CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS
FÍSICA EXPERIMENTAL II
02° RELATÓRIO
CALOR ESPECÍFICO DOS SÓLIDOS
DISCENTES: Gabriel Anthonny Oliveira Silva
Karina Simão Araújo
Mariana Martins Lima
DOCENTE: Dr. Giuliano Siniscalchi Martins
NEPOMUCENO-MG
19/07/2024
1. OBJETIVO
O objetivo dessa prática é obter através dos procedimentos, o calor específico de um
corpo sólido.
2. INTRODUÇÃO
Quando se fala de transmissão ou propagação de calor, segundo Cezar Arruda
trata-se da transferência de energia térmica de um corpo mais quente para um mais frio.
Nunca o contrário. A transição de calor pode ocorrer de três formas: condução, convecção e
radiação.
O calor é um tipo de energia que pode ser transferido de um corpo para o outro quando
há diferença de temperatura entre eles. Considerando um sistema ideal, em que não há perdas
para a vizinhança, todo calor perdido do corpo mais quente é recebido pelo corpo mais frio,
havendo um aumento de temperatura neste e um abaixamento de temperatura naquele.
A razão entre a quantidade de calor fornecida à água fria pelo sólido quente, ΔQ, e o
correspondente acréscimo de temperatura da água, ΔT, é denominada capacidade térmica da
água, ou seja.
∆𝑄
𝐶=
∆𝑇
Uma característica de cada corpo é a Capacidade térmica que é dada pelo produto de
sua massa e a constante de calo específico do corpo, sendo expressa pela equação a seguir.
𝐶 = 𝑚. 𝑐
O calor sensível é o tipo de calor que está presente em processos que apresentam
variações de temperatura. O calor sensível é diretamente proporcional à variação de
temperatura, isto é, quanto maior for a quantidade de calor recebida por um corpo, maior será
o aumento de temperatura. A fórmula abaixo comprova isso.
𝑄 = 𝑚. 𝑐. ∆𝑇
3. MATERIAIS E MÉTODOS
➢ Materiais:
● Becker de vidro;
● Proveta graduada de vidro;
● Queimador de aço inox para álcool;
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● Tela de arame galvanizado com disco refratário;
● Termômetro com escala – 10 °C a + 150 °C;
● Calorímetro simples (recipiente isolante) de capacidade térmica conhecida;
● Corpo de prova de metal;
● Linha;
● Balança mecânica;
● Tripé de ferro triangular;
● Fósforo ou isqueiro;
● Caneta hidrográfica.
➢ Metodologia
Primeiro, medimos 100 ml de água com uma proveta e anotamos sua massa.
Transferimos a água para o calorímetro, agitamos suavemente para uniformizar a temperatura
e medimos a temperatura inicial T1. Registramos a massa dos corpos de prova, aquecemos
150 ml de água até a ebulição, e colocamos os corpos de prova na água quente para que
atingissem a mesma temperatura. Transferimos rapidamente os corpos de prova para o
calorímetro, tampando-o para evitar perda de calor, e anotamos a temperatura final TF após
agitá-lo suavemente. Completamos a tabela com os dados, calculamos o calor específico dos
corpos de prova e comparamos com os valores de referência, garantindo um erro abaixo de
10%.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Primeiramente, mediu-se na proveta aproximadamente 100ml de água, anotando-se a
massa correspondente a essa quantidade, que foi de 69 g. Em seguida, colocou-se essa
quantidade de água no calorímetro, agitou-se suavemente durante alguns segundos e mediu-se
a temperatura, que foi registrada como (20,0°C ± 0,5 °C).
Prosseguiu-se determinando as massas dos corpos de prova, que apresentaram uma
variação de 0,5 g, sendo a massa do ferro de 44 g e a do alumínio de 12 g. Após isso,
aqueceu-se aproximadamente 150ml de água em um béquer até a ebulição.
Os corpos de prova foram então colocados na água em ebulição. Após alguns minutos,
para garantir que os corpos de prova atingissem equilíbrio térmico com a água em ebulição,
mediu-se a temperatura da água, que foi de (90,0 °C ± 0,5 °C) tanto para o ferro quanto para o
alumínio.
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Posteriormente, retirou-se os corpos de prova da água em ebulição e transferiu-se
rapidamente para o calorímetro, tampando-o imediatamente. Agitou-se suavemente o
conjunto e, com o auxílio de um termômetro, anotou-se a temperatura de estabilização, que
foi de (30,0°C ± 0,5 °C) para o ferro e (25,0°C ± 0,5 °C) para o alumínio.
