 0 0 0 0 0 59 794
Retalho 2 883 176 0 0 36 273 27 240 0 882 0 664 247
Salário 5 276 187 0 0 20 193 17 286 0 9 754 815 157 872
32 735 371 0 0 1 561 344 2 134 651 0 7 047 955 98 091 32 531 800

31/12/2022 Imparidade
Stage 1 Stage 2 Stage 3
Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em Mora em
Mora em Mora em Mora em dias
dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 - dias (0 - dias (31 -
dias > 90 dias > 90 > 90
30) 90) 30) 90) 30) 90)

Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 796
Empresas Privadas 244 807 0 0 7 364 255 748 0 42 712 42 148 14 134 684
Empresas Públicas 14 148 0 0 0 0 0 0 0 342
Negócios 0 0 12 0 0 0 0 553 203
PME 184 213 0 0 28 017 2 855 0 810 159 0 4 039 362
Particulares
Colaboradores BCI 145 600 0 0 19 155 19 086 0 1 791 1 337 251 751
Consumo 15 285 0 0 1 316 6 751 0 14 882 352 1 065 190
Estado 31 936 0 0 6 192 0 0 0 0 3 189
Habitação 29 406 0 0 330 522 0 21 403 5 425 805 193
Outros 22 0 0 0 0 0 0 0 59 589
Retalho 57 040 0 0 1 122 814 0 801 0 612 319
Salário 1 651 0 0 661 400 0 2 143 233 123 380
724 108 0 0 64 169 286 176 0 893 891 49 495 21 651 998

206
31/12/2021 Imparidade

Stage 1 Stage 2 Stage 3

Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias Mora em dias
(0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90 (0 -30) (31 -90) > 90

Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 0 0 3 899
Empresas Privadas 285 686 0 0 1 294 636 0 0 377 029 334 006 12 709 693
Empresas Públicas 7 803 0 0 23 505 34 0 0 0 1 981
Negócios 180 0 0 0 0 0 0 0 474 859
PME 181 971 0 0 329 060 0 0 14 985 4 843 4 428 372
Particulares
Colaboradores BCI 454 198 0 0 21 326 788 0 4 853 0 2 430
Consumo 32 163 0 0 93 549 0 8 374 3 632 769 570
Estado 174 585 0 0 1 312 136 0 10 755 0 44 101
Habitação 71 634 0 0 1 498 3 363 0 52 469 42 960 564
Outros 35 716 0 0 867 440 0 16 821 5 532 282 497
Retalho 1 423 0 0 0 0 0 8 719 0 604 314
Salário 8 028 0 0 2 238 2 626 0 7 764 181 132 162
1 253 387 0 0 1 674 535 7 936 0 501 769 348 236 20 414 442

19c. Crédito e imparidade por grau de risco

31/12/2022 Exposições
Grau de risco baixo Grau de risco médio Grau de risco elevado
Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade Imparidade
bruta escriturada bruta escriturada bruta escriturada
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 3 934 3 796 138
Empresas Privadas 8 143 909 294 883 7 849 026 1 400 718 297 896 1 102 822 21 890 357 14 134 684 7 755 673
Empresas Públicas 495 528 14 148 481 380 3 0 3 491 342 149
Negócios 20 12 8 12 0 12 683 446 553 203 130 243
PME 14 012 182 1 022 390 12 989 792 85 475 2 855 82 620 6 803 655 4 039 361 2 764 294
Particulares
Colaboradores BCI 2 340 077 166 545 2 173 532 377 231 20 424 356 807 185 993 251 751 -65 758
Consumo 693 340 31 482 661 858 229 792 7 104 222 688 1 218 634 1 065 190 153 444
Estado 1 213 208 38 128 1 175 080 0 0 0 4 448 3 189 1 259
Habitação 6 210 985 51 139 6 159 846 94 171 5 947 88 224 858 928 805 193 53 735
Outros 8 956 22 8 934 0 0 0 59 794 59 589 205
Retalho 2 920 331 58 964 2 861 367 27 240 814 26 426 664 247 612 318 51 929
Salário 5 306 133 4 455 5 301 678 18 102 632 17 470 157 872 123 381 34 491
41 344 669 1 682 168 39 662 501 2 232 744 335 672 1 897 072 32 531 799 21 651 997 10 879 802

31/12/2021 Exposições

Grau de risco baixo Grau de risco médio Grau de risco elevado


Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia Quantia
Imparidade Imparidade Imparidade
bruta escriturada bruta escriturada bruta escriturada
Empresas
Empresas 0 0 0 0 0 0 3 934 3 899 35
Empresas Privadas 15 371 817 1 957 531 13 414 286 785 227 334 006 451 221 16 918 900 12 711 675 4 207 225
Empresas Públicas 646 546 31 307 615 239 378 34 344 0 0 0
Negócios 0 0 0 0 0 0 603 141 474 859 128 282
PME 13 347 104 526 015 12 821 089 308 219 4 843 303 376 5 807 378 4 428 373 1 379 005
Particulares
Colaboradores BCI 9 560 053 480 378 9 079 675 12 020 788 11 232 39 326 2 429 36 897
Consumo 1 657 459 40 631 1 616 828 22 811 4 180 18 631 793 635 769 570 24 065
Estado 5 786 145 186 651 5 599 494 2 955 136 2 819 51 834 44 102 7 732
Habitação 7 306 763 125 600 7 181 163 99 813 3 406 96 407 1 007 205 960 564 46 641
Outros 194 117 53 404 140 713 11 326 5 972 5 354 338 031 282 497 55 534
Retalho 11 106 10 142 964 1 0 1 604 782 604 314 468
Salário 4 251 572 18 031 4 233 541 8 196 2 807 5 389 143 606 132 161 11 445
58 132 682 3 429 690 54 702 992 1 250 946 356 172 894 774 26 311 772 20 414 443 5 897 329

207
19d. Crédito e imparidade por conta-corrente e empréstimos

31/12/2022 Exposições
Conta - corrente Empréstimos

Nº de
Nº de operações Montante Imparidade Montante Imparidade
operações

Empresas
Contas correntes 40 2 425 089 1 366 502
Empréstimos 249 44 991 655 17 224 555
Descobertos 95 2 882 412 1 725 648
Outros 20 3 220 575 46 864
Particulares
Consumo 4 630 2 141 766 1 103 776
Habitação 1 137 7 164 084 862 279
Outros 17 076 13 283 632 1 340 212
40 2 425 089 1 366 502 23 207 73 684 124 22 303 334

31/12/2021 Exposições

Conta - corrente Empréstimos


Nº de Nº de
Montante Imparidade Montante Imparidade
operações operações

Empresas
Contas correntes 63 2 967 949 1 469 569 0 0 0
Empréstimos 0 0 0 279 40 885 544 17 441 747
Descobertos 0 0 0 46 2 018 376 1 160 419
Outros 0 0 0 33 7 920 775 400 808
Particulares
Consumo 0 0 0 4 220 2 140 581 486 547
Habitação 0 0 0 1 124 8 413 783 1 089 570
Outros 0 0 0 21 261 21 348 392 2 151 645
63 2 967 949 1 469 569 26 963 82 727 451 22 730 736

19e. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva

31/12/2022 Empresas
Empresas Empresas Privadas Empresas Públicas Negócios PME
Exposição Exposição Exposição Imparida Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total de Total Total

Imparidade Individual 0 0 30 890 332 14 542 703 359 932 12 445 618 533 488 950 20 644 704 4 977 692
Imparidade Colectiva 3 934 3 796 544 652 184 760 136 090 2 045 64 945 64 265 256 608 86 914
3 934 3 796 31 434 984 14 727 463 496 022 14 490 683 478 553 215 20 901 312 5 064 606

31/12/2021 Empresas

Empresas Empresas Privadas Empresas Públicas Negócios PME


Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total
Imparidade Individual 0 0 32 489 185 14 582 600 599 886 25 486 541 865 415 280 19 244 050 4 866 701
Imparidade Colectiva 3 934 3 899 586 759 420 612 47 038 5 855 61 276 59 579 218 651 92 530
3 934 3 899 33 075 944 15 003 212 646 924 31 341 603 141 474 859 19 462 701 4 959 231

208
31/12/2022 Particulares
Colaboradores BCI Consumo Estado Habitação Outros Retalho Salário
Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total Total Total

751 343 319 947 617 664 387 571 0 0 417 802 371 804 58 263 58 263 0 0 374 374
2 151 958 118 773 1 524 102 716 205 1 217 656 41 317 6 746 282 490 475 10 487 1 348 3 611 818 672 096 5 481 733 128 094
2 903 301 438 720 2 141 766 1 103 776 1 217 656 41 317 7 164 084 862 279 68 750 59 611 3 611 818 672 096 5 482 107 128 468

31/12/2021 Particulares

Colaboradores BCI Consumo Estado Habitação Outros Retalho Salário


Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição Exposição
Exposição Total Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total Total Total Total Total Total
Imparidade Individual 85 350 4 367 156 347 158 812 0 0 567 704 520 358 261 871 254 033 0 0 374 374
Imparidade Colectiva 9 526 049 479 228 2 317 558 655 569 5 840 934 230 889 7 846 077 569 212 281 603 87 840 615 889 614 456 4 403 000 152 625
9 611 399 483 595 2 473 905 814 381 5 840 934 230 889 8 413 781 1 089 570 543 474 341 873 615 889 614 456 4 403 374 152 999

19f. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva e por sector geográfico

31/12/2022 31/12/2021
Imparidade individual Imparidade colectiva Imparidade individual Imparidade colectiva
Exposição Exposição
Imparidade Imparidade Exposição total Imparidade Exposição total Imparidade
total total

Benguela 4 953 533 349 865 2 289 172 157 471 4 268 506 297 833 2 262 935 228 533
Bié 0 0 220 571 2 376 0 0 274 413 4 813
Bengo 235 014 63 720 303 311 22 382 0 69 322 324 216 32 014
Cabinda 243 299 230 456 490 298 49 006 231 260 223 865 696 360 76 734
Cuando-Cubango 0 0 115 680 7 634 0 0 110 900 9 075
Cunene 0 0 272 968 8 570 0 0 255 173 9 558
Huambo 110 756 45 024 922 433 143 642 110 675 53 185 896 343 164 245
Huila 461 949 286 218 589 021 113 601 464 370 347 646 599 526 129 264
Kwanza-Norte 24 925 462 195 898 6 278 25 001 22 310 630 9 744
Kwanza-Sul 608 015 334 084 433 283 38 269 387 003 335 254 716 361 63 387
Luanda 46 979 331 19 607 594 12 631 302 1 469 080 47 993 009 19 313 434 22 015 039 2 077 803
Lunda-Norte 0 0 176 323 1 339 0 0 177 280 2 603
Lunda-Sul 0 0 687 740 137 839 0 0 821 374 146 178
Malange 417 000 57 994 824 322 122 141 188 583 39 289 715 168 137 126
Moxico 0 0 354 208 24 974 0 0 358 976 26 960
Namibe 48 491 47 950 629 540 45 409 0 0 421 519 94 246
Uige 276 634 136 382 210 295 40 254 278 225 148 162 269 569 44 550
Zaire 0 0 403 900 119 823 0 0 522 987 115 459
54 358 947 21 159 749 21 750 265 2 510 088 53 946 632 20 828 011 31 748 768 3 372 294

19g. Crédito e imparidade por análise individual e colectiva e por país

31/12/2022 Angola Outros

Exposição Total Imparidade Exposição Total Imparidade

Imparidade Individual 54 358 947 21 159 749 0 0


Imparidade Colectiva 21 750 265 2 510 088 0 0
76 109 212 23 669 837 0 0

31/12/2021 Angola Outros

Exposição Exposição
Imparidade Imparidade
Total Total
Análise Individual 53 946 632 20 828 011 0 0
Análise Colectiva 31 748 768 3 372 294 0 0
85 695 400 24 200 305 0 0

209
19h. Crédito e imparidade restruturado por stage

31/12/2022
Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total

Exposição Nº Exposição Nº Exposição Nº Exposição


Nº operações Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
Total operações Total operações Total operações Total

Outra 0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384
0 0 0 24 40 231 1 250 67 15 304 172 6 780 134 91 15 344 403 6 781 384

31/12/2021

Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total

Nº Exposição Nº Exposição Nº Exposição Nº Exposição


Imparidade Imparidade Imparidade Imparidade
operações Total operações Total operações Total operações Total

Outra 14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208
14 458 634 23 975 8 4 317 288 808 377 72 6 660 509 5 409 856 94 11 436 431 6 242 208

210
20. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Outros activos tangíveis


Imóveis
De serviço próprio 29 339 073 30 048 067
Obras em imóveis arrendados 1 090 416 1 088 224
Activo Sob Direito de Uso 993 300 993 300
31 422 789 32 129 591
Equipamento
Equipamento informático 136 080 1 587 174
Instalações interiores 192 541 180 734
Mobiliário e material 107 678 1 086 340
Equipamento de segurança 239 946 466 746
Máquinas e ferramentas 1 786 896 3 202 012
Material de transporte 11 018 2 515 621
Equipamento de comunicações 51 383 43 303
Outros 261 878 264 688
2 787 420 9 346 618
Imobilizado em curso
Imóveis 688 492 724 352
Equipamento 104 963 104 963
793 455 829 315
Outras imobilizações
Outros 182 838 138 381
182 838 138 381

35 186 502 42 443 905


Depreciação acumulada
Relativas ao exercício corrente 2 081 577 2 135 247
Abates/Transferências (5 806 085) (195 790)
Relativas a exercício anteriores 13 519 371 11 579 914
9 794 863 13 519 371

25 391 639 28 924 534

Em 2022 os Outros Activos Tangíveis registaram uma diminuição de 12%, em termos líquidos, face
a 2021, explicado pela alienação de uma componente dos equipamentos do Grupo e pela
transferência de um conjunto de imoveis para Activos não correntes detidos para venda, visto que
o Grupo deixou de operar nestes mesmos imóveis e tem como finalidade a venda dos mesmos.

211
Os movimentos da rubrica Outros Activos Tangíveis, no exercício findo a 31 de Dezembro de 2022
e 2021, são analisados como segue:

Saldo em Aumentos por Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2021 Reavaliação Abates Regularizações 31-12-2022

Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 30 048 067 157 589 1 004 033 0 (1 870 616) 29 339 073
Obras em imóveis arrendados 1 088 224 2 192 0 0 0 1 090 416
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 346 618 203 582 0 (6 762 780) 0 2 787 420
Outros activos tangíveis 138 381 44 457 0 0 0 182 838
Imobilizado em curso 829 315 0 0 0 (35 860) 793 455

Total bruto 42 443 905 407 820 1 004 033 (6 762 780) (1 906 476) 35 186 502

Depreciações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 886 895 1 031 461 0 0 (426 828) 5 491 528
Obras em imóveis arrendados 1 110 911 36 102 0 0 0 1 147 013
Activo Sob Direito de Uso 674 267 100 193 0 0 0 774 460
Equipamento 6 771 573 881 773 0 (5 379 257) 0 2 274 089
Outros activos tangíveis 75 725 32 048 0 0 0 107 773

Total depreciações acumuladas 13 519 371 2 081 577 0 (5 379 257) (426 828) 9 794 863

Total liquido 28 924 534 (1 673 757) 1 004 033 (1 383 523) (1 479 648) 25 391 639

Em 2022, o Grupo efectuou a reavaliação dos seus imóveis em Dezembro tendo registado um
incremento na reserva de revalorização no montante de cerca de mil milhões de kwanzas (Reserva
Bruta).

As alineações acima identificadas dizem essencialmente respeito à venda de imobilizado do Grupo


que gerou uma mais valia de cerca de 3 mil milhões de Kwanzas, conforme detalhado na nota 7.

As transferências dizem essencialmente respeito à transferência de imóveis de serviço próprio para


activos não correntes detidos para venda conforme detalhado na nota 21.

Saldo em Aumentos por Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2020 Reavaliação Abates Regularizações 31-12-2021

Custos de aquisição
Imóveis de serviço próprio 29 507 968 108 106 0 0 431 993 30 048 067
Obras em imóveis arrendados 1 242 526 42 351 0 0 (196 653) 1 088 224
Activo Sob Direito de Uso 993 300 0 0 0 0 993 300
Equipamento 9 066 756 453 970 0 (195 790) 21 682 9 346 618
Outros activos tangíveis 117 499 20 882 0 0 0 138 381
Imobilizado em curso 926 534 159 803 0 0 (257 022) 829 315

Total bruto 41 854 583 785 112 0 (195 790) 0 42 443 905

Depreciações acumuladas
Imóveis de serviço próprio 4 132 502 754 393 0 0 0 4 886 895
Obras em imóveis arrendados 1 063 369 47 542 0 0 0 1 110 911
Activo Sob Direito de Uso 438 390 235 877 0 0 0 674 267
Equipamento 5 893 588 1 073 775 0 (195 790) 0 6 771 573
Outros activos tangíveis 52 065 23 660 0 0 0 75 725

Total depreciações acumuladas 11 579 914 2 135 247 0 (195 790) 0 13 519 371

Total liquido 30 274 669 (1 350 135) 0 0 0 28 924 534

212
21. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

31/12/2022 31/12/2021

Activos não correntes detidos para venda


Imóveis 1 430 079 3 043 347

1 430 079 3 043 347

Perdas por imparidade ( 30 279) -

1 399 800 3 043 347

Em Julho de 2022 foi vendido maior parte da carteira dos activos não correntes detidos para venda.
E em Dezembro, do mesmo ano, foi feita transferência de aproximadamente Kz 1 400 milhões de
Outros activos tangíveis. Estes dois acontecimentos resultaram numa diminuição de mais de 76%.

No âmbito da operação de venda dos activos não correntes detidos para venda, foi registado uma
mais valia, conforme detalhado na nota 7.

A movimentação da imparidade a 31 de Dezembro de 2022 e 2021 é apresentada da seguinte


forma:

31/12/2022 31/12/2021

Saldo inicial - -
Dotações / Reversões ( 30 279) -
Saldo final ( 30 279) -

As utilizações do período dizem respeito à operação de venda dos activos não correntes detidos
para venda.

O movimento do exercício é apresentado como se segue:

31/12/2022 31/12/2021

Saldo inicial 3 043 347 3 321 600


Entradas 1 399 800
Alienações (3 013 068) (278 253)

Saldo final 1 430 079 3 043 347

213
22. ACTIVOS INTANGÍVEIS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Activos intangíveis
Sistemas de tratamento automático de dados 1 585 124 1 576 862

Imobilizado em curso
Sistemas de tratamento automático de dados 352 997 46 023

1 938 121 1 622 885


Amortização acumulada
Relativas ao exercício corrente 143 683 273 459
Relativas a exercícios anteriores 1 340 688 1 067 229
1 484 371 1 340 688

Imparidade 0 0

453 750 282 197

Os movimentos da rubrica Activos Intangíveis, no exercício findo a 31 de Dezembro de 2022 e 31


de Dezembro de 2021, são analisados como segue:

Saldo em Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2021 Abates Regularizações 31-12-2022
Custos de aquisição
Sistemas de tratamento automático de dados 1 576 862 0 0 8 262 1 585 124
Imobilizado em curso 46 023 315 236 0 (8 262) 352 997

Total bruto 1 622 885 315 236 0 0 1 938 121

Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 340 688 143 683 0 0 1 484 371

Total amortizações acumuladas 1 340 688 143 683 0 0 1 484 371

Total liquido 282 197 171 553 0 0 453 750

Saldo em Alienações/ Transferências / Saldo em


Aumentos
31-12-2020 Abates Regularizações 31-12-2021
Custos de aquisição
Sistemas de tratamento automático de dados 1 552 989 23 873 0 0 1 576 862
Imobilizado em curso 1 566 44 457 0 0 46 023

Total bruto 1 554 555 68 330 0 0 1 622 885

Amortizações acumuladas
Sistemas de tratamento automático de dados 1 067 229 273 459 0 0 1 340 688

Total amortizações acumuladas 1 067 229 273 459 0 0 1 340 688

Total liquido 487 326 (205 129) 0 0 282 197

214
23. INVESTIMENTOS EM ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS

O Grupo tem as seguintes associadas:

 Bricomil – Construção e Obras Públicas, SA


 CLV – Central de Viana, SA
 EBA - Empreendimentos e prestações de serviços, SA
 Mutombe – Comércio Geral e Representações Comerciais, SA
 SADI – Sociedade Angolana de Desenvolvimento e Imobiliário, SA
 Servauto – Comércio e Serviços Indústriais, SA
 Sopros – Sociedade Angolana de Promoção e Exploração de Shoppings, SA

Tendo em consideração a avaliação efectuada pelo Grupo à situação das empresas associadas e
o risco associado à recuperabilidade dos montantes investidos, o Grupo constitui um
montante de imparidade equivalente ao total do investimento efectuado nessas sociedades, dado
que à data o Grupo não dispõe de informação financeira actualizada.

24. IMPOSTOS

A rubrica de activos por impostos correntes é composto por:

Activo

31/12/2022 31/12/2021

Imposto industrial provisório 205 715 205 715


Imposto industrial retido na fonte 29 474 28 777
235 189 234 492

215
A reconciliação da taxa efectiva de imposto apresenta-se da seguinte forma

31/12/2022 31/12/2021
% Valor % Valor

Resultado antes do imposto 1 966 264 (7 496 658)

Taxa de imposto 35% 35%


Amortizações excessivas 120 616 118 475
(artigo 40º)
Provisões não previstas 55 774 0
(artigo 36º)
Imposto Industrial (Artigo 18º) 0 0
Imposto sobre Aplicação de Capitais (artigo 18º) 530 713 1 282 113
Imposto Predial Urbano (artigo 18º) 9 775 20 271
Multas e encargos sobre infrações (artigo 18º) 161 182 292 029
Donativos não previstos 0 0
(artigo 18º)
Encargos com assistência social (artigo 15º) 0 0
Correcções relativas a exercícios anteriores 0 0
e extraordinários (artigo 18º)
Variações cambiais favoráveis não realizadas (Art. 13º CII) 2 495 119 3 965 867
Variações patrimoniais positivas (Art. 13º CII) 1 590 124 0
Despesas não especificadas 0 197 201
A acrescer 4 963 304 5 875 955

Provisões não previstas (artigo 45º) 0 144 224


Rendas sujeitas a IPU (artigo 47º) 0 0
Rendimentos sujeitos a imposto sobre 10 488 166 18 216 747
a Aplicação de Capitais (artigo 47º)
Variações patrimoniais negativas (Art. 13º CII) 0 0
Variações cambiais favoráveis não realizadas (Art. 13º CII) 0 0
A deduzir 10 488 166 18 360 971

Imposto apurado com base 0 0


na taxa de imposto

Prejuízos Fiscais 34 585 398 51 545 156

Imposto a pagar - Passivo 0 0


por imposto corrente

Imposto sobre os resultados 0 0

216
A rúbrica de Impostos Diferidos é composta da seguinte forma:

Activo Passivo Líquido


31/12/2022 31/12/2021 31/12/2022 31/12/2021 31/12/2022 31/12/2021

Reavaliação Imóveis 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)
Activo/Passivo
por imposto diferido 0 0 5 935 000 5 965 916 (5 935 000) (5 965 916)

A 31 de Dezembro de 2022, os prejuízos fiscais por ano de caducidade, são analisados como segue:

Activo por
Ano Ano de caducidade Valor
Imposto Diferido
2020 31/12/2025 8 731 220 3 055 927
2021 31/12/2026 20 000 510 7 000 179
2022 31/12/2027 5 853 668 2 048 784
Total 34 585 398 12 104 889

Em resultado da avaliação à recuperabilidade dos activos por impostos diferidos associados aos
prejuízos fiscais acumulados, o Grupo optou por não reconhecer qualquer activo por impostos
diferidos em Balanço a 31 de Dezembro de 2022.

25. OUTROS ACTIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Quantia
Quantia bruta Imparidade Valor Liquido Imparidade Valor Liquido
bruta

Outros activos de natureza cível


Devedores diversos
Sector público administrativo
Comissões a receber de arrecadação de receitas 341 277 5 017 336 260 296 152 21 610 274 542
Bonificações de créditos a receber 1 731 822 25 458 1 706 364 1 298 048 87 001 1 211 047
Taxa de circulação 14 068 207 13 861 14 068 0 14 068
Outros activos de natureza cível 820 991 0 820 991 641 773 33 031 608 742
2 908 158 30 682 2 877 476 2 250 041 141 642 2 108 399

Adiantamentos a fornecedores 1 063 439 654 543 408 896 0 0 0


Rescições de mútuo acordo 10 535 264 0 10 535 264 0 0
Outros devedores diversos 10 145 079 2 360 654 7 784 425 3 594 818 2 913 263 681 555
21 743 782 3 015 197 18 728 585 3 594 818 2 913 263 681 555
24 651 940 3 045 879 21 606 061 5 844 859 3 054 905 2 789 954

Outros activos de natureza administrativa e comercial


Ajustamento crédito a colaboradores 368 308 0 368 308 1 698 151 0 1 698 151
Despesas antecipadas 51 877 0 51 877 5 707 0 5 707
420 185 0 420 185 1 703 858 0 1 703 858

Aplicações em ouro e outros metais preciosos 17 847 0 17 847 17 847 0 17 847


Outros activos 10 110 0 10 110 6 345 6 345 0
Operações cambiais a liquidar 0 0 0 561 321 127 917 433 404

25 100 082 3 045 879 22 054 203 8 134 230 3 189 167 4 945 063

217
Em 2022, o Grupo efectuou um processo de Reestruturação e Recapitalização, com impactos muito
significativos originando uma profunda mudança na matriz do Grupo e nos seus colaboradores.
Neste âmbito, o Grupo propôs-se a restruturar e capacitar o capital humano que previa uma redução
dos custos com pessoal na ordem dos 50%, dada a insuficiência estrutural que até então era
evidente. Essa redução foi realizada por via de um processo de Resolução por Mútuo Acordo
(“RMA”), que o Grupo contempla o reconhecimento diferido do custo por um período de 3 anos, n
valor total do processo de RMA que totalizou Kz 10 535 milhões.