Tabela 1 - Dados obtidos anteriormente
Massa da Massa do(s) Temperatura do Temperatura de equilíbrio
Água m1 corpo(s) de calorímetro +água 1 F(°C)
(g) prova m2 (g) (°C)
69 mferro = 44 Ferro = 20,0 ± 0,5 Ferro = 30,0± 0,5
- malumínio = 12 Alumínio = 20,0± 0,5 Alumínio = 25,0 ± 0,5
Tabela 3.2
Substância Calor Específico (cal/g°C)
Alumínio 0,215
Ferro 0,115
Prata 0,056
Tungstênio 0,032
Completamos a tabela 1, com os valores encontrados anteriormente. E após isso fizemos o
cálculo solicitado na questão dez do relatório:
• Cálculo do calor especifico do material de alumínio:
𝑚. 𝑐. (𝑡𝑓 − 𝑡0) + 𝑚. 𝑐. (𝑡𝑓 − 𝑡0) + 𝑚. 𝑐. (𝑡𝑓 − 𝑡0) = 0
Substituindo temos:
69.1. (25 − 20) + 20. (25 − 20) + 12. 𝑐𝑎. (25 − 90) = 0
𝑪𝒂 = 𝟎, 𝟓𝟕𝟏 𝒄𝒂𝒍/g °C
• Cálculo do calor específico do material de ferro:
𝑚. 𝑐. (𝑡𝑓 − 𝑡0) + 𝑚. 𝑐. (𝑡𝑓 − 𝑡0) + 𝑚. 𝑐. (𝑡𝑓 − 𝑡0) = 0
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Substituindo temos:
69.1. (30 − 20) + 20. (30 − 20) + 31. 𝑐𝑓. (30 − 90) = 0
𝑪𝒇 = 𝟎, 𝟒𝟕𝟖 cal/g ° C
Para o corpo de prova do material de alumínio, de acordo com o calor específico o
material com o calor especifico mais próximo seria o álcool com 0,57 cal/g°C
E para o corpo de prova com material de ferro, de acordo com o calor específico
calculado temos o material mais próximo seria o alumínio com 0,215 cal/g°C
E para o cálculo do desvio percentual, temos:
• Calculo do desvio percentual do material de ferro:
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙
Desvio Percentual = × 100%
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙
Substituindo temos:
0,571 − 0,215
Desvio Percentual = × 100%
0,215
𝑫𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐 = 𝟏𝟔𝟓, 𝟓𝟖 %
• Calculo do desvio percentual do material de ferro:
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑒𝑑𝑖𝑑𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙
Desvio Percentual = × 100%
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑟𝑒𝑎𝑙
Substituindo temos:
0,478 − 0,115
Desvio Percentual = × 100%
0,115
𝑫𝒆𝒔𝒗𝒊𝒐 = 𝟑𝟏𝟓, 𝟔𝟓 %
• Os corpos de prova devem ser aquecidos indiretamente para evitar reações diretas com a
fonte de calor, que poderiam alterar suas propriedades ou afetar a medição do calor
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específico. Aquecer indiretamente, por exemplo, usando água em ebulição, garante que o
corpo de prova atinja uma temperatura uniforme e estável, minimizando o risco de danos
e garantindo uma medição mais precisa.
• É necessário aguardar alguns minutos após introduzir os corpos de prova na água em
ebulição para garantir que eles atinjam a temperatura de equilíbrio com a água. Esse
tempo permite que o corpo de prova esteja completamente aquecido e à mesma
temperatura da água, o que é crucial para obter uma medição precisa do calor específico.
Se o corpo de prova não estiver completamente em equilíbrio térmico, a transferência de
calor para o calorímetro será imprecisa, afetando a exatidão dos resultados.
• O calor específico depende da natureza da substância. O calor específico é uma
propriedade que varia entre diferentes materiais, refletindo como cada substância
responde ao calor. Isso ocorre porque diferentes substâncias têm diferentes capacidades
para absorver e armazenar energia térmica. Portanto, o valor do calor específico é
característico de cada material e pode variar amplamente entre eles.
• O calor específico não depende da massa da substância. O calor específico é uma
propriedade intensiva que descreve a quantidade de calor necessária para elevar a
temperatura de uma unidade de massa de uma substância em um grau Celsius (ou Kelvin).
Ele é característico de cada substância e permanece constante independentemente da
quantidade ou massa da substância. Em contraste, a quantidade total de calor necessária
para elevar a temperatura de uma substância depende da sua massa e do calor específico.
Portanto, enquanto o calor específico é constante, a quantidade de calor é proporcional à
massa da substância.
• Utilizar três corpos de prova unidos, em vez de um único corpo com a mesma massa, tem
várias vantagens. Primeiro, a maior área de contato com a água quente proporciona uma
melhor distribuição de calor, tornando a transferência de calor mais eficiente. Além disso,
o uso de múltiplos corpos de prova ajuda a reduzir erros individuais e variações,
resultando em medições mais precisas. A precisão na determinação do calor específico é
aprimorada devido à média de várias amostras, e o processo de equilíbrio térmico é
acelerado pela maior área de contato. Por fim, essa abordagem garante resultados mais
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consistentes e comparáveis, facilitando a repetibilidade dos experimentos.
5. CONCLUSÃO
Em conclusão, o experimento visou determinar o calor específico de amostras de ferro
e alumínio por meio de um calorímetro. Os valores encontrados foram 0,571 cal/g°C para o
alumínio e 0,478 cal/g°C para o ferro, que apresentaram discrepâncias notáveis em relação
aos valores tabelados, com desvios percentuais de 165,58% para o alumínio e 315,65% para o
ferro. Essas diferenças podem ser atribuídas a erros relacionados à precisão dos instrumentos,
homogeneidade das amostras ou métodos de medição. Considerando que o calor específico é
uma propriedade intensiva, é crucial garantir a precisão na medição de calor e no equilíbrio
térmico das amostras.
Além disso, a utilização de dois corpos de prova ao invés de um único pode melhorar
a distribuição de calor e a precisão dos resultados. Essa abordagem reduz erros individuais e
facilita o equilíbrio térmico, resultando em medições mais confiáveis. Para futuros
experimentos, é essencial aprimorar a precisão dos instrumentos e técnicas empregadas e
realizar repetições dos testes para validar a precisão dos dados obtidos.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Material didático utilizado na prática.
[2] ARRUDA, Cezar Carvalho de. Experimento 5 – Calor específico dos Sólidos; Eletricidade
Básica; Roteiro. São José do Rio Pardo: UNIP, 2015.