Referente à rubrica de “Outros devedores diversos” verifica-se uma variação significativa justificada
por dois efeitos relevantes: (i) a alienação do imobilizado, foi efectuada com um plano de
pagamentos definido, encontrando-se, com referência a 31 de Dezembro de 2022, o valor de Kz 2
400 milhões por liquidar; (ii) a alienação dos imóveis recebidos em dação foi efectuado durante o
exercício contudo para um dos imoveis não foi possível efectuar a transacção decorrente de
impedimentos fiscais que originaram o respectivo atraso na liquidação por parte do comprador para
ser realizado em 2023.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Outros valores de


natureza cível – Devedores diversos – Sector Público administrativo – Comissões de arrecadação
de receitas” corresponde às comissões a receber do Ministério das Finanças pela arrecadação de
impostos. O apuramento destas comissões é efectuado através da aplicação de 1% sobre o total
de impostos arrecadados.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Outros valores de natureza


administrativa – Ajustamento crédito a colaboradores” diz respeito a taxa de juros bonificada dos
créditos concedidos aos colaboradores.

A rubrica “Bonificações de créditos a receber” diz respeito a valores a receber por parte do Ministério
da Economia decorrentes dos créditos do programa do Angola Investe.

A movimentação da imparidade para outros activos nos exercícios findos a 31 de Dezembro de


2022 e 31 de Dezembro de 2021 é apresentada de seguida:

31/12/2022 31/12/2021

Saldo inicial 3 189 167 3 561 255


Dotações / Reversões 138 895 21 260
Utilizações (282 183) 0
Transferências 0 (393 348)

Saldo final 3 045 879 3 189 167

218
26. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS E DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Mercado monetário interbancário


Tomadas de liquidez (BNA) 4 702 696 25 500 079
Juros a pagar 5 016 78 115
Obrigações no sistema de pagamentos 9 496 673 376 059

14 204 385 25 954 253

Em 2022, as Tomadas de Liquidez junto do BNA reduziram consideravelmente devido ao aumento


na captação dos depósitos bem como pelo reforço de capital que foi feito pelo accionista.

As obrigações no sistema de pagamentos, são operações que foram executadas nos últimos dias
do ano e que aguardavam compensação nos primeiros dias uteis de 2023.

O escalonamento das operações no Mercado Monetário Interbancário, por prazos de vencimento


em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, é como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Até 3 meses 14 204 385 25 954 253


De 3 meses a um ano 0
14 204 385 25 954 253

27. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Depósitos à vista
Depósitos à ordem 583 521 312 285 173 828

Depósitos a prazo
Depósitos a prazo 65 684 573 49 281 731
Outros depósitos
Cartões pré-pagos 1 628 680 1 075 250

650 834 565 335 530 809

219
Em 31 de Dezembro de 2022, registou-se um aumento nos depósitos explicados pela alteração da
estratégia de captação bem com pelo aumento dos depósitos do sector Público Administrativo de
Estado.

A generalidade dos depósitos à ordem de clientes não é remunerada.

Em 31 de Dezembro de 2022 e 2021, todas as operações de depósitos a prazo apresentam taxa


de juro fixa, conforme detalhado na nota 36.

O escalonamento dos recursos de clientes e outros empréstimos por prazos de vencimento, em 31


de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, é como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Exigível à vista 585 149 992 286 249 078


Exigível a prazo
Até 3 meses 45 480 910 34 122 485
De 3 meses a um ano 20 047 693 14 932 366
De um a cinco anos 155 970 226 880
65 684 573 49 281 731

650 834 565 335 530 809

28. PROVISÕES

A movimentação das provisões em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021 foi a


seguinte:

Provisões para Outras provisões


garantias e outros para riscos e Total
compromissos encargos

Saldo a 31 de Dezembro de 2020 79 820 3 402 808 3 482 628


Dotações / Reversões 144 224 0 144 224
Custos dos serviços correntes 0 26 779 26 779
Custo dos juros 0 721 696 721 696
(Ganhos)/ Perdas actuariais 0 (270 900) (270 900)
Utilizações 0 (460 839) (460 839)
Variação cambial 116 168 0 116 168
Saldo a 31 de Dezembro de 2021 340 212 3 419 544 3 759 756
Dotações / Reversões (55 774) 0 (55 774)
Custos dos serviços correntes 0 7 116 7 116
Custo dos juros 0 773 686 773 686
(Ganhos)/ Perdas actuariais 0 (1 590 124) (1 590 124)
Utilizações 0 (495 628) (495 628)
Variação cambial (100 567) 0 (100 567)
Saldo a 31 de Dezembro de 2022 183 871 2 114 594 2 298 465

220
O saldo desta rubrica, visa a cobertura de determinadas contingências devidamente identificadas,
decorrentes da actividade do Grupo, sendo revistas em cada data de reporte, de forma a reflectir a
melhor estimativa do montante e da respectiva probabilidade de pagamento.

Adicionalmente, a rúbrica de provisões para garantias e outros compromissos refere-se à provisão


determinada no âmbito da aplicação do modelo de imparidade utilizado pelo Grupo sobre as
responsabilidades extrapatrimoniais.

A rubrica de outras provisões para riscos e encargos decompõe-se, em 31 de Dezembro de 2022 e


em 31 de Dezembro de 2021, da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021

Provisões para processos judiciais 324 802 324 802


Provisões para responsabilidades com pensões 1 789 792 3 094 742

2 114 594 3 419 544

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Provisões para


responsabilidades com pensões” regista a responsabilidade referente às pensões de reforma
complementar ao Sistema de Segurança Social de Angola, dos trabalhadores do BCI provenientes
do Banco Nacional de Angola. O montante encontra-se apurado através de um estudo actuarial
realizado por uma entidade autorizada pela AAAT(Associação Angolana de Actuários).

Os principais pressupostos actuariais utilizados no cálculo das responsabilidades por pensões


apresentam-se como segue:

31/12/2022 31/12/2021

Pressupostos Actuariais
Taxa de técnica desconto 25,00% 25,00%
Taxa de crescimento de pensões 0,00% 5,00%
Taxa de crescimento salarial 1,00% 11,78%
Taxa de inflação - 11,78%
Tábua de Mortalidade PF 60/64 PF 60/64

221
O valor das responsabilidades de benefícios definidos em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de
Dezembro de 2021 apresentam-se da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021
Total responsabilidades
Ativos 239 634 682 113
Reformados 1 550 158 2 412 629
Responsabilidades reconhecidas em Balanço 1 789 792 3 094 742

De acordo com a política definida na Nota 2.10 – Benefícios a colaboradores, o BCI procede ao
cálculo das responsabilidades com pensões de reforma e dos ganhos e perdas actuariais à data de
cada balanço.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a análise de sensibilidade resulta nos


seguintes cenários no valor actual das responsabilidades apuradas por serviços passados:

31/12/2022
Pressupostos Variação no valor das
responsabilidades resultantes
de +1,5% na de -1,5% taxa
taxa utilizada utilizada
Taxa de Desconto 81 376 (80 319)
Taxa de crescimento salarial (4 791) 4 865
Taxa de crescimento de pensões (100 600) 103 296

31/12/2021
Pressupostos
Variação no valor das responsabilidades resultantes da
de +1% na taxa de -1% taxa de +2,5% na de -2,5% na
utilizada utilizada taxa utilizada taxa utilizada
Taxa de Desconto - - 289 495 (356 031)
Taxa de crescimento salarial (30 289) 28 798
Taxa de crescimento de pensões (145 070) 134 477 - -

A evolução das responsabilidades com pensões de reforma pode ser analisada como se segue:

31/12/2022

Responsabilidades no início do exercício 3 094 742


Custos dos serviços correntes 7 116
Custo dos juros 773 686
(Ganhos)/ Perdas actuariais (1 590 124)
Benefícios pagos (495 628)
Responsabilidades no fim do exercício 1 789 792

222
31/12/2021

Responsabilidades no início do exercício 3 078 006


Custos dos serviços correntes 26 779
Custo dos juros 721 696
(Ganhos)/ Perdas actuariais (270 900)
Benefícios pagos (460 839)
Responsabilidades no fim do exercício 3 094 742

A variação verificada nas responsabilidades com pensões decorre da aplicação de pressupostos


acima mencionados, originando o correspondente ganho actuarial de 1 590 124 milhares de
kwanzas.

Os custos com pensões de reforma no exercício findo em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de


Dezembro de 2021 podem ser analisados como segue:

31/12/2022

Custos do serviço corrente 7 116


Custo dos juros 773 686
Custos de Benefícios Pós-Emprego 780 802

31/12/2021

Custos do serviço corrente 26 779


Custo dos juros 721 696
Custos de Benefícios Pós-Emprego 748 475

223
29. PASSIVOS PROGRAMAS ESTADO E RECURSOS VINCULADOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Programas de crédito do Executivo Angolano


Crédito Meu Negócio Minha Vida 1 435 500 1 435 500
Projovem / Cap.Circulante 1 303 100 1 154 801
Linhas de crédito recebidas 4 273 620 4 273 618
Projectos financiados (2 970 520) (3 118 818)

2 738 600 2 590 301

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o saldo da rubrica “Passivos – Programas


de crédito do Executivo Angolano” refere-se às convenções financeiras celebradas com o Banco de
Desenvolvimento de Angola, Ministério das Finanças e Ministério da Economia, em que estes
financiam o Grupo para que este conceda crédito a pequenos empreendedores ou sectores
específicos de actividade.

224
30. OUTROS PASSIVOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Obrigações de Natureza Social ou Estatutária


Suprimentos 81 796 81 796

Obrigações de Natureza Fiscal


Encargos fiscais a pagar (retidos a terceiros)
Imposto sobre rendimentos de trabalho dependente 92 884 0
Imposto de selo 21 787 0
Imposto predial urbano 665 0
Imposto sobre aplicação de capitais 35 538 0
Imposto industrial sobre prestação de serviços 21 478 9 756
Iva 959 271 0
Segurança Social 2 449 0
Outros 76 415 808 769
1 210 486 818 525

Obrigações de Natureza Cível 2 656 550 2 140 346


2 656 550 2 140 346

Obrigações de Natureza Administrativa e de Comercialização


Pessoal – Salários e outras remunerações
Estimativa de férias e subsídio de férias 731 043 1 646 051
Fundo social dos trabalhadores 7 369 518
Outros custos administrativos a pagar
Estimativa para outros custos a pagar 1 674 717 761 139
Outros 46 506 65 866
2 459 635 2 473 574

Passivos da Locação 401 286 466 063

6 809 753 5 980 304

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de natureza


Social ou Estatutária - Suprimentos” é referente a suprimentos efectuados pelos accionistas do
Grupo.

Em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de Natureza Fiscal – Outros” é explicada


essencialmente pelo saldo de IVA nas comissões interbancárias e IVA liquidações gerais no
montante de 678 415 milhares.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de natureza


cível” referem-se aos saldos em aberto com transgressões cambiais, operações passivas e com os
fornecedores do Grupo no decurso das prestações de serviços realizadas.

225
Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a rubrica “Obrigações de Natureza
Administrativa e de Comercialização – “Estimativa para outros custos a pagar” regista os acréscimos
a fornecedores de serviços externos.

A rubrica “Passivos da Locação” corresponde ao valor do Passivo da Locação, reconhecidos no


âmbito da IFRS 16, conforme Política Contabilística descrita na nota 2.8.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021 a desagregação do Passivo da


Locação por maturidade é apresentada no quadro seguinte:

31/12/2022 31/12/2021
Inferiores a 1 ano 236 874 288 146
1 a 5 anos 257 705 313 250
Superiores a 5 anos 0 0
Pagamentos de locação não descontados 494 579 601 396
Juros a periodificar na margem financeira (93 293) (135 333)
Passivo da Locação 401 286 466 063

31. CAPITAL SOCIAL E PREMIO E DESCONTO DE EMISSÃO

Em 31 de Dezembro de 2022 e 31 de Dezembro de 2021, o capital social do Grupo apresenta a


seguinte composição:

31/12/2022 31/12/2021

Capital Social 82 275 707 67 254 079


Acções ordinárias 82 100 000 67 078 372
Reserva de actualização monetária do capital social 175 707 175 707
Prémio de emissão 653 582 653 582
Desconto de emissão (3 270 879) (3 270 879)

79 658 410 64 636 782

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, a estrutura accionista do Grupo tem


a seguinte composição:

226
31/12/2022 31/12/2021

% de % de
Montante Montante
participação participação

Carrinho Empreendimentos SA 100% 82 100 000 0,00% -


Ministério das Finanças 0% - 99,45% 66 712 125
Sonangol 0% - 0,11% 70 432
Ensa 0% - 0,11% 70 432
Porto de Luanda 0% - 0,11% 70 432
TAAG 0% - 0,11% 70 432
TCUL 0% - 0,04% 28 173
Endiama 0% - 0,04% 28 173
Angola Telecom 0% - 0,04% 28 173

Total 100% 82 100 000 100% 67 078 372

Em 2014, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 338 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através de entradas em numerário pelo accionista maioritário
Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na rubrica “Outras reservas
e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.

Em de 2015, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 4 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.
Em 2016, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 10 000 milhões, tendo sido
integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo accionista
maioritário Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na rubrica
“Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do BNA.

No decorrer de 2017, foi efectuado um aumento de capital, no montante de Kz 12 500 milhões,


tendo sido integralmente subscrito e realizado através da emissão de Obrigações do Tesouro pelo
accionista maioritário Ministério das Finanças. O Grupo registou o referido aumento de capital na
rubrica “Outras reservas e fundos” dada a inexistência de registo notarial e formalização junto do
BNA.

As emissões de capital do accionista Estado não foram realizadas em condições de mercado, logo
de acordo com os requisitos da IAS 39 e agora IFRS 9, todos estes instrumentos financeiros deverão
reconhecidos ao justo valor no seu momento inicial. O diferencial negativo entre o justo valor no seu
momento inicial e o valor nominal das obrigações foi reconhecido em capital próprio – Desconto de
Emissão no montante de 16 224 752 milhares de Kwanzas

Em 2018, foram transferidas todas as verbas acima indicadas, para a rúbrica de Capital Social, pois
foi efectuada a escritura de aumento de capital e formalizado junto do BNA.

No mês de Junho de 2020 o accionista maioritário Ministério das Finanças realizou um aumento de
Capital Social de Kz 30 000 milhões. Este aumento de capital não foi realizado em condições de
mercado pelo que conforme já mencionado anteriormente foi efectuado um ajustamento ao valor
inicial negativo das obrigações no montante de 2 026 0001 milhares de Kwanza.

227
No decorrer do mês de Dezembro de 2020, na sequência da publicação do Decreto Executivo n.º
271/20, o accionista maioritário Ministério das Finanças decretou o resgate antecipado das
Obrigações do Tesouro detidas pelo Grupo que tinham as seguintes características: Montante
global: Kz 26 500 milhões, Taxa de Juro: 5%, Condições de Reembolso: 24 anos.

No âmbito deste resgate, o accionista maioritário Ministério das Finanças através do Despacho n.º
12/20, atribui ao Grupo uma obrigação do tesouro com as seguintes características: Montante: Kz
26 500 milhões, Taxa de Juro: 16,5%, Condições de Reembolso: 4 anos.

De acordo com as normas contabilísticas em vigor o Grupo procedeu ao apuramento do diferencial


entre o custo amortizado e o justo valor dos títulos desreconhecidos e registou o mesmo, no
montante de Kz 1 005 540 milhares, em resultados do ano em 2020. Relativamente aos novos
títulos recebidos no âmbito desta operação foi determinado o respectivo justo valor e registado o
diferencial positivo entre este justo valor e o justo valor dos títulos desreconhecidos, no montante
de Kz 14 979 874 milhares, em capital próprio. Tratando-se de uma operação específica para o BCI
promovida pelo seu accionista, na sua qualidade de accionista, este acréscimo foi registado em
capital próprio.

Em Dezembro de 2021 o Grupo através de um leilão em Bolsa, foi colocado a privatização tendo
sido o vencedor o Grupo Carrinho Empreendimentos, SA. em Março de 2022 foi concluído o
processo de privatização de Grupo.

No último trimestre de 2022, o Accionista procedeu a realização de aumento de capital no montante


de Kz 15 021 628 milhares.

32. OUTRAS RESERVAS E RESULTADOS TRANSITADOS

O valor desta rubrica é composto por:

31/12/2022 31/12/2021

Reservas de Reavaliação
Excedente de revalorização 21 607 469 21 494 993
Imposto Diferido do excedente de revalorização (5 935 000) (5 965 916)
15 672 469 15 529 077
Reservas
Reserva legal 1 992 260 1 992 260
Outras reservas 87 104 87 104
Reservas de activos financeiros ao justo valor por OCI (390 264) (390 264)
1 689 100 1 689 100

Resultados Transitados e RPBD (62 483 871) (57 468 893)

(45 122 302) (40 250 716)

228
Nos termos da legislação vigente, o Grupo deverá constituir um fundo de reserva legal até à
concorrência do seu capital. Para tal, deverá ser anualmente transferido para esta reserva um
mínimo de 10% do resultado líquido do exercício anterior. Esta reserva só pode ser utilizada para a
cobertura de prejuízos acumulados, quando esgotadas as demais reservas constituídas.

A Reserva de reavaliação corresponde a mensuração dos terrenos e edifícios pelo modelo de


revalorização.

33. GARANTIAS E OUTROS COMPROMISSOS

O montante de garantias prestadas e de outros compromissos é apresentado de seguida:

Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total


31/12/2022
Exposição ECL Exposição ECL Exposição ECL Exposição ECL

Garantias prestadas 1 027 060 13 668 256 113 4 169 0 0 1 283 173 17 837
Créditos documentários abertos 1 937 204 29 001 0 0 0 0 1 937 204 29 001

Stage 1 Stage 2 Stage 3 Total


31-12-2021
EAD ECL EAD ECL EAD ECL EAD ECL

Créditos documentários abertos 6 534 300 74 754 989 958 98 094 396 319 167 364 7 920 577 340 212

As garantias e avales prestados são operações bancárias que não se traduzem por mobilização de
fundos por parte do Grupo, estando relacionadas com garantias prestadas para suporte de
operações de importação e para execução de contractos por parte de clientes do Grupo. As
garantias prestadas representam valores que podem ser exigíveis no futuro.

Os créditos documentários abertos são compromissos irrevogáveis, por parte do Grupo, por conta
dos seus clientes, de pagar um montante determinado ao fornecedor de uma dada mercadoria,
dentro de um prazo estipulado, contra a apresentação de documentos referentes à expedição da
mercadoria.

A condição de irrevogável consiste no facto de não ser viável o seu cancelamento ou alteração sem
o acordo expresso de todas as partes envolvidas.

Os instrumentos financeiros contabilizados como Garantias e outros compromissos estão sujeitos


aos mesmos procedimentos de aprovação e controlo aplicados à carteira de crédito nomeadamente
quanto à avaliação da adequação das provisões constituídas tal como descrito na política
contabilística descrita na nota 2.15. A exposição máxima de crédito é representada pelo valor
nominal que poderia ser perdido relativo aos passivos contingentes e outros compromissos
assumidos pelo Grupo na eventualidade de incumprimento pelas respectivas contrapartes, sem ter
em consideração potenciais recuperações de crédito ou colaterais.

229
34. TRANSACÇÕES COM PARTES RELACIONADAS

De acordo com a IAS 24 (Divulgações de Partes Relacionadas), são consideradas entidades


relacionadas com o Grupo:

iv) Titulares de participações qualificadas – Accionistas, presumindo-se que tal sucede quando a
participação de capital é não inferior a 10%;

v) Entidades que se encontrem directa ou indirectamente em relação de domínio ou em relação


de grupo – Filiais, empresas associadas e de controlo conjunto;

vi) Membros dos órgãos de administração e fiscalização do Grupo e seus cônjuges,


descendentes ou ascendentes até ao segundo grau da linha recta, considerados beneficiários
últimos das transacções ou dos activos.

Em 31 de Dezembro de 2022 e em 31 de Dezembro de 2021, os principais saldos e transacções


mantidos com accionistas, participadas, outras entidades relacionadas e membros dos órgãos
sociais, são os seguintes:

31/12/2022 31/12/2021
Membros dos Membros dos
Outras Outras
Accionistas Participadas Orgão Total Accionistas Participadas Orgão Total
Entidades Entidades
Sociais Sociais
Activos financeiros
Ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065 - - 203 838 - 203 838
Ao custo amortizado - - - - - 72 156 115 - - - 72 156 115
Crédito a clientes - - - 369 426 369 426 - - - 1 220 425 1 220 425
Outros activos - - 502 215 - 502 215 1 608 268 - 568 489 - 2 176 757
Depósitos
Depósitos à ordem 7 371 22 369 787 965 58 237 875 942 178 111 806 14 807 6 628 7 332 178 140 573
Depósitos a prazo - - - 52 485 52 485 278 558 15 909 - - 294 467
Passivos programa Estado - - - - - 5 709 119 - - - 5 709 119
Outros passivos 81 796 - - - 81 796 9 756 - - 47 061 56 817

230
Em 31 de Dezembro de 2022 a entidade accionista é a seguinte:

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS, SA

Em 31 de Dezembro de 2022 as entidades participadas são as seguintes:

 ILHA – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo, S.A.

Em 31 de Dezembro de 2022 as outras entidades relacionadas são as seguintes:

 Bricomil – Construção e Obras Públicas, SA

 CLV – Central de Viana, SA

 EBA - Empreendimentos e prestações de serviços, SA

 Mutombe – Comércio Geral e Representações Comerciais, SA

 SADI – Sociedade Angolana de Desenvolvimento e Imobiliário, SA

 Servauto – Comércio e Serviços Indústriais, SA

 Sopros – Sociedade Angolana de Promoção e Exploração de Shoppings, SA

 EMIS - Empresa Interbancária de Serviços

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS AGRI LDA

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS COM GERAL LDA

 CARRINHO EMPREENDIMENTOS INDUSTRIA LDA

 CARRINHO INVESTMENT

 TOOLS AND FOODSERVICE, LDA

Em 31 de Dezembro de 2022 os membros dos órgãos sociais são os seguintes:

Conselho de Administração

 Pedro Luís da Fonseca - Presidente

 Renato de Assunção Borges – Presidente da Comissão Executiva

 Jardel Silvério Duarte – Administrador Executivo

 Cosete de Almeida D’Apresentação Neto – Administrador independente

 António Manuel Ramos da Cruz - Administrador independente

231
Conselho Fiscal

 Manuel Gomes Pereira – Presidente

 Cláudio Paulino dos Santos – Membro Efectivo

 Francisco Manuel – Membro Suplente

 Rui Manuel – Membro Suplente

Em 31 de Dezembro de 2021 as entidades accionistas eram as seguintes:

 Ministério das Finanças

 Sonangol, EP

 ENSA – Empresa Nacional de Seguros de Angola

 Porto de Luanda

 TAAG - Linhas Aéreas de Angola

 TCUL

 Endiama

 Angola Telecom

Em 31 de Dezembro de 2021 as entidades participadas eram as seguintes:

 ILHA – Sociedade Gestora de Organismos de Investimento Colectivo, S.A.

 Em 31 de Dezembro de 2021 as outras entidades relacionadas são as seguintes:

 Bricomil – Construção e Obras Públicas, SA

 CLV – Central de Viana, SA

 EBA - Empreendimentos e prestações de serviços, SA

 Multitel, Lda

 Mutombe – Comércio Geral e Representações Comerciais, SA

 SADI – Sociedade Angolana de Desenvolvimento e Imobiliário, SA

 Servauto – Comércio e Serviços Indústriais, SA

 Sopros – Sociedade Angolana de Promoção e Exploração de Shoppings, SA

232
 EMIS - Empresa Interbancária de Serviços

Em 31 de Dezembro de 2021 os membros dos órgãos sociais eram os seguintes:

Conselho de Administração

 Zenaida Gertrudes dos Santos Ramos Zumbi - Presidente

 Ederson Cruz de Sousa Machado - Administrador Executivo

 Renato de Assunção Borges - Administrador Executivo

 Raquel Celeste da Conceição Kulivela Sole - Administrador Não Executivo

 Gilberto João Pipa Vunge - Administrador Não Executivo

Conselho Fiscal

 José Manuel Rela dos Santos Bento - Presidente

 António Vieira Eusébio Manuel – Primeiro Vogal

 Rosária de Fátima Dias dos Santos Filipe – Segundo Vogal

35. JUSTO VALOR DE ACTIVOS E PASSIVOS FINANCEIROS

O justo valor tem como base as cotações de mercado, sempre que estas se encontrem disponíveis.
Caso estas não existam, o justo valor é estimado através de modelos internos baseados em
técnicas de desconto de fluxos de caixa. A geração de fluxos de caixa dos diferentes instrumentos
é feita com base nas respectivas características financeiras e as taxas de desconto utilizadas
incorporam quer a curva de taxas de juro de mercado, quer os actuais níveis de risco do respectivo
emitente.

Assim, o justo valor obtido encontra-se influenciado pelos parâmetros utilizados no modelo de
avaliação, que necessariamente incorporam algum grau de subjectividade, e reflecte
exclusivamente o valor atribuído aos diferentes instrumentos financeiros.

O Grupo utiliza a seguinte hierarquia de justo valor, com três níveis na valorização de instrumentos
financeiros (activos ou passivos), a qual reflecte o nível de julgamento, a observabilidade dos dados
utilizados e a importância dos parâmetros aplicados na determinação da avaliação do justo valor do
instrumento, de acordo com o disposto na IFRS 13:

Nível 1: O justo valor é determinado com base em preços cotados não ajustados, capturados em
transacções em mercados activos envolvendo instrumentos financeiros idênticos aos instrumentos
a avaliar. Existindo mais que um mercado activo para o mesmo instrumento financeiro, o preço
relevante é o que prevalece no mercado principal do instrumento, ou o mercado mais vantajoso
para os quais o acesso existe;

233
Nível 2: O justo valor é apurado a partir de técnicas de avaliação suportadas em dados observáveis
em mercados activos, sejam dados directos (preços, taxas, spreads) ou indirectos (derivados), e
pressupostos de valorização semelhantes aos que uma parte não relacionada usaria na estimativa
do justo valor do mesmo instrumento financeiro. Inclui ainda instrumentos cuja valorização é obtida
através de cotações divulgadas por entidades independentes, mas cujos mercados têm liquidez
mais reduzida; e

Nível 3: O justo valor é determinado com base em dados não observáveis em mercados activos,
com recurso a técnicas e pressupostos que os participantes do mercado utilizariam para avaliar os
mesmos instrumentos, incluindo hipóteses acerca dos riscos inerentes, à técnica de avaliação
utilizada e aos inputs utilizados e contemplados nos processos de revisão da acuidade dos valores
assim obtidos.

O Grupo considera que a definição de mercado activo para um dado instrumento financeiro, a cada
data de mensuração, depende do volume de negócios e da liquidez das operações realizadas, da
volatilidade relativa dos preços cotados e da prontidão e disponibilidade da informação, devendo,
para o efeito verificar as seguintes condições mínimas:

— Existência de cotações diárias frequentes de negociação no último ano;

— As cotações acima mencionadas alteram-se com regularidade;

— Existem cotações executáveis de mais do que uma entidade;

Um parâmetro utilizado numa técnica de valorização é considerado um dado observável no mercado


se estiverem reunidas as condições seguintes:

• Se o seu valor é determinado num mercado activo;

• Se existe um mercado Over-the-counter (OTC) e é razoável assumir-se que se verificam as


condições de mercado activo, com a excepção da condição de volumes de negociação; e

• O valor do parâmetro pode ser obtido pelo cálculo inverso dos preços dos instrumentos
financeiros e ou derivados onde os restantes parâmetros necessários à avaliação inicial são
observáveis num mercado líquido ou num mercado OTC que cumprem com os parágrafos
anteriores.

234
A hierarquia de justo valor dos activos e passivos financeiros mensurados ao justo valor é a
seguinte:

Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização


Cotações de
com parâmetros com parâmetros não Total
mercado
observáveis no mercado observáveis no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2022

Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 240 065 240 065

Activos financeiros - - 240 065 240 065

Passivos financeiros ao justo valor através de resultados - - - -

Passivos financeiros - - - -

Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização


Cotações de
com parâmetros com parâmetros não Total
mercado
observáveis no mercado observáveis no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2021

Activos financeiros ao justo valor por outro rendimento integral - - 203 838 203 838

Activos financeiros - - 203 838 203 838

Passivos financeiros ao justo valor através de resultados - - - -

Passivos financeiros - - - -

O justo valor dos activos e passivos financeiros registados no balanço ao custo amortizado é
analisado como segue, tendo sido estimado com base nas principais metodologias e pressupostos
abaixo descritos:
Justo Valor

Modelos de valorização Modelos de valorização com


Custo Amortizado Cotações de
com parâmetros parâmetros não observáveis Total Justo Valor
mercado
observáveis no mercado no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2022

Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 491 - 12 358 491 - 12 358 491
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 082 314 - 43 082 314 - 43 082 314
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 61 630 420 - 60 463 461 - 60 463 461
Crédito a clientes 50 169 367 - - 50 169 367 50 169 367
Outros activos - outros devedores 22 054 203 - 0 22 054 203 22 054 203

Activos financeiros 691 602 697 - 618 212 168 72 223 569 690 435 738

Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 14 204 385 - 14 204 385 - 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 650 834 565 - - 650 834 565 650 834 565
Outros passivos 6 809 753 6 809 753 6 809 753

Passivos financeiros 671 848 703 - 14 204 385 657 644 318 671 848 703

235
Justo Valor
Modelos de valorização Modelos de valorização com
Custo Amortizado Cotações de
com parâmetros parâmetros não observáveis Total Justo Valor
mercado
observáveis no mercado no mercado

(Nível 1) (Nível 2) (Nível 3)


31 de Dezembro de 2021

Activo
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 213 843 492 - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 9 939 361 - 9 939 361 - 9 939 361
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 12 133 172 - 12 133 172 - 12 133 172
Activos financeiros pelo custo amortizado
Títulos de dívida 70 742 442 - 77 466 857 - 77 466 857
Crédito a clientes 52 378 807 - - 52 378 807 52 378 807
Outros activos - outros devedores 4 945 063 - - 4 945 063 4 945 063

Activos financeiros 363 982 337 - 313 382 882 57 323 869 370 706 752

Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 25 954 253 - 25 954 253 - 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 335 530 809 - - 335 530 809 335 530 809
Outros passivos 5 980 304 - 5 980 304 5 980 304

Passivos financeiros 367 465 365 - 25 954 253 341 511 113 367 465 365

Caixa e disponibilidades em bancos, Disponibilidades em outras instituições de crédito e Aplicações


em bancos centrais e outras instituições de crédito

Estes activos e passivos são de muito curto prazo pelo que o valor de balanço é uma estimativa
razoável do respectivo justo valor.

Títulos ao custo amortizado

O justo valor dos títulos registados ao custo amortizado é estimado com base na actualização dos
fluxos de caixa esperados de capital e de juros, conforme descrito no início da presente Nota.

Crédito a clientes

O justo valor do crédito a clientes é estimado com base na actualização dos fluxos de caixa
esperados de capital e de juros, considerando que as prestações são pagas nas datas
contratualmente definidas. Os fluxos de caixa futuros esperados das carteiras de crédito
homogéneas, como por exemplo o crédito à habitação, são estimados numa base de portfolio. As
taxas de desconto utilizadas são as taxas actuais praticadas para empréstimos com características
similares.

Recursos de Bancos Centrais e outras instituições de crédito

O justo valor dos recursos de Bancos centrais e de outras instituições de crédito é estimado com
base na actualização dos fluxos de caixa esperados de capital e juros.

Recursos de clientes e outros empréstimos

O justo valor destes instrumentos financeiros é estimado com base na actualização dos fluxos de
caixa esperados de capital e de juros. A taxa de desconto utilizada é a que reflecte as taxas
praticadas para os depósitos com características similares à data do balanço. Considerando que as
taxas de juro aplicáveis são renovadas por períodos inferiores a um ano, não existem diferenças
materialmente relevantes no seu justo valor.

236
36. GESTÃO DO RISCO DA ACTIVIDADE

Principais Categorias de Risco

Crédito – O risco de crédito, encontra-se associado ao grau de incerteza de recuperação do


investimento e do seu retorno, por incapacidade de um devedor (e do seu garante se existir),
provocando deste modo uma perda financeira para o credor. O risco de crédito encontra-se patente
em títulos de divida, crédito concedido e noutros saldos a receber.

Mercado – O conceito de risco de mercado, reflecte a perda potencial que pode ser registada por
uma determinada carteira em resultado de alterações de taxas (juros e de câmbio) e/ou de preços
dos diferentes instrumentos financeiros que a compõem, considerando quer as correlações
existentes entre eles, quer as respectivas volatilidades. Assim, o risco de mercado engloba o risco
da taxa de juro cambial e outros riscos de preço.

Liquidez – O risco de liquidez, reflecte a incapacidade do Grupo cumprir com as suas obrigações
associados aos passivos financeiros a cada data de vencimento, sem incorrer em perdas
significativas decorrentes de uma degradação das condições de acesso ao financiamento (risco de
financiamento) e/ou de venda dos seus activos por valores inferiores aos habitualmente praticados
em mercado (risco de liquidez de mercado).

Imobiliário – O risco imobiliário, resulta de possíveis impactos negativos nos resultados ou nível de
capital do Grupo, devido a oscilações no preço de mercado dos bens imobiliários.

Operacional – Como risco operacional, entende-se a perda potencial resultante de falhas ou


inadequações nos processos internos, nas pessoas ou nos sistemas, ou ainda as perdas potenciais
resultantes de eventos externos.

Avaliação de riscos

Risco de crédito

Os modelos de risco de crédito, desempenham um papel essencial no processo de decisão de


crédito. Assim, o processo de decisão de operações da carteira de crédito, baseia-se num conjunto
de políticas recorrendo a modelos de scoring para as carteiras de Clientes particulares e Negócio e
de rating para o segmento de Empresas.

As decisões de crédito dependem das classificações de risco e de cumprimento de diversas regras


sobre a capacidade financeira e o comportamento dos proponentes. Existem modelos de scoring
relativo para as principais carteiras de créditos a particulares, designadamente crédito a habitação
e crédito individual, contemplando a necessária segmentação entre Clientes e não Clientes (ou
clientes recentes).

A actividade de risco de crédito, tem como funções principais:

 Definir as regras de cálculo de imparidade;

 Definir o processo de análise de risco;

 Analisar os riscos sectoriais e geográficos;

237
 Analisar os risos de concentração;

 Definir e monitorar limites internos de contrapartes;

 Monitorar a implementação de planos de redução de riscos, através de acompanhamento da


carteira de crédito vencido.

Por forma a mitigar o risco de crédito, análise da carteira tem em conta os seguintes parâmetros:

 Histórico do cliente em que se apura a existência de incidentes, incumprimentos, penhoras ou


dívidas;

 Limites de exposição ao risco de crédito em que se atribui um rating interno mediante a


avaliação da capacidade creditícia das contrapartes, bem como a definição de limites
máximos de exposição às contrapartes;

 Risco de incumprimento onde são rejeitados os clientes com rating de elevada probabilidade
de incumprimento;

 Garantias pessoais ou reais no acto da concepção de crédito, a fim de mitigar a exposição do


Grupo a esta contraparte.

Seguidamente, apresenta-se a informação relativa à exposição do Grupo ao risco de crédito:


31/12/2022 31/12/2021
Valor contabilístico Valor contabilístico Valor contabilístico Valor contabilístico
Imparidade Imparidade
bruto líquido bruto líquido

Patrimoniais 720 460 208 (28 617 446) 691 842 762 405 419 188 (41 235 013) 364 184 175
Caixa e disponibilidade em bancos centrais 502 307 902 0 502 307 902 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidade em outras instituições de crédito 12 358 675 (184) 12 358 491 10 004 197 (64 836) 9 939 361
Activos financeiros pelo justo valor através de outro rendimento integral 240 065 0 240 065 203 838 - 203 838
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito á clientes 74 826 500 (24 657 133) 50 169 367 77 410 065 (25 031 258) 52 378 807
Títulos de dívida 62 501 916 (871 496) 61 630 420 83 283 793 (12 541 351) 70 742 442
Aplicações em bancos centrais e em outras instituições de crédito 43 125 068 (42 754) 43 082 314 12 541 573 (408 401) 12 133 172
Outros activos 25 100 082 (3 045 879) 22 054 203 8 132 230 (3 189 167) 4 943 063

Extrapatrimoniais 3 220 377 (46 838) 3 173 539 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Crédito Documentário 1 937 204 (29 001) 1 908 203 7 920 577 (340 212) 7 580 365
Garantias prestadas 1 283 173 (17 837) 1 265 336 - - 0

Total 723 680 585 (28 664 284) 695 016 301 413 339 765 (41 575 225) 371 764 540

A repartição por sectores de actividade ao risco de crédito apresenta-se da seguinte forma:

31/12/2022
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/E
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
xp. Total

Agricultura 0 12 1 157 846 1 157 858 837 648 72%


Obras e construção civil 3 512 0 851 348 854 860 615 759 72%
Hotelaria 41 396 28 30 381 71 805 30 326 42%
Outros 2 545 337 0 336 967 2 882 304 207 745 7%
Particulares 18 227 800 1 111 369 3 250 312 22 589 481 3 306 268 15%
Comércio por grosso e retalho 5 798 175 87 281 22 034 089 27 919 545 14 346 984 51%
Serviços 1 835 329 1 708 571 11 082 743 14 626 643 3 623 667 25%
Indústria transformadora 4 283 821 788 736 934 159 6 006 716 701 440 12%

Total 32 735 370 3 695 997 39 677 845 76 109 212 23 669 837 31%

238
31/12/2021
Crédito à clientes Imparidade
Exposição
Imparidade/Ex
Stage 1 Stage 2 Stage 3 total Valor
p. Total

Agricultura 19 047 0 1 489 383 1 508 430 975 279 65%


Obras e construção civil 11 940 0 854 755 866 695 665 056 77%
Hotelaria 207 553 0 32 965 240 518 39 215 16%
Outros 2 862 169 0 337 646 3 199 815 230 217 7%
Particulares 28 025 968 663 618 3 213 168 31 902 754 3 727 763 12%
Comércio por grosso e retalho 6 901 540 4 112 499 17 492 336 28 506 375 14 575 044 51%
Serviços 1 435 655 7 930 237 3 984 514 13 350 406 3 197 724 24%
Indústria transformadora 5 184 571 0 935 836 6 120 407 790 007 13%

Total 44 648 443 12 706 354 28 340 603 85 695 400 24 200 305 28%

A concentração geográfica ao risco de crédito apresenta-se da seguinte forma:

31/12/2022 31/12/2021
Área geográfica Área geográfica
Angola Outros Total Angola Outros Total

Créditos à clientes 50 169 367 0 50 169 367 52 378 807 0 52 378 807
Garantias prestadas e cartas de crédito 3 173 539 0 3 173 539 7 580 365 0 7 580 365

Total 53 342 906 0 53 342 906 59 959 172 0 59 959 172

O risco de crédito é o risco mais importante no sector bancário, definindo como o risco da
contraparte em incumprir o pagamento da sua obrigação. Refere ainda, que o risco de crédito se
divide em várias componentes de risco, das quais se destacam as seguintes:

iv) Risco de incumprimento (default): é o risco do mutuário não cumprir com o serviço da dívida
de um empréstimo resultante de um evento de default, em certo período. Exemplos: o atraso no
pagamento; a reestruturação de uma operação e a falência ou liquidação do devedor, que podem
provocar uma perda total ou parcial do valor emprestado à contraparte;
v) Risco de concentração: possibilidade de perdas em função da concentração de empréstimos
elevados a um pequeno número de mutuários e/ou grupos de risco, ou em poucos sectores de
actividade;
vi) Risco de degradação da garantia (colateral): não resulta em uma perda imediata, mas sim na
probabilidade de ocorrer um evento de default pela queda da qualidade da garantia oferecida,
ocasionada por uma desvalorização do colateral no mercado, ou pelo desaparecimento do
património pelo mutuário.

O risco de crédito é considerado como o principal risco subjacente à actividade bancária, sendo que
a sua gestão consiste na execução de estratégias de maximização de resultados face a exposição
dos riscos assumidos nas operações de crédito concedidas, respeitando sempre as exigências
regulamentares dos supervisores.

Risco de Mercado

Existe uma diversidade de conceitos do risco de mercado no desenvolvimento da sua actividade,


as instituições estão sujeitas aos riscos de mercado, quer se situem em posições constantes do
balanço, quer em posições extrapatrimoniais. O risco de mercado consiste na possibilidade de
ocorrerem perdas derivadas de situações adversas aos preços de mercado, como é o caso das
alterações de taxas de juro, taxas de câmbio, de preços do mercado accionista e mercadorias
(commodities).

239
Deste modo, pode-se afirmar que o risco de mercado deriva de potenciais perdas nas carteiras de
negócios (trading book) ou investimentos, decorrentes das alterações às condições económicas e
financeiras do mercado. Na abordagem às carteiras de investimento, a composição de uma carteira
de títulos (portfolio), este risco não pode ser totalmente eliminado através da diversificação, uma
vez que o risco de mercado afecta o comportamento de todos os títulos e, bem assim, de todas as
carteiras.

O risco de mercado como o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado, podendo englobar três tipos
de riscos, a saber:

iv) Risco cambial: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de câmbio;
v) Risco de taxa de juro: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um instrumento
financeiro venha a flutuar devido a alterações das taxas de juro no mercado;
vi) Outros riscos de preços: o risco de que o justo valor ou o fluxo de caixa futuro de um
instrumento financeiro venha a flutuar devido a alterações nos preços de mercado (que não
associados a riscos de taxa de juro ou riscos cambiais), quer essas alterações sejam causadas por
factores específicos do instrumento individual ou do seu emitente, quer por factores que afectem
todos os instrumentos similares negociados do mercado (podemos associar ao risco das
commodities, das cotações de títulos, e o risco do sector imobiliário).

Os activos e passivos do Grupo são decompostos por tipo de taxa da seguinte forma:

2022
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro

Ativo 161 023 408 19 430 076 514 906 642 - 695 360 126

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 502 307 902 - 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 12 358 675 - 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 240 065 - 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 62 501 916 - - - 62 501 916
Crédito a clientes 55 396 424 19 430 076 - - 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 43 125 068 - - - 43 125 068

Passivos 65 684 573 - 585 149 992 - 650 834 565

Recursos de clientes e outros empréstimos 65 684 573 - 585 149 992 - 650 834 565

2021
Exposição Não sujeitos a taxa
Derivados Total
Taxa Fixa Taxa Variável de juro

Ativo 154 381 292 18 854 138 224 051 527 - 397 286 959

Caixa e disponibilidades em bancos centrais - - 213 843 492 - 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito - - 10 004 197 - 10 004 197
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral - - 203 838 - 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 83 283 793 - - - 83 283 793
Crédito a clientes 58 555 927 18 854 138 - - 77 410 065
Aplicações em instituições de crédito 12 541 573 - - - 12 541 573

Passivos 49 281 731 - 286 249 078 - 335 530 809

Recursos de clientes e outros empréstimos 49 281 731 - 286 249 078 - 335 530 809

240
Seguidamente apresentamos as taxas médias de juro verificadas para os principais activos e
passivos financeiros do Grupo:

31-12-2022 31/12/2021
Saldo médio Juros do Taxa de juro Saldo médio Juro do Taxa de juro
do exercício exercício média do exercício exercício média

Aplicações 546 323 542 20 715 655 4% 432 205 711 33 089 416 8%
Disponibilidade 369 257 133 0 0% 171 068 156 0 0%
Activos financeiros pelo custo amortizado
Crédito a clientes 76 118 283 8 726 773 11% 73 627 535 9 533 010 13%
Títulos de Dívida 72 892 855 11 720 350 16% 134 297 972 16 206 008 12%
Aplicações em Instituições de Crédito 27 833 321 268 532 1% 53 008 210 7 350 398 14%
Juros de activos financeiros pelo justo valor através de rendimento integral 221 952 0 0% 203 838 0 0%

Recursos 519 657 034 8 695 739 2% 398 264 972 8 431 116 2%

Depósitos de clientes
Ordem 435 699 535 0 0% 303 574 372 0 0%
Prazo 57 483 152 6 031 853 10% 72 831 908 4 749 152 7%
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 20 079 319 2 621 846 13% 13 410 529 3 532 415 26%
Passivo de Locação e Outros Passsivos 6 395 028 42 040 1% 8 448 163 149 549 2%

Margem Financeira 12 019 916 24 658 300

A repartição dos activos e passivos por moeda apresenta-se da seguinte forma:

31-12-2022
AKZ Kz indexados USD EUR Outras Moedas Total
aos USD

Ativo 677 862 408 6 729 192 29 844 821 4 412 778 473 942 719 323 141
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 486 699 306 0 14 560 048 1 026 662 21 886 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 393 309 0 8 740 867 2 772 347 451 968 12 358 491
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral
240 065 0 0 0 0 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 54 901 228 6 729 192 0 0 0 61 630 420
Crédito a clientes 50 169 367 0 0 0 0 50 169 367
Aplicações em instituições de crédito 36 045 618 0 6 543 906 492 791 0 43 082 314
Outros activos tangíveis 25 391 639 0 0 0 0 25 391 639
Activos Intangíveis 400 908 0 0 52 842 0 453 750
Activos não correntes detidos para venda 1 399 800 0 0 0 0 1 399 800
Activos por impostos corrente 235 189 0 0 0 0 235 189
Outros activos 21 985 980 0 0 68 135 88 22 054 203

Passivos 655 678 430 881 21 147 953 5 965 260 28 243 682 820 767
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito
13 759 234 0 92 465 350 799 1 887 14 204 385
Recursos de clientes e outros empréstimos 625 670 465 0 20 950 277 4 198 531 15 291 650 834 565
Passivos por impostos diferidos 5 935 000 0 0 0 0 5 935 000
Provisões 1 771 476 881 62 949 463 159 0 2 298 465
Passivos programas Estado e recursos vinculados 2 738 600 0 0 0 0 2 738 600
Outros Passivos 5 803 655 0 42 262 952 771 11 065 6 809 753

Total 22 183 978 6 728 311 8 696 868 (1 552 482) 445 699 36 502 374

241
31-12-2021
AKZ Kz USD EUR Outras Total
indexados Moedas
aos USD

Ativo 348 251 050 7 953 543 34 680 913 5 253 034 532 205 396 670 745
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 204 315 876 0 8 300 601 1 206 275 20 740 213 843 492
Disponibilidades em outras instituições de crédito 591 508 0 7 552 109 1 284 347 511 397 9 939 361
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 203 838 0 0 0 0 203 838
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 55 330 136 7 953 543 7 458 763 0 0 70 742 442
Crédito a clientes 52 378 807 0 0 0 0 52 378 807
Aplicações em instituições de crédito 0 0 10 959 303 1 173 838 31 12 133 172
Outros activos tangíveis 28 924 534 0 0 0 0 28 924 534
Activos Intangíveis 282 197 0 0 0 0 282 197
Activos não correntes detidos para venda 3 043 347 0 0 0 0 3 043 347
Activos por impostos corrente 234 492 0 0 0 0 234 492
Outros activos 2 946 315 0 410 137 1 588 574 37 4 945 063

Passivos 346 109 122 0 25 264 623 5 784 356 32 937 377 191 038
Recursos de bancos centrais e de outras instituições de crédito 25 954 253 0 0 0 0 25 954 253
Recursos de clientes e outros empréstimos 305 210 911 0 25 050 117 5 237 815 31 966 335 530 809
Passivos por impostos diferidos 5 965 916 0 0 0 0 5 965 916
Provisões 3 147 315 0 69 359 542 111 971 3 759 756
Outros Passivos 5 830 727 0 145 147 4 430 0 5 980 304

Total 2 141 928 7 953 543 9 416 290 ( 531 322) 499 268 19 479 707

A análise de sensibilidade ao valor dos instrumentos financeiros a variações de taxas de câmbio


apresenta-se da seguinte forma:

31-12-2022
-20% -10% -5% +5% +10% +20%
Moedas
Dólares dos Estados Unidos da América 6 957 494 7 827 181 8 262 024 9 131 711 9 566 554 10 436 241
Kwanzas indexados aos USD 5 382 649 6 055 480 6 391 895 7 064 727 7 401 142 8 073 973
Euros (1 241 986) (1 397 234) (1 474 858) (1 630 106) (1 707 730) (1 862 979)
Outras Moedas 356 559 401 129 423 414 467 984 490 269 534 839

Risco de Liquidez

A gestão de um adequado grau de liquidez é uma das preocupações centrais das instituições
financeiras.

Um dos aspectos críticos no negócio bancário é precisamente o processo de transformar os fundos


de curto prazo e colocá-los a médio e a longo prazo. Uma adequada gestão de liquidez representa
a capacidade de as instituições continuarem a financiar a sua actividade creditícia e fazer frente ao
vencimento das suas responsabilidades.

Ou, num sentido mais lato, pode-se afirmar que o risco de liquidez é o resultado do desajustamento
entre os padrões de maturidade dos activos e dos passivos dos Grupos, ou seja, o risco de liquidez
resulta da descompensação da dimensão e maturidade entre activos e passivos.

242
O conceito de liquidez pode ser usado em diferentes contextos. Pode ser usado para descrever
instrumentos financeiros e os seus mercados. Um mercado líquido é composto por activos líquidos,
onde transacções normais podem ser facilmente executadas. E pode ser também utilizado no
sentido da solvência de uma empresa.

Num momento em que grandes instituições financeiras se deparam em situação de insolvência,


pode-se verificar o esforço despendido por vários Bancos para manter níveis adequados de liquidez,
os quais eram exigidos pelos bancos centrais dos seus países, a fim de sustentar as operações
desses bancos e, principalmente, do sistema financeiro como um todo.

Deste modo, a crise financeira global alertou para a importância do risco de liquidez nas instituições
financeiras e ao mesmo tempo para a necessidade de o regular.

O gap de liquidez do Balanço do Grupo apresenta a seguinte estrutura:


31-12-2022
Entre 3 a 6 Entre 6 meses a Entre 1 a 5 Mais de 5 Total
Á vista Até 3 meses Indeterminado
meses 1 ano anos anos

Ativo 514 666 577 46 481 479 2 126 434 9 570 931 83 373 201 3 537 411 35 604 093 695 360 126
Caixa e disponibilidades em bancos centrais 502 307 902 0 0 0 0 0 0 502 307 902
Disponibilidades em outras instituições de crédito 12 358 675 0 0 0 0 0 0 12 358 675
Activos Financeiros ao justo valor através de outro rendimento integral 0 0 0 0 0 0 240 065 240 065
Activos financeiros ao custo amortizado
Título de Dívida 0 1 787 434 0 6 773 985 53 940 497 0 0 62 501 916
Crédito a clientes 0 2 061 645 1 633 766 2 796 946 29 432 704 3 537 411 35 364 028 74 826 500
Aplicações em instituições de crédito 0 42 632 400 492 668 0 0 0 0 43 125 068

Passivos 585 149 992 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 834 565
Recursos de clientes e outros empréstimos 585 149 992 45 480 910 10 396 647 9 651 046 155 970 0 0 650 834 565

Exposição Líquida (70 483 415) 1 000 569 (8 270 213) (80 115) 83 217 231 3 537 411 35 604 093 44 525 561

Damos nota que o gap de liquidez até seis meses apresentado acima é mitigado pela renovação
dos depósitos dos nossos clientes que historicamente se encontram estáveis.

No que diz respeito ao risco de concentração de liquidez, indicamos seguidamente o valor de


depósitos de clientes por sector institucional:

31-12-2022 31/12/2021

Sector Público 518 948 727 214 769 034


Sector Empresarial Privado 60 612 915 52 998 198
Particulares 71 272 922 67 763 577

Total 650 834 565 335 530 809

243
Risco Imobiliário

A exposição a imóveis pelo Grupo evolui da seguinte forma:

31-12-2022 31/12/2021

Imóveis recebidos em dação de crédito 1 399 800 3 043 347

Total 1 399 800 3 043 347

Risco Operacional

O risco operacional decorre de falhas na análise, processamento das operações, de fraudes


internas e externas e da existência de recursos humanos insuficientes ou inadequados.

Risco de Estratégia

Decorre de decisões estratégicas inadequadas, da deficiente implementação das decisões ou da


incapacidade de resposta a alterações do meio envolvente ou a alterações no ambiente de negócios
da instituição.

Risco de Reputação

Decorre de uma percepção negativa da imagem pública da instituição, fundamentada ou não, por
parte de clientes, fornecedores, analistas financeiros, colaboradores, investidores, órgãos de
imprensa ou pela opinião pública em geral.

Risco de Compliance

Decorre de violações ou da não conformidade relativamente a leis, regulamentos, contractos,


códigos de conduta, práticas instituídas ou princípios éticos.

Risco País ou Risco Soberano

Este tipo de risco está associado a alterações ou perturbações específicas de natureza política,
económica ou financeira, nos locais onde operam as contrapartes que impeçam o integral
cumprimento do contracto. É ainda utilizado para classificar o risco de contraparte envolvido em
empréstimos a entidades estatais, dada a semelhança entre os métodos de análise do risco-país e
do risco de contraparte de um Estado.

Gestão de Capital e Rácio de Solvabilidade

Os fundos próprios do Grupo e o rácio de solvabilidade são apurados de acordo com as normas
regulamentares aplicáveis, nomeadamente com o Aviso nº 08/2021 e os instrutivos aplicáveis:
instrutivo nº 13/2021, instrutivo nº 14/2021, instrutivo nº 15/2021, instrutivo nº 16/2021, instrutivo
17/2021, instrutivo nº 19/2021, instrutivo nº 22/2021, instrutivo nº 2/2022 e instrutivo nº 5/2022, com
referência a 31 de Dezembro de 2022.

244
As instituições financeiras angolanas devem manter um nível de fundos próprios compatíveis com
a natureza e escala das operações devidamente ponderados pelos riscos inerentes às operações,
sendo o rácio de fundos próprios regulamentares mínimo de 8%, o rácio de fundos próprios de nível
1 mínimo de 6% e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 mínimo de 4,5%.

Os fundos próprios regulamentares compreendem:

1. Fundos próprios de nível 1– compreendem: i) Capital social realizado; ii) Resultados transitados
positivos de exercícios anteriores; iii) Reservas legais, estatutárias e outras reservas provenientes
de resultados não distribuídos, ou constituídas para o aumento de capital; iv) Resultado líquido
positivo do exercício anterior; v) Resultado líquido positivo provisório do exercício em curso; vi)
Instrumentos de capital próprio; e, vii) Prémios de emissão.

2. Os elementos negativos dos Fundos próprios de nível 1 – Compreendem: i) Acções próprias em


carteira, pelo valor de registo no balanço; ii) Resultados negativos, transitados de exercícios
anteriores; iii) Resultado líquido negativo do exercício anterior; iv) Resultado líquido negativo
provisório do exercício em curso; v) Imobilizações incorpóreas líquidas das amortizações, incluindo
o goodwill incluído na avaliação de investimentos significativos da instituição; vi) Despesas com
custos diferidos relacionadas com responsabilidades com pensões; vii) Activos por impostos
diferidos que dependam de rendibilidade futura; viii) Os ajustamentos sobre as perdas por
imparidade de instrumentos financeiros face ao apurado pelo Banco Nacional de Angola no
exercício de supervisão prudencial; ix) Diferenças positivas de reavaliação decorrentes da
aplicação do método de equivalência patrimonial; x) Perdas actuariais não reconhecidas em
resultados; xi) O valor dos elementos que é necessário deduzir aos elementos dos fundos próprios
adicionais de nível 1 que exceda os elementos dos fundos próprios adicionais de nível 1 da
instituição; xii) O valor da posição em risco das transacções incompletas; xii) Os instrumentos de
fundos próprios principais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e
sinteticamente, com as quais a instituição tenha detenções cruzadas que o Banco Nacional de
Angola considere terem sido constituídas para inflacionar artificialmente os fundos próprios da
instituição; xiv) O valor aplicável dos instrumentos de fundos próprios principais de nível 1 de
Instituições financeiras detidos pela instituição directa, indirecta e sinteticamente, caso a instituição
não tenha um investimento significativo nessas entidades; xv) O valor aplicável dos instrumentos
de fundos próprios principais de nível 1 de Instituições financeiras detidos pela instituição directa,
indirecta e sinteticamente, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas entidades,
excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a 5 (cinco) dias
úteis; xvi) Qualquer imposto relativo a elementos de fundos próprios principais de nível 1, previsível
no momento em que é calculado, excepto no caso de a instituição ajustar adequadamente o valor
dos elementos de fundos próprios principais de nível 1 na medida em que esse imposto reduza o
valor até ao qual esses elementos possam ser utilizados para a cobertura de riscos ou perdas.

3. Fundos próprios adicionais de nível 1 – compreendem (i) Acções preferenciais; ii) Instrumentos
híbridos e/ ou convertíveis; iii) outros instrumentos cujas condições de emissão foram previamente
aprovadas pelo Banco Nacional de Angola; e iv) Prémios de emissão respeitantes a elementos
enquadrados nas alíneas anteriores.

2. Os elementos negativos dos fundos próprios adicionais de nível 1 – Compreendem: i) os


instrumentos próprios de fundos próprios adicionais de nível 1 detidos directos, indirecta e
sinteticamente, incluindo instrumentos próprios de fundos próprios adicionais de nível 1 que a
instituição possa ser obrigada a adquirir em resultado de obrigações contratuais existentes; ii) os

245
instrumentos de fundos próprios adicionais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa,
indirecta e sinteticamente, com as quais a instituição tenha detenções cruzadas que o Banco
Nacional de Angola considere terem sido constituídas para inflacionar artificialmente os fundos
próprios da instituição; iii) O valor aplicável dos instrumentos de fundos próprios adicionais de nível
1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente, caso a instituição não tenha
um investimento significativo nessas Instituições financeiras; iv) Os instrumentos de fundos
próprios adicionais de nível 1 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente
por parte da instituição, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas Instituições
financeiras, excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a
cinco dias úteis; v) O valor dos elementos que seja necessário deduzir aos elementos de fundos
próprios de nível 2, que exceda os elementos de fundos próprios de nível 2 da instituição; e, vi)
Qualquer imposto relativo a elementos de fundos próprios adicionais de nível 1 previsível no
momento em que é calculado, excepto no caso da instituição ajustar adequadamente o valor dos
elementos de fundos próprios adicionais de nível 1 na medida em que esse imposto reduza o valor
até ao qual esses elementos possam ser afectados à cobertura de riscos ou perdas.

5. Os Fundos próprios de nível 2 – Compreendem: i) Acções preferenciais remíveis; ii) Reservas


provenientes da reavaliação dos imóveis de uso próprio; iii) Dívida subordinada, na forma de
empréstimos ou obrigações emitidas, cujas condições de emissão foram previamente aprovadas
pelo Banco Nacional de Angola; iv) Outros instrumentos cujas condições de emissão foram
previamente aprovadas pelo Banco Nacional de Angola; e, v) Prémios de emissão respeitantes a
elementos enquadrados nas pontos anteriores.

6. Os elementos negativos dos fundos próprios de nível 2 – Compreendem: i) Os instrumentos


próprios de fundos próprios de nível 2 detidos directa, indirecta e sinteticamente, incluindo
instrumentos próprios de fundos próprios de nível 2 que a instituição possa ser obrigada a adquirir
em resultado de obrigações contratuais existentes; ii) Os instrumentos de fundos próprios de nível
2 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente, com as quais a instituição
tenha detenções cruzadas que o Banco Nacional de Angola considere terem sido constituídas para
inflacionar artificialmente os fundos próprios da instituição; iii) O valor aplicável dos instrumentos
de fundos próprios de nível 2 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e sinteticamente,
caso a instituição não tenha um investimento significativo nessas Instituições financeiras; e, iv) Os
instrumentos de fundos próprios de nível 2 de Instituições financeiras detidos directa, indirecta e
sinteticamente por parte da instituição, caso a instituição tenha um investimento significativo nessas
entidades, excluindo posições de tomada firme detidas durante um período igual ou inferior a cinco
dias úteis.

Os resultados líquidos positivos do exercício anterior e do exercício em curso referidos nos pontos
anteriores apenas podem ser considerados sempre que certificados pelo perito contabilista membro
do órgão de fiscalização ou fiscal único e pelo auditor externo.

O seguinte quadro apresenta os fundos próprios e o rácio de solvabilidade da entidade com


referência a 31 de Dezembro de 2022:

246
31/12/2022

Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 13 693 566
Risco de crédito e contraparte 9 120 193

Risco de mercado e risco de crédito de 1 234 064


Risco operacional 3 339 309

Fundos Próprios Regulamentares 36 048 623


Fundos próprios de nível I 36 048 623
Fundos próprios de nível II 0
Deduções aos fundos próprios 0
de base e complementares

Rácio de Fundos Próprios Regulamentares 21,06%

Os fundos próprios do Grupo em 31 de Dezembro de 2021 foram apurados de acordo com as


normas regulamentares aplicáveis à data, nomeadamente com o Aviso nº 08/2021. Relativamente
aos requisitos para o rácio de solvabilidade aplicavam-se à data o Aviso nº 3/2016, Aviso nº 4/2016
e Aviso nº 5/2016, assim como o Instrutivo nº 12/2016, Instrutivo nº 13/2016, Instrutivo nº 14/2016,
o Instrutivo nº 15/2016, Instrutivo nº 16/2016, Instrutivo nº 17/2016 e o Instrutivo nº 18/2016.

31/12/2021

Requisitos de Fundos
Próprios regulamentares 15 462 063
Risco de crédito e contraparte 10 173 129
Risco de mercado e risco de crédito de contraparte
na carteira de negociação 1 553 809

Risco operacional 3 735 125

Fundos Próprios Regulamentares 16 607 210


Fundos próprios de base 8 261 251
Fundos próprios complementares 8 345 959
Deduções aos fundos próprios 0
de base e complementares

Rácio de Solvabilidade Regulamentar 10,74%

247
37. Novas normas e interpretações e alterações a normas e interpretações

1. As normas contabilísticas e interpretações recentemente emitidas que entraram em


vigor e que o Grupo aplicou na elaboração das suas demonstrações financeiras, são as
seguintes:

Referências à Estrutura Conceptual (alterações à IFRS 3)

Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Referências à Estrutura Conceptual", alterando a IFRS 3


Concentração de Negócios.

As alterações actualizaram a IFRS 3, substituindo a referência a uma versão antiga da Estrutura


Conceptual por uma referência à versão mais recente, que foi emitida em Março de 2018.

As alterações devem ser aplicadas a concentrações de negócios para as quais a data de aquisição
é no ou após o início do primeiro período de relatório anual com início em ou após 1 de Janeiro de
2022. A aplicação antecipada é permitida se, ao mesmo tempo ou antes, uma entidade também
aplicar todas as alterações feitas em "Alterações às referências à Estrutura Conceptual nas normas
IFRS", emitidas em Março de 2018.

O Grupo não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

Activos fixos tangíveis - Receitas antes do uso pretendido, alterações à IAS 16 Activos fixos
tangíveis

Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Activos fixos tangíveis - Receitas antes do Uso Pretendido", que
alterou a IAS 16 Activos fixos tangíveis.

As alterações proíbem a dedução ao custo de um item do activo fixo tangível, de qualquer receita
da venda de itens produzidos ao trazer esse activo para o local e condição necessários para que
seja capaz de operar da forma pretendida pela administração. Em vez disso, a entidade deverá
reconhecer em resultados essas receitas de vendas.
As alterações devem ser aplicadas retrospectivamente para períodos anuais com início em ou após
1 de Janeiro de 2022, com aplicação antecipada permitida.

O Grupo não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

Contractos onerosos - Custo de cumprir um contracto

Em Maio de 2020, o IASB emitiu "Contractos Onerosos - Custo de cumprir um contracto", que
alterou a IAS 37 Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contingentes.

O objectivo das alterações é o de esclarecer os requisitos da IAS 37 sobre contractos onerosos no


que diz respeito à avaliação se, num contracto, os custos inevitáveis de cumprir as obrigações
decorrentes do contracto excedem os benefícios económicos que se esperam receber do mesmo.

248
As alterações devem ser aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2022, sendo permitida a sua aplicação antecipada.

O Grupo não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

Melhoramentos do ciclo 2018-2020

Em 14 de Maio de 2020, o IASB emitiu melhoramentos às normas IFRS 2018-2020 contendo as


seguintes alterações às IFRSs:

e) permitir que uma entidade, enquanto subsidiária, associada ou joint venture, que adopta as
IFRS pela primeira vez depois da sua controladora e opta por aplicar o parágrafo D16 (a) da IFRS
1 Adopção pela Primeira Vez das Normas Internacionais de Relatório Financeiro, possa mensurar
as diferenças de conversão cumulativas usando os valores relatados pela controladora, com base
na respectiva data de transição para as IFRS;

f) esclarecer que a referência às taxas no teste de 10 por cento inclui apenas taxas pagas ou
recebidas entre o mutuário e o credor, incluindo taxas pagas ou recebidas pelo mutuário ou pelo
credor em nome do outro (IFRS 9);

g) remover a confusão potencial em relação ao tratamento de incentivos de locação aplicando a


IFRS 16 Locações, conforme ilustrado no Exemplo Ilustrativo 13 que acompanha a IFRS 16; e

h) remover o requisito do parágrafo 22 da IAS 41 Agricultura para que as entidades excluam fluxos
de caixa para tributação ao mensurar o justo valor aplicando a IAS 41.

As alterações serão aplicadas para períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de 2022,
com aplicação antecipada permitida.

O Grupo não registou alterações significativas resultantes da adopção da presente alteração.

2. O Grupo decidiu optar pela não aplicação antecipada das seguintes normas e/ou
interpretações:

Alterações à IAS 1 - Apresentação das demonstrações financeiras e IFRS Practice Statement


2: Divulgações de políticas contabilísticas

Na sequência de feedback obtido sobre a necessidade de existir mais orientação que ajude as
empresas a decidir sobre que informação divulgar relativamente às políticas contabilísticas, o IASB
emitiu em 12 de Fevereiro de 2021 alterações à IAS 1 - Apresentação das demonstrações
financeiras e à IFRS Practice Statement 2 - Fazendo julgamentos de materialidade.

As principais alterações à IAS 1 incluem: i) exigir que as entidades divulguem informação relativa a
políticas contabilísticas materiais em vez de políticas contabilísticas significativas, ii) esclarecer que
as políticas contabilísticas relacionadas com transacções imateriais são igualmente imateriais e
como tal não precisam de ser divulgadas e iii) esclarecer que nem todas as políticas contabilísticas
relacionadas com transacções materiais são, elas mesmas, materiais para as demonstrações
financeiras de uma entidade.

249
O IASB também alterou a IFRS Practice Statement 2 para incluir orientações e dois exemplos
adicionais na aplicação de materialidade às divulgações de políticas contabilísticas. Estas
alterações são consistentes com a definição revista de material:
"A informação relativa a políticas contabilísticas é material se, quando considerada em conjunto
com outras informações incluídas nas demonstrações financeiras de uma entidade, é
razoavelmente esperado que influencie as decisões que os principais utilizadores das
demonstrações financeiras de uma forma geral tomem com base nessas demonstrações
financeiras."

As alterações entram em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2023, mas a sua aplicação antecipada é
permitida.

O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

Alterações à IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros: Definição de Estimativas Contabilísticas

O IASB emitiu alterações à IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas


Contabilísticas e Erros para clarificar como as entidades devem distinguir as alterações nas políticas
contabilísticas das alterações nas estimativas contabilísticas, com foco principal na definição e
esclarecimentos sobre as estimativas contabilísticas.

As alterações introduzem uma nova definição para estimativas contabilísticas: clarificando que são
valores monetários nas demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração.

As alterações também clarificam a relação entre as políticas contabilísticas e as estimativas


contabilísticas, especificando que uma entidade desenvolve uma estimativa contabilística para
atingir o objectivo estabelecido por uma política contabilística. Os efeitos das alterações em tais
dados ou técnicas de mensuração são alterações nas estimativas contabilísticas.

As alterações são efectivas para períodos com início em ou após 1 de Janeiro de 2023, com
aplicação antecipada permitida, e serão aplicadas prospectivamente às alterações nas estimativas
contabilísticas e alterações nas políticas contabilísticas ocorridas no ou após o início do primeiro
período de relatório anual ao qual a entidade aplica as alterações.

O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

Alterações à IAS 12: imposto diferido relacionado com activos e passivos decorrentes de
uma única transacção

O IASB emitiu alterações à IAS 12 - 'Impostos sobre o Rendimento', em 7 de Maio de 2021.

As alterações exigem que as empresas reconheçam impostos diferidos sobre as transacções que,
no reconhecimento inicial, dão origem a montantes iguais de diferenças temporárias tributáveis e
dedutíveis.

250
Em determinadas circunstâncias, as empresas estão isentas de reconhecer impostos diferidos
quando reconhecem activos ou passivos pela primeira vez. Anteriormente, havia alguma incerteza
sobre se a isenção se aplicava a transacções como locações e provisões para desmantelamento,
isto é, transacções no âmbito das quais as empresas reconhecem um activo e um passivo. As
alterações esclarecem que a isenção não se aplica a este tipo de transacções e que as empresas
são obrigadas a reconhecer impostos diferidos. O objectivo das alterações é reduzir a diversidade
na divulgação de impostos diferidos sobre locações e provisões para desmantelamento.

As alterações entram em vigor para os períodos anuais com início em ou após 1 de Janeiro de
2023. A aplicação antecipada é permitida.

O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

3. Normas, alterações e interpretações emitidas, mas ainda não efectivas para o Grupo

Clarificação dos requisitos de classificação de passivos como corrente ou não corrente


(alterações à IAS 1 – Apresentação das Demonstrações Financeiras)

O IASB emitiu em 23 de Janeiro de 2020 uma alteração à IAS 1 Apresentação das Demonstrações
Financeiras para clarificar como classificar dívida e outros passivos como corrente e não corrente.

As alterações esclarecem um critério da IAS 1 para classificar um passivo como não corrente: a
exigência de uma entidade ter o direito de diferir a liquidação do passivo por pelo menos 12 meses
após o período de relatório.

As alterações visam:
a) especificar que o direito de uma entidade de diferir a liquidação deve existir no final do período
de relatório e tem de ser substantivo;

b) esclarecer que os rácios que a empresa deve cumprir após a data do balanço (ou seja, rácios
futuros) não afectam a classificação de um passivo na data do balanço. No entanto, quando
passivos não correntes estão sujeitos a rácios futuros, as empresas têm de divulgar informação que
permita aos utilizadores a compreender o risco de que esses passivos possam ser reembolsados
dentro de 12 meses após a data do balanço.; e

c) esclarecer os requisitos para classificar passivos que uma entidade irá liquidar, ou possa
liquidar, através da emissão dos seus próprios instrumentos patrimoniais (ex: dívida convertível).

Esta alteração é efectiva para períodos após 1 de Janeiro de 2024.

O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

Passivo de locação numa transacção de venda e relocação (alterações à IFRS 16 – Locações)

O IASB emitiu em Setembro de 2022 alterações à IFRS 16 – Locações que introduzem um novo
modelo contabilístico para pagamentos variáveis numa transacção de venda e relocação.

251
As alterações confirmam que:
• No reconhecimento inicial, o vendedor - locatário inclui os pagamentos variáveis de locação
quando mensura um passivo de locação decorrente de uma transacção de venda e relocação.

• Após o reconhecimento inicial, o vendedor - locatário aplica os requisitos gerais para a


contabilização subsequente do passivo de locação, de modo que não reconheça nenhum ganho ou
perda relacionado com o direito de uso que retém.

Um vendedor - locatário pode adoptar diferentes abordagens que satisfaçam os novos requisitos
de mensuração subsequente.

As alterações são efectivas para períodos anuais iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2024, com
aplicação antecipada permitida.

De acordo com a IAS 8 - Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e


Erros, um vendedor - locatário terá de aplicar as alterações retrospectivamente às transacções de
venda e relocação celebradas ou após a data de aplicação inicial da IFRS 16. Isto significa que terá
de identificar e reanalisar as transacções de venda e relocação celebradas desde a implementação
da IFRS 16 em 2019 e, potencialmente, reexpressar aquelas que incluíam pagamentos variáveis
de locação.

O Grupo está a avaliar os impactos que esta norma terá nas suas demonstrações financeiras.

38. PLANO DE REESTRUTURAÇÃO

Em Outubro de 2022, o Grupo apresentou um plano de reestruturação e recapitalização (PRR) que


contemplava um conjunto de oportunidades de melhoria na performance do Grupo e na sua
eficiência.

Posteriormente em Janeiro de 2023, o Conselho de Administração aprovou o seu plano estratégico


para o período de 2023 a 2025 incluindo um plano de negócios preparado numa da base da
continuidade das operações, pelo que é entendimento do Conselho de Administração, que o Grupo
dispõe de meios para continuar a desenvolver a sua actividade no futuro. Ainda assim, existem
incertezas quanto: (i) à concretização das medidas adicionais definidas no referido plano de
negócios (2023-2025), (ii) pressupostos que não estão sob controlo do Grupo entre outros, que
resultam numa incerteza material, podendo colocar dúvidas sobre a capacidade da entidade em se
manter em continuidade e, portanto, poderá não ser capaz de realizar os activos e de liquidar os
seus passivos no decurso da sua actividade.

Chamamos à atenção que no último trimestre de 2022, o Capital Social do Grupo foi reforçado Kz
15 021 628 milhares demonstrando um comprometimento pelo Accionista.

Adicionalmente no plano apresentado, o Accionista apresenta uma proposta de emissão de


obrigações convertíveis no valor de Kz 10 000 000 milhares com a natureza de reforçar os rácios
de solvabilidade.

252
7.3. Pareceres

Parecer do Auditor Independente (1/4)

253
Parecer do Auditor Independente (2/4)

254
Parecer do Auditor Independente (3/4)

255
Parecer do Auditor Independente (4/4)

256
Parecer do Conselho Fiscal (1/3)

257
Parecer do Conselho Fiscal (2/3)

258
Parecer do Conselho Fiscal (3/3)

259
BANCO DE COMÉRCIO E
INDÚSTRIA

260

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